pratica iii penal

39
Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV Semana Aula: 1 DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA Petição Inicial: Queixa-Crime OBJETIVO O aluno deverá ser capaz de elaborar uma petição inicial, preenchendo os requisitos necessários, identificando e esclarecendo: o sujeito ativo do crime, os autores e os meios empregados, o mal produzido ? resultado, o lugar do crime, os motivos do crime, modo a maneira pela qual foi praticado; quando (o tempo do fato), dentro de uma configuração formal que a peça deve ter, considerando a lógica da mesma. Aplicar o art. 41 CPP em combinação com o art. 282 CPC no que couber, principalmente quanto ao direcionamento da petição (estudo da competência do órgãojulgador) e verificar a existência de vícios que levem a aplicação do art. 395 CPPevitando a rejeição da inicial. Verificar os tipos de inicial de acordo com os procedimentos, principalmente na apresentação do rol de testemunhas. TEMA Petição Inicial: Queixa-Crime ESTRUTURA DO CONTEÚDO Inquérito Policial; Formas de cognição; notícia de crime direcionada a autoridade; requerimento do ofendido. Termo circunstanciado (art. 69 da Lei 9.099/95). A petição inicial: Conceito, elementos e requisitos, aspectos formais da petição. A petição inicial nos procedimentos sumaríssimo, sumário e ordinário, nos dolosos contra a vida. A petição inicial na queixa-crime e a procuração, requisitos. Prazo para propositura da ação penal privada. PROCEDIMENTO DE ENSINO Apresentar os temas, discutindo as questões principais e exibindo as peças correspondentes. Indicar os vícios mais comuns que geram rejeição. Indicar os vícios que podem ser corrigidos posteriormente através do aditamento. RECURSO FÍSICO Quadro e pincel APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA No dia 08 de janeiro de 2012 (domingo), em Belo Horizonte, Capital, por volta das 23 horas, Cleóbulo, brasileiro, solteiro, técnico de informática, residente e domiciliado à Rua Brumadinho, 100, Prado, Belo Horizonte, percebendo uma movimentação estranha no seu quintal, olhou pela janela e viu dois indivíduos subtraindo sua bicicleta e saindo pelo portão que eles tinham arrombado. Imediatamente, Cleóbulo chamou a polícia e com seu carro seguiu atrás dos meliantes, logrando encontrá-los no bairro seguinte, com a sua bicicleta. Conduzidos à Delegacia de polícia local, os indivíduos foram identificados como Caio e Mévio. Devidamente lavrado o APF, no dia 09/01/2012, pela manhã, a autoridade policial o encaminhou ao Ministério Público, ao Juiz competente e ao advogado indicado por Caio e Mévio Vinte dias se passaram sem que o Ministério Público tivesse oferecido a denúncia. Diante dos fatos apresentados, Cleóbulo procura o escritório do advogado abaixo mencionado, para adotar as providências cabíveis. ADVOGADO: NELSON HUNGRIA OAB: 100.000 Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43 Página: 1/39

Upload: analogia1981

Post on 24-Oct-2015

796 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 1

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

Petição Inicial: Queixa-Crime

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de elaborar uma petição inicial, preenchendo os requisitos necessários, identificando e esclarecendo: o sujeito ativo do crime, os autores e os meios empregados, o mal produzido ? resultado, o lugar do crime, os motivos do crime, modo a maneira pela qual foi praticado; quando (o tempo do fato), dentro de uma configuração formal que a peça deve ter, considerando a lógica da mesma.

Aplicar o art. 41 CPP em combinação com o art. 282 CPC no que couber, principalmente quanto ao direcionamento da petição (estudo da competência do órgãojulgador) e verificar a existência de vícios que levem a aplicação do art. 395 CPPevitando a rejeição da inicial. Verificar os tipos de inicial de acordo com os procedimentos, principalmente na apresentação do rol de testemunhas.

TEMA

Petição Inicial: Queixa-Crime

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

Inquérito Policial; Formas de cognição; notícia de crime direcionada a autoridade; requerimento do ofendido. Termo circunstanciado (art. 69 da Lei 9.099/95).

A petição inicial: Conceito, elementos e requisitos, aspectos formais da petição. A petição inicial nos procedimentos sumaríssimo, sumário e ordinário, nos dolosos contra a vida. A petição inicial na queixa-crime e a procuração, requisitos. Prazo para propositura da ação penal privada.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

Apresentar os temas, discutindo as questões principais e exibindo as peças correspondentes.

Indicar os vícios mais comuns que geram rejeição.

Indicar os vícios que podem ser corrigidos posteriormente através do aditamento.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincel

APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

No dia 08 de janeiro de 2012 (domingo), em Belo Horizonte, Capital, por volta das 23 horas, Cleóbulo, brasileiro, solteiro, técnico de informática, residente e domiciliado à Rua Brumadinho, 100, Prado, Belo Horizonte, percebendo uma movimentação estranha no seu quintal, olhou pela janela e viu dois indivíduos subtraindo sua bicicleta e saindo pelo portão que eles tinham arrombado.

Imediatamente, Cleóbulo chamou a polícia e com seu carro seguiu atrás dos meliantes, logrando encontrá-los no bairro seguinte, com a sua bicicleta.

Conduzidos à Delegacia de polícia local, os indivíduos foram identificados como Caio e Mévio. Devidamente lavrado o APF, no dia 09/01/2012, pela manhã, a autoridade policial o encaminhou ao Ministério Público, ao Juiz competente e ao advogado indicado por Caio e Mévio

Vinte dias se passaram sem que o Ministério Público tivesse oferecido a denúncia.

Diante dos fatos apresentados, Cleóbulo procura o escritório do advogado abaixo mencionado, para adotar as providências cabíveis.

ADVOGADO: NELSON HUNGRIA

OAB: 100.000

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 1/39

Page 2: Pratica III Penal

TEXTO COMPLEMENTAR

Petição inicial: Queixa-crime.

Endereçamento: Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Estado que tratar a questão, ou Vara Criminal comum da Comarca____, ou Juizado.

É preciso verificar a pena máxima do crime, pois isso fará com que o procedimento seja ordinário, Sumário ou sumaríssimo. Isso também influenciará no Rol de Testemunhas. Ordinário: até 08; Sumário: até 05 e Juizado: até 05. Ainda que a questão lhe forneça 20 testemunhas, você só poderá colocar no rol o número legal.

Se a questão não fornecer nomes das testemunhas, basta colocar ao final, após o pedido, ROL DE TESTEMUNHAS, Sem colocar qualquer tipo de numeração.

Para fixar o procedimento e consequentemente o endereçamento da peça você deverá levar em consideração as causas de aumento de pena e concurso de crimes, da seguinte forma:

1-    Concurso material: somam-se as penas máximas, e observe o art. 394, §1º do CPP

2-    Concurso formal ou crime continuado, opera-se o somatório máximo, ou seja, metade ou 2/3 sobre a pena máxima do crime.

3-    Causa de aumento de pena, soma o máximo da causa sobre a pena máxima do crime.

Exemplo: Calúnia, tem pena máima de 2 anos, cuja competência é do Juizado Especial Criminal, no entanto de operar a causa de aumento do art. 141 do CP, a competência já será de uma Vara Criminal comum (Federal ou Estadual conforme o caso)

Para ser crime de competência Federal, deve observar o art. 109 da CR, Súmulas 122, 147 do STJ.

Requisitos da peça inicial acusatória: relato dos fatos delituosos, com todas as suas circunstâncias, agravantes e causas de aumento de pena, se existir, bem como atender a todos os elementos descritos no art. 41 do CPP, que dispõe o seguinte: A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Adequada tipificação das condutas imputadas aos querelados ? tipificar as condutas.

Pedido expresso:

·         Citação do querelado para apresentar resposta e, ao final, a total procedência dos pedidos, com sua consequente condenação pela prática dos crimes narrados na inicial, sendo o querelado incurso nas penas dos arts____

·         Fixação do valor mínimo de indenização pelo juiz sentenciante (art. 387, IV, do CPP).

·         Condenação dos querelados nas custas e demais despesas do processo.

·         Rol de testemunhas.

EXMO. SR. DR. (JUIZ DE DIREITO OU JUIZ FEDERAL) DA  xxxxxxx  (órgão do poder judiciário com competência para processo e julgamento, com indicação da comarca ou seção judiciária e seu respectivo estado da federação. No caso da competência ser originária do Tribunal, o órgão julgador)

(QUALIFICAÇÃO DO OFENDIDO) xxxxxxxxxxxxxxxx, RG nº xxxxxx, CPF nº xxxxx, domiciliado à xxxxxxxxx através de seu advogado (instrumento de mandato em anexo) oferecer perante V.Exa.

QUEIXA-CRIME

em face de:

(NOME OU FORMA DE IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR DO FATO -QUERELADO e sua QUALIFICAÇÃO se não tiver sido qualificado em IP), qualificado às fls. 06 do inquérito policial que instrui esta peça acusatória, pela prática dos seguintes fatos:

(EXPOSIÇÃO DO FATO) constando :

h)       O elemento subjetivo ? DOLO ou a CULPA.

i)        O quando, o tempo do fato;

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 2/39

Page 3: Pratica III Penal

j)       O lugar do crime;

k)       Os meios empregados;

l)        Os motivos do crime;

m)      O modo, a maneira pela qual foi praticado;

n)       O mal produzido ? resultado.

(CLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL DE ACORDO COM O FATO NARRADO)

Pelo exposto, requer seja o réu citado, para responder a presente ação penal, esperando ao final, seja julgada procedente, com a consequente condenação do réu. Requer ainda a fixação de valor mínimo a título de reparação de danos, na forma do art. 387, IV do CPP, bem como a condenação dos querelados nas custas e demais despesas do processo.

Para deporem sobre os fatos ora narrados requer sejam notificadas as testemunhas a seguir arroladas:

1) XXXXXXXXX  qualificada às fls. 21 do IP;

2) XXXXXXXXX, qualificado às fls. 26 do IP;

2) XXXXXXXXX, qualificado às fls. 33 do IP.

Local e Data

_____________________________________

Querelante

_____________________________________

Advogado

Inscrição OAB nº

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 3/39

Page 4: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 2

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

Resposta Preliminar Obrigatória - Procedimento Ordinário; Exceção processual

OBJETIVO

O aluno conhecendo o procedimento ORDINÁRIO, deverá ser capaz de, analisando a inicial e seus elementos probatórios mínimos orientadores (justa causa), redigir a resposta preliminar obrigatória (RPO).

É importante o aluno entender que neste momento, o ataque ao mérito buscando a absolvição sumária, deve ser realizado quando houver grandes possibilidades de vitória. Se a questão for controvertida em razão dos fatos narrados, a apresentação da tese defensiva neste momento não seria a melhor técnica, sendo melhor deixá-la para o momento das alegações finais quando a instrução probatória já tiver sido concluída.

Deve, por fim, ser capaz de identificar as questões processuais que acarretem vício no procedimento, arguindo-a no momento oportuno através de peça processual própria.

TEMA

Resposta Preliminar Obrigatória - Procedimento Ordinário; Exceção processual

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 ? Conhecer os atos processuais que compõem o procedimento e saber o prazo específico para apresentar a Resposta Preliminar Obrigatória (RPO). Impugnar os fatos descritos na inicial, através deprovas já constituídas ou mesmo de elementos colhidos no IP que possam gerar o convencimento do Juiz para absolver sumariamente.

1.1 ? As causas motivadoras da absolvição sumária ? Art. 397 CPP

1.2 ? A obrigatoriedade da apresentação da resposta ? Art. 396, §2º CPP

1.3 ? A apresentação das provas, diligências e rol de testemunhas.

2 ? As exceções processuais do art. 95 CPP

2.1 ? Momento e forma de argüição ? Art. 396-A, §1º CPP.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

? O caso concreto deverá ser abordado ao longo da aula, com as explicações das causas que possibilitam a absolvição sumária, bem como a explicação sobre a exceção processual.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincel

APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Godofredo, de 30 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, p.1º c/c art. 234-A, III do Código Penal, por crime praticado contra Cleópatra, de 29 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos:

"No mês de setembro de 2009, em dia não determinado, Godofredo dirigiu-se à residência de Cleópatra, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Cleópatra, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Cleópatra ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma."

Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado sem qualquer anotação. O juiz da 2.ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, Minas Gerais, recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 4/39

Page 5: Pratica III Penal

18/11/2009 (quarta-feira). Godofredo procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço.

Disse, então, a seu advogado que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Astrogilda, e sua mãe, Geralda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Godofredo informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima.

Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Em seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas e date o documento no último dia do prazo para protocolo.

TEXTO COMPLEMENTAR

Da resposta preliminar obrigatória (RPO).

Base Legal : Art. 396 e 396-A, ambos do CPP.  Incluímos a defesa preliminar do procedimento sumaríssimo, art. 81 da lei 9.099/95 e a defesa preliminar obrigatória do procedimento do júri (art. 406 CPP).

Trata-se de momento processual relevante. Com a edição da lei 9.099/95, o legislador, seguindo os passos do procedimento dos crimes praticados por servidor público contra a administração, erigiu a resposta preliminar como ato processual obrigatório para recebimento da inicial. O juiz ao ter contato com uma pretensão, antes de formar seu juízo de valor quanto ao recebimento, determina a citação do autor do fato para responder a acusação de forma preliminar. Só após, o juiz analisará a admissibilidade da acusação, recebendo-a ou rejeitando-a.

Com a reforma do processo penal, o legislador pelas leis 11.689/08 e 11.719/08, criaram a resposta preliminar que passou a ser obrigatória conforme se observa na leitura do §2º do art. 396-A, CPP (procedimentos ordinário e sumário) e art. 408 CPP (procedimento do Júri)

De qualquer forma, a resposta deve objetivar a absolvição sumária descrita no art. 397 CPP, através das causas elencadas ou da impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária no procedimento do júri (art.414, art. 419, e art. 416, todos CPP, respectivamente).

A data da peça é importante, você deve levar em consideração a data da citação, excluir esse dia da contagem (art. 798, §1º e 5º do CPP), não podendo iniciar nem terminar a contagem em finais de semana e feriados (verbete da súmula 310 e 710 do STF) e conta 10 dias corridos.

DIVISÃO DA PEÇA DE ACORDO COM A FORMA DE DEFESA

a - A petição iniciará com o endereçamento ao órgão competente para o processo e julgamento, fazendo menção ao número do processo;

b – Identificação do peticionário e seu advogado

c -Apresentação das questões preliminares – Questões processuais que geram vício no processo, art. 95 do CPP. Esse é o momento para se arguir as preliminares.

d – Apresentação do mérito através da exposição de fatos que possibilitem a absolvição sumária, art. 397 do CPP. Verificando a defesa que não possuí elementos fortes para vitória neste momento, deverá protestar pela improcedência do pedido de forma ampla sem exteriorização das teses defensivas, ou seja, não se fala em atenuantes, não se fala “em caso de condenação”, não se pede aplicação da pena no mínimo legal, não é aqui o momento para isso. Isto deverá ser prorrogado para o momento das alegações finais;

OBS: Se a questão fornecer muitas datas, verifique pois pode haver presrição. Não s eesqueça dos artigos 109, 115 e 117 do CP.

e- De forma subsidiária, sempre que couber, peça a suspensão condicional do processo, na forma do art. 89 da Lei 9099/95. SEMPRE DE FORMA SUBSIDIÁRIA, em caso de não acolhimento das teses acima.

f – Apresentação do Rol de testemunhas.

MODELO DE RESPOSTA PRELIMINAR OBRIGATÓRIA (RPO).

EXMO. SR. DR.JUIZ DE DIREITO DA ____VARA CRIMINAL DA COMARCA___

EXMO. SR. DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____VARA CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ______

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 5/39

Page 6: Pratica III Penal

EXMO. SR. DR.JUIZ DE DIREITO DO ____JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL (conforme o caso)

Processo nº

(QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO)

Xxxxxxxxxxxxxxx, neste ato devidamente representado por seu advogado, que esta subscreve, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública, vem oferecer, com base no art. 396 CPP (procedimento ordinário ou sumário) (OU) art 406 CPP (procedimento júri) perante V.Exa.

RESPOSTA PRELIMINAR

Em razão dos seguintes fatos e fundamentos:

1-PRELIMINAR(Identificar a causa de nulidade); Se existir na questão alguma questão do art. 95 do CPP, argui-se como preliminar.

2- Verificar se há alguma questão processual geradora de nulidade, por ex. Vício na Citação.

3-  DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – (Identificar a causa a ser argüida)

Deve constar os fatos provados quanto as causas excludentes de ilicitude ou culpabilidade; Se a tese for de que o fato não constitui crime, deve ser aproveitada a justa causa utilizada para propositura da ação penal e, sendo possível, outras provas que indiquem que o fato não tipificado como crime. Se a questão for sobre extinção de punibilidade, deve ser demonstrada a causa., por exemplo a certidão de óbito do acusado.

4-DO PEDIDO ( é sempre bom fazer em destaque), separar os pedidos.

Pelo exposto, requer, a defesa:

4.1 a declaração da nulidadeXXXXXXXX através do acolhimento da preliminar.

4.2 Vencida a preliminar, no mérito requer a absolvição sumária do acusado por ser matéria de justiça, conforme demonstrado e provado, art. 397, ___

4.3 Caso não seja o entendimento deste MM. Juízo, vencidas a preliminar e o pedido de absolvição, requer a improcedência do pedido com a absolvição do acusado como restará demonstrado após a instrução.

Para deporem sobre os fatos ora narrados requer sejam notificadas as testemunhas a seguir arroladas:

Se a questão não fornecer nomes das testemunhas, basta colocar ao final, após o pedido, ROL DE TESTEMUNHAS, Sem colocar qualquer tipo de numeração. Se a questão fornecer, numere as testemunhas e coloque ao lado, caso não esteja mencionado na questão “qualificação ou endereço)

Ex. Carlos (qualificação) ou (endereço)

Local e Data

Advogado

Inscrição OAB/RJ nº

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

O Professor poderá orientar os alunos no que diz respeito à elaboração da Exceção, informando o prazo para a apresentação e a forma (art. 396-A, §1º e 110§1º do CPP), e orientando quanto ao Exame da Ordem em relação a arguição juntamente com a RPO.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 6/39

Page 7: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 3

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

Resposta Preliminar Obrigatória

OBJETIVO

O aluno, completando os ritos descritos no art. 394 CPP, fará contato com o sumaríssimo. Identificará quais os requisitos, deverá ser capaz de compreender as fases e os atos processuais, elaborando a peça cabível, demonstrando conhecimento do direito material e processual, para solução do caso.

TEMA

Resposta Preliminar Obrigatória

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 ? Conhecer os atos processuais que compõem o procedimento e saber o prazo específico para apresentar a Resposta Preliminar Obrigatória (RPO). Impugnar os fatos descritos na inicial, através de provas já constituídas ou mesmo de elementos colhidos no IP que possam gerar o convencimento do Juiz para absolver sumariamente.

1.1 ? As causas motivadoras da absolvição sumária ? Art. 397 CPP

1.2 ? A obrigatoriedade da apresentação da resposta ? Art. 396, §2º CPP

1.3 ? A apresentação das provas, diligências e rol de testemunhas.

2 ? As exceções processuais do art. 95 CPP

2.1 ? Momento e forma de arguição ? Art. 396-A, §1º CPP.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

? O caso deverá ser abordado ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática, indicando os vícios existentes e as defesas de mérito cabíveis;

? A resolução dos casos faz parte da aula;

? A abordagem dos casos permeia a exposição teórica.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincel

APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Grace Kelly foi denunciada perante a 20ª Vara Criminal da Comarca da Capital/RJ, pela prática do crime previsto no art. 303, § único, com a causa de aumento prevista no art. 302, § único, II, todos da Lei 9.503/97, porque no dia 10 de janeiro de 2012, estacionou seu veículo, um Ford Fiesta, em uma ladeira na no Morro da Conceição, Centro do Rio de Janeiro, e dirigiu-se para uma reunião no local. Uma hora após, o veículo desceu ladeira abaixo, totalmente desgovernado, vindo a atingir um pedestre que estava na calçada, causando-lhe lesões corporais leves.

A vítima não foi á delegacia registrar o ocorrido, no entanto, a autoridade policial local instaurou IP para apurar os fatos. Não foi realizada perícia no carro, logo não se sabe o motivo que ocasionou o acidente descrito.

Encaminhado os autos ao Ministério Público, este ofereceu denuncia no dia 10/09/2012 (segunda-feira) pelo crime descrito acima.

Grace Kelly foi citada no dia 14/09/12 (sexta-feira) para responder à ação penal.

Nessa condição, redija a peça processual cabível desenvolvendo TODAS AS TESES DEFENSIVAS que podem ser extraídas do enunciado com indicação de respectivos dispositivos legais. Apresente a peça no último dia do prazo.

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 7/39

Page 8: Pratica III Penal

O Professor poderá orientar os alunos quanto ao Procedimento Sumaríssimo; o momento parea apresentação e sua oralidade.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 8/39

Page 9: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 4

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

Alegações Finais por Memoriais

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

? identificar as etapas do procedimento comum (ordinário e sumário);

? compreender o processo de elaboração das alegações finais da defesa, com vistas è prova produzida durante a instrução;

? redigir peça processual contendo alegações finais da defesa, na forma de memoriais;

? analisar o fato e suas circunstâncias para dele selecionar o que for importante para a construção da estratégia da defesa, bem como localizar o respaldo doutrinário e jurisprudencial respectivo.

TEMA

Alegações Finais por Memoriais

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 ? Procedimento comum:

1.1 Discutir as etapas do procedimento comum, trabalhando as diferenças entre ordinário, sumário e sumaríssimo, com vistas à atividade da defesa.

2 ? Orientar a elaboração das alegações finais da defesa, na forma de memorial:

2.1 ? Narração de fatos e circunstâncias e a correspondente argumentação;

2.2 ? subsidiariedade entre as teses defensivas;

2.3 ? necessidade de buscar respaldo constitucional para as teses;

2.4 ? contagem do prazo para apresentação da petição em juízo.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

? A abordagem do caso permeia a exposição teórica;

? a peça processual deve ser redigida em aula, sob supervisão do professor.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincel

APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Mariano  Pereira, brasileiro, solteiro, nascido em 20/1/1987, foi denunciado pela prática de infração prevista no art. 157, § 2.º, incisos I e II, do Código Penal, porque, no dia 19/2/2009, por volta das 17 h 40 min, em conjunto com outras duas pessoas, ainda não identificadas, teria subtraído, mediante o emprego de arma de fogo, a quantia de aproximadamente R$ 20.000,00 de agência do banco Zeta, localizada em Brasília – DF.

Consta na denúncia que, no dia dos fatos, os autores se dirigiram até o local e convenceram o vigia a permitir sua entrada na agência após o horário de encerramento do atendimento ao público, oportunidade em que anunciaram o assalto.

Além do vigia, apenas uma bancária, Maria Santos, encontrava-se no local e entregou o dinheiro que estava disponível, enquanto Mariano, o único que estava armado, apontava sua arma para o vigia. Fugiram em seguida pela entrada da agência.

Durante o inquérito, o vigia, Manoel Alves, foi ouvido e declarou: que abriu a porta porque um dos ladrões disse que era irmão da funcionária; que, após destravar a porta e o primeiro ladrão entrar, os outros apareceram e não conseguiu mais travar a porta; que apenas um estava armado e ficou apontando a arma o tempo todo para ele; que nenhum disparo foi efetuado nem

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 9/39

Page 10: Pratica III Penal

sofreram qualquer violência; que levaram muito dinheiro; que a agência estava sendo desativada e não havia muito movimento no local.

O vigia fez retrato falado dos ladrões, que foi divulgado pela imprensa, e, por intermédio de uma denúncia anônima, a polícia conseguiu chegar até Mariano. O vigia Manoel reconheceu o indiciado na delegacia e faleceu antes de ser ouvido em juízo.

Regularmente denunciado e citado. A defesa não apresentou alegações preliminares. Durante a instrução criminal, a bancária Maria Santos afirmou: que não consegue reconhecer o réu; que ficou muito nervosa durante o assalto porque tem depressão; que o assalto não demorou nem 5 minutos; que não houve violência nem viu a arma; que o Sr. Manoel faleceu poucos meses após o fato; que ele fez o retrato falado e reconheceu o acusado; que o sistema de vigilância da agência estava com defeito e por isso não houve filmagem; que o sistema não foi consertado porque a agência estava sendo desativada; que o Sr. Manoel era meio distraído e ela acredita que ele deixou o primeiro ladrão entrar por boa fé; que sempre ficava até mais tarde no banco e um de seus 5 irmãos ia buscá-la após as 18 h; que, por ficar até mais tarde, muitas vezes fechava o caixa dos colegas, conferia malotes etc.; que a quantia levada foi de quase vinte mil reais.

O policial Pedro Domingos também prestou o seguinte depoimento em juízo: que o retrato falado foi feito pelo vigia e muito divulgado na imprensa; que, por uma denúncia anônima, chegaram até Mariano e ele foi reconhecido; que o réu negou participação no roubo, mas não explicou como comprou uma moto nova à vista já que está desempregado; que os assaltantes provavelmente vigiaram a agência e notaram a pouca segurança, os horários e hábitos dos empregados do banco Zeta; que não recuperaram o dinheiro; que nenhuma arma foi apreendida em poder de Mariano; que os outros autores não foram identificados; que, pela sua experiência, tem plena convicção da participação do acusado no roubo.

Em seu interrogatório judicial, acompanhado pelo advogado, Mariano negou a autoria do delito.

Na fase de requerimento de diligências, a folha de antecedentes penais do réu foi  juntada e consta um inquérito em curso pela prática de crime contra o patrimônio. Na fase seguinte, a acusação pediu a condenação nos termos da denúncia.

Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de Mariano, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa do acusado. Inclua, em seu texto, a fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas possíveis e date no último dia do prazo para protocolo, considerando que a intimação tenha ocorrido no dia 23/6/2010, quarta-feira.

TEXTO COMPLEMENTAR

Os procedimentos ordinário, sumário, sumaríssimo e dolosos contra a vida foram objetos de reformas, aonde o legislador privilegiou a oralidade e a concentração dos atos processuais.

Nestes ritos, verificamos que as alegações finais, em regra, são apresentadas oralmente pelas partes. Todavia o legislador, através do §3º do art. 403 CPP, previu a possibilidade de haver complexidade ou extenso número de acusados no processo o que dificultaria a realização das alegações finais de forma oral, dando ao julgador a discricionariedade de exame e deferindo a realização deste ato com entrega de peça processual.

Trata-se de ato processual de grande importância, pois é o momento em que as partes vão advogar suas teses de acordo com o que restou provado no processo, visando convencer o julgador a decidir de acordo com seus respectivos interesses. 

É importante fazer citação de partes de depoimentos de testemunhas, bem como apresentar jurisprudências favoráveis a seus interesses.

A acusação, sendo pública, pode manter o pedido de procedência do pedido com a condenação, como pode, como custus legis, pleitear a absolvição (art. 385 CPP), apesar de divergência doutrinária.

Já a defesa pode apresentar várias teses, desde que compatíveis, indo do pedido de absolvição até a desclassificação ou pedido de pena mínima.

Inicialmente o aluno deverá:

1-    verificar no texto fornecido se há alguma hipótese de incompetência absoluta, pois se não há prazo para argui-la, tal situação poderá aparecer nesta peça.

2-    Em seguida, deverá o aluno analisar se há alguma causa de nulidade ocorrida tanto na AIJ quanto em momento anterior (por exemplo ausência de prazo para apresentação de resposta; inversão da ordem das oitivas, de maneira que o acusado tenha sido interrogado antes das testemunhas; ausência de exame de corpo de delito em crimes que deixam vestígios, prova ilícita – o examinador da FGV gosta bastante de interceptação telefônica, etc.).

Sempre que a questão falar em interceptação telefônica, o candidato deverá verificar a questão está em conformidade com a Lei 9296/96, art. 2º. Procure verificar se não há prova ilícita por derivação, etc.

3-    Após estas questões preliminares, o aluno pode passar ao mérito, verificando se há alguma hipótese de absolvição

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 10/39

Page 11: Pratica III Penal

(art.386 do CPP).

E por fim, não sendo possível as questões acima, ou porque não existem no caso concreto, o candidato deve procurar algum argumento que atenue a situação do cliente: seja desclassificando para uma infração com potencial ofensivo menor, seja procurando causas de diminuição da pena (essas causas estarão no próprio artigo do crime, se existir previsão), e/ou atenuantes da pena (estas estarão no art. 65 do CP)

MODELO DE ALEGAÇÕES FINAIS - MEMORIAIS

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de _________ - Estado de ________

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal Federal da Seção Judiciária_____ - Estado de ________

PROCESSO n. _______

X, por seu advogado constituído, infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., nos autos do processo-crime acima epigrafado, que lhe move o Ministério Público do Estado de ___, com fulcro no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, para apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS (OU SOMENTE MEMORIAIS),

pelos motivos de fato e de Direito a seguir expostos:

O réu foi denunciado como incurso no art. (BREVE RESUMO DOS FATOS)

Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos na exordial.

Contudo, esta tese não deve prevalecer. Senão, vejamos.

Argumentar as teses seguindo as orientações acima.

PEDIDO expresso.

Local e data.

ADVOGADO

OAB

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 11/39

Page 12: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 5

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

ALEGAÇÕES FINAIS . PROCEDIMENTO COMUM

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

? identificar as etapas do procedimento comum (ordinário e sumário);

? compreender o processo de elaboração das alegações finais da defesa, com vistas è prova produzida durante a instrução;

? redigir peça processual contendo alegações finais da defesa, na forma de memoriais;

? analisar o fato e suas circunstâncias para dele selecionar o que for importante para a construção da estratégia da defesa, bem como localizar o respaldo doutrinário e jurisprudencial respectivo.

TEMA

ALEGAÇÕES FINAIS  PROCEDIMENTO COMUM

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1  Procedimento comum:

1.1 Discutir as etapas do procedimento comum, trabalhando as diferenças entre ordinário, sumário e sumaríssimo, com vistas à atividade da defesa.

2 ? Orientar a elaboração das alegações finais da defesa, na forma de memorial:

2.1 ? Narração de fatos e circunstâncias e a correspondente argumentação;

2.2 ? subsidiariedade entre as teses defensivas;

2.3 ? necessidade de buscar respaldo constitucional para as teses;

2.4 ? contagem do prazo para apresentação da petição em juízo.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

A abordagem do caso permeia a exposição teórica;

a peça processual deve ser redigida em aula, sob supervisão do professor.

RECURSO FÍSICO

Quadro e Pincel.APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 12/39

Page 13: Pratica III Penal

José de Tal, brasileiro, divorciado, primário e portador de bons antecedentes, ajudante de pedreiro, nascido em Juazeiro, Bahia, em 07/09/1938, residente e domiciliado em Planaltina ? DF, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 244, caput, c/c art. 61, inciso, II, ?e?, amos do CP. Na exordial acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos:

Desde janeiro de 2005 até, pelo menos, 04/04/2008, em Planaltina ? DF, o denunciado José de Tal, livre e conscientemente, deixou, em diversas ocasiões e por períodos prolongados, sem justa causa, de prover a subsistência de seu filho Jorge de Tal, menor de 18 anos, não lhe proporcionando os recursos necessários para sua subsistência e faltando ao pagamento de pensão alimentícia fixada nos autos do processo n. 001/2005 ? 5ª Vara de Família de Planaltina (ação de alimentos) e executada nos autos do processo n. 002/2006 do mesmo juízo. Arrola como testemunha Maria de Tal, genitora e representante legal da vítima.

A denúncia foi recebida em 03/11/2008, tendo o réu sido citado e apresentado, no prazo legal, de próprio punho ? visto que não tinha condições de contratar advogado sem prejuízo do seu sustento próprio e de sua família ? resposta à acusação, arrolando as testemunhas Margarida e Clodoaldo.

A AIJ foi designada e José compareceu desacompanhado de advogado. Na oportunidade, o juiz não nomeou defensor ao réu, aduzindo que o Ministério Público estaria presente e que isso seria suficiente.

No curso da instrução criminal, presidida pelo juiz de Direito da 9ª Vara Criminal de Planaltina ? DF, Maria de Tal confirmou que José atrasava o pagamento da pensão alimentícia, mas que sempre efetuava o depósito parcelado dos valores devidos. Disse que estava aborrecida porque José constituíra nova família e, atualmente, morava com outra mulher, desempregada, e seus 6 outros filhos menores de idade.

As testemunhas Margarida e Clodoaldo, conhecidos de José há mais de 30 anos, afirmaram que ele é ajudante de pedreiro e ganha 1 salário mínimo por mês, quantia que é utilizada para manter seus outros filhos menores e sua mulher, desempregada, e para pagar pensão alimentícia a Jorge, filho que teve com Maria de Tal. Disseram, ainda, que, todas as vezes que conversam com José, ele sempre diz que está tentando encontrar mais um emprego, pois não consegue sustentar a si próprio nem a seus filhos, bem como que está atrasando os pagamentos da pensão alimentícia, o que o preocupa muito, visto que deseja contribuir com a subsistência, também, desse filho, mas não consegue. Informaram que José sofre de problemas cardíacos e gasta boa parte do seu salário na compra de remédios indispensáveis à sua sobrevivência.

Após a oitiva das testemunhas, José disse que gostaria de ser ouvido para contar sua versão dos fatos, mas o juiz recusou-se a interrogá-lo, sob o argumento de que as provas produzidas eram suficientes ao julgamento da causa. Na fase processual prevista no art. 402 do CPP, as partes nada requereram. Em manifestação escrita, o Ministério Público pugnou pela condenação do réu nos exatos termos da denúncia, tendo o réu, então, constituído advogado, o qual foi intimado, em 15/06/2009, segunda-feira, para apresentação da peça processual cabível.

Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija, na qualidade de advogado (a) constituído por José, a peça processual pertinente, privativa de advogado, adequada à defesa de seu cliente. Em seu texto não crie fatos novos, inclua a fundamentação que embase seus pedidos e explore as teses jurídicas cabíveis, endereçando o documento à autoridade competente e datando-o no último dia do prazo para protocolo.

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 13/39

Page 14: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 6

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

OBJETIVO

O aluno deverá adquirir o conhecimento necessário para patrocinar os interesses do acusado, analisando os motivos da prisão e identificando quando e qual o instituto a ser utilizado para o restabelecimento da liberdade. Para tanto, terá que compreender o instituto da prisão como exceção no processo, sua finalidade, seus pressupostos e seus requisitos. Observar ainda as alterações trazidas pela Lei 12.403/11 com relação às prisões, à liberdade provisória e fiança.

TEMA

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1? Aplicabilidade dos Artigos 302; 304; 306; 310 incisos e seu parágrafo único; 311, 312 e 313 do CPP; 321, 322, 323, 350, todos do CPP, com as alterações conferidas pela Lei 12.403/11.

1.1 ? A diferença entre prisão legal e a ilegal ? O pedido de liberdade provisória como instrumentos de restabelecimento da liberdade.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

◦ O Professor deverá demonstrar nessa aula a diferença entre a Liberdade Provisória e o Relaxamento da Prisão;

◦ A resolução dos casos faz parte da aula;

◦ A abordagem dos casos permeia a exposição teórica.

RECURSO FÍSICO

Quadro e PincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural.

Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar.

Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.

Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública.

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 14/39

Page 15: Pratica III Penal

direito pertinente ao caso.

MODELO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de _________ - Estado de _________

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal Federal da Seção Judiciária_____ - Estado de ________

PROCESSO N. ____

X, qualificado nos autos a fls., por intermédio de seu procurador, que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante V. Exa., com base no art. 310, I do Código de Processo Penal, art. 5º, LXV, da CRFB, requerer o

RELAXAMENTO DA PRISÃO,

pelos motivos a seguir expostos:

O requerente foi preso em flagrante no dia __/__/__, por suposta prática de infração ao art. ____ do Código Penal, e encontrando-se, atualmente, preso na Cadeia Pública.

Requer, entretanto, o relaxamento da prisão, uma vez que não estão presentes nenhum dos motivos que autorizam a sua custódia cautelar e que trata-se de prisão ilegakl.

O ora requerente está preso ilegalmente, porque, _______(narrar as ilegalidades)

Colocar jurisprudência se necessário.

Portanto, o confinamento do réu, antes da sentença penal condenatória, afronta o princípio constitucional da presunção de inocência.

À vista do exposto, requer-se a V. Exa. que seja concedida a X o relaxamento da prisão, expedindo-se o competente alvará de soltura, a fim de ver-se X processado em liberdade.

Termos em que,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB

MODELO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de _________ - Estado de _________

PROCESSO N. ____

X, qualificado nos autos a fls., por intermédio de seu procurador, que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante V. Exa., com base no art. 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal, requerer sua

LIBERDADE PROVISÓRIA,

Consoante o artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal, pelos motivos a seguir expostos:

O requerente foi preso em flagrante no dia __/__/__, por suposta prática de infração ao art. 171, do Código Penal, e encontrando-se, atualmente, preso na Cadeia Pública.

Requer, entretanto, a concessão da liberdade provisória, uma vez que não está presente nenhum dos motivos que autorizam a sua custódia cautelar e preenche todos os requisitos da liberdade provisória.

O ora requerente está preso ilegalmente, porque, o mesmo possui condições pessoais favoráveis, tem o direito de responder o processo em liberdade. Conforme os documentos acostados ao pedido de liberdade (fls. __), como a cópia da identidade do requerente, comprovantes de residência, folha de antecedentes criminais comprovando a sua primariedade, carteira de trabalho para comprovar que exerce trabalho lícito e comprovantes de tratamento médico.

Não obstante o despacho que indeferiu o pedido de liberdade provisória encontrar-se fundamentado, não há a necessidade da manutenção da restrição cautelar da liberdade de ir e vir do impetrante.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 15/39

Page 16: Pratica III Penal

O decreto cautelar (fls. __) que está motivando a medida constritiva faz referência à intranquilidade que, solto, o requerente provocaria ao meio social. Todavia, nada há no despacho guerreado que induza à conclusão de que o requerente exerça o risco vislumbrado pelo ilustre Magistrado, se em liberdade estiver.

Não repousa fundamento concreto a determinar a prisão cautelar, data vênia, X é primário, sendo este o único processo a que responde na Comarca de ______, vendo-se, pois, demonstrado que não é contumaz na prática de crimes contra o patrimônio.

Possui residência fixa, conforme atesta a conta de fornecimento de energia elétrica anexada à fls. __, onde consta o mesmo endereço fornecido quando da prisão em flagrante.

Por fim, demonstrou que é aposentado, e que ainda exerce a atividade de comerciante em _______. O crime não é de extrema gravidade, e, ademais, como dito, Vossa excelência não apontou motivos concretos a ensejar a manutenção da prisão do requerente.

Conforme a jurisprudência:

PRISÃO EM FLAGRANTE - LIBERDADE PROVISÓRIA - FUNDAMENTAÇÃO (FALTA) - 1. Toda medida cautelar que afete pessoa haverá de conter os seus motivos, por exemplo, a prisão preventiva haverá de ser sempre fundamentada, quando decretada e quando denegada (CPP, art. 315). 2. Sendo lícito ao juiz, no caso de prisão em flagrante, conceder ao réu liberdade provisória (CPPenal, art. 310, parágrafo único), o seu ato, seja ele qual for, não prescindirá de fundamentação. 3. Tratando-se de ato (negativo) sem suficiente fundamentação, é de se reconhecer, daí, que o paciente sofre a coação ensejadora do habeas corpus....(STJ - RHC 200501633441 - (18489 MG) - 6ª T. - Rel. Min. Nilson Naves - DJU 13.03.2006 - p. 00374).

Exige-se concreta motivação para o indeferimento do pedido de liberdade provisória, com base em fatos que efetivamente justifiquem a excepcionalidade da medida, atendendo-se aos termos do art. 312 do CPP e da jurisprudência dominante. Precedentes. A mera alusão a requisito legal da segregação cautelar, sem apresentação de fato concreto determinante não pode servir de motivação à custódia cautelar. Precedente. Não se presta para justificar a prisão cautelar a existência de indícios de autoria e prova da materialidade, o juízo valorativo sobre a gravidade genérica do delito imputado ao réu, a necessidade de se atribuir credibilidade à justiça e de acautelar a paz social. Bem como o clamor público e a sua repercussão na sociedade, se desvinculados de qualquer fator concreto. Precedentes desta corte e do STF. ... (STJ - HC 200501344537 - (46886 MT) - 5ª T. - Rel. Min. Gilson Dipp - DJU 06.03.2006 - p. 00421) JCPP.312

HABEAS CORPUS - ROUBO DUPLAMENTE MAJORADO - PRISÃO EM FLAGRANTE - PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA - INDEFERIMENTO BASEADO TÃO-SOMENTE NA GRAVIDADE GENÉRICA DO DELITO - ORDEM CONCEDIDA. O indeferimento do pedido de liberdade provisória feito em favor de quem foi detido em flagrante deve ser, em regra, concretamente fundamentado, devendo os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva ser expostos e justificados sob a luz da relação dos fatos e do direito postos na pretensão, sob pena de relegar ao arbítrio toda e qualquer restrição à liberdade do indivíduo. Não se presta para justificar a manutenção da prisão cautelar somente a existência de indícios de autoria e prova da materialidade (pressupostos), se, como fundamento, houve apenas juízo valorativo sobre a gravidade genérica do delito. (TJMG - HC 1.0000.06.439289-7- Rel. Des. William Silvestrini - publ. 08/08/2006).

Por tudo isso, não havendo demonstração da real necessidade da custódia cautelar, a qual o ilustre juiz considerou adequada, afirmando que X colocaria em risco a paz social, não há motivação no decreto que sirva para justificar a manutenção da custódia. E, ainda, o réu preenche os requisitos da liberdade provisória, porque primário, portador de bons antecedentes, com residência fixa e família radicada no distrito da culpa, além de trabalho lícito, estando, pois, ausentes os motivos da prisão preventiva, deve ser concedida a liberdade provisória, nos termos do artigo 310, parágrafo único, do CPP. Bem como, o requerente assume o compromisso de comparecer a todos os atos processuais.

Portanto, o confinamento do réu, antes da sentença penal condenatória, afronta o princípio constitucional da presunção de inocência.

À vista do exposto, requer-se a V. Exa. que seja concedida a X sua LIBERDADE PROVISÓRIA sem fiança, expedindo-se o competente alvará de soltura, a fim de ver-se X processado em liberdade, comprometendo-se a comparecer a todos os atos processuais e a não se ausentar ou mudar de endereço sem prévia comunicação a esse Juízo.

Termos em que,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 16/39

Page 17: Pratica III Penal

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 17/39

Page 18: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 7

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO

OBJETIVO

Trata-se de instrumento de maior utilização no processo penal, pois visa garantir direito de liberdade de locomoção, já cerceada ou com a possibilidade de ser tolhida.

O aluno deverá ser capaz de identificar a violação, compreendendo o instituto, redigir a inicial e dirigi-la ao órgão competente, restabelecendo o direito do paciente.

• Deverá conhecer todos os sujeitos que atuarão na ação.

TEMA

HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 ? Natureza jurídica do instituto, condições da ação, competência para julgamento.

1.1 ? Autoridade coatora;

1.2 ? Impetrante e paciente.

2 ? Espécies de habeas corpus

2.1 ? Liberatório

2.2 ? Preventivo

PROCEDIMENTO DE ENSINO

Análise dos casos concretos e do instituto, fazendo uma construção da evolução histórica até o momento atual.

RECURSO FÍSICO

Quadro e PincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 18/39

Page 19: Pratica III Penal

Lindomar da Silva, brasileiro, solteiro, pedreiro, residente e domiciliado á Rua das Orquídeas, nº 1000, Centro de São Paulo, foi preso no dia 01 de julho de 2012em razão de um mandado de prisão temporária expedido pelo Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, Rio de Janeiro, pela prática do crime previsto no art. 148 caput do CP.

Lindomar está sendo investigado pelo sequestro da esposa de um grande empresário Carioca, que ocorreu em maio deste ano. A autoridade representou ao Juiz da Comarca pela prisão temporária de Lindomar argumentando que sua prisão era imprescindível para as investigações, haja vista tratar-se de investigado reincidente e possuidor de maus antecedentes.

A família de Lindomar da Silva contratou advogado para pleitear junto ao Juízo a sua liberdade, que foi negada sob o fundamento de se tratar de crime extremamente grave, e que a reincidência e os maus antecedentes autorizariam a prisão cautelar em qualquer hipótese.

Diante o exposto, elabore a peça cabível para obter a liberdade de Lindomar da Silva.

MODELO DE HABEAS CORPUS

No Rio de Janeiro, o Habeas Corpus é endereçado para 2ª Vice Presidência do Tribunal de Justiça.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DA 2ª VICE-PRESIDÊNCIA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO

IMPETRANTE, casado, portador da cédula de identidade nº__________, CPF Nº___________, advogado inscrito na OAB/RJ sob o nº__________, domiciliado e residente nesta cidade, domiciliado e residente nesta cidade, ambos com escritório na Rua____________, vem, respeitosamente, perante uma das Câmaras desse Egrégio Tribunal, com fundamento no art., LXVIII, da CRFB/88, impetrar ordem de

HABEAS CORPUS

Em favor de NOME DO PACIENTE, brasileiro_______________________residente e domiciliado_____________, o qual se encontra recolhido na_________, pela prática dos crimes previstos nos arts. _____________, apontando como autoridade coatora o juízo daVARA CRIMINAL DA_____ (a autoridade policial da___), pelos seguintes fatos e fundamentos.

BREVE RESUMO DOS FATOS

DOS FUNDAMENTOS

O Paciente encontra-se preso desde o dia_________ tendo como fundamento ______

A Ilustre Magistrada, em sua decisão às fls._______indeferiu o pedido de liberdade provisória pleiteado por esta defesa, informando que _______

PEDIDO

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 19/39

Page 20: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 8

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

OBJETIVO

Visa recordar alguns pontos específicos do tema. Neste momento, para que o aluno possa redigir a impugnação é necessário o fortalecimento dos princípios e da teoria dos recursos. A forma de interposição através da petição de interposição e a petição das razões, o direcionamento para o órgão competente para julgamento, os prazos, são elementos que devem ser dominados pelo aluno.Por fim, deverá identificar a decisão a ser atacada e conhecer o instrumento cabível para impugná-la.

TEMA

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 ? Natureza jurídica do instituto, condições da ação, competência para julgamento.

1 ? Recursos no processo penal

1.1 ? Pressupostos ? objetivos e subjetivos (interesse e legitimidade)

1.2- Efeitos, prazos, forma, terminologia adequada, competência para julgamento, o juízo de admissibilidade;

2 ? Recurso em sentido estrito - Aplicação do RSE.

2.1 ? Princípios da fungibilidade

2.2- Efeito de retratação ou reforma

2.3- Interposição e razões

2.4- Prazo e sucumbência

PROCEDIMENTO DE ENSINO

• O caso deverá ser abordado ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática;

• A resolução do caso faz parte da aula;

• A abordagem do caso permeia a exposição teórica.

RECURSO FÍSICO

Quadro e PincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Em 01/02/2008, Tício Bisneto foi acusado de ter contratado, em 03/01/2008, Téo para matar Caio, que era amante de sua esposa. Téo foi acusado de ter instalado, em 15/01/2008, uma bomba no carro de Caio, para que ele explodisse quando a ignição do veículo fosse ligada. De fato, quando Caio acionou o motor do carro, houve uma explosão, que o matou.

Tício Bisneto e Téo foram apontados como incurso no art. 121, §2º, inc I - mediante paga; II – motivo fútil consistente em ciúmes; III – emprego de explosivo; IV – recurso que impossibilitou a defesa da vítima; c/c o art. 29, caput do CP. Em 12/02/2008, Téo faleceu, tendo sido, então, declarada extinta a sua punibilidade, não tendo ele chegado a ser ouvido, visto que, na fase policial, permanecera em silêncio.

Na audiência de instrução ocorrida em 14/02/2008, foram ouvidos: o médico legista, que confirmou a morte por explosão; dois policiais que afirmaram que, como Téo já era procurado pela polícia, uma interceptação telefônica autorizada para desvendar outro crime captara, casualmente, conversa entre ele e outra pessoa, não identificada, supostamente Tício Bisneto, na qual este negociava a morte com Téo a morte de uma pessoa, cujo nome não foi mencionado, tendo sido, na ocasião, marcado encontro entre os dois; e um perito, o qual declarou que, conforme perícia juntada aos autos, a voz da

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 20/39

Page 21: Pratica III Penal

conversa interceptada era semelhante à de Tício Bisneto, embora não fosse possível uma afirmação conclusiva.

Da gravação nada constava sobre a forma de execução do crime. Duas testemunhas, amigas de Caio, afirmaram que ele era amante da esposa de Tício Bisneto. Como testemunhas de defesa foram ouvidos dois amigos de Tício Bisneto, que disseram ser este pessoa calma e dedicado pai de família, incapaz de causar mal a qualquer um, e sua esposa, que negou ter relações com a vítima.

Interrogado, Tício Bisneto negou a contratação e disse viver bem com a esposa.

Finda a instrução, as partes apresentaram suas alegações e, em 03/03/2008, o Juiz PRONUNCIOU Tício Bisneto pelo art. 121, §2º, I, II, III, IV, c/c art. 29, caput, todos do CP, assentando-se na gravação e nos depoimentos da testemunhas de acusação e afirmando que, na pronúncia, prevalece o princípio in dubio pro societate.

O advogado e o acusado foram intimados da decisão em 05/03/2008. Elabore a peça cabível á defesa de Tício Bisneto, datando-a com o último dia do prazo.

TEXTO COMPLEMENTAR

DOS Aspectos formais da petição de interposição e da petição de razões do recurso.

A petição de interposição (art. 578 CPP) tem por finalidade precípua veicular, com absoluta clareza a impugnação do recorrente. Ele deverá identificar a decisão contrária a seus interesses (interesse de agir – parágrafo único do art. 577 CPP)), demonstrando sua legitimidade (art. 577 CPP) e o cabimento da espécie recursal, para obtenção da admissibilidade do recurso pelo próprio juiz prolator da decisão atacada. Após este juízo de admissão, deverá, o recorrente, apresentar suas razões direcionada para o órgão competente para o julgamento do recurso (princípio do duplo grau de jurisdição) sendo que, em algumas hipóteses legais, o juiz prolator da decisão poderá reformá-la (efeito de retratação). 

Convém lembrar que no processo penal, em regra, a petição de interposição é diversa da petição de razões (ex. art. 588 CPP – Recurso em sentido estrito; art.600 CPP – recurso de apelação), sendo apresentadas em momentos diferentes, pois a segunda pressupõe a admissão da primeira.

Em algumas hipóteses porém, a lei determina que as razões recursais acompanhem a petição de interposição, como por exemplo a apelação do §1º do art. 82 da Lei 9.099/95

O objetivo neste momento, requer alguns cuidados formais que garantam a eficácia da peça, seja objetivando a admissão (petição de interposição), seja o êxito da impugnação (razões do recurso) como veículo informativo e formador do livre convencimento motivado do julgador.

A petição das razões do recurso deverá ser elaborada, direcionando-a ao órgão julgador e dividindo- a em três tópicos. No primeiro, deverá ser realizado um breve relatório dos fatos indicando a decisão atacada. Depois, havendo questão processual a ser atacada (error in procedendo), deverá apresentar uma PRELIMINAR discutindo-a. Ultrapassada a preliminar, no mérito deve-se apresentar a motivação, as razões da impugnação (error in judicando), demonstrando as questões de fato e de direito que fortalecem o pedido. Neste momento deve-se, sempre que possível, comentar as provas produzidas, os eventuais erros de avaliação do juiz ao proferir a decisão, anexar jurisprudências e doutrinas (através de citações) favoráveise concluindo com o pedido de decretação de nulidade para o acolhimento da preliminar, ou modificação da decisão atacada na forma do pedido.

Tecnicamente, deve-se pedir que o recurso seja CONHECIDO(juízo de admissibilidade pelo órgão ad quem) e após, seja dado PROVIMENTO (juízo sobre a questão processual ou mérito).

É prudente que os princípio processuais sejam respeitados: Duplo grau de jurisdição, voluntariedade recursal, unirrecorribilidade, fungibilidade e vedação da reformatio in pejus.

Que o aluno saiba quais os efeitos que podem incidir nos recursos: Devolutivo, suspensivo, extensivo, de retratação ou reforma. Que saiba demonstrar a presença dos requisitos objetivos do recurso: Cabimento, tempestividade, inexistência de fatos impeditivos ou extintivos, motivação. E os requisitos subjetivos: Legitimidade e interesse (ligado a sucumbência), quando da interposição.

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - MODELO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR  JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL(TRIBUNAL DO JÚRI) DA COMARCA DE ______.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ______.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 21/39

Page 22: Pratica III Penal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA CRIMINAL FEDERAL(TRIBUNAL DO JÚRI) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ______.

Processo nº

FULANO, devidamente qualificado fl. ___, com fundamento no art. 581, ____ do CPP, vem, mui respeitosamente, por seu advogado, infra assinado (procuração a fl. xxx) no processo crime que lhe é movido pela Justiça Pública por infração do art. ... do CP, tramitando perante esse Juízo, interpor

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Contra a r. decisão de fls. ___ que (indicar qual a decisão).

Requer seja o presente admitido com abertura de prazo para apresentação das razões, esperando que, após o contraditório recursal, V.Exa., após o juízo de retratação, remeta o presente para o E.Tribunal para conhecê-lo, por ser medida de mais inteira justiça.

Local e data

Advogado/OAB

RAZÕES DE RECURSO

EGRÉGIO TRIBUNAL.

COLENDA CÂMARA CRIMINAL.

Processo nº

FULANO, com fundamento na lei (art. 581, ____ CPP), vem, mui respeitosamente, por seu advogado infra assinado no processo crime que lhe é movido pela Justiça Pública por infração do art. ... do CP, tramitando perante a Vara Criminal da Comarca supra indicada, apresentar as razões do recurso que interpôs na forma abaixo:

1. OBJETO DESTE RECURSO.Apresentar a decisão atacada

2. PRELIMINAR

Atacar as questões processuais (error in procedendo), geradoras de nulidade.

Deverá o aluno analisar se há alguma causa de nulidade ocorrida tanto na AIJ quanto em momento anterior (por exemplo ausência de prazo para apresentação de resposta; inversão da ordem das oitivas, de maneira que o acusado tenha sido interrogado antes das testemunhas; ausência de exame de corpo de delito em crimes que deixam vestígios, prova ilícita – o examinador da FGV gosta bastante de interceptação telefônica, etc.).

Sempre que a questão falar em interceptação telefônica, o candidato deverá verificar a questão está em conformidade com a Lei 9296/96, art. 2º. Procure verificar se não há prova ilícita por derivação, etc. Analisar as provas apresentadas na instrução.

Verificar se houve a observância do art. 384 do CPP – mutatio libeli, se não foi observado, é causa de nulidade da decisão por violação ao princípio da correlação e do comtraditório e ampla defesa.

3. MÉRITO

Discutir as questões de direito material, consideradas provadas em seu favor, impugnando as elencadas pelo julgador.

4.PEDIDO

Tecnicamente, deve-se pedir que o recurso seja CONHECIDO(juízo de admissibilidade pelo órgão ad quem) e após, seja dado PROVIMENTO (juízo sobre a questão processual ou mérito).

Pede-se e espera-se que essa Colenda Corte conheça do recurso para dar provimento com o acolhimento da preliminar, com a decretação da NULIDADE ___

Vencida a preliminar, no mérito espera o PROVIMENTO para (absolver, desclassifcar, reduzir a pena, etc).

É aconselhável que se faça o pedido separadamente, um a um. Os pedidos devem seguir a ordem da sua argumentação nos fundamentos das razões.

Em se tratando das decisões do Júri, exemplo: decisão de pronúncia, além de se buscar arguir as questões pertinentes às

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 22/39

Page 23: Pratica III Penal

provas produzidas em AIJ, deve procurar argumentos que impronuncie o réu, desclassifique a infração aou absolva, conforme art. 414, 419 e 415 respectivamente.

Local e data.

Advogado/OAB

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 23/39

Page 24: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 9

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

OBJETIVO

Visa recordar alguns pontos específicos do tema. Neste momento, para que o aluno possa redigir a impugnação é necessário o fortalecimento dos princípios e da teoria dos recursos. A forma de interposição através da petição de interposição e a petição das razões, o direcionamento para o órgão competente para julgamento, os prazos, são elementos que devem ser dominados pelo aluno. Por fim, deverá identificar a decisão a ser atacada e conhecer o instrumento cabível para impugná-la.

Por fim, importante o aluno recordar os pontos pertinentes ao crime de lesão corporal.

TEMA

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 – Recursos no processo penal

1.1 – Pressupostos – objetivos e subjetivos (interesse e legitimidade)

1.2- Efeitos, prazos, forma, terminologia adequada, competência para julgamento, o juízo de admissibilidade;

2 – Recurso em sentido estrito - Aplicação do RSE.

2.1 – Princípios da fungibilidade

2.2- Efeito de retratação ou reforma

2.3- Interposição e razões

2.4- Prazo e sucumbência

PROCEDIMENTO DE ENSINO

• O caso deverá ser abordado ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática;

• A resolução do caso faz parte da aula;

A abordagem do caso permeia a exposição teórica

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 24/39

Page 25: Pratica III Penal

41º Exame de Ordem Modificado

Leila, de quatorze anos de idade, inconformada com o fato de ter engravidado de seu namorado, Joel, de vinte e oito anos de idade, resolveu procurar sua amiga Fátima, de vinte anos de idade, para que esta lhe provocasse um aborto. Utilizando seus conhecimentos de estudante de enfermagem, Fátima fez que Leila ingerisse um remédio para úlcera. Após alguns dias, na véspera da comemoração da entrada do ano de 2005, Leila abortou e disse ao namorado que havia menstruado, alegando que não estivera, de fato, grávida.

Desconfiado, Joel vasculhou as gavetas da namorada e encontrou, além de um envelope com o resultado positivo do exame de gravidez de Leila, o frasco de remédio para úlcera embrulhado em um papel com um bilhete de Fátima a Leila, no qual ela prescrevia as doses do remédio. Munido do resultado do exame e do bilhete escrito por Fátima, Joel narrou o fato à autoridade policial, razão pela qual Fátima foi indiciada por aborto.

Tanto na delegacia quanto em juízo, Fátima negou a prática do aborto, tendo confirmado que fornecera o remédio a Leila, acreditando que a amiga sofria de úlcera. Leila foi encaminhada para perícia no Instituto Médico Legal de São Paulo, onde se confirmou a existência de resquícios de saco gestacional, compatível com gravidez, mas sem elementos suficientes para a confirmação de aborto espontâneo ou provocado.

Leila não foi ouvida durante o inquérito policial porque, após o exame, mudou-se para Brasília e, apesar dos esforços da autoridade policial, não foi localizada.

Em 30/1/2010, Fátima foi denunciada pela prática de aborto. Regularmente processada a ação penal, o juiz, no momento dos debates orais da audiência de instrução, permitiu, com a anuência das partes, a manifestação por escrito, no prazo sucessivo de cinco dias. A acusação sustentou a comprovação da autoria, tanto pelo depoimento de Joel na fase policial e ratificação

em juízo, quanto pela confirmação da ré de que teria fornecido remédio abortivo. Sustentou, ainda, a materialidade do fato, por meio do exame de laboratório e da conclusão da perícia pela existência da gravidez.

A defesa sustentou que não houve aborto provocado e sim espontâneo. Em 19/04/2010 (segunda-feira), o Juiz pronunciou Fátima pela prática do crime de aborto, previsto no art. 126 caput do CP. (alterações nossas).

Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) constituído(a) por Fátima, redija a peça processual adequada à defesa de Fátima alegando toda a matéria de direito processual e material aplicável ao caso. Date o documento no último dia do prazo para protocolo.

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 25/39

Page 26: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 10

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

APELAÇÃO

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

• Identificar no caso concreto o direito do recorrente e a forma de garanti-lo através da impugnação da sentença;

• Compreender que para cada decisão judicial interlocutória ou de mérito, haverá um meio de impugnação próprio.

• Redigir a peça processual de interposição e suas razões, direcionando ao órgão julgador competente.

TEMA

APELAÇÃO

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

Recurso de apelação ? art. 593 do CPP e art. 82 da lei 9.099/95. Pressupostos, requisitos, prazos

PROCEDIMENTO DE ENSINO

• O caso concreto permite a discussão sobre o direito material e processual;

• A abordagem do caso permeia a exposição teórica, devendo ser discutido a questão de forma e conteúdo da impugnação.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Asplênio Pereira, brasileiro, com 71 anos de idade, residente e domiciliado em Itaipu, Niteroi/RJ, foi denunciado pelo Ministério Público Federal, nos seguintes termos:

“No dia 17 de setembro de 2007,por volta das 19:30h, na cidade e comarca de Niterói/RJ, o denunciado Asplênio Pereira, juntamente com outro não identificado, imbuídos do propósito de assenhoreamento definitivo, quebraram a janela do prédio onde funciona agência dos correios e de lá subtraíram quatro computadores da marca HP, no valor de R$ 5.980,00; 120 cartuchos para impressora, no valor de R$ 540,00; 200 caixas toner para impressora a laser no valor de R$ 1.240,00, conforme laudo de avaliação às fls.

Assim agindo, incorreu o denunciado na prática do art. 155,§1º e 4º, inc. I e IV do CP, motivo pelo qual é oferecida a presente denúncia, requerendo-se o processamento até final julgamento.”

O magistrado recebeu a exordial em 01 de outubro de 2007, acolhendo a imputação nos seus termos.

O policial Carlos, responsável pelo monitoramento das conversas telefônicas de Asplênio, foi inquirido em juízo, tendo esclarecido que, inicialmente, a escuta telefônica fora realizada “por conta”, segundo ele, porque havia diversas denúncias anônimas, na região de Niterói acerca de um sujeito conhecido como Vovô, que invadia agências dos correios com o propósito de subtrair caixas e embalagens para usá-las no tráfico de animais silvestres. Carlos e seu colega Josias, nas diligências por eles efetuadas, suspeitaram da pessoa de Asplênio, senhor de “longa barba branca”, e decidiram realizar a escuta telefônica. O magistrado, alegando que o fato já estava suficientemente esclarecido, não permitiu a oitiva de uma testemunha arrolada, tempestivamente, pela defesa.

Após o interrogatório e a confissão de Asplênio, ocorridos na presença de advogado ad hoc, embora já houvesse advogado constituído não intimado para o ato.

Apresentadas as alegações finais orais na audiência de instrução que ocorreu em 22/10/2007 (segunda-feira), o Juiz proferiu a sentença em seguida, e, com base em toda prova colhida, condenou o réu, de acordo com o art. 155, §§1º e 4º, inc I e IV do CP, à pena privativa de liberdade de 08 anos de reclusão e 30 dias-multa, no valor de 1/30 do salário mínimo, cada dia. Fixou

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 26/39

Page 27: Pratica III Penal

ainda para Asplênio, réu primário, o regime fechado de cumprimento de pena.

O Ministério Público não interpôs recurso.

Em face da situação hipotética acima apresentada, o advogado abaixo constituído por Asplênio, supondo que na Audiência de instrução, após a prolação da sentença, tenha manifestado seu desacordo em relação aos termos da referida decisão, e decida apresentar as razões do seu inconformismo. Elabore a peça cabível, endereçando-a ao Juízo competente, enfrentando todas as matérias pertinentes e datando-a com o último dia do prazo para apresentação.

TEXTO COMPLEMENTAR

Apelação, recurso previsto no art. 593 e seus incisos do CPP, além do art. 416 do mesmo diploma. Também existe previsão de apelação na Lei 9.099/95, em seu art. 82. O prazo para sua interposição é de 05 dias, a contar da intimação da sentença ou decisão. Devem ser intimados tanto o réu quanto o seu defensor, iniciando-se o prazo a partir da última intimação. Lembre-se que o réu revel não será intimado dos atos do processo enquanto não se fizer presente nos autos. As razões podem ser apresentadas em até 08 dias.

Devem ser observados o art. 798, p. 1º e 5º do CPP, bem com o verbete da Súmula do STF 310 e 710.

Observar também os verbetes da Súmula do STF 705, 708, 713; e do STJ 347.

MODELO DE APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA CRIMINAL DA COMARCA DE________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE________

Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxx

(NOMEDO RECORRENTE), nos autos da ação penal pública que lhe move o Ministério Público (ou a vítima em casos de ação penal privada), vem, por seu advogado abaixo assinado, com fulcro no art. art. 593, inciso __, CPP/416 do CPP, inconformado da r. sentença de fls. xx,  interpor perante V.Exa.  o presente recurso de

APELAÇÃO

Requerendo desde já o processamento do presente recurso, com as inclusas razões.

P. deferimento.

Local e data

Autenticação

Modelo de RAZÕES RECURSAIS 

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIAO – RIO DE JANEIRO

EGRÉGIA TURMA

RAZÕES DE APELAÇÃO

(RECORRENTE), no processo crime que lhe é movido pela Justiça Pública por infração do art. ...do C.P. ., que tramitou perante a .... Vara Criminal da Cidade de ....., vem, mui respeitosamente, por seu advogado e procurador infra assinado (proc., fls.), apelar, da r. sentença condenatória definitiva, proferida pelo M.M. Juiz de _____ da ... Vara Criminal da ______, expondo, desde logo, o

1. RESUMO DOS FATOS.

2. DO DIREITO - A tese da defesa poderá ser: falta de justa causa, extinção da punibilidade, nulidade do processo ou da sentença ou ainda direito ao abrandamento da sentença condenatória – exclusão de uma agravante, inclusão de uma atenuante, desclassificação para infração mais leve, concessão do sursis, substituição por pena restritiva de direitos, etc...

3. PEDIDO.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 27/39

Page 28: Pratica III Penal

Pede-se e espera-se que essa Colenda Corte digne-se receber, processar, conhecer e acolher este recurso, anulando a r. sentença recorrida, nos termos da preliminar; se vencida esta, digne-se reformar totalmente a r. sentença condenatória, ordenando a expedição do alvará de soltura em favor do recorrente, contendo a cláusula se por al. não estiver preso, como medida de inteira justiça. Cumpridas as necessárias formalidades legais, pede-se que se conheça, espera-se o provimento do presente recurso.

Data e assinatura.

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 28/39

Page 29: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 11

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

APELAÇÃO

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

• Identificar no caso concreto o direito do recorrente e a forma de garanti-lo através da impugnação da sentença;

• Compreender que para cada decisão judicial interlocutória ou de mérito, haverá um meio de impugnação próprio.

• Redigir a peça processual de interposição e suas razões, direcionando ao órgão julgador competente.

TEMA

APELAÇÃO

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

Recurso de apelação – art. 593, III do CPP. Pressupostos, requisitos, prazos.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

• O caso concreto permite a discussão sobre o direito material e processual;

• A abordagem do caso permeia a exposição teórica, devendo ser discutido a questão de forma e conteúdo da impugnação.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 29/39

Page 30: Pratica III Penal

Elesbão foi denunciado por ter, no dia 05 de junho de 2006, por volta da 00h 30min, em frente a Igreja São Judas Tadeu, no bairro Moema, São Paulo, desferido, com intenção de matar, disparos de arma de fogo contra Jorge, os quais, por sua natureza e sede, foram a causa eficiente da morte deste, razão pela qual Elesbão estaria incurso nas penas do art. 121, caput do CP.

Após regular trâmite, sobreveio decisão de pronúncia, determinando que Elesbão fosse submetido à Júri popular, segundo a capitulação da denúncia.

No dia do julgamento, terminada a instrução, o Promotor de Justiça deu início a produção da acusação. Durante sua explanação perante o Conselho de sentença, com o fito de influenciar o ânimo dos julgadores quanto à conduta pretérita de Elesbão, o Promotor mostrou aos Jurados, sem a concordância da defesa, documentos relativos à outro processo, no qual o réu, Elesbão, era acusado de homicídio qualificado praticado em 02/05/2005. Salientou ainda o órgão ministerial que os Jurados deveriam “pensar o que quisessem” acerca da recusa pela defesa, da produção da nova prova.

Finda a acusação, foi dada a palavra ao defensor, que pediu ao magistrado o registro, em ata, de que o Promotor de Justiça havia mostrado aos Jurados documentos relativos à outro processo a que respondia o réu, a despeito da discordância da defesa. O pleito defensivo foi deferido

Ademais tratou a defesa das questões de mérito, bem como advertiu os Jurados acerca da primariedade do réu.

Por fim, Elesbão foi condenado, pelo Tribunal do Júri de São Paulo, como incurso no art. 121 caput do CP à pena de sete anos de reclusão que deveria ser cumprida em regime inicialmente fechado.

Considerando a situação hipotética descrita, formule a peça, diversa de habeas corpus, que deve ser apresentada no processo.

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 30/39

Page 31: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 12

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

• Identificar no caso concreto o direito do embargante.

• Compreender que para cada decisão judicial haverá um meio de impugnação próprio.

• Redigir a peça processual de interposição e suas razões, direcionando ao órgão julgador competente.

TEMA

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE. Pressupostos, requisitos, prazos.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

• O caso concreto permite a discussão sobre o direito material e processual;

• A abordagem do caso permeia a exposição teórica, devendo ser discutido a questão de forma e conteúdo da impugnação.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincel

APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Deoclécio Mariano, primário, com 19 anos de idade, furtou para si, de uma loja, cinco canetas esferográficas, avaliadas em R$ 10,00 (dez reais).

Após regular processamento, Deoclécio Mariano foi condenado pelo Juiz da ____Vara Criminal da Comarca_____doEstado______(cada professor estabelecerá o Juízo, comarca e o Estado), a pena de 02 anos de reclusão.

Inconformado com a sentença condenatória, ele interpôs recurso de Apelação. A sentença foi mantida por maioria. O acórdão foi publicado no dia 18/07/2012 (quarta-feira) e o voto divergente, embora mantivesse a condenação, reduzia a pena para 08 meses face ao disposto no art. 155, §2º do CP.

Elabore a peça apta e cabível para defender os interesses de Deoclécio Mariano.

MODELO DE PEÇA SUGERIDA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA COLENDA CÂMARA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE _________

Apelação Criminal nº ou Recurso em sentido estrito nº

FULANO, por seu advogado ao final subscrito, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, inconformado com o venerando acórdão embargado, que por dois votos a um, negou provimento à apelação (ou RSE) do réu, condenando o ora embargante pelo crime de _____, com fundamento no art. 609, p. único do CPP, opor

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

Já apresentando em anexo suas razões recursais.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 31/39

Page 32: Pratica III Penal

Nestes termos

Pede deferimento

Local/data

Advogado/OAB

RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

APELAÇÃO CRIMINAL (OU RECURSO EM SENTIDO ESTRITO) Nº

EMBARGANTE:

EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO ____

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA CÂMARA

ILUSTRES DESEMBARGADORES RELATOR E REVISOR

DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA

Os presentes embargos infringentes, Colenda Câmara, devem ser recebidos, para ratificar_______(falar do voto vencido na votação da apelação ou recurso em sentido estrito).

(breve resumo dos fatos, denúncia, processamento, sentença )

(ARGUMENTAR A RESPEITO DO VOTO VENCIDO)

PEDIDO:

Isto posto, requer o recebimento e o acolhimento do presente, para ______(dizer o que se quer), nos termos do voto vencido.

Nestes termos

Pede deferimento

Local/data

Advogado/OAB

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 32/39

Page 33: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 13

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

Identificar no caso concreto o direito do recorrente e a forma de garanti-lo através da impugnação do acórdão;

Compreender que para cada decisão judicial interlocutória ou de mérito, haverá um meio de impugnação próprio.

Redigir a peça processual de interposição e suas razões, direcionando ao órgão julgador competente.

TEMA

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL : cabimento; prazo;

PROCEDIMENTO DE ENSINO

O caso concreto permite a discussão sobre o direito material e processual; A abordagem do caso permeia a exposição teórica, devendo ser discutido a questão de forma e conteúdo da impugnação.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Zoroastro, investigador de polícia, está detido no Presídio Especial de Segurança Máxima Bangu I por força do auto de prisão em flagrante, e denunciado pela prática do crime previsto no art. 316 do CP, sendo certo que teve concedida a fase do art. 514 do CPP, e que os prazos legais estão sendo observados.

É primário, tem residência fixa e exerce atividade lícita. O MM. Juiz de 1ª instância negou a liberdade provisória com fiança, alegando apenas e tão somente “ser o crime muito grave”, enquanto a Egrégia Câmara do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por maioria de votos, denegou a ordem de habeas corpus que fora impetrada usando o mesmo argumento, conforme consta do v. aresto hoje publicado.

Como advogado redija a peça cabível diversa de habeas corpus.

TEXTO COMPLEMENTAR

É interposto por meio de petição dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido, dentro do prazo de 05 dias, no caso de denegação de habeas corpus (Lei 8.038/90, art. 30), ou 15 dias, no caso do mandado de segurança (Lei 8.038/90, art. 33), com as razões do pedido de reforma.

Em seguida, os autos vão com vista ao Ministério Público, para parecer em 02 dias, no caso de habeas corpus (Lei 8.038/90, art. 31), ou 05 dias, no caso do mandado de segurança (Lei 8.038/90, art. 35). Os autos são distribuídos ao relator, que marcará data para o julgamento.

Modelo Sugerido

EXECELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL

JOÃO SILVA, por seu advogado, nos autos do Habeas Corpus nº___, que impetrou contra a decisão proferida pelo MM Juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, inconformado com o v. acórdão da ___Turma Criminal, prolatado ás fls.___, denegando a ordem, vem à presença de Vossa Excelência, interpor

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 33/39

Page 34: Pratica III Penal

Com fundamento no art. 105, II, “a” da CRFB/88, requerendo o seu regular processamento.

Nestes Termos

Pede deferimento

Local/data

Advogado/OAB

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Razões de Recurso Ordinário Constitucional

Colendo Superior Tribunal de Justiça

Egrégia Turma

Ilustre Ministro Relator

O presente ROC, data vênia, Egrégia Turma, deve ser provido para que seja concedido o HC e libertado o ora recorrente.

DO CABIMENTO

O ROC é cabível contra: decisões dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal ou dos Tribunais Regionais Federais que, em única ou última instância, denegarem a ordem de habeas corpus (art. 105, II, a, CRFB/88); e decisões dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal ou dos Tribunais Regionais Federais que, em única instância, denegarem o mandado de segurança (art. 105, II, b, CRFB/88).

DOS FATOS

Narrar suscintamente os fatos

DO DIREITO

(colocar doutrina e/ou jurisprudência a respeito)

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja recebido e provido o presente recurso para RELAXAR A PRISÃO ILEGAL.

Nestes Termos

Pede deferimento

Local/data

Advogado/OAB

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 34/39

Page 35: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 14

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

AGRAVO EM EXECUÇÃO

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de:

• Identificar no caso concreto o direito do condenado e a forma de garanti-lo;

• Compreender que para cada decisão judicial interlocutória ou de mérito, haverá um meio de impugnação próprio.

• Redigir a peça processual de interposição e suas razões, direcionando ao órgão julgador competente.

TEMA

AGRAVO EM EXECUÇÃO

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

1 ?Estudo da Lei nº 7.210/84 ? Lei de Execuções Penais LEP - Aplicação dos Institutos legais.

1.1 ? O recurso de Agravo ? Art. 197 da LEP.

1.2 ? Livramento condicional na forma do art. 83 CP e Art. 131 LEP.

1.2.1? Cabimento; Competência para julgamento, forma deinterposição e prazo.

1.2.2 ? Qual o procedimento a ser utilizado? O do Recurso em sentido estrito no CPP ou o do Agravo no CPC?

PROCEDIMENTO DE ENSINO

• O caso concreto permite a discussão sobre o direito material e processual;

• A abordagem do caso permeia a exposição teórica, principalmente porque o aluno ainda não possuí um entendimento completo da execução penal, sendo uma ótima oportunidade para relembrar alguns institutos incidentes na LEP.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Tertuliano Pereira foi definitivamente condenado à pena de 06 anos de reclusão, em regime inicial fechado, por infração ao art. 157 do CP, praticada em 29 de janeiro de 2012. Acha-se condenado, também, em outros dois processos, com trânsito em julgado, às penas de 05 anos e 04 meses e 06 anos e 02 meses de reclusão, de igual modo por infração ao art. 157 do CP, cujos fatos ocorreram, respectivamente, em 10 de janeiro e 15 de fevereiro de 2012, no mesmo bairro.

Requereu junto ao Juiz da Vara de execuções penais a unificação das penas, que foi indeferida ao fundamento de que o sentenciado agiu reiteradamente de forma criminosa.

A decisão foi publicada em 25/07/12 (quarta-feira), e o condenado foi intimado da decisão no dia seguinte. Elabore a peça cabível com as respectivas razões e date-a com o último dia do prazo.

TEXTO COMPLEMENTAR

O agravo em execução está previsto na Lei de Execução Penal (7.210/84), em seu art. 197.

O agravo não tem efeito suspensivo, por expressa disposição legal, art. 197. Foi introduzido pela Lei de execução penal, porém não disciplinado por ela. Da mesma forma, o CPP não o prevê nem o disciplina.

Surgiram, destarte, duas posições a respeito do seu procedimento: a primeira sustenta que o rito aplicável seria o do agravo de instrumento previsto no CPC; a segunda entende que o agravo em execução tem natureza de recurso em sentido estrito,

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 35/39

Page 36: Pratica III Penal

aplicando-se o seu rito, arts. 581 a 592 do CPP.

Embora a doutrina majoritariamente tenha se inclinado para a primeira posição, há julgado do STF sustentando a segunda posição.

Em razão disso, caso seja adotada a primeira posição, o prazo para sua interposição será de dez dias. Caso seja adotada a segunda, o prazo será de cinco dias.

MODELO DE PEÇA SUGERIDO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DE SÃO PAULO

Autos nº

FULANO, já devidamente qualificado nos autos, vem, por seu advogado e procurador infra assinado, no processo crime que lhe é movido pela Justiça Pública por infração do art. tramitando perante esse Juízo, interpor

AGRAVO EM EXECUÇÃO

Com fundamento no art. 197 da Lei 7210/84, recorrer da decisão desse MM Juízo, que ________________.

Pede-se e espera-se que o Juízo, tomando ciência das razões juntadas, exercendo o juízo de retratação, digne-se a reformar a r. sentença atacada; se mantida, digne-se a ordenar a remessa dos autos para a Superior Instância, que deverá receber, processar, conhecer e acolher este recurso, como medida de inteira justiça.

Nestes Termos

Pede deferimento

Local/data

Advogado/OAB

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Processo:

Recorrente:

RAZÕES RECURSAIS

(BREVE RESUMO DO FATO QUE ENSEJOU O PRESENTE RECURSO, INFORMANDO QUE DESEJA A REFORMA DA DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL)

RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA:

PEDIDO:

Requer o conhecimento e provimento do recurso para reformar a r. decisão para ____________________recorrente, como medida de inteira justiça.

Nestes termos

Pede deferimento

Local/data

Advogado/OAB

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 36/39

Page 37: Pratica III Penal

Disciplina: DPU0250 - PRÁTICA SIMULADA IV

Semana Aula: 15

DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA

REVISÃO CRIMINAL

OBJETIVO

O aluno deverá ser capaz de identificar o instituto da coisa julgada e da coisa soberanamente julgada no processo penal. Conhecer a ação de revisão criminal e as hipóteses de cabimento, seus pressupostos, a legitimidade e o procedimento, sendo, ao final, capaz de redigir a inicial buscando a desconstituição da decisão atacada.

TEMA

REVISÃO CRIMINAL

ESTRUTURA DO CONTEÚDO

• 1 ? A ação de revisão criminal ?, , legitimidade, procedimento, órgão competente para julgamento, conteúdo da nova decisão.

1.1 ? cabimento;

1.2 - pressupostos;

1.3 ? Legitimidade ? O Ministério Público como legitimado;

1.4 ? Procedimento da ação;

1.5 ? órgão competente para julgamento.

PROCEDIMENTO DE ENSINO

◦ O caso deverá ser abordado ao longo da aula, de acordo com a pertinência temática;

◦ A resolução do caso faz parte da aula;

◦ A abordagem do caso permeia a exposição teórica.

RECURSO FÍSICO

Quadro e pincelAPLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA

Aldebaram, usando de um instrumento contundente, em 20 de janeiro de 2012, diante do nº 20 da Praça da República, sem motivoplausível, agrediu Elesbão, produzindo-lhe lesões corporais de natureza grave, positivas por um só laudo inserto nos autos.

A ação penal tramitou perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo, onde Aldebaram foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 129, § 1º, I do CP e ao final condenado à pena de 1 ano de reclusão por ser réu primário. A sentença transitou em julgado, encontrando-se Aldebaram recolhido na Casa de detenção.

Elabore a peça cabível, diversa de Habeas Corpus, visando melhorar a situação de Aldebaram.

TEXTO COMPLEMENTAR

REVISÃO CRIMINAL -ART. 621 do CPP (cabe lembrar que a revisão criminal é meio inadequado para a aplicação da lei posterior que deixar de considerar o fato criminoso (abolitio criminis), uma vez que a competência é do Juiz da execução de primeira instância, evitando-se seja suprimido um grau de jurisdição (Verbete 611, da Súmula do STF;LEP art. 66, I).

Cabe Revisão criminal das sentenças absolutórias impróprias onde há imposição de medida de segurança.

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 37/39

Page 38: Pratica III Penal

VERTAMBÉM OS ARTS. 102,I, j; 105, I, e; 108, I, b, todos da CRFB/88.

O requerimento deve ser dirigido ao Presidente do tribunal competente, o qual poderá rejeitar liminarmente a revisão criminal, caso se trate de mera reiteração, sem novas provas, se a petição não estiver instruída de modo suficiente, ou se o pedido não se enquadrar em nenhuma hipótese do art. 621 do CPP.

No Rio de Janeiro, de acordo com o RITJRJ, cabe `2ª VICE PRESIDÊNCIA DO TJ.

REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Capítulo V - Da Seção Criminal

Art.7º - Compete à Seção Criminal:

I - processar e julgar:

a) as ações penais instauradas contra os Prefeitos Municipais por crimes comuns;

b) as revisões criminais e os recursos dos despachos que as indeferirem in limine, quanto às condenações por ela impostas e as proferidas pelas Câmaras Criminais e pelos Juízes e Tribunais de primeira instância;

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO

2007.059.00978 - HABEAS CORPUS

DES. EUNICE FERREIRA CALDAS - Julgamento: 24/04/2007 - SETIMA CAMARA CRIMINAL

HABEAS CORPUS. ART. 147 DO CÓDIGO PENAL. CONDENAÇÃO PELO IV JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL, CONFIRMADA PELA 1ª TURMA RECURSAL CRIMINAL. PRETENDE A DEFESA A ANULAÇÃO E CASSAÇÃO DO V. ACÓRDÃO, COM O TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. JÁ HOUVE JULGAMENTO, NÃO PODENDO A CÂMARA REEXAMINAR A MATÉRIA EM SEDE DE HABEAS CORPUS. A PRETENSÃO, NA REALIDADE, É DE REVISÃO CRIMINAL, DE COMPETÊNCIA DA SESSÃO CRIMINAL. ORDEM DENEGADA. (grifo professor)

MODELO DE PEÇA SUGERIDO

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 2º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ___________

FULANO, (QUALIFICAÇÃO COMPLETA), através de seu advogado infra-assinado e regularmente constituído, conforme instrumento de mandato ora adunado, com escritório na __________, nesta cidade, CEP: ___, onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, promover a presente

AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL,

com fulcro no art. 621, I, do CPP, pela matéria de fato e de direito abaixo aduzida:

O requerente foi condenado por sentença criminal transitada em julgado, (NARRAR OS FATOS E FUNDAMENTOS)

EM FACE DO EXPOSTO, requer a Vossas Excelências, preliminarmente, sejam suspensos de imediato os efeitos da sentença rescindenda, para suspender o cumprimento da pena privativa de liberdade, diante do fumus boni iuris e o periculum in mora, considerando os riscos que sofre o requerente de dano irreparável ao seu direito material ora postulado, pois lhe é garantido pela lei _______(DIZER O QUE SE PRETENDE).

NO MÉRITO, espera o requerente seja julgado procedente o pedido para, consequentemente, modificarem a decisão rescindenda, __________(DIZER O QUE SE PRETENDE).Protesta desde já por todos os meios de prova admissíveis em direito.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e Data

NOME DO ADVOGADO

OAB-RJ

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 38/39

Page 39: Pratica III Penal

CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

Relatório - Plano de Aula 07/02/2013 17:43

Página: 39/39