resumo silvestres

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RESUMO CLÍNICA DE SILVESTRES - Répteis: serpentes, lagartos, testudines. - São pecilotérmicos: eles não controlam a própria temperatura, em geral, a temperatura ideal é em torno de 20-30ºC (varia de acordo com o meio externo). - Manter a umidade é ideal: se a umidade estiver baixa, a pele se solta em fragmentos, não por inteiro, e a umidade estiver alta, tem o aparecimento de fungos (linhas esbranquiçadas – o tratamento é a base de banho com azul de metileno e antifúngico sistêmico). ECDISE: processo de mudança de pele (exoesqueleto). DISECDISE: processo errôneo da mudança de pele (solta em fragmentos). CAUSAS: Desidratação, Baixa imunidade, Infecções, Parasitismo, Feridas traumáticas Tipos de dentição em serpentes Os diferentes tipos de dentição em serpentes possibilitam a diferenciação das espécies peçonhentas das não-peçonhentas. As serpentes podem apresentar quatro tipos de dentição: áglifa, opistóglifa, proteróglifa e solenóglifa. Áglifa(a = ausência + glyphé = sulco) Tipo de dentição característico das serpentes sem aparelho inoculador de veneno. Estas serpentes atacam, geralmente, por constrição. Opistóglifa(opisthos = atrás) Tipo de dentição característica de determinadas espécies de serpentes, cujos dentes inoculadores de veneno se encontram parte posterior do maxilar superior, apresentando, assim, perigo altamente reduzido para o homem. Dentição característica de alguns membros da família Colubridae. Proteróglifa(protero = dianteiro)

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RESUMO CLÍNICA DE SILVESTRES

- Répteis: serpentes, lagartos, testudines.

- São pecilotérmicos: eles não controlam a própria temperatura, em geral, a temperatura ideal é em torno de 20-30ºC (varia de acordo com o meio externo).

- Manter a umidade é ideal: se a umidade estiver baixa, a pele se solta em fragmentos, não por inteiro, e a umidade estiver alta, tem o aparecimento de fungos (linhas esbranquiçadas – o tratamento é a base de banho com azul de metileno e antifúngico sistêmico).

ECDISE: processo de mudança de pele (exoesqueleto).

DISECDISE: processo errôneo da mudança de pele (solta em fragmentos).

CAUSAS: Desidratação, Baixa imunidade, Infecções, Parasitismo, Feridas traumáticas

Tipos de dentição em serpentes

Os diferentes tipos de dentição em serpentes possibilitam a diferenciação das espécies peçonhentas das não-peçonhentas.

As serpentes podem apresentar quatro tipos de dentição: áglifa, opistóglifa, proteróglifa e solenóglifa.

Áglifa(a = ausência + glyphé = sulco)

Tipo de dentição característico das serpentes sem aparelho inoculador de veneno. Estas serpentes atacam, geralmente, por constrição.

 

Opistóglifa(opisthos = atrás)

Tipo de dentição característica de determinadas espécies de serpentes, cujos dentes inoculadores de veneno se encontram parte posterior do maxilar superior, apresentando, assim, perigo altamente reduzido para o

homem. Dentição característica de alguns membros da família Colubridae.

Proteróglifa(protero = dianteiro)

Tipo de dentição característica das serpentes da família Elapidae. Apresentam dois dentes inoculadores de veneno na parte anterior do maxilar superior, de carácter marcadamente forte, não retráteis.

Solenóglifa (soleno = canal)

Dentição característica das serpentes da família Viperidae. Os membros desta família possuem dois dentes retrácteis, inoculadores de um potente veneno de caráter neurotóxico, hemotóxico e/ou citotóxico, localizados na parte anterior do maxilar superior.

Dependendo da espécie, o veneno é mais ou menos forte, sendo normalmente o suficiente para ser fatal ao ser Humano. Os dentes inoculadores são projetados para fora durante o ataque, permitindo ao animal

inocular uma quantidade de veneno maior do que uma serpente da família das proteroglifas. Isso agrava ainda mais a consequência da picada.

- O que são serpentes?

Réptil de sangue frio, desprovido de membros (rastejante), de pálpebras e de aparelho auditivo externo, tem língua bífida (captando as partículas soltas no ar, levando ao órgão de Jacobson, onde é feita a leitura dessas partículas).

- Os répteis, no geral, tem o corpo revestido por escamas ou placas, quatro, dois ou ausência de membros, coração dividido em 4 câmaras (mas os ventrículos são parcialmente unidos – exceto no crocodilianos), respiração sempre pulmonar.

- As serpentes são caracterizadas pela ausência do ouvido externo, médio e tímpano, ausência de diafragma e do osso esterno, pálpebra fixa, mandíbulas inferiores não soldadas, unidas por um ligamento frouxo, normalmente apenas um pulmão (dois apenas nas famílias primitivas – o pulmão é expansível igual ao dos mamíferos, usam a pressão negativa para expansão das costelas), existem espécies ovíparas e vivíparas, nos machos tem hemipênis, e as fêmeas tem 2 ovários, fazem a digestão química, possui sistema porta renal, os olhos (produz uma capa córnea de epiderme como se fosse uma lente de contato, onde já possui um liquido lacrimal), a cavidade oral é pálida, tem grande elasticidade dos movimentos cranianos, podendo chegar a 180º, a mandíbula não é fusionada na sínfise, quanto a dentição: Áglifa (não peçonhenta), Opistóglifa (presa caudal, possui saliva tóxica), Proteróglifa (glândula salivar bem desenvolvida, precisa um bote bem dado para expulsar o veneno), Solenóglifa (presas grandes, afiadas, injeta o veneno quando morde, se perderem a presa, não produzem outra).

- Serpentes Peçonhentas: Gênero BOTHROPS: são responsáveis por 90% dos acidentes, o veneno tem ação inflamatória, coagulante e hemorrágica. (ex: jararaca).

Gênero CAUDISONA (Crotalus): veneno com ação neurotóxica, miotóxica e coagulante, cauda produz som (ex: cascável).

Gênero MICRURUS: veneno de ação neurotóxica, cabeça oval. (ex: cobra coral).

- CLÍNICA DE SERPENTES:

- O ambiente onde a serpente fica deve ter água (importante para ecdise).

- Alimentação com ratos.

- Contenção de serpentes deve ser feita com Laço-de-Lutz ou Jacaré, Ganchos ou Puçá.

- Coleta de sangue: veia caudal ventral, palatina, cardiocentese e paravertebral.

- Vias de Administração: Alimentação por sonda oral.

Via subcutânea: administração de fluidos faz botões em toda serpente (ringer com lactato, fármacos - enrofloxacina).

Via intramuscular: sempre na região da musculatura dorsal da coluna.

Via intravenosa: veia caudal vertebral.

- Hipovitaminose C: as presas em jejum ou congeladas tem pouca disponibilidade de vitamina C, onde esta é responsável pela regeneração celular, à pele rasga quando o animal se movimenta.

- Estomatite: podem ser causados pelo manejo ou trauma, os sinais clínicos são (hematoma, infecção, abscesso, necrose, esfoliação dentária, osteíte, gastroenterite, pneumonia), o diagnóstico é feito a partir de cultura, clinica e antibiograma, o tratamento é a base de higienização com clorexidine 2,5% e H2O2 3% ou Malvona ate melhorar a lesão.

- Prolapsos: pode ser de reto, oviduto e hemipênis, tratamento cirúrgico com bolsa de tabaco, para reduzir o edema, usar gelo e solução hipersaturada de açúcar.

- Disecdise: é a troca errada de pele, ocorre quando a umidade está baixa, ou quando o animal está muito desidratado, infecções, parasitismo ou feridas traumáticas, tratamento com hidratação (deixar a serpente na água).

- Queimaduras: ocorre por erro de manejo, pedras muito aquecidas, as serpentes não percebem o calor muito grande, por isso que seu espaço deve ter uma área com uma lâmpada gerando calor e outra sem lâmpada, assim ela poderá escolher onde ficar.

- Mamíferos não Convencionais

- Hamster, rato, gerbil, porquinho da índia, coelho, chinchila, ferret.

- São roedores, possuem crescimento continuo dos dentes incisivos.

- Contenção: em ratos, segurar o rabo e atrás da cabeça, e em hamster e gerbil, segurar atrás na cabeça.

- Coleta de Sangue: Ratos: caudal, safena, cardíaca e ocular (usando um microcapilar)

Hamster: cefálica, safena e cardíaca.

Gerbil: caudal, safena e cardíaca.

Coelhos: jugular, cefálica, safena e marginal da orelha.

Ferret: cefálica, safena, jugular e cava cranial.

- PENICILINA EM COELHOS É NEFROTÓXICO.

- Otite em coelhos é sarna, é fácil de cuidar, mas não se usa os mesmos remédios de cães.

- Hamster chinês vive em média 3 anos, não tem cauda

- O ferret (furão americano é parente do gato): pode ter cinomose, é um carnívoro, apresentam muitos tumores, o baço é facilmente palpável com aumento do volume, zoonoses (influenza, leptospirose, salmonelose, tuberculose, criptosporidiose, dermatofitoses, sarna, giardíase, raiva), parasitas (nematóides, cestóideos, coccidios, giardia, sarna otodécica – tratamento com selamectina puron ou ivermectina).

- Ratos não tem pelo no rabo.

- Gerbil (esquilo da Mongólia): tem rabo peludo, tem ataques epilepformes em animais jovens pós-excitação ou introdução a ambientes estranhos.

- Cobaia (porco da índia): depende de vitamina C na dieta, qualquer mudança em sua dieta o animal pode ficar sem comer, coleta de sangue pela cefálica, safena, jugular e cava cranial.

- Chinchila: crescimento contínuo dos incisivos e tem coloração amarelada, higiene dos pelos com pó de mármore podendo ser fornecido diariamente ou 3 vezes por semana, mas cuidado, porque em excesso pode causar conjuntivite.

- Coelhos: são logomorfos, a sonda nasogástrica é utilizada para alimentação forçada, sempre antes de introduzir a sonda usar um colírio anestésico nas narinas.

- Dentição: Logomorfos (4 incisivos – coelhos - crescimento contínuo ).

Roedores (2 incisivos – crescimento contínuo).

- Avitaminose: Vitamina A: metaplasia escamosa, hiperceratose, opacidade córnea, crescimento retardado.

Vitamina B1: perda de peso, anorexia, diarreias, distúrbios cardiovasculares e convulsão.

Vitamina B2: alteração da mucosa da boca e nariz e epitélio de língua e olhos, pelo áspero e catarata.

Vitamina C: hemorragia gengival e subcutânea, debilidade muscular, demora da cicatrização, dor articular.

- Ácaros: normalmente são espécies específicas:

- Trixacarus caviae: em porquinho da índia causa pruridos, alopecia e automutilação, ocasionalmente pode infestar o homem.

- Demodex: habitante assintomático, em baixa imunidade aparece alopecia não pruriginosa no dorso e flanco.

- Tratamento com ivermectina, 3 doses a cada 14 dias, VO, IM, e tópico.

- Pulgas: tratamento com fipronil de acordo com o peso, ou lufenuron, até fechar o ciclo do parasito.

- Dermatofitose: é comum, e potencial zoonose, acontece por falta de higiene e desnutrição, o animal tem áreas de alopecia, lesões pruriginosas e abscessos, tratamento com antifúngico de acordo com o fungo e gravidade das lesões.

- Má oclusão: é uma anomalia genética, ou por carência de vitamina C, ou manejo alimentar errado, os sintomas são a secreção salivar e edema na face, tratamento é cirúrgico com o desgaste dos dentes até a gengiva, deixar fechar por 2º intenção.

- Pneumonia: a principal é a Bordetella sp e estreptococos, os sintomas são anorexia, dispneia, secreção nasal e ocular e torcicolo, tratamento com antibiótico por 15 dias, dependendo do estado pode associar nebulização.

- Pododermatite: está associada a sujidades, obesidade, carência de vitaminas C e A, as patas ficam avermelhadas e edemaciadas, o animal fica parado, em casos de úlcera, fazer curetagem, o tratamento é com antibiótico tópico associado a corticoide se houver úlceras.

- Alopecia: pode ser comportamental, hormonal, alergia.

- Neoplasias: normalmente são cutâneas (adenoma sebáceo, tricofoliculoma).

- Estresse por calor: ocorre devido a algumas falhas no mecanismo de termorregulação, os coelhos, cobaia e chinchilas são mais sensíveis, ocorre por obesidade, incidência direta do sol, pouca ventilação, água quente, superpopulação, os sinais incluem taquipnéia, hipertermia, cianose, prostação, sangue pela boca, epistaxe, sialorréia, mucosa pálida, cavidade auricular vermelha, tratamento é reverter o calor com banhos

gelados, ventilador. OBS: CHINCHILAS NÃO DEVEM SER COLOCADAS DIRETAS NA ÁGUA, PODEM TER CONVULSÃO. E se o animal não responder, fazer fluidos intravenosos e corticoides.

- Diarréias: antibióticoterapia (desequilibra a flora e sobressai a salmonela, clostridium e eimeria), pode ocorrer pela ingestão de vegetais estragados, tratamento é a limpeza do ambiente com água sanitária, antibiótico e hidratação.

- Antibióticos tóxicos: Hamster: Ampicilina, cefalexina, cefalotina, cefoxitina, cloranfenicol, clindamicina, eritromicina, lincomicina, neomicina, penicilina, estreptomicina, tetraciclina e sulfa+trimetropina

Gerbil: estreptomicina

Cobaia: Penicilina, ampicilina, amoxicilina, bacitracina, espiramicina, estreptomcina, lincomicina, clindamicina, vancomicina e tetraciclina

Pós-antibiótico terapia deve fazer o uso de vitaminas B e K, associadas à probióticos por cinco dias.

Os antibióticos tópicos podem ser ingeridos quando o animal faz a limpeza dos pelos.

- OBS: AS DROGAS DEVEM SER DILUIDAS EM QUALQUER VIA DE APLICAÇÃO.

- Doença viral de coelhos: Mixomatose: é fatal, transmissão por artrópode (mosquito e pulga), sinal de blefaroconjutivite, edema de face, tumores gelatinosos pelo corpo, diagnóstico é por ELISA e PCR, vacina atenuada com 1 mês e repete a cada 6 meses.

- Doença bacteriana de coelhos: Pasteurelose: contato direto, aerossol e fômite, tratamento com antibiótico.

- Doença fúngica de coelhos: Dermatófitos: lesão circular com alopecia, bordas inflamadas e edemaciadas e no centro com crostas, diagnóstico com lâmpada de Wood, tratamento com antimicótico tópico e/ou oral.

- Sarna de coelhos: é um ácaro, começa no ouvido e se estende para o nariz e patas, diagnostico com otoscópio e raspado, tratamento com ivermectina SC ou tópica com intervalo de 15 dias.

- Antibióticos Tóxico: Ampicilina, Licomisina, e Clindamicina são tóxicas;

Penicilinas e Cefalosporinas administradas por via injetável, por VO provocam enterotoxemia;

Sulfonamidas e tetraciclinas são bem toleradas, por qualquer via;

Administração de fármacos ou fluido pode ser intraóssea no fêmur, tíbia e úmero.

- Pulgas e Carrapatos de ferrets: as mesmas de cão e gato, usar os mesmos produtos que se usa em gatos, com exceção das coleiras antipulgas, tratamento com fipronil spray ou lefenerun.

- Neoplasias de ferrets: Insulinoma: mais comum, tratamento cirúrgico, tratamento clinico de suporte com corticosteroides. Tumores Adrenais: mais frequentes em fêmeas, tratamento cirúrgico.

- Alopecias de ferrets: Alopecias Endócrinas

- Antibióticos tóxicos: penicilina, amoxicilina, bacitracina, espiramicina, estreptomicina, lincomicina, vancomicina e tetraciclina.