revascularizaÇÃo pulpar de dente com …siaibib01.univali.br/pdf/maria alice ascari vanin.pdf ·...

44
1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MARIA ALICE ASCARI VANIN REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA E PERIODONTITE APICAL – Relato de caso clínico Itajaí 2012

Upload: dohanh

Post on 30-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

1

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MARIA ALICE ASCARI VANIN

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM RIZOGÊNESE

INCOMPLETA E PERIODONTITE APICAL

– Relato de caso clínico

Itajaí

2012

Page 2: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

2

MARIA ALICE ASCARI VANIN

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM RIZOGÊNESE

INCOMPLETA E PERIODONTITE APICAL

– Relato de caso clínico

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial à obtenção do título de cirurgião-dentista,

na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da

Saúde.

Orientadora: Prof(a): Mabel Philips

Itajaí

2012

Page 3: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

3

MARIA ALICE ASCARI VANIN

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA E

PERIODONTITE APICAL – Relato de caso clínico

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado

adequado para a obtenção do título de cirurgião-

dentista e aprovado pelo Curso de Odontologia,

da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Ciências da Saúde.

Área de concentração: Endodontia.

Itajaí, 18 de setembro de 2012.

Profª Mabel Philipps

UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia

Orientadora

Prof. Ricardo Ferreira

UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia

Membro

Profa. Márcia Gonçalves Lucena

UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia

Membro

Page 4: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

4

Ao longo de toda uma caminhada, existem pessoas

que nos fazem seguir em frente e alcançar nossos objetivos.

Estas pessoas são nossos pais, amigos, namorado, familiares,

professores, enfim todos aqueles que em algum momento

de nossas vidas fizeram a diferença.

Sendo assim, gostaria de dedicar este trabalho a todos aqueles

que fizeram a diferença na minha vida em algum

momento, e que me ajudaram chegar até aqui.

Page 5: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

5

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Roni e Fabiane, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chagasse até esta etapa da minha vida.

Aos meus irmãos, João Pedro e José Antônio, e a toda minha família pelo carinho dedicado sempre.

Ao meu namorado por ter me apoiado em todas as horas, me aturado nos momentos de estresse, e por me incentivar sempre.

Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo.

A professora Mabel Philipps por ter me dado a oportunidade de realizar este trabalho, e pelo tempo e paciência a mim dedicados.

Page 6: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

6

SUMÁRIO

1 ARTIGO............................................................................................. 07

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 23

3 ANEXOS............................................................................................ 43

Page 7: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

7

1 ARTIGO

(A ser submetido à Revista Odontologia Clínico-científica)

Page 8: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

8

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM RIZOGÊNESE

INCOMPLETA E PERIODONTITE APICAL – Relato de caso clínico

Mabel Philipps1

Maria Alice Ascari Vanin1

Endereço para correspondência:

Mabel Philipps

Rua Uruguai, 458 – Centro

CEP 88302-202 – Itajaí – SC

E-mail: [email protected]

1Curso de Odontologia, Universidade do Vale do Itajaí – Itajaí – SC – Brasil

Page 9: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

9

Resumo

Dentes com rizogênese incompleta que sofreram traumas ou foram

acometidos por alguma lesão que afete a polpa podem ter seu

desenvolvimento prejudicado devido a necrose do tecido pulpar, impedindo

assim a formação do restante da raiz, fechamento do ápice e espessamento

das paredes dentinárias, resultando em um dente mais frágil e propenso a

fraturas. Este trabalho relata um caso clínico com uma nova proposta de

tratamento, por meio da indução da revascularização pulpar de um dente com

rizogênese incompleta e periodontite apical. Um paciente do sexo masculino, 7

anos, sofreu um acidente e fraturou a coroa do elemento 12. O tratamento

consistiu na desinfecção prévia do canal radicular, onde posteriormente foi

provocado um sangramento para a formação de um coágulo e sobreposto uma

barreira de MTA. Após 18 meses do tratamento proposto, observou-se o

desenvolvimento radicular, fechamento do ápice e leve espessamento das

paredes dentinárias.

Palavras - chave: endodontia, apexificação, necrose pulpar

Introdução

São considerados dentes permanentes jovens com rizogênese

incompleta, aqueles cujo ápice radicular, histologicamente, não apresente a

dentina revestida por cemento e, radiograficamente, quando o extremo apical

da raiz está incompleto1.

A necrose de dente com rizogênese incompleta pode ser resultado de

cáries ou trauma o que pode impedir o desenvolvimento da raiz e o aumento de

espessura de dentina nas paredes do canal radicular2. Nestes casos, durante o

Page 10: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

10

tratamento endodôntico, a fase de obturação é problemática, pois o preparo

biomecânico não pode determinar um “batente apical” necessário para o

“travamento” do cone principal, apresentando riscos de sobre obturação. Além

disso, a parede do canal radicular, por ter pouca espessura de dentina, fica

susceptível à fratura.

Tradicionalmente, nestes casos, é utilizado um método de apexificação

para induzir uma barreira calcificada que serve como anteparo para o material

obturador quando é compactado. O hidróxido de cálcio tem sido o material

mais recomendado como curativo com esta finalidade até que sejam obtidas

condições anatômicas que permitam realizar a obturação adequadamente. No

entanto, a apexificação com o hidróxido de cálcio tem algumas desvantagens,

como o tempo necessário para o tratamento, a ausência do paciente às trocas

do curativo, podendo levar a resultados clínicos e radiográficos imprevisíveis e

risco de fratura das paredes do dente, pois o paciente deve permanecer com o

curativo por longo período. Além disso, a apexificação consiste no fechamento

do ápice com barreira calcificada, não promovendo uma continuidade do

desenvolvimento da raiz.

A possibilidade de regeneração de uma polpa necrosada tem sido

considerada pelos pesquisadores. Nos últimos anos, novos métodos de

terapia têm sido propostos com o objetivo de permitir o completo

desenvolvimento radicular em dentes com polpa necrosada com ou sem lesão

perirradicular e vários trabalhos vêm demonstrando clinicamente resultados

bem sucedidos de revascularização pulpar3, 4, 7 Esse método de tratamento

utiliza o coágulo sanguíneo como substância de preenchimento do canal

radicular. O coágulo atua como uma matriz para o crescimento de um novo

Page 11: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

11

tecido dentro do espaço pulpar, sendo que a condição de um dente jovem com

ápice aberto e raiz curta favorece a invaginação deste novo tecido. A vantagem

deste método está no fato de serem obtidos o completo desenvolvimento

radicular e a deposição de dentina nas paredes do canal e, conseqüentemente,

a raiz dentária terá maior resistência à fratura.

Sendo assim, a proposta deste estudo foi descrever um caso clinico

de dente com rizogênese incompleta com polpa necrosada e periodontite apical

e avaliar a resposta ao tratamento onde realizou-se a técnica de

revascularização através de coágulo sanguíneo.

Relato de caso

Paciente do sexo masculino, 7 anos de idade foi vítima de

atropelamento por moto. Ocorreu avulsão do elemento 11, que não foi

encontrado, e fratura coronal do elemento 12. Foi atendido numa consulta de

urgência onde foi realizado o tratamento das lesões nos tecidos moles. Vinte

dias após o acidente foi encaminhado à clinica particular

Ao exame clínico observou-se a restauração do tecido dental e ao teste

de vitalidade o elemento 12 respondeu positivamente. Ao exame radiográfico

presenciou-se um ápice com abertura de 4 mm e paredes dentinárias finas,com

pouca espessura de dentina (Fig.1 - panorâmica). O paciente foi orientado a

fazer o acompanhamento profissional e ficar atento a qualquer sinal de

necrose, ou seja, dor, edema, alteração de cor da coroa e/ou fístula.

Page 12: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

12

No controle de 60 dias observou-se a perda da restauração e uma fístula

na região do referido dente. O diagnóstico revelou necrose pulpar e

periodontite apical (Fig.2). A conduta para esta situação é a realização do

tratamento endodôntico e em função da fase de desenvolvimento radicular,

optou-se por uma abordagem regenerativa.

Após refeita a restauração coronal, foi realizada a cavidade de acesso

ao canal radicular. Foi irrigado com soro fisiológico e clorexidina gel a 2%

como substância auxiliar , a fim de se conseguir a limpeza e desinfecção do

espaço do canal radicular. Após isto foi preenchido com uma pasta feita de pó

de hidróxido de cálcio manipulado com clorexidina gel a 2%. A cavidade de

acesso foi selada com cimento de ionomero de vidro como material restaurador

provisório.

O paciente retornou 20 dias mais tarde sem quaisquer sinais e/ou

sintomas no referido dente. O canal foi irrigado novamente com soro fisiológico

e clorexidina gel a 2%.Com auxílio de um microscópio e uma sonda

exploradora reta, foi provocado um sangramento do tecido periapical para

dentro do canal radicular. Este sangramento foi mantido à 3mm abaixo da

junção esmalte-cemento. Após 15 minutos, foi preparado o MTA branco que

foi depositado cuidadosamente sobre o coágulo de sangue, formando uma

barreira cervical. O acesso endodôntico foi restaurado provisoriamente com

cimento ionômero de vidro. (Fig. 3). Após 15 dias, manteve-se os sinais e

sintomas clínicos normais e a restauração provisória foi substituída por uma

definitiva com resina composta.

Page 13: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

13

O paciente retornou após 4 meses do início do tratamento endodôntico,

assintomático, e com uma evidente redução da radiolucência periapical e sinal

de desenvolvimento da raiz. (Fig. 4)

Após 18 meses, o paciente retornou para mais uma reavaliação.

Continuava assintomático e radiograficamente observou-se a ausência de

radiolucidez periapical, contínuo desenvolvimento radicular, fechamento apical

e leve espessamento das paredes dentinárias. (Fig. 5)

Ao teste de vitalidade elétrico e térmico com gás refrigerante a resposta

do dente em questão foi negativa.

Fig. 2: Radiografia após 60 dias

Page 14: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

14

Fig. 3: Radiografia realizada 20 dias após o início do tratamento endodôntico

Fig. 3: Radiografia realizada no controle após 4 meses do início do tratamento

endodôntico

Page 15: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

15

Fig. 4:Radiografia final após 18 meses do início do tratamento endodôntico

Discussão

Quando um elemento dental sofre um trauma ou é acometido por

alguma patologia, o resultado poderá ser a necrose do tecido pulpar, e o

tratamento endodôntico deve ser realizado. No entanto, quando trata-se de

dentes imaturos, que ainda não tiveram a sua formação radicular completa a

estratégia de tratamento deve ser outra, visto que a formação desta raiz será

paralisada. O tratamento mais utilizado é a apecificação, que consiste na

limpeza do canal com auxílio de substâncias químicas e formação de tampão

apical com hidróxido de cálcio ou MTA colocados diretamente no ápice para

posterior obturação, porém esta técnica não permite que a raiz continue sua

formação, além disso as paredes do canal permanecem com pouca espessura

de dentina, fazendo com que este dente se torne frágil, mais propenso a

fraturas.1, 4, 5, 6. Como opção de tratamento para este caso, visando a formação

Page 16: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

16

contínua dessa raiz e deposição de tecido duro nas paredes tem-se algumas

técnicas como: terapia com células tronco, implantes pulpares, implantes de

um scaffold, impressão celular tridimensional, scaffold injetável e terapia

genética, que são técnicas que estão sendo pesquisadas in vitro visto que

ainda não estão sendo realizadas em seres humanos.4 Outra técnica é a

revascularização do canal através da desinfecção e posterior formação de

coágulo com sobreposição de MTA.4, 7, 8.

A revascularização ocorre devido a um processo de angiogenese, que

nada mais é que a formação de novos vasos no espaço do canal.4 A

revascularização e a regeneração são termos semelhantes nesses casos, onde

o que se pode concluir é que o espaço pulpar voltou a um estado vital, sendo

possível de acontecer em dentes jovens imaturos.9 Com base em pesquisas

recentes, concluí-se que é mais provável que o tecido que preenche o espaço

pulpar é a mais semelhante que ao tecido periodontal do que a tecido pulpar.4,

9.

Esta técnica apresenta vantagens por ser relativamente simples

dispondo de materiais e produtos disponíveis no mercado, e porque a

revascularização acontece a partir das células do próprio paciente evitando a

possibilidade de rejeição e transmissão de patógenos.4, 10. Por esta razão, foi a

técnica proposta nesse caso. 2, 13.

Esta técnica consiste na desinfecção dos canais através de irrigação

com hipoclorito de sódio ou clorexidina, sem ou com mínima instrumentação,

seguida de um curativo de demora e selamento da cavidade10, 14. No presente

caso a clorexidina foi usada como agente desinfetante. A escolha desse

Page 17: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

17

material ao invés do hipoclorito de sódio preconizado em outros trabalhos, foi

devido a maior compatibilidade com os tecido periapicais, e também por ser o

material indicado para casos em que o dente apresenta-se com rizogênese

incompleta.15, 16, 17. Foi também associada ao hidróxido de cálcio, que serviu

como curativo de demora, embora alguns autores tenham utilizado uma pasta

antibiótica composta por minociclina, ciprofloxacina e metronidazol.3, 7, 13 ou

hidróxido de cálcio e formocresol4 com o objetivo de eliminar os agentes

infecciosos presentes. Embora não tenha sido utilizada esta composição neste

trabalho, observou-se o bom resultado na desinfecção conseguida com o

curativo utilizado, visto que a ocorrência da revascularização assume que o

canal tenha sido desinfectado. Cehreli, Sara e Aksoy7 também não utilizaram a

pasta antibiótica preconizada em outros trabalhos devido ao seu potencial de

coloração da coroa. Mesmo assim, a cicatrização perirradicular foi observada

após três meses, seguido de espessamento progressivo das paredes da raiz e

do fecho apical. A seleção de irrigantes e medicamentos diversos é digno de

pesquisas adicionais, pois estes materiais podem conferir diversos efeitos

importantes para a regeneração, para além de sua propriedade

antimicrobiana.3, 4.

Após a desinfecção, passo importante e considerado a parte mais critica

do tratamento, é estimulado o sangramento dos tecidos periapicais e aguarda-

se a formação de um coágulo. Formado o coágulo, o MTA, material

biocompativel e com excelente capacidade de selamento2, foi depositado

cuidadosamente sobre o mesmo, seguido de uma restauração definitiva com

resina composta, fazendo-se o controle até que ocorra o resultado esperado. A

técnica utilizada neste caso foi citada por vários autores3, 4, 7, 11, 12, 13.

Page 18: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

18

O coágulo é formado a partir do sangramento estimulado dos tecidos

periapicais, que funcionará como uma matriz permitindo o crescimento de

novas células para o canal radicular.4 Assim, forma-se uma rede de fibrina que

contém fatores de crescimento plaquetário responsáveis pela regeneração

tecidual e irá captar células responsáveis pela neoformação tecidual. A

quantidade de células contidas na matriz de fibrina é imprevisível, por isso

alguns autores relatam que a engenharia de tecidos não depende apenas da

formação do coágulo, mas também pode depender da idade do paciente.4, 10, 14.

Com relação ao tecido que se forma no espaço da polpa, vários

autores3, 4, 9, 11 acreditam que após um período de inatividade a bainha epitelial

de Hertwig, presente na papila apical, pode se tornar vital novamente e reiniciar

sua função após cessada a infecção. Já para outros autores, o fechamento

apical se da devido a proliferação de células do tecido conjuntivo apical com

sua calcificação posterior. Histologicamente é obscuro o mecanismo de

complementação ou fechamento apical, no entanto, o importante é que ele

acontece em dentes imaturos livres de infecção.5 A principal desvantagem

desta técnica é o desconhecimento do tecido que se forma, sabe-se apenas

que há o preenchimento do espaço do canal.4 De acordo com Ding et al.² a

presença de periodontite apical, significa que o lúmen do canal radicular é

provavelmente desprovida de tecidos vitais, porém vestígios de tecido pulpar

podem sobreviver apicalmente, mesmo na presença de uma grande lesão

periapical. No caso de um dente imaturo necrótico com periodontite apical, as

células tronco da papila apical podem sobreviver à infecção devido a sua

proximidade com os tecidos periapicais. Eles são capazes de formar células

semelhantes a odontoblastos, produzindo dentina in vivo. Após a desinfecção

Page 19: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

19

do canal radicular, sob a influência das células epiteliais remanescentes da

bainha de Hertwig da raiz, as células tronco da papila apical podem diferenciar-

se em odontoblastos primários para continuar a formação de raízes. O

resultante aumento na espessura da raiz da parede do canal iria fortalecer o

dente contra fratura. Com um vértice completamente formado, o prognóstico

para qualquer tratamento de canal que pode tornar-se necessário (como

resultado de necrose do tecido pulpar novo) no futuro seria muito melhor do

que qualquer tentativa para obturar um ápice aberto.

O diâmetro do forame apical é muito importante para permitir a

revascularização. Forames pequenos (<1,0mm) geralmente não permitem que

esse processo ocorra, o ideal seria acima de 1,5mm, sendo que quanto maior o

diâmetro do forame, maior será a chance de sucesso. Em alguns casos, o

alargamento do forame do canal se faz necessário para permitir a passagem

dos vasos sanguíneos.4, 10, 18. Observou-se, através de medição radiográfica,

que o diâmetro do canal neste caso era de 4 mm sendo ideal para a realização

desta técnica.

O tempo de tratamento até se observar a formação radicular, o

espessamento das paredes e fechamento do forame varia para cada autor: 8 a

14 meses1, 2 anos3,5, 10 a 29 meses13, 30 meses19, 9,5 meses20, 1 a 5 anos21 e

2 a 5 anos22. Segundo Jung, Lee e Hargreaves²¹ o tempo variado de caso para

caso se deve ao tamanho da lesão, estágio de maturação da raiz e condição

da polpa. Neste caso, assim como no estudo de Thomson e Kahler²³, após 18

meses foi possível visualizar radiograficamente o desenvolvimento radicular e

fechamento do forame, no entanto, o aumento das paredes não foi o esperado.

Talvez o tempo de controle não tenha sido o suficiente para que isto

Page 20: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

20

acontecesse, sendo necessário um tempo maior, baseado nos trabalhos

citados, visto que é variável. Embora Jung, Lee e Hargreaves²¹ após um

controle de 1 a 5 anos não observaram alongamento do comprimento das

raízes e aumento da espessura das paredes dentinárias, apenas o fechamento

do forame apical. Hargreaves et al.¹¹ observaram em 3 anos e meio que dos

14 dentes tratados nas mesmas condições, o espessamento das paredes

dentinárias foi evidente em 57% (8/14) dos casos, e o aumento do

comprimento da raiz foi observado em 71% (10/14) dos casos.

Aos testes de vitalidade, com gás refrigerante e elétrico, não obteve-se

resposta positiva neste caso. De acordo com Ding et al.² e Torres4 a

confirmação clínica da vitalidade pulpar é muito difícil, pois nem todos os

dentes revascularizados respondem a testes elétricos. Uma análise histológica

seria inviável eticamente, e outros exames que podem ser realizados ainda são

de alto custo.2, 4. Segundo Ding, Cheung, Chen, Yin, Wang e Zhang2, dentes

permanentes com rizogênese incompleta que foram submetidos a este tipo de

tratamento podem responder a testes elétricos cerca de um ano após iniciado o

tratamento, mesmo sendo a revascularização do canal uma técnica de sucesso

relativamente baixa. No estudo de Hargreaves, Geisler, Henry e Wang¹¹

metade dos dentes com rizogênese incompleta submetidos a este tipo de

tratamento não responderam a testes elétricos.

Existem várias técnicas para a regeneração de dentes imaturos que

sofreram traumatismo ou foram afetados patologicamente e pararam o seu

crescimento, porém ainda são apenas estudos laboratoriais – in vitro – ou são

mais sofisticados exigindo estrutura e conhecimento específicos. No entanto,

vários aspectos precisam ainda ser observados em pesquisas futuras10, porém

Page 21: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

21

o futuro da regeneração é promissor, e vem para modificar os protocolos que

usamos até hoje.

Conclusão

De acordo com o presente estudo, pode-se concluir que:

-A revascularização através da técnica do coágulo sanguineo possibilitou o

desenvolvimento radicular, aumento de espessura das paredes de dentina,

mesmo que discreto, e fechamento apical, demonstrando ser preferencial ao

tratamento tradicional de apecificação.

-A técnica que induz a revascularização de dentes com rizogênese incompleta

e periodontite apical é uma opção viável de tratamento.

-Trata-se de uma técnica simples, rápida e de baixo custo.

Referências

1-Silva LAB da. Tratamento endodôntico de dentes permanentes com rizogênese incompleta. In: Leonardo MR. Endodontia: tratamento de canais radiculares: princípios técnicos e histológicos. São Paulo: Artes médicas; 2008. p. 1195-219.

2-Ding RY, Cheung GS, Chen J, Yin XZ, Wang QQ, Zhang CF. Pulp revascularization of immature teeth with apical periodontitis: a clinical study. J. endod. 2009; 33(5):745-9.

3-Banchs F, Trope M. Revascularization of immature permanent teeth with apical periodontitis: new treatment protocol? J. endod. 2004; 30(4):196-200.

4- Torres JCM. Técnica de regeneração endodôntica. [Dissertação-Mestrado] Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2011.

5- Lopes HP, Siqueira Júnior JF, Neves MAS, Estrela C. Tratamento endodôntico em dentes com rizogênese incompleta. In: LOPES, H. P.; SIQUEIRA JÚNIOR, J. F.; Endodontia: biologia e técnica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 2010. p. 877-90.

Page 22: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

22

6- Thibodeau B, Teixeira F, Yamauchi M, Caplan DJ, Torpe M. Pulp revascularization of immature dog teeth with apical periodontitis. J endod. 2007; 33(3):680-9.

7- Cehreli ZC, Sara S, Aksoy B. Revascularization of immature permanent incisors after severe extrusive luxation injury. J. Can. Dent. Assoc. 2012; 78(4).

8- Friedlander LT, Cullinan MP, Love RM. Dental stem cells and their potential role in apexogenesis and apexification. Int. endod. j. 2009; 42:955–62.

9- Trope M. Treatment of the immature tooth with a non-vital pulp and apical periodontitis. Dent. Clin. North Am. 2010; 54(2):313-24.

10- Murray PE, Garcia-Godoy F, Hargreaves KM. Regenerative endodontics: a review of current status and a call for action. J. endod. 2007; 33(4):377-90.

11-Hargreaves KM, Geisler T, Henry M, Wang Y. Regeneration potential of the young permanent tooth: what does the future hold? J. endod. 2008; 34(7S): S51 – S56.

12- Vale MS do, Silva PMF da. Conduta endodôntica pós-trauma em dente com rizogênese incompleta. Rev. odontol. UNESP 2011; 40(1):47-52.

13- Chueh LH, Huang GT. Immature teeth with periradicular periodontitis or abscess undergoing apexogenesis: a paradigm shift. J. endod. 2006; 32(12):1205-13.

14- Huang GTJ. Pulp and dentine tissue engineering and regeneration: current progress. J. tissue eng. regen. med. 2009; 4(5):697-707.

15-Hülsmann M. Irrigación del conducto radicular: objetivos, soluciones y técnicas. J. endod. 1998; 4(1):15-29.

16-Jenasonne MJ, White RR. A comparison of 2.0% chlorhexidine gluconato and 5.25% sodium hypochlorite as antimicrobial endodontic irrigants. J. endod. 1994; 20(6):276-28.

17- Ferraz CCR, Gomes BPF de A, Zaia AA, Teixeira FB, Souza-Filho FJ. In vitro assessment of the antimicrobial action and the mechanical ability of chlorhexidine gel as an endodontic irrigant. J. endod. 2001; 27(7):452-55.

18- Ferreira G, Bervig L. Revascularização pulpar após traumatismo após tratamento dental. (Especialização) – Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

19- Iwaya S, Ikawa M, Kubota M. Revascularization of an immature permanent tooth with apical periodontitis and sinus tract. Dental Taumatol. 2001; 17:185-7.

Page 23: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

23

20- Thibodeau B, Trope M. Pulp revascularization of a necrotic infected immature permanent tooth: case report and review of the literature. Pediatr. dent. 2007; 29(1):47-50.

21- Jung IY, Lee SJ, Hargreaves KM. Biologically based treatment of immature permanent teeth with pulpal necrosis: a casa series. J. endod. 2008; 34(7):876-887.

22- Leung S. Revascularization of immature permanent teeth with apical lesions – report of three consecutive cases. Hong Kong Dent. J. 2010; 7:31-5.

23- Thonsom A, Kahler B. Regenerative endodontics – biologically-based treatment for immature permanent teeth: a case report and review of the literature. Aust. Dent. J. 2010; 55(4)446-52.

Page 24: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

24

2 REVISÃO DE LITERATURA

Page 25: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

25

Jeansonne e White (1994) realizaram uma comparação da atividade

antimicrobiana do gluconato de clorexidina 2,0% e o hipoclorito de sódio (NaCl)

5,25% quando utilizadas como irrigantes endodônticos. A avaliação foi feita em

um sistema de canais radiculares in vitro, e para esta foram utilizados dentes

humanos recém extraídos com patologia pulpar. As amostras bacteriológicas

foram retiradas após o acesso aos canais, instrumentação, irrigação e após

permanecerem em um ambiente anaeróbico por 24 horas. Os resultados deste

estudo indicaram que o gluconato de clorexidina é tão efetivo quanto o

hipoclorito de sódio como irrigante endodôntico antimicrobiano. Os autores

relataram que embora o gluconato de clorexidina não dissolva tecidos pulpares,

a mesma tem as vantagens de não possuir toxicidade, ter gosto agradável,

podendo ser usado como irrigante alternativo, nos casos de pacientes alérgicos

ao hipoclorito de sódio ou em casos de rizogênese incompleta, onde o

extravasamento apical poderia induzir inflamação periapical excessiva.

Hülsmann (1998) relatou que não se pode realizar intervenções em toda

extensão do canal radicular apenas com instrumentação, é necessário o uso de

substâncias irrigantes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma

revisão sobre as diversas substâncias irrigantes. A solução irrigadora mais

utilizada é o hipoclorito de sódio, porém a mesma apresenta algumas

características nocivas como, por exemplo, o efeito tóxico causado em tecidos

vivos quando a concentração da solução for acima de 5%, não sendo indicada

para irrigação de canais que não completaram a sua formação radicular. Nesse

caso, a clorexidina vem como opção de irrigação, pois essa substância

apresenta vantagens em relação a ação antimicrobiana e menor potencial

citotóxico. O autor concluiu que existem várias substâncias para realizar a

irrigação do canal, sendo assim, cabe a cada profissional conhecer

profundamente a substância de sua escolha.

Ferraz et al. (2001) tiveram como objetivo deste trabalho avaliar o gel

gluconato de clorexidina como irrigante endodôntico. Devido a dificuldade de

instrumentação de todos os canais, a irrigação se faz extremamente

importante. Os irrigantes químicos devem apresentar as seguintes

propriedades: atividades microbianas, dissolução de tecidos orgânicos, auxiliar

a remoção de debris e não ser tóxico aos tecidos periapicais. O irrigante mais

Page 26: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

26

conhecido e utilizado é o hipoclorito de sódio, porém ele é muito agressivo aos

tecidos periapicais. Por esta razão alguns autores sugerem a troca desse

irrigante por substâncias viscosas como o gluconato de clorexidina, que pode

apresentar melhor ação lubrificante aumentando as propriedades

antimicrobianas. O gluconato de clorexidina é uma substância catiônica que

age nas paredes celulares dos microorganismos causando um extravasamento

dos componentes extracelulares, resultando em um efeito bacteriostático.

Também age com um efeito bactericida devido a precipitação ou coagulação

do citoplasma. Neste estudo, os autores concluíram que a viscosidade do gel

promove uma melhor limpeza mecânica dos canais e remover os tecidos

remanescentes e debris de dentina, e também relataram que a clorexidina é

muito menos agressiva aos tecidos periapicais, sendo indicada para

tratamentos em dentes com rizogênese imcompleta.

Iwaya, Ikawa e Kubota (2001) trataram um pré-molar inferior imaturo

com envolvimento periapical de um paciente de 13 anos de idade. Ao invés de

utilizarem o protocolo padrão para tratamento do canal e posterior apecificação,

os autores utilizaram agentes antimicrobianos para realizar a desinfecção do

canal e após esse procedimento o mantiveram vazio. Assim a polpa necrótica e

infectada foi removida coronariamente e foi deixado apenas o tecido pulpar

residual apical para promover a revascularização. A radiografia realizada 5

meses após o tratamento com antimicrobianos (metronidazol e ciprofloxacina)

e fechamento da cavidade de acesso, revelou os primeiros sinais de

fechamento apical. Um ligeiro aumento da espessura do canal radicular foi

observado, também houve formação de ponte de dentina e resposta positiva a

testes elétricos da polpa. Outros exames radiográficos realizados 30 meses

após o tratamento inicial confirmaram o fechamento completo do ápice, o

espessamento da parede da raiz e uma diminuição do espaço da polpa.

Segundo os autores, embora seja prematuro fazer generalizações a partir do

protocolo utilizado neste tratamento, a revascularização de um dente imaturo

com envolvimento apical é possível. Os autores também sugerem que a cura

do tecido pulpar em dentes jovens relatados neste artigo merece uma

investigação mais profunda.

Page 27: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

27

Ferreira e Berwig (2003) relataram que um dente traumatizado pode

sofrer complicações mediatas e imediatas devido a danos causados ao seu

feixe vásculo nervoso e tecidos periodontais. As autoras tiveram como objetivo

desta revisão bibliográfica fornecer subsídios para o atendimento de pacientes

que sofreram trauma dental. Dentre os aspectos que influenciam a

revascularização pulpar, as autoras destacaram o diâmetro do forame como

um dos fatores que mais influenciam nesse tratamento. Quanto mais dilatado

esse forame maior é o favorecimento da penetração de novos feixes, e em

casos em que o diâmetro for menor que 0,5 mm a revascularização quase não

acontece. O uso de antibiótico tópico e sistêmico também é um fator

favorecedor da revascularização. A autoras concluíram que a revascularização

pulpar de dentes que sofreram traumatismos pode ser esperada quando

condições favoráveis estiverem presentes.

Banchs e Trope (2004) relataram uma técnica para revascularizar dentes

permanentes imaturos com periodontite apical. Foi realizada a desinfecção do

canal com irrigação abundante e com o uso de uma combinação de três

antibióticos. Após o protocolo de desinfecção estar completo, o ápice é

mecanicamente irritado para iniciar um sangramento dentro do canal que irá

produzir um coágulo de sangue ao nível da junção cemento-esmalte. Neste

caso, os autores concluíram que a combinação de um canal desinfectado e

uma matriz em que o tecido novo poderia crescer e uma vedação coronal

eficaz parece ter produzido o ambiente necessário para o sucesso da

revascularização.

Chueh e Huang (2006) analisaram quatro casos clínicos de dentes

imaturos que desenvolveram periodontite periapical ou abscessos que foram

submetidos a um tratamento conservador, ou seja, sem instrumentação. Ao

invés, foi realizada apenas irrigação com solução de NaCl a 2,5%. Todos os

casos aqui apresentados desenvolveram ápices maduros de 7 meses a 5 anos

após o tratamento inicial, sem complicações, apesar de ter sido observado um

estreitamento do canal. Os autores apóiam uma mudança de paradigma em

direção a uma abordagem conservadora, proporcionando um ambiente

favorável para a regeneração do tecido. O mecanismo de contínuo

desenvolvimento e formação da extremidade da raiz é discutido.

Page 28: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

28

Pradhan et al. (2006) descreveram o tratamento de dois incisivos

centrais imaturos, sem usar técnicas de apecificação convencional e sim

técnicas regenerativas baseada em literaturas que buscam alcançar a

revascularização do canal. Realizaram tratamento conservador praticamente

sem instrumentação, a desinfecção foi realizada com irrigação com hipoclorito

de sódio 2,5% e preenchido com HC para a desinfecção, e a cavidade foi

selada com OZE. No grupo em que foi usado o MTA o canal foi irrigado com

solução de gluconato de clorexidina 7,5%, cetrimida 15% e álcool isopropilico

7% para remover o conteúdo, após o MTA foi aplicado 3 a 4mm do forame

apical. Já o grupo onde foi usado o HC, a barreira se formou a partir da

primeira aplicação, sendo assim o canal foi obturado. Como conclusão desse

estudo foi observado após um ano de acompanhamento um crescimento

significativo das raízes.

Murray, Garcia-Godoy e Hargreaves (2007) relataram que a busca por

alternativas que visem a regeneração dos tecidos pulpares doentes ou

necróticos já é um assunto bastante estudado. A endodontia regenerativa é a

criação e fornecimento de tecidos para substituir polpas doentes ou

traumatizadas. Sendo assim, esta revisão mostra uma visão geral da

endodontia regenerativa, seus objetivos e técnicas, que permitem a esse tipo

de tratamento tornar-se realidade. As técnicas de revascularização incluem a

terapia com células tronco, implantes de tecido pulpar, implante de andaimes

celulares, e terapia genética. Estas técnicas regenerativas devem ser aliadas a

desinfecção e debridamento dos canais para que se possa permitir a sua

revascularização e utilização de células-tronco adultas, andaimes, e fatores de

crescimento. Embora os desafios da introdução de terapias de engenharia de

tecidos endodônticos são substanciais, os benefícios potenciais para os

pacientes e os profissionais são igualmente inovadores. Os autores concluíram

que a procura por esse tipo de técnicas vai se tornar cada vez maior, já que

esta terapia faz com que os tecidos restaurem sua função natural ao invés de

lançarmos mão de uso de próteses ou implantes. Sendo assim, os autores

esperam que ao fornecer uma visão geral sobre o assunto isso chame a

atenção para que essas terapias se desenvolvam para o uso clínico.

Page 29: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

29

Thibodeau e Trope (2007) apresentaram o caso de um paciente onde a

revascularização do espaço de necrose pulpar infectado do incisivo central

superior imaturo foi induzido in vivo por estimulação de um coágulo de sangue

de tecido periapical no espaço do canal. Isto foi conseguido após a desinfecção

do espaço do canal com uma pasta de antibiótico seguido por um coagulo de

sangue induzido a partir dos tecidos periapicais. Segundo os autores essa

abordagem de tratamento oferece um grande potencial clinico para evitar a

necessidade de apecificação tradicional com hidróxido de cálcio ou a

necessidade de alcançar uma barreira artificial apical com MTA. Além disso,

essa abordagem de tratamento pode ajudar a resgatar dentes imaturos

infectados fisiologicamente pelo reforço das paredes das raízes.

Thibodeau, et al. (2007) tiveram como objetivo deste estudo analisar a

capacidade de uma solução de colágeno para ajudar a revascularização de

canais radiculares de dentes imaturos de cães que foram acometidos por

necrose. Foram usados sessenta dentes imaturos de 6 cães que foram

infectados, desinfetados e randomizados em grupos experimentais: 1 –

nenhum tratamento, 2 – coagulo de sangue no canal, 3 – colágeno em solução

do canal, 4 – solução de colágeno + sangue e 5 – controles negativos. Após a

análise dos resultados radiográficos os grupos não apresentaram diferenças

estatísticas sobre a cura da radiolucência. Houve uma diferença entre o grupo

1 e o grupo 4 com relação ao espessamento radicular. O grupo 2 mostrou

selamento mais significativamente mais apical com relação ao grupo 1. Com

relação a análise histopatológica também não houveram diferenças estatísticas

entre os grupos experimentais, no entanto algumas raízes em cada um dos

grupos 1 a 4 (previamente infectados) mostraram resultados histológicos

positivos (paredes espessadas em 43,9% e fechamento apical em 54,9%). Por

fim, os autores concluíram que a revascularização dos canais radiculares

imaturos desinfetados é possível.

Jung, Lee e Hargreaves (2008) apresentaram 9 casos clínicos de 8

pacientes de 9 a 14 anos. Esses casos apresentaram dentes imaturos com

necrose pulpar e periodontite apical. Durante o tratamento, 5 dos dentes

estudados apresentavam algum tecido vital residual remanescente no sistema

de canais radiculares. Esses dentes foram irrigados com hipoclorito de sódio e

Page 30: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

30

medicados com ciprofloxacina, metronidazol e minociclina, os dentes foram

selados com MTA e restaurados. No segundo grupo de dentes, não foi

encontrado nenhum resíduo de tecido vital, sendo assim o tratamento foi

realizado da seguinte forma: irrigação com hipoclorito de sódio, medicação com

ciprofloxacina, metronidazol e minociclina seguido de por um procedimento de

revascularização adotado a partir de literatura (sangramento provocado para

criar um coágulo intracanal), e depois foi restaurado. Em ambos os grupos de

pacientes, houve evidencias satisfatórias no pós-operatório (1 a 5 anos), os

pacientes eram assintomáticos, fistulas não eram mais evidentes, as

periodontites apicais foram resolvidas, porém não houve alongamento do

comprimento das raízes e aumento da espessura das paredes dentinárias,

apenas foi observado o fechamento do forame apical.

Para Hargreaves et al.2008) as opções convencionais de tratamento

para dentes imaturos e necrosados incluem cirurgia, endodontia apecificação

com Hidróxido de Cálcio, ou única sessão com plug de MTA. Uma outra opção

de tratamento é a revascularização, que trata da desinfecção dos sistemas de

canais radiculares com antibióticos e irrigação, fornecendo uma matriz de

coágulo de sangue em que as células podem crescer. Os pesquisadores

avaliaram a eficácia da revascularização de 14 dentes infectados e imaturos. O

tratamento endodontico foi iniciado e, após o controle da infecção, foi realizada

a revascularização. A cavidade de acesso foi selada com cimento de ionômero

de vidro. Os casos foram acompanhados em intervalos regulares de 3 meses,

pelo tempo de 6 meses a 3 anos e meio. Os resultados encontrados foram os

que se seguem. A resolução radiográfica foi considerada boa ou ótima em 93%

(13/14) dos casos. A descoberta surpreendente foi a resolução completa dos

sinais e sintomas clínicos e a cura apreciável das lesões periapicais em 78%

(11/14) dos casos.O espessamento das paredes dentinárias foi evidente em

57% (8/14) dos casos, e o aumento do comprimento da raiz foi observado em

71% (10/14) dos casos. Nenhum dos casos apresentou novamente dor,

reinfecção ou ampliação radiográfica da patologia apical existente. Este estudo

teve um resultado favorável de revascularização em dentes permanentes

imaturos infectados e não vitais.

Page 31: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

31

Shah et al.(2008) destacaram que durante os últimos anos o

conhecimentos de novos materiais e o estudo sobre traumas e regeneração

dos tecidos periapicais vem aumentado. Além disso, relatos de casos recentes

demonstram como novas terapias conseguem um desenvolvimento radicular

contínuo, aumento da espessura das paredes de dentina e fechamento apical

nos casos de dentes permanentes imaturos necrosados. Para os autores, as

medidas que devem ser tomadas para que se consiga um bom tratamento são

as seguintes: desinfecção do canal com irrigação de solução de hipoclorito de

sódio, para que se crie condições necessárias à revascularização desta polpa;

revascularização realizada através da criação de um coágulo de sangue obtido

com a irritação do tecido apical; uso de Hidróxido de Cálcio para que se impeça

a revascularização coronal o que poderia levar a um manchamento da coroa; e

uso da pasta composta por três tipos de antibióticos que realizam a

desinfecção total desse canal. Segundo os autores, um recente editorial

sugeriu que pouco progresso foi feito nessa área, mas a partir de muitas

perspectivas essa afirmação é preciso, no entanto eles acreditam que a última

década se produziu uma massa crítica de conhecimentos e métodos que são

suscetíveis a criação de bases biológicas endodônticas que irá responder ao

desafio lançado a décadas atrás.

Silva (2008) realizou um estudo sobre dentes imaturos com necrose

pulpar e reação apical que demonstrou que o combate à infecção do canal é

fundamental para a indução do desenvolvimento total da raiz. A seqüência de

tratamento preconizada nesses casos foi: radiografia inicial e isolamento

absoluto, irrigação com hipoclorito de sódio 2,5%, neutralização do conteúdo

tóxico, odontometria preferencialmente 1 mm aquém do ápice radiográfico,

preparo biomecânico dos canais, secagem e aplicação do EDTA, curativo de

demora e expectante, remoção periódica do curativo expectante e obturação. O

preparo biomecânico dos canais foi realizado de acordo com o tipo de abertura

do ápice que pode ser divergente, convergente ou paralelo. Ápices com

aberturas divergentes dificultam a limpeza do canal, pois o instrumento fica

solto dentro do mesmo, sendo assim a limpeza deve ser realizada até o

comprimento real do dente. Já em ápices com abertura convergentes a limpeza

é facilitada. Como curativo de demora o autor preconiza Callen + clorexidina

Page 32: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

32

por um período de 15 a 30 dias, e como curativo expectante utilizado para

deposição de tecido mineralizado usamos o Callen renovado de 30 a 60 dias

até o total fechamento apical. A renovação do curativo expectante se faz

necessária, pois ele perde sua capacidade de induzir a deposição de tecido

mineralizado ao entrar em contato com substâncias como o gás carbônico. O

Hidróxido de Cálcio é o mais utilizado para dentes com exudato periapical

devido ao seu poder antibacteriano e a sua capacidade de desnaturar

proteínas do canal tornando-o menos tóxico ou não-tóxico. A não troca do

curativo expectante pode levar à mineralização insuficiente ou parcial e à

recidiva das lesões periapicais. Foi concluído que na maioria dos casos que

seguiram a seqüência correta de tratamento, o desenvolvimento total da raiz e

fechamento do ápice ocorreu em um período de 8 a 14 meses.

Chueh et al. (2009) realizaram um estudo que incluiu 23 dentes

necróticos imaturos tratados tanto por um curto espaço de tempo (período

menor que três meses) quanto por um longo período (período maior que três

meses). Foram usados materiais endodônticos para irrigação sem

instrumentação com 2,5% de NaCl, e Ca(OH)2 como pasta medicamentosa.

Em 7 dos dentes tratados em menos de três meses o espaço ocupado pela

polpa dental foi preenchido com uma barreira artificial de MTA (mineral trioxide

aggregate). Para os 16 dentes tratados por mais de três meses os o espaço

ocupado pela polpa dental foi preenchido com Ca(OH)2 que induz a formação

de uma barreira de tecido duro no canal radicular. Foi descoberto que todas as

lesões apicais mostraram regressão completa em 3 a 21 (média, 8) meses

após o tratamento inicial. Todos os dentes permanentes necróticos imaturos

atingiram um desenvolvimento radicular quase normal de 10 a 29 (média, 16)

meses após o tratamento inicial. Os autores concluíram que dentes

permanentes imaturos com polpa necrosada e patologias apicais ainda podem

alcançar o desenvolvimento das raízes após adequado tratamento endodôntico

regenerativo a curto ou longo prazo.

Ding et al. (2009) examinaram os efeitos de revascularização de dentes

necróticos imaturos com periodontite apical. Foram recrutados 12 pacientes,

cada um com um dente permanente imaturo com periodontite crônica ou

aguda. Um mix de três antibióticos (ciprofloxacina, metronidazol e minociclina)

Page 33: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

33

foi usado para desinfetar a polpa por uma semana. Em seguida, um coágulo de

sangue foi criado no canal, sobre o qual o MTA foi colocado. Os pacientes

foram reavaliados periodicamente. Seis pacientes não responderam bem ao

tratamento (devido à dor ou falha na indução do sangramento após a

desinfecção do canal) e ao invés de continuar o desenvolvimento radicular

produziram uma apecificação. Outros 3 pacientes não compareceram a

nenhuma reavaliação. Porém, esses pacientes foram encontrados para

podermos demonstrar o desenvolvimento radicular completo, com resposta

positiva em testes pulpares. Os autores concluíram que a revascularização

poderia ser eficaz no tratamento de dentes imaturos permanentes com

periodontite apical se for feita uma seleção apropriada do caso.

Friedlander, Cullinan e Love (2009) tiveram como objetivo desta revisão

pesquisar o desenvolvimento apical e as células-tronco dentais e seu

envolvimento no fechamento de ápices abertos. Sendo assim, os autores

relataram que um dente imaturo que sofre algum tipo de lesão pode cessar a

deposição de dentina e maturação da raiz deixando um ápice aberto com

paredes finas sujeito a fraturas. Nesses casos o tratamento endodôntico torna-

se complexo com um prognóstico incerto, muitas vezes levando a perda

precoce do dente. As células tronco, que são capazes de auto-renovação,

proliferação e diferenciação em múltiplas linhagens celulares foram isoladas e

identificadas dentro da polpa dental (papila apical) e ligamento periodontal. A

capacidade destas células de produzir dentina, polpa, cemento e ligamento

periodontal in-vivo sugerem aplicações potenciais como fatores de crescimento

nos processos de apexificação e apicigênese. No entanto, as células

dominantes para repovoar um ápice aberto serão dirigidas por estímulos

ambientais locais. Nesta revisão foram pesquisados dados da EMBASE e

MEDLINE e também foi realizada uma pesquisa manual buscando autores

relacionados com o tema. Segundo os autores, é possível que as células

tronco dentais tenham potencial para a divisão celular contínua e regeneração

para substituir tecidos dentários perdidos através de trauma ou doença.

Segundo Huang (2009) os tecidos pulpares são muito vulneráveis a

infecções ou traumas, resultando na remoção do tecido pulpar seguido por toda

a desinfecção e preenchimento do canal radicular com material obturador,

Page 34: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

34

procedimento este conhecido como terapia radicular. A regeneração do tecido

pulpar tem sido difícil, pois o tecido é envolto em dentina sem garantia de

abastecimento de sangue, exceto a parte final o terço apical. No entanto, com o

advento do conceito da engenharia de tecidos e moderna a descoberta de

células-tronco dentárias, a regeneração da celulose e da dentina foi testado. O

objetivo deste trabalho é discutir o avanço atual deste tipo de tratamento,

revendo as primeiras técnicas de regeneração do tecido pulpar e o esforço

atual da engenharia dos tecidos pulpares.

Kvinnsland, Bardsen e Fristad (2010) tiveram como finalidade deste

trabalho apresentar um caso em que um dente traumatizado e imaturo ainda

mostrou capacidade para desenvolvimento radicular contínuo e apexogênese

após tratamento endodôntico que foi iniciado com base em um diagnóstico

impreciso pulpar. Segundo os autores lesões traumáticas dentárias podem

resultar em complicações endodônticas. Os tratamentos que são preconizados

devem visar a preservação da vitalidade pulpar e assegurar o desenvolvimento

radicular adicional e maturação dentária. O caso apresentado foi o de um

menino de 9 anos, que sofreu uma lesão por concussão nos dentes anteriores.

O tratamento endodôntico foi realizado no elemento 21, que possuía um

comprimento radicular incompleto, paredes dentinárias finas e ápice aberto. A

câmara pulpar já havia sido acessada e o canal também já tinha sido

instrumentado. Devido a essa instrumentação foi fácil realizar o sangramento

da raiz e o preenchimento desse sangramento com hidróxido de cálcio. Não

haviam sinais de lesão periapical com base na avaliação clínica e radiográfica

realizada. Um tratamento conservador foi instituído para permitir o

desenvolvimento radicular contínuo. O controle radiográfico foi realizado a cada

três meses durante 15 meses. Observou-se a formação da raiz com

fechamento apical, na região cervical formou-se uma barreira de tecido duro

formada por MTA. Após dois anos de controle o dente mostrou raiz mais

desenvolvida e livre de sintomas.

Lopes et al. (2010) realizaram um estudo sobre revascularização pulpar

de dentes imaturos necrosados e infectados. Até pouco tempo a

revascularização de dentes com polpa necrosada e infectada é considerada

impossível, porém nos últimos anos novos métodos de terapia foram propostos

Page 35: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

35

com o objetivo de permitir o completo desenvolvimento da raiz em dentes com

polpa necrosada, com ou sem lesão periapical. Esses métodos visam a criação

de um coágulo como substância de preenchimento do canal radicular. Porém

antes de realizar esse preenchimento é fundamental uma desinfecção

criteriosa do canal com irrigação com hipoclorito de sódio (1,25 a 5,25%).

Segundo alguns autores, após a desinfecção o canal deve ser preenchido com

uma pasta composta por três antibióticos (ciprofloxacina, metronidazol e

minociclina) e deixar por 4 semanas. Após esse período constatado o

desaparecimento dos sinais e sintomas clínicos remove-se a pasta com

irrigação e promove-se o sangramento. Esse sangramento deve ser mantido a

3mm da junção amelo-dentinária e após a formação do coágulo colocamos o

MTA para a formação da primeira barreira, seguida de uma bolinha de algodão

estéril umedecida em água destilado, e uma camada de restaurador provisório.

Após duas semanas, mantendo-se os sinais e sintomas clínicos normais,

substituímos a restauração por uma de resina adesiva que deve ser mantida

durante 2 anos, que se refere ao período de proservação. Durante esse

período devem ser observados o crescimento radicular e o fechamento do

forame apical. Nos casos em que não é observada formação da raiz deve-se

optar pela apicificação tradicional. Após a conclusão do tratamento o espaço

radicular deve ser obturado com cone de guta percha e cimento endodôntico

pela técnica convencional ou termoplastificada.

Leung (2010) classificou o tratamento de dentes imaturos necrosados

como desafiador. A raiz curta, e suas paredes finas, predispõe esses dentes a

fraturas. O tratamento tradicional de apecificação requer muitas sessões, o que

pode levar a algumas complicações. Esse trabalho relatou três casos de

revascularização pulpar finalizados com sucesso. O tratamento foi realizado em

três consultas. Na primeira consulta após serem realizadas todas as medidas

de biossegurança, o dente foi irrigado com hipoclorito de sódio com o auxilio de

uma seringa endodontica, com o total de 30 mL da substância, após feito isso a

substância foi removida, colocado curativo a base de antibióticos e a cavidade

foi selada com cimento temporário. Na segunda consulta, o canal foi irrigado

com ácido etilenodiaminotetracético, seguido de hipoclorito de sódio para

remover todos os debris do canal. Após foi provocado um sangramento no

Page 36: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

36

canal e colocado MTA e selado com cimento provisório. Na terceira consulta,

nenhum paciente apresentava sensibilidade com relação ao dente em questão,

sendo assim foi realizado um selamento temporário. Seis meses depois foi

realizado a obturação do canal. A conclusão do tratamento foi de sucesso se

comparada a apecificação tradicional, pois conseguimos uma raiz mais longa e

paredes mais grossas o que previnem as fraturas, e também diminui a

incidência de complicações devido ao número reduzido de sessões.

Thomson e Kahler (2010) sugeriram que células tronco e progenitoras a

partir da polpa e/ou periodonto contribuem para o desenvolvimento das raízes

quando procedimentos regenerativos ao seguidos. Nesse estudo foi realizado o

seguinte procedimento: um pré-molar inferior com um abscesso periapical

crônico foi irrigado com hipoclorito de sódio com instrumentação mínima e em

seguida foi inundado com tri-antibiótico composto por ciprofloxacina,

metronidazol e amoxicilina. Na segunda consulta, foi provocado um

sangramento nesse canal e após a formação do coágulo foi agregado o MTA e

realizada a restauração com cimento ionômero de vidro e resina composta.

Como resultado foi observado a resolução da periodontite apical, a maturação

da raiz continuou e o fechamento apical ocorreu em 18 meses, o dente tornou-

se responsivo ao teste de sensibilidade de celulose. Como conclusão, os

autores destacaram a importância do conhecimento do potencial da endodontia

regenerativa no tratamento de lesões necróticas de dentes imaturos. Também

concluiu-se que o uso de hidróxido de cálcio é contra-indicado visto que essa

substância inibe o crescimento de raiz adicional. A endodontia regenerativa

pode reduzir o risco de fraturas e perda prematura do dente associada a

procedimentos de apecificação.

Trope (2010) relatou que os métodos de tratamento tradicionais de um

dente imaturo que apresenta necrose pulpar e periodontite apical apresentam

múltiplos desafios. Dentre esses desafios podemos incluir a desinfecção do

canal radicular com protocolos padrão que usam agressivamente limas

endodônticas para realizar o preenchimento do canal radicular com material de

obturação sendo que o mesmo não apresenta barreira nenhuma para parar

este material antes que ele encontre os tecidos periapicais e a suscetibilidade

Page 37: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

37

dos dentes a fratura por causa de suas raízes finas devido a formação não

completa das mesmas. Segundo o autor, a desinfecção do canal com

hipoclorito de sódio e uma pasta de antibióticos (ciprofloxacina, metronidazol e

minociclina), a formação da barreira apical usando hidróxido de cálcio e

agregado de trióxido mineral (MTA), e a revascularização do dente fraturado

com a ajuda de um coágulo sanguíneo e da matriz de colágeno melhorada tem

sido discutida e bastante utilizada. Os casos apresentados neste artigo foram

descritos como exemplo de regeneração pulpar, porém com base em

pesquisas recentes é provável que o tecido que se forma é mais semelhante ao

ligamento periodontal que com as células da raiz, mas também existe a

possibilidade de a polpa reentrar em 30% dos casos.

Mohammadi (2011) relatou que quando a lesão da polpa dentária ocorre

antes de completar a formação das raízes e fechamento apical, o

desenvolvimento radicular normal é interrompido, gerando assim várias

complicações. Como primeira observação, os autores relataram o diâmetro do

forame apical é muitas vezes maior que o diâmetro coronal, tornando difícil o

desbridamento ou limpeza do canal. Outro ponto a ser observado é a falta de

batente apical que faz com que a obturação em todas as dimensões seja

praticamente impossível. E também, como as paredes do canal ficam finas,

esse canal fica mais propenso a fraturas, de modo que o tratamento cirúrgico

não é uma opção viável. Segundo os autores existe um número de protocolos

para gerenciar o tratamento de dentes não vitais com ápices abertos. O

objetivo deste trabalho foi revisar os protocolos de tratamento. A gestão de

dentes despolpados com ápice aberto ainda é um desafio para a odontologia.

Antigamente o tratamento mais utilizado era o de realizar uma barreira

calcificada a partir de hidróxido de cálcio, conhecida como apecificação. Hoje

essa técnica é realizada com MTA. Outra técnica conhecida para dentes não

vitais com ápice aberto é o preenchimento com MTA e com pasta de três

antibióticos (ciprofloxacina, metronidazol e minociclina, em medidas iguais) por

quatro semanas, incentivando assim o desenvolvimento e revascularização das

raízes. Sendo assim, o autor concluiu que é provável que a partir dessas

técnicas as moléculas presentes nos tecidos periapicais se organizem e

Page 38: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

38

terminem a formação das raízes, podendo assim ocorrer a revascularização

desses dentes.

Kumar e Subbiya (2011) tiveram como objetivo deste estudo comparar o

MTA e o hidróxido de cálcio em relação a sua eficácia, tempo de formação da

barreira de tecido duro e resolução de radiolucidez periapical, em dentes com

ápices abertos. Vinte incisivos permanentes superiores, com ápices abertos,

selecionados de acordo com o tamanho de radiolucência apicais e estágio de

desenvolvimento radicular, foram distribuídos em dois grupos iguais para o

MTA e o hidróxido de cálcio. No grupo do MTA, após 7 dias da desinfecção

com hidróxido de cálcio, o MTA foi colocado no canal, e após 15 a 30 dias a

obturação com guta percha foi realizada em 90% dos casos. Já no grupo do

Hidróxido de Cálcio, foi observado o stop apical. Foi constatado a formação de

barreira apical, em aproximadamente 3 meses, nos dentes do grupo 1 e em,

aproximadamente 7 meses, no grupo 2. As imagens radiolúcidas desaparecem

dentro de 4 meses nos dois grupos. O tratamento foi completado em menos de

um mês, no grupo um, e em aproximadamente 5 meses, no grupo 2. Os

autores chegaram as seguintes conclusões: os dois materiais apresentam igual

eficiência em tratamentos de dentes permanentes não vitais com ápices

abertos, o tempo que leva do início até o término do tratamento é

significativamente menor no grupo um, e o desaparecimento das lesões

radiolúcidas é praticamente igual nos dois grupos.

Vale e Silva (2011) tiveram como objetivo deste trabalho descrever o

tratamento endodôntico de um incisivo central superior esquerdo com

rizogênese incompleta que, após trauma, apresentou fratura coronária e

abscesso dento alveolar agudo evoluído. O dente em questão foi tratado ,

realizando-se irrigação com hipoclorito de sódio, e selado com pasta de

hidróxido de cálcio que foi trocado em 15, 30, 60 e 90 dias, e o abscesso foi

drenado através de incisão na mucosa. Após verificado o fechamento do ápice

( verificado com lima tipo K, inserida dentro do canal e encontrando uma

barreira de tecido duro) o canal foi obturado pela técnica do cone rolado.

Depois de 4 meses, foi observado regeneração óssea dos tecidos periapicais e

da raiz. As autoras destacam como material de primeira escolha para a indução

Page 39: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

39

da regeneração dos tecidos o hidróxido de cálcio, porém esse material quase

sempre leva apenas a formação de uma barreira de tecido duro, e raramente

ocorre uma regeneração da raiz. Com base nesse caso, as autoras ressaltaram

que a conduta endodontica de apecificação foi eficaz, possibilitando a formação

de uma barreira apical calcificada em médio prazo e a posterior obturação do

canal radicular, restituindo assim, a saúde dos tecidos periapicais e a

funcionalidade dentário. Também constatou-se que a colaboração do paciente

e o acompanhamento clínico-radiográfico foram de fundamental importância

para o êxito do tratamento.

Torres (2011) relatou que quando um dente imaturo sofre alguma

agressão a sua polpa que leva a necrose o seu desenvolvimento radicular é

comprometido e esse elemento acaba ficando enfraquecido. Atualmente

existem vários tipos de tratamento para estes casos, como a apicificação,

barreiras apicais e mais atualmente a regeneração pulpar. Este trabalho tem

como objetivo estudar mais a fundo as diferentes técnicas de tratamento nestes

casos. Uma das técnicas citadas no trabalho é a revascularização do canal

radicular através de um coágulo de sangue, que é realizada através da

estimulação de um sangramento no canal através da instrumentação e após a

desinfecção do canal. A formação do coágulo faz com que se forme uma matriz

de fibrina que retém as células capazes de iniciar nova formação de tecido. E

posteriormente faz-se o uso de antibióticos e pastas de hidróxido de cálcio e

MTA por algumas semanas.

Cehreli, Sara e Aksoy (2012) relataram que a necrose pulpar é uma

seqüela rara da luxação extrusiva nos dentes imaturos com fechamento apical

incompleto. Os autores relataram a gestão de tratamento para um dente

severamente extrusionado e os resultados da revascularização para o

tratamento de necrose pulpar subseqüente. O caso clínico descrito foi de um

menino de 8 anos e meio, com trauma dento-alveolar grave na região maxilar

anterior resultado de uma queda. O tratamento instituído foi o de emergência

que consiste na redução do osso cortical e labial desalojado, reposicionamento

dos incisivos centrais que sofreram a luxação e, por fim, contenção semi-rígida

preconizada para este tipo de situação. O caso foi acompanhado ao longo do

Page 40: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

40

tempo e, após uma semana, houve dor espontânea envolvendo os incisivos

traumatizados. O tratamento foi realizado através de um protocolo de

revascularização utilizando hipoclorito de sódio para irrigação, seguido de três

semanas de hidróxido de cálcio intracanal, e em seguida, uma vedação coronal

com agregado de trióxido mineral (MTA) e compósito de resina. A pasta

antibiótica preconizada em outros trabalhos não foi utilizada neste estudo

devido ao seu potencial de coloração da coroa. A cicatrização perirradicular foi

observada após três meses, seguido de espessamento progressivo das

paredes da raiz e do fecho apical. A partir deste trabalho confirmamos a

eficácia do tratamento de regeneração como uma alternativa viável para dentes

imaturos traumatizados com envolvimento endodôntico.

Page 41: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANCHS, F.; TROPE, M. Revascularization of immature permanent teeth with apical periodontitis: new treatment protocol? J. endod., Baltimore, v. 30, n. 4, p. 196-200, Apr. 2004.

CEHRELI, Z.C.;SARA.S.;AKSOY,B. Revascularization of immature permanent incisors after severe extrusive luxation injury. J. Can. Dent. Assoc., Ottawa, v.78, n.4, Jan., 2012.

CHUEH, L.H.; HUANG, G.T. Immature teeth with periradicular periodontitis or abscess undergoing apexogenesis: a paradigm shift. J. endod., Baltimore, v.32, n. 12, p. 1205-1213, Dec. 2006.

CHUEH, L.H.; HO, Y.C; KUO, T.C.; LAI,W.H.; CHEN, Y.H.M.; Regenerative endodontic treatment for necrotic immature permanent teeth . J. endod., Baltimore, v.35, n. 2, p.160-164, Feb. 2009.

DING, R.Y.; CHEUNG, G.S.; CHEN, J.; YIN, X.Z.. WANG, Q.Q.; ZHANG, C.F. Pulp revascularization of immature teeth with apical periodontitis: a clinical study. J. endod., Baltimore, v.33, n. 5, p. 745-749, May 2009.

FERRAZ, C. C. R.; GOMES, B. P. F. de A.; ZAIA, A. A.; TEIXEIRA, F. B.; SOUZA-FILHO, F. J. de. In vitro assessment of the antimicrobial action and the mechanical ability of chlorhexidine gel as an endodontic irrigant. J. endod., Baltimore, v. 27, n. 7, p. 452-455, July 2001.

FERRERIA, G.; BERVIG, L. Revascularização pulpar após traumatismo após tratamento dental. 45f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização) – Curso de especialização em endodontia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2003.

FRIEDLANDER, L.T.; CULLINAN, M. P.; LOVE, R. M. Dental stem cells and their potential role in apexogenesis and apexification. Int. endod. j., Oxford, v. 42, p. 955 – 962, 2009.

IWAYA. S.; IKAWA, M.; KUBOTA, M. Revascularization of an immature permanent tooth with apical periodontitis and sinus tract. Dental Taumatol., Copenhagen, v.17, p. 185-187, 2001.

HANGREAVES,K.M.; GEISLER,T.; HENRY,M., WANG, Y. Regeneration potential of the young permanent tooth: what does the future hold? J. endod., Baltimore, v.34, n.7S, p. S51 – S56, July 2008.

Page 42: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

42

HUANG, G. T. J. Pulp and dentine tissue engineering and regeneration: current progress. J. tissue eng. regen. med., Chichester, v. 4, n. 5, p. 697-707, September. 2009.

HÜLSMANN, M. Irrigación del conducto radicular: objetivos, soluciones y técnicas. J. endod., Baltimore, v. 4, n. 1, p. 15-29, 1998.

JEANSONNE, M. J.; WHITE, R. R.; A comparison of 2.0% chlorhexidine gluconato and 5.25% sodium hypochlorite as antimicrobial endodontic irrigants. J. endod., Baltimore, v. 20, n. 6, p. 276-278, June, 1994.

JUNG, I.Y.; LEE, S.J.; HARGREAVES,K.M. Biologically based treatment of immature permanent teeth with pulpal necrosis: a casa series. J. endod., Baltimore, v.34, n.7, July 2008.

KUMAR,A.R.P.; SUBBIYA,A.; Regenerative endodontic therapy of non-vital immature maxillary incisors: working protocol and a case report. Journal of interdisciplinary dentistry, v.1, n.1, Jan./June, Disponível em: <http://www.jidonline.com>.

KVINNSLAN, S. R.; BARDSEN, A.; FRISTAD, I.; Apexogenesis after initial root canal treatment of an immature maxillary incisor – a case report. Int. endod. j., Oxford, v. 43, p. 76-83, 2010.

LEUNG, S. Revascularization of immature permanent teeth with apical lesions – report of three consecutive cases. Hong Kong Dent. J., Hong Kong, v.7, p. 31-35, 2010.

LOPES, H. P.; SIQUEIRA JUNIOR, J. F.; NEVES, M. A. S.; ESTRELA, C. Tratamento endodôntico em dentes com rizogênese incompleta. In: LOPES, H. P.; SIQUEIRA JÚNIOR, J. F.; Endodontia: biologia e técnica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2010. p. 877-890.

MOHAMMADI, Z. Strategies to manege permanent non-vital teeth with open apicel: a clinical up date. Int. dent. J., London, v. 61, p. 25-35, 2011.

MURRAY, P. E.; GARCIA-GODOY, F.; HARGREAVES, K. M. Regenerative endodontics: a review of current status and a call for action. J. endod., Baltimore, v. 33, n. 4, p. 377-390, Apr. 2007.

PRADHAN, D.P.; CHAWLA, H.S.; GAUBA, K.; GOYAL, A. Comparative evaluation on of endodontic management of teeth with aggregate an calcium hydroxide. J. dent. Child., Chicago, v.73, n.2, p.79-85, 2006.

SHAH, N.; LOGANI, A.; BHASKAR, U.; AGGARUVAL, V. Efficacy of revascularization to induce apexification/apexogensis in infected, non vital, immature teeth: a pilot clinical stufy. J. endod., Baltimore, v34, n.8, p.919-925, Aug. 2008.

Page 43: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

43

SILVA, L. A. B. da. Tratamento endodôntico de dentes permanentes com rizogênese incompleta. In: LEONARDO, M.R. Endodontia: tratamento de canais radiculares: princípios técnicos e histológicos. São Paulo: Artes médicas, 2008. p. 1195-1219.

TORRES, J. C. M. Técnica de regeneração endodontica. 67 f. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado) – Mestre em Medicina dentária, Universidade Fernandbo Pessoa, Porto. 2011.

THOMSON,A.; KAHLER,B. Regenerative endodontics – biologically-based treatment for immature permanent teeth: a case report and review of the literature. Aust. Dent. J., Sydney, v.55, n.4, p. 446-452, Dec. 2010.

THIBODEAU, B.; TROPE, M. Pulp revascularization of a necrotic infected immature permanent tooth: case report and review of the literature. Pediatr. dent., Chicago, v. 29, n. 1, p. 47-50, Jan./Feb. 2007.

THIBODEAU, B.; TEIXEIRA, F.; YAMAUCHI, M.; CAPLAN, D. J.; TROPE, M. Pulp revascularization of immature dog teeth with apical periodontitis. J endod., Baltimore, v. 33, n. 3, p.680-689, June, 2007.

TROPE, M. Treatment of the immature tooth with a non-vital pulp and apical periodontitis. Dent. Clin. North Am., Filadelfia, v.54, n. 2, p. 313-324, Apr. 2010.

VALE, M. S. do; SILVA, P. M. F. da. Conduta endodôntica pós-trauma em dente com rizogênese incompleta. Rev. odontol. UNESP, Araraquara, v.40, n.1, p. 47-52, jan./fev. 2011.

Page 44: REVASCULARIZAÇÃO PULPAR DE DENTE COM …siaibib01.univali.br/pdf/Maria Alice Ascari Vanin.pdf · Aos meus amigos o meu muito obrigada por estarem sempre comigo. ... No controle

44

ANEXOS

Anexo I: Parecer de aprovação do projeto pelo CEP.