resenha fonética e fonologia - teka

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Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Educação superior Fundação Universidade Estadual de Mato Grosso Campus de Sinop Departamento de Letras Profª. Terezinha Della Justina Disciplina: Língua Portuguesa II – Fonética e Fonologia Resenha Iniciação à Fonética e Fonologia – Dinnah Callou e Yonne Leite Acadêmica: Dayane Florentino Ferreira

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Page 1: Resenha Fonética e Fonologia - Teka

Estado de Mato GrossoSecretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Educação superior

Fundação Universidade Estadual de Mato GrossoCampus de Sinop

Departamento de LetrasProfª. Terezinha Della Justina

Disciplina: Língua Portuguesa II – Fonética e Fonologia

ResenhaIniciação à Fonética e Fonologia – Dinnah Callou e Yonne Leite

Acadêmica: Dayane Florentino Ferreira

Sinop/MT

Page 2: Resenha Fonética e Fonologia - Teka

CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. 9 ed. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar Ed., 2003.

No início do primeiro capitulo Leite e Callou evidenciam os objetos de estudo da

fonética, que estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas, e a fonologia a qual

estuda os sons do ponto de vista funcional como elementos que integram um sistema

linguístico determinado.

Yonne e Dinah dizem que, a unidade fonética é o som da fala ou o fone, enquanto a da

fonologia é o fonema. Ambas também evidenciam a origem dos termos fonética e fonologia,

que têm em sua composição vocabular a raiz grega phon – som, voz.

As autoras trazem a informação de que Courtenay, em fins do século XIX, foi um dos

primeiros a tentar distinguir de modo mais sistemático o estudo dos elementos de significação

(os fonemas) daqueles que são resultados das realizações individuais dos falantes (os fones ou

sons da fala). A esse estudo deu o nome de fisiofonética.

Segundo Saussure “a fonética é uma ciência histórica, analisa acontecimentos,

transformações e se move no tempo. A fonologia se coloca fora do tempo, já que o

mecanismo da articulação permanece sempre igual a si mesmo.” Embora essa concepção

esteja distinta das acepções atuais dos dois termos, Callou e Leite dizem que, a distinção entre

fonética e fonologia foi possível a partir do pensamento saussuriano, pelo uso das noções de

língua (langue) e fala (parole), forma e substancia, sintagma e paradigma. É somente com os

trabalhos dos componentes do Circulo de Praga, no 1° Congresso Internacional de Linguística

(Haia, 1928) que a fonologia se constituiu como um campo distinto da fonética, tendo um

objeto próprio de estudo.

Após a explanação feita sobre os conceitos e a história da fonética e da fonologia, tais

linhas de estudo são apresentadas de forma separada, detalhista e bem exemplificada.

A respeito da fonética Dinah e Yonne nos mostram três tópicos importantes: A

produção dos sons na linguagem humana que, segundo elas, é o que singulariza o homem

de todos os outros animais; O aparelho fonador e os mecanismos de produção dos sons,

que tem cada componente explicado e mostrado detalhadamente, de modo que se fala da

Corrente de Ar, que é o que propicia a produção do som da linguagem humana junto às

cordas vocais, a glote, a língua, os dentes, lábios palato, etc. Ainda sobre os mecanismos de

produção dos sons são apresentadas Consoantes: Pontos e Modos de Articulação e nesse

momento é falado sobre consoantes fricativas, africadas, flepes, tepes, vibrantes, etc. Um

pouco também é dito a respeito das vogais, da sílaba e da prosódia, de forma clara e

Page 3: Resenha Fonética e Fonologia - Teka

detalhada; O alfabeto fonético, que conforme as autoras é uma convenção para se escreverem

os sons das línguas independentemente da convenção que cada uma utiliza para sua escrita

cotidiana.

Quanto à fonologia são apresentados um total de cinco tópicos: O Fonema, que as

autoras conceituam como uma unidade da língua, afirmando que os mesmos se caracterizam

não por uma qualidade particular positiva de cada um, mas simplesmente pelo fato de que não

se confundem uns com os outros; Os traços distintivos, que são denominados como aqueles

que irão distinguir entre si os elementos lexicais; fonemas e variantes. O arquifonema, onde

essas três unidades são explicadas e distinguidas umas das outras; Processos fonológicos, que

conforme Yonne e Dinah têm de ser considerados tanto os processos fônicos, que ocorrem nas

palavras isoladamente, quanto às modificações que sofrem as palavras por influência de

outras com que se relacionam na frase; e a Relação grafema-som-fonema, onde Leite e

Callou dizem que o problema dessa relação (grafema-som-fonema) coloca-se de imediato no

momento da alfabetização. Pois a esta altura não podemos esquecer que quando falamos não

realizamos fonemas, mas sim fones; e quando escrevemos devemos representar esses sons

através de grafemas (letras). Além disso, as escritoras, afirmam que acreditar que se possa

chegar a um sistema de escrita homogênea, como solução para os erros ortográficos, é ignorar

a enorme variabilidade do comportamento linguístico e sócio-cultural.

No capítulo V são feitos alguns apontamentos sobre estilística fônica e Alfabetização.

A estilística fônica é conceituada como a utilização de traços que escapam à sistematização

das oposições e correlações de fonemas e grupos fônicos, além de outras colocações mais

detalhadas. Já a alfabetização é apresentada como uma parte do exercício da língua em toda

sua potencialidade, como um processo que se modifica a cada momento e deve resultar de um

esforço conjunto do linguista e do educador.

Dessa forma, após essa leitura detalhista e exemplificativa, pode-se dizer que a

fonética e a fonologia constituem um campo muito amplo, que permite diversas indagações a

respeito. Nas palavras das próprias Dinah e Yonne, a história dessas duas vertentes de estudo

nos mostra que este é um domínio da linguística essencial para um entendimento efetivo dessa

faculdade mental, tão debatida, que é a linguagem humana.