revista de toxologia

5
REVISTA BRASILEIRA DE TOXICOLOGIA BRAZILIAN JOURNAL OF TOXICOLOGY Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 15 - 19 © 2008 Sociedade Brasileira de Toxicologia direitos reservados Incidência de aflatoxinas em amostras de amendoim e paçoca comercializadas na cidade de Alfenas-MG, Brasil Miguel Divino da Rocha, Patrícia Penido Maia, Maria Augusta Carvalho Rodrigues, Isarita Martins * Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Análises Toxicológicas, Alfenas, MG, Brasil Abstract Incidence of aflatoxins in samples of peanuts and paçoca marketed in the city of Alfenas-MG, Brazil Foods are subject to contamination by chemical substances, including aflatoxins, which are potentially carcinogens. The presence of these substances in food is important risk in human population and animals. The aim of this study was to determine the occurrence of aflatoxins B 1 , B 2 , G 1 and G 2 in samples of peanuts and paçoca ramdomly acquired in shops and food market in the city of Alfenas-MG, Brazil, from June 2006 to February 2007. The technique used for the separation, identification and quantification of the substances was a liquid-liquid extraction with subsequent thin layer chromatography (TLC). Results showed that 38% of peanuts samples and 13% of paçoca samples were contaminated with aflatoxins and the concentrations ranged from 21 to 138 µg kg -1 . All positive samples exceeded the maximum level established by Brazilian Legislation (20 µg kg -1 ). The results obtained in this work confirm the need for frequent monitoring of the presence of aflatoxins in food. Keywords: thin layer chromatography, contamination, peanuts, paçoca * Autor Correspondente. Endereço para correspondência: Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Análises Toxicológicas. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714, Centro. 37130- 000, Alfenas, MG, Brasil. Tel.: +55 35 3299 1342; Fax: +55 35 3299 1063. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO Denomina-se contaminante químico de alimento toda substância que não seja um de seus componentes naturais, que pode se tornar parte do alimento durante sua produção, processamento e/ou armazenamento devido a fatores naturais ou artificiais e que apresente risco de provocar dano à saúde de quem o consome (1). Os alimentos, de maneira geral, estão sujeitos à contaminação por estas substâncias e, uma vez que muitas delas são tóxicas, a sua ingestão é capaz de causar sérios transtornos aos organismos, tanto humanos quanto animais (2,3). Dentre estas substâncias estão as aflatoxinas, as quais são micotoxinas produzidas durante o metabolismo secundário dos fungos Aspergillus flavus, A. parasiticus e A. nomius. As quatro aflatoxinas naturalmente encontradas são: B 1 (AFB 1 ), B 2 (AFB 2 ), G 1 (AFG 1 ) e G 2 (AFG 2 ). A aflatoxina B 1 é classificada como potencialmente carcinogênica (4). As aflatoxinas são furocumarinas complexas que apresentam intensa fluorescência quando expostas à luz ultravioleta em ondas longas. São classificadas de acordo com a cor da fluorescência, em B (blue-azul) ou G (green-verde), sendo esta propriedade importante para sua identificação em diversos tipos de alimentos. São substâncias instáveis à luz, porém estáveis a temperaturas acima de 100ºC (5). Atualmente, as técnicas rotineiramente usadas para determinação de micotoxinas são principalmente por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia em camada delgada (CCD) e enzima imunoensaio (ELISA). Todavia, qualquer que seja a técnica de escolha, esta deve ser reprodutível e apresentar baixo limite de detecção, uma vez que os limites máximos permitidos para tais compostos são baixos (6,7). A presença de micotoxinas em alimentos é um sério problema para a saúde pública e para a qualidade dos alimentos. Por muitos anos, os fungos foram conhecidos pela sua capacidade de produzir metabólitos tóxicos, porém os seus efeitos foram largamente ignorados, tornando as micotoxicoses negligenciadas. Esta situação foi drasticamente mudada a partir da década de 60, sendo que a rapidez na identificação e caracterização das aflatoxinas e a caracterização da aflatoxina B1 como um carcinógeno,

Upload: c-beuter

Post on 14-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Amendoim contaminado região de MG

TRANSCRIPT

Page 1: Revista de Toxologia

REVISTA BRASILEIRA DE TOXICOLOGIA

BRAZILIAN JOURNAL OF TOXICOLOGY

Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 15 - 19

© 2008 Sociedade Brasileira de Toxicologiadireitos reservados

Incidência de aflatoxinas em amostras de amendoim e paçoca comercializadas na cidade de

Alfenas-MG, BrasilMiguel Divino da Rocha, Patrícia Penido Maia, Maria Augusta Carvalho Rodrigues, Isarita Martins*

Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Análises Toxicológicas, Alfenas, MG, Brasil

Abstract

Incidence of aflatoxins in samples of peanuts and paçoca marketed in the city of Alfenas-MG, Brazil

Foods are subject to contamination by chemical substances, including aflatoxins, which are potentially carcinogens. The presence of these substances in food is important risk in human population and animals. The aim of this study was to determine the occurrence of aflatoxins B1, B2, G1 and G2 in samples of peanuts and paçoca ramdomly acquired in shops and food market in the city of Alfenas-MG, Brazil, from June 2006 to February 2007. The technique used for the separation, identification and quantification of the substances was a liquid-liquid extraction with subsequent thin layer chromatography (TLC). Results showed that 38% of peanuts samples and 13% of paçoca samples were contaminated with aflatoxins and the concentrations ranged from 21 to 138 µg kg-1. All positive samples exceeded the maximum level established by Brazilian Legislation (20 µg kg-1). The results obtained in this work confirm the need for frequent monitoring of the presence of aflatoxins in food.

Keywords: thin layer chromatography, contamination, peanuts, paçoca

*Autor Correspondente. Endereço para correspondência: Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Análises Toxicológicas. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714, Centro. 37130-000, Alfenas, MG, Brasil. Tel.: +55 35 3299 1342; Fax: +55 35 3299 1063. E-mail: [email protected]

INTRODUçãO

Denomina-se contaminante químico de alimento toda substância que não seja um de seus componentes naturais, que pode se tornar parte do alimento durante sua produção, processamento e/ou armazenamento devido a fatores naturais ou artificiais e que apresente risco de provocar dano à saúde de quem o consome (1).

Os alimentos, de maneira geral, estão sujeitos à contaminação por estas substâncias e, uma vez que muitas delas são tóxicas, a sua ingestão é capaz de causar sérios transtornos aos organismos, tanto humanos quanto animais (2,3).

Dentre estas substâncias estão as aflatoxinas, as quais são micotoxinas produzidas durante o metabolismo secundário dos fungos Aspergillus flavus, A. parasiticus e A. nomius. As quatro aflatoxinas naturalmente encontradas são:

B1 (AFB1), B2 (AFB2), G1 (AFG1) e G2 (AFG2). A aflatoxina B1 é classificada como potencialmente carcinogênica (4).

As aflatoxinas são furocumarinas complexas que apresentam intensa fluorescência quando expostas à luz ultravioleta em ondas longas. São classificadas de acordo com a cor da fluorescência, em B (blue-azul) ou G (green-verde), sendo esta propriedade importante para sua identificação em diversos tipos de alimentos. São substâncias instáveis à luz, porém estáveis a temperaturas acima de 100ºC (5).

Atualmente, as técnicas rotineiramente usadas para determinação de micotoxinas são principalmente por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia em camada delgada (CCD) e enzima imunoensaio (ELISA). Todavia, qualquer que seja a técnica de escolha, esta deve ser reprodutível e apresentar baixo limite de detecção, uma vez que os limites máximos permitidos para tais compostos são baixos (6,7).

A presença de micotoxinas em alimentos é um sério problema para a saúde pública e para a qualidade dos alimentos. Por muitos anos, os fungos foram conhecidos pela sua capacidade de produzir metabólitos tóxicos, porém os seus efeitos foram largamente ignorados, tornando as micotoxicoses negligenciadas. Esta situação foi drasticamente mudada a partir da década de 60, sendo que a rapidez na identificação e caracterização das aflatoxinas e a caracterização da aflatoxina B1 como um carcinógeno,

Page 2: Revista de Toxologia

Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)16

impulsionaram esta mudança (8) citado por Amaral et al. (7).

A exposição às aflatoxinas pode levar a efeitos tóxicos que variam substancialmente de acordo com a espécie animal, o tempo de exposição, a dose, a dieta, o estado nutricional, o gênero e a idade (4).

Estas substâncias apresentam como principal órgão alvo o fígado, sendo para este órgão o binômio causa/efeito bem definido. Sabe-se que a ingestão de alimentos com baixos teores destas micotoxinas (da ordem de ppb), com uma dada freqüência e por tempo prolongado pode levar ao aparecimento de carcinomas hepáticos. Por outro lado, a ingestão de alimentos com alto grau de contaminação (ppm) à curto prazo pode produzir efeitos agudos hepatotóxicos (necrose e degeneração lipídica) recebendo a denominação de aflatoxicose (1).

Ao cair na circulação sistêmica, as aflatoxinas são distribuídas para o organismo ligadas a componentes sangüíneos, tais como proteínas e eritrócitos plasmáticos (9). A ação biológica das aflatoxinas B1, quer seja citotóxica ou genotóxica, está ligada à formação do 8,9 epóxido através dos processos de biotransformação que são extremamente complexos.

As principais vias de biotransformação, consideradas por Neil (10), são o processo reversível de destoxificação com a formação do aflatoxicol, bem como o processo de ativação, através da formação do 8,9 epóxido, ou seja, oxidação da dupla ligação nesta posição da molécula.

Em 2002, a legislação brasileira aprovou o regulamento técnico sobre limites máximos de aflatoxinas admissíveis no leite, no amendoim e milho, de acordo com as normas do MERCOSUL/GMC/RES. no. 25/02, que são comuns a todos os integrantes. Esta resolução estabelece o limite máximo admissível de 20,0 μg kg-1 de aflatoxinas (B1+B2+G1+G2) para milho em grão, farinhas ou sêmolas de milho, amendoim em casca e descascado, cru ou tostado, pastas e manteiga de amendoim. Este valor não protege a população, mas serve como guia no controle de qualidade dos alimentos. Em outros alimentos para consumo humano o limite máximo para aflatoxinas totais é de 30 μg kg-1 (B1+G1), de acordo com a Resolução no. 34/76, da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA) (11,12).

A legislação atualmente em vigor na União Européia (13) preconiza os seguintes níveis máximos aceitáveis destes toxicantes em amendoim para consumo direto: 2,0 μg kg-1 (B1) e 4,0 μg kg-1 (B1+B2+G1+G2) ou como ingrediente de alimentos: 8,0 μg kg-1 (B1) e 15,0 μg kg-1 (B1+B2+G1+G2).

Visto que as aflatoxinas são altamente tóxicas e que, os produtos alimentícios, como amendoim e derivados, constituem matéria prima (substrato) ideal para o crescimento de fungos e conseqüente produção das micotoxinas, o presente trabalho teve como objetivo analisar amostras de amendoim e paçoca comercializadas na cidade de Alfenas-MG, Brasil para determinar a ocorrência de

aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 por cromatografia em camada delgada (CCD).

MAterIAl e Métodos

Os reagentes, com grau de pureza analítica, utilizados na extração foram: metanol e clorofórmio (Proquímios®), KCl (Reagen®), CuSO4 (Merck®). Na eluição utilizou-se ácido fórmico (Micro Bioquímica®), acetato de etila (CAAL®) e tolueno (Isofar®) e placas cromatográficas de sílica gel 60 0,2 mm espessura (Merck®).

O estudo foi realizado em 36 amostras alimentícias, sendo 21 de amendoim e 15 de paçoca, adquiridas em supermercados e bancas do mercado municipal de Alfenas, sul de Minas Gerais, Brasil, de junho de 2006 a fevereiro de 2007.

Foram analisadas amostras de amendoim in natura, de diferentes marcas, adquiridas ao acaso em embalagens de 500 g sem apresentar indício de deterioração e armazenados na prateleira à temperatura ambiente. O amendoim estava exposto em local seco, como recomendado pelo fabricante, exceto as adquiridas no mercado municipal, que ficavam expostas ao ar livre. As amostras de paçoca, de diferentes marcas, foram adquiridas ao acaso em embalagens de 22 g, não apresentavam sinais de contaminação e estavam armazenadas à temperatura ambiente.

Soluções padrão de aflatoxinas a 1 mg/mL foram obtidas a partir da diluição de padrão primário de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 (10 mg) da Sigma® em clorofórmio. A partir de diluições, foram obtidas as seguintes concentrações: B1 (1,05 μg.mL-1), B2 (0,76 μg.mL-1), G1 (0,80 μg.mL-1) e G2 (1,12 μg.mL-1). As concentrações das soluções padrão foram determinadas pelo procedimento descrito pela International Official Methods of Analysis (14). Foram aplicados os volumes de 1,0, 2,0, 3,5, 5,0 e 6,0 µL de cada solução padrão na cromatoplaca, juntamente com 10 µL de cada extrato.

O limite de detecção, a precisão do método e a recuperação dos analitos nestas matrizes foram obtidos por adição de quantidades conhecidas das soluções-padrão a amostras previamente analisadas, livres de contaminação.

Cada amostra foi triturada e misturada, para evitar que possíveis contaminações, que não estivessem bem distribuídas, ficassem homogeneizadas e assim obter uma amostragem significativa. Desta amostra tratada, foram amostrados 50 g para análise. Todo o método foi realizado com base no método da AOAC (14), conforme descrito na Figura 1.

Page 3: Revista de Toxologia

Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 17Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)21

12

Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a

determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e

paçoca.

- banho de H2O a 80ºC até a secura - ressuspender em 500L de clorofórmio

50 g de amostra

150 mL do filtrado

150 mL do filtrado

5 mL da fase clorofórmica

CCD

+ 270 mL de metanol + 30 mL de KCl 4% -liquidificador por 5 minutos -filtrar

+ 150 mL de CuSO4 + 5 g de celite -agitar -filtrar

Funil de separação + 150 mL de H2O + 10mL de clorofórmio -agitar por 3 minutos

+ 10mL de clorofórmio -agitar por 3 minutos

5 mL fase clorofórmica

140 mL da fase aquosa

Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e paçoca.

A cromatografia em camada delgada, com eluição no sistema solvente constituído de tolueno: acetato de etila: ácido fórmico (60:30:10), foi utilizada para separar os compostos e a detecção foi por comparação visual da fluorescência, frente à luz UV, da amostra com o correspondente padrão de referência. A presença de aflatoxinas foi confirmada pela realização de nova análise na amostra e, aplicação de ácido sulfúrico 25% na cromatoplaca.

A quantificação foi dada pela seguinte fórmula:µg kg-1 (ppb) = S x Y x V Z x WEm que: S= µL da aflatoxina padrão de fluorescência e hRf igual ao da amostraY= concentração da aflatoxina padrão, em µg/mL-1, usada na cromatografiaV= µL do solvente requerido para diluir o extrato final Z= µL do extrato da amostra aplicado na cromatoplaca W= gramas da amostra contida no extrato final

RESULTADOS

A incidência de contaminação (38% das amostras de amendoim e 13% das amostras de paçoca) e também as concentrações das aflatoxinas determinadas nas amostras positivas de amendoim e de paçoca são apresentadas na Tabela 1. Nas amostras que apresentaram contaminação pelas aflatoxinas, os teores variaram de 23 a 137 µg kg-1,

dado como somatório de B1 + B2 + G1 + G2.Somente 9,5% das amostras de amendoim

apresentaram simultaneamente as aflatoxinas B1, B2, G1 e G2, todavia, em todas as amostras positivas, de amendoim e de paçoca, os níveis encontrados excederam o limite máximo permitido de 20 µg kg-1.

Tabela 1. Incidência (%) e concentração das aflatoxinas, em µg kg-1, quantificada em amostras positivas de amendoim e paçoca, comercializadas na cidade de Alfenas-MG, no período de junho de 2006 a fevereiro de 2007.

Tipo de produto

Total de amostras

analisadas

Amostras positivas

Incidência(%)

1B11B2

1G11G2

2B1+B2+G1+G2

Amendoim 21 8 38 nd-47 nd-14 nd-44 nd-33 64

Paçoca 15 2 13 18-29 nd-5 nd nd 26

1Valores mínimos e máximos; 2Valor Médio n.d.: abaixo do limite de detecção do método (5μg kg-1)

DISCUSSãO

Os métodos de estimativa de populações a micotoxinas relatados na literatura têm variado quanto aos meios utilizados. As pesquisas têm empregado: a) a estimativa de ingestão de alimentos que apresentam risco de contaminação através de dados retirados de levantamentos de dieta nacional dos países; b) aplicação de questionários de freqüência de consumo; c) o acompanhamento de duplicatas das dietas de um grupo reduzido de indivíduos e d) a mensuração do nível de contaminação das micotoxinas em produtos alimentícios (15).

O presente trabalho realizou a mensuração de aflatoxinas em amostras de amendoim e paçoca com detecção através de CCD com prévia extração líquido-líquido do analito. Embora Ali et al. (16), tenham utilizado a extração em fase sólida, a extração líquido-liquido pode ser utilizada rotineiramente nos laboratórios, uma vez que apresenta recuperação satisfatória.

O limite de detecção obtido para este método foi 5 µg kg-1, para as aflatoxinas estudadas e, a recuperação média obtida, após adição de 10, 30 e 50 µg kg-1 de aflatoxinas nas amostras, foi 93%, com coeficiente de variação de 4,0%, quando as amostras foram analisadas em triplicata. Estes valores foram considerados satisfatórios e bem correlacionados àqueles obtidos por Maia e Siqueira (17), quando a amostra analisada foi ração para animais domésticos.

No presente estudo, as amostras analisadas foram coletadas na cidade de Alfenas, sul de Minas Gerais, Brasil, de junho de 2006 a fevereiro de 2007. Neste período a temperatura e a umidade podem favorecer o crescimento de fungos, uma vez que a temperatura em torno de 27oC e a umidade do substrato em torno de 18% constitui um ambiente favorável ao crescimento de tais microorganismos (18).

Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e paçoca.

A cromatografia em camada delgada, com eluição no sistema solvente constituído de tolueno: acetato de etila: ácido fórmico (60:30:10), foi utilizada para separar os compostos e a detecção foi por comparação visual da fluorescência, frente à luz UV, da amostra com o correspondente padrão de referência. A presença de aflatoxinas foi confirmada pela realização de nova análise na amostra e, aplicação de ácido sulfúrico 25% na cromatoplaca.

A quantificação foi dada pela seguinte fórmula:µg kg-1 (ppb) = S x Y x V Z x WEm que:S= µL da aflatoxina padrão de fluorescência e hRf igual ao da amostraY= concentração da aflatoxina padrão, em µg/mL-1, usada na cromatografiaV= µL do solvente requerido para diluir o extrato final Z= µL do extrato da amostra aplicado na cromatoplaca W= gramas da amostra contida no extrato final

RESULTADOS

A incidência de contaminação (38% das amostras de amendoim e 13% das amostras de paçoca) e também as concentrações das aflatoxinas determinadas nas amostras positivas de amendoim e de paçoca são apresentadas na Tabela 1. Nas amostras que apresentaram contaminação

pelas aflatoxinas, os teores variaram de 23 a 137 µg kg-1, dado como somatório de B1 + B2 + G1 + G2.

Somente 9,5% das amostras de amendoim apresentaram simultaneamente as aflatoxinas B1, B2, G1 e G2, todavia, em todas as amostras positivas, de amendoim e de paçoca, os níveis encontrados excederam o limite máximo permitido de 20 µg kg-1.

tabela 1. Incidência (%) e concentração das aflatoxinas, em μg kg-1, quantificada em amostras positivas de amendoim e paçoca, comercializadas na cidade de Alfenas-MG, no período de junho de 2006 a fevereiro de 2007.

Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)21

12

Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a

determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e

paçoca.

- banho de H2O a 80ºC até a secura - ressuspender em 500L de clorofórmio

50 g de amostra

150 mL do filtrado

150 mL do filtrado

5 mL da fase clorofórmica

CCD

+ 270 mL de metanol + 30 mL de KCl 4% -liquidificador por 5 minutos -filtrar

+ 150 mL de CuSO4 + 5 g de celite -agitar -filtrar

Funil de separação + 150 mL de H2O + 10mL de clorofórmio -agitar por 3 minutos

+ 10mL de clorofórmio -agitar por 3 minutos

5 mL fase clorofórmica

140 mL da fase aquosa

Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e paçoca.

A cromatografia em camada delgada, com eluição no sistema solvente constituído de tolueno: acetato de etila: ácido fórmico (60:30:10), foi utilizada para separar os compostos e a detecção foi por comparação visual da fluorescência, frente à luz UV, da amostra com o correspondente padrão de referência. A presença de aflatoxinas foi confirmada pela realização de nova análise na amostra e, aplicação de ácido sulfúrico 25% na cromatoplaca.

A quantificação foi dada pela seguinte fórmula:µg kg-1 (ppb) = S x Y x V Z x WEm que: S= µL da aflatoxina padrão de fluorescência e hRf igual ao da amostraY= concentração da aflatoxina padrão, em µg/mL-1, usada na cromatografiaV= µL do solvente requerido para diluir o extrato final Z= µL do extrato da amostra aplicado na cromatoplaca W= gramas da amostra contida no extrato final

RESULTADOS

A incidência de contaminação (38% das amostras de amendoim e 13% das amostras de paçoca) e também as concentrações das aflatoxinas determinadas nas amostras positivas de amendoim e de paçoca são apresentadas na Tabela 1. Nas amostras que apresentaram contaminação pelas aflatoxinas, os teores variaram de 23 a 137 µg kg-1,

dado como somatório de B1 + B2 + G1 + G2.Somente 9,5% das amostras de amendoim

apresentaram simultaneamente as aflatoxinas B1, B2, G1 e G2, todavia, em todas as amostras positivas, de amendoim e de paçoca, os níveis encontrados excederam o limite máximo permitido de 20 µg kg-1.

Tabela 1. Incidência (%) e concentração das aflatoxinas, em µg kg-1, quantificada em amostras positivas de amendoim e paçoca, comercializadas na cidade de Alfenas-MG, no período de junho de 2006 a fevereiro de 2007.

Tipo de produto

Total de amostras

analisadas

Amostras positivas

Incidência(%)

1B11B2

1G11G2

2B1+B2+G1+G2

Amendoim 21 8 38 nd-47 nd-14 nd-44 nd-33 64

Paçoca 15 2 13 18-29 nd-5 nd nd 26

1Valores mínimos e máximos; 2Valor Médio n.d.: abaixo do limite de detecção do método (5μg kg-1)

DISCUSSãO

Os métodos de estimativa de populações a micotoxinas relatados na literatura têm variado quanto aos meios utilizados. As pesquisas têm empregado: a) a estimativa de ingestão de alimentos que apresentam risco de contaminação através de dados retirados de levantamentos de dieta nacional dos países; b) aplicação de questionários de freqüência de consumo; c) o acompanhamento de duplicatas das dietas de um grupo reduzido de indivíduos e d) a mensuração do nível de contaminação das micotoxinas em produtos alimentícios (15).

O presente trabalho realizou a mensuração de aflatoxinas em amostras de amendoim e paçoca com detecção através de CCD com prévia extração líquido-líquido do analito. Embora Ali et al. (16), tenham utilizado a extração em fase sólida, a extração líquido-liquido pode ser utilizada rotineiramente nos laboratórios, uma vez que apresenta recuperação satisfatória.

O limite de detecção obtido para este método foi 5 µg kg-1, para as aflatoxinas estudadas e, a recuperação média obtida, após adição de 10, 30 e 50 µg kg-1 de aflatoxinas nas amostras, foi 93%, com coeficiente de variação de 4,0%, quando as amostras foram analisadas em triplicata. Estes valores foram considerados satisfatórios e bem correlacionados àqueles obtidos por Maia e Siqueira (17), quando a amostra analisada foi ração para animais domésticos.

No presente estudo, as amostras analisadas foram coletadas na cidade de Alfenas, sul de Minas Gerais, Brasil, de junho de 2006 a fevereiro de 2007. Neste período a temperatura e a umidade podem favorecer o crescimento de fungos, uma vez que a temperatura em torno de 27oC e a umidade do substrato em torno de 18% constitui um ambiente favorável ao crescimento de tais microorganismos (18).

1Valores mínimos e máximos; 2Valor médio n.d.: Abaixo do limite de detecção do método (5 µg kg-1)

DISCUSSãO

Os métodos de estimativa de populações a micotoxinas relatados na literatura têm variado quanto aos meios utilizados. As pesquisas têm empregado: a) a estimativa de ingestão de alimentos que apresentam risco de contaminação através de dados retirados de levantamentos de dieta nacional dos países; b) aplicação de questionários de freqüência de consumo; c) o acompanhamento de duplicatas das dietas de um grupo reduzido de indivíduos e d) a mensuração do nível de contaminação das micotoxinas em produtos alimentícios (15).

O presente trabalho realizou a mensuração de aflatoxinas em amostras de amendoim e paçoca com detecção através de CCD com prévia extração líquido-líquido do analito. Embora Ali et al. (16), tenham utilizado a extração em fase sólida, a extração líquido-liquido pode ser utilizada rotineiramente nos laboratórios, uma vez que apresenta recuperação satisfatória.

O limite de detecção obtido para este método foi 5 µg kg-1, para as aflatoxinas estudadas e, a recuperação média obtida, após adição de 10, 30 e 50 µg kg-1 de aflatoxinas nas amostras, foi 93%, com coeficiente de variação de 4,0%, quando as amostras foram analisadas em triplicata. Estes valores foram considerados satisfatórios e bem correlacionados àqueles obtidos por Maia e Siqueira (17), quando a amostra analisada foi ração para animais domésticos.

No presente estudo, as amostras analisadas foram coletadas na cidade de Alfenas, sul de Minas Gerais, Brasil, de junho de 2006 a fevereiro de 2007. Neste período a temperatura e a umidade podem favorecer o crescimento de fungos, uma vez que a temperatura em torno de 27oC e a umidade do substrato em torno de 18% constitui um

Page 4: Revista de Toxologia

Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)18

ambiente favorável ao crescimento de tais microorganismos (18).

Eizendeher et al. (19) analisaram 44 amostras, sendo 38 de doces de amendoim e seis de amendoim in natura, para a presença das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. A quantificação foi por cromatografia em camada delgada, através de comparação visual com padrões de concentrações conhecidas. Os resultados revelaram que 73,68% das amostras de doces de amendoim estavam contaminadas com aflatoxinas numa faixa de 25,95 a 350,02 μg kg-1 para soma de B1, B2, G1 e G2. Das amostras de doce de amendoim analisadas, 26,31% apresentaram contaminação por aflatoxina G1 com valores variando de 15,98 a 127,87 μg kg-1. Das seis amostras de amendoim in natura, 16,67% estavam contaminadas com 3421 μg kg-1, calculadas pela soma das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 .

Caldas et al. (20) analisaram 366 amostras de alimentos consumidos no Distrito Federal, no período de julho de 1998 a dezembro de 2001, como amendoim e derivados, castanhas, milho, produtos de trigo e/ou aveia, arroz e feijão. As amostras foram processadas, as micotoxinas extraídas, detectadas e quantificadas por fluorescência, após separação em cromatografia camada delgada. Foram detectadas aflatoxinas em 19,6% das amostras, em amendoim cru e derivados, milho de pipoca, milho em grão e castanha-do-pará. Amendoim e derivados apresentaram maior incidência de contaminação por aflatoxinas (34,7%) com amostras contendo até 1280 μg kg-1 dada como somatório de B1 e G1 e 1706 μg kg-1 de aflatoxinas totais. Das amostras positivas, B1 estava presente em 98,5%, B2 em 93%, G1 em 66,7% e G2 em 65,4%.

Sabino et al. (21) analisaram 137 amostras de amendoim e derivados (amendoim cru, doces de amendoim: “paçoca” e “pé-de-moleque”, pasta de amendoim, amendoins salgados frito e torrado, “torrone” e amendoins com cobertura de chocolate ou cobertura salgada (“amendoim japonês”)), obtidas no período de janeiro de 1995 a dezembro de 1997. As amostras foram analisadas por cromatografia em camada delgada. Sessenta e duas amostras (45,3%) foram positivas para aflatoxinas e 37 amostras (27,0%) apresentaram valores de aflatoxinas acima do limite máximo da legislação brasileira. A concentração de aflatoxinas nas amostras de amendoim cru variou de 5,0 a 356,0 µg kg-1. Quanto à contaminação por aflatoxinas nas amostras de doces de amendoim 32,8% delas estavam acima do limite e as concentrações variaram de 6,0 a 536,0 µg kg-1.

Um estudo realizado no amendoim e seus produtos comercializados na região de Campinas, mostrou elevados índices de aflatoxinas. Cerca de 51% das amostras apresentou contaminação entre 43 e 1099 μg kg-1 para a soma das concentrações de B1, B2, G1 e G2. Os resultados também demonstraram que a aflatoxina B1 teve maior incidência e chegou a limites mais elevados comparados com as demais (22).

Ricciardi e Ferreira (23) analisaram por cromatografia em camada delgada amendoim e doces de

amendoim, procedentes da região de Ribeirão Preto, SP, no período de janeiro de 1983 a dezembro de 1985. Foi caracterizada a presença de aflatoxina B1 em 67,2% das amostras analisadas.

Comparando com os dados de incidência de aflatoxinas em amendoim e produtos de amendoim descritos na literatura, os resultados deste trabalho mostraram que a contaminação por estas micotoxinas continua num patamar elevado, em relação aos níveis permitidos tanto no Brasil (12), quanto na Comunidade Européia (13).

Nesse estudo foram encontradas, em 3 das 8 amostras de amendoim analisadas, concentrações de aflatoxina B1 em torno de 47 µg/kg. Estimando-se que o consumo interno para esse alimento no Brasil é cerca de 1,39 g/ per capita por dia (24) e considerando-se que o peso médio da população adulta é 70 kg, a Ingestão Diária Provável Média (IDPM) de AFB1 foi de 0,93 ng/Kg p.c./dia. Amaral et al. (7) em 2006, encontraram valores em torno de 0,34 ng/Kg p.c./dia em produtos alimentícios à base de milho, cuja ingestão diária é de 42 g/pessoa. Isto demonstra que apesar do consumo de amendoim ser menor, a contaminação observada por aflatoxina B1 nesse alimento foi maior, constituindo um risco para o consumidor.

Esse nível elevado pode ser devido às condições climáticas (umidade e altas temperaturas), mas também às práticas inadequadas de agricultura e condições de estocagem. O amendoim é um alimento que favorece o crescimento de fungos, já que possui uma composição ideal de nutrientes e a ocorrência de aflatoxinas é maior no amendoim porque muitas vezes há chuvas no período de secagem, bem como períodos prolongados de armazenamento. Entretanto, sua maior incidência se dá quando o amendoim é batido, ensacado e armazenado com umidade elevada e quando reumedece depois de estar seco (25).

O método analítico constituído pela cromatografia em camada delgada, com prévia extração líquido-líquido, mostrou-se satisfatório para a determinação de aflatoxinas em amendoim e paçocas.

Os resultados obtidos no presente estudo corroboram com os reportados na literatura e confirmam a necessidade do freqüente monitoramento das micotoxinas, especialmente as aflatoxinas, visto que estas são substâncias potencialmente carcinogênicas.

resuMo

Os alimentos estão sujeitos à contaminação por substâncias químicas, dentre elas as aflatoxinas, as quais são potencialmente carcinogênicas. A presença de tais substâncias nos alimentos constitui importante risco para a população tanto humana quanto animal. O objetivo deste estudo foi determinar a ocorrência de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e paçoca adquiridas aleatoriamente no comércio da cidade de Alfenas- MG, Brasil, no período de junho de 2006 a fevereiro de 2007.

Page 5: Revista de Toxologia

Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 19

A técnica utilizada para a separação, identificação e quantificação das substâncias foi a cromatografia em camada delgada com prévia extração, líquido-líquido, dos analitos. Os resultados demonstraram que 38% das amostras de amendoim e 13% das amostras de paçoca estavam contaminadas com aflatoxinas, sendo que as concentrações variaram de 21 a 138 µg kg-1. Todas as amostras positivas excederam o limite máximo permitido, preconizado pela legislação brasileira de 20 µg kg-1. Os achados do presente estudo corroboram com os relatados na literatura e confirmam a necessidade do freqüente monitoramento da presença de aflatoxinas em alimentos.

unitermos: cromatografia em camada delgada, contaminação, amendoim, paçoca

REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS

Midio AF, Martins DI. Toxicologia de Alimentos. São 1. Paulo: Livraria Varela, São Paulo, 2000.Amdur MO, Doull J, Klaassen CD. (eds.)2. Casarett and Doull’s toxicology: the basic science of poisons. Nova York: Pergamon Press, 1991.Sabino M, Milanez TV, Lamardo LCA, Navas AS, 3. Stofer M, Garcia CB. Evaluation of the efficiency of two immunoassay kits for detection of aflatoxin B1 in corn, fish feed, peanuts and its products. Ciênc Tecnol Aliment 1997; 17(2):107-110. Eaton DL, Groopman JD. The toxicology of aflatoxins: 4. human health, veterinary and agricultural significance. San Diego (CA): Academic Press, 1994.Yousef AE, Marth EH. Degradation of aflatoxin M5. 1 in milk by ultraviolet energy. J Food Prot 1985; 48:697-698.Gilbert, J. Validation of analytical methods for 6. determining mycotoxins in foodstuffs. Trends in Anal Chem 2002; 27:468-486.Amaral KAS, Nascimento GB, Sekiyama BL, Janeiro 7. V, Machinski JR. Aflatoxinas em produtos à base de milho comercializados no Brasil e riscos para a saúde humana. Ciênc Tecnol Aliment 2006; 26:336-342. Goldblatt LA. (ed.) Aflatoxin scientific background, 8. control and implications. New York: Pergamon Press, 1969. Galtier P. Biological fate of mycotoxins in animals. Rev 9. Med Vet 1998; 149:549-554.Neil GE. Participation of animal biotransformation in 10. mycotoxin toxicity. Rev Med Vet 1998; 149:555-560.Brasil, Comissão Nacional de Normas e Padrões para 11. Alimentos [CNNPA]. Resolução nº 34 de 1976. Diário Oficial da União, Brasília, 19 de janeiro de 1977.Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária 12. [ANVISA]. Resolução RDC nº 274, de 15 de outubro de

2002. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de outubro de 2002.Comunidade Européia. Jornal Oficial da União Européia, 13. Regulamento (CE) nº 2174/2003 da Comissão de 12 de dezembro de 2003.AOAC International Official Methods of Analysis. 16ª 14. ed., v.2, p.2-28,1999.Carvalho APP. Aflatoxinas: ocorrência, distribuição e 15. estimativa de ingestão através de produtos de amendoim na cidade de Piracicaba - São Paulo. [Tese] Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2005.Ali N, Hashim NH, Yoshimawa T. Evaluation and 16. application of a simple and rapid method for the analysis of aflatoxins in commercial foods from Malaysia and the Philippines. Food Addit Contam 1999; 16:273-280. Maia PP, Siqueira MEPB. Occurrence of aflatoxins B17. 1, B2, G1 and G2 in some Brazilian pet foods. Food Addit Contam 2002; 19:1180-1183.Oga S. Fundamentos de Toxicologia. São Paulo: 18. Atheneu, São Paulo, 2003. 515p.Eizendeher LB, Freitas RJS, Cançado RA. Incidência 19. de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em doces de amendoim e amendoim in natura comercializados no Estado do Paraná Hig Aliment 2005; 19:101-104. Caldas ED, Silva SC, Oliveira JN. Aflatoxinas e 20. ocratoxina A em alimentos e riscos para a saúde humana. Rev Saúde Pública 2002; 36:319-323.Sabino M, Milanez TV, Lamardo LCA. Ocorrência 21. de aflatoxinas em amendoim e produtos contendo amendoim consumidos no Estado de São Paulo/Brasil no período 1995-1997. Rev Microbiol 1999; 1:85-88.Freitas VP, Brigido BM. Occurrence of aflatoxins B22. 1, B2, G1 and G2 in peanuts and their products marketed in the region of Campinas, Brazil in 1995 and 1996. Food Addit Contam 1998; 15:807-811.Ricciardi AJ, Ferreira JF. Dosagem de aflatoxina B23. 1 em amendoim e doces de amendoim. Rev Bras Farm 1986; 67:111-117.Panorama Brasil, 2005. São Paulo é o maior produtor. 24. Disponível em http://www.panoramabrasil.com.br. Acessado em 02/set/2005.Boletim, 2007. A aflatoxina e o amendoim - Boletim 25. técnico no. 13. Disponível em http://www.micotoxinas.com.br. Acessado em 11/fev/2008.