revista brasil paraolímpico n° 29

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Agosto / Setembro de 2008 n29 Patrocinador oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro www.cpb.org.br Veja também: Guia do Torcedor Pequim 2008 Tudo sobre os Jogos Paraolímpicos

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Edição número 29 da revista oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB.

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Page 1: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

Agosto / Setembro de 2008n29

Patrocinador oficial do Comitê ParaolímpicoBrasileiro

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Veja também: Guia do Torcedor

Pequim 2008Tudo sobre os Jogos Paraolímpicos

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Prezados amigos,

Chegou a hora. É o momento do ajuste final, do detalhe. Momento de respirar fundo e iniciar a jornada que consiste nos Jogos Paraolímpicos de Pequim 2008. Mesmo antes de chegarmos a terras chinesas temos um sentimento de dever cumprido. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para proporcionar uma preparação de alto nível aos nossos atletas. O esforço foi gran-de. Praticamente dobramos o número de atletas em nossa delegação em relação a Atenas 2004, mas os recursos humanos e financeiros do CPB permaneceram praticamente os mesmos.

Neste momento é importante termos a di-mensão exata do que podem representar estes Jogos. Se Atenas proporcionou uma mudança enorme no que diz respeito ao conhecimento da sociedade brasileira em relação ao Movimento Paraolímpico, Pequim pode representar muito mais. Pode ser a consolidação definitiva do es-porte paraolímpico em nosso País, e colocá-lo num patamar jamais imaginado. Além de toda a operação esportiva, o Comitê Paraolímpico Bra-sileiro repetirá a estratégia vencedora de comu-nicação de quatro anos atrás.

Os Jogos de Pequim serão transmitidos ao vivo e diversos veículos de comunicação farão a cober-tura jornalística do evento. Toda essa operação será capitaneada pelo CPB. Não temos nenhuma dúvida de que a campanha em Pequim será vito-riosa, então tal investimento é, na verdade, um justo reconhecimento a esses atletas que treinam duro para representar as cores verde e amarela. Afinal, todo o País saberá em tempo real das con-quistas dos atletas paraolímpicos brasileiros.

Para quem estará na capital chi-nesa ou torcerá a distância, esta edição da Brasil Paraolímpico traz um guia com informações úteis para acompanhar a participação brasileira nos Jogos Paraolímpicos de Pequim 2008. Desde os destaques da nossa delegação até curiosidades da China, passando por um pouco de sua história milenar, essa revista que você começa a folhear agora é o ponto de partida ideal para essa viagem que começa no Brasil e termina nos pódios do outro lado do mundo.

A torcida de cada um de nós é muito impor-tante para inspirar nossos atletas. Para que eles sintam, não o peso da responsabilidade, mas or-gulho por representar esse País. Para que, mes-mo do outro lado do mundo, sintam a pulsação dos milhões de corações brasileiros vibrando por suas vitórias, lamentando eventuais derrotas e prendendo a respiração nos momentos decisi-vos. Naquele instante em que o tempo parece não passar, em que todo o mundo pára antes do lance decisivo, do tiro de partida, do gol, do golpe final, da nota do juiz. Aquele momento que antecede a explosão de alegria, a lágrima da emoção ou a espera por mais quatro anos.

Esse frio no estômago é normal. E é o mais gostoso dessa viagem. Aperte o cinto, que ela já começou.

Boa leitura!

Vital Severino Neto Presidente do Comitê

Paraolímpico Brasileiro

Chegou a hora

02 Tirinha da Turma da Mônica e caricaturas de Saulo Cruz

03 Guia doS JoGoS 04 Modalidades 18 Locais de Competição 22 Algumas apostas do Brasil30 Dúvidas sobre o uso de medicamentos no esporte

32 Calendário das Competições

33 Retrospectiva dos jogos

34 Guia do Torcedor35 Clima, Compras e Cultura

37 Economia

38 Entreterimento

40 Esporte

41 Gastronomia

42 Geografia e História

43 Saúde, Segurança e Informações úteis

46 Vocabulário

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Turma da Mônica

Delegação brasileira rumo a Pequim.

Divirta-se!

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Por: Camila Benn

A cada quatro anos o mundo volta seu mais contemplativo olhar para a beleza da performance do esporte de alto rendimento. Apesar da origem mais recente,

os Jogos Paraolímpicos compartilham do ideal de celebrar a paz entre as nações.

A tecnologia trouxe um inegável im-pacto para o esporte. A China utiliza todas as facilidades possíveis para promover esta

que certamente será a maior Paraolimpíada da história. A cidade milenar promoveu uma verdadeira revolução para receber milhares de turistas, cerca de 4 mil atletas e as co-missões técnicas de mais de 140 países.

Nesta edição especial da Revista Bra-sil Paraolímpico, dividida em duas par-tes, você mergulhará no universo dos Jogos Paraolímpicos. Apresentamos no guia dos Jogos informações sobre as mo-dalidades, classificação funcional, perfil de alguns dos principais atletas brasi-

leiros, o calendário de competições e os belíssimos locais de prova.

Um guia do torcedor foi elaborado com interessantes informações sobre o país-sede dos Jogos Paraolímpicos. Neste guia podem ser encontradas dicas sobre clima, compras, cultura, economia, en-tretenimento, história e até um pequeno dicionário com as principais frases em mandarim. Dicas preciosas para os que vão; um gostinho do mais populoso país do mundo para os que ficam.

Brasil Paraolímpico veste as cores de Pequim

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AtletismoDesde os Jogos de Roma, em 1960, o

atletismo faz parte oficialmente do espor-te paraolímpico. As primeiras medalhas do Brasil em Paraolimpíadas na modalidade vieram em 1984, em Nova Iorque e em Stoke Mandeville, Inglaterra. Nos Estados Unidos foram conquistadas seis medalhas: uma de ouro, três de prata e duas de bron-ze. Na cidade inglesa, o Brasil obteve cin-co medalhas de ouro, nove de prata e uma de bronze. Em Seul (1988), mais três de ouro, oito de prata e quatro de bronze. Na Paraolimpíada de Barcelona, em 1992, os

competidores trouxeram três medalhas de ouro e uma de bronze. Em Atlanta (1996), o Brasil conquistou cinco medalhas de pra-ta e seis de bronze. Em Sydney (2000) fo-ram quatro de ouro, quatro de prata e uma de bronze. Mas foi em Atenas, em 2004, que o atletismo brasileiro mostrou sua for-ça: 16 medalhas no total, sendo cinco de ouro. Nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro (2007) o Brasil terminou em primeiro lugar geral, com 25 medalhas de ouro, 27 de prata e 21 de bronze, tota-lizando 73 medalhas na modalidade.

Atletas com deficiência física e visual, de

ambos os sexos, podem praticar a modalida-de. As provas são de acordo com a deficiência dos competidores, divididas entre corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas pro-vas de pista (corridas), dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia, que cor-re ao seu lado ligado por uma cordinha. Ele tem a função de direcionar o atleta, mas não deve puxá-lo, sob pena de desclassificação. As competições seguem as regras da Federa-ção Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas adaptações para o uso de próteses, cadeira de rodas ou guia, mas sem oferecer vantagem em relação aos seus adversários. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.

ClassifiCação

Para provas de campo - arremesso, lançamentos e saltos

F – Field (campo)• F11 a F13: deficientes visuais

• F20 – deficientes mentais

• F31 a F38: paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)

• F40: anões

• F41 a F46: amputados e Les autres

• F51 a F58: Competem em cadei-ras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)

Para provas de pista - corridas de velo-cidade e fundo

T – track (pista)• T11 a T13: deficientes visuais

• T20 – deficientes mentais

• T31 a T38: paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)

• T41 a T46: amputados e les autres

• T51 a T54: Competem em cadei-ras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)

Modalidades

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oBS: A classificação é a mesma para ambos os sexos. Entretanto, os pesos dos imple-mentos utilizados no arremesso de peso e nos lançamentos de dardo e disco variam de acordo com a classe de cada atleta.

Basquetebol em Cadeira de Rodas

O basquete em cadeira de rodas come-çou a ser praticado nos Estados Unidos, em 1945. Os jogadores eram ex-soldados do exército norte-americano feridos durante a 2ª Guerra Mundial. A modalidade é uma das poucas que esteve presente em todas as edições dos Jogos Paraolímpicos. As mu-lheres disputaram a primeira Paraolimpíada em Tel Aviv, no ano de 1968. O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modali-dade paraolímpica a ser praticada no Brasil, em 1958. Os principais responsáveis pelos primeiros passos foram Sérgio del Grande e Robson Sampaio. Nos II Jogos Parapan-americanos, em Mar Del Plata, em 2003, a seleção brasileira masculina conquistou uma vaga para Atenas 2004 retornando a uma edição de Jogos Paraolímpicos após 16 anos de ausência. Já a seleção femini-na participou apenas dos Jogos de Atlanta

1996. No Parapan do Rio de Janeiro, em 2007, o Brasil conquistou o 4º lugar no fe-minino e o 3º no masculino.

A modalidade é praticada por atletas de ambos os sexos que tenham alguma defici-ência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previs-to na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC).

ClassifiCação

Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a es-cala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Para facilitar a classificação e participação dos atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas classes in-termediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. O número má-ximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor a classe.

BochaA bocha estreou no programa para-

olímpico oficial em 1984 na cidade de Nova Iorque, com disputas individuais no feminino e masculino. Em Atlanta (1996), foi incluído o jogo de duplas. A primeira medalha paraolímpica brasileira veio no Lawn Bowls, um tipo de bocha na grama. Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” ganharam uma prata em 1972, nos Jogos de Heidelberg, Alemanha.

Competem na bocha paraolímpica, pa-ralisados cerebrais severos que utilizem cadeira de rodas. O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto possí-vel de uma bola branca chamada de “jack” (conhecida no Brasil como “bolim”). É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o esporte: individual, du-plas ou equipes.

Antes de começar a partida, o árbitro tira na moeda (cara ou coroa) o direito de escolher se quer competir com as bo-las de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolhe as vermelhas inicia a dispu-ta, jogando primeiro o “jack” e uma bola vermelha. Depois é a vez da bola azul entrar em ação. A partir de então, os adversários se revezam a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o mais perto possível do “jack”. As parti-das ocorrem em quadras cobertas, planas e com demarcações no piso. A área do jogo mede 6m de largura por 12,5m de comprimento.

Para ganhar um ponto, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do “jack”.

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Caso este mesmo jogador tenha colocado outras esferas mais próximas do alvo, cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à mesma distância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence quem acumula a maior pontuação.

As partidas são divididas em “ends”, que só terminam após todas as bolas se-rem lançadas. Um limite de tempo é esta-belecido por “end”, de acordo com o tipo de disputa. A contagem começa quando o árbitro indica quem fará o lance até quando a bola pára. Nas competições in-dividuais, são quatro “ends” e os atletas jogam seis esferas em cada um deles. Nas duplas, os confrontos têm quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por período. Quando a disputa é por trios, seis “ends” compõem as partidas. Neste caso, todos os jogadores têm direito a duas esferas por parte do jogo.

No Brasil, a bocha é administrada pela Associação Nacional de Desporto para De-ficientes (ANDE).

ClassifiCação

Os jogadores podem ser classificados em quatro classes:

• Bc1: Tanto para arremessadores CP1 como para jogadores CP2. Atle-tas podem competir com o auxílio de ajudantes, que devem permane-cer fora da área de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabili-zar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido.

• Bc2: Para todos os arremessadores CP2. Os jogadores não podem rece-ber assistência.

• Bc3: Para jogadores com deficiências muito severas. Os jogadores usam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados por uma pessoa, que deve permanecer na área de jogo do atleta mas deve se manter de costas para os juízes e evitar olhar para o jogo.

• Bc4: Para jogadores com outras deficiências severas, mas que não podem receber auxílio.

CiclismoO ciclismo começou na década de 80,

quando somente deficientes visuais com-petiam. A Paraolimpíada de Nova Iorque (1984) marcou por ser a primeira com atletas paralisados cerebrais, amputados e deficientes visuais. Em Seul (1988), o ciclismo de estrada entrou no programa oficial de disputas. A partir de Atlanta (1996), cada tipo de deficiência passou a ser avaliado de forma específica. Nesta competição foram incluídas provas de ve-lódromo. Em Sydney (2000), o handcycling (ciclismo com as mãos) teve provas de exi-bição.

Quase 10 anos depois o Brasil estreou nos Jogos Paraolímpicos, em Barcelona (1992), com Rivaldo Gonçalves Martins. Dois anos de-pois, na Bélgica, o mesmo ciclista, amputado da perna com prótese, conquistou o título de campeão mundial na prova de contra-re-lógio. Nos Jogos Parapan-Americanos de Mar del Plata, em 2003, o País trouxe duas me-dalhas de ouro com Rivaldo (contra-relógio e estrada) e uma prata com Roberto Carlos Sil-va (contra-relógio). No Parapan-Americano de Cali (Colômbia), em 2007, o brasileiro Soelito Ghor conquistou ouro nos 4 km da prova de perseguição individual (CL1).

Paralisados cerebrais, deficientes vi-suais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes), de ambos os sexos, compe-tem no ciclismo. Existem duas maneiras de ser praticada: individual ou em equipe. As regras seguem as da União Internacional de Ciclismo (UCI), mas com pequenas al-terações relativas à segurança e classifi-cação dos atletas. As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos para paralisados cerebrais, segundo o grau de lesão. O ciclista cego compete em uma bi-cicleta dupla – conhecida como “tandem” – com um guia no banco da frente dando a direção. Para os cadeirantes, a bicicleta é “pedalada” com as mãos: é o handcycling. As provas são de velódromo, estrada e contra-relógio.

No velódromo, as bicicletas não têm marchas e a competição acontece em uma pista oval que varia entre 250 e 325 me-tros de extensão. Velocidade em todas as provas é fundamental. Na estrada, os ci-clistas de cada categoria largam ao mesmo tempo. As competições são as mais longas da modalidade, com até 120 km de per-curso. As disputas contra-relógio exigem mais velocidade que resistência. Os atletas largam de um em um minuto, pedalando

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contra o tempo. Nesta prova a posição dos ciclistas na pista não diz, necessariamen-te, a colocação real em que se encontram, pois tudo depende do tempo.

No Brasil, a modalidade é administrada organizada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).

ClassifiCação

Lc - Locomotor cycling (Pessoas com dificuldade de locomoção)

• Lc1: Atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência, normal-mente nos membros superiores.

• Lc2: Atletas com prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.

• Lc3: Atletas que pedalam com ape-nas uma perna e não podem utilizar próteses.

• Lc4: Atletas com maior grau de defi-ciência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.

Tandem - Para ciclistas com deficiên-cia visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e no banco de trás o

atleta com deficiência visual.

Handbike - Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsiona-da com as mãos.

Futebol de CincoExistem relatos que no Brasil, na dé-

cada de 50, cegos jogavam futebol com latas. Em 1978, nas Olimpíadas das APAEs, em Natal, aconteceu o primeiro campeo-nato de futebol com jogadores deficien-tes visuais. A primeira Copa Brasil foi em 1984, na capital paulista. Das quatro edições da Copa América, os brasileiros trouxeram três ouros: em 1997, na capital paraguaia Assunção; em 2001, na cidade paulista de Paulínia; e em 2003, na capital colombiana de Bogotá – título que garan-tiu a presença da seleção em Atenas. Em Buenos Aires, em 1999, na Copa América, os brasileiros ganharam dos argentinos.

Em 1998, o Brasil sediou o primeiro Mundial de futebol e levou o título. Dois anos depois, em Jerez De La Frontera, na Espanha, a seleção se sagrou campeã no-vamente. Em Atenas (2004) a seleção mas-culina do Brasil estreou nos Jogos Parao-límpicos, e conquistou a medalha de ouro

numa vitória sobre a Argentina por 3 a 2 nos pênaltis. No Parapan do Rio de Janeiro, em 2007, o Brasil ficou em primeiro lugar.

O futebol de cinco é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. As partidas normalmente são em uma quadra de fut-sal adaptada, mas desde os Jogos Para-olímpicos de Atenas também vem sendo praticado em campos de grama sintética. O goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições oficiais da FIFA nos últimos cinco anos. Junto às li-nhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Diferente dos estádios com a torcida gritando, as par-tidas de futebol de cinco são silenciosas, em locais sem eco. A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só pode se mani-festar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e se tocá-la é falta. Com cinco infrações o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o “chamador”, que fica atrás do gol, para orientar os jo-gadores, dizendo onde devem se posicio-nar em campo e para onde devem chutar.

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O jogo tem dois tempos de 25 minutos cada e um intervalo de 10 minutos. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Deportos para Cegos (CBDC).

ClassifiCação

Em Jogos Paraolímpicos, esta modalidade é exclusivamente praticada por atletas da classe B1 (cegos totais) que não têm nenhuma per-cepção luminosa em ambos os olhos; ou têm percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.

Futebol de SeteEm 1978 surgiu o futebol de 7 para

paralisados cerebrais. Foi na cidade de Edimburgo, na Escócia, que aconteceram as primeiras partidas. A primeira Parao-limpíada em que a modalidade esteve presente foi em Nova Iorque, em 1984. Em Barcelona (1992), o Brasil estreou nos Jogos Paraolímpicos e ficou em sexto lu-

gar. Na Paraolimpíada de Atlanta (1996), a seleção brasileira ficou em penúltimo lugar na classificação geral. Quatro anos depois, em Sidney, virou o jogo e con-quistou o terceiro lugar geral. Nos Jogos Paraolímpicos de Atenas (2004), o Brasil se superou mais uma vez e conquistou a medalha de prata, deixando para trás po-tências como a Rússia, Estados Unidos e Argentina.

O futebol de sete é praticado por atletas do sexo masculino, com parali-sia cerebral, decorrente de seqüelas de traumatismo crânio-encefálico ou aci-dentes vasculares cerebrais. As regras são da FIFA, mas com algumas adapta-ções feitas pela Associação Internacio-nal de Esporte e Recreação para Para-lisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol. Cada time tem sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas. A partida dura

60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com um intervalo de 15 minu-tos. Não existe regra para impedimento e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. Os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral e não usam cadeira de rodas. No Brasil, a modalidade é administrada pela Associa-ção Nacional de Desporto para Deficien-tes (ANDE).

ClassifiCação

Os jogadores são distribuídos em clas-ses de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento. Novamente, vale a regra de quanto maior a classe, menor o comprometimento físico do atleta. Duran-te a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (me-nos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor.

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GoalballO goalball foi criado em 1946 pelo aus-

tríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Rein-dle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. Nos Jogos de Toronto (1976) sete equipes masculinas apresen-taram a modalidade aos presentes. Dois anos depois teve o primeiro Campeonato Mundial de Goalball, na Áustria. Em 1980 na Paraolimpíada de Arnhem, o esporte passou a integrar o programa paraolím-pico. Em 1982, a Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA) começou a gerenciar a modalidade. As mulheres en-traram para o goalball nas Paraolimpíadas de Nova Iorque, em 1984.

A modalidade foi implementada no Brasil em 1985. Inicialmente, o Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI) e a Associação de Deficientes Visuais do Pa-raná (ADEVIPAR) realizaram as primeiras partidas. O primeiro campeonato brasi-leiro de Goalball foi realizado em 1987. A seleção brasileira masculina conquis-tou uma medalha de prata no Parapan de Buenos Aires, em 1995. Na Carolina do Sul, em 2001, as mulheres conquis-taram o bronze no Parapan-Americano, enquanto a seleção masculina ficou com o quarto lugar. Em 2003, as atletas bra-sileiras foram vice-campeãs no Mundial da IBSA, disputado em Quebec, no Ca-nadá. Com isso, o Brasil se classificou para uma edição dos Jogos Paraolímpi-cos pela primeira vez. Em Pequim será a estréia da seleção masculina em uma Paraolimpíada.

Ao contrário de outras modalidades paraolímpicas, o goalball foi desenvolvi-do exclusivamente para pessoas com de-ficiência – neste caso a visual. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimen-to). As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três re-servas. De cada lado da quadra tem um gol com nove metros de largura e 1,2 de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo,

arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária.

A bola possui um guizo em seu in-terior que emite sons – existem furos que permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O Goalball é um esporte baseado nas per-cepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg. Sua cor é alaranjada e é mais ou menos do ta-manho da de basquete. Hoje o goalball é praticado em 112 países nos cinco con-tinentes. No Brasil, a modalidade é ad-ministrada pela Confederação Brasileira de Deportos para Cegos (CBDC).

ClassifiCação

Nesta modalidade os atletas defi-cientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui também vale

a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o grau da deficiên-cia. Todas as classificações são realizadas através da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, inclusive das classes B2 e B3 (com visão parcial), uti-lizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em con-dições de igualdade.

• B1: Cego total: de nenhuma percep-ção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com in-capacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.

• B2: Lutadores que já têm a percep-ção de vultos. Da capacidade em re-conhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.

• B3: Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.

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Halterofilismo O halterofilismo apareceu pela primeira

vez em uma Paraolimpíada, em 1964, em Tóquio. A deficiência dos atletas era exclu-sivamente lesão da coluna vertebral. Até os Jogos de Atlanta (1996), somente os ho-mens competiam. Quatro anos depois, em Sydney, as mulheres entraram de vez para a modalidade. Atualmente 109 países pos-suem halterofilistas paraolímpicos.

O Brasil estreou nos Jogos de Atlanta, com o atleta Marcelo Motta. Em Sydney (2000), Alexander Whitaker, João Euzébio e Terezinha Mulato competiram. Três anos depois, no Pan-Americano de Oklahoma, Estados Unidos, Marcelo Motta conquistou medalha de ouro, e um novo recorde das Américas na categoria até 60kg. João Eu-zébio (até 82,5kg) e Terezinha Mulato (até 60kg) ganharam prata e Walmir de Souza (até 75kg) ficou com o bronze. Em Atenas, Whitaker e Euzébio ficaram em 4º e 12º lu-gar, respectivamente.

No halterofilismo os atletas permane-cem deitados em um banco, e executam um movimento conhecido como supino. A pro-va começa no momento em que a barra de apoio é retirada – com ou sem a ajuda do auxiliar central – deixando o braço total-mente estendido. O atleta flexiona o braço descendo a barra até a altura do peito. Em

seguida, elevam-na até a posição inicial, finalizando o movimento. Hoje, competem atletas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. As catego-rias são subdivididas pelo peso corporal de cada um. São dez categorias femininas e dez masculinas. O atleta pode realizar o movimento três vezes, o maior peso é vali-dado. Os árbitros ficam atentos a execução contínua do movimento e a parada nítida da barra no peito. No Brasil, a modalida-de é organizada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro através da Coordenação de Hal-

terofilismo, atualmente ocupada pelo Prof. Antônio Augusto Ferreira Júnior.

ClassifiCação

É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. São eligí-veis para competir atletas amputados, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos coto-velos para realizar um movimento válido de acordo com as regras.

HipismoA estréia paraolímpica do hipismo foi

nos Jogos de Nova Iorque, em 1984. Três anos depois foi realizado o primeiro Mun-dial, na Suécia. Mas a modalidade preci-sava se desenvolver quantitativamente ainda, e só voltou ao programa oficial na Paraolimpíada de Sydney (2000). A única disciplina do Hipismo do Programa Parao-límpico é o Adestramento.

Em março de 2002, nasceu o hipismo paraolímpico nacional a partir de um curso promovido pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Ainda neste ano ocorreram as primeiras provas-treino, com a partici-

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pação de competidores do Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.

Em julho de 2003 teve o primeiro Cam-peonato Brasileiro, em Ibiúna. Participa-ram nove atletas dos três estados pioneiros na modalidade. Em agosto Ibiúna sediou a Primeira Copa Sul-americana. No mesmo ano, os cavaleiros Natalie Goutglass e Da-niel Loeb participaram pela primeira vez de uma competição paraolímpica internacio-nal, o Mundial de Moorsele, Bélgica. Ain-da em 2003, no Parapan de Mar del Plata, Marcos Fernandes Alves (o Joca) garantiu a primeira vaga do País numa Paraolimpía-da com duas medalhas de ouro, uma no es-tilo livre e outra na prova individual. Nos Jogos de Atenas (2004), o Brasil fez uma boa participação com o cavaleiro Marcos Fernandes Alves, mas o melhor ainda está por vir. Em Pequim, pela primeira vez o Brasil vai competir com uma equipe com-pleta nas paraolimpíadas, contando com a presença de Sérgio Oliva atual campeão da modalidade.

O hipismo paraolímpico é praticado por atletas com vários tipos de deficiên-cia, em cerca de 40 países. A competição de Hipismo é mistas, ou seja, cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas. Outra característica da modalidade é que não só os competidores recebem me-dalhas, mas os cavalos também. No Brasil, o hipismo é organizado pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).

ClassifiCação

Existem quatro classificações para os cavaleiros:

• classe i: Predominantemente cadei-rantes com pouco equilíbrio do tron-co e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funciona-mento dos membros superiores.

• classe ii: Predominantemente ca-deirantes ou aqueles com severa de-bilitação envolvendo o tronco e de leve a bom equilíbrio do tronco ou severa debilitação unilateral.

• classe iii: Predominantemente ca-

paz de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral. Po-dem requerer o uso de cadeira de ro-das para longas distâncias ou devido à pouca força. Atletas que têm total perda de vista em ambos olhos.

• classe iV: Debilitação de um ou mais membros ou algum grau de de-ficiência visual.

JudôA arte marcial foi a primeira modalida-

de de origem asiática a entrar no programa paraolímpico. Desde a década de 70 já se praticava a modalidade. A estréia em Para-olimpíadas foi em 1988, em Seul. Na épo-ca, só lutaram os homens com deficiência visual. E assim foi em Barcelona, Atlanta e Sydney. Em Atenas (2004) marcam a en-trada das mulheres nos tatames paraolím-picos. A entidade responsável pelo esporte é a Federação Internacional de Esportes para Cegos, fundada em Paris, em 1981.

Assim como em todo o mundo, a dé-cada de 70 marcou o princípio do judô no Brasil. Em 1987, os judocas brasileiros participaram pela primeira vez de uma competição internacional, o Torneio de Paris. Desde quando a modalidade passou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos, o País demonstra ser uma das maiores po-

tências do planeta. Em Seul (1988), Jai-me de Oliveira (categoria até 60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram a medalha de bronze. Com esses resultados, o judô pas-sou a ser a quarta modalidade brasileira a subir no pódio paraolímpico. Atlanta (1996) teve um significado especial: o Brasil conquistou pela primeira vez a me-dalha de ouro com o judoca Antônio Te-nório da Silva, na categoria até 86kg. Em Sydney, Tenório foi novamente campeão paraolímpico, desta vez na categoria até 90kg. As mulheres não ficam atrás. Karla Cardoso (até 48kg), conquistou no Mun-dial da IBSA, em 2003, a vaga de Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze e também carimbou seu passapor-te para a Grécia. Em Atenas os brasileiros brilharam mais uma vez, com a medalha de ouro de Antônio Tenório (até 100Kg), a prata de Eduardo Amaral (até 73 Kg), a prata de Karla Cardoso (até 48Kg) e o bronze de Daniele Silva (até 57Kg).

ClassifiCação

Nesta modalidade os atletas deficientes vi-suais das classes B1, B2 e B3, competem jun-tos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial.

• B1: Cego total de nenhuma percep-ção luminosa em ambos os olhos

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até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o for-mato de uma mão a qualquer dis-tância ou direção.

• B2: Lutadores que já têm a percep-ção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.

• B3: Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.

NataçãoA natação está presente no programa

oficial de competições desde a primeira Paraolimpíada em Roma (1960). Homens e mulheres sempre estiveram nas piscinas em busca de medalhas. O Brasil começou a brilhar em Stoke Mandeville (1984), quan-do conquistou um ouro, cinco pratas e um

bronze. Nos Jogos Paraolímpicos de Seul (1988), os atletas trouxeram um ouro, uma prata e sete bronzes. Em Barcelona (1992), a natação ganhou três bronzes. Em Atlanta (1996), o resultado foi exata-mente igual à de Seul. Os Jogos de Sydney foram marcados pelo excelente desempe-nho da natação, que trouxe um ouro, seis pratas e quatro bronzes para o Brasil. Em Atenas, o Brasil brilhou como nunca, fo-ram sete medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze. No Parapan do Rio de Janeiro (2007) o Brasil ficou em segundo lugar geral da modalidade, perdendo para o Canadá, mas ficando a frente dos Esta-dos Unidos. Foram 39 medalhas de ouro, 30 de prata e 29 de bronze.

Na natação competem atletas com to-dos os tipos de deficiência (física e visu-al) em provas como nos 50m aos 400m no estilo livre, dos 50m aos 100m nos esti-los peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. As

provas são divididas na categoria masculi-no e feminino, seguindo as regras do IPC Swimming, órgão responsável pela nata-ção no Comitê Paraolímpico Internacional. As adaptações, são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do “tapper”, por meio de um bastão com uma ponta de espuma, quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair do bloco. As ba-terias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência. No Brasil, a moda-lidade é administrada pelo Comitê Parao-límpico Brasileiro.

ClassifiCação

O atleta é submetido à equipe de clas-sificação, que procederá a análise de resí-duos musculares por meio de testes de for-ça muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale

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a regra de que quanto maior a deficiência, menor o número da classe. As classes sem-pre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).

• S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10: nadadores com limitações físico-motoras.

• S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13: nadado-res com deficiência visual (a clas-sificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco).

• S14, SB14, SM14: nadadores com deficiência mental.

Tênis em Cadeira de Rodas

O tênis em cadeira de rodas foi cria-do em 1976, nos Estados Unidos, por Jeff Minnenbraker e Brad Parks. Eles cons-truíram as primeiras cadeiras adaptadas para o jogo e difundiram em seu país. Em 1977 teve o primeiro torneio pioneiro, em Griffith Park, na Califórnia. O primeiro campeonato nacional nos EUA aconteceu em 1980. Oito anos depois, foi fundada a Federação Internacional de Tênis em Ca-deira de Rodas (IWTF).

Em 1988, a modalidade foi exibida nos Jogos Paraolímpicos de Seul. Em 1991, a entidade foi incorporada à Federação In-ternacional de Tênis (ITF), que hoje é a responsável pela administração, regras e desenvolvimento do esporte em nível glo-bal. Barcelona (1992), foi o marco para o tênis em cadeira de rodas, pois passou a valer medalhas. Desde então homens e mulheres disputam medalhas nas quadras em duplas ou individual.

O primeiro tenista brasileiro em ca-deira de rodas foi José Carlos Morais, em 1985. José Carlos conheceu o esporte quando foi à Inglaterra competir pela seleção nacional de Basquete em Cadei-ra de Rodas. O Brasil estreou nos Jogos Paraolímpicos, em Atlanta (1996), com Morais novamente como pioneiro e Fran-cisco Reis Junior. Na Paraolimpíadas de Atenas (2004), Mauricio Pommê e Carlos Santos, o Jordan, representaram o país.

ClassifiCação

O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido medicamente diagnosticada uma defi-ciência relacionada com a locomoção, em outras palavras, deve ter total ou substan-cial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo. Se como resultado des-sa limitação funcional a pessoa for inca-paz de participar de competições de tênis convencionais (para pessoas sem deficiên-cia física), deslocando-se na quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios de tênis para cadeirantes.

Tênis de MesaO tênis de mesa é um dos mais tradi-

cionais esportes paraolímpicos, disputado desde os Jogos de Roma tanto no mascu-lino quanto no feminino. Todas as edições dos Jogos Paraolímpicos tiveram disputas da modalidade. Com o passar dos anos, ocorreram algumas mudanças. Desde os Jogos de Roma (1960) até o Tel Aviv, em 1968, eram disputadas partidas no indivi-dual e em duplas. Em Heidelberg (1972) começaram as disputas por equipes. To-ronto (1976) e Arnhem (1980), só tiveram disputas de jogos simples e por equipe. O open entrou no calendário paraolímpi-co oficial nos Jogos de 1984 e em Seul (1988). Em Barcelona (1992), as disputas passaram a ser apenas no individual e por equipe. Já em Atenas, também teve dispu-ta de duplas.

A história do tênis de mesa no Brasil se confunde com a do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), pois a modalidade come-çou com a fundação do Comitê, em 1995. O país é representado nos Jogos Paraolím-picos desde Atlanta (1996). Os mesatenis-tas Francisco Eugênio Braga, Luiz Algacir e Maria Luiza Pereira foram os pioneiros na competição. Em Sydney (2000), participa-ram dos Jogos Anita Sutil, Carlo Di Franco (o Carluxo), Lucas Maciel e Luiz Algacir.

Em 2003 o CPB organizou o Parapan de Tênis de Mesa, em Brasília. Os mesatenis-tas Cristovam Jaques, Iranildo Espíndola, Ivanildo Freitas e Luiz Algacir carimbaram seus passaportes para Atenas ao vencer o torneio continental. A prata de Roberto

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Alves garantiu sua participação na Grécia. Entre os deficientes mentais, Lucas Maciel foi o representante brasileiro, cuja vaga veio com a oitava colocação no Mundial do México de 2003, que reunia atletas com esse tipo de deficiência. Nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007, o Brasil foi campeão geral da mo-dalidade com 26 medalhas, sendo 11 de ouro, sete de prata e oito de bronze.

No tênis de mesa participam atletas do sexo masculino e feminino com para-lisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre atletas andantes e cadeirantes. Os jogos podem ser individuais, em duplas ou por equipes. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é dis-putado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar o jogo. A ins-tituição responsável pela modalidade é a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF). Em relação ao tênis de mesa con-vencional existem apenas algumas dife-renças nas regras, como na hora do saque para a categoria cadeirante. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confedera-ção Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).

ClassifiCação

Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, me-nor é o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restri-ções locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.

• TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5: Atletas cadeirantes

• TT6, TT7, TT8, TT9, TT10: Atletas andantes

• TT11: Atletas andantes com defici-ência mental

TiroO tiro estreou na Paraolimpíada de To-

ronto, em 1976. Na época somente os ho-mens competiram. Já nos Jogos de Arnhem (1980), na Holanda, as mulheres entraram com tudo nas disputas inclusive nas provas mistas. Em 1984, as provas paraolímpicas mistas deixaram de existir, sendo retoma-das em Barcelona. Na ocasião, a categoria mista voltou em substituição ao feminino. A volta dos três tipos de disputa aconteceu nos Jogos de Atlanta (1996). Nos Jogos Pa-raolímpicos de Sydney, em 2000, a disputa

pelo ouro aconteceu entre homens, mulhe-res e nos confrontos entre ambos.

No Brasil, a modalidade começou a ser praticada em 1997, no Centro de Reabili-tação de Polícia Militar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o País foi representado pela primeira vez em um torneio interna-cional, realizado na cidade espanhola de Santander. Em 2002, o Comitê Paraolím-pico Brasileiro (CPB) investiu em clínicas da modalidade para sua difusão no Brasil. Os atiradores Carlos Strub, Cillas Viana e Walter Calixto conquistaram a medalha de bronze por equipe no Aberto de Apeldo-orn, na Holanda, em 2003. Agora em Pe-quim será a primeira vez na história que o Brasil terá um representante em Jogos Paraolímpicos, com Carlos Garletti.

O tiro exige precisão apurada. O Comi-tê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpi-co Internacional (IPC) é responsável por administrar a modalidade. As regras das competições têm apenas algumas adap-tações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências lo-comotoras podem competir tanto no mas-culino como no feminino.

As regras variam de acordo com a pro-va, a distância, o tipo do alvo, posição de tiro, número de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada compe-tição as disputas ocorrem numa fase de classificação e numa final. As pontuações de ambas as fases são somadas e vence quem fizer mais pontos. O alvo é dividido em dez circunferências que valem de um a dez pontos e são subdivididas, cada uma, entre 0.1 e 0.9 pontos. A menor e mais central circunferência é a que vale mais, dez pontos. Sendo assim, o valor máximo que pode ser conseguido é de 10.9.

A tecnologia está sempre presente na modalidade. Durante os Jogos Paraolímpi-cos, os alvos são eletrônicos e os pontos são imediatamente projetados num placar. Nem as roupas e as armas utilizadas fogem da evolução tecnológica. Há uma diferen-ça das vestimentas nas provas para cada tipo de arma. Nas competições de rifle, por exemplo, é necessário usar uma roupa com a espessura estipulada pela ISSF. Em

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eventos de pistola, os atiradores só são obrigados a usar sapatos especiais feitos de tecido, que dão mais estabilidade aos atletas.

Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nas provas de 10 metros de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada com projéteis de 5.6mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m, também com as balas de 5.6mm de diâme-tro. No Brasil, a modalidade é administra-da pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.

ClassifiCação

A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:

• SH1: Atiradores de Pistola e Rifle que não requerem suporte para a arma.

• SH2: Atiradores de Rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e pre-cisam de um suporte para a arma.

• SH3: Atiradores de Rifle com defici-ência visual.

Voleibol Em 1956, na Holanda, houve a fusão do

voleibol convencional e o Sitzbal, esporte alemão que não tem a rede, praticado por pessoas com mobilidade limitada e jogam sentadas, resultando no Voleibol sentado. Na modalidade podem competir amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de de-ficiência locomotora.

Na Paraolimpíada de Toronto (1976), o voleibol sentado teve jogos de exibição. Quatro anos depois, o esporte coletivo foi incluído no programa de competições dos Jogos Paraolímpicos de Arnhem, na Holan-da, com a participação de sete seleções. Desde 1993 existem campeonatos mundiais da modalidade tanto no masculino como no feminino. Até Sydney (2000), o voleibol paraolímpico era dividido entre a catego-ria sentada e em pé. A partir de Atenas, por decisão do Comitê Paraolímpico Inter-nacional (IPC) passaram a ocorrer disputas somente com atletas sentados. As mulheres

participaram da competição pela primeira vez em Atenas. Nos Jogos Paraolímpicos de Pequim será a primeira vez que o Brasil en-trará em uma disputa do porte.

No Voleibol sentado competem atletas amputados, principalmente de membros inferiores (muitos são vítimas de acidentes de trânsito) e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora (seqüelas de polio-mielite, por exemplo). Em relação ao con-vencional a quadra é menor, com 10m x 6m, e a altura da rede é inferior à da modalidade, com cerca de 1,15m do solo no masculino e 1,05m para o feminino. Os atletas jogam sentados na quadra. No voleibol paraolímpi-co o saque pode ser bloqueado. A quadra se divide em zonas de ataque e defesa. É per-mitido o contato das pernas de jogadores de um time com os do outro, porém as mesmas não podem atrapalhar o jogo do adversário.

O contato com o chão deve ser mantido em toda e qualquer ação, sendo permitido per-dê-lo somente nos deslocamentos. Cada jogo é decidido em uma melhor de cinco sets, vencendo o time que marcar 25 pontos no set. Em caso de empate, ganha o primeiro que abrir dois pontos de vantagem. Há ainda o tie break de 15 pontos.

O voleibol paraolímpico é organizado internacionalmente pela Organização Mun-dial de Voleibol para Deficientes (WOVD). No Brasil, a modalidade é administrada pela Associação Brasileira de Voleibol Pa-raolímpico (ABVP).

ClassifiCação

O sistema de classificação funcional do vo-leibol é dividido, portanto, entre amputados e les autres. Para amputados, são nove classes básicas baseadas nos seguintes códigos:

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1�aK - Acima ou através da articulação do

joelho (above knee)

BK - Abaixo do joelho, mas através ou acima da articulação tálus-calcanear (be-low knee)

ae - Acima ou através da articulação do cotovelo (above elbow)

Be - Abaixo do cotovelo, mas através ou acima da articulação do pulso (below elbow)

Código básico de classificação para amputados:

• classe a1 = Duplo AK

• classe a2 = AK Simples

• classe a3 = Duplo BK

• classe a4 = BK Simples

• classe a5 = Duplo AE

• classe a6 = AE Simples

• classe a7 = Duplo BE

• classe a8 = BE Simples

• classe a9 = Amputações combinadas de membros inferiores e superiores

Em les autres são enquadradas pessoas com alguma deficiência locomotora. Atletas pertencentes a categorias de amputados, pa-ralisados cerebrais ou afetados na medula es-pinhal (paratetra-pólio) podem participar de alguns eventos pela classificação les autres.

VelaFoi na década de 80 que aconteceu o

primeiro impulso na modalidade. No Brasil, a vela teve início em 1999 com o Projeto Água-Viva, desenvolvido a partir de uma parceria entre a Classe de Vela Day Sai-ler, o Clube Paradesportivo Superação e o Clube Municipal de Iatismo em São Paulo. Posteriormente, esse projeto foi encampa-do pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. No final de 2003 chegaram ao Brasil os pri-meiros barcos da classe 2.4mR. O batismo das embarcações aconteceu nos Jogos Pa-raolímpicos do Brasil, disputados em São Paulo, em maio de 2004.

Os velejadores paraolímpicos brasileiro treinam em dois tipos de barcos: o 2.4mR, oficial das Paraolímpiadas, e o Day Sailer, barco de 5 metros sem quilha, que não é oficial, mas que pelo seu baixo valor está sendo utilizado como alternativa provisó-ria ao Sonar, o barco de equipes oficial. Os velejadores do Projeto Água-Viva têm participado de treinos e regatas oficiais em São Paulo, São Bernardo, Santos, Ilha-Bela, entre outros. Com o apoio do CPB, a Vela paraolímpica experimenta um cres-cimento exponencial. Pela primeira vez a modalidade terá três atletas numa Parao-

limpíada. Os cariocas Luiz Cesar Faria, Da-rke Bhering e Rossano Leitão representa-rão o Brasil em Pequim.

Pessoas com deficiência locomotora ou visual podem competir na modalidade. A Vela paraolímpica segue as regras da Fede-ração Internacional de Iatismo (ISAF) com algumas adaptações feitas pela Federação Internacional de Iatismo para Deficientes (IFDS). Dois tipos de barco são utilizados nas competições internacionais. Os barcos da classe 2.4mR são tripulados por um único atleta, pesam 260 quilos e possuem 4,1m de comprimento. Os barcos da classe sonar são tripulados por uma equipe de três pessoas, que deve ser classificada em função dos tipos de deficiência. Esses bar-cos são maiores pesando cerca de 900Kg e medindo cerca de 7m. Tanto o 2.4mR como o Sonar são barcos de quilha, uma peça de metal situada abaixo do casco do barco que impede que ele vire.

As competições são chamadas de re-gatas, e os percursos são sinalizados com bóias. Duas rotas devem ser percorridas pelos velejadores. A sinalização dos traje-tos é alterada de acordo com as condições climáticas do dia. Caso a direção e a força do vento se alterem, as bóias são reposicio-nadas. A organização de cada torneio tem um barco com pessoas responsáveis por monitorar as condições do vento e alterar a colocação da sinalização do percurso. Em ambos os tipos de embarcações, as com-petições consistem em uma série de nove disputas em separado. Ganha cada prova quem percorrer o trajeto em menor tempo. O vencedor conquista um ponto, o segundo fica com dois e assim por diante. Ao final das nove disputas, o pior resultado é des-cartado e quem tiver a menor soma de pon-tos é declarado campeão.

Os vencedores das regatas normalmen-te são os velejadores que conseguem im-primir uma maior velocidade nos barcos, realizar melhores manobras e buscar as melhores condições de vento (tática de regata). No Brasil, a modalidade é admi-nistrada pela Confederação Brasileira de Vela Adaptada.

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ClassifiCação Na classe de barcos SKUD-18, os vele-

jadores são classificados como TPA ou TPB. São TPA quando eles são adjudicados em um ponto pela classificação funcional, ou quando completando mais de um ponto, têm a pontuação funcional do membro su-perior em 80 pontos ou menos na combina-ção de ambos os braços, juntamente com uma perda de 30 pontos no melhor braço.

Os velejadores são classificados como TPB quando eles têm ao menos uma defi-ciência mínima que os torna eligíveis para velejar. Pelo menos um dos velejadores precisa ser mulher. Para a classe de barcos 2.4mR os velejadores apenas precisam pos-suir uma deficiência mínima.

RemoNo anos 80, a Superintendência de Des-

portos do Rio de Janeiro (SUDERJ) iniciou um programa da reabilitação com o remo, que foi batizado de “Remo Adaptado”. Pessoas com deficiência física (lesão medular, pólio e para-lisia cerebral), mental e mais tarde deficientes auditivos se beneficiaram do programa. Além da reabilitação e lazer, o objetivo era melho-

rar a qualidade de vida, por meio da inserção social e dos benefícios à saúde, ambos oriun-dos da prática esportiva.

Em 2001, a Federação Internacional de Remo (FISA) solicitou, formalmente, ao Comitê Paraolímpico Internacional (CPI), a inclusão do remo nos Jogos Paraolímpicos de 2008. Antes porém era preciso realizar dois campeonatos mundiais de remo adap-tável, até 2005, e conseguir a participação de 24 nações em eventos adaptáveis no campeonato mundial de 2004. No Campe-onato Mundial de Remo de 2002, sete tri-pulações de diferentes nações competiram. Ainda em 2002 foi assinado o Protocolo de Remo Adaptável de Sevilha, onde a FISA e 36 de suas filiadas (Federações Nacionais, inclusive o Brasil) se comprometeram a de-senvolver oportunidades para atletas com deficiência poderem remar e a inscrever tripulações formadas por atletas com de-ficiência no Mundial de 2004. Pelo menos mais seis Federações Nacionais assinaram o Protocolo, desde aquela data. Com este novo panorama mundial, em julho de 2005 a CBR reativou seu Departamento de Remo Adaptável. O Brasil será representado em Pequim por nove atletas.

O Remo é o caçula das modalidades do quadro de esportes paraolímpicos. Ele entrou no programa em 2005 e os Jogos Paraolímpi-cos de Pequim vai ser a estréia em uma para-olimpíada. O termo “adaptado” quer dizer que o equipamento é modificado para a prática do esporte e não propriamente “adaptado” a cada atleta. A Federação Internacional de Remo (FISA) é o órgão máximo do Remo mun-dial. As corridas são realizadas num percurso de 1000 metros para todas as quatro classes. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Remo (CBR).

ClassifiCação

São quatro categorias de competição: Single Skiff Masculino, Single Skiff Femi-nino, Doublé Skiff Misto Quatro Com Mis-to. Cada uma delas pode ser composta por atletas com diferentes tipos de deficiên-cias que são classificados de acordo com a capacidade funcional empregada:

a – Grupamento funcional utilizado: braço.

Ta – Grupamento funcional utilizado: tronco e braço.

LTa - Grupamento funcional utilizado: perna, tronco e braço.

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Locais de Competição

No dia 8 de agosto de 2008, às 20h08 (horá-rio local), foram acessas as luzes do Estádio Nacional ou Ninho de Pássaro, como também é conhecido. Foi oficialmente dado início aos Jogos Olímpicos de Pequim, os mais caros da

história. Sete longos anos de trabalho do povo chinês re-

sultaram em novos complexos esportivos, na reforma de 13, construção de 87 quilômetros de linhas de metrô e na construção do maior aeroporto do mundo. O país investiu 40 bilhões de dólares para mostrar uma arquitetura inova-dora e grandiosa. O resultado foi o encantamento de todo o mundo diante de tanta perfeição.

Estádio NaCioNal ou NiNho dE Pássaro (NatioNal stadium) - atlEtismo

A estrutura, que mais parece um ninho por conta das 42 mil toneladas de aço entrelaçadas, é onde acontecem as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paraolím-picos de Pequim. Com capacidade para 91.000 pessoas, o local será o palco das competições de atletismo e da final de futebol masculino. As obras do Estádio custaram à China 500 milhões de dólares, mas o resultado é de tirar o fôlego de qualquer um que visite o local.

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CENtro aquátiCo NaCioNal ou Cubo d’água (NatioNal aquatiCs CENtrE) - Natação

Sede das competições de natação, o local foi construído para dar a sensação de estar dentro d’água ao se olhar para o teto. Foram usadas 3.000 bolhas de plástico translúcido super-resistentes, etileno tetrafluoretileno, e um sistema de iluminação capaz de emitir 16 milhões de tonalidades de cores à noite. Com capaci-dade para 17.000 pessoas, o centro é um espetáculo a parte.

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Estádio NaCioNal iNdoor (NatioNal iNdoor stadium) - basquEtE Em CadEira dE rodas

Situado ao norte do cubo d’ água, o es-tádio reflete toda a essência da cultura chi-nesa. Com capacidade para 20.000 pessoas, o local receberá os atletas do basquete em cadeira de rodas. Os portões são abertos duas horas antes das competições. É proi-bido o uso de máquinas fotográficas com flashes para não atrapalhar os jogadores ou confundir os juízes. Também haverá compe-tições da modalidade no Ginásio da Univer-sidade de Ciência e Tecnologia de Pequim.

arENa dE Esgrima (fENCiNg hall of NatioNal CoNvENtioN CENtrE) – boCha E Esgrima Em CadEira dE rodas

Ao norte do Ninho de Pássaro, situado ao sul do Centro de Convenção Nacional, acontecerão as competições de Bocha e de esgrima em cadeira de rodas. Com capaci-dade para mais de 5.500 pessoas, a arena será incorporada ao Centro e aberta ao pú-blico depois dos jogos. Para aqueles que desejam assistir as disputas de esgrima é recomendável que levem casaco, pois a temperatura do local é de aproximadamen-te 16ºC por conta da roupa especial que os atletas vestem nas competições.

vElódromo laoshaN (laoshaN vElodromE) - CiClismo

Os atletas paraolímpicos cadeirantes e assistentes vão se surpreender com o tamanho do elevador adaptado para o transporte das cadeiras e possíveis de-mandas das ambulâncias. Com capacida-de para 6.000 pessoas, o velódromo vai

sediar as provas de pista. Os organizado-res pedem silêncio do público no começo para que os atletas possam escutar o tiro da largada. Os circuitos das corridas de estrada e contra-relógio estarão locali-zados na área de competição do Triatlo Olímpico que fica a 35km da Vila.

CamPo olímPiCo dE hoCkEy (olymPiC grEEN hoCkEy fiEld a aNd b) - futEbol dE CiNCo E sEtE

O estádio vai receber os jogadores do futebol de cinco e sete entre os dias 7 e 17 de setembro. Os jogos acontecerão nos campos A e B, que ficam a 800 metros da Vila Paraolímpica e comportam 12 e 5 mil

laoshaN vElodromE

NatioNal iNdoor stadium

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pessoas, respectivamente. Os campos ocu-pam uma área de 15.546 metros quadrados que foram construídas em menos de dois anos e após os jogos se integrará a um parque de Pequim.

giNásio do iNstituto dE tECNologia (bEijiNg iNstitutE of tEChNology gymNasium) - goalball

O ginásio fica localizado a 19 km da Vila e tem capacidade para 5.000 pessoas sentadas. O formato externo, que lembra as nadadeiras de um peixe, não é a única característica distinta do local, sede das partidas de goalball. O projeto recebeu tratamento acústico para que barulhos externos não interferissem nas partidas. Além disso, o lugar é uma união do meio ambiente, do homem e a mais alta tecno-logia.

giNásio da uNivErsidadE dE aEroNáutiCa E astroNomia (bEijiNg uNivErsity of aEroNautiCs & astroNautiCs gymNasium) - haltErofilismo

Distante da Vila somente três quilôme-tros, o ginásio tem capacidade para 6.000 pessoas. O local foi reformado para rece-ber os atletas do Halterofilismo. Apesar do lado de fora continuar o mesmo cinza que antes, o interior recebeu um visual novo. Foi construída uma área de aquecimento para os atletas e instalado um telão de plasma.

giNásio dos trabalhadorEs (bEijiNg WorkErs’ gymNasium) - judô

O ginásio passou por uma grande re-forma no sistema de ventilação, ilumina-ção, equipamento elétrico e adaptação para os deficientes. Foram criados lugares especiais para os jornalistas e um lounge VIP. O local teve reforço em sua estrutura, que chega a proteger de um terremoto se necessário. Os chineses esperam lotar o ginásio, com capacidade para 13.000 pes-soas, nas lutas de judô.

CENtro dE têNis (bEijiNg olymPiC grEEN tENNis Court) - têNis sobrE CadEira dE rodas

De longe o Centro de Tênis pare-ce uma flor de lótus com 12 pétalas. O local foi projetado desta maneira para permitir a ventilação natural e garantir a qualidade das competições. A Flor de Pequim comporta 17.400 pessoas senta-das e foi construída especialmente para receber os atletas do Tênis em cadeira de rodas.

giNásio da uNivErsidadE dE PEquim (PEkiNg uNivErsity gymNasium) - têNis dE mEsa

Construído recentemente, esta é a primei-ra vez na história dos Jogos Olímpicos que o Tênis de Mesa tem um local exclusivamente dedicado à modalidade. Com capacidade para 8 mil pessoas e oito mesas para as competi-

ções, o teto do ginásio se assemelha a uma bola de tênis. Localizado na Universidade de Pequim, a apenas 8 km da Vila, o ginásio será utilizado posteriormente para o curso de edu-cação física e recreação dos chineses, apaixo-nados pelo esporte.

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bEijiNg WorkErs’ gymNasium

bEijiNg olymPiC grEEN tENNis Court

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giNásio da uNivErsidadE dE agriCultura da ChiNa (ChiNa agriCultural uNivErsity gymNasium) - vôlEi sENtado

Os atletas do voleibol sentado vão disputar medalhas num ginásio constru-ído especialmente para a modalidade na Universidade. Distante da Vila apenas 4 Km, o local tem capacidade para acomo-dar 8.500 pessoas. Depois dos Jogos, a invejável infra-estrutura do ginásio vai sediar competições de várias modalida-des, receber estudantes universitários e moradores de Pequim.

giNásio da uNivErsidadE dE CiêNCia E tECNologia dE PEquim (bEijiNg sCiENCE aNd tEChNology uNivErsity gymNasium) - basquEtE Em CadEira dE rodas

O ginásio vai receber os atletas do basquete em cadeira de rodas, assim como o Estádio Nacional Indoor. A 5 Km da Vila e com capacidade para 8 mil pes-soas, o local foi construído especialmen-te para os Jogos. O ginásio foi projetado para aproveitar ao máximo a luz do sol,

a chuva, o ar fresco e todos os outros recursos renováveis. Após as Paraolimpía-das, o ginásio se transformará num centro indoor para atividades esportivas, aquáti-cas e do atletismo.

arENa dE tiro (bEijiNg shootiNg raNgE hall) - tiro

Entre os dias 7 e 12 de setembro acontecerão as competições na Arena de tiro. Situado no distrito de Shijingshan, o lugar ocupa uma área de 45.645 metros quadrados. Depois dos jogos o hall vai sediar competições de tiro chinesas e in-ternacionais, além de se tornar a base de treinamento da equipe de tiro da China.

ParquE olímPiCo shuNyi (shuNyi olymPiC roWiNg-CaNoEiNg Park) - rEmo

Entre os dias 9 e 11 de setembro aconte-cem as competições de remo no Mapo Villa-ge. O local fica a 36 Km da Vila Paraolímpica. Com capacidade para 27.000 pessoas, sendo 10 mil em pé, a estrutura tem uma vista pri-vilegiada do rio onde estarão os atletas.

Competições fora de PequimCENtro olímPiCo dE qiNgdao (qiNgdao olymPiC sailiNg CENtEr) - vEla

Diferente da maioria das modalidades, as competições de Vela vão acontecer em outra cidade: Qingdao. O centro fica locali-zado em Fushan Bay, a 100m da Vila Para-olímpica, 33 km do aeroporto e 11 km da estação de trem e do porto. As provas acon-tecerão entre os dias 8 e 13 de setembro. Qingdao fica a 890 Km de Pequim.

árEa EqüEstrE dE hoNg koNg (hoNg koNg olymPiC EquEstriaN vENuE (shatiN)) - hiPismo

Entre os dias 7 e 11 de setembro, Hong Kong sediará as competições de hipismo. Shatin comporta 18 mil espec-tadores. Os cavalos têm tratamento es-pecial. Depois das competições eles vão para uma tenda com dois ventiladores e umidificadores para se refrescarem do calor. Ao todo são 13 arenas para as pro-vas de salto e adestramento. Hong Kong fica a 1.967 Km.

shuNyi olymPiC roWiNg-CaNoEiNg Park

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Daniel DiasDaniel descobriu a natação aos 16 anos.

Hoje, aos 20, já é recordista mundial. A má formação congênita dos membros superiores e da perna direita não impediu que ele se en-cantasse com o esporte e quisesse se tornar um campeão. A marca desse grande nadador é o sorriso. Daniel está sempre de bom humor. No Mundial de Natação do IPC, em 2006, con-

Algumas apostas do Brasil

quistou medalha de ouro nos 200m medley, estabelecendo novo recorde mundial; ouro nos 100m livre e medalha de prata nos 50m bor-boleta e 50m costas. No revezamento 4x50m medley, também conquistou medalha de ouro. Daniel é detentor dos recordes mundiais nos 100 e 200m livre, 100m costa e 200m medley. No Parapan, em 2007 mais um recorde, oito medalhas de ouro.

André BrasilAndré descobriu que podia competir entre

atletas com deficiência assistindo na televi-são uma prova do canadense Benoit Huot, também da classe S10, durante os Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004. Ele teve poliomielite aos três meses, o que lhe trouxe uma pequena seqüela na perna esquerda. A natação surgiu como forma de reabilitação há 15 anos e desde 2005, nada pelo IBDD do Rio de Janeiro. Seus principais ídolos são o na-dador Gustavo Borges, Clodoaldo Silva e o ju-doca Antônio Tenório. No Parapan do Rio, em 2007, o atleta conquistou seis medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Na World Championship em Durban, em 2006, André

Brasil conquistou quatro medalhas de ouro e duas de bronze. No Aberto de Berlim de Nata-ção Paraolímpica em maio de 2008, quebrou os recordes mundiais, dos 50m borboleta, e dos 50 e 800m livre. André também é detentor do recorde mundial nas provas de 100m livre e 100m borboleta. Até hoje o atleta participa de competições convencionais.

Lucas PradoNão se engane ao ver Lucas na pista.

O jeitão calado e introspectivo é apenas fachada. No primeiro minuto de conversa ele já abre o sorriso e fala como ninguém. Adora cinema, principalmente os desenhos animados. Lucas, de 23 anos, perdeu a vi-são há 5 anos, quando trabalhava em um banco e teve descolamento de retina. Fi-cou com apenas 10% da visão, mas acabou perdendo o resíduo visual em 2006. Foi pela também atleta Terezinha Guilhermi-

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na, que Lucas conheceu o atletismo. Atual-mente reside em Joinville onde treina com seu técnico Amauri Veríssimo e o guia Jus-tino Barbosa. Lucas é detentor do recorde mundial nos 100 e 200m. No Parapan do Rio, em 2007, conquistou o ouro nos 100, 200, e 400m.

Terezinha GuilherminaA história dessa corredora começou no

ano 2000. Terezinha ganhou um tênis da irmã, começou a correr, e desde então não parou mais. No início da carreira a atleta ainda enxergava e corria maratonas. Em Atenas, em 2004, conquistou medalha de bronze nos 400m. Hoje ela é a velocista cega mais rápida do mundo. Atualmente detém o recorde mundial das provas de 100 e 400m. Em 2006 foi eleita a atle-ta paraolímpica no prêmio atleta do ano, pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Nos jogos Parapanamericanos, no Rio de Janeiro, em 2007, Terezinha conquistou medalha de ouro nos 100 e nos 200 metros. A gran-de meta da atleta é o recorde mundial dos 200m. Esse ano a atleta está muito feliz, pois terá a companhia do irmão e da irmã, também deficientes visuais, em Pequim. Os irmãos foram convocados pela primeira vez para os Jogos Paraolímpicos. No Parapan do Rio, em 2007, Terezinha conquistou medalha de ouro nos 100, 200 e 400m.

Odair FerreiraDeterminação, força e coragem fazem

parte da vida de Odair Ferreira, um pau-lista de 24 anos. O jovem atleta começou a correr desde a adolescência, mas teve a chance de se profissionalizar somente em 2003. Neste mesmo ano, Dinho, como é

conhecido, conquistou três medalhas de ouro, nos 400, 800 e 1500m, no Parapan-americano de Mar Del Plata, na Argentina. Ele inspira-se no estilo de corrida do ídolo queniano Paul Tergat. Suas maiores con-quistas foram uma medalha de prata nos 1.500 e 5.000m, e Bronze nos 800m, nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004. No Parapan do Rio, em 2007, conquistou mais medalhas de ouro nos 1.500, 5.000 e 10.000m. Odair é o atual detentor do re-corde mundial nos 10.000m.

Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha

Humildade e determinação são as prin-cipais qualidades da pernambucana Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha. Um atrope-lamento causou a perda da perna esquer-da. Antes de ser atleta Rosinha trabalhava como empregada doméstica. Atualmente ela vive sozinha e adora cuidar de sua casa. A atleta, especialista em lançamento de disco, dardo e arremesso de peso, exige muito de si e se concentra ao máximo nas competições. Todo seu esforço já lhe ren-deu vários recordes mundiais, dois deles na sua primeira Paraolimpíada, em Sydney, em 2000, no arremesso de peso alcançou 9m e no lançamento de disco 31,58m. Em Atenas conquistou o recorde mundial no lançamen-

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to de disco, com 31,73m. No Parapan do Rio, em 2007, conquistou medalha de ouro no lançamento de disco e bronze no peso. A próxima meta da nordestina é trazer uma medalha de Pequim.

Shirlene Santos CoelhoQuando começou a praticar esporte

Shirlene não imaginou que ia tão longe. Atualmente a atleta é detentora do recorde mundial no lançamento de dardo. Shirlene mora em Brasília e treina todos os dias para alcançar mais uma vez a melhor marca. O lema dessa tímida competidora é “Lutar sempre, desistir jamais”. A atleta quebrou o recorde mundial de dardo, alcançando a marca de 27,59 metros no Parapan do Rio/2007. Na etapa nacional do Circuito Loterias CAIXA, em Uberlândia, em 2008, superou sua própria marca com um lança-mento a 31 metros. Logo depois se supe-rou novamente a marca em 89 centímetros. Shirlene treina duro hoje para no futuro conseguir dar a mãe uma vida melhor.

Claudia CíceroFoi fazendo academia para fortalecer a

musculatura depois de um atropelamento em 2000 que a atleta foi convidada por um jogador de vôlei sentado para conhe-cer a natação. Três meses depois, Cláudia

já estava competindo e conquistou meda-lha de bronze nos 100m costas. Em agosto de 2006 foi convidada por uma amiga para conhecer o Remo Adaptado. A atleta se destacou e se tornou campeã e recordis-ta mundial, em 2007. Claudia hoje se diz apaixonada pelo esporte por dois motivos: pelo contato com a natureza e pela paz de espírito que o esporte proporciona. O plano da atleta é continuar divulgando o remo adaptável no Brasil e obter um bom resultado em Pequim.

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Fabiana Harumi SugimoriTímida e talentosa, Fabiana ficou cega

ainda recém-nascida, por causa do excesso de oxigênio na incubadora. Apaixonou-se pela natação aos três anos de idade, quan-do ingressou no esporte por indicação da mãe. As medalhas que conquistou foram resultado da dedicação diária aos seus treinamentos, especialmente nas provas em que é especialista, nos 50 e 100m li-vre. A primeira paraolimpíada foi aos 16 anos, em Atlanta, em 1996. Em Sydney, quatro anos depois, ela proporcionou um dos momentos mais emocionantes do País: no último dia de competição nas piscinas, conquistou o único ouro da modalidade. Em Atenas, no ano de 2004, veio a con-firmação de sua habilidade nas piscinas.

Sugimori venceu nos 50m livre, com di-reito a um recorde mundial tornando-se bicampeã da prova. Formada em Relações Públicas, Fabiana conta com o apoio in-condicional da família, principalmente do irmão Marcelo, seu técnico e tapper, que a acompanha em todas as competições. No Parapan do Rio, em 2007, conquistou ouro nos 50 e 100m livre, prata nos 100m peito e bronze nos 400m livre.

Sérgio Fróes OlivaEm 2002 Sérgio Fróes entrou para o

mundo do esporte. Hoje ele é o melhor do mundo no hipismo. Título conquistado no Campeonato Mundial, em 2007. O brasi-liense exibe com orgulho algumas de suas grandes conquistas, como o ouro paname-ricano, em 2003; ouro no Brasileiro, em 2007 e ouro no sulamericano, em 2005. Advogado formado e com pós-graduação

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em direito público, Sérgio como a maioria dos jovens gosta de sair com os amigos e estudar. O atleta treina duas horas por dia além de correr e nadar para melhorar o condicionamento físico.

Edênia Nogueira GarciaEdênia possui um currículo de medalhas

tão poderoso quanto o dos grandes ídolos olímpicos e paraolímpicos brasileiros. Divi-dida entre os estudos e os treinos de três horas diárias, Edênia possui os hábitos de qualquer menina de sua idade, como de-senhar e ouvir música. A atleta tem uma distrofia muscular progressiva, chamada de polineuropatia sensitiva motora, que resul-ta em dificuldades nas pernas e nas mãos. Começou na natação por orientações médi-cas, aos 13 anos, mas foi por incentivo da família e amigos, que ela fez do esporte a razão do seu sucesso. Em Atenas, nos Jogos Paraolímpicos, em 2004, Dê, como é cha-mada pelos mais íntimos, conquistou uma medalha de prata nos 50m costas. Para ela,

sua maior conquista foi o ouro no Mundial da África do Sul, em 2006. Entre seus maio-res títulos estão o de bicampeã mundial nos 50m costas; campeã mundial nos 50m livre; bicampeã parapanamericana nos 50m costas e 50m livre; além de ser recordista parapanamericana nos 50m costas.

Antonio Tenório da SilvaTenório é tricampeão paraolímpico em

sua categoria. Desde Atlanta, em 1996, o atleta conquista a medalha de ouro nas edições dos Jogos Paraolímpicos. A defici-ência veio ainda criança, quando em uma brincadeira levou uma pancada no rosto, perdendo a visão de um olho. Uma infec-ção acabou tirando a visão do outro tam-bém. O atleta treina quatro horas diárias no intuito de obter um bom resultado em Pequim. Além das medalhas nas paraolim-

píadas em 1996, 2000 e 2004, Tenório co-leciona títulos de peso como o de campeão mundial, em 2006; campeão Paulista Meio Pesado no judô convencional, em 2008 e ouro no Parapan do Rio, em 2007.

Antonio Delfino de SouzaNascido em 71, na cidade piauiense

de Redenção, Delfino teve parte de seu braço direito amputado após um acidente de trabalho no campo onde era lavrador. Em 1999, começou nas corridas de rua em Brasília, onde mora há 15 anos. Delfino é o recordista mundial dos 400m rasos, na classe T46. Em sua carreira, conquistou três medalhas paraolímpicas sendo duas de ouro e uma de prata, mas espera au-mentar esse número em Pequim. Em Ate-nas, em 2004, venceu nos 400 e 200m ra-sos. Sua velocidade lhe garantiu medalha

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��de prata em sua primeira Paraolimpíada, em Sydney, em 2000. No Parapan-ameri-cano de Mar Del Plata, em 2003, Delfino conquistou mais três ouros para o Brasil, nos 100, 200 e 400m rasos. No Parapan do Rio, em 2007, conquistou medalha de prata nos 100 e nos 200m.

Tito Alves de SenaEm 2003, quando trabalhava como

operador de uma fábrica, Tito Alves so-freu um acidente que comprimiu seu bra-ço direito. Ele começou na modalidade no intuito de pegar condicionamento físico, até que um professor de educação física descobriu seu potencial e o convidou para participar dos campeonatos. Tito iniciou sua carreira paraolímpica no Circuito Lo-terias CAIXA de Natação e Atletismo, em 2006, no Rio de Janeiro. O atleta treina quatro horas por dia para atingir sua meta de subir no pódio em Pequim. Suas maio-res conquistas foram uma medalha de ouro na maratona de 42Km no Mundial em As-sen, na Holanda, em 2006; duas medalhas de prata nos 1.500 e 5.000m no Parapan do Rio, em 2007; e bronze no Meeting no Rio, em 2007. No futuro, Tito quer ser um caça talentos de atletas.

Yohansson Ferreira do Nascimento

Em 2004, Yohansson participou e venceu uma competição escolar para deficientes, e acabou sendo convidado por uma técnica para se tornar um profissional. O atleta diz que a paixão pelo esporte está no sangue e que na verdade foi o atletismo quem o es-colheu. Yo, como é chamado pelos amigos, gosta da adrenalina da prova dos 100m. O atleta treina cinco horas por dia para alcan-çar um bom resultado nos Jogos Paraolím-picos de Pequim. Suas principais conquistas foram três medalhas de ouro, nos 100, 200 e 400m no Parapan do Rio, em 2007.

Edson Cavalcante PinheiroEdson é formado em informática e

entrou para o atletismo em 2004, após ver outros atletas treinando na associa-ção onde praticava tênis de mesa há sete anos. O atleta dedica cinco horas por dia para treinar e acredita que a final dos 100m, sua prova preferida, no Parapan do Rio, marcou sua carreira. O ex-lavador de carros tem como ídolo o atleta do tênis de mesa João Fernando, do mesmo estado que o seu. Suas principais conquistas são duas medalhas de ouro no Parapan do Rio, em 2007, e em 2005, quando recebeu o premio dos 10 melhores atletas do Brasil do Comitê Paraolímpico Brasileiro.

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01. Pergunta: Qual é o objetivo do código Mundial antidopagem?

Resposta: Proteger o direito fundamen-tal dos atletas participarem nos esportes sem dopagem; promover a saúde, a justiça e a equidade no desporto e assegurar a promoção de programas contra a dopagem efetivos e de nível internacional. O Códi-go Mundial Antidopagem é o documento principal em que os programas mundiais de luta contra a dopagem são baseados

02. Pergunta: Será que sou o respon-sável final por aquilo que engulo, injeto ou aplico no meu corpo?

Resposta: Sim. Todos os atletas são responsáveis pelo próprio corpo e pelas substâncias que são administradas para que não coloquem em risco as respectivas carreiras desportivas e sua saúde. Se ti-ver uma dúvida PERGUNTE! Se não estiver totalmente seguro acerca dos ingredien-tes, ou se não conhecer a formula de uma substância NÃO A UTILIZE!

03. Pergunta: os atletas com deficiên-cia (Paraolímpicos) podem utilizar qual-quer medicamento de que precisam?

Dúvidas sobre o uso de medicamentos no esporte

Resposta: Não. Os atletas paraolímpi-cos estão sujeitos à mesma lista de subs-tâncias proibidas dos olímpicos. Contudo, se, devido à natureza dessa deficiência, precisar de um medicamento determina-do, poderão pedir à Comissão Médica do Comitê Paraolímpico Internacional ou à respectiva Organização Anti-Dopagem do seu país uma Autorização de Utilização Terapêutica (TUE). Esta não é concedida automaticamente.

04. Pergunta: devo informar o meu médico de que, como atleta, estou su-jeito a controles anti-doping e que não devo utilizar substâncias proibidas?

Resposta: Sim. É importante que o seu médico saiba que deve dar-lhe medicamen-tos alternativos àqueles que constam da lista de substâncias proibidas. Se tal não for possível, deverá pedir uma Autorização de Utilização Terapêutica (TUE) através da sua Federação Internacional, do seu Co-mitê Nacional ou da Organização Nacional Antidopagem antes de utilizar o medica-mento. Existem processos para resolver os casos de emergência e o seu médico deve conhecê-los.

05. Pergunta: o que é uma autoriza-ção de utilização terapêutica (Tue)?

Resposta: Os atletas, como qualquer pessoa, podem adoecer e apresentar con-dições patológicas que exijam a utilização de certos medicamentos. Se a medicação que o atleta tem que recorrer para tratar a doença de que padece, estiver incluída na lista de substâncias e métodos proibidos, deverá ser solicitada uma autorização de utilização terapêutica (TUE) que lhe per-mita realizar a medicação adequada.

06. Pergunta: Se estiver com dor de cabeça, febre, cólica, constipação, gripe ou qualquer outra doença posso utilizar qualquer medicamento para recuperar minha saúde?

Resposta: Não. Se tiver dor de cabe-ça, febre, cólica, gripe ou qualquer outra doença, NÃO tome qualquer medicamento ou substância antes de se certificar de que não contém uma substância proibida. Isto inclui qualquer substância vendida com ou sem receita médica. Lembre-se de que um teste positivo é sempre um teste positivo.

07. Pergunta: Posso aceitar medica-

Definição De Doping

Considera-se como doping a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempe-nho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à

saúde do atleta ou a de seus adversários, ou contra o espírito do jogo. Quando duas destas três condições estão presentes, pode caracterizar-se um doping, de acordo com o Código da Agencia Mundial Antidoping. (WADA).

o uso De meDicamentos no esporte

O aumento do uso de substâncias ou métodos proibidos, destinados a melhorar artificialmente o desempenho es-portivo, tem motivado uma ação intensa das autoridades

nacionais e internacionais. O objetivo desta atuação visa evitar uma vantagem desleal de um competidor sobre os demais, além de preservar os aspectos éticos e morais do esporte e, sobretu-do, a saúde dos atletas.

dr. roberto Vital e dr. Hésogy Gley Pereira Vital da Silva

Departamento Médico, Comitê Paraolímpico Brasileiro

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mentos de uma pessoa em quem confio, mesmo que não saiba o que contem?

Resposta: Não. Os atletas devem sempre estar cientes das substâncias que podem ser usadas (oral, injetável, etc.). O fato de tomar um medicamento sem saber o que contém pode resultar num teste positivo e pode ser perigoso para a sua saúde.

08. Pergunta: caso um atleta consu-ma acidentalmente uma substância que consta na Lista de Substâncias e Méto-dos Proibidos e informe o médico res-ponsável pelo controle de dopagem do erro. o fato será registrado no formulá-rio do controlo de dopagem e dele não advirá qualquer conseqüência negativa para o atleta?

Resposta: Não. O Código Mundial Anti-dopagem impõe regras muito rigorosas ao nível da responsabilidade objetiva, segun-do as quais, se uma substância proibida for encontrada no seu corpo, a responsa-bilidade é do próprio atleta.

09. Pergunta: Se a utilização de um medicamento é autorizada no meu país, também posso utilizar a mesma marca de

medicamento adquirida no estrangeiro?

Resposta: Não. Determinados medica-mentos têm ingredientes ligeiramente di-ferentes quando adquiridos em países dife-rentes. Em alguns casos, esses ingredientes podem ser substâncias proibidas. Verifique, cuidadosamente, os ingredientes e, se tiver dúvidas, consulte o seu médico.

10. Pergunta: Porque é que a utiliza-ção de suplementos pelos atletas repre-senta um problema?

Resposta: Em muitos países, a produ-ção de suplementos nutricionais não está adequadamente regulada pelo governo. Isto significa que os ingredientes que compõem o produto poderão não corres-ponder aos que são mencionados na infor-mação contida na embalagem. Em alguns casos, nas substâncias não declaradas que entram na composição do suplemento, en-contram-se substâncias proibidas segundo os regulamentos anti-dopagem. Estudos demonstraram que pelo menos 20% dos suplementos destinados a atletas à ven-da no mercado, podem conter substâncias que não estão mencionadas nos rótulos,

mas podem dar origem ao aparecimento de um caso positivo. Um número considerável de casos positivos tem sido atribuído ao abuso de suplementos.

11. Pergunta: o que acontece se um atleta tem um caso positivo por ingerir um suplemento?

Resposta: De acordo com a regra da responsabilidade objetiva, os atletas são responsáveis por qualquer substância que seja encontrada no seu organismo. É irre-levante a forma como a substância entrou no organismo. Se um atleta tem um caso positivo, o resultado é a desclassificação, e uma possível sanção ou suspensão. Em última análise, os atletas são responsáveis por aquilo que ingerem.

12. Pergunta: um atleta pode recusar submeter-se a um controle anti-doping se estiver demasiado ocupado?

Resposta: Não. A recusa de um atle-ta se submeter a um controle anti-doping pode ser considerada como um teste posi-tivo. Se um atleta recusar submeter-se a um teste quando notificado para o mesmo, deverá apresentar uma explicação no For-mulário de Notificação e informar o res-pectivo órgão responsável pelo controle logo que possível.

“Tenha em mente que estas informa-ções estão sujeitas a alteração a qualquer momento. Consulte sempre a sua Federa-ção Internacional ou Nacional para obter os regulamentos antidopings mais atua-lizados.”

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Calendár io das CompetiçõesDISPUTAS SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA

FINAIS 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17

Cerimônias

Modalidade Disciplina

Atletismo

Basquete em CR

Bocha

CiclismoEstrada

Pista

Futebol de Cinco

Futebol de Sete

Goalball

Halterofilismo

Hipismo

Judô

Natação

Remo

Tênis de Mesa

Tênis em CR

Tiro

Vela

Voleibol

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Page 35: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

Sidney , Atenas e Pequim Retrospect iva em números :

SidNeY (2000) aTeNaS (2004) PeQuiM (2008)

09 modalidades:Atletismo

Basquete em Cadeira de Rodas

Ciclismo

Esgrima

Futebol de Sete

Halterofilismo

Judô

Natação

Tênis de Mesa

13 modalidades:Atletismo

Basquete em Cadeira de Rodas

Ciclismo

Esgrima

Futebol de 5

Futebol de 7

Goalball

Halterofilismo

Hipismo

Judô

Natação

Tênis de Mesa

Tênis em Cadeira de Rodas

17 modalidades:Atletismo

Basquete C.R.

Bocha

Ciclismo

Futebol de 5

Futebol de 7

Goalball

Halterofilismo

Hipismo

Judô

Natação

Remo

Tênis

Tênis de Mesa

Tiro

Vela

Voleibol

Medalhas: 6 de ouro, 10 de prata e

6 de bronze

Medalhas: 14 de ouro, 12 de prata e

7 de bronze

Delegação:

63 atletas

Delegação:

98 atletas

Delegação:

188 atletas

Ranking:

24ª posição geral

Ranking:

14ª posição geral

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Page 36: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

P e q u i mDa Cidade Proibida a Cidade Paraolímpica

Por: Camila BennFotos: Luciano Wulff

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A China é um país de cultura milenar que se transformou radicalmente nos últimos tempos. Sua capital, Pequim, sofreu a maior mudança de sua história nos últi-mos dez anos. O país mais populoso do

mundo, com cerca de 1,3 bilhão de habitantes, abriu as portas de Pequim e da Cidade Proibida para atle-tas, torcedores, técnicos, guias e staffs do mundo

inteiro, a partir do dia 8 de agosto de 2008, às 8h08 da noite, quando começaram oficialmente os Jogos Olímpicos.

A capital fica ao norte do país asiático, com 16,8 mil Km² de extensão e 43 metros acima do mar. Onze milhões de pessoas que moram na cidade se prepararam para receber o maior evento esporti-vo já visto na Terra.

Casa de Chá no meio do lago com acesso em zigue-zague para proteger o local contra os maus espíritos, que segundo a tradição chinesa não fazem curva.

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P e q u i m

ClimaA China apresenta variações geográ-

ficas devido a sua grande extensão terri-torial. Em Pequim, o clima é predominan-temente quente e úmido. Na época das competições será verão no hemisfério nor-te. A previsão em setembro é de tempera-tura máxima em torno dos 26º C e mínima de 14º C. Os atletas devem tomar cuidado com o calor e umidade durante os jogos.

ComprasA China é um dos melhores lugares no

mundo para se comprar equipamentos ele-trônicos a preços acessíveis. Só na capital existem sete shoppings. As ruas são to-madas por chineses com suas calculadoras tentando fazer negócio a qualquer preço. Segue uma dica: pechinche sempre. Os ven-dedores no começo vão falar que não, que está muito barato, mas quando o cliente sai da loja eles vão atrás para fechar negócio.

É possível encontrar produtos piratas em lojas enormes que ocupam vários an-dares. Mas mesmo assim existem cartazes espalhados com o dizer “Pirataria é crime”. Os visitantes ficam deslumbrados com as falsas camisas Lacoste a R$ 8, bolsas Gucci a R$ 30 e malas Samsonite a preços incrí-veis. Porém é importante alertar que não é possível garantir a qualidade dos mesmos.

China World Shopping Mall

endereço: 1 Jianguomenwai Dajie, Chaoyang DistrictFuncionamento: 9h às 21h30

lufthanSa Shopping Centre

endereço: 52 Liangmaqiao Lu, Chaoyang DistrictFuncionamento: 9h às 22h

paCifiC Shopping Centre

endereço: Pacific Plaza, Gongti Beilu, Cha-oyang District

the MallS at oriental plaza

endereço: 1 Dongchangan Jie

Beijing one World departMent Store endereço: 99 Wangfujing DajieFuncionamento: 10h às 22h

fulllink plaza

endereço: 18 Chaowai Dajie, Chaoyang District

Beijing neW World Shopping Centre

endereço: 3 Chongwai Dajie, Chongwen District

Sogo

endereço: 52 Xuannei Dajie, Xuanwu District

CulturaOs chineses acreditam que são eles os

pais da cultura e da filosofia oriental. A civilização de cinco mil anos tem um alfa-beto de aproximadamente 20 mil ideogra-mas. É um orgulho para o povo que tem o hábito de passar horas escrevendo nas cal-çadas. A caligrafia é tão importante para o povo chinês como a pintura. O turista pode encontrar em Pequim trabalhos a respeito da caligrafia antiga e atual. Existem até competições sobre o tema na cidade. Para os chineses a elegância da escrita mostra

o grau de instrução da pessoa.

No sul de Pequim, tem o Parque Tian-tan Gongyuan onde praticantes de Tai Chi Chuan praticam a milenar arte marcial ao ar livre. Ao lado do parque fica o famoso Templo do Céu, onde os grandes imperado-res ofereciam sacrifícios em prol de boas colheitas na primavera.

O chá, muito conhecido dos ingleses, também é uma tradição na China. Os chi-neses bebem chá diariamente. Existem cinco tipos ao todo. As xícaras e garrafas onde são servidos devem ser artigos finos,

Leão - Os leões são animais respeitados na China. Nos portões das casas não é raro encontrar um casal feito de pedra. Os budistas acreditam que o animal é um protetor da verdade e afasta os demônios.

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como manda a tradição.

As pinturas chinesas refletem as su-perstições, aspirações e costumes do país. Os leões são animais respeitados na China. Nos portões das casas não é raro encon-trar um casal feito de pedra. Os budistas acreditam que o animal é um protetor da verdade e afasta os demônios.

Conhecer na região de Hou Hai os hu-tongs – vilas antigas, com casinhas mo-destas – é a melhor forma de saber como viviam os moradores de Pequim antes de terem dinheiro. As casas têm pátios co-muns e a comunidade vai para rua con-versar, brincar, lavar panelas, tomar chá ou usar os banheiros comunitários, pois muitas casas não possuem duchas.

Vale à pena visitar a antiga Residência do Príncipe Gong, com as Torres do Sino e do Tambor. Até 1920 elas funcionavam como o relógio da população, marcando a hora de dormir (19h) e de acordar (5h). Hoje, apenas um tambor toca de hora em hora para os turistas que visitam o local.

Tiantan Gongyuan - Entrada do Templo do Céu.

Hou Hai - Conhecer na região de Hou Hai é a melhor forma de saber como viviam os moradores de Pequim. As casas têm pátios comuns e a comunidade tem uma agitada vida social nas ruas.

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EconomiaA moeda chinesa é o Yuan. A maior

parte das cédulas do país segue o valor das brasileiras: de 100, 50, 20, 10, 5, 2 e 1 yuan. De acordo com o governo chinês, os turistas se confundem em relação às cédulas de 5, 2 e 1 Jiao, que são equi-valentes a 0,50; 0,20; 0,10 yuans. Esses valores também podem ser encontrados em moedas. O governo alerta em relação à autenticidade das cédulas, principal-mente as de 50 e 10 yuans.

O produto interno bruto (PIB) de Pe-quim foi de aproximadamente US$ 84 bilhões em 2005. Em relação ao ano de 2004 houve um crescimento de 11,1%. A renda anual per capita foi de R$ 11,7 mil no mesmo ano. A três décadas a China vive um crescimento de 10% ao ano, em média. Seu PIB dobrou em oito anos. A maior parte da riqueza da cidade vem do setor automobilístico, telecomunicações e construção. O Aeroporto Internacional de Pequim passou por uma reforma e hoje

possui 282 postos de check-in, 90 lojas, 243 elevadores, 64 restaurantes e o título de maior do mundo.

Das recentes transformações, a econô-mica é a que mais chama a atenção. O país tem hoje uma das mais fortes economias do planeta. No ano seguinte à sua entrada no mercado global, oficializada em 2001, a China atraiu nada menos que US$ 52,7 bilhões em investimentos, superando os Estados Unidos.

Pequim é conhecida pelo comércio de eletrônicos e pela quantidade de escri-tórios. Mas também é possível encontrar áreas de cultivo de alimentos, como aveia, milho, legumes e verduras. Hoje a cidade pretende ser, se já não é, a “capital do universo”. A imagem de um lugar com la-vouras ficou para trás. Os novos ricos ves-tem Versace e exibem suas Mercedes, no meio do congestionamento e poluição.

Os turistas vão encontrar uma novidade nas notas de 10 Yuan quando chegarem à capital chinesa. O Banco Popular da Chi-

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Rua Nanjing - A noite chinesa é tomada por luzes de neon.

China World Trade Center - O passado e o futuro convivem de forma harmônica na cidade de cultura milenar.

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na lançou novos modelos em comemoração aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Pe-quim. A imagem do ex-ditador comunista Mao Tsé-tung saiu para entrar o estádio apelidado de Ninho de Pássaros e a estátua grega do Discóbolo, símbolo olímpico.

EntretenimentoO Museu do Palácio Imperial é parada

obrigatória para quem vai a Pequim. Foi na área onde se encontra o palácio que nas-ceu a Cidade Proibida. Ela foi construída para marcar a transferência de poder de Nanquim para Pequim, no século XV. Era como uma cidade dentro de outra: para entrar era preciso ter autorização. O pa-lácio demorou 14 anos para ficar pronto. Com quase 9 mil cômodos, foi a casa de 23 imperadores entre 1420 e 1911. Em 1931 resistiu ao saque dos japoneses e às tenta-tivas de demolição da Revolução Cultural nos anos 60.

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Ming - Árvore onde o último imperador da dinastia Ming (Chongzhen) se enforcou após a fuga do príncipe, matar familiares e fugir quando da invasão de Pequim por tropas rebeldes em 1644.

Qian Men - Na ponta oposta ao portão com o retrato de Mao está este portão de proteção da antiga cidade de Pequim, chamado Qian Men. Este portão formava uma proteção dupla para a cidade em conjunto com o Jian Lou.

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����Logo em frente, ligando o passado com

o presente, está a Praça da Paz Celestial (ou Tian’anmen). Em 1949 se transformou na “Praça Vermelha” com o triunfo dos co-munistas. Com 440 mil metros quadrados, a praça comporta até 500 mil pessoas e está na lista das maiores do mundo. O cor-po embalsamado do líder comunista Mao Tsé-tung recebe diariamente milhares de pessoas que passam na praça para fazer reverência ao líder.

Outro ponto turístico é o Templo do Paraíso, onde os antigos chineses realiza-vam cerimônias religiosas. Visitado por 12 milhões de turistas todos os anos, o local espera receber muitos estrangeiros duran-te os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Pequim. O templo foi construído em 1420 e até hoje é muito bem preservado.

O Altar da Terra, construído em 1530 durante a dinastia Ming, era o lugar onde o imperador oferecia sacrifícios a Terra no solstício de verão. Hoje, os moradores da cidade freqüentam o Altar para jogar tênis de mesa, xadrez ou dançar.

Mais ao norte de Pequim, perto das montanhas está uma das sete maravilhas

Museu do Palácio Imperial - Parada obrigatória para quem vai a Pequim.

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do mundo: a Muralha da China, com mais de seis mil quilômetros de extensão. Exis-te uma lenda que a muralha é a única obra feita pelo homem que pode ser vista da Lua a olho nu. A muralha começou a ser erguida no século 3 a.C com o objetivo de impedir as invasões da Mongólia. Qua-se um quarto da população trabalhou na construção desta barreira. Hoje, os turistas e vendedores ambulantes tomam conta do local que recebe milhares de pessoas dia-riamente. A estrada que leva à Muralha da China é uma viagem histórica. As Tumbas Ming, de 13 imperadores, 23 imperatrizes e uma concubina, ficam no Vale Shisan-

ling. O vale é rodeado de montanhas, e as sepulturas ligam-se pelo Caminho Sagra-do Imperial. Ao lado existem estátuas de animais construídas em homenagem aos soberanos.

Um pouco mais distante, no noroeste, está o Palácio de Verão. Construído no sé-culo 12 pela dinastia Jin, o Palácio ficou conhecido como residência imperial sete séculos depois, quando a imperatriz Cixi foi morar lá. Ela criou mais de 3 mil cômo-dos, pavilhões, um teatro onde tinha gran-des festas e recitais de ópera. O jardim fica ao redor do Lago Kunming e possui nada

menos que 294 hectares. O Palácio de Ve-rão é hoje um Patrimônio da Humanidade.

EsporteAs artes marciais são bastante conhe-

cidas em Pequim, principalmente o Kung Fu e Tai Chi Chuan. Os moradores da ca-pital gostam de pedalar, principalmente porque a bicicleta é um dos meios de transporte na Cidade Proibida. Como a re-gião é rodeada por montanhas, os aven-tureiros partem em busca de escaladas e snowboard no topo das montanhas.

Pequim tem um time profissional de fu-tebol – o Beijing Guon, e dois de basquete

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Os exóticos espetinhos de escorpião são herança cultural de tempos difíceis para os chineses

– o Beijing Ducks e o Beijing Olympians. Para os amantes de golfe, a cidade possui um local onde é possível alugar e jogar 45 minutos por aproximadamente R$ 150.

O Estádio Olímpico, o Estádio dos Tra-balhadores, o Centro Olímpico, o Velódro-mo Laoshan e o Centro Nacional Aquático, são os principais locais de competição da cidade. Durante os Jogos Olímpicos e Pa-raolímpicos uma modalidade em especial terá a atenção de todos os chineses: o tênis de mesa. Mais de 100 milhões de pessoas praticam o esporte na China.

GastronomiaQuem nunca escutou falar dos famosos

espetinhos de escorpião ou gafanhoto na China? Para provar as iguarias basta ir ao bairro Wangfujing, no centro da cidade. Na Wangfujing Xiaochijie (“rua de comida pe-quena”) é possível saborear lacraias, per-ninhas de sapo, bichos-da-seda e estrelas-do-mar. As comidas, um tanto estranhas para os brasileiros, são uma herança do programa de coletivização da agricultura no final dos anos 50, quando os chineses passaram fome e comiam o que encontra-

vam. Poucos turistas arriscam provar as iguarias, mas todos querem ver e tirar fo-tos do cardápio.

O pato assado é um dos pratos típi-cos da capital. Ele é feito no forno, assim como um frango brasileiro. O menu tradi-cional chinês é conhecido como “cozinha imperial”. As refeições chamam a atenção pelo requinte na hora de preparar e na de-coração dos pratos.

Os moradores de Pequim comem muitos salgadinhos. É possível encontrar alguns de arroz e batata doce, como no Brasil.

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Mas existem alguns de tripas de animais fritas (Bao Du) ou cabeça de ovelha fervi-da (Bai Shui Yang Tou).

Nas ruas da capital chinesa também existem barracas vendendo frutas cara-melizadas, um dos doces típicos do país.

Geografia

Situada na planície chinesa do norte, a capital chinesa é cercada por montanhas ao norte e oeste. A Muralha da China foi estra-

tegicamente construída perto das montanhas para defender a cidade dos ataques. O ponto mais alto de Pequim é o Monte Dongling, com 2030 metros de altura. Os rios que cruzam a capital são o Yongding e o Chaobai. A vegeta-ção é rasteira, onde predominam os estepes.

História Os chineses falam com orgulho sobre

os 5 mil anos de história do seu país. Pe-quim é a capital da China desde 1279 e

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Praça da Paz Celestial - Uma das construções mais importantes da China, a praça Tian’an Men ficou famosa pelas manifestações de 1989. Foi num destes portões que Mao Tse-Tung proclamou a fundação da Republica Popular da China, em 1949.

seu nome significa “capital do norte”, de-vido a posição da cidade. Existem registros de habitantes no local de 1 mil anos antes de Cristo.

Pequim está localizada no norte da China, também conhecida como Zhongguo (Reino Médio, em chinês). O deserto de Gobi, na oeste da cidade, provoca tempes-tades de areia na primavera, calor intenso no verão e muito frio no inverno.

Para uma capital, pode-se afirmar que

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sua localização é atípica. A capital chine-sa fica na fronteira, local estrategicamen-te escolhido para que o imperador conse-guisse defender as planícies verdes do sul contra os invasores do norte. As muralhas foram construídas no século 8 a.C ao norte da cidade. O objetivo era afastar os inva-sores, o que nem sempre funcionava.

Os mongóis foram os primeiros a tor-nar Pequim sua capital. Durante a dinastia Ming os nativos recuperaram a cidade, mas

em seguida os manchu a invadiram e fun-daram a dinastia Qing.

Beijing também é conhecida como “ci-dade proibida”. O nome surgiu por conta do lugar onde fica o Palácio Imperial da China, onde todos os habitantes da cidade eram proibidos de entrar.

Os japoneses ocuparam Pequim entre 1937 e 1945. A partir de 1949, o governo comunista impôs reformas econômicas que resultaram em um grande crescimento. Atu-almente, Pequim é uma cidade grande que se multiplica a todo instante. De tempos em tempos são construídas avenidas sobre avenidas, linhas de trem sobre rodovias e arranha-céus erguidos numa velocidade im-pressionante. A poluição e o trânsito pesa-do se tornaram um problema para os mora-dores e visitantes de Pequim. As ruas são tomadas por bicicletas que é um dos meios de transporte da capital chinesa.

Mesmo com todas as dificuldades, Pequim é o coração da China, onde o nacionalismo pode ser visto a cada esquina. A cidade é considerada um centro político e cultural.

SaúdePequim se transformou para os Jogos

Olímpicos e Paraolímpicos com uma ra-pidez impressionante. As obras entraram para a história como as mais caras de to-dos os tempos. Em Atenas o orçamento chegou a 7 bilhões de euros. Em Pequim, esse número deu um salto para quase 25 bilhões de euros. Além do Centro Aquáti-co, do Estádio Nacional e toda a impres-sionante estrutura, foi criada uma nova rede de esgoto.

O Comitê Olímpico Internacional pres-sionou os organizadores dos Jogos de Pequim para que modificassem a péssi-ma imagem ambiental da capital chinesa. Foram plantadas 28 milhões de árvores, 212 fábricas poluidoras foram transferi-das para outras regiões, e outras 700 fe-charam as portas. Ainda está sem solução o crescimento desenfreado de carros, que atingiu 3,3 milhões e cresce em 1.000 unidades ao dia.

Quem vai viajar para o país deve ficar atento a alguns pontos. Os turistas terão que passar por uma inspeção chamada “checagem de quarentena”. É obrigatório o preenchimento de um formulário antes de ingressar na China. Os visitantes que tiverem doenças como febre amarela, cólera, lepra, tuberculose ou aids serão proibidos de entrar.

Os chineses questionam sobre sinto-mas de vômito, diarréia e febre. Os visi-tantes que vêm de áreas com epidemia de febre amarela devem mostrar os cer-tificados de vacinação contra a doença. Aconselhamos os turistas de áreas não afetadas pela doença, inclusive o Brasil, a levar o cartão de vacinação a fim de evitar problemas no futuro.

endereçoS doS prinCipaiS hoSpitaiS e ClíniCaS:Beijing union Hospital - 53 Dongdan, Dong-cheng. Tel. (010) 65296114

Sino-Japanese Friendship Hospital - Hepin-gjie Beikou. Tel. (010) 64221122.

Beijing international Medical center - Room S103 Lufthansa Center. Tel. (010) 64651384.

SegurançaDurante os Jogos Olímpicos e Parao-

límpicos de Pequim quase todas as forças policiais estarão nas ruas para garantir a tranqüilidade da cidade. O governo chinês firmou um acordo com os motoristas de tá-xis, ônibus e trens para que qualquer crime ou pessoa suspeita fosse imediatamente relatado à polícia.

Os organismos de segurança dos Estados Unidos, Rússia, Grã Bretanha, Alemanha e França, ajudaram a China a desenvolver estratégias de prevenção. Equipamentos e sistemas de segurança utilizados nas Olimpíadas de Atenas estarão em Pequim. A cidade não é violenta e os relatos mais freqüentes são roubos e furtos.

Informações úteisalfândega

Os turistas podem entrar com até 400 cigarros ou 100 charutos e 1,5 litros de bebida alcoólica. O visitante pode levar

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mais de uma câmera fotográfica, uma fil-madora e um computador. Cuidado com livros ou material impresso. Não leve mais de uma bíblia e nada sobre questões sensíveis, como o massacre da Praça da Paz Celestial ou a seita Falun Gong.

Chegada & partida

avião

Beijing capital international airport (Bcia) www.bcia.com.cn/en/index.jsp. O Aeroporto Internacional de Pequim, fica cerca de 25 km a nordeste do centro da cidade. O percurso até o centro da cidade de táxi leva de 30 a 40 minutos e cus-ta entre RMB 80 e RMB 100 (incluindo os RMB 10 de pedágio). Alguns taxistas não usam taxímetro. Ao procurar um táxi pro-cure as filas do táxi oficial – identificadas com placas – e insista para que o taxí-metro seja ligado. Os ônibus fretados do aeroporto partem a cada 15 ou 30 minutos e demoram cerca de uma hora para che-

Aeroporto Internacional de Pequim - O aeroporto passou por uma reforma e hoje possui 282 postos de check-in, 90 lojas, 243 elevadores, 64 restaurantes e o título de maior do mundo.

gar. Existem três trajetos diferentes, com paradas nos principais hotéis. Os ônibus partem da saída do desembarque, a pas-sagem custa RMB 16 e a linha funciona diariamente das 8h às 22h30. Os duty free e bancos (inclusive de câmbio) ficam abertos 24 horas. Os caixas eletrônicos aceitam Visa, MasterCard, Maestro, Plus e Cirrus. No aeroporto, embora caríssimos, existem restaurantes chineses, um Starbu-cks e um KFC com preços mais razoáveis no terminal de desembarque. Os maleiros ficam perto do portão 9 de desembarque e dos portões 8 e 10 de embarque; as taxas variam entre RMB 20 e RMB 30 por dia, dependendo do tamanho das malas. O gui-chê de bagagem perdida fica em frente à esteira 8 no saguão das esteiras de cole-ta. Qualquer dúvida procure os balcões de informações turísticas no desembarque e aproveite para pegar um mapa.

treM

Pequim tem quatro estações de trem,

mas as duas principais são a Beijing Sta-tion – no centro da cidade, com destinos para Xangai, Hong Kong, Pyongyang e Rússia, e a West Beijing Railway Station (5182 6253) – para a maioria das capitais das províncias, incluindo Xi’an e Lhasa, no Tibet. As passagens são vendidas no máximo com quatro dias de antecedên-cia. Os bilhetes podem ser adquiridos nas estações, mas é recomendável fazer a compra numa agência, com taxa de RMB 5 a RMB 10. Existe uma agência perto do City Hotel (Gongti Donglu, A15, Cha-oyang, das 8 às 21h). Também é possível comprar pela internet pelo site www.piao.com ou no www.51piao.com. Eles entre-gam no hotel por RMB 10. Muitos hotéis também ajudam a comprar bilhetes, mas é preciso pagar uma comissão. A Beijing Station tem uma estação do metrô adja-cente; da Beijing West Railway Station, é possível ir de táxi à estação do metrô no Museu Militar. Outra alternativa é a linha de trem rápido entre as duas estações.

Page 47: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

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CoMpanhiaS aéreaS

air Canada

Sala C201, Lufthansa Center, Liangmaqiao Lu, 50, Chaoyang (6468 2001/www.aircanada.com).

air China

Changan Xijie, 15, Xidan, Xicheng, Centro (400 810 0999/www.airchina.com.cn).

air franCe

Sala 1606-08, Kuntai International Mansion, Chaoyangmenwai Dajie, 12A, Chaoyang (400 880 8808/www.airfrance.com.cn).

BritiSh airWayS

Sala 2112, Kuntai International Mansion, Chaoyangmenwai Dajie, 12A, Chaoyang (400 650 0073/www.ba.com).

northWeSt airlineS

Sala 501 Ala Oeste, China World Trade Center, Chaoyang (400 8140 0814/www.nwa.com/cn/en/home). Metrô Guomao.

united airlineS

Sala C, 15/F, portão, Torre A, Xiaguangli, 18, Terceiro Anel Viário Leste, Chaoyang (800 810 8282/www.cn.united.com).

inforMaçõeS e eMergênCia

ambulância - 120

aSSiStênCia - 2689 0114 (inglês)

Bombeiros - 119

ajuda em ddi - 115

Polícia - 110

Polícia (em inglês) – 8402-0101

Hora certa - 117

informações turísticas – 6513-0828

gorjetaS

Não é comum dar gorjeta em Pequim. Em restaurantes pequenos o funcionário pode ser acusado de roubo se for desco-berto com o dinheiro no final do expedien-te. Os taxistas que saem do trajeto para

ajudá-lo ficam felizes em receber algum agrado ainda que não esperem por isso. Nos hotéis cinco estrelas e restaurantes chiques gorjetas são esperadas, mesmo com os 10% de serviço. Os guias turísticos também apreciam receber um trocado pe-los serviços prestados.

hoSpitaiS

Alguns hospitais públicos têm alas ‘VIP’ para estrangeiros, onde os médicos falam inglês e estudaram no exterior. As consultas ficam entre RMB 200 e RMB 500 com um médico fluente em inglês. Vários médicos receitam mais remédios do que o paciente geralmente precisa, pois os hos-pitais ganham dinheiro com a venda de medicamentos. Tome cuidado.

China-japan friendShip hoSpital

Yinghua Dongjie, Heplingli, Hepingjie Beikou, Houhai (6422 2952/inglês 8420 5121/linha emergencial 24h 6422 2969/www.zryhyy.com.cn). Clínica aberta de 2ª a 6ª, 8h-12h e 13h-17h; sáb., 8h-12h. Emergências diariamente, 24h. Cc MC, V. Os funcionários falam um pouco de inglês, mas alguns não estudaram no exterior; lei-tos para estrangeiros.

peking union MediCal College hoSpital

Shuaifuyuan, 1, Wangfujing (ala de estrangeiros fica a sul do prédio de inter-nações), Dongcheng, Centro (6529 5284/www.pumch.ac.cn). Aberto Clínica 2ª a 6ª, 8h-16h30. Emergências diariamente, 24h. Não aceita cartão. É uma das mais popula-res clínicas para estrangeiros em hospital público. A medicina tradicional chinesa também está disponível. Muitos dos médi-cos estudaram fora e falam bem o inglês.

Toaletes

Pequim está resolvendo o problema dos banheiros para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Existem muitos banheiros públicos espalhados pela cidade. A maioria das áreas comerciais tem toaletes, e não há inconveniente em usar os de restau-rantes e bares em caso de emergência. Os lavatórios públicos nas ruas normalmente

não possuem vasos e cabines privativas, e quase nunca têm papel higiênico.

transporte

Pequim tem quatro linhas de metrô em funcionamento e várias em construção para os Jogos. O funcionamento do metrô é entre as 5h e 22h30. Existe uma linha de trem para a parte norte da cidade.

Quando for pegar um ônibus fique atento aos dois sistemas existentes. No primeiro, o passageiro paga ao motorista ou ao cobrador. Quando o ônibus não tem cobrador, o passageiro é obrigado a entrar pela porta da frente e não recebe troco. O segundo sistema é a cobrança por distân-cia. A pessoa entra no ônibus e o cobrador pergunta onde ele quer descer para calcular a tarifa. A prefeitura aconselha aos que op-tarem por este tipo de transporte ter sem-pre o nome do local que querem ir anotado em um papel para evitar confusões.

Os táxis são divididos em três catego-rias. Elas variam de acordo com o conforto do carro e o preço pelo quilômetro rodado. Esta última informação é expressa por um selo verde, colado no vidro lateral traseiro do táxi. As corridas variam entre 1,20 yuan, 1,40 yuan e 2 yuans o quilômetro rodado, e devem estar escritas no adesivo.

A primeira é mais barata, mas são bem ruins segundo a prefeitura. Ela é da fabri-cante chinesa Xiali. A segunda é um pou-co mais cara, e tem carros de fabricantes como Citroen e Volkswagen. A terceira são os carros grandes e pretos, mas ainda as-sim velhos. O motorista pode entender um pouco de inglês e dirige com mais cuida-do, segundo a prefeitura de Pequim.

Os ônibus saem do aeroporto a partir das 5h30 até as 20h para vários destinos na capital. A tarifa é de 16 yuans e os ônibus partem a cada 30 minutos. Em Pequim exitem duas estações ferroviárias com trens diariamente para várias cida-des da China. O telefone para informações da “Beijing Railway Station” é (008610) 65129525 e o da “West Beijing Railway Station” é (008610) 63216253.

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c tem som de tzq como o ‘tch’ de ‘tchau’ r como o ‘s’ de ‘mesa’ x como o ‘ch’ de ‘chapa’ z como o ‘z’ de ‘zebra’

pronoMeS eu/mim wo (som de uu) Você ni Vocês nimen ele ta eles tamen ela ta

puxando papo

Meu nome é... Wo jiao... Meu sobrenome é... Wo xing... (eu sou) americano Wo shi meiguo ren Britânico yingguo ren europeu ouzhou ren Brasileiro baxi ren olá Ni hao adeus Zai jian obrigado Xie xie como vai? Ni zenme yang estou bem Hai keyi Me desculpe Duibuqi de nada Bu keqi Por favor, fale mais devagar Qing shuode man yidian Não entendo wo bu mingbai

negaçõeS a palavra bu em frente de um verbo/ad-jetivo o torna negativo.eu quero – Wo yao eu não quero – Wo bu yaoeu sei – Wo zhidaoeu não sei – Wo bu zhidaoeu entendo – Wo mingbai eu não entendo – Wo bu mingbaiestá certo – dui Não está certo – Bu dui

Vocabulário

perguntaS Para perguntar algo, você usa as formas positiva e negativa do verbo: Você teria…? Nei you meiyou …? (literalmente, você tem, não tem) O que shenme? Qual é seu nome? Ni jiao shenme? o que você quer? Ni yao shenme?

CirCulando Podemos pegar este táxi? Keyi ma? Queremos… Wo yao qu… Ligue o taxímetro, por favor Qing da biao Vire à esquerda Zuo guai Vire à direita You guai Siga em frente Yizhi zou Pare o carro Ting che Hotel Da jiu dian aeroporto Feiji chang estação de trem Huoche zhan Metrô Ditie zhan este lugar… Zhe ge difang... Quer ir para casa Wo yao hui jia

CoMprando Quanto custa? Duoshao qian? está muito caro Tai gui le É muito grande Tai da É muito pequeno Tai xiao Por favor, me dê uma nota fiscal Qing gei wo fapiao

CoMendo & BeBendo

Pode me dar o menu? Qing gei wo caidan Você tem menu em inglês? Ni you meiyou yingwen caidan? Quero um... Wo yao … Traga a conta Maidan Bar Jiuba café Kafei guan restaurante Fandian

diaS e horaS Segunda Xingqi yi Terça Xingqi er Quarta Xingqi san Quinta Xingqi si Sexta Xingqi wu Sábado Xingqi liu domingo Xingqi tian Manhã Zaoshang/shangwu Tarde Xiawu Noite Wanshang Hoje Jintian amanhã Mingtian ontem Zuotian Que horas são? Xianzai…jidian?

núMeroS

Zero ling um yi dois er Três san Quatro si cinco wu Seis liu Sete qi oito ba Nove jiu dez shi Vinte er-shi Vinte e um er-shi-yi cem yi bai

eMêrgenCiaS

Socorro! Jiuming a!Fogo! Zhao huo le!Polícia! Jingcha!chame a ambulância Qing jiao yi ge jiuhuchePreciso ir ao médico Wo yao kan bingPerdi o passaporte Wo de huzhao diule Por favor, você pode me ajudar? Ni neng bu neng bang wo

��

Page 49: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

Leve o atleta até as Paraolimpíadas de Pequim 2008.

Você não imaginava que o caminho dos atletas paraolímpicos brasileiros até Pequim 2008 fosse tão difícil. Por isso, a Cosipa acredita e patrocina a superação de todos esses atletas que chegaram lá.

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Page 50: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

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Presidente Vital Severino Neto

Vice-presidente Financeiro Sérgio Ricardo Gatto

Vice-presidente administrativo Francisco de Assis Avelino

assessora especial para assuntos institucionais

Ana Carla Thiago

Secretário Geral Andrew Parsons

diretor Financeiro Carlos José Vieira de Souza

departamento de desenvolvimento

Técnico e científico Renausto Alves Amanajás

editor chefe Andrew Parsons

assessoria de Marketing e comunicação

Marcela Moreira

Jornalista responsável Camila Benn RP 7930/DF

imagens Luciano Wulff, Daniel Fachinni, Saulo Cruz, Publius Vergilius e

Divulgalção

arte e editoração Télyo Nunes

execução Gráfica Gráfica Brasil

Site: www.graficabrasil.com.br

endereço Sede cPB SBN Qd. 2 - Bl. F - Lt. 12

Ed. Via Capital - 14º andar Brasília/DF - CEP 70 040-020

Fone: 55 61 3031 3030 Fax: 55 61 3031 3023

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Page 51: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

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Page 52: Revista Brasil Paraolímpico n° 29

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