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Jornal do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo Segunda Quinzena de Maio - 2016 • Nº 1070 Expediente Boca de Ferro - Informavo do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo - filiado à CUT www.sindipetro-es.org.br - Responsabilidade Secretaria de Comunicação e Imprensa. SEDE SÃO MATEUS - Rua João Evangelista Monteiro Lobato, 400, Sernamby, CEP 29930-840, (27) 3763 2640, [email protected] SEDE VITÓRIA - Rua Carlos Alves, 101, Bento Ferreira, CEP 29050-040, (27) 3315 4014, [email protected] SEDE LINHARES - Av. Governador Afonso Cláudio, 68, Q2, Bairro Juparanã, CEP 29900-632, (27) 33710195, [email protected] COMUNICAÇÃO E IMPRENSA - (27) 99508 0399, [email protected] EDITORAÇÃO E TEXTOS - Pulso Conteúdo LTDA, (27) 3376 4577/4576, [email protected] JORNALISTA RESPONSÁVEL - Mirela Adams | Registro Profissional: ES00651/JP Hoje, podemos ver, à moda do século 21, grupos de algozes criando uma condição imoral, não diferente das condições da escravidão, do nosso vergonhoso passado escravagista. Através de arcios imorais e humilhantes levam ao fundo do poço aqueles que outrora veram orgulho de vesr a camisa do Sistema Petrobras e que contribuíram para os resultados da empresa. Os funcionários contratados veram os seus salários reduzidos a um terço. Antes, já viviam em condições precárias e agora, recebem aproximadamente o valor equivalente ao do seu aluguel, ou seja, vão receber apenas para pagar a moradia. Se optarem por comprar alimentos e vestuário, terão que morar nas ruas da nossa capital. Portanto, não se espantem se logo, logo verem prestadores de serviços da Petrobras morando na rua com a autoesma em frangalhos. Na melhor das hipóteses, irão viver de favor em casa de parentes ou amigos, sem conseguir contribuir com as despesas básicas do dia a dia na casa alheia, como água, luz e telefone. As condições que foram oferecidas para os trabalhadores contratados, por uma empresa do porte da Petrobras, são desumanas e vergonhosas. Os salários foram reduzidos e hoje se recebe um salário mínimo para custear a família, os filhos, os compromissos com as escolas, vestuário, alimentação. Não pense que o Sistema Petrobras não tem reponsabilida- de sobre esse desconforto, não pense que vamos deixar isso passar em branco, pois já temos vários casos de escravizados O Sindipetro-ES connua a negociar as vagas dos petroleiros que estão perdendo seus postos de trabalho em razão do encerramen- to das avidades do TIMS e dos berços da CPVV, que faziam a armazenagem e logísca de entrega de materiais marímos para as plataformas capixabas. O governo capixaba está perdendo muito com esse deslocamento para o Porto de Açu, e pior, parece não se importar, mesmo tendo sido um dos maiores privilegiados na expansão da Petrobras no Estado no seu primeiro mandato. A mídia local contribui bastante para este cenário, fomentando nocias falaciosas que foram desmendas pelo gerente geral da UO-ES, por exemplo, sobre fechamento de um dos blocos do EDIVIT e a “execução sumária” da categoria petroleira capixaba, como parte de um plano de fragilizar ainda mais a Companhia, que é uma das mais importante para o desenvolvimento e crescimento da economia local e nacional. Em reunião ocorrida com a gerência do E&P-SERV, no dia 6 de maio, no Rio Janeiro, por videoconferência com o EDIVIT, a empresa apresentou os números e garanu as vagas já negociadas, mas ainda restam 23 petroleiros sem transferência definida. Há a possibilidade de conseguirmos mais seis vagas em turno em Açu (3 berços) e também em turno em Macaé para repor o PIDV2016. Isso sem contar os 14 trabalhadores aposentados, dos quais 13 sairão no PIDV. Essa informação foi confirmada pela assistente social da empresa, que também parcipou da reunião. Ficou acordado com o Sindipetro-ES que nenhum petroleiro será desimplantado até a conclusão dessas transferências e as possíveis vagas do PIDV 2016. O novo gerente da área garanu que manterá os compromissos assumidos de máximo esforço para viabilizar vagas para que atendam às necessidades dos petro- leiros do Espírito Santo. Mais uma vez, a gestão da empresa pecou em não planejar o processo integralmente: a desmobilização, a reestruturação das gerências, o PIDV e a mobilização interna dos empregados. O Sindicato está acompanhando de perto a situação para evitar que a empresa cometa os mesmos erros, penalizando os trabalhadores. Os petroleiros capixabas vão se reunir no dia 11 de junho para o 25º CONGREPES, que vai elaborar as pautas do ACT 2016-2017 e definir os delegados que representarão a categoria na 6ª Plenária Nacional da FUP, em Macaé, no Rio de Janeiro, de 4 a 7 de julho. Durante o evento, também debateremos a conjuntura nacional e seus desdobramentos para os petroleiros, as nossas pautas de lutas e as teses para o ACT 2016-2017 em suas cláusulas econô- micas. Acesse o link e se inscreva: hps://goo.gl/wG6ZTp com depressão, ansiedade, chorando pelos cantos sem conseguir realizar suas avidades a contento. Não pense que essa situação gerada pelo Sistema Petrobras não vai resultar em acidentes e outras fatalidades. Finalizando a análise desse infeliz episódio, que se passa no seio do Sistema Petrobras, em um infeliz e imoral acordo com as contratadas, não se pensou também que a situação deprimente desses funcionários ange diretamente aqueles que com eles trabalham. Querendo ou não, o ambiente de trabalho é um ambiente em que todos comparlham suas vidas. Acreditamos que os funcionários próprios estejam tão indignados e abados quanto os que sofrem esse vergonho- so assédio, com o aval da alta administração da empresa. Escravidão à moda do século 21 Breno Bidart Funcionário Transpetro indignado MEUS PÊSAMES, MEUS PÊSAMES, SINTO MUITÍSSIMO. 25º CONGREPES será no próximo dia 11 de junho em Vitória JURÍDICO EM CAMPO A direção do Sindipetro-ES esteve na troca de turno dos companheiros da UTGC em Cacimbas, Norte do Estado, no úlmo dia 13. A direção e a assessoria jurídica do Sindicato atualizaram os trabalhadores sobre o andamento das ações colevas da RMNR e sobre o processo das horas inere. Segundo o coordenador-geral, Paulo Rony Viana, a inicia- va tem sido bem recebida pelos trabalhadores, que inclusi- ve, frisaram a importância de novos encontros como esse. “Estamos realizando o bate-papo sindical com os advoga- dos em todas as bases e tem sido muito produvo. O traba- lhador precisa estar informado sobre suas ações e também sobre o codiano da políca sindical. Em breve, estaremos programando novos encontros nas demais bases. Não deixe de parcipar”. Sindipetro-ES faz nova reunião com Gerência do E&P-SERV Petroleiros mobilizados contra o retrocesso Tiragem - 500 CVM abre processo contra Petrobras Página 2 Argo: Escravidão à moda do século 21 Página 3 25º CONGREPES será em Vitória no dia 11/6 Página 6 Maio • 2016 • 3 Maio • 2016 • 6 Páginas 4 e 5

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Jornal do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo

Segunda Quinzena de Maio - 2016 • Nº 1070

Expediente Boca de Ferro - Informativo do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo - filiado à CUTwww.sindipetro-es.org.br - Responsabilidade Secretaria de Comunicação e Imprensa.

SEDE SÃO MATEUS - Rua João Evangelista Monteiro Lobato, 400, Sernamby, CEP 29930-840, (27) 3763 2640, [email protected] VITÓRIA - Rua Carlos Alves, 101, Bento Ferreira, CEP 29050-040, (27) 3315 4014, [email protected] LINHARES - Av. Governador Afonso Cláudio, 68, Q2, Bairro Juparanã, CEP 29900-632, (27) 33710195, [email protected]ÇÃO E IMPRENSA - (27) 99508 0399, [email protected] EDITORAÇÃO E TEXTOS - Pulso Conteúdo LTDA, (27) 3376 4577/4576, [email protected] RESPONSÁVEL - Mirela Adams | Registro Profissional: ES00651/JP

Hoje, podemos ver, à moda do século 21, grupos de algozes criando uma condição imoral, não diferente das condições da escravidão, do nosso vergonhoso passado escravagista. Através de artifícios imorais e humilhantes levam ao fundo do poço aqueles que outrora tiveram orgulho de vestir a camisa do Sistema Petrobras e que contribuíram para os resultados da empresa.

Os funcionários contratados tiveram os seus salários reduzidos a um terço. Antes, já viviam em condições precárias e agora, recebem aproximadamente o valor equivalente ao do seu aluguel, ou seja, vão receber apenas para pagar a moradia.

Se optarem por comprar alimentos e vestuário, terão que morar nas ruas da nossa capital. Portanto, não se espantem se logo, logo verem prestadores de serviços da Petrobras morando na rua com a autoestima em frangalhos. Na melhor das hipóteses, irão viver de favor em casa de parentes ou amigos, sem conseguir contribuir com as despesas básicas do dia a dia na casa alheia, como água, luz e telefone.

As condições que foram oferecidas para os trabalhadores contratados, por uma empresa do porte da Petrobras, são desumanas e vergonhosas. Os salários foram reduzidos e hoje se recebe um salário mínimo para custear a família, os filhos, os compromissos com as escolas, vestuário, alimentação.

Não pense que o Sistema Petrobras não tem reponsabilida-de sobre esse desconforto, não pense que vamos deixar isso passar em branco, pois já temos vários casos de escravizados

O Sindipetro-ES continua a negociar as vagas dos petroleiros que estão perdendo seus postos de trabalho em razão do encerramen-to das atividades do TIMS e dos berços da CPVV, que faziam a armazenagem e logística de entrega de materiais marítimos para as plataformas capixabas. O governo capixaba está perdendo muito com esse deslocamento para o Porto de Açu, e pior, parece não se importar, mesmo tendo sido um dos maiores privilegiados na expansão da Petrobras no Estado no seu primeiro mandato. A mídia local contribui bastante para este cenário, fomentando notícias falaciosas que foram desmentidas pelo gerente geral da UO-ES, por exemplo, sobre fechamento de um dos blocos do EDIVIT e a “execução sumária” da categoria petroleira capixaba, como parte de um plano de fragilizar ainda mais a Companhia, que é uma das mais importante para o desenvolvimento e crescimento da economia local e nacional. Em reunião ocorrida com a gerência do E&P-SERV, no dia 6 de maio, no Rio Janeiro, por videoconferência com o EDIVIT, a empresa apresentou os números e garantiu as vagas já negociadas, mas ainda restam 23 petroleiros sem transferência definida. Há a possibilidade de conseguirmos mais seis vagas em turno em Açu (3 berços) e também em turno em Macaé para repor o PIDV2016. Isso sem contar os 14 trabalhadores aposentados, dos quais 13 sairão no PIDV. Essa informação foi confirmada pela assistente social da empresa, que também participou da reunião. Ficou acordado com o Sindipetro-ES que nenhum petroleiro será desimplantado até a conclusão dessas transferências e as possíveis vagas do PIDV 2016. O novo gerente da área garantiu que manterá os compromissos assumidos de máximo esforço para viabilizar vagas para que atendam às necessidades dos petro-leiros do Espírito Santo. Mais uma vez, a gestão da empresa pecou em não planejar o processo integralmente: a desmobilização, a reestruturação das gerências, o PIDV e a mobilização interna dos empregados. O Sindicato está acompanhando de perto a situação para evitar que a empresa cometa os mesmos erros, penalizando os trabalhadores.

Os petroleiros capixabas vão se reunir no dia 11 de junho para o 25º CONGREPES, que vai elaborar as pautas do ACT 2016-2017 e definir os delegados que representarão a categoria na 6ª Plenária Nacional da FUP, em Macaé, no Rio de Janeiro, de 4 a 7 de julho.

Durante o evento, também debateremos a conjuntura nacional e seus desdobramentos para os petroleiros, as nossas pautas de lutas e as teses para o ACT 2016-2017 em suas cláusulas econô-micas. Acesse o link e se inscreva: https://goo.gl/wG6ZTp

com depressão, ansiedade, chorando pelos cantos sem conseguir realizar suas atividades a contento. Não pense que essa situação gerada pelo Sistema Petrobras não vai resultar em acidentes e outras fatalidades.

Finalizando a análise desse infeliz episódio, que se passa no seio do Sistema Petrobras, em um infeliz e imoral acordo com as contratadas, não se pensou também que a situação deprimente desses funcionários atinge diretamente aqueles que com eles trabalham. Querendo ou não, o ambiente de trabalho é um ambiente em que todos compartilham suas vidas. Acreditamos que os funcionários próprios estejam tão indignados e abatidos quanto os que sofrem esse vergonho-so assédio, com o aval da alta administração da empresa.

Escravidão à moda do século 21

Breno BidartFuncionário Transpetro indignado

MEUS PÊSAMES, MEUS PÊSAMES, SINTO MUITÍSSIMO.

25º CONGREPES será no próximo dia 11 de junho em Vitória

JURÍDICO EM CAMPO

A direção do Sindipetro-ES esteve na troca de turno dos companheiros da UTGC em Cacimbas, Norte do Estado, no último dia 13. A direção e a assessoria jurídica do Sindicato atualizaram os trabalhadores sobre o andamento das ações coletivas da RMNR e sobre o processo das horas itinere.

Segundo o coordenador-geral, Paulo Rony Viana, a iniciati-va tem sido bem recebida pelos trabalhadores, que inclusi-ve, frisaram a importância de novos encontros como esse. “Estamos realizando o bate-papo sindical com os advoga-dos em todas as bases e tem sido muito produtivo. O traba-lhador precisa estar informado sobre suas ações e também sobre o cotidiano da política sindical. Em breve, estaremos programando novos encontros nas demais bases. Não deixe de participar”.

Sindipetro-ES faz nova reunião com Gerência do E&P-SERV

Petroleiros mobilizados contra o retrocesso

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Maio • 2016 • 2 Maio • 2016 • 4 Maio • 2016 • 5

Conforme prometemos em nosso artigo “Petrobras continua produtiva e lucrativa”, em março, entramos com um questiona-mento junto à Receita Federal com relação aos ajustes fiscais feitos pela Petrobras nas Demonstrações Financeiras de 2015.

Entretanto, a Receita Federal nos informou que este tipo de problema seria melhor tratado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Sendo assim no dia 8 de abril, protocola-mos uma denúncia junto à CVM, questionando os ajustes feitos pela Petrobras.

Após analisar e acolher nossa denúncia, a CVM, no dia 14 de abril, nos informou via e-mail, que estava encami-nhando nosso questionamento para a Petrobras, dando um prazo de 15 dias para resposta.

No dia 29 de abril, a Petrobras protocolou sua resposta junto à CVM. Considerando nossa denúncia e a resposta da Petro-bras, a CVM entendeu ser necessária a abertura de um

Além de acompanhar a evolução do processo na CVM, é nossa intenção avaliar a oportunidade/possibilidade de entrar com denúncia semelhante

na Securities Exchange Commission (SEC), que é a CVM americana.

No balanço de 2015, a Petrobras fez ajustes contábeis (impairment) no valor de R$ 49,75 bilhões, o que provocou o maior prejuízo da história da empresa (R$ 34,84 bilhões) e, consequente, não pagamento de dividendos aos acionistas e PLR aos funcionários.

As notas explicativas ao Balanço informam o motivo para a realização do impairment sic, “principalmente em função do declínio do preço do petróleo”.

Nossa denúncia foi apoiada em dois aspectos. O primeiro é que, como já falamos diversas vezes, a queda do preço do petróleo para a Petrobras, inversa-

mente ao que ocorre com outras petroleiras, causa uma melhora nos resultados e na geração de caixa. Esta melhora é obtida pela queda nos gastos com participação governamental e pelo aumento da margem na revenda de combustíveis importados.

O segundo aspecto é o fato de que a própria ANP reconhece que as reservas do pré-sal hoje já superam 40 bilhões de barris. Ocorre que, apesar de 40% da produção da Companhia já ser originada do pré-sal, estas reservas não são contabilizadas, o que a nosso ver, elimina qualquer justificativa para redução do valor nas reservas contabilizadas.

RESUMO DOS FATOS

Processo Administrativo, o que ocorreu no dia 16 de maio. O processo leva o número SP-2016-182, e é público, podendo ser acessado no site da CVM (www.cvm.gov.br).

Nós solicitamos vista do processo e estamos aguardando resposta da CVM. Vamos analisar a resposta da Petrobras e avaliar a necessidade de incorporar novos argumentos.

Cerca de 50 trabalhadores, entre técnicos de manutenção, de operação, químicos, de exploração e turbo máquinas que atuam nas Unidades de Tratamento de Gás (UTG´S) e no IPERF-São Mateus serão desimplantados dos seus regimes de trabalho.

Nas sondas de perfuração, as informações são de que petro-leiros de outros estados e terceirizados estão ocupando os seus postos de trabalho, deixando os petroleiros isolados e sem ocupações numa instalação da Base 61, em São Mateus. Consideramos a postura da gerência desprespeitosa e assediosa com esses importantes profissionais.

Nas UTG's (UTGC e UTG-S) os técnicos de manutenção e TBM perderam os regimes de sobreaviso, que permite que estas plantas complexas operem com segurança em tempo integral com pessoal capacitado e habilitado. A informação chegou ao Sindicato pelos petroleiros e foi confirmada pelo gerente de manutenção.

Essas unidades, cuja principal atividade é o processamento de gás, exportação de gás para Gasene e produção de GLP e C5+, possuem mais de 500 trabalhadores. Já ocorreram muitas demissões de contra-tados, em que os técnicos de manutenção que não estão mais no regime de sobreaviso, agora irão absorver as funções, que antes eram desempenhadas pelos terceirizados, com aquele velho discurso de “economia de palitos”, que na verdade irá gerar um custo maior na segurança operacional e integridade física dos trabalhadores.

Esse grupo de trabalhadores sofrerá alteração nos seus regimes de trabalho. Um verdadeiro retrocesso na parte de SMS e nos

Na equipe inicial de sobreaviso da UTGC foram criados novos cargos pela gerência, o de supervisor de sobreaviso, ocupado por profissio-nais despreparadas para o cargo, o que gerou desconfiança interna.

O Supervisor 1: recebia adicional de confinamento e dormia em casa todo dia. Deixava o celular com os executantes do sobreaviso, e, caso tivesse algum chamado, eles atenderiam as ligações. O supervisor recebia horas extras sistemáticas conforme acordo gerencial. O gerente tinha ciência e aprovava essa atitude (aposentou recentemente).

O Supervisor 2: saiu na escala de dia para assistir ao jogo da Desportiva Ferroviária e retornou à noite para a estação embriagado. Isso se repetiu na formatura do filho dele, recen-temente: o supervisor saiu para festa e voltou embriagado. Já foi flagrado fumando dentro da estação, desrespeitando as normas de SMS e colocando em risco as vidas dos trabalhado-res. Por diversas vezes, agiu com arrogância via rádio com os executantes. Presencialmente, era comum destratar as pesso-as. Recebia horas extras sistemáticas com acordo gerencial.

O Supervisor 3: quando havia chamados extraordinários para a equipe de sobreaviso, ele não acompanhava a atividade na área, voltava para o camarote para dormir. E no dia seguinte, perguntava até que horas havia durado o trabalho e apontava na planilha dele como hora extra (como se ele tivesse trabalhado). Foram registrados dois FRA (formulário de registro de anomalia) por ele fumar em local proibido, mas mesmo assim, continuou com a mesma conduta. Não detinha conhecimento técnico suficiente e, com isso, apelava para a ignorância quando confrontado.

Diante desses problemas, o gerente decidiu colocar o engenheiro de sobreaviso para fazer o papel burocrático e administrativo. Os engenheiros viram que o cenário era crítico e que havia muitos conflitos entre a supervisão e os executantes de sobreaviso. Claro, pois ninguém mais aguentava tantos erros da liderança e conivência da gerência com as más práticas de gestão.

Resultado: No dia 18/05/16, o gerente deu o veredito: Extinguiu a supervisão de sobreaviso e como punição, rebaixou os supervisores como técnicos de sobreaviso e os técnicos de sobreaviso que tanto lutaram pelo certo, foram “punidos”, perdendo suas vagas, indo para o regime administra-tivo. Como justificativa, o gerente alegou redução de custo, mas manteve três engenheiros de sobreaviso no regime.

Editorial

PRÓXIMOS PASSOS

• Os gestores da Companhia continuam mentindo, pois não foi apresentado pelo gerente o cálculo de redução de custos.

• Os “supervisores ineficientes” foram rebaixados a técnicos pela má gestão e os técnicos serão desimplantados para ceder suas vagas aos “digníssimos rebaixados”. Mais uma vez o trabalhador paga a conta da incompetência.

• Não houve critério para a decisão de quem seria desim-plantado: técnico, tempo de casa, idade, nada. Os “supervi-sores rebaixados” que elegeram os nomes para abrir as suas vagas. Ou seja, quem os confrontou pelos erros, se deu mal.

FATOS

• Existe uma contradição: o gerente diz que os cortes são para reduzir os custos, mas manteve três engenheiros de sobreavi-so confinados para fazer serviço burocrático e administrativo.

• Com o fim do contrato da empresa terceirizada, o sobreaviso absorveu a atividade da empresa contratada por três meses para manter o índice do gerente. Os técnicos de manutenção do sobreaviso são responsáveis por uma economia de aproxi-madamente R$ 3 milhões. Sugerimos usar essa defesa junto às esferas superiores, mas o gerente está irredutível.

• A gerência de manutenção informou que o desimplante do regime será dia 01/07/16.

benefícios sociais conquistados. Eles têm por função atender os chamados operacionais, seja de caráter de processo ou segurança, e prover atuação imediata. Eles executam atividades corretivas e emergenciais que fazem parte do plano de emergência local. A empresa mudará a estrutura, mas privilegiará cargos de chefias de supervisores de sobreaviso e coordenadores de sobreaviso, funções “desempenhadas” por engenheiros, que na visão do sindicato, não há justificativa para isso. Como reiteramos por diversas vezes em outros informativos, os exemplos têm que partir de cima, com cortes de cargos de gratificações que são desnecessários e que só existem para atender os “amigos da chefia”, assim como os veículos próprios dos chefes.

Mas como é de praxe, querem impor uma “economia falacio-sa”, sempre à custa do trabalhador de chão de fábrica. Os efeitos dessa gestão equivocada podem redundar em impac-tos para a segurança operacional da unidade e dos emprega-dos. Por exemplo, a equipe de elétrica com apenas um técnico estará descumprindo a NR-10 que exige dois eletricistas.

As chefias estão alegando que o técnico de instrumentação pode ser esse segundo, mas sabemos que técnicos instru-mentistas atuam em eletricidade de baixas voltagens.

A resposta às emergências ficará deficitária, uma vez que a planta cresceu e está ficando desatualizada, podendo trazer sérios transtornos. Haverá sobrecarga de serviço para os que ficarem e comprometimento da integridade do trabalhador.

RETROCESSOS NAS UNIDADES DO ES Entenda os privilégios das chefias das Equipes de Sobreaviso

Sindipetro-ES reunido com os trabalhadores para atualizá-los sobre as iniciativas do sindicato para combater os retrocessos dentro da empresa.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abre processo contra a Petrobras pelos ajustes contábeis (IMPAIRMENTS) feitos no balanço 2015

Base-61

UTGC

UTG-Sul

TIMS

Cláudio da Costa Oliveira Economista aposentado da Petrobras • Ex-diretor do Sindipetro-ES