resumo da aula de história a

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Ricardo Manolito, nº13, 12ºG Resumo da aula de História A No século XIX, o Estado-Nação surge como um dos principais legados do liberalismo, alimentados pelo princípio das nacionalidades, irrompem na Europa e na América Latina, vários movimentos revolucionários que originam novos Estados. No século XX, os Estados-Nação registam uma expansão planetária, tornando-se o elemento estruturador da ordem política internacional. O desmembramento dos impérios autoritários após a Primeira Guerra Mundial faz multiplicar os Estados-Nação no hemisfério norte, mais tarde triunfando também, triunfando no hemisfério sul, mercê dos movimentos de descolonização incentivados pela ONU. Nos anos 90, com o desmembramento da URSS e o fim da Guerra Fria, as reivindicações nacionalistas, voltar a animar a cena política. A Alemanha reunificasse e muitos são os Estados soberanos que despontam na Europa oriental e balcânica, no Cáucaso e na Ásia Central. Para avaliarmos a multiplicação de Estados na segunda metade do século XX, basta comparar a evolução do número de participantes da ONU: em 1945 eram 51 passando em 2006 a 192. Reconhecem alguns especialistas que a fórmula do Estado-Nação, considerada o modelo de organização política mais coerente do ponto de vista jurídico e mais justo, se revela hoje ineficaz, face aos desafios que a nova ordem internacional provoca. Um conjunto de fatores determina a crise do Estado-Nação, são por um lado as forças desintegradoras a nível local e regional, que entravam as funções reguladoras do Estado onde se incluem, imensos conflitos étnicos que minam a autoridade do Estado central e dificultam a tomada de consciência nacional ou ainda, os nacionalismos separatistas basco e catalão que, no caso da Espanha, colocam Madrid e a identidade espanhola em causa. A crescente valorização das diferenças e especificidades de grupos e indivíduos, poderá assim impedir a construção da identidade nacional, princípio básico em qualquer Estado-Nação

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Ricardo Manolito, n13, 12GResumo da aula de Histria ANo sculo XIX, o Estado-Nao surge como um dos principais legados do liberalismo, alimentados pelo princpio das nacionalidades, irrompem na Europa e na Amrica Latina, vrios movimentos revolucionrios que originam novos Estados.No sculo XX, os Estados-Nao registam uma expanso planetria, tornando-se o elemento estruturador da ordem poltica internacional. O desmembramento dos imprios autoritrios aps a Primeira Guerra Mundial faz multiplicar os Estados-Nao no hemisfrio norte, mais tarde triunfando tambm, triunfando no hemisfrio sul, merc dos movimentos de descolonizao incentivados pela ONU.Nos anos 90, com o desmembramento da URSS e o fim da Guerra Fria, as reivindicaes nacionalistas, voltar a animar a cena poltica. A Alemanha reunificasse e muitos so os Estados soberanos que despontam na Europa oriental e balcnica, no Cucaso e na sia Central.Para avaliarmos a multiplicao de Estados na segunda metade do sculo XX, basta comparar a evoluo do nmero de participantes da ONU: em 1945 eram 51 passando em 2006 a 192. Reconhecem alguns especialistas que a frmula do Estado-Nao, considerada o modelo de organizao poltica mais coerente do ponto de vista jurdico e mais justo, se revela hoje ineficaz, face aos desafios que a nova ordem internacional provoca.Um conjunto de fatores determina a crise do Estado-Nao, so por um lado as foras desintegradoras a nvel local e regional, que entravam as funes reguladoras do Estado onde se incluem, imensos conflitos tnicos que minam a autoridade do Estado central e dificultam a tomada de conscincia nacional ou ainda, os nacionalismos separatistas basco e catalo que, no caso da Espanha, colocam Madrid e a identidade espanhola em causa. A crescente valorizao das diferenas e especificidades de grupos e indivduos, poder assim impedir a construo da identidade nacional, princpio bsico em qualquer Estado-Nao e ainda por outro lado, o Estado-Nao parece ultrapassado pelo impacto da mundializao e das questes transnacionais.Mais do que nunca, mostram-se necessrios os esforos concertados de autoridades supra e transnacionais como a UE, o FMI, o Banco Mundial, a OMC, a OCDE, a UNESCO, a UNICEF, as ONG e as cimeiras internacionais, para responder aos complexos desafios do novo mundo que nos rodeia.Nas ltimas dcadas do sculo XX, ocorre uma exploso das realidades tnicas e as identidades agitam-se no mundo, os motivos apresentam-se diversificados. Quase sempre, as tenses tnicas e separatistas so despoletadas pela pobreza e pela marginalidade em que vivem os seus protagonistas, contribuindo para muitos conflitos desde dos anos 80, em frica, nos Balcs, no Mdio Oriente, o Cucaso, a sia Central e Oriental-

As novas guerras so maioritariamente intra-estticas, como podemos verificar na frica Subsariana, na ex-Jugoslvia, no Estado de Israel. Na regio do Cucaso, as tenses tnicas mostram-se particularmente violentas em territrio da ex-URSS. No Afeganisto, as ltimas dcadas tm assistido a um crescendo de violncia e desentendimento. Tambm no Indosto, a ndia v-se a braos com a etnia sikh, que professa um sincretismo hindu e muulmano que se digladia de morte com a maioria hindu. No Sri Lanka, a etnia tmil, de religio hindu enfrenta os budistas cingaleses, na Repblica Popular da China, o Tibete budista vive uma integrao forada que merece repulsa da comunidades internacional e, no Sudeste Asitico, s em 2002, Timor-Leste logrou emancipar-se da Indonsia, depois de cruis massacres da sua populao.O genocdio tem sido a marca mais terrvel dos conflitos tnicos que, nas ltimas dcadas, atingiram o Mundo, levando multides de refugiados a cruzar fronteiras, pedindo, o direito vida que as vicissitudes da Histria e os erros dos homens lhes pareceram negar.Entretanto, os Estados, enfraquecidos, mostram-se impotentes para controlar as redes mafiosas e terroristas que se albergam nos seus territrios e atuam impunemente.Dificilmente vivemos imunes aos acontecimentos que nos chegam pelos media.As questes transnacionais cruzam as fronteiras do Mundo, afetam sociedades distantes e lembram-nos que a Terra e a humanidade, apesar das divises e da diversidade, so unas. Resolv-las, minor-las, ultrapassa o controlo de qualquer Estado-Nao, exigindo a colaborao da ONU, de organizaes supranacionais, regionais e no governamentais.Estas questes transnacionais levaram as migraes por todo o Mundo, em 2000 existiam no Mundo cerca de 150 milhes de pessoas a viver num pas que no aquele onde tinham nascido. Tal como h 100 anos os motivos econmicos continuam determinantes nas mais recentes migraes. Mas os motivos polticos tambm pesam, especialmente se nos lembrarmos dos mltiplos conflitos regionais das ltimas dcadas. A este estado de tenso e guerra se devem os cerca de 20 milhes de refugiados que o Mundo contabiliza no incio do sc. XXI. O Sul surge-nos como um local de vastos fluxos migratrios. Os pases com maior nmero de imigrantes encontram-se, no entanto, no Norte. Sem que possamos falar num aumento de imigrantes relativamente populao total do Globo, registam-se, no entanto, mudanas na sua composio. H mais mulheres e mais pessoas com maior formao acadmica e profissional que outrora.Se, nos locais de partida, os migrantes significam uma fonte aprecivel de divisas e de alvio de problemas, j nos pases de acolhimento provocam reaes complexas e problemticas resulta em tenses e conflitos tnicos. At em pases ocidentais de tradicional acolhimento os imigrantes defrontam-se com inesperadas rejeies. Desde os choques petrolferos, as dificuldades econmicas e a progresso do desemprego, os imigrantes so considerados como concorrentes aos postos de trabalho que restam o que origina reaes xenfobas. neste contexto de hostilidade, inesperada e indesejada em pases democrticos, que apreciveis esforos se encetam para promover a interculturalidade.

A interculturalidade, uma perspectiva que se caracteriza pela valorizao do contacto entre culturas diferentes no sentido de promover mecanismos de interpretao, de compreenso e de interao entre elas. Distingue-se do etnocentrismo e do multiculturalismo: o 1 obstaculiza o contacto entre culturas a partir do pressuposto de superioridade de uma cultura dominante e da interpretao da outra luz dos prprios valores; a 2 limita-se a constatar a diversidade de culturas, sem se preocupar em promover formas de dilogo entre elas.