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Edição Ano 0, N°1 de Março de 2010 da Revista CEAInforma.

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Page 1: Revista CEAInforma

NFORMANFORMANFORMANFORMANFORMA

COMUNIDADE DOS ESTUDANTES E AMIGOS DE ITABORAÍ

Informativo bimestralItaboraí Ano 0 - Nº 1Março/2010

Lixo dos outros em Itaboraí?A LUTA DA CEAI CONTRA O LIXÃO

A Comunidade dos Estudantese amigos de Itaboraí, tendo em vistaa falta de transparência eesclarecimento pelos órgãospúblicos e por boa parte da imprensalocal, vem por meio desta prestaresclarecimentos sobre o Centro deTratamento de Resíduos (lixão) deItaboraí. A CEAI repudia o lixão etodas as mazelas envolvidas com omesmo, devido a várias situaçõesque o rodeiam.

Existe desde o início de todo oprocesso planejado para se instalaro CTR em Itaboraí, situaçõesnebulosas, e a primeira dela é a dataque a Câmara Municipal usou parafazer a votação da mudança dezoneamento da Fazenda Itapacorá.

A data escolhida para a votaçãopara a mudança de zoneamento foidia 28 de Dezembro de 2008, ouseja, o último dia de funcionamentoda Câmara antes da passagem degoverno. Outro ponto obscuro emtodo esse processo é justamente amudança do zoneamento da FazendaItapacorá, uma região comcaracterísticas totalmente rural,sendo zoneada como industrial danoite para o dia, sem que se tenhafeito nenhum estudo prévio por parteda Prefeitura que justificasse

ou apontasse as características dezona industrial da referida área.

A implantação do aterrosanitário de Itaboraí por parte daempresa ESTRE, está prevista paraocupar uma área de dois milhões demetros quadrados, por pelo menos54 anos e ao final do tempo de vidaútil do aterro, praticamente nadapoderá ser construído nessa área.Na audiência pública promovida naCâmara Municipal, ficou claro queo interesse da empresa ESTRE é olixo industrial, independente da suafonte, ou seja, Itaboraí estarárecebendo lixo de qualquer lugar quequeira pagar para a empresa ESTREpara recolher seu lixo.

Os representantes da ESTREse mostraram pouco interessados nobem estar da população itaboraiense,quando foram questionados quantoao crescimento populacional queItaboraí terá com o advento dainstalação do COMPERJ. Emresposta os representantes daESTRE friamente disseram que paraa empresa, o que conta é o presentee que não cabe a eles a preocupação

A Estre Ambiental

para gerar garantias de uma melhorestrutura para a região no futuro.

Sem contar que a mesmapessoa que disse não ter preocupaçãocom o futuro de Itaboraí, foicondenada a devolver R$3.000.000,00 aos cofres públicos porimprobidade administrativaenvolvendo a Companhia de Lixo deNiterói (CLIN), e por responder porcrime ambiental por depositar lixoem local não apropriado, nãosepararando o lixo hospitalar de lixodoméstico e não captar chorumeproduzido no aterro que administra,além de ter elaborado um projeto delei que permitiria a criação de umaterro sanitário dentro do ParqueEstadual da Serra da Tiririca.

O descaso dos vereadores

Destacamos também o descasodos vereadores, que covardementenão compareceram à Câmara Munici-pal no dia 03 de Dezembro de 2009.Data essa, que seria votado o Projetode Lei elaborado e aprovado emAssembleia Popular. Agiram de formaleviana com a vontade da população,que é a de não receber lixo de outrosmunicípios. Destacamos também acovardia do prefeito, que para fugirdo foco das polêmicas, se omite emsilêncio, para mais tarde não serlembrado como causador dainsanidade de se receber na cidadelixo de toda parte. Porém, aquele quetem o poder de mudar essa situação ese omite, é tão responsável quanto osque votaram favoravelmente a essaLei.

A CEAI condenaveementemente essa postura dedescaso com a populaçãoitaboraiense, tanto por parte daempresa que pretende se instalar emnossa cidade, quanto por parte dopoder público, que fecha os olhos parao quadro que se apresenta, ou pior,trabalha de forma escusa sem pensarnaqueles que os elegeram, para quedefendam os direitos da população domunicípio e não dos interesses deempresário que querem seu lucro aqualquer custo.

No início do mês de fevereiro, foi divulgado nosmeios de comunicação, que o INEA(Instituto Estadualdo Ambiente) liberou a licença de instalação do CTRde Itaboraí. Com isso, mais um passo foi dado pelaESTRE em direção à nossa cidade. Esse fato ainda não é determinante, pois ainda sãonecessárias outras licenças, de outras esferas, como aconcessão do poder público municipal. Percebemosque essa notícia da aprovação do INEA, está sendoutilizada, tanto pelo Executivo, como parte dolegislativo, para passar uma imagem de algo jáconsumado, irreversível. Além disso, tanto o prefeitoquanto alguns vereadores, estão tentando isentar suasparticipações na vinda do Lixão, desviando a atençãoda população apenas para o que o INEA aprovou,tentando com isso desmobilizar a luta em curso. A Lei orgânica do município, em seu artigo 41,estabelece que compete ao município:

XIV - conceder alvará de licença para localização de

estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços

e outros onde se exerçam atividades econômicas de

fins lucrativos ou não, renovar a licença concedida e

determinar o fechamento dos estabelecimentos em

decorrência do exercício do seu poder de polícia;

XVIII - cassar o alvará de licença concedida pelo

Município para o exercício de atividades ou para o

funcionamento de estabelecimento que se tornar preju-

dicial à saúde, ao sossego, à segurança e aos bons

costumes, fazendo cessar a atividade ou determinando

o fechamento do estabelecimento;

Então Poder Público? Só não impede se não quiser.

Licença de instalação

concedida

Confira a agenda da CEAI:

Dia 17 de março

Panfletagem na Praça do Chafariz, Centro de

Itaboraí às 17 horas.

Seminário para discutir o Lixão no Pré Vestibu-

lar do CEVI, Centro de Itaboraí, às 19 horas.

Dia 18 de Março:

Mobilização para a votação do Lixão, na

Câmara dos Vereadores, Praça Marechal

Floriano Peixoto, às 18 horas.

Por Ítalo Malta

Page 2: Revista CEAInforma

Informativo CEAI Página 03Março / 2010

comunidadeestudantildeitaborai.blogspot.com

No meio do caminho do TSU tinha uma pedra,Tinha uma prefeitura no meio do caminho do TSU.

Por Gilciano Menezes (Gil) e Creni.

Transporte Social UniversitárioEspecial

No início de 2009 foi aprovado a LeiNº 2.088/2009 que dispõe sobre a criaçãodo Programa de Transporte SocialUniversitário (TSU). Depois de muitapressão ela foi publicada de forma muitoprecária pela Câmara Municipal. A partirdaí faltava o atual prefeito Sérgio Soaressancioná-la através de um decreto, deacordo com o Art. 6º da lei em questão, oque não foi feito até hoje. É importantetambém mencionar, como forma depercebermos que o descaso pelo ônibusUniversitário é uma prática de longa data,que a criação dessa lei, foi vetada por duasvezes na administração municipal ante-rior conduzida por Cosme Salles.

Logo em seguida a aprovação da lei,desenvolvemos uma mobilização para quea análise sócio-econômica fosse inseridaem seu texto, como meio mais adequadopara realizar o processo seletivo doscandidatos. A necessidade de se fazer essaseleção, ocorreu em função do fato de queo prefeito Sérgio Soares, não seprontificou a colocar uma quantidade deônibus suficiente, para atender a realprocura dos Universitários do Município.Tivemos reuniões com vereadores,representantes da Secretaria de Educaçãoe por fim com o Prefeito. Entregamos aopresidente da Câmara, o vereador LucasBorges, um questionário sócio-econômicopara servir como base referencial naseleção dos candidatos. Questionárioesse, elaborado por integrantes da CEAI,estudantes de Serviço Social.

Descaso da prefeitura

Porém apesar de termos feito tudoisso, deixando o projeto praticamentemontado, o prefeito Sérgio Soares, nãorespeitando a lei aprovada na Câmara Mu-nicipal, ordenou que as inscrições fossemfeitas sem a representação estudantil,logo, sem o acúmulo de discussões que ocoletivo da CEAI tinha alcançado. Quemfez as inscrições no segundo semestre de2009 na Secretaria de Indústria, Comércio

e Turismo, facilmente constatou queaquela ficha de inscrição dada no dia, nãosolicitava informações necessárias paraviabilizar a realização de uma análisesócio-econômica eficaz e transparente.Desta forma, o questionário sócio-econômico desenvolvido pela CEAI, foiignorado e junto com ele a lei aprovadana Câmara Municipal.

LeLeLeLeLegislagislagislagislagislatititititivvvvvoooooIneIneIneIneInexprxprxprxprxpressiessiessiessiessivvvvvooooo

Esse episódio demonstrou a enormefragilidade do Poder Legislativo, que nadafez e nada faz para cobrar de formadefinitiva a implementação da lei do TSU.Fragilidade essa, demonstradaprincipalmente pelo Presidente da Câmarae autor do projeto, o vereador LucasBorges, que até o momento optou em nãose manifestar diante do descaso doPrefeito com a Lei.

O ônibus Universitário nãoamparado por uma lei, não garante suacontinuidade e mais do que isso,possibilita que diversos erros sejamcometidos com mais facilidade. Comoexemplo, temos a forma como o PoderPúblico tentou realizar a divulgação dasinscrições no segundo semestre de 2009.Foi estipulado um período muito curto epouco se publicou nos meios decomunicação da cidade. Novamente aCEAI interviu, pressionando para oaumento do prazo das inscrições e porconta própria, passou a divulgar aomáximo todas as informações que osUniversitários precisavam. Só a partir daí,que a prefeitura passou a divulgar asinscrições em Outdoors e carro de som.

TSU na Secretariade Agricultura?

Agricultura, Pesca e Abastecimento. ACEAI ao saber disso, realizou umareunião com um representantedessaSecretaria, apresentandoinformações para contribuir na correçãodos erros cometidos até então. Deixamoscom esse representante o questionárioSócio-econômico feito pela CEAI, paraque as próximas inscrições sejamrealizadas, já pensando no meio mais éticoem se fazer a seleção dos estudantes noônibus, possibilitando assim, o uso dessetransporte por universitários querealmente precisam.

A partir do mês de Fevereiro de2010, o ônibus Universitário ficou sob aresponsabilidade da Secretaria de

Secretário(a): Renato Ferreira

Av. 22 de Maio, 7557 Venda das Pedras, Itaboraí

RJ, Brasil 24.800-000

Telefone(s): 3639-1570 Fax: 2635-7912

Para maiores esclarecimentos e como forma de pressionar o PoderPúblico pelo bom andamento do projeto ligue:

Enfim, ônibus nas ruas.

No dia 25 de Fevereiro de 2010,finalmente o ônibus Universitáriocomeçou a rodar. Mesmo com todos essesproblemas apresentados acima, o coletivoda CEAI comemora esse fato com umavitória dos Estudantes de Itaboraí, por seruma luta de longa data, onde a CEAI teveuma importante contribuição. Élamentável a falta de compreensão daPrefeitura, em não interpretar esseprojeto como fator determinante para ocrescimento do município, seja pelaforma agressiva e arrogante apresentadasem reuniões com a CEAI, ouseja pela quantidade ridículade 2 ônibus colocados paraatender um município quepossui quase 250 milhabitantes, logo ummunicípio que possui umaexpressiva quantidade deUniversitários. A expressividade donúmero de universitários em Itaboraí,pode ser constatada pela quantidade depessoas que se inscreveram em 2009,sendo 1600 estudantes mesmo com umadivulgação extremamente precária.

Enquanto a Lei do TSU não forimplementada e respeitada, enquanto alista dos nomes das pessoas inscritas noprojeto não forem publicadas e enquantoa Prefeitura continuar insistindo em nãorealizar uma análise sócio-econômica naescolha dos estudantes, o ônibus

universitário será interpretado como maisum meio de se criar uma clientelapolítica, utilizando a verba pública paracriar vínculos de dependência pessoalcom os moradores de Itaboraí. Destaforma, pessoas que tanto precisamcontinuarão sendo enganadas de que oônibus universitário é um favor e não umdireito.

O que constatamos com o decorrerde todo esse processo, é que em nossomunicípio existe um legislativoinexpressivo, incapaz de cobrar do

prefeito a implementação daLei do TSU, uma Secretariade Educação extremamenteausente e com suas funçõeslimitadas pelo próprioprefeito, uma sociedadeviciada na idéia darepresentação e não da

participação e um prefeito que sepreocupa muito mais em trazer umLIXÃO, recebendo 5 mil toneladas delixo por dia, do que investir em Saúde eEducação.

A forma de mudar esse panorama élutarmos por uma democraciaparticipativa, contribuindo para que acultura política da cidade, passe avalorizar o que a população tem a dizer,pois se assim fosse, provavelmente oÔnibus Universitário não estaria rodandocom todos esses problemas.

“...UMA SECRETARIA DE

EDUCAÇÃO EXTREMAMENTE

AUSENTE E COM SUAS

FUNÇÕES LIMITADAS PELO

PRÓPRIO PREFEITO.”

“A principal meta da educação é criar homens que sejam“A principal meta da educação é criar homens que sejam“A principal meta da educação é criar homens que sejam“A principal meta da educação é criar homens que sejam“A principal meta da educação é criar homens que sejamcapazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir ocapazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir ocapazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir ocapazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir ocapazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir oque outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores,que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores,que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores,que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores,que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores,inventores, descobridores. A segunda meta da educação éinventores, descobridores. A segunda meta da educação éinventores, descobridores. A segunda meta da educação éinventores, descobridores. A segunda meta da educação éinventores, descobridores. A segunda meta da educação éformar mentes que estejam em condições de criticar, verificarformar mentes que estejam em condições de criticar, verificarformar mentes que estejam em condições de criticar, verificarformar mentes que estejam em condições de criticar, verificarformar mentes que estejam em condições de criticar, verificare não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget)e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget)e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget)e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget)e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget)

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Page 3: Revista CEAInforma

Informativo CEAIMarço / 2010 Página 02

Protesta Itaboraí!!

Tendo em vista as inúmerasreclamações das condiçõesdeploráveis que o nosso município seencontra, a CEAI criou um álbum noseu perfil no Orkut chamadoPROTESTA ITABORAÍ. Essaproposta de luta é voltada para quetodos possam enviar fotos,mostrando os problemas de suaregião. Participe enviando um emailpara [email protected],informando o nome da rua e do bairroonde foram tiradas as fotos. Se sua

rua estiver esburacada, poste semenergia, lixo acumulado, escola empéssimas condições ou o posto desaúde abandonado, tire fotos e nosenvie.

Encaminharemos sua colaboraçãopara os órgãos “competentes”,avisando a ouvidoria da prefeitura,apresentando a situação àssecretarias responsáveis, através deum ofício com o material anexado epor fim, publicaremos em nossoblog.

A CEAI (Comunidade dos Estudantes e Amigos de Itaboraí), surgiu em Marçode 2009, devido a necessidade de se criar uma mobilização para pressionar aimplantação imediata do Transporte Social Universitário. Coletivo compostopor Universitários, Professores, Estudantes do Movimento Secundarista e Amigostambém moradores de Itaboraí. Como forma de não comprometer a baseideológica do movimento, e garantir o caráter popular do coletivo, deliberamosque não apoiamos nenhum político e nenhum partido. Seu surgimento estáassociado diretamente à importância de reativar o movimento estudantil no nossomunicípio. Desde seu início, a CEAI utiliza as ferramentas da internet, para divulgar ediscutir os problemas da cidade. Levando em consideração que nem todos têmacesso a esse meio de comunicação, resolvemos então partir para outras veredas. De forma ainda tímida, colocaremos nas ruas, os principais problemas deItaboraí, democratizando informações que muitas vezes ficam restritas a pequenosgrupos, que não se preocupam com a opinião de vocês, eleitores e contribuintes.

EDITORIAL

Espaço SEPEQQQQQUEM “MANDUEM “MANDUEM “MANDUEM “MANDUEM “MANDAAAAA””””” N N N N NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ITAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ITAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ITAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ITAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ITABORAÍABORAÍABORAÍABORAÍABORAÍ

Por Ronei Carvalho*

Dificilmente encontraremos entreaqueles que são ligados à educaçãopública alguém que seja contra aDemocracia Escolar. Mesmo entre os al-tos escalões dos governos não haveráquem seja contra essa idéia. Pelo menospublicamente. Mas Democracia Escolarnão pode ser apenas objeto de discurso.Ela é um processo difícil, mas prazeroso,que depende de uma experimentaçãocotidiana. Em outras palavras, as pessoasque habitam a escola precisam“vivenciar” a participação efetiva nacriação ou construção da identidade damesma, na tomada das decisões, nodesenho do seu destino.

Como o próprio nome indica,democracia significa “governo do povo”.Transpondo-se o conceito para arealidade das escolas, democracia

escolar significaria o respeito à vontadeda comunidade escolar (profissionais daeducação, alunos e pais ou outrosresponsáveis).

Neste sentido, a CME –Conferência Municipal de Educação(Itaboraí, 2008) discutiu e aprovou aformação dos Conselhos de Gestão es-colar nas escolas públicas do município.Estes conselhos seriam integrados porrepresentantes eleitos dos váriossegmentos da comunidade escolar(profissionais da educação, pais ealunos), além da direção da escola. Amesma Conferência aprovou também,dentre as diversas propostas queconformam o PME – Plano Municipal deEducação, a eleição direta para os

diretores das escolas públicas

municipais de Itaboraí.

ItaItaItaItaItaborborborborboraí:aí:aí:aí:aí: escolas “m escolas “m escolas “m escolas “m escolas “mutantes”utantes”utantes”utantes”utantes”

Retomando a realidade das escolas,lancemos um olhar sobre a rede munici-pal de educação de Itaboraí, onde o podere o interesse político externo fazem-semais presentes.

A cada eleição, com a mudança degoverno, mudam também muitas direçõesde escola. Em muitos casos sãoquebrados os processos de construçãocoletiva. As vias de participação dacomunidade escolar na “vida” da escolasão insuficientes para garantir acontinuidade necessária à constituição deuma “identidade” escolar. O retrato dolíder político na parede revela, além dopersonalismo político, a causa e osintoma dessas “quebras”. Escola semidentidade e participação da comunidadeé lugar para práticas autoritárias.

E não são poucos os casos em queas direções agem com autoritarismo,submissão ao líder político, refração à

crítica, repressão velada e manifesta dosmovimentos de contestação,intransparência, etc. E o pior de tudo,com o silêncio ou a omissão e, em algunscasos, aquiescência da SEMEC –Secretaria Municipal de Educação. Amudança de turnos imposta aoseducadores da E. M. Antônio Joaquim éum exemplo dessa política.

Se somarmos a isso as precáriascondições de trabalho e salário dostrabalhadores da educação (carga horáriaexcessiva, turmas com excesso de alunos,situações de controle e opressão, baixossalários, etc.) os efeitos não poderiamser outros: dificuldades na construçãopedagógica, desmotivação e adoecimentodos profissionais, comprometimento daexperimentação, vivência e convivênciademocráticas

* Diretor do Sindicato dos Profissionais da Educação

(SEPE) - Núcleo Itaboraí

* Cosme Salles está sob investigação do Ministério Público por diversasirregularidades em suas contas. Dentre elas o desvio das verbas do FUNDEB(Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorizaçãodos Profissionais da Educação) para pagamento de si mesmo. O então prefeitoCosme Salles teria pago aos próprios bolsos R$ 346.388,45 com verbas doFUNDEB.

Em novembro de 2008, oConselho Municipal de Educaçãoenviou as propostas votadas naConferência Municipal de Educaçãopara a Câmara de Vereadores. Fugindoao combinado, o citado Conselho nãocomunicou aos delegados da CMEsobre tal envio. Resultado: sem muitastestemunhas, os vereadores votaram oPME em duas sessões realizadas emmenos de uma hora. No plano votadojá não constava a eleição direta paradiretores de escola.

Já que a lei não obriga, mastambém não proíbe a eleição direta dosdiretores de escola, perguntaríamos: Porque os vereadores teriam tomado taldecisão? Isso pode ser parcialmenteexplicado por certa cultura políticareinante em nossos arredores. Essacultura tem várias características, a sa-ber: patrimonialismo (a apropriação dopúblico – recursos, cargos, poder deinfluência, etc. – para uso privado),política do “favor” e do “jeitinho”,personalismo, autoritarismo,mandonismo, clientelismo, dentreoutras. Só para ilustrar, não é segredoque alguns vereadores “indicam”direções de escola.

O espaço a que se destina esteartigo não permite uma abordagempormenorizada das característicascitadas. Entretanto, é possívelvislumbrar seus efeitos nocivos sobre aescola pública. Na prática, a escola,

na maioria dos casos com direções (etambém muitos funcionárioscontratados) indicados por forçaspolíticas externas, torna-se uminstrumento de barganha, uma moedade troca política. Salvo raríssimasexceções, as direções indicadas sãosubordinadas a estes interesses,subalternizadas segundo uma relaçãoque envolve favor e cumplicidade. Emúltima instância, seu compromisso ecom quem indica, com “quem manda”,com o “padrinho”, e não com acomunidade. Nada próximo aoprincípio da democracia escolarpreconizado pelo MEC, pelaConstituição Brasileira, pela LDB epelos Movimentos Sociais ligados àeducação.

Essa confusão entre público eprivado e a fragilização da autonomiadas escolas, entretanto, não é recente,nem restrito. Fez parte do governo doex-prefeito Cosme Salles* (PMDB, masque já foi do PSDB, PT...); é gritanteno governo do atual prefeito SérgioSoares (PP, ex-PSDB, ex-PMDB...);perpassa as CoordenadoriasMetropolitanas das escolas da redeestadual (as coordenadoras sãoindicadas por deputados estaduais comoocorre em Itaboraí, onde Audir Santana-PSC é o atual deputado “indicador”);espalha-se por vários estados emunicípios.

VEREADORES VOTARAM CONTRA AELEIÇÃO DIRETA DOS DIRETORES DE

ESCOLA

O uso da escola pública como moeda política abre espaço para o autoritarismo e comprometedemocracia escolar

Page 4: Revista CEAInforma

Março / 2010 Informativo CEAI Página 04

OPINIÃO

Segundo o teólogo Leonardo Boff, um dos

princípios mais valiosos daqueles que se propõem

a ensinar ou administrar (seja o que for) é o

saber cuidar. Em todos os níveis da dimensão

humana o saber cuidar deve estar presente,

trata-se de um valor ético fundamental. Se não

existe amor e boa vontade, nada se conserva, e

se por acaso permanece, certamente seguira de

maneira tortuosa. A Terra se encontra em acelerado

processo de destruição, com a devastação das

florestas nativas, poluição das fontes de água

potável, ocupação desordenada do solo, emissão

de gases poluentes etc, uma verdadeira orgia de

destruição na qual o capitalismo globalizado expande

por todos os lados. Certamente isso não será “o

fim do mundo”, mas a Humanidade caminhara de

maneira cada vez mais sofrida.

Quando um político assume a responsabilidade

de administrar uma cidade, se não existir um

mínimo de transparência e boa vontade com seus

cidadãos, quais serão as conseqüências? Se a

autoridade de uma cidade precisa a todo instante

se explicar e dizer que sua permanência no

cargo é “legítima”, seu poder não está sendo

aos poucos minado? Se um administrador diz,

por exemplo, que vai “asfaltar muitas ruas” e

joga um asfalto “casca de ovo”, sua credibilidade

não fica, digamos, arranhada? O mesmo

administradorpoderia contra argumentar: “Não há

verba suficiente no orçamento e tudo não passa

de uma intriga da oposição”. Com toda certeza

não existe fórmula mágica que resolva os problemas,

mas se esse mesmo governante não mais possui

“ c a r i n h o ” po r s ua c i d a d e ma i s

SABER CUIDAR

Por Anderson Torres

(ou sequer vive nela)o desastre de sua

administração é iminente. O cidadão não deve

contar com políticos para resolver seus problemas

de rua, bairro, distrito etc. Participação política

não implica em “filiação política”. Partidos políticos

estão profundamente desgastados em todo o mundo.

A ação da cidadania deve passar pela construção

de novas formas de participação. No entanto, a

mesma virtude do saber cuidar que caberia aos

políticos profissionais em suas administrações, cabe

também ao cidadão. De nada adianta questionar

o político se este mesmo cidadão não souber

cuidar de sua cidade, de nada adianta construir

uma lógica de interesses próprios, se isso não

puder englobar uma verdadeira afetividade pela

sua rua, bairro, cidade, estado, país, planeta,

universo. Quando um “cidadão” joga lixo na rua

ou nos rios e depois tece críticas a sujeira, está

em contradição. Quando fala mal da qualidade do

ensino e admite que odeia ler, está em contradição.

Quando desvaloriza a profissão dos professores e

depois não entende como seus filhos mal sabem

ler, está em contradição. Quando dá seu voto a

um político apenas para conseguir vantagens,

está em contradição. Quando corta uma árvore e

depois estaciona seu carro debaixo da árvore do

vizinho, reclamando do calor, está em contradição.

Quando reclama da falta de água, mas depois

lava sua calçada cimentada, está em contradição.

A lista é quase infindável. Mas o que deve ser

entendido é que a responsabilidade pelo saber

cuidar é de todos e não apenas dos governantes.

OBRAS NA 22 DE MAIOPor Patrícia Brum

CIDADE CINZA: Desabafo de uma moradora

Venho através destes escritos,mostrar minha indignação enquantomoradora de Itaboraí. Venho relatarsobre a crueldade que estão cometendoao retirar da Avenida 22 de Maio, osresquícios de vegetação quepossuíamos, sem ao menos, levar emconsideração a opinião da populaçãoquanto ao ecocídio que esta sendorealizado na reforma dos canteiros.Atitude esta, que esta tirando parte docolorido de nossa cidade.

Itaboraí esta se tornando umacidade cinza e horripilante, devido aobras que estão sendo feitas no decorrerda Avenida 22 de Maio. Em anos emque se fala de conscientizaçãoecológica e de resgate dabiodiversidade, nossa prefeitura estadestruindo a pouca área verde quepossuíamos. Arrancando sem dó nempiedade o gramado e as árvores doscanteiros, para em seu lugar, por maisincrível que pareça colocarem con-creto.

Estão trocando o verde pelocinza, as plantas por cimento e o bemestar da população por menos gastoscom manutenção. Pois Canteirosarborizados demandam um custo maior

aos cofres municipais, por necessitaremde atenção constante. Em contrapartida,há poucas semanas, à prefeitura estacolocando palmeiras, onde antes,existiam arbustos. Mas basta olhar parao alto, que se contatará os fios de altatensão acima destes. O que torna talplanejamento em algo preocupante, jáque palmeiras tendem a crescer. Aantiga vegetação espinhosa que oscanteiros possuíam, alem de dar umaestética melhor à cidade, servia tambémpara dificultar a passagem dospedestres, por locais impróprios, aoatravessar a via expressa. Diminuindodesta forma, os riscos de possíveisacidentes. Portanto, a vegetação nodecorrer da Avenida 22 de Maio, nãorepresentava apenas beleza, mastambém proteção.

Deixo aqui uma pergunta: Seráque a população foi consultada sobre aretirada da vegetação dos nossoscanteiros? Será que é cimentar a cidadeo que a população de Itaboraí maisnecessita no momento?

Bom, já presenciei muitas pessoaspedindo um hospital decente, com maismédicos e aparelhagem nova. Já ouvipessoas pedindo melhores

investimentos na educação como oTSU (Transporte Social Universitário)e o reajuste salarial dos professores. Jáobservei pessoas pedindo investimentoem cultura e melhorias na manutençãode nossas construções históricas.Porém, não encontro em meus registrosa população pedindo para colocar con-creto em lugares anteriormentearborizados.

Portanto, necessitamos em nossacidade, uma maior participação dapopulação nas decisões municipais. Odinheiro que está sendo gasto para arevitalização de Itaboraí, vem dosnossos impostos, vem do nosso bolso,do bolso do cidadão itaboraiense quecontribui com a arrecadação domunicípio. Então, nada mais justo doque a população junto com seusgovernantes, que foram eleitos única eexclusivamente para representá-los,elaborarem juntos, a melhor forma dese gastar o dinheiro público. O quetenho certeza que se tivesse sido feitoantes de se começar a cimentar “tudo”,hoje, não estaríamos observando umacidade Histórica como Itaboraí setornar uma cidade cinza.

O transtorno dos moradores na cidade para utilizar este importante benefício.

Bilhete único em ItaBilhete único em ItaBilhete único em ItaBilhete único em ItaBilhete único em Itaborborborborboraí:aí:aí:aí:aí: P P P P Pararararara quê ?a quê ?a quê ?a quê ?a quê ?Por Karla Karina

Com a promessa de facilitar a vida dostrabalhadores, o bilhete único foiimplantado, mas aqui no município deItaboraí se tornou um transtorno. Aempresa que detém o monopólio dotransporte intermunicipal permite seuuso somente em ônibus de duas portas,considerando os de uma porta comofrescões, até mesmo a linha de NiteróiX Venda das Pedras, que não possui arcondicionado.

O DETRO (Departamento deTransportes Rodoviários) determina ouso do bilhete único somente em linhasregulares, ou seja, geralmente emônibus de duas portas. Questão simples

.

não é? Mas para a Rio Ita não. Com asistemática diminuição desses ônibus,o problema que afligia os idosos, seestendeu aos trabalhadores. Com horários irregulares e empéssimas condições de conservação, osônibus que aceitam essa modalidade depagamento, obrigam àqueles que nãotem escolha aguardar às vezes por maisde uma hora, enquanto os frescõespassam a todo o momento. Recentemente, a empresa investiu em

uma nova frota formada somente porveículos de uma porta, demonstrando afalta de respeito com a população dacidade. Porque não adquirir ônibus quepossam atender a demanda dosaposentados e agora dos trabalhadores?É simples. Não há essa preocupação porparte da empresa e nem muito menosdo poder público. Este, no máximo,aplica multas que apenas coça nosbolsos dos empresários, fechando osolhos para o bem estar da população. No caminho que vamos, Itaboraícontinuará sendo um dos municípios do

leste metropolitano mais próximo e aomesmo tempo mais distante dos centrosurbanos. Distante porque as empresasse recusam a empregar moradores dacidade, justificado pelo alto preço dastarifas. Essa situação seria amenizadacom o uso do bilhete único, mas assimcomo as inúmeras deficiências nosserviços voltados à população, essetambém é problemático.

E quem mais perde? O município.Menos emprego, menos dinheirocirculando, mais violência (Sabia queItaboraí é o segundo mais violento doEstado?) e assim seguimos em direçãoa um futuro não muito feliz. A cidade

que abriga o Comperj é também a

cidade do absurdo.

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