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Revista Digital de Podologia Revista Digital de Podologia Gratuita - Em Português Gratuita - Em Português N° 34 - Outubro 2010

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  • Revista Digital de PodologiaRevista Digital de PodologiaG r a t u i t a - E m P o r t u g u ê sG r a t u i t a - E m P o r t u g u ê s

    N° 34 - Outubro 2010

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    Rev ista podo log ia . c om n ° 3 4 O u t u b ro 2 0 1 0

    Diretor c ientíficoPodólogo Israel de [email protected]

    Diretor comercialSr. Alberto Grillo

    [email protected]

    Colaboradores de esta edição:

    Podologa Clarice Nunes Bramante. Brasil

    Podologo Israel de Toledo. Brasil

    Mercobeauty Imp e Exp de Produtos de Beleza Ltda.Tel: #55 19 3365-1586 - Campinas - San Pablo - Brasil.

    www.revistapodologia.com - [email protected]

    La Editorial no asume ninguna responsabilidad por el contenido de los avisos publicitarios que integran la presente edición, no solamente por eltexto o expresiones de los mismos, sino también por los resultados que se obtengan en el uso de los productos o servicios publicitados. Lasideas y/u opiniones vertidas en las colaboraciones firmadas no reflejan necesariamente la opinión de la dirección, que son exclusiva responsabi-lidad de los autores y que se extiende a cualquier imagen (fotos, gráficos, esquemas, tablas, radiografías, etc.) que de cualquier tipo ilustre lasmismas, aún cuando se indique la fuente de origen. Se prohíbe la reproducción total o parcial del material con tenido en esta revista, salvomediante autorización escrita de la Editorial. Todos los derechos reservados.

    ÍNDICE

    Pag.

    3 - “Pé diabético” ou Pé do Diabético.

    9 - Pé plano infantil.

    13 - As plantas na podologia.

    Humor Gabriel Ferrari - Fechu - pag. 22.

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    Introdução

    Em 1996 eram 120 milhões, em 2030 estima-se que serão 366 milhões de diabéticos em todoo mundo. Muitos com pés ulcerados, com altorisco para amputação.

    As causas são as mesmas em todos os países,porém a prevalência para as úlceras e amputa-ções varia de acordo com o padrão socioeconô-mico de cada população (população estimadaIBGE 2005) Diabetes Mellitus é uma doença crô-nica que ocorre quando o pâncreas não produzinsulina suficiente ou quando o organismo nãoutiliza eficazmente a insulina que produz. A insu-lina é um hormônio regulador do açúcar no san-gue.

    O efeito do diabetes não controlado é a hiper-glicemia, que com o tempo prejudica gravemen-te muitos órgãos e sistemas, em especial os ner-vos e os vasos sanguineos.

    Tipo de Diabetes

    Diabetes Tipo 1: (também chamada insulino-dependente, juvenil ou de inicio na infância)caracteriza-se por uma produção deficiente deinsulina e requer administração diária deste hor-mônio.

    Diabetes Tipo 2: (Também chamada não insuli-nodependente ou de inicio na idade adulta):caracteriza-se pela utilização ineficaz da insuli-na. Esse tipo representa 90% dos casos mun-diais e se deve em grande parte ao excesso depeso corporal e á falta de atividade física.Atualmente esse tipo de diabetes vem sendoobservado também em crianças.

    Diabetes Gestacional: Corresponde a um esta-do hiperglicêmico detectado durante a gravidez.

    Diabete de causas específicas.

    “Pé Diabético”

    O “Pé Diabético” pode ser definido como umgrupo de alterações nas quais neuropatia, isque-mia e infecção levam à lesão dos tecidos ou ulce-ração, resultando em morbidade e possívelamputação. As úlceras nos pés precedem a gran-de maioria dos processos infecciosos - cerca de

    50% das úlceras se tornarão infectadas duranteo seu curso. Estima-se que cerca de 25% dospacientes com diabetes desenvolverão uma úlce-ra nos pés ao longo de suas vidas. Esta compli-cação do diabetes muitas vezes resulta em dimi-nuição da qualidade de vida. É conhecida como a“regra dos 15”, na qual 15% das pessoas comdiabetes desenvolvem úlcera, 15% das úlcerasevoluem com osteomielite e 15% dessas úlcerasevoluem para amputação.

    É fato amplamente conhecido que os indiví-duos diabéticos apresentam maior propensão acertos tipos de infecções, particularmente nospés, no trato urinário e pele (infecções por fungose bactérias. As infecções nos pés estão associa-das à substancial morbi-mortalidade e a umaumento dramático de hospitalizações e ampu-tações. Das internações de pacientes diabéticos25% são causadas diretamente por infecçõesnos pés e 59% das amputações não traumáticasdos membros inferiores são atribuídas a estasinfecções. Há pelo menos sete fatores bem esta-belecidos que predispõem às infecções nos pésentre indivíduos diabéticos:

    1-Neuropatia sensitivo-motora2-Neuropatia autonômica3-Doença arterial periférica4-Hiperglicemia5-Colonização aumentada na pele e mucosas6-Lesões traumáticas (mecânica, térmica e quí-

    mica)7-Úlcera (85% das amputações de membros

    inferiores são precedidas de úlcera nos pés e89% das úlceras tem um componente neuropáti-co)

    A neuropatia periférica acomete 30% dos dia-béticos e sua prevalência dobra quando se tratade pessoas acima dos 60 anos de idade. O défi-cit sensorial nas extremidades inferiores, asso-ciado a alterações do sistema nervoso autônomo,desencadeia ulcerações e alterações tróficas nospés, muitas vezes mutilantes.

    Nitidamente, o fator mais importante que con-tribui para o desenvolvimento da úlcera nos pése a cicatrização é a neuropatia periférica, espe-cialmente a perda de sensibilidade.

    A neuropatia permite traumatismos recorren-tes durante a deambulação diária mantendo a

    “Pé Diabético” ou Pé do Diabético.

    Podologa Clarice Nunes Bramante. Brasil.

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    atividade do processo inflamatório no tecidotraumatizado.

    O paciente com neuropatia também tem limi-tação na mobilidade das articulações e deformi-dades ósseas as quais contribuem para aumen-tar a pressão na região plantar criando uma com-binação infeliz de aumento da pressão na plantado pé e inabilidade para senti-la. Isto resulta naformação de calosidades, mais pressão e traumae finalmente a ulceração.

    De acordo com estudos internacionais, a pre-sença de equipe multidisciplinar visando ao tra-tamento dos pacientes com diabetes mellitus eúlcera em membros inferiores contribui para aredução de amputações maiores em até 78%. Aprevenção é a principal ferramenta para se detera progressão do diabetes e suas complicações,particularmente as decorrentes no pé do diabéti-co.

    O Banco Mundial e a Organização da Saúde(OMS) têm sugerido que os sistemas de saúdedos países em desenvolvimento ampliem acobertura do controle da glicemia e da pressãoarterial, implementem programas preventivospor meio de equipes multidisciplinares voltadosá população em risco de ulceração, com objetivode reduzir as amputações.

    Para um bom entendimento sobre este assuntose faz necessário a definição dos termos conti-dos no conceito e alguns outros que serão utili-zados no decorrer do texto:

    a) Neuropatia diabética: a presença de sinto-mas e sinais de disfunção de nervos periféricosem pessoas com diabetes, após a exclusão deoutras causas.

    b) Deformidades do pé (deformidade ósteoarti-cular): anormalidades estruturais no pé, taiscomo presença de dedos em "martelo", dedos em"garra", hálux valgus (joanete), proeminência decabeças dos metatarsos, estados após neuro-ósteo-artropatia, amputações ou outras cirurgiasdo pé.

    c) Neuro-osteoartropatia (Pé de Charcot): des-truição não infecciosa de osso e articulação asso-ciados com neuropatia.

    d) Angiopatia (vasculopatia, doença vascularperiférica): presença de sinais clínicos tais comoausência de pulsos podais, uma história de clau-dicação intermitente, dor de repouso e/ou anor-malidades na avaliação vascular com métodosnão invasivos, indicando distúrbios ou prejuízosna circulação.

    e) Isquemia: sinais de prejuízos na circulaçãoverificados por exame clínico e/ou teste vascular.

    f) Isquemia crítica (isquemia descompensada):dor de repouso isquêmica persistente requeren-do analgesia regularmente por mais que duassemanas e/ou ulceração ou gangrena de pé oude dedos, associadas com pressão sistólica detornozelo menor que 50 mmHg ou uma pressãosistólica do pododáctilo menor que 30 mmHg.

    g) Claudicação intermitente: dor no pé, pernaou coxa que é agravada por deambulação emelhorada por repouso, e está combinada comevidências de doença vascular periférica.

    h) Dor de repouso: dor severa e persistentelocalizada no pé e freqüentemente melhoradacom o pé em posição pendente.

    i) Lesão do pé: bolha, erosões, cortes ou úlce-ras no pé.

    j) Infecção superficial: uma infecção de peleque não se estende através de músculo, tendão,osso ou articulação.

    k) Infecção Profunda: Evidência de abcessos,artrite séptica, osteomielite ou tenosinovite

    l) Ulceração Superficial: lesão total da espessu-ra da pele não se estendendo através do subcu-tâneo.

    m) Ulceração profunda: lesão total da espessu-ra da pele se estendendo através do subcutâneo,que pode envolver músculo, tendão, osso e arti-culação.

    n) Necrose tissular: tecido desvitalizado, secoou úmido, independente do tecido envolvido.

    o) Gangrena: uma necrose contínua de pele eestruturas subjacentes (músculo, tendão, articu-lação e osso), indicando prejuízo irreversívelonde a cura não pode ser prevista sem perda dealguma parte da extremidade.

    p) Debridamento: remoção de tecido desvitali-zado.

    q) Amputação maior: toda amputação acimado nível médio dos ossos do tarso.

    r) Amputação menor: desarticulação médiotar-sal ou abaixo.

    s) Alto risco: presença de características queindicam alta probabilidade de desenvolver uma

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    complicação específica.

    t) Baixo risco: presença de poucas ou ausênciade características que indicam uma alta probabi-lidade de desenvolver uma complicação específi-ca.

    Como reconhecer um “Pé Diabético”?

    Para se fazer o diagnóstico no pé do diabéticoé necessário entender de forma clara as suascausas e principalmente as suas conseqüências.Felizmente, a respeito do avanço tecnológiconesta área, o diagnóstico no pé do diabéticodepende muito de um exame clínico adequado,ou seja, uma boa anamnese e um bom examefísico.

    Portanto, se faz necessário entender, pesquisare interpretar todos os sintomas e sinais apresen-tados pelo paciente. Nos casos duvidosos ouquando merecem maior investigação devem-seutilizar os exames auxiliares, nunca esquecendoo nosso limite de atuação pertinente a equipe.

    Tem informações pessoais que poderiam sercolocadas no programa.

    Os sintomas e sinais relacionados com a neu-ropatia são divididos de acordo com o tipo denervo que é comprometido:

    a) sensoriais: dores tipo queimação, pontadas,agulhadas, sensação de frieza, parestesias, hipo-estesias e anestesias. Relembrando, há umaperda progressiva da sensação de proteção tor-nando o paciente vulnerável ao trauma.

    b) motores: atrofia da musculatura intrínsecado pé, deformidades ósteo-articulares com suasmais freqüentes apresentações como:

    Dedos em martelo, dedos em garra, hálux val-gus, proeminências de cabeças de metatarsos.

    Presença de calosidades em áreas de pressõesanômalas e ulcerações. (Mal perfurante plantar).

    c) autonômicos: diminuição da sudorese comressecamento da pele e fissuras. Vasodilatação ecoloração rosa da pele (“pé de lagosta”) oriundada perda da auto - regulação das comunicaçõesartériovenosa.

    Vale lembrar que também está relacionadacom a neuropatia a condição denominada como“pé de Charcot” (neuro-ósteoartropatia), já des-crita acima, que se caracteriza:

    na sua fase aguda por sinais clássicos de infla-mação (calor, rubor, edema, com ou sem dor) e

    na sua fase crônica por deformidades impor-tantes, chegando a alterar a configuração normaldo pé.

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  • Os sintomas e sinais relacionados com a arte-riopatia são dependentes essencialmente damacroangiopatia com suas lesões estenosantesque leva a redução de fluxo sangüíneo e conse-quentemente a redução dos nutrientes para ostecidos.

    Assim, a redução de fluxo sangüíneo pode pro-mover o aparecimento de claudicação intermi-tente, dor de repouso, alteração de coloração dapele como palidez e/ou cianose, alteração datemperatura da pele como hipotermia, altera-ções tróficas dos tecidos como atrofia de pele,sub-cutâneo, músculos e de fâneros como rarefa-ção de pelos e unhas quebradiças.

    A lesão estenosante da luz do vaso pode levartambém a alteração de pulsos periféricos, facil-mente avaliados, traduzindo-se clinicamente pordiminuição ou ausência à palpação. Deve-se, por-tanto, proceder-se a palpação dos pulsos femo-rais, poplíteos, tibiais posteriores e pediosos oupelo menos dos dois últimos, como recomenda-do pelo consenso internacional de 1999.

    Finalmente, poderemos constatar a presençade ulceração ou gangrena, que são as situaçõesmais graves da insuficiência arterial na doençavascular periférica.

    Os sintomas e sinais oriundos da arteriopatiasão:

    a) dor / claudicação intermitenteb) dor de repousoc) palidezd) cianosee) hipotermiaf) atrofia de pele/tela subcutânea/músculog) alterações de fâneros (pelos e unhas)h) diminuição ou ausência de pulsos à palpa-

    çãoi) flictenas / bolhasj) úlcera isquêmicak) necrose (isquêmica)l) gangrena (necrose + infecção)

    Os sintomas e sinais oriundos da paneuropatiasão:

    a) ressecamento de peleb) fissuras de pelec) hiperemia / eritemad) hipertermiae) ectasia venosaf) alteração de sensibilidadeg) deformidades ósteo-articulares (ex.: joanete,

    dedos em garra ou em martelo, “pé de charcot”,etc.)

    h) calosidadesi) úlcera neuropática

    Os sintomas e sinais oriundos da infecção são:

    a) edemab) secreção/pus c) necrose úmida (infecciosa)d) gangrena (infecciosa)

    Notem bem que estes sintomas e sinais podemse apresentar isolados em seu grupo de origemou em associação. Deste modo poderemosencontrar um pé que do ponto de vista clínico éum pé neuropático e/ou isquêmico associado ounão à infecção.

    Que testes e exames podem ser solicitadospara auxiliar no diagnóstico do “pé diabético”?

    A avaliação clínica de alguns pacientes podedeixar dúvidas ou necessitar uma maior investi-gação. Nestes casos utilizamos testes e examesauxiliares para aumentar a nossa capacidadediagnóstica.

    Para avaliar a neuropatia

    a) Teste com monofilamento: a incapacidadede sentir a pressão necessária para curvar omonofilamento de 10 gramas, quando pesquisa-do em diversos pontos do pé é compatível comneuropatia sensorial.

    b) Teste com o martelo: a sensibilidade profun-da pode ser avaliada através do teste do reflexodo tendão de Aquiles utilizando-se o martelo.

    c) Teste com o diapasão e com oBiotesiometro: a sensação vibratória pode

    ser avaliada de uma forma mais simples com odiapasão ou através de um aparelho, oBiotesiômetro.

    Todos estes testes são utilizados para deter-minação do risco de ulceração, mas, o teste domonofilamento por sua simplicidade e baixocusto é considerado o teste de escolha.

    Considerações Finais

    A abordagem do pé diabético se constitui emum grande desafio em todo mundo, principal-mente nos países mais pobres, onde se enfrentamuitas dificuldades, desde preconceitos e desco-nhecimento do assunto, até falta de priorização erecursos. Entretanto, vimos acima que é possívelse conseguir bons resultados com uma assistên-cia adequada ao paciente diabético.

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  • Educação dos Diabéticos na assistência aosPés

    A educação na assistência ao pé é mais quetransmitir informações, seu objetivo final é amudança de comportamento.

    Para muitos pacientes, a simples aquisição dosconhecimentos adequados será suficiente paraque eles pratiquem uma boa higiene do pé eescolham um calçado apropriado. Contudo paraoutros, o processo educacional terá que incluir aassistência familiar, e avaliações podológicasmensais.

    OS 11 MANDAMENTOS DO “PÉ DIABÉTICO”

    1- Não andar descalço2- Não colocar os pés de molho em água quen-

    te, nem usar compressas quentes3- Cortar as unhas de forma reta4- Não usar calçados apertados, de bico fino,

    com solado duro ou de tira entre os dedos5- Não usar remédios para calos, nem cortá-los

    com qualquer objeto; calos devem ser tratadospor um profissional de saúde

    6- Não usar cremes hidratantes entre os dedos7- Após o banho, enxugar bem os pés, inclusi-

    ve entre os dedos

    8- Inspecionar o interior dos calçados, antes deusá-los

    9- Apenas usar sapatos com meias, trocando-as diariamente

    10- Examinar os pés diariamente e procurarum serviço de saúde quando perceber bolhas,feridas, edemas ou mudanças na cor dos pés

    11- Os pés diabéticos devem ser examinadosregularmente por um profissional da saúde.

    (Consenso Internacional sobre o Pé Diabético2003) ¤

    Pdga Calrice Nunes [email protected]

    Coordenadora do Curso Técnico de Podologia Podóloga responsavél pelo Ambulatório de Pé

    Diabético de Sorocaba, (6 anos) Criadora do Projeto: Podologia Hospitalar

    Coordenadora do Curso de Aprimoramento eAperfeiçoamento em Pé Diabético.

    Bibliografia

    O Pé Diabético - Peter Kunhn/ Elizabeth AcciolyManual para a prevenção da Catastrófe - - Luiz M.

    Alvim SerraO Pé Diabético - Bowker

    www.revistapodologia.com 8

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    Introdução

    Existem diversos métodos aplicados e con-clusões diferentes para o tratamento do pé planoinfantil e não apenas na clinica como também naliteratura, existem divergências quanto ao méto-do e tipo de tratamento correto para esta patolo-gia.

    Este artigo tem como objetivo explorar estasdivergências, buscando uma coerência eficientepara este tratamento, tendo em vista a escassezde literatura pertinente às alterações morfológi-cas, correlacionadas aos parâmetros clínico eradiológicos e principalmente sobre as técnicasconservadoras referentes a patologia, este artigotende a ter caráter mais empírico referente aoestudo proposto.

    Desenvolvimento

    Pé plano infantil é a condição na qual a maiorparte da planta do pé fica em contato com osolo, como resultado de redução ou ausência doarco longitudinal do pé (do dedão ao calcanhar).

    A definição do pé plano é muito controversaentre as várias literaturas pois o termo retropévalgo não descreve o arco plantar e o antepé enem sempre está presente no pé plano(1). O queocorre é que pés plano valgo e pés planos, sãomuito similares num aspecto visual, porém nãoclinico, assim, comumente confundidos o queleva a tratamentos equivocados e que interferemdiretamente o resultado final.

    Não atendo ao fato de que existe divergênciasno que se refere a intervir ou não de forma con-servadora a esta patologia mas, sim na maneiracorreta e o tempo ideal de se aplicar uma orteseplantar como forma de tratamento é que se iradecorrer o presente artigo.

    Pés plano infantil, se deve ao aumento da adi-posidade plantar que simula na primeira infânciaum falso pé plano, sendo ele fisiológico, consid-era-se que uma intervenção antes do segundoano de vida é algo prematuro e desnecessário,tendo em vista que está em tempo hábil para quea musculatura se tonifique. O que é indicado

    neste tempo é apenas caminhada descalça e depreferência em solos irregulares como areia ougrama, auxiliando e estimulando o tônico mus-cular dos pés. Se após o terceiro ano de vida, oarco plantar não se manifestar, o mesmo passa aser patológico, sendo indicado um tratamentoconservador através de orteses plantares e calça-dos adequados(2,3,4).

    O valgismo por sua vez, se acompanha de umtalus valgus. O desabamento talo-calcâneo medi-al que se segue provoca a rotação medial doseixos tibiais e femorais assim como a tendênciageno valgo(3,5). O calcâneo valgo só será notadose for observado de forma posterior (fig.01), nocaráter clínico ou por meio de exames por ima-gens desde um Podoscópio ao baropodometro.

    Ao examinar, pode-se notar a presença do arcomedial, ainda que de forma discreta, com tudo,uma baropodometria mostrará sua existênciapela falta de pressão exercida sobre o mesmo.

    Ao Observar um valgismo de forma frontal edorsal, o mesmo assemelha-se a um pé plano eé desta forma é que muitos profissionais, por nãose apegar de forma mais profunda a clínica,mesmo por subestimar a patologia é que inicia-se tratamentos equivocados.

    Uma ortese plantar para o tratamento de umpé plano e um plano valgo são muito distintas.Para o pé plano, indica-se uma ortese com apoiodo arco medial, buscando apoiar a articulação

    Pé Plano Infantil

    Podologo Israel de Toledo. Brasil.

    Fig. 1

  • talonavicular (fig. 02); para o tratamento doplano valgo, a ortese tem que ter uma cunhavarizante, buscando uma elevação medial doretropé; corrigindo o ângulo do tornozelo, cor-rigimos o plano do arco medial.

    Ao não se atentar a estes fatos, muitas vezessão indicadas orteses com apoio do arco medial,quando na maioria dos casos, deveria ser para oretropé, neste aspecto, pacientes passam anosutilizando orteses erradas, pois não foi observa-do o retropé, levando o pé do paciente a um arcomedial excessivo a ponto de torná-lo cavo se vistode forma plantar, já na posição dorsal, continua“plano”, restando como ultima forma de trata-mento a cirurgia.

    Outro fator muito importante é a técnica deortese aplicada. Temos visto que duas são asmais utilizadas hoje no mercado nacional, astradicionais palmilhas de E.V.A (fig. 03) e as deValenti (fig. 04).

    As de E.V.A, são feitas de forma pré-fabricadas,onde as elevações e arcos já são pré definidos oupadronizados; seu arco medial seria voltado aopé cavo, além de ser dura o que somado a faltado aspecto anatômico, criam o trauma mecânicoque traz desconforto e por muitas vezes deformi-dades decorrentes.

    A técnica de Valenti, tem da mesma forma seusmoldes de arcos já pré estabelecidos, apesar deutilizar um arco mais leve e macio, não sãoanatômicos.

    Anatomia que referimos é a capacidade derespeitar a anatomia do pé do paciente, seu arcoplantar nos vários graus de cavo e plano, o teci-do e as articulações, tendo um molde feito no pédo paciente para respeitar as características dopé, um material que seja macio ao ponto de não

    criar trauma mecânico e resistente ao ponto desustentar a articulação do pé. Desta forma, aúnica técnica que chegou a atender as necessi-dades nas mais diversas variações de deformi-dades adquiridas foi a técnica de Toledo (fig.05),pois sua tecnologia termomoldável, se adéquaexatamente aos aspectos anatômicos dospacientes, somado a capacidade de absorção e

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    Fig. 2 Fig. 3

    Fig. 4

    Fig. 5

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    memória, eximi qualquer tipo de trauma mecânico, gerando resultados espera-dos no tratamento e conforto ao paciente.

    Conclusão

    A avaliação do paciente não pode ser subjetiva ao ponto de subestimar apatologia evitando uma boa clínica.

    A observação do retropé é fundamental para identificar a causa do pé plano.Uma vez identificada a causa, observar qual técnica ideal a ser aplicada e iden-

    tificar corretamente as elevações, quer apoio do arco medial ou elevação medi-al do retropé.

    Creio que subestimar a patologia e a falta de conhecimento das técnicas oorteses ideais são as maiores causas do tratamento equivocado desta patolo-gia.¤

    Israel de [email protected]

    Podólogo, Ortesista, Especialista em Pés Diabéticos (Hospital Brigadeiro), Especialista em Palmilhas Ortopédicas (Abotec) e (Flexor – Espanha),

    Dir. Científico RevistaPodologia.com

    Bibliografia1- Hernandez, A.J.: Pé plano flácido e frouxidão ligamentar genera-Iizada. Dissertação

    (mestrado), Fac. Med. da Univ. de São Paulo, São Paulo, 1990.2- VILADOT, A. P. Dez Lições de Patologias do Pé. São Paulo, Livraria Roca, 1986.

    3- ASTHUR Filho, Nelson. Manual de Palmilhas e Calçados Ortopédicos, São Paulo,Ed. Prol, 2005.

    4- MOYA, S.H. Pie Plano. Revist. Chilena Pediatria, 63:119, 1992.5- BRICOT,B, Podosposturologia, 2ª edição, São Paulo, Ed. Icone, 2001

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    HAMAMÉLIS

    Tonifica as veias e embeleza a pele

    Os frutos desta árvore são cápsulas lenhosasde forma ovalada semelhantes às avelãs, quequando estão maduras estalam de forma ruido-sa.

    Possivelmente por isso, os índios da Américado Norte acreditavam que esta árvore estavaenfeitiçada.

    Atualmente, a hamamélis é uma das plantasmais eficazes para combater as afecções circula-tórias.

    PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

    As folhas e a casca desta árvore contêm diver-sos tipos de taninos, dentre os quais se desta-cam os hamamelitaninos, os flavonóides e assaponinas.

    Possui as seguintes propriedades:

    Tónico venoso: Contrai a parede das veias, ati-vando a circulação sanguínea no seu interior. Porisso, é muito útil em caso de varizes, flebites,pernas cansadas e hemorróidas (1)(2).

    Hemostático: (detém as hemorragias) :Fortalece as paredes das veias e capilares san-guíneos, efeito semelhante ao exercido pela vita-mina P (rutina). Utiliza-se em transtornos damenopausa e nas metrorragias (hemorragiasuterinas) (1)(2).

    Sobre a pele: Ativa a circulação da pele e temefeito cicatrizante e adstringente. Utiliza-se emdermatites, eczemas, pele seca e rugas (4). Fazparte de numerosos produtos de beleza.

    Sedativo ocular: Usa-se a infusão ou a águadestilada de hamamélis (preparação farmacêuti-ca), usam-se como colírio para lavar e relaxar osolhos (3). Combatem a conjuntivite produzidapela poeira, fumo, poluição e pela ação irritanteda água do mar ou das piscinas. Também sãoúteis para aliviar o cansaço dos olhos provocado

    por um trabalho que requeira muita atençãovisual, como por exemplo a condução de auto-móveis ou o trabalho em frente de um computa-dor.

    PREPARAÇÃO E EMPREGO

    Uso interno

    1- Extrato seco: A dose normal é de 1-2 g,repartidos em 3 administrações diárias.

    2- Infusão: 30-40 g de folhas e/ou casca porlitro de água. Tomar duas xícaras diárias.

    Uso externo

    3- Lavagens oculares: Emprega-se a mesmainfusão usada internamente, deixando-a ferveralguns minutos e filtrando-a bem para que nãofique nenhuma impureza; ou então, utiliza-se aágua destilada de hamamélis.

    4- Compressas com a infusão: Aplicam-sesobre a zona da pele afetada.

    Outros nomes: amieiro-mosqueado.

    Portugal: hamamélia, hamamélia-da-virgínia,aveleira-de-bruxo, aveleira-de-feiticeira.

    Espanha: hamamelis, avellano de bruja. França: hamamélis [de Virginie]. Inglaterra: witch hazel.

    As Plantas na Podologia.

    Materia de pesquisa.

    Hamamélis

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    Habitat: Originária da costa ocidental dosEstados Unidos e do Canadá. Cultiva-se naEuropa como planta ornamental.

    Descrição: Árvore da família dasHamamelidáceas, que pode atingir até 5m dealtura.

    Tem folhas alternas e ovaladas e flores com 4pétalas amarelas em forma de lingueta.

    Partes utilizadas: As folhas e a casca.

    ARNICA

    Remédio tradicional contra as contusões

    Ao eminente botânico Font Quer "causa admi-ração o fato de que a arnica, uma planta de usotão generalizado e estendido entre os médicos,da mesma forma que entre as pessoas do povo,[...] fosse desconhecida pêlos grandes farmaco-logistas da antiguidade".

    PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

    Contém um óleo essencial, fenóis, flavonóides etaninos. Possui um notável efeito estimulantesobre o coração e a circulação.

    Em contrapartida, resulta altamente tóxicapara o sistema nervoso, por isso, desaconselha-se o seu uso interno.

    Deve ser considerada uma planta venenosa.

    É um excelente vulnerário e antiinflamatóriolocal, remédio tradicional para as pancadas, con-tusões, entorses e hematomas (nódoas negras)(1) quando aplicada externamente sobre a pele,em forma de TINTURA. Também se usa em casode furúnculos e abcessos.

    PREPARAÇÃO E EMPREGO

    Prepara-se a TINTURA DE ARNICA com 20 g deflores e raízes secas, maceradas em 100 ml deálcool a 90°, durante 15 dias. Também podemser maceradas em azeite.

    Uso externo

    1- Tintura: Embebe-se uma compressa emalgumas gotas de tintura diluídas em água e apli-ca-se sobre a zona afetada. A tintura não diluídapode irritar a pele.

    Outros nomes: amica-montana.

    Portugal: arnica, tabaco-dos-saboianos, betôni-ca-dos-saboianos, tabaco-dos-vosgos, tancha-gem-dos-Alpes.cravo-dos-Alpes, panacéia-das-

    quedas, quina-dos-pobres.Espanha: arnica, hierba de Ias caídas, tabaco

    de montaria, tupa de montaria, tabaco borde,tabaco dei diablo, estornudadera. hierba santa.

    França: arnica.Inglaterra: [mountain] arnica, mountaintobacco.

    Habitat: Cresce em prados e bosques de zonasmontanhosas. Na América, tanto do Norte comodo Sul, pode-se encontrar em zonas montanho-sas e frias.

    Descrição: Planta da família das Compostas,de 30 a 50 cm de altura. Confunde-se facilmentecom a ênula (Inula montana L), cujas proprieda-des medicinais nãoestão confirmadas e forampouco estudadas. Mas ao contrário destas falsasarnicas, a arnica verdadeira (Arnica montana L.)possui apenas um ou dois pares de folhas dis-postas de tal forma que nascem uma em frenteda outra. Além disso, sua flor ó multo vistosa etem um tom amarelo intenso.

    Partes utilizadas: A flor e a raiz.

    Arnica

  • PRECAUÇÕESDeve-se usar esta planta unicamente em aplica-

    ção externa, dado que, quando Ingerida, torna-setóxica para o sistema nervoso.

    ALFAZEMA

    De perfume requintado, tonificante e muitomedicinal

    Há muito, a alfazema é utilizada como produtode higiene e beleza. Durante o Império Romano,os patrícios e cidadãos distintos acrescentavamalfazema à água dos seus suntuosos banhos.

    O seu outro nome "lavanda" deriva do latimlavare (lavar).

    As abelhas também gostam de desfrutar dorequintado aroma da alfazema e com o néctardas suas flores fabricam um delicioso mel.

    PROPRIEDADES E INDICAÇÕES

    As SUMIDADES FLORIDAS e as FOLHAS daalfazema são muito ricas (1%-5%) em um óleoessencial volátil, de composições muito com-plexas, formadas por diversos álcoois terpênicose seus ésteres.

    O mais importante deles é o linalol. Esta essên-cia é responsável por suas variadas pro-priedades, que são as seguintes:

    Sedativa e equilibradora do sistema nervosocentral e vegetativo (1,2,3): Recomenda-se emcasos de nervosismo, neurastenia, enjôos,tendência para a lipotimia (desmaio), palpi-tações do coração e, em geral, em todos os casosde doenças psicossomáticas.

    Digestiva (1,2,3): Tem ação antiespasmódica ealgo carminativa (antiflatulenta) sobre o tubodigestivo, ao mesmo tempo que é aperitiva eajuda a digestão.

    Devido à essência ter também efeito anti-sépti-co, dá muito bons resultados em caso de colite(inflamação do intestino grosso), especialmentequando há fermentação pútrida com decom-posição das fezes e gases muito malcheirosos.

    Anti-reumática e antiinflamatória (4,7):Aplicada externamente, a água, o óleo, ou aessência de alfazema são muito eficazes paraacalmar as dores reumáticas, sejam de origemarticular ou muscular: dores artrósicas dopescoço ou das costas, artrite gotosa, torcicolos,lumbagos, ciáticas, etc. São também de grandeutilidade em luxações, entorses, contusões e dis-tensões musculares.

    Anti-séptica e cicatrizante (5): Emprega-se a

    infusão de alfazema para lavar úlceras e feridasinfeccionadas, as quais ajuda a curar rapida-mente. Usa-se o óleo de alfazema para aliviar ador nas queimaduras leves (de primeiro grau) edesinflamar as picadas de insetos.

    Relaxante e redutora da fadiga (7): Depois decaminhadas prolongadas, de intenso exercíciofísico ou quando se sente esgotamento, umbanho de banheira com água quente misturadacom água ou essência de alfazema ajuda a ativara circulação e a eliminar a sensação de fadiga.Obtém-se um maior efeito se o banho for segui-do de fricções com um pano de lã embebido emágua, óleo ou essência de alfazema.

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    Alfazema

  • Sedativa (4): O simples fato de aspirar o aromada alfazema exerce uma suave mas eficaz açãosedativa sobre o sistema nervoso central.

    E muito recomendável para a crianças quedormem mal, surtindo muito bom resultado colo-car umas gotas de essência de alfazema no trav-esseiro da cama ou em um lenço próximo dorosto.

    Balsâmica (4): Utiliza-se a essência eminalações ou banhos de vapor para acelerar acura das laringites, traqueítes, bronquites, catar-ros bronquiais e resfriados.

    PREPARAÇÃO E EMPREGO

    Uso interno

    (1) Infusão com 30-40 g de folhas e sumidadesfloridas, por litro de água. Tomar três xícaras pordia, adoçadas com mel, depois das refeições.

    (2) Extraio fluido: Ingerem-se 30 gotas, 3 vezesao dia.

    (3) Essência: A dose habitual é de 3-5 gotas,duas ou três vezes por dia.

    Uso externo

    (4) Essência de alfazema: Não são necessáriasmais do que algumas gotas aspiradas ou esfregadas sobre a pele, para se conseguir o efeito.

    (5) Lavagens e compressas: Emprega-se amesma infusão utilizada para uso interno, embo-ra mais concentrada. Lavar diretamente com elaas úlceras e feridas e embeber uma compressaque se coloca sobre a zona afetada, por 15 a 30minutos.

    (6) Fomentos quentes, preparados com infusãode alfazema ou adicionando algumas gotas deessência à água. Aplicam-se sobre o pescoço, ascostas e os joelhos.

    (7) Loções e fricções: Podem-se fazer comumas gotas de essência, com óleo ou água-de-alfazema (ver a forma de preparação a seguir).

    Sinonímia científica: Lavandula oficinalis Chaix,Lavandula vera DC.

    Outros nomes: lavanda.

    Portugal: alfazema, lavãndula.Espanha: lavanda, lavándula hembra, espliego.França: lavando. Inglaterra: lavender.

    Habitat: Terrenos calcários, secos e ensolara-dos, Cultiva-se na América e na Europa, pela suaessência.

    Descrição: Subarbusto de base lenhosa, dafamília das Labiadas, que mede de 15 a 60 cmde altura. As folhas são de cor verde acinzentada,estreitas e alongadas. As flores são azuis, peque-nas e dispostas em uma espiga terminal.

    Partes utilizadas: Sobretudo as suas sumi-dades floridas e também as folhas.

    OBTENÇÃO DO ÓLEO E DA ÁGUA-DE-ALFAZEMA

    Óleo de alfazema

    Dissolvem-se 10g de essência em 100 g deazeite deoliva e aplica-se como loção sobre azonadolorida. Também se pode preparar pela mace-ração de 250 g de planta seca em um litro deazeite, durante duas semanas. Filtra-se a mistu-ra depois deste período.

    Água-de-alfazema

    Dissolvem-se 30g de essência em um litro deálcool a 90°. Depois de 24 horas em repouso,passa-se esta mistura por um filtro de papel eguarda-se em frascos bem vedados. Pode-sediluir com água, caso se considere que estejamuito concentrada. Também se pode preparardeixando em maceração 250 g de sumidadesfloridas secas, em um litro de álcool, duranteduas semanas. Transcorrido este tempo, passa-se por um filtro de papel e guarda-se em frascosbem fechados.

    PrecauçõesEm uso Interno, a essência de alfazema deve ser

    usada com muita precaução, pois, em doses altas,pode produzir nervosismo e até convulsões.

    Outras espécies de 'Alfazema'

    Existem várias espécies de plantas aromáticaspertencentes ao gênero Lavandula e todas elasresistem igualmente ao sol e à aridez do terreno,oferecendo ao caminhante um dos perfumesmais apreciados do mundo vegetal.

    A composição destas espécies é muito semel-hante e as suas propriedades medicinais são asmesmas. Além da officinalis ou angustifolia, háque salientar outras duas espécies também cul-tivadas:

    - Lavandula latifolia (L. f.) Medik. = Lavandulaspica L. var. latifolia L. f.*: Muito similar à alfaze-ma, planta com a qual se cruza, gerandonumerosas formas intermediárias. É conhecidacomo alfazema-espigada.

    - Lavandula stoechas L.** É o nosso rosmanin-ho. Caracteriza-se por ter flores agrupadas em

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    um ramalhete terminal de seção quadrangular.Também é conhecido pelo nome de rosmano.

    * Portugal: alfazema-brava. Esp.: espliego,lavándula, alhucema, lavanda.

    ** Portugal: rosmaninho, rosmarínho, ros-mano. Esp.: cantueso, cantuesca, azaya, estoca-dos, tomillo borriquero.

    CALÊNDULA

    Cura as feridas e normaliza a menstruação

    A calêndula é um exemplo vivo de que sepodem conjugar beleza e utilidade. As floresdesta planta saúdam o sol da manhã, abrindo-see mostrando o seu formoso colorido. No fim datarde, fecham-se discretamente, até a manhãseguinte.

    Os partidários da teoria dos sinais, defendidapor Paracelso e outros médicos renascentistas,recomendavam-na para a icterícia e para ostranstornos da vesícula biliar, devido ao fato dacor das suas flores ser parecida com a da bílis.Não se enganaram muitos aqueles pioneiros daciência médica, porque hoje, que se conhecem assuas propriedades, continua a ter essas mesmasindicações, além de outras mais que foramsendo descobertas.

    PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

    As flores da calêndula contém carotenóides(provitamina A), um principio amargo (calendi-na), flavonóides, saponinas, resinas, óleos essen-ciais e pequenas quantidades de ácido salicílico.

    Todas estas substancias combinam-se parafazer desta flor um remédio precioso. As suaspropriedades mais notáveis são:

    - Emenagoga e reguladora do ciclo menstrual:Dá resultado tanto em casos de menstruaçãoescassa, pelo seu efeito emenagogo, como cmperda excessiva de sangue. Assim, a calêndulanormaliza a freqüência das regras e a sua quan-tidade. Também elimina a dor que se produzcom a menstruação (dismenorréia), pois temação espasmolítica (combate os espasmosdolorosos) e ligeiramente sedativa. Toma-sedesde a semana anterior da data esperada damenstruação, até que esta tenha terminado (1).Os resultados são notáveis.

    - Colerética: Aumenta a produção de bílis nofígado, portanto, é indicada cm casos de con-gestão ou insuficiência hepática (1).

    - Antiulcerosa: Tem a capacidade de cicatrizar

    as úlceras do estômago e do duodeno (1) e o seuefeito torna-se mais intenso quando associada áurtiga maior e à verônica-macho. Por seu efeitocicatrizante e antiinflamatório, também é efi-ciente nos casos de gastrite (inflamação o estô-mago), gastrenterite e vômitos (1).

    - Antiinflamatória, anti-séptica e cicatrizante:É uma das plantas mais destacadas por sua

    Alfazema

    Calêndula

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    qualidade vulnerária, isto é, curadora de feridase contusões. Aplicada localmente, tem ação anti-reumática (2,3) e acelera de forma extraordináriaa cura de feridas, inclusive as infectadas, assimcomo de úlceras da pele, queimaduras, furúncu-los e eczernas (2,3,4).

    - Calicida (elimina os calos). Em aplicaçãolocal, faz desaparecer as verrugas viróticas(comuns) da pele (2,4,5). Isto se deve ao seuconteúdo em ácido salicílico.

    - Emoliente (suavizante da pele): O óleo decalêndula suaviza a pele (5). Muito indicado parapeles secas ou delicadas e para as crianças. Oóleo (5) e a pomada (6) dão resultados muitobons no tratamento de queimaduras e eczemas.

    PREPARAÇÃO E EMPREGO

    Uso interno

    1- Infusáo com uma ou duas flores por xícarade água, da qual se tomam duas ou três xícaraspor dia. Pode-se adorar com mel.

    Uso externo

    2- Compressas e lavagens com uma decocçãode 2 punhados de flores por litro de água.Aplicamse sobre a zona da pele afetada.

    3- Cataplasmas com pétalas das flores frescas,envoltas em um pano fino de algodáo.

    4- Loção de suco fresco das flores: Aplica-sesobre a zona da pele afetada.

    5- Óleo: Aplica-se diretamente sobre a pele.Pode-se também acrescentá-lo á água do banhopara obter um agradável efeito suavizante sobrea pele. Prepara-se o óleo de calêndula pela ma-ceração das flores em azeite e passados algunsdias, filtra-se o azeite, que terá adquirido umacor avermelhada e guarda-se em um frasco devidro.

    6- Pomada: Pode-se preparar uma pomadaesmagando 100 g de flores frescas o misturandoo suco resultante com 500 g de manteiga ououtro excipiente gorduroso.

    Outros nomes: verrucária, mal-me-quer, mal-me-quer-dos-jardins, bem-me-quer-de-todos-os-meses, maravilha-de-jardim.

    Espanhol: calêndula oficinal, maravilla [dejardín].

    Portugal: maravilha, calêndula. França: souci [des jardins]. lnglaterra: calêndula, [garden] marigol.

    Habitat. Originária do Egito, embora se cultive

    nos jardins de toda a América e da Europa.Também se pode encontrar em estado silvestre.

    Descrição. Planta herbácea da família dasCompostas, anual, que mede de 30 a 50 cm dealtura. As folhas são alongadas, dentadas ecarnosas e as flores vistosas, amarelas ou alaran-jadas.

    Partes utilizadas: As flores.

    CASTANHEIRO DA INDIA

    Esta formosa árvore foi levada deConstantinopla para a Áustria e dali para outrospaíses de Europa Occidental, no princípio doséculo XVII. Como naqueles tempos chegavam àEuropa muitas plantas vindas das Indias(América), pensou-se que a árvore era mais umadelas e, por sua semelhança com o castanheiro,foi chamada de Castanheiro-das-Índias. Provou-se depois que, na realidade, é oriundo da gréciae da Turquia.

    O nome hippocastanum (castanheiro de cavalo,en latim) vem dos turcos, que o davan de comeraos cavalos velhos, para acalmar-lhes a tosse ealiviar a asma de que sofrem com certa freqüên-cia.

    As castanhas tem um gosto muito amargo, queavisa, a quem as prova, que não são comestíveis.

    PREPARAÇÃO E EMPREGO

    Uso interno:

    1- Decocção: 50 g de casca de ramosjovense/ou sementes por litro de agua. Tomam-se duas ou três xícaras diárias.

    2- Extrato seco: 250 mg, três vezes por día.

    Uso Externo:

    3- Compresas com a decocção da casca: apli-cam-se sobre as emorróidas ou úlceras vari-cosas, mantendo-as por 5-10 minutos, 3 ou 4vezes ao día.

    4- Banho de assento com a decocção, em casode emorróidas e de afecções prost’ticas.

    5- Banho completo: prepara-se uma decocçãode meio kilo de sementes esmagadas por litro deágua. Ferver por 5 minutos. Prepara-se um banhoquente acrescentando a decocção à água. Apelefica muito suve e limpa, melhor de com qual-quer sabonete ou gel sintético.

    PROPRIEDADES E INDICAÇÕES

    A casca dos ramos jovens e as sementes (cas-tanhas) contêm vários princípios ativos degrande valor medicinal:

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  • - Esculina: Glicosídeo cumarínico de forte açãosobre o sistema venoso e sobre a circulação san-guínea em geral. A esculina entra na composiçãode muitos preparados farmacêuticos, pois aindanão se consiguiu sintetizar um fármaco quesuper os efeitos desta subtância vegetal. Aspropiedades da esculina são:

    - Tônico venoso: aumenta o tônus da paredevenosa, o que determina que as veias se contra-iam e que diminua a congestão sanguínea, espe-cialmente nos membros inferiores.

    - Protetor capilar: fortaslece as células queforman a parede dos vasos capilares, tornando-os menos permeáveis e favorecendo, assim, odesaparecimento dos edemas e inchaços.

    - Saponinas triterpénicas (escina) de ação anti-inflamtória e antidermatosa, abundante sobretu-do nas sementes.

    - Taninos catéquicos, adstringentes e antiinfla-matórios.

    Esta planta é muito útil em todo o tipo detranstornos venosos particularmente em:

    - Varizes das pernas, insuficiência venosa, per-nas cansadas (1,2,3).

    - Tromboflebites, úlcera varicosa das pernas(1,2,3).

    - Hemorróidas: Acalma a dor e reduz-lhes otamanho (1,2,4).

    - Próstata: Em casos de congestão e hipertrofiadesta glândula e muito eficaz, tanto tomada eminfusão ou extratos quanto aplicada em banhosde asento (1,2,4). Reduz o tamnho da próstatainflamada e facilita a saíuda da urina.

    A farinha da castanha-da-Índia é especialmente

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    Castanehiro da India

  • rica em saponina, pelo que se emprega em cos-mética e na indústria de sabão (5). É um autên-tico sabão vegetal, suavizante e protetor da pele.

    Outros nomes:

    Portugal: castanheiro-da-Índia. Espanha: castaño de Índias, castaño caballuno,

    castaño falso. França: marronier (de’Inde),chataignier de cheval.

    Inglaterra: (commom) horse chestnut.

    Habitat: árvore comum em parques e avenidasde América e Europa. Tambén se encontra emestado silvestre em bosques de regiões monta-nhosas.

    Descrição: Árvore de folha caduca, da famíliadas Hipocastanáceas, de belo porte e grande fo-lhagem. Atinge até 30 m de altura e, como o cas-tanheiro comum, vive muito tempo (até 300anos). as folhas são palmeadas, grandes, debordo dentado e nascem em grupos de 5 a 9. as

    flores são brancas e agrupam-se em rmalhetes.Os frutos são grandes, rodeados de espinhos nãomuito duros e contêm no interior uma ou duassementes parecidas com a verdadeiras casta-nhas.

    Partes utilizadas: A casca dos ramos jovens eas sementes.

    Precauções:As sementes, isto é, as castanhas desta árvore,

    não de se devem ingerir, por serem tóxicas. É necessário avisar as crianças, que podem con-

    fundi-las com as castanhas comestíveis. ¤

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    Autor dos livros:- Podologia Esportiva - Historia clínica, exploração e caracte-rísticas do calçado esportivo - Podologia Esportiva no Futebol - Exostoses gerais e calcâneo patológico - PodologiaEsportiva no Futebol.

    Professor de Cursos de Doutorado para Licenciados em Medicina e Cirurgia, Cursos de aperfeiçoamentoem Podologia, Aulas de prática do sexto curso dos Alunos de Medicina da Universidade Complutense deMadrid e da Aula Educativa da Unidade de Educação para a Saúde do Serviço de Medicina Preventiva doHospital Clínico San Carlos de Madri. Assistente, participante e palestrante em cursos, seminários, simpó-sios, jornadas, congressos e conferências sobre temas de Podologia.

    Introdução - Lesões do pé - Biomecânica do pé e do tornozelo.- Natureza das lesões.- Causa que ocasionam as lesões.- Calçado esportivo.- Fatores biomecânicos.

    Capitulo 1 Explorações específicas.- Dessimetrias. - Formação digital.- Formação metatarsal.

    Capitulo 2 Exploração dermatológica.Lesões dermatológicas.- Feridas. - Infecção por fungos.- Infecção por vírus (papilomas).- Bolhas e flictenas. - Queimaduras.- Calos e calosidades.

    Capitulo 3 Exploração articular.Lesões articulares.- Artropatias. - Cistos sinoviais.- Sinovite. - Gota.- Entorses do tornozelo.

    Autor: Podologo Dr. Miguel Luis Guillén Álvarez

    Capitulo 4 Exploração muscular, ligamentosa etendinosa.Breve recordação dos músculos do pé.Lesões dos músculos, ligamentos e tendões.- Tendinite do Aquiles. - Tendinite do Tibial. - Fasceite plantar.- Lesões musculares mais comuns.- Câimbra. - Contratura. - Alongamento.- Ruptura fibrilar. - Ruptura muscular.- Contusões e rupturas.- Ruptura parcial do tendão de Aquiles.- Ruptura total do tendão de Aquiles.

    Capitulo 5 Exploração vascular, arterial e venosa.Exploração. Métodos de laboratório.Lesões vasculares.- Insuficiência arterial periférica.- Obstruções. - Insuficiência venosa.- Síndrome pós-flebítico.- Trombo embolismo pulmonar.- Úlceras das extremidades inferiores.- Úlceras arteriais. - Úlceras venosas.- Varizes. - Tromboflebite.

    Capitulo 6Exploração neurológica.Lesões neurológicas.- Neuroma de Morton. - Ciática.

    Capitulo 7Exploração dos dedos e das unhas.Lesões dos dedos.Lesões das unhas.

    Capitulo 8 Exploração da dor.Lesões dolorosas do pé.- Metatarsalgia. - Talalgia. - Bursite.

    Capitulo 9Exploração óssea.Lesões ósseas.- Fraturas em geral.- Fratura dos dedos do pé.- Fratura dos metatarsianos.

    Capitulo 10 Explorações complementares- Podoscópio. - Fotopodograma.- Pé plano. - Pé cavo.

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    CLASIFICACIÓN MORFOLÓGICA DE LOS PIESCLASIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS PÉSESQUELETO DEL PIE 2

    ESQUELETO DO PÉ 2

    SISTEMA MÚSCULO VASCULARSISTEMA MÚSCULO VASCULAR

    REFLEXOLOGIA PODAL