resumo cultura da convergencia

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resumo do texto dobre cultura da convergência para p1

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Bem vindo a cultura da convergncia, onde as velhas e as novas mdias colidem, onde a mdia corporativa e mdia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mdia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisveis. Este livro trata da relao entre trs conceitos convergncia dos meios de comunicao, cultura participativa e inteligncia coletiva. Por convergncia refiro-me ao fluxo de contedos atravs de mltiplos suportes miditicos, cooperao entre mltiplos mercados miditicos e ao comportamento migratrio dos pblicos dos meios de comunicao, que vo a quase qualquer parte em busca das experincias de entretenimento que desejam. No mundo da convergncia das mdias, toda histria importante contada, toda marca vendida e todo consumidor cortejado por mltiplos suportes de mdia. A circulao de contedos por meio de diferentes sistemas miditicos, sistemas administrativos de mdias concorrentes e fronteiras nacionais depende fortemente da participao ativa dos consumidores. Meu argumento aqui ser contra a idia de que a convergncia deve ser compreendida principalmente como um processo tecnolgico que une mltiplas funes dentro dos mesmos aparelhos. Em vez disso, a convergncia representa uma transformao cultural, medida que consumidores so incentivados a procurar novas informaes e fazer conexes em meio a contedos miditicos dispersos. Este livro sobre o trabalho e as brincadeiras que os espectadores realizam no novo sistema de mdia. A expresso cultura participativa contrasta com noes mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicao. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mdia como ocupantes de papis separados, podemos agora considera-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de ns entende por completo. Nem todos os participantes so criados iguais. Corporaes e mesmo indivduos dentro das corporaes da mdia - ainda exercem maior poder do que qualquer consumidor individual, ou mesmo um conjunto de consumidores. E alguns consumidores tm mais habilidades para participar dessa cultura emergente do que outros. A convergncia no ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. A convergncia ocorre dentro dos crebros dos consumidores individuais e em suas interaes sociais com outros. Cada um de ns constri a prpria mitologia pessoal, a partir de pedaos e fragmentos de informaes extrados do fluxo miditico e transformados em recursos atravs dos quais compreendemos nossa vida cotidiana. Por haver mais informaes sobre determinado assunto do que algum possa guardar na cabea, h um incentivo extra para que conversemos entre ns sobre a mdia que consumimos. Essas conversas geram um burburinho cada vez mais valorizado pelo mercado das mdias. O consumo tornou-se um processo coletivo e isso o que este livro entende por inteligncia coletiva, expresso cunhada pelo ciberterico francs Pierre Lvy. Nenhum de ns pode saber tudo; cada um de ns sabe alguma coisa; e podemos juntar as peas, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades. A inteligncia coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder miditico. Estamos aprendendo a usar esse poder em nossas interaes dirias dentro da cultura da convergncia. Neste momento, estamos usando esse poder coletivo principalmente para fins recreativos, mas em breve estaremos aplicando essas habilidades a propsitos mais srios. Neste livro, exploro como a produo coletiva de significados, na cultura popular, est comeando a mudar o

funcionamento das religies, da educao, do direito, da poltica, da publicidade e mesmo do setor militar. Conversas sobre Convergncia Os mercados miditicos esto passando por mais uma mudana de paradigma. Acontece de tempos em tempos. Nos anos 1990, a retrica da revoluo digital continha uma suposio implcita, e s vezes explcita, de que os novos meios de comunicao eliminariam os antigos, que a internet substituiria a radiofuso e que tudo isso permitiria aos consumidores acessar mais facilmente o contedo que mais lhes interessasse. O estouro da bolha pontocom jogou gua fria nessa conversa sobre revoluo digital. Agora, a convergncia ressurge como um importante ponto de referncia, medida que velhas e novas empresas tentam imaginar o futuro da indstria de entretenimento. Se o paradigma da revoluo digital presumia que as novas mdias substituiriam as antigas, o emergente paradigma da convergncia presume que novas e antigas mdias iro interagir de formas cada vez mais complexas. O paradigma da revoluo digital alegava que os novos meios de comunicao digital mudariam tudo. Aps o estouro da bolha pontocom, a tendncia foi imaginar que as novas mdias no haviam mudado nada. Como muitas outras coisas no ambiente miditico atual, a verdade est no meio-termo. Cada vez mais, lderes da indstria miditica esto retornando convergncia como uma forma de encontrar sentido, num momento de confusas transformaes. A convergncia , nesse sentido, um conceito antigo assumindo novos significados. Outro painel enfocou a relao entre os videogames e os meios de comunicao. Cada vez mais, os magnatas do cinema consideram os games no apenas como um meio de colar o logotipo da franquia em algum produto acessrio, mas um meio de expandir a experincia narrativa. Queriam usar os games para explorar idias que no caberiam em filmes de duas horas.