resiliência e vulnerabilidade de cidades brasileiras ... · vi encontro nacional da anppas ... e...

22
VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA Brasil _______________________________________________________ Resiliência e Vulnerabilidade de Cidades Brasileiras: Lições Aprendidas com os Desastres da Região Serrana do Rio de Janeiro e da Zona da Mata de Pernambuco Edinéa Alcântara de Barros e Silva Doutora em Desenvolvimento Urbano pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e pós- doutorado em resiliência de cidades e de comunidades. [email protected] Cynthia Carneiro de Albuquerque Suassuna Doutoranda em Desenvolvimento Urbano, UFPE, professora da Universidade Católica de Pernambuco. [email protected] Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado Doutorado em Planning Studies, University College London, professora associada do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano, UFPE. [email protected] Onilda Gomes Bezerra Doutora em Desenvolvimento Urbano, UFPE, professora substituta do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, UFPE [email protected] Resumo Este artigo busca discutir resiliência e vulnerabilidade urbana, tomando-se por referência os desastres ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro e Zona da Mata de Pernambuco. É resultado de pesquisa exploratória, visando conhecer os meios pelos quais as cidades enfrentam desastres naturais, extraindo-se lições e propondo-se recomendações para o fortalecimento da resiliência urbana e comunitária das cidades. A investigação baseia-se em visitas aos locais dos eventos, entrevistas com o poder público e sociedade civil; observação direta; participação em audiências e manifestações públicas. A análise é de natureza comparativa, norteada pelo binômio resiliência/vulnerabilidade. Adota-se como categorias analíticas: a natureza dos eventos; atuação governamental e sociedade civil, antes, durante e depois; aporte de recursos; e implementação de ações reparadoras. Os resultados apontaram a importância da solidariedade da população, registrando-se seu protagonismo no processo, distintamente, nas três cidades: Teresópolis e Nova Friburgo destacaram-se pelo preponderante papel das redes sociais, na discussão e democratização dos problemas locais; Teresópolis destacou-se pela articulação e mobilização de grupos e vítimas de baixa renda, enquanto Nova Friburgo, o envolvimento da classe média foi maior; já Barreiros o papel de lideranças locais foi fundamental, no acolhimento aos moradores desabrigados e noutras ações, evitando perdas humanas, além da mobilização e envolvimento de municípios vizinhos e governo estadual, mediante aporte de recursos para reconstrução da cidade. Observa-se que a compreensão da resiliência urbana passa, não apenas pela gestão da vulnerabilidade ambiental do sítio urbano, mas pela capacidade de gerir recursos materiais e humanos com a participação e solidariedade da comunidade. Palavras-chave Resiliência, vulnerabilidade, desastres naturais, cidades brasileiras.

Upload: truongthien

Post on 11-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Resiliência e Vulnerabilidade de Cidades Brasileiras: Lições Aprendidas com os Desastres da Região Serrana

do Rio de Janeiro e da Zona da Mata de Pernambuco

Edinéa Alcântara de Barros e Silva

Doutora em Desenvolvimento Urbano pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e pós-doutorado em resiliência de cidades e de comunidades. [email protected]

Cynthia Carneiro de Albuquerque Suassuna

Doutoranda em Desenvolvimento Urbano, UFPE, professora da Universidade Católica de Pernambuco. [email protected]

Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado

Doutorado em Planning Studies, University College London, professora associada do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano, UFPE. [email protected]

Onilda Gomes Bezerra

Doutora em Desenvolvimento Urbano, UFPE, professora substituta do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, UFPE [email protected]

Resumo Este artigo busca discutir resiliência e vulnerabilidade urbana, tomando-se por referência os desastres ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro e Zona da Mata de Pernambuco. É resultado de pesquisa exploratória, visando conhecer os meios pelos quais as cidades enfrentam desastres naturais, extraindo-se lições e propondo-se recomendações para o fortalecimento da resiliência urbana e comunitária das cidades. A investigação baseia-se em visitas aos locais dos eventos, entrevistas com o poder público e sociedade civil; observação direta; participação em audiências e manifestações públicas. A análise é de natureza comparativa, norteada pelo binômio resiliência/vulnerabilidade. Adota-se como categorias analíticas: a natureza dos eventos; atuação governamental e sociedade civil, antes, durante e depois; aporte de recursos; e implementação de ações reparadoras. Os resultados apontaram a importância da solidariedade da população, registrando-se seu protagonismo no processo, distintamente, nas três cidades: Teresópolis e Nova Friburgo destacaram-se pelo preponderante papel das redes sociais, na discussão e democratização dos problemas locais; Teresópolis destacou-se pela articulação e mobilização de grupos e vítimas de baixa renda, enquanto Nova Friburgo, o envolvimento da classe média foi maior; já Barreiros o papel de lideranças locais foi fundamental, no acolhimento aos moradores desabrigados e noutras ações, evitando perdas humanas, além da mobilização e envolvimento de municípios vizinhos e governo estadual, mediante aporte de recursos para reconstrução da cidade. Observa-se que a compreensão da resiliência urbana passa, não apenas pela gestão da vulnerabilidade ambiental do sítio urbano, mas pela capacidade de gerir recursos materiais e humanos com a participação e solidariedade da comunidade. Palavras-chave Resiliência, vulnerabilidade, desastres naturais, cidades brasileiras.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

1. Introdução

Eventos extremos ligados às mudanças climáticas são hoje uma realidade presente em todas as

regiões do Brasil. Inundações, deslizamentos, enxurradas, tempestades, ressacas e secas intensas

são exemplos de fenômenos climáticos extremos ocorridos recentemente que provocaram grandes

perdas humanas e materiais. Este artigo traz uma discussão sobre resiliência e vulnerabilidade de

cidades tomando por referência os desastres ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro, em

2011, e as enchentes ocorridas na Zona da Mata de Pernambuco, em 2010.

O desastre da Região Serrana é considerado o maior desastre natural do Brasil, em número de

óbitos, mais de 900 declarados, porém com um número indeterminado de desaparecidos.

A enchente ocorrida em junho de 2010, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, atingiu uma magnitude

nunca antes alcançada na região, com um volume grande de perdas materiais. O evento que atingiu

a cidade de Barreiros afetou 27 municípios, deixando 11 em estado de calamidade pública e 30 em

situação de emergência. O número de mortos foi de 20, de acordo com dados publicados no site da

Operação Reconstrução do Governo do Estado de Pernambuco.

Intensas precipitações pluviométricas influenciadas pelo fenômeno conhecido como "Ondas do Leste"

chegaram a 401,8mm acumulados até o dia 17/02/10, agravando-se no dia 18/02/2010 pelas

precipitações de 90mm em menos de 12 horas, ao longo da bacia do rio Una, de acordo com a

avaliação de danos do Sistema Nacional de Defesa Civil1

As características físicas, principalmente relevo e geologia, a intensidade de precipitações e a

possibilidade de previsão de ocorrência, conduziram a eventos com natureza física e danos distintos.

Os eventos da Região Serrana caracterizaram-se por deslizamentos de massas, mais precisamente

corrida de lama e detritos, enquanto que na Mata Sul de Pernambuco o evento caracterizou-se por

enxurradas ou inundações bruscas.

Os municípios analisados na Região Serrana foram Teresópolis e Nova Friburgo, de um total de sete

municípios atingidos, e na Zona da Mata Sul o município de Barreiros, por serem os locais onde as

tragédias tiveram maior magnitude, em termos de óbitos e perdas materiais. Essas duas tragédias

1Banco de Dados de Registro de Desastres, S2ID. Disponível em http://150.162.127.5:8000/ged/PE-A-

2601409-12302-100618.pdf

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

ocorreram devido a níveis de precipitações pluviométricas concentrados em um curto espaço de

tempo.

Deslizamentos associados a altas precipitações são os eventos que mais causam mortes no Brasil.

Tanto para a Região Serrana, devido a sua situação na zona de convergência, quanto para a costa

nordestina do Brasil, os modelos de mudanças climáticas apontam uma tendência de maior

concentração de precipitações em menores espaços de tempo, não necessariamente com a mesma

magnitude. Portanto, a comparação dessas duas situações, em contextos e características diferentes,

poderá oferecer lições para fortalecimento da resiliência comunitária e de cidades, bem como para

conhecer, enfrentar e, se possível, corrigir suas vulnerabilidades. Este artigo traz uma análise das

diferenças e semelhanças entre os dois eventos, tendo como eixo norteador a análise do binômio

resiliência/vulnerabilidade buscando identificar as lições aprendidas no que diz respeito: i) à ação

governamental; ii) ao protagonismo da população e de instituições da sociedade civil; iii) à dimensão

ambiental como condicionantes, limitadores e facilitadores dos cenários, alternativas e soluções

encontradas.

Problemas no enfrentamento e na superação dos eventos ligados ao clima são comuns a muitas

cidades e tendem a se intensificar com as mudanças climáticas. Pretende-se, portanto, trazer ao

debate questões para que se reflita sobre soluções mais sustentáveis de convivência Sociedade-

Ambiente. Conhecer e avaliar, em maior profundidade os erros e acertos, as fraquezas e as

potencialidades dos dois eventos, poderá apontar lições e pistas para enfrentar outros desastres, a

exemplo das enchentes que ocorreram no início do ano em outros municípios do Rio de Janeiro e de

Minas Gerais.

2. Quadro Teórico: Vulnerabilidade e Resiliência

O conceito adotado para entender a vulnerabilidade das localidades analisadas, foi o do ISDR

(International Strategies for Disaster Reduction, 2004), que a define como o grau de susceptibilidade

ou incapacidade de um sistema para lidar com os efeitos adversos da mudança, inclusive a

variabilidade climática e os eventos extremos de tempo. Nos casos analisados, como foram

desastres, tratou-se de eventos extremos. Já para a vulnerabilidade comunitária, define-se

vulnerabilidade como um conjunto de condições e processos resultantes de fatores físicos,

econômicos e ambientais, que aumentam a suscetibilidade de uma comunidade frente a um

impacto·e/ou fenômeno perigoso (ISDR, 2004).

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

mobilizar recursos materiais, físicos, sociopolíticos, sociocultural e psicológico para promover

segurança dos moradores e amortecer as adversidades (PLODINEC, 2009). Nesse sentido, vale

destacar a importância da resiliência comunitária nos casos tratados visto que foi através dela que os

danos humanos e materiais nas localidades investigadas foram minimizados mediante intensa reação

aos choques sofridos a partir do protagonismo individual e coletivo para remediar os impactos dos

desastres.

Segundo o Plano Nacional de Mudanças Climáticas (2008, pg. 88) muito se pode fazer na tentativa

de reduzir os impactos e aumentar a resiliência das comunidades, melhorando as condições de

adaptação às mudanças climáticas. Nesse contexto, recomenda que as ações de adaptação sejam

trabalhadas em dois níveis: (i) na construção da capacidade de adaptação: gerando informações e

condições (regulamentar, institucional e gerencial) para apoiar a adaptação, o que inclui o

conhecimento dos impactos potenciais da mudança do clima e das opções de adaptação); e (ii) na

implementação de medidas de adaptação: realizando ações que reduzam a vulnerabilidade ou que

explorem as oportunidades originadas da mudança do clima, incluindo investimentos em

infraestrutura, sistemas de gestão de riscos, promoção da informação e aumento da capacidade

institucional.

3. O Objeto Empírico

Os dois casos escolhidos para este estudo são classificados como eventos hidrológicos extremos e

casos emblemáticas de desastres extremos de enchentes e deslizamentos.

Juridicamente, a Zona Costeira brasileira tem status constitucional de patrimônio nacional, e sua

utilização é objeto de determinação legal, dentro de condições que assegurem a conservação do

meio ambiente visando a manutenção dos recursos naturais preservando-os para as presentes e

futuras gerações, e o direito a um meio “ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida” (CF,1988). Apesar do conceito de meio ambiente na constituição

enfatizar os processos naturais, do ponto de vista patrimonial, meio ambiente, atualmente, se insere

numa abordagem teórica ampliada ao contemplar, não somente as dimensões biológicas e geofísicas

do meio físico territorial, mas os processos humanos nele construídos, materiais ou imateriais.

Nessa perspectiva, quando se analisa situações de desastres decorrentes de eventos hidrológicos

extremos em zonas costeiras, não há como se deixar de lado as origens histórico-culturais da

colonização. A ocupação das áreas costeiras brasileiras e das margens dos rios foi consequência de

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

uma cultura que se originou do processo histórico da colonização portuguesa. Os problemas de usos

inadequados do solo são antigos, segundo Holanda (1995, p.110)

A cidade que os portugueses construíram na América não é produto mental, não chega a contradizer o quadro da natureza, e sua silhueta se enlaça na linha da paisagem. Nenhum rigor, nenhum método, nenhuma prudência, sempre esse significativo abandono que exprime a palavra desleixo.

Cabe destacar que o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC (versão, 1997), sobretudo,

o Plano de Ação Federal para a Zona Costeira - PAF-ZC (MMA, 2005), aprovados pela Comissão

Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM, prevêm linhas de ações que abarcam um conjunto

de projetos visando ao planejamento e ordenamento territorial ambiental dessa faixa territorial, tendo

em vista à conservação do patrimônio natural e cultural, bem como o controle e o monitoramento dos

fenômenos e das dinâmicas e processos naturais e humanos que incidem na costa brasileira.

Coordenado pelo MMA, de acordo com o Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha do Brasil

(MMA, 2009), tais projetos buscam dar uma resposta às pressões concentradas particularmente na

costa brasileira. Ressalte-se que um dos principais fatores é a intensa e desordenada urbanização

promovendo a concentração populacional de 25% do total em apenas 7% dos municípios do Brasil,

especialmente nas 16 regiões metropolitanas.3

Observa-se que aliado ao processo histórico-cultural de ocupação, a falta de cuidado, o desvalor

acerca de normas de planejamento e organização territorial que se refletem, ainda nos dias atuais,

como fatores que não podem ser esquecidos.

Para a Zona da Mata Sul, é apresentado na Tabela 1 um histórico das enchentes a partir de 2010.

Observa-se um crescimento no número de mortos, com exceção da enchente de 2010, e também

uma tendência à ampliação da magnitude e da intensidade dos eventos, o que coincide com as

previsões das mudanças climáticas: intensificação das precipitações nas duas regiões.

3 http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/gerenciamento-costeiro. Acesso: 13.07.2012.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Preto, Santo Antônio de Pádua e Bom Jardim, dois mortos em cada município. Segundo a Defesa

Civil estadual, as chuvas deixaram 23.315 desalojados e 12.768 desabrigados em 15 cidades.

Tabela 2 Relatório Diário de Desastre (18/02/2011)

município ocorrência data n. de desabrigados

Vítimas fatais

n. de afetados

Teresópolis

Alagamento/escorregamento ou deslizamento

24/12/2010 0 0 3.400

Alagamento/escorregamento ou deslizamento

4/01/2010 6727 388 0

Enxurradas ou inundações bruscas

12/01/2011 187 74 50.000

Nova Friburgo

Enxurradas ou inundações bruscas

12/01/2011 789 429 0

Fonte: Departamento Geral de Defesa Civil do Rio de Janeiro Disponível em http://www.dgdec.defesacivil.rj.gov.br/modules.php?name=News&file=print&sid=260.

4. A Metodologia

A base empírica das reflexões se constituiu dos resultados de trabalhos de campo centrados na

observação direta em nove visitas aos três municípios e participação em oito eventos públicos

(audiências, manifestações públicas de prestação de contas e apresentação dos projetos e

entrevistas abertas e com roteiro). A escuta contemplou moradores e representantes de instituições

da sociedade, das prefeituras e dos governos estaduais nos eventos públicos e em entrevistas

privadas, de 16 órgãos públicos municipais e estaduais, 9 instituições da sociedade civil, que junto

com líderes e moradores, totalizam 53 pessoas.

4.1 A Análise Comparativa

A análise comparativa dos dois eventos teve como eixo norteador o binômio

resiliência/vulnerabilidade buscando identificar as lições aprendidas e as alternativas e soluções

encontradas. As categorias de análise foram: a natureza física dos dois eventos; a atuação

governamental (união, estado e município) e sua credibilidade; a atuação da sociedade civil, com

ênfase no grau de protagonismo da sociedade e da população antes, durante e depois do desastre; a

atuação dos indivíduos; o aporte de recursos (governamentais e arrecadados pela sociedade); o nível

de implementação das ações de recuperação das perdas.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Tabela 3 Matriz de análise

Categorias de análise

Barreiros, PE Teresópolis e Nova Friburgo, RJ

A natureza física dos eventos

Semelhanças: Intensidade pluviométrica: 401,8mm até 17/02/10, 90mm (em 12h) no dia 18/02/2010 (Sistema Nacional de Defesa Civil) Diferenças: características fisiográficas: relevo, geologia, topografia, natureza física dos eventos, cheias frequentes no verão, enxurradas ou inundações bruscas, possibilidade de previsão da ocorrência pelo lapso de tempo que pode minimizar perdas e salvar vidas

Semelhanças: Intensidade pluviométrica: 300mm em horas Diferenças: características fisiográficas: relevo, geologia, topografia, natureza física dos eventos, zona de convergência – grandes intensidades de chuvas no verão (próximo a janeiro), mmisto de deslizamentos de massas (corrida de lama e detritos) e enchente

A atuação governamental

Poder local: defesa civil despreparada e inexistência de sistema de alerta. Força Nacional com grande credibilidade.

Antes: defesa civil local despreparada, inexistência de sistema de alerta e resgate de pessoas Depois: implantação de sistema precário de alerta; criação de 19 NUDECs (núcleo de defesa civil); Força Nacional com credibilidade

A atuação da sociedade civil

O padre e fiéis criaram um sistema de alerta informal, o sino da igreja, a rádio comunitária, visita às residências e abrigos

Surgem organizações locais: AVIT Apoio de instituições nacionais e internacionais: CARE do Brasil,Cruz Vermelha Redes sociais com importante papel na discussão, mobilização e democratização dos problemas locais, aglutinando moradores de diversas classes e grupos sociais

A atuação dos indivíduos

Grande solidariedade da população durante e depois do desastre: acolhimento aos desabrigados, limpeza da cidade, distribuição de alimentos e donativos, assistência aos desabrigados

Grande solidariedade da população durante e depois do desastre: limpeza da cidade, distribuição de alimentos e donativos, assistência aos desabrigados, reconhecimento dos corpos

O aporte de recursos

Criação do escritório de Reconstrução Nacional

Governamentais – mais de 10 milhões de reais

Implementação das ações de recuperação

Poder local: incapacidade de gerenciar recursos; 3 pontes ainda não foram construídas. Construídas mais de 1000 casas sobre aterro, já com erosões

Poucas obras de contenção realizadas, algumas já com erosão; pontes ainda não foram construídas; construção das casas não iniciadas, um ano depois.

As fotos a seguir evidenciam algumas das categorias analisadas.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Região serrana do Rio de Janeiro

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Barreiros, Zona da Mata Sul de Pernambuco

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

5. Resultados

5.1 O Protagonismo da Sociedade e a Ação do Estado

Nas três cidades analisadas, a solidariedade da própria população durante o desastre foi evidenciada

em diversos jornais, bem como nos depoimentos dos entrevistados. Organizações e movimentos

locais surgiram com este propósito, além de instituições nacionais e internacionais estabeleceram

residência nos municípios atingidos.

A manifestação do protagonismo da sociedade assumiu feições diferenciadas nas três cidades. Em

Teresópolis, a rede de instituições e de articulação existentes tem como pilar estruturador a

Associação de Vítimas da Tragédia de 11 de Janeiro (AVIT), que foi formada depois da tragédia e

reúne vítimas e cidadãos de classe média que atuam na mobilização de pessoas de mais baixa

renda. A Care do Brasil, junto com líderes comunitários, também fomentou a criação dos primeiros

NUDECs (Núcleo de Defesa Civil) e entregou um documento ao prefeito de Teresópolis, solicitando

sua adesão à Campanha “Construindo Cidades Resilientes: Minha cidade está se preparando”. Essa

campanha aponta uma lista das prioridades a serem assumidas por prefeitos e gestores locais,

advindas do Marco de Ação de Hyogo6 para redução de riscos de desastres, e do qual o Brasil é um

signatário.

Em Nova Friburgo, as redes sociais tiveram e ainda têm um papel preponderante na discussão e

democratização dos problemas locais, por aglutinar os moradores e principalmente por envolver

pessoas de classe média, que assumem um papel importante de articulação no mundo virtual,

evidenciando a tendência mundial nesse sentido. Muitas são as instituições criadas após o desastre

que tiveram ou tem atuação local: Grupo de Articulação Comunitária (GAM), Diálogos, Eu Luto, Care

do Brasil, Cruz Vermelha, entre outras. O movimento por cidades resilientes também estava se

formando, mas já havia sido criado um espaço virtual “Nova Friburgo em Transição (Transition

Towns)”, no facebook, onde são postados comentários sobre os problemas locais e há muita

participação da sociedade. Eles buscam seguir os princípios do movimento “Transition Towns”, em

nível mundial, que busca construir cidades resilientes.

Em Barreiros, o protagonismo de líderes locais, inclusive religiosos, como um padre da igreja católica

e grupos de fiéis, teve importante papel durante e logo depois do desastre. O sistema de alerta criado

6 Marco de Acción de Hyogo 2005-2015 - Prioridades de acción n. 5 “Fortalecer la preparación en desastres

para una respuesta eficaz a todo nível”

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

informalmente: o sino da igreja, a rádio comunitária e as visitas às residências e locais de abrigo,

pouco antes do desastre; e o acolhimento dos moradores aos desabrigados, foram essenciais para

evitar as perdas humanas. A mobilização e o envolvimento de municípios vizinhos e a ação do

governo do estado também foram essenciais na recuperação da cidade, depois do desastre. Os

resultados alcançados, as obras executadas e os depoimentos dos entrevistados são indícios de que

a ação do Governo de Pernambuco no pós-desastre foi essencial na recuperação do município,

enquanto que no Rio de Janeiro o atraso na realização das obras, por dificuldades ambientais que a

própria região oferece, bem como os indícios de corrupção, que substituíram os prefeitos das duas

cidades, vulnerabiliza e descredibiliza a atuação governamental local.

Em Barreiros, a incapacidade da Prefeitura de receber recursos motivou a concentração das obras

sob o comando do governo de Pernambuco. A Operação de Reconstrução montada pelo governo

estadual irá construir mais de 4.000 casas e já conta com mais de mil construídas. A previsão de

construção de cinco barragens deverá resolver, ou pelo menos mitigar, os problemas de enchentes

da Zona da Mata Sul de Pernambuco.

No caso da Região Serrana, em 2011, foram realizados diversos treinamentos para a implantação de

sistema de alerta e um planejamento de locais de abrigo para a população. No entanto, os sistemas

de alerta implantados ainda são precários e falhos. A construção das casas ainda não havia sido

iniciada. Mesmo um ano após a tragédia, muitas das pontes ainda não foram construídas, os

tratamentos nas encostas já começam a apresentar problemas de erosão e de comprometimento de

pequenas obras localizadas. Diante do contexto, como uma população que sofreu e ainda sofre o

trauma de um desastre da magnitude do ocorrido, foi submetida à instabilidade de gestão política

com a troca de prefeitos, por suspeita de corrupção, pode acreditar e confiar nas instituições públicas,

se a ação governamental ainda continua com esse nível de resposta?

Mesmo que as soluções técnicas para a região da Zona da Mata Sul de Pernambuco sejam mais

simples e haja uma maior credibilidade da atuação pública, devido à atuação do governo estadual, as

duas regiões terão que enfrentar o grande problema, comum a quase toda cidade que é o de

consolidação de habitações e de comércio às margens dos rios, ocupando, muitas vezes a própria

calha de escoamento. O que fazer? Relocar os moradores para fora da zona de risco, marcadas em

vermelho nos modelos de simulação, pode significar relocar praticamente toda a cidade. Como

resolver isso, quando os modelos de simulação de cheias apresentam o alagamento de praticamente

toda a cidade de Barreiros para uma enchente da magnitude da ocorrida em 2010?

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Na região serrana, as cidades oferecem um clima ameno, cerca de 10º a menos do que na cidade do

Rio de Janeiro, e um ambiente belíssimo de montanhas, que faz com que alguns moradores não

queiram sair de lá, mesmo após essa tragédia. Como consolidar de forma segura, cidades que se

assentam em locais com tal vulnerabilidade ambiental? Obviamente, não se pretende encontrar

respostas a essas questões, apenas provocar uma reflexão nesse sentido, pois esses problemas são

comuns a muitas cidades consolidadas a margem de rios e podem tender a se intensificar, com os

adventos das mudanças climáticas.

6. Conclusões Reflexões e Lições Aprendidas

6.1 Ações preventivas

Sistemas de alerta antes e durante o desastre podem vir a salvar muitas vidas nos dois tipos de

tragédias e deveriam ser efetivos e gerar credibilidade e confiança na população. Não foi o que

ocorreu em Nova Friburgo, um ano depois da tragédia, e mesmo após treinamentos de gestão do

desastre. Diante da ocorrência de chuvas intensas, ao soar o alarme e a população se dirigir aos

abrigos, não encontraram abertos os locais previstos para passar a noite. Tal fato descredibiliza

bastante a ação pública e reforça o sentimento de abandono declarado por muitos dos entrevistados.

6.2 Ações de Recuperação

Agilidade na implementação das obras de reconstrução fortalece a credibilidade da ação

governamental e produz dinamização econômica que pode superar situações anteriores de

estagnação. A atuação do Governo de Pernambuco no pós-desastre foi essencial na recuperação do

município. Há quem avalie um maior dinamismo econômico e de geração de empregos depois do

desastre do que antes. Na região serrana do Rio de Janeiro, o atraso na realização das obras, por

dificuldades ambientais que a própria região oferece, vulnerabilizou e descredibilizou a atuação

governamental local. A corrupção e desvios de recursos se configuram nas maiores ameaças à

implementação das obras de reconstrução, causando sérios impactos na qualidade de vida das

pessoas e na credibilidade das instituições governamentais.

Mecanismos eficazes de controle financeiro dos gastos devem ser implementados para evitar

corrupção/desvio de recursos, pois o fato das localidades estarem em estado de emergência ou

calamidade pública facilita práticas ilícitas de aplicação de recursos.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

6.3 Ações de Adaptação Estruturais

Desastres como os provocados por inundações podem ser resolvidos por construção de barragens,

como no caso da Zona da Mata Sul de Pernambuco.

Na região serrana, a topografia extremamente acidentada potencializa a velocidade das águas, o que

somado ao (quase) afloramento do cristalino, compromete a estabilidade dessas encostas, que

mesmo cobertas de vegetação, podem deslizar devido a índices de precipitações como os que

ocorreram em janeiro de 2011. Desastres como a corrida de lama e detritos impõem soluções de

engenharia mais difíceis, caras e, muitas vezes paliativas, apenas para mitigar os impactos. Equipes

internacionais estão estudando as soluções técnicas para a região. Entre as possíveis soluções

apontam-se barragens ao longo dos rios para armazenamento e quebra da velocidade da água,

diques laterais de contenção, que venham minimizar a ocorrência de riscos de futuros acidentes com

a proporção do desastre de 2011. Mesmo que as soluções tenham caráter mitigador, lograrão êxito

no sentido de evitar os óbitos e os danos materiais e psicológicos, assim como um eficiente sistema

de alerta, inexistente na época do desastre.

Cuidado e atenção especial deve ser dado a programas de saúde pública para tratar com os traumas

pós-desastre, pelo qual passa a população vítima de desastres. No Brasil, esse aspecto é

secundarizado, enquanto em países como o Japão, possui atenção prioritária pela saúde pública.

6.4 Considerações finais sobre a resiliência das duas cidades

A Tabela 4 apresenta uma síntese com uma avaliação preliminar da resiliência das duas cidades.

Tabela 4 - Avaliação preliminar da resiliência das duas cidades

Categoria indicador

Barreiros, Zona da Mata Sul, PE Teresópolis e Nova Friburgo, Região Serrana, RJ

Natureza física do desastre

Lapso de tempo razoável (de 12 a 18h) para prevenir perdas e danos

Lapso de tempo curto (praticamente imediato), exigindo monitoramento acurado das precipitações e sistemas de alarmes efetivos para desocupar as áreas de risco com rapidez

Número de mortos e desaparecidos

20 mortos Mais de 900 mortos e mais 300 desparecidos

Impacto nos sobreviventes

Perdas materiais e sofrimento durante e depois do desastre

Grande número de mortos/desaparecidos marcou profundamente a população com forte trauma pós-desastre, com sequelas e perdas irreversíveis

Solução técnica para resolver o problema

Construção de barragens Obras de engenharia mitigadoras difíceis e caras

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________ Construção de casas

Mais de 1000 casas Dificuldade de construir novas casas devido à topografia da região para seguir a legislação e normas urbanísticas e ambientais

Ação governamental

Operação de Reconstrução exitosa do Governo

A corrupção, os desvios de verbas e a morosidade para iniciar os trabalhos afetaram a credibilidade das instituições públicas, principalmente a prefeitura

Ação individual

A solidariedade contribuiu para a resiliência da cidade

Atuação exemplar de solidariedade uns com os outros, mesmo quem perdeu parentes, que contribuiu para a resiliência da cidade

A atuação da sociedade civil

Líderes locais e de municípios vizinhos (políticos, empresários, etc.) atuaram de forma decisiva para a resiliência da cidade

Criação de 19 NUDECs Instituições como Care do Brasil, Cruz Vermelha, AVIT, GAM, Diálogos, etc., contribuíram para mudar a realidade das vítimas durante o desastre e depois, prestando assistência às vitimas, como pressionando o poder público para implementar as obras.

Bases da resiliência das cidades

Solidariedade das pessoas e da sociedade Ação de líderes (o padre, o governador, empresários e líderes políticos de municípios vizinhos)

Solidariedade das pessoas e da sociedade. Ação das instituições da sociedade civil existentes e criadas, bem como as redes sociais virtuais tiveram um papel preponderante na mobilização, na democratização e discussão dos problemas locais, com destaque para Nova Friburgo, onde houve o surgimento de diversos grupos e instituições de origem virtual, mas que se materializaram em lutas e reivindicações

O nível de participação políticas coletiva

Praticamente inexistente. A mobilização da sociedade se deu mais fortemente para o desastre.

O afastamento de dois prefeitos evidencia o nível de mobilização e de fiscalização dos órgãos de controle locais.

7. Recomendações para fortalecimento da resiliência

Muito precisa ser feito para que as cidades se preparem para os desastres e para eventos extremos

futuros. Primeiramente, no âmbito do seu fortalecimento institucional, por meio da redução de suas

vulnerabilidades e aumentando a resiliência urbana e comunitária. Preventivamente, na direção de

reduzir a contribuição para o aquecimento global, através da redução das emissões de gases e da

redução do consumo dos recursos naturais.

Falhas institucionais foram responsáveis por erros inaceitáveis. A estrutura política encoraja o

fortalecimento administrativo e político no nível local, mas pode-se encontrar situações em que

facilmente possa emergir a incompetência, a corrupção, principalmente durante situações de

emergência e calamidade pública.

Dado que os desafios para o enfrentamento dos desastres sejam tão grandes e se repitam

sistematicamente, é necessária uma política nacional com grande envolvimento para controle e

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

monitoramento, inclusive pelos vários atores e instituições da sociedade, incluindo, mas não se

limitando ao governo local.

Se as condições adequadas forem disponibilizadas para fortalecer a resiliência, sendo a própria

população um dos maiores recursos, a resiliência pode se consolidar. Houve atos extraordinários de

solidariedade entre indivíduos, e em alguns casos, a sociedade civil também desempenhou um papel

positivo na mobilização e organização durante e depois do desastre.

Godschalk (2003, p. 137) argumenta que os programas tradicionais de “hazard mitigation” têm

concentrado o foco em produzir sistemas físicos resistentes a desastres. No entanto, salienta que

futuros programas de redução de riscos devem também ter o foco em ensinar/preparar as

comunidades sociais da cidade e instituições a reduzir os “hazard risks” e responder de forma efetiva

aos desastres, pois eles serão os grandes responsáveis em construir e efetivar a resiliência urbana.

O autor salienta a importância das comunidades humanas como os componentes sociais e

institucionais da cidade e inclui as formais e informais: escolas, vizinhança, agências, organizações,

empresariado, “task forces”. Godschalk (ibidem) enfatiza que as comunidades atuam como o cérebro

da cidade, direcionando suas atividades, em resposta a necessidades, e aprendendo com a

experiência, pois devem possuir a capacidade de sobreviver e funcionar sob condições únicas e

extremas. E conclui que uma cidade sem comunidades resilientes será extremamente vulnerável aos

desastres.

Mas o Estado necessita prover a estrutura institucional necessária para que essas contribuições

possam ter pleno efeito, assim como o suporte na provisão de infraestrutura de liberação de recursos.

É necessário que se fomente também a consciência acerca das causas e consequências das

mudanças climáticas para a população e para o meio ambiente como um todo, considerando suas

dimensões naturais e culturais.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), à Fundação de Amparo

à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) e à Pró-Reitoria para Assuntos de

Pesquisa e Pós-graduação (PROPESQ) e à Pós Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) e

ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU), da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE) pelo apoio ao desenvolvimento das pesquisas que subsidiaram esse artigo.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Referências Bibliográficas

ALCÂNTARA, Edinéa; FURTADO, Fátima; MONTEIRO, Circe. Urban Resilience: Understanding how

Poor Communities Survive when Public Policies are Inappropriate. In: The Global Studies Journal.

v.4, 2012.

_______. Resiliência Comunitária: como as comunidades pobres enfrentam as dificuldades cotidianas

encontrando apoio no outro In: BENEVIDES, Mário; VALDEZ, Sílvia (org). Nós e a Sustentabilidade,

2012.

ALCÂNTARA, Edinéa; FURTADO, Fátima; SUASSUNA, Cynthia. The resilience and vulnerability of

Brazilian cities: a comparative study together with the lessons learned from the catastrophes in

Teresópolis, RJ, and Barreiros, PE. In: Planet under Pressure: new knowledge towards solutions.

Londres: IGBP, 2012.

ALCÂNTARA, Edinéa; FURTADO, Fátima; BEZERRA, Onilda. The urban resilience of coastal cities: a

resource for meeting the challenge of climate change In: Planet under Pressure: new knowledge

towards solutions., 2012, Londres: IGBP, 2012.

BRASIL.Comitê Interministerial sobre mudança do clima. Decreto nº 6.263, de 21 de novembro de

2007. Plano Nacional sobre Mudança do Clima, 2008. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/estruturas/169/_arquivos/169_29092008073244.pdf

BROWN, D., & KULIG, J. The concept of resiliency: Theoretical lessons from community

research. Health and Canadian Society, 4, p. 29–52. 1996/97

EIRD- Estratégia Internacional para Reducion de Desastres. Marco de Acción de Hyogo 2005-2015.

Disponível em http://www.unisdr.org/hfa

FBMC Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. (2009). Disponível em: <http://www.forumclima.org.br>, 20/01/2009.

GANOR, M., & BEN-LAVY, Y. Community resilience: Lessons derived from Gilo under fire. Journal of

Jewish Communal Service, Winter/Spring, p. 105–108. 2003.

GODSCHALK, D. Urban hazard mitigation: Creating resilient cities. Natural Hazards Review, 4, 136–

143. 2003. Disponível em http://www.tc.umn.edu/~blume013/Godschalk_urb_haz_mit2003.pdf

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

HOGAN, Daniel Joseph; MARANDOLA, Eduardo, OJIMA, Ricardo. População e ambiente: desafios

à sustentabilidade. São Paulo: Blucher, 2010.

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

IBGE, cidade@. Disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1

IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change. (2007a). Climate Change 2007: The Physical

Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the

Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge University Press, Cambridge, United

Kingdom and New York, NY, USA, 996 pp.

IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change. (2007b). Climate Change 2007: Impacts,

Adaptation and Vulnerability. Contribution of Working Group II to the Fourth Assessment Report of

the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge University Press, Cambridge, United

Kingdom, 976pp.

ISDR. International Strategies for Disaster Reduction (ISDR), 2004)

MARCELINO, Emerson Vieira. Desastres naturais e geotecnologias: conceitos básicos.

Cadernos Didáticos n. 1. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –INPE /CRS Santa Maria.

Ministerio da Ciencai e Tecnologia, 2008.

NORRIS, F. H.; STEVENS, Susan P.; PFEFFERBAUM, Betty; WICHE, Karen F.; PFEFFERBAUM,

Rose L. Community Resilience as a Metaphor, Theory, Set of Capacities, and Strategy for Disaster

Readiness. American Journal of Community Psychology. Voume 41. N 1-2, 2008, p. 127-150.

PERNAMBUCO. Operação de Reconstrução. 2012.

PERNAMBUCO, Lei nº 14. 258, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2010. Institui a Política Estadual de

Gerenciamento Costeiro, e dá outras providências. Disponível em

http://www.cprh.pe.gov.br/ARQUIVOS_ANEXO/Lei%20Est%2014258;141010;20101228.pdf

PLODINEC, M. John. Definitions of Resilience: An Analylis. CARRI – Associate Director for

Community Resilience Certification, 2009.

WALKER, B., C. S. HOLLING, S. R. CARPENTER, and A. Kinzig. 2004. Resilience, adaptability and

transformability in social–ecological systems. Ecology and Society 9(2): 5. Disponível em

http://www.ecologyandsociety.org/vol9/iss2/art5

VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA – Brasil _______________________________________________________

Autoras

Edinéa Alcântara de Barros e Silva

Engenheira civil pela Universidade Federal de Pernambuco (1983), mestre em Gestão e Políticas Ambientais pela UFPE (2001), doutora em Desenvolvimento Urbano na Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) na UFPE e pesquisadora de pós-doutorado da CAPES em resiliência de cidades e resiliência comunitária no MDU/UFPE. Tem atuado no setor público municipal e no terceiro setor, em projetos habitacionais, de desenvolvimento urbano e gestão ambiental e em atividades de ensino, treinamento e capacitação. Fellow da Ashoka - Associação Mundial de Empreendedores Sociais Eminentes (2001), fellow do LEAD - Leadership of Environment and Development (2000), e da Ford Motor Company International Fellowship Program of the 92nd Street Y (2004), e Analista Ambiental da Prefeitura Cidade do Recife. Coordenou o Plano de Revitalização da Bacia da Lagoa Olho d'Água, Jaboatão dos Guararapes, PE, reconhecido como uma das 100 "Best Practices" para a Conferência Habitat II, em 1996, em Istambul.

Cynthia Carneiro de Albuquerque Suassuna

Possui graduação em Química Industrial pela Universidade Federal de Pernambuco (1983), graduação em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (2002). Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais pela Universidade Federal de Pernambuco (2005). Doutoranda em desenvolvimento urbano na Universidade Federal de Pernambuco (2009). Atualmente é professora da Universidade Católica de Pernambuco. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito ambiental e Gestão ambiental.

Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (1979), mestrado em Desenvolvimento Urbano pela Universidade Federal de Pernambuco (1982) e doutorado em Planning Studies - University College London (1996). Atualmente é professora associada do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco. Coordena o Laboratório de Estudos Periurbanos (LEPUR), grupo de pesquisa credenciado pelo CNPq desde 2004. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Técnicas de Planejamento e Projeto Urbanos e Regionais, atuando principalmente nos seguintes temas: planejamento urbano, conservação urbana, gestão ambiental municipal, indicadores de sustentabilidade e resiliência urbana, áreas periurbanas e requalificação de sítios históricos.

Onilda Gomes Bezerra

Arquiteta e urbanista pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com Doutorado em Desenvolvimento Urbano e Mestrado em Geografia, ambos realizados na UFPE; Especialização em Gestão Ambiental pela Universidade Politécnica de Valência - Espanha; Especialização em Desenvolvimento Urbano e Rural pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP); professora substituta do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE e da Faculdade Maurício de Nassau (Recife/PE), nos cursos de Turismo e Arquitetura e Urbanismo; pesquisadora colaboradora dos Laboratórios da Paisagem e do LEPUR (Laboratório de Estudos Periurbanos), do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento da UFPE; e Técnica em Planejamento Urbano e Ambiental da Prefeitura do Recife, desde 1987. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Ambiental, Controle Urbano, Legislação Urbanística, Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo, Meio Ambiente e Conservação do Patrimônio Natural e Cultural.