resenha da revolução industrial inglesa ao imperialismo cap. 6 a 10

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capitulo 6 ao 10

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?Resenha de "DA REVOLUO INDUSTRIAL INGLESA AO IMPERIALISMO" - Cap. 6 a 10HOBSBAWM, E. Da Revoluo Industrial Inglesa ao Imperialismo. Forense, RJ, 1978, Cap 6 a 10Os trechos em destaque da obra de Hobsbawn revelam o que autor denominou ser a segunda fase da industrializao britnica, amplamente difundida, ou popularmente conhecida como Segunda Revoluo Industrial, entre os anos 1840-1895. O perodo ficou assim conhecido por revelar as drsticas mudanas de carter cientfico-tecnolgico, de processos produtivos padronizados e de escalas de produo jamais vistas na histria, notadamente nas indstrias pesada, de carvo, ferro e ao, que juntas serviram para revolucionar os meios de comunicao e transportes utilizados na poca.Com a crescente demanda para aquisio de bens de capital advinda das outras economias mundiais, o cenrio foi propcio para que os investidores ingleses transferissem suas poupanas privadas para financiar a ampliao da "mania ferroviria" (1835-1847) s economias mundiais sob sua influncia. Ao passo que o feito ampliava a oferta de trabalho "massa" de mineiros, agricultores e operrios industriais ingleses, os movimentos proletrios como o socialismo primitivo e o cartismo pareciam enfraquecer-se, ou mesmo desapareceram. A Inglaterra contava, agora, com uma classe de proletrios disposta a aceitar a proposta do laissez-faire e preocupada com a melhoria dos seus rendimentos antes que mesmo seus ideais.Aps estrondosa expanso da corrente do comrcio internacional entre meados da dcada de 1850 e incio de 1870, a Inglaterra deparou-se com a chamada "Grande Depresso" (1873-96), marcada pela perda da sua hegemonia mundial para EUA e Alemanha, que passam a concorrer e proteger suas economias das mercadorias britnicas. O "imperialismo" frente s colnias "formais" e "informais" foi a forma encontrada pelos ingleses para tentar assegurar sua soberania mundial e, a rigor, a Inglaterra utilizou sua supremacia naval para impor e continuar a exportar seus produtos a toda parte do mundo. A piora dos termos de troca dos seus produtos frente aos importados tornou sua economia cada vez mais dependente do que consiste parte "invisvel" do seu balano de pagamentos, ou o que atualmente chamamos Balano de Servios, Rendas e Transferncias Unilaterais Correntes. A indstria naval de ferro e ao a vapor inglesa foi a ltima em ascenso, porm, tambm no foi capazes de assegurar sua soberania na nova ordem mundial."DA REVOLUO INDUSTRIAL INGLESA AO IMPERIALISMO" - Cap 1 a 5HOBSBAWM, E. Da Revoluo Industrial Inglesa ao Imperialismo. Forense, RJ, 1978, Cap 1 a 5Os primeiros captulos da referida obra de Hobsbawm so dedicados a analisar o perodo inicial da Revoluo Industrial na Gr-Bretanha, notadamente no que se refere investigao sobre as bases e os desdobramentos ocorridos nas reas rurais da Inglaterra durante a segunda metade do sculo XVIII. Mais importante que qualificar o entendimento sobre o termo Revoluo Industrial cuja fase de rpida evoluo tcnica tambm j teria siotada em outras economias que no a inglesa antes mesmo desse perodo o autor busca esclarecer, ento, atravs da anlise sobre seus antecedentes histricos, o porqu da Inglaterra ter sido a primeira nao a "sedi-la" e justamente em fins do sculo XVIII.Rica, poderosa e com notvel marinha mercante, a Inglaterra contava no sculo XVIII com uma trajetria de duzentos anos de contnuo desenvolvimento econmico. Internamente, tal condio precedia da consolidao de uma slida oligarquia liberal de base burguesa, de um lado e, de uma massa de camponeses proletrios, de outro, que servia de mo de obra s atividades manufatureiras de pequenosproprietrios rurais. Externamente, sua soberania foi fruto, fundamentalmente, da hegemonia comercial exercida sobre a "economia europia", pela conquista das suas colnias fornecedoras de matrias-primas na Amrica, alm da dominao de pontos comerciais no Oriente, que garantia "expandir novos mercados, seno cri-los" (p. 39).Diferente do que posteriormente ocorrera na maior parte dos outros pases no mundo, o processo de industrializao inglesa caracterizou-se pela produo em pequena escala de artefatos txteis, alm de outros bens de consumo no durveis, como alimentos e bebidas, produzidos por glebas familiares de pequenas, porm hbeis manufaturas, que expandiam seus investimentos por adies sucessivas baseada no aumento em vendas. Ao passo que as vendas e o lucro aumentavam, novos dispositivos mecnicos eram incorporados e, embora simples aos padres da poca, eles permitiam que cada vez menos teceles fossem necessrios para operar os teares mecnicos, muito mais produtivos que suas antigas rocas de fiar. Menos relativa s invenes tecnolgicas em si, a Revoluo Industrial se tornou to notvel ao constituir-se no primeiro movimento capaz de transformar por completo as relaes de produo dos homens na sociedade.?Projeo Histrica da Revoluo Industrial na obra de Eric J. HobsbawmMVR * Aluna do segundo termo do curso de curso de Relaes Internacionais da Universidade Federal de So Paulo.ResumoEste trabalho tem como objetivo realizar uma anlise histrica sobre a Revoluo Industrial Inglesa, que teve como marco inicial o perodo de 1780, na viso do autor Eric J. Hobsbawm. Tendo como foco a importncia da transio para produo atravs de mquinas e a mudana repentina de modo de vida da populao do Reino Unido neste perodo.Palavras-chave: Revoluo Industrial, Gr-Bretanha.AbstractThis work aims to conduct a historical analysis of the British Industrial Revolution, which had as its starting point the period of 1780, in view of the author Eric J. Hobsbawm. Focusing on the importance of the transition to production by machines and the sudden change of lifestyle of the UK population during this period.Key words: Industrial Revolution, Great Britain.INTRODUOSabe-se que durante o sculo XVIII a Gr-Bretanha j se mostrava como um pas rico e de economia em expanso devido ao comercio, mas os fatores que culminaram no processo de transio do feudalismo para o capitalismo no foram devido sua riqueza, pois outros pases da Europa se encontravam em um nvel de desenvolvimento cientifico e tecnolgico acima do presente na Gr-Bretanha.No sculo XVIII o mundo era menor e maior ao mesmo tempo, menor porque se podia chegar a apenas parte dele, ou seja era possvel para a maioria daspessoas conhecer apenas seu Estado ou seu pas, e maior porque as viagens normalmente demoravam dias ou semanas, mesmo as de pequena distncia.Os problemas que o pas apresentava no comeo da Revoluo eram simples e no necessitavam de homens com qualificaes ou escolaridade especializadas para resolve-los, portanto a industrializao tornava-se barata. Foi partindo destas pequenas mudanas que se deu o incio do que passou a revolucionar o modo de ver e pensar o mundo.Os passos iniciais foram dados em Lancashire, nas novas fbricas de algodo e depois seguiu-se o desenvolvimento para as indstrias de carvo.O historiador marxista, Hobsbawm se formou em histria na universidade de Cambridge e optou pelo comunismo em 1936. Ele volta-se para o imperialismo (fruto da Revoluo Industrial) com propriedade e vasto conhecimento no assunto.O enorme impacto que configurou a Revoluo Industrial na sociedade inglesa, bem como no restante do mundo futuramente, ser analisado neste estudo.A histria de qualquer classe no pode ser escrita se a isolarmos de outras classes, dos Estados, instituies e ideias que fornecem sua estrutura, de sua herana histrica e, obviamente, das transformaes das economias que requerem o trabalho assalariado industrial e que, portanto, criaram e transformaram as classes que o executam (HOBSBAWM, 1987, p. 13)CONTEXTO HISTRICOA partir de meados do sculo XVII a Gr-Bretanha passou a assumir a liderana do comercio Europeu, fato este que enriqueceu o pas e tornou possvel a existncia de um grande mercado consumidor interno.Ao mesmo tempo em que uma parte da populao era extremamente rica, outra parte estava disposta a trabalhar para sobreviver e no possuindo qualquer especializao aceitava faz-lo em troca de baixos salrios.Como uma potncia naval, seus marujos formavam um grupo grande de trabalhadores. Por volta de meados do sc. XVIII, o pas possua talvez 6.000 navios mercantes (...) (HOBSBAWM, 1969, p. 13).Mesmo com a manufatura e a agricultura prosperas, o comrcio era o que realmente interessava aos ingleses.O PIONEIRISMO INGLSDentre os fatores que permitiram a primazia da Gr-Bretanha na Revoluo Industrial destacaram-se a ausncia de grande imprio colonial e falta de capacidade de concorrncia com a indstria francesa de luxo, os objetivos de ganho comercial e o fortalecimento dos mesmos, atravs dos Atos de Navegao por exemplo.A Gr-Bretanha possui uma localizao geogrfica estratgica, alm de grandes reservas de carvo.Suas colnias forneciam a matria prima necessria, alm de serem uma grande potncia naval e controlarem bem o ritmo de produo, de rotas e de possurem os portos necessrios.MUDANAS NA SOCIEDADE INGLESAEm Manchester a populao aumentou entre 1760 e 1830 de 1.700 para 180.000 pessoas devido exportao de algodo, que era feita em maior parte para pases subdesenvolvidos tais como a ndia e o Extremo Oriente, alm dos ingleses possurem o monoplio at a Primeira Guerra Mundial do comercio com indianos, chineses e japoneses.No foram necessrios grandes investimentos, tampouco mo de obra qualificada, a Revoluo se deu em torno de medidas simples, bem como a implementao de iluminao a gs em 1805. Porm ela levou muitos trabalhadores domsticos fome, e as fbricas causavam perda da autonomia e independncia. Os grandes industriais preferiam contratar mulheres e crianas, pois estes eram considerados mais dceis.Graas urbanizao foram realizadas inovaes na produo de bens de capital, como o carvo,ro e ao. Antes do surgimento das ferrovias (1828) o ferro possua baixa procura, assim como o carvo e o ao que passaram a ser consumidos tambm pela siderurgia. Muito dinheiro passou a ser investido, mesmo que irracionalmente na poca, em ferrovias, como mostra o autor:A maior parte deste dinheiro investido nas ferrovias no deixou vestgios, pois na dcada de 1830 havia uma enorme acumulao de capital queimando os bolsos de seus proprietrios buscando quaisquer investimentos que prometessem rendimento maior que os 3,4% dos ttulos pblicos. Na dcada seguinte, o excedente anual que assim clamava por ser investido era estimado em 60 milhes, ou quase o dobro do valor estimado do capital total da indstria algodoeira em meados da dcada de 1830. A economia no tinha simplesmente como absorver um investimento industrial dessa magnitude, e na verdade a crescente disposio de empresrios calculistas em meter as mos nos bolsos para fazer despesas em nada lucrativas (como por exemplo, os gigantescos, medonhos e carssimos edifcios de prefeituras que as cidades do norte comearam a usar como arma em suas guerras de rivalidades, depois de 1848) atesta no s sua crescente riqueza, como tambm suas poupanas cada vez maiores, em excesso ao que as indstrias locais necessitavam para reinvestimento. (HOBSBAWM, 1969, p. 103)A renda mdia da populao crescia, muito embora a parcela menos favorecida dela se encontrasse em condies cada vez menos favorveis.Entre 1830 e 1840 ocorreu uma crise de insatisfao popular que moveu massas populares insatisfeitas, que j se apresentavam desta forma desde meados de 1810 com organizaes como o Cartismo (movimento que exigia melhores condies de trabalho, como a limitao da jornada de trabalho para oito horas e a extino do trabalho infantil) e o Ludismo (movimento que ia contra a mecanizao do trabalho), conhecido pela quebra das mquinas por trabalhadores ludistas. A verdade que as condies dos trabalhadores s pioravam enquanto a maioria dos proprietrios agrcolas passavam a investir pesadamente nas industrias, ou seja viravam capitalistas, visando um lucro cada vez maior com base na explorao dos trabalhadores industriais.Foi s partir de 1848 que investimentos passaram a serem feitos em obras pblicas, como ruas pavimentadas e praas, com elas a vida do trabalhador passou a ser um pouco melhor, pois em seus poucos momentos de descanso eles poderiam frequentar capelas por exemplo.Em 1834 foi criada a Leis dos Pobres, que determinava o recolhimento s Casas de Trabalho (Workhouses) atodos os que recorressem ao Estado. Estas Casas de Trabalho eram como as prises, nas quais os operrios trabalhavam em troca de alimento.Hobsbawm demonstra em sua obra o surgimento de uma classe trabalhadora:... o cartismo repousava firmemente sobre a fundao da conscincia de classe trabalhadora, e, na medida em que antecipava qualquer mtodo real de alcanar suas metas, colocava suas esperanas numa greve geral ou, como se dizia ento, num Ms Sagrado. Essencialmente, porm, o que mantinha coesos todos esses movimentos, ou que o revivificava aps suas peridicas derrotas e desintegraes, era a insatisfao universal de homens que se sentiam famintos numa sociedade podre de rica, escravizados num pas que se orgulhava de sua liberdade, procurando po e esperana e s recebendo em troca pedras e angstia. (HOBSBAWM, 1969 p. 86)A Lei dos Cercamentos que transformava campos antes abertos em propriedades particulares, com a justificativa de utilizao de terras antes no cultivadas, acabou expulsando camponeses de suas terras e levando uma maior concentrao de terras nas mos dos fazendeiros.O DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO INDUSTRIALDevido ao avano das manufaturas para empresas mecanizadas (implementao de maquinas), deu-se o incio do desenvolvimento do capitalismo industrial. O autor Maurice Dobb demonstra em sua obra como foi iniciado o processo de acumulao de capital:Uma era de alterao tcnica que rapidamente aumentava a produtividade do trabalho testemunhou tambm um aumento natural anormalmente rpido nas fileiras do proletariado, juntamente com uma srie de acontecimentos que alargaram simultaneamente o terreno de investimento e o mercado dos bens de consumo em grau sem precedente. Vimos com que aperturas nos sculos anteriores o crescimento da indstria capitalista foi dificultado pela estreiteza do mercado e sua expanso ameaada pela baixa produtividade imposta pelos mtodos de produo no perodo, sendo esses obstculos reforados de quando em vez pela escassez de mo de obra. Na revoluo industrial essas barreiras foram simultaneamente varridas e, em vez disso, a acumulao e o investimento de capital se viram, a cada ponto no quadrante econmico, diante de horizontes cada vez mais amplos para incit-los. (DOBB, 1971, p. 314/315)O mercantilismo trata-se de um conjunto de ideias e polticas econmicas do capitalismo comercial. A acumulao da classe alta passou a transformar ttulos e bens em meios de produo. Era necessrio ter astcia para transformar investimentos em negcios extremamente lucrativos.O Florescimento do capitalismo industrial exigia no apenas a transferncia de ttulos e riqueza para mos da burguesia, mas tambm a concentrao em poucas mos.A concentrao de renda nas mos dos grandes industriais passou a ser cada vez maior, bem como a explorao dos trabalhadores, os quais ganhavam salrios extremamente baixos, que apenas davam para sua sobrevivncia. O crescimento nas cidades industriais foi desordenado e deve-se em grande parte ao elevado nmero de trabalhadores que deixaram o campo para procurar empregos nas cidades.A AGRICULTURAMesmo antes da Revoluo Industrial, a agricultura no representava para a economia da Gr-Bretanha o mesmo que entre os outros pases. Porm, como possua muitos portos martimos ela mantinha preos elevados, sabendo estar imune concorrncia.Os grandes proprietrios de terra mandavam na poltica e vida social, mantendo muita influncia. Como se pode ver no trecho:A estrutura bsica da posse de terra e da lavoura j estava estabelecida em meados do sc. XVIII e nas primeiras dcadas da Revoluo Industrial. A Inglaterra era um pas de grandes latifundirios, cujas terras eram cultivadas por meeiros e trabalhadores contratados. Tal estrutura ainda se encontrava parcialmente encoberta por uma camada de trabalhadores com minsculas parcelas economicamente marginais, e de outros trabalhadores independentes ou semi-independentes, mas esse fato no deve obscurecer a transformao fundamental que j se realizara. Em 1790 os proprietrios rurais possuam talvez trs quartos da terra cultivada; outros 15% a 20% achavam-se nas mos de pequenos proprietrios; e o campesinato, no sentido normal da palavra, no existia mais. Entre a agricultura parcialmente modernizada deste perodo e a lavoura inteiramente modernizada do comeo do sc. XIX s havia (ou parecia haver) uma diferena de grau, e no de natureza, tanto mais porque o grosso do aumento de produtividade por homem durante o sc. XVIII parece ter ocorrido antes de 1750. (HOBSBAWM,1969, p. 89)A terra era um estilo de vida e os fazendeiros tinham medo de que fosse gerado um excedente de pobres rurais. Estes pobres, por sua vez no desejavam abandonar a vida que eram acostumados h geraes a ter, mas os grandes proprietrios foram orientados a forar esta sada dos pobres para as cidades.Os ricos passaram assim a investir no exterior:Em 1870, ao redor de 700 milhes estavam investidos em pases estrangeiros, e mais de um quarto deste dinheiro achava-se aplicado na crescente economia industrial dos Estados Unidos, tanto assim que o subsequente e extraordinrio crescimento das propriedades britnicas no exterior poderia ter se realizado sem muita exportao adicional de capital, simplesmente atravs do reinvestimento dos juros e dividendos do que j se achava no exterior. (HOBSBAWM, 1969, p. 109)A GRANDE DEPRESSOEntre 1873 e 1896 vigorou o perodo conhecido como Grande Depresso, um perodo de intranquilidade da populao em relao economia inglesa. Houve uma grande queda nas taxas de preos, juros e lucros, assim a Gr-Bretanha deixou de ser a oficina mecnica do mundo e passou a ser apenas uma das trs maiores potncias mundiais. Alimentos baratos passaram a ser encontrados, fazendo com que o mercado agrcola entrasse em colapso.Os historiadores explicam essa fase como sendo produto do termino das construes das estradas de ferro, os capitalistas estavam acostumados a receber lucros provindos de pases subdesenvolvidos, quando isso deixou de ocorrer, ou passou a ocorrercom menos frequncia, a economia britnica entrou em colapso. Como pode-se verificar no trecho:A construo ferroviria no pas no representava de modo algum toda a importncia das ferrovias para o investimento e a indstria pesada na Inglaterra. Embora geralmente tenhamos presentes os anos seguintes a 1880 e a dcada anterior a 1914, ao falarmos de exportao de capital no devemos esquecer que o investimento no exterior desempenhou papel muito longe de desprezvel nos meados do sculo XIX, tomando nessa poca principalmente a forma de emprstimos a governos, e no de investimento direto, como mais tarde sucederia. Tal investimento no exterior, entretanto, dirigia-se afinal construo ferroviria em grande escala e servia a funo dupla de proporcionar uma sada lucrativa para o capital e tambm estimular a exportao de bens de capital ingleses. (DOBB, 1971, p. 362)Com esta crise os outros pases que compravam produtos da Gr-Bretanha perceberam que poderiam passar a produzir para si prprios, a Gr-Bretanha portanto teve que apelar para o imperialismo ou seja, explorar outras reas do mundo. Como pode-se observar:Cabe apontar ainda outra consequncia da era da Grande Depresso, ou seja, o surgimento de um grupo competidos de potencias adiantadas do ponto de vista industrial e econmico. Trata-se da fuso da rivalidade poltica e da econmica, fuso da iniciativa privada com o apoio governamental, j visvel no incremento do protecionismo do atrito imperialista. Cada vez mais o empresariado, de umamaneira ou de outra, recorria ao Estado no s para pedir carta branca como tambm para pedir auxlio. Surgiu uma nova dimenso na poltica internacional. E, sintomaticamente, aps um longo perodo de paz, as grandes potncias inauguram novo perodo de guerras mundiais. (HOBSBAWM, 1969, p. 123)Pode-se assim dizer que a Grande Depresso alterou profundamente as relaes econmicas da Gr-Bretanha.OS TRABALHADORES E O SINDICALISMOO sindicalismo foi reconhecido na dcada de 1870, mas o nmero de trabalhadores organizados apenas aumentou em cerca de 500.000, o que demonstra que muitos setores ainda encontravam-se desorganizados.Quando um trabalhador perdia seu emprego ele no poderia recorrer nada, e isto acontecia de uma hora para outra pois no existiam leis que o protegia. A populao desqualificada era obrigada a aceitar estas condies pois caso contrrio, estaria sujeita a passar fome.O chamado estilo de vida da classe trabalhadora inglesa surgiu entre 1870 e 1900 e pde ser considerado o primeiro momento desde a Revoluo Industrial no qual a classe trabalhadora poderia ter um abrigo seguro, embora no fosse uma vida muito rica nem boa, j era um avano.Evidentemente, o ltimo quartel do sc. XIX foi um perodo em que a vida tornou-se muito mais fcil e variada para a classe trabalhadora, muito embora a era eduardiana trouxesse um retrocesso. No obstante, tendncias no so fatos consumados, e o quadro das condies sociais revelados pelas pesquisas da poca muitas vezes para chocante surpresa dospesquisadores era ttrico. Era o quadro de uma classe trabalhadora definhada e debilitada por um sculo de industrialismo. Na dcada de 1870, os meninos de 11 ou 12 anos que estudavam nas escolas pblicas da classe alta eram em mdia 12,5 centmetros mais altos que os das escolas industriais; dos 13 aos 19 anos, eram 7,5 centmetros mais altos do que os filhos de artesos. Em 1917, quando o povo britnico pela primeira vez passou por um exame mdico em massa, devido ao servio militar, inclua 10% de rapazes totalmente incapazes para o exrcito, 41,5% (48% a 49% em Londres) com acentuadas incapacidades, 22% com incapacidades parciais e apenas 1/3 em condies satisfatrias. A Gr-Bretanha era um pas habitado por uma massa estoica de pessoas destinadas a passar a vida numa situao de subsistncia mnima e incerta, at que a velhice as atirasse ao monstro da Lei dos Pobres, subalimentadas, mal abrigadas e mal vestidas. Pelo padro de 1965, ou mesmo de 1939, mal comeara ainda a ascenso da classe trabalhadora para um nvel humano modesto. (HOBSBAWM, 1969, p. 159)Em 1880 o socialismo reapareceu, com a criao de novos sindicatos e partidos trabalhistas. Em 1900 deu-se a criao do Partido Trabalhista. Uma transformao poltica geral finalmente iniciava, com a concesso do direito ao voto aos trabalhadores em 1884-85 esta classe passou a ter uma influncia maior sobre os partidos polticos.O DECLNIOA economia da Gr-Bretanha, indubitavelmente beneficiava os ricos em detrimento dos pobres, logo as empresas grandes tendiam crescer cada vez mais e o Estado se abstinha de interferncia. Observando a seguinte passagem, possvel compreender melhor o incio do declnio:Por mais fortes que soprassem os ventos da mudana em outras paragens, assim que atravessavam o Canal, chegando Gr-Bretanha, tornaram-se simples brisa. (...) a Gr-Bretanha atrasou-se em relao a seus rivais. E isto era mais surpreendente, para no dizer doloroso, porque tais rivais ocupavam campos que a prpria Gr-Bretanha fora a primeira a trilhar antes de abandon-los. A sbita transformao da economia industrial mais dinmica na mais retardada e conservadora, no curto prazo de 30 ou 40 anos (1860-90/1900), constitui a questo crucial da histria econmica britnica. Depois da dcada de 1890 podemos perguntar por que se fez to pouco para restaurar o dinamismo da economia, e podemos culpar as geraes posteriores quela data por agravarem a situao. Entretanto, tudo isso equivale a pr trancas na casa depois de ter sido roubada. E o desastre aconteceu entre meados do sculo e a dcada de 1890. (HOBSBAWM, 1969, p. 173)Sabemos que a Gr-Bretanha poderia apresentar os melhores resultados por ter sido a pioneira a se industrializar, porem as indstrias britnicas possuem fraco desempenho em relao s de outros pases no referente s inovaes cientifico-tecnolgicas.A indstria britnica de ferro e ao deixou de acompanhar os aperfeioamentos pelos quais passaram as indstrias de outros pases, alm de passar a ter menor produtividade que ada alem e da norte-americana por exemplo.Tudo isso explica-se pela dificuldade de adaptao mudanas por parte dos britnicos. Algumas teorias dizem que quando o capitalista britnico era absorvido pela aristocracia este deixava de se esforar, pois j possua aquilo que desejava para sua vida, e isto foi se fortalecendo ao longo de geraes, e assim foram perdendo o espirito de empreendedorismo. Mas a mais comum faz referncia ao longo perodo de tempo no qual a Gr-Bretanha manteve-se como potncia industrial, mantida por condies daquela poca, que no poderiam prevalecer por mais muito tempo pois as mudanas que teriam de ser feitas seriam caras e exigiriam um nvel maior de desenvolvimento tecnolgico.Levando estes fatos em considerao, a economia britnica passou a se fixar no comrcio e nas operaes financeiras, deixando a indstria um pouco de lado. Hobsbawm ressalta este declnio no trecho:A Gr-Bretanha, podemos dizer, estava se tornando uma economia mais parasitria que competitiva, vivendo do que sobrava do monoplio mundial, do mundo subdesenvolvido, de suas acumulaes de riquezas no passado e do progresso de suas rivais. (HOBSBAWM, 1969, p. 187-188)CONCLUSOEm suma, com a anlise realizada neste estudo, temos que a Revoluo Industrial estimulou o consumo atravs do barateamento de produtos pela produo mais eficiente e rpida com o auxlio de mquinas. Estas substituam a mo de obra humana, e como a oferta de trabalho era muito grande, tornava-se barata.Esta, que mudou a vida da sociedade como um todo, causando o xodo rural e dando uma enorme importncia s cidades trouxe enormes inovaes tecnolgicas mas tambm misria, pobreza, poluio ambiental e crescimento desordenado de cidades.As classes ricas passaram a acumular dinheiro to rapidamente que no possuam mais onde investir.Possibilitando Gr-Bretanha ser a nica nao realmente industrializada em anos, causou um enorme avano econmico.Seus resultados foram vrios, como o grande impacto causado sobre a estrutura da sociedade, inovao tecnolgica, encerramento da fase de transio do feudalismo para o capitalismo.BibliografiaHOBSBAWM, Eric. Mundos do trabalho: novos estudos sobre Histria Operaria. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1987.HOBSBAWM, Eric. A era das revolues 1789 1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.HOBSBAWM, Eric. Da Revoluo Inglesa ao Imperialismo, Forense Universitaria, Rio de Janeiro.1969.DOBB, Maurice. A evoluo do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.THOMPSON, E. P. A formao da classe operria inglesa I: a rvore da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.CAMPOS, Ricardo Luiz Sapia * - REDD Revista Espao de Dilogo e Desconexo, Araraquara, v. 5, n. 1, jul/dez. 2012. UNESP Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Cincias e Letras Departamento de Sociologia. *Coordenador do Grupo de Estudos: Capitalismo Cognitivo, ruralidade e agricultura Araraquara SP - Brasil. 14.800-901 - [email protected]