texto base do guia_animais silvestres - crmv-rs
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Diretoria do CRMV-RS
Gesto 2011/2014
Presidente
Rodrigo Lorenzoni
Vice-presidente
Jos Arthur de Abreu Martins
Secretria-geral
Gloria Jancowski Boff
Tesoureiro em exerccio
Gloria Jancowski Boff
Conselheiros Efetivos
Vera Lcia Machado da Silva
Maristela Lovato
Jlio Otvio Jardim Barcellos
Carlos Guilherme de Oliveira Petrucci - Licenciado
Andr Mello da Costa Ellwanger
Anglica Pereira dos Santos Pinho
Conselheiros Suplentes
Thais Des Essarts Brasil Tavares
Ricardo Reis Bohrer
Gomercindo Joo Dariva
Juliana Iracema Milan
Carlos de Lima Silveira
Ana Flvia Motta Gomes
Comisso de Animais Selvagens do CRMV-RS
Integrantes
Elisandro Oliveira dos Santos
Jos Luis Maria
Magnus Machado Severo
Maringela da Costa Allgayer
Maristela Lovato
Renan Alves Stadler
Objetivos da Comisso:
Assessorar a Diretoria e Conselheiros do CRMV-RS em assuntos relativos a
animais selvagens no Rio Grande do Sul.
Elaborao do Manual:
Comisso de Animais Selvagens do CRMV-RS
Produzido na Gesto de 2011/2014
GUIA BSICO DE LEGISLAO SOBRE CRIAO, COMERCIALI ZAO E
MANUTENO DE ANIMAIS SELVAGENS EM CATIVEIRO
A diversidade de animais selvagens mantidos em cativeiro atualmente
no Brasil, e a necessidade de cumprir as exigncias legais para sua correta
manuteno e manejo fazem com que o profissional que atue na rea
necessite buscar constantemente atualizao sobre o tema.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renovveis (IBAMA), por meio da Instruo Normativa n 169/2008, determina
nove categorias de uso e manejo de fauna em cativeiro, a saber: zoolgicos;
centros de triagem (CETAS); centros de reabilitao (CRAS); mantenedor de
fauna; criadouro comercial de fauna silvestre; criadouro cientfico de fauna
silvestre para fins de pesquisa; criadouro cientfico de fauna silvestre para fins
de conservao; estabelecimento comercial de fauna silvestre e abatedouro de
fauna silvestre.
Cada categoria demanda condies especficas de funcionamento,
considerando as espcies a serem mantidas, criadas e/ou abatidas, alm das
exigncias administrativas e de infraestrutura.
Zoolgicos
A primeira lei brasileira sobre o funcionamento de zoolgicos foi a Lei n
7173, de 14 de dezembro de 1983. No entanto, somente com a publicao da
Instruo Normativa n 04, de 04 de maro de 2002, o IBAMA estabeleceu as
condies mnimas para o alojamento de animais em jardins zoolgicos,
criando, conforme a infraestrutura, as categorias A, B e C. Essa instruo
normativa apresenta as exigncias para manuteno de diversos grupos
animais, com especificaes de tamanho mnimo, tipo de piso, abrigo,
substrato, entre outras.
O manejo dos resduos hospitalares e dos materiais biolgicos
contaminados, gerados nos zoolgicos, so regulamentados pela RDC n
306/2004, da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), que dispe
sobre o gerenciamento dos resduos produzidos nos servios de sade e pela
Resoluo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), n 358/2005.
Merece destaque a utilizao de animais de biotrio para a alimentao
de aves de rapina, carnvoros e serpentes. Nesse sentido, devem ser
observados os requisitos dispostos na Resoluo do Conselho Federal de
Medicina Veterinria (CFMV) n 1000/2012 que dispe sobre procedimentos e
mtodos de eutansia em animais, alm do que consta nas Diretrizes de
Prticas de Eutansia do Conselho Nacional de Controle e Experimentao
Animal (CONCEA). Ainda com relao aos biotrios, ressalta-se a Resoluo
Normativa CONCEA n 6, de 10 de julho de 2012, que ratifica a necessidade
desses locais possurem mdicos veterinrios como responsveis tcnicos.
Prtica usual em zoolgicos, a cirurgia de amputao parcial ou total das asas
em aves silvestres regulamentada pela Resoluo CFMV n 877, de 15 de
fevereiro de 2008.
Salienta-se que o trabalho com espcies mantidas em zoolgicos est
sujeito a riscos de ordem sanitria e os relacionados ao manejo e manipulao
de animais selvagens. Por isso, os mdicos veterinrios e demais profissionais
envolvidos na atividade devem ser submetidos a treinamentos e capacitaes,
visando ao uso correto de equipamentos de proteo individual, ao
conhecimento do potencial de risco de cada espcie manejada, bem como s
diferentes formas de conteno dos animais.
Um programa de profilaxia humana tambm deve ser adotado como
rotina para todos os funcionrios, tcnicos e estudantes, assegurando a
integridade dos trabalhadores responsveis pela rotina de alimentao,
higienizao, cuidados e manejo preventivo dos animais em cativeiro. As
vacinas que devem fazer parte do programa de imunizao so a da febre
amarela, raiva, hepatite B e ttano. Conforme o perfil endmico da regio,
outras vacinas devero ser includas no programa.
Centros de Triagem e Centros de Reabilitao
Os Centros de Triagem e os Centros de Reabilitao de animais
silvestres so os locais destinados a receber, triar, identificar, avaliar, marcar,
recuperar, e reabilitar a fauna silvestre proveniente de aes de fiscalizao,
resgate ou entrega voluntria de particulares. So locais que atuam em
programas de reintroduo dos animais em ambiente natural, aps perodo de
reabilitao ou quarentena, de acordo com a espcie, suas caractersticas e
distribuio original.
Fatores como a grande demanda de animais recebidos, a falta de
origem dos mesmos, o tempo de cativeiro, as restries fsicas, a regio de
distribuio original, os riscos sanitrios, a infraestrutura insuficiente, e a falta
de monitoramento ps-soltura dificultam o bom andamento dos programas de
reintroduo. Em 2008, foi publicada a Instruo Normativa IBAMA n 179 que
defini as diretrizes e procedimentos para destinao dos animais da fauna
silvestre nativa e extica apreendidos, resgatados ou entregues
espontaneamente s autoridades competentes. Essa normativa tornou mais
criteriosa a destinao de fauna, requerendo a aprovao prvia de projeto de
soltura e reintroduo. Soma-se, ainda, a publicao da Resoluo CONAMA
n 457/2013, que dispe sobre o depsito e a guarda provisria de animais
silvestres apreendidos ou resgatados pelos rgos ambientais integrantes do
Sistema Nacional do Meio Ambiente, como tambm oriundos de entrega
espontnea, quando houver justificada impossibilidade das destinaes
previstas no 1o do art. 25, da Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
Mantenedores de Fauna
Anteriormente classificados como Criadouros Conservacionistas pela
Portaria IBAMA n139, de 29 de dezembro de 1993, os Mantenedores de
Fauna so locais mantidos por pessoa fsica ou jurdica, podendo receber
apenas animais destinados pelo rgo competente, sem possibilidade de
recebimento por entrega espontnea.
S podero receber visitao pblica atravs de programa de visitas
monitoradas de carter tcnico, didtico ou para atender programas de
educao ambiental da rede pblica ou privada de ensino, de acordo com a
Portaria IBAMA n 138, de 14 de novembro de 1997.
Criadouro Comercial de Fauna Silvestre
A regulamentao para a criao comercial de espcies silvestres
nativas est definida na Portaria n 118, de 15 de outubro de 1997, que
normatiza a criao para fins econmicos e industriais. Para a criao
comercial de fauna extica, a Portaria n 102, de 15 de julho de 1998,
regulamenta a atividade. Alm disso, a Resoluo n 394/07, estabelece os
critrios para determinao de espcies silvestres a serem criadas e
comercializadas como animais de estimao. At o momento, no foi publicada
a lista destas espcies, conhecida popularmente como Lista Pet. Nessa
mesma lista, estaro sujeitos os animais silvestres objeto da Resoluo n
457/2013.
Atualmente esto suspensas novas autorizaes para a criao de
rpteis, anfbios e invertebrados, conforme determina a Instruo Normativa
IBAMA n 31, de 31 de dezembro de 2002.
Criadouro Cientfico de Fauna Silvestre para fins d e pesquisa
A criao de animais para fins de pesquisa cientfica em universidades,
centros de pesquisa, e instituies oficiais ou autorizadas pelo poder pblico
est regulamentada pela Portaria n 16, de 04 de maro de 1994. Com relao
aos animais marinhos, existe uma regulamentao especfica. A Portaria n 98,
de 14 de abril de 2000 normatiza a manuteno em cativeiro, o manejo e o uso
de mamferos aquticos exticos ou da fauna silvestre brasileira. Devido a
criao dessa Portaria, no so autorizados no Brasil parques aquticos com o
uso de animais marinhos.
Atualmente, todas as categorias de uso e manejo de fauna devem estar
cadastradas e autorizadas por meio do Sistema Nacional de Gesto de Fauna
(SISFAUNA) e do Sistema de Cadastro de Passeriformes (SISPASS), criados
pelo IBAMA (Instruo Normativa n10/2011). Nessas plataformas, devem
constar informaes de cadastro referentes ao empreendimento que, em ltima
instncia, deve conter a Autorizao de Uso e Manejo para seu