resumo - direito administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO Licitação O estado tem a obrigação de buscar a melhor compra/escolha possível para utilizar o dinheiro público, para cumprir com o interesse público, não possui a liberdade que tem o particular. Para não correr o risco de isso não acontecer, o Estado impõe um processo administrativo obrigatório. Processo administrativo obrigatório = processo competitivo. Desse gênero, saem espécies. Entre elas, a licitação e o concurso público. O concurso público ocorre para nomear indivíduos para trabalhar diretamente para o Estado, de uma forma habitual. Já a licitação está prevista no Art. 37 da Cf: “ XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes [...].” Finalidade da Licitação – Art. 3º Lei 8.666 1. Realizar a igualdade 2. Busca da melhor proposta 3. Promoção do desenvolvimento nacional sustentável – (adicionado posteriormente) – Atividade de fomento (incentivo a pessoa a fazer algo). Essa finalidade é “menos importante” que as outras, é como um critério de desempate. 4. Realizar o princípio republicano (doutrinária). República = todos são iguais juridicamente, o Estado deve estender a possibilidade de contratação ao maior nº de pessoas possível. Regra de divisibilidade do objeto licitado. sempre que for tecnicamente possível e economicamente viável a Administração deve dividir o objeto da licitação, para realizar o princípio republicano, e estender a possibilidade de contratação a um número maior de pessoas. Essa regra não repercute na modalidade de licitação uma vez que a lei estabelece que a modalidade corresponde ao vulto delas tomadas em conjunto. Legislação Lei 8.666/93 – Lei das Licitações – Lei que tenta impedir a corrupção, prof. curte mas doutrina diz que é confusa.

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Licitação, sanções administrativas e contratos administrativos.

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Page 1: Resumo - Direito Administrativo

DIREITO ADMINISTRATIVO

Licitação

O estado tem a obrigação de buscar a melhor compra/escolha possível para utilizar o

dinheiro público, para cumprir com o interesse público, não possui a liberdade que tem o

particular. Para não correr o risco de isso não acontecer, o Estado impõe um processo

administrativo obrigatório.

Processo administrativo obrigatório = processo competitivo. Desse gênero, saem

espécies. Entre elas, a licitação e o concurso público. O concurso público ocorre para nomear

indivíduos para trabalhar diretamente para o Estado, de uma forma habitual.

Já a licitação está prevista no Art. 37 da Cf: “XXI - ressalvados os casos especificados

na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo

de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes [...].”

Finalidade da Licitação – Art. 3º Lei 8.666

1. Realizar a igualdade

2. Busca da melhor proposta

3. Promoção do desenvolvimento nacional sustentável – (adicionado posteriormente) –

Atividade de fomento (incentivo a pessoa a fazer algo). Essa finalidade é “menos

importante” que as outras, é como um critério de desempate.

4. Realizar o princípio republicano (doutrinária). República = todos são iguais

juridicamente, o Estado deve estender a possibilidade de contratação ao maior nº de

pessoas possível.

Regra de divisibilidade do objeto licitado. sempre que for tecnicamente possível e

economicamente viável a Administração deve dividir o objeto da licitação, para realizar o

princípio republicano, e estender a possibilidade de contratação a um número maior de

pessoas. Essa regra não repercute na modalidade de licitação uma vez que a lei estabelece

que a modalidade corresponde ao vulto delas tomadas em conjunto. Legislação

Lei 8.666/93 – Lei das Licitações – Lei que tenta impedir a corrupção, prof. curte mas doutrina

diz que é confusa.

Art. 22, CF - XXVII – Compete a união legislar privativamente sobre normas gerais de licitação

e contratação – Os Estado e Municípios possuem competência comum para legislar sobre

normas específicas.

Normas Gerais – São normas gerais e abstratas, não podem ser individuais e concretas.

1. CABM: Além disso, normas gerais disciplinam minimamente o combate a corrupção.

É o mínimo necessário que deve ser feito pela Administração para proteger a

moralidade.

2. Prof.: Afirma que além disso as normas gerais favorecem a segurança jurídica

(porque vale para todos), enquanto as específicas favorecem a igualdade e a

democracia (porque consideram as características e particularidades regionais,

Page 2: Resumo - Direito Administrativo

tratando os desiguais de forma desigual e os iguais de forma igual, se atinge o

máximo da igualdade).

Terceirização – É cientificamente ilícita, mas ocorre.

A terceirização ocorre quando o Estado contrata empresas que fornecem pessoas, essas

pessoas irão trabalhar para o governo. As pessoas acabam trabalhando para o governo porém

são contratadas por outra empresa. Problema = Dívidas Trabalhistas.

O art. 71 da Lei. 8.666/93 prevê que as dívidas do contratado não são repassadas para a

administração. Funciona no caso de obras, serviço, compras e alienações, mas não no caso de

terceirização, porque as pessoas trabalham habitualmente e diretamente para o Estado.

A justiça trabalhista reconheceu a ilegalidade da terceirização, afirmando que não há

vínculo com a Administração (porque não prestou concurso), mas a ela responde

subsidiariamente. Assim, se a empresa não paga as dívidas trabalhistas, o Estado deve pagar

(súmula 331 do TST).

Foi julgada a Adecon Nº 16 no STF concluiu o seguinte:

“A maioria dos ministros se pronunciou pela constitucionalidade do artigo 71 e seu

parágrafo único, e houve consenso no sentido de que o TST não poderá generalizar os casos e

terá de investigar com mais rigor se a inadimplência tem como causa principal a falha ou falta

de fiscalização pelo órgão público contratante.

O ministro Ayres Britto endossou parcialmente a decisão do Plenário. Ele lembrou que só

há três formas constitucionais de contratar pessoal: por concurso, por nomeação para cargo

em comissão e por contratação por tempo determinado, para suprir necessidade temporária.

Assim, segundo ele, a terceirização, embora amplamente praticada, não tem previsão

constitucional. Por isso, no entender dele, nessa modalidade, havendo inadimplência de

obrigações trabalhistas do contratado, o poder público tem de responsabilizar-se por elas.”

A súmula 331 acabou sendo editada e passou a constar que o Estado só deve responder

nos casos que possui culpa:

“IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a

responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que

haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem

subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa

no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na

fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço

como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das

obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.”

Além dessa edição, foi adicionado ao artigo 77 da Lei de Licitações que todas as empresas

que participarem da licitação devem provar, por meio de certidão, que não possuem débitos

trabalhistas.

Princípios Gerais

1. Impessoalidade

Page 3: Resumo - Direito Administrativo

2. Igualdade

Lei 12396 prevê benefícios para microempresas. Não é inconstitucional porque deve-se

tratar os iguais de forma igual e os desaguais de forma desigual. A constituição prevê

também.

3. Publicidade

Segredo é incompatível com o processo de licitação. A publicidade garante o controle

popular.

4. Pubridade

Rol de pessoas que não podem participar?

Princípios Específicos do Processo Licitatório

1. Vinculação ao instrumento Convocatório

A administração está atrelada as regras do edital.

2. Formalismo Moderado

Processo competitivo deve ter formalidade, mas com limite. Deve-se usar o bom senso e

não deve levar a irracionalidade.

É vedado o saneamento da formalidade como regra geral na licitação, ou seja, não pode o

responsável pela licitação decidir quando a formalidade deve ser exigida e quando não deve,

porque se não a competição não será honesta.

3. Julgamento Objetivo

Ao contrário as pessoas seriam escolhidas por juízo pessoal, deve ser critério objetivo. A

regra geral ocorre que a licitação é escolhida por aquela com o menor preço, salvo exceções

onde não é possível/inteligente.

4. Controle Social/Fiscalização do Certame pelos administrados

A administração tem competência para invalidar seus atos de oficio. Assim, se algo no

processo licitatório for percebido como ilegal pode ser declarado por ela mesma a qualquer

momento. Qualquer pessoa pode impugnar o processo licitatório, e a ilegalidade pode ser

impugnada mesmo após o prazo. Quando se trata de legalidade, o prazo para impugnação é

inútil, mas quando se trata de competência discricionário serve.

5. Competitividade

Quem deve licitar

Toda a administração, toda a entidade federativa (união, DF, estados e municípios).

Pessoas jurídicas de direito público (autarquias, fundações – depende da corrente).

Empresas estatais + Empresas de Economia mista.´

Celso Antônio Bandeira de Melo e Geraldo Ataliba iniciaram corrente de que essas

empresas devem licitar, porque o dinheiro nelas é público. A CF de 88 prevê que eles

deveriam fazer licitação, mas a emenda 19 adicionou a última frase:

“XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as

administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e

sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”

Page 4: Resumo - Direito Administrativo

O artigo 173 prevê:

“§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia

mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou

comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III - licitação e

contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da

administração pública”.

O problema é que essa lei específica ainda não foi criada. Alguns doutrinadores afirmam

que enquanto isso deve ser licitado por meio de decretos das próprias empresas.

O Prof. Celso Antônio possui outra teoria. Ele afirma que a lei especial a ser criada só seria

aplicada para empresas estatais que exploram atividade econômica. Suas relações negociais

com terceiros serão sempre regidas pelo Direito Privado, para manter a competição justa. No

caso das licitações, deve ser utilizada a lei especial, para situações que, se utilizada a lei

8.666/93, será prejudicada a atividade fim das empresas.

Tanto em atividades de empresas que exploram atividade econômica que não estão

relacionadas com a sua atividade fim, quanto em empresas que não exploram atividade

econômica, a lei 8.666/93 deve ser utilizada.

Conselhos de Profissões

OAB

Se trata de uma autarquia, parte da Administração Pública Indireta. Devem adotar o

procedimento da licitação, sempre que pretenderem elaborar contratos de obras, serviços,

compras e alienação.

Isto porque a OAB exerce função pública, assim, não é compatível com pessoa que exerce

a função pública a liberdade de contratar segundo sua própria vontade, devendo sim, ser

submetido a um procedimento rigorosamente pautado na legalidade. Até porque, para os

órgãos e instituições que exercem função pública a vontade própria é inexistente ou

irrelevante, devendo sempre objetivar atingir o interesse público. Ainda assim, o

entendimento jurisprudencial se dá em sentido oposto, posto que consideram que, devido às

peculiaridades desta entidade, para seu funcionamento regular não é razoável a exigência de

licitação.

Sistema S (sesc, senac, senai, etc)

Não pertencem a administração pública e tem uma norma constitucional que estabeleceu

que elas são privadas e sua receita vem de contribuições sociais. Não é pacifico na

jurisprudência se tem que licitar ou não. Prof. acha que não precisa.

OS e OCIP

É consolidado que elas não licitam, mas devem ser impessoais, segundo seu próprio

regulamento. Prof. é o único que acha que precisa, porque essas são autarquias disfarçadas,

porque o fundo é público.

Quando deve licitar

Pressupostos de inexigibilidade da Licitação

Page 5: Resumo - Direito Administrativo

Se estão presentes os três pressupostos, deve-se licitar. Se ausentes algum dos pressupostos,

há dispensa.

1. Lógico: Tem que ter possibilidade de competição, se não a licitação é impossível. Alguns

casos não tem o pressuposto lógico:

a. Bens Singulares: São os bens absolutos, que só existe um no mundo, só podem ser

fornecidos por uma pessoa. Não são licitáveis, pois esta só existe mediante disputa

entre os ofertantes.

(i) em sentido absoluto – bem for único, em razão da sua unidade

(ii) de um evento externo – ocasião que agrega significação particular excepcional

ao bem.

(iii) sua natureza é íntima - como uma obra de arte, a individualidade do bem

resulta da autoria.

b. Ofertante Singular: Só existe uma pessoa para comprar/vender o bem. Investidura!

2. Fático: Quando a licitação é possível mas inviável, porque não existe interessados. Como

no caso de serviços singulares, a marca pessoa da pessoa que presta é fundamental para

o interesse público pretendido.

3. Jurídico: Leva a uma licitação proibida. (i) Quando há princípios que se opõem aos

princípios da licitação, pois são mais pesados. (ii) Quem elaborou/elabora a lei não é

cientista de direito. Cabe ao estudioso do direito a interpretação. Art. 24, lei 8.666/9, que

dispensa a licitação em caso de guerra.

Obs: Toda a licitação depende (é imprescindível) da descrição da descrição do objeto a ser

licitado. Se a descrição for demais ou de menos, é ilícita. A medida certa da finalidade pública

a ser alcançada.

Princípio da vedação da fixação da marca (aparece 3x na lei):

Como regra, não pode. Eventualmente, pode fixar a marca, nas situações em que o direito

exige a fixação. Não é uma escolha discricionária. É possível nas aquisições em que só uma

marca atende a finalidade pretendida, ou por questão de padronização, que exige motivação

séria

Hipóteses de Dispensa

Para que a licitação não seja necessária com os três pressupostos, é necessário que o

legislador dispense a Administração. Até R$ 8.000,00 entende-se que a Administração está

dispensada, pois o procedimento licitatório é mais caro do que isso.

As hipóteses de dispensa de licitação tem como base a ponderação dos princípios que

fazem com que a administração inicie o processo licitatório x princípios que dispensem a

mesma. Se ambos tem o mesmo peso, a Administração pode escolher. Mas deve justificar e

comunicar a autoridade superior para retificação. É crime dispensar a licitação sem observar

as hipóteses legalmente previstas (art. 89).

Modalidades de Licitação

A de menor valor admite a de maior valor, mas a de maior valor não admite a de menor.

O valor global é a base e não aquele valor dos objetos divididos em bloquinhos.

Page 6: Resumo - Direito Administrativo

Art. 22. São modalidades de licitação:

I – concorrência:

a. Modalidade licitatória destina a transações de valores maiores. É a única que tem todas as

fases, é uma concessão de direito real de uso. Porém, não importa o valor, se tratar de

alienação de bens imóveis + concessões de direito real + licitações internacionais, deve-

se utilizar a concorrência.

b. Prazo do edital, em regra, de 30 dias. Para ser decidida pelo critério de “melhor técnica”,

“técnica de preço” ou “empreitada integral”, o prazo é de 45 dias.

c. Publicação do Edital na Imprensa em jornal oficial e em jornal particular, contento

informações essenciais do certame e o local onde pode ser obtido o edital.

d. Podem participar quaisquer interessados que preencham os requisitos estabelecidos no

edital.

II - tomada de preços:

a. Modalidade licitatória destina a transações de valores intermediários.

b. O prazo do edital até o recebimento das propostas é de 15 ou 30 dias (caso de decisão por

critério de “melhor técnica” ou “técnica de preço”).

c. Publicação do Edital na Imprensa em jornal oficial e em jornal particular, contento

informações essenciais do certame e o local onde pode ser obtido o edital.

d. Em regra, só as pessoas previamente cadastradas na repartição participam, com exceção

das pessoas que preenchem as condições do cadastrado até 3 dias antes do recebimento

das propostas.

- Se o cadastro é indeferido: O recurso não tem efeito suspensivo, somente: Art. 109 – “I -

recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata,

nos casos de: a) habilitação ou inabilitação do licitante; b) julgamento das propostas; § 2º O

recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo

a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao

recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.”

CABM afirma que o caso específico da alínea d, que prevê “d) indeferimento do pedido

de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento), há uma falta de inscrição

em registro cadastral, sendo possível sua adequação sem a necessidade de efeito suspensivo.

III – convite:

a. Modalidade licitatória destina a transações de valores menores.

b. Prazo de 5 dias úteis.

c. Não há publicação de edital. A administração envia uma carta-convite que substitui o

edital.

d. Só podem participar os convocados pela Administração e aqueles cadastrados na

especialidade correspondente, e que manifestarem interesse dentro do prazo de 24horas.

Deve-se convidar pelo menos 3 interessados, afixo em local próprio na repartição.

- Se não forem 3 pessoas, porque não existe no mercado? A lei permite que convide menos

de três e justifique. A cada novo convite, deve inovar pelos menos 1. CHECAR

Page 7: Resumo - Direito Administrativo

IV - concurso; Não é igual a concurso público! Comissão integrada da repartição.

V – leilão; Móveis Inservíveis e legalmente apreendidos, adquiridos judicialmente ou por

dação em pagamento (desde que o valor do objeto seja da modalidade de tomada de preços).

+ Consulta: Lei da agência nacional de telecomunicações. É inconstitucional porque não

regulamentou o procedimento licitatório.

+ Pregão

Etapas da Licitação

Fase Interna

Instaurar um procedimento administrativo licitatório, pesquisa de preços, descrição do objeto,

previsão orçamentária para aquele gasto (plano plurianual ou lei orçamentária).

- Vedações:

1. Objetivas: Não se pode integrar o objeto licitado a obtenção de recursos financeiros, sem

quantitativos. Serviço/Obra= Tem que ter projeto básico.

2. Subjetivas: Membro da própria comissão + Servidor do Órgão licitante + Impedidos de

contratar/suspensos + Autora do projeto base da obra/serviço = não podem participar.

Existem ainda vedações implícitas, como no caso da namorada do prefeito.

Fase Externa

Aquela em que, já estando estampadas por terceiros, com a convocação de

interessados, as condições de participação e disputa, irrompe a oportunidade de

relacionamento entre a Administração e os que se propõem afluir ao certame.

1. Publicação do Edital. É dividida em duas partes (lei quis uma divisão radical, nada da

segunda fase pode ser analisado enquanto não se completa a primeira):

a. Subjetiva: Verificação dos afluentes, ou seja, de quem vai participar.

b. Objetiva: Verificação das propostas, julgar as propostas.

2. Edital: Ato pelo qual são convocados os interessados e estabelecidos as condições do

certame

3. Habilitação: Ato pelo qual são admitidos os proponentes.

4. Julgamento e Classificação das Propostas: Ver se as propostas estão de acordo com o

edital.

5. Homologação: Ato pelo qual se verifica se o certame está correto e homologa

6. Adjudicação: Seleção da melhor proposta e contrato. (Helly Lopes acredita que adjudicação

é anterior a homologação).

Obs: O art. 43, parágrafo 3ª autoriza a Administração dissipar dúvidas que haja tido em

relação a um dado documento. A dúvida deve ser razoável, suscitada pelas informações ou

documentos anteriores. É uma diligência para esclarecer ou complementar. Quando a

vedação, é razoável, para impedir tardia anexação de elementos demandados no edital e não

oferecidos na ocasião oportuna. O STF admitiu a possibilidade de juntada posterior de

documentos destinado a esclarecer dúvida acerca de outro, apresentado tempestivamente.

Para que a regra seja flexibilizada, é necessário a análise concreta dos fatos.

Page 8: Resumo - Direito Administrativo

Edital

- Ato que realiza a publicidade e o ato que fixa as regras/regulamento do certame.

- Ato pelo qual a administração pública faz público seu proposito de licitar.

- Ato que estabelece os requisitos exigidos dos proponentes e das propostas.

- Ato que regula os termos segundos quais os avaliara

- Ato que fixa as cláusulas do eventual contrato a ser travado.

Funções e Vícios do Edital

As funções do editas são diretamente relacionadas à validade do ato, quando o edital

não realiza uma de suas funções, estará viciado, podendo invalidar todo o certame. Também

é reconhecido como vício do edital qualquer violação que contrarie legislação vigente.

a. Da publicidade ao certame: Trata-se de um ato administrativo em que estão envolvidos

bens públicos, a sociedade tem interesse em saber dos gastos x É viciado se não é

passível de fiscalização.

b. Identifica o objeto licitado e delimita o objeto de propostas x É viciado se: (i) há indicação

defeituosa do objeto, ou seja, imprecisa e/ou obscura, de modo que impeça seu

reconhecimento exato, ou (ii) quando há delimitação incorreta do universo das propostas,

ou seja, a identificação do objeto for excessiva, de modo à excluir discriminatoriamente

concorrentes.

c. Circunscreve o universo dos proponentes (quem vai participar = licitantes) x É viciado se

há delimitação incorreta do universo dos proponentes, como quando exige requisitos para

licitação em épocas diferentes às que teriam relevância para segurança das proposta.

d. Critérios para analisar e avaliar os proponentes x É viciado se ocorre caráter

aleatório/discriminatório dos proponentes e das propostas (viola igualdade), critérios

devem ser objetivos.

e. Regula os atos e os termos processuais do procedimento x É viciado se estabelece

trâmites processuais cerceadores da liberdade de fiscalizar a lisura do certame.

f. Fixa as cláusulas do futuro contrato

Anexos do Edital = Obras e Serviços = projeto básico + projeto executivo

Prazo para impugnar o edital:

Art.41: § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por

irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis

antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração

julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade

prevista no § 1o do art. 113.

§ 2 o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a

administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos

envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em

convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades

que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

Page 9: Resumo - Direito Administrativo

Se o edital for inválido ou ilícito é possível a impugnação mesmo após o prazo.

Quando publicado o edital, é feita audiência pública para que os interessados na licitação

apresentem os documentos.

Habilitação

É o preenchimento dos requisitos previstos no edital, para que o candidato possa ser

considerado apto à participar da licitação e, eventualmente, contratar com o ente federativo.

Da aos licitantes a qualificação jurídica de ofertantes e possuem o direito subjetivo de ter sua

proposta analisada.

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:

I - cédula de identidade; Habilitação Jurídica

II - registro comercial, no caso de empresa individual; - Qualificação Econômica e Financeira

III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se

tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de

documentos de eleição de seus administradores; - Habilitação Jurídica

IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de

diretoria em exercício; Habilitação Jurídica

V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em

funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo

órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Qualificação Técnica: Como exigir engenheiros para uma obra.

Regularidade Fiscal: art. 29 + 37 inciso XXI da CF. O edital pode pedir outros tipos de

certidões negativas de débito, desde que estejam ligadas ao objeto/contrato do certame,

porque não deve ser utilizado como meio de submeter pessoas a pagar seus tributos. Além

disso, não pode estar em débito com a seguridade social.

- No convite, a habilitação é presumida.

- Na tomada de preços, a habilitação é no inicio.

- No leilão, no concurso e no convite: Documentos da habilitação podem ser totalmente ou

parcialmente dispensados. A administração pode substituir por uma certidão cadastral.

- É possível que as empresas se unam em um consorcio (pode somar qualificação técnica,

por exemplo), mas sem personalidade jurídica. O edital pode exigir 30% a mais nesses

casos.

- Se não apresenta os documentos = inabilitação. Cabe recurso! Se todos forem

inabilitados, aplica-se o art. 48: “3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas

as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de

oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas

escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução

deste prazo para três dias úteis”.

Page 10: Resumo - Direito Administrativo

- Carater Preclusivo da habilitação: “§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu

direito de participar das fases subsequentes.”

Vícios da Habilitação - CHECAR

1. Exigência de Documentação Excessiva.

2. Exigência de índice de capacidade econômica/técnica não razoáveis. Diferente da

complexidade do objeto licitado.

3. Exigência de índices de capacidade econômica ou financeira que são em tempo diferente

da habilitação, para garantir a segurança administrativa da licitação. Ex: pedir balanço dos

últimos 10 anos

Proposta

Deve-se verificar se está de acordo com o edital, se não é desclassificada. Se todos

forem desclassificados, se aplica o prazo do art. 48, como no caso da habilitação. É a

concorrência, a audiência pública para a segunda etapa.

Exigência Doutrinárias

1. Proposta deve ser séria: Possibilidade real de ser cumprida e mantida

2. Tem que ser exequível: Toda licitação pressupõe uma prévia pesquisa de preços para

impedir que a administração contrate acima do valor de marcado, e para saber se é

inexequível. (Se estiver muito abaixo do mercado, sem lucro, é inexequível). TCU afirma

que a administração não deve desclassificar nesse caso, e sim apresentar para ônus da

prova da empresa.

3. Ajustada às condições do edital

4. Ajustadas à lei.

Julgamento das propostas

Passa por um exame de suas admissibilidades, pois a proposta deve atender certos

requisitos (acima). A lei denomina “tipos de licitação”, o que seria, na verdade, critérios

fundamentais de julgamento para obrigas, serviços e compras (não se estende para

concursos e leilões).

1. Menor preço

2. Maior lance/oferta: analisar o preço de mercado feitas para a administração

3. Melhor técnica: não significa a melhor técnica. A lei 8.666 nunca deixa de lado o preço

4. Melhor técnica e preço: art. 46.

A lei proíbe qualquer criação de tipo de licitação. Edital não pode colocar um preço

mínimo, apenas preço máximo porque não pode afastar a competitividade.

Classificação das propostas

A classificação tem o efeito jurídico de investir o primeiro colocado na situação de único

proponente suscetível de, homologado o certame, receber a adjudicação do objeto licitado

em vista do futuro contrato.

Page 11: Resumo - Direito Administrativo

Ordenadas em vantagens que ela oferece. E se empatar? Critérios de desempate da lei – se

mesmo assim empatar = sorteia (micro e pequena empresa). Efeito jurídico da classificação:

de investir o 1o colocado na situação de único proponente suscetível de, homologado o

certame, receber a adjudicação do objeto licitado em vista do futuro contrato.

Homologação: autoridade estranha ao procedimento proclama a correção do certame.

Adjudicação: convocação para celebrar o contrato.

Pregão:

Lei 10.520/02

Modalidade de licitação para aquisição de bens ou serviços comuns, em que a disputa pelo

fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. Disponíveis a

qualquer tempo em mercado próprios cujas características padronizadas estão aptas a

satisfazer as necessidades da administração.

O conceito de serviço comum não foi enunciado de maneira clara e objetiva pela lei. A

doutrina conceitua como: padronização de sua configuração, que é viabilizada pela ausência

de necessidade especial a ser atendida e pela experiência no mercado. TCU entende que

serviços de engenharia podem ser considerados comuns. Tal resultado não é cientificamente

correto, eis que os serviços de engenharia, pela sua complexidade técnica, bem como pelo

alto valor envolvido, não podem ser pautados exclusivamente nos preços, sendo, portanto,

incorreta a realização de pregão.

Caso precise de técnica = pregão não está excluído de plano.

Fase interna é comum.

Fase externa: é iniciada com a convocação dos interessados por publicação. O aviso

constará objeto licitado, local, dias e horários prazo para apresentação das propostas,

contados a partir da publicação do aviso, prazo mínimo de 8 dias.

Sessão pública para os interessados: pode ser verbal – princípio da realização de todos os

atos em uma audiência, os interessados apresentarão envelopes contendo o objeto e o preço

oferecido = imediata abertura e verificação das propostas em conformidade com o edital na

sessão = autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superior

àquela, poderão fazer novos lances verbais, até o vencedor Não havendo 3 ofertas nas

condições anteriores, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3,

oferecer novos lances verbais, quaisquer que sejam os valores

Critério de julgamento e classificação = menor preço, observados os prazos máximos para

fornecimento, especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho

Depois de encerrada a etapa competitiva, o pregoeiro abrirá o envelope que contém os

documentos de habilitação do licitante da melhor proposta. Verificada as exigências do edital,

é declarado o vencedor. E se o vencedor da etapa competitiva não atender as exigências do

edital ou se a oferta não for aceitável? Pregoeiro examinará as propostas subsequentes. O

Page 12: Resumo - Direito Administrativo

pregoeiro pode negociar diretamente com o melhor proponente para que o melhor preço seja

obtido. Os concorrentes podem recorrer em 3 dias.

Decididos os recursos, autoridade fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante

vencedor.

Homologa a licitação pela autoridade e o adjudicatário será convocado para assinar o edital

No pregão, 1o homologa e depois adjudica (contrário ao CABM).

Licitação deserta: não aparece ninguém. Administração está autorizada a contratar

diretamente, desde que mantenha as condições do edital.

Licitação fracassada: inabilitados.

Ata de registro de preços (ARP)

O registro de preços é um contrato normativo, um procedimento especial de licitação,

constituído como um cadastro de produtos e fornecedores, selecionados mediante licitação,

para contratações sucessivas de bens e serviços, respeitados os lotes mínimos e outras

condições previstas no edital. É selecionada a proposta mais vantajosa para eventual e futura

contração pelo Poder Público. Independe de previsão orçamentária, pois a existência de

preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações.

a. Atende a demandas frequentes, parceladas, mas não continuadas.

b. Pode ter para compras e não para serviços.

c. No caso de bens ou serviços comuns por Pregão, é possível ARP.

d. A ARP para serviços não comuns somente será na modalidade de concorrência, uma vez

que o pregão só admite bens ou serviços comuns.

Lei extremamente omissa (art. 15 da Lei) + Muito importante na prática

Só pode durar 1 ano e não dá direito a contratação.

Ofício para consultar os órgãos que vão participar, estimativa séria porque o quantitativo

interfere no preço.

Na teoria:

Na prática: O Decreto 3.931/01 estabelecia no seu artigo 8º a denominada “carona”,

permitindo que órgãos e entidades da Administração que não tivessem participado do

certame da licitação, pudessem adquirir 100% do quantitativo fixado na ata. Ele é inválido,

pois estes órgãos e entidades estariam se valendo da ata de registro de preços de outro

ente para celebração dos contratos. A peculiaridade é de que os quantitativos contratados

não eram computados para o exaurimento do limite máximo.

TCU: em 2012, estabeleceu que cada órgão, mesmo que não participasse da ata, pudesse

fazê-lo, desde que o quantitativo seja respeitado.

Decreto 7.892/13: artigo 22 estabelece que outros órgãos que não participarem da ARP,

poderiam adquirir 100% do quantitativo fixado na ata, desde que não exceda ao quíntuplo o

quantitativo fixado na ata. Piorou o que o TCU colocou, mas melhorou o outro decreto de

2001.

Page 13: Resumo - Direito Administrativo

Licitação de micro e pequenas empresas

Lei complementar 123, modificada em 2014 pela Lei complementar 147 (PROCURAR NOS

SITES!!)

Ajudas que são dadas:

1) artigo 43: + 5 úteis da data que foi considerada vencedora do certame para apresentar

regularizar as certidões de positivo e negativo de pagamento de tributos (regularidade fiscal).

Violação da igualdade, segundo o Prof.

2) artigo 44: se houver um empate de preços entre uma grande empresa e de uma micro e

pequena empresa, a micro e pequena ganha! Se o preço da micro e pequena for 10% acima

do preço fornecido pela grande empresa = empate ficto. É chamada para diminuir o preço, se

não quiser, ela perde para a grande empresa. Exceção: pregão, porcentagem cai para 5%.

3) artigo 47, 48 e 49: não precisa de lei específica para os benefícios. Quais são os benefícios?

I) processo licitatório apenas de micro e pequenas empresas: limite da contratação não

ultrapasse 80.000 reais. II) aquisições de obras e serviços: edital pode exigir a contratação de

micro e pequenas empresas como subcontratação.

Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de

mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a

prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a

Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública

enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a

reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida

sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após

decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser

aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no

recolhimento de quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;

Page 14: Resumo - Direito Administrativo

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de

atos ilícitos praticados.

Cabe uma advertência ou multa ou declaração de inidoneidade para licitar ou contratar

com a administração enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição (mais

grave!), ou declaração de suspensão de participação nos certames (prazo de 2 anos, mas

deve estar previsto no edital e no instrumento do contrato.

Obs: Quanto a inidoneidade e suspensão, o princípio da legalidade é violado pode a conduta

não está tipificada na lei para permitir a imputação. Maioria da doutrina entende que há

inconstitucionalidade.

Contratos Administrativos

Direito Privado

Decorre do conceito de negócio jurídico (declaração privada de vontade que gera

efeitos jurídicos). Contrato é um negócio jurídico bilateral, há concordância das partes.

Aquiescência (atitude passiva, aceitar a norma) x Concordância (norma editada de forma

bilateral).

- Princípios dos contratos privados: autonomia da vontade + liberdade contratual + paridade

jurídica entre as partes + obrigatoriedade do contrato + intangibilidade do contrato +

relatividade dos efeitos.

Direito Público

Não segue as mesmas regras do direito privado. Existem quatro correntes:

1. Contratos Administrativos (direito público) x Contratos da Administração (direito privado).

2. CABM (pai e filho): Pai nega a possibilidade de contratos administrativos. Afirma que, se a

administração firma um contrato, este deve ser regido pelo direito privado. Os contratos

administrativos não são contratos, são atos unilaterais com contratos adjetos.

3. Carlos Ari: Só existem contratos administrativos, porque tudo da Administração é regido

pelo direito público.

4. Prof: Existem vícios de pressupostos metodológicos:

a. Pensar no direito com olhos somente para o direito privado, porque é anterior ao

público.

b. Conceber que a administração pública pode estar em uma relação regida pelo

direito privado.

Não existem contratos administrativos porque contratos foram feitos baseados na autonomia

da vontade.

Assim, a CF utiliza a expressão Contrato Administrativo, mas temos que entender como atos

administrativos que dependem de duas vontades para formar seu conteúdo. São atos

administrativos bilaterais.

Dois tipos de Atos Bilaterais

Page 15: Resumo - Direito Administrativo

1. Interesses Contrapostos: Dizem respeito ao que tipicamente se denomina como contratos

administrativos em sentido estrito. Cada parte tem um interesse.

2. Interesses Paralelos: HLM diz que esses não são contratos, e sim convênios e consórcios.

Dois interesses idênticos que se juntam para realiza-lo. Contrato administrativo em sentido

amplo.

Regime Jurídico

Baseado na teoria dos atos administrativos (veículo introdutor de toda norma administrativa).

Quando uma norma sai do mundo jurídico, existem duas hipóteses: (i) quando outra

norma a retira ou (ii) quando ela própria se retira. Retirada do ato administrativo: invalidação

(invalidade original do ato), revogação (inconveniência e inoportunidade), cassação,

caducidade, contraposição, desaparecimento do sujeito ou objeto e por cumprimento de seus

efeitos.

Contratos administrativos não são extintos por revogação, pois eles jamais se alteram

ou extinguem por motivo de inconveniência ou inoportunidade. São extintos por: vício grave

do contrato + descumprimento do contrato pela parte ou pela administração.

Alteração unilateral: também são causas de extinção unilateral e dependendo das

circunstâncias, justificam o jus variandi ou a extinção do contrato.

A extinção do contrato administrativo exigida pela alteração das circunstâncias fáticas

ou jurídicas: caducidade ou decaimento. Ex.: erro cometido pela Administração na formulação

das condições contratuais. Extinção pode motivos de interesse público e alteração das

condições do contrato.

Extinção unilateral: inadimplemento do administrado (ato retirado por cassação). Em

relação às concessões de serviço público = retirada de caducidade.

Se o inadimplemento é efetuado pela Administração: retirada do ato por invalidade

superveniente. O administrado terá de propor ação judicial para extinção do contrato.

Intangibilidade da equação econômico-financeira: garantia que está na CF. Relação em um

contrato administrativo. As alterações unilaterais do contrato efetuadas pela Administração

exigem a revisão da remuneração do contrato.

- Teoria do Fato do príncipe (ex.: aumento de tributos que recai diretamente no contrato,

manter equilíbrio): alguma atuação do Estado, ainda que não relacionada ao contrato, que

infere diretamente na equação.

- Teoria do Fato da administração: inadimplemento da Administração ou descumprimento de

suas obrigações também altera a equação econômico-financeira

- Ius variandi: decorre da alteração unilateral do contrato. Por exemplo, se aumentar 25% do

que tem que fazer, tenho que compensar 25% do que ele iria receber. O contratante não será

indenizado dos lucros cessantes, mas somente dos danos emergentes.

- Teoria da Sujeição imprevista/da Imprevisão: não exige simplesmente o fato impossível/de

consequências imprevistas. Previsão com responsabilidade e razoabilidade.

- Caso fortuito (decorre da atuação das partes) ou força maior (natureza): por expressa

determinação legal, exige o reequilíbrio econômico-financeira.

Page 16: Resumo - Direito Administrativo

A intangibilidade da equação econômico-financeira não é garantia de lucro.