resumo de pratica simulada penal iii

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terça-feira, 18 de março de 2014 8° Período - Resumo da Matéria de Prática Simulada Penal 03-06-14 FONTE : http://www.jusinfocus.com.br/2014/03/8-periodo-resumo-da-materia-de- pratica.html Prática Simulada III - Penal 1. Primeira peça: Resposta à acusação\Defesa preliminar 1.1. Prazo: 10 dias (data de início a partir da ciência da citação, contagem em dias corridos, excluindo-se o primeiro dia e incluindo-se o ultimo dia). OBS: Após o incidente da defesa preliminar (ou resposta a acusação) o juiz pode receber a denúncia ou absolver sumariamente o réu. 1.2. Requisitos da Resposta a acusação\Defesa preliminar: Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __/MG. Preâmbulo: qualificação do acusado, com embasamento jurídico nos artigos. 396 e 396 "A" do CPP. Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

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Page 1: Resumo de pratica simulada penal  iii

terça-feira, 18 de março de 2014

8° Período - Resumo da Matéria de Prática Simulada Penal 03-06-14

FONTE : http://www.jusinfocus.com.br/2014/03/8-periodo-resumo-da-materia-de-pratica.html

Prática Simulada III - Penal

1. Primeira peça:

Resposta à acusação\Defesa preliminar

1.1. Prazo: 10 dias (data de início a partir da ciência da citação, contagem em dias corridos,

excluindo-se o primeiro dia e incluindo-se o ultimo dia).

OBS: Após o incidente da defesa preliminar (ou resposta a acusação) o juiz pode receber a

denúncia ou absolver sumariamente o réu.

1.2. Requisitos da Resposta a acusação\Defesa preliminar:

Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

__ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __/MG.

Preâmbulo: qualificação do acusado, com embasamento jurídico nos artigos. 396 e

396 "A" do CPP.

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia

ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a

citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de

10 (dez) dias.

Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa

começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do

defensor constituído.

Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar

tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações,

especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as

e requerendo sua intimação, quando necessário.

Page 2: Resumo de pratica simulada penal  iii

Fato: Relatar o fato (de maneira simples e sucinta) ao judiciário.

Questões de Direito: Preliminares ou Mérito.

Pedido: Tudo o que foi salientado nas teses de questões de direito (preliminares ou

mérito).

Local e data: Belo Horizonte, 23 de setembro de 2014.

Assinatura e OAB: A prova da OAB não permite a identificação, por isso neste

campo devem colocar-se apenas traços para demarcar estes complementos à peça.

Rol de testemunhas: Nome e endereço das testemunhas (Ordinário 8, Sumário 5,

Sumaríssimo 3).

1.3. Exercício prático

1.3.1. Elaborar uma peça processual de resposta à acusação para o denunciado, contanto o

prazo da denúncia para realizar a peça com data do ultimo dia do prazo, conforme o caso

concreto abaixo:

EXMO SR DR JUIZ DE DIREITO DA 10º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

VARGINHA MG.

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais no uso de suas atribuições, na forma

do art. 129, I da CF, oferece a presente denúncia em face de HENRIQUE EUSTÁQUIO, na

forma em que segue:

Consta do incluso Inquérito Policial que no dia 20 de dezembro do ano de 2013 as 11

horas e 15 minutos, o denunciado quebrou o vidro do veículo marca: FERRARI, placa FMG-

1009, de propriedade do Sr. JOÃO PAULO.

Ficou evidente que o acusado foi detido 5 minutos após subtração do bem, ou seja, na

esquina de onde o bem estava estacionado (20 metros), isso graças à testemunha MARIA

RITA, que presenciou todo fato e desde o início avisou aos policiais militares que ficam em

uma guarita permanente na esquina onde foi efetuada a prisão.

Importa salientar que o fato ocorreu na Rua: Das flores, N 100, Bairro: Campos, Belo

Horizonte - MG, sendo o denunciado natural desta Comarca de Varginha.

Page 3: Resumo de pratica simulada penal  iii

Desta forma, é a presente denúncia para que ao final do processo seja o acusado

condenado nas iras do art. 155, § 4 I, do Código Penal.

Varginha, 07 de fevereiro de 2014.

Promotor de Justiça

FULANO DE TAL

2. Segunda Peça:

Queixa Crime

2.1. Cabimento: Ação exclusivamente privada, ou ação privada subsidiaria da pública.

2.2. Competência: Juizado Especial

2.3. Conteúdo: Mesmos requisitos da denúncia realizada pelo MP, art. 41 do CPP.

Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o

nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem

ser previamente requeridas no juízo criminal.

2.3. Requisitos da Queixa Crime:

Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE ____/MG

Preâmbulo: qualificação da vítima/ofendido, propondo ação penal em face do

réu/ofensor (também deve ser qualificado, mesmo com dados somente para uma

identificação genérica do acusado).

Fato: Relatar o fato (de maneira simples e sucinta) ao judiciário, exposição fática do

fato criminoso.

Pedido: Recebimento da denuncia, com regular prosseguimento do feito e conclusão

condenatória em face do réu.

Local e data: Belo Horizonte, 23 de setembro de 2014.

Page 4: Resumo de pratica simulada penal  iii

Assinatura e OAB: A prova da OAB não permite a identificação, por isso neste

campo devem colocar-se apenas traços para demarcar estes complementos à peça.

Rol de testemunhas: Nome e endereço das testemunhas (Ordinário 8, Sumário 5,

Sumaríssimo 3).

OBS: A queixa Crime deve ser feita com procuração com poderes especiais, e

especificamente este modelo deve conter uma breve descrição dos fatos.

2.4. EXERCÍCIO PRÁTICO

2.4.1. Elabore como advogado constituído, a peça processual cabível juntamente com a

procuração pertinente:

CASO CONCRETO:

WESLEY, imbuído de consciência e vontade de praticar o crime de calunia em

face de HENRIQUE, no dia 01 de setembro de 2013, em local público, relatou que:

"HENRIQUE, subtraiu um veículo JEPPE, ano e modelo 51, de propriedade

do Sr. CADU".

É importante frisar que WESLEY sempre soube que o fato era falso, da mesma

forma, importa salientar que HENRIQUE, tomou ciência do fato criminoso e do autor deste

no dia 01 de setembro de 2013.

3. Terceira Peça:

Habeas corpus (ação constitucional)

3.1. Requisitos do HC:

Endereçamento: Instância superior da autoridade coatora.

Nomenclatura: Impetrante = advogado, paciente = preso.

Preâmbulo: Impetrante (qualificação), paciente (qualificação), logo após, apontar a

autoridade coatora.

Page 5: Resumo de pratica simulada penal  iii

Dos fatos: Relatar os fatos, sem requerer a liberdade através dos fatos.

Do mérito: Somente matéria de direito, o motivo do Habeas Corpus.

Art. 5º, LXVIII, CF.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no

País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à

segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se

achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de

locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Arts. 647 a 667, CPP.

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar

na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e

vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a

lei a autoriza;

VI - quando o processo for manifestamente nulo;

VII - quando extinta a punibilidade.

Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará

passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha

cabimento, seja qual for a autoridade coatora.

Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas

corpus:

I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da

Constituição;

II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação

forem atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou

Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos

chefes de Polícia.

§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação

provier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição.

§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou

iminente, dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda

Pública, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos

Page 6: Resumo de pratica simulada penal  iii

legais, salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de

depósito do alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.

Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao

processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos

daquela.

Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do

processo, este será renovado.

Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus,

será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso

de poder, tiver determinado a coação.

Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia

das peças necessárias para ser promovida a responsabilidade da

autoridade.

Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa,

em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.

§ 1o A petição de habeas corpus conterá:

a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou

coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;

b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples

ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;

c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não

souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.

§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício

ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que

alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.

Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de

justiça ou a autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou

procrastinar a expedição de ordem de habeas corpus, as informações

sobre a causa da prisão, a condução e apresentação do paciente, ou a sua

soltura, será multado na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis,

sem prejuízo das penas em que incorrer. As multas serão impostas pelo

juiz do tribunal que julgar o habeas corpus, salvo quando se tratar de

autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo Tribunal Federal

ou ao Tribunal de Apelação impor as multas.

Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar

necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja

imediatamente apresentado em dia e hora que designar.

Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de

prisão contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz

providenciará para que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em

juízo.

Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua

apresentação, salvo:

I - grave enfermidade do paciente;

Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;

Page 7: Resumo de pratica simulada penal  iii

III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo

tribunal.

Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se

encontrar, se este não puder ser apresentado por motivo de doença.

Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso.

Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou

coação ilegal, julgará prejudicado o pedido.

Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz

decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade,

salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão.

§ 2o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a

ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse

imediatamente o constrangimento.

§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido

a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada

perante ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos,

para serem anexados aos do inquérito policial ou aos do processo

judicial.

§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de

violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado

pelo juiz.

§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver

ordenado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se

aos autos do processo.

§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do

juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será

expedido pelo telégrafo, se houver, observadas as formalidades

estabelecidas noart. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.

Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a

petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará

imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da

turma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o

presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada como

coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles

requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for

apresentada a petição.

Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o

presidente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine.

Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que

delibere a respeito.

Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas

corpus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o

julgamento para a sessão seguinte.

Page 8: Resumo de pratica simulada penal  iii

Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo

empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto

de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao

paciente.

Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo

presidente do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou

telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou autoridade que exercer ou

ameaçar exercer o constrangimento.

Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao

disposto no art. 289, parágrafo único, in fine.

Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as

normas complementares para o processo e julgamento do pedido

de habeas corpus de sua competência originária.

Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência

originária do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das

decisões de última ou única instância, denegatórias de habeas corpus,

observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos

anteriores, devendo o regimento interno do tribunal estabelecer as regras

complementares.

Pedido: Relacionar os pedidos ao qual se refere o habeas corpus.

Finalização: Local e data e advogado

Obs1: É extremamente proibido discutir questões fáticas, todavia, o habeas corpus é limitado

a questões de direito.

Obs2: É possível realizar o pedido de liminar no habeas corpus juntamente com os demais

pedidos.

Obs3: A finalização do habeas corpus deve conter a seguinte frase: que conceda a ordem.

3.2. Exercício:

3.3. Elabore um habeas corpus, nos moldes do caso concreto abaixo:

Decreto Prisional:

João cometeu o crime de roubo, com emprego de arma de fogo contra Pedro, subtraindo

o veículo marca Mercedes-Benz, ano e modelo 2014, placa ABC-1000.

Page 9: Resumo de pratica simulada penal  iii

Conforme consta do incluso inquérito policial, o réu responde por ouro crime contra o

patrimônio.

Dessa forma, havendo prova da existência do crime e indícios suficientes da autoria

(confissão, fls. XX), e sendo o crime de extrema gravidade consoante à periculosidade do

réu decreto a prisão preventiva não moldes do art. 312, do CPP.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por

conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do

crime e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das

obrigações impostas por força de outras medidas cautelares.

Belo Horizonte, 18 de março de 2013.

Fulano de Tal

Juiz de Direito

4. Quarta peça:

Alegações Finais por Memoriais.

4.1. Cabimento: Após o devido processo legal, antes da sentença.

4.2. Prazo: 05 dias

4.3. Conteúdo: Toda fundamentação necessária para defesa, observando o princípio da

eventualidade jurídica.

4.4. Requisitos das Alegações Finais:

Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

__ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____/MG

Preâmbulo: qualificação do acusado, com embasamento jurídico nos artigos.

Fato: Relatar o fato (de maneira simples e sucinta) ao judiciário, exposição fática do

fato criminoso.

Questões de Direito: Preliminares ou Mérito (TODAS AS TESES DEFENSIVAS).

Page 10: Resumo de pratica simulada penal  iii

Pedido: Tudo o que foi salientado nas teses de questões de direito (preliminares ou

mérito).

Local e data: Belo Horizonte, 23 de setembro de 2014.

Assinatura e OAB: A prova da OAB não permite a identificação, por isso neste

campo devem colocar-se apenas traços para demarcar estes complementos à peça.

4.5. Exercício:

4.6. Elaborar as Alegações Finais de acordo com o caso concreto abaixo:

João estava desempregado havia mais de seis meses, no dia 26 de janeiro de

2010, sua filha Júlia de seis anos de idade, sofreu uma crise convulsiva, tendo sido levada

ao posto médico. A médica plantonista prescreveu uma medicação não fornecida pelo

posto, a qual seria vital à saúde de Júlia que poderia sofrer sérios danos cerebrais caso

sofresse nova crise. João dirigiu-se a farmácia, onde constatou que o medicamento

prescrito custava R$: 120,00 (cento e vinte reais), deixando de adquiri-lo por não possuir

dinheiro ou outra forma de crédito. João deixou Júlia em casa com sua mãe e logo em

seguida recorreu ao seu amigo Mario para que este lhe emprestasse sua arma, afim de que

pudesse realizar um roubo para obter a quantia necessária para comprar o remédio para

melhoria de sua filha.

Já em posse da arma, João mediante grave ameaça, rendeu três taxistas em um

ponto de taxi próximo a sua casa, que estavam fora de seus carros a conversar, neste

momento, subtraiu dos três a quantia de R$ 130,00 (cento e trinta reais). Enquanto ainda

estava em fuga, João foi preso em flagrante, tendo sido a quantia totalmente recuperada.

Deste modo, João foi denunciado no prazo legal pelo crime de roubo em

concurso material com a qualificadora do emprego da arma de fogo, tendo confessado o

crime tanto na fase policial quanto na fase processual. Pelo Laudo de apreensão da arma

de fogo, verificou-se que a referida arma estava desmuniciada.

Fim da instrução criminal que correu junto a QUARTA VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE BELO HORIZONTE. Os taxistas confirmaram os fatos e a médica

confirmou ter prescrito a receita. João era réu primário e de bons antecedentes. Redija a

peça processual cabível:

Page 11: Resumo de pratica simulada penal  iii

5. Quinta peça:

Recurso de Apelação.

5.1. Cabimento: art. 593 do CPP.

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 05 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por

juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por

juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão

dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida

de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou

divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a

devida retificação.

§ 2o Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o

tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena

ou da medida de segurança.

§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad

quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente

contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a

novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda

apelação.

§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em

sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.

5.2. Prazo: 05 dias

5.3. Conteúdo: Apresentação e fundamentação do inconformismo recursal.

5.4. Requisitos do Recurso de Apelação:

1 – Peça de interposição:

Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____/MG

Conteúdo: Apresentação do direito de recorrer

2 – Peça das razões recursais:

Page 12: Resumo de pratica simulada penal  iii

Endereçamento: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, COLENDA __ CAMARA

CRIMINAL, EMÉRITOS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DESTA TURMA

JULGADORA.

Preâmbulo: Breve síntese do processo.

Tempestividade: Relatar através das datas processuais a tempestividade do recurso

interposto.

Legitimidade: Demonstrar a legitimidade para interposição do recurso

Questões de Direito: Preliminares ou Mérito

Pedidos: Tudo o que foi salientado nas teses de questões de direito (preliminares ou mérito).

Local e data: Belo Horizonte, 23 de setembro de 2014.

Assinatura e OAB: A prova da OAB não permite a identificação, por isso neste campo

devem colocar-se apenas traços para demarcar estes complementos à peça.

5.5. Exercício:

5.6. Elaborar o recurso de Apelação de acordo com o caso concreto abaixo:

Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/11 (quinta feira) ao

sair da filial de uma grande rede de farmácia após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para

subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos,

conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor total dos

itens furtado perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco

centavos).

Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram normalmente. O

Ministério público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da

materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita no art.

155, §4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi

regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado “X”

e a ré foi citada a responder à acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu

curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade.

Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta

feira), o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012

(terça feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela

prática do delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. As

Page 13: Resumo de pratica simulada penal  iii

alegações finais foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. Finda a instrução criminal, o

magistrado proferiu sentença em audiência. Na dosimetria da pena, o magistrado entendeu por

bem elevar a pena-base em patamar acima do mínimo, ao argumento de que o trânsito em

julgado da outra sentença condenatória configurava maus antecedentes; na segunda fase da

dosimetria da pena o magistrado também entendeu ser cabível a incidência da agravante da

reincidência, levando em conta a data do trânsito em julgado definitivo da sentença de

estelionato, bem como a data do cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não

verificando a incidência de nenhuma causa de aumento ou diminuição, o magistrado fixou a

pena definitiva em 04 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta)

dias-multas. O valor dos dias-multas foi fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a

ré não atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade

por pena restritiva de direitos. Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade.

Rita, visando preservar seus direitos, lhe contrata, na qualidade de advogado, para

promover o ato cabível.

6. Exercício de revisão:

6.1. Elaborar as Alegações Finais por Memoriais de acordo com o caso concreto abaixo:

João com consciência e vontade de praticar o ato delituoso, saiu de sua residência

portando um revolver, calibre 38 (trinta e oito), devidamente municiado, com a intenção de

matar qualquer pessoa que encontrasse.

Assim sendo, às 10 horas da manhã do dia 15 de novembro de 2013 (15/11/2013), ou

seja, duas horas após sair de sua residência, efetuou 03 (três) disparos em Maria. Segundo

narra à peça acusatória, os disparos foram pelas costas e causaram a morte daquela pessoa.

Na Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ), foram ouvidas as testemunhas de

acusação, Pedro e Joaquina, as quais presenciaram os fatos e relataram que Maria encontrava-

se parada no ponto de ônibus quando sofreu os disparos, não tendo sequer visto quem

disparou.

Nesta audiência, foi ouvida a testemunha de defesa Roberta, irmã do acusado, que

mencionou: "ele disse que estava triste e que desejava matar alguém (...) ninguém na minha

casa acreditou que o fato poderia acontecer realmente".

Page 14: Resumo de pratica simulada penal  iii

O Ministério Público requereu em suas alegações finais a pronúncia do réu nos exatos

termos da denúncia, ou seja, homicídio qualificado por motivo torpe, e meio que dificultou ou

impossibilitou a defesa da vítima (art. 121, §2º, I e IV).

Assim sendo, apresente a peça processual cabível, como procurador jurídico do

acusado. Não crie fatos novos.

Endereçamento: 3° (Terceiro) Tribunal do Júri, da comarca de Capelinha, Minas

Gerais.

7. Exercício de revisão:

7.1. Elaborar um recurso de Apelação de acordo com o caso concreto abaixo:

João foi denunciado nas iras do art. 121, §2º, I, III do CP. Na primeira fase do rito

escalonado foram ouvidas duas testemunhas de acusação e três testemunhas de defesa. O réu

foi interrogado e disse que cometeu o fato após injusta provocação da vítima que o deixou

transtornado. O Ministério Público, nas suas alegações finais, clamou pela pronuncia do

acusado nos termos da denúncia. A defesa por sua vez, requereu a decotação das

qualificadoras, bem como a aplicabilidade do §1º, do citado artigo.

O magistrado sumariamente, atendendo o princípio do “in dúbio pro societate”

pronunciou o acusado na forma do art. 121, 2º, I, III do CP. No plenário, foram ouvidas duas

testemunhas de acusação e duas testemunhas de defesa, que relataram:

Testemunha de acusação Maria das Dores: “Que conhece o acusado, mais ou menos uns

15 anos. Que pode afirmar tratar-se de pessoa de bem, porem, muito nervosa, (...) que a

vítima, no dia dos fatos, deu um soco na cara do acusado. Que em seguida o acusado correu

atrás de Pedro (vítima) e o espancou ate a morte, utilizando-se de um taco de baseball”.

Testemunha de acusação Fernando Eugênio: “Que é irmão da vítima e pode afirmar que

a mesma jamais daria um soco nacara de alguém, porque era pessoa calma e tranquila (...)

que o réu acertou a vítima por traz quando esta estava correndo, não dando qualquer chance

de defesa”.

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Testemunha de defesa Arlindo Orlando: “Que presenciou todo fato e viu quando a

vítima aproximou-se do acusado e deu-lhe um soco na cara, quando o réu passou a perseguir

Pedro, dando-lhe vários golpes com o taco. Que realmente Pedro não teve chance de

defesa”.

Testemunha de defesa Lis Souza: “Que estava na janela da sua residência e viu quando

João desferiu vários golpes, com o taco, na cabeça de Pedro, (...) que ouviu dizer que o

motivo de João ter matado Pedro, foi porque este (vítima) lhe deu um soco na cara”.

Assim sendo, após calorosos debates entre acusação e defesa, o conselho de sentença

afastou a tese defensiva que requeria a aplicabilidade do §1º e a decotação do §2º, e admitiu a

autoria e a materialidade do fato, condenando o réu na forma do art. 121, §2º, I e III, do CP.

Desta forma, passo a dosimetria da pena:

Analisando as circunstâncias judiciais, a pena tende ao mínimo legal, pois são

favoráveis ao réu, fixo-a, portanto, em 14 anos de reclusão. Analisando a pena intermediária,

nota-se que o réu não confessou o crime, apenas em seu interrogatório fez e sumariamente em

plenário “adequando a tese defensiva”. Utilizando ao outra qualificadora como meio de

agravante, tornando a pena base intermediaria de 16 anos de reclusão. Não havendo causa de

aumento ou diminuição de pena, torno esta definitiva em 16 anos de reclusão, inicialmente em

regime fechado. Estando o réu preso, que assim se mantenha. Após transito em julgado de

sentença penal condenatória, lance-se o nome do acusado no rol dos culpados. Oficie-se o

TER para a suspensão de seus direitos eleitorais. Lido a sentença dou-a por publicada.

Belo Horizonte, 08 de Maio de 2014, 23:59.

Frente ao caso posto, apresente a peça legal em favor de João. Não crie fatos novos e

datem no ultimo dia do prazo legal.