resolucao questoes direito civil

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Resolucao Questoes Direito Civil

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  • Doutor e Mestre em Direito pela Pontficia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Professor do Centro Universitrio Curitiba (UNICURITIBA). Advogado.

    Questes de Direito Civil

    Sandro Gilbert Martins*

    Questo 1 (OAB/SP) Antnio comparece ao seu escritrio e relata que est residindo, jun-

    tamente com sua famlia e com outras nove famlias, em um terreno na periferia de So Paulo que tem, no total, 9 000m, rea essa, igualitariamente dividida entre tais famlias. Conta que todos os ocupantes esto no imvel h cerca de sete anos, que existe ligao de energia eltrica e de fornecimento de gua e que ningum jamais esteve l para reclamar a posse ou a propriedade da rea. Cada um dos dez ncleos familiares construiu e tem sua pequena casa no imvel, que foi murado e tem sido conservado pelos moradores. A consulta feita no sentido de saber se h algum tipo de medida que possa ser tomada para regularizar a situao, se essa medida pode ser imediatamente ajuizada ou se preciso aguardar mais um tempo, quem deve ser o autor (ou autores) da eventual ao a ser proposta e se os ocupantes sero obrigados e indenizar o dono do imvel. Responda consulta, fundamentando a resposta.

    Nos termos do artigo 1.228, pargrafo 4., do Cdigo Civil (CC), a ao de usucapio pode ser imediatamente proposta por todos os ocupantes (cada um dos dez ncleos familiares). No se trata da usucapio especial do artigo 183 da Constituio Federal, porque as reas ocupadas indi-vidualmente pelos ncleos familiares superam os 250m l previstos. A indenizao ser devida se o juiz a arbitrar na prpria sentena que julgar a ao de usucapio, nos termos do pargrafo 5. do citado artigo 1.228.

    Critrios para correo Pontos

    Identificar a modalidade de usucapio prevista no CC/2002, art. 1.228, 4..

    Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br

  • RESOLUO DE QUESTES

    Critrios para correo Pontos

    Afirmar que pode a medida ser imediatamente proposta, pois prestes os requisitos legais.

    Identificar que os autores da medida sero todos os ocupantes que formam as famlias.

    Afirmar que a indenizao poder ser arbitrada pelo juiz, nos termos do art. 1.228, 5..

    Questo 2 (OAB/SP) Antnio viajava noite, em seu automvel, para a sua cidade natal, pela

    rodovia privatizada e administrada pela concessionria X, quando, repentinamente, surgiu sua frente um cavalo na pista. No conseguindo desviar do animal, Antnio o atropelou e o automvel saiu da pista, chocando-se contra uma rvore e ficando com-pletamente destrudo. Antnio saiu ileso do acidente. O dono do animal ainda no foi identificado porque o cavalo no tinha marca e porque h diversos stios e pequenas propriedades rurais na regio. Antnio quer saber se cabe ao indenizatria e, se couber, contra quem dever ser proposta e quais os danos que podem ser objeto dessa eventual indenizao. Justifique e fundamente sua resposta.

    Cabe ao indenizatria contra o dono do animal (se vier a ser identificado), nos termos do artigo 936 do Cdigo Civil (CC). Todavia, imediatamente e independentemente da identificao do proprietrio do animal, a ao de reparao pode ser ajuizada contra a concessionria que explora a rodovia privatizada, que tambm tem o dever de vigilncia e de garantir ao usurio uma viagem segura, at porque cobra por isso (pedgio). O dano deve ser integralmente reparado, ou seja, alm do conserto do veculo, da sua desvalorizao, ou at da sua substituio por outro carro (depen-dendo da extenso do dano a ele causado), tambm o dano moral deve ser indenizado, desde que demonstrada a sua existncia pela vtima.

    Critrios para correo Pontos

    Identificar a ao de indenizao contra o dono do animal (art. 936, CC).

    Identificar ao de indenizao imediata contra a concessionria.

    Afirmar que a reparao dos danos deve ser integral, englobando danos materiais e morais.

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  • 19

    Questo 3 (OAB/SP) Jlia era uma famosa atriz que foi violentamente assassinada no ano

    2005, deixando como herdeira apenas sua me, Maria. Um ano depois do falecimento, um jornal de grande circulao publica fotos do corpo de Jlia que foram tiradas durante a percia, no local do crime, totalmente desfigurada e parcialmente nua. Como advogado de Maria, quais os pedidos que poderiam ser formulados em face do jornal? Justifique e fundamente sua resposta.

    Maria pode pleitear no s o dano moral que ela prpria sofreu, vendo a foto de sua filha no jornal, como tambm os danos morais decorrentes da violao da imagem de Jlia, posto que o artigo 20, pargrafo nico, do Cdigo Civil (CC), sustenta que os mortos continuam com os direitos da personalidade e seus herdeiros so legitimados a defend-los. Seriam ento dois pedidos: um em nome prprio e o outro representando sua filha.

    Critrios para correo Pontos

    Identificar o dano moral sofrido pela me.

    Identificar o dano moral decorrente da violao da imagem de Jlia, em que legtima a me para pleitear sua indenizao, nos termos do art. 20, pargrafo nico, do CC.

    Afirmar que os pedidos seriam dois: um em nome prprio e outro representando a filha falecida.

    Questo 4 (OAB/PR) Cludio (locador) celebrou com Daniela (locatria), em 10 de maro

    de 2006, contrato de locao residencial do imvel localizado na Rua 2, n. 12, com vi-gncia desde a data da sua celebrao e prazo determinado de 12 meses. Findo o prazo contratual, Daniela, que sempre cumpriu rigorosamente com seus deveres contratuais, surpreendida com a sua citao para integrar o plo passivo de uma ao de despejo. O fundamento da demanda a alegao de que o prazo contratual havia terminado, poden-do o locador, em qualquer tempo, retomar o imvel locado, mediante denncia vazia. Pergunta-se: Sob que fundamento(s) de defesa Daniela pode impedir a realizao do despejo e obter uma sentena de improcedncia do pedido formulado por Cludio? Jus-tifique e fundamente sua resposta.

    Resposta: Daniela poder obter a improcedncia do pedido de despejo sob o fundamento de que o contrato de locao residencial foi celebrado por prazo inferior a 30 meses, prorrogando-se

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  • RESOLUO DE QUESTES

    automaticamente aps o trmino do prazo contratual (Lei 8.245/91, art. 47, caput). A retomada do imvel, nesse caso, somente seria possvel em alguma das hipteses previstas nos incisos do artigo 47 do referido diploma legal, que no se apresentam no caso, j que o despejo foi proposto com base em suposta denncia vazia.

    Critrios para correo Pontos

    Identificar que o contrato de locao residencial foi celebrado com prazo inferior a 30 meses.

    Afirmar que ocorreu a prorrogao automtica do contrato, nos termos do caput do art. 47 da Lei 8.245/91, art. 47.

    Identificar que o pedido de despejo funda-se na denncia vazia, o que no est no rol das hipteses previstas na Lei 8.245/91, art. 47.

    Questo 5 (OAB/SP) Antnio comparece ao seu escritrio e formula a seguinte consulta:

    Ele outorgou procurao para a Administradora XYZ LTDA., para que esta locasse um imvel de sua propriedade, constando da procurao os poderes de praxe para contratar, distratar, fixar valores e demais condies do contrato, receber os aluguis e os acess-rios da locao, bem como para dar quitao. Na carta que encaminhou o instrumento de mandato Administradora, Antnio recomendou, por escrito, que o imvel no fosse locado para rgos pblicos, para escolas e para hospitais. Estipulou, ainda, que o alu-guel mnimo mensal deveria ser de R$10.000,00. Duas semanas depois, recebeu em sua casa uma cpia do contrato de locao recm-assinado pela Administradora, como sua procuradora, no qual figurava como locatria a Secretaria de Segurana Pblica do Estado. O aluguel mensal fora fixado em R$7.500,00. Antnio quer saber se pode anular o contrato de locao, ou despejar o inquilino, ou ainda se pode tomar qualquer tipo de medida, porque no se conforma com a inobservncia das suas determinaes escritas. Oriente-o, justificando a resposta consulta.

    No h como anular o contrato, porque no h nenhum vcio de consentimento e porque o procurador tinha poderes para contratar a locao e fixar o valor do aluguel. De igual modo, no h como despejar o inquilino, que contratou com quem tinha poderes para faz-lo e no h notcia de descumprimento do contrato. As instrues escritas no constaram da procurao, razo pela qual a nica medida a ser tomada de natureza indenizatria contra a Administradora, desde que o mandante demonstre ter sofrido prejuzo em razo do no cumprimento das suas determi-naes.

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  • 21

    Critrios para correo Pontos

    Identificar que o contrato de locao no pode ser anulado, porque no possui vcio.

    Identificar que no cabe despejo, porque no h qualquer indicativo de descumprimento do contrato.

    Identificar que somente cabe ao de indenizao contra a Administradora, desde que demonstrado os prejuzos suportados pela no observncia das determinaes feitas.

    Questo 6(OAB) Amanda, concubina de Paulo, recebeu deste, em 10 de dezembro de 2006,

    um veculo em doao, e, agora, diante da morte de Paulo e de Fernanda, esposa deste, durante as frias que eles passavam juntos, em maio de 2008, teme que os irmos de Fernanda, nicos herdeiros do casal, busquem de algum modo questionar a validade da doao e recuperar o bem, j que a doao ocorreu durante o perodo da relao adltera mantida com o falecido. Com base nas disposies do Cdigo Civil, esclarea se existe a possibilidade de os herdeiros de Paulo e Fernanda invalidarem o contrato que transferiu o veculo a Amanda.

    Nessa questo, deve-se esclarecer que a doao realizada por Paulo a Amanda permanecer vlida, pois, conforme o artigo 550 do Cdigo Civil (CC), s poderia ser anulada pelo outro cnjuge ou por seus herdeiros necessrios, situao que no ocupada pelos irmos de Fernanda, j que estes no so seus herdeiros necessrios, de acordo com o artigo 1.845 do mesmo diploma.

    Critrios para correo Pontos

    Afirmar que a doao continuar vlida, nos termos do art. 550 do CC.

    Identificar que os irmos de Fernanda no so herdeiros necessrios, nos termos do art. 1.845 do CC.

    Questo 7 (OAB) Lus, aproveitando-se da situao econmica notoriamente difcil vivida

    por sua vizinha Ana, que no tinha patrimnio suficiente para pagar todas as dvidas que contrara, acertou, com ela, a compra do automvel de Ana, por R$19.500,00, sa-bendo que o valor de mercado do veculo chegava a R$20.000,00. Realizada a tradio

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  • RESOLUO DE QUESTES

    e ajustado o pagamento para dali a 10 dias, Lus, acreditando ter feito bom negcio, contou o ocorrido a um amigo, que o alertou acerca da possvel invalidade do negcio. Preocupado, Lus resolveu consultar um advogado para obter maiores detalhes acerca da validade do negcio e da possibilidade de preserv-lo, caso fosse invlido, j que ainda no pagara o preo ajustado. Diante da situao hipottica apresentada, na qualidade de advogado (a) consultado (a) por Lus, exponha a soluo adequada ao caso, esclarecendo, com base no que dispe o Cdigo Civil, a possibilidade, ou no, da validade do negcio e de preserv-lo diante da disponibilidade do valor ajustado.

    Nessa questo, deve-se esclarecer que o negcio realizado por Lus e Ana constituiu, na ver-dade, fraude contra credores, conforme artigo 159 do Cdigo Civil (CC), porm Lus pode preserv-lo caso deposite em juzo o valor ainda no pago, citando todos os interessados, conforme artigo 160 do mesmo diploma.

    Critrios para correo Pontos

    Afirmar que o negcio constitui fraude contra credores, nos termos do art. 159 do CC.

    Afirmar que o negcio admite ser preservado, desde que o valor seja depositado em juzo, citando-se todos os interessados, nos termos do art. 160 do CC.

    Cdigo Civil Comentado, de Min. Cezar Peluso (Coord.), 2. ed., editora Manole, 2008.

    Comentrios Nova Lei do Inquilinato, de Nagib Slaibi Filho, editora Forense.

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