resumo revista "o electricista" 29

34
LUZES regras para o alojamento de redes de comunicações electrónica 2 REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS investigação e desenvolvimento 4 ESPAÇO VOLTIMUM.PT comunicar a voltimum junto dos utilizadores – o seminário voltimum | endiel 8 ESPAÇO AMB3E AMB3E lança ponto electrão exclusivo para lâmpadas 10 ESPAÇO QUALIDADE a gestão de recursos humanos na óptica da gestão da qualidade 12 um papel para o gestor de recursos humanos 16 NOTÍCIAS 18 ARTIGO TÉCNICO certificação energética e da qualidade do ar interior 34 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS sistemas de cogeração 36 FORMAÇÃO lições de electricidade 44 notas biográficas 48 práticas de electricidade 50 ventilação 54 BIBLIOGRAFIA 58 REPORTAGEM novas soluções e novas oportunidades: AGEFE analisa panorama do mercado eléctrico em Portugal 60 schneider electric, uma marca mais forte 66 CONCRETA eleva reabilitação urbana 74 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL elementos de comando e sinalização 22 mm da ABB 68 WEIDMÜLLER VARITECTOR - protecção de sobretensões para a instrumentação, controlo e circuitos de automação 70 TESTO: medir as condições ambientais da melhor maneira 72 FLUKE: dois multímetros true RMS de registo com função trendcapture 76 PALISSY GALVANI: descontactores - a segurança para o equipamento e os trabalhadores 78 PROSISTAV - VIPA e ThyssenKrupp: mudança rápida de velocidades 80 DEC.MEDIDA: a tektronix acelera o diagnóstico de sinais série e paralelo para projectos de sistemas embebidos 82 PUBLI-REPORTAGEM ROLEAR: 30 anos ao serviço da qualidade e inovação 84 RUTRONIK: cores contra a monotonia 86 CALENDÁRIO DE FEIRAS E CONFERÊNCIAS 88 MERCADO TÉCNICO 90 PROJECTO 114 Director Custódio João Pais Dias [email protected] Director Técnico Josué Morais [email protected] Direcção Executiva Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. 225 899 628 [email protected] Director Comercial: Júlio Almeida T. 225 899 626 [email protected] Chefe de Redacção: Helena Paulino [email protected] Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães [email protected] Assinaturas T. 225 899 620 [email protected] Colaboração Redactorial Custódio Dias, Josué Morais, Ana Vargas, Pedro Lacerda Vale, Maria Manuel Costa, Arlindo M. Louro, André F. Ribeiro de Sá, Jorge Castilho Cabrita, Manuel Teixeira, Paulo Peixoto, Deodato Vicente, Manuel Raposo, Suzana Pardal, Carlos Matos, Ana Isabel Sequeira, José A. Beleza Carvalho, Roque F. Mesquita Brandão, José Andrade, Henrique Ribeiro da Silva, João Pratas, Pedro Magalhães, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro, Ricardo Sá e Silva Miguel Ferraz, Helena Paulino Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt [email protected] Propriedade Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo nº 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo nº 124280 ISSN: 1646-4591 INPI Registo nº 359396 Tiragem 7000 Exemplares Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Protocolos Institucionais STIEN, SIEC, SIESI, AFME, SINDEL, Voltimum, ACIST-AET, CPI Patrocionador Institucional

Upload: martino-magalhaes

Post on 28-Mar-2016

241 views

Category:

Documents


19 download

DESCRIPTION

Revista técnico-profisional de energia, telecomunicações e segurança.

TRANSCRIPT

luzesregras para o alojamento de redes de comunicações electrónica 2

Redes eNeRgéticas NacioNaisinvestigação e desenvolvimento 4

esPaÇo VoltiMuM.Ptcomunicar a voltimum junto dos utilizadores – o seminário voltimum | endiel 8

esPaÇo aMb3eaMb3e lança ponto electrão exclusivo para lâmpadas 10

esPaÇo Qualidadea gestão de recursos humanos na óptica da gestão da qualidade 12

um papel para o gestor de recursos humanos 16

NotÍcias 18

aRtigo técNicocertificação energética e da qualidade do ar interior 34

eficiêNcia eNeRgética e eNeRgias ReNoVáVeissistemas de cogeração 36

foRMaÇÃolições de electricidade 44

notas biográficas 48práticas de electricidade 50

ventilação 54

bibliogRafia 58

RePoRtageMnovas soluções e novas oportunidades: agefe analisa panorama do mercado eléctrico em Portugal 60

schneider electric, uma marca mais forte 66 coNcReta eleva reabilitação urbana 74

aRtigo técNico-coMeRcialelementos de comando e sinalização 22 mm da abb 68

WeidMülleR VaRitectoR - protecção de sobretensões para a instrumentação, controlo e circuitos de automação 70

testo: medir as condições ambientais da melhor maneira 72 fluke: dois multímetros true RMs de registo com função trendcapture 76

Palissy galVaNi: descontactores - a segurança para o equipamento e os trabalhadores 78PRosistaV - ViPa e thyssenkrupp: mudança rápida de velocidades 80

dec.Medida: a tektronix acelera o diagnóstico de sinais série e paralelo para projectos de sistemas embebidos 82

Publi-RePoRtageMRoleaR: 30 anos ao serviço da qualidade e inovação 84

RutRoNik: cores contra a monotonia 86

caleNdáRio de feiRas e coNfeRêNcias 88

MeRcado técNico 90

PRoJecto 114

Directorcustódio João Pais dias [email protected]

Director TécnicoJosué Morais

[email protected]

Direcção ExecutivaCoordenador Editorial: Miguel ferraz

t. 225 899 [email protected]

Director Comercial: Júlio almeidat. 225 899 626

[email protected] Chefe de Redacção: Helena Paulino

[email protected]

Design Jorge brandão Pereira

em colaboração com Publindústria, lda.

Webdesign Martino Magalhães

[email protected]

Assinaturast. 225 899 620

[email protected]

Colaboração Redactorial custódio dias, Josué Morais,

ana Vargas, Pedro lacerda Vale, Maria Manuel costa, arlindo M. louro,

andré f. Ribeiro de sá, Jorge castilho cabrita, Manuel teixeira, Paulo Peixoto,

deodato Vicente, Manuel Raposo,suzana Pardal, carlos Matos,

ana isabel sequeira, José a. beleza carvalho, Roque f. Mesquita brandão, José andrade,

Henrique Ribeiro da silva, João Pratas, Pedro Magalhães, Hilário dias Nogueira,

Paulo Monteiro, Ricardo sá e silvaMiguel ferraz, Helena Paulino

Redacção e AdministraçãoPublindústria, lda.

Praça da corujeira, 38 . apartado 38254300-144 Porto . Portugal

t. 225 899 620 . f. 225 899 629www.publindustria.pt

[email protected]

PropriedadePublindústria, lda

empresa Jornalística Registo nº 213163

Impressão e AcabamentoPublindústria, lda.

Publicação PeriódicaRegisto nº 124280issN: 1646-4591

INPIRegisto nº 359396

Tiragem7000 exemplares

Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Protocolos InstitucionaisstieN, siec, siesi, afMe,

siNdel, Voltimum, acist-aet, cPi

Patrocionador Institucional

Nos últimos anos tem-se falado da sociedade da informação,

bem como da importância que este conceito tem no desen-

volvimento e modernização do país. de facto, parece ser in-

discutível que à era industrial se segue a era da informação e

as sociedades mais desenvolvidas caminham inexoravelmente

nesse sentido. cada vez se sente uma maior necessidade da in-

formação e aumentamos a nossa dependência dos meios que a

fornecem, seja através do texto, da imagem ou do som. actual-

mente, sobretudo nos meios urbanos e empresariais, associa-se

o sucesso à capacidade de obter informação, de a gerir e de to-

mar decisões com base nela. também na vida pessoal sentimos

cada vez mais necessidade da informação, para saber a previsão

das condições climatéricas, para planear uma deslocação, para

saber onde fica a farmácia de serviço mais próxima de deter-

minado local, para verificar os resultados desportivos, etc. os

exemplos não teriam fim.

Nesta área, como em qualquer outra, para que tudo funcione

são necessárias infra-estruturas e há que geri-las de forma efi-

ciente. dado que a circulação da informação está cada vez mais

ligada às comunicações electrónicas, é cada vez mais necessá-

rio que existam infra-estruturas que possibilitem estas comuni-

cações e há que garantir que elas estão ao serviço do cidadão e

não condicionadas por quaisquer interesses particulares.

com esse objectivo foi publicado no passado mês de Maio o

decreto-lei, n.º 123/2009, de 21 de Maio, através do qual o go-

verno pretendeu estabelecer regras para a abertura eficaz e não

discriminatória de todas as condutas e outras infra-estruturas

de todas as entidades que as detenham. simultaneamente, faz a

previsão para o estabelecimento de regras técnicas aplicáveis às

infra-estruturas para comunicação electrónica em loteamen-

tos, urbanizações e conjuntos de edifícios, no que ficará a ser

conhecido como ituR, à semelhança do que acontece com o

ited. Pretendeu o governo estabelecer as linhas fundamentais

de interacção entre os diversos agentes do processo tendente à

operacionalização de redes de comunicações electrónicas.

o documento prevê que o icP-aNacoM seja a autoridade re-

guladora nacional do processo, bem como o estabelecimento

de um sistema de informação centralizado (sic), que conterá

a informação relevante para assegurar quer o direito de utili-

regras para o alojamento de redes de comunicações electrónicas

zação do domínio público, quer o direito de acesso a condutas

e outras infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de co-

municação electrónicas. através do sic será possível aceder a

uma alargado conjunto de informações, que inclui os procedi-

mentos e condições para a concessão de direitos de passagem

em infra-estruturas já existentes, bem como novas condutas

e outras infra-estruturas aptas a alojar redes de comunicação

electrónicas.

foi também estabelecido o princípio da obrigatoriedade de

construção de infra-estruturas para comunicações electrónicas

(ituR) em fase de loteamento ou de urbanização, havendo dis-

tinção entre o que serão ituR públicas, situadas em áreas pú-

blicas, constituídas por tubagens, e o que serão ituR privadas,

situadas em conjuntos de edifícios, as quais são constituídas

por tubagens e cablagem. dado que estas serão instaladas por

empresas privadas especializadas, à semelhança do que acon-

tece com o ited, será a autoridade reguladora nacional a definir

as regras técnicas relativas ao seu projecto e instalação. Prevê-

se também um regime aplicável aos técnicos ituR, incluindo

projectistas, instaladores e entidades formadoras, seguindo de

perto o enquadramento e as soluções já definidas para os téc-

nicos ited.

as ituR privadas integram as partes comuns dos conjuntos de

edifícios e são detidas em compropriedade por todos os condó-

minos, à semelhança do que acontece com outras infra-estru-

turas, cabendo à administração do condomínio a sua gestão e

manutenção em conformidade com o regime jurídico da pro-

priedade horizontal.

a publicação do decreto-lei em causa veio abrir às empresas

instaladoras uma nova área de trabalho, sendo necessário que

estas se preparem tecnicamente para abarcarem este novo

mercado. uma parte desta preparação passa pela formação

de técnicos (de projecto e de instalação) que estejam aptos a

cumprir as regras técnicas que venham a ser estabelecidas pela

autoridade nacional.

Custódio Pais DiasDirector

luzes

ABB standard drivesACS310, 0.37 to 22 kW / 0.5 to 30 Hp

The new line of standard drives provide built-in energy efficiency features. Energy savings can be easily monitored using the built-in energy counters, that display energy savings in kilowatt hours and saved carbon dioxide emissions. The savings can also be displayed in local currencies.

Among the energy efficiency counters is an energy optimizer that helps to improve system’s energy efficiency while operating at partial loads. Load analyzer is a built-in statistical tool to analyze the drive as well as motor dimensioning and further analyze the process energy efficiency and operation. Even the drive’s internal fan is controlled by software to reduce noise and losses, improving energy efficiency.

These features, combined with pre-programmed application macros, an intuitive user interface and several assistant screens, speed up the installation, parameter setting and commissioning of the drive.

HighlightsPump and fan features such as pump −and fan control (PFC and SPFC)Pipe cleaning and fill functions −Energy efficiency counters −Energy optimizer −Load analyzer for optimized −dimensioning of the drive, motor and processEmbedded Modbus RS-485 fieldbus −interfaceFlashDrop tool for fast parameter −settingUnified height and depth −Full output current at 50 °C ambient −Short parameter menu view −

Voltage and power range3-phase, 200 to 240 V ± 10%: −0.37 to 11 kW (0.5 to 15 hp)3-phase, 380 to 480 V ± 10%: −0.37 to 22 kW (0.5 to 30 hp)

ApplicationsBooster pumps −Submersible pumps −Irrigation pumps −Supply and return fans −

OptionsBasic and Assistant control panels −FlashDrop tool for fast cold −configurationMREL-01 Relay output extension −moduleSREA-01 Ethernet adapter −DriveWindow Light 2 PC tool −

The ABB standard drives family has been extended with a new line dedicated drives designed for squared torque applications such as booster pumps and supply and return fans.

The drive design includes a powerful set of features which benefit pump and fan applications including built-in PID controllers and PFC (pump and fan control) that varies the drive’s performance in response to changes in pressure, flow or other external data. The drives also have pre-programmed protection functions such as pipe cleaning for preventive maintenance.

14441 ACS310 flyer 3AUA0000051083 Rev B.indd 1 6.4.2009 17:05:04

Espaço QualidadE

12

PreâmbuloÉ conveniente que a gestão de topo das organizações, providencie e assegure que os recursos necessários para a im-plementação da estratégia definida a montante, bem como para atingir os ob-jectivos da organização daí resultantes, sejam identificados e disponibilizados.

Convém que estejam incluídos recursos para:› A operacionalidade e manutenção do

próprio sistema de gestão da qualidade› Para as operações que visam a satis-

fação de clientes, bem como de outras partes interessadas

Estes recursos podem incluir:› Máquinas e equipamentos› Matérias-primas, peças, acessórios› Infra-estruturas, ambiente de trabalho› Fornecedores, parceiros› Recursos financeiros› Mas a valia mais importante na orga-

nização devem ser as Pessoas

Na verdade, convém ter em atenção particularmente os recursos para a me-lhoria do desempenho da organização, como por exemplo:› Provisão efectuada de forma eficiente;

isto é, em tempo útil face a eventuais constrangimentos por parte das opor-tunidades de compra e dos próprios fornecedores (flexibilidade, … )

› Considerar recursos tangíveis; (melho-ramentos de realização e suporte)

› Recursos intangíveis; (conhecimentos, competências, propriedade do cliente, propriedade intelectual)

› Gestão da informação; (interna e para

o exterior) bem como da tecnologia asso-ciada

› Aumento da competência através da for-mação e aprendizagem direccionadas

› Desenvolvimento de métodos e técnicas para; o “saber fazer”, e de perfis de lide-rança para eventuais futuros gestores in-ternos (da organização)

› Planeamento das necessidades futuras em termos de recursos

o envolvimento das PessoasUma melhoria efectiva tanto da eficácia como da eficiência da organização (incluin-do do próprio sistema de gestão da qualida-de) passa principalmente pelo envolvimento e pelo apoio das pessoasAs organizações em geral, sentem que a gestão dos seus recursos humanos assume primordial importância para o sucesso das mesmas, pelo que é fundamental que exista uma definição clara da metodologia que de-verá ser aplicada na gestão desses recursos.

Assim, como meio auxiliar para atingir os seus objectivos de melhoria e desempenho, deve a organização encorajar o envolvimento e de-senvolvimento das pessoas, por exemplo:› Proporcionando formação progressiva, e

planeando a respectiva carreira› Definindo as responsabilidades e autori-

dades› Estabelecendo objectivos individuais e de

equipa, fazendo a gestão de desempenho e de processos, bem como a avaliação dos resultados

› Facilitando o envolvimento das pessoas na definição de objectivos, e na tomada de decisões (ex: criando condições que enco-rajem a inovação, comunicando sugestões

Espaço QualidadE

A gestão de Recursos Humanos na óptica da Gestão da Qualidade

por Pedro Lacerda Vale

críticas e opiniões, assegurando trabalho de equipa eficaz, utilizando sistemas de medição da satisfação das pessoas)

› Reconhecendo e recompensando› Investigando as razões que levam as pes-

soas a entrar e sair da organização› Tornando fácil e ágil a comunicação da in-

formação aberta e transversal› Estando atento à revisão contínua das ne-

cessidades das pessoas

A Norma NP-EN-ISO 9001/2008 refere na sua sub-cláusula 6.2.2; ...“O pessoal que desem-penha trabalho que afecta a conformidade com os requisitos do produto deve ter com-petência com base em escolaridade, forma-ção, saber fazer e experiência apropriados”.

Acrescenta ainda que a organização deve:1. Determinar a competência necessária

para o pessoal que desempenha trabalho que afecta a conformidade dos requisitos do produto

2. Onde aplicável, proporcionar formação ou empreender outras acções para atin-gir a competência necessária

3. Avaliar a eficácia das acções empreendidas4. Assegurar que o seu pessoal está cons-

ciente da relevância e da importância das suas actividades e de como as mesmas contribuem para se-rem atingidos os objectivos da qualidade

5. Manter registos apropriados da escolaridade, formação, saber fazer e experiência

6. Assegurar a disponibilidade das competências necessá-rias para a manutenção das operações relevantes na organização

revista técnico-profissionalARTIGO TÉCNICO o electricista

34

eficiência energéticaem edifícios

A legislação criada deriva da transposição para Portugal da Directiva 2002/91/CE, de 16 de Dezembro, que pretende estabelecer a obrigatoriedade da certificação energética dos edifícios nos Estados-Membros e com-bater a tendência revelada pelas estatísticas da existência de elevados índices de inten-sidade energética verificados ao nível resi-dencial e dos serviços e em concreto para o caso de Portugal onde se verificam valores acima da média europeia.

Com esta legislação é pretendida a obten-ção de uma inversão de tendência, estabe-lecendo-se um conjunto de exigências que desde logo terão efeitos positivos ao nível da qualidade de construção, bem como das soluções de climatização e de produção de águas quentes sanitárias.

Para as construções já existentes, ou em curso de realização, resulta que todos os actos de registo associados à venda ou ao arrendamento devem desde 1 de Janeiro de 2009 ser acompanhados do “Certificado de

Arlindo M. LouroEng. Electrotécnico, FEUP

Responsável pela área de certificação energética de edifícios no Instituto Electrotécnico Português

Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior”. Este certificado tem uma vali-dade limitada (10 anos para habitação e 2, 3, 6 ou 10 anos para serviços, conforme a especificidade de cada caso) e indica, numa escala alfabética com 9 níveis, a classe ener-gética associada a cada fracção.

Desta forma, todos os intervenientes no processo, e em especial quem adquire ou ar-renda, ficam informados da melhor ou pior qualidade térmica do bem transaccionado, bem como da emissão de CO

2 associada, podendo o comprador comparar numa base credível as propostas que o mercado lhe dis-ponibiliza.

São ainda apresentados no certificado uma desagregação de consumos e se aplicá-vel um conjunto de acções conducentes a uma possível melhoria do desempenho. Para estas medidas, deverão ser indicados: a re-dução energética esperada, o investimento associado e o seu período estimado de re-torno.

Com a publicação em 4 de Abril de 2006 do DL 78/2006 (Siste-ma Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios – SCE) bem como do Regulamento para os Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE) e do Regulamento para as Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), respectivamente DL 79/2006 e DL 80/2006, foram criadas as condições de obrigatoriedade para que as construções com fins habitacionais ou de servi-ços quantifiquem a eficiência energética das soluções com que se encontram dotadas.

{CERTifiCação EnERgéTiCa E da qualidadE do aR inTERioR}

Obter uma boa classe energética é sinónimo de sucesso no esforço realizado por quem projectou e construiu, no sentido de obter um resultado final cujos conforto e custos energéticos associados à utilização atinjam o seu melhor equilíbrio.

No caso das novas construções (ou remo-delações significativas) é necessária a apre-sentação, em fase de licenciamento, de uma “Declaração de Conformidade Regulamen-tar” (dCR) que atesta o bom enquadramento legal dos resultados conseguidos no projecto térmico e no projecto de climatização. A clas-se energética a garantir pode variar entre um máximo de a+ e um mínimo de B-.

No caso de edifícios de habitação ser pos-suidor de uma classe a, para além da exce-lência que esta classificação indica, aporta a possibilidade de o seu proprietário aceder a benefícios fiscais, premiando desta forma o esforço realizado não apenas centrado no estrito cumprimento legal mas indo mais além na incorporação do que de melhor o

revista técnico-profissionalEFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS o electricista

36

sistemas de cogeração

1› PrincíPiosA cogeração é um processo de produção combinada de energia tér-mica e de energia eléctrica, num sistema integrado, a partir de uma única fonte de combustível (fuelóleo, gás natural, biomassa, gás pro-pano, resíduos industriais, etc.). O calor produzido pode ser utilizado directamente no processo industrial, bem como recuperado e con-vertido para utilização em aquecimento de espaços, aquecimento de água e em chillers de absorção para produção de frio (trigeração), em oposição de métodos tradicionais de produção de electricidade por via térmica, que desperdiçam todo o calor inerente ao processo.

Figura 1 . Exemplo de diagrama de processo de uma cogeração.

Um sistema de cogeração é mais eficiente do que um sistema tradi-cional alternativo para obtenção do mesmo serviço de electricidade e calor, composto por um sistema gerador eléctrico e por uma caldeira. Na figura seguinte podemos ver uma comparação entre o consumo

André Fernando Ribeiro de SáEngenheiro Electrotécnico, Gestor de Energia do Grupo Têxtil Riopele

Sala dos motores da cogeração Saramagos (Grupo Têxtil Riopele)

de combustível da produção separada de calor e electricidade, o con-sumo de combustível de uma central de cogeração, e o acréscimo no rendimento global do processo.

Figura 2 . Exemplo de comparação entre produção convencional vs cogeração

(fonte: Castro, R.M.G., adaptado).

Pelo exemplo anterior, pode observar-se que, para obtenção do mesmo produto final, os sistemas de cogeração requerem apenas cerca de 65% da energia primária necessária num sistema tradicio-nal. Como consequência deste ganho de eficiência, advêm benefícios ambientais significativos, decorrentes da diminuição das emissões poluentes por unidade de energia útil produzida.

Uma cogeração será mais sustentável que um sistema convencional. Ambientalmente melhor uma vez que para o mesmo consumo de energia eléctrica e térmica, emite menor emissão de gases e menor consumo de combustíveis. Economicamente melhor, uma vez que

revista técnico-profissionalFORMAÇÃO o electricista

44

liçõesLIÇÕES DE ELECTRICIDADE

58.2.9› GalvanostegiaEtimologicamente a palavra galvanostegia resulta de “galvano” e do grego “stégo” que sig-nifica “cobrir”.

A galvanostegia consiste em revestir um objecto com uma película de metal usando a corren-te eléctrica, num processo electrolítico (electrólise aquosa). O nome resulta de uma homena-gem ao cientista italiano Galvani.

A galvanostegia foi inventada em 1805 pelo químico italiano Luigi Brugnatelli que executou um revestimento de ouro usando uma pilha de Volta. Foram os primos Henry e George Ri-chard Elkington que primeiro patentearam o processo de galvanostegia cujos direitos com-praram a John Wright.

Vários metais são utilizados em galvanostegia, conferindo à operação o nome resultante do metal usado. Os mais comuns são o ouro (douragem ou douração), a prata (prateagem), o crómio (cromagem), o níquel (niquelagem), o cobre (cobreagem), o zinco (zincagem). Com a galvanostegia consegue-se proteger um metal da deterioração, por exemplo, por agentes atmosféricos e/ou conferir-lhe uma melhor aparência.

O ânodo é constituído pelo metal a depositar, o cátodo é o objecto a metalizar e o electrólito é uma solução de um sal daquele metal (figura 259).

Figura 259 . Galvanostegia (na imagem medalha de Sir Humphry Davy, um dos pioneiros da electrólise).

Vejamos o processo electroquímico. Por dis-sociação electrolítica, o sal origina iões de metal M+ e do radical do sal X-:

(M+ X-)aq → M+ + X-

No cátodo:M+ + e → M

O átomo de metal deposita-se.

No ânodo:M – e → M+

M+ + X- → M+ X-

A presença da água origina a dissociação electrolítica, garantindo a continuidade do processo enquanto houver metal. O processo de galvanostegia vem referen-ciado muitas vezes na literatura por galva-noplastia, que analisaremos adiante.

58.2.9.1› ZincagemÉ conhecida a importância da utilização do ferro nas mais diversas realizações huma-nas, pelas suas características de resistên-cia mecânica. O problema da sua utilização consiste na corrosão devida à formação de óxido, no contacto com o ar (ferrugem).

Esta oxidação resulta da presença de ar e água. A reacção química de transformação de ferro em ferrugem exprime-se pela se-guinte equação:

2 Fe (s) + 3/2 O2 (g) + H2O (l) → Fe2O3.H2O (s)

Jorge Castilho CabritaEngenheiro Electrotécnico (IST)/Professor do Ensino Secundário

Com este artigo termina-se o capítulo sobre electrólise, com importantes aplicações, como a galvanostegia e a galvanoplas-tia, culminando-se com as leis de Faraday que sintetizam os processos electrolíticos.

28º. pARTE Electroquímica (3ª parte) – Electrólise (3ª parte)

Cátodo–

Ânodo+

MetalM+

RadicalX–

Solução de sal do metalM+ X–

revista técnico-profissionalFORMAÇÃO - PRáticAs de electRicidAde o electricista

50

posição, que informe ao computador que o braço já está na posição determinada.

Figura 1.

MOTOR DE PASSOUm motor de passo, é um tipo de motor eléctrico, que funciona em corrente contínua, que é usado quando algo tem que ser posicionado muito precisamente ou rodado num ângulo exacto.

Num motor de passo, um íman permanente, muito forte, é contro-lado por uma série de campos electromagnéticos que são activados e desactivados electronicamente. Desse modo, é uma mistura entre um motor de corrente contínua e um solenóide.

Motores de passo não usam escovas ou comutadores e possuem um número fixo de pólos magnéticos que determinam o número de pas-sos por revolução. Os motores de passo mais comuns possuem de 3 a 72 passos/revolução, significando que ele leva de 3 a 72 passos para completar uma volta. Controladores avançados de motores de passo podem utilizar modulação por largura de impulso para realizarem micropassos, obtendo uma maior resolução de posição e operação mais macia.Os motores de passo são classificados pelo binário que produzem. Uma característica única deste tipo de motor é a sua habilidade de poder manter o eixo numa posição segurando o binário sem estar em movimento. Para atingir todo o seu binário, as suas bobinas de-vem receber toda a corrente marcada durante cada passo. Os seus controladores devem possuir circuitos reguladores de corrente para poderem fazer isto. A marcação de tensão (se houver) é praticamente sem utilidade.

ficha prática n.º 19{MOTORES PASSO-A-PASSO: PARTE I}

MÁQUINAS ELÉCTRICASMáquinas eléctricas são máquinas cujo funcionamento se baseia em fenómenos do electromagnetismo. Um destes fenómenos é a indução electromagnética e o outro a for-ça electromagnética.Estas máquinas podem classificar-se de várias formas, conforme as características que se pretendam realçar.

Uma das classificações é quanto ao movimento: há um tipo de má-quina que é estática, por não ter peças em movimento. Trata-se do transformador. As restantes máquinas são, normalmente, rotativas, pelo facto de terem peças em movimento rotativo. A parte da má-quina que é fixa chama-se estátor e a parte da máquina que é mó-vel chama-se rótor. Esta é a classificação habitual, por se referir às máquinas mais comuns, mas convém lembrar que há máquinas com peças móveis e que não são rotativas, devido ao seu movimento ser linear. É o caso do motor linear.

Outra forma de classificar estas máquinas é quanto ao tipo de ali-mentação. O transformador e algumas das outras máquinas rotati-vas funcionam em corrente alternada. As restantes funcionam em corrente contínua.

MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUAO funcionamento básico do motor de corrente contínua (DC) está fundamentado na Força de Lorentz aplicada numa carga em movi-mento dentro de um campo magnético (F = qvB). Considere-se uma espira de corrente inserida num campo magnético criado por um íman permanente, em que há uma corrente criada por uma bateria (fonte DC). De uma forma simplificada, a simples passagem desta corrente (Fig.1) faz com que apareçam duas forças de sentidos con-trários, aplicada uma em cada lado da espira. Estas forças criam um binário que, obviamente, faz a espira girar, transformando a energia eléctrica da corrente em energia cinética num eixo acoplado às es-piras. A direcção da rotação depende da polaridade da bateria e da direcção das linhas de campo magnético criadas pelo íman.

Um motor real é composto de conjuntos múltiplos de espiras, dispos-tas de tal forma que as forças que agem em cada espira sejam soma-das e produzam um binário significativo para uma possível aplicação. Os motores DC são utilizados, por exemplo, em aplicações como o posicionamento de um braço robô. Mas eles apresentam uma gran-de desvantagem. Para que um computador dê um comando para que o braço se mova para uma determinada posição com precisão, é necessário um complicado circuito externo provido de sensores de

Manuel Teixeira e Paulo PeixotoFormadores da ATEC - Academia de Formação

current flow

bearings

brushes

S N

revista técnico-profissionalFORMAÇÃO o electricista

54Texto cedido por Soler & Palau, Lda.

A cozinha tem vindo a ser considerada a divisão mais importante da casa, quer seja numa habitação particular ou numa instalação hoteleira. Mas muitas vezes os técnicos e desenhadores dedicam-se apenas a construir cozinhas bonitas, únicas em mobiliário e equipa-mentos, não atendendo ao ambiente, ar e controlo dos contaminan-tes que os cozinhados libertam: vapores gordurosos, fumos e odores, que chegam a cobrir com uma camada de gordura esses belos mó-veis, enquanto os fumos sujam as cortinas e janelas e os odores in-vadem o local e ultrapassam mesmo os limites do mesmo, chegando até aos elevadores e à casa do vizinho.

Com esta ficha técnica pretendemos destacar a importância de um bom controlo dos contaminantes produzidos nas cozinhas e fornecer indicações simples de como se podem eliminar. Tanto numa cozinha doméstica como numa industrial, deve atender-se a quatro aspectos fundamentais para controlar o respectivo ambiente:a) Determinar o caudal de ar limpo necessário, expresso em m3/h.b) A captação do ar contaminado, que afecta a concepção da chami-

né/hote de exaustão.c) O local para descarregar o ar captado.d) Poupança de energia, ou seja, efectuar a renovação do ar com o

mínimo de dispêndio de energia empregue no aquecimento ou refrigeração do ambiente.

Cozinha mediterrâniCaActualmente, considera-se que a cozinha mediterrânica está asso-ciada a um regime alimentar mais saudável. É uma cozinha sã que procura dar bem-estar físico sem que tenha de se renunciar aos pra-zeres gastronómicos. Desde a Andaluzia à Turquia, de Creta ao golfo de Rosas, este tipo de cozinha apresenta características específicas e homogéneas.

Cientistas norte-americanos propuseram o combate à síndroma do bem-estar através da utilização de uma alimentação inspirada na cozinha mediterrânica. Contrapõem à manteiga, à nata e à banha de porco os sabores característicos da cozinha mediterrânica, que são o azeite e o alho. Em segundo lugar na lista de recomendações vêm os peixes azuis, os mariscos, o cordeiro, as ervas aromáticas e as especiarias.

O azeite tem vindo a ser investigado como redutor dos níveis de co-lesterol e indicado para a prevenção de doenças cardiovasculares e o alho como um adjuvante na redução da hipertensão, do reumático, da artrose e das doenças das vias respiratórias.

{VentiLaÇÃo de CozinhaS domÉStiCaS e indUStriaiS}

casos de aplicação Não querendo tomar partido pelos adeptos fundamentalistas do alho ou pelos que simplesmente rejeitam o alho, filosofias essas capazes de sustentar toda uma metafísica da alimentação, o certo é que o alho é também uma característica da cozinha mediterrânica.

Mas tantas qualidades excelentes têm um preço, uma condição a respeitar na hora de controlar os fumos e odores que se libertam das cozinhas com o uso, e por vezes abuso, do azeite para cozinhar carne, peixe e legumes na chapa, bem temperados com alho, ervas aromá-ticas e especiarias, que conferem um odor intenso.

ProjeCtoO caudal de ar necessário que uma chaminé/hote de exaustão deve extrair é aquele capaz de arrastar e diluir os poluentes libertados pelos alimentos a serem cozinhados, dos focos de calor e gases de combustão. Este caudal deve ser o mínimo possível por razões de economia de energia.

É importante também conseguir um equilíbrio entre o ar extraído da cozinha e o que é impulsionado para o seu interior através dos lo-cais adjacentes ou directamente do exterior para que a cozinha fique com uma ligeira depressão. Trata-se de evitar que o ar contaminado que a chaminé/hote de exaustão não capta, se difunda por todo o piso, invadindo com os seus odores indesejáveis as outras divisões da casa.

Figura 1

Figura 2

Tipos de chaminé/hote de exaustão

para o exterior

de descarga para o exterior

recirculação

de recirculação interior

Chaminés/Hotes de exaustão de elevada eficácia

chaminé/hote de exaustão telescópica

chaminé/hote de exaustão baixa

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

74

CONCRETA eleva reabilitação urbana

Em 2009 a CONCRETA – Feira Internacional de Construção e Obras Públicas cumpre a sua 24.ª edição, de 20 a 24 de Outubro na Exponor – Feira Internacional do Porto, dando um especial destaque à requalificação urbana. De 2002 a 2006, esta feira recebeu 425.339 visitas o que perfaz cerca de 83 mil visitas por edição. A revista “o electricista” estará presente no evento.

Durante quatro dias, fabricantes e represen-tantes exclusivos de marcas de renome na-cional e internacional voltam a encontrar-se numa verdadeira maqueta de tendências e novidades do sector da construção e obras públicas, disponibilizando aos visitantes uma elevada oferta de produtos e serviços do e para o sector. Está já confirmada a presença de compradores estrangeiros oriundos de mercados emergentes e em crescimento, como Angola, Brasil, China, países árabes, Rússia, entre outros, o que irá ditar o sucesso do evento. Com a colaboração da AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas), APCMC (Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção), Cannatà & Fernandes Ar-quitectos, Ordem dos Engenheiros (OE) e Ordem dos Arquitectos (AO) e a AEP (Asso-ciação Empresarial de Portugal), a EXPONOR organiza o 2.º Congresso CONCRETA 2009 subordinado ao tema “Reabilitar. Habitar”, agendado para os dias 21 e 22 de Outubro, um nicho de mercado com um potencial de 28 milhões de euros. A reabilitação do edifi-cado tem merecido uma redobrada atenção devido ao clima de crise económica actual e, é vista pelo mercado como um dos ca-

Helena Paulino

minhos de crescimento de muitas empresas. O congresso pretende aprofundar todas as particularidades, entre novidades e dúvidas, deste sector da construção em ebulição.

O novo enquadramento jurídico e a actual condição da reabilitação urbana, o mercado de arrendamento imobiliário, a sustentabili-dade na construção, a renovação de pontes e de outras infra-estruturas especiais, o fi-nanciamento (segundo a bitola do programa europeu Jessica), a fiscalidade e, ainda, os diversos casos de estudo constituem alguns dos painéis que a organização trabalhou, procurando agregar-lhe os intervenientes

{FEiRA iNTERNACiONAl dE CONsTRuçãO E ObRAs PúbliCAs}

mais representativos do mercado, como arquitectos de grande prestígio nacional e internacional, e cuja contribuição no âmbito da reabilitação do património existente e da paisagem artificial degradada se revelam de extrema importância. Numa reflexão mul-tifacetada, estarão presentes Teresa Novais (Presidente da Secção Regional Norte da OA), Hipólito de Sousa (Presidente do Colégio de Engenharia Civil da OE), Andrea Tinagli (do Banco Europeu de Investimento), João Fer-rão (Professor universitário e investigador), Arlindo Marques Cunha (Presidente do Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense), Reis Campos (Presidente da AICCOPN), e José António Barros (Presi-dente da AEP), entre outros.

Joana Vila Pouca, Directora da CONCRETA, dita que a aposta no tema da reabilitação é racional e conjuntural: “por um lado é sa-bido que, em Portugal, há um longo cami-nho a percorrer neste domínio, e é urgente a inversão do crescente movimento de de-gradação do parque habitacional do país, pois, segundo ditam as estimativas recentes e confluentes, o segmento pode valer cerca de 28 mil milhões de euros e não está a ser

calendárioFEIRAS . CONFERÊNCIAS

88

feira temática local data contacto

ENERGY SOLUTIONS Feira sobre Energia Sustentável Londres 7 a 9 Outubro 2009 Energy Solutions Expo EXPO Reino Unido [email protected] www.energy-expo.info II CONFERÊNCIA: Energias Renováveis Lisboa 14 a 15 Outubro 2009 IIR Portugal ENERGIAS RENOVÁVEIS Portugal [email protected] www.iirportugal.com CONCRETA Feira Internacional de Construção Porto 20 a 24 Outubro 2009 Exponor – Feira Internacional do Porto e Obras Públicas Portugal [email protected] www.concreta.exponor.pt

EXPOBIOENERGÍA Feira Internacional de Bioenergia Valladolid 21 a 23 Outubro 2009 Expobioenergia Espanha [email protected] www.expobioenergia.com

HONG KONG Exposição Internacional de Iluminação Hong Kong 27 a 30 Outubro 2009 Hong Kong Trade Development CouncilINTERNATIONAL de Hong Kong China [email protected] LIGHTING FAIR www.hklightingfairae.hktdc.com EFA Feira de Engenharia Electrotecnia Leipzig 28 a 30 Outubro 2009 Leipzig Messe e Electrónica Alemanha [email protected] www.leipziger-messe.de

SAIE BOLOGNAFIERE Salão da Industrialização de Bolonha 28 a 31 Outubro 2009 SAIE BolognaFiere Construção Civil Itália [email protected] www.saie.bolognafiere.it iENA Feira Internacional de Ideias, Nuremberg 5 a 8 Novembro 2009 AFAG Messen und Ausstellungen Gmbh Invenções e Produtos Alemanha [email protected] www.afag.de

DISPLAYS TECHNOLOGY Feira de Automação e Electrónica Reading 7 a 8 Novembro 2009 Trident Exhibitions Limited SOUTH 2009 Inglaterra [email protected] www.tridentexhibitions.co.uk

ELETTRO ROMA Feira de Engenharia Electrotécnica Roma 12 a 15 Novembro 2009 Senaf e Electrónica Itália [email protected] www.senaf.it

ELEC EXPO 2009 Feira de Electricidade, Electrónica Casablanca 17 a 21 Novembro 2009 Medcom e Iluminação Marrocos [email protected] www.elecexpo.net

EMAF / SIEEL ANGOLA Salão Internacional de Produtos Luanda 19 a 22 Novembro 2009 Exponor – Feira Internacional do Porto Eléctricos e Electrónicos e de Angola [email protected] Máquinas-Ferramentas e Acessórios www.exponor.pt

SPS/IPC/DRIVES 2009 Automação Eléctrica, Sistemas e Nuremberg 24 a 26 Novembro 2009 Mesago Messemanagement GmbH Componentes Alemanha www.mesago.com

ENERGY MARKET 2009 Feira de Mercados de Energia Milão 25 a 28 Novembro 2009 Artenergy Publishing Itália [email protected] www.zeroemission.eu

III CIIEM 3º Congresso Internacional de Portalegre 25 a 27 Novembro 2009 Escola Sup. de Tecnologia e Gestão de Portalegre Engenharia e Gestão da Energia e Portugal [email protected] do Meio Ambiente www.ciiem.com.pt

revista técnico-profissional NOTA DE ABERTURAo electricista

projectoMicrogeração de energia eléctricaCom a publicação do Decreto-Lei N.º 363/2007, qualquer cidadão, empresa, condomínio ou instituição pública de solidariedade social (IPSS), que possua um contrato de fornecimento de energia eléctrica com um fornecedor público, pode ser microprodutor de energia eléctrica através de um sistema de geração dos tipos fotovoltaico, hídrico, eólico ou de biomassa. Está no entanto limitado à potência de ligação à rede de 3,68 kVA e deve ainda possuir um sistema solar térmico com pelo menos 2 m2 de colector solar. Esta última condição é dispensada no caso dos condomínios que deverão efectuar uma audi-toria energética ao condomínio por perito qualificado e inscrito na ADENE.

A energia produzida ao abrigo desta disposição legal dis-põe de um regime remuneratório Geral e outro Bonifica-do, sendo este último o mais interessante e viável econo-micamente falando, pois a tarifa actual para a produção pela via fotovoltaica é de 0,6175 € (a venda pelos distri-buidores ronda os 0,11 €), tornando o investimento muito interessante do ponto de vista do retorno financeiro. Aos preços de instalação actuais o retorno do investimento cifra-se entre 6 a 8 anos. Refira-se que as tarifas para os sistemas eólicos são de 70% do valor de referência (actualmente 0,6175 €) e para os hídricos e de biomassa apenas 30% daquele valor. Nos casos híbridos, aplica-se uma fórmula predefinida pelo SRM, para determinar a ta-rifa global.

O processo de adesão à condição de “microprodutor de energia eléctrica” começa com a inscrição do interessado no SRM (Sistema de Registo de Microprodução) tutelado pela Certiel por delegação da DGGE, e que se acede pelo sítio da internet www.renovaveisnahora.pt. Após esta etapa, deve aguardar pela informação no mesmo sítio

da Internet da data de abertura dos registos de instala-ções de microprodução. Na data da abertura dos registos, normalmente ao meio-dia e durante algumas horas, poder-se-á então efectuar um ou mais registos de ins-talações de microprodução. Para o efeito é necessário conhecer o código do ponto de entrega (CPE) da instala-ção eléctrica de consumidor à qual vai ser anexada a ins-talação de produção. É importante saber que os dados do “microprodutor”, bilhete de identidade e número fiscal de contribuinte deverão ser coincidentes com os que cons-tam no contrato de fornecimento (consumo) de energia eléctrica pelo distribuidor local, sob pena de anulação do registo. Um “microprodutor” pode possuir várias instala-ções de microprodução desde que possua outras tantas instalações de consumo ligadas à rede em seu nome.

Foi fixado um limite de energia que se pode produzir, em 2,4 MWh por cada kVA instalado, valor que em Portugal é quase inatingível, não sendo por isso motivo de preo-cupação.

Existe um diploma legal mais antigo, o Decreto-Lei N.º 68/2002, que regula a produção embebida de ener-gia eléctrica (cogeração), limitando o sistema produtor a 150 kW de potência e com a obrigatoriedade de consu-mir o equivalente a metade da energia produzida. Neste caso a tarifa é mais baixa que na microprodução (cerca de 0,32 €), mas é cada vez mais interessante face ao abaixa-mento dos preços dos sistemas de produção, nomeada-mente os fotovoltaicos.

Portugal está no bom caminho, em matéria de energias renováveis com a utilização de energias limpas (“verdes”) isentas de emissões de CO2.O planeta agradece!

ARTIGO TÉCNICOdomótica e energia solar 115

tudo muda no mercado da iluminação: a directiva EuP traça o futuro 121

ENTREVISTAeficiência energética e inovação com a ESyLUx 123

DOSSIERmáquinas eléctricas 127

REpORTAGEMjornadas tecnológicas: maiores novidades na 4.ª edição do evento 151

Josué MoraisDirector Técnico

114

ARTIGO TÉCNICO-COMERCIALWEG presente no mercado da energia eléctrica 163

www.engebook.com: PUBLINDúStRIA lança marca de comércio electrónico 165WEIDMÜLLER - PUSH IN: uma tecnologia económica e ecologicamente convincente 171

RUtRONIK: soluções personalizadas completas para sistemas integrados, oferecidas por um só distribuidor 173

FORMAÇÃO 167

ITED caracterização das ItED, segundo o manual de ItED

2º edição de 21 de maio de 2009 169

CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 175

revista técnico-profissionalARTIGO TÉCNICO o electricista

115

domótica e energia solar

O SOL Imensa fonte de energia, faz andar o mun-do, o ritmo dos dias, das marés, da chuva e da falta de chuva, das notícias sobre o aquecimento global, dos argumentos so-bre eficiência energética. O encanto reside na imprevisibilidade. O ser humano como o topo da pirâmide das espécies preocupa-se em domar essa imprevisibilidade colectando essa energia quando a há, e guardando-a para quando não há.

Essa energia pode directamente produzir electricidade. Existem os painéis solares. Apesar dos actuais rendimentos destes se situarem na faixa dos 10 a 20%, ou seja apenas 10 a 20% da energia que chega ao painel é transformada em electricidade, consegue-se com um painel de 1,7 m2 pro-duzir cerca de 200 Watt de energia durante 6 horas. Significa isto que um telhado “solar” com 170 m2 pode produzir até 20 KiloWatt durante as 6 a 8 horas de um dia soalheiro de Verão.

Um sem número de influências polariza a sen-sibilidade do cidadão comum para a energia solar: o desejo de ter “Hi-Tech”, o aumento da consciência social para a ecologia, o re-

sultado de um marketing institucional forte, a vontade de criar novas oportunidades de emprego, levam-nos impulsivamente a di-zer: “Sim, eu quero ecologia na minha casa.”

Os argumentos a favor vencem impulsiva-mente os cepticismos da questão estética. Garantido: captam a nossa atenção.

As habitações: vivendas, pequenas e gran-des casas, que cobrem Portugal, construí-das com alguma preocupação de eficiência energética, especialmente nos últimos anos, são as eleitas, diria, talhadas para “apanhar o sol”.

Constituem actualmente argumentos for-

Carlos Matos (Eng.) Formador da ATEC – Academia de Formação

tes a favor desta energia limpa, a incerteza acerca das variações do preço da energia e a possibilidade de “vender” electricidade à EDP, concorrendo com centrais eléctricas reduzindo-lhes as nuvens de fumo produ-zidas, e eventualmente esvaziando a ten-tação Nuclear. Mas vamos ser realistas: Há um sem número de dúvidas e de “depende de”: as imprevisibilidade do tempo no Inver-no assusta, sem dúvida. Não queremos que o nosso conforto dependa dos caprichos do tempo. No jogo entre o conforto e a ecolo-gia, vence o conforto por 1 a 0. Igualmente questionamos: ”após 2 semanas sem Sol, iremos morrer ao frio e á fome? Terá o nosso sistema autonomia suficiente?” Numa casa exclusivamente solar, felizmente, resolve-mos in extremis essa imprevisibilidade com um gerador eléctrico a gasolina ou diesel.

Agora o aspecto decisivo: resistirá a nossa consciência ecológica e de cidadania ao pla-no financeiro do banco que nos propõe uma rentabilização do investimento em 8 ou 12 anos? Será isso realmente verdade? Irá esse plano contemplar o acidente da telha que, caindo em cima do painel, o quebra? Irá, porventura, esse mesmo plano contemplar o acréscimo de investimento inerente a um

revista técnico-profissionalARTIGO TÉCNICO o electricista

121

tudo muda nomercado da iluminação

Paralelamente às directivas sobre WEEE (Re-ciclagem) e à directiva RoHS (Restrições a substâncias perigosas), a directiva EuP (re-dução do consumo de energia) define assim os critérios fundamentais de protecção am-biental que os equipamentos eléctricos te-rão de cumprir. Os produtos abrangidos per-dem a marcação CE e, consequentemente, não poderão ser comercializados no espaço intracomunitário.

Definição De “phase-out” (não comercialização) O “Phasing out” significa que os grupos de produtos em questão não poderão mais ser colocados no mercado da União Europeia. Os stocks de fabricantes, de armazenistas e dos consumidores finais não serão natu-ralmente afectados e podem continuar a ser comercializados, uma vez que já se encon-tram no mercado e as medidas da directi-va não recaem sobre o uso dos produtos. Ou seja, a Directiva EuP apenas regulamenta a primeira comercialização no mercado da União Europeia das lâmpadas abrangidas. Quem tiver lâmpadas incandescentes em

casa não é obrigado a substituí-las a partir de 1 de Setembro de 2009, mesmo que tal gesto seja compensador. Os produtos ener-geticamente eficientes, embora possam pa-recer mais caros na aquisição, pagam-se a si próprios na sua grande maioria em aproxi-madamente um ano, graças à sua eficiência, permitindo baixar substancialmente os cus-tos da electricidade.

A substituição de 3.5 biliões de lâmpadas in-candescentes instaladas em toda a Europa levará a uma redução da energia consumida pelos sistemas de iluminação em mais de 30%. “Esta decisão da UE ajudará a prote-ger o clima e aos consumidores a reduzir o custo da electricidade”, afirma Martin Goet-zeler, CEO da OSRAM. “A lâmpada incandes-cente desaparecerá gradualmente porque é muito ineficiente”.

Esta Directiva Europeia traz boas notícias, não apenas para o Ambiente, mas também para o consumidor: as lâmpadas economi-zadoras de energia poupam energia, dinhei-ro e CO

2. De facto, já existem actualmente uma vasta gama de lâmpadas economiza-

Ana Isabel SequeiraOSRAM GmbH

{a Directiva eup traça o futuro}

A directiva eup (Eco-Design Requirements for energy-using products, 2005/32/EC) integra o programa de protecção ambiental da União Europeia. Como o nome indica, a di-rectiva define os requisitos que os produtos de iluminação têm de cumprir em termos do seu impacto ambiental. O critério prende-se com o consumo energético durante todo o ciclo de vida do produto – desde o fabrico, passando pelo funcionamento até ao fim de vida.

doras como alternativas muito eficientes. O Quadro 1 apresenta quais as mudanças mais importantes para os próximos anos.

O destino das fontes de luz direccional, mais conhecidas por lâmpadas reflectoras quer na tecnologia incandescente, quer de halo-géneo, será discutido em finais de 2009.

A Directiva EuP também regulamenta sobre os produtos para a iluminação no Sector Ter-ciário, como é o caso de escritórios, indústria e iluminação pública. Contudo, ainda se en-contra em fase de discussão a abrangência e implicações da Directiva neste sector.

alternativas energeticamente eficientes às traDicionais lâmpaDas incanDescentes Actualmente existem dois grupos de produ-tos, que podem ser escolhidos como subs-titutos perfeitos e directos das lâmpadas incandescentes: as lâmpadas de halogéneo economizadoras de energia e as lâmpadas fluorescentes compactas, mais conhecidas por economizadoras de energia.

revista técnico-profissionalDOSSIER o electricista

127

dossiermáquinas eléctricas

utilização eficiente da força motriz na indústriaJosé António Beleza Carvalho e Roque Filipe Mesquita Brandão, Instituto Superior de Engenharia do Porto

compensação do factor de potência e filtragem de harmónicasJosé Andrade, Schneider Electric Portugal

projecto de postos de transformação - dimensionamento do transformador e suas protecçõesHenrique Ribeiro da Silva, Instituto Superior de Engenharia do Porto

accionamentos eficientes - optimização das soluções completasJoão Pratas, SEW-EURODRIVE PORTUGAL

ups - a máquina eléctrica de protecção às máquinas eléctricasPedro Magalhães, APC by Schneider Electric

PRO

TAG

ON

ISTA

S

revista técnico-profissionalDOSSIER o electricista

129

utilização eficiente daforça motriz na indústria

1› INTRODUÇÃOA produção de energia mecânica, através da utilização de motores eléctricos, absorve cerca de metade da energia eléctrica consu-mida no nosso País, da qual apenas metade é energia útil. Este sector é, pois, um daque-les em que é preciso tentar fazer economias, prioritariamente. O êxito neste domínio depende, em primeiro lugar, da melhor ade-quação da potência do motor à da máquina que ele acciona. Quando o regime de funcio-namento é muito variável para permitir este ajustamento, pode-se equipar o motor com um conversor electrónico de variação de ve-locidade. Outra possibilidade é a utilização dos motores “de perdas reduzidas” ou de “alto rendimento”, que permitem economias consideráveis.

Também a nível Europeu, os motores eléc-tricos representam uma das fontes mais consumidoras de energia: 70% do consu-mo eléctrico na indústria e cerca de 1/3 do consumo eléctrico no sector dos serviços.

Nos últimos anos, muitos fabricantes de motores investiram fortemente na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos com o objectivo de colocarem no mercado mo-tores mais eficientes.

José António Beleza Carvalho, Roque Filipe Mesquita BrandãoISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto

Departamento de Engenharia Electrotécnica

2› EFICIÊNCIA DOS MOTORES Os motores eléctricos convertem a energia eléctrica em energia mecânica. No entanto o rendimento desta conversão não é de 100%. A energia eléctrica é convertida em energia mecânica e em perdas. Estas perdas são de-vidas aos diversos elementos que estão pre-sentes na conversão e podem ser divididas em quatro tipos:› Perdas eléctricas;› Perdas magnéticas;› Perdas mecânicas;› Perdas parasitas.

As perdas eléctricas são provocadas pela resistência não nula dos condutores das bo-bines que ao serem percorridos pela corren-te provocam perdas caloríficas. As perdas magnéticas ocorrem nas lâminas de ferro do estator e do rotor devido à histerese e às correntes de Foucault. As perdas mecânicas são provocadas pela rotação das peças mó-veis, ventilação e atrito do ar. As perdas pa-rasitas são devidas a fugas e irregularidades de fluxo e, também, distribuição de corrente não uniforme.

Para se quantificar o valor do rendimento de um motor é necessário conhecer certos parâmetros, tais como as perdas e a potên-

cia mecânica disponibilizada para a carga. Também é necessário conhecer algumas características da máquina para que se pos-sa fazer a sua modelização e simulação em vários regimes de carga. Os testes e estudos a efectuar para se determinar o rendimento de um motor de indução são descritos na norma CEI 34-2.

Figura 1 . Perdas nos equipamentos de força motriz.

A eficiência de um motor é dada pelo seu rendimento, ou seja, pela relação entre a

revista técnico-profissionalDOSSIER o electricista

137

compensação do factor de potência

EnErgia activaTodas as máquinas eléctricas alimentadas com corrente alterna transformam a energia eléctrica fornecida, em trabalho mecânico e calor. Esta energia mede-se em kWh e denomina-se por energia activa. Os receptores que absorvem unicamente este tipo de energia denominam-se por resistivos.

EnErgia rEactivaCertos receptores necessitam de campos magnéticos para o seu fun-cionamento (motores, transformadores...) e consomem outro tipo de energia denominada por energia reactiva.

A razão é que este tipo de cargas (denominadas indutivas) absorvem energia da rede durante a criação dos campos magnéticos de que necessitam para o seu funcionamento e fornecem energia à rede durante o funcionamento dos mesmos. Esta transferência de energia entre os receptores e a fonte (fig. 1), provoca perdas nos condutores, quedas de tensão nos mesmos, e um consumo suplementar de ener-gia que não é directamente aproveitada pelos receptores.

O cOs j E O factOr dE pOtênciaA ligação de cargas indutivas numa instalação provoca o desfasa-mento entre as ondas de corrente e de tensão. O ângulo j mede este desfasamento e indica a relação entre a intensidade reactiva (induti-va) de uma instalação e a intensidade activa da mesma.

José AndradeSchneider Electric Portugal

Nos tempos actuais, a compensação de factor de potência é uma das medidas de eficiência energética a ser considerada e realizada. Sendo na maioria aplicada com o objectivo da não penalização do distribuidor de energia e ao mais bai-xo custo, não considerando o teor harmónico da instalação eléctrica e o tipo de compensação adequado.

Esta mesma relação é estabelecida entre as potências ou energias activa e reactiva. O cos j indica a relação entre a potência activa e a potência aparente na harmónica fundamental ( H1), enquanto que o factor de potência é relativo ao valor total (H1+H2+H3+H4+H5+Hn) da instalação (os kVA que se podem consumir, como máximo). Por esta razão, o factor de potência indica o “rendimento eléctrico” de uma instalação (fig.1).

Figura 1 . Triângulo de potências.

cOnsEquências E causas dE um factOr dE pOtência rEduzidO

› Perdas na InstalaçãoAs perdas de energia eléctrica ocorrem em forma de calor e são pro-porcionais ao quadrado da corrente total I2xR. Como essa corrente aumenta com o excesso de energia reactiva, estabelece-se uma rela-

{E filtragEm dE harmónicas}

revista técnico-profissionalDOSSIER o electricista

141

projecto de postos de transformação

1› INTRODUÇÃOEmbora um posto de transformação seja um sistema formado por diversos componentes, sem os quais não poderá funcionar correc-tamente, o transformador é seguramente o componente basilar do sistema. Tal como acontece com os restantes componentes, o dimensionamento do transformador terá de considerar a situação actual da carga, bem como a sua possível evolução, resultando de um compromisso entre características técni-cas e investimento. Tendo em consideração o custo da energia e sabendo que estão dis-poníveis no mercado transformadores com diferentes níveis de perdas, será interessante que o projectista na avaliação do compro-misso referido anteriormente tome em con-sideração o custo das perdas que se verifica-rão num horizonte temporal igual ao tempo de vida esperado para o equipamento.

2› TRANSFORMADORESOs transformadores empregados são trifási-cos, tensão secundária 0,4 kV, regulação da tensão em vazio no lado do primário para ±2x2,5% e como dieléctricos podem utilizar

óleo mineral, óleo de silicone, outros óleos sintéticos especiais ou serem secos, isolados a resina epóxida. O grupo de ligações mais empregado é o DYn5, mas outras são possíveis como YZn5. Respondem às normas CEI 76, CEI 726, HD 538, HD 464 do CENELEC. No tocante a perdas, os transformadores podem ser de perdas normais, reduzidas e extra-reduzidas.

Tabela 1 . Características dos transformadores herméticos – fabricação Schneider.

Tabela 2 . Características dos transformadores secos – fabricação Efacec.

Henrique Ribeiro da SilvaDep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do

Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

{5ª PARTE - DIMENSIONAMENTO DO TRANSFORMADOR E SUAS PROTEcÇõES}

O transformador é o componente fundamental de um posto de transformação Por isso, é essencial o seu correcto dimensiona-mento, bem como das suas protecções.

revista técnico-profissionalDOSSIER o electricista

145

accionamentos eficientes

IntroduçãoA escalada dos custos energéticos nos últi-mos anos, tem vindo a obrigar a maior parte das empresas a analisar, como prioridade de topo, a questão da eficiência energética. E não é só pelo aumento dos custos com a electricidade, que duplicaram nos últimos seis anos -, o consumo global também tem aumentado consideravelmente, o que desen-cadeia graves consequências ambientais. Tal efeito promove inequivocamente o aumento das emissões de CO

2, que estão indissocia-velmente ligadas, directa ou indirectamente, com a geração de electricidade. Tomados em conjunto, todos estes desenvolvimentos significa que a generalidade das unidades de produção e, por consequência, os constru-tores de máquinas eléctricas têm de olhar profundamente para esta questão, com o objectivo de cortar no consumo energético, mais cedo ou mais tarde.

1› SIStemaS de accIonamentoOs sistemas de accionamento são responsá-veis por mais de 60% do consumo de energia eléctrica na indústria, devem ser abordados como um todo, já que a existência de um componente de baixo rendimento influencia drasticamente o rendimento global.

João Pratas (Eng.)Departamento de Engenharia, SEW-EURODRIVE PORTUGAL

Através da optimização das soluções completas de accionamento - desde o redutor, motor, e con-trolo electrónico de velocidade, passando pelos elementos de transmissão de potência – enormes poupanças de consumo energético podem ser re-alizadas. Estas poupanças traduzem-se em pou-panças financeiras, e contribuem para a redução de emissão de gases poluentes.

O dimensionamento dos diferentes equipa-mentos que compõem os sistemas de accio-namento, deverá ser efectuado, de acordo com as especificações de cada aplicação. O estudo prévio das necessidades inerentes ao processo produtivo conduzirá à optimiza-ção e simplificação do funcionamento, e por conseguinte à diminuição do consumo ener-gético. Um sistema de accionamento consis-te na combinação de Conversor de Frequên-cia (converte a energia eléctrica da rede de uma forma controlada), motor (converte energia eléctrica em energia mecânica), re-dutor (ajusta a potência mecânica do motor ao ponto de trabalho da máquina acciona-da) e elementos de transmissão de potência.

1.1› Potencial de economia em sistemas de accionamentos1. Utilização de motores de alto rendimento 10%2. Utilização de controlo electrónico de ve-locidade 30%3. Optimização do sistema mecânico 60%

2› motoreS de alto rendImentoOs motores eléctricos são conversores elec-tromecânicos de energia, a sua função é ba-seada no efeito de forças magnéticas entre

{oPtImIzação daS SoluçõeS comPletaS}

correntes eléctricas e campos magnéticos. São o tipo de máquina mais usado na indús-tria em virtude da sua grande versatilidade, gama de potências, robustez, duração, redu-zida manutenção, baixa poluição, facilidade de produção e custos de aquisição relati-vamente baixos. Como qualquer máquina, o motor eléctrico, responsável pela conversão de energia eléctrica em energia mecânica, apresenta perdas. O rendimento é definido como sendo a razão entre a potência de saída (ao nível do veio de saída do accionamento) e a potência eléctrica absorvida à entrada.

2.1› requisitos de rendimentoA Directiva EUP – Produtos que consomem energia (Energy Using Products) descreve as orientações futuras de design, a compatibi-lidade ambiental, o impacte ambiental e o consumo de energia de máquinas / motores eléctricos rotativos.

A directiva irá abranger os motores de 2, 4 e 6 pólos, na gama de potências de 0,75 a 200 kW, e entrará em vigor num futuro não muito longínquo. Os motores passam a ser classificados por:

IE1 (= EFF2) – com utilização proibida;IE2 (= EFF1) – com utilização obrigatória;

revista técnico-profissionalDOSSIER o electricista

149

UPS

Uma Unidade de Alimentação Ininterrupta, vulgarmente conhecida por UPS, no original em inglês (Uninterruptible Power Supply), é uma máquina eléctrica que desempenha um papel fundamental no pro-cesso de protecção de algumas máquinas eléctricas das consequên-cias da utilização de outras máquinas eléctricas. Embora a frase pare-ça uma charada cabalística constitui a mais elementar das verdades.

Uma UPS é um tipo especial de máquina eléctrica desenhada com o objectivo de interromper este ciclo vicioso, constituindo-se como um filtro entre diferentes tipos de máquinas eléctricas. Mas sendo ela própria uma máquina eléctrica tambêm consome energia e tam-bêm injecta perturbações. Voltaremos a este tema mais adiante.

As máquinas eléctricas sendo incontornáveis em qualquer dos tipos de ambiente apresentam características e impactos manifestamente diferentes em cada um deles.

Começando pelo doméstico verifica-se que as máquinas eléctricas utilizadas estão fortemente regulamentadas, classificadas e com informação detalhada fornecida ao consumidor através do Índice de Eficiência Energética (Fig.1) o que permite uma decisão acertada e eficaz. Uma UPS desempenha neste ambiente um pequeno, mas importante, papel na protecção dos equipamentos informáticos que cada vez mais, povoam as nossas habitações.

Nos restantes ambientes esta análise simplificada não existe e é ne-cessário ser detentor de um conhecimento técnico aprofundado para que a decisão seja acertada.

Pedro MagalhãesSystem Engineers - APC by Schneider Electric

Quer no sector doméstico, secundário ou terciário da nossa economia, a máquina eléctrica desempenha um papel fundamental na produtividade das pessoas, das empresas e do país. Todas as máquinas eléctricas, desempenham um qualquer ob-jectivo para que tenham sido desenhadas. Para isso consomem energia eléctrica, injectando, mais ou menos, perturbações na rede eléctrica que as alimenta. Desta forma as perturbações injectadas afectam a qualidade geral da energia que ali-menta outras máquinas eléctricas. Este processo é um ciclo vicioso em que todas injectam perturbações e em que todas sofrem com as perturbações injectadas.

Figura 1

Vejamos então quais as perturbações que podem afectar o funcio-namento das máquinas eléctricas e em que ambientes elas são mais prejudiciais. (Fig.2)

Outra questão importante é compreender que género de máquinas eléctricas são susceptíveis a que tipo de perturbações. Neste aspec-to existe uma distinção que importa assinalar. Máquinas eléctricas puras, como motores, ventiladores, bombas e outro tipo de equipa-mentos cujo objectivo seja produzir movimento, força, ou energia (frio e calor) e as restantes cujo objectivo é produzir qualquer tipo

{A MáqUinA EléctricA dE ProtEcção àS MáqUinAS EléctricAS}

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

151

jornadas tecnológicas

Luminotecnia, Segurança em Edifícios, Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas, Telecomunicações e Energias Reno-váveis foram os temas fulcrais que ocuparam os 3 dias da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas, que este ano se realizaram nas instalações da NERSANT – Associação Empresarial da Re-gião de Santarém, em Torres Novas, de 27 a 29 de Maio. Os 600 participantes e a presença de empresas nacionais e internacio-nais de elevado renome no mercado eléctrico e electrotécnico ditaram o seu sucesso.

As Jornadas Tecnológicas nasceram de uma necessidade premente de formação e infor-mação existente no seio da área electrotéc-nica, que este ano não foram descuradas na 4.ª edição do evento pela qualidade cres-cente de ano para ano, das comunicações técnicas proferidas por empresas relevantes do sector. No final de cada dia, os partici-pantes evidenciavam isso mesmo, como Mi-guel Alvim da Vietel ditou: “é a terceira vez que venho e continuo a considerar o evento muito interessante. É muito importante que existam este tipo de eventos para termos conhecimento das novas tecnologias, até porque de ano para ano, tem havido um grande desenvolvimento nesta área.” Pedro Cordeiro, da Electro Minor, chamou a aten-ção para outra característica que evidencia as Jornadas Tecnológicas em relação a ou-tros eventos, “há uma grande e saudável interacção entre as empresas e as pessoas, e isso é muito importante porque há uma troca de opiniões entre os oradores e os participantes, até porque isso também faz parte do desenvolvimento dos produtos.” A mesma opinião foi partilhada por José Au-gusto da área da Manutenção do Hospital de Tondela, “vim o ano passado e voltei porque vale a pena toda a interacção que

Helena Paulino

há entre os participantes e as empresas, e mesmo entre os participantes entre si.”

Depois de passarem por Aveiro, Marinha Grande e Viseu, as Jornadas Tecnológicas já reuniram mais de 2500 profissionais, muitos foram a todas as edições e outros prometem sempre voltar no ano seguinte, e cumprem a promessa. O facto de já terem participado mais de 50 empresas diferentes, nestas qua-tro edições, também tem contribuído para o sucesso do evento. Hélder Brás da Melis explica que “o conceito de reunir várias em-presas e pessoas da mesma área tem de ser desenvolvido em Portugal, porque permite que os temas sejam discutidos de uma for-ma mais próxima.” As Jornadas Tecnológicas

representam, acima de tudo, um fórum de informação e formação.

A importânciA dA reciclAgem dos reeeA abertura da 4.ª edição das Jornadas Tec-nológicas foi da responsabilidade de Custó-dio Dias, Director da revista “o electricista”, que falou do êxito crescente do evento. “Na linha do que foram as outras três edições, esta foi feita nos mesmos moldes mas está mais diversificada em termos de temas. Também é fundamental que o público par-ticipe e questione sempre que sentir alguma dúvida, e espero que isso seja feito ao longo destes três dias.” Terminou a apresentação do evento prometendo para o ano abrir uma nova edição das Jornadas Tecnológicas porque é um evento demasiado importante para se extinguir. Vítor Sousa Uva da Am-b3E deu o mote para o primeiro painel desta 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas, a Lu-minotecnia, falando do Sistema de Gestão existente em Portugal que recicla Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) e a sua importância no presente, e sobretudo, no futuro. Enunciou uma série de marcas de renome nacional e internacio-

{mAiores novidAdes nA 4.ª edição do evento}

revista técnico-profissional REPORTAGEMo electricista

152

nal, produtoras destes equipamentos, que já aderiram à iniciativa, e evidenciou que os números não param de aumentar.

Em Portugal, e mesmo na Europa, a Amb3E assinou várias parcerias, operacionais e com compensações financeiras, com centros de recepção de REEE, operadores logísticos e unidades de tratamento e valorização. “Todas elas são parcerias importantes que ajudam a Amb3E no seu trabalho de valorização dos equipamentos em fim de vida”, evidenciou Vítor Sousa Uva. No ano de 2007, a Amb3E recolheu mais de 20 milhões de toneladas de equipamentos, que foram enviados para os sítios mais indicados para um adequado tra-tamento e reutilização. No ano seguinte, as suas metas globais e nacionais de recolha e tratamento de REEE foram superadas com 33 milhões de toneladas recolhidas, sendo que a meta indicada situava-se nos 29 milhões de toneladas. Ao longo dos anos, a Amb3E tem multiplicado por todo o país os locais de re-cepção e pontos de recolha destes resíduos (em Janeiro deste ano somavam 343 locais, mas em Dezembro pretendem ter 500), ten-tando recolher o máximo de resíduos e sen-sibilizando a população para a necessidade de valorizar aquilo que já não utiliza e que pode ser perigoso para o meio ambiente. Os operadores logísticos em Portugal, e inclusi-vamente na Madeira e nos Açores, também sofreram um aumento, de 29 locais em 2007 para 43 actualmente, e com tendência para aumentar. As Unidades de Tratamento e Va-lorização são já 10 em Portugal.

Vítor Sousa Uva também falou no Ponto Electrão, sobejamente conhecido pela maio-ria dos portugueses, com uma patente inter-

nacional registada pela Amb3E e que o ano passado venceu o PrémioValorsul. Encontra-mos genericamente estes Pontos Electrão em shoppings, e inclusivamente nas bombas de combustível da Galp em Lisboa. Os bom-beiros não foram esquecidos, tal como a aju-da que prestam em aldeias mais afastadas dos grandes centros, e onde está a decorrer uma acção de sensibilização da população para a necessidade de não deitar no lixo co-mum, objectos que podem ser valorizados. Outra das ideias implementadas pelo Ponto Electrão foi direccionada para as crianças e jovens, cativando-os a trazer de casa os ob-jectos não utilizados e que podem ser valori-zados. A denominada Escola Electrão obteve um enorme sucesso, com a inscrição de qua-se 400 escolas e foi uma acção que decorreu de Janeiro a Maio de 2009, com a colabora-ção do Ministério da Educação e da Agência Portuguesa do Ambiente. No final falou da revisão que está a decorrer na Directiva Eu-ropeia de REEE, e que aumentará os níveis de recolha de resíduos numa directiva que deverá sair ainda este ano.

eficiênciA energéticA tAmbém pAssA pelos ledsA comunicação apresentada pela OSRAM por António Sousa, abordou as vantagens da utilização dos LEDs na Iluminação Pública, devido à maior poupança energética que daí pode advir, aliada a uma iluminação eficien-te. António Sousa quantificou que 1/3 da iluminação mundial pode ser poupada pela eficiência, reduzindo a emissão mundial em mais de 450 mil tons de CO

2, ou seja, metade do consumo energético na China. A Política Integrada Produto (IPP) da União Europeia, para a iluminação doméstica e terciária, mi-nimiza os efeitos ambientais em todo o ciclo do produto, seja no desenvolvimento, pro-dução, operação e fim de vida das lâmpadas. A DIN EN 13201, a Norma Europeia que rege a Iluminação Pública, dita que esta deve ga-rantir a segurança rodoviária, o normal flu-xo de tráfego, e a segurança pública.

Na iluminação pública, os LEDs são um siste-ma eficiente e seguro, garantem uma ilumi-nação homogénea, longos intervalos de ma-

nutenção, reduzem o consumo de energia e poluição luminosa, para além de possuirem um design flexível e modular, boa flexibilida-de e segurança. Ou seja, os LEDs melhoram a qualidade e o custo total da iluminação pública. Mas para que possamos usufruir de todas estas vantagens, como advertiu An-tónio Sousa, é necessária uma reconversão das luminárias existentes para os LEDs, e isso acarreta algumas regras que necessitam de ser escrupulosamente cumpridas. Deu al-guns exemplos onde já haviam LEDs imple-mentados e garantiu que a durabilidade de um LED pode ir até às 130 mil horas no míni-mo, ou seja, 15 anos. No final da apresenta-ção, António Sousa confessou que “foi muito interessante participar dado que estamos a tentar promover LEDs na iluminação geral , e alguma pessoas têm receio em aplicá-los porque ainda não conhecem todas as suas vantagens e particularidades.”

A Philips apresentou-se nas Jornadas Tecno-lógicas com duas apresentação, uma a car-go de Inês Cidra que falou sobre a Eficiência Energética, e outra por Nuno Felgueiras que abordou os LEDs utilizados na Iluminação Exterior, falando do seu desenvolvimento e aplicação na iluminação decorativa e rodovi-ária. Deu alguns exemplos de instalações com LEDs, com todas as suas vantagens, como um estádio em Tampa, na Flórida, que possui 70 projectores que iluminam todo o perímetro do estádio com 50 metros de altura, garan-tindo uma eficiência energética elevada.

Inês Cidra apresentou a Philips como uma empresa onde há uma consciência sólida da necessidade de ser mais eficiente, e por isso, pretendem criar soluções assentes na

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

153

sustentabilidade e num desenvolvimento ecológico, e por isso, apostam nas energias renováveis e na produção eficiente de ener-gia, e no uso desta, de forma a cumprir as metas ditadas pelo Protocolo de Quioto. Inês Cidra falou ainda do regulamento referente

às lâmpadas eficientes para o sector resi-dencial, aplicado em Setembro deste ano, que pretende descontinuar com a produção e comercialização das lâmpadas ineficientes. Ainda informou que no sector terciário, o regulamento será aplicado a partir de Janei-ro de 2010 nas luminárias, balastros e lâm-padas, e explicou como se pode obter uma instalação energicamente eficiente, como por exemplo, com balastros electrónicos (analógico, digital, com e sem regulação), com sistemas de controlo para detecção de presença e luz natural, entre outros.

soluções AdequAdAs A AplicAções específicAsDepois do coffee-break seguiu-se a apre-sentação de Cristiano Dias da Esylux, que falou de várias soluções que permitem uma poupança energética na iluminação, e que podem ser utilizadas nas habitações, em edifícios públicos como escolas e hospitais, em lojas, no comércio e na indústria, e ainda nos escritórios. Uma das soluções apresen-tada são os detectores de presença, sensíveis

aos pequenos movimentos, utilizados em instalações com luz natural suficiente ou em longos períodos de utilização, que per-mitem medir a luminosidade (mede os níveis de luz natural e artificial, e acende ou apaga quando necessário), e o canal de comutação muda de acordo com a luz natural e a pre-sença. Neste caso, podem existir fontes de interferência como plantas em movimento, passagem de animais, correntes locais de ar quente por cima de ventiladores ou radia-dores de aquecimento, e ainda lâmpadas, aparelhos de televisão e Hi-Fi, computado-res, transmissores de rádio, e até candeeiros suspensos nas proximidades dos detectores e biombos ou divisórias, plantas de interior grandes ou, simplesmente, armários. Pelo contrário, os detectores de movimento rea-gem sob movimentos maiores: a medição da luz é simples e é desactivada após a detecção de movimento e depois de ligar os consumi-dores, ou seja, a luz artificial. Estes podem ser implementados no interior e no exterior, como rampas de acesso, zonas de entrada, parques de estacionamento ou garagens, sa-las de corredor com ou sem incidência de luz diurna, e nas casas de banho e caves.

Antes de almoço, Vitor Vajão do CPI apre-sentou o grande projecto luminotécnico que elaborou para a Assembleia da República. Antigamente a iluminação neste local cria-va um ambiente monótono, não realçava a arquitectura e provocava muitos encade-amentos. Vítor Vajão criou componentes variáveis de luz difusa e de luz de realce, uma luz funcional para a actividade parla-mentar e uma luz arquitectónica para um melhor conforto visual, o que melhorou a qualidade ambiental para os utilizadores e as transmissões por televisão. Os encadea-mentos foram eliminados através de contro-ladas projecções de luz que criam efeitos de modelação, incrementam a acuidade visual por contraste de luminâncias e cromáticos. Foram utilizadas lâmpadas de elevada efi-cácia para haver uma fiel reprodução das cores e uma longa vida útil, flexibilizaram-se os comandos de iluminação e optimizou-se a eficiência energética de exploração, o que facilita a manutenção. Ferreira Martins, expositor do CPI, afirmou “as opiniões são

muito diferentes porque os LEDs tem fac-tores muito discutíveis. Estes eventos tem futuro tal como os LEDs.”

soluções integrAdAs de segurAnçA e A domóticAAlexandre Chamusca, consultor de soluções de segurança, abriu o segundo painel do dia, sobre Segurança em Edifícios, onde falou da necessidade de uma política interna de se-gurança nas empresas. Este consultor ditou que existem muitos problemas de segurança identificados nas empresas, como as perdas e quebras, devido aos meios de segurança serem ineficazes e desajustados da realida-de de cada empresa, tendo impactos nega-tivos. Aconselhou que se ocorrerem furtos internos e externos, o prestador de serviços de segurança pode e deve assumir um pa-pel mais interventivo na dissuasão, contro-lo e interrupção das situações de risco. Se ocorrer uma fraude interna, o prestador de serviços de segurança tem de fazer parte da solução. Nesta situação são identifica-dos e dimensionados os riscos, justificando o retorno do investimento, optimizando os custos, aumentando o nível de segurança de acordo com as necessidades do cliente.

Alexandre Chamusca alertou para os dife-rentes componentes para uma solução in-tegrada de segurança: integração (tem de ocorrer uma avaliação global do sistema com a detecção-demora-resposta, avaliação de probabilidades de interrupção e avaliação das ameaças), conhecimento sectorial refe-rente à solução adaptada (com elementos críticos, riscos, protecção e contingência), e ainda a customização (analisa o risco do

As comunicações tiveram uma grande qualidade, o que

era confessado pelos participantes como Nuno

Bento Rodrigues do Munícipio de Chaves, “as apresentações

têm sido bastante técnicas e levantam muitas dúvidas por parte do público, o que é favorável porque coloca

questões e permite ao público participar mais

activamente no debate.”

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

155

cliente apoiada em checklists e no gestor de risco, identificando os elementos críticos e a quantificação de perda potencial). As van-tagens são óbvias: apoio de equipas espe-cializadas em cada sector, análise de riscos e vulnerabilidades do cliente, uma selecção mais rigorosa e melhor formação dos vigi-lantes, introdução de novas ferramentas e processos que asseguram uma redução no tempo de adaptação e problemas.

Carlos Matos representou a ATEC numa comunicação onde falou sobre o KNX – a domótica integrada nos edifícios. Na domó-tica há a necessidade de segurança contra intrusão, fugas e inundações, e ainda con-tra avarias e falhas. No entanto, a domótica reduz os custos, mantém um conforto verde e pode ser integrada nas soluções de enge-nharia civil, e para além disso, ainda procura o conforto e um design intuitivo mas sofisti-cado, funcional, estético e discreto. A domó-tica integrada nas habitações permite incluir numa mesma solução a iluminação, os esto-res, toldos e persianas, o AVAC (climatização e águas), a gestão energética e a segurança. As soluções de domótica para os edifícios possuem a instalação de aquecimento com painel solar e uma medição integrada. Para que ocorra uma boa climatização e uma boa qualidade do ar interior são necessários sen-sores que meçam o CO

2, a percentagem de humidade, a temperatura e a entalpia. Carlos Matos referiu que o aeroporto de Heathrow, o Estádio Olímpico de Pequim, e em muitas cozinhas espalhadas pelo mundo inteiro, esta tecnologia já está integrada.

A Siemens apresentou, pela voz de Rui Gra-munha, uma comunicação sobre variadas so-

luções de protecção e segurança para edifícios, que passam pela protecção contra incêndios, pela segurança electrónica, não esquecendo o conforto e a eficiência energética. E tudo isto passa por várias fases importantes como a operação, conservação e manutenção, análise de risco, consultadoria e instalação, e ainda pelas migrações e modernizações.

soluções integrAis pArA um controlo totAl e directoFernando Ferreira, representante da Sch-neider Electric apresentou na 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas a importância das so-luções integrais. Fernando Ferreira começou por lembrar que a energia é muito impor-tante actualmente em termos económicos, como já tinham referido outros oradores, e isto porque o aumento de energia acar-reta alterações climáticas. Contabilizou que o consumo energético mundial aumentou 45% desde 1980, e que em 2030 será 70% superior ao actual, e além disso, a competi-tividade dos recursos naturais e a instabi-lidade política mantêm os preços elevados. A directiva 2002/91/CE (RCCTE, RSECE) dita normas para um uso racional da energia com equipamentos e sistemas de controlo mais eficientes que podem e devem ser uti-lizados nos edifícios, os principais consumi-dores de energia. Mas para que isto melhore é necessária uma mudança radical do ponto de vista técnico (concepção, construção e exploração) nos edifícios como os conhe-cemos actualmente, transformando-os em edifícios verdes, sem emissões de CO

2, e au-tónomos do ponto de vista energético pelo recurso às energias renováveis. O cliente fi-nal tem de estar atento à optimização dos gastos energéticos, e deve analisar de forma ponderada todos os custos, até porque já existem soluções baseadas num só sistema de gestão de iluminação, aquecimento, ar-condicionado, ventilação, persianas e toldos, detecção de movimento, luz solar, tempo, energia, equipamentos da habitação, janelas e portas, intrusão, incêndio e pânico.

Em conclusão, Fernando Ferreira da Schnei-der Electric ditou que os sistemas de ges-tão técnica dos edifícios devem garantir

um controlo correcto essencial para manter os níveis de serviço, conforto e segurança desejados, garantindo sempre a eficiência energética. Isto melhora o conforto dos uti-lizadores, evita que os sistemas estejam em funcionamento de forma indevida, e asse-gura que os serviços são fornecidos de uma forma correcta. Chamou a atenção de que estes equipamentos devem sempre garantir uma minimização dos requisitos de manu-tenção, dando preferência à manutenção preventiva em detrimento da reactiva, redu-zem o consumo energético, custos de ope-ração e minimizam as emissões poluentes para a atmosfera.

O segundo painel do primeiro dia deste evento terminou com a apresentação da Honeywell, pela voz de Frederico Rosa, onde falou sobre a integração de sistemas de se-gurança, gestão técnica centralizada e ges-tão energética, não descurando a importân-cia de temas como a automação de edifícios, as tendências da indústria de automação de edifícios, e a arquitectura do sistema. Um sistema de automação de edifícios necessita de segurança porque a operação do edifí-cio não pode ficar comprometida com um sistema offline, pela análise da qualidade de informação, pela inteligência porque melho-ra a produtividade e a rentabilidade do ope-rador, pela flexibilidade porque esta é uma decisão a longo prazo e deve adaptar-se às necessidades, pela utilidade porque são necessárias respostas rápidas na operação, pela disponibilidade de informação, e ainda pela rentabilidade porque este sistema é um investimento. As tendências da indústria de automação de edifícios passam por 2 fases: as tendências da Building Automation Tech-

revista técnico-profissional REPORTAGEMo electricista

156

nology que aumentam a integração, acesso remoto, networks rápidos, wireless e segu-rança, processadores rápidos, elementos de campo inteligentes, e aumentam a sensibili-zação pelo consumo energético. Outra das tendências passa pela interligação de redes, na integração, redução de energia, gestão de custos e relatórios.

proteger pArA melhorAr A eficiênciA energéticAO dia 28 de Maio foi preenchido por um único painel: Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas, o qual teve a abertu-ra institucional a cargo de Paulo Calau da ADENE que falou do Plano Nacional de Ac-ção para a Eficiência Energética, o Portugal Eficiência 2015. Este plano diz respeito ao SGCIE – Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia, uma das medidas a implementar no sector industrial até 2015. A aplicação desta medida dita que o operador deve registar no portal SGCIE a sua instala-ção, proceder a um auditoria energética (de 6 em 6 anos), definir um plano de racionali-zação do Consumo de Energia (PREn), e este deve ser executado por um técnico ou uma entidade credenciada. Procede-se à entrega online do plano para aprovação, e em caso afirmativo ele converte-se num Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia. Os utilizadores têm de entregar online Relató-rios de Execução e Progresso (REP) bi-anuais, e devem ser aplicadas penalidades quando as metas não forem cumpridas e/ou as me-didas não forem implementadas. Paulo Calau chamou a atenção para o facto de que para efeitos do plano, o consumo total da ener-gia é calculado considerando apenas 50% da energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis.

Seguiu-se a participação de Michel Batis-ta da Phoenix Contact, que falou sobre as protecções contra sobretensões e a sua im-portância na eficiência e manutenção das instalações eléctricas, não se esquecendo das normas e standards actuais, os sistemas de ligação à terra em regime de neutro, as tecnologias existentes e o seu desenvolvi-mento, o futuro das protecções contra so-

bretensões, as tendências das normas, e ain-da a manutenção das protecções. Explicou que as sobretensões permanentes provêm de defeitos na MT ou da instalação (POV). Os transitórios possuem duas categorias, de comutação originados nas manobras de contactores de motores de grande potência, manobras de correcção de factor de potên-cia, variadores de velocidade, soldaduras por arco, bobines ou cargas indutivas, descargas electrostáticas e de descargas atmosféricas originadas pela trovoada. Os transitórios de comutação são mais frequentes e possuem elevados potenciais mas de curta duração, e os transitórios de descargas atmosféricas são menos frequentes, possuem elevadas correntes e uma curta duração, para além de serem muito destruidores.

Para evitar isto é necessário proteger as instalações com o devido conhecimento e rigor técnico. Uma instalação considera-se protegida contra sobretensões quando as 4 áreas de instalação estão contempladas com medidas de protecção: alimentação, comu-nicação R.F., rede de dados e instrumenta-ção. Segundo ditou Michel Batista, existem três tipos de protecção: a “grossa” contra descargas atmosféricas, a “média” contra so-bretensões e a “fina” contra o equipamento terminal, e podem ser aplicadas em 4 áreas: protecção contra quadros de alimentação, para instrumentação, para interfaces de da-dos e ainda para a protecção das telecomu-nicações. Relativamente às normas e stan-dards indicados para uma melhor eficiência nas instalações, Michel Batista apontou vá-rias e em que classes devem ser aplicadas.

Da Hager surgiu a apresentação de Ribeiro da

Costa, onde falou sobre protecções contra sobreintensidades que previnem os equipa-mentos eléctricos de serem percorridos por correntes prejudiciais ou que prejudiquem o meio ambiente. Explicou quais os melhores locais onde devem ser colocados estes dis-positivos e algumas regras a ter em conta nesta instalação, não esquecendo de falar da regra do triângulo, que tem como prin-cípio construir um triângulo rectângulo que permite conservar as proporções no cálculo dos comprimentos. Explicou que as sobre-cargas não surgem naturalmente, mas sim quando há um pedido anormal e excessivo de corrente, e isso pode ter consequências no condutor. Ainda alertou para os efeitos perigosos que pode ter nas ligações, equipa-mentos, quadros, na qualidade do isolamen-to que pode originar um curto-circuito. Para evitar tudo isto, a instalação (cabos, ligado-res, equipamento terminal) deve ser dimen-sionada para suportar a sobreintensidade resultante da sobrecarga, desde o instante em que ocorre até à abertura total do ou dos respectivos equipamentos de protecção. Os relés térmicos das protecções originam esta abertura e podem estar integrados na protecção da linha no QE do distribuidor, no disjuntor com protecção magnética e térmica, ou junto do equipamento que se pretende proteger com o contactor com relé térmico ou as sondas de temperaturas integradas no equipamento. Na protecção contra as sobreintensidades, a selectividade deve ser total e não apenas parcial.

equipAmento ited e A importânciA dA termogrAfiAPaulo Oliveira da JSL explicou a adaptação do equipamento ITED às Redes de Nova Geração (NGN), explicando que esta é uma rede baseada em pacotes de dados que prestam serviços de comunicações electró-nicas, recorrendo a múltiplas tecnologias. As redes de telecomunicações permitem a passagem de comunicações electrónicas em quantidade e velocidade superiores ao que estávamos habituados. Com estas redes há uma convergência de serviço fixo/móvel e VOIP com qualidade, transferência de pa-cotes e conteúdos (TV em alta definição,

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

157

Hi-Fi, televigilância, teleconferência, jogos online e conteúdos interactivos) e permitem o acesso dos utilizadores a diferentes pres-tadores de serviços e facilidade de mobilida-de. No entanto, estas novas redes possuem desvantagens, como os custos e o tempo de implementação e a adaptação das infra-es-truturas nos edifícios já construídos, que se-rão ultrapassadas com a investigação. Paulo Oliveira advogou que o ITED deve ser revisto e adequado à infra-estrutura de telecomu-nicações do edifício e que se deve apostar no ITUR, ou seja, na fibra óptica colocada na infra-estrutura das telecomunicações urba-nas, e para além disso, deve ser criado um espaço técnico de urbanização, um ETU.

A termografia não foi esquecida e Vicente Ri-beiro da Fluke apresentou uma comunicação onde versou sobre a sua importância e do que temos de ter em conta quando compra-mos uma câmara termográfica. A termogra-fia cria imagens através da medida remota de temperatura de pontos de um cenário, dando a cada ponto uma determinada cor em fun-ção da sua temperatura, e por isso, é muito utilizada para inspeccionar aparelhos e cir-cuitos eléctricos, equipamentos mecânicos, sistemas de climatização, estruturas de edi-fícios, electrónica, entre outros. Ao contrário das câmaras de luz visível, as câmaras ter-mográficas criam imagens de temperaturas e medem a energia infravermelha (IR) irradia-da por um corpo, e simultaneamente, con-vertem essa informação numa imagem, cujos pontos representam temperaturas. As câma-ras termográficas funcionam, sem contacto, não perturbando a produção e identificando rapidamente anomalias, antes que ocorram problemas. Assim, Vicente Ribeiro concluiu

que a termografia pode ser usada para evitar erros durante a instalação ou para identifi-car e resolver problemas já existentes porque torna visível o que é invisível. As câmaras termográficas são tão fáceis de utilizar como uma máquina fotográfica digital bastando apontar, focar e captar a imagem.

A relevânciA dA economiA e quAlidAde dA energiAEconomia de Energia com Accionamentos Eficientes foi a primeira comunicação de-pois de almoço, proferida por João Pratas da SEW-EURODRIVE, onde começou por evidenciar as exigências ambientais e eco-nómicas direccionadas para a racionaliza-ção e eficiência no consumo, optimizando a eliminação dos desperdícios. Um sistema de accionamento possui um conversor de frequência que converte a energia eléctrica da rede, e este controlo pode ser feito em malha aberta ou fechada: um motor eléctri-co converte energia eléctrica em mecânica, os redutores ajustam a potência mecâni-ca do motor ao ponto de trabalho da má-quina accionada, reduzindo a velocidade e aumentando o binário. Com os sistemas de accionamento e motores de alto rendimento a energia é reduzida em 10%, o uso de um controlo electrónico de velocidade em 30% e a optimização do sistema mecânico em cerca de 60%. Os redutores de velocidade adap-tam a velocidade do motor ao ponto de tra-balho da máquina, em termos de velocidade e binário, e por isso, são soluções económi-cas. Os conversores de frequência possuem elevado rendimento, fiabilidade e factor de potência, dimensão reduzida, fácil ajusta-mento ou programação, controlo de vários motores, adaptação do motor à carga (biná-rio e velocidade), arranques suaves e frena-gem controlada. Ainda protegem o motor de curto-circuitos, sobre-intensidades e sobre-tensões, e falta de fase, entre outros. João Pratas concluiu que a solução adequada é ter uma unidade de accionamento mecatrónico: um motor, um redutor e um conversor de frequência (adapta-se a motores de qualquer rendimento). O sistema poupa energia, não ocupa tanto espaço nos quadros eléctricos e garante uma forte redução de custos em

termos de cablagens e manutenção. No fi-nal da apresentação, João Pratas aconselhou que na selecção de um accionamento, para além do seu correcto dimensionamento em termos de binário e velocidade, também é importante o rendimento.

João Vieira Pereira e Paulo Branco da ABB abordaram a questão da qualidade de ener-gia em sistemas de baixa tensão, abordando questões como a compensação da energia reactiva, a filtragem de harmónicas e as cargas desequilibradas. A compensação da energia reactiva permite um aproveitamen-to dos equipamentos e da energia, porque se introduzimos numa instalação, uma com-pensação adequada ao factor de potência temos uma redução da intensidade absorvi-da pela rede, e consequentemente, uma re-dução da carga de transformadores e cabos de distribuição, e nas perdas por efeito Joule nos cabos, transformadores e dispositivos de protecção. Desta forma garantimos uma redução das quedas de tensão nos cabos e transformadores e um aumento da potência disponível na saída do transformador. Enca-ram a compensação dinâmica como uma so-lução para a qualidade da energia podendo ser aplicada onde sejam necessárias várias operações, uma comutação livre de transi-tórios, um valor elevado de potência reac-tiva, máquinas de soldadura, cargas de co-mutação rápidas com laminadores e grandes prensas, e ainda em gruas, elevadores, mis-turadores de borracha, entre outros. A com-pensação dinamica reduz o flicker, melhora a produtividade e aumenta a capacidade em soldaduras e a capacidade de rede, aumenta a disponibilidade em drives de potência, cor-rige e melhora sem transitórios o factor de

revista técnico-profissional REPORTAGEM

9

o electricista

potência, e também pode filtrar harmónicas.

Outra das soluções passa pela fraca qualidade da energia que pas-sa pelos filtros activos de harmónicos que são múltiplos inteiros da frequência fundamental de uma onda periódica, como as ondas acústicas e eléctricas. As cargas não-lineares geram harmónicos e estão nos sistemas industriais, nos AC e DC drives, nos sistemas UPS (harmónicos entre fases, desequilíbrio), comércio, em todo o

equipamento de escritório como computadores, lâmpadas econo-mizadoras, fotocopiadoras, entre outros. Há outras soluções para os problemas da qualidade de energia como o isolamento de cargas mais sensíveis aos harmónicos das cargas que os produzem, o uso de drives com configuração elevada de pulsos, o uso de transformado-res com acoplamentos especiais. João Vieira Pereira e Paulo Branco garantem que a melhor solução para os problemas dos harmónicos é o filtro activo que gera harmónicos iguais mas em oposição, ou seja, há um cancelamento de harmónicos pela geração de harmóni-cos iguais em oposição por equipamentos de filtros activos.

poupAr energiA só depende do consumidorComo enfrentar os desafios energéticos foi a questão colocada por Veiga Pedro da Schneider Electric se propôs responder, apresentan-do soluções de eficiência energética para os edifícios residenciais, comerciais e industriais, e ainda para os processos industriais. Se ocorrer uma melhoria na utilização energética na indústria e nos edifícios, os maiores consumidores, isso terá um enorme impacto na redução dos gases de efeito de estufa. Enumerou que a maior parte da energia é consumida no aquecimento, arrefecimento, motores, iluminação e nos aparelhos electrónicos.

Os desafios energéticos estão assentes no ponto de entrega, no for-necimento sem perturbações e com maior eficiência, mas o grande desafio parte do consumidor que deve conservar e gerir melhor a

PUB

José Augusto da área da Manutenção do Hospital de Tondela enalteceu que gostou

“muito dos três dias, foram todos muito bons e os conhecimentos foram aprofundados em

todos eles. Foram três dias bem passados, sobretudo o último porque são temas polémicos

e que geram alguma discussão por parte do público. A parte da manhã do dia de hoje foi

muito boa porque ainda há muitas dúvidas relativamente ao ITED, e ainda há muitas pessoas ainda não entenderam o que é a

Televisão Digital Terrestre.”

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

159

energia, e podem poupar até 30% da ener-gia. Para isso são necessários equipamentos eficientes e instalações eficazes de baixo consumo, uma utilização combinada de equipamentos e instalações, e um acompa-nhamento permanente e uma manutenção mais rigorosa. Mas estas poupanças podem ser rapidamente perdidas se não houver um planeamento eficaz ou uma boa gestão na paragem dos equipamentos e dos processos, na falta de automatização e de regulação e em procedimentos incorrectos. No final da apresentação ditou quatro pontos essenciais para medir facilmente a eficiência energéti-ca: medir, decidir no essencial, automatizar e monitorizar e evoluir. Nuno Carvalho da Legrand fechou o segundo dia da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas com uma apre-sentação sobre videoporteiros, quais as suas vantagens e a sua evolução tecnológica ao longo do tempo.

o pApel do Ati nAs telecomunicAçõesPaulo Mendes da ANACOM abriu o painel das telecomunicações, o primeiro painel do último dia do evento. Sérgio Ramos do ISEP, em representação da Quitérios, falou sobre a nova geração de ATI – Armário de Telecomu-nicações Individual. Falou sobre a 2.ª edição do Manual ITED que possui novos requisitos aproximados das Normas Europeias e que têm em consideração 4 fases de implementação de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios: planeamento, especificações deta-lhadas, instalação de acordo com os requisi-tos e especificações técnicas, e operação que consiste na manutenção da conectividade e dos requisitos de transmissão, especificados durante a vida da cablagem instalada. Com a crescente procura de larguras de banda cada vez maiores e a oferta de novos serviços torna-se necessário dotar os edifícios com novos serviços, como classes de superiores ao existente par de cobre, tecnologias de comunicação por difusão em par de cobre, tecnologias de comunicação por difusão em cabo coaxial com o incremento do valor da frequência, e fibra óptica. O ATI é um dispo-sitivo que faz parte da rede individual de tu-bagens, sendo normalmente constituído por

uma caixa e equipamentos activos e passivos, de interligação entre a rede colectiva ou de operador no caso das moradias, e a rede in-dividual de cabos.

televisão digitAl terrestre, o futuroLuís Peixoto representou a Televes, e abor-dou a Televisão Digital Terrestre (TDT), as suas vantagens e particularidades. Explicou que a TDT é um novo modo de difusão de sinais de televisão. E tal como o nome indica, o sinal é digital e é transmitido pelo espaço aéreo desde um emissor até aos receptores empregando as mesmas frequências, do que as da televisão analógica tradicional (canais do 21 ao 69). A TDT utiliza técnicas avança-das para converter um sinal analógico num sinal digital, que mais tarde se comprime conjuntamente com outros sinais para ser transmitido. A largura de banda para um canal de TDT é 81 MHz, ou seja, 5,4 vezes a largura de banda tradicional PAL. Mas os sistemas de compressão fazem com que se divida entre 100 a 150 sem grande perda de qualidade. Ou seja, na largura de banda de um canal tradicional (8 MHz) podem ser transmitidos entre 4 a 6 canais digitais.

Ainda referiu que os portugueses que apenas vêem os quatro canais actuais (5 nas regiões autónomas), através da televisão tradicional irão beneficiar de uma melhor experiência de televisão por 3 razões principais. A TDT disponibiliza, para além dos quatro canais, um canal em Alta Definição (HD – High De-finition) partilhado pelos operadores. Além disso permite funcionalidades avançadas de utilização da televisão, como sejam o Guia

TV (EPG), Barra de Programação, Pausa TV, gravação de emissão ou agendamento de gravações, e a qualidade da imagem e do som da emissão em TDT é muito superior à da actual emissão analógica, fruto sobretu-do da natureza digital do sinal (possibilidade do som Dolby Digital). No final, Luís Peixo-to declarou que as “Jornadas Tecnológicas são o único evento deste género em Por-tugal onde podemos informar e esclarecer os instaladores que ainda possuem muitas dúvidas sobre este tema que apresentei. Além disso, também é importante ouvirmos os instaladores e as suas preocupações, porque dessa forma tentamos melhorar os aspectos de que eles se queixam.”

A recepção e distribuição da TDT nas ITED foi abordada por José Couto da Teka. Explicou que o uso de um elevado número de porta-dores pode originar a necessidade de recor-rer a múltiplos e complexos moduladores ou desmoduladores e filtros, bem como exige o incremento da largura de banda. A Televi-são Digital Terrestre distribuiu-se na mesma gama de frequências da Televisão Digital Analógica, tendo consequências de ruído e atenuação similares em toda a rede de distri-buição. Os níveis de sinal digital em relação ao analógico na Cabeça de Rede devem ser estabelecidos tendo em conta a diferença de nível exigido na tomada. A coabitação ana-lógica, versus digital, permite a ampliação da banda larga, uma ampliação selectiva tendo um amplificador e duas configurações.

Rui Ramos da DEC.MEDIDA tomou conta da apresentação seguinte, e que encerrou o painel das Telecomunicações, onde explicou alguns princípios e medidas da Televisão Di-gital Terrestre. A modulação pode ser QPSK (Quaternary Phase Shift Keying – Modula-ção por Deslocamento de Fase em 4 Estado), QAM (Quadrature Amplitude Modulation – Modulação de Amplitude em Quadratura) e COFDM (milhares de portadoras moduladas em QPSK ou QAM), e esta depende do ca-nal de transmissão. A primeira adequa-se ao satélite, a segunda ao cabo e a terceira à transmissão terrestre. A medida de um sinal digital é calculada sobre toda a largura de banda do canal. O intervalo de guarda é ou-

revista técnico-profissionalREPORTAGEM o electricista

161

tra medida em digital que significa o tempo útil dos símbolos. Este tempo de guarda é inserido antes do símbolo, garantindo que, se o sinal for recebido por dois caminhos distintos com um atraso relativo entre estes, é inferior ao intervalo de guarda e coincidi-rá nos dois a informação contida dentro do tempo útil do símbolo do sinal principal.

presente e futuro com energiAs renováveisO último painel das Jornadas Tecnológicas foi dedicado às Energias Renováveis, um tema de grande aceitação por parte dos par-ticipantes no evento. Coube a António Sá da Costa da APREN – Associação de Energias Renováveis, fazer a abertura institucional do painel onde abordou o presente e o futuro

das energias renováveis no sector eléctrico. As orientações recentes da AIE – Agência In-ternacional a Energia em 2005, 35 países da OCDE + BRICS foram responsáveis por cerca de 80% da electricidade de energia renová-vel e, no mesmo ano, as fontes de energia renovável no mundo inteiro contabiliza-vam apenas 18% de electricidade gerada, incluindo a hidro-electricidade. No mesmo ano, as renováveis eram responsáveis por 13% do consumo para gerar calor, no en-tanto, apenas representavam 1% da energia consumida nos transportes.

Em 2030, a AIE espera que 29% da electrici-dade consumida venha de fontes renováveis

e que 7% seja consumida nos transportes também seja oriunda de energias renováveis. Por isso estabeleceram que em 2050, 50% da electricidade consumida seja de origem re-novável e assim, é de esperar que haverá uma redução em cerca de 50% das emissões de CO

2 quando comparados com os valores de 2005. Os projectos de energia são projectos a longo prazo e têm um quadro regulatório estável, porque a estabilidade é fundamen-tal na regulamentação técnica e no regime económico-financeiro. Para cumprir estes objectivos temos de aumentar a consciência relativamente à energia, estimular e aumen-tar o investimento privado, disseminar as boas práticas do sector, e assegurar e manter a consciência do público/consumidor. Indi-cou que os estados membros da União Eu-ropeia têm de apresentar até Junho de 2010 as suas NAPRE (National Action Plan for Re-newable Energy) com objectivos sectoriais e trajectórias e as medidas adequadas para os atingir, planos de transferência de objectivos excessivos de ou projectos conjuntos, o tipo de suporte de cada tipo de fonte renovável, e as medidas a tomar para ultrapassar as bar-reiras administrativas.

microgerAção e pAinéis fotovoltAicosFilipe Viana da Efacec fez a apresentação seguinte, onde explicou como decorre uma optimização de configuração de um pro-jecto tipo para microgeração fotovoltaica, explicando-o e como se configura um sis-tema deste sistema. A microgeração com fotovoltaicos ligados à rede consiste na im-plementação de uma formulação metodoló-gica genérica para a integração de sistemas de microgeração fotovoltaica, usando uma ferramenta informática de dimensionamen-to de sistemas de microgeração fotovoltai-ca. E antes disso tem de existir um estudo da actual oferta de mercado com base nas metodologias e ferramentas desenvolvidas. Filipe Viana defendeu que o novo website “Renováveis na Hora” tem várias vanta-gens no que diz respeito à microgeração fotovoltaica, e avisou que o sistema de li-cenciamento é muito simples. Podem ser produtores de electricidade por intermédio

de unidades de microgeração todas as en-tidades que possuam um contrato de com-pra de electricidade em baixa tensão. Um sistema de microgeração fotovoltaico ligado à rede tem de possuir módulos fotovoltai-cos, um inversor, ligação à rede eléctrica de distribuição, um contador universal de energia consumida e reduzida, um quadro geral e cargas. As pequenas variações, como é o caso da orientação, inclinação e som-bras existentes nos módulos fotovoltaicos em relação aos pontos considerados como adequados para uma instalação fotovoltai-ca não provocam perdas consideráveis nos sistemas de microgeração fotovoltaica. A rentabilidade económica destes sistemas é dependente do investimento por kW, e na potência de ligação à rede em kW.

Deodato Vicente da Weidmüller e Josué Mo-rais apresentaram-se no evento para falar sobre protecções nos painéis solares. O De-creto-Lei 363/2007 de 2 de Novembro criou um Sistema de Registo de Microprodução (SRM), que possui um regime simplificado de facturação e relação comercial, sem emissão de facturas e acertos de IVA pelos particu-lares. Possui dois regimes de remuneração, o geral para a generalidade das instalações e o bonificado para fontes renováveis de energia, condicionado à existência de um sistema solar térmico para os particulares e à realização de auditoria energética para os condomínios. A potência injectada na rede pode ir até aos 50% de potência contratada, excepto nos condomínios que estao limita-dos pelos regimes geral e bonificado. Se o somatório das potências de microprodução for superior a 25% da potência da PT, o distribuidor não pode aceitar mais micro-produtores naquela rede BT.

Josué Morais explicou que há duas formas de aproveitarmos a energia fotovoltaica, com sistemas isolados (electrificação rural, aplicações agrárias, bombeamento de água, telecomunicações, dessalinização, ilumina-ção pública, e outras) e em sistemas ligados à rede eléctrica com centrais fotovoltaicas e edifícios habitacionais com produção anexa. Até mesmo os painéis fotovoltaicos necessi-tam de uma protecção, ou seja, um sistema

O mais importante é a garantia de uma melhor informação dada

ao cliente. João Brito da Palissy Galvani engrandeceu o evento

e as comunicações, ditando que “as acções são muito

interessantes para as empresas participantes e também para as

concorrentes. Este evento são verdadeiras acções de formação

de elevada importância.”

revista técnico-profissional REPORTAGEM

13

o electricista

FV isolado que possui um inversor, um regulador, uma caixa de liga-ções, saídas AC e uma bateria, que protegem os sistemas fotovoltai-cos contra as sobretensões.

Aquecimento de águA e micro-cogerAçãoO tema do aquecimento de águas sanitárias com solar térmico foi o tema abordado por André Cruz da Vulcano, onde falou de várias solu-ções solares térmicas aplicadas no mercado nacional e nas suas van-tagens. O sistema termossifão é aplicado no sector doméstico, maio-ritariamente em moradias já existentes por ter uma instalação fácil e simples e ser adaptável a todo o tipo de cobertura. Além disso a esté-tica é menos agradável e o rendimento é mais baixo (adequado para 1 a 4 utilizadores), apesar de ser um sistema económico. O sistema solar de circulação forçada está mais direccionado para o sector doméstico unifamiliar, para moradias novas ou que tenham já sistema de apoio por acumulação. Permite consumos elevados e várias utilizações em simultâneo ao nível doméstico, e para além disso permite o tratamen-to da Legionella no depósito de acumulação de AQS. Para o sector do-méstico multifamiliar, André Cruz da Vulcano aconselhou os sistemas solares colectivos de fornecimento individual de AQS que fornecem o aquecimento de AQS totalmente individual por fracção. Possuem uma integração estética e um alto rendimento, e são soluções encastráveis de acumulação de AQS. Optimizam o custo de produção do kWh de aquecimento, são compatíveis com todo o tipo de coberturas e tipo-logias dos edifícios e a instalação hidráulica é simples.

E as comunicações da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas termina-ram com Manuel Fernandes e as razões da microcogeração ser uma realidade actual, em permanente crescimento. Tem uma melhor efi-ciência através da produção local de energia e transporte da mesma desde a rede pública, o que dá uma sensação de independência em relação à rede pública. Há uma evidente poupança de consumo de combustível e nas emissões de carbono para o cliente final e para as metas governamentais de carbono. O princípio da micro-cogeração passa pelo movimento feito pelo eixo de transmissão que aproveita a energia produzida pelo motor, e no caso da refrigeração nota-se que o ventilador dissipa para o ambiente o calor produzido no interior do motor. A micro-cogeração como solução pode poupar até 30% da energia primária e 35% das emissões de CO

2.

A 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas encerrou com as palavras de Júlio Almeida, que apresentou publicamente o website da revista “o electrcista”, www.oelectricista.pt, onde pode encontrar todas as novidades do mundo electrotécnico. Agradeceu a todos pela partici-pação positiva, e prometeu que o evento irá regressar em 2010 num outro local. No final foram sorteados alguns prémios.

Para mais informações

revista “o electricista”

Tel.: +351 225 899 628 | Fax: +351 225 899 629 | www.jornadastecnologicas.pt

PUB

revista técnico-profissionalFORMAÇÃO o electricista

formação{Artigo técnico formAtivo nº. 9}

Hilário Dias Nogueira (Eng.º)com o patrocínio de: IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

Neste número, apresentamos a resolução do exercício colocado na revista anterior. Apresenta-se também novo exercício cuja resolução será incluída na revista 30.

167

Resolução do exeRcício 9

Enunciado proposto na revista 28:Os recintos de espectáculo e divertimento público são pela sua natureza ambientes de grande risco em no caso de incêndio.As inspecções visuais devem ser de grande preocupação para os responsáveis pela execução destas instalações e na actividade de exploração as inspecções periódicas de particular importância para a segurança de pessoas e bens.

Os técnicos que se ocupam destas inspecções devem ser qualificados e preparados adequadamente para este tipo de trabalho.

Sugere-se que faça uma tabela resumida onde seja indicado os principais pontos de inspecção destas instalações, tanto no que concerne a ensaios visuais como a ensaios funcionais.

Recintos de espectáculos – são locais que de certo modo estão sujeitos a ocupação por elevado número de pessoas e têm de ser observados com um cuidado redobrado quanto a segurança destas, pois normalmente são de difícil evacuação e a ocorrência de um incêndio pode causar enormes danos a pessoas e materiais.

Nestes locais as instalações eléctricas devem ser efectuadas com

segurança tendo em vista dois aspectos fundamentais:› Não sejam fontes geradoras de incêndio› Não sejam elementos facilitadores da propagação de chamas

gerados por outras causas.

Verifica-se que os cabos eléctricos e de telecomunicações têm grande influência na propagação de incêndios. É por esta razão que se condiciona a selecção das canalizações de forma a obter um comportamento adequado a estes locais, tendo como base os aspectos que são focados no regulamento de segurança contra incêndios:

› Baixa emissão de fumos e dos gases que se podem libertar du-rante o incêndio.

› Não propagação do fogo› Resistência ao fogo

notA: os cabos retardantes ao fogo classificam-se tendo como símbolo

«frt» e possuem bainha exterior de cor verde. Com as mesmas características,

mas também resistentes ao fogo classificam-se os cabos com o símbolo «frs»

possuindo bainha exterior mas de cor laranja. (ver imagem abaixo)

Assim, para os locais com risco de incêndio sugere-se:› inspecção Visual› ensaios funcionais› Verificações periódicas

Policloreto de vinilo (VV) em instalações normais Policloreto de vinilo (VV «frts») em

instalações retardantes e resistentes ao fogo, instalações de segurança.

Secção 512.2.4, Quadros Q51-A BD2; BD3 e BD4 – canalizações retardantes à propagação de chamas. BE2 – Retardante e não propagador de chamas.

revista técnico-profissionalITED o electricista

Rede de Cabos

Edifícios residenciais: Rede colectiva› Pares de Cobre tem de ser no mínimo Cat.6, um cabo por fracção

autónoma;› Obrigatoriedade duas Fibra Óptica monomodo por fracção;› Redes coaxiais até 2,4 GHz;› Obrigatória uma topologia em estrela

› Na rede de cabos coaxiais em CATV;› Na rede de pares de cobre;› Na rede de Fibra óptica;

› Obrigatória a rede de MATV para edifícios com duas ou mais frac-ções, sempre uma topologia que melhor se ajuste ao edifício, reco-menda-se uma topologia em estrela;

Edifícios residenciais:Rede individual› Rede de pares de cobre Mínimo Cat.6;› Obrigatoriedade duas Fibra Óptica monomodo (para a ZAP);› No caso de moradias entre CEMU e ATI

› Facultativo o cabo coaxial;› Facultativo o cabo de duas fibras ópticas;› Obrigatório o cabo de pares de cobre;

› Redes coaxiais até 2,4 GHz;› A ZAP é obrigatória em edifícios residenciais

› Duas tomadas de pares de cobre;› Duas tomadas de cabos coaxiais;› Duas tomadas de Fibra ópticas;

CoNdUTas de aCesso a) No ETS, os tubos da PAT devem ter o diâmetro nominal mínimo de

40mm;b) No ETI, no caso das entradas subterrâneas, a profundidade míni-

ma de enterramento é de 0,6m;c) Os tubos das condutas de acesso subterrâneo, de ligação às CV,

não deverão ter curvas com ângulo inferior a 120º. As dimensões destes tubos estão definidas na tabela 1.

d) A ligação por via subterrânea às CV, quando não for realizada através de tubos, deverá ter o dimensionamento mínimo útil idên-tico ao considerado para estes;

169

ficha técnica n.º 7 {CaRaCTeRIZaÇÃo das ITed, segUNdo o maNUal de ITed

2º edIÇÃo de 21 de maIo de 2009}

e) A inclinação no sentido ascendente dos tubos das condutas de entrada, quer na PAT quer na entrada de cabos do ETI, não deve ser inferior a 10%.

Quadro 1 . Dimensionamento das ligações às caixas de visita (adaptado do Ma-

nual ITED - 2.º edição, página 110).

Rede de TUbageNsO projectista deve tomar em consideração o definido no ponto 2.5.2 do manual de ITED, relativamente aos materiais e dispositivos a utili-zar na composição das Redes de Tubagem.

Salienta-se que a designação de diâmetro nominal dos tubos é equivalente ao diâmetro exterior e por sua vez coincide com o diâmetro comercial.

O diâmetro interior refere-se ao diâmetro útil, calculado de acordo com a fórmula dos diâmetros de tubagem.

Paulo MonteiroFormador da ATEC - Academia de Formação

DIMENSIONAMENTO DAS LIGAÇÕES ÀS CV, POR TUBOS

TIPO DE EDIFÍCIO TUBOS

Moradia unifamiliar 2 x Ø40

Edifícios residenciais de 2 a 4 FA 3 x Ø50

Edifícios residenciais de 5 a 10 FA 3 x Ø63

Edifícios residenciais de 11 a 22 FA 3 x Ø75

Edifícios residenciais de 23 a 44 FA 4 x Ø75

Edifícios residenciais com mais de 44 FA

A definir pelo projectista(no mínimo 4 x Ø90)

Edifícios de escritórios, comerciais, industriais e especiais

A definir pelo projectista (no mínimo 3 x Ø50)

dIÂmeTRo NomINal =

dIÂmeTRo eXTeRIoR=

dIÂmeTRo ComeRCIal

dIÂmeTRo INTeRIoR=

dIÂmeTRo ÚTIl

revista técnico-profissionalConsultório ElECtrotéCniCo o electricista

consultório electrotécnicoIXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

O “Consultório Electrotécnico” continua a responder às questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias renováveis que nos têm sido colocadas. O e-mail [email protected] está também disponível no sítio www.ixus.pt está ao dispor. Aguardamos as vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Maio e Julho de 2009.

P1: Um prédio é alimentado com energia desde 2000. Tem garagens “box” individuais com contadores também e com Potência de 1,15 kVA. Um dos condóminos quer alterar a potência da sua box (ga-ragem) para 3,45 kVA ou 6,9 kVA. Quais as alterações ao projecto tendo em vista este assunto.R1: Primeiro, deverá saber qual a potência para que instalação foi certifi-cada. Se tiver sido certificada para uma potência inferior à que pretende deverá pedir à Certiel a certificação para a nova potência. No entanto deve a instalação ser analisada se está em conformidade com a potência a cer-tificar e se carece de alteração da entrada e/ou da coluna (se existir) que a alimenta.

P2: Têm-me comunicado alguns técnicos que está a ser exigida a ligação das bainhas de protecção dos cabos VAV através de trança de cobre com secção de 25 mm², estanhada na bainha e apertada por terminal de cravação ao barramento geral de terra (BGT). Ponto 1: No caso de cabos VAV para sinais de comando (2x1,5 por exemplo) a trança (25 mm²) fica bastante desproporcionada do pró-prio cabo.- Pode utilizar-se um outro processo como por exemplo a ligação com cabo multifilar (Verde/Amarelo) de 4 mm²? - A ligação à bainha tem de ser feita por estanhagem, ou pode ser utilizado outro sistema de aperto mecânico, como por exemplo abra-çadeiras metálicas de aperto por parafuso?Ponto 2: Para a ligação equipotencial entre elementos condutores em estações elevatórias (tubagens, filtros metálicos, outros)- Pode utilizar-se H05V-F (verde/amarelo) para esse efeito?- Qual a secção mínima? (4 mm²)Atendendo a que a ligação se faz usualmente por terminais aperta-dos em parafusos soldados à tubagem:- Podem colocar-se mais de 2 terminais por parafuso, ou podem de-rivar várias ligações do mesmo parafuso? (sem barramento de cobre)- Sendo necessário garantir a continuidade das ligações equipoten-ciais, quando se retira um dos elementos condutores a mesma pode ser quebrada. Aceita-se a cravação de 2 condutores no mesmo ter-minal, de modo que se esse terminal for desapertado a continuidade

do condutor de equipotencialidade é mantida para juzante. (ex: cra-var 2 condutores de 4 mm² juntos num terminal de 10mm²) - Se possível, agradecia alguma indicação que remeta para os artigos correspondentes das Regras Técnicas.R2: Relativamente ao preambulo, o que se pode dizer é que depende do tipo de Instalação de Utilização (IU), pois caso seja uma IU que obrigue a canalizações da classe II ou então cabos com bainha metálica, estas devem ser ligadas à terra e nas condições da Secção 547.1 das RTIEBT.A utilização de trança de cobre estanhada, está a ser aplicada nas Redes de Distribuição de acordo com o art.º 59.º do Regulamento (Decreto Regu-lamentar N.º 90/84 de 26 de Dezembro), e com a DMA da EDP e que esta exige em trança. Quanto ao ponto 1: Pode-se desde que se respeite a Secção já referenciada. A ligação deve ser feita de forma que garanta indefinidamente a continuidade.Quanto ao ponto 2: 1.ª Questão - Pode desde que sejam respeitadas as condições da Secção 543 das RTIEBT.2.ª Questão - Pode derivar mais que 2 terminais no mesmo parafuso.3.ª Questão – Não, cada condutor deverá ter o seu terminal. Em caso de necessidade de desligar algum, deverá garantir que os restantes mante-nham a continuidade.NOTA: Analisando a Secção 54 das RTIEBT, encontrará muitas respostas às dúvidas colocadas.

P3: Tenho uma questão em relação aos locais com risco de incêndio BE2 que é a seguinte: Neste tipo de locais (BE2) tais como salas de arquivo, reprografia, parques de estacionamento, etc., os cabos a utilizar nas instalações de iluminação normal e de tomadas devem ser ignífugos, retardantes ao fogo?Assim sendo a questão que coloco é se neste aditamento poderei considerar os coeficientes das RTIEBT em vez dos considerados no art. 25 RSICEE.R3: Nos locais com riscos de incêndio, BE2, quando não embebidos em materiais não incombustíveis, as canalizações eléctricas não devem ser propagadoras de chama nem produzir gases ou fumos tóxicos, devendo

175