resumo o homem e sistema jurídico bianchi
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O HOMEM E SEU SISTEMA JURÍDICO
H. Bianchi • Por que o Homem Cria o Direito?
- Medo de alguma coisa. - Desejo de defender sua identidade. - Necessidade de exercer o poder. - Tendência (forte ou fraca) à união. - Constatar maneiras corretas de proceder. - Submeter a desigualdade a regras e instituições (status). - Satisfazer à sua tendência lúdica.
motivações positivas
motivações negativas
• Questionar criticamente a necessidade do uso do direito e a adequação à época. • Direito de maneira polarizante: medo e poder.
- tentativa dos membros de um sistema jurídico de proteger-se da ausência do direito. - sistema traçado pelos poderosos para oprimir
• Marx, Nieztche, Platão: ideologias a partir do pensamento polarizador. • Medo e poder: complementares.
“Proteção efetiva contra o medo sempre provoca um sistema de poder”.
• Antigas ditaduras X Atuais sistemas sócio-econômicos Direito → Poder Submissão Recompensa
Oposição Ameaça • Poder por trás do direito – Política, Relações Jurídicas
Internacionais. homens
Poder sistemas
Colaboração: Priscila Koshiho
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• O Sistema Regras e formas jurídicas - Contexto sistemático - Mantidas por regras de sanções - Outras regras ligadas (hierarquicamente ou paralelamente) - O sistema tende à continuidade (sistema jurídico também) Continuidade do sistema jurídico - BOM: Planejamento, satisfação das motivações jurídicas - RUIM: Injustiças inerentes passam a pesar – povo oprimido
(sistema mantém-se só pela força) • Sistemas Jurídicos
- Estáticos: 1. Tudo totalmente determinado, regras não mudam.
2. Modificações são assimiladas pelas regras. - Dinâmicos: Mudanças desiguais nos diversos domínios do
direito. • Sistemas jurídicos abertos – Permite melhor eliminar as injustiças,
melhor adaptar o homem e seu sistema, maior liberdade à decisão individual (sacrifício do individuo para a continuidade do sistema).
Homem x seu sistema jurídico - adaptação (exigência do sistema, varia com as pessoas e com os lugares - ocidente/oriente). - conformismo • Todos os sistemas jurídicos só admitem aquele grau de tolerância
que não comprometa sua continuidade. • Tolerância varia, nas diversas culturas, quanto aos valores
resguardados. • CONFLITO e HARMONIA
- contradição ou harmonia do homem com o seu sistema. - Harmonia: não há prioridade de um em relação ao outro. Homem é um fim em si, mas também é meio para o bem comum. O participante confia no sistema, se identifica com e se sacrifica por ele. Os interesses do sistema estão na mesma linha dos do participante. - Conflito: Indivíduo considera o homem como o fim em si e o sistema como meio para a finalidade da auto-realização,
Colaboração: Priscila Koshiho
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questiona-se sobre o sacrifício a fazer, indivíduo autônomo, sistema objeto.
- Na harmonia, o bem adaptado ao sistema quer levar harmonia aos outros e aceita os divergentes na esperança de que mudem. No conflito, aceita-se o outro na sua diversidade.
- Tribunais deveriam se preocupar se o réu está em harmonia ou em conflito.
- Sociedade harmonia: problemas sociais e jurídicos são desvios da norma estabelecida.
- Sociedade conflito: falta de adaptação compreensível. - Conflito: pode ser chance do homem realizar seus valores. É
sorte reservada a bem poucos e exige demais da resistência do indivíduo.
• O direito é um produto de grupo de homens
- Elaborado por grupo pequeno (juristas) – Rituais. - Grupo pequeno, coeso, tende à afiliação. - Afiliação: tendência da sociedade (reunir-se) usando, para isso, o direito. Ex.: fundações, grupos, institutos. - Classe dos juristas (terminologia técnica + ritual próprio) = coesão (traz efeito de exclusão). - Pessoas que desejam usar o sistema jurídico para seus fins, o estimam por ser exclusivo (cliente é consciente que a outra parte litigante também é excluída). - Rituais e jargões jurídicos não são motivos para crise de confiança (pessoas até admiram por servir aos seus interesses). - Rituais, jargões, se abolidos , ressurgem de novas formas.
• Afiliação como fonte do direito
- O emprego do direito exerce função de identificação (respeito pelos que agem como nós e agressividade para com os diferentes). - necessidade de afiliação (tão elementar que não deveria ser derivada do medo). - Direito só pode libertar do medo e proteger a tendência à afiliação se as pessoas forem conformistas. - Afiliação + proteção contra o medo = crescente agressão. Ex.: Nazismo (diferentes bodes expiatórios como projeção da própria incerteza). - Direito é pervertido quando se cede a projeções do medo.
• Estigmatização
- Direito: fixar em regras as igualdades e as desigualdades dos homens.
Colaboração: Priscila Koshiho
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- Iguais perante o direito (nunca se disse) ≠ Iguais perante a lei - Direito: * Parte da igualdade econômica, em principio, de
todos os homens. * Propriedade de ratificar as diferenças sociais
(estáveis). * Mobilidade de status (alcance do poder). * Sistema dinâmico (mobilidade).
• Outorga de status1 (papéis, posições) tem mais conseqüências, no
nosso sistema jurídico, que a outorga de poder. • Direito se abstém de um julgamento moral e não precisa declarar
nada sobre o valor de uma ação em si, porque o direito põe em funcionamento certo ritual de acordo com a ligação da avaliação de ações a determinados papéis e posições. • A motivação para a criação do direito necessita da constatação do
registro das ações certas (recompensa) e das erradas (punição). • Assinalar os homens que praticam o erro → motivação. A
jurisprudência assinala o que é errado segundo o sistema jurídico em vigor. Todos os membros podem participar da consciência coletiva. • Estigmatização:
1. Uso de marcar as pessoas que se comportam de maneira divergente da estabelecida pela sociedade, afim de torná-las reconhecíveis (Antiguidade – Escravos e criminosos, Europa Ocidental séc. XVIII – Ferro em brasa).
2. Aplicação de um sinal numa pessoa, pelo qual se exprime que esta fica ritualmente marcada e manchada, sendo melhor se desviar do seu caminho em público.
3. Espécie do gênero da esteriotipização (observações de estruturas simples a respeito de grupos de pessoas ou representantes). Tanto pode ser negativo, quanto positivo.
4. Rebaixamento em seu status sócio-econômico, degradação de status, pensar uma pessoa com suposição de qualidades negativas atribuídas.
• Tipos de estigma:
o Características corporais anormais. o Raça, religião, nacionalidade. o Diferenças de caráter.
• Direito é empregado para regularizar a estigmatização. Direito
conhece as cerimônias de degradação – procede uma estigmatização. Ex.: África do Sul, Alemanha nazista.
1 Status: Desempenha um papel e assume posição ligada a expectativas de comportamento.
Colaboração: Priscila Koshiho
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• Quem executa a estigmatização? - Ex.: doente mental (peritos, juiz, público). Alguns casos: estigmatização imprópria.
• Estigmatização → convertimento do direito em injustiça
(criminosos). - Penas modernas, devido a estigmatização, criminoso é condenado por toda a vida, não recupera nunca seu status anterior (exclusão). - Por estigmatização em nossa sociedade: doença mental.
• Indivíduo X Estrutura social
Algumas soluções no direito: 1. Direito: coação de modo correto e legítimo. 2. Deixamos de fora do direito alguns problemas humanos ou
deixamos de considerar o poder no direito. • Direito penal: + forte se sente o fator poder.
- limites imprecisos com os outros ramos do direito. - dificilmente pode ser modificado.
• Sistemas jurídicos deveriam tentar transferir os crimes
patrimoniais para outra parte que não o sistema penal. • Sistemas jurídicos deveriam retirar de si o fator poder (perverte o
direito). Motivações não jurídicas (poder, medo, aversão e afiliação) criam o direito mas o tornam impuro.
- medo e tendência à afiliação = excluir e estigmatizar. - Não conseguimos manter puros os motivos que levam à observância das normas.
• Problema da justiça → só está certa quando torna os homens
livres, cumprindo o que promete.
* * *
Observação: A professora Gloreni destacou que, nesse texto, o problema da pesquisa é: a função do sistema penal. O problema é respondido na última parte do texto (estigmatização).
Colaboração: Priscila Koshiho