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RESPONSABILIDADE DE SÓCIOS E ADMINISTRADORES NAS AUTUAÇÕES FISCAIS Expositor: Celso Benício Júnior

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  • RESPONSABILIDADE DE SCIOS E ADMINISTRADORES NAS AUTUAES FISCAIS

    Expositor: Celso Bencio Jnior

  • DIRETRIZES NORMATIVAS

  • MATRIZ CONSTITUCIONAL

    Art. 146. Cabe lei complementar:

    III - estabelecer normas gerais em matria de legislao

    tributria, especialmente sobre:

    a) DEFINIO DE tributos e de suas espcies, bem como, em

    relao aos impostos discriminados nesta Constituio, a dos

    respectivos fatos geradores, bases de clculo e

    CONTRIBUINTES

  • RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA NO CTN (REGRA GERAL)

    Art. 121. Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa

    obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.

    Pargrafo nico. O sujeito passivo da obrigao principal diz-se:

    I - contribuinte, quando tenha relao pessoal e direta com a

    situao que constitua o respectivo fato gerador;

    II - RESPONSVEL, quando, sem revestir a condio de

    contribuinte, sua obrigao decorra de disposio expressa de

    lei.

  • PRIMEIRAS CONCLUSES SOBRE A NATUREZA JURDICA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA

    Contribuinte: quando mantm relao pessoal e direta com o fato jurdico tributrio quem realiza o FATO GERADOR

    Responsvel: pessoa que, sem se revestir da condio de

    contribuinte, eleita para satisfazer a obrigao tributria a pessoa que no mantm relao pessoal e direta com o FATO GERADOR.

    Sujeito passivo devedor da relao jurdico tributria,

    no necessariamente quem suporta o nus do tributo

  • RESPONSABILIDADE SOLIDRIA

    Art. 124. So solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham INTERESSE COMUM na situao que constitua o fato gerador da obrigao principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Pargrafo nico. A solidariedade referida neste artigo no comporta benefcio de ordem.

  • SOLIDARIEDADE TRIBUTRIA - ART. 124, I, CTN

    Somente pode existir entre sujeitos que figurem no mesmo plo de relao obrigacional, pois s assim o interesse poder ser considerado como comum. SEM INTERESSE COMUM: O prestador e o tomador de servios jamais poderiam ser obrigados solidrios ao pagamento do ISSQN com supedneo no artigo 124, I do CTN, pois, ainda que ambos tenham interesse na realizao do fato gerador, o interesse deles no comum, mas sim oposto. COM INTERESSE COMUM: Co-proprietrios de um veculo ou de um imvel para fins de IPVA e IPTU.

  • STJ - AgRg no Aresp 21.073 Relator Ministro Humberto Martins, DJ de 26.10.2011: TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. ISS. LEGITIMIDADE PASSIVA. GRUPO ECONMICO. SOLIDARIEDADE. INEXISTNCIA. SMULA 7/STJ. 1. A jurisprudncia do STJ entende que existe responsabilidade

    tributria solidria entre empresas de um mesmo grupo econmico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situao configuradora do fato gerador, no bastando o mero interesse econmico na consecuo de referida situao.

    2. A pretenso da recorrente em ver reconhecido o interesse comum entre o Banco Bradesco S/A e a empresa de leasing na ocorrncia do fato gerador do crdito tributrio encontra bice na Smula 7 desta Corte. Agravo regimental improvido.

  • STJ - REsp 1.144.884 Relator Ministro Mauro Campbell Marques, DJ de 03.02.2011. 4. Incide a regra do art. 124, inc. II, do CTN c/c art. 30, inc. IX, da Lei n. 8.212/91, nos casos em que configurada, no plano ftico, a existncia de grupo econmico entre empresas formalmente distintas, mas que atuam sob comando nico e compartilhando funcionrios, justificando a responsabilidade solidria das recorrentes pelo pagamento das contribuies previdencirias incidentes sobre a remunerao dos trabalhadores a servio de todas elas indistintamente. Lei n 8.212/91: Art. 30. A arrecadao e o recolhimento das contribuies ou de outras importncias devidas Seguridade Social obedecem s seguintes normas: (...) IX - as empresas que integram grupo econmico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigaes decorrentes desta Lei.

  • STJ 1. Seo Eresp 834.044 Relator Ministro Mauro Campbell Marques, DJ de 29.09.2010. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGNCIA NO RECURSO ESPECIAL. TRIBUTRIO. ISS. EXECUO FISCAL. PESSOAS JURDICAS QUE PERTENCEM AO MESMO GRUPO ECONMICO. CIRCUNSTNCIA QUE, POR SI S, NO ENSEJA SOLIDARIEDADE PASSIVA. 1. O entendimento prevalente no mbito das Turmas que integram a Primeira Seo desta Corte no sentido de que o fato de haver pessoas jurdicas que pertenam ao mesmo grupo econmico, por si s, no enseja a responsabilidade solidria, na forma prevista no art. 124 do CTN. Ressalte-se que a solidariedade no se presume (art. 265 do CC/2002), sobretudo em sede de direito tributrio.

  • RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

    Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis: VII - os scios, no caso de liquidao de sociedade de pessoas. Trata-se da dissoluo irregular, sem comunicao as autoridades.

  • RESPONSABILIDADE PESSOAL POR ATOS NO INSTITUCIONAIS E/OU ILCITOS.

    Art. 135. So pessoalmente responsveis pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatrios, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de direito privado.

  • Lei n 8.620/93 (Art. 13)

    (Revogado pela Lei n 10.941/04 e julgado inconstitucional):

    Art. 13. O titular da firma individual e os scios das empresas por cotas de responsabilidade limitada respondem solidariamente, com seus bens pessoais, pelos dbitos junto Seguridade Social. Pargrafo nico. Os acionistas controladores, os administradores, os gerentes e os diretores respondem solidariamente e subsidiariamente, com seus bens pessoais, quanto ao inadimplemento das obrigaes para com a Seguridade Social, por dolo ou culpa.

  • PORTARIA RFB 2.284/10 (Quando houver pluralidade de SP).

    Art. 2 Os Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, na formalizao da exigncia, devero, sempre que, no procedimento de constituio do crdito tributrio, identificarem hipteses de pluralidade de sujeitos passivos, reunir as provas necessrias para a caracterizao dos responsveis pela satisfao do crdito tributrio lanado. 1 A autuao dever conter a descrio dos fatos e o enquadramento legal das infraes apuradas e do VNCULO DE RESPONSABILIDADE. 2 Na hiptese de que trata o caput, no ser exigido Mandado de Procedimento Fiscal para os responsveis.

  • PORTARIA RFB 2.284/10 (Continuao)

    Art. 3 Todos os autuados devero ser cientificados do auto de infrao, com abertura de prazo para que cada um deles apresente impugnao. (...) Art. 7 A impugnao tempestiva apresentada por um dos autuados suspende a exigibilidade do crdito tributrio em relao aos demais. 1 O disposto neste artigo no se aplica na hiptese em que a impugnao versar exclusivamente sobre o vnculo de responsabilidade, caso em que s produzir efeitos em relao ao impugnante.

  • POSICIONAMENTOS DO STJ ACERCA DA RESPONSABILIZAO DE SCIOS E ADMINISTRADORES (FASE JUDICIAL DE COBRANA)

  • Smulas STJ

    Smula n. 430 - O inadimplemento da obrigao tributria pela sociedade no gera, por si s, a responsabilidade solidria do scio-gerente. Smula n. 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domiclio fiscal, sem comunicao aos rgos competentes, legitimando o redirecionamento da execuo fiscal para o scio-gerente.

  • REsp 1.104.900 / ES (Recurso Repetitivo)

    A orientao da Primeira Seo desta Corte firmou-se no sentido de que, se a execuo foi ajuizada apenas contra a pessoa jurdica, mas o nome do scio consta da CDA, a ele incumbe o nus da prova de que no ficou caracterizada nenhuma das circunstncias previstas no art. 135 do CTN, ou seja, no houve a prtica de atos "com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos".

  • POSICIONAMENTO CONSOLIDADO NO STJ

    1.Iniciada a execuo contra a pessoa jurdica e, posteriormente, redirecionada contra o scio-gerente, que no constava da CDA, cabe ao Fisco demonstrar a presena de um dos requisitos do art. 135 do CTN. Se a Fazenda Pblica, ao propor a ao, no visualizava qualquer fato capaz de estender a responsabilidade ao scio-gerente e, posteriormente, pretende voltar-se tambm contra o seu patrimnio, dever demonstrar infrao lei, ao contrato social ou aos estatutos ou, ainda, dissoluo irregular da sociedade. 2. Se a execuo foi proposta contra a pessoa jurdica e contra o scio-gerente, a este compete o nus da prova, j que a CDA goza de presuno relativa de liquidez e certeza, nos termos do art. 204 do CTN c/c o art. 3 da Lei n. 6.830/80. 3. Caso a execuo tenha sido proposta somente contra a pessoa jurdica e havendo indicao do nome do scio-gerente na CDA como co-responsvel tributrio, no se trata de tpico redirecionamento. Neste caso, o nus da prova compete igualmente ao scio, tendo em vista a presuno relativa de liquidez e certeza que milita em favor da CDA.

  • CONCLUSES EXTRADAS DO POSICIONAMENTO ADOTADO PELOS TRIBUNAIS SUPERIORES

    1.os scios e administradores no podem, apenas em virtude desta qualidade, figurarem no polo passivo de determinada execuo fiscal, notadamente quando se est diante de simples inadimplemento da obrigao tributria.

    2.para haver o redirecionamento da execuo fiscal para os scios ou os administradores (nos termos dos artigos 134, VII e 135, III, do Cdigo Tributrio Nacional) faz-se necessria a comprovao de que houve atuao dolosa dos mesmos; e

    3. a incluso do scio no polo da execuo fiscal depende da existncia de processo administrativo prvio que garanta a este terceiro o exerccio do contraditrio e da ampla defesa.

  • MTODOS DE FISCALIZAO PARA RESPONSABILIZAO DE SCIOS E ADMINISTRADORES

  • CENRIO ATUAL DAS ROTINAS FISCAIS.

    Fiscalizaes remotas, sistmicas e amplas.

    Cruzamento de informaes em obrigaes acessrias/ convnios com outros rgos (juntas comerciais, judicirio, PF, outros fiscos), pesquisas na Internet, etc.

    Massificao de lanamentos englobando o sujeito passivo e terceiros relacionados. (Vide Portaria 2.284/2010 )

    Abordagem sobre organograma societrio, alteraes, diligncias junto a terceiros, etc., nos atos fiscalizatrios).

    Lavraturas de termo de arrolamento de bens dos scios.

  • MEDIDAS ADOTADAS NOS CASOS CONCRETOS

    Exigncia relativa ao fornecimento dos dados dos scios e administradores da empresa durante o perodo fiscalizado;

    Organograma do grupo econmico completo ao qual a pessoa jurdica fiscalizada pertence e eventuais participaes societrias no exterior.

    Verificao de outros negcios e empresas relacionados aos scios e administradores. (levantamento histrico)

  • MEDIDAS ADOTADAS NOS CASOS CONCRETOS

    Exigncia relativa ao fornecimento dos dados dos scios e administradores da empresa durante o perodo fiscalizado;

    Organograma do grupo econmico completo ao qual a pessoa jurdica fiscalizada pertence e eventuais participaes societrias no exterior.

    Verificao de outros negcios e empresas relacionados aos scios e administradores. (levantamento histrico)

  • RESPONSABILIZAO DOS SCIOS E ADMINISTRADORES NA ESFERA ADMINISTRATIVA

  • VISO INICIAL DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES

    ACRDO 101.95-692 NORMAS PROCESSUAIS: RESPONSABILIDADE - Incabvel discutir-se responsabilidade solidria no processo administrativo fiscal, pois tal questo est adstrita fase de cobrana do crdito tributrio. VOTO: A certificao da responsabilidade de competncia privativa

    da PFN, j que se trata de matria de cobrana, no de sujeio passiva;

    A apreciao da sua legalidade compete apenas ao Poder Judicirio, no ao rgo administrativo.

  • VISO ATUAL DO CARF

    ACRDO 107.08-791 NORMAS PROCESSUAL RESPONSVEL TRIBUTRIO INDICAO NO AUTO DE INFRAO LEGITIMIDADE PROCESSUAL Figurando no lanamento, como sujeito passivo, alm do prprio contribuinte, scios ou representantes de pessoas jurdicas e terceiros, partcipes das relaes jurdicas que deram ensejo ao auto de infrao, em face da lei geral do processo (lei 9.784/99, art. 9, II e 58, c.c. art. 69) e do CTN, art. 142 (que impe autoridade administrativa a indicao, no lanamento, do sujeito passivo - gnero, do qual contribuinte e responsvel so espcies), estes, de forma autnoma, podem postular nos autos do processo administrativo na defesa de seus interesses, ainda que o contribuinte, quanto aos tributos devidos, desista do processo.

  • Smula CARF n 88

    A Relao de Co-Responsveis - CORESP, o Relatrio de Representantes Legais RepLeg e a Relao de Vnculos VNCULOS, anexos a auto de infrao previdencirio lavrado unicamente contra pessoa jurdica, no atribuem responsabilidade tributria s pessoas ali indicadas nem comportam discusso no mbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa.

  • Questes para Discusso

    - necessrio constituir o crdito em face do responsvel ou basta redirecionar na execuo fiscal ?

    -Havendo necessidade, deve ser constitudo contra o responsvel conjuntamente com o contribuinte ou em momento posterior ?

    - H situaes que interferem na determinao do momento para a vlida constituio do crdito em face do responsvel ?

    - A ausncia do benefcio de ordem nos casos de solidariedade autoriza a constituio posterior do crdito em face do responsvel ?

  • JURISPRUDNCIA DO CARF

  • Acrdo 1201-00.217 - 2 Cmara / 1 Turma Ordinria (28.01.2010) SOLIDARIEDADE PASSIVA. SCIO RETIRANTE DA SOCIEDADE. A responsabilidade solidria de scio por dividas tributrias da sociedade s pode ser imposta quando presentes os requisitos do art. 135 do CTN, qual seja, quando os crditos tributrios sejam "resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos. No se aplica aos scios a situao de coobrigao por interesse comum na situao que constitua o fato gerador da obrigao principal, descrita no art. 124 do mesmo cdigo. Precedentes do Conselho de Contribuintes e do Col. STJ. Coobrigao que se julga improcedente, por ter-se findado exclusivamente no art. 124 do CTN, deixando de demonstrar a ocorrncia das situaes fticas descritas no art. 135 do mesmo diploma legal . Acordam os membros do colegiada (...) quanto ao recurso voluntrio de ANTONIO EDUARDO DE SOUZA ALBERTINI, por unanimidade de votos, dar provimento para anular o termo de decretao de solidariedade, prejudicada a anlise dos demais argumentos.

  • TRECHO DO VOTO CONDUTOR

    "Para que seja fixada a responsabilidade na forma estatuda pelo CTN, art. 124, devem as partes cuja solidariedade se quer reconhecer estarem posicionadas do mesmo lado da relao jurdica de direito privado, como ocorre, por exemplo, com os condminos em relao ao IPTU do condomnio, situao que no anloga dos scios em relao sociedade. Como vimos, essa a direo da doutrina de Marcos Vinicius Neder, para quem inaplicvel a solidariedade prevista no inc. 1, do art. 124 do CTN situao dos scios em relao s dvidas tributrias da sociedade. Adverte o autor, entretanto, que tal no significa dar carta branca para que o scio possa agir como bem entender, sem risco de ser chamado para responder, perante o fisco, por seus atos. que ele pode ser responsabilizado quando se verificarem as situaes previstas nos arts. 135 e 137 do CTN, quais sejam, a prtica de atos com excesso de poderes ou em infrao de lei, contrato social ou estatutos. Esta , para a doutrina e a jurisprudncia, a nica regra de responsabilidade solidria tributria de scios em relao aos dbitos tributrios da sociedade, fixada que foi por lei complementar conforme exige o art. 146, inciso III, alnea "b", da Constituio Federal"

  • Acrdo n 1401-00.377 - 4 Cmara / 1 Turma Ordinria Sesso de 11 de novembro de 2010 ILEGITIMIDADE PASSIVA. LANAMENTO NULO. materialmente nulo, por erro na identificao do sujeito passivo, o lanamento efetuado contra pessoa jurdica extinta por liquidao voluntria ocorrida e comunicada RFB antes da lavratura do auto de infrao. SUJEIO PASSIVA. RESPONSABILIDADE DOS SCIOS. Deve ser excluda a sujeio passiva dos scios, na condio de responsveis, diante da ausncia de demonstrao do interesse comum na situao que constituiu o fato gerador da obrigao principal E da ausncia de prova da atuao dolosa dos scios, que com seus procedimentos teriam agido com excesso de poderes, infrao de lei, contrato social ou estatuto.

  • Acrdo n 1301-00.492 - 3 Cmara / 1 Turma Ordinria Sesso de 27 de janeiro de 2011 A introduo, no contrato social, de scios de reconhecida incapacidade econmica e financeira ("laranjas"), com a retirada formal dos verdadeiros scios, seguida da criao, por esses, de nova empresa, funcionando no mesmo endereo e com os mesmos empregados e patrimnio da antiga (com o desaparecimento da antiga), representa, sem dvida, dissoluo irregular da sociedade, o que, nos termos da jurisprudncia sem dissonncia do Superior Tribunal de Justia, caracteriza infrao lei, a justificar a imputao da responsabilidade prevista no art. 135, III, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. MULTA QUALIFICADA. A utilizao pessoas de reconhecida incapacidade econmica e financeira ("laranjas") para ocultar os verdadeiros scios e administradores de fato da empresa constitui ao dolosa para impedir conhecimento das condies pessoais do contribuinte, suscetveis de afetar o crdito tributrio, caracterizadores da sonegao, conforme definido no art. 71, II, da Lei n 4.502/64, justificando a qualificao da multa.

  • Acrdo n 1101-00.265 - 1 Cmara / 1 Turma Ordinria Sesso de 07 de abril de 2010 RESPONSABILIDADE SOLIDARIA. SCIO DE FATO. No desfruta da proteo que a lei confere ao patrimnio pessoal daqueles que regularmente compem uma sociedade a pessoa que, embora sem constar do quadro social, atua como administrador de fato da empresa, com evidente interesse comum nas situaes constitutivas dos fatos geradores que deram ensejo a exigncia fiscal. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntrio de Regis Distribuidora Ltda e, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntrio de Ilson Mateus Rodrigues, restando vencido o Conselheiro Relator Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho, que dava provimento parcial para rejeitar a atribuio de responsabilidade solidria com base no art. 124, I do CTN.

  • Acrdo n 1101-000.935 - 1 Cmara / 1 Turma Ordinria Relator: Celso Bencio Sesso de 08 de agosto de 2013 RESPONSABILIDADE SOLIDRIA DE SCIO DE FATO. ART. 124, I DO CDIGO TRIBUTRIO NACIONAL. INAPLICABILIDADE. ERRO NA FUNDAMENTAO LEGAL DA AUTUAO QUE DETERMINA A EXCLUSO DA RESPONSABILIDADE DISCUTIDA. Deve ser afastada a responsabilizao solidria atribuda a suposto scio de fato levada a efeito pela fiscalizao exclusivamente com fulcro no inciso I do art. 124 do Cdigo Tributrio Nacional. Inexistncia de interesse comum entre o scio e a respectiva sociedade empresria.

  • CONCLUSES. A extenso da responsabilidade do crdito tributrio a scios ou administradores grupo econmico deve se dar : Aps a constituio do fato jurdico tributrio;

    Diante de prova de ocorrncia das hiptese dos artigos 134, VII e 135,

    III do CTN;

    Por meio de processo administrativo, de forma a oportunizar aos responsveis o direito ao contraditrio e a ampla defesa;

    Somente aps o encerramento do processo administrativo contra o contribuinte e responsveis, que se poder verificar o ajuizamento de execuo fiscal, contemplando-se, na CDA, todos os responsveis solidrios.