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233 A EDUCAÇÃO DA MULHER NOS JORNAIS PARTIDÁRIOS DE PORTO ALEGRE NO FINAL DA MONARQUIA BRASILEIRA DILZA PÔRTO GONÇALVES Doutoranda PPGH/PUCRS SEDAC/SEDUC-FIGTF [email protected] Resumo Este texto trata-se de uma breve análise sobre a educação da mulher em artigos publicados nos jornais partidários O Conservador, A Federação e A Reforma, nos últimos anos da Monarquia no Brasil e, especialmente, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Nessa análise, trata-se os jornais como arquivos do cotidiano. Porém, não se pretende tomá-los como verdade absoluta. Ademais, porque são jornais político-partidários, com a intenção de dar uma formação ideológica aos seus leitores “eleitores”. Ao olhar os textos sobre educação da mulher publicados nesses periódicos, entre 1869 e 1889, tenta-se fazer a correlação desses debates com as ideologias partidárias. O aporte teórico metodológico se insere na História Cultural e na História da Educação, perpassando por uma História da Imprensa. Palavras-chaves: História da Educação - Educação da mulher - imprensa partidária Com este texto pretende-se mostrar uma breve análise sobre a educação da mulher em artigos publicados nos jornais O Conservador, A Reforma e A Federação nos últimos anos de Monarquia no Brasil e especialmente na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. No entanto, trabalha-se também com textos relacionados a Escola Normal de Porto e a Instrução Pública para um melhor entendimento do contexto histórico e político e facilitar a análise. Como o aporte teórico escolhido, para pensar as questões relacionadas a educação da mulher nas últimas décadas do século XIX, é a História Cultural, pensa-se a análise da sociedade a partir de suas instituições e percebe-se que a escola reflete os valores e os anseios do meio em que está inserida. Para Chartier, a noção de representação permite, vincular estreitamente as posições e as relações sociais com a maneira como os indivíduos e os grupos se percebem e percebem os demais. As representações coletivas, na maneira como são definidas pela Sociologia de Durkhein e Mauss, incorporam nos indivíduos sob forma de esquemas de classificação e juízo, as próprias divisões do mundo social. São elas que transmitem as diferentes modalidades de exibição da identidade social ou da potência política tal com as fazem ver e crer os signos, as condutas e os ritos. Por último, essas representações coletivas e simbólicas encontram, na existência de representantes individuais ou coletivos, concretos ou abstratos, as garantias de sua estabilidade e sua continuidade (CHARTIER, 2009, p.49-50). A partir da ideia que os indivíduos constroem suas identidades através de representações e que eles as significavam e re-significam a todo o momento, ao trabalhar com uma instituição escolar é necessário a inserção no estudo da História de Educação. Neste sentido, tendo em

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A educAção dA mulher nos jornAis pArtidários de porto Alegre no finAl dA monArquiA BrAsileirA

Dilza Pôrto Gonçalves

Doutoranda PPGH/PUCRSSEDAC/SEDUC-FIGTF

[email protected]

resumo

Este texto trata-se de uma breve análise sobre a educação da mulher em artigos publicados nos jornais partidários O Conservador, A Federação e A Reforma, nos últimos anos da Monarquia no Brasil e, especialmente, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Nessa análise, trata-se os jornais como arquivos do cotidiano. Porém, não se pretende tomá-los como verdade absoluta. Ademais, porque são jornais político-partidários, com a intenção de dar uma formação ideológica aos seus leitores “eleitores”. Ao olhar os textos sobre educação da mulher publicados nesses periódicos, entre 1869 e 1889, tenta-se fazer a correlação desses debates com as ideologias partidárias. O aporte teórico metodológico se insere na História Cultural e na História da Educação, perpassando por uma História da Imprensa. Palavras-chaves: História da Educação - Educação da mulher - imprensa partidária

Com este texto pretende-se mostrar uma breve análise sobre a educação da mulher em artigos publicados nos jornais O Conservador, A Reforma e A Federação nos últimos anos de Monarquia no Brasil e especialmente na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. No entanto, trabalha-se também com textos relacionados a Escola Normal de Porto e a Instrução Pública para um melhor entendimento do contexto histórico e político e facilitar a análise.

Como o aporte teórico escolhido, para pensar as questões relacionadas a educação da mulher nas últimas décadas do século XIX, é a História Cultural, pensa-se a análise da sociedade a partir de suas instituições e percebe-se que a escola reflete os valores e os anseios do meio em que está inserida. Para Chartier, a noção de representação permite,

vincular estreitamente as posições e as relações sociais com a maneira como os indivíduos e os grupos se percebem e percebem os demais. As representações coletivas, na maneira como são definidas pela Sociologia de Durkhein e Mauss, incorporam nos indivíduos sob forma de esquemas de classificação e juízo, as próprias divisões do mundo social. São elas que transmitem as diferentes modalidades de exibição da identidade social ou da potência política tal com as fazem ver e crer os signos, as condutas e os ritos. Por último, essas representações coletivas e simbólicas encontram, na existência de representantes individuais ou coletivos, concretos ou abstratos, as garantias de sua estabilidade e sua continuidade (CHARTIER, 2009, p.49-50).

A partir da ideia que os indivíduos constroem suas identidades através de representações e que eles as significavam e re-significam a todo o momento, ao trabalhar com uma instituição escolar é necessário a inserção no estudo da História de Educação. Neste sentido, tendo em

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mente que a construção identitária dessa instituição também é construída coletivamente e que está inserida num contexto de cultural especifico é importânte conhecer o conceito de cultura escolar elaborado por Dominique Julia,

A cultura escolar não pode ser estudada sem a análise precisa das relações conflituosas ou pacificas que ela mantém, a cada período de sua história, com o conjunto de culturas que lhe são contemporâneas: cultura religiosa, cultura política ou cultura popular. (...) cultura escolar como conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas coordenadas a finalidades que podem variar segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização) (JULIA, 2001, p.10).

Ao entender que a escola está inserida num contexto cultural específico, no estudo de uma instituição escolar como a Escola Normal de Porto Alegre é importante conhecer um pouco de sua história e os debates políticos que se davam em torno dela, através dos jornais partidários da época. A partir da escolha do aporte documental por jornais partidários faz-se uma breve inserção na História da Imprensa.

A Escola Normal foi criada em 5 de abril de 1869, orientada pelo Regulamento do Curso de Estudos Normais, baixado pelo presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Antonio da Costa Pinto e Silva, do Partido Conservador (IE Revista, 1969, p.17). A criação de uma Escola Normal era um anseio da sociedade porto-alegrense desde o ano de 1860, quando foi autorizada a contratação de professores para uma Escola Normal.

Embora, a Escola Normal não tenha sido criada para ser uma escola para meninas, aos poucos vai adquirindo este caráter e por isso, contextualiza-se sua criação neste texto de análise sobre a educação da mulher. Em 1872, concluíram os três anos do curso de estudos normais e obtiveram seus diplomas 20 alunos-mestres, destes 4 eram do sexo masculino e 16 do sexo feminino (Schneider, 1993, p.305). Desta forma, se pode observar que desde a sua origem a Escola Normal atraiu mais meninas do que meninos.

Considera-se que as questões políticas partidárias estiveram presentes na construção identitária da Escola Normal e pode-se observar isso através dos textos publicados nos jornais: O Conservador (órgão do Partido Conservador, fundado em 1879), em A Reforma (órgão do Partido Liberal, fundado em 1869) e A Federação (órgão do Partido Republicano Riograndense). Para esclarecer um pouco mais esse contexto político é preciso caracterizar brevemente os principais partidos políticos do período:

Partido Liberal – durante a monarquia lutavam pela autonomia das províncias. Queriam mais poder decisório, econômico e político. Defendiam a liberdade religiosa e a emancipação gradual dos escravos. A principal liderança era Gaspar Silveira Martins. A partir da consolidação da república a maioria dos liberais passa a defender o federalismo. É na origem dessas ideias que tem origem a União Nacional (1891) e posteriormente o Partido Republicano Federal.

Partido Conservador – defensores de um Estado centralizado e monárquico. Vai se extinguir junto com a monarquia.

Partido Republicano Rio-Grandense – surgiu em 1881 a partir de uma convenção do Clube Republicano. Tinham uma grande influência do Positivismo de August Comte. Defendiam direitos sociais e um Estado autoritário controlador da ordem, enquanto almejavam o progresso orientado por uma elite. A principal liderança foi Júlio de Castilhos. Com o advento da república passou a dominar a política gaúcha.

Sabe-se que, os dois principais partidos liberal e conservador pouco divergiam, enquanto os liberais queriam os governos provinciais com mais autonomia, os conservadores queriam um governo centralizado.

Em 1881, foi criado o Partido Republicano Rio-Grandense, no qual se destaca a pessoa de Júlio de Castilhos, que foi uma importante liderança do partido com o advento da República

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em 18891. Para divulgar as idéias do PRR, em 1884 foi criado o jornal A Federação, que vai funcionar como órgão do Partido. Assim, tem mais um jornal político-partidário no final do Império em Porto Alegre. No entanto, os textos de A Federação não serão analisados neste artigo, embora já se tenha algum material deste periódico.

Embora, se tenha feito uma breve contextualização política nos anos derradeiros da monarquia brasileira, o que interessa são as representações que estes partidos, principalmente, o Liberal e o Conservador, utilizam sobre a Escola Normal em seus periódicos. Por isso, a seguir se escreve um pouco da história desses periódicos.

O jornal O Conservador foi escolhido como fonte desta pesquisa por representar os ideais e de ser órgão oficial do Partido Conservador e defendia a monarquia. Foi fundado em 1879 e teve seu último exemplar nº 259 publicado em 16 de novembro de 1889, (SILVA, CLEMENTE, BARBOSA, 1986, p. 266). A direção era de José Francisco Carvalho (MIRANDA; LEITE, 2008, p. 27).

Como colaboradores do jornal podem ser citados: Carlos Augusto Candal de Carvalho, Joaquim Francisco da Silva Souto, Paulino Chaves, Ernesto Theobaldo Jaeger, Domingos Francisco dos Santos e outros (SILVA, CLEMENTE, BARBOSA, 1986, p.266). Foram redatores do jornal: o Bacharel Inácio de Mello Barreto e Francisco de Paula do Amaral Sarmento Mena (DILLENBURG, 1987, p. 56).

Seguia o padrão dos jornais da última década do império brasileiro, pois tinha quatro páginas e formato 38 x 57 cm. Tinha o mesmo tipo de seções que A Reforma, tais como o editorial sobre o Partido, geralmente na capa, em alguns exemplares havia notícias do Senado e Assembleia, correspondência ao jornal, chronica diária, noticiário geral, a pedidos e avisos de partidas e chegadas de navios e anúncios. Essas seções variavam em algumas edições nem sempre havia todas.

É bom lembrar, neste sentido, que O Conservador tinha uma postura ideológica definida, ou seja, não pretendia uma “neutralidade” como outros periódicos, pois era um órgão do Partido Conservador, o que deixava bem claro logo no cabeçalho do jornal,como se vê a seguir:

O Jornal A Reforma foi o principal periódico de oposição ao Conservador e órgão do Partido Liberal. A Reforma teve seu primeiro número publicado em 16 de junho de 1869 e teve seu último exemplar publicado em 15 de junho de 1912 (SILVA, CLEMENTE, BARBOSA, 1986, p. 152). Entre os diretores e colaboradores do jornal estavam muitos nomes conhecidos, que de alguma forma eram ligados ao Partido Liberal, entre eles: Carlos Thompson Flores, João Gonçalves de Oliveira, Gaspar Silveira Martins, Carl Von Koseritz , Apolinário Porto Alegre, entre outros. Vê-se a indicação do Partido Liberal no cabeçalho do periódico:

1 FRANCO, Sérgio da Costa. Júlio de Castilhos e sua época. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS/SESU/PROEDI, 1988.

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No Congresso do Partido Republicano Rio-Grandense, em 1883, Júlio de Castilhos apresentou o projeto de criação de um jornal para defender os ideais do partido. A empresa que deu origem ao periódico foi criada por alguns nomes que vão ser significativos na história do periódico e na política partidária do Rio Grande do Sul, como se vê na citação a seguir,

Através de empréstimo, no valor de 9:000$000, efetuado em 27 de julho de 1883 e do qual foram subscritores José Dias da Costa, Luis Leiseigneur, José Narciso Monteiro, dr. Francisco Dias de Castro, dr. Ramiro Barcellos, dr. Demétrio Nunes Ribeiro e dr. Julio de Castilhos, com 1:000$000 cada um, e Gabriel Mota, Sebastião Barros, Candido Pacheco Junior e Julio Pacheco, estes com 500$000 cada um, foi constituída a empresa de “A Federação”, cujo primeiro número viria a circular no dia 1 de janeiro de 1884 (MUSECOM, 1984, p.6).

A Federação foi o nome escolhido por Assis Brasil para o novo jornal, que circulou de 1º de janeiro de 1884 até 17 de novembro de 1937 (MUSECOM, 2005, p.54). Teve como primeiro diretor Venâncio Aires, mas logo passou a Julio de Castilhos, enquanto Dionysio Porto era o diretor da empresa (SILVA; CLEMENTE; BARBOSA, 1986, p. 266).

O jornal foi criado para divulgar as ideias republicanas e abolicionistas e deixava claro isso, logo no cabeçalho:

Entre os idealizadores do jornal estavam Venâncio Aires, Ramiro Barcelos, Ernesto Alves, Barros Cassal, Borges de Medeiros, Fernando Abbott, Carlos Barbosa, Germano Hasslocher e Júlio de Castilhos, entre muitos outros

É interessante observar que os jornais O Conservador, A Reforma e A Federação se assemelham nas seções e também nos artigos, quase sempre de cunho político, obviamente com posição contrária, já que representavam partidos adversários políticos.

Ao se trabalhar com periódicos a partir da perspectiva da história cultural leva-se em conta,

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A produção não só dos livros, mas também dos textos, é um processo que implica, além do gesto da escritura, diferentes momentos, diferentes técnicas e diferentes intervenções. As transações entre as obras e o mundo social não constituem unicamente na apropriação estética e simbólica de objetos ordinários, de linguagens, de práticas rituais ou cotidianas, como quer o New Historicism. Referem-se, mais fundamentalmente, às relações múltiplas, móveis, instáveis, amarradas entre o texto e suas materialidades, entre a obra e suas inscrições. O processo de publicação, seja qual for sua modalidade, sempre é coletivo, já que não separa a materialidade do texto da textualidade do livro (CHARTIER, 2009, p. 40).

Portanto, tendo-se em mente que os jornais pretendem construir um discurso partidário. O articulista do jornal seleciona, escolhe o que vai publicar. Ainda mais quando trata-se de um periódico partidário, que tem a intenção de dar uma formação ideológica aos seus leitores “eleitores”. Desta forma,

A imprensa deve ser pensada como uma representação construída sobre o real, sobre a qual incidem determinados filtros deformadores que cabe ao historiador determinar e equacionar em suas análises. Esta representação luta para impor-se frente a outras, e passará a compor o imaginário social de determinado grupo possua a virtude de fazer sentido para este grupo (ESPIG, 1998, p.276).

Mas é importante ressaltar que, mesmo tendo uma postura ideológica definida, o jornal possui qualidades importantes para pesquisa histórica, principalmente dentro da perspectiva da história cultural, entre estas, destacam-se:

Uma delas é a periodicidade: os jornais constituem-se verdadeiros “arquivos do cotidiano”, nos quais podemos acompanhar a memória o dia a dia e estabelecer a cronologia dos fatos históricos. Outra é a disposição espacial da informação, que nos permite a inserção do acontecimento histórico dentro de um contexto mais amplo (ESPIG, 1998, p. 274).

No entanto, é preciso ter alguns cuidados para não se tomar como “verdadeiras” algumas posturas partidárias (ESPIG,1998). A leitura minuciosa e por repetidas vezes, além de agrupar os textos em quadros, divididos por categorias ajuda a organizar o pensamento do pesquisar e pode-se dizer que facilita a análise.

A pesquisa tem sido realizada no MUSECOM (Museu da Comunicação Hipólito José da Costa), onde se fotografa os textos para análise posterior. Depois de organizar os textos por ordem cronológica se faz uma análise de conteúdo através do método elaborado por Bardin (1977). A partir dessa abordagem metodológica se faz inicialmente uma pré-análise, isto ainda quando se está organizando o material; em seguida, faz uma exploração mais minuciosa, quando se copia trechos significativos dos textos para posterior utilização na escrita, com indicação de datas e autoria; finalmente se faz um quadro resumo com as seguintes categorias: ano, data, dia da semana, autor, tipo/seção, título e assunto. Como no exemplo a seguir:

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Ano Data Dia da semana Autor Tipo/seção Título

Assunto

1880 20/02 20/02 Sem autor Nota Ensino

Sobre o ensino feminino em Portugal para formar

uma excelente mãe e boa dona de casa.

1882 03/01 Terça Sem autor Anúncio Collégio Vert

Destaque para os professores e disciplinas

ministradas na escola

1882 10/01 Terça Sem autor Artigo (1ªp.) A missão da

mulher

Destaca a importância da educação da mulher

e sobre a influência da mulher sobre os

homens da família e sua participação política

1882 10/01 Terça Indigna-

ção pública

Nota Mofina

Questiona gastos de Adriano Nunes Ribeiro quando era diretor da

instrução pública

Terminada a organização do material parte-se para análise e escrita a partir dos dados obtidos contrapondo os artigos nos diferentes jornais, com a contextualização histórica do período e o aporte teórico escolhido para interpretar as informações.

O corpus documental é composto de 135 textos do jornal A Reforma, sendo 16 textos em 1869, 12 em 1870, 30 em 1872, 66 em 1879 e 66 em 1886; do jornal O Conservador tem-se o aporte de 234 textos, 01 de 1880, 10 textos de 1882, 122 textos de 1886; 49 textos de 1887 e 62 textos de 1888; de A Federação tem-se 18 textos, 11 de 1884 e 07 de 1888. Pode-se observar melhor os assuntos tratados nos resumos representados nos quadros a seguir:

Quadro resumo dos textos publicados em A Reforma:

Assunto

Ano Escola

Normal Instrução

Pública

Educação e/ou papel da

Mulher

Anúncio de escola particular

Educação em outros

países

Discussões políticas

Outros Total

1869 03 13 16

1870 01 09 02 12

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1872 01 27 01 01 30

1879 05 05 01 11

1886 18 29 16 03 66

Total 28 83 01 17 03 03 - 135

Quadro resumo dos textos publicados em O Conservador:

Assunto

Ano Escola

Normal Instrução

Pública

Educação e/ou papel da

Mulher

Anúncio de escola particular

Educação em outros

países

Discussões políticas

Outros total

1880 - 01 01

1882 - 02 01 03

1886 68 46 05 119

1887 36 13 49

1888 45 14 02 01 62

total 149 75 04 05 01 234

Quadro resumo dos textos publicados em A Federação:

Assunto

Ano Escola

Normal Instrução

Pública

Educação e/ou papel da

Mulher

Anúncio de escola particular

Educação em outros países

Discussões políticas

Outros Total

1884 05 02 03 01 11

1888 03 02 02 07

Total 08 02 - 05 - - 03 18

Os textos publicados em O Conservador representam 60%, ou seja, a maioria dos textos analisados de uma totalidade de 387 textos, em seguida tem-se 35% dos textos em A Reforma

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e 5% são de A Federação incluindo artigos, notas e anúncios sobre a Escola Normal, Instrução Pública e escolas particulares. Dessa totalidade 185 deles (47%) são sobre a Escola Normal, 05 (1,3%) são sobre a Educação da Mulher e 160 textos (41%) são sobre Instrução Pública. Os textos sobre Instrução Publica são muitos e em grande parte se dão a partir de discussões políticas entre diretores e ex-diretores da Instrução Pública.

Como o foco deste artigo são as representações de educação da mulher, da Escola Normal e da Instrução Pública. Em O Conservador, nos 1880, 1882 e 1888 foram publicados artigos que incentivavam a educação feminina. Em 1880, por exemplo, o artigo com o título Ensino destaca que o governo português estava aperfeiçoando o ensino feminino tornando-o mais substancial através do alargamento da prática literária e elementos educativos de economia doméstica, tanto na escola primária e no curso complementar. Enfatizando que esses conhecimentos contribuíam para formar a excellente mãi de família e a boa dona de casa (Ensino – O Conservador, 20/02/1880).

Em 10 de janeiro de 1882, o periódico publicou outro artigo sobre a educação feminina com o título A missão da mulher. Na verdade, o artigo é a tradução de um discurso de Paul Bert, publicado no jornal francês La femme. O referido discurso teria sido proferido durante a distribuição de prêmios às alunas de escolas municipais de Auxerre. Neste, Paul Bert defende a educação da mulher para que ela possa ter uma efetiva participação política num governo democrático e liberal. Segundo Bert, as mulheres já participavam da vida política quando influenciavam seus pais, irmãos e maridos. Para o autor, elas sentem as alegrias e as dores da pátria tanto quanto os homens. Além disso, critica o código civil que limita a participação feminina na vida política, como se vê no trecho abaixo:

(A missão da mulher – O Conservador 10/01/1882)

O artigo Influencia da mulher, de 30 de dezembro de 1888, apresenta a mulher na história e na mitologia de uma forma dramática, já que elas teriam provocado guerras com em Tebas e Tróia, também teriam feitos homens importantes se ajoelharem perante suas amadas, tais

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como: Hércules, Sansão, David, Marco Antonio, entre outros. o ápice do texto é o trecho em Maria Antonieta foi em parte a causa da Revolução Francesa. Os exemplos de homens que foram mortos por causa de suas mulheres se seguem ao longo do texto.

O se pode perceber por esse conjunto de textos é que o periódico defendia uma educação feminina, desde que fosse voltada para as lides do lar e para ser uma boa mãe. As mulheres precisariam ser ensinadas para a “boa política” e quando não fosse educada “adequadamente” poderia provocar guerras e “desgraça” dos homens.

Em A Reforma o texto O Trabalho da Mulher, de 1872, relata como o trabalho da mulher estava sendo regularizado na Europa, trazendo exemplos de vários países. O artigo enfatiza as vantagens do trabalho feminino, inclusive nas indústrias europeias, que por ser mais barato é mais lucrativo; mais cuidadoso e por isso melhor, como se vê no recorte abaixo:

A Reforma. 07/07/1872.

O articulista do periódico concorda com o trabalho feminino, de acordo com a política econômica liberal, que prevê pagar baixos salários para obter maior lucro. Mas não só em relação aos salários das mulheres que o periódico vai defender o liberalismo. Pode-se citar como exemplo um trecho da Riqueza das Nações, onde Adam Smith trata da educação das mulheres,

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A educação das mulheres é excelente, devido á ausência de instituições públicas (…). Aprendem o que seus pais ou tutores consideram necessário ou útil que aprendam e nada mais do que isso. Toda a educação delas visa evidentemente a algum fim útil: ou melhorar os atrativos naturais de sua pessoa, ou plasmar sua mente para a discrição, a modéstia, a castidade, a economia doméstica, fazer com que tenham a probabilidade de um dia se tornarem donas-de-casa e a se comportar devidamente quando se tornarem efetivamente tais. Em cada período período de sua vida, a mulher vê alguma conveniência ou vantagem em cada etapa de sua educação, do contrário, raramente ocorre que um homem, em qualquer período de sua vida (…) (SMITH, 1776 - 1ªed.; 1983)

É interessante como esse pensamento tem força e por muitas décadas é o tipo de educação que a mulher brasileira vai receber. Em outro trecho, ainda em 1872, A Reforma reforça o ideal de educação política para as mulheres. O periódico publica um artigo criticando as contratações de professoras que o governo “conservador” havia realizado. Entre as contratadas estava uma professora que estava pedindo votos para um candidato a assembleia provincial pelo partido da situação. Assim, se posiciona o articulista de A Reforma sobre o assunto,

A Reforma. 10/08/1872

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O periódico termina o artigo reforçando o ideal de mulher e de professora que defendia:

A Reforma. 10/08/1872

No Conservador , pode-se perceber, por esse conjunto de textos, é que o periódico defendia uma educação feminina, desde que fosse voltada para as lides do lar e para ser uma boa mãe. As mulheres precisariam ser ensinadas para a “boa política” e quando não fosse educada “adequadamente” poderia provocar guerras e “desgraça” dos homens. Mas, esse pensamento expresso no Conservador não era diferente do pensamento liberal em A Reforma do período, o que me faz tratá-lo como um pensamento de época.

Sobre a Escola Normal e a Instrução Pública as notícias, tanto em O Conservador quanto em A Reforma, às vezes, estavam na capa, ou na página seguinte, não havia uma regra, dependia do seu grau de importância para o partido político. Quando as notícias eram referentes à crítica ao governo estavam na capa e eram artigos longos.

Como era uma imprensa politicamente apaixonada e queria divulgar uma posição ideológica dos partidos, os artigos eram eloquentes e atacavam diretamente seus adversários. E, quando as paixões políticas tomam conta dos escritos é interessante observar que alguns homens públicos adquirem virtudes ou defeitos de acordo com o partido ao qual pertencem. Por isso, tanto no Conservador quanto na Reforma os adversários recebem adjetivos escritos claramente, sem subterfúgios.

Em 1886, por exemplo, o alvo dos ataques foi diretor da Instrução Pública, Jayme Couto, do Partido Conservador e a maioria dos artigos são respostas aos artigos publicados em A Reforma. Esses artigos eram quase na totalidade defendendo os atos de Adriano Nunes Ribeiro, enquanto tinha sido diretor da Instrução Pública e algumas vezes também eram assinados por ele.

É interessante identificar os partidos políticos dos principais dirigentes da Província, da Instrução Pública e da Escola Normal2. Entre os anos de 1880 e 1888, os presidentes da Província em sua maioria eram do Partido Liberal. Enquanto houve alternância partidária, tanto na direção da Instrução Pública quanto da Escola Normal, nos primeiros cinco anos, por exemplo, o domínio foi do Partido Liberal e, a partir de 1886, o domínio foi Conservador, a exemplo de Alfredo Clemente Pinto, diretor da Escola Normal até 1888.

Nota-se que anos de 1886, 1887 e 1888 encontram-se mais textos sobre a Escola Normal e a Instrução Pública, justamente nos períodos que O Conservador respondia aos artigos publicados em A Reforma. Nos artigos, principalmente sobre a Instrução Pública, se dá um debate político no qual se questionam a administração pública e os gastos com a instrução. Os artigos referentes a Escola Normal também são direcionados à má administração da

2 PICCOLO, Helga. A política Rio-Grandense no II Império (1868-1882). Porto Alegre: IFCH/UFRGS, 1974 e SCHNEIDER, Regina. A instrução pública no Rio Grande do Sul – 1770-1889. Porto Alegre: Editora Universidade/UFRGS/EST Edições, 1993 e KRAEMER NETO. Nos tempos da velha Escola. Porto Alegre: Editora Sulina, 1969.

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escola. Como em 1886, a direção da Instrução Pública está nas mãos do Partido Conservador,

por isso, o seu periódico tem notícias, quase diariamente, justificando a remoção de professores, fechamento de aulas públicas, sempre em reposta aos artigos e notas publicados em A Reforma.

Embora, muitas vezes se tenha em mente que o Partido Conservador era escravista, em 1888 se dizia abolicionista na província do Rio Grande. Em fevereiro foi publicado no um artigo no qual estava escrito que não há em todo império brasileiro um conservador escravocrata. O artigo também faz criticas aos liberais que teriam sido eleitos com essa bandeira da abolição, mas o problema aconteceu porque os conservadores não falaram nisso em suas campanhas e discursos.

Nos dois anos analisados de A Federação neste período (1884 e 1888), não se tem nenhum artigo sobre a educação da mulher, situação que mudará quando o Partido Republicano Riograndense chegar ao poder em 1889. O periódico se restringe a publicar notas oficiais sobre a Escola Normal e a Instrução Pública.

De certa forma, três periódicos defendiam a educação da mulher, pois, era comum colocarem notas sobre as filhas (os) dos correligionários que estivessem concluindo o Curso Normal. Mas, enfatiza-se que as merecedoras das notas elogiosas eram as filhas dos membros do partido, nunca filhas dos seus opositores.

considerações:

Tem-se a certeza que o material não foi esgotado em sua análise, pois, por mais que olhar do pesquisador pareça estar treinado não se consegue dar conta de todos os artigos publicados sobre a educação da mulher, a Escola Normal e a Instrução Pública. Além do mais, nem todos os anos tem-se os periódicos correspondentes, faltando muitos exemplares. Alguns periódicos estão em precário estado de conservação dificultando o manuseio e a leitura. Também não houve a preocupação em fazer estatísticas de outros assuntos publicados nos periódicos.

Em relação aos artigos sobre a educação feminina pode-se observar que os articulistas de O Conservador queriam incentivar uma educação para mulher voltada para os afazeres domésticos, para formar boas donas de casa e boas mães. Se por acaso, as mulheres transgredissem essas regras sociais trariam a “desgraça” para a sociedade. E, embora, o jornal A Reforma tivesse um caráter mais liberal, suas ideias sobre a educação feminina não eram muito diferentes de O Conservador.

A Reforma apresentava mais enfaticatimente a importância do trabalho feminino nas indústrias e, posteriormente defenderá a participação política da mulher, principalmente nos textos da professora Ana Aurora do Amaral Lisboa. E o pensamento liberal também reforçava o papel da mulher como boa mãe e esposa, o que de certa forma, a habilitava a ter profissões como professora e enfermeira, vistas de certa forma, como sacerdócio

A Reforma e o Conservador, em relação, a Instrução Pública e a Escola Normal, as publicações dependiam do partido que estava na presidência da provincia, na Direção da Instrução e da Escola Normal e algumas vezes eram elogiosas ou ofensivas. Como os jornais eram órgãos partidários seus artigos sobre Instrução Pública e a Escola Normal serviam para fazer criticas a administração pública, principalmente quando o partido de oposição estivesse no poder. Por isso, usavam muitas palavras ofensivas e depreciativas em relação alguns homens que ocupavam cargos públicos.

É válido considerar que os dois periódicos publicavam notas e anúncios sobre concursos, datas e listas de exames da Escola Normal e da Instrução Pública, fazendo um serviço de

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utilidade pública.Os três periódicos queriam construir uma “opinião pública” que fosse partidária aos

seus ideais e muitas vezes tiverem discursos semelhantes em seus artigos.

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