revista ceará gestão pública

24
Ceará Gestão Pública R E V I S TA Ano 2 • N o 05• janeiro, fevereiro, março de 2009 Desempenho Avaliação valoriza servidor e suas competências Café com Debate Fórum sobre Desenvolvimento para o Ceará Entrevista Vice-Governador fala sobre a elaboração do PPA PIB de 2008 Ceará cresce acima da média

Upload: saberes-seap

Post on 29-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista Ceará Gestão Pública - Ano 2 - Nº 5

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Ceará Gestão Pública

C e a r áGestãoPública

R E V I S T A

Ano 2 • No 05• janeiro, fevereiro, março de 2009

DesempenhoAvaliação valoriza servidore suas competências

Café com Debate Fórum sobre Desenvolvimentopara o Ceará

Entrevista Vice-Governador fala sobre a elaboração do PPA

PIBde 2008Ceará cresceacima da média

Page 2: Revista Ceará Gestão Pública

APRESENTAÇÃO CEARÁ GESTÃO PÚBLICA

É uma publicação trimestral da Secretaria do Planejamento e Gestão – Seplag e suas vinculadas Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará – ETICE, Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - IPECE e Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará - ISSEC

Governador do EstadoCid Ferreira Gomes

Secretária do Planejamento e GestãoSilvana Maria Parente Neiva Santos

Secretária Adjunta Desirée Custódio Mota Gondim

Secretária ExecutivaLucia Carvalho Cidrão

Assessoria de Desenvolvimento InstitucionalPatrícia Maria Campos Pinheiro

Assessoria JurídicaGerardo Márcio Maia Malveira

Coordenadoria de Planejamento, Orçamento e Gestão Carlos Eduardo Pires Sobreira Philipe NottinghamFátima Coelho Benevides Falcão

Coordenadoria de Cooperação Técnico-FinanceiraMário Fracalossi Júnior

Coordenadoria de Gestão de Pessoas Silvana Mary Lima da SilvaÂngela Márcia Fernandes Araújo

Coordenadoria de Desenvolvimento de PessoasFilomena Maria Lobo Neiva Santos

Coordenadoria de Liquidação e ExtinçãoMárcia Maria Andrade Nunes Acioli

Coordenadoria de Gestão de ComprasCarmen Sílvia de Castro Cavalcante

Coordenadoria de Recursos Logísticos e de PatrimônioMaria Christina Machado Publio

Coordenadoria de Gestão Previdenciária Sérgio Lage Rocha

Coordenadoria de Perícia MédicaFrancisco de Assis Barreto Dias de Carvalho

Coordenadoria de Modernização OrganizacionalMaria Lúcia Rabelo de Andrade

Coordenadoria Administrativo-FinanceiraLúcia Maria Facundo

Coordenadoria de Estratégias de Tecnologia da Informação e ComunicaçãoLícia Maria Viana Bezerra Dias

Coordenadoria de Infra-estrutura de Tecnologia da Informa-ção e Comunicação Ricardo Leite SoaresPrograma de Ação Integrada para o AposentadoGuirlanda de Fátima Távora PonteInstituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará - ISSECSuperintendenteFlávio Barbosa Moreira da RochaEmpresa de Teconologia da Informação do Ceará - ETICEPresidenteFernando Antônio de Carvalho GomesInstituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - IPECEDiretor-GeralEveline Barbosa Silva Carvalho (interina)

Jornalista responsávelLuiz Pedro Neto

Produção e OrganizaçãoPatrícia CamposLuiz Pedro NetoRejane Cavalcante

Revisão VernacularJoão Adjemir de Mesquita Paiva

DiagramaçãoIuri Lamartine Leão Joca

Distribuição Virgínia Paiva

Tiragem 500 exemplares [email protected]

Você está recebendo a quinta edição da Revista Ceará Gestão Pú-blica, a primeira de 2009, segundo ano da publicação. Nela, es-tamos destacando o desempenho positivo da economia cearense

em 2008, que fechou o ano com um crescimento de 6,5%, acima da média nacional, que foi de 4,7%, a preços básicos. A economia do Estado teve uma receita de R$ 56,93 bilhões, correspondendo a um PIB per capita de R$ 6.860,02. O crescimento é resultado do desempenho positivo dos três setores: agropecuária, indústria e serviços.

A quinta edição destaca ações da Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG, já implantadas neste ano como o Café com Debate, um espaço para palestras e debates sobre temas da atualidade, com foco no de-senvolvimento do Estado. Nos dois primeiros meses, a iniciativa debateu temas como “Trabalho e Empreendedorismo”, “A Crise Econômica Atual e a Nova Tendência Mundial de Cooperação Internacional” e “Desenvol-vimento Territorial”. A Crise Mundial é assunto do artigo da secretária da SEPLAG, Silvana Parente, analisando seus aspectos, ameaças e oportuni-dades.

A Escola de Gestão Pública do Governo do Estado lançou o Curso de Desenvolvimento Territorial, iniciativa que está sendo realizada na mo-dalidade de ensino a distância, durante três meses. Gestores e técnicos de prefeituras, ONGs, OCIPS, fundações e associações estão participando da capacitação, voltada para formar pessoas para apoiar a gestão participativa do desenvolvimento sustentável de territórios cearenses.

Uma novidade para os servidores públicos é o novo modelo de ava-liação de desempenho que o Governo do Estado, por meio da SEPLAG, está implantando, que visa promover o alinhamento entre os objetivos dos órgãos com os dos seus respectivos servidores. É importante ter uma po-lítica de avaliação de desempenho que leve em conta não apenas as pecu-liaridades dos cargos, funções competências e das carreiras públicas, mas também alcançar melhores resultados organizacionais.

A quinta edição traz ainda, com destaque, material produzido pela coordenadora Fátima Falcão, e pelas analistas de planejamento Maria Neuman Ribeiro e Annuzia Moreira Gosson, sobre o modelo de Gestão Pública por Resultados, que está em fase de implementação pelo Governo do Ceará. Já adotado em países como Estados Unidos e Canadá, o modelo tem como característica uma atuação do setor público voltada para obter resultados definitivos numa dimensão estratégica, com o objetivo principal de produzir melhores indicadores sociais e econômicos do Estado, e, por conseqüência, melhorar as condições de vida.

Page 3: Revista Ceará Gestão Pública

ÍNDICE

ECONOMIA10 PIB Desempenho do Ceará cresce 6,5%, com destaque para agropecuária

ENTREVISTA04 Vice-gover-nador Francisco Pinheiro destaca as próximas ações do PPA Participativo e Regionalizado

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO06 Vencedores do Prêmio recebem troféus

GESTÃO POR RESULTADO 08 Modernidade e inovação

DESENVOLVIMENTO12 Cid e Mangabeira discutem modelo para o Nordeste

DESENVOLVIMENTO13 Governo assina contrato de US$ 240 milhões com Banco Mundial

CAFÉ COM DEBATE 14 Um fórum com foco no desenvolvimento

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL15 Gestores municipais participam de capaci-tação

ARTIGO 16 O desafio da crise mundial

COMPRAS17 SEPLAG disponibiliza Portal

ARTIGOS18 ISSEC adota sistema de gestão por resultados18 A inclusão digital e o idoso

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO19 Hora de valorizar o servidor e sua competência

ÁGUA E ESGOTO20 ARCE desenvolve moderno sistema

NOTAS22 Recadastramento 22 Processos têm tramitação preferen-cial – Idoso 22 Posse no CORECON

Page 4: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 4

ENTREVISTA

Vice-Governador Francisco Pinheiro

PPA Participativo e Regionalizado

Uma nova cultura administrativa

O Governo do Estado, por meio da Vice-Governadoria e da Secretaria do Planeja-mento e Gestão, realizará, nos próximos meses, mais uma etapa do Plano Pluria-nual Participativo e Regionalizado. Para falar sobre o assunto, conversamos com o Vice-governador Francisco Pinheiro sobre os objetivos e metodologia. Pinheiro falou também sobre a construção do PPA como um todo, incluindo as fases já realizadas, analisando a participação popular e a cre-dibilidade do processo. “É um modelo que veio para ficar, a exemplo de outros esta-dos e mesmo cidades, onde experiências de participação popular vêm trazendo resul-tados muito positivos”, enfatizou o Vice-Governador do Estado.

Professor Pinheiro, o Governo do Estado prepara-se para iniciar mais uma etapa do PPA participativo e regionalizado. Quais os objetivos previstos para serem alcançados nessa nova fase?

Em primeiro lugar, faremos a revisão do

Plano de Governo, com o mapeamento da nossa atuação nestes primeiros dois anos de Gestão, e, com isso, poderemos fazer os ajustes necessários na perspectiva do que foi debatido com a sociedade durante a ela-boração do PPA Participativo.O segundo ponto dessa nova etapa é a re-alização de um balanço da execução orça-mentária do governo com todos os delega-dos do PPA. Para isso, estamos finalizando a produção dos cadernos regionalizados, que serão entregues aos delegados para que eles possam verificar e acompanhar as ações que estão sendo executadas na sua região. É um trabalho fundamental, pois representa a preocupação da gestão com a transparência do processo e, principalmen-te, com a prestação de contas com a socie-dade sobre suas demandas.

Como será a metodologia dessa nova etapa?

Temos a compreensão de que a efetiva-ção de um modelo de gestão participativa depende essencialmente de um esforço contínuo de articulação da sociedade em torno das discussões de projetos e ações

da Administração. Nesse sentido, estamos trabalhando para ampliar a participação da sociedade em torno do debate para o “Mo-nitoramento, Avaliação e Revisão do PPA 2008-2011”. Quando menciono a palavra “ampliar”, não me refiro exclusivamen-te aos números, mas, principalmente, ao aprofundamento do debate, pois esse tem sido o nosso desejo, de construir uma cul-tura participativa na sociedade cearense. Para isso, a Vice-Governadoria, em par-ceria com a Secretaria do Planejamento e Gestão, já está trabalhando na organização dessa etapa, que contará com a realização de oficinas em 14 municípios e finalizare-mos com um Fórum Estadual, que irá mo-bilizar toda a sociedade cearense em torno desse processo.

Como tem sido a construção do PPA nas fases já realizadas nos dois anos anterio-res?

O desafio de promover o exercício da ci-dadania em uma sociedade historicamente à margem da administração pública é um fato real, porque não estamos falando ape-nas de propor uma participação da socieda-

Page 5: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 5

ENTREVISTA

A motivação da parti-cipação está relaciona-da diretamente à cre-dibilidade da gestão e ao acesso aos instru-mento legais que via-bilizem a interlocução entre poder público e

a sociedade civil.

de. Estamos falando de construir uma nova cultura administrativa no estado, pautada na participação popular, na corresponsabi-lidade, na transparência e, principalmente, na construção da cidadania. Ao mesmo tempo, outro desafio é dissipar a ideia pre-sente na sociedade de que essas iniciativas não são apenas mais uma ‘a não sair do pa-pel’ , precisamos acabar com esse descrédi-to da sociedade em relação aos esforços da administração pública de fazer uma Gestão Participativa. Percebemos que esses desa-fios vêm sendo superados, e podemos cre-ditar esse avanço ao reconhecimento pela sociedade acerca da seriedade do processo, a partir de resultados como a absorção de 85% das propostas do PPA Participativo e Regionalizado, contempladas no Plano de Governo encaminhado à Assembléia Le-gislativa em 2007.

Como tem sido a participação popular nesse processo?

A motivação da participação está relacio-nada diretamente à credibilidade da gestão e ao acesso aos instrumento legais que via-bilizem a interlocução entre poder público e a sociedade civil. No que se refere à cre-dibilidade, os indicadores são muito posi-tivos, representados em resultados como a pesquisa recente que colocou a nossa ad-ministração em terceiro lugar, no compa-rativo com os demais estados. Ao mesmo tempo, desde o início da gestão, estamos institucionalizando instâncias de participa-ção e o PPA Participativo e Regionalizado é um prova concreta desse esforço, com a realização na primeira etapa de 21 oficinas regionais, nos 184 municípios do Ceará, reunindo 1880 participantes..

O Sr. tem enfocado sempre a credibilida-de que o PPA participativo e regionali-zado tem alcançado, superando a expec-tativa negativa inicial. Como foi possível essa transformação?

A seriedade das discussões, o amadure-cimento da sociedade e o resultado do próprio processo são elementos que vêm contribuindo para essa transformação. Mas é importante destacar que ainda estamos muito aquém do ideal. Há um importante trabalho de mobilização social a ser feito, para que todos possam se sentir sujeitos do

processo e, mais ainda, com poder efetivo de fazer com que as prioridades de sua re-gião sejam identificadas e, posteriormente, contempladas nos repasses orçamentários.

Quais os avanços que o senhor avalia que têm sido alcançados com o PPA e quais os principais obstáculos que ainda precisam ser superados?

Falar dos avanços e conquistas da gestão participativa não significa dizer que foram eliminados os desafios à democracia parti-cipativa. Os primeiros resultados obtidos, durante a experiência do PPA Participativo, são importantes, mas, ao mesmo tempo, evidenciam os desafios que ainda neces-sitam ser vencidos para a gestão participa-tiva. Dentre os obstáculos que precisamos superar está o amadurecimento da consci-ência do delegado sobre a sua função no processo, afastando a visão clientelista e viciada de algumas lideranças comunitá-rias; de outro, em relação ao poder público, precisamos estimular uma presença mais efetiva e, para isso, estamos buscando a parceria da Aprece e da União dos Vereado-res Cearenses, para que esses importantes agentes sociais ocupem seus espaços legí-timos de participação. Entretanto, é fun-damental que os representantes do poder público reconheçam também o seu papel no processo, distanciando-se da imposição de ideias prontas. O caráter do processo é participativo, portanto todos os agentes en-volvidos devem estar sensíveis ao debate e tecnicamente instrumentalizados para que isso se materialize em ações concretas. A Gestão tem clareza da fragilidade técnica dos agentes e, uma das ações que estão sen-do priorizadas é a formação técnica e polí-tica dos participantes do PPA Participativo, para que os agentes possam intervir de for-ma mais eficaz. Essa intervenção precisa estar pautada em um diagnóstico real das necessidades da região, para que não haja um viés municipalista das ações.

A prática de elaboração do PPA partici-pativo e regionalizado tende a se forta-lecer nos próximos anos? É um modelo que veio para ficar? Sem dúvida, é um modelo que veio para ficar, a exemplo de outros estados e mesmo cidades, onde experiências de participação popular vêm trazendo resultados muito po-

sitivos, em torno de uma cultura republica-na, fundada em princípios da gestão com-partilhada. A marca dessa administração é a aproximação do poder público com a sociedade e um forte exemplo disso é o Go-verno da Minha Cidade, quando a equipe do governo se instala em três municípios do Estado, ouvindo e promovendo esforços para o atendimento das demandas. Embora tenhamos clareza sobre o muito que ainda precisa ser feito para que tenha-mos uma gestão efetivamente participati-va, já podemos comemorar os passos que foram dados até aqui, e o PPA Participativo e Regionalizado ocupa um espaço funda-mental, com a sensibilização da sociedade sobre as formas de participação em uma democracia e com a capacitação dos agen-tes sociais para que compreendam melhor o processo e possam intervir de forma mais positiva. Enfim, a base do processo está construída, cabe-nos dar seguimento e garantirmos a efetiva concretização das ações propostas.

Como o Senhor analisa a importância do debate sobre territórios de identidade para fortalecimento do PPA?

Este é um tema essencial, porque se que-remos discutir um desenvolvimento re-gional, é indispensável que as pessoas se sintam identificadas com a região e essa identificação não passa apenas pelos limi-tes geográficos. Os territórios de identidade buscam valorizar as afinidades municipais, construindo assim uma identidade regio-nal, reforçando ainda mais o aspecto do co-letivo. Daí a importância de revisarmos a visão municipalista em direção ao enfoque territorial.

Page 6: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 6

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Vencedor Categoria Software Livre

Troféus

Vencedor Categoria Inclusão Digital

Vencedores agraciados com troféus

Os vencedores do Prêmio Ceará de Cidadani@ Eletrônica recebe-ram seus troféus em solenidade

realizada no auditório da Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG, com a presença do vice-governador Francisco Pinheiro. O encontro marcou também a apresentação da modelagem do Sistema de Gestão Governamental por Resultados – S2GPR, feita pelo presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Estado do Ceará – ETICE. Estiveram presentes ainda o vice-presidente da Assembleia Legislati-va, deputado Gony Arruda, e os secretários Marcos Cals, da Justiça, Roberto Montei-ro, da Segurança Pública e Defesa Social, e José Meneleu, do Planejamento de For-taleza.

O presidente da Etice, Fernando Carvalho, fez a entrega da modelagem do S2GPR ao Vice-Governador, após falar um pouco do sistema. “Estamos apresentando a primeira das três fases e ainda teremos as etapas de construção e implantação”. Carvalho explicou que a criação do S2G-PR veio em razão da defasagem dos sis-temas existentes, implantados há cerca de 25 anos, com tecnologia obsoleta, gerando insegurança, principalmente na contabi-lidade. O novo sistema vem para elevar o nível de tecnologia, para integrar todos os sistemas. Fernando Carvalho finalizou des-tacando o apoio do governador Cid Gomes a todas essas ações.

Para o vice-governador Francis-co Pinheiro, o Governo do Ceará ousou ao adotar o Software Livre, mas ainda precisa se concretizar. A vantagem, acrescentou, é promover a independência em relação ao soft proprietário. “Sabemos da resistência, mas o software livre é o caminho para eco-nomizar e avançar em tecnologia da infor-mação”, reforçou. A secretária-executiva Lúcia Cidrão, representando a SEPLAG, parabenizou o trabalho das comissões or-ganizadora e julgadora do prêmio, e lançou o desafio de superar neste ano o número de inscrições de 2008.

Antes com o nome de Prêmio Ceará de Governo Eletrônico e agora com novas categorias e nova nomenclatura, o Prêmio Ceará de Cidadani@ Eletrônica

alcançou sua quarta edição, contemplan-do as categorias de Inclusão Digital, Sof-tware Livre e Inovação. Promovido pela SEPLAG, por meio da Coordenadoria de Estratégias de Tecnologia da Informação e Comunicação – COETI e da ETICE, o Prêmio objetiva reconhecer iniciativas de governo eletrônico no âmbito da adminis-tração pública, nos poderes Legislativo, Executivo (estadual e municipal) e Judiciá-rio.

É de interesse do Governo Esta-dual modernizar seus serviços, por meio do uso da Tecnologia da Informação, facili-tando cada vez mais o acesso à informação e ao serviço pelos cidadãos por meio da Internet. As inscrições para o Prêmio Ce-ará de Cidadani@ Eletrônica 2008 foram realizadas no período de 16 de outubro a 7 de novembro de 2008, no Portal do Go-verno do Ceará – www.ceara.gov.br, site da Seplag – www.seplag.ce.gov.br e no site da Etice – www.etice.ce.gov.br.

A comissão organizadora foi for-mada por Lícia Viana Bezerra – SEPLAG (presidente), Denise Maria Norões Olsen – SEPLAG (membro) e Helenira Cartaxo Forte (membro) – ETICE, e contou com a parceria da Assembléia Legislativa do Ceará, que cedeu espaço para a etapa de apresentação dos processos selecionados na segunda fase.

VENCEDORES DO PRÊMIO CEARÁCIDADANI@ ELETRÔNICA

Inclusão Digital1º colocado: Programa Cidade Digital de Tauá/CE – Prefeitura Municipal de Tauá2° colocado: Lan House, Leitura e Escrita – Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Gonçalo Lima da Cidade de Ipu3º colocado: Aposentado.idoso@incluido – Programa de Ação Integrada para o Aposentado (PAI) - SEPLAG

Software Livre1º colocado: Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED – Tribunal de Contas do Muni-cípio2º colocado: Geoportal de Informações da Saúde do Ceará – Secretaria da Saúde3º colocado: Sistema da Central de Licitações Online – Procuradoria Geral do EstadoInovação 1º colocado: GIS no Monitoramento e Estatísticas Ronda – Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social2º colocado: UNILECE - União Interativa do Legislativo Cearense – Assembleia Legislativa

3º colocado: Sistema de Informação Prisional (SINFOP) – Secretaria da Justiça

Page 7: Revista Ceará Gestão Pública
Page 8: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 8

GESTÃO POR RESULTADO

Pela primeira vez na atual gestão, o Governo do Estado está apre-sentando os resultados estraté-gicos de 2007 sob o enfoque da Gestão por Resultados. Esse ma-terial está disponível, na íntegra, no site www.seplag.ce.gov.br, na aba Planejamento, menu Informa-ções Gerais.

Programa Ronda do Quarteirão – Resultado estratégico: Sociedade com segurança e justiça

Modernidade e inovação

É característica das sociedades demo-cráticas e, especialmente, em países cujos problemas de desenvolvimen-

to econômico e social ainda representam grandes desafios, a luta da população por melhores condições de vida e de exercício dos direitos fundamentais junto aos pode-res constituídos. A cobrança cada vez maior pela solução dos problemas que afetam os cidadãos tem levado os governos a adota-rem uma postura empreendedora, voltada para o cidadão como cliente, exigindo a adoção de práticas inovadoras que impri-mam eficiência e eficácia na execução das políticas públicas, maior diálogo com a so-ciedade, transparência e controle social.

O modelo de Gestão Pública por Resultados, atualmente em implementação pelo Governo estadual, é um instrumento de planejamento moderno e inovador, que é adotado em vários países, como Canadá, Estados Unidos, Chile e em alguns estados brasileiros como Minas Gerais e Distrito Federal. Caracteriza-se por uma atuação do setor público, orientada para alcançar resultados definidos numa dimensão estra-tégica, com o objetivo principal de melho-rar os indicadores sociais e econômicos do Estado e, por conseqüência, as condições de vida da população. O avanço que o modelo permi-te reside no seu fundamento principal, de iniciar o processo de gestão governamen-tal pela definição de finalidade, impactos e consequências da ação de Governo, com uma lógica regressiva de precedência em relação à gestão tradicional, que estabele-cia previamente os meios. Assim, a Gestão Pública por Resultados condiciona o ciclo de gestão, especialmente planejamento, or-çamento e os processos decisórios aos ob-

jetivos e resultados a serem alcançados. As intervenções visam mudanças sociais e de comportamento dos gestores públicos que devem estar voltados para objetivos. Uma das condições fundamentais

para o êxito desse modelo é o conhecimen-to da realidade em que se deseja trabalhar, pois permite a formulação do problema a ser enfrentado, que nada mais é do que a situação real comparada com a situação

Page 9: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 9

GESTÃO POR RESULTADO

Indicadores prioritários estão reunidos no Painel de Controle

O Governador Cid Gomes iniciou em fevereiro e finalizou em março uma rodada de reuniões com cada uma das dezenove Secretarias de Governo que possuem matriz de resultados, para definir os indicadores de resultados es-tratégicos prioritários. Essa seleção dos indicadores, que terão um acompanhamento mais intensivo, foi denominado de Painel de Controle. Para cada indicador, o Governador solicitou o levantamento dos dados a partir de 2001, com o objetivo de com-por a série histórica do seu comportamento desde o início do século. Com base na posição de 2008 e 2009, definiu metas para os anos de 2009 e 2010. O acompanhamento do Painel de Controle será feito no sistema WebMapp.

Uma das condi-ções fundamen-tais para êxito

desse modelo é o conhecimento da realidade em

que se deseja trabalhar.

desejável. Em seguida, são analisadas suas causas e consequências, que se constituem no estabelecimento das relações esperadas ou teóricas de causa e efeito. A partir desse ponto, são elaboradas as políticas públicas, estabelecidos objetivos e metas de resul-tado e impacto, que significam mudanças pretendidas na realidade.

Estrutura-se o modelo com base na metodologia do marco lógico, que pro-picia aferir os resultados estratégicos defi-nidos para a gestão de Governo, e o desem-penho de programas com seus produtos em relação às metas estabelecidas.

O primeiro e principal passo é a definição dos resultados e indicadores de Governo, que representam compromis-sos com a população, com base nos quais a gestão será avaliada. Na etapa seguinte, são estabelecidos os resultados estratégicos setoriais a serem perseguidos pelas Secre-tarias, e, nesse contexto, definidos os pro-gramas prioritários com seus produtos em sincronia com esses resultados. Quanto aos instrumentos técnicos, a implementação do modelo prevê, dentre outros, o Plano Estra-tégico de Governo (Diretrizes Estratégicas de Governo), os Planos Estratégicos Seto-riais, as Matrizes de Indicadores e Metas Setoriais, o Relatório de Performance das Secretarias Setoriais e do Governo. A implementação com eficiência do modelo de GPR requer a definição das ações e projetos prioritários que concorre-rão para execução dos produtos previstos nos programas, de acordo com as metas estabelecidas. A aplicação de metodologia de monitoria e de gerenciamento intensivo

dessas ações e projetos são instrumentos importantes para assegurar a mudança nos indicadores no sentido da situação deseja-da, para alcance dos resultados.

Cabe ressaltar que, dentre os con-ceitos básicos da GPR, dois devem ser co-mentados, o de resultado e o de produto.

Resultados são transformações na socieda-de decorrentes da implantação dos progra-mas de Governo, mensurados por meio de “indicadores de resultados”. Produtos são realizações – materialização das ações dos executores (bens ou serviços) mensuradas por meio de “indicadores de produto”. En-quanto o indicador de resultado permite avaliar o alcance ou impacto da ação go-

vernamental, o de produto é um indicador de oferta do Governo, propiciada pelo con-junto de programas prioritários, que repre-sentam o esforço governamental realizado por meio dos investimentos públicos.

Para sintetizar o modelo, elabora-se a Matriz de Resultados, que é um ins-trumento síntese, expresso em planilha, contendo o conjunto de resultados setoriais desejados, a linha de base, ou seja, o marco zero dos indicadores, programas e produtos prioritários e as metas projetadas de acordo com o Plano Plurianual, fornecendo os ele-mentos para o monitoramento e avaliação dos avanços obtidos. A partir da matriz de GPR, são implementadas as atividades de acompanhamento e monitoramento dos in-dicadores setoriais e metas dos produtos.

Finalmente, cabe mencionar que trabalhar com o GPR é um permanente pro-cesso de aprendizado e aperfeiçoamento, especialmente quando se admite que não existe um sistema de gestão por resultados universal e que as soluções são diferentes para distintas organizações e para diferen-tes momentos. (A Prática de uma Gestão Pública por Resultados, IPECE,2006).

Autores:Fátima Coelho Benevides FalcãoMaria Neuman Ribeiro MoreiraAnnuzia Maria Pontes Moreira Gosson

Page 10: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 10

ECONOMIA

Feijão e milho são destaques do PIB

PIB do Ceará cresce 6,5% com destaque para agropecuária

A economia cearense fechou o ano de 2008 com um crescimento de 6,5%, acima da média nacional,

que foi de 4,7% a preços básicos. No quar-to trimestre/2008, a elevação foi de 5,0%. Em termos de valores, a economia cearen-se gerou uma receita de R$ 56,93 bilhões, correspondendo a um PIB per capita de R$ 6.860,02. Esse crescimento é resultado do desempenho positivo dos três setores: agropecuário, indústria e serviços. O se-tor agropecuário apresentou expansão de 24,59%, com relação a 2007. A indústria fechou o ano com uma taxa de 5,51% e o setor de serviços, com a maior participação na economia do Estado, em torno de 70%, registrou uma variação positiva de 5,21%.

Apesar do cenário econômico mundial, a economia cearense manteve o bom desempenho que vinha obtendo nos últimos anos, devido ao aquecimento da demanda doméstica, sobretudo ao comér-cio interno e externo, que tem incentivado a expansão de emprego. Vale lembrar a participação positiva das políticas sociais de transferência de renda, implementadas pelo governo federal. Os números do PIB

do Ceará foram anunciados na sede do Ins-tituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (IPECE), pelo diretor-geral em exercício, Marcelo Ponte, e pela economista Eloísa Bezerra.

O crescimento de 24,59% da agro-pecuária foi influenciado pelos resultados das lavouras, com destaque para a casta-nha (126,59%), milho (109,85%) e feijão (95,15%), citando apenas as mais impor-tantes. Quanto à produção animal, o des-taque foi para o aumento da produção de leite (9,00%) e aves (6,13%). A produção de frutas também vem apresentando bons resultados, dada a prática de uma agricul-tura diferente da tradicional, introduzindo tecnologia na produção de culturas como a melancia, mamão, banana e abacaxi. O de-sempenho da agricultura cearense deveu-se às condições climáticas favoráveis, com in-verno regular, beneficiando a produção.

A indústria cresceu 5,5%, influen-ciada pelos comportamentos positivos dos serviços industriais de energia, água e gás (8,5%), seguidos da construção civil, com uma elevação de 7,8%, e da indústria de

transformação, com uma taxa de 3,9%. O PIB a preços básicos do setor de serviços apresentou um crescimento de 5,2% em relação a 2007. Dentre os segmentos que compõem os serviços, os setores de aloja-mento e alimentação (11,8%) e o comércio (9,6%) foram os que registraram as melho-res taxas de crescimento.

O volume de vendas varejistas do Ceará tem apresentado, ao longo do ano, resultados positivos, acumulando um crescimento de 8,0% sobre o resultado de 2007. No ano, todas as atividades varejistas ampliaram suas vendas em relação ao ano anterior.

O resultado do volume de vendas do Ceará vem sendo impulsionado princi-palmente pelas vendas de bens com maior valor agregado, como equipamentos e ma-teriais para escritório e informática, veícu-los e motos, móveis e eletrodomésticos. A razão do aumento de vendas desses seg-mentos pode ser atribuída à trajetória cres-cente do volume de crédito à pessoa física.

O ano de 2008 foi favorável para

Page 11: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 11

ECONOMIA

o turismo cearense, como mostram alguns de seus principais indicadores, como a demanda turística, via Fortaleza, que se apresentou positiva em 4,4%, em relação à demanda de 2007, significando um contin-gente de 2,17 milhões de visitantes ao Cea-rá. O mesmo comportamento foi verificado

na demanda hoteleira, que registrou uma variação positiva de 3,4% na mesma com-paração, o que possibilitou uma taxa de ocupação de 57,3% contra 55,4% indicada em 2007. Segundo a Associação Brasilei-ra da Indústria de Hotéis (ABIB-CE), os workshops realizados em Fortaleza deram

um impulso positivo às atividades turísti-cas cearenses.

As exportações cearenses, ao lon-go de 2008, registraram uma trajetória cres-cente, com uma receita de US$ 1,28 bilhão, significando um crescimento de 11,2% com relação a igual período de 2007. Por seu turno, as importações de 2008 atingiram o valor de US$ 1,56 bilhão, com uma ex-pansão de 10,7%. Como resultado, o saldo da balança comercial cearense apresentou um déficit de US$ 281,59 milhões. Embo-ra a balança comercial tenha apresentado saldos negativos nos últimos três anos, os motivos são justificáveis. As importações cresceram em ritmo mais acelerado que as exportações (2006 cresceram 86,6% e em 2007, 28,2%), em virtude das compras de bens de capital efetuadas pelas empresas que apostaram no crescimento da econo-mia cearense nesses anos. Vale salientar que a conta corrente do comércio, ou seja, o somatório das exportações e das importa-ções ultrapassou ao valor obtido em 2007, atingindo US$ 2,84 bilhões contra US$ 2,56 bilhões naquele ano.

Em 2008, o mercado de traba-lho do Ceará, impulsionado pelo ritmo de crescimento da economia estadual, gerou 41.441 empregos, superando as vagas cria-das em 2007 (39.722 empregos) e consti-tuindo-se no melhor resultado desde 1999, primeira divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O comportamento do trabalho no Ceará, no acumulado de 2008, foi impulsio-nado principalmente pelo setor de serviços, que criou 16.236 novos empregos, seguido do comércio (11.673 empregos), da indús-tria de transformação (6.716 empregos), e construção civil (3.344 empregos).

Page 12: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 12

DESENVOLVIMENTO

Mangabeira Unger

Cid e Mangabeira discutem modelo para o Nordeste

Uma discussão voltada para a cons-trução de um projeto para o Nor-deste, com ações concretas de

desenvolvimento. Esse foi o tema do se-minário que reuniu o governador Cid Go-mes, o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal, Manga-beira Unger, políticos e representantes da sociedade civil, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Fortaleza. Segundo a definição do Ministro, o encontro foi o pri-meiro passo para a campanha de persuasão para levar o Nordeste para o centro de de-bates do Brasil. “Nossa meta é definir um novo modelo de de-senvolvimento para o Nordeste – que fervilhe de iniciati-vas empreendedo-ras e culturais – que exemplifique o ca-minho a ser seguido por todo o País”, re-sumiu. Além dos es-tados no Nordeste, o ministro promoverá debates nos estados das regiões Norte e Centro-Oeste.

A grande discussão girou em torno de um novo modelo de desen-volvimento para o Nordeste. Para isso, conforme Man-gabeira Unger, é preciso inovar as formas institucionais de mercado. “Uma das primeiras ações é re-organizar a economia da região”, disse o Ministro, referindo-se às políticas agríco-la e industrial hoje adotadas. Mangabeira Unger comparou o Nordeste do Brasil com a China. Segundo ele, no mau sentido, o Nordeste, assim como os países asiáticos, seria apenas um manancial de trabalho ba-rato e, no bom sentido, a região pode ser considerada uma fábrica de inovação e de engenho. Ele acrescentou que o Nordeste já foi palco de “milhares de rebeldias e re-velações” e que o novo projeto para o Nor-deste deve ser desenhado a partir de desco-bertas do que já deu certo.

Segundo Magabeira Unger, ape-sar de toda a iniciativa empreendedora e cultural, da renovação da cultura política e das grandes obras infraestruturais em curso no Nordeste, faltam ideias fortes na dis-cussão de um projeto de desenvolvimento para a região. “Falta um grande eixo estru-turante, uma visão de conjunto. A verdade é que não há um projeto abrangente desde a época de Celso Furtado e de João Goulart. O Nordeste é um terreno privilegiado para começar a construir um modelo de desen-volvimento que o País todo está buscando”, disse.

Antes do encontro com o Governa-dor, o Ministro e a comitiva que o acompa-nha nos seminários pelos estados conheceu os projetos da área econômica na região do Vale do Jaguaribe. Para Unger, o projeto de Limoeiro do Norte é um prenúncio de uma maneira diferente de organizar o mercado. “É fundamental que se estimule o regime de concorrência cooperativa, produção de forma descentralizada, e isso já existe por lá”, defendeu. Na avaliação do Ministro, projetos como de infraestrutura portuária e de integração das bacias são indispensáveis e vão permitir, pela primeira vez no Brasil, unificar o Nordeste e a reconstrução nacio-nal.

O governador Cid Gomes con-sidera que nenhuma região se desenvolve de forma sustentável sem que o modelo in-dustrial seja adotado. “Há mais de quarenta anos se luta no Ceará para trazer as indús-trias de base como a siderúrgica e a refi-naria”, defende. Para ele, há motivos para acreditar que o Ceará e o Nordeste possam crescer de forma diferenciada, diminuindo as desigualdades em relação às demais re-giões do Brasil.

Para Cid Gomes, a vinda do Mi-nistro representou uma oportunidade de

Estado e União tra-çarem juntos ações que tragam o desen-volvimento susten-tável e contínuo para o Nordeste. “Existe um grande interesse do Ceará em contri-buir com o Governo Federal, para tornar o Nordeste um polo de desenvolvimento que traga benefícios para toda sua popu-lação”, disse o go-vernador.

As propostas do Ministro para o Nordeste têm como base cinco verten-tes: a organização de um novo modelo de agricultura irriga-

da; a construção institucional, por meio do Estado, de um modelo industrial baseado em redes de pequenas e médias empresas; a discussão de um novo modelo de ensino médio, capaz de integrar o ensino geral e o técnico- profissional; a construção dos pró-ximos passos das políticas sociais de trans-ferência de renda, baseados na capacitação e na ampliação de oportunidades; e um projeto estruturante que não enxergue as grandes obras de infraestrutura e indústria como fins em si mesmas, mas que perceba as vocações locais para o desenvolvimento da Região dentro de uma estratégia nacio-nal.

Page 13: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 13

DESENVOLVIMENTO

Makhtar Diop e Cid Gomes assinam contrato

Governo assina contrato de US$ 240 milhões

O governador do Ceará, Cid Gomes, e o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop, assinaram

um empréstimo de US$240 milhões, equi-valente a R$ 550 milhões para o Projeto de Crescimento Integrado (SWAp II). O em-préstimo apoiará projetos de crescimento, competitividade econômica, prestação de serviços sociais e infraestrutura no Estado. A operação representa o segundo emprés-timo com abordagem setorial abrangente (SWAp) de um programa em apoio à Estra-tégia Integrada de Crescimento do Ceará e é o maior contrato externo feito na história do Estado. A assinatura do convênio acon-teceu durante a inauguração dos trechos 2 e 3 do Eixão das Águas, em Pacajus. A obra recebeu recursos do Banco Mundial para sua construção.

“Com o apoio do primeiro projeto SWAp, o Ceará tem conse-guido alcançar níveis relativamente altos de cobertura em diversas áreas-chave de desenvolvimento social, como educação e saúde. O foco da Estratégia Estadual Integrada ago-ra é sobre melhorias na qualidade e nos resultados nessas áreas,” disse Cid Gomes, “Para isso, é essencial melhorar a capacidade de gestão do setor público no Estado, para que os exíguos recursos governamentais possam alavancar o maior benefício possível”, completou.

O Governador destacou ainda que esse é o momento de o Estado investir re-cursos em obras públicas como forma de dar uma resposta para a crise. “Esse é um empréstimo com ótimas condições para o Ceará. Quando assumi o Governo, o com-prometimento da receita corrente líquida com empréstimos era de 49%, hoje isso representa 34%. Estamos em um grande momento”, destacou Cid.

O objetivo principal do projeto financiado pelo Bird é ampliar e consoli-dar os avanços sociais e a modernização institucional do Estado, continuando e ex-pandindo o trabalho iniciado no primeiro projeto. Nos últimos anos, o Ceará obteve sólido progresso na melhoria de indica-dores sociais e econômicos. Entre 1985 e

2006, o PIB estadual teve um crescimento acumulado de 95,1%, bem acima da média brasileira (71,0%). De 1992 a 2005, a mé-dia de anos de escolaridade por adulto no Ceará cresceu 50,0%, ultrapassando a taxa de crescimento no Nordeste (42,9%). Nas duas últimas décadas, registraram-se signi-ficativas melhorias em outros indicadores sociais, tais como mortalidade infantil e expectativa de vida.

“O Banco se orgulha de sua par-ceria de vinte anos com o Ceará, período no qual o Estado logrou progresso extra-ordinário. O significado deste projeto para o Ceará é enorme,” disse o diretor do Ban-co Mundial para o Brasil, Makhtar Diop. “Primeiro, ele dá continuidade ao trabalho

pioneiro do estado em desenvolvimento multissetorial nas áreas fiscal, de moderni-zação do estado, inclusão social, infraestru-tura hídrica e meio ambiente. Em segundo lugar, ele traz um importante apoio técnico e financeiro às iniciativas de reformas es-taduais, sem criar despesas fiscais – algo essencial em um contexto de crise.”

Desde 1976, o Banco Mundial investiu quase US$1,6 bilhão no Ceará, principalmente nas áreas de redução da po-breza rural, recursos hídricos e gestão do setor público. Recentemente, a diretoria executiva do Banco Mundial aprovou um financiamento de US$ 46 milhões para o Projeto Cidades do Ceará, que tem como objetivo promover o desenvolvimento na região do Cariri Central, estimulando a atividade econômica, a melhoria da infra-estrutura e o fortalecimento da capacidade

administrativa regional.

AÇÕES EM CINCO SETORES

Gestão do Setor Público – Neste segun-do projeto foram selecionados indicadores fiscais para refletir a ênfase dada ao cresci-mento: em vez de usar o indicador mais co-mumente adotado, do superávit primário, o projeto terá por alvo o equilíbrio fiscal cor-rente, que leva em consideração a necessi-dade de manter – ou mesmo expandir – o nível de investimento publico, preservando ao mesmo tempo a disciplina fiscal.

Educação – Concentração em crianças nos primeiros anos de escola primária (1º ao 4º grau) que ainda não estão atingindo níveis

satisfatórios de alfabetização e nos jovens que completam os graus in-termediários mas não têm condições de entrar em universidades ou obter empregos, devido a suas deficiências acadêmicas;

Saúde – As ntervenções apoiadas pelo projeto concentram-se na me-lhoria da cobertura da atenção de saúde. O programa terá foco na me-lhoria da qualidade da atenção, espe-cialmente no que tange ao aprimo-ramento de processos, elevação de padrões e aferição de resultados.

Recursos hídricos – Fortalecimento da saúde financeira das empresas de água e conscientização dos consumidores com re-lação ao verdadeiro custo da água no clima árido do Ceará, bem como da necessidade de racionalizar os seus usos entre diferen-tes demandas em competição. Clima de negócios e inovação – Mobilizar recursos e capacidade do setor privado para lograr o crescimento sustentável. Fortale-cer núcleos de desenvolvimento municipal fora da Região Metropolitana de Fortaleza, incluído o apoio a programas formulados para fomentar a inovação tecnológica, a pesquisa e o desenvolvimento científico.

Page 14: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 14

CAFÉ COM DEBATE

Prof. Dr. José Carlos de Assis discorrendo sobre a crise atual

Prof. Dr. José Borzacchiello da Silva abordou o tema de desenvolvimento territorial

José Raimundo Carvalho, Júnior Macambira e Marcelo Ponte debateram sobre trabalho e empreendedorismo

Um fórum com foco no desenvolvimento

Um espaço para palestras e debates sobre temas da atualidade, com a participação de dirigentes de ór-

gãos, servidores e estudiosos. É o Café com Debate, uma iniciativa lançada pela Secretaria do Planejamento e Gestão no fi-nal de 2008, em parceria com o Conselho Regional de Economia, com o objetivo de ser um fórum para discussão de temas vol-

tados para o desenvolvimento do Estado. A primeira edição, realizada em dezembro de 2008, teve como foco “Impactos da crise na economia brasileira”, tema apresentado pela secretária da SEPLAG, Silvana Paren-te, com base em palestra do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, proferida em reunião do Conselho Nacional dos Secre-tários Estaduais do Planejamento – Con-

seplan. Em seguida, os participantes as-sistiram à exibição do vídeo “A geografia econômica mundial em transformação”, relatório sobre o desenvolvimento mundial em 2009, elaborado pelo Banco Mundial.

A programação de 2009 foi aberta pelo diretor de Estudos e Pesquisas do IDT, Júnior Macambira, que falou sobre “Traba-lho e Empreendedorismo”. “O pessimismo tem dominado as discussões sobre o tema da crise mundial”, afirmou o palestrante. “A preocupação deve ser buscar políticas para enfrentá-la”. Após a palestra, os deba-tedores Marcelo Ponte, diretor de Estudos Econômicos do IPECE, e José Raimundo Carvalho, professor do CAEN, apresenta-ram suas considerações, antecedendo ao debate com o público, constituído por diri-gentes e servidores. No mês de fevereiro, dois eventos foram promovidos. O primeiro teve como palestrante o economista e jornalista José Carlos de Assis, abordando “A Crise Eco-nômica Atual e a Nova Tendência Mundial de Cooperação Internacional”. José Carlos considerou fundamental a mobilização de todos os setores para enfrentar a crise que já se apresenta como a maior que “a nossa geração vai ver”. Prof. Dr. titular de Econo-mia Internacional da Universidade Estadu-al da Paraíba e assessor da Presidência do BNDES, o palestrante disse que, em pro-fundidade, a crise é a maior já vista e refor-çou que, quanto maior mobilização houver, melhor será para enfrentar a situação. O outro evento de fevereiro de-bateu “Desenvolvimento Territorial”, com palestra proferida pelo Prof. Dr. José Bor-zacchiello da Silva, professor titular da Universidade Federal do Ceará e coordena-dor da Área de Geografia da CAPES-2008. A palestra foi aberta pelo vice-governador Francisco Pinheiro e teve como debatedo-res a secretária da SEPLAG, Silvana Paren-te, que também é especialista nesse tema, e o secretário-adjunto do Desenvolvimento Agrário, Antônio Rodrigues.

Page 15: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 15

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

Alunos assistem aula inaugural

Alunos assistem aula inaugural

Gestores municipais participam de capacitação

Prefeitos, vices, secretários e técni-cos municipais participaram da aula inaugural do Curso de Desenvolvi-

mento Territorial, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Pla-nejamento e Gestão - SEPLAG. A iniciati-va será realizada na modalidade de ensino a distância, num período 3 meses, com 15 turmas de 30 alunos, entre gestores e técni-cos de prefeituras, ONGs, OCIPS, funda-ções e associações. O objetivo é promover a formação de gestores, técnicos, educa-dores e atores sociais capazes de apoiar a gestão participativa do desenvolvimento sustentável de territórios cearenses.

A aula inaugural do curso cons-tou da programação do Café com Debate, evento promovido pela SEPLAG, e teve como palestrante o Prof. Dr. José Borzac-chiello da Silva, que abordou o tema cen-tral do curso. O vice-governador, Francis-co José Pinheiro, fez a abertura do curso, enfatizando a importância do conceito de território. “Muitos não têm noção geral do que significa. É um conceito adotado pelo Governo federal, sendo preciso dominar o conteúdo e a prática. Não adianta discutir território sem que as pessoas se identifi-quem nele”. Francisco Pinheiro esclareceu que a ideia não é disputar poder. “É fun-damental discutir democraticamente nas regiões a reconstrução das identidades para

que as pessoas possam saber porque estão unidas”.

A aula inaugural do curso foi re-alizada no auditório da SEPLAG, no Cen-tro Administrativo Governador Virgílio Távora, no Cambeba, com a presença da secretária do Planejamento e Gestão, Sil-vana Parente, secretário-adjunto do Desen-volvimento Agrário, Antônio Rodrigues, e do vice-presidente da Associação dos Pre-feitos - Aprece, Sávio Pontes. A secretária

Silvana Parente disse que a realização do curso faz parte das estratégias do Plano Plurianual Participativo e Regionalizado. “Estamos capacitando pessoas para que possamos trabalhar em conjunto. É preciso unir para gerar mais desenvolvimento”, re-forçou. Com carga de 100 horas/aulas, o curso é uma ação da Escola de Gestão Pú-blica do Governo do Estado, sob a respon-sabilidade da Coordenadoria de Desenvol-vimento de Pessoas - CODEP. O conteúdo constará de desenvolvimento local, desen-volvimento sustentável, potencialidades dos municípios, governança e economia familiar, na perspectiva dos cursistas con-tribuírem com o desenvolvimento nos seus territórios, assegurando a sua sustentabili-dade. A SEPLAG, por meio da Escola de Gestão Pública, vislumbra a possibilidade dos atores formados desenvolverem as po-líticas públicas municipais com eficiência e qualidade. Cada participante será cadastrado, com senha, para acesso aos cinco módulos, além de receber um CD com orientações gerais. A programação inclui monitora-mento in loco, aula presencial e avaliação final.

Page 16: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 16

ARTIGO

O desafio da crise mundial

A crise econômica mundial faz parte da dialética do capitalismo que, ao exacerbar a capacidade dos merca-

dos, ignora seus limites e imperfeições. A sua gravidade é indiscutível dado que é a primeira crise no mundo pós-globalizado e nasce no berço do neoliberalismo america-no, com conseqüências nefastas em todo o mundo.

Os ativos financeiros tornaram-se incompatíveis com a riqueza real, gerando crise de solvência nos Estados Unidos e de liquidez em todo o mundo. Isso signi-fica que é uma crise de natureza estrutural, porque a sua superação exigirá a constru-ção de um novo padrão de financiamento do desenvolvimento e de um novo marco regulatório e institucional em nível inter-nacional, em contraponto à tendência de ampliação do protecionismo no nível dos estados-nação. Uma nova geografia econômica estará em movimento pela redefinição do fluxo de comércio entre os países, fluxo de investimentos e alteração nos níveis e padrões de consumo e como cada um dos países sobreviverá e se estruturará após a crise. O que está em debate é qual a ca-pacidade e eficácia dos países definirem isoladamente políticas anticíclicas e qual deve ser o novo redesenho institucional de governança mundial. Não temos dúvi-das de que os países em desenvolvimento, como o Brasil, estão diante de uma grande oportunidade de ampliar sua participação e importância nesse cenário.

Em termos de Brasil, existe um reconhecimento geral de que a crise che-gou em um momento no qual a economia brasileira estava ajustada, numa rota de aceleração do crescimento, com um siste-ma financeiro saudável e com um bom es-toque de reservas internacionais. Por isso, diferentemente de outros países, a crise deverá interromper essa tendência de cres-cimento, entretanto com boas chances de sustentar taxas ainda positivas. Mais importante ainda, o Brasil tem margem para redução da taxa de juros e folga fiscal que permitem a adoção de po-líticas monetária e fiscal expansionistas. O que o País precisa continuar fazendo é do-

sar esse leque de medidas de forma a evitar uma crise de “desconfiança”, em que os empresários não investem, as pessoas não consomem e os governos arrecadam menos e gastam menos.

O movimento deve ser o contrá-rio. O Brasil tem larga margem para re-duzir taxa de juros e, com isso, estimular investimentos privados e obter margem fiscal para ampliar investimentos públicos estratégicos, em especial aqueles que afe-tem mais rapidamente o nível de emprego e ampliem a competitividade sistêmica de nosso tecido produtivo. É uma grande oportunidade para o País, não apenas amenizar os impactos negativos da crise, mas também redirecio-nar seu modelo de desenvolvimento de tal forma a atacar seus problemas estruturais e potencializar suas vantagens competitivas.Além disso, é uma oportunidade ímpar de criar as condições para um novo movimen-to de redução das desigualdades regionais, pela exploração de novos espaços no mer-cado interno e ativos produtivos existentes, com investimentos em capital humano e inovação em todos os rincões do país.. Nesse momento, mais uma vez é importante lembrar que as políticas macro-econômicas convencionais por si não serão suficientes para reverter o impacto no nível de emprego. É necessário um grande pacto entre governo e setor privado, entre os po-deres e entre os entes da federação para a aceleração dos programas e ações em curso e adoção de novas medidas em várias es-calas e setores, considerando a matriz eco-nômica e do emprego de cada Estado da Federação. A maioria dos Governos estaduais está atada e sem condições de adotar qual-quer política anticíclica, devido aos limites de endividamento da Lei de Responsabi-lidade Fiscal, já diminuídos pelo próprio Programa de Ajuste Fiscal do Ministério da Fazenda (PAF), tendência de redução do Fundo de Participação (devido a redu-ção de impostos federais como foi o caso do IPI dos automóveis que beneficiou a in-dústria paulista em detrimento de estados e municípios mais pobres), além de uma pos-sível queda de arrecadação própria, caso se instale um processo recessivo. O PAF já

cumpriu seu papel histórico e agora precisa urgentemente ser revisado, de forma a au-mentar a capacidade de investimento dos Estados nesse momento crítico.

Da mesma forma, os recursos eco-nomizados com o pagamento de juros po-deriam ser renegociados em um novo pacto federativo entre União, Estados e Municí-pios, para viabilizar medidas descentraliza-das em prol do emprego e de construção de um novo ciclo de expansão pós-crise.

Com respeito ao estado do Ceará, vemos a crise mais como uma oportunida-de do que ameaça. Ao contrário da maioria dos Estados da Federação, o Ceará detém uma posição privilegiada de equilíbrio fis-cal, com elevado nível de superávit acumu-lado na gestão do Governador Cid Gomes e uma carteira de investimentos em curso que terá importante papel anticíclico, sem falar da nossa capacidade de captar mais recursos de empréstimos. Digo isso porque esses investimentos estruturantes, além de gerarem empregos durante sua fase de im-plantação, terão impacto direto no nível de atividade econômica, criando um ciclo de expansão da economia nunca visto no Cea-rá. Isso tudo, somado com os investimentos na educação e formação de capital humano, garantirão a sustentação desse crescimento em bases mais competitivas. O grande desafio do Ceará é apro-veitar esse momento de crise e oportunida-des para inovar em seu modelo de desen-volvimento, agregando a essa já complexa equação novas variáveis tais como: i)como endogeneizar e integrar empresas locali-zadas no Ceará a partir dos eixos estrutu-rantes do petróleo e aço, turismo, energia renovável e saúde, dentre outros;ii)como inserir, de forma produtiva, um conjunto considerável da população atualmente ex-cluída do mercado de trabalho; iii)como fazer com que os benefícios desse ciclo de crescimento beneficie também o interior do Estado e contribua para a redução das desigualdades. Além disso, não poderia esquecer de mencionar a importância de consolidar o modelo de gestão pública por resultado e perseguir a eficiência do gasto público. Silvana ParenteSecretária do Planejamento e Gestão

Page 17: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 17

COMPRAS

SEPLAG disponibiliza Portal

A Secretaria do Planejamento e Ges-tão - SEPLAG, em parceira com a ETICE – Empresa de Tecnologia

da Informação do Ceará, concluiu o de-senvolvimento do Portal de Compras do Governo do Estado. Iniciado em julho e concluído em dezembro de 2008, o projeto foi uma iniciativa da COGEC – Coordena-doria de Gestão de Compras da SEPLAG, que orientou a especificação e o desenvol-vimento do Portal. A especificação ficou a cargo da equipe do S2GPR (Sistema de Gestão Governamental por Resultados). Já o desenvolvimento, teve o comando da ETICE, com a colaboração de técnicos e gestores da Procuradoria Geral do Estado, Secretarias da Educação, Saúde e Esporte, além da CAGECE e da própria SEPLAG.

Publicado desde janeiro de 2009, o Portal de Compras continua sendo aper-feiçoado sob a responsabilidade e gestão da COGEC. Os gestores da PGE e dos órgãos responsáveis por atas de registro de preços têm a incumbência de atualizar suas res-pectivas áreas, razão pela qual foram trei-nados para serem administradores da cate-goria. A propósito, a estrutura do Portal de Compras está dividida em quatro grandes categorias:

Licitações: área que apresenta to-das as informações e serviços da Central de Licitações do Estado, como, por exemplo, o andamento e os resultados dos processos de concorrência pública, tomada de preços e convite. A Central de Licitações é uma unidade administrativa vinculada à PGE – Procuradoria Geral do Estado, respon-sável pela realização da fase externa dos processos licitatórios de aquisição de bens, materiais e serviços de interesse dos órgãos e entidades da Administração Pública Esta-dual.

Gestores: categoria dedicada aos gestores do sistema de compras do Estado, em que Pregoeiros, Gestores de Compras e de Registro de Preços poderão ter aces-so aos diversos sistemas informatizados de gestão e às informações de interesse espe-cífico.

Registro de Preços: aqui são dis-ponibilizadas todas as atas de registro de

preços, gerenciadas pelos órgãos e entida-des do poder Executivo Estadual, além de documentação complementar pertinente à sistemática de compras.

Fornecedores: nesta área, os for-necedores de bens, materiais e serviços que contratam ou desejam contratar com o Estado do Ceará têm a oportunidade de consultar as licitações a serem realizadas e obter informações sobre cadastramento e emissão do CRC – Certificado de Registro Cadastral. Poderão, ainda, acessar o catálo-go de bens, materiais e serviços do Gover-no do Estado e orientar-se de como partici-par das aquisições públicas, consultando o Manual do Fornecedor.

Segundo Carmen Silvia, Coorde-nadora da COGEC, “o objetivo do Portal de Compras é reunir em um só ambiente todas as informações e serviços relacionados aos processos de aquisições públicas de bens, materiais e serviços pelos órgãos e entida-des do Estado”. Nesse sentido, a proposta do Portal é hospedar todos os sistemas inte-

grantes do Módulo de Compras previsto no projeto S2GPR, facilitando o trabalho dos operadores do sistema de compras. Com isso, o Estado dará maior visibilidade à po-lítica de compras governamentais.

O Portal de Compras também tem o propósito de contribuir com os avanços necessários ao sistema de compras do Esta-do, haja vista que representa um excelente canal de comunicação com gestores, for-necedores e sociedade como um todo. Na opinião de Valdir Silva, Analista de Gestão Pública, lotado na COGEC, “o Portal de Compras representa um passo importante no aprimoramento da Gestão Pública Es-tadual, pois oferece informações e serviços a todos os atores envolvidos no sistema de compras e permite, acima de tudo, o acom-panhamento das aquisições governamen-tais por parte de sociedade”.

O endereço do Portal de Compras na internet é: www.portalcompras.ce.gov.br

Page 18: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 18

ARTIGOS

ISSEC adota sistema de gestão por resultados

O planejamento estratégico do IS-SEC para 2008, estabelecido pelo Comitê Diretor da instituição, prio-

rizou a implantação do Sistema de Gestão por Resultados - GPR.

Trata-se de uma estratégia inte-grante do processo de modernização orga-nizacional, fortalecida pelo já criado e em andamento Modelo de Gestão Comparti-lhada, que evidencia a participação dos ser-vidores nos debates e decisões tomadas no âmbito do Instituto, por meio dos Comitês de caráter consultivo e deliberativo.

O processo de montagem da Ma-triz de Gestão por Resultados iniciou-se em setembro de 2008, com o assessoramento da ADINS da SEPLAG, que, nas oficinas

dirigidas aos gestores do Instituto, repassou os conceitos básicos da Metodologia GPR e facilitou a construção coletiva da Matriz.

Sintonizado com o Resultado Se-torial do Governo “Saúde do Servidor”, fo-ram estabelecidos quatro resultados estra-tégicos para o ISSEC: 1) melhoria da saúde do servidor estadual, 2) satisfação do servi-dor com a implantação do plano de saúde, 3) valorização do servidor do ISSEC, e 4) ISSEC estruturado e modernizado.

Logo em seguida, no início de dezembro de 2008, foram realizadas as oficinas para a conceituação, definição e elaboração dos Planos de Ação, a partir dos resultados setoriais do ISSEC e dos produ-tos esperados. Atualmente, os diversos pla-

nos de ação já foram finalizados e inseridos no sistema, objetivando a publicização e efetivação do acompanhamento e monito-ramento sistemático das ações previstas em cada um deles.

Esse é mais um avanço importan-te do ISSEC para se tornar em breve uma organização sintonizada com os sistemas modernos de gestão, que evidenciam a transparência, a qualidade, a participação, o foco no cliente e os resultados alcança-dos. São as bases sólidas institucionais sen-do fincadas e tão necessárias para a viabi-lização de um Plano de Saúde do Servidor que seja competitivo no mercado e atrativo para os seus usuários. Flávio Rocha Superintendente do ISSEC

Atualmente a sociedade encontra-se diante de uma situação contradi-tória de exclusão, seja social ou

digital, que surge e se destaca dentro dela mesma. Ao mesmo tempo em que as Tec-nologias da Informação e Comunicação apresentam-se disponíveis em formas e di-versidade cada vez mais amplas, percebe-se um aumento gradual de cidadãos excluí-dos social e digitalmente. Para inserir-se na sociedade atual, é preci-so ter acesso à linguagem da Informática, dispondo dela para liberar-se da responsa-bilidade de ser visto como um indivíduo antiquado e descontextualizado do mundo atual. Esse novo universo de relações, comunicações e fluxo de informações pode se tornar mais um elemento de exclusão para o idoso, tirando-lhe a oportunidade de participar do presente, marginalizando-o e banindo-o para um tempo passado. Cada pessoa, principalmente o idoso, diante das novas tecnologias, possui expectativas próprias e necessidades espe-cíficas, tendo, ao longo da vida, adquirido habilidade e conhecimentos, frutos de vi-vências diversas. Daí a necessidade de se trabalhar a inclusão digital de forma con-tinuada, diferenciando e atendendo a in-dividualidade e as especificidades de cada pessoa.

O ensino da Informática, bem como a utilização do computador e o co-nhecimento das novas tecnologias ainda são vistos como algo novo quando se trata de atender a expectativa dos idosos. Isso se deve ao fato de que é necessário ter co-nhecimento de como essas pessoas reagem diante do processo de aprendizagem de no-vas habilidades e novos conhecimentos.Esse fato nos fez pensar em desenvolver um processo da Inclusão Digital para além do manuseio tecnológico O Projeto aposentado.idoso@incluído, desenvolvido pelo Programa de Ação Integrada para o Aposentado – PAI, da Secretaria de Planejamento e Gestão, apresenta-se como uma oportunidade de resgate dos espaços de atuação do aposen-tado frente à sua realidade, uma vez que os mesmos foram integrantes de uma geração que sempre determinou os rumos de suas ações, que tomavam as decisões, e, de re-pente, veem-se diante da perda da capaci-dade como sujeito ativo e atuante, nos seus espaços para filhos e netos. Enfrentando os próprios medos, os aposentados/idosos encaram o uso das tecnologias como uma forma para desafiar limites e atingir objetivos. Essas descober-tas os deixam enlevados, pois ao descobri-rem-se capazes, a informática passa a ser percebida de uma forma atraente e possí-

vel, abrindo espaços e dando-lhes a oportu-nidade de inserirem-se tecnologicamente. Referindo-nos mais especificada-mente nos nossos aposentados que partici-pam do Projeto, notamos a necessidade de avançar, ir além das propostas padrões, em que a solução é pensada no coletivo, sem considerar e atender às especificidades. O que existe de diferencial no nosso projeto é o coletivo adequando-se à proposta, sem esquecer de atentar para as necessidades de cada indivíduo quanto ao uso e acesso à tecnologia. Especialmente na informática, a proposta de educação para idosos deve considerar essa procura pelo conhecimen-to, pelo domínio e pela necessidade de evoluir junto com as demais gerações. Nas atividades do Projeto, buscam os partici-pantes não só conhecerem computadores e dominar sua lógica, mas apropriarem-se do conhecimento e incluirem-se como parte ativa e motivada em fazer acontecer. Com essa política, proporcionamos aos nossos aposentados condições para que possam participar da vida econômica, política, so-cial e cultural do nosso Estado.Guirlanda PonteCoordenadora do PAI Conselheira do CEDI - Conselho Esta-dual dos Direitos do Idoso

A inclusão digital e o idoso

Page 19: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 19

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Hora de valorizar o servidor e suas competências

Significativa parcela dos Governos Es-taduais, dentre eles o do Ceará, sofre com a obsolescência e inadequação

do processo de avaliação de desempenho de seus servidores/empregados públicos. O cenário atual da administração pública es-tadual apresenta uma série de fatores que nos permite diagnosticar que é necessário rever algumas práticas administrativas para humanizar o relacionamento em uma via de mão dupla. O modelo de avaliação de desem-penho adotado pela maior parte dos órgãos/entidades é baseado em critérios adminis-trativos, mérito, capacitação e antiguidade, com o objetivo único de possibilitar ao ser-vidor galgar posições na carreira pública. Entretanto, a avaliação de desempenho pode e deve ser utilizada, não apenas para proporcionar a ascensão funcional, mas, sobretudo, para beneficiar toda a adminis-tração pública. Muitos são os métodos e metodo-logias de avaliação de desempenho. Alguns baseados nos indivíduos, outros nas equi-pes; alguns visando desempenho passado e outros o desempenho futuro; alguns ba-seados na avaliação do cargo ou nas com-petências; alguns no desempenho, outros nos resultados. Mais importante do que a opção feita é a sua adequação à realidade da organização a que se pretende atender. Dos inúmeros métodos e metodologias de avaliação de desempenho disponíveis, ne-nhum é melhor do que aquele desenvolvido para atender as necessidades da organiza-ção em que se acha inserido. Daí a exigên-cia de o Estado do Ceará não mais adqui-rir um modelo ou método, mas implantar e implementar uma política de avaliação de desempenho que leve em consideração não só as peculiaridades dos cargos, mas também a obtenção de melhores resultados organizacionais. Em outubro de 2007, foi contra-tada a empresa Deloitte Touche Tohmatsu Consultores Ltda para desenvolver o novo modelo de avaliação de desempenho, foca-do na gestão de resultados e competências. Esse modelo será aplicado em todos os órgãos do Poder Executivo do Estado do Ceará. Dessa forma, o Governo do Esta-do do Ceará, por intermédio da SEPLAG, desenvolveu um modelo de Avaliação de

Desempenho que será aplicado anualmen-te, com o propósito de promover o alinha-mento entre os objetivos dos servidores com os objetivos estratégicos dos respec-tivos órgãos da administração estadual. Os principais beneficiários dessa metodologia são o Governo, o servidor e o gestor pú-blico. Para o Governo do Estado, porque o desempenho do servidor será direcionado aos objetivos estratégicos de sua institui-ção; para o servidor, porque terá conheci-mento das metas e objetivos esperados pela instituição e poderá formular diretrizes para seu desenvolvimento profissional. E, finalmente, para o gestor que, conhecendo o potencial da equipe, poderá desenvolver uma gestão voltada para resultados. Essa metodologia é centrada em três es-feras do desenvolvimento profissional do servidor: competências, metas e critérios administrativos. As competências têm um peso de 45% sobre o total de pontos da avaliação e são dividas em três categorias: Gerais, Gerenciais e Setoriais. As competências gerais, em nú-mero de cinco (trabalho em equipe; foco em resultados e desempenho; ética; otimi-zação de recursos; solução e inovação) pro-porcionam o alinhamento do servidor em torno do alcance dos objetivos estratégicos do Governo. As competências gerenciais, que direcionam os gestores à consecução dos objetivos estratégicos e dos planos táti-cos do Governo, também são em número de cinco: visão estratégica; articulação; gestão do conhecimento; liderança, desenvolvi-mento de equipes; e gestão de resultados. Essas competências devem ser avaliadas em todas as instituições do poder executi-vo estadual, enquanto que as competências setoriais deverão ser construídas especifi-camente conforme o órgão, uma vez que devem ser intrínsecas aos princípios e às estratégias de cada Secretaria. Cabe ressal-tar que as competências gerais e setoriais serão consideradas para todos os servido-res, enquanto que a competência gerencial servirá de base para a avaliação somente dos ocupantes de cargos de liderança. A sistemática da avaliação das competências é baseada na Árvore de Ava-liação em que o servidor faz sua autoava-liação, é avaliado pelo seu superior hie-rárquico e por dois de seus pares. No caso dos ocupantes de cargos de liderança ainda

haverá a avaliação pelos subordinados di-retos. No caso das Metas, definiu-se um peso de 40% do total da avaliação e duas categorias: as institucionais e as individu-ais. A avaliação, com base na primeira, visa aferir o desempenho coletivo da institui-ção, enquanto a segunda permite verificar o desempenho do servidor no exercício do cargo/função, considerando-se os seguintes critérios: conteúdo, tempestividade e grau de implementação. Finalmente, a terceira esfera de avaliação, critérios administrativos, com peso de 15% do total, visa gerenciar o de-sempenho e aspectos relacionados ao co-tidiano e comprometimento do servidor com sua instituição. É subdividida em duas categorias: desenvolvimento profissional e ocorrências funcionais. No primeiro caso, são considerados os treinamentos, cursos, participação em comissões, grupos de tra-balho, palestras, conferências, pesquisas, congressos, seminários, etc, sendo atribu-ído determinado número de pontos a cada um deles. Já as ocorrências funcionais po-dem receber pontuação positiva (elogio, assiduidade e pontualidade) ou negativa (repreensão, faltas não justificadas e atra-sos). Após a conclusão do processo de avaliação das três esferas, será elaborado um ranking para cada classe/referência e o servidor que conseguir pontuação acima de 75,01%, ou seja, aquele que for consi-derado como atendendo às expectativas e encontrar-se entre os 60% melhores colo-cados farão jus à ascensão funcional. Inicialmente, a título piloto, o modelo será implantado em duas secretarias: na própria SEPLAG e na Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC). A SEPLAG, por apresentar uma estrutura relativamente enxuta, com 369 servidores e já dispor de instrumentos que permitem a avaliação do servidor por meio de metas pré-definidas, deverá implantar esse novo modelo de ava-liação de desempenho com recursos huma-nos e materiais próprios. No entanto, no caso da SEDUC, por sua complexidade, faz-se necessária a contratação de consul-toria para a implantação do novo modelo de avaliação de desempenho para seus servidores, o que deve ocorrer ainda neste ano.

Page 20: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 20

ÁGUA E ESGOTO

ARCE desenvolve moderno sistema

O SIRAE é um sistema informati-zado de indicadores, com dados sobre os serviços de saneamento

operados pela Companhia de Água e Es-goto do Ceará - CAGECE, abrangendo 148 dos 184 municípios do Estado do Ceará. Esse sistema foi desenvolvido pela Agên-cia Reguladora de Serviços Públicos De-legados do Estado do Ceará (ARCE), em parceria com o Programa de Modernização do Setor de Saneamento, do Ministério das Cidades.

Os indicadores constituem instru-mento fundamental para avaliação objetiva do desempenho de setores econômicos, e são aplicados com sucesso em todo o mun-do. Para a regulação da prestação dos ser-viços de saneamento básico, os indicadores têm os seguintes objetivos específicos: a) permitir a avaliação objetiva e sistemática da prestação dos serviços, que visam subsidiar estratégias para estimular a expansão e a modernização da infraestru-tura; b) diminuir a assimetria de in-

formações entre os agentes envolvidos e incrementar a transparência das ações do prestador de serviços públicos e da agência reguladora; c) subsidiar o acompanhamento, a verificação do cumprimento dos contratos de concessão e das metas operacionais e a avaliação do equilíbrio econômico e finan-ceiro da prestação dos serviços, sem onerar em demasia os usuários.

No desenvolvimento dos indica-dores do SIRAE, foram observados vários fatores tais como clareza e inteligibilidade. São ainda características importantes, para a regulação, a confiabilidade dos dados, a rastreabilidade e a tempestividade.

A rastreabilidade significa a capa-cidade de informar os dados fundamentais para o acompanhamento da geração do indicador, facilitando o processo de audi-toria. No SIRAE, são acompanhados os dados para o cálculo dos indicadores de tempo de execução de serviços solicitados pelos usuários, tais como ligação de água

ou pedido de desobstrução de redes de es-goto, informações sobre os números das ordens de serviços e respectivos números de inscrição dos usuários solicitantes, etc. Isso permite, se necessário, o acesso direto aos documentos emitidos para a execução dos serviços ou a realização de entrevistas diretamente com os usuários interessados.

METODOLOGIA

O desenvolvimento do SIRAE contou com as seguintes etapas: – levantamento de requisitos; – estudos das fontes enviadas pela concessionária; – definição de um modelo para re-cebimento dos dados de forma digital; – estruturação do banco de dados do sistema para recebimento do modelo de-finido; – desenvolvimento de ferramen-tas para importação dos dados recebidos; – criação do sistema de apresen-tação dos dados importados – GUI (Guide User Interface);

Page 21: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 21

ÁGUA E ESGOTO

– modelagem do banco de dados para armazenamento dos indicadores cal-culados, com a concepção da arquitetura do SIRAE; – desenvolvimento de ferramentas para a gestão automática de indicadores; – desenvolvimento da camada de apresentação do SIRAE, totalmente volta-da para a Web; – desenvolvimento do módulo de geração de páginas estáticas e publicação dos indicadores na internet; – desenvolvimento do programa de indicadores para distribuição em CD (Compact Disc) com leitura a laser.

A figura 1 apresenta a visão geral do SI-RAERESULTADOS

O sistema de informações para regulação produzido pela ARCE tem re-sultado em produtos imprescindíveis para o exercício do controle da prestação dos serviços de saneamento. Foram criados indicadores, tendo como referências prin-cipais os indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento e da In-ternational Water Association, dos quais 29 estão em operação e 8 são rotineiramente divulgados por meio da internet (http://www.arce.ce.gov.br/categoria4/indicado-res-da-qualidade-do-abastecimento-de-agua).

A divulgação dos indicadores, in-clusive dirigidos ao público em geral por meio da internet, são fundamentais para o acompanhamento de forma fácil e objetiva

pela sociedade sobre a prestação dos ser-viços, constituindo um elemento essencial para o exercício da cidadania.

Com base na seleção e análise de um grupo de indicadores, relacionados às características bacteriológicas e físico-quí-micas da água potável, é possível determi-nar os sistemas com “não-conformidades” na qualidade da água distribuída.

Exemplo de utilização dos indica-dores na fiscalização indireta da qualidade da água ocorreu com a ARCE por meio do SIRAE. Com efeito, no ano de 2005, a Arce constatou “não-conformidades” em 50 concessões no Estado do Ceará, de um total de 148 concessões da empresa estadual, na qualidade bacteriológica da água distribu-

ída. Os indicadores do SIRAE são calcu-lados a partir de dados primários de qua-lidade de água, fornecidos pela CAGECE. Por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a agência e a conces-sionária estadual, foram pactuadas medidas de curto prazo para a correção das “não-con-formidades” de-tectadas. Como medida punitiva à concessioná-ria, o TAC pre-via a suspensão do faturamento dos serviços nos sistemas onde houvesse distri-buição de água

fora dos padrões de potabilidade, especifi-cados pela Portaria 518, do Ministério da Saúde.

Como resultado do TAC, foram realizados, pela concessionária, investi-mentos em infraestrutura e em pessoal nos 50 sistemas, melhorando a qualidade da água distribuída à população, conforme constatado por meio dos indicadores no SI-RAE. Para aferir os indicadores, a ARCE enviou equipes de campo no intuito de verificar as melhorias executadas e coleta de amostras de água em sistemas pré-sele-cionados, mediante indicadores para análi-se em laboratório conveniado da agência. Nesse caso, o uso dos indicadores permitiu a análise conjunta das 148 concessões do Estado e a detecção do problema evitou que a agência deslocasse técnicos a todas as 50 concessões “não-conformes”. Desse modo, racionalizou-se recursos humanos e financeiros e a solução de um problema cuja natureza envolve a saúde pública foi agilizada.

O Gráfico 1 apresenta os resul-tados alcançados em termos do melhoria do Índice de Qualidade de Coliformes To-tais no Sistema de Distribuição de Água (IQACT), após a assinatura do TAC entre a Arce e a concessionária estadual. Confor-me observado, a ocorrência de “não-con-formidades” (IQACT < 95%) foi reduzida para 3 concessões no mês de abril de 2006. Esse caso demonstra o potencial de utili-zação e de efetividade dos indicadores na fiscalização indireta de várias concessões por uma agência reguladora.

Page 22: Revista Ceará Gestão Pública

CEARÁ GESTÃO PÚBLICA | 22

NOTAS

Recadastramento

O Governo do Estado iniciou o reca-dastramento de aposentados, pen-sionistas e militares da reserva ou

reformado, com objetivo de atender melhor os 61 mil beneficiários do Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros do Poder do Estado do Ceará – SUPSEC. O atendimento está sendo feito nas agências e postos do Bradesco, na Ca-pital e Interior do Estado, conforme o mês de aniversário do beneficiário. A previsão é concluir o recadastramento até o final de junho.

Devem se recadastrar os servido-res do Poder Executivo que estão aposen-tados ou afastados aguardando aposentado-ria, e os militares da reserva ou reformados, bem como aqueles que já estão afastados para aposentadoria. A convocação inclui, também, pensionistas de ex-servidor esta-dual dos três Poderes, de ex-militar e de montepio. A SEPLAG, órgão responsável pelo recadastramento, em parceria com as setoriais, esclarece que, caso o cidadão es-teja impossibilitado de comparecer a uma

agência para o recadastramento, deve cons-tituir um representante legal. Acrescenta que, se ele for constituído por procuração, esta deve ser atual, passada em cartório e específica para o recadastramento. O bene-ficiário que deixar de atender a convocação terá o pagamento suspenso, até que sua si-tuação seja regularizada. Para o recadastramento são exigi-dos original e cópia da carteira de identi-dade ou carteira de motorista, do CPF e do comprovante de residência do último mês. Deve ser apresentado o últi-mo extrato de pagamento, que pode também ser emi-tido no Bradesco, onde o beneficiário deve preencher o formulário de recadastra-mento e a declaração de res-ponsabilidade. O formulário e a declaração estão dispo-níveis também na Internet, acessando www.seplag.ce.gov.br. Clique no banner do recadastramento e faça o download.

A secretária da SEPLAG, Silvana Parente, explica que, com o recadastra-mento, o Governo do Estado espera atua-lizar os dados cadastrais dos beneficiários, melhorar a qualidade do atendimento, apri-morar a gestão da previdência e assegurar a regularidade do benefício. Outros pontos importantes são a criação de uma sistemá-tica de acompanhamento para combater possíveis fraudes e construir uma base de dados cadastrais consistente e completa

Processos têm tramitação preferencial - Idoso

As pessoas com idade igual ou supe-rior a 60 anos conquistaram mais um direito. Seus processos e pro-

cedimentos administrativos, no âmbito da administração direta ou indireta estadual, passaram a ter prioridade de tramitação. A medida foi aprovada na Assembleia Le-gislativa, com a criação da Lei 14.083, já sancionada pelo Governador do Estado. As providências necessárias para sua implan-tação, no âmbito dos órgãos do Governo do Estado, assegurando o benefício, já foram adotadas pela Secretaria do Planejamento e Gestão. Ofício-circular foi expedido pela SEPLAG, sobre a Lei, inclusive orientando

o setor de protocolo sobre a necessidade de dar prioridade a processos do gênero.

Conforme a iniciativa do deputa-do Roberto Cláudio, autor do projeto de lei, os processos e procedimentos administrati-vos deverão ser identificados por meio de etiqueta adesiva ou carimbo com destaque para a expressão “Tramitação Preferencial – Idoso”. Acrescenta que as pessoas bene-ficiadas pela lei deverão anexar prova da sua idade, por meio de documentos como identidade, carteira de habilitação, carteira profissional ou carteira de reservista.

Posse no CORECON

Ao tomar posse para novo mandato na presidência do Conselho Regio-nal de Economia – Corecon/CE, a

economista e secretária-adjunta do Plane-jamento e Gestão, Desirée Mota, prometeu continuar a missão de valorizar, promover

e integrar os economistas. A solenidade de posse da diretoria eleita para a gestão de 2009 ocorreu no auditório do SEBRAE, com a presença de economistas, autorida-des e representantes de instituições parce-rias. Foram empossados, também, os con-

selheiros eleitos para o triênio 2009/2011, entre eles a secretária do Planejamento e Gestão, Silvana Parente. A solenidade foi concluída com uma palestra do secretário da Fazenda, Mauro Filho, sobre Reforma Tributária.

Page 23: Revista Ceará Gestão Pública
Page 24: Revista Ceará Gestão Pública