revista do brasil cnbcf...brasileira, novos projetos que se encon-tram em tramitação no congresso...

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1 CNB CF Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil revista CNB-CF divulga o balanço da gestão 2010 – 2013 e destaca o avanço da representatividade nacional e internacional do notariado brasileiro Notariado FOCO em Ano I – n o 1 – Dezembro de 2013

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CNBCFConselho Federal do Colégio Notarial do Brasilre

vista

CNB-CF divulga o balanço da gestão 2010 – 2013 e destaca o avanço da representatividade nacional e

internacional do notariado brasileiro

Notariado focoem

Ano I – no 1 – Dezembro de 2013

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Expediente

A Revista NOTARIADO é uma publicação do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF).

DiretoriaPresidente: Ubiratan Pereira Guimarães (SP)1º Vice-presidente: Luiz Carlos Weinzemann (RS)2º Vice-presidente: Mateus Brandão Machado (SP)1ª Secretária: Junia Gomes Flora (PE)2ª Secretária: Ana Paula Frontini (SP)1ª Tesoureiro: Paulo Tupinambá Vampré (SP)2º Tesoureiro: Danilo Alceu Kunzler (RS)

Conselho Fiscal

TitularesSérgio G. Cavalcanti de Albuquerque (PB)Elza de Farias Rodrigues (SP)Otávio Guilherme Margarida (SC)

SuplentesPaulo Roberto Gaiger Ferreira (SP)José Leal Hildor (RS)Renaldo Andrade Bussiere (RJ)

Editor Responsável: Alexandre Lacerda Nascimento – MTB. 12.987Reportagens: Alexandre Lacerda NascimentoEdição de Arte: Mister White Design Gráfico

SedeEscritório em Brasília (DF): SHS Quadra 06, 21 – Bloco E – salas 615/616 – Asa Sul – Brasília (DF) – CEP: 70322-915Escritório em Alphaville (SP): Alameda Grajaú, 279 – Alphaville – Barueri (SP) – CEP: 06454-050

Os artigos assinados refletem apenas a opinião de seus autores não correspondendo necessariamente à opinião da entidade. As reportagens poderão ser reproduzidas mediante expressa autorização dos editores, com indicação da fonte.

Índice

Entrevista - Ministro da Justiça José Eduardo Martins Cardozo 4Simpósios Notariais do CNB-CF percorrem o Brasil de Norte a Sul 6CNB-CF aumenta representatividade em todo o País 10Tabeliães brasileiros integram comissões de elaboração de Códigos de Normas nos Estados 12CNB-CF apoia integralmente o renascimento do notariado na Bahia 15CNB-CF integra Projeto Apoie um Cartório do CNJ no Estado do Piauí 18XVII Congresso Brasileiro reúne notários de todo o País no Rio Grande do Sul 20XVIII Congresso Notarial debate novos rumos para o notariado brasileiro 22Tabelionatos assumem protagonismo na emissão de Certificados Digitais 24CGJ-SP inova e possibilita atuação eletrônica da atividade notarial 26CENSEC: a redenção do notariado brasileiro 28CNB participa de Assembleia Geral da UINL em Cartagena de Índias 32CNB-CF conhece experiências internacionais de regularização fundiária em evento no México 34Brasil participa do XXVII Congresso Internacional do Notariado no Peru 36Papel do Notário é central na nova regulação sobre o Direito de Família e Sucessões 40Segurança jurídica: pilar fundamental do funcionamento do mercado imobiliário 44Conselho Geral da UINL elege novo presidente da entidade e sua nova diretoria 48“O Brasil será protagonista da nova gestão da União Internacional” 50Uma biografia do notariado mundial por Jean-Paul Decórps 54CNB-CF recebe a visita de representantes do notariado argentino 60CNB-CF firma convênios internacionais para estudo científico 61Adesão Individual à UINL: conheça as vantagens e saiba como fazer 62CNB-CF participa do “I Encontro de Direitos Reais e Direito dos Registros e do Notariado” em Coimbra 65Notários brasileiros participam da Universidade de Outono do Notariado Mundial 66Bienal Luso-Brasileira debate os Limites da Publicidade Notarial em sua 3ª edição 68CNB investe na instituição de uma doutrina notarial brasileira 70CNB-CF celebra convênio com o Ministério Público para facilitar intercâmbio de informações 72CNBPrev, Planejamento e Proteção para você e sua família! 73CNB-CF integra Comissão da Enfam para a formação de magistrados brasileiros 74

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CNBCFConselho Federal do Colégio Notarial do Brasilre

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CNB-CF divulga o balanço da gestão 2010 – 2013 e destaca o avanço da representatividade nacional e

internacional do notariado brasileiro

Notariado FOCOem

Ano I – no 1 – Dezembro de 2013

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Caros colegas,

Terminamos neste mês de dezembro de 2013 o período de três anos à frente ao Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF). Mais precisamente, dos 31 meses à frente da entidade representativa de todos os notários brasileiros e à qual te-nho grande orgulho em servir incondicio-nalmente. Ao término deste período, sinto que é meu dever apresentar a todos o que, dentro das nossas limitações, consegui-mos fazer.

O segmento notarial vive um momento único, e por que não, de definição, no Bra-sil e em todo o mundo. É chegada a hora de assumirmos o papel de protagonistas de nossa atividade no campo doutrinário, instrumental e institucional. Ao notário, profissional do Direito dotado de fé públi-ca, parceiro do Poder Público e garantidor de segurança jurídica na declaração de vontade das partes, não cabe mais apenas a tarefa de redigir atos perfeitos, mas sim de ocupar lugar central nas novas relações jurídicas, familiares e patrimoniais que cercam a nova sociedade da informação: interconectada, globalizada e pluralizada.

Dentro deste contexto obtivemos aque-la que talvez seja uma das vitórias mais importantes da atividade notarial em nos-so país. A implantação da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC), abastecida com atos praticados por notários de todo o País e que será a mola propulsora da atividade notarial nos próximos anos. Por meio dela, interconec-taremos Tabeliães de grandes e pequenos municípios, expediremos instrumentos notariais eletrônicos, localizaremos atos onde quer que tenham sido lavrados e, fi-nalmente, nos colocaremos em compasso de igualdade com os anseios da sociedade moderna.

Por meio de uma atuação institucional constante e presente na Capital Federal,

onde estivemos exatas 69 vezes nos últi-mos três anos, pudemos inserir o notaria-do no foco central dos grandes debates jurídicos nacionais. Acompanhamos os de-bates do novo CPC, combatemos projetos de lei que prejudicavam nosso trabalho e investimos em ações propositivas para que o notariado obtivesse o valor que a so-ciedade já julgou como de alta relevância e importância inigualável.

No plano interno, realizamos 120 viagens nacionais e promovemos 23 Simpósios No-tariais, visitando 17 Estados brasileiros – média de uma viagem por semana percor-rendo o Brasil de Norte a Sul. Assumimos o compromisso de fortalecer a representati-vidade institucional nos Estados fundando Seccionais nas unidades federativas onde ainda não existiam. Atualmente, o nota-riado já está representado institucional-mente em 18 Estados e outros cinco estão concluindo seu processo de regularização.

No plano internacional demos continui-

Notariado: um propósito de vida

Institucional

dade à interlocução que já vinha sendo re-alizada e mantivemos abertas as portas da União Internacional do Notariado – UINL - para o Tabelião brasileiro, registrando, apoiando e divulgando a importância do intercâmbio cultural e da troca de conhe-cimentos jurídicos e práticos com colegas do mundo inteiro, como a Universidade de Outono, realizada em Roma, e os Congres-sos e Reuniões das Comissões da UINL.

Acredito firmemente neste propósito de vida: ver um notariado unido, forte e ins-titucionalmente representado no Brasil e no mundo. Deixo a vocês, nas próximas páginas, a história deste legado, ao qual – juntamente com a diretoria - me dediquei de corpo e alma nos últimos três anos e os convido para cada vez mais se aprofunda-rem na doutrina, na prática e na participa-ção institucional do notariado brasileiro.

Um forte abraço a todos vocês.Ubiratan Guimarães

Presidente CNB-CF

Assumimos o compromisso de fortalecer a representatividade institucional nos Estados fundando Seccionais nas unidades federativas onde ainda não existiam,,

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Conhecedor profundo da atividade no-tarial brasileira, o ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Martins Cardozo, con-sidera de vital de importância para o País a instituição da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC), sis-tema integrado pelos atos praticados por notários de todo o Brasil e que permitirá, além do cruzamento de informações para o combate a corrupção e a lavagem de di-nheiro, a localização de atos notariais e a fu-tura solicitação eletrônica de documentos.

Nesta entrevista, concedida exclusi-vamente ao Notariado, o ministro falou sobre a importância e o desenvolvimento jurídico e tecnológico da atividade notarial brasileira, novos projetos que se encon-tram em tramitação no Congresso Na-cional oriundos do Ministério da Justiça e enalteceu os sete anos de implantação da Lei 11.441/07 que possibilitou que atos de divórcios, inventários, patilhas e separa-ções fossem realizados em Tabelionatos de Notas de todo o País.

Notariado – Como avalia a importância da atividade notarial para a segurança dos atos jurídicos na realidade econômica bra-sileira?Ministro José Eduardo Martins Cardozo - Considero essencial a atuação do notário no cenário das relações econômicas e dos negócios jurídicos. Diante da crescente globalização dos contratos e dos investi-mentos que se fazem na modernização da infraestrutura nacional, a segurança jurídica oriunda da atuação notarial ga-rante a estabilidade das relações jurídicas e o cumprimento dos contratos dentro da legislação vigente no Brasil. Acredito que a atividade notarial é de suma importância para que o País continue a prosperar de

forma segura, harmônica e equilibrada.

Notariado – Na atual gestão do Dr. Ubira-tan Guimarães à frente do Colégio Nota-rial do Brasil foi implantada a Central No-tarial de Atos Notariais, que entre outros avanços permitirá combater a corrupção e a lavagem de dinheiro. Qual é a importân-cia desta Central para o Governo Federal?Ministro José Eduardo Martins Cardozo - O Brasil tem evoluído sistematicamente no aperfeiçoamento dos mecanismos de combate à corrupção e também na fisca-lização dos gastos em todas as esferas go-vernamentais. Combater a evasão de re-cursos e os desvios de dinheiro é obrigação de quem está no Poder e este compromis-so é um dos pilares da atual gestão. Con-tarmos com mecanismos cada vez mais eficazes para identificar crimes de lavagem de dinheiro, não só nacionais, mas tam-bém internacionais, é vital para podermos coibir a ação de pessoas que se aproveitam do Estado. A Central de Atos Notariais, que permitirá identificar compras de imóveis em nomes de laranjas, procurações falsas e outros atos de transmissão de proprieda-des imobiliárias, veio em hora mais do que adequada e será de vital importância para o desenvolvimento do Brasil.

Notariado – Passados quase sete anos da Lei 11.441/07 que permitiu separações, di-vórcios, inventários e partilhas em Tabe-lionatos, qual a avaliação o Governo faz de seus resultados?Ministro José Eduardo Martins Cardozo - Este foi um dos grandes projetos oriundos do Ministério da Justiça e da Secretaria de Reforma do Judiciário nos últimos anos e com grande reflexo para a sociedade, be-neficiando o cidadão que está na ponta e

“A CENSEC será de vital importância para o Brasil”José Eduardo Martins Cardozo, ministro da Justiça do Brasil, fala sobre a importância e evolução da atividade notarial no Brasil e enaltece a instituição da Central Nacional de Atos Notariais (CENSEC)

Nacional

pode ter seu problema resolvido de forma eficiente, célere e segura. Mais do que isso, pois permitiu eliminar inúmeros proces-sos que ocupariam as prateleiras já abar-rotadas do sistema Judiciário brasileiro. O notário, detentor de fé pública, e parceiro do Estado na fiscalização dos atos e no controle de legalidade, vêm exercendo de maneira exemplar esta nova atribuição que lhe foi conferida, o que só demonstra o grau de evolução e comprometimento da atividade notarial brasileira.

Notariado – O que falta para que mais atos de jurisdição voluntária deixem o Poder Judiciário e passem para a atividade extra-judicial?

A segurança jurídica oriunda da

atuação notarial garante a estabilidade das relações jurídicas e o cumprimento dos

contratos dentro da legislação vigente

no Brasil,,,,

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- É notório o avanço da atividade de no-tários e registradores com o advento do concurso público, pois trouxe uma nova mentalidade ao segmento, com novas ideias e novas formas de se fazer as mu-danças que se faziam necessárias na ati-vidade. É um caminho sem volta, não só na atividade dos cartórios, como em todo o segmento que tenha relação com o Po-der Público, e que deve primar pela quali-ficação e competência.

Ministro José Eduardo Martins Cardozo - Muitas vezes o que falta é um consenso dentro de uma sociedade plural e organi-zada, com suas diferentes representati-vidades políticas e institucionais. Há hoje outros projetos tramitando dentro do Mi-nistério e que contam com forte atuação da atividade extrajudicial, como nos casos de usucapião extrajudicial feito pelo no-tário, mediação e conciliação prática pela atividade notarial e regularização fundi-ária, que é um problema que temos que enfrentar. Todos eles caminham dentro de uma realidade na qual os diversos seg-mentos podem opinar contribuir e aperfei-çoar as propostas dentro de um sistema republicano, e que às vezes, devido à sua pluralidade, faz com que tenham sua pró-pria dinâmica de avanço.

Notariado – Recentemente São Paulo inovou ao permitir a mediação e a conci-liação em cartórios, ato que foi revogado liminarmente pelo CNJ. Como o MJ avalia a possibilidade de que notários possam re-alizar mediações e conciliações?Ministro José Eduardo Martins Cardozo - A ideia precisa ser objeto de uma profunda reflexão. Notários já atuam, muitas vezes, como mediadores e conciliadores ao equi-librar os pequenos litígios e atuarem como conselheiros das partes nos negócios ju-rídicos. Nas pequenas cidades brasileiras, na falta de um juiz ou de um advogado, o notário é quem cumpre frequentemente o papel do Estado, sendo a fonte de consulta da população em todo o tipo de negócios. O Ministério da Justiça tem trabalhado um projeto de lei sobre mediação e conci-liação. Este é um caminho que precisa ser analisado com a devida profundidade.

Notariado – O Brasil é filiado à União In-ternacional do Notariado Latino, órgão que conta com notários de mais de 85 pa-íses e neste fórum chama a atenção a fal-ta da colegiação obrigatória do notariado brasileiro para exercer a profissão. Como vê a possibilidade de instituição de conse-lho de notários no Brasil que fiscalizasse e avalizasse a profissão, como ocorre com a OAB e outros órgãos?Ministro José Eduardo Martins Cardozo - Já há um projeto de lei neste sentido que foi enviado pelo Governo em debate no

Congresso Nacional. Acredito que toda a forma de fiscalização e regulamentação das atividades profissionais, desde que previstas no ordenamento jurídico bra-sileiro, devem ter Conselho próprio que a regulamente, fiscalize, capacite e oriente, nos termos da Lei.

Notariado – Como o Governo Federal ava-lia a evolução dos serviços tecnológicos da atividade notarial que em pouco tempo permitirá a transmissão eletrônica de es-crituras e procurações?Ministro José Eduardo Martins Cardozo - Esta evolução é necessária e urgente. Evo-luímos muito nos últimos anos. A forma-ção de uma Central de Atos Notariais, que congregue todos os atos praticados pelos notários de todo o País é uma contribuição essencial para toda a sociedade brasileira, pois permitirá a localização de atos, a cer-tificação de sua validade e a solicitação eletrônica de atos notariais. Creio que a atividade notarial encontrou o caminho de sua evolução e certamente dará sua valio-sa contribuição para o avanço institucional que o Brasil vem tendo nos últimos anos.

Notariado – Qual a importância dos con-cursos públicos para a evolução da ativida-de extrajudicial no País?Ministro José Eduardo Martins Cardozo

,,Acredito que a

atividade notarial é de suma importância

para que o País continue a prosperar de forma

segura, harmônica e equilibrada

,,José Eduardo Martins Cardozo, ministro da Justiça do Brasil

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Levar o conhecimento doutrinário do Direito Notarial, a informação sobre as principais novidades do segmento e o de-bate em torno dos temas instrumentais do dia a dia do notariado brasileiro para todo o Brasil foram algumas das princi-pais motivações que levaram o Conse-lho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) a promover uma verdadeira pe-regrinação pelos Estados brasileiros nos últimos três anos.

Cerca de 5 mil pessoas estiveram pre-sentes nos 23 Simpósios Notariais, Semi-nários e Encontros realizados em todo o País nos últimos 31 meses. Já familiariza-do com a promoção de grandes eventos, o Estado de São Paulo realizou cinco gran-des encontros, enquanto a Bahia recebeu três, e Rio Grande do Sul, Santa Catarina,

Tocantins e Ceará contaram com dois eventos promovidos pelo CNB-CF na atu-al gestão.

Também integram a lista dos Estados que receberam eventos institucionais do notariado brasileiro o Paraná, Rio de Ja-neiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Paraíba. “Estes simpósios de estudos notariais são impor-tantes não só para debatermos as atuais e as novas atribuições do Tabelionato de Notas, mas também para valorizarmos a importância da ética em nossa atuação e na de nossos colegas, pois todos represen-tamos a classe notarial”, disse.

Diante de uma plateia diversificada, composta por notários, registradores, juí-zes, promotores e estudantes, a presidente do Tribunal de Justiça do Estado do To-

Simpósios Notariais do CNB-CF percorrem o Brasil de Norte a SulAtual gestão realizou 23 Simpósios Notariais em 13 Estados brasileiros, debatendo aspectos teóricos e práticos da atividade notarial brasileira

O Tocantins tem evoluído bastante nos últimos anos e a atividade extrajudicial tem acompanhado esta

evolução, muito em razão do intercâmbio que tem sido feito junto a pessoas

que estão na vanguarda do segmento,,,,

desembargadora Ângela Prudente, presidente do Tribunal de Justiça

do Estado do Tocantins (TJ-TO)

Mais de 350 pessoas lotaram o auditório da Escola da Magistratura em João Pessoa (PB) para receber o I Simpósio de Direito Notarial do Estado. No destaque, o desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira, vice-presidente do TJ-PB

Nacional

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Estes simpósios de estudos notariais são importantes não só para debatermos as atuais e as novas atribuições do Tabelionato de Notas, mas também para valorizarmos

a importância da ética em nossa atuação e na de nossos colegas, pois todos representamos a classe notarial

,,,,Ubiratan Guimarães, presidente do CNB-CF

Minas Gerais e Espírito Santo receberam edições do Simpósio Notarial promovido pelo CNB-CF

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CNB-CF foi presença constante na região Sul do Brasil, com Simpósios sendo realizados nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

O Mato Grosso do Sul recebeu o I Simpósio de Direito Notarial de sua história logo após a fundação da Seccional do CNB no Estado

Nós temos que pensar cada vez mais em alargar o campo da atuação deste

serviço público que é a atividade notarial,,,,

José Eduardo Martins Cardozo, ministro da Justiça

Rio Grande do Sul – 2Santa catarina – 2Paraná – 1São Paulo – 5Rio de Janeiro – 1Minas Gerais – 1Espírito Santo – 2Mato Grosso do Sul – 1Amazonas – 1Tocantins – 2ceará – 2Paraíba – 1Bahia – 3

23 Simpósios realizados em 2013

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que tenhamos uma sociedade segura e eficaz no que diz respeito às transações imobiliárias, de bens e de direitos”, disse o vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, desembargador Rome-ro Marcelo da Fonseca Oliveira, que pres-tigiou o evento que reuniu mais de 300 pessoas em João Pessoa (PB).

Em São Paulo, a presença do Correge-dor Geral da Justiça do Estado, desembar-gador José Renato Nalini, foi frequente nos eventos notariais. Para Nalini, quan-do se fala do tema de meios de prova e direito notarial, “não podemos deixar de reconhecer que o notariado já tem uma ciência consolidada”. “É, provavelmente, a atividade que mais tenha produzido uma doutrina consistente, jurisprudência muito rica. Os temas são sempre muito

bem explorados, com uma infinidade de assuntos que estão submetidos à prática notarial”, declarou.

Outra ilustre presença nos Simpósios promovidos pelo CNB-CF em parceria com suas Seccionais, foi a do ministro da Justi-ça, José Eduardo Martins Cardozo. “Nós te-mos que pensar cada vez mais em alargar o campo da atuação deste serviço público que é a atividade notarial, justamente para que situações que possam prescindir da ação do magistrado possam efetivamente ser realizadas pelos notários, com a garan-tia da segurança jurídica”, disse o ministro durante evento em São Paulo. “Tenham ciência que esta intenção, mais do que um ganho institucional da atividade, é uma política de Estado do Governo brasileiro”, finalizou o ministro.

cantins (TJ-TO), desembargadora Ângela Prudente, destacou a importância do Sim-pósio para o notariado tocantinense. “Tra-zer o CNB-CF e o Dr. Ubiratan Guimarães a Palmas é uma enorme conquista para o Poder Judiciário de Tocantins, uma vez que se trata de uma pessoa extremamente ca-pacitada e referência nacional em termos de notariado”, destacou. “O Tocantins tem evoluído bastante nos últimos anos e a atividade extrajudicial tem acompanhado esta evolução, muito em razão do inter-câmbio que tem sido feito junto a pessoas que estão na vanguarda do segmento”, apontou a desembargadora.

“A atividade notarial representa a ga-rantia dos negócios jurídicos que movi-mentam toda uma gama de atividades econômicas no País e é primordial para

Tocantins, com dois Simpósios, e Amazonas, no Norte do Brasil sediaram o evento institucional promovido pelo CNB-CF

Não podemos deixar de reconhecer que o notariado já tem uma ciência consolidada.

É, provavelmente, a atividade que mais tenha produzido uma doutrina consistente,

jurisprudência muito rica,,,,

José Renato Nalini, desembargador Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo

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Nacional

Com mais de 85 países filiados à União Internacional do Notariado (UINL), repre-sentando 2/3 da população mundial, com distribuição pelos cinco continentes, e atu-ando na economia de 60% do Produto In-terno Bruto Mundial (PIB), a atividade no-tarial é uma das mais presentes em todo o mundo, com representação constituída perante 40 organizações mundiais.

O Brasil, embora tenha sido um dos pa-íses fundadores da UINL, encontrava até pouco tempo atrás dificuldade em esta-belecer uma representatividade em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal, o que o colocava como em débito perante a própria União Internacional, que exige re-presentatividade de seus países membros em todas as províncias ou Estados.

Este quadro se alterou profundamente nos últimos três anos. Em um trabalho que teve início logo após a posse da atual Dire-toria da entidade, que organizou um even-to em Brasília (DF) para a fundação em massa de todas as Seccionais estaduais, pouco a pouco cada uma delas foi se estru-turando e hoje 18 delas já estão em pleno funcionamento, enquanto outras cinco estão bem próximas de serem efetivadas.

“A força de uma entidade representativa de classe depende da participação institu-cional de cada notário, que deve respeitá--la e atuar de maneira uniforme em bus-ca dos objetivos que são comuns a todos, deixando de lado interesses individuais, como forma de garantir a força e a coesão dos princípios da instituição”, disse o pre-sidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães. “Com a criação das seccionais em todos os Estados damos o primeiro passo para tor-nar o CNB-CF uma entidade de classe de referência no Brasil”, completou.

“Para nós, que estivemos seis anos à frente do CNB-CF, vivenciarmos um mo-mento como este é indescritível, pois as-sistimos à fortificação do notariado bra-sileiro, que passará a ocupar o lugar que merece, tanto no cenário nacional, como em relação à União Internacional do No-tariado (UINL)”, disse o ex-presidente do CNB-CF, José Flávio Bueno Fischer, que ocupava a vice-presidência da UINL para a América Latina.

Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Para-ná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Ama-zonas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alago-

as e Bahia são Estados onde as Seccionais já se encontram totalmente consolidadas. Nos Estados do Pará, Tocantins, Maranhão e Sergipe, as entidades já foram criadas formalmente, mas ainda não estabeleci-das. Em dezembro de 2012, notários sul--mato-grossenses se reuniram em Cam-po Grande para fundar a Seccional do Mato Grosso do Sul do Colégio Notarial do Brasil. A Assembleia de criação elegeu Fábio Zonta Pereira, 7° Tabelião de Notas de Campo Grande (MS) como primeiro presidente da entidade. “Nossos primei-ros focos serão adotar e incentivar inicia-tivas de modernização da função notarial, promover manifestações culturais que vi-sem o aperfeiçoamento da instituição no-tarial, zelar pelo decoro profissional, pela maior eficácia dos serviços notariais e pelo cumprimento dos princípios de ética profissional, conferindo maior prestígio da classe”, disse Zonta.

No Amazonas, Ana de Fátima Abreu Chagas, Tabeliã do 9º Tabelionato de No-tas de Manaus assumiu a presidência do CNB-AM. “Quero fazer a representativida-de do notariado do Amazonas chegar aos colegas do interior do Estado”, disse Ana. “Temos nossas peculiaridades, caracterís-ticas sem igual no País, dificuldades pró-prias, mas o apoio dos colegas fará com que consigamos chegar ao maior número possível de colegas dos mais distantes mu-nicípios amazonenses”, destacou.

Eleita por aclamação para presidir a re-cém-criada Seccional do Estado da Bahia, a Tabeliã de Notas do 2° Ofício de Juazeiro (BA), Emanuelle Fontes Ourives Perrota,

CNB-CF aumenta representatividadeem todo o PaísJá são 18 Estados com Seccionais constituídas e outros cinco em processo de efetivação da representatividade institucional do notariado

Quero fazer a representatividade do

notariado do Amazonas chegar aos colegas do

interior do Estado,,,,

Ana de Fátima Abreu Chagas, Tabeliã do

9º Tabelionato de Notas de Manaus

A Seccional de Minas Gerais, presidida por Walquíria Rabelo, que estava paralisada há anos foi reformulada e se tornou uma das mais atuantes do País

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agradeceu a confiança de seus pares e se comprometeu a trabalhar em conjunto com todos os Tabeliães baianos no novo momento de privatização vivido no Esta-do. “Estou presidente do CNB-BA, mas sou a representante da vontade da maioria de vocês”, afirmou. “Estou distante de Salva-dor, mas me comprometo a estar à frente dos principais assuntos que envolvam os interesses dos notários baianos e conto com a ajuda de todos vocês”, disse.

Em Minas Gerais, novos e antigos Tabe-liães se reuniram para fazer renascer a Sec-cional do CNB em um dos maiores Estados do País. “É um antigo sonho que sempre tivemos e que agora se torna realidade. Temos paixão pelo notariado, que é aquela atividade que mais se aproxima do cida-dão, que formaliza e solidifica suas von-tades”, disse a 3ª Tabeliã de Notas de Belo

A força de uma entidade representativa de classe depende da participação

institucional de cada notário, que deve respeitá-la e

atuar de maneira uniforme em busca dos objetivos

que são comuns a todos, deixando de lado interesses individuais, como forma de garantir a força e a coesão

dos princípios da instituição,,

,,

Ubiratan Guimarães, presidente do CNB-CF

Horizonte, Darlene Silva Triginelli. “Estou há exatos 37 anos na atividade e vejo com imensa alegria este momento, este verda-deiro chamamento institucional à classe, para que nos dediquemos conjuntamente aos temas que são de interesse comum de defesa do notariado”, disse João Teodoro da Silva, 6° Tabelião de Notas de Belo Ho-rizonte.

Para a presidente reeleita do CNB-MG, Walquíria Mara Graciano Machado Ra-belo, o renascimento do CNB-MG marca um novo momento do notariado mineiro. “Vejo as pessoas muito animadas e felizes com a chegada deste momento que tan-to esperávamos”, disse. “Já sentimos uma maior integração, participação e mesmo busca pelo conhecimento, que será uma das marcas deste novo momento do nota-riado mineiro”, afirmou.

O Colégio Notarial do Brasil foi a primeira especialidade a fundar sua Seccional no recém-privatizado Estado da Bahia

Fábio Zonta (esq.) assumiu a presidência da Seccional do Mato Grosso do Sul, levando a representatividade do notariado para o Centro-Oeste do Brasil

Em 2013 foi a vez do Estado do Espírito Santo instituir sua Seccional do Colégio Notarial do Brasil

Ana de Fátima Abreu Chagas foi eleita presidente da Seccional do Amazonas do Colégio Notarial do Brasil

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Normatizar e disciplinar os procedimen-tos da atividade extrajudicial para um atendimento equânime ao público, obe-decendo a rotinas internas que permitam efetivar as seguranças dos atos jurídicos praticados pelas unidades registrais e no-tariais são o principal foco de atenção da publicação de Códigos de Normas por par-te dos Tribunais de Justiça do País.

Embora fossem poucos os Estados bra-sileiros a possuírem normatizações espe-cíficas para a atividade extrajudicial, nos últimos três anos observou-se uma im-portante mudança a nível estrutural den-tro das Corregedorias Gerais de Justiça, com a participação efetiva dos notários e registradores em Comissões formadas para atualizar ou, na maioria das vezes, produzir um Código de Normas estadual.

Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Piauí e São Paulo foram alguns dos Es-tados que recentemente trabalharam na edição de normas estaduais para pa-dronização dos serviços notariais e de registro, possibilitando aos notários bra-sileiros dialogarem com as autoridades na busca de novas atribuições, ou mesmo atualizando procedimentos e desburo-cratizando serviços.

Em São Paulo, que publicou no início do ano uma atualização de suas normas de serviço, ideias plantadas durante o trabalho das comissões de normas, pos-sibilitou a inclusão de novas atribuições ao notariado, como a expedição de cartas de sentenças, conciliação e mediação e participação no procedimento de dúvida registral. Na Bahia, a possibilidade de que notários e registradores façam mediação e conciliação ficou expressa no primeiro

Código de Normas do Estado.“A adoção das regras previstas no Có-

digo de Normas acarretará uma melhoria na execução dos serviços, fazendo cessar as dúvidas e incertezas. Logo, os atos no-tariais serão confeccionados com maior segurança, trazendo maior satisfação aos usuários”, explica Walquíria Rabelo, Tabe-liã em Belo Horizonte (MG) e presidente da Seccional de Minas Gerais do Colégio Notarial do Brasil.

A presidente da Seccional da Bahia do Colégio Notarial do Brasil (CNB-BA), Ema-nuelle Perrotta também vê benefícios para o usuário do serviço. “O usuário, a partir da edição do Código de Normas, passou a ter a possibilidade de conhecer as normas a que estamos submetidos. Passou a ter a tranquilidade de que em

Tabeliães brasileiros integram comissões de elaboração de Códigos de Normas nos EstadosTribunais passaram a abrir espaço para a contribuição notarial, favorecendo a desburocratização de procedimentos e o avanço tecnológico dos serviços

qualquer lugar do Estado da Bahia terá os mesmos direitos e deveres, bem como quais os procedimentos terão que ado-tar para a utilização dos serviços, tendo assim como cobrar e fiscalizar a atuação dos delegatários”, explica.

Para o presidente do CNB-CF, Ubira-tan Guimarães, o próximo passo é partir para a edição de um Código de Normas nacional. “Parece-nos necessário um tra-balho destinado a uniformizar as normas de serviços notariais em todo o território nacional, pois encontramos divergências muito grandes nos diversos Estados da Federação. Assim, buscaremos oferecer uma proposta que assegure a participa-ção de representantes do notariado de todo o País”, disse durante reunião da di-retoria da entidade.

Nacional

Evento em Minas Gerais aborda as novas normas de serviço para mais de 800 pessoas em Seminário sobre os mais de 1 mil artigos da normatização mineira

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Notariado – Qual a experiência de parti-cipar da elaboração do Código de Normas de MG?Walquíria Rabelo - Foi com muita satisfa-ção que aceitei o convite para participar da Comissão de Estudos, responsável pela criação do inovador Código de Normas dos Serviços Notariais e de Registro do Esta-do de Minas Gerais. Ao lado de notários, registradores, juízes e do desembargador Marcelo Guimarães Rodrigues, reconhe-cido especialista na matéria, além de ser-vidores da Corregedoria, realizamos 27 reuniões da Comissão de Estudos, além de inúmeras reuniões de Subcomissões e dos Grupos Especiais. Foram 11 meses de estudos, discussões e debates, ou seja, de muito trabalho.

“O Código de Normas veio para aprimorar os serviços notariais”

Walquíria Mara Graciano Machado Rabelo, presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Minas Gerais (CNB-MG)

Pretendíamos fortalecer o exercício da função que nos

foi delegada pelo Estado, com absoluta transparência,

respeito à ética e à moral. E mais: queríamos o

aprimoramento da atividade notarial para propiciar

ao usuário um serviço de excelente qualidade,,,,

Notariado – Como foi o trabalho da equi-pe que atuou na edição do Código de Nor-mas? Walquíria Rabelo - Desafiador, sem som-bra de dúvida. Os trabalhos foram distri-buídos entre os membros da Comissão. Fiquei encarregada da área notarial, com o juiz Wagner Sana, juiz auxiliar do Correge-dor. Constituímos, assim, uma subcomis-são de notas. Para embasar os trabalhos da subcomissão, criei um grupo especial composto apenas por notários de diferen-tes partes do Estado. Disponibilizamos um endereço eletrônico para que as pessoas pudessem enviar sugestões e opiniões. As reuniões desse grupo especial aconte-ceram semanalmente, na sede do Colégio Notarial do Brasil/Seção Minas Gerais - CNB/MG. Nesses encontros, elaboramos um resumo da legislação vigente, doutri-na e jurisprudência; estudamos códigos de normas existentes em outros Estados e analisamos as opiniões e sugestões que recebemos. Daí surgiu uma minuta da parte notarial do futuro Código, que foi pri-meiramente apreciado pela subcomissão.

Nas reuniões, discutimos artigo por ar-tigo. Quando não chegávamos a um con-senso, o assunto era levado para a discus-são e votação nas reuniões da Comissão, com a presença de todos os membros.

Notariado – Quais foram os objetivos bus-cados por vocês ao constituir as normas notariais?Walquíria Rabelo - De maneira resumi-da, posso dizer por meio de algumas pa-lavras quais foram os principais objetivos buscados pelo grupo: CONVERGÊNCIA- Queríamos convergir diferentes posições sobre assuntos diversos envolvendo o dia a dia da prática notarial e as orientações da Corregedoria a fim de unificar en-tendimentos. ATUALIDADE – As normas existentes até a edição do Código esta-vam desatualizadas, como por exemplo o Provimento nº 54, de 1978. Era, portan-to, fundamental que ocorresse o rejuve-nescimento das normas. MODERNIDADE – Era manifesto o descompasso entre as normas até então em vigor e as prá-ticas modernas de atuação do notário, decorrentes muitas delas das inovações tecnológicas. A propósito, menciono os arquivos digitais e as certidões eletrô-

nicas. COMPROMISSO – Pretendíamos fortalecer o exercício da função que nos foi delegada pelo Estado, com absoluta transparência, respeito à ética e à moral. E mais: queríamos o aprimoramento da atividade notarial para propiciar ao usu-ário um serviço de excelente qualidade.

Notariado - Quais foram as principais mu-danças introduzidas na área notarial? Walquíria Rabelo - Quero enfatizar que a principal mudança foi a edição do próprio Código de Normas. Onde há normas agru-padas, claras e uniformes, a execução de qualquer serviço torna-se mais ágil, me-lhor e útil ao seu destinatário. Dentre as inovações ocorridas na área notarial, posso mencionar as seguintes: *Alteração nos horários de funcionamento das serventias, com a possibilidade de tra-balho aos sábados;*Ficará a juízo da parte a dispensa da apre-sentação da certidão dos feitos ajuizados, *Proibição do Tabelião substituto de lavrar testamentos;*Dilação do prazo para as partes assinarem os atos notariais;*Especificação dos requisitos para a lavra-tura de escrituras;*Regulamentação para lavratura de escri-tura pública de cessão de direito à suces-são aberta;*Escrituras Públicas de Constituição e Dis-solução de União Estável entre pessoas do mesmo sexo e de sexo diferente;*Regulação das Escrituras de Declaração

Minas

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Notariado – Qual a experiência de parti-cipar da elaboração do Código de Normas da Bahia?Emanuelle Perrotta - A experiência foi enriquecedora e de conquistas. Foi uma conquista participarmos da elaboração do Código, pois o TJ-BA tinha por tradição e cultura, a imposição, e ainda, não reco-nheciam o nosso direito de sermos dele-gatários. Com a formação dessa comissão tivemos a oportunidade de nos aproxi-marmos do Tribunal e mostrarmos que somos profissionais do direito, capazes e fundamentais para a construção de uma sociedade moderna, humana e fraterna. Para elaborarmos o Código de Normas

estudamos outros códigos já existentes, diversas leis que norteiam nosso trabalho, aprofundando assim, nossos conhecimen-tos. Além, é claro, da troca de experiências profissionais e pessoais com todos os inte-grantes da comissão.

Notariado – Como foi o trabalho da equi-pe que atuou na edição do Código de Nor-mas?Emanuelle Perrotta - O trabalho teve a du-ração de 10 meses, com reuniões realizadas quinzenalmente. A comissão foi composta por 16 integrantes, juízes, delegatários e servidores do TJ-BA. Por ser um trabalho extenso, dividimos a comissão em subco-missões por especialidade, onde cada sub-comissão apresentou suas propostas, que foram lidas, debatidas, alteradas no que foi necessário e aprovadas pela comissão, formando assim o Código de Normas.

Notariado – Quais foram os objetivos bus-cados por vocês ao constituir as normas notariais?Emanuelle Perrotta - A Bahia não possuía Código de Normas, editando apenas provi-mentos, atos normativos etc.. A aplicação efetiva dos provimentos, atos normativos, pareceres e ordens relativas aos serviços extrajudiciais, era praticamente impossí-vel devido a dispersão, prejudicando a ação dos notários e registradores, no exercício das atividades. Além disso, dificultava a ação dos usuários, que deixavam de exigir a qualificação dos prestadores dos servi-ços por desconhecerem os seus direitos e deveres. Desta forma, o principal objetivo da elaboração do Código de Normas foi sistematizar e uniformizar o serviço, pro-porcionando maior segurança, eficiência, celeridade e legalidade aos atos notariais e registrais.

Bahia

“Mostramos que somos profissionais do Direito”

“Foi uma conquista participarmos da elaboração

do Código, pois o TJ-BA tinha por tradição e cultura,

a imposição, e ainda, não reconheciam o nosso direito

de sermos delegatários”,,,,

A presidente do CNB-BA, Emanuelle Perrotta, trabalho na Comissão do TJ-BA para a elaboração das normas de serviço na Bahia

Notariado - Quais foram as principais mu-danças introduzidas na área notarial?Emanuelle Perrotta - Em relação à área no-tarial as principais mudanças foram a au-torização para prática de atos eletrônicos, utilização de livros eletrônicos, e a inserção da conciliação e mediação como atividade notarial, ainda que na pendência de regu-lamentação, além é claro de modernização e atualização das normas já existentes.

Notariado – Qual a importância da edição deste Código de Normas para o usuário dos serviços?Emanuelle Perrotta - O usuário, a partir da edição do Código de Normas, passou a ter a possibilidade de conhecer as normas a que estamos submetidos. Passou a ter a tranquilidade de que em qualquer lugar do Estado da Bahia terá os mesmos direi-tos e deveres, bem como quais os procedi-mentos terão que adotar para a utilização dos serviços, tendo assim como cobrar e fiscalizar a atuação dos delegatários.

Antecipadas de Vontade - DAVs; *Classificação e especificação das diversas Escrituras de Procuração; *Definição dos documentos que devem ser arquivados;*Valorização da Central Notarial de Servi-ços Eletrônicos Compartilhados - CENSEC;*O Procedimento de Suscitação de Dúvida;

Notariado – Qual a importância da edição deste Código de Normas para o usuário dos serviços?Walquíria Rabelo - O Código de Normas veio para aprimorar os serviços delegados, notariais e registrais. A adoção das regras previstas no Código de Normas acarretará uma melhoria na execução dos serviços,

fazendo cessar as dúvidas e incertezas. Logo, os atos notariais serão confecciona-dos com maior segurança, trazendo maior satisfação aos usuários. Fiquei lisonjeada e feliz por ter feito parte deste esforço con-junto que resultou nesse excelente tra-balho que seguramente fortalecerá ainda mais a relevante atividade notarial.

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O Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) não precisou nem ser convocado para auxiliar a implantação da atividade notarial no Estado da Bahia. Mesmo antes dos órgãos do Poder Judi-ciário iniciarem campanhas e projetos de apoio à recente privatização dos cartórios baianos, a entidade representativa do no-tariado brasileiro iniciou o planejamento de modernização e apoio à privatização dos serviços no Estado.

Ao todo, foram oito visitas ao Estado da Bahia, incluindo-se Simpósios Notariais, Cursos de Atendimento ao Cliente, Docu-mentoscopia, Gestão e Qualificação no-tarial, visitas a cartórios estatizados e pri-

vatizados e reuniões com a Corregedoria Geral da Justiça do Estado. A parceria fir-mada entre a entidade nacional, por meio de seu presidente, Ubiratan Guimarães, e a Seccional da Bahia, representada pela presidente Emanuelle Perrotta alicerçou as bases do desenvolvimento dos serviços extrajudiciais.

A presença do CNB-CF começou mesmo antes dos notários assumirem suas dele-gações privatizadas. Em março de 2012, a entidade se fez representar na cerimônia de privatização e outorga de delegações para notários e registradores na Bahia. Em solenidade realizada no auditório do Tri-bunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA)

139 delegatários baianos receberam o ter-mo de posse de suas serventias, dando iní-cio ao processo de privatização da última unidade da Federação onde ainda existiam delegações estatizadas.

Um dia depois, a entidade nacional do notariado brasileiro participou do Curso de Qualificação de Direito Notarial e de Registro da Bahia onde coordenou o painel sobre o Tabelionato de Notas, abordando palestras sobre a Gestão de Serventias e o Regime Jurídico da Atividade. Ao final do encontro, fundou-se o Colégio Notarial do Brasil – Seccional Bahia, que já conta com sua Diretoria eleita.

“Tenho orgulho de participar deste dia

CNB-CF apoia integralmente o renascimento do notariado na BahiaDesde a outorga de delegações, passando pela fundação da Seccional da Bahia até os cursos de qualificação, notariado brasileiro esteve lado a lado do Tabelionato baiano

Treinamento e capacitação para os novos notários do Estado da Bahia foram um marco da atual gestão da entidade

Bahia

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histórico e carrego a certeza de que a tão almejada privatiza-ção dos serviços extrajudiciais será um marco para a socie-dade baiana”, enalteceu o desembargador Antônio Pessoa Cardoso, então Corregedor Geral das Comarcas do Interior do Estado da Bahia.

“Para nós foi um sonho que se tornou realidade, uma luta que muitos começaram há 15 anos e que poucos chegaram para vê-la sendo vencida”, disse Ivanise Pinto Varela, Tabeliã do 6° Ofício de Notas de Salvador. “Ao mesmo tempo em que há muita felicidade no ar, existe também um sentimento de apreensão, pois uma nova história está sendo iniciada e o foco é, e sempre deverá ser, bem servir a população da Bahia, que já sofreu demais”, disse Conceição Gaspar, Tabeliã do 12° Ofício de Notas de Salvador.

O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, saudou os novos notários e registradores e os conclamou “a quebrar paradigmas, assumirem com alma e coração suas novas condições de delegatários de um serviço público em caráter privado, e se capacitarem para oferecer à população baiana um serviço de alta qualidade que será modelo a todo o Brasil, confirmando a excelência do modelo extrajudicial já pratica-do em todo o Brasil”.

A Bahia conta com 1.439 cartórios extrajudiciais, dos quais mais da metade se encontram vagos. Ao todo, 156 delegatá-rios fizeram a opção por assumir os serviços privados, mas apenas 139 apresentaram a documentação exigida pelo TJ--BA. Os demais optaram por permanecerem vinculados ao Estado. Segundo a assessoria do TJ-BA, ainda neste ano será divulgado o edital do concurso para todas as serventias va-gas, inclusive àquelas cujos titulares optaram por permane-cerem vinculados ao Poder Público. Estes serão remanejados para outras funções dentro do Poder Judiciário baiano.

Acesse o site http://cnbbahia.blogspot.com e fique por den-tro da evolução do notariado privatizado no Estado da Bahia

Bahia

Reunião na Corregedoria da Justiça do Estado da Bahia para apresentação da CENSEC e desenvolvimento do projeto de apoio aos cartórios do Estado

A população do interior do Estado da Bahia ainda tem que lidar com a dualidade na prestação de serviços: à esquerda o serviço estatizado, à direita o seviço privatizado

Para nós foi um sonho que se tornou realidade, uma

luta que muitos começaram há 15 anos e que poucos

chegaram para vê-la sendo vencida,,,,

Ivanise Pinto Varela, Tabeliã do 6° Ofício de

Notas de Salvador

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As diferenças dos efeitos da privatização dos serviços: à esquerda, os cartórios ainda estatizados na Capital – à direita os cartórios do novo modelo privatizado

Modelo Privatizado Modelo Estatizado

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Teresina (PI) – Os notários brasileiros consolidaram sua contribuição com o Projeto Apoie um Cartório, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – Por-taria n° 60, ao participarem e palestrarem na apresentação do Código de Normas e Procedimentos para os Cartórios Extraju-diciais do Estado do Piauí, lançado oficial-mente em Teresina (PI) pela Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Piauí (CGJ-PI).

Um dos responsáveis pela coordena-ção do desenvolvimento da normatiza-ção a ser aplicada pela atividade notarial piauiense, não obstante a proposta origi-nária não tenha sido integralmente acolhi-da pela Egrégia Corregedoria Geral da Jus-tiça daquele Estado, o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) esteve representado por seu presidente Ubiratan Guimarães, pelo notário paulista Olavo Pi-res de Camargo Filho, e pelo assessor jurí-dico da entidade, Rafael Depieri.

Realizado na sede da Ordem dos Advo-gados do Brasil – Seção Piauí (OAB-PI), o evento contou com a presença de repre-sentantes dos Poderes Judiciário, Executi-vo e Legislativo do Estado, além de notá-rios e registradores de todos os municípios do Estado do Piauí. Coube ao Corregedor Geral do Estado do Piauí, desembargador Francisco Antônio Paes Landim Filho abrir o evento e destacar a importância das nor-mas para a atividade extrajudicial no Esta-do do Piauí.

“Este trabalho é um agrupamento de forças de várias esferas, do Poder Judiciário por meio da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Piauí, do Conselho Nacional de Justiça, das associações de classe e dos notários e registradores, pois trata-se de um marco civil para o sistema cartorário piauiense, uma política pública estadual estruturante que permitirá uma maior es-truturação dos serviços à população e aos

órgãos públicos nas esferas estaduais e fe-derais”, disse o desembargador.

Entre os maiores problemas citados no sistema extrajudicial do Piauí estão os relacionados à regularização fundiária, conflitos demarcatórios e ausência de con-dições mínimas para a prestação do ser-viço público delegado. “Realizamos uma inspeção em todos os cartórios do Piauí e a situação era precária, necessitávamos de apoio e troca de experiências exitosas para que o sistema voltasse a oferecer seguran-ça jurídica para o processo econômico e social no Estado”, disse Landim.

Para o presidente do CNB-CF, Ubira-tan Guimarães, que compôs a mesa que conduziu o lançamento do compêndio “as normas são um marco divisório para a atividade notarial no Estado do Piauí e, aliadas à atuação prática do notário no dia a dia, serão aperfeiçoadas para que se tornem um efetivo referencial para o bom

CNB-CF integra Projeto Apoie um Cartório do CNJ no Estado do PiauíEntidade apresentou normas de serviço em evento em Teresina (PI) e contribuiu para o desenvolvimento do notariado piauiense

Piauí

As normas são um marco divisório para a atividade

notarial no Estado do Piauí e, aliadas à atuação prática

do notário no dia a dia, serão aperfeiçoadas para que se tornem um efetivo

referencial para o bom atendimento das demandas

da sociedade piauiense,,,,

Ubiratan Guimarães, presidente do CNB-CF

Evento reuniu notários e registradores do Estado do Piauí para prestigiarem o lançamento das normas de serviço no Estado

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O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães (dir.), ao lado do desembargador Francisco Antônio Paes Landim Filho, Corregedor Geral da Justiça do Estado do Piauí

Realizamos uma inspeção em todos os cartórios

do Piauí e a situação era precária, necessitávamos de apoio e troca de experiências

exitosas para que o sistema voltasse a oferecer

segurança jurídica para o processo econômico

e social no Estado,,,,

desembargador Francisco Antônio Paes Landim

Filho, Corregedor Geral da Justiça do Estado do Piauí

atendimento das demandas da sociedade piauiense”, afirmou. “Além disso, coloca-mos o CNB-CF à disposição do notariado do Piauí para que possamos promover Simpósios, cursos e eventos no Estado, além de regularizarmos a representação com a Seccional do Piauí do CNB, que de-verá coordenar todas as demandas que venham a surgir relacionadas à atividade notarial”, destacou.

A inspeção do CNJ, aliada ao relatório de visitas das CGJ-PI deu subsídios à comis-são constituída para o Projeto Apoie um Cartório dar início aos seus trabalhos, cujo primeiro passo é a entrega das normas. “Estas normas por si só não garantem uma melhoria do sistema, é preciso repensar as bases da atividade extrajudicial no Esta-do, tornar as unidades auto sustentáveis de forma a prestarem um serviço jurídico imparcial, sem estarem sujeitas à pressões e intempéries”, disse Flauzilino Araújo dos Santos, presidente da Associação de Regis-tradores Imobiliários de São Paulo (Arisp) e coordenador do projeto pelo CNJ.

O Projeto Apoie um Cartório consiste ainda da criação de uma força tarefa para as serventias extrajudiciais do Estado, cria-ção de cadernos, roteiros e cartilhas, infor-matização e integração eletrônica das ser-

ventias e a execução de palestras e cursos de capacitação para os registradores.

Os palestrantes indicados pelo CNB-CF foram à mesa de apresentações para de-bater as normas de serviço relacionadas à atividade notarial, em apresentação que

Integrantes do Projeto Apoie um Cartório durante cerimônia de lançamento das normas de serviço no Estado

contou com ampla participação dos notá-rios piauienses que esclareceram diversas dúvidas a respeito da nova normatização, em apresentação do Tabelião de Notas Olavo Pires de Camargo Filho, e do asses-sor jurídico do CNB, Rafael Depieri.

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Nacional

Canela (RS) – Sob a presidência do notá-rio Ubiratan Guimarães, Tabeliães de No-tas de todo o País, autoridades do Poder Ju-diciário e representantes internacionais do notariado se reuniram-se entre os dias 2 e 4 de agosto de 2011, na cidade de Canela (RS) para a realização do XVII Congresso Nota-rial Brasileiro, promovido pelo Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB--CF) em parceria com a Seccional do Rio Grande do Sul (CNB-RS) e com o apoio das demais Seccionais da entidade nacional.

Durante os três dias de evento, temas como conciliação, arbitragem e mediação;, alienação fiduciária de bem imóvel;, ata notarial;, sucessão do cônjuge e do compa-nheiro e publicidade notarial foram abor-dados em palestras ministradas por impor-tantes juristas brasileiros, representantes

do Poder Judiciário e notários especializa-dos na teoria e prática dos instrumentos garantidores da prevenção de litígios e da segurança dos negócios jurídicos.

Ao lado de nomes como os do presiden-te da União Internacional do Notariado (UINL), o francês Jean-Paul Decórps, do presidente da Junta de Decanos dos Co-légios Notariais do Peru, Francisco Javier Villavicencio Cárdenas, representantes do notariado de 14 Estados da Federação estiveram reunidos na aconchegante ca-pital da Serra Gaúcha, com direito a atra-ções artísticas gauchescas, jantar ao som musical dos anos dourados e o evento de pré-lançamento da obra “Prudência Nota-rial”, escrita pelo desembargador do Tri-bunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Ricardo Henry Marques Dip.

Representantes das principais enti-dades nacionais e do Rio Grande do Sul prestigiaram a cerimônia que abriu os trabalhos do XVII Congresso Notarial Bra-sileiro. Um vídeo gravado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, e um pronunciamento do juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, José Marcelo Tossi Silva, que no ato repre-sentou a Corregedora Nacionala da Justi-ça, Ministra Eliana Calmon, antecederam o chamamento do presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, para a necessidade “de que os notários aqueçam o relaciona-mento com a sociedade”, como forma de demonstrar a cada vez mais vital atuação dos Tabeliães de Notas na garantia de di-reitos ao cidadão.

“A função social do Tabelião de Notas, tema principal deste evento, reflete a ní-tida orientação da atividade para aquele que é seu principal fim: garantir os di-reitos do cidadão brasileiro”, afirmou. Coube ao presidente da UINL, Jean-Paul Decórps ministrar a palestra de abertura do evento, onde destacou a influência do direito continental, a valorização do papel da União Internacional e importância da evolução deontológica da profissão.

“Sem valor agregado é impossível so-breviver por muito tempo”, disse Decórps ao falar sobre a importância do tema principal do evento “A Função Social do Tabelião”. “Me impressionou muito a atu-alidade dos temas debatidos neste even-to nacional brasileiro, pois se tratam dos principais assuntos debatidos nos países cujos notariados se encontram no mais alto nível de preparo”, destacou.

XVII Congresso Brasileiro reúne notários de todo o País no Rio Grande do SulTabeliães de Notas e Protestos de todo o País juntaram-se a Autoridades dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo em evento que contou com a participação do presidente da União Internacional do Notariado (UINL), Jean-Paul Decórps

Cerca de 300 pessoas compareceram à abertura do XVII Congresso Notarial Brasileiro

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Direto de Marselha (França), o presidente da União Internacional do Notariado (UINL), Jean-Paul Decórps, palestrou na abertura do evento

O juiz auxiliar do CNJ, Marcelo Tossi, representou a Corregedora Nacional de Justiça. Evento também contou com depoimento do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo

O advogado, Francisco José Cahali, falou sobre a possibilidade de atuação notarial nas jurisdições de arbitragem e mediação

O desembargador do TJ-SP, Ricardo Henry Marques Dip, aborda o tema Publicidade Notarial durante o Congresso Notarial Brasileiro

A mesa de autoridades que coordenou a abertura do XVII Congresso Notarial Brasileiro na cidade de Canela (RS)

Rolf Madaleno (esq.) e Zeno Veloso debateram a sucessão do companheiro e provocou intensa manifestação da plateia presente ao evento

Papel do notário na arbitragem e mediaçãoO segundo dia de apresentações teve a

apresentação do advogado e jurista pau-lista Francisco José Cahali, que abordou o tema “Conciliação, mediação e arbitragem por escritura pública”, debatendo a dife-rença entre estes institutos e a participa-ção do notariado em sua execução.

“O assunto é muito atual e está na mesa dos principais notariados mundiais. Notá-rios da Alemanha, da Bélgica, da Áustria e da França já atuam como mediadores e o que se discute é uma legislação europeia que confira esta atribuição ao notariado dos demais países do bloco”, disse Decórps.

Para Cahali, a atuação notarial como mediador poderia se dar dentro do contex-to da Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que instituiu a mediação como um serviço público prestado pelo Ju-diciário “que não tem estrutura para agir nesta seara”, disse Cahali. “A questão de emolumentos teria que ser equalizada, pois o custo da mediação e algumas adap-tações jurídicas teriam que ser feitas”, dis-se o palestrante.

O período da tarde do segundo dia do XVII Congresso Notarial Brasileiro debateu

dois importantes instrumentos notariais: a escritura pública de alienação fiduciária e a ata notarial. Carlos Fernando Brasil Cha-ves, notário na cidade de Campinas (SP), palestrou sobre o tema “Escritura Pública de alienação fiduciária de bem imóvel”, enquanto o presidente da Seccional do Rio Grande do Sul do Colégio Notarial do Brasil (CNB-RS), Luiz Carlos Weizenmann, falou sobre o tema “Ata Notarial como meio de prova”.

Publicidade Notarial

Em uma palestra memorável, o de-sembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Ricardo Hen-ry Marques Dip, abordou o tema “Publi-cidade Notarial”, quando falou sobre o papel do notariado como guardião da consciência e da verdade, em uma so-ciedade onde os interesses de momento determinam a conveniência do que é re-almente justo e correto, concluindo que cabe aos notários, “custódios das liberda-des concretas do cidadão, reafirmarem o vigoroso papel de sua tradição histórica, embasada na ciência, na experiência e na consciência moral, a fim de decidir pru-

dentemente em prol do bem comum”.O embate entre segurança jurídica e

economia versus autonomia e a dignida-de do homem se colocou como pano de fundo para a relativização do termo publi-cidade notarial, dotado de vários significa-dos, mas que se tornou senso comum no debate sobre a emissão dos documentos notariais. “A publicidade notarial está rela-cionada a uma série de ações e atividades dos notários, tais como a investidura em um serviço público delegado, de documen-tabilidade, expressividade e compreensi-bilidade, em vista de um bem comum, co-nhecido como res publica”, afirmou.

Debate acadêmico sobre Sucessão

O tema “A Sucessão do cônjuge e do companheiro” foi o escolhido para fechar os debates que reuniu notários de todo o Brasil na cidade de Canela (RS). Os juristas Zeno Veloso, Tabelião de Notas em Belém (PA), e Rolf Madaleno, um dos principais nomes do atual cenário jurídico brasileiro, abordaram o polêmico tema no evento organizado pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB-CF), em parceria com suas Seccionais estaduais.

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Nacional

Itapema (SC) – Notários de todo o Bra-sil se reuniram entre os dias 1 e 3 de maio na cidade de Itapema, em Santa Catarina, para a realização do XVIII Congresso Nota-rial Brasileiro, evento promovido pelo Con-selho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), em parceria com a Seccional de Santa Catarina (CNB-SC) e as demais Sec-cionais, e que marcou os debates sobre os “Novos Rumos” do notariado brasileiro e promoveu discussões do mais alto nível so-bre os temas atuais da atividade, contando com a participação de renomados pales-trantes e representantes de 24 Estados da Federação, tornando-se um dos mais representativos Congressos da história.

Entre os temas debatidos no encontro estiveram os assuntos relacionados à par-ticipação do notário nos processos de regu-larização fundiária urbana e rural, a função socioeconômica do notariado, a responsa-bilidade civil do notário, as diretivas anteci-padas de vontade e o notário e as novas tec-nologias, assuntos que provocaram ampla participação dos congressistas e promo-verão reformas estruturais na atividade, integrando a atividade notarial às novas tecnologias e às novas demandas sociais.

Para o presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, o XVIII Congresso Notarial Brasileiro representou um marco para a atividade no Brasil. “É muito importante a representatividade que presenciamos nes-te congresso, não obstante ainda precise-mos combater a apatia que ainda toma conta de grande parte dos nossos notários. Este é um evento do notariado e para o no-tariado brasileiro e esperamos – cada vez mais – a participação da maior parte dos

XVIII Congresso Notarial debate novos rumos para o notariado brasileiroCom representação de 24 Estados brasileiros, evento nacional em Itapema (SC) entra para a história da atividade notarial e debate a instituição de um Código Notarial brasileiro

Auditório repleto marca a abertura do XVIII Congresso Notarial Brasileiro na cidade de Itapema (SC)

A mesa de abertura que coordenou os trabalhos no primeiro dia do XVIII Congresso Notarial Brasileiro

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tabeliães de todo o país. Estou muito feliz pelos resultados deste nosso encontro.”

Em seguida, o desembargador do Tribu-nal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ--SP), Ricardo Henry Marques Dip promo-veu uma memorável Palestra Magna. Ao abordar o tema “Notariado: A Necessidade de um Código”. Aplaudido de pé por mais de cinco minutos, o palestrante destacou o contexto histórico do surgimento do no-tariado.

Para o magistrado é preciso “um Código do Notariado latino brasileiro que estimu-le o interesse pelo autônomo segmento do Direito Notarial, que permita definir e aco-lher em preceitos, de maneira expressiva, os temas nucleares da atuação notarial, tais os que dizem, à partida, com a verda-de, a legalidade e a profissionalidade, e, na sequência, de modo articulado, progressi-vo e em conformação com nossa realidade histórica e circundante, outros muitos as-pectos da função dos notários”, disse.

Importância da atuaçãonotarial é destaque

Quatro importantes temas foram deba-tidos no segundo dia de palestras. “O pa-pel do notário na regularização fundiária”, “Buscando felicidade em tempos de mu-dança”, “A centralização nacional dos atos de protesto” e “A função socioeconômica do notariado”, abriram as apresentações do evento promovido pelo Conselho Fede-ral do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) em parceria com Seccional de Santa Cata-rina (CNB-SC) e as demais Seccionais.

Coube ao professor e advogado paulista Celso Fernandes Campilongo para debater “A função socioeconômica do notariado”. Autor de um profundo estudo sobre o tema que será editado pelo Colégio Notarial do Brasil, o palestrante afirmou que buscaria identificar o papel do notário na sociedade

com base em quatro pontos: procedência, eficiência econômica, confiança e trata-mento da informação. Segundo o profes-sor, a atuação do notário, profissional que se encontra na esfera do Poder Judiciário, marca a diferença entre o legal e o ilegal, e que sua atuação é marcada pela indepen-dência, característica que o permite estar imune à influência da economia.

Novos Rumos do notariado

Fechando o XVIII Congresso Notarial Brasileiro, o terceiro dia do evento reali-zado na cidade de Itapema, em Santa Ca-tarina, levou temas polêmicos ao palco do auditório do hotel Plaza Itapema e deba-teu “A Responsabilidade Civil do Notário”, “As Diretivas Antecipadas de Vontade”, “O notário e as novas tecnologias” e “A natu-reza e os limites das normas Judiciárias do Serviço Extrajudicial”.

Coube ao autor da palestra magna do evento, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ricardo Henry Marques Dip, retornar ao palco para abordar os limites das normas que coorde-nam a atuação de notários e registradores. Inicialmente, o desembargador destacou a importância da atuação das Corregedorias e as necessidades de normas que balizem a prestação de serviço público, assim como a necessária fiscalização que cabe ao Poder Judiciário.

O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Gabriel Zéfiro subiu ao palco acompanhado pelos presidentes das Seccionais Rio de Janeiro, Celso Belmiro, e Minas Gerais, Walquíria Rabelo, para debater o tema “Responsa-bilidade Civil do Notário”. Abordando a realidade fluminense, “onde se estruturou uma indústria do dano moral”, o magistra-do conclamou os notários a se engajarem em um verdadeiro debate jurídico e legis-

lativo sobre o tema e defendeu a responsa-bilidade subjetiva da atividade notarial nos processos indenizatórios.

As Diretivas Antecipadas de Vontade

Tema mais do que atual, “As Diretivas Antecipadas de Vontade”, foi objeto de exposição do bastonário da Ordem dos Notários de Portugal, João Maia Rodrigues, que esteve ao lado do vice-presidente do CNB-CF, Luiz Carlos Weizenmann, da Ta-beliã fluminense Edyanne Moura da Frota Cordeiro, e do médico Carlos Vital Corrêa Lima, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Ao abordar o recente papel do notário na formalização dos Instrumentos de Plane-jamento da Velhice e da Doença, mediante a aprovação da Lei nº 25/2012 em Portugal, que regulariza as diretivas antecipadas da vontade, designadamente sob a forma de testamento vital e a nomeação de procu-rador de cuidados de saúde, o bastonário da Ordem dos Notários de Portugal, João Maia Rodrigues, deu início aos debates so-bre o tema.

Em uma manifestação bastante serena, o médico Carlos Vital Corrêa Lima, vice--presidente do Conselho Federal de Medi-cina (CFM), falou sobre o “direito de viver a própria vida e o direito de morrer a própria morte”. “Medicina e Direito são ciências das mais antigas, que se entrelaçam e se com-pletam”, disse o médico. “As manifestações de vontade perante os notários são reco-mendáveis e serão bem recebidas pelos médicos como sinônimo de segurança ju-rídica e prevenção de litígios, mas exigir de uma sociedade onde inúmeras pessoas mal chegam a ser registradas, a ter uma certi-dão de nascimento, a utilização de recursos que às vezes não existem para se exercer um direito ético e médico não poderia caber na resolução do CFM”, afirmou.

O Corregedor Geral da Justiça de Santa Catarina, Vanderlei Romer (esq.), o presidente do CNB-SC, Sérgio Margarida, o desembargador do TJ-SP, Ricardo Dip, e o presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães (dir.)

Apresentação do bastonário da Ordem dos Notários de Portugal, João Maia Rodrigues, contextualizou todos os aspectos da regulamentação legislativa portuguesa sobre o tema

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A constante migração dos serviços ex-trajudiciais para o mundo digital se tor-nou um fenômeno inevitável para a ativi-dade notarial. Diante de tamanho desafio, o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), em parceria com as suas Seccionais, optou por investir de forma contundente na certificação, tornando a atividade protagonista da mutação docu-mental da sociedade moderna.

Por meio de um trabalho, inicialmente capitaneado pelo ex-presidente da Sec-cional de São Paulo, Paulo Tupinambá Vampré, foi fundada a Autoridade Cer-tificadora Notarial (AC Notarial), na qual

estariam vinculados as Autoridades de Registro (Ar’s) – representadas pelas Sec-cionais – e, abaixo destas, os cartórios, autorizados a atuarem como Instalações Técnicas (IT’s), atuando na validação pre-sencial dos certificados digitais de pesso-as físicas e jurídicas.

A prática da validação presencial de certificados digitais por Tabelionatos de Notas foi permitida pela Medida Provisó-ria 2.200/2001 e reforça a atribuição nota-rial de identificação das partes na prática de atos jurídicos. “O notariado brasileiro tem investido forte na certificação digital, assumindo o protagonismo desta atri-

buição que é inerente ao serviço notarial, treinado e especializado na identificação de pessoas”, explica o presidente do CNB--CF, Ubiratan Guimarães. “Precisamos formar uma rede que represente a capi-laridade do notariado em todo o País e a adesão dos notários da Bahia, que estão ingressando agora no serviço privatizado, será de grande importância para a AC No-tarial”, disse Patrícia Paiva, consultora da AC Notarial.

E a rede vem se formando rapidamente. Mais de 80 cartórios, distribuídos pelos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará,

Tabelionatos assumem protagonismo na emissão de Certificados DigitaisMais de 80 notários já atuam como postos de validação presencial de documentos eletrônicos em 10 Estados brasileiros

Tabeliãs de Notas do Estado da Bahia aderiram à AC Notarial e passaram a oferecer um novo serviço à população baiana

A consultora Patrícia Paiva explica os detalhes necessários para que os notários atuem como Instalações Técnicas vinculadas à AC Notarial

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Passo a Passo 1. Envio da documentação legal (os documentos deverão

ser enviados, em formato digitalizado – arquivo jpeg – para o email do Parceiro de Suporte Técnico que venha ser contratado:1.1. Cópia do ato de outorga da delegação; 1.2. Documento de identificação do representante legal (CPF e RG ou CNH); 1.3. CNPJ (Comprovante da Inscrição e Situação Cadastral na Receita Federal).

2. Informar ao PST sobre:

2.1. Qualificação civil do titular do cartório para elaboração do contrato;

2.2. Endereço de e-mail que constará no contrato, para o qual serão encaminhadas as notificações da AC e demais órgãos da ICP-Brasil;2.3. Telefones para contato; 2.4. Nome completo, RG, CPF e endereço de e-mail dos funcionários que desempenharão a função de Agente de Registro;

Paraíba, Pernambuco, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, já atu-am como postos de validação presencial de documentos eletrônicos, ao mesmo tempo em que preparam suas equipes para prestar serviço no mundo interco-nectado, familiarizando-os com os novos instrumentos de assinaturas digitais e documentos eletrônicos.

“Estamos motivados e prontos para assumir este novo serviço, que está sen-do muito solicitado pela sociedade e para o qual o notário já tem uma atribuição natural para praticá-lo, que é a identifi-cação de pessoas”, disse Conceição Gas-

par, Tabeliã de Notas do 12° Ofícios de Salvador. “Já reservei um espaço em meu cartório para este novo serviço e agora é só finalizar a documentação para que possamos validar os certificados”, disse Ivanise Pinto Varela, Tabeliã do 6° Ofício de Salvador.

De acordo com a Resolução n° 67 da ICP-Brasil, qualquer cartório poderá atua-rá como Instalação Técnica (IT), prestando os serviços de validação presencial e iden-tificação de requerentes de certificados digitais, conferência de documentos e au-torização para emissão de certificados na hierarquia da AC Notarial.

Os cartórios vinculados à AR CNB-CF/AC Notarial estarão aptos a emitir certifi-cados em outras hierarquias de AC’s par-ceiras: AC BR RFB, AC NOTARIAL RFB, AC Certisign RFB, AC Certisign Múltipla, AC Certisign JUS, AC OAB.

Para que o cartório possa se habili-tar para este atendimento, algumas providências são necessárias: preparar documentação habilitação jurídica (do cartório, do titular e dos funcionários que atuarão como agentes de registros), preparar ambiente físico (local) e lógico (computadores, multifuncional), e reali-zar a vistoria prévia.

Saiba como tornar seu Tabelionato um posto de emissão de Certificados Digitais

2.5. Dados da pessoa que atuará como Contato Operacional na IT (nome, telefone e endereço de e-mail).2.6. Se o Titular do cartório já possui certificado digital,

bem como os futuros Agentes de Registro;2.7. Horário de funcionamento do cartório, ou que se pretende prestar atendimento como Instalação Técnica.

3. Com base nas informações prestadas, o PST contratado realizará:

• Preenchimento dos formulários e termos necessários;• Adequação do ambiente físico e lógico, incluindo configuração do(s) computador (es);• Elaboração da topologia de rede;• Realização da vistoria prévia.

Verifique a lista completa de empresas habilitadas a atuarem como Parceiros de Suporte Técnico (PST) no site http://www.acnotarial.com.br/PST.php .

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São Paulo

A frutífera parceria entre o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB--CF), a Seccional do Estado de São Paulo (CNB-SP) e a Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo (CGJ-SP), sob a ges-tão do desembargador José Renato Nalini, têm possibilitado substanciais para a ativi-dade notarial, causando reflexos em todos os demais Estados da Federação.

Em sua última grande inovação, reali-zada em novembro de 2013, foi lançado o sistema de protocolo eletrônico de títulos. Com esse novo instrumento, os Tabeliães de Notas poderão encaminhar escrituras públicas aos oficiais de registro de imóveis através da Central de Serviços Eletrôni-cos Compartilhados dos Registradores de Imóveis. O novo serviço trará celeridade e diversos benefícios aos cidadãos que não mais precisarão levar documentos físicos dos tabelionatos de notas até os cartórios de registro de imóveis.

CGJ-SP inova e possibilita atuação eletrônica da atividade notarialMediação em cartórios, cartas de sentença, participação no procedimento de dúvida e inovações em meio eletrônico afirmam valorização da atividade notarial no Estado de São Paulo

“Em uma cidade como São Paulo, onde moram 21 milhões de pessoas, elas vão poder comparecer apenas ao Tabelionato para lavrar sua escritura, e o próprio Tabe-lião encaminhará para a central de proto-colo eletrônico esse título. O registrador vai receber e praticar o registro sem neces-sidade do deslocamento físico do interes-sado. Mais tarde, nós poderemos fazer até com que a escritura seja também eletrôni-ca, sem a necessidade do comparecimento das partes no cartório. Isso vai demorar um pouco mais, mas estamos no caminho”, declarou José Renato Nalini.

Pouco antes, em julho deste mesmo ano, a CGJ-SP editou o Provimento n° 22, regulamentando a materialização e a desmaterialização de documentos como atividade dos Tabeliães de Notas e regis-tradores civis de pessoas naturais com atribuição notarial.

Considerando a crescente necessi-

dade de migração de documentos em papel para documentos eletrônicos, e vice-versa, e a necessidade de que tais documentos revistam-se de atributos que lhes deem confiabilidade, a Correge-doria bandeirante determinou que tais documentos deverão ser assinados com emprego de certificado digital, no padrão ICP-Brasil, necessariamente, por meio da “Central Notarial de Autenticação Digital” (CENAD), módulo de serviço da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compar-tilhados (CENSEC).

Por fim, a CGJ-SP criou dois grupos de estudos voltados ao trabalho em torno dos documentos eletrônicos no serviço notarial: o primeiro destinado a estudar a interligação entre os documentos nota-riais em meio eletrônico e as demais es-pecialidades, e o segundo para tratar da manutenção dos arquivos de segurança dos cartórios.

Representantes de notários e registradores durante lançamento do protocolo eletrônico que permitirá o envio de escrituras eletronicamente para o Registro de Imóveis

O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães (dir.) ao lado do Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, desembargador José Renato Nalini (esq.)

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O ano de 2012 reservou à atividade notarial brasileira uma das maiores conquistas de toda a sua história. Por meio do Provimento n° 18 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi instituída a Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC), admi-nistrada pelo Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil, que reúne informações sobre atos lavrados pelos cartórios de notas de todo o País.

Desde dia 2 de janeiro de 2013, Tabeliães de Notas e Oficiais de registro que pratiquem atos notariais estão obrigados a registrar no sistema todos os atos referentes a testamentos, separações, di-vórcios, inventários, escrituras e procurações públicas que venham a ser registrados nos cartórios. Já participam do sistema 8.200 Ta-belionatos, com adimplência acima de 40%.

Até o fechamento desta edição, a primeira central nacional de dados administrada pelos próprios cartórios computava um total de 6.291.000 atos da Central de Escrituras e Procurações (CEP), 206.276 atos da Central de Escrituras de Separações, Divórcios e Inventários (CESDI), 94.369 atos do Registro Central de Testamen-tos Online (RCT-O) e 14.801 sinais públicos cadastrados na CNSIP.

CENSEC: a redenção do notariado brasileiroUm ano após sua efetiva implantação, CENSEC interliga Tabelionatos de todo o Brasil, aproxima atividade do Judiciário e se consolida como a primeira central nacional administrada pela atividade extrajudicial no País

Diretores do CNB-CF ao lado da ministra Eliana Calmon durante a assinatura do Provimento que institui a CENSEC

A ministra Eliana Calmon, então Corregedora Nacional de Justiça, assina o Provimento n° 18 do CNJ, que instituiu a CENSEC administrada pelo CNB-CF

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AMPA

APRR

RO

MT

MS

RS

SC

PR

SP

MG

BA

ES

RJ

TO

GO

DF

MA

PI

CE RNPB

PEAL

SEAC

Inadimplência no RCTO – em %

0 30 60 80 90 100

Situação de cada estado em relação ao envio de informações para a CENSEC. Novembro/2013Adimplência média: 40%

CARTÓRIOS DE NOTAS PRÉ CADASTRADOS

ADIMPLÊNCIA

USUÁRIOS ATIVOS

SINAIS PÚBLICOS CADASTRADOS

ATOS DA RCTO (TESTAMENTO)

ATOS DA CESDI

ATOS DA CEP

30/10/13

8.200

40%

24.715

14.801

94.369

206.276

6.291.000

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CENSEC apresentada de Norte a Sul do Brasil

Da esq. p/ a dir.: o Tabelião Luis Alberto Degani de Oliveira, o presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, o juiz auxiliar da CGJ-MS, César Castlho Marques e o Tabelião de Notas de Campo Grande-MS, Fábio Zonta Pereira

Convênio assinado com o TJ-PR, através do Corregedor Geral, Lauro Augusto Fabrício de Mello, que transferiu a consulta de testamentos no Estado para o CNB-CF

O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, ao lado dos Corregedores da Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, desembargador Vivaldo Pinheiro (centro), e do Estado do Paraná, desembargador Eugênio Achille Grandinetti (dir.)

Reunião na sede do CNB-SP para apresentar o sistema da CENSEC aos presidentes das Seccionais do Colégio Notarial do Brasil

O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães destaca os objetivos da instituição da Central Notarial, bem como a facilidade de acesso dos órgãos públicos, notadamente do Poder Judiciário, à consulta de informações existentes na Central. “A criação desta central possibilitará ao Poder Judi-ciário ter acesso rápido e eficaz a informações de negócios jurídicos, possibilitando um combate ainda mais efetivo aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, uma antiga solicitação dos membros da Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro)”, apontou.

O objetivo principal da iniciativa, encampada pela minis-tra Eliana Calmon, é interligar eletronicamente todos os Tabelionatos de Notas brasileiros, além de criar uma base de dados nacional com estas informações para que o Poder Judiciário, o Ministério Público e órgãos investigativos, como a Polícia Federal, tenham acesso facilitado a atos praticados por possíveis investigados em crimes como lavagem de di-nheiro, corrupção e evasão fiscal.

O Provimento é fruto de uma parceria entre a Corregedo-ria Nacional de Justiça e o Colégio Notarial do Brasil, firmada em agosto de 2012, baseada na experiência da Seccional de São Paulo, que já possuía um sistema que reunia os dados de atos lavrados por 1.085 cartórios de notas de São Paulo. A parceria entre Corregedoria e o Colégio Notarial do Brasil determinou a expansão do sistema a todo o país e a inte-gração de todos os tabeliães de notas e oficiais de registro à nova CENSEC.

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Ubiratan Guimarães detalha o funcionamento da CENSEC aos desembargadores do Estado da Paraíba, Romero Marcelo da Fonseca (vice-presidente) e Márvio Murilo da Cunha Ramos (corregedor), observado pelo presidente do CNB-PB, Sérgio Albuquerque

Em Minas Gerais, encontro com o Corregedor do Estado, desembargador Luiz Audebert Delage Filho, acompanhado da diretoria do CNB-MG

Reunião com a presidente do TJ-TO, desembargadora Angela Prudente, em mais uma apresentação sobre a CENSEC no Estado do Tocantins

Reunião com o presidente do CNB-SC, Sérgio Margarida, o desembargador do TJ-SP, Ricardo Dip, e o Corregedor Geral da Justiça do Estado de Santa Catarina, desembargador Vanderlei Romer (esq.)

Reunião sobre a CENSEC com a Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

O Corregedor do Estado do Amazonas, desembargador Yedo Simões (esq.), ao lado da presidente do CNB-AM, Ana Fátima de Abreu Chagas, e do presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães

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Cartagena de Indias (Colômbia) - Entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro de 2012 o Colégio Notarial do Brasil – Con-selho Federal (CNB-CF) e o Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB-SP) par-ticiparam da Assembleia de Notariados Membros da União Internacional do Nota-riado (UINL), que ocorreu conjuntamente com a Reunião do Conselho de Direção da entidade e o I Congresso Nacional do No-tariado Colombiano, no hotel Las Ameri-cas, na cidade de Cartagena de Índias, na Colômbia.

Representando o notariado brasileiro estiveram presentes o presidente do CNB--CF, Ubiratan Pereira Guimarães, o presi-dente do CNB-SP, Mateus Brandão Macha-do, o ex-presidente do Conselho Federal e atual vice-presidente da UINL, José Flávio Bueno Fischer, além dos notários Paulo Ro-berto Gaiger Ferreira, de São Paulo, e Edu-ardo Antpack, do Rio Grande do Sul.

Durante os cinco dias de evento, os mais de 150 participantes do evento internacio-nal, representando 56 países, debateram e trabalharam nos principais assuntos da atividade, sistematizados em diversas comissões da UINL, que tratam de temas como Cooperação Notarial Internacio-nal, Estratégia, Comissões Continentais, Vigilância Financeira, Consultoria, Rede Notarial e Escrituras Notariais, Segurança Notarial, Deontologia Notarial, Temas e Congressos e Direitos Humanos.

Já nos dias 2 e 3 de dezembro foram rea-lizados os debates da Assembleia dos No-tariados Membros da UINL onde os repre-sentantes de cada País puderam realizar uma breve apresentação do seu notariado, apontando suas ações, dificuldades, obje-tivos e estratégias para os próximos anos. Segundo o presidente da UINL, Jean-Paul

Decorps, que visitou neste seu primeiro ano de gestão um total de 40 países espa-lhados pelos cinco continentes, “o notaria-do reflete a situação de cada País e de seu respectivo continente”.

“É importante que a atividade notarial contribua decisivamente com a formação de suas bases, com o combate à lavagem de dinheiro, com o estabelecimento de um código de deontologia notarial, além de investir na comunicação”, afirmou. “Pre-cisamos mostrar nossa importância para a sociedade e para isso é preciso se abrir”. Decorps enfatizou ainda a necessidade do estabelecimento da colegiação obrigatória para os notários, além de criar mecanis-mos de apoio aos notariados menos vigo-rosos.

Entre as propostas debatidas pela As-sembleia Geral dos Notariados Membros da UINL, consolidou-se a necessidade de

trabalhar em busca da colegiação obri-gatória nacional, da efetivação de cam-panhas estratégicas de comunicação, da imposição de mecanismos de formação inicial e contínua aos Tabeliães de Notas, criação de um Código de Deontologia No-tarial, respeito à obrigação de imparciali-dade e independência e da instrumentali-zação dos atos.

No âmbito das competências notariais afirmou-se a necessidade de desenvolver os atos notariais em meio eletrônico, adap-tar-se às novas necessidades da sociedade na área de Direito de Família (uniões ho-mossexuais) e Sucessões, aproximar-se do sistema bancário e do mundo empresarial. Coube ao presidente Decorps realizar ain-da a apresentação do projeto da Universi-dade Notarial Mundial de Verão, destinada a oferecer uma formação mundial aos no-vos Tabeliães de Notas.

CNB participa de Assembleia Geral da UINL em Cartagena de ÍndiasNa Colômbia, dirigentes do notariado brasileiro se encontraram com representantes de mais de 56 países e abriram novos caminhos para a participação nacional nos eventos da União Internacional

Internacional

A mesa da diretoria da UINL que coordenou os trabalhos da Assembleia Geral do Notariado Mundial em Cartagena de Índias, na Colômbia

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Temas e DebatesDurante a Assembleia Geral dos Nota-

riados Membros da UINL foram realizadas duas apresentações internacionais. Na primeira delas, o notário francês Pierre Be-cqué, falou sobre “A evolução das compe-tências notariais”, enquanto na segunda, o notário espanhol Pedro Carrión García de Parada falou sobre “Autoridade Pública e o Estatuto do Notário”.

Em sua apresentação, Becqué traçou um panorama geral sobre a perda e o ganho de atribuições notariais nos cinco conti-nentes, enumerando as razões pelas quais muitos notariados enfrentam proble-mas em suas localidades, exemplificando ações que poderiam contribuir para que tais problemas fossem sanados. “Vivemos em uma sociedade muito complexa, que enfrenta problemas sérios na economia dos países desenvolvidos e faz-se urgente a necessidade de nos comunicarmos com o Governo, com a sociedade e com a mídia para mostrarmos que somos úteis”, disse Becqué.

Duas observações pertinentes latentes em sua apresentação foram as ameaças trazidas pela decisão da Corte Europeia de Luxemburgo que se negou a reconhecer aos notários europeus uma função públi-ca, e também a ação permanente do Ban-co Mundial com o objetivo de diminuir as

competências notariais no que se refere às matérias imobiliárias e à redação de esta-tutos de sociedades.

Já a palestra de Pedro Carrión abordou as discrepâncias existentes entre a atua-ção dos notários nos diversos países inte-grantes da UINL, uma vez que em muitos deles os notários atuam como represen-tantes do Estado e advogados ou ainda ocupam cargos no funcionalismo público. Para o enfrentamento destas questões estimulou o investimento na colegiação obrigatória dos notariados nacionais, as-sim como a valorização de uma formação específica e contínua aos integrantes da profissão.

Segundo Carrión, o modelo defendido pela União prevê a definição de números clausus para o notariado nacional, regula-ção jurídica da função, além da prestação de serviços com estrutura e locais adequa-dos para o bom atendimento ao cidadão. “O notário deve adaptar-se ao mundo tec-nológico, tornando-se artesãos do futuro e atendendo as novas demandas da socie-dade neste novo espectro social e familiar em que vivemos”.

Princípios como a independência profis-sional, a livre eleição do notário, a retribui-ção pelo serviço oriunda dos emolumentos cobrados do cidadão e não do governo, a função de assessoramento e aconselha-

mento e o controle disciplinar e ético da profissão são pilares que devem ser apri-morados e defendidos de forma intransi-gente pelos notariados nacionais. Carrión propôs a criação de um selo mundial da UINL para os atos notariais.

Panoramas NacionaisApós as apresentações, os participantes

da Assembleia Geral dos Notariados Mem-bros acompanharam as apresentações in-dividuais de cada um dos representantes dos 56 países que estiveram em Cartagena de Índias. Os vice-presidentes dos cinco continentes também realizaram apresen-tações sobre o panorama das ações em suas regiões. Em seguida, os representan-tes das Comissões Intercontinentais reali-zaram explanações sobre os trabalhos de seus grupos.

Por fim, o presidente da UINL conclamou os representantes nacionais a divulgarem e trabalharem pela participação dos Ta-beliães de seus países no XXVII Congres-so Internacional do Notariado, que será realizado em Lima, no Peru, em 2013. Para este evento foram definidos os temas “Re-flexões do Notariado sobre Direito de Fa-mília e Sucessões frente às novas relações sociais” e “Segurança do mercado imobi-liário: a necessidade de instrumentos de regulação”.

Representantes do notariado brasileiro participam das atividades da UINL soba presidência do francês Jean-Paul Decórps

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Cidade do México (México) – A essencia-lidade da participação da atividade nota-rial no processo de regularização fundiária para combate à pobreza no continente americano e no mundo foi o tema da 2ª Conferência Internacional de Titulação Massiva, promovida pela União Interna-cional do Notariado (UINL) entre os dias 25 e 26 de janeiro deste ano na Cidade do México, na qual o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), repre-sentado por seu presidente, Ubiratan Gui-marães, esteve presente para conhecer as problemáticas e experiências internacio-nais e adaptá-las à realidade nacional.

Presentes em escalas diferentes em todo o mundo – desde a restituição de pro-priedades tomadas pelo narcotráfico na Colômbia até a distribuição de terras equi-tativa na China -, os processos de regulari-zação fundiária que visam à normatização de assentamentos irregulares e a conces-são de posse aos seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, não prescinde da essencial participação do no-tário, capaz de dotar de segurança jurídica os processos de transferência de moradias e posse regularizada das propriedades.

“Acredito que a participação do notário, como agente catalisador das transfor-mações sociais e particularmente, como articulador nos projetos de regularização fundiária confere uma maior segurança e, principalmente, certeza de que o cida-dão beneficiado não será prejudicado fu-turamente”, disse logo na abertura do 6° Seminário de Atualização Fiscal Mexicano, o chefe da Secretaria de Governo do Mé-xico, David Garay Maldonado, que esteve

CNB-CF conhece experiências internacionais de regularização fundiária em evento no MéxicoPresidente do notariado brasileiro, Ubiratan Guimarães, representou o País em evento mundial sobre a contribuição da atividade notarial ao processo de regularização fundiária

Internacional

O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, ao lado de autoridades mexicanas e do presidente da CAA, Alfonso Zermeño Infante (dir.)

Auditório repleto para o evento promovido pela UINL na Cidade do México

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representando o presidente da República Mexicana, Enrique Peña Neto, na abertura do evento que reuniu mais de 1 mil notá-rios mexicanos, além de representantes de diversos países.

Por dois dias de intensos trabalhos, representantes de diversas instituições governamentais de todo o mundo deba-teram problemas como déficit habitacio-nal, meios alternativos para a aquisição e construção de propriedades sustentáveis, regularização de propriedades de popula-ções desfavorecidas e a segurança da pos-se de terras como meio de desenvolvimen-to sustentável para a América e o mundo.

“A participação social do notário nos processos de regularização fundiária é algo incontornável e exemplos como o da Colômbia, do México e do Uruguai são vitais para que os demais países do conti-nente americano e africano, que ainda so-frem com problemas de regularização de posse busquem subsídios para uma forte atuação notarial”, disse o presidente da UINL, Jean-Paul Decórps, ao fazer a abertu-ra do evento internacional.

Para Antonio Aranibar Quiroga, embai-xador da missão permanente da Organi-zação dos Estados Americanos (OEA) no México, a dicotomia entre regularização de propriedades e segurança na posse de terra não pode ser superada por mecanis-mos adaptados, mas sim pela efetiva utili-zação dos instrumentos jurídicos previstos nas legislações de países. “Regularização de propriedades sem segurança jurídica não resolveria os problemas de posse de terras e habitação, mas a atuação simbió-tica de todos os entes públicos existentes, aí incluindo-se o notariado como agente da paz social, é uma solução efetiva e dura-doura para este problema mundial”, disse.

O encontro, que reuniu representan-tes de 53 nações, contou com a presença de diversos órgãos internacionais, entre eles a Organização das Nações Unidas (ONU), Organização dos Estados America-nos (OEA), Banco Mundial, Universidade Ibero-americana, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ONU Habitat, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), além de representantes dos poderes Executivo e Judiciário de países como México, Colôm-bia, Uruguai, Argentina, Espanha e França.

Para o presidente da Comissão de As-suntos Americanos da UINL, Alfonso Zermeño Infante, o evento realizado na Cidade do México sinaliza uma nova fase de integração social do notariado às de-mandas imobiliárias na América Latina. “O notário sempre foi primordial para a regularização imobiliária, mas faltava uma ação mais proativa diante da problemática mundial e este evento, com a participação de diferentes instituições mundiais, si-naliza uma nova ordem para o notariado mundial: mais participativo às demandas sociais que assolam populações e gover-nos em todo o mundo”.

A experiência mexicana, com a aproxi-mação entre entes públicos municipais, estaduais e federais, alto investimento go-vernamental nos projetos de regularização de propriedades, inclusive com a remune-ração integral dos atos notariais e redução de impostos explicitados no programa Jor-nadas Notariais foi destaque em apresen-tações de Emilio Barriga Delgado, secretá-rio de finanças do Distrito Federal, Ignácio Morales Lechuga, presidente do Colégio de Notários do Distrito Federal, Mercedes Araoz Fernandez, representante do BID no México e Ignácio Cabrera Fernández, do

Instituto de Habitação do Distrito Federal mexicano.

Também representantes da OEA no evento e responsável pelos projetos de re-gularização fundiária no continente ameri-cano, o norte-americano Mike Mora defen-de a utilização dos instrumentos jurídicos existentes para a completa regularização das dificuldades existentes na América La-tina. “Soluções parciais ou artifícios jurídi-cos para solução parcial de problemas já se mostraram insuficientes em países como Venezuela, El Salvador, Guatemala e Bolí-via”, diz Mora. “No caso de previsão jurídica da atuação da atividade notarial no pro-cesso de regularização de moradias, esta deve ser incentivada por meio de partici-pação do poder público e disponibilidade dos agentes notariais para a solução das dificuldades de grande parte da população que carece de recursos”, explica.

As problemáticas mundiais como os de-safios territoriais para reciclagem e cadas-tramento do solo urbano e rural, aumento demográfico vertiginoso da população urbana, arquitetura bioclimática e cons-truções sustentáveis, e óbices jurídicos e legislativos para a distribuição de terras no continente americano, juntaram-se experiências locais, como o processo de distribuição de terras na Colômbia, a di-gitalização do cadastro de terras na Costa Rica, os projetos pilotos de reconstrução fundiária no Haiti, brilhantemente expos-to por Remy Sietchiping, da ONU Habitat, e a transição do modelo fundiário no Vietnã, país que acaba de aderir à UINL, exposto em apresentação do decano da Universi-dade de Ho Chi Minh, Ngyen Ngoc Dien.

Na visão do presidente do CNB-CF, essas experiências são valiosas para a efetivação da atuação notarial no processo de regu-larização fundiária em todo o Brasil. “Em nosso País há uma tendência temerária de não se valer da atividade notarial nas discussões que buscam soluções para a regularização fundiária, tratando-se do assunto como se fosse apenas um proble-ma nos registros imobiliários. Entretanto, vimos que na imensa maioria dos países em que se enfrenta com efetividade essa questão de titulação massiva, o notário tem papel fundamental. É o que procura-remos enfatizar e demonstrar doravante com os representantes do Poder Público”, disse Ubiratan Guimarães.

O presidente da União Internacional do Notariado, Jean-Paul Decórps, durante abertura de evento na Cidade do México

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Lima (Peru) - Cerca de 3 mil notários se reuniram em Lima (Peru), entre os dias 9 e 12 de outubro, para participar do XXVII Congresso Internacional do Notariado. O evento, promovido pela União Internacio-nal do Notariado (UINL) debateu os temas “Reflexões sobre o Direito de Família e Su-cessões frente às novas relações sociais” e“Segurança do Mercado Imobiliário e os Instrumentos de Regulação”, além de pro-mover o Fórum Internacional: Desjudiciali-zação dos Conflitos e Litígios nas Relações

Jurídicas, Civis e de Negócios. Antes da abertura oficial do evento, re-

presentantes dos 83 países que compõe a UINL reuniram-se para a Assembleia de Notariados Membros e Reunião do Conselho Geral da entidade, onde ele-geram o novo presidente da entidade, o notário Daniel-Sédar Senghor, do Sene-gal, os vice-presidentes continentais e os presidentes das Comissões Continentais. Também aprovaram a inclusão de novos países como membros da instituição: Ko-

sovo, Montenegro, Madagascar, Mongólia, Ucrânia e Vietnã.

Realizada diante de uma enorme plateia, composta por notários de todo o mundo, representando os cinco continentes, a Ce-rimônia de Abertura do XXVII Congresso Internacional do Notariado contou com a presença do presidente do Congresso Na-cional do Peru, Fredy Otárola, que esteve acompanhado do presidente do Conselho de Ministros, Juan Jiménez Mayor, da mi-nistra da Mulher e das Populações Vulne-

Brasil participa do XXVII Congresso Internacional do Notariado no PeruCerca de 3 mil notários, representando 83 países do mundo, debateram os principais temas atuais da atividade notarial e elegeram novo corpo diretivo da União Internacional (UINL)

Debate sobre os principais temas notariais

foram o foco de atenção de representantes dos

notariados de 83 países

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ráveis, Ana Jara Velásquez, da congressista María Soledad Pérez Tello, do presidente da Junta de Decanos do Peru, Carlos Enri-que Becerra Palomino, e do agora ex-pre-sidente da União Internacional do Notaria-do, Jean-Paul Decórps.

“A atividade notarial é um dos fatores primordiais do atual ambiente propício para negócios que o Peru está vivendo”, disse o presidente do Congresso peruano, Fredy Otárola. “A ação institucional forte dos representantes do notariado, aliada ao reconhecimento de que é preciso con-tribuir para o desenvolvimento das popu-lações menos favorecidas do País fez com que a atividade galgasse avanços consi-deráveis e se fortalecesse perante o Poder Público do Peru”, disse Otárola.

Durante a abertura do Congresso Inter-nacional, o presidente da Junta de Decanos dos Colégios Notariais do Peru, Carlos En-rique Becerra Palomino, apresentou a ini-ciativa de elaboração de um projeto de lei para que os notários peruanos outorguem uma escritura pública de inclusão social. Segundo Palomino, este documento teria um preço módico, ao alcance da popula-ção carente e beneficiará “os milhões de peruanos que emergiram de classe social nos últimos anos e que também tem direi-to a um título seguro e a um instrumento sólido que nunca vai se perder”.

Ainda segundo o presidente da Junta de Decanos “neste instrumento existiriam cláusulas pré-determinadas, seria redi-gido com um texto breve e conteria uma espécie de subsídio do Colégio de Notários peruanos para o custo do papel, o que aba-teria o preço das escrituras públicas”. Para Palomino a iniciativa tem o objetivo de for-talecer os mecanismos de segurança jurí-dica para os setores mais desprotegidos da sociedade e potencializar sua capacidade de crédito e investimento ao contar com um sistema de propriedades juridicamen-te formalizadas. “Com esta proposta não só afiançamos a segurança jurídica, como também contribuímos para o processo de desenvolvimento econômico e social do País”.

A cerimônia de abertura contou ainda com as palavras do agora ex-presidente da UINL, Jean-Paul Decórps que analisou detalhadamente a conjuntura internacio-nal da atividade notarial. “O notariado, no mundo em geral, se apega ao direito conti-nental: nos locais em que não existem no-tários latinos, é o direito de common law que regula. É por isso que não é aceitável que certos órgãos financeiros internacio-nais, profundamente ancorados na cultu-ra jurídica anglo-americana, escolham seu sistema jurídico sob a condição de conces-são de ajuda financeira”, rechaçou.

A atividade notarial é um dos fatores

primordiais do atual ambiente propício

para negócios que o Peru está vivendo

Com esta proposta não só afiançamos

a segurança jurídica, como também

contribuímos para o processo de

desenvolvimento econômico e social do

País

Auditório do hotel The Westin comportou a presença maciça de notários de todo o mundo

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Fredy Otárola, presidente do Congresso

Nacional do Peru

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,,Carlos Enrique Becerra Palomino, presidente da Junta de Decanos dos Colégios Notariais do Peru

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O Peru é um País que tem regras claras

para os investidores, e tem outra questão que também é uma

fortaleza: um sistema notarial forte

O italiano Giuseppe De Palo coordenou apresentação sobre a participação do notário nos temas envolvendo mediação e conciliação

No dos dias seguintes do evento foram debatidos os temas internacionais previs-tos na programação, “Reflexões sobre o Direito de Família e Sucessões frente às novas relações sociais”, coordenado pelo francês Pascal Chassaing, que contou com apresentações de 24 países, e “Segurança jurídica do mercado imobiliário: A neces-sidade de instrumentos de regulação”, co-ordenado pelo espanhol Fernando Trueba Buenfil, que teve a apresentação de 28 paí-ses. (veja na sequência matérias completas sobre cada um dos temas internacionais).

Juan Jiménez Mayor, chefe de Gabinete Ministerial do Peru (dir.) e Fredy Otárola, presidente do Congresso Nacional do Peru (esq.): altas autoridades constitucionais prestigiaram o evento

Conciliação e Mediação: prática notarialA manhã do dia final do Congresso In-

ternacional do Notariado foi reservada ao debate sobre “Desjudicialização dos Conflitos e Litígios nas Relações Jurídicas, Civis e de Negócios”, coordenada pelo italiano Giuseppe De Palo, renomado es-pecialista no assunto e presidente das Comissões de Métodos Alternativos de Resoluções de Conflito (ADR), na Espanha e nos Estados Unidos.

Inicialmente foi realizada uma simu-lação de disputa envolvendo mediação,

com a participação de notários da Argen-tina, Espanha, México, Camarões e Bélgi-ca. “A mediação como método alternativo de resoluções de conflito está se tornando cada vez mais população em nível mun-dial, uma vez que em um mundo globali-zado, ante a imprevisibilidade quanto aos custos e tempo processuais, é vital que empresas e pessoas possam se socorrer de métodos de soluções mais rápidos e eficazes de resolução de conflito, primor-dialmente quando possam efetivamente participar das soluções”, disse De Palo.

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Juan Jiménez Mayor, chefe de Gabinete Ministerial do Peru

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Não é aceitável que certos órgãos

financeiros internacionais,

profundamente ancorados na cultura

jurídica anglo-americana, escolham seu sistema jurídico sob a condição de

concessão de ajuda financeira

Delegação brasileira presente no XXVII Congresso Internacional do Notariado. No detalhe o presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, ao lado da nova vice-presidente da América do Sul, Sarah Ethel Castro Esteves

“As virtudes da mediação para prevenir e solucionar litígios legais fora dos juiza-dos, e para preservar uma relação de traba-lho de maneira que não seria possível em um Tribunal, com os envolvidos podendo chegar a soluções consensuais, contariam com a essencial participação do notário, uma vez que é um profissional do Direito, imparcial e com conhecimento jurídico e parcimônia para conduzir uma solução de litígio resguardando o interesse dos envol-vidos”, afirmou.

Ao longo da apresentação de De Palo fo-ram realizados painéis sobre o andamento da utilização da mediação em todo o mun-do, com a participação do presidente da Junta de Advogados do Peru, Raúl Chana-mé Orbe, da representante do Parlamento Europeu, Cecilia Wikstrom, do conselho da UINL, Jeffrey Talpis, e do notário de Lima, Anibal Sierralta Rios.

Sistema notarial forte: “fortaleza peruana”

Após 30 anos, o Peru recebeu novamen-te notários de todo o mundo para debater os rumos institucionais da atividade pre-sente em 83 países, que corresponde a ¾ da população mundial e gera 60% do pro-

duto interno bruto de todo o mundo. Para encerrar em grande estilo o encontro, re-presentando o presidente Ollanta Humala, coube ao chefe de Gabinete Ministerial do País, Juan Jiménez Mayor, proferir o discur-so de encerramento do Congresso.

Jiménez destacou que a economia do Peru cresce a taxas elevadas, graças à segurança jurídica que oferece aos in-vestidores assim como seu forte sistema notarial. Segundo o ministro “o Peru é um País que tem regras claras para os inves-tidores, e tem outra questão que também é uma fortaleza: um sistema notarial for-te”. Estas são, em sua visão, os motivos que levam o País a crescer nos últimos 10 anos a taxas entre 6 e 7% ao ano, sendo o segundo País que mais cresce na América do Sul.

O chefe do Gabinete Ministerial indicou que os notários cumprem um papel im-portante, por que garantem “a segurança jurídica nos contratos e atos jurídicos que se celebram no mercado”, e por isso re-sulta importante que tenham uma visão social “para poder ajudar as pessoas que não tem re-cursos econômicos, para que possam acender também à direitos da propriedade”.

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Jean-Paul Decórps, presidente da UINL

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Lima (Peru) - O papel central do notário como regulador e controlador de legali-dade nas diversas situações envolvendo o Direito de Família foi a principal conclu-são do tema “Reflexões sobre o Direito de Família e Sucessões frente às novas relações sociais”, que abriu as temárias de discussões do XXVII Congresso Inter-nacional do Notariado promovido pela União Internacional do Notariado (UINL) entre os dias 9 e 12 de outubro na cidade de Lima, no Peru.

Ao todo, 24 países realizaram apresen-tações de suas realidades sobre o tema proposto. Coordenado pelo francês Pas-cal Chassaing, o debate envolveu repre-sentantes de países como Alemanha, Itália, França, Canadá, Togo, Haiti, Mé-xico, Argentina, Porto Rico e Macedônia, apresentando uma ampla variedade de realidades que vão desde o pacto civil de solidariedade, lançado recentemente na França, ou o divórcio expresso da Espa-nha, até a edição do Código de Família, lançado pela primeira vez no Togo, ou a campanha contra a discriminação das mulheres lançada no Haiti.

Para a Comissão de Conclusões da UINL, responsável por elaborar as propos-tas finais da entidade relativas a cada um dos temas debatidos no encontro, o prin-cípio da não descriminação deve consti-tuir base fundamental da regulação do Direito de Família. Somado à segurança jurídica efetivada pela participação do notário em todo o processo de Família, do casamento ao divórcio, assistindo e orien-tando a escolha das partes, bem como ga-rantindo o respeito às liberdades de todos

os envolvidos nas questões da vida fami-liar, constituem o tripé no qual se baseia a atuação da atividade notarial no âmbito do Direito de Família.

Para o coordenador dos debates relacio-nados ao tema 1, Pascal Chassaing “não podemos aceitar qualquer medida ou comportamento que vise a penalizar, di-reta ou indiretamente, uma pessoa maior e capaz considerando sua preferência sexual ou qualquer outro elemento ínti-mo de sua personalidade”, disse ao apre-sentar as conclusões do tema proposto. “O respeito ao princípio da não discrimi-nação constitui a base universal de toda qualquer regulamentação”, completou.

Papel do Notário é central na nova regulação sobre o Direito de Família e Sucessões Tema 1 de debate da UINL conta com a apresentação de 24 países e destaca o papel do notário como regulador e controlador da legalidade das relações afetivas

o francês Pascal chassaing (no detalhe) coordena a apresentação do tema sobre Direito de família e Sucessões que abriu o congresso da UINL

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Segundo Pascal Chassaing “a eficá-cia jurídica da intervenção do notário depende enormemente do tempo e da complexidade das soluções propostas às famílias: ele deve intervir para ofere-cer uma solução completa ao problema”. No entanto, ressalta o papel do legisla-dor diante da complexidade das relações familiares atuais. “É preferível ter dispo-sitivos legais que se refiram a estas no-vas formas de vida conjugal, mesmo nos países em que o Direito seja mais tradi-cional, para evitar as situações de graves injustiças”, ressaltou.

Para a Comissão “o princípio de liber-dade deve ter papel igualmente impor-tante na construção de uma legislação sobre sucessões” e o papel do notário deve ser distinguido de maneira signi-ficativa dentro destes dois modelos: no primeiro caso isso ocorre quando o notá-rio “diz o direito”, já na segunda situação o notário controla a aplicação das regras de interesse coletivo. “Quanto mais for-mas de vida conjugal existirem, maiores serão as opções de escolha, e será a cor-respondência entre as necessidades e a realidade das situações com as soluções e os resultados de suas aplicações que efetivará o papel do notário no mundo moderno”, conclui a UINL..

Da esq. p/ a dir.: Representantes de Itália, Bélgica e frança apresentam as inovações em seus países relacionadas ao Direito de família e Sucessões

Auditório repleto acompanha os debates de representantes de 24 países sobre o tema do Direito de família e Sucessões

Segundo a representante de Porto Rico, Norma Vaz, “a crescente contratu-alização das relações familiares na medi-da em que o acordo das partes torna-se a fonte primária de regulamentação da matéria faz do notário um partícipe ati-vo de todo o processo relacionado às su-

cessões familiares”. Para a Comissão “a autonomia da vontade dos cônjuges é a fonte primária e o motor do desenvolvi-mento das relações familiares. O notário deve ser, idealmente, colocado como juiz do contrato, ocupando, por excelência, a função de guia”.

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A família e sua respectiva regula-mentação se inserem na cultura

do País. Por respeito às suas diversida-des, não é possível que pretendamos dar uma solução universal para determinado problema, que sem sombra de dúvida está ligado à evolução da família em to-dos os continentes. Ao contrário, convém promover certa diversidade de conceitos como um elemento intrínseco à riqueza cultural da nossa civilização. Consideram--se os limites naturais de unificação e de harmonização na matéria. O legislador nacional e o profissional de Direito ficam, portanto, livres para escolher a resposta que seja adaptada à nova ordem familiar em virtudes de suas próprias tradições e, claramente, ao que concerne seu reco-nhecimento nas sociedades tradicionais.

Porém, no que se refere à família, o princípio da não discriminação

constitui a base universal de toda qual-quer regulamentação. Como consequên-cia, tanto o legislador quanto o que prati-ca o exercício da atividade devem buscar o respeito por este princípio fundamental tanto na positivação do Direito como na prática corrente. Não podemos aceitar qualquer medida ou comportamento que vise a penalizar, direta ou indiretamente, uma pessoa maior e capaz considerando sua preferência sexual ou qualquer outro elemento íntimo de sua personalidade.

Uma das questões fundamentais da família moderna, em todos os

países, é a proporção existente entre o controle público e privado na criação de uma regulamentação do âmbito familiar. Buscando uma resposta, nós podemos deduzir que as prioridades legislativas na prática: nos países em que a família ocupa posição de instituto fundamental, porém visto como uma questão intima de estrutura, é possível constatar uma crescente contratualização das relações familiares na medida em que o acordo

das partes torna-se a fonte primária de regulamentação da matéria. Ao contrário, nos locais nos quais a família é também uma instituição pública dotada de im-portantes funções sociais (nascimento e educação dos filhos), é o direito positivo que prevê as principais regras da socieda-de conjugal. O papel do notário deve ser distinguido de maneira significativa den-tro destes dois modelos: no primeiro caso isso ocorre quando o notário “diz o direi-to”, já na segunda situação o notário con-trola a aplicação das regras de interesse coletivo. Evidentemente que o sistema no qual o notário estabelece a base da von-tade das sociedades conjugais, as regras da “vida de casado”, é mais propício para a profissão, no sentido mais amplo do ter-mo. É exatamente este conceito que deu origem às novas funções notariais em certos países (ex.: a celebração e a disso-lução do casamento).

A autonomia da vontade dos cônju-ges é a fonte primária e o motor do

desenvolvimento das relações familiares. O notário deve ser, idealmente, colocado como juiz do contrato, ocupando, por ex-celência, a função de guia. Suas funções clássicas (redação do ato, autenticação, conselho imparcial, etc.) o tornam prati-camente insubstituível, desde o início da vida conjugal até seu fim, para assegurar ao casal padrões mínimos de segurança jurídica nas relações entre cônjuges. Seus domínios de competência natural permi-tem estabelecer relações matrimoniais e pecuniárias tanto entre os cônjuges como em em face de terceiros, mas o desenvol-vimento recente do Direito de família de certos países mostra igualmente um in-teresse do ato do notário em outros do-mínios (regimes primários). A eficácia ju-rídica da intervenção do notário depende enormemente do tempo e da complexi-dade das soluções propostas às famílias: ele deve intervir para oferecer uma solu-ção completa ao problema. Aí também, o

papel natural de conciliador que o notário assume fica em evidência. Ele se propõe a desenvolver a assistência jurídica com-pleta aos familiares em perigo e, notada-mente, em um contexto de mediação.

A multiplicidade de instrumentos previstos pelo Direito interno de

um país para responder às necessidades da família moderna (casamento entre pessoas do mesmo sexo, PACS – pacto civil de solidariedade, união livre, união civil, união estável, etc.) é característica dos Direitos de tradição civilista: o le-gislador não ama o vazio. Por consequ-ência, é preferível ter dispositivos legais que se refiram a estas novas formas de vida conjugal, mesmo nos países em que o Direito seja mais tradicional, para evi-tar as situações de graves injustiças (ex.: liquidação de regime de união estável com filhos). Além disso, o alcance dos meios legais para organizar livremente a vida familiar evidencia, e mais de uma vez, o papel da autonomia da vontade dos cônjuges: quanto mais formas de vida conjugal existirem, maiores serão as opções de escolha, e será a correspon-dência entre as necessidades e a reali-dade das situações com as soluções e os resultados de suas aplicações. Portanto, parece inoportuno preconizar uma uni-formização das formas de vida conju-gal sob um único regime “restrito” e ao mesmo tempo degradar outros regimes já consolidados. Ao contrário, cada legis-lador nacional é chamado a promover e criar mais tipos de regime, tanto flexíveis como rígidos, podendo servir de base a um acordo informal entre os cônjuges.

Em tais regimes devem figurar as ques-tões relativas às sucessões, à proteção que cada membro da família deve rece-ber, a fim de permitir a organização das sucessões por meio de disposições testa-mentárias, evidentemente, no âmbito da liberdade contratual.

Conclusões UINLTema 1: “Reflexões sobre o Direito de Família e Sucessões frente às novas relações sociais”

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O princípio da não descriminação deve constituir base fundamental

da regulação do Direito de família. Isso implica no reconhecimento e proteção das diferentes manifestações de desen-volvimento das personalidades próprias e da igualdade de tratamento no âmbito familiar e conjugal, sem desconsiderar a possibilidade de cada legislador favorecer todas as fórmulas de maneira de viver de acordo com o modo de vida da maioria das particularidades culturais e das necessida-des sociais de cada comunidade.

Propostas UINLTema 1: “Reflexões sobre o Direito de Família e Sucessões frente às novas relações sociais”

As características da função notarial colocam o notário em uma posição

favorável no momento de realizar uma escolha adaptada ao que foi proposto pelo legislador (a norma e suas consequências). Assim, o legislador deve permitir ao notá-rio ocupar um papel regulador e de contro-le de legalidade nas numerosas situações, que vão desde a celebração do casamento tradicional até o divórcio, como também para todas as outras formas de vida co-mum que possam existir.

Como consequência, cada legislador deve oferecer aos seus cidadãos um

quadro legal estável e claro, que garanta a segurança jurídica indispensável para essa proteção e que, considerando as si-tuações específicas e em função da varie-dade de possibilidades, respeita a liberda-de de todas as partes no âmbito da vida familiar. O princípio de liberdade deve ter papel igualmente importante na constru-ção de uma legislação sobre sucessões.

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Lima (Peru) - Alcançar o equilíbrio entre o interesse particular de reduzir os custos, acelerar os processos jurídicos, obter a proteção da segurança jurídica e ao mes-mo tempo garantir os interesses públi-cos, é preciso utilizar-se de ferramentas eficazes, com especializações máximas. Por esta razão, é de vital importância o controle de autenticidade e da legalidade realizados pelos notários garantindo a re-gularidade da cadeia de transmissões do

registro de propriedade.

Esta é a principal conclusão do tema 2 do XXVII Congresso Internacional do No-tariado, “Segurança jurídica do mercado imobiliário: A necessidade de instrumen-tos de regulação”, promovido pela União Internacional do Notariado (UINL), entre os dias 9 e 12 de outubro na cidade de Lima, no Peru.

Para o coordenador internacional do

Segurança jurídica: pilar fundamental do funcionamento do mercado imobiliárioVinte e oito países de diversos continentes apresentaram propostas e concluíram pela indispensável participação notarial para resguardar o equilíbrio das relações econômicas

fernando Buenfil, da Espanha, coordenou o painel 2 do congresso Internacional: “Segurança do Mercado Imobiliário e os Instrumentos de Regulação”

tema, o espanhol Fernando Trueba Buen-fil “a segurança jurídica, que requer uma negociação informalizada no quadro de transações imobiliárias, não pode ser al-cançada sem a participação ativa dos no-tários no controle dos vícios da vontade”. Ao todo, 28 países realizaram apresenta-ções sobre suas realidades, com destaque para as falas de Holanda, Rússia, Argen-tina, Alemanha, Turquia, Romênia, Espa-nha e Japão.

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frança e canadá apresentaram as realidades de seus países no que tange à participação do notário no mercado imobiliário

Representantes de Argentina e Alemanha, dois dos 28 países que realizaram apresentações durante painel sobre segurança no mercado imobiliário

Para os participantes do debate, a re-gulação do mercado imobiliário necessita manter uma participação necessária dos notários no quadro de constituição, trans-missão ou modificação de direitos reais sobre os imóveis, estabelecendo mecanis-mos que garantem seu funcionamento por meio do controle de legalidade, evitan-do assimetrias informacionais, garantindo a identidade entre o direito real e o direito

registrado, garantindo a proteção do con-sumidor ou do terceiro de boa-fé, a cola-boração com o Estado e contribuindo para atingir um grau máximo de eficiência pelo menor custo possível.

Para o coordenador Fernando Buenfil “a atividade notarial, por seu alto grau de especialização, deve inspirar e tomar parte na criação da legislação relativa ao mer-cado imobiliário, sugerindo regulamenta-

ções adequadas que garantam segurança jurídica, eficiência econômica e certeza contratual, atendendo aos interesses dos cidadãos e das empresas”. Para a Comis-são encarregada de formalizar as conclu-sões obre o tema “uma atenção particular deve ser dada à necessidade de incorporar ao mercado formal os imóveis que lá não estão contidos e os imóveis que são objeto de posse passiva e prolongada”.

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Por isso, o notário não pode descar-tar as qualidades e características

próprias que correspondem às necessi-dades do mercado e da sociedade, tudo considerando os dispositivos e regras de ética e imparcialidade, característicos da função notarial.

A segurança jurídica, que requer uma negociação informalizada no

quadro de transações imobiliárias, não pode ser alcançada sem a participação ativa dos notários no controle dos vícios da vontade.

Como consequência, importa reforçar as características próprias da ativida-

de notarial que contribuem para a seguran-ça jurídica do mercado imobiliário.

No contexto econômico atual, o mercado imobiliário se mostra

como uma das bases essenciais do desen-volvimento econômico da sociedade.

Seu desenvolvimento implica na possibilidade de os particulares po-

derem agir de forma dinâmica, reduzindo custos e riscos.

Os bens imóveis apresentam certas características – durabilidade no

tempo, possibilidade de exercício de di-reitos concorrentes, assimetrias informa-cionais, associação a grandes montantes financeiros, realização de funções sociais, etc. – que tornam essencial uma regula-ção específica e diferente da que rege os bens móveis.

É evidente que o consumidor privi-legia a segurança jurídica oferecida

pelo nosso sistema em lugar da compen-sação monetária pela qual o sistema de seguros de título anglo-saxão tenta resol-ver os problemas.

Por consequência, a segurança jurí-dica é o pilar fundamental do fun-

cionamento do mercado imobiliário.

Frente aos desafios impostos pelo mercado mundial e pela sociedade

da informação, os notários devem colocar em prática um sistema que engloba um regime apropriado de acesso à função, de controle estrito de seu exercício, de formação contínua, de distribuição terri-torial harmônica e desenvolvimento dos meios técnicos destinados ao aprimora-mento da eficiência, rapidez, eficácia, e segurança jurídica. Tudo com a finalidade de gerar um valor agregado que contribui para o desenvolvimento do mercado imo-biliário;

Propostas UINLTema 2: “Segurança jurídica do mercado imobiliário: A necessidade de instrumentos de regulação”

A atividade notarial, por seu alto grau de especialização, deve inspi-

rar e tomar parte na criação da legislação relativa ao mercado imobiliário, suge-rindo regulamentações adequadas que garantam segurança jurídica, eficiência econômica e certeza (garantia) contratu-al, atendendo aos interesses dos cidadãos e das empresas. Uma atenção particular deve ser dada à necessidade de incorpo-rar ao mercado formal os imóveis que não são lá contidos e os imóveis que são obje-to de posse passiva e prolongada.

A regulação do mercado imobiliário necessita manter uma participa-

ção necessária dos notários no quadro de constituição, transmissão ou modificação de direitos reais sobre os imóveis, estabe-lecendo mecanismos que garantem seu funcionamento por meio do controle de legalidade, evitando assimetrias informa-cionais, garantindo a identidade entre o di-reito real e o direito registrado, garantindo a proteção do consumidor ou do terceiro de boa-fé, garantindo a colaboração do Es-tado (em um quadro de políticas públicas) e ainda contribuindo para atingir um grau máximo de eficiência pelo menor custo possível;

Que, da mesma maneira, o Estado assume o papel de guardião dos in-

teresses públicos e de motor de políticas públicas no desenrolar das transações imobiliárias.

Para alcançar esse equilíbrio entre o interesse particular de reduzir os

custos, acelerar os processos jurídicos, obter a proteção da segurança jurídica e garantir os interesses públicos, é preciso utilizar-se de ferramentas eficazes, com especializações máximas.

O controle de autenticidade e legali-dade realizado pelos notários garan-

te a regularidade da cadeia de transmis-sões do registro de propriedade que são publicados.

Conclusões UINLTema 2: “Segurança jurídica do mercado imobiliário: A necessidade de instrumentos de regulação”

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Em Consideração à eficiência dos siste-mas ADR de solução de conflitos nos paí-ses em que praticam;

Considerando a eficácia dos mediado-res e árbitros, se são bem formados;

Considerando o valor adicionado da formação de cada notário, que confiam em suas qualidades de independência, neutralidade, imparcialidade, confiden-cialidade, segredo profissional, capacida-de de escutar, do especialista em Direito, especialista em técnicas contratuais e que lhe permitem se converter, de uma forma completamente natural, em um mediador por excelência;

Considerando com o notário poderá exercer tanto seu papel tradicional de prevenção de conflitos como também jul-gar, com competência e profissionalismo, seu papel de mediador para a resolução de conflitos.

A Assembleia dos membros Notariados recomenda que os Colégios e Conselhos Nacionais:

Que cada Estado se comprometa a criar um marco jurídico sobre o con-

curso às técnicas ADR para solucionar as disputas tanto nacionais como fronteiri-ças.

Que cada Estado pode beneficiar--se das qualidades nacionais como

mediador que caracteriza o notário, eli-minando os possíveis obstáculos jurídi-cos e/ou culturais que impedem que os notários atuem como mediadores e/ou árbitros.

Que cada Universidade estabeleça cursos sobre técnicas ADR para con-

tribuir a um alto nível de formação espe-cífica.

Que cada notário possa contribuir melhor para a administração da

Justiça e colaborar para aliviar os Tribu-nais, comprometendo-se com os setores ADR, ser mais esperto e consciente dos benefícios das técnicas ADR através dos distintos canais.

Conclusões UINLFórum Internacional: “A “desjudicialização” dos conflitos civis e comerciais - O papel do notário e suas oportunidades”

Alimentar a formação de media-dores também dentro da profissão

notarial.

Contribuir para a difusão da cultura de justiça alternativa, ao conheci-

mento e a um uso melhor e otimista dos instrumentos de ADR convidativos para introduzir convênios em todos os contra-tos de mediação e/ou arbitragem.

Promover e criar centros de media-ção e arbitragem, incluídos na co-

laboração com outros profissionais, em que os notariados tenham um papel ati-vo para a boa caminhada dos serviços de mediação e arbitragem.

Colocar à disposição sua competên-cia jurídica para criar protocolos e

leis harmônicas para regular os sistemas de ADR, tanto dentro de cada País, como em nível internacional.

Utilizar sua competência para aju-dar a eleger, para cada benefício, o

meio melhor e mais eficaz para chegar a uma conclusão rápida, eficaz e duradora e não demasiada cara.

Que cada notário pode melhorar sua capacitação profissional graças a

uma formação específica que gira em tor-no das técnicas de ADR, adquirindo maior conhecimento e familiarizando-se com as ferramentas de ADR.

Que cada estado adote uma legis-lação dedicada para reconhecer o

notariado, em colaboração com os pode-res públicos, a competência, preferencial-mente exclusiva, de conferir os acordos frutos da mediação e/ou as sentenças das arbitragens, de forma autêntica, exe-cutiva e o acesso dos registros públicos, com arranjos das normas da segurança jurídica.Em síntese: que o notariado possa contri-buir plenamente em todo o mundo para GARANTIR A PAZ SOCIAL, tanto antes como depois de estimular cada contrato notarial.

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Internacional

Conselho Geral da UINL elege novo presidente da entidade e sua nova diretoriaAssembleia de Notariados membros aprova o ingresso de seis novos países à UINL. Vice-presidentes continentais são eleitos e Brasil passa a contar com cinco conselheiros internacionais

o novo presidente da UINL, o senegalês Daniel-Sédar Senghor é aclamado pela Assembleia de Notariados membros após a terceira rodada de votações

Lima (Peru) - Representantes de nota-riados de 65 países estiveram reunidos no último dia 9 de outubro na cidade de Lima, no Peru, para a Assembleia de Notariados membros, que elegeu, por maioria de vo-tos, o senegalês Daniel-Sédar Senghor pre-sidente da União Internacional do Notaria-do (UINL) para o triênio 2014/2017. Após 45 anos de sua criação, é a primeira vez que a entidade internacional do notariado elege um presidente africano.

“Não deveria ser motivo nenhum de grande acontecimento a eleição de um presidente africano, afinal todos somos cidadãos e acima de tudo, todos somos notários”, disse Senghor, instantes após

derrotar o mexicano Alfonso Zermeno In-fante e o marroquino Houcine Sefrioui na terceira rodada de votações. “E o Brasil será protagonista da nova gestão da União In-ternacional”, completou.

“Vamos trabalhar pela valorização do no-tariado, estudando doutrinariamente o va-lor da autenticidade como um instrumento de segurança jurídica para os negócios e aproximando o notariado do cidadão”, afir-mou. “É preciso que o cidadão conheça e va-lorize o notariado e para isso é preciso que o notário se aproxime do usuário, desça do pedestal”, disse em um discurso onde mes-clou espanhol, inglês e francês, idiomas que domina com fluência.

Na mesma assembleia, o presidente do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), Ubiratan Guimarães, foi eleito conselheiro da UINL, juntando-se aos já conselheiros, José Flávio Bueno Fis-cher (RS), também eleito para o Conselho de Direção, Paulo Roberto Gaiger Ferreira (SP), João Figueiredo Ferreira (RS) e Eduar-do Antpack (RS).

“É preciso que o notariado brasileiro se integre nas discussões de temas notariais que ultrapassem as fronteiras de nosso País. Para isso, convoquei todos os demais conselheiros brasileiros na UINL para que disponibilizemos aos colegas brasileiros todo o acesso possível. Esse é um desafio importante”, disse Ubiratan Guimarães que, ao lado da delegação brasileira, en-tregou uma placa de homenagem ao atual presidente da UINL, o francês Jean-Paul Decórps.

Completando os demais integrantes da diretoria da UINL para o próximo triênio foram eleitos como vice-presidentes Regi-na Dooh-Collins (África), Sarah Ethel Cas-tro Esteves (América do Sul), Mário Miccoli (Europa), Din Hoo (Ásia) e Dennis Martí-nez (América do Norte). No dia anterior, o colombiano Álvaro Rojas Charry foi eleito presidente da Comissão de Assuntos Ame-ricanos da UINL. A Comissão de Assuntos Europeus será presidida pelo francês Pierre Becque.

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membros da UINL foi a aprovação de seis novos países que aderiram ao modelo do notariado latino e cujos ingressos foram aprovados pela Comissão da entidade que avalia os postulantes ao ingresso na enti-dade internacional. Montenegro, Kosovo, Ucrânia, Mongólia, Madagascar e Vietnã passam integrar a grande família do nota-riado mundial.

“Esta é uma grande conquista para o notariado do tipo latino, pois cada País que ingressa na UINL fortalece nosso trabalho, ainda mais diante das grandes pressões exercidas por entidades internacionais, como o Banco Mundial”, disse o presidente da UINL, Jean-Paul Decórps. “É uma honra para um País tão jovem conseguir fazer

parte da família do notariado mundial e le-var para nosso pequeno notariado as ino-vações e os conhecimentos adquiridos pe-los notariados mais desenvolvidos de todo o mundo”, disse a presidente do notariado de Montenegro, Tanja Cépic.

Coube ainda ao presidente do Conselho Superior do Notariado francês, Jean Tarra-de, anunciar a realização do XXVIII Congres-so Internacional do Notariado, em 2016, na cidade de Paris (FRA). “Estejam desde já todos convidados para estar na cidade luz e conhecer as inovações e a hospitalidade da França. Será uma honra receber o notaria-do mundial”, disse Tarrade. Também foram apresentadas e aprovadas as contas da atu-al gestão da UINL..

Delegação brasileira participa da Assembleia Geral da UINL, que elegeu Ubiratan Guimarães (esq.) como novo membro do conselho Geral e José flávio Bueno fischer (dir.) como membro do conselho de Direção

“Brasil e Uruguai são importantes par-ceiros, embora existam algumas diferen-ças na prática da atividade, creio que pode-remos estabelecer uma boa parceria para que os projetos de valorização do nota-riado cresçam na América do Sul”, disse a uruguaia Sarah Ethel, vice-presidente para a América do Sul. “A Comissão de Assuntos Americanos conta desde já com forte atua-ção do notariado brasileiro, um dos funda-dores da UINL, e parceiro essencial para que tenhamos êxito nesta próxima gestão”, disse Álvaro Charry, que presidirá a CAA.

Novos países ingressam na UINLUma das mais importantes deliberações

aprovadas pela Assembleia de Notariados

o Brasil estará ao lado da uruguaia Sarah Ethel castro Esteves, vice-presidente da América do Sul, e do colombiano Álvaro Rojas charry, presidente da comissão de Assuntos Americanos, na condução dos assuntos latino americanos

Jean Tarrade, presidente do conselho Superior do Notariado francês, anuncia a realização do XXVIII congresso Internacional do Notariado, em 2016, na cidade de Paris (fRA)

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Revista CNB-CF – Qual a importância da primeira eleição de um presidente do continente para presidir a UINL?Daniel-Sédar Senghor - Na verdade não há nada aqui de muito original, já que os notários africanos são parte de todo um conjunto, um corpo maior, e por isso, ao mesmo tempo, eu agradeço imensamen-te à Assembleia por ter ouvido meus in-sistentes pedidos por igualdade de sexos e de respeito à pluralidade, pois a União não está restrita à Europa e à América. Mas não se pode deixar de reconhecer a importância deste fato se considerar-mos a legitimidade dos procedimentos que levaram à eleição, pela primeira vez na história, de um presidente de origem no continente africano. Especialmente de um país pequeno, o Senegal, com apenas 42 notários e, simultaneamente, três vice--presidentes mulheres, dando espaço à crescente contribuição mundial das mu-lheres na sociedade. O time com o qual eu conto acredita veementemente ser muito inovador já que eu sou o primeiro presidente eleito que é mais novo do que a própria existência da União.

Revista CNB-CF – Qual a importância da função notarial para a sociedade?Daniel-Sédar Senghor - Dentre as suas inúmeras funções, são seus objetivos a prevenção do conflito, a segurança das

“O Brasil será protagonista da nova gestãoda União Internacional”Daniel-Sédar Senghor, do Senegal, torna-se o primeiro presidente africano à frente da UINL e planeja inserir de vez o notariado nos grandes negócios da economia mundial

o senegalês Daniel-Sédar Senghor será o novo presidente da UINL pelo triênio 2014/2017

Internacional

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relações contratuais, a pré-constituição de prova e a transparência que me impor-tam. Porque são estes que justificam que um instrumento de viés público, sob a ga-rantia da autoridade e controle do Estado, seja oferecido por um custo social acessí-vel e regulamentado, dentro de um prazo satisfatório. São tais pressupostos que po-dem justificar uma pessoa dirigir-se a um profissional imparcial e independente, tal como o Notário, para o serviço exclusivo de autenticação. Essa função, portanto, não se justifica senão que por quatro exi-gências que são a acessibilidade, a ética, a competência e a capacidade de mobilizar os recursos tecnológicos mais atuais dis-poníveis. A autenticidade não pode ser o único modo de satisfazer essas expectati-vas. Em um ambiente internacional e plu-ricultural o Notariado deve garantir que seus serviços sejam prestados da melhor maneira para justificar, hoje mais do que nunca, sua utilidade econômica e social.

Revista CNB-CF – Como avalia a atual con-juntura da atividade notarial no mundo?Daniel-Sédar Senghor - Não devemos nos render ao medo, em razão dos nossos va-lores, em um ambiente oportunista no qual sabemos que as providências a se-rem tomadas têm um grande interesse. Sabemos que nossa função é útil e que dispomos de instrumentos de resposta as atuais contestações ilegítimas. Deve-mos aceitar as interpelações com deter-minado reconhecimento, porque nada é pior do que a indiferença que precede o desuso e o esquecimento. É preciso sair deste campo e deixar para traz os modos de tradição secular de critérios se não quisermos ser colocados em museus de antiguidade. É preciso aprender a se co-municar com a coletividade. Frente a esse paradoxo é que as interpelações e críticas nos oferecem preciosas oportunidades de demonstrar nossa utilidade e a surpreen-dente modernidade da nossa profissão, que constitui um dos melhores exemplos de parcerias público privadas.

Revista CNB-CF – Quais são suas princi-pais propostas para a próxima gestão da UINL?Daniel-Sédar Senghor - Primeiramente quero consolidar as conquistas de pre-

cedentes legislativos obtidos em alguns países. Além disso, pretendo reforçar as qualidades dos notariados membros, prin-cipalmente os mais deficitários, por meio de códigos de ética, sistemas disciplina-res rigorosos, formação contínua e obri-gatória, além de um meio de participar da Universidade do Notariado Mundial. Pretendo dinamizar as comissões inter-continentais atuais e criar novas, reforçar a capacidade das câmaras nacionais e das Comissões Continentais para a formação, germinação e colaboração financeira dos cartórios mais estruturados para os car-tórios mais deficitários. Outros focos de atuação serão conceber uma política de comunicação interna e externa tendo em vista desde os interesses dos notários até as atividades da União, colocar em práti-ca uma política específica direcionada aos jovens notários e aos colaboradores, criar uma comissão encarregada de explorar os meios de promoção de interação entre os membros do Notariado e de todos os responsáveis por reforçar os recursos hu-manos e financeiros da União, promover ativamente o crescimento do sistema de autenticação ao menos entre os países latinos e criar uma cooperação ativa em benefício dos outros notários e de suas respectivas autoridades para que estes passem a compor o sistema por meio da celebração de acordos bilaterais.

Revista CNB-CF – Como mensurar a con-tribuição da atuação notarial na ativida-de econômica?Daniel-Sédar Senghor - Pretendo elaborar um índice cientifico que permita mensu-rar a performance econômica e assim a competitividade da atividade de autenti-cação de modo a avaliar o custo real em relação ao PIB com maior precisão, em uma dezena de países. É conveniente quantificar ainda o custo macroeconômi-co do contencioso consecutivo à ausência da atividade notarial, já que há uma série de países de economias comparáveis que ignoram a força probatória do ato públi-co, aumentando assim o custo e o risco jurídico. Nós dizemos, bem comumente, sem jamais ter demonstrado, que a di-ferença nos custos nos é extremamente favorável, mas nós é que temos a certeza disso e pode a exigência de performance econômica se acomodar por tanto tempo em tamanha incerteza? É preciso que este pressuposto deixe de ser obstáculo à de-monstração científica.

Revista CNB-CF – Como efetivar na práti-ca esta proposta?Daniel-Sédar Senghor - Minha proposta consiste em colocar esse ideal à prova da racionalidade, realizando e avaliando essa diferenciação de custos, por meio de critérios quantitativos e remetendo-se a uma inteligência e dados incontestáveis a fim de criar um índice de avaliação eco-nômica do sistema jurídico, alternativo à proposta de “Doing Business”, para levar a outro patamar o valor agregado à ati-vidade de autenticação. Esta análise nos mostrará uma discrepância favoravel-mente importante. Por meio dela muito mais será possível e surgirá ainda a possi-bilidade de inverter a tendência atual, de “recuperar o controle” e exportar nosso sistema de prova para a cultura jurídica de Common Law.

Revista CNB-CF – Provar que a autentici-dade reduz custos dos negócios jurídicos aproximaria os dois modelos de notaria-dos existentes?Daniel-Sédar Senghor - Os sistemas de Civil Law e Common Law não são tão paradoxais quanto parecem à primeira vista. Eles coexistem em proporções va-

“Pretendo elaborar um índice cientifico

que permita mensurar a performance

econômica e assim a competitividade

da atividade de autenticação de modo

a avaliar o custo real em relação ao PIB com

maior precisão, em uma dezena de países”

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riáveis em diversas legislações, como por exemplo, em British Columbia, na Flórida, Mauritânia, África do Sul, Vitória (EUA) e Austrália. Os grandes países anglo-saxões certamente não são menos atenciosos à exigência de performance econômica e independentemente de qual seja o nível de apego cultural aos seus respectivos sistemas jurídicos, sempre se utilizaram de provas pragmáticas e de uma gran-de capacidade de adaptação, quando o interesse da reforma já está cientifica-mente provado. Neste período de crise e de recessão, não se pode desperdiçar parte importantíssima dos recursos e do

Revista CNB-CF – O investimento tecno-lógico da atividade notarial será foco de sua gestão?Daniel-Sédar Senghor - É urgente incor-porar todas as novas tecnologias disponí-veis, para que seja possível levar aos no-tários de locais deficitários a assinatura eletrônica, desmaterialização do suporte e tele transcrição dos registros públicos. Penso em colocar em prática os procedi-mentos de vídeo conferência para reduzir os custos de deslocamento e para tornar os encontros mais frequentes, criando os tele encontros periódicos e criando ainda um “blog intranet” da organização, que seja acessível para os membros autoriza-dos, cujo objetivo seja intensificar a troca de informações e a produção de comis-sões dinamizando, assim, a comunicação. Assim será possível avaliar o desempenho real e a eficácia de cada uma de nossas es-truturas. A sistematização dos “processos de qualidade” e a certificação dos Tabelio-natos também nos é indispensável.

Revista CNB-CF – Em um mundo cada vez mais globalizado qual é o papel do notá-rio?Daniel-Sédar Senghor - É urgente a atu-alização dos profissionais que lidam com contratos, para que seja possível estabe-lecer-se no “novo mercado do direito dos contratos”, e aqui eu me refiro especifica-mente aos contratos de parcerias público privadas (PPP), porque isso nos remete ao fato de que é de responsabilidade do notário garantir a igualdade de acesso ao conhecimento a todos os contratan-tes. Qual a expertise disponível em uma pequena coletividade local, se o contrato for celebrado com uma empresa multimi-lionária, que dispõe de um serviço jurídi-co extremamente especializado, sobre a forma de concessão de serviços coletivos essenciais? E mesmo quando se tratar de uma grande coletividade se o contrato se tratar de uma licitação para grandes infraestruturas portuárias, aeroportos, rodovias, linhas ferroviárias de grande velocidade, mesmo hospitais e centros penitenciários, etc.? O que cabe ao Nota-riado no volume de negócios global deste importante mercado? O Notariado atual dispõe de competências técnicas indis-pensáveis para fornecer assistência jurí-

“Tomei conhecimento de inovações como a Central Notarial de Serviços Compartilhados,

o avanço em regramentos de jurisdição voluntária, como separações e divórcios, a

possibilidade de mediação que debatemos neste congresso e o investimento em

certificação digital”

o Brasil será foco de atenção especial do novo presidente da UINL que já planeja um evento Afroamericano para 2014 no Brasil

orçamento para investimentos, se lhes foi demonstrado que o custo do contencioso paralisa, consequência de uma ausência de um sistema confiável de provas, ga-rantido pela autenticação do selo público, excede, e muito, o coeficiente de cresci-mento econômico. Se este postulado for verificado, os gastos excessivos dificulta-rão os investimentos, a criação de empre-gos e, como podemos supor, aumentará a atratividade do nosso sistema de provas. Trata-se de uma inversão do nosso siste-ma arcaico de defesa cautelosa face aos ataques extremamente injustos que so-fremos por todos os lados.

Internacional

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dica necessária à redação de um contrato de 1.000 páginas, no qual cada vírgula pode mudar o sentido das palavras? Sem os notários, que profissionais estão en-carregados desse mercado emergente do direito? Serão eles mais competentes, ou seremos nós menos críveis que tais pro-fissionais? Nós pagamos pelo atraso des-se campo, por não tê-lo antecipado e por, talvez, não termos sidos tão críticos, mas nada se perdeu e eu estou convencido de que há espaço para que nos afirmemos e que afirmemos nossas competências.

Revista CNB-CF – O senhor defende uma atuação notarial voltada também aos ne-gócios públicos?Daniel-Sédar Senghor - Trata-se de um mercado público, frequentemente visto com a “terra dos escândalos”, e que pre-cisa de uma regulação de autenticidade. Porque se trata de um investimento em um mercado que parece ir além, mas que, com exceção de nossas competências específicas, parece nos compelir à recon-figuração da nossa oferta, a uma remode-lagem dos nossos métodos de interven-ção para que, por meio de um processo solidário, possamos responder à deman-da. Penso que neste campo nada é irrever-sível e que o Notariado mundial represen-

ta uma soma de competências sem igual, e que se nós alcançarmos essa reforma e a tornarmos mais ágil, ocasionaremos uma forte expansão neste mercado do Direito. Uma legislação não será suficien-te, o que não nos impede de iniciar uma exploração neste campo para melhor compreender seu conceito, e ainda for-talecer a utilidade econômica da nossa nobre instituição. Nos é proibido esperar que, em breve, a criação de uma grande agência notarial internacional, com um projeto, uma supervisão jurídica que dê segurança à execução de parcerias, seja colocado em prática sobre a égide de nos-sa União, graças a nossa rede mundial de competências?

Revista CNB-CF – Como aproximar a UINL dos notários que integram os países membros?Daniel-Sédar Senghor - Pensem em um orçamento anual de US$750.000 que seja aplicado de forma a suprir os dese-jos e ambições de um grupo que conta com mais de 500.000 membros pelo mundo. Salvo melhor julgamento, esse orçamento anual é quase equivalente ao investimento individual de cada um dos Conselhos Gerais por um período de 25 anos! US$ 1,50 por notário por ano, e essa é apenas uma estimativa, é o valor da fer-ramenta de promoção mundial da sua nobre profissão? Esta será a responsabi-lidade urgente do quarto grupo de traba-lho que vou colocar em prática, visando implantar o financiamento de todas as ambições da União. Para isso, os notários membros deverão contribuir com recur-sos não somente financeiros, mas os que tem necessidade urgente para implanta-ção de tais planos. Penso em dar priorida-de às pessoas mais jovens, priorizando a paridade, pois sabemos que o que mais precisamos agora é da dedicação, energia e novos talentos.

Revista CNB-CF – Como vê a atual situ-ação do notariado brasileiro no cenário mundial?Daniel-Sédar Senghor - Embora tenha estreita ligação com o Brasil, por meio de meus pais e parentes que passaram pelo País, meu conhecimento sobre o nota-riado brasileiro não é tão específico. Até

pelas dimensões do Brasil e sua impor-tância no cenário atual mundial, trata-se de um notariado relevante para o sucesso de qualquer iniciativa que a UINL venha a adotar em minha gestão. Por meio de um contato mais próximo com o Dr. Ubi-ratan Guimarães, novo colega que acaba de ser eleito para o Conselho Geral da UINL, tomei conhecimento de inovações como a Central Notarial de Serviços Com-partilhados, o avanço em regramentos de jurisdição voluntária, como separações e divórcios, a possibilidade de mediação que debatemos neste congresso e o in-vestimento em certificação digital. Creio que o Brasil será protagonista da nova gestão da União Internacional. Me parece um bom cenário para um País que é um do fundadores da UINL, mas que como to-dos ainda precisa evoluir, principalmente no que se refere ao associativismo e parti-cipação institucional. Pretendemos traba-lhar unidos e irmanados para que África e Brasil estreitem relações e já planejamos para 2014 um encontro no Brasil para pro-mover um maior diálogo entre estes dois continentes que possuem raízes históri-cas inseparáveis.

“Os grandes países anglo-saxões

certamente não são menos atenciosos à exigência de per-

formance econômica e independentemente de qual seja o nível de apego cultural ao seus respectivos sistemas

jurídicos”

“É urgente a atualização dos

profissionais que lidam com contratos, para que seja possível

estabelecer-se no “novo mercado do

direito dos contratos”, e aqui eu me refiro

especificamente aos contratos de parcerias

público privadas (PPP)”

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Uma biografia do notariado mundial

por Jean-Paul Decórps

Jean-Paul Decórps, doutor em Direito do

Estado e ex-presidente do conselho Superior do Notariado francês

Após três anos à frente da União Inter-nacional do Notariado (UINL), o francês Jean-Paul Decórps, notário na cidade de Marselha, falou à Assembleia Geral dos Notariados Membros. Traçando um pa-norama do que foi sua gestão e dos de-safios dos notários em todo o mundo, ce-nário colhido durante suas 128 viagens ao redor do mundo, o agora ex-presidente da entidade destacou os desafios advindos da globalização dos negócios jurídicos e o papel que a atividade notarial deve de-sempenhar nos próximos anos sem, con-tudo, relegar seus princípios doutrinários mais básicos.

Temas como a inteligência econômica, a necessidade social do notário, a concor-rência com o sistema jurídico da common

law e as pressões dos órgãos financeiros internacionais não ficaram sem resposta. Da mesma forma, princípios como a segu-rança jurídica, o respeito ao formalismo e à autenticidade, o cuidado com a redação do ato, com a transparência e com o acon-selhamento jurídico devem ser priorizados neste novo tempo de valorização das rela-ções transnacionais.

“A mundialização obriga a nossa so-ciedade a se transformar e os notários devem entender essas evoluções para se adaptar às novas necessidades que elas criam para a sociedade”, disse. Jean-Paul Decórps também defendeu uma maior rigidez aos notariados que não respeitam os princípios do notariado latino e ecoou um aviso que pode ser redirecionado a

cada notário ausente de suas entidades representativas.

“Não nos esqueçamos que certas orga-nizações financeiras internacionais podem tomar como imagem da nossa profissão a imagem que passam esses tipos de no-tários. Ademais, podemos compreender que as críticas de certos relatórios, funda-mentam-se precisamente na análise dos contatos com notários como esses, à deri-va”, destacou. “É preciso que tenhamos a coragem de encarar a realidade de frente, de medir os efeitos negativos desses com-portamentos, que afetam nossa imagem e a imagem de nossa profissão no mundo, de ousar tomar decisões corajosas que im-põe bater de frente com outros notários da União”, finalizou.

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Delegação brasileira entrega homenagem do cNB-cf ao presidente da UINL, Jean-Paul Decórps que deixa a presidência da entidade pós três anos

Abaixo segue um resumo dos principais trechos de seu discurso.

Inteligência EconômicaEssa nova ciência é utilizada por todos os responsáveis por grandes decisões no mundo. Consiste na definição de uma estratégia a partir de objetivos fixos (ga-nhos de competência, influência ou parte do mercado). Depois é preciso identificar, com a ajuda de uma unidade de monito-ramento, os obstáculos (no nosso caso a concorrência de outras profissões, a evo-lução dos textos legais, as escolhas políti-cas desfavoráveis). Trata-se de colocar em prática os recursos apropriados, huma-nos e financeiros, políticos e tecnológicos para sobrepor os obstáculos e alcançar os objetivos fixados. Aplicando essa estraté-gia de inteligência econômica ao Notaria-do, me parece que quatro domínios jurí-dicos fundamentais para o exercício de nossa atividade, nos interessam direta-mente: segurança das relações jurídicas; desjudicialização da solução de conflitos; transposição de sistemas jurídicos e sim-plificação dos sistemas jurídicos.

FuturoComo o Notariado mundial pode se posi-cionar face a estas diferentes questões? Que estratégia concreta devemos adotar para que, por exemplo, ao chegar 2025, o notário tenha, no cenário mundial, um papel ainda mais importante, incontestá-vel e duradouro? Nossa profissão deve, a meu ver, visar a dois objetivos principais. Desenvolver o papel social do notário aos usuários do serviço e desenvolver o papel institucional do notário ao Estado.

Necessidade SocialUma profissão não existe só por ela mes-ma. Deve corresponder a uma necessida-de econômica, política ou jurídica, uma necessidade social. Devemos garantir que essa utilidade social perdure. Isso é uma condição sine qua non da nossa existência. Nenhuma profissão pode esperar durar no tempo se não possui uma utilidade social reconhecida. É também uma condição in-dispensável para o nosso desenvolvimento nos domínios tradicionais da atividade no-tarial bem com nos domínios mais novos e ligados à evolução da nossa sociedade.

Domínios tradicionaisNos domínios tradicionais, a concorrência dos outros juristas é mais evidente. Ela implica na criação de meios de ‘conseguir fazer’, primeiro desafio a ser transposto. O segundo desafio está ligado à nossa ati-vidade, à missão fundamental do notário: responder à necessidade crescente de se-gurança jurídica. A terceira necessidade, mais pragmática, pende para um domí-nio mais particular da atividade notarial que temos que desenvolver.

ConcorrênciaA concorrência entre juristas tende a cres-cer ainda mais nos próximos anos. Temos, por exemplo, advogados em determina-dos países europeus concorrendo com re-gistradores em certos países hispânicos. Por responder a essa concorrência, nossa profissão deve dispor de dois ativos que farão a diferença: competência. Faz parte da formação, inicial e continuada. A for-mação deve ser uma prioridade absoluta de todos os notários, devendo começar já na universidade, com a qual a profissão deve se relacionar da melhor maneira possível. Garantir a confiança dos usuá-rios do serviço. Confiança essa que decor-re do respeito de uma deontologia restri-ta e uma ética impecável, acompanhada de graves sanções em caso de violação de tais regras. A criação de uma Universida-de do Notariado Mundial, para os futuros ou mesmo jovens notários, o projeto de um Código de “Deontologia e Regras para a Organização do Notariado” respondem a este objetivo.

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Seis novos países tiveram deferidas suas adesões ao notariado latino: (da esquerda para a direita, de cima para baixo) Montenegro, Kosovo, Ucrânia, Mongólia, Madagascar e Vietnã passam integrar a grande família do notariado mundial.

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Segurança JurídicaÉ uma das causas de existência do siste-ma latino, que é totalmente voltado para este objetivo, com seu formalismo e suas verificações de controle precedentes. O objetivo de garantir um contrato seguro e equilibrado permite evitar o contencioso. “Entre o fraco e o forte, é a liberdade que oprime e o direito que protege” ou “o for-malismo é a irmã ciumenta da liberdade”. O notário deve encontrar meios de garan-tir a segurança jurídica. É o objetivo maior da nossa profissão para nos assegurar a perenidade. Essa segurança jurídica passa por três componentes: respeito ao forma-lismo e à autenticidade, redação dos atos e transmissão de conselhos.

Respeito ao formalismo e a autenticidadeO ato de autenticação tem valor particu-lar, é a lei entre as partes. Da onde sur-ge sua incontestabilidade, aliado à sua força probatória e sua eficácia, aliada a força executória. É porque o direito deve respeitar certo número de formas incon-tornáveis que ele constitui a essência dessa mesma autenticidade. O controle de identidade feito pelo notário, a capa-cidade de consentimento das partes que participam do ato, a liberdade do consen-timento, um direito humano fundamen-tal, a assinatura do ato perante o notário que consiste também na concordância dos signatários em se comprometer e a assinatura do próprio notário que faz, e somente ele o faz, surgir a autenticidade.

Redação do atoUm notário, hoje em dia, não deve mais se contentar com o simples controle de legalidade, como a simples autenticação da assinatura de um ato. Isso se percebe nos notários jovens notários, pouco expe-rientes que estão descobrindo a função notarial. É um ato extremamente prejudi-cial à imagem da profissão porque se tra-ta de uma tradição que vem, por vezes, já de longa data, mesmo dos fundadores da União, como os notários da América Cen-

tral. De acordo com um determinado pon-to de vista, o valor agregado pelo notário é pouco, quase inexistente e alguns ainda compreendem uma má remuneração que as vezes é relativamente elevada para um trabalho demorado e comumente criti-cado. O Banco Mundial não se exime de nos lembrar, todo ano, por meio do rela-tório Doing Business, que tanto faz mal à nossa profissão. É por isso que devemos garantir que sejamos os redatores dos atos praticados e assinados por nós. De-vemos nos provar os atores concretos da vida jurídica do nosso País. Ser o criador do Direito é responder cotidianamente e concretamente aos problemas jurídicos dos nossos clientes. Nós temos, por todo o mundo, a chance de estar em contato direto com a população, graças à relação dos territórios que asseguramos. Isso é um ativo formidável para a nossa profis-são. É preciso cultivá-lo e desenvolvê-lo, tudo de forma a responder às necessida-des de conselho dos nossos cidadãos.

Aconselhamento jurídicoDevemos desenvolver o papel de conse-lheiro para nossos cidadãos: o direito tor-na-se cada vez mais complexo resultado do desenvolvimento econômico, científi-co e tecnológico da nossa sociedade mo-derna. Os usuários se veem perdidos em meios a tantos textos, frequentemente de delicada compreensão e nem sempre de fácil acesso ou conhecimento. O papel do notário deve então ser o de guiar seus clientes nesses labirintos jurídicos: Não devemos nos esquecer nunca que o Esta-do nos nomeia para aplicar a lei em um domínio de Direito não contencioso. O notário deve cumprir o papel de instituir o Direito: explicar a lei para que os cida-dãos possam compreendê-las e se utilizar delas

Regularização FundiáriaCorresponde a uma necessidade mun-dial que pode ser atendida pelos notários em muitos países. A ação de fornecer um

Liberalismo x liberdadeÉ possível entender o common law como direito melhor adaptado à evolução eco-nômica do século XI no qual tudo deve ser feito de forma mais rápida, rápida demais às vezes, mais ainda na fase do liberalis-mo, que se tornou a única crença moder-na de muitos economistas. Na realidade, essa filosofia do liberalismo se pauta em uma flagrante contradição. Quando fala-mos de liberalismo, cada um crê tratar-se de liberdade. Na verdade os dois conceitos são radicalmente opostos: o liberalismo é a ausência de regras ao passo que a liber-dade impõe regras já que a liberdade de um acaba quando começa a liberdade do outro. Não é de estranhar, portanto, que o liberalismo tenha mostrado seus limites, favorecendo dumping e entidades ilícitas, a lei do mais forte, ou diga-se ainda a lei do mais rico. As consequências da crise dos suprimes e o abuso da livre concor-rência mostram a necessidade de regular e de superar a mundialização. Tornou-se indispensável a fixação das regras do jogo no mundo econômico, que hoje é um vas-to mercado entregue a si mesmo, funda-do em mudanças virtuais, incontroláveis por sua rapidez, frequência e destinação.

Tipo LatinoNão é surpresa, assim, que o direito con-tinental, fundado em normas e no princí-pio da regulação, ganhe terreno no início do século XXI. Não é por acaso que 15 dos 19 países do G20 e que 22 dos 28 países da União Europeia façam parte desse sis-tema de direito continental que hoje se aplica ao equivalente a 2/3 da população mundial, quase 60% do PIB do planeta. A segurança jurídica tornou-se uma ne-cessidade política. Apenas ela permite a confiança e assim, o crédito e o investi-mento, o desenvolvimento econômico e assim o progresso social. Não é por acaso que os países emergentes que desejam atrair a atenção de investidores preferem o campo do direito continental, como a Mongólia e o Vietnam, na Ásia, Kosovo e Montenegro na Europa, Madagascar e Ilhas Maurício, na África.

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Novas tecnologias É preciso constituir no centro no notaria-do uma rede de informações segura que preencha uma série de funções: comu-nicação entre os notários, para facilitar a preparação dos atos, estabelecer uma re-lação direta com a administração pública, parceiros cotidiano dos notários: registros públicos imobiliários, registros de comér-cio, serviços de estado civil, serviços de ur-banismo e comunicação com os próprios usuários que podem se comunicar em tempo real com o notário, não importan-do sua localização geográfica. Vantagens: assegura um controle de identidade dos clientes, por meios biométricos já utili-zados em certos países, garante a segu-rança e a rapidez das informações e da transmissão de atos a serem formaliza-dos e constitui um guichê único ao qual o cliente pode se dirigir para fazer um dos-siê, tirar dúvidas e não precisar se dirigir a múltiplos órgãos administrativos.

DesjudicializaçãoNossos países de direito continental re-conhecem igual crescimento dos litígios judiciários. Isso torna a justiça considera-velmente mais lenta, um atraso de anos que leva as pessoas a buscarem meios diferentes. É por isso que uma série de pa-

íses, tanto anglo-saxões como países de direito continental, adotaram o que co-nhecemos hoje por métodos alternativos de resolução de disputas, sendo estes a mediação, a conciliação e a arbitragem. É outro desafio a ser ultrapassado pelos no-tários para desafogar os Tribunais. A bus-ca pela neutralidade, pela imparcialidade e por um equilíbrio do contrato constitui a ética cotidiana. É, portanto, natural que o notário possa ocupar-se de tal domínio.

Circulação dos atos dos notáriosNesse contexto da mundialização em que vivemos não é mais aceitável que um ato jurídico não seja reconhecido e não tenha efeitos em outros lugares que não seu País de origem, contendo um elemento estrangeiro. Vemos como na Europa as decisões judiciárias podem ser aplicadas de maneiras transfronteiriça cumprindo um mínimo de formalidades. O ato do no-tário deve se adaptar a essa evolução, de modo a levar em consideração as necessi-dades dos clientes. É o sentido, por exem-plo, do certificado de sucessão europeu que entrará em vigor em agosto de 2015. É também o caso do programa que prevê as condições de acordo com as quais os notários de diferentes países europeus podem intervir conjuntamente em uma venda imobiliária, concernentes a contra-tantes de diferentes países. Não devemos nos esquecer de que se não colocarmos em prática uma maneira que satisfaça nossos clientes de modo a circular esses atos que realizamos, serão os próprios no-tários os responsáveis pela perda do seu lugar. Estejam atentos ao que as autori-dades de Bruxelas, na Europa, da África e da América nos impõem ou nos deixam de impor por meio dessas soluções. Elas podem, sem dúvida, serem prejudiciais a nossa atividade e à harmonia da nossa profissão.

Relação com o EstadoAs constantes mudanças da nossa socie-dade nos impõem aliar-nos aos Estados, papel relativamente novo, que retoma uma série de aspectos: criação de uma

parceria público-privada, favorecimento da transparência das atividades e promo-ção do direito continental.

Parceria público-privada Constitui uma oportunidade. Não regu-lar as atividades econômicas de acordo com o princípio da livre concorrência e boa governança, em um contexto de economia de mercado, leva ao abuso. É essa a origem da crise dos suprimes que continuam a afetar a economia mundial após cinco anos. Um Estado moderno se concentra nas funções soberanas: diplo-macia, justiça e exército. As outras ativi-dades de interesse geral que são de res-ponsabilidade do Estado, e aqui se inclui o domínio jurídico, devem ser delegadas às instituições sob o controle do Estado, mas que exercem suas funções sob sua própria responsabilidade e sem nenhum privilégio orçamentário. É exatamente essa função que ocupa o notário que já participa dessa parceria público-privada, priorizando a eficácia, como ocorre na Eu-ropa e na Ásia. Esse papel institucional do notário deve ser colocado em evidência. Ele constitui um futuro que se justifica pela utilidade social da nossa profissão. No papel de conselheiro e de instituidor do Direito, o notário estabelece uma liga-ção entre o Estado e o cidadão.

Transparência É uma necessidade. O ato de autentica-ção deve ser obrigatoriamente registra-do ou publicado em um registro oficial. Ele permite que saibamos quem possui o que, como um investimento imobiliá-rio é financiado, por quem foi constituída uma sociedade e de onde vem seu capital. As informações estão a serviço da trans-parência. Por que, nessas condições, não utilizar-se sistematicamente do ato de autenticação para lutar contra as pragas que são a corrupção e o financiamento do terrorismo? Muitos Estados querem lutar contra a evasão fiscal. Estima-se que ela represente, na União Europeia, algo em torno de 1.000 milhares de euros por ano, que é o dobro do déficit acumulado pe-los orçamentos do conjunto de Estados--membros! O ato de autenticação per-

documento que constitui um título de propriedade, de locação ou simples ocu-pação, é sem dúvida a ação que melhor ilustra o papel social do notário. Essa ação política, que corresponde à questão da segurança das relações jurídicas nasceu de uma simples constatação: Se o direito não pode ser provado, é como se ele não existisse. Ele não pode ser estabelecido, nem protegido, nem servir de garantia. Nossa política de registro se desenvolveu em decorrência das conferências mun-diais organizadas por nossa União, graças à ação incansável do presidente Harissou, em Ouagadougou, na África, em 2012 e também no México em 2013. Os notários puderam então mostrar seu papel, direta ou indiretamente, na produção desses títulos. Esse objetivo seguirá em 2014, se meu sucessor assim quiser, por meio de uma convenção Mundial no Vietnam.

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do planeta, o sistema de civil law e o sis-tema de common law, que coexistem por obrigação da mundialização, mas que são bem distintos entre si. Essa coexistência deve ser pacífica e respeitar as escolhas culturais dos países. O notariado, no mundo em geral, se apega ao direito con-tinental: nos locais em que não existem notários latinos, é o direito de common law que regula. É por isso que não é acei-tável que certos órgãos financeiros inter-nacionais, profundamente ancorados na cultura jurídica anglo-americana, esco-lham seu sistema jurídico sob a condi-ção de concessão de ajuda financeira. Os notários africanos mostraram perfeita-mente, graças a sua solidariedade e com sucesso, apesar das pressões políticas inadmissíveis, como preservar a obriga-ção do ato de autenticação no direito das sociedades. Os americanos compreende-ram bem esses conceitos, de modo que percebemos, em certos relatórios estraté-gicos que, para desenvolver sua influên-cia econômica internacional, controlar o sistema jurídico de um país é um objetivo prioritário para decidir onde investir.

Promoção do Direito ContinentalNós acompanhamos bem o exemplo da China que, ao escolher o notariado do tipo latino, fez com que seguissem seu exemplo outros países da mesma região, tais como a Coréia, a Mongólia e o Viet-nam. Ao criar um Notariado do tipo latino, eles se ancoram em um campo de direito continental. Essa luta deve ser constante. A nossa relação com a União Europeia nos mostra isso. De um lado nós estendemos o domínio de aplicação do ato de auten-ticação, notadamente para as relações familiares. Do outro lado nós tentamos acabar com a especificidade do status do notário, em nome do liberalismo que nos impõe a Comissão Europeia. Devemos, ainda assim, nos preocupar com a potên-cia dessa ideologia uma vez que constata-mos que, apesar da presença claramente majoritária de países que se utilizam do notariado latino na União Europeia, já que a Comissão Europeia continua a ten-tar banalizar o status do notário.

mitirá, portanto, em larga escala, evitar a realocação sistemática do paraíso fis-cal que não para de se desenvolver, a tal ponto que podemos nos questionar se os Estados membros, vítimas dessa evasão fiscal, colocam mesmo todos seus recur-sos à disposição dessa luta.

Lavagem de dinheiroÉ preciso dizer que todas as formalidades jurídicas são simplificadas em um paraí-so fiscal, tudo dentro do sistema de com-mon law, e isso não é por acaso: é possível criar efetivamente uma sociedade a qual-quer hora, o que agrada o Banco Mundial, sem controle de nome nem identidade da sociedade, origem do capital constituinte, o verdadeiro objeto social ou mesmo a real existência de uma sede. É exatamen-

te para o lado oposto que tende o direito continental já que, em nome da seguran-ça jurídica que constitui sua ‘marca de fábrica’, é preciso, antes da assinatura do ato, realizar certo número de controles indispensáveis, bem como certa regu-lamentação de operações jurídicas e de atividades comerciais. É essa necessidade de lutar contra os perigos da desregula-ção que faz hoje com que o direito con-tinental faça sucesso e que nossa União se promova.

Pressões Internacionais A escolha de um sistema jurídico depende muito da cultura, da história e da tradição de um Estado. Por isso mesmo temos dois grandes sistemas conhecidos, que se di-videm entre a grande maioria dos países

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O presidente do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), Ubiratan Guimarães, recebeu no mês de setembro de 2013, em São Paulo (SP), a visita do presidente do Conselho Federal do Notariado Argentino, Omar Antonio Fenoglio, e do conselheiro da União Internacional do Notariado (UINL), Carlos Guillermo Ríos. Na ocasião, o presidente do CNB-CF esteve acompanhado do ex-presidente da entidade e vice-presidente da UINL, José Flávio Bueno Fischer, e da diretora Laura Vissotto.

Internacional

CNB-CF recebe a visita de representantes do notariado argentino

Representantes do notariado argentino durante visita aos notários brasileiros

Buenos Aires (Argentina) – No início do mês de dezembro de 2013, o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB--CF), representado por seu presidente, Ubi-ratan Guimarães, pelo ex-presidente, José Flávio Bueno Fischer, e pelo gerente exe-cutivo da Seccional de São Paulo, Rodrigo Villalobos, apresentou, em Buenos Aires, a Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC).

A apresentação, realizada durante reu-nião da Assembleia Ordinária do Notaria-do Argentino, contou com a presença dos presidentes das Seccionais das 21 Provín-cias argentinas, além de toda a diretoria do Conselho Federal do Notariado Argentino.

Durante o encontro, o presidente do CNB-CF realizou a exposição acerca da criação e da administração da CENSEC pelo notariado brasileiro, o que empolgou os líderes argentinos a desenvolverem sis-tema semelhante, principalmente porque na Argentina a transmissão da proprieda-

Projeto da CENSEC é apresentado ao Notariado Argentino em Buenos AiresCNB-CF recebe convite para participar da Assembleia do Notariado argentino e detalhar o funcionamento da Central Notarial brasileira

de se dá com a escritura pública, sendo de grande interesse social a possibilidade de localização rápida dos atos públicos lavra-dos pelos notários.

Outro tema de debate focou na neces-sidade de integrar o notariado argentino nas questões atinentes à Certificação Di-

gital, assim como estabelecer uma maior aproximação doutrinária entre Brasil e Argentina, com o objetivo de fortalecer o notariado em ambos os países.

Assembleia ordinária do Notariado da Argentina reuniu presidentes das Seccionais de todas as províncias do País em Buenos Aires

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Além de investir fortemente na elabo-ração de uma doutrina notarial interna, o Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) promoveu nos últimos anos uma constante aproximação com reno-madas universidades internacionais e no-tariados membros da União Internacional do Notariado (UINL) objetivando o inter-câmbio de conhecimentos notariais para o desenvolvimento da atividade no País.

Dentro deste escopo a entidade firmou parceria com as Universidades de Coimbra, em Portugal, Salamanca, na Espanha, e Sa-voie, na França, com o objetivo de promo-ver ciclos de estudo, impulsionar e facilitar a colaboração e assistência em projetos de interesse comum, com a cooperação em

atividades científicas, principalmente na área de Direito Civil, tendo como base o estudo do Direito Notarial.

A entidade representativa do notariado brasileiro também firmou convênio com a Ordem dos Notários de Portugal (ON), com o objetivo de promover o intercâmbio de formação teórica e prática dos notaria-dos dos respectivos países, abrangendo estudos técnicos, deontológicos e científi-cos. “É muito importante que os notários de todo o mundo estejam integrados no propósito de promover estudos do Direito Notarial. Essa é a motivação de estarmos formalizando convênio com os notários portugueses”, afirmou.

Junto a Junta de Decanos dos Colégios

Notariais do Peru, o CNB-CF firmou par-ceria para o intercâmbio jurídico entre Tabeliães de Notas brasileiros e peruanos. “O estudo do Direito Notarial é uma das principais ferramentas para o aperfeiçoa-mento de nossa atividade e queremos ce-lebrar esta parceria para que façamos uma troca contínua de conhecimento visando o desenvolvimento do notariado de modelo continental”, disse Francisco Javier Villavi-cencio Cárdenas, presidente da Junta de Decanos.

“O caminho do constante aprimoramen-to jurídico é essencial para o notariado e o CNB-CF, ao lado de suas Seccionais, sempre atuará de forma contínua neste propósito”, explicou Ubiratan Guimarães.

CNB-CF firma convênios internacionais para estudo científicoIniciativa visa impulsionar a colaboração para a troca de conhecimento e desenvolvimento científico da doutrina Notarial junto aos demais notariados

Notariados do Brasil e do Peru celebraram parceria jurídica para o aprimoramento profissional dos Tabeliães de Notas

convênios celebrados juntos a ordem dos Notários de Portugal e à Universidade de Salamanca para desenvolvimento da doutrina notarial

Reunião na sede da EPM, em São Paulo, celebrou o inédito convênio entre Brasil e frança

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A União Internacional do Notariado (UINL) abriu a todos os notários dos países membros da entidade a possibilidade de tornarem-se Aderentes Individuais da UINL e passarem a usufruir de inúmeras vanta-gens, entre informações e publicações ex-clusivamente voltadas aos associados da entidade internacional, além de descontos em eventos nacionais e internacionais.

A profissão no mundo

A União Internacional do Notariado é uma organização formada por notariados pertencentes a 80 nações que reconhe-cem a origem de seus sistemas jurídicos no Direito romano. Fundada em Buenos Aires em 1948, difunde e coordena os in-teresses e as funções da profissão notarial no mundo.

Participar individualmente

A UINL, constatando o interesse em sua atividade de parte de inúmeros notários, deliberou criar a categoria de Aderentes Individuais que compartilhem seus ideais e dão sustentação às suas ações, possibi-

litando a adesão aos notários tanto em exercício como aposentados, assim como os delegatários oficialmente reconhecidos como tais pelas legislações de seus respec-tivos países.

Conheça as vantagens de se tornar um Aderente Individual

Cada notário aderente realiza uma con-tribuição para harmonizar e qualificar a atividade notarial no cenário social-econô-mico em nível internacional. Assim, se une de forma privilegiada à União, obtendo deste modo informações inerentes à pro-fissão e a diversos benefícios mediante a contribuição anual de US$ 100,00 ou 80 Euros:l Envio de todas as publicações oficiais da

UINL;l Acesso a comunicações privilegiadas;l Acesso, por meio de senha individual,

aos documentos publicados no site da UINL;

l Menção de sua qualidade de Aderente Individual em uma lista acessível pelo site da UINL;

l Acesso privilegiado à Rede Mundial do Notariado da UINL;

l Menção de sua qualidade de Aderente Individual à UINL em seus cartões de vi-sita e papelaria de correspondência;

l Outorga de um certificado oficial de sua qualidade de Aderente Individual;

l Redução de pelo menos 10% nos valo-res cobrados de inscrições nos eventos da UINL e de seus organismos associa-dos, inclusive em eventos de notariados membros que aceitem acordar a referi-da redução.

Veja como fazer sua AdesãoA Adesão Individual é a fórmula mais

simples e eficaz para conhecer diretamen-te as ações da UINL. Sua inscrição se consi-derará vigente após a comunicação oficial de sua intenção de associação à Secretaria Administrativa da UINL.

Preencha a Ficha de Aderente Individual (disponível no site da UINL (www.uinl.org) e a envie por correio, fax ou e-mail para o seguinte endereço:

Internacional

Adesão Individual à UINL: conheça as vantagens e saiba como fazerPublicações especializadas, descontos nos principais Congressos mundiais e acesso a uma ampla rede notarial em todo o mundo são alguns dos benefícios

Unión Internacional del NotariadoSecretaría Administrativa Sección Adherentes Individuales Via flaminia, 158 Pal. A - 00196 – Roma, ITALIA Tel. ++39.06.320.83.84 – fax ++39.06. 36091499E-mail: [email protected] /[email protected]

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CNB-CF participa do “I Encontro de Direitos Reais e Direito dos Registros e do Notariado” em Coimbra

O Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) participou em 2012 do “I Encontro de Direitos Reais e Direito dos Registros e do Notariado entre o CENoR e a EPM”, promovido, em conjunto, pela Es-cola Paulista da Magistratura e pela Uni-versidade de Coimbra, por meio do Centro de Estudos Notariais e Registrais (CENoR), com o apoio cultural da Universidade Corporativa do Registro (UniRegistral) e do CNB-CF.

No primeiro dia, proferiam palestras o desembargador Ricardo Henry Marques Dip (“Lineamentos de prudência nota-rial”); o juiz Luís Paulo Aliende Ribeiro (“Independência jurídica do notário e do registrador”); a professora Mónica Jardim (“Direitos Reais e os direitos pessoais- Dis-tinções e aproximações”); o registrador George Takeda (“Condomínios e incorpo-rações no registro de imóveis”); e a profes-sora Margarida Costa Andrade, do CENoR (“Alguns aspectos polêmicos da posse de bens imóveis no Direito português”).

No dia seguinte, as exposições estive-ram a cargo do juiz Jayme Martins de Oli-veira Neto (“Limitações administrativas

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Evento na Universidade de Coimbra contou com ampla participação de estudiosos do Direito do Brasil e de Portugal

O presidente do CNB-CF, Ubiratan

Guimarães, esteve ao lado do

desembargador Ricardo Dip no

Encontro realizado em Coimbra

(Portugal)

ao direito de propriedade de bens imóveis no Direito português”); do juiz Marcelo Benacchio (“Direito de vizinhança e o uso anormal da propriedade imobiliária no Direito brasileiro”); do desembargador Marco Antonio Marques da Silva (“Regis-tros públicos e as disposições do projeto de Código Penal Brasileiro”); do professor Afonso Nunes de Figueiredo Patrão, do CENoR (“Os contratos de financiamento imobiliário no Direito português”) e do advogado e professor Melhim Namem Chalhub (“O sistema de financiamento imobiliário no Direito brasileiro”).

“Esse convênio tem proporcionado um intercâmbio intenso entre nossas insti-tuições, rendendo muitos frutos”, frisou a juíza Tânia Mara Ahualli, coordenado-ra da área de Registros Públicos da EPM, acrescentando que os artigos e palestras dos outros eventos promovidos em con-junto pela EPM e pelo CENoR serão publi-cados pela Universidade de Coimbra.

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Em Roma tudo é registro. Tudo está re-gistrado na memória concreta da cidade. A cada metro de profundidade, um século de história se descortina. Não à toa a tercei-ra linha do metrô romano ter dificuldades para avançar, pois, não raro, suas escava-ções revelam descobertas arqueológicas como a mais recente que encontrou, sob a Piazza Venezia, um auditório com capaci-dade para 900 pessoas e pé-direito de 13 metros, construído no reinado do Impera-dor Adriano em 123 d.C .

E foi a cidade de Roma, sede da União Internacional do Notariado Latino (UINL), a escolhida para sediar a primeira edição da Universidade Mundial do Notariado orga-nizada por aquela instituição.

Com o objetivo de estimular a integra-ção internacional e a troca de informações entre os mais diversos países, no período

de 19 a 23 de novembro de 2012, alunos de 16 (dezesseis) nacionalidades , de quatro continentes, participaram de aulas e tro-caram experiências da atividade notarial pelo mundo.

No dia 18 de novembro fomos recepcio-nados pelo presidente da União Internacio-nal do Notariado Latino, Jean-Paul Decórps, com um coquetel de boas-vindas na sede da União Internacional do Notariado Latino.

As aulas tiveram início no dia 19 de no-vembro e as classes foram divididas em dois grupos, um grupo com aulas em fran-cês e outro grupo com aulas em inglês, tendo ocorrido na sede da IDLO (Interna-tional Development Law Organization) localizada ao lado do Vaticano.

Nos cinco dias de aula, tivemos profes-sores italianos, alemães, franceses, belgas e búlgaros que ministraram aulas sobre os temas de: mediação e arbitragem, la-vagem de dinheiro, direito comercial e o notário, atuação do notário na venda e compra de unidades condominiais e in-corporação imobiliária no sistema belga, a importância e o papel do Colégio Notarial para o desenvolvimento da atividade nota-rial entre outros.

Em todas as aulas houve troca de infor-mação sobre como os institutos funciona-vam em cada um dos países. E, por esta troca de experiências, foi possível perceber a diferença de atribuição dos notários em cada um dos países, identificando as situa-

Com o objetivo de permitir que os notá-rios brasileiros interajam com os notários de outros países integrantes da União In-ternacional do Notariado (UINL) o Conse-lho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) promoveu a participação dos notários Priscila Francisco de Paula, Tabe-liã de Notas de Cajamar (SP), e Fábio Toleto Torresan, 2° Tabelião de Notas e Protesto de Lençóis Paulista (SP), na 1ª edição da Universidade de Outono do Notariado Mundial, promovida pela União Interna-cional do Notariado (UINL) em novembro de 2012, na cidade de Roma (Itália).

O processo público instituído pelo CNB--CF para a escolha dos representantes bra-sileiros na Universidade contou com a ins-crição de oito notários, dos quais, adotado o critério estabelecido pela UINL, remanes-ceram apenas quatro, sendo feita a indica-ção dos que estão há mais tempo inscritos como associados ao CNB-CF.

Abaixo, a Tabeliã Priscila Francisco de Paula descreve a experiência de participar da Universidade de Outono do Notariado Mundial.

Os notários belgas nos explicaram que na compra e venda de unidade condominial, o notário é

responsável por recolher o valor da compra e venda e somente restituir ao vendedor o saldo do preço após

verificar que não existem débitos no imóvel,,,,

Notários brasileiros participam da Universidade de Outono do Notariado MundialCNB-CF promove o intercâmbio internacional de Tabeliães brasileiros para aperfeiçoar o desenvolvimento da doutrina notarial

Primeira edição da Universidade Mundial do Notariado

Por Priscila Francisco de Paula, Tabeliã de Notas de Cajamar (SP)

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ções em que a atribuição notarial é privativa e os casos que essas atribuições deixaram de ser privativa, e, também, diferenças im-portantes em relação às consequências da intervenção notarial nos atos particulares.

Os notários belgas nos explicaram que na compra e venda de unidade condomi-nial, o notário é responsável por recolher o valor da compra e venda e somente resti-tuir ao vendedor o saldo do preço após ve-rificar que não existem débitos no imóvel. Assim, atribui-se ao notário, por exemplo, a incumbência de notificar o síndico do condomínio da venda de um imóvel e este tem um prazo para comunicar o notário se o imóvel tinha dívidas ou não. Este me-canismo além de trazer segurança para o adquirente, diminui o número de deman-das entre o condomínio e os condôminos e, consequentemente, o custo do condo-mínio.

Na grande maioria dos países, os notá-rios são responsáveis pela formalização dos atos societários e cresce o número de países que atribui aos notários os atos de mediação e arbitragem.

Na Itália, o ato de reconhecimento de firma por autenticidade em documento particular, transforma-o em documento público, pois o ato do reconhecimento de firma pelo Tabelião não se limita a atestar a presença e a capacidade daquela que firma o documento, mas, também, atesta que o conteúdo do documento é legal e, no caso de representação de pessoa jurídica, certifica que a representação da sociedade foi feita de acordo com o seu ato societário vigente.

Em relação aos assuntos ingresso na ati-vidade, fiscalização e Colégio Notarial, al-gumas das grandes diferenças em relação

Para aqueles que se interessarem a asso-ciação à União Internacional do Notariado Latino pode ser feita pelo site:http://uinl.net/intranet.asp?idioma=esp&submenu=ADHERENTE

ao sistema brasileiro: na maior parte dos países a filiação ao Colégio Notarial é obri-gatória; a fiscalização e o ingresso na ati-vidade são feitos pelo próprio Colégio dos Notários; em alguns países exige-se um tempo de prática na atividade como pressu-posto para o ingresso na atividade notarial.

No que diz respeito à atualização dos notários, comentou-se que na Itália é obri-gatória a participação dos notários em congressos e palestras jurídicas como for-ma de se manterem sempre atualizados, sendo que a omissão desta participação é fiscalizada pelo Colégio Notarial.

Na parte da tarde algumas visitas foram organizadas e tivemos a oportunidade de conhecer o funcionamento de um escritó-rio de um notário romano.

Em outra tarde fomos recebidos por um dos ministros da Corte de Cassação Italiana que nos explicou detalhadamente como funciona o sistema recursal deste País.

Nesta ocasião, comentou-se com o mi-nistro que, na França, recentemente, um notário integrou o rol dos ministros do Tribunal Francês; indagado ao ministro se isto poderia acontecer na Itália, ele expli-cou que não existia previsão e, brincando, disse que desconhecia qualquer notário com interesse de trocar a atividade nota-rial pela magistratura.

Nesta oportunidade, os poloneses expli-caram que na Polônia um juiz tem o direito de, automaticamente, se transformar em notário.

No último dia, fomos visitar a Notartel que é uma sociedade constituída pelos no-tários e responsável pelo gerenciamento e pela criação de serviços de informática e telemáticos para os notários italianos.

E, por fim, vistamos o Conselho Nacional

dos Notários italianos e a escola dos notá-rios em Roma.

Neste dia, conhecemos o presidente do Conselho Nacional dos Notários Italianos e tivemos a oportunidade de conversar com Emanuele Caló que presta consultoria aos notários e é responsável por esclarecer as dúvidas de direito internacional encami-nhadas pelos associados da União Interna-cional do Notariado Latino.

Nesta oportunidade, comentei que, no Brasil, com a atribuição feita aos notários da realização do inventário e divórcio ex-trajudiciais, muitas vezes faz-se necessário o conhecimento do direito internacional privado. Com relação a este ponto, ques-tionei a ele se esta consultoria era utilizada pelos notários para substituir declaração consular sobre determinado assunto e ele disse que sim.

Na maior parte dos países a filiação ao Colégio

Notarial é obrigatória; a fiscalização e o ingresso na

atividade são feitos pelo próprio Colégio dos Notários,,,,

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Internacional

Notários brasileiros se reuniram novem-bro de 2012 na sede da Escola Paulista da Magistratura (EPM) para dar início aos de-bates da III Bienal de Jurisprudência Luso--Brasileira de Direito Registral e Notarial, uma iniciativa da EPM em parceria com o Centro de Estudos Notariais e Registras da Faculdade de Direito de Coimbra (CENoR), com apoio do Conselho Federal e da Sec-cional de São Paulo do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) e da Universidade Corpora-tiva de Registro de Imóveis (Uniregistral).

Em pauta no primeiro dia de debates, o tema Limites da Publicidade Notarial pren-deu a atenção dos participantes e propor-cionou debates de alto nível entre coorde-nadores e convidados. A dicotomia entre a ampla publicidade dos atos notariais, em-basada na forma pública do documento, se opõe ao direito de intimidade e privacidade do usuário, baseado na constatação de que a forma pública do documento não acarre-

ta necessariamente em sua publicidade.Para debater este tema, estiveram pre-

sentes o juiz em 2° Grau do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Luís Paulo Aliende Ribeiro, que coordenou o painel, o desembargador do TJ-SP, Ricar-do Henry Marques Dip, o juiz auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo (CGJ-SP), Marcelo Benacchio, a professora da Universidade de Coimbra, Monica Jardim, Laura Vissotto, presidente da Associação dos Notários e Registrado-res do Estado de São Paulo (Anoreg-SP), e o registrador imobiliário, Sérgio Jacomino.

Ao introduzir o tema, Sérgio Jacomino abordou o parecer do então juiz auxiliar da CGJ-SP, Walter Rocha Barone, que, após aprovação do então Corregedor Geral em 2010, foi expandido em caráter normativo para todo o Estado no sentido de que “se o testamento é público, nada tem de sigiloso, qualquer do povo tem o direito de lhe conhe-

cer o conteúdo e de pedir certidões, a que o Tabelião não tem como se negar”, relatou.

Para o juiz Marcelo Benacchio, que re-presentou a CGJ-SP no evento, “não se deve confundir forma com publicidade, não são idênticos e, neste sentido, me pa-rece que esta simples constatação é um pouco superficial para solucionar a ques-tão”, disse. Segundo o magistrado, a Lei de Registros Públicos, editada em 1973, está defasada ao regular o acesso a informa-ções, que hoje se encontram informatiza-das em centrais de atos. “Antes, era quase impossível um cidadão percorrer cartório por cartório atrás de um registro, já hoje, esta possibilidade está a apenas um clique e devemos estabelecer filtros para acesso a estas informações”, ressaltou.

Em seguida, o juiz auxiliar da CGJ-SP destacou diversas leis que regulam o aces-so às informações, sempre destacando que os diplomas “caracterizam o acesso aos dados como norma, e o sigilo como exceção”. Para Benacchio “vedar o acesso a determinadas informações pode se tor-nar um risco à própria atividade notarial e de registro, pois qualquer certidão emitida por um notário ou registrador poderia ser interpretada como uma violação ao direito de intimidade do cidadão”.

Por fim, o juiz destacou que, ao contrário do que ocorre em diversos países, princi-palmente na Europa, a restrição ao acesso ao conteúdo do testamento em nosso país não está positivada e, “enquanto o Proje-to de Lei 6960/02 não prosperar no Con-gresso Nacional não há como o Judiciário estabelecer uma mudança no que é deter-minado pela lei”.

Bienal Luso-Brasileira debate os Limites da Publicidade Notarial em sua 3ª ediçãoIII Bienal de Jurisprudência Luso-Brasileira de Direito Registral e Notarial, promovida pela EPM em parceria com o CENoR reúne juristas, magistrados, notários e registradores em São Paulo.

A professora da Universidade de

coimbra, Mônica Jardim, debate com membros

do Judiciário brasileiro os limites

da Publicidade Notarial

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Terceira viaPara o desembargador do TJ-SP, Ricardo

Henry Marques Dip é preciso “estabele-cer limites para a publicidade”. Segundo o magistrado, em recente julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) “foi le-vantada a questão de que a dispensa da apresentação das razões para acesso ao conteúdo testamento afronta a Cons-tituição Federal que determina a apre-sentação de motivos para acesso a da-dos íntimos”, abordou. “É preciso que se conheça se o interesse de acesso visa ao bem comum ou somente ao bem indivi-dual”, ponderou o magistrado.

Segundo o juiz em 2° Grau do TJ-SP, Luís Paulo Aliende Ribeiro, “concluiu-se ao fi-nal das discussões que a decisão sobre a publicidade dos conteúdos testamentá-rios foi simplificada, e que a forma públi-ca não acarreta a publicidade do ato”. No entanto, “a ausência de lei enseja o enten-dimento da regra geral de publicidade do testamento, mas com especial atenção à exposição dos motivos que comprovem as razões do pedido”.

ContrapontoPara a advogada e professora da Univer-

sidade de Coimbra, Monica Jardim, “a dife-rença entre a forma pública e publicidade do documento estão implícitas nas carac-terísticas do instrumento notarial”. Utili-zando-se de interpretação da legislação portuguesa e do Código Notarial Portu-guês, a palestrante destacou que em Por-tugal o cuidado com o sigilo do conteúdo do testamento é total, chegando ao ponto de que cópias redigidas pelos notários em computador tenham que ser destruídas ao final da digitação.

“Trata-se de um negócio jurídico unila-teral, personalíssimo, com interesse ape-nas do testador e que só tem validade após a morte, podendo ser alterado a qualquer momento pelo interessado”, disse Monica. “Se no testamento cerrado o notário não pode nem olhar o conteúdo do texto e no testamento público sobrevive apenas uma cópia, nas mãos do testador, e este ato só se pode abrir depois da morte de quem o fez, como posso expedir uma certidão de testamento?”, argumentou.

Por fim, a palestrante destacou que a lei portuguesa proíbe expressamente a abertura do testamento antes da morte do testador, com exceção de requerimen-to do próprio interessado, além de proibir o testamento “de mão comum” – entre duas pessoas – normalmente marido em mulher, em razão de que ninguém pode conhecer o conteúdo do testamento antes da morte de quem o fez.

Impossibilitado de participar dos de-bates, o presidente do CNB/CF, Ubiratan Guimarães entende que “Deve ser mi-

tigada a publicidade dos atos notariais, notadamente no tocante aos testamen-tos, separações e divórcios consensuais realizados por escritura pública. Estes últimos, até por analogia ao que dispõe o Artigo 155 do Código de Processo Civil, que prevê segredo de justiça nos proces-sos judiciais que tratam da matéria. Se-gundo a presidente da Anoreg-SP, Laura Vissotto, “a expedição de certidões de testamentos a qualquer pessoa só serve para que estas causem transtornos ao testador, pois não possuem qualquer in-teresse objetivo envolvido no testamento”.

Auditório tomado por notários e registradores acompanha debate notarial na Bienal Luso-Brasileira em São Paulo

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Investir fortemente na concepção de uma doutrina para o Direito Notarial foi um dos desafios da gestão do Conse-lho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF). Para fazer frente a este imenso desafio, a entidade nacional do notariado contou com forte apoio da Seccional de São Paulo (CNB-SP) e passou a fomentar o estudo e o debate em torno dos principais temas notariais.

Ainda na presidência de Ubiratan Gui-marães, o CNB-SP deu início à publicação semestral da Revista de Direito Notarial (RDN), hoje em sua quarta edição, compi-lada e elaborada pela assessoria jurídica da entidade, e coordenada pela diretora Laura

Vissotto. “A RDN é um repositório da dou-trina notarial, que servirá de consulta não somente para estudiosos de nossa classe, mas também para os demais segmentos jurídicos que desejam buscar referências do notariado brasileiro”, explica Guimarães.

Para o presidente do CNB-CF, a edição das RDNs são um marco para o notariado brasileiro. “Trata-se de um projeto do qual tenho muito orgulho e que não pode mais parar”, disse. “Convido todas as demais Seccionais a se engajarem no estudo e pro-dução de conteúdo doutrinário notarial, o que fará com que nossa atividade seja cada vez mais reconhecida pelos operado-res do Direito”, completou.

Publicações com a chancela CNBAlém das publicações contínuas das

RDNs, o Conselho Federal do Notariado investiu na produção literária de renoma-dos nomes do mundo jurídico brasileiro. Considerado um dos maiores pensadores da doutrina notarial, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Ricardo Henry Marques Dip, teve duas de suas publicações apoiadas pelo CNB-CF e suas Seccionais.

A obra “Prudência Notarial”, um marco no pensamento notarial brasileiro, lan-çada em agosto de 2012, contou com a presença de desembargadores, juízes, no-tários, registradores e advogados, além da cúpula do Poder Judiciário paulista na sede do CNB-SP. Entre as principais autoridades presentes ao coquetel, o CNB-SP teve a hon-ra de receber em sua sede o presidente do TJ-SP, desembargador Ivan Garisio Sartori, o Corregedor Geral da Justiça do Estado

Institucional

CNB investe na instituição de uma doutrina notarial brasileiraEntidade publica a Revista de Direito Notarial, já em sua quarta edição, e apoia a edição de livros doutrinários de grandes pensadores da atividade extrajudicial

o livro Prudência Notarial que contou com apoio do cNB e inaugurou uma série de livros voltados ao pensamento da atividade notarial

O Direito Notarial nos leva a segurança do direito de propriedade, dos negócios

jurídicos, de se registrar um imóvel com base em um

documento sólido, que é a escritura pública,,,,

Ivan Garisio Sartori, desembargador

Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de

São Paulo

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de São Paulo, desembargador José Renato Nalini, e o diretor da Escola Paulista da Ma-gistratura, desembargador Armando Sér-gio Prado de Toledo, além de inúmeras ou-tras autoridades do Judiciário bandeirante.

Para o presidente do TJ-SP, desembarga-dor Ivan Sartori, a obra lançada por Ricardo Dip “é de suma importância, uma vez que o Direito Notarial nos leva a segurança do direito de propriedade, dos negócios jurí-dicos, de se registrar um imóvel com base em um documento sólido, que é a escritu-ra pública”, afirmou. “Além disso, a obra é escrita por uma das maiores cabeças do Tribunal e é um dos nomes que mais en-tende sobre o direito notarial e registrário

no Brasil, de modo que para nós é uma satisfação muito grande estar aqui, como parceiros da associação notarial, da qual somos admiradores”, completou.

Também presente ao evento, o Desem-bargador José Renato Nalini conclui que o aprimoramento doutrinário da atividade notarial é o caminho correto a ser traça-do em busca de novas atribuições. “Tudo o que vier em reforço a atuação do setor extrajudicial é muito bem vindo porque é uma atividade que esteve sempre ao lado da justiça, do Poder Judiciário e pre-cisa crescer na conquista de novas atribui-ções”, disse. “Se tivermos bastantes obras propondo o crescimento das atribuições

notariais, vamos sensibilizar o legislador para que passe aquilo que depender de di-reito novo e tudo que não precisar de Legis Referendum para a atividade extrajudicial, como acho que deva ser feito”, destacou.

Em 2013, foi a vez da obra “A natureza e os limites das normas judiciárias do ser-viço extrajudicial”, também de autoria do desembargador Ricardo Dip, ser lançada, novamente na sede do CNB-SP. “O traba-lho apresenta esse caráter de instigação às meditações sobre um assunto, a meu ver, muito interessante, que é saber quais os limites do poder normativo judicial sobre o serviço extrajudicial e a natureza dessas normas”, declarou o autor.

o presidente do cNB-cf, Ubiratan Pereira Guimarães (esq.), o presidente do TJ-SP, Ivan Sartori e sua esposa, e o autor da obra, desembargador Ricardo Dip (dir.)

José Renato Nalini, desembargador do TJ-SP e corregedor Geral da Justiça de SP, esteve presente na sessão de autógrafos na sede do cNB-SP

As capas das quatro edições da Revista de Direito Notarial, editadas pelo cNB-SP em parceria com o cNB-cf

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Entidades representativas da atividade extrajudicial celebraram termo de coope-ração com o Ministério Público (MP) do Es-tado de São Paulo para viabilizar o acesso do órgão às informações das centrais das instituições, facilitando o intercâmbio de dados de atos notariais e registrais. Com o novo convênio, o MP não mais precisará fazer as solicitações por ofício, o que deve-rá agilizar os trabalhos desenvolvidos.

Na oportunidade, assinaram o termo de cooperação o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), a Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg/SP), a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Ano-reg/BR), o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil – Seção São Paulo (IEP-TB/SP) e a Associação dos Registradores de

Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP).

No caso do CNB, o Ministério Público po-derá ter acesso às informações da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Comparti-lhados (Censec) desde que se responsabi-lize pelos usuários que autorizar e cadas-trar na Central, inclusive no que se refere ao sigilo das informações obtidas por seus membros.

Conforme o Procurador-Geral de Justiça Márcio Fernando Elias Rosa, a iniciativa é importante porque vai agilizar a obtenção das informações e melhorar a qualidade do serviço prestado pelo Ministério Pú-blico. “Vai reduzir custos porque haverá redução de pedidos, de expedição de docu-mentos, de papéis. Vai agilizar a conclusão das análises e significar uma melhoria na

prestação do nosso serviço. É uma associa-ção que se estabelece entre as entidades e o Ministério Público com vistas unicamen-te à melhoria do acesso à informação”, de-clarou.

A promotora de justiça Cinthia Gonçal-ves Pereira, assessora de habitação e urba-nismo, trabalhou para viabilizar a celebra-ção do convênio porque vê nesse tipo de ação a possibilidade de facilitar o trabalho do MP. “A investigação do promotor de jus-tiça ficará muito mais ágil, porque ele vai ter acesso mais rápido às informações. As melhorias vêm tanto em questão de tem-po e celeridade quanto na facilitação dos trabalhos, inclusive para juntar menos pa-pel”, destacou.

Na ocasião, Márcio Fernando Elias Rosa ressaltou ainda que o Ministério Público busca informações não apenas para re-primir ou responsabilizar infratores, mas para prevenir a ocorrência de lesões. O Procurador-Geral de Justiça ainda revelou estar aberto para novas parcerias que ob-jetivem facilitar o trabalho do Ministério Público ou dos cartórios.

Nacional

CNB-CF celebra convênio com o Ministério Público para facilitar intercâmbio de informaçõesEntidade paulista passará a utilizar a CENSEC para realizar buscas e solicitações necessárias para processos judiciais

Vai reduzir custos porque haverá

redução de pedidos, de expedição de documentos,

de papéis. Vai agilizar a conclusão das análises e

significar uma melhoria na prestação do nosso serviço,,,,

Márcio Fernando Elias Rosa, Procurador-Geral

de Justiça do Estado de São Paulo

o cNB-cf esteve representado pelo vice-presidente Mateus Brandão Machado e pela diretora Laura Vissotto na assinatura de convênio com o MP-SP

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Quando falamos em Previdência Com-plementar, muitas pessoas associam, de forma equivocada, o assunto a um proble-ma das pessoas com idade mais avançada. O que muitos não sabem é que um Fundo de Previdência Complementar nada mais é do que um Fundo de Investimento de mé-dio / longo prazo e que possui vantagens financeiras e tributárias únicas. Atribuir o “assunto” Previdência a uma decisão mais para frente ou protelar a tua adesão a um plano de previdência complementar pode fazê-lo contribuir mais ou por mais tempo do que gostaria.

Quais são as vantagens de ter o CNBPrev?l O CNBPrev não sofre a retenção do Im-

posto de Renda semestral, conhecido como “come-cotas”, que abocanha 15% dos ganhos dos fundos de investimento a cada mês de maio e novembro.

l Também é o único a oferecer a possibili-dade de dedução das contribuições rea-lizadas na Declaração Anual de Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual tributável

l Para quem mantém os recursos investi-dos por mais de 10 anos num plano de previdência com base na tabela regres-siva, a alíquota de Imposto de Renda que incide sobre o resgate é de apenas 10%, contra a alíquota mínima de 15% cobra-da num fundo de investimento.

l O cliente pode movimentar livremente seus recursos entre planos (sempre de mesma natureza) sem que haja incidên-cia ou retenção de Imposto de Renda. Este recurso não zera a contagem de tempo da tabela regressiva de imposto de renda cobrada no caso de resgate dos recursos (que varia de 35%para períodos de acumulação de até dois anos a 10% para períodos a partir de 10 anos). Ou

seja, alguém que já contribuiu durante 10 anos para um plano, com base na ta-bela regressiva, permanece com o direi-to a fazer resgates pagando a alíquota mínima de 10% de IR, mesmo após soli-citar a mudança de parte ou da totalida-de dos recursos de um plano para outro. Esta mesma operação entre fundos de investimento leva, obrigatoriamente, ao reinício da contagem da tabela de IR.

l Ao contratar o CNBPrev, o investidor pode optar pelo resgate da reserva acu-mulada ou pelo recebimento de uma renda mensal. Um fundo de investimen-to não oferece a opção de recebimento de renda mensal.

l A possibilidade de a contribuição mensal ao fundo de previdência ter valor fixo e ser automática - normalmente via débi-to em conta, que ajuda o investidor a ter disciplina para continuar a investir.

l Como geralmente tem um objetivo fi-nanceiro a ser cumprido - que pode ser a aposentadoria ou qualquer outro projeto de longo prazo - o plano de pre-vidência acaba inibindo a realização de resgates antecipados. Tal efeito “psico-lógico” não é percebido com a mesma intensidade no caso dos fundos de in-vestimento.

l Um plano de previdência privada pode ainda ser usado com a finalidade de planejamento sucessório, pois o valor investido não entra obrigatoriamente em inventário, sendo repassado direta-mente aos herdeiros.

O CNBPrev é um Plano de Previdência completo, que oferece cobertura não só para a constituição de uma reserva e renda para aposentadoria, mas também oferece ampla cobertura para os principais riscos sociais que vivemos que são os riscos de

Invalidez e Morte, garantindo ao partici-pante, além das vantagens financeiras e tributárias, segurança no planejamento para o Futuro.

Novos Instituidores no CNBPrevO CNBPrev, conseguiu a adesão de qua-

tro novos instituidores, que são o Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, a Associa-ção dos Notários e Registradores do Brasil e do Rio de Janeiro e o Sindicato dos Notá-rios de Minas Gerais.

Para o presidente do conselho delibe-rativo da fundação, Paulo Roberto Gaiger Ferreira, as recentes adesões ampliam os benefícios para profissionais que não contavam com acesso a um plano de previdência complementar. “A afinidade de atuação na área notarial e registral foi essencial para a integração destes novos acordos”, afirma.

Solidez e TradiçãoA gestão dos Investimentos do CNBPrev

é feita pela Icatu Vanguarda Asset Mana-gement, um dos maiores especialistas na gestão de recursos institucionais no Brasil, eleito pela Revista EXAME como melhor gestor de fundos de Renda Fixa Ativos do Brasil e recebeu o prêmio“Top Gestão 2012”, na categoria renda fixa, concedido pelo jornal Valor Econômico aos melhores gestores de recursos do Brasil, com base em avaliação realizada pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P).

O futuro começa hoje! Receba um con-sultor e monte seu planejamento, entran-do em contato conosco, pelo 4002-0606 (Capitais) e 0800-284 0606 (Demais lo-calidades) ou através de nosso site: www.cnbprev.org.br e solicite a visita de um Consultor.

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Nacional

Brasília (DF) – Em uma iniciativa inédita do Poder Judiciário brasileiro, a Escola Na-cional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), órgão administra-do pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluiu na pauta de formação dos novos juízes brasileiros a capacitação específica para a atividade notarial e registral.

Coube então ao Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF) inte-grar um grupo de trabalho instituído pela ministra e diretora geral da Enfam, Eliana Calmon, para desenvolver cursos presen-ciais e online sobre cartórios voltados es-pecificamente para a magistratura. Com a realização de duas oficinas pre-

senciais práticas em Brasília e a gravação de uma aula online - O Juiz e o Serviço Extrajudicial - para ser disponibilizada a todas as Escolas da Magistratura do País, coube ao presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, representar o notariado bra-sileiro, ao lado do juiz auxiliar da Corre-gedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), José Marcelo Tossi, debatendo temas relacionados ao Tabelionato de Notas com magistrados de vários Estados.

“O serviço extrajudicial é de extrema importância para a sociedade, pela segu-rança jurídica, pela credibilidade e pelos efeitos de certeza e garantia que presta aos atos praticados e por isso sua inclu-são no curso nacional de formação de magistrados”, explicou Ricardo Cunha Chimenti, juiz auxiliar da Presidência do STJ e da Enfam. “Garantir uma fiscaliza-ção adequada, com conhecimento técni-co específico por parte do Poder Judiciário confere ainda mais força e credibilidade

a estas atividades tão importantes para a sociedade brasileira”, concluiu o magis-trado.

“Achei fantástica a instituição desta central nacional de atos, pois poderemos pesquisar em uma única base de dados nacional uma série de atos que consti-tuem importante papel dentro das tran-sações econômicas que se fazem na so-ciedade”, disse Alexandre Meinberg Cruz, juiz que atua no Estado do Mato Grosso.

Conhecer os princípios que regem a ati-vidade notarial foi fundamental para a juí-za mato-grossense Luciana Moretto, de Ja-ciara. “Saber que existe toda uma cultura na prática dos atos notariais me chamou a atenção. Os deveres de prudência, acon-selhamento, reconhecimento, imparciali-dade e redação mostram que existe toda uma ciência na prática destes atos e como eles são importantes para a garantia dos direitos das pessoas e para o bom funcio-namento da sociedade”, afirmou.

Durante as apresentações, os partici-pantes relatavam as principais caracte-

CNB-CF integra Comissão da Enfam para a formação de magistrados brasileirosTabelionato de Notas passa a ser matéria doutrinária no curso de formação dos novos juízes brasileiros

o presidente do cNB-cf, Ubiratan Guimarães, ao lado do juiz auxiliar do cNJ, José Marcelo Tossi Silva, durante aula na Enfam

O serviço extrajudicial é de extrema

importância para a sociedade, pela segurança jurídica, pela credibilidade e pelos efeitos de certeza e

garantia que presta aos atos praticados e por isso sua

inclusão no curso nacional de formação de magistrados,,

,,

Ricardo Cunha Chimenti,juiz auxiliar da Presidência

do STJ e da Enfam

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Magistrados brasileiros participam dos cursos presenciais da Enfam para capacitação dos novos juízes brasileiros

comissão do extrajudicial responsável por ministrar aulas online e oficinas temáticas presenciais sobre as especialidades notariais e registrais

Os deveres de prudência, aconselhamento,

reconhecimento, imparcialidade e redação mostram que existe toda

uma ciência na prática destes atos e como eles são importantes para a garantia

dos direitos das pessoas e para o bom funcionamento

da sociedade,,

,,

Luciana Moretto, juíza de Jaciara (MT)

rísticas de cada uma das atribuições, - no caso da atividade notarial foram aborda-dos temas como o regime jurídico da ati-vidade, competência material e territorial, princípios deontológicos notariais, com ênfase para o dever de conselho e auten-ticação dos notários, abrindo espaço para um amplo debate com a plateia. Após as oficinas, os integrantes do grupo de tra-balho se reuniram para uma explanação sobre a formatação de um curso semipre-sencial para os magistrados brasileiros, que será disponibilizado pelo portal da Enfam e contará pontos para promoção

e remoção dos juízes em seus Tribunais Estaduais.

“A presença dos notários e registrado-res nestes eventos de capacitação da En-fam são essenciais”, disse Marcelo Tossi. “Muitos destes novos juízes estão em co-marcas pequenas, de varas únicas e têm que fiscalizar e responder dúvidas levan-tadas por notários e registradores, assim, ter acesso ao conhecimento de profissio-nais gabaritados destas especialidades os ajuda muito nesse processo, além de for-talecer o próprio Poder Judiciário”, com-pletou o juiz auxiliar do CNJ.

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