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1 RESUMO Desde 2001 a Casa da Ciência alia em seus projetos e programas características de difusão e divulgação de ciências, favorecendo o contato entre alunos, professores e pesquisadores, sempre com a preocupação de articular os conceitos científicos trabalhados e aproximar o público do conhecimento produzido na universidade e Hemocentro. Seguindo a nossa proposta, as interações e manifestações dos estudantes são registradas durantes as atividades por nós promovidas, sendo posteriormente analisadas e o processo de ensino- aprendizagem é evidenciado, comprovando articulação dos conceitos. Uma das evidências desta trajetória de trabalhos realizados e a constatação que faltam nos alunos conceitos básicos para compreensão de assuntos mais complexos, como terapia gênica, células-tronco e câncer. Nos programas, verificou-se que alunos do ensino médio apresentavam conhecimento sobre biologia abaixo do esperado para a série que cursavam, o que é confirmado pelas pesquisas realizadas por exames internacionais como o PISA (Programme for International Student Assessment), e o próprio SARESP. Muitos não conheciam bem o DNA e quase metade dos alunos disse não saber o papel do material genético para os seres vivos. Na visão dos jovens a célula é vista na escola de forma bastante geral, muitas vezes referida como “bolinhas coloridas”. Uma aluna disse que achava que o cromossomo era uma única fita de DNA que se condensava toda “Achava que só tinha um cromossomo” comentou. Sobre o sistema imunológico, outra disse: “Na escola não vemos como são as células que compõem o sistema imunológico. Não vê nada de eritrócito, leucócito...”. O aluno tem curiosidade em aprender e aprofundar sobre esse tema, entretanto, poucos professores dominam e acompanham os avanços mais atuais. Célula é um assunto complexo que, alavancada pela área molecular, recebe cada vez mais importância nas pesquisas, articula diferentes áreas do conhecimento, devendo ser explorado de diferentes formas, com atividades distintas e participação direta de pesquisadores. No programa “Eu na USP jr.”, do qual a Casa da Ciência participou neste ano de 2009, um levantamento feito mostrou que mais da metade dos alunos do final do ensino fundamental (7°, 8° e 9° anos) nunca tiveram aulas práticas em laboratório e nunca tinham manipulado um microscópio. Em atividade realizada com os estudantes, neste mesmo programa, pediu-se que construíssem células utilizando massa de modelar. Muitos alunos faziam células iguais as do livro didático, ou seja, com duas dimensões e circular. Nesse exercício, verificou-se que os alunos que frequentavam o laboratório da escola representavam várias formas de células, enquanto aqueles que não iam ao laboratório representavam a célula como no livro didático.

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RESUMO

Desde 2001 a Casa da Ciência alia em seus projetos e programas características de

difusão e divulgação de ciências, favorecendo o contato entre alunos, professores e

pesquisadores, sempre com a preocupação de articular os conceitos científicos trabalhados e

aproximar o público do conhecimento produzido na universidade e Hemocentro. Seguindo a

nossa proposta, as interações e manifestações dos estudantes são registradas durantes as

atividades por nós promovidas, sendo posteriormente analisadas e o processo de ensino-

aprendizagem é evidenciado, comprovando articulação dos conceitos.

Uma das evidências desta trajetória de trabalhos realizados e a constatação que faltam

nos alunos conceitos básicos para compreensão de assuntos mais complexos, como terapia

gênica, células-tronco e câncer. Nos programas, verificou-se que alunos do ensino médio

apresentavam conhecimento sobre biologia abaixo do esperado para a série que cursavam, o

que é confirmado pelas pesquisas realizadas por exames internacionais como o PISA

(Programme for International Student Assessment), e o próprio SARESP. Muitos não

conheciam bem o DNA e quase metade dos alunos disse não saber o papel do material

genético para os seres vivos. Na visão dos jovens a célula é vista na escola de forma bastante

geral, muitas vezes referida como “bolinhas coloridas”. Uma aluna disse que achava que o

cromossomo era uma única fita de DNA que se condensava toda – “Achava que só tinha um

cromossomo” – comentou. Sobre o sistema imunológico, outra disse: “Na escola não vemos

como são as células que compõem o sistema imunológico. Não vê nada de eritrócito,

leucócito...”.

O aluno tem curiosidade em aprender e aprofundar sobre esse tema, entretanto,

poucos professores dominam e acompanham os avanços mais atuais. Célula é um assunto

complexo que, alavancada pela área molecular, recebe cada vez mais importância nas

pesquisas, articula diferentes áreas do conhecimento, devendo ser explorado de diferentes

formas, com atividades distintas e participação direta de pesquisadores. No programa “Eu na

USP jr.”, do qual a Casa da Ciência participou neste ano de 2009, um levantamento feito

mostrou que mais da metade dos alunos do final do ensino fundamental (7°, 8° e 9° anos)

nunca tiveram aulas práticas em laboratório e nunca tinham manipulado um microscópio. Em

atividade realizada com os estudantes, neste mesmo programa, pediu-se que construíssem

células utilizando massa de modelar. Muitos alunos faziam células iguais as do livro didático,

ou seja, com duas dimensões e circular. Nesse exercício, verificou-se que os alunos que

frequentavam o laboratório da escola representavam várias formas de células, enquanto

aqueles que não iam ao laboratório representavam a célula como no livro didático.

2

O presente projeto pretende difundir e popularizar a cultura científico-tecnológica,

principalmente para professores e alunos do ensino básico, relacionada à célula e

fundamentada em pesquisas realizadas no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em

Células-Tronco e Terapia Celular (INCTC), visando melhoria da qualidade do ensino. O INCTC

trabalha em pesquisas com células-tronco e terapia celular, onde o tema célula é destaque. A

preocupação em divulgar seus resultados, faz parte das propostas desse centro de pesquisa.

O projeto desenvolverá ações nas linhas temáticas 1 e 4. O investimento se destina à

produção de dois filmes de animação fulldome 3D (não estereoscópico) sobre células, para ser

utilizado em um domo inflável designado de Celularium, além da ampliação da equipe com

profissionais qualificados, visando exposições permanentes e itinerantes com

comprometimento educacional, focada em avaliação do processo de aprendizagem.

O primeiro filme – intitulado Viagem ao Centro da Célula – será desenvolvido de forma

a proporcionar ao espectador uma imersão em uma célula animal. O filme terá seu início a

partir de uma contextualização da célula no corpo humano. No interior da célula será realizada

uma viagem mostrando suas principais estruturas e organelas. No caminho, cada uma destas,

será mostrada em destaque no topo do domo como objeto de estudo mais detalhado. O

segundo filme – mais complexo e complementar ao primeiro e intitulado Célula-Tronco: A

Nova Fronteira – será desenvolvido de forma a proporcionar ao espectador o conceito de

formação das células sanguíneas. O filme terá seu início a partir de uma contextualização da

medula óssea do corpo humano. No interior da medula óssea será realizada uma viagem

mostrando seus principais tipos celulares. No caminho, as células do sangue apresentarão

formatos diferentes com a formação de células mais maduras até sua chegada na circulação

periférica. Por fim, o filme mostrará a importância da doação sanguínea e da doação da

medula óssea para o tratamento de diversas doenças hematológicas. Todo o filme será

acompanhado de uma narração com linguagem apropriada para um perfeito entendimento

dos espectadores, e de uma trilha sonora composta especificamente para este fim. Além do

Celularium, o visitante participará de atividades interativas, realizando observações de células

e organismos em microscópios, contato com modelos de moléculas, células, órgãos e sistemas,

para desenvolver a noção da terceira dimensão, escala, relação de forma e função, além de

participar de oficinas.

A exposição será pautada no filme e em uma mostra temática a fim de reforçar e

complementar os conceitos visto nos filme e permitir ao aluno manipular objetos e participar

de experimentos para isso parte do investimento será destinado, à contratação de bolsistas

que atuarão, entre outras coisas, como monitores nas exposições. Os monitores apresentarão

função central nas exposições, realizando as articulações de conceitos, registros das

3

manifestações para avaliação dos materiais, participando, também, de toda a execução do

projeto, como: participação nos programas da Casa da Ciência, contato com os laboratórios e

temas das pesquisas para atualização, montagem das exposições e avaliação das atividades.

A Casa da Ciência do Hemocentro apresenta toda infra-estrutura para o

desenvolvimento do projeto. Conta com uma casa no campus, o MuLEC – Museu e Laboratório

de Ensino de Ciências, para a exposição permanente, além de um domo inflável para trabalhar

com o tema célula, embora outros assuntos possam ser trabalhados, além de materiais de

laboratório, incluindo diversos modelos em resina, com escalas e formatos interativos,

possibilitando a manipulação e contato com a terceira dimensão.

Com o presente projeto pretende-se solidificar a trajetória (conteúdo e metodológica

já consolidada com os projetos em curso (Casa da Ciência, Cursos de Especialização para

professores, Caça-Talentos, MuLEC, Jornal das Ciências, sítio na internet, Adote um Cientista,

Roda da Ciência, Curso OnLine para professores – COL, Curso on line Parceiro na divulgação de

ciências, exposições na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, dentre outros) permitindo,

com apoio financeiro adicional, ampliar a difusão e divulgação de ciências para maior número

de alunos e professores, bem como para o público em geral.

Espera-se, portanto, propiciar aos jovens um espaço observação e aprofundamento dos

estudos sobre biologia, despertando o interesse pela ciência, com temas científicos gerais e

também atuais – em formatos diferenciados dos encontrados nas escolas e livros didáticos.

Considera-se uma oportunidade, um chamamento para ciência, no sentido vocacional. Para

professores, propiciar um apoio pedagógico para desenvolvimento de atividades extraclasse,

criando um canal direto entre um centro de pesquisa – INCTC/Hemocentro de Ribeirão

Preto/USP – e a escola. Ao público em geral a oportunidade de acesso à informação científica.

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PROJETO

1. Identificação da proposta

Título: Celularium – A viagem ao mundo das células

2. Especificação das linhas de ação do projeto

O presente projeto, coordenado pela Casa da Ciência1 do Hemocentro de Ribeirão

Preto/USP, desenvolverá ações nas seguintes linhas temáticas:

Linha Temática 1: Implantação, aprimoramento ou expansão de espaços científico-

culturais como centros e museus de C&T, planetários, observatórios, jardins zoobotânicos,

parques da ciência etc.; instalação ou aprimoramento de laboratórios científicos ou de

informática, bibliotecas, sala para audiovisual e outros ambientes de apoio a estes espaços.

Linha Temática 4: Produção de exposições de curta, média ou longa duração,

organizadas por eixos temáticos, campos ou áreas do conhecimento.

3. Objetivos e metas a serem alcançados

I. Objetivo geral

Difundir e popularizar a cultura científico-tecnológica, principalmente para alunos do

ensino básico, utilizando um domo inflável como ferramenta de divulgação de temas

relacionados à célula e fundamentados em pesquisas realizadas no Instituto Nacional de

Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (INCTC) aliado a atividades

interativas complementares orientadas por pesquisadores, visando a melhoria da qualidade do

ensino.

II. Objetivos específicos

1. Utilizar um domo inflável designado de Celularium como ferramenta de divulgação de

ciências, com projeção de filmes especialmente produzidos para este fim.

1 A Casa da Ciência – que faz parte do projeto educacional “As células, o genoma e você” do Centro de Terapia

Celular, um dos dez Cepids/FAPESP e atualmente pelo INCTC apoiado pelo CNPq – desde 2001 procura em seus

projetos e programas de difusão e divulgação desenvolvidos com alunos e professores provocar articulações entre

conceitos científicos. Na proposta da Casa da Ciência, as interações e manifestações dos estudantes são registradas

e comprovam a articulação dos conceitos. Nos processos de ensino-aprendizagem e difusão da ciência aproxima

professores e alunos do ensino básico de pesquisadores e do conhecimento produzido na universidade e

Hemocentro.

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2. Produzir dois filmes de animação fulldome 3D (não estereoscópico) sobre células,

gerados por computação gráfica e destinados, alunos e professores do ensino básico de

escolas, assim como ao público em geral, a serem apresentados no Celularium.

3. Desenvolver atividades interativas associadas ao Celularium, como: microscopia,

oficinas e experimentos, com foco em biologia.

4. Realizar exposição permanente no MuLEC2 (Museu e Laboratório de Ensino de

Ciências) com atividades interativas, como experimentos, oficinas, palestras e grupos de

discussão sobre temas científicos, tais como: células-tronco, biologia molecular, biotecnologia,

sistema imunológico, filogenia, entre outros.

5. Promover exposições nas escolas e dar continuidade nas atividades da Semana

Nacional de Ciência e Tecnologia e propiciar divulgação permanente e a popularização da

ciência.

6. Treinar monitores (bolsistas) para participação e apoio nas exposições.

7. Desenvolver uma área interativa no website da Casa da Ciência para consulta, apoio

pedagógico e aprimoramento de conceitos abordados na exposição.

8. Ampliar para maior número de alunos e professores a oportunidade de contato com

pesquisadores do INCTC.

Metas

Produzir dois filmes de dez minutos cada, utilizando softwares profissionais de

computação gráfica (Lightwave, 3DMax, Photoshop, dentre outros) e hardwares de alto

desempenho. O primeiro filme abordará o tema Célula que, com o advento da biologia

molecular, volta a ocupar importante papel na pesquisa, além de destaque em diferentes

meios de comunicação. O segundo trará o tema Célula-Tronco, tema atual e importante na

compreensão de conceitos na área da saúde.

Os filmes serão destinados à projeção no Celularium e, em conjunto com as atividades

complementares (microscopia, experimentos e oficinas), pretende-se trabalhar o conceito

célula em diferentes perspectivas (Celularium: escala macroscópica; Ambiente de microscopia:

escala microscópica; Uso de modelos em resina: terceira dimensão ; além de articular o tema

Célula em diferentes contextos pela ação direta dos monitores). Este exercício, com diferentes

2 Espaço de Difusão e Divulgação Científica, doado pela USP Ribeirão Preto e adequado com apoio da Fundação

Vitae (2005) e localizado no campus da USP de Ribeirão Preto, este espaço constitui um local de exposição permanente, onde são apresentados os resultados alcançados nos trabalhos de pesquisa em educação desenvolvidos pela Casa da Ciência. Abriga um acervo de materiais (maquetes, fotos, textos, desenhos, painéis, carpoteca, coleção de fósseis e de zoologia) resultantes de trabalhos desenvolvidos por alunos e professores nos programas educacionais.

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maneiras de se apresentar o tema, busca promover uma interação entre o microcosmo onde a

célula está contida com o macrocosmo onde estamos inseridos e, assim, relacionar as

dinâmicas de funcionamento dos organismos com a maquinaria e o funcionamento celular.

Realizar, no mínimo, dez exposições itinerantes nas escolas e locais públicos. Duas

dessas exposições serão realizadas durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (2010 e

2011), enquanto as demais serão realizadas em escolas da rede básica.

No espaço permanente, MuLEC, com visitação regular de 5 turmas de 40 interessados

por semana, com média mensal de 900 visitações, ao longo de 18 meses, espera-se alcançar

aproximadamente 16.200 visitantes.

Desta forma, ao final do projeto (24 meses), estima-se que todas as cidades da macro-

região abrangida pelo Hemocentro tenham tido a oportunidade de contato com o material

produzido. Lembrando ainda que ferramentas online de divulgação, como o website, estarão

disponíveis, aumentando o número de participantes e o alcance do projeto.

Com este projeto espera-se propiciar aos jovens um espaço para aprofundamento dos

estudos sobre biologia, despertando o interesse pela ciência, com temas científicos gerais e

também atuais – em formatos diferenciados dos encontrados nas escolas e livros didáticos.

Para professores, propiciar um apoio pedagógico para desenvolvimento de atividades

extraclasse, criando um canal direto entre um centro de pesquisa – INCTC/Hemocentro de

Ribeirão Preto/USP – e a escola. Ao público em geral a oportunidade de acesso à informação

científica.

Pretende-se com este projeto, portanto, investir em instrumentos de divulgação

científica (dois filmes especialmente produzidos) aliada à ampliação da equipe com

profissionais qualificados (bolsistas formados em áreas específicas do conhecimento –

biológica), visando exposições permanentes e itinerantes com comprometimento educacional,

focada em avaliação do processo de aprendizagem.

4. Metodologia a ser empregada

O tema célula, alavancada pela área molecular, recebe cada vez mais destaque nas

pesquisas. A compreensão de conceitos básicos para alcançar assuntos mais complexos, como

terapia gênica, células-tronco e câncer, é fundamental para a construção de conhecimento. O

aluno tem curiosidade em aprender e aprofundar esse tema, entretanto, poucos professores

dominam e acompanham os avanços mais atuais. Trata-se de um assunto complexo, que

articula diferentes áreas do conhecimento, devendo ser explorado de diferentes formas com

atividades distintas e participação direta de pesquisadores.

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Pensando na proposta de implantação de uma exposição educacional, este item será

focado na dinâmica da visita e no processo de treinamento dos monitores.

4.1. Treinamento dos monitores

Os bolsistas que atuarão na execução do projeto participarão de programas

educacionais da Casa da Ciência, como o Adote um cientista3, em que o contato permanente

com o pesquisador é a principal marca da ação metodológica. Acompanhando os grupos

temáticos, compostos por alunos e seus professores, orientados por pesquisadores, espera-se

incorporar a rotina da Casa da Ciência de registrar as manifestações dos alunos que revelam

momentos de concretização de aprendizagem. Além disso, o contato com os laboratórios e

temas das pesquisas garante uma forma rápida e segura de atualização sobre os temas da

exposição. Desta forma, os bolsistas serão acompanhados e avaliados por pesquisadores, além

de poder realizar a consulta de materiais e documentos depositados no PIPOC4 - Ponto de

Informação Pesquisa e Organização em Ciências, aprofundando e realizando articulações com

outros temas já trabalhados em outros momentos e programas da Casa da Ciência. Uma vez

montada a exposição, receberão orientação mais específica da equipe sobre a dinâmica da

exposição, formas e processos de registro e avaliação.

4.2. Atividades desenvolvidas na exposição

A exposição visa trabalhar o tema célula em diferentes ambientes, com interatividade

e dinâmica distintas: o Celularium será a atividade principal, no qual o visitante entrará em

uma célula e conhecerá suas estruturas e funções das organelas. Um segundo vídeo, mais

específico, aprofundará e abordará conceitos mais atuais sobre célula-tronco. Além do

Celularium, o visitante participará de atividades interativas, realizando observações em

microscópios, contato com modelos de moléculas, células, órgãos e sistemas, para desenvolver

a noção da terceira dimensão, escala, relação de forma e função, além de participar de

oficinas.

Abaixo, com mais detalhes, os diferentes ambientes de visitação:

3 No programa “Adote um cientista”, iniciado em 2005, a aproximação entre pesquisadores e alunos do ensino

básico em atividades de iniciação científica é o principal foco, em que a articulação de conceitos é elemento chave. Os projetos, normalmente da área de pesquisa do especialista (em geral pós-graduando) são desenvolvidos em encontros semanais, que podem durar até dez encontros.

4 Criado em 2006, tem a finalidade de manter os documentos vindos do Laboratório de Ensino de Ciências/FFCLRP-

USP e os atuais da Casa da Ciência/MuLEC, elaborar textos que apóiem aulas nas quais validariam a eficiência e eficácia do material a ser organizado em formatos próprios de difusão científica.

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I. Célula – composição, função e forma

Neste ambiente, uma discussão inicial sobre tipos celulares (eucariontes e

procariontes) será realizada e auxiliada com modelos didáticos. Questões sobre tamanho,

forma e função celular serão trabalhadas, como as formas de uma célula muscular, nervosa,

epitelial, reprodutiva, óssea, dentre outras, buscando levar o visitante a compreender

processos de especialização e diferenciação celular. Painéis e modelos complementares serão

utilizados neste espaço para o público compreender as diversas estruturas celulares

visualizadas somente com o apoio do microscópio eletrônico.

Os alunos poderão ter a oportunidade de realizar observações com microscópio. Serão

dez microscópios e cinco estereomicroscópios que estarão montados com lâminas de

diferentes células animais e vegetais, tecidos e organelas celulares. Serão também utilizados

modelos e painéis de mitose em raiz de cebola (importante modelo didático), planárias (iniciar

questões sobre regeneração e células-tronco), cauda de girino (mostrando capilares e fluxo de

hemácias), dentre outros materiais, sempre acompanhados por perguntas e articulações

realizadas pelo monitor.

II. Célula – vida e reprodução

Um microscópio com projeção de imagem em TV para a visualização de lâminas de

mitose e meiose, além de painéis comparativos entre os esquemas didáticos, fotos de

microscopia ótica e modelos tridimensionais possibilitarão o manuseio por parte dos

visitantes, que poderão compreender os conceitos de divisão celular. Será evidenciada a

importância do processo de reprodução em animais unicelulares através de painéis.

III. Celularium

Após o contato com o microcosmo celular o visitante terá a oportunidade de uma

viagem insólita ao interior da célula, passando por suas organelas e visualizando sua dinâmica

de diferenciação celular. Uma oportunidade inédita de se conhecer uma célula em pleno

funcionamento podendo analisar toda sua maquinaria.

Este ambiente tem aproximadamente 40m2 e em seu interior, aproximadamente 40

visitantes poderão assistir à exibição dos dois filmes especialmente produzidos e orientados

por um pesquisador/monitor para esclarecer dúvidas conceituais e realizar algumas relações

sobre temas atuais mais específicos.

O primeiro filme – intitulado Viagem ao Centro da Célula – será desenvolvido de forma

a proporcionar ao espectador uma imersão em uma célula animal. O filme terá seu início a

9

partir de uma contextualização da célula no corpo humano. No interior da célula será realizada

uma viagem mostrando suas principais estruturas e organelas. No caminho, cada uma destas,

será mostrada em destaque no topo do domo como objeto de estudo mais detalhado. Todo o

filme será acompanhado de uma narração com linguagem apropriada para um melhor

entendimento dos espectadores, e de uma trilha sonora composta especificamente para este

fim.

O segundo filme – mais complexo e complementar ao primeiro e intitulado Célula-

Tronco: A Nova Fronteira – será desenvolvido de forma a proporcionar ao espectador o

conceito de formação das células sanguíneas. O filme terá seu início a partir de uma

contextualização da medula óssea do corpo humano. No interior da medula óssea será

realizada uma viagem mostrando seus principais tipos celulares. No caminho, as células do

sangue apresentarão formatos diferentes com a formação de células mais maduras até sua

chegada na circulação periférica. Por fim, o filme mostrará a importância da doação sanguínea

e da doação da medula óssea para o tratamento de diversas doenças hematológicas. Todo o

filme será acompanhado de uma narração com linguagem apropriada para um perfeito

entendimento dos espectadores, e de uma trilha sonora composta especificamente para este

fim.

A execução do roteiro será realizada por pesquisadores do Hemocentro e a produção e

execução do vídeo serão supervisionadas pelos mesmos.

IV. Órgãos – as células trabalhando em equipe

A partir de um modelo de coração o visitante será levado a conhecer os diferentes

tipos celulares que o formam, organizadas em tecidos, em uma complexa interação,

garantindo a homeostase. Através de modelos em resina e painéis, o monitor conduzirá a

discussão, focando no funcionamento do coração, além de suas estruturas e adaptações.

Da mesma forma que os animais, outros seres pluricelulares como as plantas também

apresentam o mesmo padrão de organização celular, ou seja, também formam tecidos. Isto

será evidenciado a partir de lâminas e modelos em resina de órgãos vegetais.

V. Sistemas – e o sangue flui...

Tomando como base o grupo Vertebrata, o visitante poderá comparar a “evolução” do

sistema circulatório, aliando forma e função, dentro das cinco principais classes de animais. Da

mesma maneira que as células interagem para formar um tecido, e os tecidos para formar um

órgão, um sistema interage com outros sistemas para formar um organismo, cujo perfeito

funcionamento depende da interação de todos. Para isso, serão usados modelos de resina

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emborrachada e painéis demonstrando a composição do sistema circulatório em mamíferos e

a fisiologia cardiovascular.

VI. Organismos – do uni aos pluricelulares

Encerrando este passeio que teve início na célula o visitante verá diferentes

organismos, sua fisiologia e relação evolutiva com os demais seres. Será utilizado um modelo

de torso humano, evidenciando o organismo como um conjunto de sistemas trabalhando de

forma integrada, focando na anatomofisiologia de mamíferos, além de um painel e

exemplares fixados dos principais grupos de animais (árvore filogenética) comparando as

semelhanças e diferenças entre os grupos (relações evolutivas).

A discussão sobre organismos unicelulares e pluricelulares será realizada, mostrando

que um organismo unicelular também apresenta uma grande complexidade. Uma polêmica

também será trazida à pauta quando o visitante entra em contato com um modelo de vírus,

uma estrutura acelular, levando-o a questionar a própria essência do que é vida.

VII. A molécula da vida... (Oficina de extração de DNA)

A conclusão das atividades com uma oficina de extração de DNA proporcionará ao

visitante a percepção de que todas as células, tecidos e órgãos que compõem os sistemas que

integram um organismo, como o ser humano, são determinados em última instância pelo DNA.

A partir da oficina de extração, aliada a intervenção do monitor utilizando modelos de

ácidos nucléicos e proteínas, o visitante poderá compreender que as características de um

organismo são determinadas, em conjunto com o ambiente, pelo DNA.

Uma possível forma de organização da exposição com todos os ambientes, pode ser

visualizada na figura abaixo. Neste modelo, os espaços foram montados em uma quadra

poliesportiva, presente em escolas da rede básica:

11

Figura 1: Exposição itinerante montada em quadra poliesportiva.

Avaliação

A avaliação não é restrita apenas ao principal investimento do projeto (dois filmes

fulldome 3D), mas também aos desdobramentos que eles promoveram, ou seja, da exposição

como um todo. Existe um comprometimento com a avaliação do processo pedagógico

aplicado, buscando evidências da construção de momentos de aprendizagem.

Desta forma, no primeiro semestre, será realizado nas escolas um levantamento dos

conhecimentos prévios dos alunos sobre biologia, com foco em célula, além de verificar as

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concepções e expectativas dos jovens em relação ao ensino de biologia através da aplicação de

questionários. Estes dados servirão de apoio para a exposição e na orientação dos monitores.

A partir do segundo semestre, com a instalação da exposição, os monitores

acompanharão os visitantes, com a função de mediar articulações, discussões e reflexões com

os materiais expostos, realizando perguntas e interações entre os conceitos apresentados,

confrontando sempre os conhecimentos prévios do visitante com o conhecimento científico.

No início da visita, entrevistas serão realizadas com grupos de visitantes para verificar

suas idéias sobre célula. Durante o processo, as manifestações e perguntas dos visitantes serão

documentadas (em vídeo e caderno de campo) para avaliar as interações do público alvo com

os filmes, modelos, painéis, oficinas e os próprios monitores, consistindo em indicativo da

eficácia do “Espaço” para a aprendizagem e popularização da ciência.

Ao final da visita, os participantes serão novamente entrevistados para verificar o

impacto da exposição quanto aos ganhos cognitivos (aprendizagem de conceitos) e também

afetivos (como a emoção, motivação, interesse). De acordo com Lüdke e André (2004), “essa

metodologia permite que o entrevistador faça as necessárias adaptações”, ou seja, ao decorrer

da entrevista em função das respostas dos entrevistados não é necessário seguir o roteiro pré-

estabelecido, o pesquisador tem a liberdade de fazer as modificações necessárias durante as

entrevistas.

Todos os dados serão analisados qualitativamente, verificando também a

potencialidade da exposição na aprendizagem de conceitos de biologia celular pelos alunos do

ensino básico. A avaliação servirá também para possíveis readequações nas atividades

realizadas na exposição. Posteriormente à realização da exposição nas escolas, professores

responderão a um questionário para avaliar o impacto das atividades na aprendizagem dos

alunos em sala de aula.

Cronograma de atividades

Atividades previstas 1º

trimestre

trimestre

trimestre

trimestre

trimestre

trimestre

trimestre

trimestre

Produção do vídeo 1 X X

Produção do vídeo 2 X X

Contato com professores e escolas X X X X X X X X

Exposição no MuLEC X X X X X X

Exposição nas escolas X X X X X X

Exposição na Semana Nacional de

C&T X X

Avaliação prévia nas escolas X X X X

Planejamento e avaliação das

atividades previstas X X X X X X X X

Avaliação e Readequação da X X X X X X

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exposição

Agendamento de escolas para as

exposições X X X X X X X

Manutenção dos materiais X X X X X X

5. Justificativa para realização do projeto

Considerados centros de excelência em pesquisa e formação de profissionais das áreas

biológicas e de saúde, o campus da USP e o Hemocentro de Ribeirão Preto dão à cidade e

região uma identidade de pólo prestador de serviços e gerador de conhecimento e pesquisa

em saúde. No entanto, a população não desfruta de um espaço para conhecer os assuntos da

área, nem mesmo aqueles relacionados à saúde-doença que a atinge, como por exemplo,

hemofilia e diabetes. A população de Ribeirão Preto e região têm conhecido muito pouco dos

trabalhos científicos e tecnológicos desenvolvidos no Campus e Hemocentro, embora se

reconheça o esforço para divulgar as suas pesquisas em periódicos. Programas de ensino e

extensão são os mais divulgados, mas falta-lhes a marca da avaliação científica que provoca

desejo na população de conhecer o “mito USP”. Como exemplo, citamos que 76% dos 94

professores de Biologia e Ciências que freqüentaram a Casa da Ciência 2002-2003, de escolas

de ensino básico desconhecem o fato do zangão ser haplóide, mesmo com pesquisas

avançadas sobre abelhas, no Campus da USP, Ribeirão Preto.

Já na escola verifica-se que a biologia é apresentada ao aluno de forma oral – de

professor para o aprendiz em uma via de mão única – fragmentada e baseada em textos

presentes nos livros didáticos, que embora tenham importante papel, muitas vezes é a única

fonte utilizada pelos professores e alunos (CAON, 2005). Cabe aos alunos e professores

promoverem as articulações entre os conceitos ensinados nas diferentes disciplinas e sua

contextualização com o dia a dia. Porém, muitas vezes isto não é feito e os estudantes acabam

decorando um determinado conteúdo – geralmente, esquecido em poucas semanas ou meses

– com nenhuma ou pouca articulação entre os conceitos, não relacionando o que aprendem

na escola com a realidade a sua volta (BEVILACQUA e COUTINHO-SILVA, 2007).

Para entender o funcionamento de uma célula, por exemplo, é necessário conhecer e

articular os diferentes conceitos e os fenômenos e estruturas, entendendo suas relações.

Assim como não se pode descrever uma planta sem a sua presença, ou seja, sem dela extrair

suas características, seus dados (PIAGET, 1979) para que se consiga associar a flor do livro com

aquela presente na natureza e no jardim. Contudo, a escola opta por um ensino apenas oral

recorrendo a aulas expositivas (BELLINI, 2007) e os alunos acabam achando que as flores do

livro e as naturais são entidades distintas ou que as células são “bolinhas coloridas” e que não

apresentam a terceira dimensão. Estudos revelam, ainda, que muitos estudantes, seguindo o

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que já é tradição em escolas públicas, nunca participaram de aulas de laboratórios ou

realizaram atividades experimentais e de observação – não conhecendo o microscópio –

estando distantes dos objetos focos de estudo da biologia (BARBIERI, 1988; FRANCISCO Jr, et

al., 2008) e que este tipo de atividade é muito pouco utilizada por professores do ensino

médio (SUART e MARCONDES 2008). No programa “Eu na USP jr.”, do qual a Casa da Ciência

participou neste ano de 2009, um levantamento feito mostrou que mais da metade dos alunos

do final do ensino fundamental (7°, 8° e 9° anos) nunca tiveram aulas práticas em laboratório e

nunca tinham manipulado um microscópio. Em uma atividade realizada com os estudantes,

neste mesmo programa, pediu-se que construíssem células utilizando massa de modelar. O

intuito era discutir também a relação entre forma e função nas células. Muitos alunos faziam

células iguais as do livro didático, ou seja, com duas dimensões e circular. Nesta atividade,

verificou-se que os alunos que freqüentavam o laboratório da escola com mais frequência

representava várias formas de células, enquanto aqueles que não iam ao laboratório

representavam a célula como no livro didático.

Estudos e avaliações dos registros de programas anteriores da Casa da Ciência

depositados no PIPOC mostram que faltam aos alunos, que participam de seus projetos,

conceitos básicos, sobre célula, mitose, meiose, DNA, o que dificulta o entendimento de

conceitos mais amplos, como células-tronco, sistema imunológico, câncer, terapia celular,

entre outros, não relacionando o que aprendem na escola com a realidade a sua volta. Em

atividade de observação, estudantes não conseguiam associar a flor do livro com as do jardim

do Hemocentro de Ribeirão Preto: -“Essa flor (um hibiscus) é a mesma do livro?” disse um

aluno. Era a primeira vez que era orientado a observar uma flor. Em outra atividade, uma

aluna relata que após ver uma célula ao microscópio, pensava que veria um monte de

“bolinhas coloridas” como a do livro didático. Isso tem divulgado o fato como exemplo da

diferença entre estudar na escola e na Casa da Ciência. Em outro programa, o “Pré-Iniciação

Científica da USP”, alunos do ensino médio, selecionados entre os melhores da escola pública,

apresentavam conhecimento sobre biologia abaixo do esperado para a série que cursavam.

Além de não conhecerem bem o material genético, quase metade dos alunos disse não saber o

papel do material genético para os seres vivos. Outros desconheciam o que era vírus. Quase

todos não conheciam as células do sangue. Na visão dos alunos a célula é vista na escola de

forma bem geral. Uma aluna disse que achava que o cromossomo era uma única fita de DNA

que se condensava toda – “Achava que só tinha um cromossomo” – comentou. Sobre o

sistema imunológico, outra aluna comentou: “Na escola não vemos como são as células que

compõem o sistema imunológico. Não vê nada de eritrócito, leucócito...”. Estes exemplos

15

mostram que os alunos não conseguem relacionar o que aprendem na escola com questões da

sua realidade e que faltam conceitos básicos de biologia.

Desde 2001, com a instalação do CTC-CEPID/FAPESP, foram iniciadas atividades de

educação e difusão das ciências para alunos e professores de escolas de Ribeirão Preto e

região (PERTICARRARI et al., 2003; NUNES et al., 2006; FONTES et al., 2006; PRADO et al.,

2006; GODOI et al., 2006; PERTICARRARI et al., 2007; TRIGO, 2008; DENTILLO, 2009;

PERTICARRARI e BARBIERI, no prelo; PERTICARRARI et a.l, no prelo; PERTICARRARI et al., no

prelo). A Casa da Ciência desenvolve projetos e programas de difusão e divulgação científica

como os programas já citados, além de exposições realizadas (como, por exemplo, a Semana

Nacional de Ciência e Tecnologia, que participa desde a sua criação)5, verifica nas atividades

que adolescentes de escolas públicas e privadas têm raras oportunidades de serem incluídos

em programas de divulgação de ciência e tecnologia. Os registros da equipe da Casa da Ciência

e os depoimentos orais e escritos dos alunos são evidências incontestáveis da importância

desta convivência.

O projeto ora proposto tem como objetivo aproximar jovens e interessados em

ciências, dando-lhes a oportunidade de observar, discutir e os aproximar dos objetos focos da

ciência, neste caso específico da célula, através do Celularium, pois como visto, a maioria dos

alunos nunca teve contato com um microscópio ou realizou aulas em laboratório, além de

faltar a eles conceitos básicos sobre biologia, em especial na área de biologia celular. Aos

professores, um espaço de apoio tanto pedagógico quanto estrutural que, em contato direto

com pesquisadores, permita atualização e aperfeiçoamento de temas atuais, aliado a

possibilidade de utilização de recursos normalmente não encontrados nas escolas. Aos

visitantes a possibilidade de conhecer mais sobre algumas áreas das ciências, partindo de

conceitos básicos, abrindo espaço para compreensão de temas mais complexos, veiculados na

mídia.

A Casa da Ciência do Hemocentro apresenta toda infra-estrutura para o

desenvolvimento do projeto. Conta com uma casa no campus, o MuLEC), para a exposição

permanente, além do domo inflável para trabalhar com o tema célula, embora outros assuntos

possam ser trabalhados, além de materiais de laboratório, incluindo diversos modelos em

resina, com escalas e formatos interativos, possibilitando a manipulação e contato com a

terceira dimensão. Uma coleção de zoologia composta por praticamente todos os grupos,

tanto vertebrados quanto invertebrados, permite à Casa da Ciência expor e abordar conceitos

5 Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia realizada em outubro de 2009, cerca de 3000 visitantes

participaram da exposição “A Casa da Ciência vai para o espaço” promovida pela Casa da Ciência/Hemocentro.

16

de morfologia e fisiologia comparada, expandindo para questões evolutivas. Uma carpoteca –

coleção de frutos e sementes – também amplia a possibilidade da interação com outros temas.

Além disso, a equipe – composta por profissionais da área biológica, educacional e jornalistas –

apresenta algumas experiências em atividades de difusão e divulgação científica.

Com o presente projeto pretendemos solidificar esta experiência e ampliá-la para toda

a região de abrangência do Hemocentro (210 municípios, com população superior a 4 milhões

de habitantes). A experiência já consolidada com os projetos em curso (Casa da Ciência, Cursos

de Especialização para professores, Caça-Talentos, MuLEC, Jornal das Ciências, sítio na

internet, Adote um Cientista, Roda da Ciência, Curso OnLine para professores – COL, dentre

outros) permite, com apoio financeiro adicional, ampliar a difusão e divulgação de ciências

para maior número de alunos e professores, bem como para o público em geral. Entretanto há

necessidade de aumentar a equipe, para execução do projeto, participando da implantação,

execução e avaliação da exposição.

6. Orçamento

Descrição dos gastos – Valor em reais (R$)

Custeio

Produção de 2 filmes de animação fulldome 3D (não

estereoscópico) sobre células, gerados por computação gráfica

de 10 minutos cada.

Sub-total

195.000,00

TOTAL

195.000,00

Bolsas Desenvolvimento Tecnológico Industrial DTI-3

(4 bolsas por 24 meses)

Sub-total

100.405,44

TOTAL

295.405,44

TOTAL 295.405,44

7. Identificação dos demais participantes do projeto

O Hemocentro de Ribeirão Preto, Departamento do HCFMRP-USP, foi criado em 1990

(Decreto nº 39.509 de 11/11/1994), como parte da ação do Governo do Estado de São Paulo,

diante da grave situação em que se encontrava o país e o estado em relação à questão do

sangue. Constitui um "Centro de referência" na coleta, processamento e distribuição de

sangue para uma região de abrangência composta de 213 municípios e aproximadamente

quatro milhões de habitantes.

Integra uma rede composta por quatro núcleos de Hemoterapia (Araçatuba,

Fernandópolis, Franca e Presidente Prudente), quatro unidades de Hemoterapia (Batatais,

Bebedouro, Olímpia e Serrana), um Posto de Coleta em Ribeirão Preto, além de quatro

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Agências Transfusionais (Hospital das Clínicas Campus e Unidade de Emergência, Jales e Santa

Fé).

O Hemocentro e suas Unidades Externas são apoiados pela Fundação Hemocentro de

Ribeirão Preto - FUNDHERP, pessoa jurídica de direito privado, dotada de autonomia financeira

e administrativa de fins não lucrativos, com sua sede e foro na cidade de Ribeirão Preto,

constituída em 23 de agosto de 1990.

Seus procedimentos operacionais estão certificados pela ISO (NBR 9001/2000) e

acreditados pela AABB - ”American Association of Blood Bank”.

Apresenta Banco de Sangue de Cordão Umbilical, integrante do BrasilCord, em

funcionamento desde junho/2008, que disponibiliza células progenitoras hematopoéticas de

sangue de cordão umbilical e placentário, mantendo arquivo de dados sobre as células

processadas.

Além dos serviços que presta, o Hemocentro é também um dos mais desenvolvidos do

país em pesquisas científicas e em ensino.

Há o desenvolvimento de programas de pesquisa nas áreas de Hemoterapia,

Hematologia, Transplante de Medula Óssea, Transplante de Células-Tronco, Produção de

Proteínas Recombinantes, Biologia Molecular e Celular e Química de Proteínas.

Desenvolve extenso e permanente programa educacional que inclui o treinamento e

desenvolvimento de profissionais médicos, enfermeiros, biologistas, fisioterapeutas e técnicos

de laboratório. Estas atividades são estendidas a especialistas e pesquisadores da área, dentre

eles alunos de graduação e pós-graduação.

Destacam-se, também os cursos para treinamento e aperfeiçoamento oferecidos aos

professores de ciências do ensino fundamental e médio da região de Ribeirão Preto.

Oferece de forma sistemática e permanente campo para desenvolvimento de cursos

de formação de especialistas em biologia molecular, em nível de mestrado e doutorado.

O Hemocentro de Ribeirão Preto é parte integrante do CTC – Centro de Terapia Celular

(CEPID/FAPESP), que integra as atividades de núcleos de pesquisa instalados no campus da

USP de Ribeirão Preto, desenvolvendo trabalhos nas áreas de Biologia Molecular, Hematologia

e Química de Proteínas. Contando com laboratórios de Biologia Molecular e Celular, Análise de

Genoma, Criobiologia, Citometria de Fluxo e Bio-Informática, aparelhados com equipamentos

de última geração, os Pesquisadores do Hemocentro desenvolvem intensos trabalhos de

pesquisa relativos às propriedades das células e suas modificações, visando à criação de

instrumentos de tratamento no campo da terapia celular.

Em 2008 o Hemocentro foi selecionado pelo CNPq como um dos Institutos Nacionais

de Ciência e Tecnologia. A criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células

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Tronco e Terapia Celular (INCTC) permitirá a consolidação e a ampliação da experiência do

CTC.

A Casa da Ciência e o MuLEC – Museu e Laboratório de Ensino de Ciências, aqui

mantidas são iniciativas pioneiras na região.

O empreendedorismo é também uma das marcas do Hemocentro de Ribeirão Preto.

Desde 2004 a instituição abriu espaço para a inovação tecnológica com a criação de uma

incubadora de empresas (Supera) em parceria com a Prefeitura Municipal. A Supera é uma

incubadora de empresas de base tecnológica situada no campus da USP e no Hemocentro,

instituição sem fins lucrativos, que oferece apoio para a criação de novos negócios, oferecendo

o espaço físico para o empreendimento e serviços de suporte administrativo na fase crítica de

implantação e desenvolvimento de um novo negócio.

8. Indicação de colaborações ou parcerias já estabelecidas com outros centros de

pesquisa na área

A criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Terapia Celular (INCTC) visa

o desenvolvimento de intensa atividade de transferência de conhecimentos científicos para a

sociedade envolvendo o público em geral, mas também e principalmente os professores do

ensino fundamental e médio e os seus alunos. O INCT pretende ampliar as atividades de

transferência que já são feitas pelo Centro de Terapia Celular (CTC-CEPID-FAPESP), estendendo

estas atividades para os locais dos laboratórios associados (São Paulo, Pirassununga, Rio de

Janeiro e Belém) e propondo novas atividades com maior abrangência.

As atividades de disseminação do conhecimento sempre foram relevantes no

programa do CTC. Em 2000, como parte desse programa foi montada na instituição-sede do

CTC (Hemocentro de Ribeirão Preto – HCFMRP-USP) um espaço de 70 m2 denominado Casa da

Ciência (Rua Tenente Catão Roxo, 2501) onde foram trabalham 8 profissionais dedicados

integralmente à divulgação e ao ensino de ciências. Essa equipe é liderada pela Profa. Dra.

Marisa Ramos Barbieri, professora aposentada da Universidade de São Paulo e que possui

vasta experiência no ensino e na formação de professores de ciências e biologia para o ensino

fundamental e médio. A montagem deste espaço físico recebeu apoio, além da Fundação

Hemocentro de Ribeirão Preto e da FAPESP, da Fundação Vitae e da própria Universidade de

São Paulo por meio de bolsas-trabalho vinculados ao programa COSEAS.

Dentre as atividades de destaque desenvolvidas podemos listar: os Cursos de

Especialização denominados “As Células, o genoma e você, professor”, oferecidos em conjunto

pela USP e pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo a mais de 200 professores das

escolas de ensino fundamental e médio tanto da rede pública como privada; os cursos de

19

extensão universitária presenciais e a distancia com duração de 30 horas; os projetos de

iniciação científica júnior apoiados com bolsas pela FAPESP; os cursos de iniciação científica

para alunos da rede pública denominados “Caça Talentos” e “Adote um Cientista”, sendo o

primeiro um projeto de convivência semanal entre os pesquisadores do Centro e alunos e

professores e o segundo o desenvolvimento de projetos de pesquisa simples, liderados por

pós-graduandos da Universidade de São Paulo que se encarregam, cada um deles, de um

pequeno grupo de alunos; produção de material educacional para divulgação científica como o

“Jornal das Ciências” que se encontra na sua 19ª edição e é produzido pelos alunos e

distribuído para as escolas da região; produção de jogos educacionais, de peças teatrais como

“A agonia de uma Célula” e “Relíquias do Sangue e Sara”; confecção de cartilhas como “Uma

conversa sobre HIV e AIDS” que foi patrocinada pelo Ministério da Saúde e distribuída para

Escolas de todo o país e a redação de artigos científicos sobre o projeto educacional do CTC e

que foram publicados no Brasil e no exterior.

Em 2004, a Casa da Ciência teve suas atividades ampliadas , com o apoio da

Universidade de São Paulo que cedeu uma residência no Campus Universitário de Ribeirão

Preto, instalando o MuLEC -Museu e Laboratório de Ensino de Ciências para abrigar a

exposição permanente dos materiais educacionais produzidos nas atividades desenvolvidas na

Casa da Ciência. Este novo espaço recebe a visitação de alunos e do público em geral. Outras

atividades desenvolvidas compreenderam participações na Semana Nacional de Ciências e

Tecnologia (2004, 2005, 2006, 2007,2008 e 2009), em congressos científicos (SBPC), em

programas da mídia eletrônica (rádio e TV) e na mídia impressa. Todas estas atividades de

divulgação da ciência promovidas e apoiadas pelo CTC estão descritas com detalhes no portal

da Casa da Ciência e fazem parte do programa educacional do INCTC.

Outras atividades educacionais e de formação de recursos humanos compreendem os

cursos de verão oferecidos anualmente e os cursos de formação profissional. O CTC oferece

anualmente, no mês de janeiro, um curso de verão destinado a alunos matriculados em cursos

de graduação da área biológica de todo o Brasil. A temática destes cursos têm sido a

genômica, a proteômica e as células-tronco. O curso, com duração de duas semanas, inclui

aulas teóricas e fundamentalmente práticas laboratoriais na temática proposta.

O CTC está ligado à Universidade de São Paulo por intermédio da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto e de outras unidades situadas no Campus de Ribeirão Preto e os

seus professores e pesquisadores participam ativamente dos cursos de graduação em

medicina, farmácia, química e informática biomédica.

Laboratórios ou Grupos de Pesquisas Associados ao INCTC – Instituto Nacional de

Ciência e Tecnologia em Células Tronco e Terapia Celular:

20

Laboratório de Hematologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.

Laboratório de Morfofisiologia Molecular e do Desenvolvimento da Faculdade de Zootecnia e

Engenharia de Alimentos de Pirassunga, USP.

Centro de Transplantes de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

de Ribeirão Preto da USP.

Departamento de Cirurgia, setor de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da

Faculdade de Medicina Veterinária da USP.

Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.

Centro de Primatologia do Instituto Evandro Chagas de Belém, Pará.

Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências – USP.

Laboratório de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.

Departamento de Biologia Celular, Molecular e Bioagentes Patogênicos – USP.

Departamento de Clínica Médica, Divisão de Imunologia Clínica - FMRP-USP.

Laboratórios do Hemocentro de Ribeirão Preto – HCFMRP-USP.

9. Disponibilidade efetiva de infra-estrutura e apoio técnico para o desenvolvimento do

projeto

O Hemocentro de Ribeirão Preto possui área de 2017 m2, destinada exclusivamente à

pesquisa e desenvolvimento, assim distribuídos:

Laboratório de Criobiologia - (71 m²): Equipamentos: aparelho conexão estéril,

microcomputador, pipetas, câmara de conservação, freezer para armazenagem de bolsas,

sistema de estocagem de bolsa em nitrogênio líquido, selador automático de bancada para

bolsa de sangue, capela de fluxo, contador automático de células, freezer ultra baixa

temperatura (-86°), incubadora de CO2, phmetro portátil, microscópio invertido e biológico,

botijão criogênico para transporte de bolsas congeladas, balança analítica, extrator de plasma,

sistema "bioarchive" de armazenamento de bolsas criopreservadas, centrífuga refrigerada

para bolsa e balança de precisão, dentre outros.

Laboratório de Transferência Gênica - (41 m²): Equipamentos: microscópio invertido

com câmara de vídeo digital, microscópio convencional, sistemas de eletroforese para DNA e

Proteínas, cubas para a transferência de proteínas, incubadoras de CO2, capelas de segurança

biológica, centrífugas para cultura celular e biologia molecular, termocicladores automáticos,

agitador magnético para crescimento celular em spinner, mini-biorreator para cultivo celular

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controlado, monitores colorido, micro pipetador, pipetas de precisão, cuba de eletroforese,

bomba à vácuo, refrigerador, impressoras, estabilizador, scanner de mesa colorido, freezers,

rotores de angulo, refrigerador duplex, phmetro, balança, agitador magnético, sistema de

filtração avançado, frigobar e microcomputadores, dentre outros.

Laboratório de Citometria de Fluxo - (47 m²): Equipamentos: citômetro de fluxo,

pipetas, refrigeradores, bomba de vácuo, sistema facstation power macintosh, facsorting

interface, micropipetas, centrífugas, microcomputadores, impressoras, dentre outros.

Laboratório de Terapia Celular - (59,80 m²): Apresenta três salas de cultivo celular com

filtro HEPA e pressão positiva e contém os seguintes equipamentos: capelas de fluxo laminar,

centrífugas refrigeradas para tubos, microcentrífuga refrigenrada, microscópio óptico

binocular, pipetas de precisão, pipetador, freezer vertical (-86°), freezers -30°C, microscópios

invertidos com contraste de fase, agitadores de tubos, incubadoras, banho-maria, sistema

semi-automático de foto-micrografia, phmetro, refrigeradores. Também apresenta um

laboratório de apoio de tamanho 60,25 m²: balança analítica, e balança de precisão, sistema

de purificação de água mili-Q, cilindros de CO2, computadores, tanque nitrogênio líquido,

freezer -30°C, dentre outros. Todos os aparelhos possuem certificação, manutenção

preventiva e corretiva.

Laboratório de Citogenética - (47m²): Equipamentos básicos: microscópio óptico e

fluorescência com câmera digital, freezer, pipetas, refrigeradores, banho maria,

microcentrífuga, agitador magnético, capela de fluxo laminar, microcomputadores e

impressora.

Laboratório de Cultura Celular – (68m²): unidade composta de área para cultura e

laboratorial. Conta com os seguintes equipamentos básicos: microscópio óptico binocular,

cilindro de CO2, pipetas de precisão, pipetador, freezer vertical (-86°C), microscópio invertido

com contraste de fase, agitador de tubos, incubadora, banho-maria, centrifuga refrigerada,

sistema semi-automático de foto-micrografia, tanque nitrogênio liquido, capela de segurança

biológica, microscópio biológico binocular, phmetro, refrigeradores, microscópio invertido,

balança analítica, destilador de água, sistema de eletroforese, leitores de código de barras,

capela de fluxo laminar, dentre outros.

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Laboratório de Biologia Molecular - (94 m²): unidade composta de área laboratorial.

Conta com os seguintes equipamentos básicos: fonte eletroforese, destilador de água, banho

maria, video copy processor, homogeneizador de microplacas, pipetas, compressor aspirador,

sistema aquisição de imagem microscópica, unidade transluminadora para detecção

fluorescência DNA, capela de fluxo laminar, incubadora, centrífugas, refrigerador duplex,

termocicladores automático, concentrador de amostras, freezer, espectrofotômetro para

ácidos nucleicos, speed vac com componentes de alta capacidade, microcomputadores e

impressoras, dentre outros.

Laboratório de Biologia Celular - (67 m²): unidade composta de área laboratorial.

Conta com os seguintes equipamentos básicos: refrigeradores, sistema eletroforese,

impressoras, pipetas, cubas, espectrofotômetro, cellmax pump station, contador de cintilações

e microplacas, freezer, centrífugas, microscópio biológico, banho maria, capela de exaustão,

microcomputadores e impressoras, dentre outros.

Laboratório de Genética Molecular - (47 m²): unidade composta de área laboratorial.

Conta com os seguintes equipamentos básicos: projetor multimídia, termociclador automático,

freezer, câmara para PCR, pipetas, refrigeradores, sistema de eletroforese horizontal, banho

maria, microcentrífuga, agitador magnéticos, sequenciador, seladoras de placas, estufa de

cultura bacteriológica, analisador genético de DNA, aparelho mults creem mini protean,

sistema de micro placas, sonicador, carregador de gel, incubadora, sequenciador automático,

capela de fluxo laminar, scanner HP Scanjet, micropipetas, termomixer digital,

microcomputadores, notebook e impressoras, dentre outros.

Laboratório de Bio-informática - (25 m²): unidade composta de área de informática.

Conta com os seguintes equipamentos básicos: microcomputadores com monitores coloridos,

scanner’s de mesa, impressoras e projetor de multimídia, dentre outros.

Laboratório de Pesquisas e Estudos - (34 m²): unidade composta de área de pesquisa

por informática. Conta com os seguintes equipamentos básicos: microcomputadores,

impressoras, dentre outros.

Centro Químico de Proteínas - unidade composta de área laboratorial. Conta com os

seguintes equipamentos básicos: agitador de tubos, agitador magnético sem aquecimento,

agitador magnético com aquecimento, fonte contínua de energia, fonte de eletroforese,

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geladeira, hypercassete, mesa agitadora, mocho odontológico, phmetro, refrigerador, sistema

de avaliação de eletroforese, sistema de produção de água ultrapura, sistema de pré

tratamento de água, sistema vertical para eletroforese, switch d'link, tanque reservatório para

água pré tratada.

A área destinada à Educação (344 m2) é composta por por salas de aulas, anfiteatros,

secretaria, biblioteca e apoio audiovisual, divididos da seguinte forma:

Casa da Ciência: Situada nas dependências do Hemocentro, com uma área de 70m2,

dividida em dois espaços, um de coordenação das atividades com computadores, sala de

reunião, preparo de materiais para aula teórica e prática, secretaria de apoio e biblioteca, com

títulos voltados para o ensino superior, fundamental e médio. Outro espaço é o Ponto de

Informação, Pesquisa e Organização em Ciências, onde estão reunidas as pastas relatórios da

disciplina de Prática de Ensino de Ciências e Biologia, da Faculdade de Filosofia Ciências e

Letras – USP sob coordenação da Prof. Dr. Marisa Ramos Barbieri. Este acervo retrata cursos

ministrados pelos graduandos de licenciatura do curso de Ciências Biológicas até o ano de

2000 e os projetos de pesquisa e registros das atividades da Casa da Ciência até a presente

data.

MuLEC: Museu e Laboratório de Ensino de Ciências. Localizado a rua Clovis Vieira, 27

no Campus da USP de Ribeirão Preto, apresenta uma área total de 940 m2, climatizada e com

acesso a internet em todos os pontos. Este espaço conta com Sala de exposição, com dois

aparelhos de televisão, bancadas, microscópios e estereomicroscópios para utilização do

público nas exposições e demais atividades da Casa da Ciência. Um laboratório para pequenas

práticas que envolvam reagentes e reações químicas. Sala Multimídia com 12 computadores

em rede e acesso a internet alem de quadro branco interativo e projeção digital. Sala de

Diagramação e edição com computadores em rede, scaner de cromo e convencional,

impressora plotter e sistema de captura de áudio e vídeo para digitalização. Contando ainda

com uma secretaria de apoio técnico, e uma Sala de aula/Reuniões, o MuLEC está preparado

para receber alunos e professores para atividades de visitação, produção de material, aulas

práticas e excursões didáticas pela área do Campus da USP. Este espaço conta ainda com

quatro notebooks e três aparelhos de data show utilizados em exposições itinerantes, aulas e

demonstrações dentro do próprio MuLEC. Conta ainda com todas as facilidades encontradas

em um pequeno museu como, depósito do acervo, cozinha, banheiros masculino, feminino e

adaptado a deficientes físicos e depósito de material de limpeza.

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Sala Verde - (72 m²): unidade climatizada, composta de mesas modulares com cadeiras

individuais, com capacidade para até 80 pessoas, equipada com sistema de multimídia e

internet.

Sala Amarela – (22 m²): unidade climatizada, composta de carteiras individuais tipo

escolar, com capacidade para até 30 pessoas, equipada com sistema portátil de multimídia.

Anfiteatro Vermelho – (146 m²): unidade climatizada, composta de cadeiras

individuais com braço escamoteável, com capacidade para 180 pessoas, equipada com sistema

de multimídia, internet e som.

Anfiteatro Azul – (62 m²): unidade climatizada, composta de cadeiras individuais com

braço escamoteável, com capacidade para 50 pessoas, equipada com sistema de multimídia,

internet e som.

Biblioteca – (42 m²): a unidade conta com o acervo composto por 1.160 livros, 4.000

periódicos e revistas, 19 obras de referência (impressas e CD-Rom), teses, dissertações e

monografias, guias, 09 assinaturas eletrônicas, 03 assinaturas de jornais, anais e coleção da

produção científica do corpo docente, dentre outros.

Recursos Audio-visuais – (33 m²) – unidade composta de áreas para elaboração e

produção de material bibliográfico e de imagens e multimídia. Conta com os seguintes

equipamentos básicos: microcomputadores, scanner’s de mesa, impressoras, plotter,

filmadoras, câmaras fotográficas, equipamentos gravação de CD’s e DVD’s e projetores

portáteis, dentre outros.

Em breve, serão mais 1600m2 de área destinada à Educação, composta por salas de

aulas, biblioteca, anfiteatro, Celularium, Casa da Ciência e salas de apoio, conforme projeto

abaixo:

25

O Hemocentro possui departamentos especializados e de apoio ao desenvolvimento

de suas atividades de Assistência, Ensino e Pesquisa, conforme descrito abaixo:

Centro de Informática - (47 m²) Unidade Central de Informática, composta de por:

1)Servidor Central, com unidade de disco óptico para leitura e gravação, módulo de memória

16 DIMM, com duas unidades de disco rígido HP U320 SCSI 73 GB, 12 unidades de disco de

72,8 GB, uma unidade de fita magnética Ultrium 448, sistema operacional HPXV v1 – Modelo

HP RP 4440; 2) Servidor PA-RISC série 9000, com 2 módulos de memória de 512 MB, com

unidade de fita magnética Leasg 16-00, sistema operacional HP-UX V.11 – Modelo HP L2000; 3)

Servidor PA-RISC série 9000, com unidade de disco de 2 GB, dois discos externos de 2 GB –

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Modelo HP K210/128; 4) Banco de Dados: a) Oracle 10G Database Standart, plataforma HP-

UXPA-RISC; b) Sistema “Progress”; 5) 2 Servidores com memória de 1024 MB, unidade de disco

de 72 GB, fonte de alimentação redundante – Modelo HP DL 380; 6) Sistema de rede Hub

empilhável – Modelo 3 COM Super Stack; 7) No-Break, potencia nominal de 10 KVA

automático; microcomputadores, scaner’s e impressoras, dentre outros.

Comunicações Administrativas – (23 m²) – unidade composta de áreas administrativa

e arquivo institucional. Conta com os seguintes equipamentos básicos: microcomputadores,

impressoras de pequeno e grande porte (laser) e copiadora para grandes volumes, dentre

outros.

Gestão de Recursos Humanos – (117 m²) – unidade composta de áreas administrativas

e sala de aulas para desenvolvimento e treinamento de pessoal. Contam com os seguintes

equipamentos básicos: carteiras individuais com braço (20), microcomputadores, impressoras,

scanner’s, sistema de fotografia digital, arquivo de prontuários deslizante, dentre outros.

Gestão de Projetos – (27 m²): a unidade conta com microcomputadores, scanner de

mesa e impressora, dentre outros. Responsável pela elaboração e acompanhamento dos

projetos desenvolvidos na Instituição.

Gestão Financeira – (58 m²) – unidade composta de áreas administrativas. Conta com

os seguintes equipamentos básicos: microcomputadores e impressoras, dentre outros.

Gestão Contábil – (30 m²) – unidade composta de área administrativa. Conta com os

seguintes equipamentos básicos: microcomputadores e impressoras, dentre outros.

Gestão de Compras – (69 m²) – unidade composta de área para licitações, gerência e

apoio administrativo. Conta com os seguintes equipamentos básicos: microcomputadores,

impressoras e projetor de multimídia portátil, dentre outros.

Gestão de Materiais – (811 m²) – unidade composta de áreas destinadas a

armazenagem (estoque/câmaras frias/produtos químicos) e administração. Conta com os

seguintes equipamentos básicos: microcomputadores, impressoras, freezer’s, refrigeradores,

carro hidráulico e balanças, dentre outros.

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Gestão de Equipamentos e Patrimônio – (138 m²) – unidade composta de áreas

destinadas a administração e recebimento/estocagem de equipamentos. Conta com os

seguintes equipamentos básicos: microcomputadores, impressoras, rádios transceptores,

dentre outros.

Gestão de Engenharia e Manutenção de Edifícios – (56 m²) – unidade composta de

áreas destinadas a elaboração e gestão de projetos arquitetônicos e manutenção de edifícios.

Conta com os seguintes equipamentos básicos: microcomputadores, impressoras e plotter,

dentre outros.

Gestão de Transportes – (360 m²) – unidade composta de áreas destinadas a

administração e guarda dos veículos. Conta com os seguintes equipamentos básicos:

microcomputador, impressora, 13 veículos (Furglaine, Parati, Kombi, Suprema, Sprinter, Corsa

Wagon, S10, Ônibus, 2 Zafira, 3 Corsa Box).

10. Referências bibliográficas

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