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Revista CAO Educação ANO I Nº 01 Edição 2013 | 2015

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Revista CAO Educação ANO I Nº 01 Edição 2013 | 2015

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2 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

ApresentaçãoApresentamos a Revista CAO Educação do Centro de Apoio Operacional de Apoio às Promotorias de Proteção à Educação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

Em edições bienais, traremos informações e notícias sobre Educação e a atuação das Promotorias de Justiça em defesa do direito à Educação no Estado do Rio de Janeiro.

Nesta primeira edição, relembraremos as principais ações e conquistas do CAO Educação, desde a sua inauguração em 2013, os principais desafi os para os próximos anos, os resultados do projeto Ministério Público pela Educação – MPEDUC, desenvolvido em parceria com o Ministério Público Federal, atualidades na área educacional propostas pelos poderes executivo, legislativo e judiciário e iniciativas inovadoras na área de Educação.

O CAO Educação também divulgará a partir de 2016, em edições quadrimestrais, o Informativo CAO Educação eletrônico, com as principais ações realizadas nos períodos por este Centro de Apoio.

Esperamos que esta publicação contribua para despertar o interesse e aprofundar os estudos na área de Educação e dos assuntos que serão abordados.

Saudações!

Coordenação do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção à Educação.

CAO Educação do MPRJ: conquistas e desafi osO Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Educação (CAO Educação) foi instalado no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro entre os meses de junho e agosto de 2013. Desde sua criação, o CAO Educação defi niu duas principais diretrizes de atuação:

■ Fortalecimento dos Órgãos de Controle Social para Gestão Democrática na Educação

■ Promoção de Paz nas Escolas

Os principais objetivos deste Centro são: dar suporte jurídico e pedagógico às Promotorias de Justiça que atuam na área de Educação e fi scalizar a qualidade do serviço ofertado pelos sistemas de ensino em todas as etapas da educação básica.

Com o auxílio de sua equipe técnica composta por pedagogas, o CAO Educação realiza estudos pedagógicos para analisar o cumprimento dos percentuais mínimos constitucionalmente defi nidos para o investimento público em educação, verifi car a existência e funcionamento dos Conselhos de Educação, apurar e constatar, por meio de visitas às unidades de ensino, as condições dos aspectos de prestação de serviço educacional (oferta de Educação Inclusiva, oferta de alimentação e transporte escolar, infraestrutura, carência de professores, oferta de vagas, atuação dos conselhos escolares, etc.) e elaborar relatórios e pareceres técnicos para as Promotorias de Justiça.

O CAO Educação também promove iniciativas para a prevenção e resolução de confl itos nas escolas, a diminuição dos índices de evasão escolar e a difusão dos direitos educacionais.

Expediente

Centro de Apoio Operacionaldas Promotorias de Proteção à Educação

Avenida Marechal Câmara, 3706º andar – sala 16, CentroRio de Janeiro - RJCEP 20020-080Tel.: 2550-7099/2215-2042E-mail: [email protected]

CoordenadoraBianca Mota de Moraes

SubcoordenadoraDébora da Silva Vicente

ServidoresAndréa de Morais BrandãoDiogo Antunes FernandesDanielli de Carvalho Ramos

Equipe técnicaJuliana Lima de SouzaPatrícia Laurindo Calado de SouzaSamilly Oliveira DinizVanessa Matos Ribeiro

Danielle Marreiros Vallerioteatendimento aos CRAAIS Campos e Itaperuna - RJ

Márcia de Almeida do Nascimentoatendimento aos CRAAIS Nova Friburgo e Teresópolis - RJ

EstagiáriosJoão Pedro Telles da SilvaKaroline Rodrigues do NascimentoMonique da Silva Cunha

ÍndiceCAO Educação do MPRJ: conquistas e desafi os .................................................................. 2

Atuação das Promotorias ..............................10

Enunciados COPEDUC ....................................14

Ministério Público pela Educação - MPEDUC ...............................................................16

Educação em Foco ...........................................17

O Plano Nacional de Educação e a Responsabilidade dos Estados e Municípios ...................................................17

Artigo Especial - Gasto mínimo em educação deve ser planejado e cumprido à luz do PNE ............................19

Múltiplos Olhares sobre a Educação ..20

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3Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Onde atuamos?O CAO Educação atende a 110 Promotorias de Justiça do Estado do Rio Janeiro especializadas em Educação ou àquelas que atuam na área da Infância, Juventude e Cidadania que tratam da matéria Educação, sob a perspectiva da tutela coletiva.

Acesse no Site MPRJ o mapa com a relação das Promotorias de Justiça no Estado do RJ.

CRAAIs MPRJCRAAI Angra dos Reis 04 Promotorias

CRAAI Barra do Piraí 11 Promotorias

CRAAI Cabo Frio 11 Promotorias

CRAAI Campos 08 Promotorias

CRAAI Duque de Caxias 01 Promotoria

CRAAI Itaperuna 14 Promotorias

CRAAI Macaé 11 Promotorias

CRAAI Niterói 01 Promotoria

CRAAI Nova Friburgo 14 Promotorias

CRAAI Nova Iguaçu 01 Promotoria

CRAAI Petrópolis 07 Promotorias

CRAAI Rio de Janeiro 03 Promotorias

CRAAI São Gonçalo 01 Promotoria

CRAAI Teresópolis 11 Promotorias

CRAAI Volta Redonda 12 Promotorias

Como atuamos?O CAO Educação possui três eixos de atuação relacionados aos seguintes temas:

1. Unidades de ensino: ■ Atendimento às Promotorias de Justiça quanto a fatos lesivos ao

direito educacional registrados na Ouvidoria do MPRJ (Tel: 127) ■ Recebimento de formulário de estudo pedagógico ■ Realização de diligências técnicas ■ Análise de aspectos jurídicos e pedagógicos ■ Elaboração de relatórios técnico-pedagógicos para Promotorias

de Justiça

2. Sistemas de Ensino: ■ Reuniões com Promotorias de Justiça para consultoria e

assessoramento ■ Reuniões com Conselhos e Fóruns de Controle Social da Educação ■ Reuniões com gestores governamentais dos Sistemas Municipais

e Estadual de ensino ■ Sugestões para Recomendações e Termos de Ajustamento de

Conduta (T.A.C.) expedidas pelas Promotorias de Justiça ■ Elaboração de Pareceres técnico-pedagógicos para apoiar

inquéritos civis de Educação instaurados pelas Promotorias de Justiça

3. Articulação com organizações e especialistas: ■ Organização de Encontros, Seminários e Colóquios temáticos de Educação ■ Articulação com grupos e redes locais de defesa do direito à Educação ■ Participação de eventos e agendas públicas sobre Educação e Direitos Humanos ■ Proposições de pautas e matérias para Conferências e Fóruns de Educação ■ Apoio ao Programa do MEC de Fomento a Inovação na educação básica ■ Atuação no Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça ,

através da Comissão Permanente de Educação – COPEDUC ■ Atuação no Grupo de Trabalho de Defesa da Educação  da Comissão de Direitos Fundamentais do Conselho Nacional do

Ministério Público (CNMP)

O CAO Educação também fortalece os canais de comunicação com as redes de proteção e defesa do direito individual e coletivo à Educação por meio de encontros, seminários temáticos e reuniões para formação, articulação e troca de experiências desta rede.

E desde a sua instalação, em 2013, realiza toda primeira segunda-feira do mês reuniões mensais com os membros das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva em defesa do direito à Educação para alinhamento, planejamento de atuação e estudo de aspectos do Direito Educacional.

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(Fonte: http://www.rj.gov.br/web/seeduc/)

(Foto: Vivian Fernandez/ MPRJ)

Visite o portal virtual do CAO Educação e acesse conteúdos e atos normativos sobre o Direito à Educação.http://www.mprj.mp.br/areas-de-atuacao/educacao

ConquistasCAO Educação em númerosAo longo de dois anos de atuação (2013-2015), o CAO Educação e as Promotorias de Justiça que atuam nessa área conquistaram resultados signifi cativos para a garantia do acesso da população a um serviço educacional de qualidade. Através de eventos, publicações e ações institucionais este Centro de Apoio pode consolidar-se e fi rmar o Direito à Educação Básica como matéria prioritária e relevante para atuação do Ministério Público.

2013 2014 2015 TOTAL*

Visitas técnicas 260 293 177 730

Reuniões 61 92 88 241

Eventos (internos e externos) 18 48 48 114

Expedientes 367 590 396 1.353

Protocolos de Ouvidoria 702 1.498 1.008 3.208*dados acumulados entre Junho/2013 e agosto/2015.

EventosPara aproximar setores da sociedade engajados pelo direito à educação de qualidade e para fortalecer este debate, o CAO Educação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro promoveu e realizou vários eventos gratuitos e abertos ao público entre 2013 e 2015.

Seminários e Encontros Temáticos - 2013I Encontro Estadual Ministério Público e o Controle Social na Educação (06/09):O objetivo do encontro era abordar a qualidade da educação no estado, o orçamento da área, a participação da sociedade civil nos conselhos escolares e municipais, esclarecer questões sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (Fundeb) e os Programas de transporte e alimentação escolar e aproximar às áreas de Justiça e Educação. Participaram do evento 350 pessoas.

I Encontro Estadual Ministério Público pela Paz nas Escolas (29/11):O objetivo do encontro era refl etir sobre temas essenciais para promoção de cultura de paz nas unidades de ensino (comunicação não violenta, mediação de confl itos, educação em direitos humanos e respeito à diversidade). Membros do MP e de órgãos da Educação, da Assistência Social e da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro assinaram a renovação e ampliação do Termo de Compromisso pela Paz nas Escolas,

que estava em vigência desde abril de 2012, e a cartilha “Conte até dez nas escolas”, uma publicação idealizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), foi lançada. Participaram do evento 300 pessoas.

Encontro Latino-Americano de Educação para Jovens e Adultos em Situação de Restrição e Privação de Liberdade (3 e 5/11):O encontro foi realizado em conjunto com o MPRJ, por meio do CAO Educação, e foi organizado pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, em parceria com os Programas de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal de São Carlos. Tinha como objetivo discutir políticas de educação, o desenvolvimento e a sustentabilidade da Rede Latino-Americana de Educação em contexto de Encarceramento (RedLECE), e a integração das universidades, pesquisadores e instituições da sociedade civil em torno do tema.

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(Foto: Vivian Fernandez/ MPRJ)

II Encontro Estadual Ministério Público pela Paz nas Escolas (28/11):o evento abordou o tema do bullying e propôs modelos de práticas positivas de prevenção no âmbito escolar. No mesmo evento foi lançada a cartilha “Bullying: práticas positivas de prevenção na escola”, publicação organizada pelo CAO Educação com o apoio do MPRJ e da Kidpower International, para ser distribuída gratuitamente aos educadores interessados. Participaram do evento 300 pessoas.(Fonte: http://www.rj.gov.br/web/seeduc/)

Seminários e Encontros Temáticos - 2015I Colóquio do Ministério Público Brasileiro sobre Educação em Direitos Humanos (27 e 28/05):O evento foi uma iniciativa da Comissão Permanente de Educação do Grupo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça (COPEDUC/GNDH/CNPG) com o objetivo de refl etir sobre diversidade na escola, a atuação do MP na Educação em Direitos Humanos, a gestão democrática na educação e a gestão escolar com autonomia. O professor José Pacheco, fundador da Escola da Ponte (Portugal) e consultor educacional no Brasil, participou do Colóquio, dirigido aos membros e servidores do Ministério Público brasileiro bem como aos gestores públicos e privados e demais interessados atuantes nas áreas de educação e direitos humanos. Participaram do evento 300 pessoas.

II Encontro Estadual Ministério Público e o Controle Social na Educação – Conselhos e Fóruns na Educação de Jovens e Adultos (26/06):O objetivo deste encontro era debater e refl etir sobre o direito e a qualidade da educação de jovens e adultos (EJA), incluindo o ensino voltado para o Sistema Fluminense de Privação e Restrição de Liberdade, o papel dos Conselhos e Fóruns na Educação de Jovens e Adultos e o papel do MPRJ na defesa e proteção deste direito. Participaram do evento 300 pessoas. (Foto: Vivian Fernandez/ MPRJ)

III Encontro Estadual Ministério Público pelo Controle Social na Educação - Financiamento da Educação (25/09):O objetivo deste evento é repassar orientações sobre a execução e prestação de contas do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE para servidores das Prefeituras e Conselheiros de Controle Social da Educação que atuam na fi scalização local do programa. Participaram do evento 280 pessoas. (Foto: Vivian Fernandez/ MPRJ)

Outras ações - 2015 Minicurso sobre “Construção de Consenso e Processos Circulares”:o objetivo do curso é oferecer apoio teórico e metodológico aos profi ssionais de ensino que atuam no projeto “MP pela Paz nas Escolas”. É destinado prioritariamente aos profi ssionais que já vêm atuando em articulação com as Promotorias de Justiça nesta linha de ação. Datas: 21 e 28/09 e 19 e 26/10/2015Local: Prédio Sede das Procuradorias de Justiça - Centro, Rio de Janeiro/ RJ(Foto: Vivian Fernandez/ MPRJ)

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O que é Paz para você?: Sorteio e exposição de desenhos infantis Público: Estudantes de 5º e 6º ano das redes públicas de ensino dos municípios do Estado do Rio de Janeiro.Período de Inscrições: até 25/09/2015Desenhos de estudantes de escolas públicas sobre o tema Paz foram selecionados e apresentados em exposição durante o III Encontro Estadual Ministério Público pela Paz nas Escolas, realizado no dia 27/11/2015.

Reuniões temáticas sobre sistema socioeducativo no Estado do Rio de JaneiroO Ministério Público, representado pelo CAO Educação, participou nos dias 19/08, 26/08 e 02/09/2015 de reuniões com representações de entidades do Estado do Rio de Janeiro (DEGASE, SEEDUC RJ, Fórum Estadual de Educação, Universidades) sobre o teor da proposta do Conselho Nacional de Educação/ MEC para elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar dos Adolescentes e Jovens em Atendimento Socioeducativo, através de consulta pública. O grupo de trabalho, formado por estas entidades, construiu um documento com considerações e contribuições para o debate em âmbito nacional.(Foto: Acervo CAO Educação/ MPRJ)

Reunião temática sobre fi nanciamento da educaçãoNo dia 14/09/2015, a Dr.ª Élida Graziane Pinto, procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo e autora do livro Financiamento dos Direitos à Saúde e à Educação – Uma Perspectiva Constitucional, foi a convidada da reunião mensal do CAO Educação com as Promotorias de Justiça do MPRJ. Ela defendeu que o uso adequado dos recursos públicos destinados à área de Educação depende do cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação - PNE (Lei 13.005/2014) e de efetivo planejamento, gestão e fi scalização.(Foto: Acervo CAO Educação/ MPRJ)

Publicações

Cartilha “Controle Social na Educação - Gestão Democrática e Conselhos” (2014) - Pareceria com CEAF/MPRJA publicação tem o objetivo de evidenciar o papel dos conselhos atuantes na área educacional como elementos imprescindíveis à gestão democrática do ensino. São analisados os Conselhos Escolares, de Educação, de Alimentação Escolar e do FUNDEB, com aspectos práticos e indicações normativas. Traz ainda um anexo com a integralidade do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, documento que foi o marco da democratização do acesso ao ensino público em nosso país.Disponível para download na página do CAO Educação do MPRJ

Cartilha “Bullying: práticas positivas de prevenção na escola” (2014) - Parceria MPRJ e Kidpower International.Esta publicação tem o objetivo de apoiar famílias, comunidade escolar e operadores das áreas de Educação e Justiça em ações articuladas no combate e prevenção ao fenômeno bullying, que ganhou maior visibilidade nos últimos tempos, potencializado pelo uso das novas tecnologias. Disponível para download na página do CAO Educação do MPRJ

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Texto-entrevista “A Cultura de Paz e o Ministério Público do Rio Janeiro”, entrevista com Dr.ª Bianca Mota de Moraes. In: É possível fazer diferente: Experiências de Cultura de Paz em Escolas do Rio de Janeiro – Centro de Criação de Imagem Popular - CECIP (2015).

Artigo “Conselhos Escolares e alunos infrequentes – re� exos na qualidade da educação”, por Dr.ª Bianca Mota de Moraes. In: Série Compêndios Artigos – Ministério Público do Estado de Rondônia - Centro de Apoio Operacional de Educação (2015).

Ações InstitucionaisGlossário de Educação: No segundo semestre de 2015, o CAO Educação propôs a uniformização de terminologias e nomenclaturas de processos e procedimentos relacionados à Educação no Sistema MGP/ MP, para avaliação e aprovação do Comitê Gestor Nacional de Tabelas Unifi cadas do Ministério Público, órgão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). 

CAO Educação Itinerante: Reuniões itinerantes para promover a interação entre os membros e servidores das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva e da Infância e Juventude com integrantes das Secretarias e dos Conselhos Municipais de Educação de municípios do interior do Estado do RJ, para o debate sobre o Plano Nacional e os Planos Municipais de Educação, realizadas no 2º semestre de 2015.

CAO Educação Itinerante – Campos/ RJ

(Foto: Acervo CAO Educação/ MPRJ)

Agenda do CAO Educação Itinerante:Agosto11/08/2015 – Itaperuna/ RJ13/08/2015 – Campos/ RJ20/08/2015 - Volta Redonda/ RJ25/08/2015 - Cabo Frio/ RJ27/08/2015 – Macaé/ RJ

Setembro03/09/2015 - Barra do Piraí/ RJ08/09/2015 - Nova Friburgo/ RJ10/09/2015 – Teresópolis/ RJ15/09/2015 – Petrópolis/ RJ17/09/2015 - Angra dos Reis/ RJ

Parceria com GATE Instituições e Direitos Sociais (IEDS) do MPRJ: a partir de primeiro de junho de 2015, o CAO Educação passou a contar com o apoio técnico desta equipe para realizar as investigações cujo objeto esteja inserido na temática da inclusão das pessoas com defi ciência na rede regular de ensino. A parceria é inovadora e tem por conteúdo a realização conjunta de inspeções entre os arquitetos do GATE IEDS e as pedagogas do CAO Educação em estabelecimentos integrantes dos sistemas municipais e estaduais de ensino, verifi cando as características arquitetônicas e pedagógicas das unidades para a efetivação da inclusão na educação. Quando da conclusão da diligência, relatórios das duas áreas técnicas são elaborados e enviados para as Promotorias de Justiça solicitantes. 

Parceria com Comissão de Erradicação do Sub-Registro Civil: O último Censo do IBGE, publicado em 2010, identifi cou mais de 600 mil crianças e adolescentes no país sem a certidão de nascimento. São 28 mil no Estado do RJ, com 15 mil na Região Metropolitana. Entre as causas de sub-registro apresentadas pela secretaria de Estado de Educação estão: a espera para que o homem registre a criança, a existência de problemas na documentação, a falta de dinheiro, a difi culdade de acesso aos cartórios e os distintos signifi cados dos documentos. As principais consequências do sub-registro civil são: impacto nas estatísticas ofi ciais e nos recursos para aplicação das políticas públicas, perda dos direitos de cidadania, violação dos direitos humanos; pessoas mais suscetíveis ao tráfi co de pessoas, exploração sexual e ao trabalho infantil, além de problemas na construção individual da

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identidade.Parceria com Conselho Regional de Nutricionistas do Rio de Janeiro: para acompanhar a efetivação da Lei nº 11.947/ 2009, que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE aos alunos da educação básica nas redes municipais e estadual de ensino e apoiar a capacitação dos técnicos responsáveis nas Regionais e Diretorias da Coordenadoria de Segurança Alimentar da SEEDUC/ RJ, o CAO Educação participou de reuniões temáticas sobre o tema e fi rmou termo de cooperação técnica com o Conselho Regional de Nutricionistas 4ª Região (ES/ RJ) e realizará, em 2016, o IV Encontro Estadual Ministério Público pelo Controle Social na Educação sobre o tema Alimentação Escolar.

Desafi osEducação e Direitos Humanos: Em 2012, o Ministério da Educação, por meio do Conselho Nacional da Educação, publicou as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (Resolução nº 1/2012) que devem ser observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições, de modo transversal, durante o planejamento e desenvolvimento de ações educativas adequadas às necessidades, às características biopsicossociais e culturais dos diferentes sujeitos e seus contextos. A Educação em Direitos Humanos é um dos eixos fundamentais do direito à educação e torna-se instrumento essencial para promover a qualidade da educação, a promoção de paz nas escolas e o pleno desenvolvimento dos estudantes. A Comissão Permanente de Educação do Grupo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça (COPEDUC/GNDH/CNPG) desenvolve iniciativas sobre o tema e, junto ao Conselho Nacional do Ministério Público, realizou o I Colóquio do Ministério Público Brasileiro sobre Educação em Direitos Humanos em 2015.

Fortalecimento dos Conselhos Municipais de Educação e do Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro: Desde sua criação, o CAO Educação tem atuado em defesa do direito à Educação e da gestão democrática do ensino por meio do fortalecimento dos conselhos atuantes na área da educação que são instrumentos da democracia participativa. Ao sediar o I Encontro Estadual Ministério Público e o Controle Social na Educação no ano de 2013, este Centro de Apoio estreitou relacionamento das Promotorias de Justiça com os instrumentos de controle social da educação e elucidou os temas direito à educação pública e gratuita de qualidade e investimento público nos serviços educacionais que necessitam da aproximação dialógica dos setores da Justiça e da Educação para a busca de soluções e interpretações das leis. Essas ideias foram consolidadas numa cartilha com textos de referência para os conselhos, a fi m de esclarecer dúvidas e oferecer subsídios teóricos. A partir de julho de 2015, o CAO Educação tem realizado diligências aos Conselhos Municipais de Educação do Estado do Rio de Janeiro para diagnosticar aspectos relativos à infraestrutura, composição, funcionamento, autonomia,  transparência e publicidade das informações para os cidadãos. Estas visitas e informações coletadas subsidiarão as ações desenvolvidas por este Centro de Apoio, em especial no que diz respeito à elaboração de relatórios e pareceres pedagógicos, e à construção do projeto institucional sobre o fortalecimento do controle social na área da educação, diretriz à luz da qual este Centro de Apoio tem trabalhado desde o início de suas atividades, no ano de 2013. O CAO Educação, representando o MPRJ, também tem participado das reuniões do Fórum Estadual de Educação do RJ (FEE-RJ), que está sendo reestruturado e realizou o seu I Seminário no mês de Julho/2015.

Acompanhamento do cumprimento das metas dos Planos Estadual e Municipais de Educação do Rio de Janeiro e da articulação do Sistema Nacional de Educação: O Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/ 2014), estabelece diretrizes e metas que também devem ser cumpridas pelos Estados e Municípios. Os planos decenais (2015-2015) de cada ente federativo, elaborados e sancionados no 1º semestre de 2015, são documentos orientadores de políticas públicas que estabelecem compromissos com a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar e a superação das desigualdades educacionais, com a melhoria da qualidade da educação, com a formação para o trabalho e para a cidadania, com a promoção do princípio da gestão democrática da educação pública, com a promoção humanística, científi ca, cultural e tecnológica do País, com estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, com a valorização dos (as) profi ssionais da educação e com a promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Portanto, o monitoramento da efetivaçã o dos planos se faz necessário para garantir o direito à educação.

(Foto: http://artedeeducar.org.br)

Programa de Fomento à Inovação na educação básica: O programa é uma Iniciativa do Ministério da Educação e tem como objetivo criar as bases para uma política pública de fomento à inovação e criatividade na educação, que será monitorada pelo Programa de Estímulo à Criatividade na Educação Básica. Mais informações no site: http://criatividade.mec.gov.br/

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O CAO Educação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, através de sua coordenadora e promotora de justiça, Dra. Bianca Mota de Moraes, foi convidado para participar do grupo de trabalho regional RJ deste Programa do MEC. Através de metodologia de rodas de conversa, pessoas ligadas a projetos de inovação na educação básica em organizações educacionais públicas e comunitárias foram convidadas a mapear, caracterizar e divulgar as intervenções inovadoras que ocorrem em nível local, por iniciativa de escolas, comunidades ou outras organizações educativas e levantar referências de inovação para a efetiva mudança na educação básica. A partir da sistematização das rodas de conversa que acontecerão em oito cidades brasileiras (Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Manaus e Salvador) serão produzidos documentos de referência para a elaboração de uma política de fomento à inovação na educação básica. A primeira reunião do GT Regional (RJ e ES) foi realizada no dia 03/09/2015, na cidade do Rio de Janeiro/ RJ.

Eventos externos

II Conferência Nacional de Educação

(Foto: Vivian Fernandez/ MPRJ)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) participou, entre os dias 19 e 23 de novembro de 2014, da segunda edição da Conferência Nacional de Educação (Conae 2014), em Brasília, para o debate sobre o novo Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14).A equipe do CAO Educação MPRJ divulgou as atividades ministeriais e o papel do Ministério Público.As atividades coletivas e de prevenção, bem como as de fortalecimento dos conselhos de controle social na área da educação, foram os principais temas difundidos pelo MPRJ na Conae.Fonte: http://www.mprj.mp.br/home

Encontro Inovações educacionais em Paraty/ RJ

(Foto: Acervo CAO Educação/ MPRJ)

O encontro de educadores de Paraty/ RJ foi realizado no dia 12 de junho de 2015 e teve como objetivos compartilhar experiências de educação diferenciadas em desenvolvimento neste município, como por exemplo, a Escola Comunitária Cirandas, e refl etir sobre a construção do Plano Municipal de Educação, que deve assegurar em suas metas a gestão democrática do ensino, a autonomia das escolas, as especifi cidades culturais locais e contemplar as necessidades curriculares de grupos tradicionais da região (indígenas, caiçaras, quilombolas, pescadores, etc). O educador José Pacheco, que acompanha projetos e iniciativas educacionais neste município, e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, representado pela Dr.ª Bianca Mota, coordenadora do CAO Educação MPRJ, participaram do evento.

2ª Conferência Nacional de Alternativas para uma Nova Educação – CONANE

(Fonte: http://conane.pro.br/)

O encontro aconteceu em Heliópolis, São Paulo/ SP, entre os dias 5 e 7 de Setembro de 2015, e foi construído de forma colaborativa por educadores de vários cantos do Brasil. Durante a conferência foram apresentadas experiências e práticas brasileiras inovadoras, com resultados transformadores dentro da proposta de uma nova educação, a fi m de ampliar a refl exão, o debate e o fortalecimento de perspectivas educacionais pra melhoria da educação brasileira e formação do novo mundo possível. Doutora Bianca Mota de Moraes, coordenadora do CAO Educação MPRJ, participou de roda de conversa sobre Educação no dia 05/09.

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II Encontro Nacional Ministério Público: Pensamento Crítico e Práticas

Transformadoras I Jornada CEAF/CEJA

(Fonte: http://www.mpsp.mp.br)

O encontro aconteceu na cidade de São Paulo/ SP, entre os dias 09 e 12 de setembro de 2015. Doutora Bianca Mota de Moraes, coordenadora do CAO Educação MPRJ, foi convidada para realizar palestra no dia 11/09 sobre o tema “Ministério Público e a Defesa do Direito à Educação como Instrumento de Superação do Subdesenvolvimento”. O objetivo do encontro, organizado pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional e pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, era debater os desafi os para o Ministério Público Latino-Americano.

Atuação das PromotoriasAs Promotorias de Justiça atendidas pelo CAO Educação são órgãos de execução do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que atuam em defesa do direito à educação na capital e nos demais municípios do Estado.

Essas promotorias recebem contribuições jurídico-pedagógicas do CAO Educação através de relatórios técnicos, pareceres e normativas de âmbito educacional que poderão auxiliar as portarias, recomendações, iniciais, termos de justamento de conduta e outras peças ou procedimentos instaurados por estes órgãos e que serão expedidos pelos promotores de justiça que atuam nesta área. Conheça algumas ações na área de Educação realizadas por estas Promotorias entre 2013 e 2015.

Temas Atuação

Carga horária letiva

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo São Gonçalo

Recomendação nº 27/2015 O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo São Gonçalo, recomendou em 30 de junho de 2015 que a Secretaria Municipal de Educação de Rio Bonito e o SEPE – Sindicato Estadual dos Profi ssionais da Educação – Núcleo Rio Bonito apresentassem documento com proposta de calendário e respectivos prazos de execução da reposição de aulas, em virtude de greve do magistério municipal que durou 18 dias, para cumprimento da carga horária mínima prevista na LDB 9394/1996 (Art. 24, I).

Conselho Escolar

1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital.

Recomendações nº 02/15, 04/15 e 06/15Nos meses de janeiro, março e maio de 2015, o Ministério Público, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital, recomendou à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro que fosse regularizada a composição dos integrantes dos Conselhos Escola-Comunidade (CEC) de três unidades municipais de ensino e efetivado o acompanhamento sistemático dos atividades dos CECs, conforme determinam a Resolução SME Rio de Janeiro nº 1.305/2014 e a Portaria E/SUBE/CGC nº 14/2014.

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11Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Conselho de Acompanhamento e

Controle Social do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação

(FUNDEB)

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Nova Iguaçu

Recomendação nº 27/2015O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Nova Iguaçu, instaurou inquérito civil para apurar recondução e nomeação de membros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB (CACS – FUNDEB) pelo Poder Executivo Municipal de Nova Iguaçu, realizada no mês março de 2015, o que contraria a prerrogativa de que este Conselho é um órgão de controle social de políticas públicas independente, sem vinculação ou subordinação ao Poder Executivo Municipal.

Conforme determina o Art.4º da Portaria FNDE nº 481/ 2013 e o Art.24 da Lei nº 11.494/2007, a composição irregular do CACS – FUNDEB pode acarretar na suspensão dos repasses federais ao município de Nova Iguaçu/ RJ e, consequentemente, a responsabilização pessoal das autoridades competentes pela eventual descontinuidade dos serviços públicos custeados pelas verbas suspensas e pelos prejuízos causados.

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Nova Iguaçu

Recomendação nº 14/2015

O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Nova Iguaçu, recomendou ao Prefeito Municipal de Queimados/ RJ realização de eleição e posterior nomeação dos membros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB (Art. 24, Lei Federal nº 11.494/2007), bem como o cadastramento do referido Conselho no Sistema Informatizado de Gestão de Conselhos do FNDE.

Gestão democrática da educação

pública

1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital.

Portaria nº 45/2015No segundo semestre de 2015, o Ministério Público, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital, instaurou inquérito civil para acompanhar as providências e medidas que estão sendo adotadas pela Prefeitura e Secretaria Municipal de Educação do município do Rio de Janeiro para elaboração e aprovação de lei específi ca, até junho de 2016, que discipline a gestão democrática da educação pública em seu sistema público municipal de ensino, conforme previsto no art.9º e na meta 19 do Plano Nacional de Educação – PNE (Lei Federal nº 13.005/2014).

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12 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Educação Especial

3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital, recomendou à Prefeitura do Rio de Janeiro que convoque os 150 aprovados no concurso para agente de apoio à educação especial. O objetivo é suprir a carência desses profi ssionais na rede pública de ensino.

“Dado o elevado número de alunos com necessidades especiais matriculados nas escolas do Município (cerca de 13 mil), o profi ssional de apoio torna-se essencial ao bom desenvolvimento educacional deles”, ressaltou no documento o promotor de Justiça Rogério Pacheco.O concurso foi homologado em novembro de 2014. Na Recomendação, o promotor requer que a nomeação e a posse dos aprovados ocorram com a maior brevidade possível.Fonte: MPRJ

Educação Infantil

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Duque de Caxias

Em Julho de 2015, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Duque de Caxias, fi rmou termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Município de Magé para a ampla divulgação quanto às datas, locais ou meios pelos quais a rede pública municipal e a particular conveniada realizarão a pré-matrícula, matrícula e inscrição para vagas na educação infantil no ano letivo de 2016.

O município também se comprometeu a manter um único banco de dados, com a relação de todos os candidatos, centralizado na Secretaria Municipal de Educação. O TAC defi ne ainda que serão estabelecidos critérios objetivos e isonômicos de prioridade no acesso às vagas, bem como outras obrigações. Fonte: MPRJ

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Duque de Caxias

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Duque de Caxias, fi rmou termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Município de Belford Roxo visando a ampla divulgação quanto às datas, locais e meios pelos quais a rede pública municipal e a particular conveniada realizarão a pré-matrícula para as creches e pré-escolas no ano letivo de 2016 e seguintes.

O Município também se comprometeu a manter um único banco de dados, com a relação de todos os candidatos, centralizado na Secretaria Municipal de Educação relação de todos os alunos e candidatos a vaga na educação infantil. O TAC estabelece, além de outras obrigações,  critérios objetivos e isonômicos de  acesso às vagas, bem como garante a matrícula para os defi cientes.Fonte: MPRJ

Promotoria de Justiça, de Família, da Infância e da Juventude de Angra dos Reis

Inquérito Civil nº 036/2013O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio da Promotoria de Justiça, de Família, da Infância e da Juventude de Angra dos Reis, instaurou inquérito civil para apurar notícias de que o município de Angra dos Reis não disponibilizaria vagas em creches ou pré-escola em quantidade adequada ao atendimento das crianças que necessitam do serviço.

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13Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Orçamento Público

para Educação Básica

2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital.

O Ministério Público recomendou, em caráter de urgência, que o Estado do Rio de Janeiro, por intermédio da Secretaria Estadual de Educação, regularizasse sua situação junto ao Fundo Nacional de Alimentação (FNDE).

A lei que regulamenta o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e prevê o repasse da verba, determina o cumprimento de uma série de exigências, entre elas a de que estados e municípios mantenham regularmente a prestação de contas do dinheiro gasto e um Conselho de Alimentação Escolar.

O Estado do Rio não havia cumprido essas duas determinações. A Recomendação garantiu a manutenção do repasse mensal de R$ 5,4 milhões para a merenda das escolas estaduais.

Promotoria de Justiça, de Família, da Infância e da Juventude de Três Rios

Recomendação nº 05/2015A Promotoria de Justiça da Comarca de Três Rios recomendou ao município de Três Rios/RJ previsão dos recursos orçamentários no Plano Plurianual Municipal em vigência (2014-2017) e na Lei de Diretrizes Orçamentárias Municipal para o ano de 2016 e seguintes, para que a rede pública de ensino do município possa promover a universalização da educação infantil pré-escolar e a efetiva implementação e execução das metas e estratégias do Plano Municipal de Educação, em especial as relativas à universalização da educação infantil na fase pré-escolar.

Valorização dos Profi ssionais

do Magistério

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação - Núcleo de São Gonçalo

A Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação do Núcleo de São Gonçalo ajuizou ação civil pública (ACP), com pedido de liminar, para que o Município pague aos professores o piso salarial constitucionalmente estabelecido. A medida foi tomada a partir de comunicações feitas pelo Sindicato Estadual dos Profi ssionais da Educação (SEPE), que culminaram na instauração de inquérito civil para apurar eventuais irregularidades na oferta do ensino obrigatório na cidade, como o não cumprimento da  Lei Federal 11.738/2008, que regulamenta o piso salarial dos profi ssionais da educação básica.

De acordo com a ACP, o Município chegou a fi rmar um acordo com o SEPE, em 2014, no qual se comprometeu, dentre outras reivindicações da classe, a incorporar o abono pago aos professores que percebem abaixo do piso nacional, bem como a que o percentual de 7% (sete por cento) passasse a incidir a partir de setembro daquele ano. No entanto, o acordo não foi cumprido.Fonte: MPRJ

Carência de Professores

2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital.

Recomendação nº 10/2014

Em 15 de outubro de 2014, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital, recomendou à Secretaria Estadual de Educação que fossem adotadas providências para requisitar servidores cedidos para desempenho de funções administrativas e que sejam pertinentes à área de Educação, com a respectiva revogação da cessão, de forma a diminuir o quadro de carência de professores e pessoal administrativo.

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14 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Concurso Público

2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Angra dos Reis

TAC nº 03/2014O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Angra dos Reis, fi rmou Termo de Ajustamento de Conduta com o município de Angra dos Reis, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SME), para regularizar vínculos irregularmente estabelecidos com terceiras pessoas para o exercício das funções dos cargos efetivos de Docente I, Docente II e Pedagogo na rede municipal de ensino e estabelecimento de medidas administrativas necessárias para realização de concurso público, convocação, nomeação e posse dos aprovados para regularização do provimento dos cargos efetivos descritos anteriormente.

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação – Núcleo Duque de Caxias

Em abril de 2015, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Duque de Caxias, fi rmou Termo de Ajustamento de Conduta com a Prefeitura Municipal de Belford Roxo para nomear e empossar todos os candidatos aprovados em concurso público para os cargos de Professor II e Inspetor Escolar Externo da Rede Municipal de Ensino.

Plano Municipal de Educação

Promotoria de Justiça, de Família, da Infância e da Juventude de Três Rios

Recomendação nº 06/2015Em agosto de 2015, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Promotoria de Justiça, de Família, da Infância e da Juventude da Comarca de Três Rios, recomendou à Prefeitura do município de Comendador Levy Gasparian/ RJ que fossem adotadas providências e medidas necessárias para adequação da Meta 1 do Plano Municipal de Educação à Meta 1 do Plano Nacional de Educação, a fi m de que o prazo para cumprimento da referida meta seja efetivada em 2016 no município.

Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Nova Iguaçu

Recomendações nº 06/2015, 07/2015, 08/2015, 09/2015, 10/2015, 11/2015, 12/2015 e 13/2015Em agosto de 2015, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Nova Iguaçu, recomendou às Prefeituras do municípios de Três Rios, Seropédica, Queimados, Itaguaí, Paracambi, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Japeri que fossem adotadas providências e medidas necessárias para revisão dos respectivos Planos Plurianuais Municipais em Vigência (2014-2017) e para revisão nas respectivas Leis de Diretrizes Orçamentárias Municipais de 2016, a fi m de que passem a contemplar a execução das metas e estratégias defi nidas nos Planos Nacional e Municipais de Educação, em especial as relativas à universalização da educação infantil na fase pré-escolar para todas as crianças de 4 a 5 anos.

Enunciados COPEDUCEm 2015, foi criado o Grupo de Trabalho de Defesa da Educação  da Comissão de Direitos Fundamentais do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para somar esforços à Comissão Permanente de Educação – COPEDUC, que integra o Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), órgão do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça (CNPGJ), e congrega membros dos Ministérios Públicos de todos os estados bem como da União.

A atuação da COPEDUC visa contribuir para a concretização do direito fundamental à educação de qualidade. O Ministério Público tem o dever constitucional de zelar pelos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da CF), e a educação é o primeiro direito social arrolado na Carta Constitucional (art. 6º). A discussão do tema no Brasil é ampla e o trabalho da COPEDUC busca estudar e acompanhar, dentre outras temáticas, as políticas públicas educacionais, o fi nanciamento da educação e o direito fundamental à Educação. Questões que envolvem transporte escolar,  fi scalização do funcionamento dos conselhos sociais da educação, educação inclusiva e combate à corrupção também estão entre as ações desempenhadas pela COPEDUC.

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15Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

A COPEDUC e o MEC realizaram no dia 25 de fevereiro de 2015 uma reunião de alinhamento para avaliar as atividades e os projetos que vem sendo desenvolvidos pela Comissão em parceria com o Ministério da Educação desde 2007, quando foi assinado o I Termo de Cooperação Técnica, e defi nir a agenda de trabalho para o ano de 2015. Na mesma reunião, as representantes da COPEDUC também informaram os encaminhamentos referentes a desnecessidade de senha para acesso às informações sobre o uso dos recursos públicos na área da educação; realização de curso sobre educação infantil para Promotores de Justiça e Servidores; e o incremento dos programas de acesso à educação para adolescentes e jovens em cumprimento de medida socioeducativa e para adultos em restrição ou privação de liberdade que foram apontados no IV Encontro Nacional do Ministério Público brasileiro com o MEC, realizado em agosto de 2014, em Brasília, com membros do Ministério Público que atuam na defesa do direito à educação.Fonte: Acervo do Conselho Nacional de Procuradores Gerais (16/03/2015)

Entre 2013 e 2015, a COPEDUC aprovou os seguintes enunciados que são referências para o trabalho do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e estão disponíveis para consulta na página do CAO Educação / Intranet (Tópico GNDH).

ENUNCIADO Nº 01/2013: É direito de todos o acesso e a permanência em escola da rede regular de ensino pública ou privada. Às instituições fi lantrópicas, confessionais, sem fi ns lucrativos, especializadas em educação especial, que ainda substituem a escolarização de pessoas com defi ciência, recomenda-se a oferta exclusiva do atendimento educacional complementar ou suplementar. (Enunciado conjunto da COPEDUC e COPEDPDI aprovado na II REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2013, nos dias 03 a 05 de julho de 2013, em São Paulo/SP, aguardando informação quanto à aprovação no CNPG).

ENUNCIADO Nº 02/2013: O Ministério Público deve priorizar a fi scalização do cumprimento do art. 53, inciso V, ECA e do art. 4º, inciso X da LDB como forma de assegurar ao educando o menor percurso entre a escola e sua residência, contribuindo com a racionalização da mobilidade urbana. (Aprovado na III REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2013, nos dias 16 e 17 de outubro de 2013, na cidade de Aracaju/SE, informação quanto à aprovação na ata 01/2014 do CNPG, de 04 de fevereiro de 2014).

ENUNCIADO Nº 01/2014: Fere o princípio constitucional da igualdade de acesso e o art. 24 da LDB o ingresso de estudantes menores de 18 anos no ensino superior sem a conclusão do ensino médio, ressalvado o disposto no art. 59, II da LDB. (Aprovado na II REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 07 a 09 de maio de 2014, na cidade de Goiânia/GO, e aprovado pelo CNPG no DF, no dia 20 de maio de 2014).

ENUNCIADO Nº 02/2014: Nos casos de utilização dos veículos adquiridos pelo Programa Caminho da Escola para transporte de estudantes do ensino superior, o Ministério Público, com atribuição em educação, deverá verifi car a existência da respectiva regulamentação e, não existindo, adotar providencias para sua normatização, nos termos da Lei 12.816/2013 e Resolução 45/2013 do FNDE. (Aprovado na III REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, no dia 23 de julho de 2014, na cidade de Manaus/AM, e aprovado pelo CNPG no RS, nos dias 21 e 22 de agosto de 2014).

ENUNCIADO Nº 03/2014: Cabe ao membro do Ministério Público com atribuição na defesa da educação averiguar as ilegalidades/irregularidades oriundas das comunicações do FNDE acerca da correta aplicação do percentual de impostos constitucionalmente defi nido para a educação, nos termos do art. 212 da CR. (Aprovado na III REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, no dia 23 de julho de 2014, na cidade de Manaus/AM, e aprovado pelo CNPG no RS, nos dias 21 e 22 de agosto de 2014).

ENUNCIADO Nº 04/2014: Quando se tratar de fi scalização sobre aplicação de recursos federais para o desenvolvimento de programas específi cos da educação, a atribuição é do Ministério Público Federal. (Aprovado na III REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, no dia 23 de julho de 2014, na cidade de Manaus/AM, e aprovado pelo CNPG no RS, nos dias 21 e 22 de agosto de 2014).

ENUNCIADO Nº 05/2014: Nos Estados em que há a complementação da União, a atribuição para as ações judiciais e extrajudiciais é concorrente entre os membros do Ministério Público Estadual, do Distrito Federal e Territórios, e Federal com atuação para a defesa do direito à educação. (Aprovado na III REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, no dia 23 de julho de 2014, na cidade de Manaus/AM, e aprovado pelo CNPG no RS, nos dias 21 e 22 de agosto de 2014).

ENUNCIADO Nº 06/2014*: As ações judiciais e extrajudiciais relativas à obrigação de fazer, garantidoras do direito fundamental à educação básica, são de atribuição do Ministério Público Estadual.* (Conforme a ata da III REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, no dia 23 de julho de 2014, na cidade de Manaus/AM, o Enunciado acima teve sua deliberação suspensa para que fossem debatidas sugestões sobre sua redação através do correio eletrônico do grupo da Comissão).

ENUNCIADO Nº 07/2014: Ao Ministério Público incumbe fomentar e fi scalizar a elaboração de Plano de Convivência Escolar/Regimento Escolar, com previsão de norma que defi na atos de indisciplina e suas respectivas sanções administrativas, com caráter pedagógico ou restaurativo, após ouvido o aluno, seus pais, garantida a ampla defesa e observado o procedimento de apuração

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16 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

previsto. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO Nº 08/2014: É atribuição do Órgão de defesa da educação do Ministério Público acompanhar a criação e o funcionamento dos fóruns estadual e municipais de educação e a elaboração e implementação das metas dos respectivos planos de educação, à luz do princípio constitucional da gestão democrática do ensino público. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO Nº 09/2014: A atuação do Ministério Público na área da educação, tem sua efetividade potencializada pela especialização de órgãos de execução da matéria, sendo necessário que as instâncias competentes agilizem o processo de sua implementação, considerando as demandas oriundas do Plano Nacional de Educação. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO Nº 10/2014: Do dever institucional de tutela da educação decorre a necessidade atuação proativa do Ministério Público no sentido de verifi car a existência e atuação efetiva dos conselhos escolares, conselhos de educação, conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb (CACs/FUNDEB) e conselhos de alimentação escolar (CAE), contribuindo para o seu empoderamento. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO Nº 11/2014: Considerando a meta 3 do Plano Nacional de Educação, os Órgãos de Execução da Defesa da Educação no Ministério Público devem intensifi car o acompanhamento da fi scalização do acesso universal e qualitativo dos que possuem entre 15 e 17 anos ao ensino médio, até 2016, inclusive cobrando a realização de busca ativa e a implementação de combate à evasão escolar. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO Nº 12/2014: Considerando que a maioria das escolas de campo não dispõem de unidade executora e de conselho escolar, o que as impede de receber diretamente os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, cumpre ao Órgão de Execução de Defesa da Educação instar as Secretarias Estadual e Municipais de Educação para que diligenciem no sentido de viabilizar a sua respectiva criação. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO Nº 13/2014: É direito de toda criança com defi ciência de 0 a 5 anos o acesso à educação infantil, inclusive com Atendimento Educacional Especializado- AEE Integrado e matrícula prioritária na rede regular de ensino pública e privada. (Aprovado na IV REUNIÃO ORDINÁRIA DA COPEDUC E DO GNDH/2014, nos dias 03 a 05 de setembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e aprovado pelo CNPG em Brasília/DF, no dia 21 de outubro de 2014).

ENUNCIADO 01/2015: Incumbe aos ministérios públicos acompanhar o processo de elaboração e aprovação dos planos estaduais e municipais de educação, observando-se o disposto no artigo 8º da lei nº 13.005/2014, bem como adotar medidas que garantam a efetividade das estratégias e metas previstas nos respectivos planos. (este enunciado está em fase de análise pelo CNPG).

ENUNCIADO 02/2015: os ministérios públicos devem desenvolver estratégias de atuação visando garantir a implementação, por parte dos Estados, Distrito Federal e Municípios, do disposto no art. 9º da lei nº 13.005/14, que trata da regulamentação da gestão democrática da educação pública nos respectivos âmbitos de atuação. (este enunciado está em fase de análise pelo CNPG).

Ministério Público pela Educação - MPEDUC

(Fonte: http://mpeduc.mp.br/)

O Projeto Ministério Público pela Educação (MPEDUC) foi lançado em abril de 2014 e é uma iniciativa do Ministério Público Federal em parceria com os Ministérios Públicos Estaduais.

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17Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Objetivos do projeto: ■ garantir o direito à educação básica de qualidade a todos os brasileiros; ■ levar ao conhecimento do cidadão informações essenciais sobre seu direito a uma educação de qualidade e seu dever em

contribuir para o serviço ser ofertado adequadamente; ■ identifi car os motivos do baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb); ■ acompanhar as políticas públicas e destinação de recursos públicos na educação; ■ verifi car a efetividade dos conselhos sociais com atuação na área de educação;

Etapas principais: ■ diagnóstico das condições do serviço de educação pública; ■ apresentação de medidas corretivas aos gestores públicos; ■ prestação de contas à sociedade das providências adotadas e de resultados obtidos.

Após as fases de diagnóstico e apresentação de medidas corretivas, o projeto realiza a prestação de contas, apresentando os resultados à sociedade através de audiências públicas.

Em 2015, o projeto comemorou um ano de atuação e realizou audiências públicas sobre a qualidade da educação em vários estados do Brasil.

Conheça mais sobre o projeto no site www.mpeduc.mp.brNo Estado do Rio de Janeiro, foram diagnosticadas no 1º semestre de 2015 as seguintes problemáticas, apresentadas em Recomendações expedidas à rede pública estadual de ensino:cronograma de instalação de bibliotecas;

■ cronograma de instalação de salas de informática; ■ implementação de conexão à rede de internet nas escolas; ■ prestação de contas das unidades executoras; ■ providências para remoção de depósitos de lixo nas proximidades das escolas; ■ cronograma para reformas estruturais nas escolas; ■ elaboração de plano de prevenção e evacuação contra incêndio e pânico e elaboração de regimento interno das escolas.

Audiências Públicas do Projeto MPEDUC realizadas no Estado do RJ

09/10/2014 - Audiência Pública em Vassouras17/12/2014 - Audiência Pública em Belford Roxo21 e 28/01/2015 - Audiências Públicas em Duque de Caxias02/03/2015 - Audiência Pública em Japeri04/03/2015 - Audiência Pública em Volta Redonda10/03/2015 - Audiência Pública em Seropédica16/03/2015 - Audiência Pública em Quatis25/03/2015 - Audiência Pública em Cardoso Moreira11/05/2015 - Audiência Pública no Rio de Janeiro29/06/2015 - Audiência Pública Estadual: RJ 24/08/2015 - Audiência Pública em Valença 22/09/2015 - Audiência Pública em Barra Mansa

Audiência Pública em Valença/ RJ

(Fonte: http://www.prrj.mpf.mp.br)

Educação em FocoNesta sessão, destacaremos aspectos e notícias recentes da Educação que podem interessar às Promotorias de Justiça e aos demais setores do Ministério Público ou órgãos de Justiça que atuam nesta área. O tema de destaque desta edição é: Plano Nacional de Educação.

O Plano Nacional de Educação e a Responsabilidade dos Estados e MunicípiosO Plano Nacional de Educação – PNE (Lei Federal nº 13.005/2014) é um documento orientador para governos e redes locais construírem e efetivarem políticas públicas e estratégias educacionais que eliminem as desigualdades, promovam a inclusão, valorizem a diversidade, otimizem recursos, ampliem o acesso à Educação Básica e ao Ensino Superior, articulem os sistemas de ensino e garantam o direito constitucional à educação. O PNE possui 20 metas prioritárias que deverão ser cumpridas pelos sistemas de ensino no prazo de 10 anos (2014 – 2024).

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18 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Em 2015, o PNE completou um ano de aprovação. Estados, Distrito Federal e Municípios foram chamados para cumprirem até o mês de junho o prazo de elaboração e aprovação de seus respectivos planos de educação em alinhamento com o PNE. A convocação resultou na realização de audiências e conferências públicas sobre Educação ao longo do primeiro semestre, em todo o território nacional, e no fortalecimento dos instrumentos democráticos de participação cidadã.

O cumprimento com as 20 metas nacionais do PNE, que é uma tarefa complexa e desafi adora, demandou esforços dos entes federativos na elaboração dos planejamentos decenais, que deveriam extrapolar os tempos das gestões governamentais.

“A Emenda Constitucional nº 59 de 2009 mudou substancialmente a condição e o papel dos planos de educação. O Plano Nacional de Educação (PNE) e, consequentemente, os planos estaduais, distrital e municipais passaram a ser decenais e articuladores dos sistemas de educação. Isso signi� ca que, do ponto de vista constitucional, os planos de educação ultrapassam os planos plurianuais de governo. Exigem articulações institucionais e participação social para sua elaboração ou adequação, seu acompanhamento e avaliação.

Cabe aos gestores dos sistemas de educação liderar esse processo, indo além de uma visão restrita à sua rede e ao tempo de sua gestão, assim como compete ao Ministério da Educação (MEC) estimular a colaboração entre os sistemas para a elaboração de metas comuns. Essa nova atitude constitui um passo importante para a instituição do Sistema Nacional de Educação (SNE), considerando que as formas de colaboração criadas para elaborar e atingir as metas podem fortalecer o pacto federativo, que será a base de sua regulamentação e condição essencial para uma educação de qualidade para todos.” (Documento “Planejamento a Próxima Década; Alinhando os Planos de Educação (MEC/SASE, 2014 – P. 4)

O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Articulação dos Sistemas de Ensino (SASE), que é responsável por monitorar o PNE, organizou uma rede de assistência técnica para assessorar os Estados e Municípios na construção dos Planos e criou o portal virtual Planejando a Próxima Década (http://pne.mec.gov.br/) para auxiliar este processo.

No Estado do Rio de Janeiro, o movimento de pactuação em torno do PNE articulou a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, a União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (UNDIME-RJ) e a Rede de Assistência SASE/MEC, que realizaram várias atividades para orientar e assessorar tecnicamente os 92 municípios do Estado e garantir o cumprimento do prazo legalmente fi xado no art. 8º, da Lei 13.005/14, sobre elaboração e adequação dos planos municipais de educação às disposições do PNE.O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do CAO Educação das Promotorias de Justiça de Proteção da Educação, acompanhou este processo com o apoio dos Conselhos e das Secretarias de Educação, e participou de conferências locais realizadas nos meses de maio e junho de 2015, onde pode ter acesso aos documentos-base que estavam sendo construídos, escutar os anseios locais e acompanhar os estágios de elaboração dos planos:

■ Com comissão coordenadora constituída ■ Com documento base elaborado ■ Com consulta pública realizada ■ Com projeto de lei elaborado ■ Com lei em vigor

Consulte a situação dos planos municipais de educação do Rio de Janeiro no portal do MEC Planejando a Próxima Década.

Os Planos de Educação (Estadual e Municipais) do Rio de Janeiro também poderão ser acessados na página do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro - CAO Educação. (www.mprj.mp.br/educacao).

Dica:Outros portais que também acompanham os Planos de Educação:Observatório do PNE - http://www.observatoriodopne.org.br/ De olho nos Planos - http://www.deolhonosplanos.org.br/

Com a aprovação do Plano Nacional de Educação – PNE (Lei nº 13.005/14), uma das tarefas mais urgentes e necessárias é a instituição do Sistema Nacional de Educação - SNE, que vai articular os sistemas de ensino e efetivar as diretrizes, metas e estratégias do PNE.  A Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino – SASE do Ministério da Educação tem como atribuição desenvolver ações para a instituição do SNE por meio de intenso diálogo com a comunidade educacional. O principal desafi o é buscar acordos e consensos, pois a política nacional de educação se constrói com os diferentes que fi rmam compromissos comuns. O Ministério da Educação iniciou no mês de Julho de 2015 consulta pública sobre o tema. As contribuições poderão ser encaminhadas para o endereço eletrônico [email protected].

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Artigo Especial - Gasto mínimo em educação deve ser planejado e cumprido à luz do PNE

Gasto mínimo em educação deve ser planejado e cumprido à luz do PNE1

Élida Graziane Pinto2

Valdecir Fernandes Pascoal3

Mais do que comemorar a efeméride do primeiro ano de vigência da Lei federal nº 13.005/2014, hoje importa que a sociedade brasileira assuma as metas do novo Plano Nacional de Educação – PNE – como um processo civilizatório inadiável, cuja concretização depende de nossas ações e omissões no curso dos presentes dias.

Planejamento para dez anos, por óbvio, reclama ações concretas a cada dia que se apresenta e já se passaram 365 desde 25 de junho de 2014. Daí é que nós nos perguntamos sobre o quanto temos sido capazes de tirar do papel o planejado para a educação pública do país ao longo desse último ano? Quão “educadora” tem se revelado a nossa pátria pelo prisma das ações governamentais empreendidas desde a entrada em vigor da norma em comento?

O momento e o contexto nos impõem, pois, uma relevante cota de responsabilidade pelo atual estado de coisas na política pública de educação. Isso porque o nível de aderência dos governos ao aludido Plano Nacional também diz respeito aos órgãos de controle. Em nossa seara, por exemplo, tal teste de aderência se materializa na efetividade e qualidade (ou não) dos gastos públicos em educação realizados para cumpri-lo.

Na teoria, planejar, executar e controlar são atividades dinâmicas que se interimplicam ao longo do ciclo da ação governamental, razão pela qual elas deveriam se retroalimentar em um processo pedagógico de diagnóstico de falhas, avaliação de resultados, aprendizagem e correção de rumos. Algo, contudo, não tem funcionado como ensinam os manuais, pois há 81 (oitenta e um) anos4 vertemos gastos mínimos5 em educação sem que tenhamos alcançado notas médias de desempenho minimamente decentes para as redes públicas de ensino.

Sem trocadilhos, a verdade é que padrões mínimos de gasto não podem ser lidos como permissivos para padrões ínfi mos de qualidade6 e para o descumprimento7 das obrigações legais de fazer contidas no plano nacional do setor. Há décadas muitos gestores alegam escassez de recursos8 para atender a tantas demandas majoradas, mas tal pressuposto precisa ser revisitado e confrontado pelo fato de que é preciso gastar bem os recursos públicos destinados à educação.

Não há desculpas para situações de desrespeito que se consolidaram em sucessivas gerações de brasileiros sem acesso à educação pública e/ou sem educação de qualidade. Esse histórico de fracassos coletivos e inércia governamental nos diz respeito e precisamos aqui lembrar, a título de relevante ilustração, que a universalização de oferta, até 2016, da educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade é determinada pelo inciso I do art. 208 da Constituição, combinado com o art. 6º da Emenda Constitucional n.º 59/2009. Ou seja, há praticamente seis anos sabemos que será obrigatório, até o fi nal de 2016, incluir na educação infantil todas as crianças de 4 e 5 anos, bem como no ensino médio todos os jovens de 15 a 17 anos, além de mantermos os alunos no ensino fundamental dos 7 aos 14 anos. Mas sinceramente é real e sério o temor9 de chegarmos ao fi nal do próximo ano com milhões de brasileiros fora da escola, ainda que tenham idade para a frequentarem obrigatoriamente.

Se se consumar esse cenário trágico, os órgãos de controle passarão a atuar, na medida em que o não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente (art. 208, § 2º da Constituição Federal de 1988 e art.  54, §  2º, do Estatuto da Criança e do Adolescente). O problema é o custo de esperarmos o dano ocorrer para, só então, as instâncias de controle passarem a reagir em face desse passado recalcitrante de omissões e descumprimentos.

Eis o ponto de infl exão! Interessa-nos, neste primeiro aniversário do PNE, movimentar nossas energias, como já temos feito10, em prol de outro tipo de olhar sobre a efi cácia e a efetividade das suas metas. Mais do que reagir, perseguindo as falhas já consumadas, precisamos controlar preventiva e concomitantemente o modo como os gestores públicos internalizam e executam os ditames da Lei 13.005/2014 em seus âmbitos locais, regionais e federal de atuação. Melhor forma não há do que passarmos a olhar com mais atenção sobre o comportamento das despesas que avaliamos a título de gasto mínimo nesse setor.

Para tanto, defendemos que o controle dos gastos mínimos em manutenção e desenvolvimento do ensino – MDE – pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios precisa ser feito em consonância com o controle do cumprimento substantivo das obrigações constitucionais e legais referidas a tal política pública.

Ao nosso sentir, o dever de gasto mínimo em educação não se resume formalmente aos porcentuais da receita de impostos e transferências previstos no caput do art. 212, mas também deve assegurar o atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere à universalização, à garantia de padrão de qualidade e à equidade nos termos do plano nacional de ensino, tal como determina o § 3º11 do aludido dispositivo da CF/1988.

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20 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Retomamos, desse modo, que a Constituição de 1988 impõe, como conteúdo material das atividades de manutenção e desenvolvimento do ensino para fi ns do art. 212, um conjunto de obrigações normativas de fazer fi xadas temporalmente por meio dos princípios substantivos do art. 206 e das metas inscritas no Plano Nacional da Educação de que trata o art. 214.

Esta é a razão pela qual sustentamos que não se trata de mera aferição contábil-matemática a análise acerca do dever de aplicação dos patamares mínimos de gasto em MDE previstos no art. 212 da Constituição de 1988, bem como da aplicação dos recursos do fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica e de valorização dos profi ssionais da educação – FUNDEB, a que se refere o art. 60 do ADCT.

Cada centavo de gasto precisa ser lido em conformidade com o PNE, em rota de plena vinculação aos prazos de consecução das suas metas. Desse modo e muito em breve, não poderemos mais admitir, por exemplo, que sejam pagos – como despesa feita à conta do FUNDEB – abonos remuneratórios aos profi ssionais da educação básica, sem que esteja assegurado o cumprimento do piso nacional a que se refere o art. 206, VIII da Constituição Federal e a meta 18 do Plano. Aqui temos, por sinal, uma consequência bastante clara do que consideramos conteúdo material do dever “gasto mínimo” em educação.

Diante da absoluta prioridade com que o Estado deve assegurar o direito à educação para as crianças e os adolescentes, na forma do caput do art. 227 da CF/1988, todas as instâncias de controle da Administração Pública e, em especial, o sistema de controle externo precisam dar plena ênfase ao cumprimento do art. 1012 do Plano Nacional de Educação, para que as leis orçamentárias sejam formuladas conforme esse objetivo fi ltro de conteúdo. Outro “mínimo existencial”, aliás, não há para o controle dessa política pública seja na esfera judicial, seja no âmbito do controle externo ou em qualquer outra instância.

Nesta quadra da história, o relevante papel dado pela Constituição de 1988 ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público que ali ofi cia vai muito além da avaliação de legalidade das ações e omissões governamentais. É preciso que atuemos incisivamente sobre o dever de planejamento orçamentário sufi ciente a ser desincumbido por todos os níveis da federação, o que signifi ca previsão de dotações capazes de comportar o cumprimento das obrigações legais e constitucionais de fazer nessa política pública, conforme os prazos e termos fi xados na norma de regência.

Por outro lado, diante do processo de execução da despesa, devemos avaliá-la à luz das suas legimitidade e economicidade, antes que a admitamos validamente como gasto mínimo em educação, o que também há de ser aferido segundo sua conformidade com a máxima efi cácia dos princípios do art. 206 da Constituição de 1988 e das metas e estratégias da Lei 13.005/2014.

Levar o direito à educação a sério, como bem diria Ronald Dworkin, é interpretá-lo sistemicamente em um ordenamento hígido e íntegro que impõe obrigações substantivas a serem asseguradas mediante um dever procedimental de gasto mínimo nas ações de manutenção e desenvolvimento do ensino.

Neste aniversário de um ano de PNE, precisamos levar a sério suas metas até para que possamos aprender, com consistência, a gastar bem os recursos estatais vertidos há tantas décadas, em regime de piso constitucional, para a educação pública brasileira.

Assim e somente assim será factível, em 2023, cumprir a promessa histórica de alcançarmos patamares de desempenho e qualidade de ensino dignos de aprovação (nota média 6 em 10)! Quimera? Certamente não. Como dissemos desde o início, este é um processo civilizatório que não pode mais ser postergado. (Vide referências bibliográ� cas - pág.23)

Múltiplos Olhares sobre a EducaçãoNesta sessão, apresentamos exemplos de experiências e iniciativas educacionais inovadoras, disruptivas, criativas e alternativas que estão sendo desenvolvidas, fortalecidas e divulgadas no Brasil e especialmente no Estado do Rio de Janeiro para ressignifi car1 a Educação e os processos de ensino.

Acreditamos que é necessário exercitar o olhar de estranhamento sobre os paradigmas da educação, atribuir novos signifi cados aos modelos tradicionalmente instituídos, refl etir sobre o papel do professor, do aluno e do sistema educacional, pesquisar novas referências e nos assumirmos como eternos aprendentes.2

A Educação é um processo cultural dinâmico que permite ao indivíduo desenvolver competências e habilidades relevantes para o seu desenvolvimento humano e participação social. Mas para tal, ela precisa ser valorizada, defendida como um direito e compreendida como oportunidade de reconstrução ou afi rmação de sentidos. Portanto, buscar múltiplos olhares sobre a Educação é dar uma nova chance à Educação Básica de qualidade. Na página “Múltiplos Olhares sobre a Educação” do Portal do CAO Educação também é possível conhecer essas dicas e experiências que estamos mapeando. Acesse http://www.mprj.mp.br/educacao 1 BUENO, Erika de Souza. Ressignifi cando: A habilidade de reinterpretar fatos (13/06/2011) 2 Na Psicopedagogia, o conceito aprendente/ensinante diz respeito a posicionamentos subjetivos/objetivos singulares, frente ao conhecimento, atuantes, simultaneamente, em todos os vínculos e em cada integrante dos vínculos: quer seja aluno-professor, pai-fi lho, esposo-esposa e outros, ultrapassando, portanto, o âmbito escolar (FERNÁNDEZ, 2001).

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Reconhecimento Público de Olho nos Planos

(Fonte: http://www.deolhonosplanos.org.br/)

A iniciativa tem os objetivos de estimular e valorizar experiências participativas na elaboração ou revisão de Planos de Educação, mobilizar a construção de estratégias para o monitoramento participativo desses planos e apoiar o registro e a sistematização de casos e de propostas para o monitoramento dos Planos de Educação, além de divulgar experiências reais de participação, a partir da refl exão dos sujeitos envolvidos, destacando aprendizados, tensões e desafi os, que possam inspirar, incentivar e aprimorar demais experiências participativas no campo educacional.Após as inscrições, que encerram no dia 4 de outubro de 2015, o processo de formação à distância e a análise das experiências e propostas sistematizadas, será feita uma  divulgação nacional  dos casos selecionados.Fonte: http://www.deolhonosplanos.org.br/reconhecimentopublico/

Como a cidade que mais cresce no Brasil consegue

combater as defasagens de aprendizado e o atraso

escolar

(Foto: Revista Escola Pública)

Com planejamento pedagógico, Rio das Ostras (RJ) obtém bons resultados com alunos vindos de realidades distintas que chegam todos os anos na rede de ensino.Para elevar a profi ciência e reduzir a distorção entre idade e ano de escolaridade na rede, a Secretaria de Educação lançou o Programa Municipal de Correção de Fluxo Escolar. O projeto foi implementado em três escolas com altos índices de atraso, no início de 2014, para atender 225 alunos com no mínimo dois anos de defasagem escolar. Em turmas específi cas de correção de fl uxo, os estudantes têm aulas diferenciadas, que priorizam ações pedagógicas dinâmicas, como jogos pedagógicos, atividades em laboratórios de informática e projetos em grupo.Fonte: Revista Escola Pública http://revistaescolapublica.com.br/textos/45/crescimento-aceleradocom-planejamento-pedagogico-a-cidade-que-mais-cresce-no-355811-1.asp

10 escolas que estão transformando suas

realidades

Fonte: Fonte: http://escolastransformadoras.com.br/br/)

Qual é o papel da escola dentro de uma sociedade transformadora? Buscando apoiar e conectar experiências de todo o país que contribuem na formação de crianças e jovens com potencial de transformação social, a Ashoka e o Instituto Alana reconheceram dez  Escolas Transformadoras  para integrarem uma comunidade global de aprendizagem. Lançada na última quarta-feira (16/9), em São Paulo, a iniciativa pretende mapear e dar visibilidade para essas instituições, incentivando trocas entre elas.No Estado do Rio de Janeiro, a Escola Municipal Acliméa do Nascimento (Teresópolis, RJ), que oferece Ensino Fundamental, foi indicada como referência.Fonte: Site Porvir http://porvir.org/10-escolas-estao-transformando-suas-realidades/

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22 Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Colégio Chico Anysio estimula jovens a criarem

ações para a comunidade escolar

(Foto: Portal Educação Integral)

No Projeto de Intervenção e Pesquisa (PIP), uma das frentes mantidas pelo núcleo articulador desta escola localizada no bairro da Tijuca – Rio de Janeiro/RJ, todos os 250 alunos da instituição são incentivados a criarem ações em prol da comunidade escolar. Os estudantes cumprem uma jornada de tempo integral, das 7h às 17h. Para a instituição, é fundamental que os jovens saibam de seus espaços participativos e os ocupem, aprendendo, inclusive, a administrar as suas próprias regras de convivência.Fonte: http://educacaointegral.org.br/experiencias/colegio-chico-anysio-estimula-jovens-criarem-acoes-para-comunidade-escolar/

Escola com 50 alunos em Paraty (RJ) aboliu

disciplinas e provas há um ano

(Foto: Portal Folha de São Paulo)

Todos os alunos da escola pertencem a um único ciclo, que corresponde ao 1º a 5º ano do ensino fundamental. Elas são divididas de acordo com a intenção pedagógica, seja por afi nidade de conhecimentos, por maturidade, por idade ou por projetos.E, por mais que não haja provas e notas, os alunos são avaliados diariamente. Existe uma base interna para acompanhar os Parâmetros Curriculares Nacionais.A escola ainda propõe a diversidade. Metade das vagas é destinada a bolsistas. Fonte: Portal Folha de São Paulohttp://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/05/1624083-escola-com-50-alunos-em-paraty-rj-aboliu-disciplinas-e-provas-ha-um-ano.shtml

Agradecimento

O que é paz para você? Esperamos que esta publicação tenha trazido valiosa contribuição para seus estudos e aprofundamentos na área de Educação.

Até a próxima edição em 2016!

Centro de Apoio Operacional de Apoio às Promotorias de Proteção à

Educação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

Vitória Gabrielli – Turma 603Escola Municipal Professora Jupira Ferreira CorreaMagé/ RJ

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23Revista CAO EducaçãoAno I - Nº 01

Referências Bibliográfi cas

1 Texto publicado originalmente na Revista Eletrônica Consultor Jurídico (CONJUR), em 25/06/2015.

2 Procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, Pós-Doutora em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ) e doutora em Direito Administrativo pela UFMG.

3 Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon). Formado em Direito, Economia e Administração, com pós-graduação em Direito Administrativo e Constitucional. Foi Auditor de Contas Públicas e Auditor Substituto de Conselheiro do TCE-PE, onde assumiu, em 2005, o cargo de Conselheiro, na vaga reservada ao Auditor. É professor de Direito Financeiro da Escola de Contas Públicas.

4 Desde a Constituição da República de 1934.

5 Conforme o art. 212 da CF/1988, 25% (vinte e cinco por cento) das receitas de impostos e transferências para Estados, Distrito Federal e Municípios e 18% (dezoito por cento) para a União.

6 Sem prejuízo do complexo debate sobre o custo aluno qualidade, que fi xará os padrões mínimos nacionais de qualidade no ensino e os indicadores de gasto educacional necessários ao seu cumprimento (cujo debate se alonga em demasia, como se lê em http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,entidades-cobram-mec-por-demora-para-defi nir-aumento-de-gastos-por-aluno,1709229 – acesso em 25/06/2015), é possível – mesmo sem tal critério, abordar o dever de aplicação efi ciente e materialmente adequada dos patamares de gasto mínimo em educação, como se lê no artigo publicado pelo Conselheiro Dimas Eduardo Ramalho e pela Procuradora do Ministério Público de Contas Élida Graziane Pinto em http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/o-gasto-pode-ate-ser-minimo-a-qualidade-da-educacao-nao/ (acesso em 22/06/2015).

7 Como se lê, por exemplo, em http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/06/24/apos-um-ano-em-vigor-ministro-da-educacao-minimiza-fracasso-do-pne.htm, http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/06/24/sem-dinheiro-nao-da-para-colocar-o-plano-em-pratica-diz-daniel-cara.htm e http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,mec-diz-que-so-4-estados-tem-plano-de-educacao,1712165 (acesso em 25/06/2015).

8 Sobre isso não divergimos, de modo que é realmente necessária a busca por sua ampliação em porcentual do PIB, a ser alcançado na forma do art. 214, VI da CR/1988 e da meta 20 do PNE.

9 O risco é de que permaneçam fora da escola ainda em 2016 mais de 2 milhões de crianças e adolescentes na idade de 4 a 17 anos, como se pode ver nas seguintes notícias acessadas em 22/06/2015: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/01/1572062-pais-deve-descumprir-meta-de-matricular-todos-os-jovens-ate-2016.shtml e http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-03-06/brasil-tem-36-milhoes-de-criancas-e-adolescentes-fora-da-ecola-em-2011.html

10 Alguns exemplos de atuação preventiva da Atricon, de Tribunais de Contas e de diversas parcerias entre o Ministério Público de Contas (notadamente nos estados de SP, MG e PR) com o MPF e os respectivos MP’s estaduais, sobretudo, em busca da universalização de acesso ao ensino infantil pré-escolar, podem ser lidos nos seguintes endereços: http://www.atricon.org.br/imprensa/destaque/atricon-recomenda-aos-tcs-acoes-em-defesa-do-pne/, http://www4.tce.pe.gov.br/internet/index.php/noticias-2015/343-junho/3600-tce-faz-recomendacoes-sobre-planos-estadual-e-municipal-de-educacao, http://www1.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/administracao/gerenciador_de_conteudo/noticias/TCE-RS%20alerta%20Munic%EDpios%20sobre%20prazo%20para%20elabora%E7%E3o%20dos%20planos%20de%20educa%E7%E3o, http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/financiamento_educacao/TAC_contas_financiam_educacao/Of%C3%ADcio_Especial%20-%20GPGJ-SP-CAOC%C3%8DVEL_270813.pdf, http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/institucional/eventos-institucionais/encontros-regionais-dos-procuradores-dos-direitos-do-cidadao/2014/erpdc-3a-regiao/apresentacoes/educacao-mpcontas-elida-graziano, http://www.mpc.mg.gov.br/mpc-mpe-e-mpf-realizam-acao-conjunta-pela-universalizacao-da-educacao-infantil/ e http://www.mpc.pr.gov.br/mp-pr-mpc-e-mpf-alertam-prefeitos-sobre-prazo-para-a-apresentacao-dos-planos-municipais-de-educacao/ .

11 In verbis: “Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. [...] § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação. [...]”

12 Que assim dispõe: “o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fi m de viabilizar sua plena execução”;

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