resumo o homem e sistema jurídico bianchi

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http://br.groups.yahoo.com/group/direitounb2007-1/ O HOMEM E SEU SISTEMA JURÍDICO H. Bianchi Por que o Homem Cria o Direito? - Medo de alguma coisa. - Desejo de defender sua identidade. - Necessidade de exercer o poder. - Tendência (forte ou fraca) à união. - Constatar maneiras corretas de proceder. - Submeter a desigualdade a regras e instituições (status). - Satisfazer à sua tendência lúdica. motivações positivas motivações negativas Questionar criticamente a necessidade do uso do direito e a adequação à época. Direito de maneira polarizante: medo e poder. - tentativa dos membros de um sistema jurídico de proteger-se da ausência do direito. - sistema traçado pelos poderosos para oprimir Marx, Nieztche, Platão: ideologias a partir do pensamento polarizador. Medo e poder: complementares. “Proteção efetiva contra o medo sempre provoca um sistema de poder”. Antigas ditaduras X Atuais sistemas sócio-econômicos Direito Poder Submissão Recompensa Oposição Ameaça Poder por trás do direito – Política, Relações Jurídicas Internacionais. homens Poder sistemas Colaboração: Priscila Koshiho

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Page 1: Resumo O Homem e Sistema Jurídico Bianchi

http://br.groups.yahoo.com/group/direitounb2007-1/

O HOMEM E SEU SISTEMA JURÍDICO

H. Bianchi • Por que o Homem Cria o Direito?

- Medo de alguma coisa. - Desejo de defender sua identidade. - Necessidade de exercer o poder. - Tendência (forte ou fraca) à união. - Constatar maneiras corretas de proceder. - Submeter a desigualdade a regras e instituições (status). - Satisfazer à sua tendência lúdica.

motivações positivas

motivações negativas

• Questionar criticamente a necessidade do uso do direito e a adequação à época. • Direito de maneira polarizante: medo e poder.

- tentativa dos membros de um sistema jurídico de proteger-se da ausência do direito. - sistema traçado pelos poderosos para oprimir

• Marx, Nieztche, Platão: ideologias a partir do pensamento polarizador. • Medo e poder: complementares.

“Proteção efetiva contra o medo sempre provoca um sistema de poder”.

• Antigas ditaduras X Atuais sistemas sócio-econômicos Direito → Poder Submissão Recompensa

Oposição Ameaça • Poder por trás do direito – Política, Relações Jurídicas

Internacionais. homens

Poder sistemas

Colaboração: Priscila Koshiho

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• O Sistema Regras e formas jurídicas - Contexto sistemático - Mantidas por regras de sanções - Outras regras ligadas (hierarquicamente ou paralelamente) - O sistema tende à continuidade (sistema jurídico também) Continuidade do sistema jurídico - BOM: Planejamento, satisfação das motivações jurídicas - RUIM: Injustiças inerentes passam a pesar – povo oprimido

(sistema mantém-se só pela força) • Sistemas Jurídicos

- Estáticos: 1. Tudo totalmente determinado, regras não mudam.

2. Modificações são assimiladas pelas regras. - Dinâmicos: Mudanças desiguais nos diversos domínios do

direito. • Sistemas jurídicos abertos – Permite melhor eliminar as injustiças,

melhor adaptar o homem e seu sistema, maior liberdade à decisão individual (sacrifício do individuo para a continuidade do sistema).

Homem x seu sistema jurídico - adaptação (exigência do sistema, varia com as pessoas e com os lugares - ocidente/oriente). - conformismo • Todos os sistemas jurídicos só admitem aquele grau de tolerância

que não comprometa sua continuidade. • Tolerância varia, nas diversas culturas, quanto aos valores

resguardados. • CONFLITO e HARMONIA

- contradição ou harmonia do homem com o seu sistema. - Harmonia: não há prioridade de um em relação ao outro. Homem é um fim em si, mas também é meio para o bem comum. O participante confia no sistema, se identifica com e se sacrifica por ele. Os interesses do sistema estão na mesma linha dos do participante. - Conflito: Indivíduo considera o homem como o fim em si e o sistema como meio para a finalidade da auto-realização,

Colaboração: Priscila Koshiho

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questiona-se sobre o sacrifício a fazer, indivíduo autônomo, sistema objeto.

- Na harmonia, o bem adaptado ao sistema quer levar harmonia aos outros e aceita os divergentes na esperança de que mudem. No conflito, aceita-se o outro na sua diversidade.

- Tribunais deveriam se preocupar se o réu está em harmonia ou em conflito.

- Sociedade harmonia: problemas sociais e jurídicos são desvios da norma estabelecida.

- Sociedade conflito: falta de adaptação compreensível. - Conflito: pode ser chance do homem realizar seus valores. É

sorte reservada a bem poucos e exige demais da resistência do indivíduo.

• O direito é um produto de grupo de homens

- Elaborado por grupo pequeno (juristas) – Rituais. - Grupo pequeno, coeso, tende à afiliação. - Afiliação: tendência da sociedade (reunir-se) usando, para isso, o direito. Ex.: fundações, grupos, institutos. - Classe dos juristas (terminologia técnica + ritual próprio) = coesão (traz efeito de exclusão). - Pessoas que desejam usar o sistema jurídico para seus fins, o estimam por ser exclusivo (cliente é consciente que a outra parte litigante também é excluída). - Rituais e jargões jurídicos não são motivos para crise de confiança (pessoas até admiram por servir aos seus interesses). - Rituais, jargões, se abolidos , ressurgem de novas formas.

• Afiliação como fonte do direito

- O emprego do direito exerce função de identificação (respeito pelos que agem como nós e agressividade para com os diferentes). - necessidade de afiliação (tão elementar que não deveria ser derivada do medo). - Direito só pode libertar do medo e proteger a tendência à afiliação se as pessoas forem conformistas. - Afiliação + proteção contra o medo = crescente agressão. Ex.: Nazismo (diferentes bodes expiatórios como projeção da própria incerteza). - Direito é pervertido quando se cede a projeções do medo.

• Estigmatização

- Direito: fixar em regras as igualdades e as desigualdades dos homens.

Colaboração: Priscila Koshiho

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- Iguais perante o direito (nunca se disse) ≠ Iguais perante a lei - Direito: * Parte da igualdade econômica, em principio, de

todos os homens. * Propriedade de ratificar as diferenças sociais

(estáveis). * Mobilidade de status (alcance do poder). * Sistema dinâmico (mobilidade).

• Outorga de status1 (papéis, posições) tem mais conseqüências, no

nosso sistema jurídico, que a outorga de poder. • Direito se abstém de um julgamento moral e não precisa declarar

nada sobre o valor de uma ação em si, porque o direito põe em funcionamento certo ritual de acordo com a ligação da avaliação de ações a determinados papéis e posições. • A motivação para a criação do direito necessita da constatação do

registro das ações certas (recompensa) e das erradas (punição). • Assinalar os homens que praticam o erro → motivação. A

jurisprudência assinala o que é errado segundo o sistema jurídico em vigor. Todos os membros podem participar da consciência coletiva. • Estigmatização:

1. Uso de marcar as pessoas que se comportam de maneira divergente da estabelecida pela sociedade, afim de torná-las reconhecíveis (Antiguidade – Escravos e criminosos, Europa Ocidental séc. XVIII – Ferro em brasa).

2. Aplicação de um sinal numa pessoa, pelo qual se exprime que esta fica ritualmente marcada e manchada, sendo melhor se desviar do seu caminho em público.

3. Espécie do gênero da esteriotipização (observações de estruturas simples a respeito de grupos de pessoas ou representantes). Tanto pode ser negativo, quanto positivo.

4. Rebaixamento em seu status sócio-econômico, degradação de status, pensar uma pessoa com suposição de qualidades negativas atribuídas.

• Tipos de estigma:

o Características corporais anormais. o Raça, religião, nacionalidade. o Diferenças de caráter.

• Direito é empregado para regularizar a estigmatização. Direito

conhece as cerimônias de degradação – procede uma estigmatização. Ex.: África do Sul, Alemanha nazista.

1 Status: Desempenha um papel e assume posição ligada a expectativas de comportamento.

Colaboração: Priscila Koshiho

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• Quem executa a estigmatização? - Ex.: doente mental (peritos, juiz, público). Alguns casos: estigmatização imprópria.

• Estigmatização → convertimento do direito em injustiça

(criminosos). - Penas modernas, devido a estigmatização, criminoso é condenado por toda a vida, não recupera nunca seu status anterior (exclusão). - Por estigmatização em nossa sociedade: doença mental.

• Indivíduo X Estrutura social

Algumas soluções no direito: 1. Direito: coação de modo correto e legítimo. 2. Deixamos de fora do direito alguns problemas humanos ou

deixamos de considerar o poder no direito. • Direito penal: + forte se sente o fator poder.

- limites imprecisos com os outros ramos do direito. - dificilmente pode ser modificado.

• Sistemas jurídicos deveriam tentar transferir os crimes

patrimoniais para outra parte que não o sistema penal. • Sistemas jurídicos deveriam retirar de si o fator poder (perverte o

direito). Motivações não jurídicas (poder, medo, aversão e afiliação) criam o direito mas o tornam impuro.

- medo e tendência à afiliação = excluir e estigmatizar. - Não conseguimos manter puros os motivos que levam à observância das normas.

• Problema da justiça → só está certa quando torna os homens

livres, cumprindo o que promete.

* * *

Observação: A professora Gloreni destacou que, nesse texto, o problema da pesquisa é: a função do sistema penal. O problema é respondido na última parte do texto (estigmatização).

Colaboração: Priscila Koshiho