resumo livro "o príncipe"

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Resumo

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RESUMO DO LIVRO O PRNCIPE NICOLAU MAQUIAVELTRADUO DE DOMINIQUE MAKINS

FILIPE LOPES JAN 2015INCIO

Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu O PRNCIPE em 1513 que s foi publicado em 1532, dedicou a Loureno de Mdici II na esperana que este assumisse a empreitada de expulsar da Itlia os invasores e mercenrios estrangeiros. perodo do Renascimento.

CAP III - SOBRE PRINCIPADOS MISTOS

Lus tinha, portanto, cometido cinco erros: eliminou os menos fortes, engrandeceu um dos grandes poderes da Itlia, trouxe um poder estrangeiro, no foi habitar no pas e no instalou colnias. Erros que, se ele tivesse vivido, no teriam sido grandes o suficiente para feri-lo caso no tivesse um sexto erro, ao tirar os seus dos domnios dos venezianos. Pois, se no tivesse tornado grande a igreja, nem introduzido a Espanha na Itlia, teria sido bem razovel e necessrio enfraquece-los, mas como tomou as outras medidas anteriores, nunca deveria ter consentindo com a runa deles, pois eles, sendo poderosos, teriam sempre mantido outros longe da Lombardia.

CAP IV POR QUE O REINO DE DARIO, CONQUISTADO POR ALEXANDRE, NO SE REBELOU CONTRA OS SUCESSORES DELE APS SUA MORTE.

Os exemplos desses dois tipos de governo so o Turco e o rei da Frana. Toda monarquia turca governada por um nico senhor, os outros so seus servos; dividindo seu reino em sanjaks, ele envia diversos administradores e os troca e muda quando quiser. Mas o rei da Frana est em meio a vrios senhores antigos, reconhecidos pelos seus sditos e amados por eles, eles tem suas prprias prerrogativas, e o rei no pode priva-los delas sem se colocar em perigo.O estado turco uma vez conquista, ter facilidade em mant-lo. O contrrio ocorre nos reinos que so governados como o da Frana, porque se pode facilmente invadi-los, obtendo o apoio de algum baro do reino. Estas pessoas, podem abrir o acesso quele estado e facilitar a vitria; mas, se voc quiser manter a conquista, encontrar infinitas dificuldades. No o suficiente acabar com a famlia do prncipe, pois os senhores que permanecem se tornam chefes das novas revolues contra voc, e como voc no pode nem content-los nem extermina-los, perde aquele estado assim que aparece a oportunidade.

CAP V SOBRE COMO GOVERNAR CIDADES OU PRINCIPADOS QUE VIVIAM SOBRE LEIS PRPRIAS ANTES DE SEREM ANEXADOS.

Quando os estados que forem adquiridos estiverem acostumados a viver sob leis prprias e em liberdade, existem trs caminhos que podem ser trilhados por aqueles que desejam mant-los, o primeiro: arruin-los, o segundo habit-los, terceiro, permitir que vivam sob suas prprias leis, arrecadando um tributo e criando dentro dele uma oligarquia que se manter fiel.

CAP VI SOBRE NOVOS PRINCIPADOS CONQUISTADOS COM ARMAS E HABILIDADES PRPRIAS.

Um homem sbio deve sempre seguir os cominhos trilhados por grandes homens, e imitar aqueles que tm sido supremos, para que, caso a habilidade no se iguale deles, pelo menos voc poder chegar perto. Deixe que ajam como os arquitetos espertos, querendo atingir um ponto que parece estar muito distante e , sabendo os limites dos seus arcos, miram muito alm do ponto que querem atingir, no para alcanar com sua flecha tanta altura, mas para poder, com a ajuda de uma mira to alta atingir seu alvo. Devo dizer que Moiss, Ciro, Rmulo, Teseu, dentre outros, so excelentes exemplos. Aqueles que por suas virtudes se tornam prncipes, como esses homens, conquistam um principado com dificuldade, mas conservam-no com facilidade.Todos os profetas armados venceram e os desarmados foram destrudos. Alm das razes j descritas, a natureza dos povos varia e, enquanto fcil persuadi-los de uma coisa, difcil firm-los nessa persuaso. E portanto, assim necessrio tomar tais medidas para que, quando no acreditarem mais, se possa faz-los crer pela fora.

CAP VII SOBRE PRINCIPADOS NOVOS CONQUISTADOS COM ARMAS DOS OUTROS OU COM SORTE.

Aqueles que se tornam prncipes aps serem cidados comuns devido sorte tm pouco trabalho para conseguir isso, mas apenas com muito esforo assim se mantm. Eles no encontram nenhuma dificuldade pelo caminho, porque sobem voando, mas encontram muitas dificuldades quando chegam ao topo. Eles tambm no tm a sabedoria necessria para manter a posio. Aqueles alicerces que outros estabeleceram ANTES de eles se tornarem prncipes, eles precisam estabelecer DEPOIS. Quem no lana os alicerces primeiro, com muita habilidade, poder estabelec-los mais tarde, mas ao serem estabelecidos,, traro aborrecimentos as arquiteto e perigo ao edifcio.Portanto, aquele que achar necessrio se assegurar no seu novo proncipado, fazer amigos vencer ou pela fora ou pela fraude, fazer-se amado e temido pelo povo, eliminar aqueles que tm poder ou razes para feri-lo, trocar a ordem antiga das coisas por nova ordem, ser severo e grato, destruir uma milcia infiel e criar uma nova, manter a amizade dos reis e dos prncipes, de modo que o ajudem com zelo ou ofendam com temor.

CAP VIII SOBRE AQUELES QUE CONQUISTARAM UM PRINCIPADO ATRAVZ DA PERVERSIDADE.

Podemos notar que ao ocupar um estado o usurpador deve examinar de perto todas as feridas que ser necessrio causar e faz-las de uma vez, para no precisar repeti-las a cada dia, e assim ao dar segurana aos homens, ele poder conquist-los com benefcios. Aquele que fizer de outra forma ter sempre de manter a faca na mo, no podendo nunca confiar em seus sditos. Pois as feridas devem ser feitas todas de um vez, para que, ao serem sentidas por menos tempo, ofendam menos; j os benefcios devem ser feitos aos poucos, para que sejam mais bem apreciados. Um prncipe deve viver com seus sditos para que nada inesperado bom ou ruim o faa mudar.

CAP IX SOBRE UM PRINCIPADO CIVIL

Um principado criado ou pelo seu povo ou pelos poderosos, conforme uma ou outra destas partes tenha oportunidade. Os poderosos, ao ver que no conseguem resistir ao povo, comeam a aumentar a reputao de um dentre eles e o tornam prncipe para poderem, sob sua sombra realizar as suas ambies. O povo, vendo que no pode resistir aos poderosos, tambm engrandece a reputao de um entre eles e faz o prncipe para que possa ser defendido pela sua autoridade. Aquele que se torna prncipe com a ajuda dos poderosos se mantm com mais dificuldade do que aquele que chega ao posto pelo povo, pois se encontra cercado de pessoas que o consideram igual e por causa disso ele no pode nem reinar sobre eles nem gerenci-los da forma que gostaria. Mas aquele que chega ao principado devido a vontade do povo se encontra sozinho e no tem ningum, ou tem poucos sua volta, que no estejam prontos para obedec-lo.Por isso quem se torna prncipe mediante o desejo do povo deveria continuar amigo dele, e isso ele pode fazer facilmente, j que a nica coisa que lhe pede que no seja oprimido. Mas aquele que contrrio ao desejo do povo, se torna prncipe devido ao desejo dos poderosos, deve sobretudo tentar ganhar o apoio do povo, e isto ele pode fazer com facilidade, assumindo sua proteo. Pois homens que recebem o bem de quem esperavam somente o mal, tornam-se mais ligados ao seu benfeitor, e assim o povo se torna rapidamente mais devoto a ele do que se o tivesse levado ao principado.Repito, necessrio para um prncipe manter o povo seu amigo, para poder ter segurana em momentos de adversidade. Um prncipe sbio deve fazer que os seus cidados sempre e em qualquer circunstncia tenham necessidade do estado e dele mesmo, assim, estes sempre lhe sero fiis.

CAP X SOBRE COMO SE DEVEM MEDIR AS FORAS DE TODOS OS PRINCIPADOS.

Um prncipe que tiver uma cidade forte e no for odiado no ser atacado, ou se algum ataca-lo simplesmente ter de se retirar como vergonha. No ser difcil para um prncipe sbio manter firme o nimo dosseus sditos, desde que no deixe de os apoiar e defender.

CAP XII QUANTAS ESPCIES DE MILCIAS EXISTEM E SOBRE SOLDADOS MERCENRIOS.

necessrio para um prncipe ter seus fundamentos bem estabelecidos, do contrrio, necessariamente, cair em runas. Os principais alicerces de todos os estados, tanto novos como velhos ou mistos, so boas leis e boas armas. E como no se pode ter boas leis onde o estado no est bem armado, segue-se que onde est bem armado, ele tem boas leis. Falarei sobre as armas:Eu digo portanto que as armas com as quais um prncipe defende o seu estado ou so prprias, ou mercenrias, ou auxiliares. Mercenrios: quando h paz se roubado por eles e quando h guerra se roubado pelo inimigo. Esto prontos para serem soldados enquanto voc no est em guerra, mas quando esta surge, eles vo embora ou fogem do inimigo. No ser difcil provar isso, pois a ruina da Itlia se deve a nada mas que depositar as suas esperanas, durante muitos anos em mercenrios. Os capites mercenrios so ou homens capazes ou no, se forem, no se pode confiar neles, pois sempre aspiraro a prpria grandeza, se no voc est arruinado do mesmo jeito.O prncipe deve ir pessoalmente com as tropas e exercer as atribuies do capito.

CAP XIII SOBRE TROPAS AUXILIARES, MISTAS E PRPRIAS.

Tropas auxiliares, que so outra tropa intil, so utilizadas quando um prncipe chamado com as suas tropas para ajudar a defender. Essas tropas podem ser teis e boas por si s, mas, para aquele que as chama elas sempre so danosas, pois ao perder estar anulado, e se vencer ser prisioneiro.Ento deixe aquele que no deseja conquistar fazer uso dessas tropas, pois elas so muito mais perigosas que as mercenrias, porque com elas o estrago j est feito. Elas so todas unidas, todas obedientes a outros, mas com as mercenrias aps a conquista mais tempo e oportunidades so necessrias para estas poderem feri-lo.Concluindo nas tropas mercenrias o mais perigoso a covardia e nas auxiliares o herosmo. O prncipe sbio, portanto sempre evita essas tropas e usa as sua prpria, devendo estar mais disposto a perder com elas do que conquistar com as outras.No velho testamento, Davi se ofereceu a Saul para lutar contra Golias, provocador filisteu. Para encoraj-lo, Saul o vestiu com as suas prprias armaduras, algo que Davi rejeitou assim que lhe foram coloca-las, dizendo que no poderia us-las e preferia enfrentar o inimigo apenas com seu estilingue e sua faca. Concluindo, as armas dos outros ou caem das suas costas ou lhe pesam ou o constrangem. Aquele que governa um principado s consegue reconhecer os males quando aqueles j o esto perto. O primeiro desastre do imprio romano se deu com o aliciamento dos Godos, pois foi a partir desse momento que o vigor do imprio romano comeou a cair e todo o valor que o havia levado ao topo comeou a ser passado para outros. Concluo ento que nenhum principado est seguro sem ter foras prprias, pelo contrrio fica sujeito a sorte no existindo herosmo para defend-lo na adversidade. As foras prprias so aquelas formadas de sditos, cidados ou dependentes, todas as outras mercenrias ou auxiliares.

CAP XIV- SOBRE O QUE COMPETE A UM PRNCIPE A RESPEITO DA ARTE DA GUERRA.

Um prncipe no deve ter nenhum outro objetivo ou pensamento, nem estudar nada alm da guerra e das suas regras e disciplina, pois essa anica arte que compete a quem governa, e ela to forte que no apenas mantem aqueles que nascem prncipes, mas muitas vezes permite a homens de condio comum a subir quele posto. Quando os prncipes pensaram mais em descansar do que nas armas, perderam o seu estado. A primeira coisa que faz voc perder o governo negligenciar essa arte, e o que lhe permite conquistar o estado ser mestre dessa arte. Francisco Sforza, por ser um militar, de cidado comum se transformou em duque de Milo, e os filhos, que evitavam os problemas e as fadigas das armas, de duques passaram a simples cidados comuns.No razovel que quem esteja armado obedea quele que est desarmado, nem que o desarmado se sinta seguro entre servidores armados. Como um sente desdm e o outro insegurana, no possvel que trabalhem bem juntos. Um prncipe que no compreende a arte da guerra no pode ser respeitado pelos soldados nem pode confiar neles. No deve nunca deixar que a guerra sai de seus pensamentos e em momentos de paz deve pensar ainda mais nos exerccios de guerra do que em momentos de conflito, com ao e estudo.Quanto a ao, manter as suas tropas bem organizadas e exercitadas, acostumando os seus corpos com o cansao e conhecendo a natureza dos lugares e os traados. Esses conhecimentos so teis por duas razes. Em primeiro lugar, ele aprende a conhecer o prprio pas e assim capaz de defend-lo , depois devido ao conhecimento e observao daqueles locais, entender com facilidade qualquer regio que venha a ter que estudar. O prncipe que no tem essa habilidade est desprovido, pois ela ensina a surpreender o inimigo, escolher os locais para estabelecer os acampamentos. Filopmenes prncipe dos aqueus em tempos de paz no pensava em outra coisa a no ser nas regras da guerra. Se o inimigo estivesse sobre aquela colina e ns encontrssemos aqui com nosso exrcito qual de ns teria vantagem?Com essas discusses contnuas jamais ocorria em tempo de guerra encontrasse algum imprevisto com o qual no soubesse lidar. Mas para exercitar a mente o prncipe de ler sobre o passado e estudas as aes humanas ilustres, examinar as causas de suas vitrias e derrotas, evitar as derrotas e imitar as vitrias.Como se diz Alexandre Magno imitou Aquiles; Cesar imitou Alexandre, Cipio imitou Ciro. Um prncipe sbio deve observar tais regras e nunca ficar ocioso nos tempos de paz, quando a sorte mudar ele esteja preparado para resolver seus problemas.

CAP XV SOBRE O QUE LEVA OS HOMENS SOBRE TUDO OS PRNCIPES A SER ELOGIADOS OU CONDENADOS.

Qual deveria ser a conduta de um prncipe para com seus sditos e amigos? necessrio para quem deseja manter o que seu que saiba fazer o mal, e faz-lo ou no de acordo com a necessidade. Todos os homens sobre tudo os prncipes, por terem uma posio mais alta so notveis por algumas das qualidades que ou lhe trazem culpa ou elogios. E assim que um ganha a reputao de liberal e o outro de miservel. necessrio que ele seja prudente o suficiente para que saiba como evitar a infmia daqueles vcios que lhe fariam perder o poder e tambm se manter longe daqueles que poderiam por seu posto em risco.

CAP XVI SOBRE A LIBERDADE E PARCIMNIA

Eu diria que bom ter a reputao de generoso mas se no lhe venha a reputao o fere, pois usada de forma honesta e como deve ser usada ela no pode se tornar conhecida e no evitar a m fama do seu oposto. No podendo exercer a qualidade de liberal de forma que ela seja reconhecida sem se prejudicar com isso, se ele for sbio no temer a reputao de ser miservel pois com o passar do tempo ser mais bem visto assim do que por ser liberal. Poder se defender contra todos ataques e poder realizar empreendimentos sem ser um peso sobre o povo. Atualmente no temos visto grandes realizaes se no daqueles considerados miserveis, enquanto os outros falharam. O atual rei da Espanha no teria realizado ou conquistado, se tivesse mantido sua reputao de liberal. Desde que no tenha que roubar seus sditos para se defender ou ficar pobre ou desprezado, ou tornar-se ladro no se deve preocupar com a reputao de miservel, pois um daqueles defeitos que se precisa para governar.Ou voc j prncipe ou est a caminho de tornar-se um. No primeiro caso essa liberdade perigosa, no segundo muito necessrio ser considerado liberal, e Csar era um daqueles que queria ascender ao principado de Roma.Ou o prncipe gasta do seu, ou de seus sditos, ou dos outros. No primeiro caso ele deve ser parcimonioso. Voc pode ser o mais generoso doador como Ciro, Cesar e Alexandre pois sua reputao no prejudicada se voc gasta aquilo que dos outros, pelo contrrio ela melhora. somente gastar o que seu que o prejudica.Deve-se guardar de ser desprezado e odiado e a liberdade conduz as duas coisas. Portanto mais sbio ter a reputao de miservel que reprovado porm no causa dio, do que ser obrigado ao tentar obter a fama de liberal, a ser conhecido como rapace, que gera reprovao e dio.

CAP XII SOBRE CRUELDADE E CLEMNCIA E SE MELHOR SER AMADO OU TEMIDO.

Deve desejar ser tido como clemente e no como cruel. Tomar cuidado para no usar mala clemncia. Csar Brgia era considerado cruel, entretanto sua crueldade levou a reconciliao da Romanha, unindo-a e restaurando a paz e a lealdade. Veremos que ele foi muito mais piedoso do que o povo florentino, que para evitar a dama de cruel deixou que Pistoia fosse destruda. Um prncipe desde que mantenha os seus sditos unidos e leais, no deve temer a fama de cruel, pois com poucos exemplos ele ser mais piedoso do que aqueles que por excessiva piedade, deixam acontecer as desordens. Dentre todos, impossvel que o prncipe novo evite a fama de cruel, porque todos os novos estados esto cheios de perigos.O prncipe deve ser lento no acreditar e no agir, no deve demonstrar medo, um excesso de confiana no o torne incauto e desconfiana no o faa intolervel.Os homens tem menos escrpulos em ofender aquele que amam do que quem temem, pois o amor preservado pelo vnculo da obrigao, que, por serem os homens maus, quebrado quando necessrio, mas o medo os mantm unidos, devido ao pavor do castigo que jamais vai embora.Deve inspirar medo de tal forma que se no conquistar o amor, evitar o dio, pois ele pode muito bem ser temido sem ser odiado, desde que no tome os bens ou as mulheres dos outros, mas quando lhe necessrio tirar a vida de algum ele deve fazer isso com uma boa justificativa e com causa manifesta. No d importncia a sua fama de cruel, pois sem ela jamais conservaria o exercito unido e disposto a lutar.Cipio, homem dos mais notveis, seu exrcito se rebelou na Espanha, simplesmente devido a sua excessiva piedade, pois concedeu aos seus soldados mais liberdade do que convinha disciplina militar.Os homens amam como querem e temem de acordo como desejo do prncipe, um sbio deve se apoiar naquilo que controlar, e no nos outros.

CAP XVIII SOBRE COMO OS PRNCIPES DEVEM MANTER SUA PALAVRA

Prncipes que fizeram grandes coisas tm dado pouca importncia a sua prpria palavra e tm sabido como, com astcia, transtornar o intelecto dos homens e, no fim, conseguido superar aqueles que se firmaram sobre sua palavra. Existem duas formas de contestar atravs das leis e outra pela fora. A primeira forma prpria do homem, e a segunda, dos animais. Portanto necessrio para um prncipe entender como utilizar o lado animal e o lado humano. Deve escolher a raposa e o leo, pois o leo no consegue se defender dos laos e a raposa no consegue se defender dos lobos. Preciso ser raposa para conhecer os laos e leo para aterrorizar os lobos. Preciso saber disfarar bem essas caracterstica (raposa) e ser um grande simulador e dissimulador, os homens so to simples e to sujeitos s necessidades do momento que aquele que procura enganar sempre encontra qua se deixe enganar.Parecer piedoso, fiel, humano, religioso, integro, mas com a mente preparada de modo que precisando no ser essas coisas, possa e saiba ser o contrrio. desnecessrio que tenha todas as qualidades anteriormente mencionada mas bastante e necessrio que ele d a impresso de possu-las.Uma mente aberta disposta a mudar de acordo com os ventos e as variaes da sorte e ainda no deixar de ser bom se possvel, mas se necessrio saber ento ser o inverso. No deixar escapar de sua boca nada que no seja repleto das cinco qualidades mencionadas para que ele parea para quem ouvir repleto de piedade, f, humanidade, integridade e religio; Todos veem o que voc aparenta ser, poucos realmente sabem o que voc , e estes poucos no ousam contrariar a opinio de muitos. Os meios sempre sero julgados honestos, pois o povo sempre deixa se levar pelas aparncias e pelos resultados, e no mundo no existe seno povo, pois poucos encontram um lugar quando muitos no tem onde se apoiar. Um prncipe dos dias de hoje (kkk1513) que no convm nomear, no prega seno a paz e a f, e ele hostil a ambas as coisas, e, se as tivesse praticado teria perdido sua reputao e seu estado em mais de uma ocasio.

CAP XIX SOBRE A NECESSIDADE DE EVITAR SER DESPREZADO E ODIADO.

Deve pensar em evitar coisas que possam torna-lo odiado e desprezvel, e sempre que agir assim ter cumprido a sua parte e no dever temer encontrar perigo em outros defeitos. Quando nem a propriedade e a honra violada a maioria dos homens vive feliz.Ser considerado volvel, efeminado, leviano, miservel e irresoluto o tornam desprezvel, coisas das quais deve se guardar como uma rocha; ele deve procurar mostrar, em suas aes grandeza, coragem, gravidade e fortaleza, deve mostrar que seus julgamentos so irrevogveis e manter-se com tal reputao, para ningum sequer pensar em engan-lo ou tra-lo. Quem bem visto transmite essa impresso, e os homens no conspiram contra aquele que bem visto, reverenciado pelo seu povo ele poder ser atacado com muita dificuldade. Deve temer duas coisas: Internas e externas. Aos externos ele defende-se estando bem armado e tendo bons aliados, se estiver bem armado ter bons amigos, e tudo sempre permanecer tranquilo. Internos ele deve evitar ser odiado mantendo o povo satisfeito com ele, coisa que de extrema necessidade, dos remdios mais eficazes contra conspiraes no ser odiado pelo povo. Aquele que conspira contra o prncipe sempre espera agradar com a remoo dele, mas quando o conspirador s pode avanar ofendendo o povo, ele no ter coragem de seguir adiante. J existiram muitas conspiraes mas poucas tiveram sucesso, pois quem conspira no pode agir sozinho e s pode ter como companheiro aquele que acredita estar descontente. Do lado do conspirados no h nada fora o medo, a inveja e a possibilidade de punio, e do prncipe existem a majestade, as leis a proteo dos amigos e do estado, somando isso com a boa vontade do povo praticamente impossvel que algum seja to temerrio que venha a conspirar.Um prncipe deve dar pouca importncia s conspiraes quando o povo o que bem, quando o povo lhe hostil ele deve temer tudo e todos. Outra concluso importante que os prncipes devem atribuir a outros aquilo que pode gerar reprovao e manter para si apenas aquilo que resultar em graa. importante notar que enquanto nos outros principados era necessrio apensa ficar atento ambio dos poderosos e insolncia do povo, os imperadores romanos tinham uma terceira dificuldade. Suportar a crueldade e ambio dos seus soldados, to complicado que resultou na runa de muitos, pois era difcil satisfazer aos soldados e ao povo ao mesmo tempo, o povo amava a paz, os soldados amam prncipe que gostava de guerras. Deve se empenhar em evitar o dio dos poderosos, imperadores que por serem novos, precisam de favores, aderiam mais facilmente aos soldados que ao povo.Vamos falar agora de Alexandre, que era um homem de tanta bondade que, entre os outros elogios que lhe so feitos, est o fato de que , nos quatorze anos em que esteve no poder, ningum foi executado sem que tivesse sido julgado. Sendo considerado efeminado e homem que se deixa governar pela me, tornou-se desprezado, o exrcito conspirou contra ele e ele foi assassinado. Os exrcitos estando horrorizados com a moleza de Alexandre, o mataram e colocaram Maximino no trono, ele no manteve o poder por muito tempo, porque duas coisas o tornaram odiado e desprezado: uma sua origem humilde, outro fato de ao ser eleito, ter demorado a ir a Roma tomar posse do trono imperial.

CAP XX SERO VANTAJOSASOU PREJUDICIAIS AS FORTALEZAS E MUITAS OUTRAS COISAS A QUE OS PRINCIPES RECORREM?

Jamais existiu um prncipe novo que desarmou os seus sditos, pelo contrrio sempre os armou, essas armas passam a ser suas, aqueles homens que tinham sua desconfiana se tornaram leias, seus sditos se tornaram partidrios. Mas quando voc os desarma, imediatamente os ofende, por demonstrar que no confia neles, essas opinies geram dio contra voc.Um prncipe sbio, dada a oportunidade, deve procurar incentivar alguma inimizade para que, tendo- eliminado, possa melhorar ainda mais a sua reputao. Os prncipes tem encontrado lealdade e ajuda nos homens em que no incio do seu governo no confiavam do que naqueles que no incio eram seus confidentes. Aqueles homens que no incio de um principado haviam sido hostis, se so de tal forma que precisam de ajuda para terem apoio, esses sempre podero ser conquistados com grande facilidade e assim serviro com lealdade. mais fcil o prncipe tornar amigos aqueles homens que se contentavam com o regime anterior e so portanto seus inimigos, do que aqueles que por estarem descontentes com o regime anterior foram favorveis a ele o ajudaram na conquista.O prncipe que tiver mais a temer do seu povo do que dos estrangeiros dever construir fortalezas, mas aquele que tiver mais a temer dos estrangeiros do que do povo dever deixa-las, censurarei aquele que dependendo demais das fortificaes venha subestimar o fato de ser odiado pelo povo.

CAP XXI COMO UM PRINCIPE DEVE SE PORTAR PARA GANHAR FAMA.

Nada torna um prncipe mais estimado do que obter grandes conquistas e dar bom exemplo. respeitado quando ele um verdadeiro amigo ou um verdadeiro inimigo, isto quer que quando, sem reservas ele se declara a favor de um e contra o outro. Essa atitude sempre mais vantajosa do que ficar neutro, pois se dois poderosos vizinhos seus entram em guerra, caso um deles conquiste o outro, voc tem que teme-lo ou no. Sempre ser vantagem para voc se declarar a favor de um ou de outro e combater uma guerra digna. Se voc no se decidir, invariavelmente ser presa fcil do vencedor, para o prazer e satisfao do que foi conquistado. Pois aquele que conquista no quer amigos duvidosos, que no o ajudaro nas adversidade. E assim sempre acontecer que aquele que no seu amigo pedir que voc permanea neutro, enquanto aquele que seu amigo pedir que voc se defina com suas armas. Prncipes irresolutos seguem o caminho da neutralidade e so arruinados. Mas quando um se declara a favor de umas as partes, se a quem ele se une vence, mesmo que o vencedor venha a ser muito mais poderoso e voc fique a merc dele, est em dvida com voc, e uma ligao de amizade est estabelecida, os homens nunca so to descarados a ponto de oprimi-lo e assim se tornar um monumento de ingratido. Se aquele que voc se aliou perder, poder ser amparado por ele, enquanto puder ele poder ajuda-lo e vocs se tornaro companheiros no futuro. Nota-se que deve ter cuidado para nunca aliar-se a algum mais poderoso que voc para atacar os outros. Se ele conseguir conquistar, voc estar a merc dele e voc deve evitar ao mximo ficar a merc de qualquer pessoa. Nunca deixe qualquer governo imaginar que ele pode escolher um caminho completamente seguro, ou contrrio, deixe-o pensar que enfrentar um caminho bem duvidoso.

CAP XXII SOBRE OSSECRETARIOS DOS PRINCIPES.

A primeira opinio que se tem de um prncipe feita observando aqueles que esto sua volta, e quando eles so capazes e fiis ele sempre pode ser considerado sbio. Ou o contrrio, por escolhe-los.Quando voc observa que o servo pensa mais em si do que em voc e em todas as aes procura o interesse prprio, jamais ser um bom servo e nunca poder confiar nele. Por outro lado para mant-lo honesto, voc deve pensar nele, honrando-o enriquecendo-o, fazendo gentilezas, dividindo com ele as honrarias, deixar com que veja que no pode ficar sem sua proteo, para que as muitas honras no o faam desejar mais honras

CAP XXIII COMO BAJULADORES DEVEM SER EVITADOS.

Porque no h outra forma de se proteger da bajulao do que fazer que os homens entendam que a verdade no ofende, mas quando todos podem lhe dizer a verdade, o respeito por voc aumenta. Dando-lhes liberdade de lhe falar a verdade, e mesmo assim apenas daquilo que pergunte e nada mais. Todos eles saibam que, quanto mais livremente falarem, mais sero aceitos. Fora esses, ele deve dar ouvidos a ningum, aquele que procede de outra forma ou derrubado pelos bajuladores ou muda tanto e to frequentemente de opinio que acaba sendo menosprezado. Assim as coisas que ele faz num dia, no outro so desfeitas, e nunca ningum entende o que ele quer ou pretende, deve sempre se aconselhar mas quando ele quiser.

CAP XXIV POR QUE OS PRNCIPES DA ITLIA PERDERAM SEUS SOLDADOS?

AS aes de um prncipe novo so observadas mais de perto que as aes de um prncipe hereditrio, e quando ele conhecido como capaz, atrai mais homens. Adornado com boas leis e boas armas, bons aliados. Aqueles senhores que na Itlia perderam seus estados, acharemos um defeito em comum quanto s armas. Alguns deles tiveram a inimizade do povo ou tendo a amizade, no souberam se garantir contra os poderosos Sem esses efeitos, estados que tem fora suficiente para manter um exrcito em campo no podem ser perdidos.Filipe da Macednia, no o pai de Alexandre, sendo um homem de esprito militar, sabia atrair o povo e se garantir contra os poderosos, sustentou por muitos anos a guerra contra seus inimigos. Prncipes tentam justificar suas perdas, mas grande parte pela sua preguia, pois em tempos tranquilos, nunca achavam que algo poderia mudar. um defeito em comum entre os homens, na bonana no se preocupar com a tempestade, quando chegam os tempos adversos, preocupam-se em fugir e no em se defender, e esperam que os sditos cansados de tanta insolncia dos conquistadores os chamariam de volta. A defesa se torna vil quando no depende de voc, somente so confiveis quando dependem de voc e de sua virtude.

CAP XXV