resultados do 12º ano embaixadora da boa vontade no colégio

13
OLHARES | REVISTA DO CSCM | OUT-DEZ 2009 | 1 Revista do Colégio do Sagrado Coração de Maria de Lisboa Revista trimestral Número 22 Ano 2009 | 2010 Eco-Escolas | Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

Upload: lybao

Post on 07-Jan-2017

221 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 1

Revista do Colégiodo Sagrado Coraçãode Maria de LisboaRevista trimestralNúmero 22Ano 2009 | 2010

Eco-Escolas | Resultados do 12º anoEmbaixadora da Boa Vontade no Colégio

Page 2: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

2 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 3

ESSESMÚLTIPLOSOLHARES

Gosto de pensar no potencial de vida que encerra uma pequena semente... “o grão de mostarda... a mais pequena de todas as sementes, depois de crescer torna-se numa grande árvore.” (cfr Mt 13, 31-32)

...assim a ESPERANÇA no coração humano pode fazer surgir o novo, abrir horizontes de sentido, desafiando-nos a colaborar na grande Obra da Criação.

“A ESPERANÇA não é um sonho mas uma maneira de fazer com que os sonhos sejam realidade! (C.Suenens) Não será este o desafio a que somos chamados com o tema: “Pegadas de ESPERANÇA” ?

Entrámos no ano lectivo 2009/2010 cheios de projectos e sonhos; de propostas, motivações que apelam ao compromisso solidário que convidam ao voluntariado, ao trabalho em rede, à corresponsabilidade partilhada em favor de situações gritantes onde precisamos de fazer chegar os bens materiais, mas também a esperança e um novo sentido de vida.

A ESPERANÇA tem a ver com o modo como olhamos a vida e o mundo e provoca-nos para o compromisso efectivo com as grandes causas da Humanidade. Acreditamos, de facto, que as coisas podem ser de outro modo e que, onde menos esperamos, pode emergir o novo? Até que ponto estamos disponíveis para romper as nossas inércias e rotinas e colocarmos os dons e talentos que possuímos ao serviço dos outros, em projectos que promovam a VIDA para todos?

Ao longo deste ano somos desafiados a gerar esperança, com todos os meios que estão ao nosso alcance: na Sociedade e na Religião; no Ambiente e na Cultura; na Família e na Ética.

Somos chamados a escutar, a acolher, a descobrir e a promover iniciativas, actividades, projectos, aplicando-nos, com empenho e criatividade, na sua concretização, acreditando que a cooperação de todos e de cada um é fundamental no bom êxito daquilo que nos propomos.

Todos juntos vamos “somar projectos, palmilhar destinos, desfiar ocupações...porque a esperança será sempre o segredo que nos faz sair de nós, criar e recriar, crer!”(P. Tolentino Mendonça)

As pessoas de esperança arriscam, não paralisam diante das dificuldades. Apoiam-se mutuamente. Não se cansam de recomeçar e tentar sempre de novo. O compromisso da ESPERANÇA envolve a pessoa toda e todos os que integram a Comunidade Educativa. Somos homens e mulheres de Esperança?

Maria Alice Lopes dos Santos, rscmVice-Directora

“É acreditar no futuro, acreditar que conseguimosBenedita Sá e Cunha, 4º Ano

A esperança é acreditarmos que as coisas podem mudarMadalena Gaspar, 6º Ano

A esperança faz-me sentir melhor quando faço alguma coisa de mal... esperar que me desculpem, por exemplo. Mariana Pinheiro, 7º Ano

A esperança é ter fé que aconteça algo de bom e termos coragem para melhorar o que não é tão bom.Rita, 8ºAno

Esperança? É o que sobra quando parece que não vale a pena acreditar em mais nada.Tomás Ferreira, 9º Ano

Eu acho que a esperança é a última a morrer por alguma razão, porque ninguém a pode tirar a ninguém!Francisco Fino, 9º Ano

É o que me faz acreditar, sempre, que algo é possível. É o que me incentiva a enfrentar os meus medos e a ultrapassar os obstáculos.Joana Silva, 10 Ano

É o que nos faz avançar... é acreditar que conseguimos alcançar os nossos objectivos, mesmo quando as circunstâncias estão contra nós.Filipa Pereira, 10º Ano

Para mim, esperança é saber que ainda há uma luz ao fundo do túnel em todas as situações.Leonor Castro, 12º Ano

O que é... a EspERança?

Page 3: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

4 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 5

Como cada coisa tem a sua corcada coração tem a esperança.Havemos de somar projectos, palmilhar destinos,desafiar ocupações...Mas a esperança é o segredoque nos faz sair de nóscriar e recriar, crer!

Por causa da Esperançao comum não se esvazia,nem o inesperado nos trava;o difícil é olhado com corageme o tempo feliz vivido com humildade.

A esperança é persistente,não desarma.Como o fogo debaixo da cinzasempre resiste.

A esperança é actuante,não cruza os braços.Tem a paciência impaciente das sementesque, em vez de lamentar o escuro da terradesatam a crescer.

A esperança é a palavraque traz dentro a confiança.

Pe. José Tolentino Mendonça

VOLunTáRIOS:GEnTE GERAdORA dE ESPERAnçA.Num ano em que o nosso Colégio se compromete a desenvolver um olhar de Esperança sobre o mundo ao mesmo tempo que procura desenvolver acções e projectos capazes de gerar esperança em outros, particularmente aqueles cujas situações pessoais, familiares, económicas, culturais ou profissionais se encontram debilitadas, a Olhares partiu à descoberta de gente nossa que faz do seu tempo um potencial gerador de esperança para outros. Ouçamo-los.

Para mim ser voluntária é:Abrir, o coração;Dar, parte do meu tempo,Partilhar, o que tenho;Receber, a confirmação de que a ajuda chegou a quem pre-cisa;Ajudar, quem posso;Alargar, a minha família;Passar a palavra, de que todos precisamos de todos.

Com o meu Trabalho no Centro Jean Gailhac, sinto que estou a ser útil a pessoas que precisam mesmo de ajuda. É gratificante saber que estou envolvida numa mudança, por mais pequena que ela seja, na vida de algumas pessoas.

Elisabete Santos, Prof./ Coord. do Clube Convida

Para mim, ser voluntária é dar um pouco do meu tempo aos que mais precisam, colaborando para que avancem face às dificuldades da vida. Parar, olhar à volta, ver as necessidades que tantas pessoas têm e abraçá-las como se fossem minhas.Permite-me contactar com uma realidade diferente e dar esse testemunho à minha família e aos meus alunos.Colaborar no Grande Armazém da Partilha, no colégio, é muito gratificante para mim, é uma forma de grande enri-quecimento pessoal.

Luísa Alves, Prof. Coord. do Grande Armazém da Partilha

Há palavras que têm um brilho próprio. Brilham antes se-quer de as apresentarmos. E brilham porque, independente-mente da intensidade que tenham na nossa vida, traduzem um pedaço de humanidade.

“Voluntariado” é uma dessas palavras!Uma palavra que nos remete para a ideia de compromis-

so, de dedicação gratuita e espontânea ao Outro, de alegria em dar sem esperar nada em troca, de promover o bem-estar social com altruísmo e responsabilidade. Mas uma pa-lavra que também traz consigo exigências. A exigência de ensinar, em vez de fazer, a exigência de responsabilizar, em

vez de descomprometer, a exigência de ajudar, sem que a ajuda se perpetue a si própria. O “Clube 10/ 14” é um projec-to belíssimo de voluntariado por isso mesmo.

Antes de mais é um “Clube” que aposta num tempo de estudo, sempre acompanhado por professores do Colégio, antigos alunos, pais, e jovens dos lares das RSCM. E num tempo de actividades, sejam elas de desporto, de dança, ou de música. Actividades que, como devem imaginar, contri-buem invariavelmente para o agravar da excitação colectiva e para algumas dores de cabeça nos “ > de 14 anos “.

Não é um simples projecto after-school. E as crianças sentem-no. Sabem que o número de inscrições é limitado, e sabem que não basta querer entrar – há que mostrar que farão bom uso do tempo que ali passarem; que tentarão me-lhorar o seu aproveitamento escolar; que respeitarão regras, professores, e colegas. Sabem que tudo isto não é só válido na hora da admissão. E sabem-no porque o mau compor-tamento de um não se mistura ou desaparece na espuma do todo, na espuma da “turma”. Interessa portanto que os resultados curriculares não caminhem sem a companhia de valores sociais como o trabalho, o respeito, a cooperação, a tolerância, ou a responsabilidade. A grande conquista do Clube está exactamente aí: na síntese que tem conseguido fazer entre o programa curricular e os princípios, entre o alu-no e a criança, entre o estudo e a diversão.

Vanda Simões, ex- aluna, Voluntária no Clube 10/14

Foi ao “virar da esquina” de um dia do final do ano lectivo an-terior, que recebi um pedido da parte da Drª Margarida Mar-rucho e da Irª Maria Alice, para participar no Clube 10/14, através da leccionação de uma aula de Educação Física, uma vez por semana.

Prontamente acedi, mas, falando com os meus botões, pensei: Isto é voltar ao início da minha vida profissional, quando trabalhei para a Santa Casa da Misericórdia de Lis-boa, em ATL’s de crianças e idosos, na Musgueira, Bairro da Cruz Vermelha e Ameixoeira.

Passados todos esses anos, para mim, ser voluntário nes-te novo projecto é muito mais do que ensinar conhecimen-tos técnicos da minha área. É dar aquelas crianças um pouco de atenção, de carinho, de amizade e tentar transmitir-lhes alguns valores sociais e humanos que lhes fiquem para a vida.

É uma experiência gratificante e enriquecedora!Mário Cilia, Prof. voluntário do Clube 10/14

O cAMInHO quE OS nOSSOS PéS fARãO...Se uma escola não for um local onde se respira esperança e confiança, quer no trabalho realizado, quer no potencial humano que ali se desenvolve, então, com toda a certeza, não está a realizar plenamente a sua função.

A instituição escola deve ser, à semelhança da família, a maternidade da esperança. Na descrença e no desânimo não se formam homens e mulheres confiantes e dispos-tos a levar por diante a missão de fazer a sua vida pessoal, a comunidade local e o seu país avançarem.

Qualquer educador (professor, pessoal auxiliar, pai, mãe...) sabe a imensa importância que uma palavra de confiança pode ter na motivação, sucesso e empenho de uma criança ou de um jovem.

Neste ano lectivo, fiel à sua missão de educar de uma forma integral, o Colégio escolheu como tema do ano: Pegadas de Esperança. Mais do que um slogan ou um chavão, o tema do ano pretende ser o mote e o pontapé de saída para inúmeras acções e momentos de reflexão e partilha, que ajudem todos ( pais, professores, irmãs, pes-soal auxiliar e sobretudo alunos), a focarem o seu olhar numa realidade específica. As pegadas de esperança serão o caminho que os nossos pés fizerem ao longo deste ano e pelo resto da vida, pelo que este tema e este ano não nos levarão a uma meta de projectos con-cluídos ou acções realizadas... serão antes o primeiro, se-gundo ou terceiro passo.

Neste tempos de descrença social, política, económi-ca, ecológica, religiosa... urge sermos escola com um olhar diferente! Um olhar capaz de olhar para além da descrença e capaz de mostrar as razões da nossa espe-rança.

Luís Pedro de Sousa, Coord.

Page 4: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

6 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 7

Diversidade linguísticaSEMAnA dAS LínGuASCor. Palavras. Sons. Criatividade. Diversidade. Magia. Foi nesta mistura de sensações e experiências que decorreu a semana das línguas.

As palavras correram soltas pelos corredores, pelas salas de aula e foram ouvidas em chinês, alemão, português, espa-nhol, francês. Os alunos foram convidados a descobrir ou reencontrar culturas, a sentir o gosto das palavras em várias línguas – Hello, Hallo, Hola, Wei, Olá!

E se, no meio desta diversidade, alguém ensinasse a dan-çar, cantar, escrever em mandarim? Difícil? Não! Divertido, diferente. Deixa o gosto de experimentar o desconhecido.

E se, no meio desta criatividade, alguém o desafiasse a escrever um texto imaginando que era uma aspirina ou pro-vocando associações inusitadas? Estas foram algumas das propostas dos Ateliês de Escrita Criativa, conduzidos por Pedro Sena Lino e Vítor Freitas. Impossível escrever textos belos, intrigantes, intimistas? Não. Pelo contrário, e os nos-sos alunos provaram-no. Futuros escritores? Talvez.

E, se no meio deste dinamismo, alguém te mostrasse que afinal ler Saramago é mesmo muito divertido? A Fundação José Saramago cativou os nossos alunos partindo do texto A Maior Flor do Mundo e as professoras de Expressão Plás-tica do 1º Ciclo levaram-nos a exprimir-se maravilhosamen-te sobre esta obra.

Enfim, foi uma semana durante a qual deixámos a imagi-nação viajar, convidando os nossos alunos a envolver-se em novas experiências, descobrir novas possibilidades, capaci-dades desconhecidas, gostos inesperados.

Podemos dizer que esta semana deixa portas abertas com caminhos a explorar por alunos e professores…

Daniela Santos, prof.

O Colégio somos nósdIA dO cOLéGIO – 68 AnOS dE VIdANo dia 15 de Outubro, celebrámos uma vez mais o dia do nosso Colégio. Aos momentos mais solenes, como o da Eucaristia, que nos permitiu reflectir um pouco sobre tudo o que aconteceu desde que, em Outubro de 1941, o Colégio de Lisboa abriu as suas portas e deu início à sua missão educativa, seguiram-se momentos de convívio, de conhecimento e de troca de experiências. A todos os alunos foram proporcionadas actividades comemorativas do dia do colégio.

Aconteceu assim, por exemplo, com os alunos do oitavo ano que, nas suas salas, receberam a visita de antigos alunos e alu-nas do Colégio de Lisboa. Pais, irmãos, familiares ou professo-res que frequentaram esta escola vieram participar com pra-zer nesta actividade de contadores de histórias do passado.

O entusiasmo foi grande, havia muitas perguntas a fazer e muita curiosidade por parte dos mais jovens. Queriam saber como era o espaço do colégio antes das obras dos anos no-venta, como eram as aulas no tempo “do antigamente”, como eram as salas de aula, se havia laboratórios, como eram as turmas só com raparigas, em que data puderam os rapazes começar a frequentar o colégio, etc...

Por vezes, abriram-se as bocas de espanto com as respos-tas e ouviram-se risos abafados. Afinal os alunos de antiga-mente também faziam asneiras e não se importaram de con-tar algumas!

Este ambiente de boa disposição prolongou-se até à hora de almoço, altura em que os alunos e directores de turma se despediram dos seus convidados, agradecendo-lhes a expe-riência proporcionada com a certeza de que explorar os ca-minhos do passado, conhecer a história, trocar experiências com os mais velhos são maneiras de percorrermos o caminho do presente e construirmos o caminho do futuro no nosso Colégio.

Catarina Carrilho, Prof.

Mural da esperançaNo âmbito da comemoração do aniversário do colégio, os directores de turma e alunos do secundário dedicaram algum tempo a produzir um mural. A reflexão dos alunos sobre o tema do ano deu origem a um projecto comum: a elaboração de uma longa faixa pre-enchida com pegadas a cobrir as paredes do colégio junto às salas de aula do secundário. A barra de azulejos, coloridos e todos iguais, deu agora lugar a um mural carregado de pegadas, originais e todas diferentes, embora preenchidas pela mesma esperança. Pala-vras, imagens, desenhos, recortes, fotografias, montagens, poemas. Foram todos estes recursos que os alunos usaram e foi com eles que personalizaram os seus trabalhos.Estas são, certamente, pegadas de quem acredita que “Os pés estarão sempre prontos a voar para onde o dever chama ou a caridade reclama.” (Pe Gailhac) e de que a sua missão só agora está a começar.Ana Cristina Soares, Prof.

Page 5: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

8 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 9

notíciasdo pré-escolar

O lugar da magia

Moro numa Biblioteca que já tinha sido pintada com poe-mas, três bichos e um céu estrelado…mas que não tinha muita vida. Tem livros, como todas as bibliotecas, mas que tinham pouco uso. Livros com problemas de auto-estima por ninguém se lembrar deles. Livros que estavam semi-hi-bernados e que, por vezes, nem se lembravam das suas pró-prias histórias. Até que este ano, em Setembro, um pequeno grupo de pessoas entrou porta dentro e acordou uma boa parte de nós. A primeira mudança levou muitas mesas, de-pois chegaram almofadas e sofás de várias cores e dois ta-petes enormes cheios de letras e números. Dias mais tarde, à hora de almoço ou ao fim do dia, começaram a aparecer grupos de meninos que nos retiram dos lugares onde fazía-mos grandes sestas e nos folheiam lentamente, sentados no tapete ou numa almofada. Depois, antes de nos colocarem de novo na prateleira, mostram--nos à professora para regis-tar o nosso nome e ela faz um furo no cartão da Biblioteca que tem a forma de uma fatia de queijo.

E agora também temos dias especiais, como às Terças e Quintas, em que aparece alguém para pegar num de nós e nos ler em voz alta para todos os meninos que estiverem por ali. São dias tão divertidos, e aparecem tantos contadores engraçados, alguns vestidos de exploradores, de princesas ou de bruxas, outros não vestem ne-nhuma roupa especial, mas trazem muitas sur-presas na voz e nos gestos. Os meninos adoram e até a nós nos fazem sonhar…

Há mais uma coisa que não posso deixar de vos falar, é sobre as viagens. Todos nós sonhamos com as Segundas-feiras, todos queremos viajar naquele carrinho a que eles chamam o “carrinho dos livros”, e que vai a todas as salas para os me-ninos escolherem o livro que vão ler nessa sema-na com o professor da sua sala. E eu que adorava viajar… fico a torcer para que num destes dias me tirem da prateleira e me coloquem no carri-nho, ou num daqueles saquinhos vermelhos que fazem uma viagem maior. Ao que ouvi, parece que se for num saquinho vermelho, posso ir pas-sar uma semana inteira a casa do menino que me escolher e ser lido em família. Mas enquanto espero, quero contar-vos um pequeno segredo e dizer-vos que uma Biblioteca só é uma Biblioteca se tiver meninos como vocês para nos lerem…senão, seria apenas uma arrecadação. A minha família (todos os livros da biblioteca, a lagarta Teca, o Bi, e o dragão Blio) e eu estamos muito felizes de vos ter por cá. Obrigado por já não nos deixarem fazer grandes ses-tas, e por encherem este lugar onde moro, de gargalhadas, sorrisos, perguntas, magia, traquinice e muitas leituras.

Marta Neto, Prof. e Colaboradora da Biblioteca do 1ºCiclo

Projecto “com um alimento na mão… abrimos o nosso coração!”

O Jardim de Infância leva a cabo no presente ano lectivo um novo desafio… um projecto de partilha e solidariedade, abraçando uma causa social em parceria com o Centro Jean Gailhac.

O Projecto “Com um Alimento na Mão… Abrimos o Nos-so Coração!” teve início no mês de Outubro, na Sala Verde Escuro e no mês de Novembro na Sala Amarela. Foram até então recolhidos um elevado número de alimentos que fo-ram entregues a algumas famílias mais carenciadas.

Do mês de Janeiro a Maio, as restantes salas farão a mes-ma recolha de alimentos.

Quanto aos nossos “pequeninos”… esses foram convida-dos a dar uma moeda do seu mealheiro a fim de poderem, em conjunto com os seus pais, adquirirem os alimentos pe-didos. Para alguns a partilha não foi fácil, mas de olho nos resultados… sentiram a importância da sua dádiva ficando a vontade de repetir em breve!

A todos quantos participaram, Muito Obrigado!

despertar Religioso

Este ano os “mais velhos” do Jardim de Infância têm um novo projecto... “o Despertar Religioso”.

O professor José Pedro Costa é o responsável pela dinâ-mica, proporcionando alegria através de bonitas canções!

Tem sido uma experiência única: sentir o Amor dos pais, descobrir como Deus é grande e amigo.

As crianças dizem:É um tempo especial... é o “Cantinho do Tesouro de Jesus”.Aprendemos coisas novas e importantes do Jesus (...e

Deus Pai!).Descobrimos como o Amor de Deus, dos Avós e dos nos-

sos Pais é grande... e faz-nos viver felizes!

notíciasdo 1º Ciclo

Magusto

Viva o São MartinhoVamos cantar e dançarE comer a castanhitaDo lume a estalar!

Lá fomos todos contentesNão esquecemos a decoraçãoE no Jardim de InfânciaFoi grande a animação!

Fizemos um magusto,Um magusto à maneiraFoi no dia onze,Foi numa quarta-feira!

Estivemos todos juntosCom música para animarViva o São MartinhoVamos cantar e bailar!

São Martinho trouxe calorE ensinou-nos a partilharQueremos seguir os seus valoresE estarmos prontos para Amar!

Ana Isabel Albertino, Educ.

Mais uma ovelha?

Todas as segundas-feiras, lá pelas 10 horas da manhã, al-guém bate à porta da nossa sala. Todos sabemos de quem se trata, é a professora Marta com o seu carrinho carregado de livros. Sempre bem disposta, pergunta aos alunos se gos-taram do último livro que escolheram e apresenta as novas sugestões de leitura. Depois de muito escolher, lá optamos por um, mas sem perder o rasto aos outros que continuam no carrinho...

Esta semana optámos pelo livro “Mais uma ovelha?”. Pela capa a história parecia muito engraçada: 10 ovelhas deitadas numa cama, cada uma com o seu par de meias e o seu gorri-nho a condizer! Pois bem, as ilustrações estiveram à altura da história e realmente foi um livro que nos agradou bastante. E não, não vamos contar a história porque assim estragamos a surpresa a quem quiser ler o livro... O que podemos contar é que os nossos professores também adoraram a história e pediram-nos para fazer uma banda desenhada. Assim, de-pois de muito pintar, lá decorámos o nosso placard da sala, que ficou todo aos quadradinhos. Hoje estamos aqui para recomendar a leitura desta história a quem gosta de dar uma boa gargalhada.

Professores do 1ºAno

Page 6: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

1 0 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 1 1

O tema do ano ou a palavra que nos põe a pensar...

Com um novo ano surgem, sempre, novos desejos e propó-sitos. É assim também no contexto escolar. Das reuniões de pais às aulas de formação cívica, o tema da Esperança tem sido uma constante. O objectivo é claro: Pôr a pensar! Pensar sobre o que é, mas, acima de tudo, como construir sinais de esperança!

Pais e alunos têm a palavra!As pegadas que os nossos filhos vão deixando ao longo

da sua vida são Pegadas de Esperança, que assentam nos valores que os Pais, a Família, os Amigos e o Colégio lhes transmitem ao longo do seu percurso.

As Pegadas de Esperança deixam as marcas da Verdade, do Bem, da Solidariedade, da Responsabilidade e, natural-mente, os valores de Deus.

Nós Pais, Avós e Educadores, se transmitirmos estes valo-res aos nossos filhos eles irão sempre espalhar Pegadas de Esperança por um mundo melhor, mais justo, mais livre e, essencialmente, mais tolerante.

Paula Miranda e Luís Maria Avelans Rodrigues

Esperança

Em França Jean Gailhac esteve,com afinco uma esperança manteve.

Com essa crença juntou acompanhantes, trabalhadores e amigos revigorantes.

Com esses colaboradores fundou instituições,Para acolher pessoas e alegrar corações.

As primeiras irmãs do RSCM delegaram com confiança:“Para que todos tenham vida e vida em abundância”.

O nosso colégio tem a coragemde fazer viver esta mensagem.

Este ano deixaremos Pegadas de Esperança assim olharemos o futuro com confiança.

Continuamos o projecto de Gailhac com convicção, assim ele verá que o seu esforço não foi em vão.

Nós somos o presente,e faremos o futuro,de maneira a que os homens vivam num lugar seguro.

Gonçalo Lopes, 6ºD

Encontro de formação 9º Ano

Na passada sexta-feira, 23 de Outubro, o 9ºA foi à Casa de Saúde das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Je-sus.

Esta casa acolhe pessoas que têm deficiência, demência ou doença mental para que estas se sintam aceites e tenham também ajuda profissional.

Muitos de nós assustaram-se da primeira vez que vimos aquelas pessoas que corriam para nós para nos abraçar, mas percebemos rapidamente que tudo o que elas querem é atenção e carinho!

No fim da visita, já alguns perguntavam sobre o volunta-riado e quando podiam começar! E aprendemos muito com esta experiência. Aprendemos que mesmo tendo estes pro-blemas, estas pessoas têm muita vontade de viver e que não são “anormais” como muitos pensam. Somos todos pessoas com a única diferença de que elas têm uma doença.

Depois do almoço fizemos uma pequena festa para eles com algumas actuações. Enganámo-nos algumas vezes, mas eles nem davam por isso. Para eles, o importante era estarem a divertir-se e nada mais.

A seguir demos-lhes os doces que tínhamos trazido para eles e fomos embora, com muito para reflectir. Foi para to-dos uma experiência de que não estávamos à espera mas para a maioria foi muito gratificante.

Admiramos muito o que as irmãs estão a fazer por estas pessoas. E não só as irmãs, mas também os enfermeiros, os voluntários e os grupos de jovens como nós. Mas se já têm tanta ajuda, perguntam-se vocês, porque é que vamos lá também? A resposta é simples: ‘Para que todos tenham vida’.

Patrícia Manso (9ºA)

notíciasdo 2º Ciclo

notíciasdo 3º Ciclo

notíciasdo 1º Ciclo

nA bIbLIOTEcA cOM A bRuxA cARTuxA

Desde cedo apaixonada pela dramatização, encontrei na docência e na actividade de contadora de histórias uma forma de concretizar o sonho de ser actriz. Estar no “palco” de uma sala de aula ou na biblio-teca a contar uma história, como aconteceu no dia 3 de Novembro, permite-me recriar personagens e ambientes em tudo facilitadores da aprendizagem e da motivação do gosto pela leitura.

Assim, tendo-me sido pedido que colaborasse como contadora de histórias no projecto de animação das horas de almoço da biblioteca do 1 º ciclo, escolhi para ler Os primos e a Bruxa Cartuxa de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Para tornar mais credível a história, apareci vestida de bruxa, de vassoura e tudo, e encarnei a Bruxa Cartuxa, sol-tando amiúde gargalhadas assustadoras e interagindo com o meu pú-blico infantil que correspondeu plenamente às minhas expectativas. A opção por uma história com uma protagonista tradicionalmente vilã prendeu-se com o meu próprio fascínio por esta mal-amada persona-gem. Desejando resgatar a simpatia das crianças por esta figura femi-nina, símbolo do mal, tentei, através da história e da composição da minha figura, recriar uma bruxa simpática, acolhedora e até salvadora do mundo e de animais em perigo. A experiência foi muito enriquece-dora, porquanto testemunhei o sorriso aberto na cara das crianças e acedi aos pedidos insistentes para lhes dar beijinhos e soltar gargalha-das. Consciente que em mim a fronteira entre a docente e a “actriz” será sempre muito ténue, sinto que se me impõe na avidez dos alunos que me escutam, a necessidade de responder à sua descoberta do Mundo - e assim me invento a professora que não sou, e eles imaginam em verdade o que é em mim só ficção. (adaptado de Vergílio Ferreira, Autobiografia).

Ana Margarida Flor, Professora de Português e de Inglês

Page 7: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

1 2 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 1 3

notíciasdo secundário

Encontro de formação “Pegadas de Esperança”

“Um dia marcante” é como posso descrever o dia do nosso Encontro de Formação do 10º Ano, na Casa do Gaiato, em Sto Antão do Tojal. Há várias razões para este dia ter sido diferente e especial para mim.

Quando soube qual o local do Encontro de Formação, pensei que ia ser “uma seca”, mas não: foi o melhor que fre-quentei (e tem sido melhor de ano para ano). Começámos por falar dos nossos medos e obstáculos, dos nossos objec-tivos e esperanças. Aproveitámos todos os momentos para nos conhecermos melhor, rindo e contando experiências passadas. Assistimos a uma apresentação sobre o Tema do Ano, pelo Prof. Victor, e ouvimos o Director da Casa do Gaia-to contar a história da Casa e explicar o seu funcionamento.

Antes do almoço, no refeitório dos Gaiatos, fizémos uma oração; eles partilharam connosco a refeição e até nos ser-viram.

Depois do almoço, convivemos com os rapazes da Ins-tituição. Os mais velhos, jogaram à bola com os rapazes da minha turma. Os mais novos brincaram num campo de jo-gos e num parque infantil; uma amigas e eu divertimo-nos imenso com eles, a baloiçar num pneu pendurado (e íamos caindo!...); tirámos fotografias e rimos bastante! Conheci um menino negro de 6 anos, chamado Leonardo, que me pôs a correr de um lado para o outro do campo; fizemos uma cor-rida (empatámos!); andei com ele às cavalitas; brincámos no parque...E, depois, chega aquela ordem: “agora, as tarefas, meninos”. Mas, ainda antes, efectuámos uma visita guiada à Instituição, incluindo a Casa-Mãe. Na rouparia, a minha tare-fa consistiu em encontrar pares de meias (não pensem que foi fácil!), e dobrar desde boxers a lençóis..

Em jeito de balanço, perguntaram-me o que tinha acha-do do Encontro. “Foi um dia marcante”, porque, para além dos risos, amizade e partilha, aprendi a dar mais valor às coisas. Fez-me bem ver como aqueles meninos têm de lutar para alcançar algo que nos é dado “de mão beijada”.

As palavras que mais associo àquele dia são: “partilha”e “esperança” pelo que trouxe e lá deixei...

Susana Pinto – 10º A

Uma hora para aprender a ajudarcIcLO dE cOnfERêncIAS SEcundáRIO

Na última segunda-feira, dia 9 de Novembro, o 11º ano teve o privilégio de assistir a uma palestra no âmbito da felicidade e dos direitos humanos, mais especificamente, sobre várias formas de apoio social e de ajuda à comunidade, sobretudo aos mais carenciados.

Ouvimos testemunhos de duas pessoas que desenvolvem trabalhos importantes de apoio à comunidade, uma perten-cente ao Instituto de Apoio à Criança, Dr.ª Ana Perdigão, e outra que se dedica ao voluntariado, Dr.ª Catarina Mota.

Não é fácil sintetizar em poucas palavras o que aprende-mos nesta palestra, mas podemos referir que aquela hora memorável nos mostrou que, se cada um fizer o que pode para ajudar aqueles que mais necessitam, todos juntos aca-baremos por construir um mundo melhor e mais solidário.

Nuno Rodrigues

No passado dia 9 de Novembro, o Colé-gio teve o prazer de receber como convi-dada a conhecida apresentadora televisiva e Embaixadora da Boa-Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, Ca-tarina Furtado. A conferência debruçou-se sobre o trabalho realizado em países de expressão portuguesa, como Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Timor, pa-íses em desenvolvimento que enfrentam enormes dificuldades principalmente a ní-vel de saúde materna, gravidez na adoles-cência e no âmbito das DST’s – países foco do seu trabalho enquanto Embaixadora da Boa-Vontade.

Desde 2001, Catarina Furtado tem como

funções principais passar as mensagens à imprensa e conseguir apoio financeiro de modo a melhorar as situações que viu e nos mostrou dos PED – “Príncipes do Nada”.

É um manifesto de esperança perceber que o seu contributo foi decisivo para inauguração de um bloco operatório no hospital local, para o apoio à formação de médicos e enfermeiros, e parte integrante da mudança vivida pelos habitantes da Guiné, que registaram, pelo menos, um aumento nos cuidados de saúde, contri-buindo assim para uma maior qualidade de vida.

Quando questionada sobre as inspirações para todo este trabalho na ONU, fala sobre os pais: o pai jornalista que viajou pela maior parte dos países que hoje visita e da mãe professora de ensino especial que sempre lhe deu a conhecer a realidade de que às vezes basta dar-mos um pouco de nós para fazer o outro mais feliz.

“Dar valor ao que temos todos os dias” foi a mensagem que guardei, assim como o testemunho de alguém que luta todos os dias para que, por exemplo, mães possam dar à luz em segurança e crianças e recém-nascidos não morram à fome em países como a Guiné e São Tomé.

Acredito que se todos nós, como a Catarina, déssemos um bocadinho mais de nós em prol dos outros seríamos não só mais felizes mas estaríamos também mais perto de um Mundo mais respeitador dos Direitos Humanos.

Rita Louro Gonçalves, 12ºD2 e Beatriz Guimarães 12ºB

Page 8: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

1 4 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 1 5

Brevemente

Halloween – um dia para brincar, não para acreditar.Na semana de 26 a 30 de Outubro, os alunos do 5º, 6º e 7ºs anos decoraram as respectivas salas de aula com motivos alusivos ao HALLOWEEN.

Algumas turmas receberam, no seu espaço, turmas de colegas do 1º ciclo que,quando os visitavam, os premiavam com uma canção adequada à festividade e, se tivessem su-cesso (todas tiveram!) eram recompensados com os “treats”, nunca com os “tricks”...

A todos os alunos que, mais uma vez, participaram com empenho, dedicação e (muita) imaginação, parabéns pelo óptimo trabalho, registado nesta foto.

Já sabem, para o ano há mais...Paula Duarte, Prof.

A Matemática Divertida vai à Universidade!Sempre ao fim de um dia de tra-balho escolar, o Clube propõe aos alunos uma viagem (divertida) pelo mundo da Matemática.

Este ano e pela primeira vez, o Clubemath da Universidade Nova

de Lisboa abre as suas portas aos alunos da Matemática Divertida. Trata-se de uma descoberta da Matemática e do mundo universitário, com tarefas especialmente con-cebidas para alunos do 2º ciclo. Ao longo das seis sessões distribuídas pelo ano lectivo, os alunos terão igualmente oportunidade de conhecer todos os Departamentos da Faculdade de Ciências e Tecnologia, bem como o trabalho desenvolvido pelos seus investigadores. Paralelamente em cada sessão, é promovido um ciclo de conferências intitu-lado “Matemática &” no qual se mostrará que a Matemática está presente em tudo. Para isso, um matemático e um es-pecialista da área em questão, são convidados a falar sobre assuntos variados, numa linguagem acessível a um público mais amplo.

História de Portugal no femininoJoana Serrano, professora de História do nosso colégio, já pertence ao clube das escritoras. A propósito do seu inte-resse pelo papel desempenhado pelas mulheres na história do nosso país e a partir de leituras que fez sobre a segunda dinastia, pensou que seria importante chamar a atenção para a importância de figuras históricas femininas, sem as quais a História daquela época não se teria feito.

Deste modo, no seu livro, denominado As Avis, podemos conhecer um pouco melhor o período de 200 anos, em que Portugal esteve sob o domínio da dinastia que dá nome à obra. Tudo teve início em 1383 com a nomeação de D. João I, Mestre de Avis, para Regedor e Defensor do Reino. Nos dois séculos que se seguiram, oito reis e nove rainhas foram protagonistas e testemunharam decisões fundamentais para o destino de Portugal.

Neste livro, Joana Serrano, dedica atenção especial às rainhas da dinastia de Avis. Figuras como Filipa de Len-castre, Leonor de Lencastre ou Isabel de Castela dão vida às páginas da obra e é através da sua leitura que podemos conhecer os seus percursos e os episódios laterais à política e ao poder.

Por tudo isto, a Olhares ouviu as palavras da professo-ra Joana Serrano e deu-lhe os parabéns: A vida das figuras históricas transporta-nos até à sua época. Viajamos desde os torneios de cavaleiros na Inglaterra assolada pela peste, até à Lisboa do Renascimento, povoada de vozes cheiros e produtos vindos de mares longínquos. Por outro lado, enquanto profes-sora, a questão da educação dos jovens príncipes e princesas foi um dos aspectos que procurei destacar.

Catarina Carrilho, Coord.

semana VerdeuM TEMPO dE AVEnTuRAPelo sexto ano consecutivo, decorreu durante os dias 1, 2 e 3 de Outubro a Semana Verde no Campo Aventura em Olho Marinho (Óbidos). Este ano foram batidos todos os recordes anteriores com a participação de 79 alunos do sexto ao oitavo ano e com novidades e novos desafios no Campo. Foram três dias e duas noites que ficarão retidas na memória dos nossos alunos ao lon-go do seu percurso escolar e pessoal, quer pelos desafios postos em cada jogo de equipa, pelas coreografias e danças ensaiadas, pela amizade con-quistada a cada momento ou pelo sentido de responsabilidade que lhes foi incutido pelos professores e pais.

O programa de actividades destes três dias de grande animação e aven-tura passaram pela espeleologia, esca-lada, slide, “laser ball”, o tiro com arco e outras experiências em grupo.

Destacamos o grande profissiona-lismo e dedicação de toda a equipa responsável pelo Campo Aventura e será com agrado que voltaremos a confiar neste projecto como parte fun-damental da formação integral, ecléc-tica e global dos nossos alunos.

Ramiro Júnior, Prof.

Page 9: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

1 6 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 1 7

Os nossos escritosna rota de GailhacPEREGRInAçãO à cASA-MãE – bézIERESFoi uma boa maneira de começar o mês de Setembro! Apesar de termos madrugado foi em clima de alegria que nos encontrámos bronzeados e descansados após as férias e fomos revendo as caras por todos conhecidas, formando o grupo que seguia para Béziers.

A primeira escala foi em Barcelona. A cidade foi-nos fascinando pela sua diversidade, pela magia das obras de Gaudi e pela movida das Ramblas que percorremos apressadamente. Terminámos admirando a Sagrada Fa-mília e seguimos para Béziers, vencidos pelo cansaço.

As irmãs acolheram-nos calorosamente na casa-mãe e nós fomos percorrendo e descobrindo os seus espa-ços: a capela circular em que o clima de paz convida à oração, as escadas marcadas pela passagem das irmãs, a fonte onde vamos fortalecer a nossa Fé.

Em Murviel visitámos a capela e renovámos os votos do baptismo.

Béziers mostra-nos ainda muitos dos locais onde os fundadores viveram e deixaram marcas da sua obra. Durante estes dias também nós procurámos descobrir a cidade que deixou em nós sentimentos contraditórios. Se por um lado é um local onde se percebe que subsis-tem problemas de pobreza e exclusão social, foi tam-bém aí que nos cruzámos frequentemente durante os nossos tempos livres, animadamente fizemos compras,

saboreámos croissants e tentámos outras aventuras gas-tronómicas, nem sempre bem sucedidas.

Os dias passaram velozmente! Os laços entre todos foram-se fortalecendo, fomos conhecendo melhor as ir-mãs que através do seu testemunho nos permitiram ir aprofundando a História do Instituto, do Padre Gailhac, da Mére Saint-Jean tendo sempre presente a actualida-de da missão.

Antes de regressar visitámos ainda Fontfroide, situ-ada numa região produtora de vinhos. Esta abadia be-neditina construída tendo por base a austeridade e a oração, mostra-nos nos seus espaços as marcas que for-mam a sua longa História.

A alegria da chegada, dos abraços à família foi com-plementada por termos ainda um fim-de-semana de sol. O início de mais um ano lectivo impulsiona-nos sempre a começar de novo e, um pouco ao jeito do Pa-dre Gailhac, esquecendo o pouco que fizemos e deitan-do mãos à obra ao muito que falta fazer.

Olívia Afonso, prof.

A Maior flor do MundoEsta é a história que José Saramago escreveu, “A Maior Flor do Mundo”.

Eu, como ele escreveu neste bonito livro, vou tentar recon-tar esta história, tornando-a mais simples e mais bonita. En-tão vou começar assim:

Numa aldeia, uma aldeia chamada Aldeia do Pico, situ-ada no pico da montanha, morava um rapaz. Esse rapaz era muito aventureiro, adorava andar por aí a descobrir novas coisas e novos “mundos”.

Numa bela tarde de Verão, estava o menino numa das suas aventuras, quando deu conta que estava perdido. Mas nada o fez parar. Ele continuou e seguiu o seu instinto. An-dou, andou, andou e, finalmente, estava no cimo da monta-nha mais alta de toda a aldeia do Pico. Mas a visão dele não era muito entusiasmante. Apenas conseguia ver um vasto e deserto campo, nada mais, nada menos. Apenas havia um pequeno, e quase insignificante, sinal de vida. Era uma pe-quena, feia e murcha flor. Mas o menino tinha muita pena dela. Tentou ir buscar água, mas nada feito. Onde é que num campo tão seco, tão vasto, situado no pico da montanha, se poderia encontrar água?

Ele tentou ajudá-la o mais que podia. Tapou-a do quente e forte sol de Verão, que banhava a Aldeia do Pico, tentou protegê-la de tudo e de todos. Afastou as ratazanas que an-davam a roer o seu caule e os grandes enxames que vinham para roubar o seu pouco pólen. Mas estava a anoitecer. O pobre rapaz estava cansado e sem forças. Até que adorme-ceu.

O dia tinha chegado. Ouvia-se o rouxinol que todos os dias cantava ao pé do quarto do rapaz, ouvia-se o antigo relógio de pêndulo que estava pendurado na parede dele, sempre no seu barulho “tic, tac, tic, tac...”.

– Bom! – o rapaz acordou disparado da cama. Ele nem sa-bia se estava a sonhar ou não. Estava sentado, na sua bela e fofa cama, com o seu adorado e antigo relógio de pêndulo e com o seu amigo rouxinol com sua bela e bonita voz. Mas o que o surpreendia mais nem era tudo isto. Mesmo em cima da sua mesa-de-cabeceira estava, num grande vaso, a flor que vira no dia anterior. Mas não parecia a mesma flor. Era bonita, com fortes e bonitas cores. O rapaz estava feliz.

Esta sim era a maior flor do mundo. Não em tamanho, mas sim em amizade.

Esta é a minha história. Foi assim que eu a contei. E é desta maneira que se faz uma história com palavras mais simples, e mais bonitas (segundo o escritor).

Benedita Sá e Cunha, 4º B

Page 10: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

1 8 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 1 9

O dia em que viemos receber o Diploma que nos envia para + vidacerimónia de entrega dos diplomas aos alunos que concluíram o 12º AnoParece que foi ontem!... A primeira vez que atravessei o pátio do colégio com a minha filha pela mão… uma mão peque-nina, aninhada na minha, à procura da segurança, da ajuda que só a Mãe pode dar em alturas tão solenes e melindrosas como essa de entrar pela primeira vez num colégio tão gran-de. Ela não vinha chorosa, nem pensar, vinha alegre, porém, ansiosa. E eu também!

Aqui estou hoje, a passar o testemunho, passados que foram 15 anos da existência da minha filha: de menina in-segura, fez-se uma jovem confiante na vida e no futuro que se vai abrindo à sua frente. Essa revolução aconteceu aqui, entre as paredes deste colégio, no convívio das irmãs e dos professores que aqui continuam a sua missão de EDUCARE, de guiar, de formar não só as mentes mas também os cora-ções destes nossos jovens …

Quero acreditar que tudo o que aqui viveram ficará gra-vado na sua alma como Pegadas de Esperança a orientar-lhes o caminho futuro, por mais agreste que possa vir a ser.

Agradeço a Deus e a todos os que têm feito e continuam a fazer deste colégio uma referência. O futuro, queridos alu-nos, pertence-vos e de todos vós esperamos muito!

Mãe da aluna Inês Almeida

Há 11 anos entrei pela primeira vez pelos mesmos portões que hoje também passei.

Em 1997 entrei de forma diferente, estava a integrar um colégio novo no 2º ano, quando já todos, não só na minha, mas também nas outras turmas se conheciam e relaciona-vam.

O tempo passou e ouvi por várias vezes dizer que o Sa-grado seria a minha segunda casa. Porém, na altura eu não dispunha das capacidades necessárias para compreender a expressão e, assim como muitos, duvidei e opus-me à ideia.

Com esta ideia, outras vieram. Entre elas valores como a amizade, honestidade, solidariedade, responsabilidade so-cial, ética no trabalho e entre-ajuda. Sei que saberão com-pletar a lista.

Nada seria deste Colégio sem todos os professores, irmãs e funcionários que para além de nos terem dado os recursos para termos uma óptima formação humana deram-nos tam-bém recursos para sermos a excelência do conhecimento. A todos eles um obrigado.

Agora na universidade, estamos mais perto de atingir o sucesso profissional e sei que o prestígio que adquirimos e continuaremos a adquirir só nos pode levar a alcançar no-

vos e ambiciosos objectivos que permanecem hoje na es-curidão.

Vamos honrar o prestígio que esta instituição nos deu engrandecendo a sua imagem com as nossas vitórias, tendo sempre presente que nos cabe, igualmente, zelar pelo bem do próximo. Foi o que nos ensinaram dentro destes portões e foi isto que permitiu solidificar os laços de amizade que hoje e amanhã perdurarão.

Quando, na Universidade Católica, me cruzo com alguns amigos da primária recordo-me da estranha frase: “O Sagra-do é a nossa segunda casa”. Mas agora compreendo inteira-mente o seu significado.

A minha casa não é necessariamente um edifício. Estou em casa quando estou com aqueles que partilham os meus valores. Com estas pessoas estarei sempre em casa, mesmo fora deste portão.

Mas esta passou a ser a minha primeira casa!Obrigado a todos.

Eduardo Rodrigues, Ex- aluno

Mais vidaA vida de uma escola não se faz só de momentos feli-zes. Há também alturas em que vive a tristeza, perda e a dor. Em pleno Verão fomos invadidos por esses sentimentos com a notícia da partida para junto do Pai da nossa professora, colega e amiga Maria Isabel de Castro Loureiro Barreto Rosa. Nestas alturas as palavras esgotam-se! Ousemos ficar com o olhar de esperança. O olhar de quem acredita em mais vida, numa vida em abundância!

A Olhares recebeu uma nota de agradecimento da Família que a seguir transcrevemos.

Apresentamos os nossos agradecimentos a todos aqueles que tiveram conhecimento desta triste notí-cia e nos acompanharam neste dias difíceis. A professora Isabel Rosa sempre se dedicou de alma e coração ao seu trabalho no Colégio e era com todo o amor e carinho que procurava estar sempre atenta aos seus alunos e colegas por quem nutria uma grande amizade.Que a passagem pelo Colégio e os seus ensinamen-tos tenham contribuído para melhorar a formação de todos quantos privaram com ela.Um bem-haja a todos.

A Família

Viagem de Finalistas 2009/10fInLândIA, ESTónIA E SuécIADespedimo-nos dos nossos queridos familiares no dia 13 de Setembro de 2009, à entrada do Aeroporto de Lisboa, pelas 20h00, acabadinhos de jantar. Para alguns, a viagem seria rica de conhecimento cultural; para outros, cheia de festa; e para outros, como eu, a viagem parecia uma incógnita.

Não sei se será de mim, mas, quando me aventuro por um caminho que não conheço, prefiro evitar estabelecer quais-quer expectativas, com medo de me desiludir. No entanto, era fácil ver-se nas caras dos jovens que me acompanhavam uma expressão de contentamento e excitação contagian-tes. Pudera, se era a primeira vez que íamos todos juntos de avião para outro país! O voo era nocturno, mas eu já sabia que mais de metade do 12º ano não ia pregar olho durante as quatro horas e pouco no avião. 12º ano, que prestígio!

Era óbvio que o primeiro dia no estrangeiro não ia ser fácil; passear por Helsínquia ressacando de uma noite em claro não foi pêra doce.

Pouco depois das 06h00 do dia 14 de Setembro estáva-mos já no autocarro turístico, com uma simpática guia que falava espanhol. O choque foi quando saímos do autocarro, o frio que fazia! Em Lisboa ainda era Verão, aqui parecia já Inverno.

A princípio, houve quem se opusesse ao limite que os professores impuseram com as horas: entre as 23h e as 23h30, tínhamos de estar no hotel. Na verdade, por volta das 22h as cidades já tinham perdido toda a sua vitalidade; pareciam Lisboa às 3 da madrugada. Uma conclusão que pudémos tirar do povo nórdico é que este é muito sóbrio no que toca a relações interpessoais.

Tallinn é uma cidade magnífica. Passeámos apenas den-tro das muralhas, ou seja, na parte antiga da cidade, e achei-a fascinante. Muito limpa e organizada, bem conservada e bonita, fazia-me lembrar as cidades de contos de natal, com um toque muito medieval e misterioso.

A primeira manhã começou de forma caricata: o desper-tador automático dos quartos era um som estridente e en-surdecedor, que se assemelhava a um alarme de incêndio. As minhas companheiras de quarto e eu acordámos em so-bressalto, prontas para fugir do quarto de pijama!

Pudemos visitar o que bem nos apeteceu (como o museu da tortura, o “antiquário” com preços apelativos, o museu do design, a torre, o restaurante de comida medieval e a farmá-cia mais antiga da Europa). A única condição era andarmos em grupo. Só tivemos uma visita guiada, que foi no primeiro

dia de manhã, e nada teve de aborrecido. O senhor que nos guiou contou-nos um pouco da história e da religião orto-doxa daquela cidade, bem como lendas diabólicas, mitos e histórias desse género. Foi interessante.

À hora de almoço do segundo dia encaminhámo-nos para o porto da cidade, todos empolgados com o facto de passarmos o final do dia e a noite seguinte num cruzeiro.

E não podia ter sido mais memorável. O karaoke fez as delícias da pequenada, os professores também participa-ram. Gostaria de salientar o contributo do professor Paulo Campino, que nos presenteou com uma bela cantoria do “Cheira bem, cheira a Lisboa”.

Desde o cais até ao hotel, passeámos de autocarro pela cidade, visitando o museu Vaza onde vimos um navio quase intacto, naufragado no século XVII, e percorrendo as aveni-das das várias ilhas que constituem a capital sueca. No dia seguinte passámos a manhã no Skansen, um jardim zooló-gico com animais nórdicos. Vimos lobos, ursos, alces, coru-jas e o bisonte europeu. À tarde, visitámos o Palácio Real de Estocolmo, e tivemos a honra de ver a cerimónia do render da guarda do Palácio.

Gastronomicamente, não nos demos a grandes luxos, já que os preços na Suécia deixam muito a desejar. Mesmo as-sim, fomentámos a convivência em grupo, tanto entre alu-nos, como também com professores.

Deixámos o hotel pelo meio dia, encaminhando-nos para o aeroporto, já com uma sensação de nostalgia no peito. O voo de regresso foi tranquilo e foi bom rever aqueles que já nos iam deixando saudades, mas é verdade que sentimos logo uma vontade miúda de voltar atrás no tempo e reviver tudo outra vez.

Foi cansativo ver três cidades em sete dias, entre aviões, autocarros e barcos, mas não trocávamos os momentos que passámos por nada. E, até para os que duvidaram da escolha do destino, o balanço foi positivo.

Catarina Maia, 12º D

Page 11: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

2 0 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 2 1

a nossa gente

Depois de, nesta rúbrica, termos partido à descoberta de gente nossa (irmãs, alunos, docentes, não docentes e pais), regressamos a uma professora, desta feita a Coordenadora de Língua Portuguesa, a Professora Ana Cristina Soares.

Olhares – Neste ano, cujo tema é Pe-gadas de Esperança, qual o significa-do que esta palavra tem para si?ACS - É claro que, por ser o tema do ano, esta palavra está mais presente nas nossas bocas e actividades, todavia a esperança não é novidade. Para além de um sentimento pessoal, trabalhar com as IRSCM e colaborar com elas no seu projecto educativo é viver em cons-tante esperança. A perseverança e zelo, característicos do carisma das irmãs, são também, naturalmente, geradores de Esperança. Olhares – Como relaciona a palavra Esperança com a sua missão diária enquanto professora?ACS – A missão diária de qualquer professor exige uma atitude de con-tínua esperança no projecto que é o seu aluno. Os professores do CSCM, enquanto parceiros privilegiados das famílias na educação dos seus educan-dos, procuram promovê-la nos alunos e, por outro lado, vivem eles próprios continuamente com o desejo de poder contribuir para que os alunos sejam, a curto prazo, projectos carregados de esperança. Olhares – Numa escola como o CSCM, que respira as ideias de Jean Gailhac, como se pode ensinar à luz das mes-mas?ACS – O desafio é grande. O Padre Gai-lhac defendia a necessidade de ensinar o que se pratica, assim o afirmou em cartas às primeiras irmãs. Pois é claro que os professores devem tentar ser o reflexo desta proposta. Pessoalmente,

faço-o de forma mais consciente desde o dia em que o CSCM se tornou parte da minha vida. E procuro fazê-lo junto dos meus alunos de duas formas: pelo exemplo do ponto de vista humano e relacional, procurando dar o melhor exemplo de diálogo, humildade, res-ponsabilidade e, por outro lado, no âmbito das minhas competências num domínio mais científico, procurando exercer as minhas funções todos os dias com mais rigor, profissionalismo e competência.

Olhares – Ser professora é apenas a sua profissão ou é também a sua vo-cação?ACS – É, definitivamente, uma voca-ção. Tenho a certeza disso quando en-tro numa sala de aula e me sinto feliz. Como qualquer pessoa, nem todos os dias tenho o mesmo ânimo, mas entrar na sala de aula faz de mim, quase sem-pre, uma pessoa melhor. Procuro «dar» aos meus alunos, mas também deles tenho, ao longo destes anos, recebido muitos ensinamentos e algumas lições de vida, pela coragem, determinação, capacidade e vontade de mudança de muitos. Os alunos são, realmente, uma grande esperança para mim. Olhares – Qual o momento da sua vida em que descobriu essa vocação?ACS – Descobri que queria ser professo-ra quando tive a oportunidade de tra-balhar como catequista na minha paró-quia, quando ainda era muito jovem. Ai senti que queria ajudar os outros a cres-cer e fazer disso a minha vida. A área das humanidades era já nessa altura uma tendência natural. Para além disso, os livros e a literatura foram passando a fazer parte da minha forma de estar e olhar para o mundo. Depois, surgiu a necessidade de fazer escolhas que, por um lado respeitassem a minha vocação, mas fossem também realistas perante um mundo cheio de desafios. A noção de que o mundo do emprego na área das humanidades e do ensino era com-petitivo levou-me a optar por um curso

EcO-EScOLA Neste ano, cujo tema é «Pegadas de Esperança», acolhemos o desejo de que o espaço do nosso Colégio seja ainda melhor...

Tendo em vista esta perspectiva, este ano o nosso Colégio está a candidatar-se ao Projecto Eco-Escolas, cujo reco-nhecimento será feito com a atribuição de uma Bandeira Verde.

Este Projecto segue uma metodologia inspirada na Agen-da 21, que de forma simplificada se enuncia em 7 passos

1- Conselho Eco-escolas; 2- Auditoria ambiental; 3- Plano de acção; 4- Monitorização/avaliação;5- Trabalho curricular; 6- Divulgação à comunidade; 7- Eco-código.

O alcançar deste prémio constituirá uma certificação de que o nosso Projecto Educati-vo contempla Actividades Pedagógicas pro-motoras do respeito pelo Ambiente, no âmbito dos temas-base (água, resíduos e energia) e tema do ano (alterações climáticas).

«Garantir a Sustentabilidade Ambiental», está previs-to no sétimo Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM 7), do United Nations Development Programme, que visa sensibiliza-nos para o que queremos para o futuro do nosso planeta.

«Os dois principais desafios à justiça global, as alterações climáticas e a pobreza, estão interligados.»

«O objectivo 7 está focado no ambiente e nas alterações climáticas, mas parte é de um compromisso mais amplo para o desenvolvimento sustentável.»

Neste âmbito todo o mundo deverá estar concentrado em mudar a sua atitude perante o nosso planeta, com vista a minimizar o seu impacto na Natureza. Faremos um caminho com muita esperança de termos um Ambiente Melhor!

No âmbito do projecto Eco-Escolas serão promovidas diferentes iniciativas dirigidas aos alunos e à comunidade educativa, como forma de sensibilização e de modo a de-sencadear uma mudança de comportamento em relação ao ambiente.

No nosso Colégio já se desenrolaram algumas iniciativas com este intuito, como por exemplo a colocação de ecopon-tos nos espaços exteriores e interiores, realização de uma exposição subordinada ao tema «Ambientes e biodiversida-de», formação de pessoal não docente, Eco-Paper e outras.

Ao longo do ano decorrerão outras iniciativas, para as quais contamos com a colaboração e iniciativa de todos: alunos, pais, funcionários e outras entidades externas ao Colégio.

Pegadas de Esperança é o que gostaríamos de deixar para melhor proteger o nosso planeta.

Elisabete Santos e Luísa Alves, profs.

polivalente, fazendo por isso formação em duas línguas. Seguindo a minha vocação inicial, foi ainda na licenciatura que escolhi o ramo de português, onde me especializei. Olhares – Recentemente apresentou a sua tese de doutoramento. Poderia falar-nos um pouco sobre a mesma e da forma como esta se relaciona com a sua prática docente?ACS – Este trabalho foi um longo pro-jecto de seis anos. Nasceu em primeiro lugar do meu gosto pelo estudo e da vocação de que acabámos de falar e, por outro lado, da consciência de que a formação contínua é uma mais-valia para qualquer profissional. A minha área de trabalho é, dentro da Linguís-tica, a Análise do Discurso. De uma forma breve, trata-se de uma área de estudos que procura entender as for-mas de comunicação em contexto. Há investigadores deste domínio que trabalham na análise do discurso polí-tico, feminino, publicitário, militar, entre outras áreas possíveis. Eu comecei por trabalhar, no âmbito do mestrado, no domínio do discurso literário, mas neste projecto procurei articular o meu saber

profissional com o de investigadora, es-tudando por isso o discurso da sala de aula e a forma como os testes, manuais e programas dão origem a um modelo discursivo (matriz discursiva, como lhe chamei) que condiciona as práticas dos alunos. Olhares – Qual é a Pegada mais im-portante que um professor do CSCM pode deixar aos seus alunos?ACS – Enquanto aluna, os professores que me marcaram, deixando a sua pe-gada, foram aqueles que me falaram das suas áreas científicas com rigor, mas que souberam também falar-me do mundo e falar-me ao coração. Acho que é também isto que procuro. Por ou-tro lado, é difícil responder a esta per-gunta, pois creio ainda que diferentes alunos podem precisar de “pegadas” de tipo distinto. Mas se tiver, então, de ge-neralizar, talvez a maior pegada que um professor do CSCM pode deixar a um aluno seja a do gosto pelo estudo e a consciência da sua responsabilidade no mundo como cidadão e como cristão.

Entrevista conduzida por Catarina Carrilho

Page 12: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

2 2 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | O U T - D E Z 2 0 0 9 | 2 3

Culturalmente...

clube On

O quotidiano escolar dos nossos alunos envolve-os em ex-periências de aprendizagem cada vez mais completas, pelo que, em interacção pedagógica, desenvolvem uma diversi-dade de competências. Serão todas estas competências que os preparam e capacitam para uma vida activa e, desejavel-mente, criativa. A par da aquisição de conhecimentos, a so-ciedade exige também eficácia, execução, comunicação!..

A consciência destas necessidades e das solicitações da sociedade contemporânea, global e tecnológica, fez surgir este ano (no âmbito das actividades extra-curriculares) uma proposta arrojada de formação na área da comunicação e multimédia: o Clube ON! Constituído por professores do nosso colégio, de várias áreas disciplinares, edifica-se este projecto que tem como finalidades a articulação, o uso e o desenvolvimento de competências da área da comunica-ção, tais como a oralidade, a escrita, a criatividade, a postura e a imagem, a literacia e interacção social... E ainda, com-ponentes mais técnicas como o uso da voz, dos materiais audio e video, da construção de conteúdos multimédia.

Eu Estive Lá...

O Clube ON inaugurou e tornou-se inevitável o lançamento no seu site oficial: www.on.cscm-lx.pt! Nada melhor para o efeito do que o dia de aniversário do Colégio, no passado dia 15 de Outubro. Com uma grande apresentação no átrio do Colégio, foi montado um estúdio de televisão onde du-rante todo o dia os participantes experimentaram e desem-penharam variadas funções, animando o ambiente e todo o espaço CSCM. O site tem vindo a ser enriquecido pelos alunos do clube, são eles os responsáveis pela gestão de cada rubrica, dando prova dos seus trabalhos em várias va-lências.

Começaram também a trabalhar no estúdio de emissão de rádio e no laboratório de informática, criando e emitindo os seus programas de rádio, nos intervalos e também onli-ne, através da Rádio NO AR.

Assim sendo, os participantes do clube ON já estão nas diversas actividades do colégio como animadores ou como repórteres, fazendo a cobertura áudio e vídeo dos eventos e criando conteúdos que são publicados nos diferentes meios de comunicação oficiais do colégio: revista Olhares, site do Colégio, rádio NO AR, TV ON ou no já referido site do Clube.

Têm também vindo a aprender a usar o computador como ferramenta de tratamento de imagem, vídeo e som, promovendo-se desta maneira a formação dos “on’s” em programas como o Audacity, o Gimp ou o MovieMaker. De-senvolvem competências essenciais, tão úteis para o seu quotidiano de aluno, como para um futuro de sucesso, de

plena integração na competitiva e exigente sociedade de informação e comunicação.

Eu Estou On...

Ciente da importância do envolvimento de toda a Comuni-dade Educativa no projecto, o Clube On irá ainda promover, ao longo do ano, um conjunto de actividades lúdicas como a Maratona Fotográfica Pais e Filhos, Exposição de Traba-lhos, Conferências na Área da Comunicação, e a Projecção de Concertos Musicais em DVD. Aberta a toda a comuni-dade educativa. Fique atento e acompanhe tudo no nosso site - Eles estão por aí e vão ter muito que contar!

Não nos fechando neste mundo que é o Colégio, pre-tende-se ainda dar a conhecer a realidade dos média em Portugal através da visita a uma estação de televisão, a uma emissora de rádio e a uma produtora profissional.

Convidamos desde já toda a comunidade escolar a par-ticipar, sugerir, intervir de forma activa nas nossas activi-dades, pois, juntos e de forma cooperativa, pretendemos contribuir para que o nosso colégio se torne num espaço educativo ainda mais activo e inovador, proporcionando animação multimédia, dando a conhecer novos meios e formas de comunicação.

Nuno Cocharro, prof.

RESuLTAdOS dO 12º AnO E RAnkInG dO EnSInO SEcundáRIOMais uma vez, e à semelhança de anos anteriores, os resultados obtidos pelos alunos nos exames realizados no ensino secundário mereceram da parte da comunicação social um tratamento especial. Vários órgãos de comunicação social efectuaram os seus “rankings”, cada um de seu modo e a partir de critérios de elaboração diferenciados.

Os vários órgãos colocam o Colégio do Sagrado Coração de Maria sempre nos 10 primeiros: assim a SIC/Expresso colocam-nos em 6º lugar com uma média global de 13,97; o Diário de Notícias coloca-nos em 7º Lugar com uma média global de 13,93 e o Público, com uma média global de 14,2, coloca-nos em 5º Lugar ( considerando só as escolas com mais de 50 provas ), ou em 9º lugar, considerando todas as escolas. No Público, numa análise mais detalhada, podemos cons-tatar o bom desempenho dos nossos alunos. Assim, nas vá-rias disciplinas obtivemos os seguintes lugares no ranking nacional:

Disciplina 2009 2008Geografia 1º 106ºFísica e Química A 4º 7ºHistória A 6º 29ºMatemática A 6º 18ºMatemática A. C. Sociais 7º 12ºPortuguês 11º 190ºBiologia e Geologia 22º 2ºEconomia A 30º 10º

Felicitamos os nossos alunos, os seus encarregados de edu-cação, os nossos professores e todos os colaboradores do Colégio, pelos resultados alcançados que são um estímulo para continuar a trabalhar para o ano e fazer sempre me-lhor. Felicitamos também as Irmãs do Sagrado Coração de Maria pelo seu empenho, entusiasmo e dedicação à missão da educação, para que todos tenham vida. Olhares

NúMERO 22 | ANO 8 | PROPRIEDADE: COLÉGIO DO SAGRADO CORAÇãO DE MARIA DE LISBOA | AV. MANUEL DA MAIA, Nº 2, 1000 – 201 LISBOA | TEL. 21 8477575 | FAX. 21 8476435 | DIRECÇãO: MARGARIDA MARRUCHO MOTA AMADOR | COORDENAÇãO: CATA-RINA CARRILHO E LUíS PEDRO DE SOUSA | REDACÇãO: ANA RITA GONÇALVES, CATARINA MAIA, MARTA BAPTISTA, MATEUS LEITE DE CAMPOS. | APOIO GRÁFICO: FERNANDO COELHO | IMPRESSãO: CLIO, ARTES GRÁFICAS | TIRAGEM: 1330 EXEMPLARES | DISTRIBUIÇãO: GRATUITA À COMUNIDADE EDUCATIVA

Mas sempre afirmámos que o nosso grande ranking é o acesso ao ensino superior, pelo que é, com alegria, que veri-ficamos que 98% dos nossos alunos concluiu o 12º ano. 99% dos alunos que concluíram foi colocado nos seguintes cur-sos do Ensino Superior:

Curso AlunoENGENHARIA 19 alunosECONOMIA 8 alunosMEDICINA 9 alunosGESTãO 11 alunosDIREITO 9 alunosFARMÁCIA 5 alunosPSICOLOGIA 3 alunosGESTãO da INFORMAÇãO 3 alunosCOMUNICAÇãO SOCIAL 2 alunosARQUITECTURA 2 alunosREL. INTERNACIONAIS 2 alunosARQ. PAISAGISTA 2alunosTEC. INF. COMUNICAÇãO 1 alunoFISIOTERAPIA 1alunoSIST. T. INFORMAÇãO 1alunoBIOQUIMíCA 1alunoMATEMÁTICA 1alunoSERVIÇO SOCIAL 1alunoHISTÓRIA 1alunoCIÊNCIA POLITICA 1alunoGESTãO HOTELEIRA 1alunoSOCIOLOGIA 1alunoREABILITACãO I. SOCIAL 1alunoENFERMAGEM 1alunoVETERINÁRIA 1alunoTERAPIA OCUPACIONAL 1alunoFINANÇAS 1alunoMEDICINA DENTÁRIA 1aluno

Page 13: Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio

PAV – Profissionais de Áudio e Vídeo

Soluções de som e imagem de pequena, média e grande dimensão, da fase do projecto até à sua implementação, em superfícies comercias, hotéis, recintos desportivos, auditórios, escritórios, locais de culto (igrejas), entre outros.

Sonorização, Circuito Fechado de Televisão – CCTV, Recepção e Distribuição de televisão - MATV e CATV, Conferências e Tradução Simultânea, Intercomunicação e Sinalização, Gravação Digital.

Portugal Angola Cabo Verde Timor

Av. de Paris nº10 R/C Dto1000-228 Lisboa

Tel: 21 8480689Fax: 21 8461388

[email protected]