resumos história ano todo

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    ResumosHistria

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    As transformaes das primeiras dcadas do sculo XXUm novo equilbrio global

    A Primeira Guerra Mundial decorreu entre 1914 e 1918. Em 1919 comearam a celebrar-se osprimeiros acordos da paz (participando apenas os pases vencedores - Clemenceau da Frana, LloydGeorge da Gr-Bretanha e Wilson dos Estados Unidos). A Conferncia da Paz pretendia, assim, lanar asbases de uma nova Europa, atravs do estabelecimento de uma nova ordem internacional que

    garantisse a convivncia pacfica entre as naes, surgindo um novo mapa geopoltico da Europa. Asprincipais transformaes ocorridas foram o desmembramento dos imprios, criao de novos pases ealterao de fronteiras:- Aps a transformao do imprio russo (domnio do Czar) num estado sovitico (revoluobolchevique, 1917), a vez dos restantes imprios (Alemo, Austro-hngaro e Otomano) sedesmoronarem e darem origem a novos estados-nao: Finlndia, Estnia, Letnia e Litunia (quefaziam parte da Rssia), Polnia, Checoslovquia, Hungria, Jugoslvia (da ustria);Os pases vencedores (tais como a Frana, a Itlia, a Blgica) viram as suas fronteiras ampliadas aocontrrio dos pases derrotados (como a ustria, Alemanha, Bulgria, Turquia), aos quais foramretirados vastos territrios.

    Com o desaparecimento dos imprios, a maior parte dos estados optam pela democracia liberal sob aforma de regimes republicanos ( excepo da Rssia sovitica).A Alemanha foi a grande perdedora: perdeu 1/10 da sua populao, ficou desmilitarizada (exrcito e

    armamento reduzido), perdeu todas as colnias, foi-lhe retirada territrios, mas sentiu-se, sobretudo,alvo de uma grande humilhao, pois foi considerada a principal responsvel pela guerra e foi obrigadaa pagar indemnizaes aos pases vencedores.

    A Sociedade das Naes

    Em Abril de 1919 surgiu, sob projecto do presidente Wilson e com a esperana de que no houvesse

    outro conflito mundial, a Sociedade das Naes (SDN). A SDN tinha como objectivos principais manter apaz e fomentar a entreajuda a nvel internacional, atravs da cooperao econmica e financeira entreos estados membros, promoo do desarmamento e a resoluo dos conflitos pela via pacfica. Estaorganizao, no entanto, estava condenada ao fracasso, pois:- Os pases vencidos foram excludos, quer dos tratados de paz, quer da SDN;- Alguns dos pases vencedores no estavam satisfeitos com as resolues dos tratados de paz;- Os EUA no integraram a SDN, contribuindo para o descrdito da organizao.Como consequncia, a SDN mostrou-se incapaz de desempenhar o papel de organizadora da paz.

    A difcil recuperao da Europa e a dependncia em relao aos EUA

    Durante a guerra, os EUA eram o principal fornecedor em bens e servios Europa. No final da guerra,perante uma Europa destroada (estava arruinada, tanto material como humanamente), a perda dahegemonia europeia agravou-se em favor da ascenso dos EUA. No perodo ps-guerra, a Europaenfrentou graves problemas como a inflao, desvalorizao da moeda, desemprego, enfim, umcolapso econmico. Evidenciou igualmente grandes dificuldades em reconverter a economia, o queagravou a sua dependncia em relao aos EUA, aumentando os nveis de endividamento. Adesvalorizao da moeda e a inflao surgiram pois houve um recurso emisso massiva de notas demodo a fazer face s dvidas, o que provocou uma desvalorizao que se reflectiu numa subidageneralizada de preos (inflao), agravando mais as condies de vida das populaes. Os EUAiniciaram, ento, um perodo de franca prosperidade, so os designados Loucos Anos 20 por viver umclima de euforia, optimismo e confiana no futuro. Em consequncia, os pases europeus ficammergulhados em dvidas ao estado americano que afirmou a sua supremacia. A eventual recuperaoda Europa deveu-se ajuda dos EUA.

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    A Implantao do marxismo-leninismo na Rssia

    A Revoluo de Fevereiro de 1917 (Revoluo Burguesa)

    Os antecedentes para a Revoluo Russa de Fevereiro de 1917 foram:- O imprio russo era chefiado pelo czar Nicolau II sob a forma de uma autocracia, isto , detinha opoder absoluto, o que provocava desagrado;

    - Ao defender a liberalizao do regime, o descontentamento do povo manifestou-se sob vrias formas(surgiram as primeiras assembleias de operrios, os sovietes), sendo a Revoluo de 1905 (DomingoSangrento) uma delas, que originou uma certa abertura poltica por parte do czar (convocou eleiespara o Parlamento (Duma), criou partidos polticos e aboliu certos privilgios da nobreza);- O descontentamento face ao regime poltico agravou-se com a participao da Rssia na primeiraguerra mundial (milhares de mortos e desorganizao da j dbil economia russa);- A sociedade russa era composta maioritariamente por camponeses, a burguesia ansiava paramodernizar o pas e por um governo parlamentar, o operariado era um grupo minoritrio. Sendo todesigualitria, no deixou de provocar anseios revolucionrios.

    Em Fevereiro de 1917, estavam reunidas as condies para acontecer uma revoluo, onde a Burguesiaascende ao poder (da a se designar Revoluo Burguesa), pondo fim ao czarismo e instaurando umregime republicano na Rssia. Os revolucionrios exigem a abdicao de Nicolau II e formam umGoverno Provisrio, constitudo por Kerensky e Lvov (que governam sob uma repblica de tipo liberal).Veremos que ser deposto pela revoluo socialista de Outubro de 1917, feita pelos comunistas.

    A Revoluo de Outubro de 1917 (Revoluo Sovitica)

    No perodo entre Fevereiro e Outubro de 1917, a agitao social no diminuiu. J no havia czar, mas aRssia continuava na guerra e os problemas econmicos mantinham-se. A nvel poltico, a Rssia vivia

    numa dualidade de poderes (os governos liberais, por um lado, e os sovietes, por outro, que eramcontra o Governo Provisrio). Em consequncia, em Outubro de 1917, os bolcheviques, com o apoio dossovietes, conduziram Revoluo Sovitica, onde o Governo Provisrio foi substitudo pelo Conselhodos Comissrios do Povo, presidido por Lenine. Trotsky e Estaline tambm foram figuras importantes narevoluo. A Rssia transformou-se numa Republica no parlamentar e deu-se incio a uma guerra civil(Exercito Vermelho comunistas, Exercito Branco liberais).

    Esta revoluo foi responsvel pela retirada da Rssia da guerra, e a nvel ideolgico foi responsvel pelaimplementao dos princpios marxistas, atravs de Lenine. As suas ideias e a sua aco originaram omarxismo-leninismo. Os representantes do proletariado conquistavam o poder poltico.

    Marxismo-leninismo - Aplicao prtica das ideias de Marx por Lenine. Defendia que o proletariado erao que conquistava o poder (ditadura do proletariado), e igualava o poder do Estado ao PartidoComunista (Partido nico).

    A democracia dos sovietes

    A Revoluo de Outubro foi vitoriosa graas ao apoio da populao mais pobre da Rssia camponeses, operrios, etc. organizada em assembleias denominadas sovietes. No dia seguinte revoluo, Lenine fez aprovar decretos revolucionrios, no II Congresso dos Sovietes (Um Governo

    quando inicia as suas funes, tem que lanar decretos):- Decreto sobre a paz (convidava aos povos em guerra, paz)- Decreto sobre a terra (aboliu a propriedade privada, entregando-a aos sovietes)Instaurando a paz e propriedade comunitria, os bolcheviques conseguiam, atravs dos decretosrevolucionrios, responder aos anseios dos sovietes que tanto haviam contribudo para o sucesso da

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    revoluo. Esta legislao revolucionria servia, assim, de instrumento para a criao de umademocracia dos sovietes, um sistema poltico que atendia s necessidades do proletariado.

    O comunismo de guerra e a ditadura do proletariado

    De acordo com a teoria marxista, a ditadura do proletariado a etapa de transio entre a sociedadecapitalista e a edificao do comunismo (sociedade sem classes). No decurso dessa etapa, oproletariado (classe dominante), deveria abater os opressores, retirando todo o capital burguesia,centralizando os meios de produo nas mos do Estado. Assim se chegaria a um ponto onde j nohavia desigualdade social, e o Estado (sendo um instrumento de domnio), deixaria de fazer sentido ecessaria de existir, e a tornar-se-ia possvel falar de liberdade. A ditadura do proletariado uma etapaimprescindvel para a construo de uma sociedade comunista, marcada pela supresso do Estado epela eliminao da desigualdade social. A etapa final ento o comunismo.Comunismo - Etapa final da revoluo proletria que se caracteriza pela extino do Estado e pelodesaparecimento das classes sociais.O conjunto de medidas que conduziram instaurao da ditadura do proletariado denomina-se decomunismo de guerra (assim chamado devido ao facto de ter sido instaurada durante a guerra civil,1918-1921). O comunismo de guerra sucedeu democracia dos sovietes, substituindo os decretos

    revolucionrios por novas medidas, mais radicais.- Toda a economia foi nacionalizada (fazendo parte do Estado);- Institui-se um regime de partido nico, o Partido Comunista;- O Terror institucionalizou-se com o estabelecimento da censura e a criao da Tcheca, polcia poltica.

    O centralismo democrtico

    Em 1922 foi criada a URSS (Unio das Republicas Socialistas Soviticas). A organizao do Estadocomunista da Rssia Sovitica denominou-se de centralismo democrtico, sistema que assentava nosseguintes princpios:

    - O poder partia da base da sociedade, os sovietes. Os sovietes eram eleitos pela populao por sufrgiouniversal, e a partir deles elegiam-se os poderes superiores;- A organizao do Partido Comunista seguia a mesma estrutura, as bases do partido elegiam osorganismos superiores;- No existia separao clara dos poderes legislativo, executivo, judicial;- Apenas o Partido Comunista era permitido, pois considerava-se que era o nico capaz de representar oproletariado, ou seja, proibiam-se todos os outros;- O Estado era controlado pelo Partido Comunista.

    A NEP (Nova Politica Econmica)

    A NEP consistiu numa viragem da economia, no sentido de superar a terrvel crise econmica herdadada guerra civil. Considerando que o comunismo teria de ser construdo com base no progressoeconmico, Lenine passou a defender medidas do tipo capitalista (recuo estratgico, para o socialismono se edificar sobre runas) para estimular a produo:- Estabeleceu um imposto a pagar, em vez dos camponeses entregaram todos os seus excedentes;- Permitiu a venda directa dos produtos dos camponeses;- Aceitou a ajuda do estrangeiro;- Eliminou o trabalho obrigatrio. A NEP (1921-1927), resultou numa melhoria assinalvel dos nveis deproduo.

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    Mutaes nos comportamentos e na cultura

    As transformaes da vida urbana

    No incio do sculo XX, havia cerca de 180 grandes ncleos urbanos (Londres, Paris, Moscovo, etc.). Estacrescente concentrao populacional provocou significativas alteraes na vida e nos valorestradicionais, ou seja, um novo modo de viver e de conviver no meio da multido. Adquire-se novas

    formas de sociabilidade, tendo o crescimento urbano originado a criao de novos comportamentosque se massificaram (isto , generalizao dos mesmos hbitos e gostos). A racionalizao e a reduodo tempo de trabalho, assim como a melhoria do nvel de vida permitiram dispor de dinheiro e tempopara o divertimento e prazer, fazendo com que a convivncia entre os sexos se tornasse mais ousada elivre (que rompia completamente com as antigas regras sociais). Adere-se prtica do desporto e ao usodo automvel.

    A crise dos valores tradicionais

    Os tempos de optimismo, de confiana na paz, na liberdade, no progresso e bem-estar que

    caracterizaram a viragem do sculo, ruram subitamente com o eclodir da Primeira Guerra. A morte demilhes de soldados, a misria e a destruio visveis gerou um sentimento de desalento e descrenano futuro, que afectou toda a sociedade. Por outro lado, a massificao urbana, a laicizao social queterminara com a influncia da Igreja, e as novas concepes cientficas e culturais so igualmenteresponsveis pela ruptura no padro de valores e comportamentos sociais tradicionais. Deu-se umaprofunda crise de conscincia, que atinge toda a conduta social, falando-se assim duma anomia social(ausncia de regras sociais). Esta crise de valores acentuou ainda mais as mudanas que j estavam emcurso.

    A emancipao da mulher

    A crescente presena da mulher em todos os sectores de actividade, mais notada a partir da PrimeiraGuerra, proporcionava uma relativa independncia econmica e esteve na origem de umaconsciencializao de que o seu papel no processo econmico no tinha correspondncia a um estatutosocial e politico dignos. No inicio do sculo XX, organizaram-se numerosas associaes de sufragistasque lutaram pelo direito de participao na vida politica, etc. Contudo, s no final dos anos 20 foireconhecido mulher o direito ao voto e de exerccio de funes politicas. Emancipadas e libertas detodos os preconceitos, as mulheres passam a adoptar novos comportamentos sociais: frequentar festase clubes nocturnos, praticar desporto, fumar e beber livremente, etc. A valorizao do corpo e daaparncia conduziu ao aparecimento de uma nova mulher que usava o cabelo curto ( garonette) e

    com as saias mais curtas e ousadas.

    A descrena no pensamento positivista e as novas concepes cientficas

    O Positivismo impusera a ideia de que a cincia tinha a resposta para todos os problemas daHumanidade. Mas, no incio do sculo XX, verifica-se uma reaco anti-racionalista e anti-positivista,devido s teorias de alguns cientistas face cincia (propunham o relativismo cientifico, segundo o quala cincia no atinge o conhecimento absoluto):- A teoria do intuicionismo, de Bergson, que defende que o conhecimento no era atravs da evidenciaracional mas sim pela intuio;

    - A teoria da relatividade, de Einstein, que demonstra que o espao, o tempo e o movimento no soabsolutos, mas relativos entre si (por exemplo, a massa do corpo depende do movimento);- A teoria quntica, de Max Planck, que defende a existncia de unidades mnimas de matria que nose rege por leis rgidas (o que permitiu explicar o comportamento dos tomos);

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    - A teoria psicanaltica, de Sigmund Freud, que explicava que as neuroses (qualquer desordem mental)so resultado de traumas, feridas, isto , impulsos, sentimentos, desejos, instintos naturais aprisionadosno inconsciente. Criou um mtodo teraputico (psicanlise) que consistia em libertar o paciente dosseus recalcamentos (traumas), procurando traz-los conscincia atravs da interpretao de sonhos.Todas estas novas teorias pem em causa as verdades absolutas que sustentavam o positivismo,influenciando os comportamentos no quotidiano, pois nada mais visto como absoluto mas comoquestionvel e discutvel.

    As vanguardas: rupturas com os cnones das artes e da literatura

    Nas primeiras dcadas do sculo XX houve uma revoluo imensa nas artes, criando-se uma estticainteiramente nova, que rompia com as tradies para mostrar uma nova viso da realidade. Essemovimento cultural ficou conhecido como o Modernismo (que revolucionou as artes plsticas, aarquitectura, a literatura e a musica). As principais vanguardas artsticas foram:

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    O agudizar das tenses politicas e sociais a partir dos anos 30As opes totalitrias

    Totalitarismo - Sistema poltico que se ope democracia, pois concentra todos os poderes (legislativo,executivo e judicial) nas mos de um chefe incontestado e de um s partido e que subordina os direitosindividuais aos interesses do Estado, que se considera dono absoluto da verdade. Temos como regimestotalitrios o caso da Rssia Sovitica, da Itlia Fascista e da Alemanha Nazi.

    Nas dcadas de 20 e 30 do sc. XX, a vida poltica da Europa foi caracterizada por uma emergncia detotalitarismos (tanto de esquerda como de direita). Vrios factores contriburam para a suaimplantao:- A crise econmica e social (Grande Depresso);- O ressentimento resultante da humilhao provocada pela derrota na guerra ou por uma vitria semrecompensas;- O receio do avano no comunismo (no caso dos regimes de direita);- A fragilidade das democracias liberais;

    Fascismo e Nazismo

    A ideologia fascista foi liderada pela Itlia (fascismo) e Alemanha (nazismo), que tinha comocaractersticas:- o totalitarismo (primazia do Estado sobre o individuo) e o antiparlamentarismo (ao contrrio dosistema pluripartidrio, presente nas democracias, impunha-se o partido nico);- o culto do chefe/elites (a separao de poderes deixa de existir, centralizando-se na figura de um lderinquestionvel que personifica a Nao. Adere-se ideia do governos dos melhores (elites), quetinham que prestar adorao ao seu chefe incontestado)- o culto da fora e da violncia (a oposio poltica considerada um entrave, por isso, deve seraniquilada pela represso policial, logo, a violncia est na essncia dos regimes, valoriza-se o instinto e

    aco);- a autarcia como modelo econmico (implementao de uma politica econmica de interveno doEstado para se atingir um ideal de auto-suficincia e acabar com o desemprego);- O nacionalismo exagerado (devia-se sacrificar tudo pela ptria);- Utilizao da censura, polcia poltica e propaganda como meio de difundir os ideais do regime.

    Assim, os regimes nazi-fascistas opunham-se ao liberalismo e democracia pois defendiam que oindivduo e os seus interesses deveriam subjugar-se ao interesse supremo do Estado e no o contrrio.Os fascismos atribuam fraqueza da democracia a incapacidade em dar resposta grave criseeconmica. Defendia, por isso, a edificao de um Estado forte e a instaurao do partido nico.

    O Estalinismo (Rssia Sovitica, URSS) apresenta diferenas dos outros regimes totalitrios na medidaem que, um regime socialista e de extrema-esquerda (Os fascismos so de extrema-direita e opem-se ao socialismo). No entanto, os princpios bsicos so os mesmos. O Fascismo opunha-se aosprincpios socialistas, ou seja, rejeitava a luta de classes, porque dividia a Nao e enfraquecia oEstado. Contrapunha-lhe um outro sistema baseado no entendimento entre as classes sujeito aointeresse do Estado, concepo que conduziu ao corporativismo.Fascismo (1922-1945) - Sistema poltico instaurado por Benito Mussolini, em 1922. Suprime asliberdades individuais, defende a supremacia do Estado, e profundamente totalitrio, autoritrio editatorial, ou seja, anti-democrtico e anti-socialista. O termo fascismo tambm pode ser aplicado atodos os regimes autoritrios de direita que se seguiram ao fascismo italiano (como o nazismo).

    Nazismo (1933-1945) - Sistema poltico imposto na Alemanha, criado por Adolfo Hitler. Tem os mesmosprincpios que o fascismo, acrescenta-se, porm, o racismo e anti-semitismo que foi praticado de formaviolentssima. Proclamou a superioridade da raa alem, negando completamente outras etnias (da asperseguies aos judeus).

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    Elites e o enquadramento das massas nos regimes fascistas

    As elites, como j foi visto, eram compostas por membros considerados superiores, que tinham de serrespeitadas pelas massas (populaes). A ideologia fascista difundiu-se atravs da propaganda, demodo a levar as populaes a aceitar os valores fascistas. Surgiram diversas organizaes com afinalidade de incutir os ideais fascistas nas populaes (ou seja, enquadrar as massas):- Organizaes de juventude (As crianas (at ao estado adulto) integravam organizaes onde lhes

    eram incumbidos os valores fascistas, como o culto do chefe e do Estado);- Partido nico (a filiao no Partido Fascista (Itlia) ou no Partido Nazi (Alemanha) permitia aos

    cidados o desempenho de cargos pblicos, e o acesso a um estatuto superior)

    A violncia nos Fascismos

    A ideologia fascista defendia a violncia, pois achava que era nessa situao que o homem desenvolviaas suas qualidades. Assim, foi utilizada pelos fascistas para chegar ao poder, assim como para semanterem no poder. A violncia fascista consolidou-se atravs do estabelecimento das seguintesorganizaes:- Milcias armadas (grupos armados que aterrorizavam qualquer forma de oposio politica);- Polcias polticas (que assegurava que no houvesse qualquer tipo de represso ao regime);- Campos de concentrao (criados, na Alemanha, eram locais onde as vitimas do regime fascista eramsujeitas a trabalhos forados, a tortura e ao assassnio em cmaras de gs)

    Violncia racista nazi

    O desrespeito pelos direitos humanos atingiu os cumes do horror com a violncia do seu racismo. Hitlercolocou a raa ariana (alemes e austracos) como superior s restantes. Esta sua tese foi desenvolvidana sua obra Mein Kampf, e obteve grande receptividade por parte dos nazis, o que levou ao maiordesrespeito pelos direitos humanos.Obcecado pelo aperfeioamento da raa ariana, promoveu uma seleco de arianos (altos, louros,olhos azuis). Para tal, deveriam ser eliminados os imperfeitos, para alm dos judeus (deficientes,velhos, doentes incurveis, homossexuais), para se melhorar a raa (eugenismo).

    Os judeus tornaram-se o alvo preferido da perseguio nazi (pois eram considerados culpados peladerrota alem na guerra e pelos problemas econmicos sofridos) e sofreram na pele uma das maioreshumilhaes e torturas na Histria. (anti-semitismo - termo que designa o dio aos judeus). Passaram ano poder exercer nenhuma profisso, nem frequentar lugares pblicos, foram obrigados a viver emguetos (bairros separados), e a usar uma estrela amarela para serem rapidamente identificados.Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis causaram a morte de cerca de 6 milhes de

    judeus atravs da sua politica de genocdio (extermnio em massa) dos judeus. Pela dimenso dascrueldades cometidas nos campos de concentrao, este genocdio ficou conhecido como Holocausto.

    Estalinismo

    O Estalinismo uma outra vertente do totalitarismo, que ficou conhecida aps a morte de Lenine(1924). O novo lder, Estaline, imps a submisso violenta dos indivduos ao Estado e ao chefe eempenhou-se na construo de uma sociedade socialista igualitria.

    Durante este regime, a economia sovitica assentou em dois postulados:- A colectivizao dos campos (Pondo fim NEP, Estaline ordenou que se expropriassem aspropriedades criadas durante a NEP, para dar origem a quintas colectivas (kolkhozes), o que originouforte oposio por parte dos kulaks (proprietrios agrcolas), levando Estaline a persegui-los e deport-los. Estaline defendia a colectivizao dos meios de produo, pois no seu entender, era o queproporcionava uma efectiva igualdade social;

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    - A planificao econmica (Estaline estabeleceu metas de produo para a economia, atravs dosplanos quinquenais (5 em 5 anos). Cada plano definia os objectivos a atingir e os meios necessriospara o efeito. Como consequncia, temos o desenvolvimento de alguns sectores de industria pesada edos transportes.Esta poltica econmica permitiu ao pas recuperar do atraso econmico e atingir acentuados nveis decrescimento da produo agrcola e industrial, factores que permitiram URSS afirma-se como dasgrandes potencias mundiais.

    Em termos polticos, Estaline imps um regime totalitarista extremamente repressivo, pois at suamorte, Estaline perseguiu os seus opositores e imps a sua supremacia, atravs dos seguintes pontos:- Purgas peridicas dentro do Partido, eliminando os elementos que o criticavam;- Os elementos considerados indesejveis eram condenados a campos de trabalho forado (Gulag);- Integrao de crianas e jovens em organizaes estalinistas;- O Partido Comunista controlava tudo;- O culto da personalidade de Estaline, atravs da propaganda poltica

    A resistncia das democracias liberaisO intervencionismo do Estado

    A dimenso que a crise de 1929 alcanou, fez aparecer opinies/teses de economistas como JohnKeynes, que defendem que a nica soluo uma maior interveno do Estado, pondo em causa osistema capitalista. Os EUA optam pela teoria de Keynes, que defendia que ao Estado deveria caber umpapel activo de organizador da economia e regulador do mercado, atravs do New Deal(designaodada politica implementada nos EUA, a partir de 1933, que atravs de reformas econmicas e sociais,combateu a depresso dos anos 30), posto em prtica por Franklin Roosevelt (presidente dos EUA naaltura).

    As medidas implementadas pela New Deal (33-34) foram:

    A New Dealpermitiu uma recuperao econmica, superando a crise que afectou o mundo capitalista.O liberalismo econmico passou a aceitar o intervencionismo estatal como estratgia de sobrevivncia.

    Financeiras Sociais Obras Pblicas Agricultura Indstria

    Reorganizaoda actividade

    bancria,desvalorizao

    do dlar econtrolo da

    inflao

    Distribuio dedinheiro aosmais pobres,instituio dereformas por

    velhice/invalidez,fundo de

    desemprego,garantia de um

    salrio mnimo ede liberdade

    sindical, reduopara 40 horas de

    trabalhosemanal.

    Construo deestradas, vias-

    frreas,escolas,hospitais

    (combate aodesemprego)

    Concesso deemprstimos e

    deindemnizaes

    aosagricultores

    Fixao depreos para os

    produtosindustriais

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    PORTUGAL E O ESTADO NOVO

    Tal como aconteceu noutros pases, cujos regimes foram influenciados pela ideologia fascista, tambmem Portugal se verificou a progressiva adopo do modelo italiano atravs da edificao do EstadoNovo. Designa-se, assim, por Estado Novo, o regime totalitrio de tipo fascista que vigorou em Portugalde 1933 a 1974, caracterizado por ter um Estado forte, com supremacia sobre os interesses individuais,anti-liberal, anti-democrtico e anti-parlamentar, autoritrio e nacionalista.

    Em 1928, foi nomeado para o governo, a fim de exercer funes de ministro das Finanas, Antnio deOliveira Salazar que, devido sua aco, conseguiu um saldo positivo para o oramento de Estado,tendo sido nomeado chefe do governo em 1932 devido a esse milagre econmico, passando acontrolar todos os sectores (da a que o regime seja normalmente denominado por Salazarismo).Este projecto poltico de Salazar (1933) caracterizou-se por diversos aspectos:

    Carcter anti-democrtico

    Defendia um Estado forte (ditatorial, autoritrio, anti-parlamentar e anti-democrtico), que recusava as

    liberdades individuais e a soberania popular: Tudo no Estado, nada Fora do Estado. Salazar foi umforte opositor da democracia liberal e do pluripartidarismo. No entanto, tambm negava os ideaismarxistas e a luta de classes. Na sua ptica, o interesse de todos devia sobrepor-se s conveninciasindividuais. Assim, os direitos individuais dos cidados no eram respeitados. Os opositores polticoseram perseguidos e encerrados em prises polticas, o que demonstra o carcter repressivo do regimesalazarista. Os meios repressivos utilizados pelo regime eram a censura e as polcias polticas. Prestava-se o culto ao chefe, isto , destacava-se a figura de Salazar, considerado Salvador da Ptria, que apropaganda poltica alimentava. Havia um partido nico, a Unio Nacional.

    Carcter conservador e nacionalista

    Em relao ao conservadorismo, Salazar empenhou-se na recuperao dos valores que consideravafundamentais, como Deus, Ptria, Famlia, Paz Social, Moralidade, Autoridade, que no podiam serpostos em causa. A base da nao era a famlia, o homem era o trabalhador e o papel da mulher foireduzido. Empenhou-se tambm na defesa de tudo o que fosse tradicional e genuinamente portugus,revestindo de importncia a ruralidade e rebaixando a sociedade industrializada. Deu protecoespecial Igreja, baseado no lema "Deus, Ptria, Famlia". O carcter nacionalista destacou-se, poislouvou e comemorou os heris e o passado glorioso da Ptria, valorizou as produes culturaisportuguesas e incutiu os valores nacionalistas atravs das milcias de enquadramento das massas. Almdisso, o regime salazarista utilizava as colnias em proveito dos interesses da nao, seguindo os

    parmetros definidos pelo Acto Colonial de 1930.

    Carcter corporativista

    O Estado Novo mostrou-se empenhado na unidade da nao e no fortalecimento da Nao. Defendia,assim, que os indivduos apenas tinham existncia para o Estado se integrados em organismos oucorporaes pelas funes que desempenham e os seus interesses harmonizam-se para a execuo dobem comum.

    Carcter intervencionista

    A estabilidade financeira tornou-se numa prioridade. O Estado Novo apostou num modelo econmicofortemente intervencionista e autrquico, que se fez sentir nos vrios sectores da economia:Agricultura - (Portugal era um pas maioritariamente rural, assim, pretendia-se tornar Portugal maisindependente da ajuda estrangeira, criando-se incentivos especializao em produtos como a batata,

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    vinho, etc. Um grande objectivo de Salazar, era tornar a economia portuguesa isolada de possveiscrises econmicas externas. A construo de barragens levou a uma melhor irrigao dos solos.)Indstria - (A indstria no constitui uma prioridade ao Estado Novo. O condicionamento industrialconsistia na limitao, pelo Estado, do n de empresas existentes e do equipamento utilizado, pois ainiciativa privada dependia, em larga medida, da autorizao do Estado. Funcionava assim, como umtravo livre-concorrncia. Mais do que o desenvolvimento industrial, procurava-se evitar a sobreproduo, a queda dos preos, o desemprego e agitao social.)Obras Pblicas - (tinha como principal objectivo o combate ao desemprego e a modernizao das infra-

    estruturas do pas. A interveno activa do Estado fez-se sentir atravs da edificao de pontes,expanso das redes telegrfica e telefnica, obras de alargamento nos portos, construo de barragens,expanso da electrificao, construo de edifcios pblicos (hospitais, escolas, tribunais), etc. A polticade construo de obras pblicas foi aproveitada (politicamente) para incutir no povo portugus a ideiade que Salazar era imprescindvel modernizao material do Pas.

    O projecto cultural do Regime

    No contexto de um regime de tipo totalitrio, a cultura portuguesa encontrava-se subordinada aoEstado e servia de instrumento de propaganda poltica. O Estado Novo compreendeu a necessidade de

    uma produo cultural submetida ao regime, por isso, pela via da persuaso, o Estado Novo concebeuum projecto que vai instrumentalizar os artistas para a propaganda do seu ideal. A este projecto culturalchamou-se de Poltica de Esprito.Foi o meio encontrado para mediatizar o regime, em que era proporcionado uma atmosfera saudvel imposio dos valores nacionalistas e patriticos.Tudo servia para divulgar as tradies nacionais e engrandecer a civilizao portuguesa (restauro demonumentos, festas populares, peas de teatro, cinema, etc.) Salazar defendia que as artes e as letrasdeveriam inculcar no povo, o amor da ptria, o culto dos heris, as virtudes familiares, a confiana noprogresso, ou seja, o iderio do Estado Novo.

    Portugal e o mundo da segunda guerra mundial ao inicio da dcadade 80 opes internas e contexto internacionalO tempo da guerra fria - A consolidao de um mundo bipolar

    Sob a tutela diplomtica e militar da URSS, os partidos comunistas ganhavam foras e tomavam o poder.Para coordenar a sua atuao criou-se o Kominform que foi um importante organismo de controlo porparte da URSS. Os EUA assumem a liderana da oposio aos avanos do socialismo. O presidenteTruman expe a sua viso de um mundo dividido em dois sistemas antagnicos: um baseado naliberdade e outro na opresso. Aos Americanos competiria liderar o mundo livre e auxili-lo na

    conteno do comunismo (containment) doutrina Truman. a doutrina Truman deixava tambm anecessidade de ajudar a Europa a reerguer-se economicamente. Assim, George Marshall cria em 1947 oPlano Marshall. Moscovo classifica a ajuda americana de manobra imperialista e impede os pases soba sua influncia de a aceitarem. Entretanto Adrei Jdanov, formaliza a rutura entre as duas potncias: omundo divide-se em dois sistemas: um imperialista e antidemocrtico liderado pelos EUA, e o outro quereina a democracia e a fraternidade entre os povos, este o mundo socialista liderado pela UnioSovitica.Em 1949, Moscovo, em resposta ao plano Marshall lanado o plano Molotov, que estabelece asestruturas de cooperao econmica da Europa Ocidental. No mbito deste plano criou-se o COMECONpara promover o desenvolvimento dos pases comunistas.

    O primeiro conflito: a questo alem

    A expanso do comunismo no 1 ano da paz fez com que ingleses e americanos olhassem para aAlemanha como um aliado imprescindvel conteno do avano sovitico. O renascimento tornou-se

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    uma prioridade criando uma Repblica federal (a RFA Repblica Federal Alem). A Unio Soviticaprotestou pois considerava uma violao dos acordos estabelecidos mas acabou por desenvolver umaatuao semelhante na sua prpria zona criando a RDA Repblica Democrtica Alem.Este processo de diviso trouxe para o centro da discrdia a situao de Berlim pois a capital estavasituada no lado da URSS em que estavam situadas as foras militares das trs potncias ocidentais.Estaline bloqueia aos trs aliados todos os acessos terrestres cidade (Bloqueio de Berlim).De 1948 a 1949, os antigos aliados tinham-se tornado rivais e a sua rivalidade dividia o Mundo (mundobipolar). Nas dcadas que se seguiram houve um clima de forte tenso e desconfiana: Guerra Fria.

    A Guerra Fria

    At meados de 80, os EUA e a URSS intimidaram-se mutuamente gerando um clima de hostilidade einsegurana de tenso internacional Guerra Fria. Cada bloco se procurou superiorizar ao outro que noarmamento, que na ampliao das suas reas de influncia. Uma mquina de propaganda inculcava naspopulaes a ideia da superioridade dos seus sistema e a rejeio e o temor do lado contrrio. Eramduas concepes opostas de organizao poltica, vida econmica e estruturao social que seconfrontavam: de um lado o liberalismo, assente sobre o princpio da liberdade individual e do outro, o

    marxismo, que subordina o indivduo ao interesse da colectividade.

    O mundo capitalista

    Poltica de alianas

    O acentuar das tenses polticas conduziu formao de alianas militares que simbolizaram oantagonismo militar, ou seja, os EUA e a URSS procuraram estender a sua influncia ao maior nmeropossvel de pases. Criou-se a Organizao do Tratado do Atlntico Norte (OTAN), liderado pelos EUA(sendo o objectivo principal a segurana colectiva, isto , ter a capacidade de resposta perante a um

    ataque armado) e, em resposta, foi constitudo o Pacto de Varsvia, liderado pela URSS, para a defesamilitar do seu bloco.

    A poltica econmica e social das democracias ocidentais

    No fim da II Guerra Mundial, o conceito da democracia adquiriu no Ocidente, um novo significado.Considerou-se que o regime democrtico deveria assegurar o bem-estar dos cidados e a justia social.O descalabro e a misria do ps-guerra exigiam orientaes firmes que permitissem a reconstruo.Socialistas e democratas-cristos saram da guerra prestigiados. Ambos tinham lutado contra os regimesautoritrios vencidos e se apresentavam como uma alternativa credvel aos velhos partidos liberais.

    Adeptos da social-democracia conjugam a defesa do pluralismo democrtico e dos princpios da livre-concorrncia econmica com o intervencionismo do Estado. Para tal, advogam o controlo estatal dossectores-chave da economia e uma forte tributao dos rendimentos mais elevados. Contenta-se emredistribuir a riqueza assim obtida pelos cidados, atravs do reforo da proteco social.A democracia crist tem origem na doutrina social da Igreja, que condena os excessos do liberalismocapitalista com a misso de zelar pelo bem-comum. O plano temporal e espiritual no podem separar-se. Os princpios do cristianismo devem enformar todas as aces dos cristos. Deste modo, sociais-democratas e democratas-cristos convergem no mesmo propsito de promover reformas econmicase sociais profundas. Os governos lanam-se num vasto programa de nacionalizaes que atinge bancosetc. O Estado torna-se o principal agente econmico do pas. Paralelamente, rev o sistema de

    impostos, reforando-se o carcter progressivo das taxas. Este princpio permite assegurar umaredistribuio mais equitativa da riqueza nacional, sob a forma de auxlios sociais. Este conjunto demedidas modificou a concepo de Estado dando origem ao Estado-Providncia.

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    A afirmao do Estado-Providncia

    A Grande Depresso j tinha demonstrado a importncia de um Estado econmico e socialmenteinterventivo. O Estado torna-se, por esta via, o principal agente econmico do pas, o que lhe permiteexercer a sua funo reguladora da economia. O pas pioneiro do Welfare State, isto , o Estado dobem-estar (Estado Providncia), foi o Reino Unido, onde cada cidado tem assegurado as suasnecessidades bsicas. Ao Estado caber a tarefa de corrigir as desigualdades, da o seu

    intervencionismo. As medidas principais do EP foram a nacionalizao da economia e o garantir dereformas que abrangesse situaes como maternidade, velhice, doenas. Este conjunto de medidas visaum duplo objectivo: por um lado reduz a misria e o mal-estar social; por outro, assegura uma certaestabilidade economia. O Estado-Providncia foi um factor da prosperidade econmica.

    A prosperidade econmica e a sociedade de consumo

    No decorrer de 25/30 anos aps a guerra, os pases europeus recuperaram e viveram uma excepcionalrecuperao econmica (a produo industrial cresceu, houve uma revoluo nos transportes, cresceuo nmero de empresas, a agricultura modernizou-se, o sector tercirio expandiu-se, etc.). Estes trinta

    anos de prosperidade material sem precedentes ficaram na histria como os Trinta Gloriosos. Aexpanso dos Trinta Gloriosos conjuga o desenvolvimento de processos j iniciados com aspectoscompletamente novos. Entre os seus traos caractersticos podemos destacar a acelerao do processotecnolgico, o recurso ao petrleo como matria energtica por excelncia, o aumento da concentraoindustrial e do nmero de multinacionais, o aumento significativo da populao activa (mo de obratornou-se mais qualificada), a modernizao da agricultura e o crescimento do sector tercirio.

    Este desenvolvimento econmico fez nascer a sociedade de consumo, isto , as populaes soincitadas a comprar um nmero crescente de bens que ultrapassam a satisfao das necessidadesbsicas (lar materialmente confortvel, bem equipado com electrodomsticos, rdio, TV, telefone,automveis, etc.), tudo isto possvel devido ao pleno emprego e bons salrios (resultados darecuperao econmica). A forma que se arranjou para estimular o consumo, foi atravs da publicidade.

    O mundo comunista

    O expansionismo sovitico

    Aps a 2 Guerra, a URSS foi responsvel pela implantao de regimes comunistas, inspirados nomodelo sovitico, por todo o mundo, ou seja, estendeu a sua influncia Europa, sia e frica. Ospases europeus que aderiram ao modelo sovitico foram a Bulgria, Albnia, Romnia e Polnia. Estes

    novos pases socialistas receberam a designao de democracias populares (designao atribuda aosregimes em que o Partido Comunista, afirmando representar os interesses dos trabalhadores, seimpem como Partido nico, controlando as instituies do Estado). Como resposta OTAN, a URSS criao Pacto de Varsvia, com objectivos idnticos: a assistncia mtua entre os pases membros. Os pasesasiticos que sofreram influncia sovitica foram a Monglia, China e Coreia. O ponto fulcral daexpanso comunista na Amrica Latina foi Cuba, onde um punhado de revolucionrios sob o comandode Fidel Castro e do Che Guevara derrubaram o governo apoiado pelos EUA.

    Opes e realizaes da economia de direco central

    No final da 2 guerra, a economia sovitica estava arrasada. Para afirmar o seu papel desuperpotncia, obtido com a vitria, havia que recuperar e rapidamente. Para tal, foi recuperada aplanificao econmica, onde foi dado prioridade indstria pesada. Assim, a URSS e os pases demodelo sovitico registaram um crescimento industrial to significativo que ascenderam segundaposio da indstria mundial. No entanto, o nvel de vida das populaes no acompanhou esta

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    evoluo econmica (faltavam bens de consumo, os horrios de trabalho so excessivos, os salrios sobaixos, as populaes amontoam-se em bairros perifricos, etc.)

    No entanto, as economias de direco central (dirigidas pelo Estado) evidenciavam as suasdebilidades:- a prioridade concedida indstria levou falta de investimento em outros sectores;- a planificao econmica, o jogar pelo seguro, reduzia certos factores importantes, como o risco noinvestimento, o que revelou ser um entrave ao progresso.

    Destes bloqueios econmicos resultou a estagnao da economia sovitica.Nos anos 60, implementou-se um vasto nmero de reformas em praticamente todos os pases da

    Europa socialista. Nikita Krutchnev, abre uma via de renovao, quer politica quer econmica. Um novoplano refora o investimento nas indstrias de consumo, na habituao e na agricultura. A durao dotrabalho semanal reduz-se, bem como a idade de reforma. Nas empresas, procurava-se incentivar aprodutividade. No entanto, os efeitos destas medidas ficaram muito aqum das expectativas. Nadcada de 70, sob a orientao de Leonidas Brejnev, a burocracia refora-se e alastra uma onde decorrupo sem precedentes. Os planos voltam a dar prioridade ao complexo militar-industrial e explorao dos recursos naturais. Porm, os custos de explorao do territrio siberiano revelam-se

    excessivos e a economia sovitica entra num perodo de estagnao.

    A escalada armamentista

    Nos 1s anos do ps-guerra, os EUA sentiam-se protegidos por uma evidente superioridade tcnica - abomba atmica.

    Quando, em Setembro de 1949, os Russos fizeram explodir a sua primeira bomba atmica, aconfiana do Ocidente desmoronou-se. De imediato os cientistas americanos incrementaram aspesquisas de uma arma ainda mais destrutiva. A corrida ao armamento tinha comeado, levando asduas superpotncias produo macia de armamento nuclear. O Mundo viu tambm multiplicarem-

    se as armas ditas convencionais. No fim de 1950, o Memorando do Conselho de Seguranaamericano considerava imperativo aumentar a fora area, terrestre e naval e a dos aliados.

    O investimento ocidental nas armas convencionais desencadeou uma igual estratgia por parte daURSS.

    O poder da destruio das novas armas introduziu na poltica mundial uma caracterstica nova: adissuaso. Cada um dos blocos procurava persuadir o outro de que usaria, sem hesitar, o seu potencialatmico em caso de violao das respectivas reas de influncia. O mundo tinha resvalado para oequilbrio instvel de terror.

    O inicio da era espacial

    A URSS colocou-se cabea da conquista do Espao quando, em Outubro de 1957, conseguiu colocarem rbita o primeiro satlite da Histria, o Sputnik 1. No ms seguinte, lanou o Sputnik 2 levando abordo a cadela Laika que se tornou o primeiro viajante espacial.

    Os Americanos, na nsia de igualarem a proeza russa, anteciparam o lanamento do seu prpriosatlite, mas o fogueto que o impulsionava explodiu. S em 1958, com o lanamento do Explorer 1, aAmrica efectivaria a sua entrada na corrida ao Espao.

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    Portugal: do autoritarismo democraciaImobilismo poltico e crescimento econmico do ps-guerra a 1974

    Politicamente, aps a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve a mesma feio autoritria,ignorando a onda democrtica que inundava a Europa. No que se refere economia, viveu-se umperodo conturbado na medida em que o atraso do pas era evidente, no acompanhando ocrescimento econmico do resto da Europa, marcado pela estagnao do mundo rural e pela

    emigrao. Por outro lado, tambm ocorreu um considervel surto industrial e urbano, e as colniastornaram-se alvo das preocupaes.A economia manteve estruturas que impossibilitaram o crescimento econmico.

    Estagnao do mundo rural e o surto industrial

    Apesar da agricultura ser o sector dominante, era pouco desenvolvida, caracterizada por baixosndices de produtividade, que fazia de Portugal dos pases mais atrasados da Europa. O principalproblema consistia na dimenso das estruturas fundirias, no Norte predominava o minifndio, queno possibilitava mecanizao; no Sul estendiam-se propriedades imensas (latifndios), que se

    encontravam subaproveitadas. O dfice agrcola foi aumentando, e ao longo dos anos 60 e 70 e assistiu-se a um elevado xodo rural e emigrao, pois as populaes procuravam melhores condies de vida,condenando a agricultura a um quase desaparecimento.Face a esta situao, a partir de 1953, foram elaborados Planos de Fomento para o desenvolvimentoindustrial. O I Plano (1953-1958) e o II Plano (1959-1964) davam continuidade ao modelo de autarcia e substituio de importaes, mas no contavam com o apoio dos proprietrios. s a partir demeados dos anos 60, com o Plano Intercalar de Fomento (1965-1967) e o III Plano (1968-1973), que oEstado Novo delineia uma nova poltica econmica:- Defende-se a produo industrial orientada para a exportao;- D-se prioridade industrializao em relao agricultura;

    - Estimula-se a concentrao industrial;- Admite-se a necessidade de rever a lei do condicionamento industrial (que colocava entraves livreconcorrncia. O grande ciclo salazarista aproximava-se do fim). No decurso do II Plano, o nosso pas viriaa integrar-se na economia europeia e mundial, integrando a EFTA, a BIRD e a GATT. A adeso a estasorganizaes marca a inverso na poltica da autarcia do Estado Novo.Esta poltica confirmou a consolidao de grandes grupos econmicos e financeiros em Portugal e oacelerar do processo industrial.

    A emigrao

    Enquanto que nas dcadas de 30 e 40 a emigrao foi bastante reduzida, a dcada de 60 tornou-se noperodo de emigrao mais intenso da nossa histria, pelos seguintes motivos:- A poltica industrial provocou o esquecimento do mundo rural, logo, sair da aldeia era uma forma defugir misria;- Os pases europeus que necessitavam de mo-de-obra, pagavam com salrios superiores;- A partir de 61, a emigrao foi, para muitos jovens, a nica maneira de no participar na guerra entrePortugal e as colnias africanas. Por essa razo, a maior parte da emigrao fez-se clandestinamente. OEstado procurou salvaguardar os interesses dos nossos emigrantes, celebrando acordos com osprincipais pases de acolhimento. O Pas passou, por esta via, a receber um montante muitoconsidervel de divisas: as remessas dos emigrantes. Tal facto, que muito contribuiu para o equilbrio da

    nossa balana de pagamentos e para o aumento do consumo interno, induziu o Governo adespenalizar a emigrao clandestina e a suprimir alguns entraves.

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    A urbanizao

    O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector tercirio e na progressiva urbanizao dopas. D-se o crescimento das cidades e a concentrao populacional. Em Lisboa e Porto, as maiorescidades portuguesas, propagam-se subrbios. No entanto, esta expanso urbana no foi acompanhadada construo das infra-estruturas necessrias, aumentando as construes clandestinas, proliferam osbairros de lata, degradam-se as condies de vida (incremento da criminalidade, da prostituio).

    Mesmo assim, o crescimento urbano teve tambm efeitos positivos, contribuindo para a expanso dosector dos servios e para um maior acesso ao ensino e aos meios de comunicao.

    O fomento econmico nas colnias

    Aps a guerra mundial, o fomento econmico das colnias tambm passou a constituir umapreocupao ao governo. Angola e Moambique receberam uma ateno privilegiada. Os investimentosdo Estado nas colnias, a partir de 1953, foram includos nos Planos de Fomento. O objectivo destapreocupao reforada, era mostrar comunidade internacional que a presena portuguesa eraessencial ao desenvolvimento desses territrios, atravs de medidas como a criao de infra-estruturas,incentivos ao investimento nacional, estrangeiro e privado, criao do EPP (Espao EconmicoPortugus, com vista abolio de entraves comerciais entre Portugal e as suas colnias), reforo dacolonizao branca e desenvolvimento dos sectores agrcola, extractivo e industrial.

    A radicalizao das oposies e o sobressalto poltico de 1958

    Em 1945, a grande maioria dos pases europeus festejavam a vitria da democracia sobre osfascismos. Parecia, assim, que estavam reunidas todas as condies para Salazar tambm optar pelademocratizao do pas. Salazar encenou, ento, uma viragem poltica, aparentando uma maiorabertura, a fim de preservar o poder:- Antecipou a reviso constitucional, dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleies antecipadas,que Salazar anunciou tolivres como na livre Inglaterra.

    Em 1945, os portugueses foram convidados a apresentar listas de candidatura s eleies legislativas(para eleger os deputados da Assembleia Nacional). A oposio democrtica (conjunto dos opositoresao regime no segundo ps-guerra) concentrou-se em torno do MUD (Movimento de UnidadeDemocrtica), criado no mesmo ano.

    O impacto deste movimento, que d incio chamada oposio democrtica, ultrapassou todas asprevises.Oposio Democrtica - Expresso que designa o conjunto de foras polticas heterodoxas(monrquicos, republicanos, socialistas e comunistas) que, de forma legal ou semi-legal, se opunham aoEstado Novo, adquirindo visibilidade, face aos constrangimentos impostos s liberdades pelo regime,em pocas eleitorais.

    Para garantir a legitimidade no acto eleitoral, o MUD formula algumas exigncias, que considerafundamentais, como o adiamento das eleies por 6 meses (a fim de se institurem partidos polticos), areformulao dos cadernos eleitorais e a liberdade de opinio, reunio e de informao. Asesperanas fracassaram. Nenhuma das reivindicaes do Movimento foi satisfeita e este desistiu porconsiderar que o acto eleitoral no passaria de uma farsa. A apreenso das listas pela PIDE permitiuperseguir a oposio democrtica.

    Em 1949, aquando das eleies presidenciais, a oposio democrtica apoiou o candidato Norton de

    Matos, que concorria contra o candidato do regime, scar Carmona. Era a primeira vez que umcandidato da oposio concorria Presidncia da Repblica e a campanha voltou a entusiasmar o Pasmas, no entanto, face a uma severa represso, Norton de Matos apresentou tambm a sua desistnciapouco antes das eleies.

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    1958 Ano de novas eleies presidenciais. O Governo pensou ter controlado a situao at que, em1958, a candidatura de Humberto Delgado a novas eleies presidenciais desencadeou um terramotopoltico. A sua coragem em criticar a ditadura, apelidou-o de general sem medo. O anncio do seupropsito de no desistir das eleies e a forma destemida como anunciou a sua inteno de demitirSalazar caso viesse a ser eleito, fizeram da sua campanha um acontecimento nico no que respeita mobilizao popular. De tal forma que o governo procurou limitar-lhe os movimentos, acusando-o deprovocar agitao social, desordem e intranquilidade pblica.

    O resultado revelou mais uma vitria esmagadora do candidato do regime (Amrico Toms), mas

    desta vez, a credibilidade do Governo ficou profundamente abalada. Salazar comeou a tomarconscincia de que se estava a tornar difcil continuar a enganar a opinio pblica. A campanha deHumberto Delgado desfez qualquer iluso sobre a pretensa abertura do regime salazarista. HumbertoDelgado foi assassinado pela PIDE em 1965.

    A questo colonial

    Tornou-se difcil para o Governo Portugus manter a sua poltica colonial. Depois da segunda guerramundial, e com a aprovao da Carta das Naes Unidas, o Estado Novo viu-se obrigado a rever a suapoltica colonial e a procurar solues para o futuro do nosso imprio.

    Em termos ideolgicos, a mstica do imprio substituda pela ideia da singularidade dacolonizao portuguesa. Os portugueses tinham mostrado uma grande capacidade de adaptao vida nas colnias onde no havia racismo e as raas se misturavam e as culturas se espalhavam. Estateoria era conhecida como luso-tropicalismo.No campo jurdico, a partir de 1951, desaparece o conceito de colnia, que substitudo pelo deprovncia ultramarina e desaparece o conceito de Imprio Portugus, substitudo por UltramarPortugus. A presena portuguesa em frica no sofreu praticamente contestao at ao incio daguerra colonial. Excepo feita ao Partido Comunista Portugus que no seu congresso de 1957 (ilegal),reconheceu o direito independncia dos povos colonizados.

    Entretanto, em 1961, no seguimento da ecloso das primeiras revoltas em Angola, comeam a notar-

    se algumas divergncias nas posies a tomar sobre a questo do Ultramar. Confrontam-se, ento, 2teses divergentes: a integracionista e a federalista. A 1 defendia a poltica at a seguida, lutando porum Ultramar plenamente integrado no Estado portugus; a 2 considerava no ser possvel, face presso internacional e aos custos de uma guerra em frica, persistir na mesma via. Defendia aprogressiva autonomia das colnias e a constituio de uma federao de Estados que garantisse osinteresses portugueses. Os defensores da tese federalista chegaram a propor ao Presidente adestituio de Salazar. Destitudos acabaram por ser eles, saindo reforada a tese de Salazar, queordenou que o Exrcito Portugus avanasse para a Angola, dando incio a uma guerra que seprolongou at queda do regime, em 1974.

    A luta armada

    O negar da possibilidade de autonomia das colnias africanas, fez extremar as posies dosmovimentos de libertao que, nos anos 50 e 60, se foram formando na frica portuguesa. Em Angola,em 1955, surge a UPA (Unio das Populaes de Angola) que, 7 anos mais tarde, se transforma na FNLA(Frente de Libertao de Angola); o MPLA (Movimento Popular de Libertao de Angola) forma-se em1956; e a UNITA (Unio para a Independncia Total de Angola) surge em 1966. A guerra inicia-se emAngola a 1961. Em Moambique, a luta dirigida pela FRELIMO (Frente de Libertao de Moambique)fundada em 1962. A guerra estende-se a Moambique em 1964. Na Guin, distingue-se o PAIGC(Partido para a Independncia da Guin e Cabo Verde) em 1956 e a guerra alastrou-se Guin em 1963.

    Portugal viu-se envolvido em duras frentes de batalha que, custa de elevadssimos custos materiaise humanos, chegou a surpreender a comunidade internacional.

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    O isolamento internacional

    A carta das naes unidas estabeleceu que todas as naes tinham o direito sua autodeterminao.Contudo, Portugal recusou-se a aceitar esta ideia dizendo que as provncias ultramarinas faziam partede Portugal. Tal postura conduziu, inevitavelmente, ao desprestgio do nosso pas, que foi excludo devrios organismos das Naes Unidas e alvo de sanes econmicas por parte de diversas naesafricanas. A recusa de todas as ofertas e planos (como a ajuda americana por exemplo) remeteuPortugal para um isolamento, evidenciado na expresso de Salazar, orgulhosamente ss.

    A Primavera Marcelista

    Em 1968, Salazar foi substitudo Marcello Caetano, no cargo de presidente do Conselho de Ministros,que fez reformas mais liberais para a democratizao do regime. Nos primeiros meses o novo governoat deu sinais de abertura, perodo este conhecido por Primavera Marcelista (alargou o sufrgiofeminino por ex.). Contudo, o oscilar entre indcios de renovao e seguir as linhas do salazarismo,resultou no fracasso da tentativa reformista. A PIDE mudou o seu nome para DGS e diminuiu, ao incio,a virulncia das suas perseguies. No entanto, face ao movimento estudantil e operrio, prendeu, sem

    hesitaes, os opositores ao regime; A Censura passou a chamar-se Exame Prvio; se este, inicialmente,tolerou algumas criticas ao regime, cedo se verificou que actuava nos mesmos moldes da Censura; Aoposio no tinha liberdade de concorrer s eleies e a poltica Marcelista era criticada como sendoincapaz de evoluir para um sistema mais democrtico. Tudo isto levou revoluo de 25 de Abril de1974.

    Da revoluo estabilizao da democracia

    O Movimento das Foras Armadas e a ecloso da Revoluo

    O problema da guerra colonial continuava por resolver. Perante a recusa de uma soluo poltica peloGoverno Marcelista, os militares entenderam que se tornava urgente pr fim ditadura e abrir ocaminho para a democratizao do pas.

    A Revoluo de 25 de Abril de 1974 partiu da iniciativa de um grupo de oficiais do exrcito portugusO Movimento dos Capites (1973), liderado por Costa Gomes e Spnola, que tinha em vista o derrubedo regime ditatorial e a criao de condies favorveis resoluo poltica da questo colonial. Estesacontecimentos deram fora queles que, dentro do Movimento (agora passava-se a designar por MFA

    Movimento das Foras Armadas), acreditavam na urgncia de um golpe militar que, restaurando asliberdades cvicas, permitisse a to desejada soluo para o problema colonial. Depois de uma tentativa

    precipitada, em Maro, o MFA preparou minuciosamente a operao militar que, na madrugada do dia25 de Abril de 1974 ps fim ao Estado Novo.

    Operao Fim-Regime

    A operao militar teve incio com a transmisso, pela rdio, das canes-senha, que permitia sunidades militares sarem dos quartis para cumprirem as misses que lhes estavam destinadas. Aresistncia terminou cerca das 18h, quando Marcello Caetano se rendeu pacificamente ao generalSpnola. Entretanto, j o golpe militar era aclamado nas ruas pela populao portuguesa, cansada daguerra e da ditadura, transformando os acontecimentos de Lisboa numa exploso social por todo o pas,uma autntica revoluo nacional que, pelo seu carcter pacfico, ficou conhecido como a Revoluodos Cravos. A PIDE foi a ltima a render-se na manh seguinte.

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    A caminho da democraciaO desmantelamento das estruturas do Estado Novo

    O acto revolucionrio permitiu que se desse incio ao processo de desmantelamento do Estado Novo.No prprio dia da revoluo, Portugal viu-se sob a autoridade de umaJunta de Salvao Nacional, que

    destitudos, bem como todos os governadores civis e outros quadros administrativos; A PIDE-DGS, a

    Legio Portuguesa e as Organizaes da Juventude foram extintas, bem como a Censura (Exame Prvio)e a Aco Nacional Popular; Os presos polticos foram perdoados e libertados e as personalidades noexlio puderam regressar a Portugal; Iniciou-se o processo da independncia das colnias e organizaode eleies para formar a assembleia constituinte que iria aprovar a nova constituio da Repblica. AJunta de Salvao Nacional nomeou para Presidente da Repblica o Antnio de Spnola, que escolheuAdelino para chefiar o governo provisrio.

    Tenses polticas ideolgicas na sociedade e no interior do MFAO perodo Spnola

    Os tempos no foram fceis para as novas instituies democrticas. Passados os primeiros momentosde entusiasmo, seguiram-se dois anos politicamente muito conturbados, originando gravesconfrontaes sociais e polticas. Rapidamente comearam as reivindicaes, as greves e asmanifestaes influenciadas pelos partidos da esquerda. O governo provisrio mostrou-se incapaz degovernar o pas e demitiu-se, o que fez com que o poder poltico se dividisse em dois plos opostos.- De um lado o grupo apoiante do general Spnola (procurava controlar o movimento popular que

    podia originar outra ditadura, desta vez de extrema-esquerda)- Do outro lado a comisso coordenadora do MFA e os seus apoiantes (defendia a orientao do regimepara um socialismo revolucionrio.O desfecho destas tenses culminou com a demisso do prprio general Spnola, aps o falhano da

    convocao de uma manifestao nacional em seu apoio, e a nomeao de outro militar, o generalCosta Gomes, como Presidente da Repblica.

    A radicalizao do processo revolucionrio

    No perodo entre a demisso de Spnola (Setembro 1974) e a aprovao da nova Constituio daRepblica (1976), Portugal viveu uma situao poltica revolucionria repleta de antagonismos sociais.Durante estes dois anos, o poder esteve entregue ao MFA, a Vasco Gonalves, que assumiu umaposio de extrema-esquerda e uma forte ligao ao Partido Comunista. A data-chave 11 de Maro de1975: tentando contrariar a orientao esquerdista da revoluo, Antnio de Spnola tentou um golpe

    militar (fracassado). Em resposta, a MFA cria o Conselho da Revoluo, ligado ao PCP, que passa afuncionar como rgo executivo do MFA e tornou-se o verdadeiro centro do poder (concentra ospoderes da Junta de Salvao Nacional e do Conselho de Estado), e prope-se orientar o ProcessoRevolucionrio em Curso - PREC que conduziria o Pas rumo ao socialismo.

    As eleies de 1975 e a inverso do processo revolucionrio

    Das eleies de 1975, sai vitorioso o Partido Socialista, que passa a reclamar maior interveno naactividade governativa. Vivem-se os tempos do Vero Quente de 1975, em que esteve iminente oconfronto entre os partidos conservadores e os partidos de esquerda. em pleno Vero Quente que

    um grupo de 9 oficiais do prprio Conselho da Revoluo, encabeados pelo major Melo Antunes, crticaabertamente os sectores mais radicais do MFA: contestava o clima de anarquia instalado, adesagregao econmica e social e a decomposio das estruturas do Estado. Em consequncia, VascoGonalves foi demitido. Era o fim da fase extremista do processo revolucionrio. A revoluo regressava

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    aos princpios democrticos e pluralistas de 25 de Abril, que sero confirmados com a Constituio de1976.

    Politica Econmica anti-monopolista e interveno do Estado a nvel econmico-financeiro

    Os tempos da PREC tinham em vista a conquista do poder e o reforo da transio ao socialismo.

    Assim, nessa altura, tomaram-se um conjunto de medidas que assinalaram a viragem ideolgica nosentido do marxismo-leninismo:- O intervencionismo estatal (em todos os sectores da economia), as nacionalizaes (o Estadoapropriou-se dos bancos, dos seguros, das empresas, etc., passando a ter mais controlo da economia), areforma agrria (procedeu-se colectivizao dos latifndios do Sul e expropriao e nacionalizaopelo Estado e a constituio de Unidades Colectivas de Produo (UCP). Graas ao partido comunista foiaprovada a legislao para a reforma agrria com proteco dos trabalhadores e dos grupos econmicosmais desfavorecidos atravs das novas leis laborais, salrio mnimo nacional, aumento de penses ereformas.)

    A opo constitucional de 1976

    Depois de um ano de trabalho, a Assembleia Constituinte terminou a Constituio, aprovada em 25 deAbril de 1976. A constituio consagrou um regime democrtico e pluralista, garantindo as liberdadesindividuais e a participao dos cidados na vida poltica atravs da votao em eleies para osdiferentes rgos. Alm disso, confirmou a transio para o socialismo como opo da sociedadeportuguesa. Mantm, igualmente, como rgo de soberania, o Conselho da Revoluo considerado ogarante do processo revolucionrio. Este rgo continuar a funcionar em estreita ligao com opresidente da Repblica, que o encabea. A nova constituio entrou em vigor no dia 25 de Abril de1976, exactamente dois anos aps a Revolta dos Cravos. A Constituio de 1976 foi, sem dvida, o

    documento fundador da democracia portuguesa.

    O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo da descolonizao Oprocesso descolonizador

    A nvel interno, a independncia pura e simples das colnias colhia o apoio da maioria dos partidosque se legalizaram depois do 25 de Abril e tambm nesse sentido se orientavam os apelos dasmanifestaes que enchiam as ruas do pas. nesta conjuntura que o Conselho de Estado reconhece scolnias o direito independncia. Intensificam-se, ento, as negociaes com os movimentos aosquais Portugal reconhece legitimidade para representarem o povo dos respectivos territrios. No

    entanto, Portugal encontrava-se num a posio muito frgil, quer para impor condies quer para fazerrespeitar os acordos. Desta forma, no foi possvel assegurar, como previsto, os interesses dosPortugueses residentes no Ultramar. Fruto de uma descolonizao tardia e apressada e vtimas dosinteresses de potncias estrangeiras, os territrios africanos no tiveram um destino feliz.

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    Alteraes geoestratgicas, tenses polticas e transformaessocioculturais no mundo actualOs plos de desenvolvimento econmico

    Profundamente desigualitrio, o mundo actual concentra a sua fora em 3 plos de intensodesenvolvimento: os Estados Unidos, a Unio Europeia e a regio da sia-Pacfico.

    A hegemonia dos EUA

    Com o colapso do bloco sovitico, os EUA passaram a reunir todas as condies para se afirmarem comoa grande superpotncia mundial. A hegemonia que os EUA detm sobre o resto do mundo alicera-senuma incontestada capacidade militar, numa prspera situao econmica e no dinamismo cientficoe tecnolgico que evidencia.O poder americano afirmou-se apoiado pelo gigantismo econmico e pelo investimento macio nocomplexo industrial militar. Os EUA tm sido considerados os "polcias do mundo", devido ao papelpreponderante e activo que tm desempenhado, afirmando a sua supremacia militar. A sua hegemonia

    assenta, igualmente, na prosperidade da sua economia. Os EUA afirmam-se como os maioresexportadores, devido ao dinamismo das suas empresas de bancos, turismo, cinema, msica. O sectorprimrio no foi, porm, abandonado. Em resultado da elevada produtividade, os EUA mantm-se comoos maiores exportadores de produtos agrcolas.A sua indstria tambm revela grande dinamismo, tendo como consequncia a liderana dos EUA emsectores de produo de automveis, txteis sintticos, produtos farmacuticos, etc. Durante apresidncia de Bill Clinton, tornou-se prioridade o desenvolvimento do sector comercial, procurando-seestimular as relaes econmicas com a regio do Sudoeste Asitico (criando a APEC - CooperaoEconmica sia-Pacfico), e estipulou a livre circulao de capitais e mercadorias entre os EUA, Canade Mxico (atravs da NAFTA Acordo de Comrcio Livre da Amrica do Norte).Finalmente, a hegemonia dos EUA resulta tambm da sua capacidade de inovar, reflexo do progressocientfico-tecnolgico que evidencia. So os que mais investem na investigao cientfica,desenvolveram os tecnoplos (parques tecnolgicos, empresas ligadas tecnologia). O sector tercirioocupa um enorme peso na economia americana (cerca de 75 %).

    A Unio Europeia

    Desde a sua criao, em 1957, que a Unio Europeia (naquela altura, CEE) tem vindo a consolidar-sequer pela integrao de novos estados-membros, quer pelo aprofundamento do seu projectoeconmico e poltico. Assim, integraram-na:- Nos anos 70 Inglaterra, Irlanda e Dinamarca (1973)Europa dos 9;- Nos anos 80 Grcia (1981), Portugal e Espanha (1986)Europa dos 12;- Nos anos 90 ustria, Sucia, Finlndia (1995)Europa dos 15. Recentemente entraram os PasesBlticos: Chipre, Repblica Checa, Eslovnia, Eslovquia, Hungria, Polnia, Letnia, Litunia, Malta(Europa dos 25).O principal objectivo da CEE era a unio aduaneira, concretizada em 68. No incio dos anos 80 vigoravaa Europa dos 9, porm, o projecto europeu encontrava-se estagnado. Decidido a relanar o projectoeuropeu, Jacques Delors, concentrou-se na renovao da CEE:- Em '86 foi assinado o Acto nico Europeu, que previa o estabelecimento de um mercado nico, onde,

    para alm de mercadorias, circulassem livremente pessoas, capitais e servios.- Em '92 celebrou-se o Tratado da Unio Europeia (Tratado de Maastricht) que estabelece uma Unioeuropeia (UE), fundada em trs pilares: o comunitrio, de cariz econmico e, de longe, o maisdesenvolvido; o da politica externa e da segurana comum (PESC), e o da cooperao nos domnios da

    justia e dos assuntos internos. Foi instituda a cidadania europeia e definiu-se o objectivo da adopoda moeda nica. A 1 de Janeiro de 1999, onze pases inauguram oficialmente o euro, que completou aintegrao das economias europeias. O euro entra em vigor em 2002.

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    Dificuldades da unio poltica

    Tm sido muitos os obstculos criao de uma Europa poltica: os pases que no se identificam natotalidade com o projecto europeu, ou os que resistem s medidas que implicam a perda da soberanianacional, a integrao de mais pases (conjugar interesses de pases diferentes), que no tem favorecidoo caminho de uma Europa mais unida, a incapacidade da EU de resolver questes como o desemprego,etc.

    O Espao econmico da sia-Pacfico

    O milagre japons dos anos 50 e 60 deu incio a um processo de desenvolvimento econmico que iria,nas dcadas seguintes, contagiar outros pases asiticos. Com efeito, o sucesso do Japo serviu deincentivo e de modelo ao desenvolvimento dos quatro drages: Hong Kong; Singapura; Coreia do Sul;Taiwan.Os quatro drages compensaram a escassez de recursos naturais com o esforo de uma mo-de-obrabarata e abundante, com o apoio do Estado (que investiu altamente no ensino, tendo em vista aqualificao profissional da populao, apostou em polticas proteccionistas com vista a atrair os capitaisestrangeiros e na exportao de bens de consumo). Em resultado, estes pases conseguiram produzir, apreos imbatveis, produtos de consumo corrente que invadiram os mercados ocidentais, promovendosectores como o da indstria automvel, construo naval, etc.Quando a crise afectou a economia mundial na dcada de 70, o Japo e os quatro drages iniciaramum processo de cooperao econmica com os membros da ASEAN (Associao das Naes doSudoeste Asitico), que agrupava a Tailndia, Indonsia, Filipinas e Malsia. O desenvolvimento destespases resultou das necessidades de matrias-primas, recursos energticos e bens alimentares, de queeram importantes produtores, por parte do Japo e dos quatro drages que, em troca, exportavambens manufacturados e tecnologia. Este intercmbio deu origem a uma nova etapa de crescimento,mais integrado, do plo econmico da sia Pacfico.

    O crescimento teve, no entanto, custos ecolgicos e sociais muito altos: a sia tornou-se a regio maispoluda do Mundo e a sua mo-de-obra permaneceu, maioritariamente, pobre e explorada.

    A questo de Timor

    Timor foi dos poucos casos na sia onde se instaurou uma democracia atravs de um processo deautodeterminao.Em 1974, a Revoluo dos Cravos agitou tambm Timor Leste, que se preparou para encarar o futurosem Portugal. Na ilha, onde no tinham ainda surgido movimentos de libertao, nasceram trspartidos polticos (A UDT (Unio Democrtica Timorense), que defendia a unio com Portugal num

    quadro de autonomia; A APODETI (Associao Popular Democrtica Timorense), favorvel integraodo territrio da Indonsia; E a FRETILIN (Frente Revolucionria de Timor Leste Independente), com umprograma independentista, ligado aos ideais de esquerda.)Esta ltima, em 1975, declara, unilateralmente, a independncia do territrio, mas em Novembro, ogoverno indonsio ordena a sua invaso por tropas suas. Timor resiste, e a sua resistncia continuouactiva nos anos 80, encabeada por Xanana Gusmo (lder da FRETLIN). Em 1991, a conscincia dacomunidade internacional foi despertada, atravs do visionamento de imagens de um massacre a civistimorenses. No fim da dcada, a Indonsia aceita finalmente que o povo timorense decida o seu destinoatravs de um referendo, que fica marcado para Agosto de 1999. O referendo, supervisionado por umamisso das Naes Unidas, a UNAMET, deu uma inequvoca vitria independncia, mas desencadeou

    uma escalada de terror por parte das milcias pro-indonsias. Uma onda de indignao e desolidariedade percorreu ento o Mundo e conduziu ao envio de uma fora de paz multinacional,patrocinada pelas Naes Unidas. A 20 de Maio de 2002 nasce oficialmente a Repblica Democrtica deTimor Leste.

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    Modernizao e abertura da China economia de mercado

    O arranque da China para o processo de modernizao e abertura economia de mercado teve incionos fins da dcada de 70, altura em que Deng assumiu o poder. O Lder chins iniciou um processo degrandes reformas econmicas, lanando as bases do desenvolvimento agrcola, industrial e tcnico daChina. Seguindo uma poltica pragmtica, Deng dividiu a China em 2 reas geogrficas distintas: Ointerior, essencialmente rural, permanecia resguardado da influncia externa; e o litoral abrir-se-ia aocapital estrangeiro, integrando-se p sistema agrrio foireestruturado. Entre 1979 e 1983 as terras foram descolectivizadas e entregues aos camponeses, estesque podiam, ento, comercializar os seus produtos num comrcio livre. Assim, a produo agrcolachinesa cresceu 50% em apenas 5 anos. O sector industrial foi altamente modificado em favor daexportao. Em 1980, as cidades de Shenzhen, Zuhai, Shantou e Xiamen, passaram a ser ZonaEconmicas Especiais, eram favorveis ao negcio pois o investimento estatal estava a concentrado.