resumo.docx

4
Pessoal, resolvi publicar esse tutorial para ações tributárias levando em consideração os pedidos que chegaram a mim, relatando as dificuldades em identificar as peças e o momento tributário para cada tipo de ação . Não pretendo com isto, esgotar o assunto (mesmo porque seria muito pretensioso da minha parte), mas apenas audar no !pontap" inicial#. Identificação $m primeiro lugar, deve%se analisar atentamente o caso apresentado para identificar os conceitos e princ&pios tributários (por e'emplo, lei tributária e portaria, fato gerador e lançamento, pagamento e e'ecuç ão) . Poi s, par a sab er qual a mel hor açã o a ser escolhid a, pri mei ro dev e%s e sab er em que !momento tributário# o cliente se encontra. Por e'emplo, toda ve que a situação descrita mencionar que o tributo foi pago a maior ou indevidamente, cabe ção de *epetição do +nd"bito ributário. -utro e'emplo, toda ve que o cliente narrar que desea que sea reconhecida uma isenção, a ação a ser propos ta será a ção ecla rat/r ia de +ne'i st0nc ia de *el ação 1ur&dico% r ibutária, pois o cliente dese a que não sea mais importunado pelo $stado para pagamento de tributo o qual " isento. Portanto, os motivos serão usados nas teses a serem defendias pelo advogado. +gualmente, independe saber se o tributo " federal, estadual, ou municipal, essa informação será usada na identificação da compet0ncia. essa forma,  a priori , basta sabermos qual " a ação cab&vel em cada momento espec&fico, desde que tenhamos bem claros os conceitos e princ&pios do ireito ributário. As ações tributárias   grande maioria das ações se valem do processo civil para seu auiamento. 2ogo, o que se fa " adaptá%las para resolvermos os interesses tributários do cliente.  s ações mais importantes e usadas são3  Ação Declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária;  Ação anulatória;  Mandado de segurança;  Ação de reetição do ind!bito;  Ação de consignação e" aga"ento;  #"bargos $ execução fiscal% Par a sab er qual delas ser á a melhor opç ão ao problema apresentado, bem como outros det alhes importante, eu recomendo veam meu 4ltimo  post  onde apresento o !quadro da linha do tempo#. 2á, voc0s poderão analisar e, ao final, elabor ar um rot eir o de perguntas a ser em fei tas ao cli ent e, como, por e'emplo3

Upload: luiza-borges

Post on 06-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

7/21/2019 resumo.docx

http://slidepdf.com/reader/full/resumodocx-56dc086144db1 1/4

Pessoal, resolvi publicar esse tutorial para ações tributárias levando em consideração os pedidos que

chegaram a mim, relatando as dificuldades em identificar as peças e o momento tributário para cada tipo

de ação . Não pretendo com isto, esgotar o assunto (mesmo porque seria muito pretensioso da minha

parte), mas apenas audar no !pontap" inicial#.

Identificação

$m primeiro lugar, deve%se analisar atentamente o caso apresentado para identificar os conceitos e

princ&pios tributários (por e'emplo, lei tributária e portaria, fato gerador e lançamento, pagamento e

e'ecução). Pois, para saber qual a melhor ação a ser escolhida, primeiro deve%se saber em que

!momento tributário# o cliente se encontra.

Por e'emplo, toda ve que a situação descrita mencionar que o tributo foi pago a maior ou indevidamente,

cabe ção de *epetição do +nd"bito ributário.

-utro e'emplo, toda ve que o cliente narrar que desea que sea reconhecida uma isenção, a ação a ser 

proposta será a ção eclarat/ria de +ne'ist0ncia de *elação 1ur&dico%ributária, pois o cliente desea

que não sea mais importunado pelo $stado para pagamento de tributo o qual " isento.

Portanto, os motivos serão usados nas teses a serem defendias pelo advogado. +gualmente, independe

saber se o tributo " federal, estadual, ou municipal, essa informação será usada na identificação da

compet0ncia. essa forma, a priori , basta sabermos qual " a ação cab&vel em cada momento espec&fico,

desde que tenhamos bem claros os conceitos e princ&pios do ireito ributário.

As ações tributárias

  grande maioria das ações se valem do processo civil para seu auiamento. 2ogo, o que se fa "

adaptá%las para resolvermos os interesses tributários do cliente.

 s ações mais importantes e usadas são3

  Ação Declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária;

  Ação anulatória;

 

Mandado de segurança;

  Ação de reetição do ind!bito;

  Ação de consignação e" aga"ento;

 

#"bargos $ execução fiscal%

Para saber qual delas será a melhor opção ao problema apresentado, bem como outros detalhes

importante, eu recomendo veam meu 4ltimo post  onde apresento o !quadro da l inha do tempo#. 2á, voc0s

poderão analisar e, ao final, elaborar um roteiro de perguntas a serem feitas ao cliente, como, por 

e'emplo3

7/21/2019 resumo.docx

http://slidepdf.com/reader/full/resumodocx-56dc086144db1 2/4

  #xiste lei criando ou "ajorando tributo&

'ão( Mandado de )egurança re*enti*o ou Ação Declaratória; 

#xiste lança"ento&

  )i"( Ação Anulatória ou Mandado de )egurança reressi*o

'ão( Ação Declaratória ara +ue o cliente ne" seja cobrado futura"ente% 

, tributo já foi ago&  )i"( Ação de eetição do Ind!bito

 

, cliente ! bitributado&

 

)i"( Ação de .onsignação e" /aga"ento

  #xiste Ação de #xecução 0iscal&

 

)i"( #"bargos $ #xecução 0iscal

ps3 penas lembrando que esse roteiro " indicativo, outras perguntas podem e devem ser formuladas

para identificar o obetivo a ser alcançado.

.o"etência

5om a identificação da melhor peça a ser produida, vem a parte mais fácil deste roteiro3 saber para qual

 u&o a ação deverá ser proposta.

5omo não temos no -rdenamento 1ur&dico nacional uma ustiça especial tributária, a compet0ncia para

 ulgar e processar as ações tributárias será da ustiça comum (federal ou estadual) de primeira inst6ncia.

  definição do u&o competente se dará pelo tipo de tributo combatido na ação a ser proposta. Por 

e'emplo, se o tributo " +* (imposto federal), o u&o competente será o da 1ustiça 7ederal. 8e for sobre

+598 (imposto estadual), será o da 1ustiça $stadual, e, por fim, se for +P: ou +88 (impostos municipais),

o da 1ustiça $stadual. +sso se dá ao fato de não e'istir esfera do Poder 1udiciário em 6mbito municipal. -

mesmo racioc&nio se fa as ta'as e ;s contribuições.

 penas alguns detalhes devem ser observados3

<. no caso de 98, deverá ser auiada no local onde ocorra ou ocorrerá o ato coator=

>. 8e e'istir vara especialiada da 7aenda P4blica, a ção será endereçada a ela (ou a vara c&vel,

caso não e'ista vara especialiada).

$'emplificando, teremos os seguintes endereçamentos3

ributos federais $'mo. 8r. r. 1ui 7ederal da ?@ara da 8ubseção 1udiciária de?

ributos $staduais ou municipais$'mo. 8r. r. 1ui de ireto da ? @ara 5&vel (ou @ara das 7aendas

P4blicas, caso e'ista vara especialiada) da comarca de ?

7/21/2019 resumo.docx

http://slidepdf.com/reader/full/resumodocx-56dc086144db1 3/4

/ólo assi*o

5omo em toda a ação, na tributária tamb"m não foge a regra. - polo passivo da ação " em face de quem

será proposta. 2embrem%se que a ação e sempre proposta contra o $stado%ui (que possui a função

 urisdicional) em face do r"u.

- r"u na ação tributária será sempre o ente que possui o poder de tributar e, por 

consequ0ncia, ou quem lhe faça as vees na função de arrecadação, fiscaliação e

administração do tributo.

$m outras palavras, o r"u será sempre o Poder P4blico, ou melhor, a 7aenda P4blica, relacionada ao

tributo guerreado. +sto ", se for contra tributo federal (+*, +P+, 5ontribuições, etc) será a 7aenda

P4blica 7ederal ou, 7aenda Nacional= se for tributo estadual (+598, +P@, ta'as e

contribuições estaduais) será a 7aenda P4blica $stadual= e, finalmente, se for tributos

municipais (+P:, +88, ta'as e contribuições municipais, etc) será a 7aenda P4blica 9unicipal.

$m suma, o que determina quem ocupará o p/lo passivo da ação tributária " o tributo em lit&gio.

No 98 (9andados de 8egurança), por ser uma ação de cognição sumária, que impede ou cessa a

violação de direito l&quido e certo, devemos nos atentar a seguinte situação3

  ação será impetrada em face do ato da autoridade coatora, logo, o importante " identificar a autoridade

coatora, pois será em face dessa que será impetrado o 98, al"m de saber a compet0ncia tributária. Por 

isso " importante identificar a pessoa (cargo) na esfera administrativa que det"m poderes para impedir ou

desfaer o ato coator.

 ssim, podemos desenhar os seguintes quadros3

*egra geral3

ributos 7ederais 7aenda Nacional

ributos $staduais 7aenda P4blica do $stado de ?

ributos 9unicipais 7aenda P4blica do 9unic&pio de ?

9andado de 8egurança3

ributos federais internos elegado da *eceita 7ederal do Arasil em?

ributos federais aduaneiros+nspetor da lf6ndega do (Porto B eroporto ou

alfandegária) em?

ributos estaduais elegado da *egional ributário em?

ributos municipais C8ecretário de 7inanças do 9unic&pio de?.

7/21/2019 resumo.docx

http://slidepdf.com/reader/full/resumodocx-56dc086144db1 4/4

 qui cada munic&pio poderá instituir outros cargos espec&ficos para cuidar da arrecadação ou

administração tributária. 5abe descobrir quem, dentro da dministração P4blica, poderá figurar como

autoridade coatora.

0unda"entação jurídica

 gora vem a parte que eu considero a mais dif&cil nesse tutorial que á a fundamentação ur&dica. epois

de identificados todos os itens necessários, chegou a hora de !regaçar as mangas# e mostrar ao ui o

porqu0 seu cliente fa us a pretensão requerida.

Normalmente as teses estão ligadas ; violação de direito material constitucional (agressão aos

princ&pios constitucionais tributários, imunidades, etc.), ou numa ilegalidade (desrespeito do

7isco de norma em vigor ou legislação e'travagante, v.g., isenção) ou, ainda, a abusividade

(aplicação errDnea de lei, com e'cessos, preudicando os direitos do cliente).

 qui não tem muito o que dier, o segredo " se manter sempre atualiado para, quando for necessário,

identificar de plano a violação a algum direito do cliente (ou ao menos saber se está sendo violado).