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Page 1: RESSEGURO BRASILEIRO ATRAI PLAYERS MESMO COM … [P] Resseguro... · RESSEGURO BRASILEIRO ATRAI PLAYERS MESMO COM MERCADO ESTÁVEL Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com São

RESSEGURO BRASILEIRO ATRAI PLAYERS MESMO COM MERCADO ESTÁVEL

Aline Bronzati - [email protected]

São Paulo, 18/10/2013 - Passados mais de cinco anos da sua abertura, o mercado de resseguros brasileiro continua

atraindo players internacionais a despeito do crescimento da economia e dos prêmios do setor. Nos últimos 12 meses

encerrados em junho último, o volume de resseguro cedido do setor beirou os R$ 7 bilhões, 11% maior que o visto

sobre os 12 meses anteriores, segundo dados da Terra Brasis e da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

A expansão na casa de dois dígitos aparentemente segue o ritmo do mercado brasileiro de seguros, não fosse a

desvalorização do real nos últimos anos. Quando convertido os prêmios para dólar, de acordo com estudo da Terra

Brasis, o que se vê é estabilidade e até mesmo uma ligeira queda desde o término de 2011. Como em sua maioria, os

players com autorização para atuar no Brasil são internacionais, a conversão para essas moedas é relevante mesmo

levando em conta a reserva de mercado de 40% dos prêmios emitidos no País para as resseguradoras locais (com sede

no Brasil).

O fato é que o mercado ressegurador no Brasil aberto é jovem se comparado aos 70 anos do monopólio do IRB-Brasil

Re, até então única companhia autorizada a explorar o setor local. Por isso, ainda é cedo para avaliar se as

expectativas quanto ao Brasil foram frustrantes. Até mesmo porque o resseguro, assim como o seguro, é um negócio

de longo prazo e não do dia para a noite.

Os ciclos do mercado de resseguro levam, de acordo com especialistas, vários anos que podem ser "soft market"

(muito competitivo) ou "hard market" (pouco competitivo). Atualmente, o setor vive um soft market, ou seja, por

conta do excesso de oferta de resseguro, os preços cobrados estão sofrendo pressão para baixo. Desde o início da

abertura do mercado ressegurador brasileiro, mais de 100 companhias se instalaram no País.

Somente em resseguradoras locais, o Brasil conta hoje com 14 players. Dentre elas, estão players nacionais como IRB,

J.Malucelli, Austral, BTG Pactual e Terra Brasis, e também internacionais como Munich Re, Swiss Re, Allianz, AIG, Ace e

Zurich.

Recentemente, a francesa AXA também demonstrou, ainda que não oficialmente, seu interesse de abrir uma

resseguradora local no Brasil. A Axa já conta com uma companhia eventual (sediada no exterior, sem escritório de

representação no País). Além das locais, há 32 companhias admitidas (sediadas no exterior, com escritório de

representação no País) e 64 eventuais.

Além do aumento do número de players, a concorrência entre resseguradoras vem ganhando reforço com a maior

atuação do IRB em meio à conclusão do processo de desestatização da instituição, iniciado em meados de 2011. A

transformação em uma empresa privada se fez necessária por conta da abertura do mercado para novos entrantes. A

maior concorrência forçou o IRB a se reestruturar para ser mais competitivo.

Com a abertura do mercado brasileiro de resseguros, a participação no mercado do IRB caiu para 30% em 2010. Desde

então, a resseguradora passou a ser mais seletiva na análise dos riscos e passou a ser oficialmente uma companhia

privada desde o início deste mês. O resultado dessa transformação foi maior participação no mercado. No primeiro

semestre, dos R$ 2,38 bilhões em prêmios emitidos de resseguro (alta de 34% em um ano), 37% ficou com o IRB,

conforme estudo da Terra Brasis. As nacionais responderam por 31%, enquanto as estrangeiras tiveram uma fatia de

32%.

A abertura de capital é a última etapa do processo de reestruturação do IRB, que teve início em 2010, quando o atual

presidente, Leonardo Paixão, assumiu o comando do ressegurador. Ainda não há uma data certa para que isso ocorra,

mas o prazo razoável é de que a listagem aconteça num prazo de três a cinco anos a partir do momento em que o IRB

se tornou uma empresa privada. (Aline Bronzati - [email protected])