revisão filosofia - direito opet - 1

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O que a Filosofia não é? Ela não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. O que a Filosofia é? Ela é um modo de pensar, uma postura diante do mundo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. O que a filosofia faz? Ela critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta de novas possibilidades, ajuda-nos a perceber outros modos de compreender a vida. Ela questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Ela Modifica...pois o trabalho do filósofo é refletir sobre a realidade, qualquer que seja ela, re-descobrindo seus significados mais profundos. Filosofia ocidental – final do século VII inicio VI a.C Principais fatores para o seu surgimento As Viagens Marítimas – enfraquecimento dos mitos, das criaturas sobrenaturais, produziram o desencantamento ou a desmitificação do mundo, passando assim o povo grego a exigir uma outra explicação; A invenção da Moeda – a troca era por semelhança, perfil de abstração, generalizava os valores; A invenção do Calendário – o tempo era atributo ao divino, após a ciência, passou-se a calculá-lo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, ele passou a ser visto como algo natural e não como poder divino incompreensível; A invenção da Escrita Alfabética – palavra era atrelada a imagem e não a idéia, e com o invenção da escrita supõe que não se representa uma imagem da coisa que esta sendo dita, mas a idéia dela, o que dela se pensa e se transcreve;

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REVISÃO DE PROVA 1º BIMESTRE - FILOSOFIA

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Page 1: Revisão Filosofia - DIREITO OPET - 1

O que a Filosofia não é? Ela não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo.

O que a Filosofia é? Ela é um modo de pensar, uma postura diante do mundo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência.

O que a filosofia faz? Ela critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta de novas possibilidades, ajuda-nos a perceber outros modos de compreender a vida.

Ela questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Ela Modifica...pois o trabalho do filósofo é refletir sobre a realidade,

qualquer que seja ela, re-descobrindo seus significados mais profundos.

Filosofia ocidental – final do século VII inicio VI a.C

Principais fatores para o seu surgimento

As Viagens Marítimas – enfraquecimento dos mitos, das criaturas sobrenaturais, produziram o desencantamento ou a desmitificação do mundo, passando assim o povo grego a exigir uma outra explicação;

A invenção da Moeda – a troca era por semelhança, perfil de abstração, generalizava os valores;

A invenção do Calendário – o tempo era atributo ao divino, após a ciência, passou-se a calculá-lo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, ele passou a ser visto como algo natural e não como poder divino incompreensível;

A invenção da Escrita Alfabética – palavra era atrelada a imagem e não a idéia, e com o invenção da escrita supõe que não se representa uma imagem da coisa que esta sendo dita, mas a idéia dela, o que dela se pensa e se transcreve;

O surgimento da Vida Urbana – desprestigio das famílias da aristocracia proprietária de terra com o surgimento de uma classe de comerciantes ricos, um classe social que usando o valor conseguido na busca de novos conhecimentos, bem como pelo patrocínio e estimulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo assim um ambiente onde a filosofia poderia surgir;

A invenção da Política – a idéia da lei como expressão da vontade coletiva; surgimento de um espaço publico, que faz aparecer um novo tipo de palavra ou de discurso; A política estimula idéias não oriundas de seitas secretas e tipo de discurso diferente daquele proferido pelos iniciados nos mistérios sagrados, mas que procure, ao contrario ser públicos, ensinados, transmitidos, comunicados e discutidos por todos e para todos.

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Antes da filosofia, quem respondia as questões era o “mito”;

MITO (do grego antigo mithós) é uma narrativa tradicional com caráter explicativo e / ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e / ou religião. O mito procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de criaturas sobrenaturais. Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade.

“narrativa tradicional, explicava coisas inexplicaveis, coisas da natureza, fenomenos naturais – necessidade humana de explicar a realidade.”

POETAS-RAPSODOS – narravam os mitos e registravam, acreditavam-se que o poeta era um escolhido dos deuses que lhe mostravam os acontecimentos passados e permitiam que ele visse a origem de todos os seres e de todas as coisas para que pudesse transmiti-la aos ouvintes. Sua palavra – mito – era sagrada porque vinha de uma revelação divina. O mito era, incontestável e inquestionável. Os poetas tinham uma importância extraordinária na educação e na formação espiritual do homem grego.

Hesíodo (séc. VIII a.C.), autor da Teogonia, cujo conteúdo é a origem de todos os deuses, e O trabalho e os dias, obra em que o poeta se concentra na História;

Homero (séc. VIII a.C.), autor da Ilíada, que narra os acontecimentos ocorridos na Guerra de Tróia, e da Odisséia, que conta as viagens de Odisseu depois da tomada de Tróia e o regresso do herói ao seu reino de Ítaca.

MITO – nascimento dos deuses –. Surge como alternativa a correspondiam a natureza. explicação mitológica

DIFERENÇA ENTRE MITO E FILOSOFIA

Filosofia não exige prova (precisa de argumento)Mitologia não se importa com contradições.

“o mito pretendia narrar coisas de passado imemoriável longínquo e fabuloso, a filosofia procura explicar o como e o porquê no passado e no presente e no futuro, sendo coerente, lógico e racional”

O mito narrava a origem através de genealogia, rivalidades ou alianças entre forças divinas, sobrenaturais e personalizadas.

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A filosofia ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais.

MITOSRefere-se a um passado imemorial;Forças divinas sobrenaturais e personalizadas; Não se importa com contradições, com o fabuloso e o incompreensível.

FILOSOFIAExplica a realidade no presente, passado e futuro;Elementos e causas naturais e impessoais; Não admite contradições, e coisas incompreensíveis.

“..a explicação mítica é contrária à explicação filosófica. A filosofia procura, através de discussões, reflexões e argumentos, saber e explicar de forma sistematizada a realidade com razão e lógica, enquanto que o mito não explica racionalmente a realidade, procura interpretá-la a partir de lendas e de histórias sagradas, não se importando com argumentos para dar suporte à sua interpretação.”

Como devo agir com ou perante os outros?

ETICA ESTA ENTRE A MORAL E AS LEIS

QUESTIONANDO AMBAS PARA UMA TOMADA DE DECISÃO.

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FILOSOFIA ANTIGA

Período Naturalista – foco estava na physis (natureza) –fisicos, naturalistas;

Preocupação dos Naturalistas - Existe um princípio primordial (arché) do qual tudo deriva? Qual é a origem do mundo?

PRINCIPIO, FUNDAMENTO ARCHÉ

Aquilo do qual tudo se originou e mantém o mundo vivo.

LOGOS – palavra, enunciado, definição, discurso, explicação, calculo, medida, avaliação, razão, causa, pensamento, necessidade e outros mais.

Tales de Mileto : ÁguaPara Tales, a arché seria a água. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao visitar o Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo Nilo. Tales então viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. É preciso observar que Tales não considerava a arché agua como nosso pensamento de agua líquida, e sim, na água em todos os seus estados físicos. Tudo, então, seria a alteração dos diferentes graus desta. Aristóteles atribuiu a Tales a idéia de uma causa material como origem de todo o universo.“... a água é o princípio de todas as coisas...”

Anaximandro de Mileto : O apeíronRudini observa que Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é húmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagónicas entre si, portanto um o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível. Anaximandro foi um dos pré-socráticos que mais se diferenciaram na sua concepção da arché por não a ver como um elemento determinado, material. Considerava o infinito como o princípio das coisas, e o chamou de apeíron, considerava então, que o limitado não poderia ser a origem das coisas limitadas. Explica que as coisas nascem do infinito através de um processo de separação dos contrários (seco-úmido). "Anaximandro ainda afirmaria que os primeiros animais nasceram no elemento líquido e, pouco a pouco, vieram para o ambiente seco, mudando o seu modo de viver por um processo de adaptação ao ambiente, extremamente coerente com as teorias evolucionistas de Charles Darwin."“... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”

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Anaxímenes de Mileto : O arDiscípulo de Anaximandro, discorda de que os contrários podem gerar várias coisas. Colocou o ar como Arché, porque o ar, melhor que qualquer outra coisa, se presta à variações, e também devido a necessidade vital deste para os seres vivos. A rarefação e condensação do ar formam o mundo. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em terra, e por fim em pedra. Destacou-se por ser o primeiro a fornecer a causa dinâmica que faz todas as coisas derivarem do princípio uno (condensação e rarefação).“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os deuses e as coisas divinas...”

Xenófanes de Cólofon : A terraO elemento primordial para Xenófanes é a terra, através do elemento terra desenvolve sua cosmologia. Sua filosofia tinha sua lógica, pois, afinal, tudo o que existe começa na terra e tudo volta para a terra, tanto animais quanto plantas. Apesar de tudo, ainda temos aqueles que acreditam que a água seja o começo e questionam o por que da terra como justificativa, se a maior parte do planeta era feita de água. Tal questão era respondida com a justificação de que o fundo do oceano era feito de terra.“... tudo sai da terra e tudo volta à terra...”

Pitágoras de Samos – princípio é o numero (ente) existente, numero é intangível. Limitação e illimitação, pares - impares.

Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números - para eles o número (sinônimo de harmonia) era considerado como essência das coisas - é constituído então da soma de pares e ímpares, noções opostas (limitado e ilimitado) respectivamente números pares e ímpares expressando as relações que se encontram em permanente processo de mutação, criando a teoria da harmonia das esferas (o cosmos é regido por relações matemáticas). Segundo o pitagorismo, a essência, que é o princípio fundamental que forma todas as coisas é o número. Os pitagóricos não distinguem forma, lei, e substância, considerando o número o elo entre estes elementos. Para esta escola existiam quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Os pitagóricos se dispersam e passam a atuar amplamente no mundo helênico, levando a todos os setores da cultura o ideal de salvação do homem e da polis através da proporção e da medida.

Empédocles de Agrigento : Os quatro elementosAcreditava que a natureza possuía quatro elementos básicos, ou raízes: a terra, o ar, o fogo e a água. Não é certo, portanto, afirmar que “tudo” muda. Basicamente, nada se altera. O que acontece é que esses quatro elementos diferentes simplesmente se combinam e depois voltam a se separar para então se combinarem novamente. O que unia e desunia os quatro elementos eram dois princípios: o amor e o ódio. Os quatro

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elementos e os dois princípios seriam eternos e imutáveis, mas as substâncias formadas por eles seriam pouco duradouras. Jostein Gaardner afirma que talvez Empedócles tenha visto uma madeira queimar, alguma coisa aí se desintegra. Alguma coisa na madeira estala, ferve, é a água, a fumaça é o ar, o responsável é o fogo, e as cinzas são a terra. As verdades não seriam mais absolutas, como nos eleatas, mas proporcionais à medida humana. As coisas são imóveis, mas o que percebemos com os sentidos não é falso. Então, as duas forças atuariam nas substâncias, o amor e o ódio. O amor agiria como força de atração e união, o ódio como força de dissolução. Em quatro fases, existe a alternância dos dois. Estabelece um ciclo, com a tensão da convivência dessas forças motrizes.

Anaxágoras de Clazomena : As homeomeriasAchava que a natureza era composta por uma infinidade de partículas minúsculas, invisíveis a olho nu. Assim, em tudo existia um pouco de tudo. Segundo Jostein Gaarder, de certa forma, nosso corpo também é construído dessa forma. Se retiro uma célula da pele de meu dedo, o núcleo desta célula contém não apenas a descrição da minha pele. Em cada uma das células existe uma descrição detalhada da estrutura de todas as outras células do meu corpo. Em cada uma das células existe, portanto, “um pouco de tudo”. O todo está também na menor das partes. Anaxágoras chamou as infinitas partículas de homeomerias, ou sementes invisíveis, que diferiam entre si nas qualidades. Todas as coisas resultariam da combinação das diferentes homeomerias.“...todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e pequenez, pois o pequeno era ilimitado...”

Demócrito de Abdera : Os átomosOs atomistas seguiram a linha de que a natureza era comporta por partículas infinitas. Diziam que tudo que realmente existia era constituído de átomos e de vazio (este último os espaços entre os átomos). considera que nada pode surgir do nada, assim, os átomos eram eternos, imutáveis e indivisíveis. O que acontecia, era que eles eram irregulares e podiam ser combinados para dar origem aos corpos mais diversos. Demócrito é considerado o mais lógico dos pré-socráticos.

Heraclito de Éfeso : O fogoAtribuiu o fogo como princípio de todas as coisas. "O fogo transforma-se em água, sendo que uma metade retorna ao céu como vapor e a outra metade transforma-se em terra. Sucessivamente, a terra transforma-se em água e a água, em fogo." Mas Heráclito era mobilista e afirmava que todas as coisas estão em movimento como um fluxo perpétuo. Ou seja, usa o fogo apenas como símbolo de todo este movimento. Heráclito imaginava a realidade dinâmica do mundo sob a forma de fogo, com chamas vivas e eternas, governando o constante movimento dos seres.

“Não é possível entrar duas vezes no mesmo rio nem tocar duas vezes uma substância morta no mesmo estado”.

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Parmênides de Eléia – O mundo sensível é uma ilusão; unidade e a imobilidade do ser; O Ser é Uno, Eterno, Não-Gerado e Imutável; ele era o oposto de Heráclito.

Devido a essas características, alguns vêem no poema de Parmênides o próprio surgimento da ontologia. Ao mesmo tempo, o pensamento de Parmênides é tradicionalmente visto como o oposto ao de Heráclito de Éfeso, para alguns estudiosos: Parmênides fundou a metafísica ocidental com sua distinção entre o Ser e o Não-Ser. Enquanto Heráclito ensinava que tudo está em perpétua mutação, Parmênides desenvolvia um pensamento completamente antagônico: “Toda a mutação é ilusória”. Parmênides vai então afirmar toda a unidade e imobilidade do Ser. Fixando sua investigação na pergunta: “o que é”, ele tenta vislumbrar aquilo que está por detrás das aparências e das transformações. Assim, ele dizia: “Vamos e dir-te-ei – e tu escutas e levas as minhas palavras. Os únicos caminhos da investigação em que se pode pensar: um, o caminho que é e não pode não ser, é a via da Persuasão, pois acompanha a Verdade; o outro, que não é e é forçoso que não seja, esse digo-te, é um caminho totalmente impensável. Pois não poderás conhecer o que não é, nem declará-lo.”

Numa interpretação mais aprofundada dos fragmentos de Heráclito e Parmênides, podemos achar um mesmo todo para os dois e esta oposição entre suas visões do todo passa a ser cada vez menor.

Tales de Mileto: O princípio é a água.

Anaximandro: O princípio é o apeíron

Anaxímenes: O princípio é o ar

Heráclito, o “Obscuro”: O princípio é o fogo - Pánta Rheî: “tudo flui” .

Pitágoras: O princípio é o número.

Parmênides: O ser é uma esfera

Demócrito: O princípio é o átomo

O mundo possui uma estrutura coerente ou é contraditório? É estável ou está sujeito a uma perene transformação?

Parmênides X Heráclito

• Metafísica• Razão• Fixo• Ser• Esfera

• Física• Percebido aos nossos

Sentidos• Móvel• Não-ser• Fogo

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Heráclito: existe um principio primordial (arché) do qual tudo deriva. O mundo de Heraclito é o mundo móvel – “tudo flui”.

Parmênides: Oposição a Heraclito, o mundo sensivel é uma ilusao. O ser é uno, eterno, nao gerado, imutavel. O que nao pode ser pensado, nao existe. O ser é ou nao é. “... nao pode ser gerado de um nao ser.”, é sempre idêntico.

Período Humanista – foco é o bem – sofista, Sócrates;

Os sofistas se compunham de grupos de mestres que não eram gregos, pois não podiam participar da democracia ateniense que viajavam de cidade em cidade realizando aparições públicas (discursos, etc) para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus ensinamentos concentrava-se no logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação. Os mestres sofistas alegavam que podiam “melhorar” seus discípulos, ou, em outras palavras, que a “virtude” seria passível de ser ensinada.

Protágoras (481 a.C.-420 a.C.), Górgias (483 a.C.-376 a.C.), e Isócrates (436 a.C.-338 a.C.) estão entre os primeiros sofistas conhecidos.

Diversos sofistas questionaram a propalada sabedoria recebida pelos deuses e a supremacia da cultura grega (uma idéia absoluta à época). Argumentavam, por exemplo, que as práticas culturais existiam em função de convenções ou “nomos”, e que a moralidade ou imoralidade de um ato não poderia ser julgada fora do contexto cultural em que aquele ocorreu. Tal posição questionadora levou-os a serem perseguidos, inclusive, por aqueles que se diziam amar a sabedoria: os filósofos gregos.

A conhecida frase “o homem é a medida de todas as coisas” surgiu dos ensinamentos sofistas. Uma das mais famosas doutrinas sofistas é a teoria do contra-argumento. Eles ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser contraposto por outro argumento, e que a efetividade de um dado argumento residiria na verossimilhança (aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro) perante uma dada platéia.

Os Sofistas foram os primeiros advogados do mundo, ao cobrar de seus clientes para efetuar suas defesas, dada sua alta capacidade de argumentação. São também considerados por muitos os guardiões da democracia na antiguidade, na medida em aceitavam a relatividade da verdade. Hoje, a aceitação do "ponto de vista alheio" é a pedra fundamental da democracia moderna.

Grandes Sínteses - juntaram , sintetizaram toda a filosofia – buscando outros pensadores e sintetizando tudo; Platão e Aristóteles;

1) Platão: começava num ideal e terminava na Realidade, procura conciliar duas grandes tendências filosóficas – o imobilismo e o mobilismo, o mito da caverna.

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O mito da caverna, também chamada de Alegoria da caverna, é uma parábola escrita pelo filósofo Platão, e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII). Trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade.

Para Platão a realidade se dividia em duas partes. A primeira parte é o mundo dos sentidos, do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou imperfeito, já que para tanto fazemos uso de nossos cinco (aproximados e imperfeitos) sentidos. Neste mundo dos sentidos, tudo "flui" e, conseqüentemente, nada é perene. Nada é no mundo dos sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem. A outra parte é o mundo das idéias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razão. Este mundo das idéias não pode, portanto, ser conhecido através dos sentidos. Em compensação, as idéias (ou formas) são eternas e imutáveis.

2) Aristóteles: Individuo virtuoso, formara uma família virtuosa e assim vila virtuosa.

Projeto partia do particular para o ideal – primeiro escreveu o manual depois o projeto de ideal.

Escolas Helenística – traduzir a população um modo/estilo de vida – como vivo para alcançar a felicidade.

Para a filosofia, contudo, o helenismo marcou o surgimento de um novo período: a filosofia helenística (cujo início é tradicionalmente associado com a morte de Alexandre, em 323 a.C.).

As principais escolas filosóficas deste período são:

Estoicismo: é uma doutrina filosófica que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino (noção que os estóicos tomam de Heráclito e desenvolvem). A alma está identificada com este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. Este lógos (ou razão universal) ordena todas as coisas: tudo surge a partir dele e de acordo com ele, graças a ele o mundo é um kosmos (termo que em grego significa "harmonia").

Epicurismo: Epicuro propunha uma vida de contínuo prazer como chave para a felicidade, esse era o objetivo de seus ensinamentos morais. Para Epicuro, a presença do prazer era sinônimo de ausência de dor, ou de qualquer tipo de aflição: a fome, a abstenção sexual, o aborrecimento, etc.

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Ceticismo: é a doutrina que afirma que não se pode obter nenhuma certeza a respeito da verdade, o que implica numa condição intelectual de dúvida permanente e na admissão da incapacidade de compreensão de fenômenos metafísicos, religiosos ou mesmo da realidade. O termo originou-se a partir do nome comumente dado a uma corrente filosófia originada na Grécia Antiga.

Cinismo: partia do princípio de que a felicidade não depende de nada externo à própria pessoa, ou seja, coisas materiais, reconhecimento alheio e mesmo a preocupação com a saúde, o sofrimento e a morte, nada disso pode trazer a felicidade. Segundo os Cínicos, é justamente a libertação de todas essas coisas que pode trazer a felicidade que, uma vez obtida, nunca mais poderia ser perdida.

É nesse período do pensamento ocidental que a filosofia se expande da Grécia para outros centros como Roma e Alexandria.