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1 ENUNCIADO DE TESTE E TÓPICOS DE RESOLUÇÃO FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO LICENCIATURA EM GESTÃO - DISCIPLINA DE MICROECONOMIA I TESTE - 13 JANEIRO - ANO LECTIVO 2004/2005 Observações: Duração: 2h30m. Não é permitida a utilização de quaisquer elementos de estudo. Qualquer tentativa de fraude implicará, sem prejuízo de outras sanções, a anulação da prova. Não são prestados quaisquer esclarecimentos . Responda em folhas separadas a cada grupo de questões . Verifique se tem 3 Grupos de questões Assine todas as folhas de resolução. Numere as folhas de resolução (uma folha é constituida por 4 páginas). Procure ser objectivo e conciso nas suas respostas e nas questões de índole prática justifique sucintamente os cálculos que efectuar . Estes elementos constituem um factor de valorização da sua resposta. A equipa responsável:Maria Clementina Santos; Margarida Ruivo, Joana Resende

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Page 1: Responda em folhas separadas a cada grupo de questões. Verifique se tem 3 Grupos de ... · 2005-03-05 · Está a considerar a hipótese de agravar o preço do bilhete de cinema

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ENUNCIADO DE TESTE E TÓPICOS DE RESOLUÇÃO FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO LICENCIATURA EM GESTÃO - DISCIPLINA DE MICROECONOMIA I TESTE - 13 JANEIRO - ANO LECTIVO 2004/2005

Observações: Duração: 2h30m.

Não é permitida a utilização de quaisquer elementos de estudo.

Qualquer tentativa de fraude implicará, sem prejuízo de outras sanções, a anulação da prova.

Não são prestados quaisquer esclarecimentos.

Responda em folhas separadas a cada grupo de questões. Verifique se tem 3 Grupos de questões Assine todas as folhas de resolução. Numere as folhas de resolução (uma folha é

constituida por 4 páginas).

Procure ser objectivo e conciso nas suas respostas e nas questões de índole prática justifique sucintamente os cálculos que efectuar. Estes elementos constituem um factor de valorização da sua resposta.

A equipa responsável:Maria Clementina Santos; Margarida Ruivo, Joana Resende

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Grupo I (6,5 valores) Segundo os jornais, a procura de telemóveis do tipo X aumentou extraordinariamente no mês de Dezembro devida a ser época de Natal. Suponha que a procura do mês de Dezembro é representada pela seguinte expressão analítica: Qdx = 50000 + 50 pF + 0,002 R + 0,1 A - 1000px. Qdx é a quantidade de telemóveis de tipo X procurados globalmente, pF é o preço dos telefones fixos, R é o rendimento mensal, A são os gastos com publicidade e px é o preço de telemóveis do tipo X. Por sua vez, a oferta, para o mesmo período é representada por Qsx = - 20000 +1000 px onde Qsx é o montante oferecido de telemóveis de tipo X. Sabe-se que, no mês de Dezembro, pF é igual a 80 €, R igual a 8 000 000 €, e A igual a 500 000 €. 1. a) (0,5 valores) Sabendo que os consumidores adquirem telefones fixos e telemóveis,

como classifica os telefones fixos relativamente aos telemóveis? Justifique.

b) (1,5 valores) Durante o mês de Dezembro, a que preço se transaccionaram os telemóveis? Qual a quantidade vendida? Apresente todos os cálculos e faça a representação gráfica do equilíbrio de mercado.

c) (1,0 valores) O preço de equilíbrio dos telemóveis teria sido mais baixo se a oferta tivesse aumentado, nomeadamente se se tivesse recorrido a mais importações. Explique, utilizando o conceito de elasticidade adequado, como evoluiria a despesa total nos telemóveis à medida que o preço baixasse a partir do preço de equilíbrio inicial.

d) (1,5 valores) Suponha que se espera uma diminuinuição nas despesas em publicidade em Janeiro.

d 1) Qual o efeito dessa alteração no equilíbrio de mercado? Justifique, recorrendo à representação gráfica.

d 2) Se os gastos de publicidade variarem numa dada proporção como poderá variar a quantidade procurada de telemóveis? Justifique, explicitando o conceito utilizado e o seu significado económico. 2) (2,0 valores) O Estado considera que os preços dos telemóveis são muito elevados e gostaria de intervir no mercado de modo a que o preço do bem baixasse para 50 euros. No entanto, considera incorrecto impor um preço máximo argumentando que a perda de bem estar social seria considerável.

a) Assumindo que o preço de equilíbrio era de 70 euros, justifique o argumento do Estado, explicitando os conceitos que utilizar na sua explicação. Represente a situação graficamente

b) Calcule a perda de bem estar neste mercado.

(Nota: Se não tiver calculado a expressão analítica da curva da procura considere que tem a seguinte expressão: Qdx = 120 000 - 1000Px. Esta poderá não ser a expressão correcta).

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Grupo II (7,5 valores) As preferências em termos de ocupação dos tempos livres de um habitante representativo de um dado país, são dadas pela seguinte função utilidade: U = 4 X ¼ Y ¾ Em que X é o número de idas ao cinema e Y o número de idas ao futebol por ano A) Suponha que o preço de uma ida ao cinema é de 5 € e que o preço de uma ida ao

futebol é de 15 €. Suponha ainda que o consumidor dispõe de um rendimento de 300 €, para afectar a este tipo de actividades.

A1) (2,0 valores) Supondo que o consumidor maximiza o bem-estar, determine

quantas vezes vai ao cinema e ao futebol. Represente a situação graficamente.

A2) (1,5 valores) Determine a expressão analítica da curva de Engel do bem X. Como classifica este bem?

A 3) (2,5 valores) Suponha que o governo pretende estimular o consumo de futebol. Está a considerar a hipótese de agravar o preço do bilhete de cinema com um imposto de 20 % por cada bilhete. No entanto, a cinemateca contesta esta medida, argumentando que não terá qualquer efeito sobre a promoção do futebol no país e o único efeito será o de diminuir as receitas do sector cinematográfico. Concorda com o argumento da cinemateca? Justifique, quantificando e acompanhando a explicação de representação gráfica. (Nota: Se não resolveu a alinea b) admita que X=15, Y=15 e U=60 que poderão não ser os resultados correctos)

A 4) (1,5 valores) A cinemateca considera que, o objectivo do governo em aumentar o número de idas ao futebol, poderia ser alcançado se fosse atribuído um subsídio ao rendimento de modo a que o consumidor mantivesse o nível de bem estar inicial (U=60) em conjunto com o lançamento do referido imposto. Concorda? Justifique, acompanhando a sua explicação de representação gráfica. (Não efectue cálculos) .

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Grupo III (6 valores) 1 - (2,0 valores) “Pode dizer-se que o efeito rendimento está associado a um

movimento ao longo da curva consumo-rendimento e o efeito substituição a um

movimento ao longo da curva de indiferença.” Concorda? Justifique a sua resposta,

explicitando o significado dos efeitos rendimento e substituição. Acompanhe a sua

explicação de representação gráfica adequada.

2 - (2 valores) "Se os bens forem substitutos perfeitos a situação de equilíbrio do consumidor caracteriza-se por ser sempre uma solução de canto, isto é, o consumidor só adquire um dos bens" Concorda? Justifique a sua resposta, recorrendo à representação gráfica. 3) (2,0 valores) Defina curva da procura de um dado bem. Distinga movimentos ao

longo da curva da procura de deslocamentos duma dada curva da procura.

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Tópicos de resolução

Grupo I

1.

a) Observe-se a função procura generalizada: sendo o coeficiente de pF positivo, isso

significa que a variações do preço dos telefones fixos correspondem variações no

mesmo sentido na quantidade procurada de telemóveis (coeteris paribus). Por essa

razão, os telefones fixos são bens substitutos dos telemóveis. Se o preço dos telefones

fixos subir os consumidores procurarão mais telemóveis. A resposta poderia ser dada

usando o conceito de elasticidade-preço cruzada da procura.

b) Curva da procura, coeteris paribus:

Qdx = 50000 + 50 (80)+ 0,002 (8 000 000) + 0,1 (50 000) - 1000px.

Qdx = 120 000 - 1000px.

Cálculo do equilíbrio de mercado resolvendo o sistema:

Qdx = 120 000 - 1000px.

Qsx = - 20000 +1000 px

Qsx = Qdx

px = 70 €.

Qsx = Qdx = 50 000

No mês de Dezembro venderam-se 50 000 telemóveis a 70 euros cada.

Ver Gráfico I.1. Nota: o gráfico para estar completo tem que ter assinaladas as

ordenadas na origem das duas funções e a abcissa na origem da f. Procura.

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c) O conceito de elasticidade adequado para estudar a evolução da despesa total (DT)

nos telemóveis à medida que o preço varia é o de elasticidade preço da procura (Epd).

Esta elasticidade mede a variação relativa da quantidade procurada de telemóveis para

variações relativas do preço, mantendo constantes pF , R e A. Quando a função procura

é linear, sabemos que o valor da Epd, em módulo, varia de infinito a zero, sendo igual a

um no ponto médio da curva da procura – ver gráfico I.2. . São conhecidas as relações

entre a Epd e a DT em X. Sabemos que, na zona elástica da curva da procura, à medida

que o preço baixa a DT sobe até ao máximo que atinge para o preço que corresponde ao

ponto médio onde Epd=1. Neste caso é 60 euros. A partir daí, na zona inelástica, a DT

baixa à medida que o preço desce. Resumindo: de 70 para 60 euros a DT sobe, a partir

daí desce.

d 1) Observando a f. Procura generalizada , temos 1,0=∂∂

AQdx

Sendo positiva, tal significa que existe uma relação directa entre variação de gastos de

publicidade e variação da quantidade procurada. A função procura Qdx = 120 000 -

1000px corresponde a 500 000 de gastos de publicidade, entre outros. Se estes descerem

a procura reduz-se, a curva da procura desloca-se para a esquerda.

No mercado, reduções da procura levam a preços de equilíbrio mais baixos e a menores

quantidades transaccionadas (ver Gráfico I. 3)

d 2) A elasticidade-gastos-de-publicidade da procura de X (EA,Qdx) diz-nos a

percentagem de variação de Qdx quando os gastos de publicidade variam numa dada

proporção, mantendo constantes px, pF e R. A sua expressão analítica é:

QdxA

AQdx∂∂

A partir do que vimos na alínea anterior podemos dizer que esta elasticidade é positiva.

O seu valor será 150000500000*1,0 = para o ponto de equilíbrio de mercado inicial, quando

A=500000, px=70, pF=80, R=8000000. Assim, naquele ponto a quantidade procurada

varia na mesma proporção dos gastos de publicidade.

2)

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a) Se o Estado impuser um preço de 50 euros (sem outro mecanismo associado), os

produtores só estarão dispostos a fornecer 30 000 unidades (cálculo na curva da oferta).

Os consumidores estão dispostos a adquirir essas 30 000 unidades pelo preço de 90

euros (cálculo na curva da procura). Com esta transacção gera-se um excedente para o

conjunto dos consumidores e dos produtores inferior àquele que seria gerado ao preço

de equilíbrio. A área a tracejado (Gráfico I.4) representa o bem estar social perdido,

medido em termos de excedente económico perdido. O excedente dos agentes no

mercado é a soma dos excedentes económicos individuais obtidos pelos produtores e

consumidores. O excedente dos consumidores mede-se pela diferença acumulada entre

os preços que estão dispostos a pagar e o preço que efectivamente pagam. O excedente

do produtor mede-se pela diferença acumulada entre o preço recebido por cada unidade

e as quantias mais baixas que estariam dispostos a aceitar.

b) A perda de bem estar social, avaliada monetariamente, corresponde à area do

triângulo assinalado a tracejado.

Área do Triângulo = (90-50) (50 000 –30 000)/2= 400 000

O excedente económico perdido é de 400 000 euros.

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Grupo 2

A)

Px =5 €

Py =15 €

R=300 €

A1 )

Na combinação de idas ao cinema/ idas ao futebol que maximiza o bem estar do

consumidor verificam-se simultaneamente as seguintes condições:

• Todo o rendimento que o consumidor dispõe para afectar às duas actividades é

gasto nas mesmas;

• Dada a função utilidade, a taxa marginal de substituição de Y por X iguala o

preço relativo do bem X em termos do bem Y, de modo que não é possível

aumentar a utilidade do individuo, consumindo mais de um bem e menos do

outro .

Então, em equilíbrio:

⎪⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪⎪

=

=

==

⎪⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪⎪

=

=

=

⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪

=

+=

=

⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪

=

+=

=

15

15

60)15(*)15(*4

20300

4

155

3

155300

44 43

41

43

41

43

414

34

1

Y

X

U

XY

X

YXU

XY

YX

YXU

PPTMS

YPXPR

YXU

Y

XYX

YX

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Cálculos auxiliares

XY

YX

YX

YU

XU

UmgUmgTMS

Y

XYX 33 4

14

1

43

43

==∂

∂∂

∂== −

O consumidor, maximizando a sua utilidade vai 15 vezes por ano, quer ao cinema, quer

ao futebol.

Representação gráfica:

Cálculos auxiliares:

Expressão da recta orçamental:

Equilíbrio

U=60

X

Y

15

15 R/Px=60

R/Py=20

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600

2003120155300

=⇒=⇒

=⇒=⇒

−=⇒+=

XYorigemnaAbcissa

YXorigemnaOrdenada

XYYX

A2)

A curva de Engel de um determinado bem define, para cada nível de rendimento, qual é

o consumo óptimo desse bem, tudo o resto constante (nomeadamente o preço desse e de

outros bens e as preferências dos consumidores).

Como se refere a combinações de consumo óptimo, a Curva de Engel pode ser obtida

através do sistema anterior (que representa o comportamento óptimo do consumidor)

considerando variável o rendimento e fixando preços e preferências.

Expressão da curva de Engel

⎪⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪⎪

=⇔

⎪⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪⎪

=

=

=

⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪

=

+=

=

⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪

=

+=

=

2020

4

155

3

155

44 43

41

43

414

34

1

RX

XY

XR

YXU

XY

YXR

YXU

PP

TMS

YPXPR

YXU

Y

XYX

YX

Classificação do bem

Alternativa 1 (recurso à derivada da curva de Engel)

0201>=

∂∂

RX

A derivada é sempre positiva, o que significa que, tudo o resto constante, aumentos do

rendimento conduzem a um aumento do consumo óptimo do bem X. Logo o bem X é

um bem normal.

Curva de Engel do bem X

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Alternativa 2 (representação gráfica)

A curva de Engel é dada por uma recta. Para representarmos graficamente uma recta,

basta conhecermos dois pontos

Se R=0 X=0

Se R=20 X=1

Trata-se de uma recta positivamente inclinada, logo, aumentos no rendimento conduzem

a um aumento no consumo do bem X, pelo que estamos perante um bem normal.

Curva de Engel do bem X C=R/20

R

X

20

1

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A3)

Cálculo do novo equilíbrio

• Com a imposição do imposto

6%)201(*5' =+=xP

Assim, o consumidor vai alterar a sua solução óptima, incorporando o novo preço de X:

⎪⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪⎪

=

=

==

⎪⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪⎪

=

=

=

⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪

=

+=

=

⎪⎪⎪⎪

⎪⎪⎪⎪

=

+=

=

15

5.12

33.57)15(*)5.12(*4

2.1

24300

4

156

3

156300

44 43

41

43

41

43

414

34

1

Y

X

U

XY

X

YXU

XY

YX

YXU

PP

TMS

YPXPR

YXU

Y

XYX

YX

Representação gráfica

Ei

U=60

X

Y

15

15 R/Px=60

R/Py=20

Ef

12.5

U=57.33

R/P’x=50

CCPx

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Comentário ao argumento da cinemateca:

O comentário deve conter pelo menos os seguintes pontos:

A Cinemateca tem razão, porque:

i)

O imposto sobre o preço do cinema não contribuiu para aumentar o consumo de futebol,

uma vez que a quantidade óptima a consumir de Y se manteve inalterada.

Tal acontece porque o consumo de futebol e o consumo de cinema são bens

independentes, ou seja, mediante alterações no preço do cinema, não há qualquer

alteração no consumo de futebol.

Provavelmente, ao introduzir o imposto, o objectivo do Governo seria gerar um efeito

substituição, pois, ao aumentar o preço do cinema relativamente ao preço do futebol, o

consumidor substitui o bem relativamente mais caro pelo bem relativamente mais barato

e como tal, aumentaria o consumo de futebol.

Não obstante, a subida do preço do futebol gera também um efeito rendimento,

consubstanciado na perda de poder de compra por parte do consumidor.

Neste caso, como o efeito final sobre o bem Y é nulo, o efeito rendimento compensa

totalmente o efeito substituição, pelo que a quantidade consumida de futebol se mantém

inalterada e a Cinemateca tem razão.

ii)

Relativamente às receitas do sector cinematográfico, a cinemateca também tem razão,

pois inerente ao imposto sobre o preço do cinema, há uma redução do número de idas

ao cinema.

Note-se que muitos alunos incluíram o imposto no apuramento da receita da

cinemateca; tal é incorrecto, uma vez que o imposto terá de ser pago ao Estado.

A4 )

O objectivo desta questão é saber se com a imposição do imposto conjugada com o

subsídio ao rendimento é possível aumentar o número de idas ao futebol, trata-se

portanto de comparar o equilíbrio de A1) (e não de A3) com o equilíbrio decorrente da

adopção da política conjunta.

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Representação gráfica

\

Comentários ao argumento da cinemateca.Devem referir:

• A Cinemateca tem razão, porque do ponto de equilíbrio Ei para o ponto de

equilíbrio E com subsídio verifica-se um aumento do consumo de futebol e uma

redução do consumo de cinema (embora não tão acentuada, como a que ocorre

de Ei para Ef).

Note-se que, uma vez que se mantém o nível de utilidade não é possível aumentar o

consumo de ambos os bens como alguns alunos referiram.

Note-se que terá de ocorrer necessariamente um aumento do consumo de cinema,

porque ao colocar o consumidor no nível de utilidade inicial, aos novos preços (pós

imposto), verifica-se um aumento do preço do cinema face ao futebol, mas mantém-se o

“rendimento real”, pelo que da adopção conjunta das duas medidas, resulta somente um

efeito substituição (passagem de Ei para E com subsídio).

O efeito substituição implica sempre que aumente o consumo do bem que fica

relativamente mais barato, logo, de Ei para E com subsídio o consumo de futebol irá

aumentar, pelo que a Cinemateca tem razão.

Ei

U=60

X

Y

15

15 R/Px=60

R/Py=20

Ef

12.5

U=57.33

R/P’x=50

E com subsídio

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Grupo 3

1) A afirmação não é sempre correcta dado que enquanto que o efeito rendimento

está sempre associado ao movimento ao longo da curva consumo-rendimento (CCR),

o efeito substituição não está sempre associado ao movimento ao longo da curva de

indiferença1.

O efeito preço é o efeito que se verifica após a variação do preço do bem (p.e. do bem

X) e divide-se em efeito rendimento e efeito substituição.

O efeito rendimento ocorre quando após a variação do preço de X (considere-se uma

diminuição), o consumidor se sente mais rico e passa a aumentar o consumo do bem

(quando este é normal), pelo que o efeito é negativo. Quando o bem é inferior o efeito

é positivo pois quanto maior for o rendimento menor será o consumo do bem.

O efeito substituição mede o custo de oportunidade de um bem pelo outro, logo, se o

preço de X diminui então o custo de oportunidade de o consumir diminui e a

quantidade consumida do bem aumenta, sendo um efeito sempre negativo.

A afirmação é correcta só quando se considera a variação compensatória e equivalente

do rendimento.

Quando a variação é compensatória (Gráfico 3.2) pretende-se que o consumidor

obtenha o mesmo nível de utilidade que tinha antes da variação do preço de X,

sendo possível determinar qual a variação de rendimento necessária para

compensar a variação do preço.

O movimento de X1 para X2 mede o efeito preço ou seja a variação da

quantidade procurada (Gráfico 3.2).

A diferença X2-X´, dá-nos o efeito rendimento medido a partir da CCR que

passa pelo ponto de equilíbrio E2 (após a variação do preço) e pelo novo ponto

de equilíbrio obtido pela variação compensatória (E’).

O efeito substituição obtém-se pelo movimento ao longo da curva de indiferença

que mede o nível de utilidade inicial, da curva U1, pois o ponto de equilíbrio

após a variação compensatória está sobre a curva U1 (X’-X1). 1 Esta afirmação é verdadeira se na decomposição do efeito preço em efeito substituição e efeito rendimento se considerar o método da diferença de custo; se se considerar apenas as abordagens da variação compensatória e da variação equivalente do rendimento o efeito substituição está sempre associado a um movimento ao longo de uma curva de indiferença. (Nota da equipa docente).

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Na variação equivalente do rendimento (Gráfico 3.1) pretende-se saber qual a

variação do rendimento necessária para que o consumidor obtenha a utilidade

que obteria se ocorresse a variação do preço. Neste caso, o efeito rendimento

verifica-se pela diferença X`- X1 sobre a CCR e o efeito substituição pela

diferença X2-X`, também sobre a curva de indiferença U2, cuja utilidade se

pretende.

Autora: A aluna Cínzia Simão Xavier

2) A afirmação é parcialmente correcta.

Se os bens forem substitutos perfeitos, a taxa marginal de substituição de um bem pelo

outro é constante, dependendo o seu valor de quanto o consumidor está disposto a

substituir um bem pelo outro, mantendo o seu nível de satisfação. Concretizando,

suponha-se que, para um dado consumidor, o montante de cafeína contido em 2

chávenas de café (bem Y) ou numa lata de coca-cola (bem X) lhe proporciona idêntico

nível de cafeína, logo idêntico nível de satisfação. Neste caso ele estará disposto a

desistir de 2 chávenas de café por uma coca-cola adicional sem alterar o seu nível de

satisfação, pelo que lhe é indiferente consumir 2 chávenas de café ou uma coca-cola.

Em consequência a taxa marginal de substituição de café por coca-cola é, em valor

absoluto, constante e igual a 2 e as curvas de indiferença são rectas.

Para examinar a situação de equilíbrio do consumidor, admita-se que o consumidor

consome dois bens X e Y, que são substitutos perfeitos, que tem um dado rendimento

para gastar exclusivamente e na sua totalidade nesses bens, e que são dados os preços

relativos e as suas preferências.

A solução de equilíbrio poderá ser de consumo de ambos os bens ou de apenas de um

deles:

(i) Se o valor da taxa marginal de substituição for diferente do valor da razão entre

os preços, a solução de equilíbrio será necessáriamente de canto. O consumo

exclusivo de um dos bens depende da relação entre o valor subjectivo atribuido a

um bem em termos do outro (taxa marginal de substituição) e o valor de um bem

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em termos do outro no mercado (razão entre os preços). Assim se a taxa marginal

de substituição for superior à razão de preços, isso significa que, dadas as suas

preferências e mantendo o seu nível de satisfação constante, o consumidor está

disposto a desistir de uma quantidade do bem Y superior à que, no mercado, é

necessário renunciar para adquirir uma unidade adicional do bem X. Daí que, em

equilíbrio, consuma apenas o bem X (figuras 2.1a), b), c)). No caso em que a taxa

marginal de substituição é inferior à razão de preços ocorre o contrário, pelo que

em equilíbrio apenas consome o bem Y (figuras 2.1 d), e), f).

(ii) Se o valor da taxa marginal de substituição for idêntico à razão entre os preços

dos bens, todos os pontos situados ao longo da recta orçamental são pontos de

equilíbrio, na medida em que esta coincide com a curva de indiferença de índice

mais elevado que está ao alcance do poder de compra do consumidor. Isso

significa que pode especializar-se no consumo de um dos bens (solução de canto)

ou consumir uma qualquer combinação de ambos os bens situada na restrição

orçamental (figuras 2.1 g), h), i)).

Na tabela seguinte apresentam-se todas as soluções de equilíbrio possíveis,

especificando-se a relação entre a taxa marginal de substituição e a razão de preços,

bem como as hipóteses alternativas para a relação entre os preços do bem X e Y. Pode

concluir-se que, independentemente da relação entre os preços absolutos, o que

determina a solução de equilíbrio é a relação entre a taxa marginal de substituição e o

preço relativo dos bens.

PX=PY PX>PY PX<PY

Y

XXY P

PTMS >, Bem X Bem X Bem X

Y

XXY P

PTMS <, Bem Y Bem Y Bem Y

Y

XXY P

PTMS =, Bem X ou Bem Y

ou uma combinação

de ambos

Bem X ou Bem Y

ou uma combinação

de ambos

Bem X ou Bem Y

ou uma combinação

de ambos

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Figura 2.1

Y

XX,Y P

PTMS >

Em equilíbrio, consome-se

apenas o bem X.

Y

XX,Y P

PTMS <

Em equilíbrio, consome-se

apenas o bem Y.

Y

XX,Y P

PTMS =

Em equilíbrio, consome-se

ou o bem X ou o bem Y ou

ambos.

(a) PX=PY

U1

U2

U3

0

1

2

3

4

5

6

7

0 1 2 3 4 5 6 7

Bem X

Bem

Y

(d) PX=PY

U1

U3

U4

U2

U5

U6

0

1

2

3

4

5

6

7

0 1 2 3 4 5 6 7

Bem X

Bem

Y

(g) PX=PY

10

1

2

3

4

5

6

7

0 1 2 3 4 5 6 7

Bem X

Bem

Y

(b) PX > Py

U1U2

U3

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Bem X

Bem

Y

(e) PX>PY

U1

U2

U3

U4

0

1

2

3

4

5

0 1 2 3 4 5

Bem X

Bem

Y

(h) PX>PY

U1

U2

U3

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Bem X

Bem

Y

(c) PX < PY

01

23

45

67

89

1011

1213

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Bem X

Bem

Y

(f) PX<PY

U3

U4

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

0 1 2 3 4 5

Bem X

Bem

Y

(i) PX<PY

U1

U2

U3

U4

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

0 1 2 3 4 5

Bem X

Bem

Y

Notas:

(a) TMSY,X=2; R=6 u.m.;

PX=2 u.m.; PY= 2 u.m.

(b) TMSY,X=2 ; R=6 u.m.;

Notas:

(d) TMSY,X=0,5; R=6 u.m.;

PX=2 u.m.; PY= 2 u.m.

(e) TMSY,X=1 ; R=6 u.m.;

Notas:

(g) TMSY,X=1; R=6 u.m.;

PX=1 u.m.; PY= 1 u.m.

(h) TMSY,X=3 ; R=6 u.m.;

E

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PX=2 u.m.; PY= 1 u.m.

(c) TMSY,X=2 ; R=6 u.m.;

PX=1 u.m.; PY= 2 u.m

PX=3 u.m.; PY= 2 u.m.

(f) TMSY,X=0,25 ; R=6

u.m.;

PX=3 u.m.; PY= 6 u.m

PX=3 u.m.; PY= 1 u.m.

(i) TMSY,X=0,5 ; R=6 u.m.;

PX=2 u.m.; PY= 4 u.m

Fonte: Caderno 04 – Teoria do Consumidor (Aulas Teóricas)

3) A curva da procura de um dado bem X relaciona o preço desse bem com a sua

quantidade procurada. Isto é, demonstra a quantidade procurada por potenciais

consumidores a um determinado preço, num determinado período de tempo, “ceteris

paribus”.

Os movimentos ao longo da curva da procura têm origem na alteração do preço do bem

X, sendo que podemos deduzir estes movimentos ao longo da curva através da curva

consumo-preço de X (CCPx), que nos mostra os vários equilíbrios do consumidor a

diferentes preços do bem. A CCPx explica os movimentos ao longo da curva da

procura.

Quanto aos deslocamentos duma dada curva procura, estes acontecem devido à

alteração de outros factores que não o preço de X. Dentre esses factores temos o preço

dos outros bens, a alteração do rendimento, das preferências ou gostos. No caso da

alteração do rendimento, através da curva consumo-rendimento (CCR) podemos deduzir

os deslocamentos. A CCR mostra os sucessivos equilíbrios do consumidor com

diferentes níveis de rendimento.

Como vemos, o movimento ao longo da curva da procura é originado pela alteração do

preço de X e os deslocamentos pela alteração do preço de outros bens, rendimento,

gostos ou preferências.

Autor: O aluno Jorge Manuel da Fonseca Ferreira

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