Pgina 1

com Prof. Bussunda

IDADE CONTEMPORNEA

Imperialismo

Com a 2 Revoluo Industrial iniciou-se uma nova fase da economia capitalista,

marcada pela concentrao da produo e do capital em torno de grandes

empresas ou associaes de empresas, que foram vencendo as empresas mais

fracas. Surgiram, ento, os monoplios industriais, que eliminavam a concorrncia

e podiam fixar preos em busca de maiores lucros.

Para expandir a produo industrial, o capitalismo precisava conquistar novos

mercados. O alvo desta expanso foram as naes pobres que no haviam

desenvolvido a sua indstria. Adotando uma poltica imperialista, as grandes

potncias foram responsveis pelo Neocolonialismo. [o nome Neocolonialismo

aplicado no sculo XIX e XX, enquanto a denominao colonialismo refere-se ao

contexto da Idade Moderna, na poca da colonizao das Amricas.]

Neocolonialismo do sculo XIX

rea principal de dominao :frica e sia

Fase do capitalismo: Capitalismo financeiro e monopolista (industrial)

Protagonistas: Burguesia financeiro-industrial e Estados da Europa, tambm EUA e Japo

Causas: Reserva de mercado para a produo industrial Garantia de fornecimento de matrias-primas, como carvo, ferro, petrleo e metais preciosos Controle de mercados externos para investimento de capitais excedentes reas para excedente populacional europeu

Justificativas: O homem branco tem a misso civilizadora de espalhar o progresso tcnico-cientfico pelo mundo; Darwinismo Social.

Pgina 2

com Prof. Bussunda

Partilha da frica

Mais de 90% das terras africanas foram dominadas por naes europias Frana e Inglaterra foram as principais. O marco para a diviso da frica foi a Conferncia de Berlim (1885), que

objetivava delimitar os territrios coloniais e estabelecer normas para a partilha

do continente.

Partilha da sia

A expanso europia enfrentou forte resistncia em pases como China e Japo.

Entretanto, o poderio militar dos europeus, aliado ao dos EUA, foi vencendo,

gradativamente, a resistncia dos diversos povos asiticos. A partir de 1867, o prprio

Japo entrou numa fase de rpida modernizao de sua estrutura socioeconmica,

dando incio ao processo que iria levar este pas a ser uma potncia imperialista.

Pgina 3

com Prof. Bussunda

Desde 1763 este pas era um protetorado ingls, sendo que a Inglaterra a) ndia:

ocupava a maior parte dos cargos administrativos do pas

Guerra dos Sipaios o nacionalismo indiano era alimentado pela crescente presena

inglesa. Em 1857 ocorreu a Guerra dos Sipaios, que lutou contra a dominao. Os

sipaios eram membros da milcia nativa organizada pela Inglaterra para servir Coroa.

A rebelio comeou nas unidades militares, contra os oficiais ingleses. Os revoltosos

foram sufocados em 1859. Anos mais tarde, em 1876, a rainha Vitria seria coroada

como imperatriz da ndia.

Em meados do sculo XIX a China representava um grande mercado b) China:

consumidor. Isto atraiu as vrias potncias imperialistas para este pas. Atravs de

diversas guerras e conflitos a China acabou sendo subjugada.

Guerra do pio (1841) O pio era utilizado pelos chineses, at o sculo XVIII, como

medicamento. Como os ingleses produziam grandes quantidades dessas drogas em

seus domnios indianos, estes foraram o mercado para exportar o pio para a China,

disseminando o vcio entre os seus habitantes.

Em 1839 as autoridades chinesas obrigaram o representante britnico a jogar no mar

mais de 20 mil caixas de pio. Como os chineses se negaram a pagar a indenizao

pelos produtos ingleses, iniciou-se a Guerra do pio. Em 1842, a China foi obrigada a

assinar o Tratado de Nanquim, pelo qual abria cinco de seus portos ao livre comrcio,

abolia o sistema fiscal e entregava Hong Kong Inglaterra.

Guerra dos Boxers (1900) Os chineses nacionalistas do grupo dos Boxers, ou os

Punhos Fechados objetivavam libertar o pas do jugo imperialista dos ingleses. Em

1900 organizaram uma grande rebelio onde morreram mais de 200 estrangeiros. A

represlia foi feita por uma fora expedicionria internacional composta por ingleses,

franceses, alemes, russos, japoneses e norte-americanos.

: No sculo XIX, o Japo era dominado por uma aristocracia apoiada numa c) Japo

classe de guerreiros profissionais, os Samurais. A estrutura era ainda Feudal. Apesar de

os japoneses terem um imperador (micado), o comando poltico efetivo cabia ao

Xogunato (comandante militar).

Os EUA Chegam ao Japo Em 1854 uma esquadra norte-americana chegou ao

Japo e forou a abertura dos portos japoneses ao comrcio mundial. Tinha inicio a

europeizao do pas.

Pgina 4

com Prof. Bussunda

Devido a passividade do Xogunato quanto entrada dos americanos, os grupos

nacionalistas uniram-se em torno do imperador Mutsuhito, que promoveu a

centralizao poltica e inaugurou uma nova fase da histria japonesa.

Era Meiji a partir de 1868 o Japo comeava a desenvolver sua indstria e se

modernizava. O Japo deixava de ser um pas feudal para se tornar um dos pases

Capitalistas imperialistas.

O filme O ltimo Samurai (2003) tem como pano de fundo a Revoluo Meiji, da centralizao poltica no

Japo.

Mapa: partilha da sia

Pgina 5

com Prof. Bussunda

EXTRA: Mundo partilhado

TESTES

1. (Enem 2009) A formao dos Estados foi certamente distinta na Europa, na Amrica Latina, na frica e na sia. Os Estados atuais, em especial na Amrica Latina onde as instituies das populaes locais existentes poca da conquista ou foram eliminadas, como no caso do Mxico e do Peru, ou eram frgeis, como no caso do Brasil , so o resultado, em geral, da evoluo do transplante de instituies europeias feito pelas metrpoles para suas colnias. Na frica, as colnias tiveram fronteiras arbitrariamente traadas, separando etnias, idiomas e tradies, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonizao, dando razo para conflitos que, muitas vezes, tm sua verdadeira origem em disputas pela explorao de recursos naturais. Na sia, a colonizao europeia se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas polticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superps. Hoje, aquelas formas anteriores de organizao, ou pelo menos seu esprito, sobrevivem nas organizaes polticas do Estado asitico.

GUIMARES, S. P. Nao, nacionalismo, Estado. Estudos Avanados. So Paulo: EdUSP, v. 22, n. 62, jan.- abr. 2008 (adaptado).

Relacionando as informaes ao contexto histrico e geogrfico por elas evocado, assinale a opo correta acerca do processo de formao socioeconmica dos continentes mencionados no texto.

Pgina 6

com Prof. Bussunda

a) Devido falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos tnicos e culturais como os ocorridos na frica estiveram ausentes no perodo da independncia e formao do Estado brasileiro.

b) A maior distino entre os processos histrico formativos dos continentes citados a que se estabelece entre colonizador e colonizado, ou seja, entre a Europa e os demais.

c) poca das conquistas, a Amrica Latina, a frica e a sia tinham sistemas polticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.

d) Comparadas ao Mxico e ao Peru, as instituies brasileiras, por terem sido eliminadas poca da conquista, sofreram mais influncia dos modelos institucionais europeus.

e) O modelo histrico da formao do Estado asitico equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o esprito das formas de organizao anteriores conquista.

2. (ENEM 2002) O continente africano em seu conjunto apresenta 44% de suas fronteiras apoiadas em

meridianos e paralelos; 30% por linhas retas e arqueadas, e apenas 26% se referem a

limites naturais que geralmente coincidem com os de locais de habitao dos grupos

tnicos.

MARTIN, A. R. Fronteiras e Naes. Contexto, So Paulo, 1998.

Diferente do continente americano, onde quase que a totalidade das fronteiras obedecem a limites naturais, a frica apresenta as caractersticas citadas em virtude, principalmente, a) da sua recente demarcao, que contou com tcnicas cartogrficas antes

desconhecidas. b) dos interesses de pases europeus preocupados com a partilha dos seus

recursos naturais. c) das extensas reas desrticas que dificultam a demarcao dos limites

naturais. d) da natureza nmade das populao africanas, especialmente aquelas oriundas

da frica Subsaariana. e) da grande extenso longitudinal, o que demandaria enormes gastos para

demarcao.

Pgina 7

com Prof. Bussunda

3. (ENEM 2005) Um professor apresentou os mapas abaixo numa aula sobre as implicaes da formao das fronteiras no continente africano.

Com base na aula e na observao dos mapas, os alunos fizeram trs afirmativas: I- A brutal diferena entre as fronteiras polticas e as fronteiras tnicas no continente africano aponta para a artificialidade em uma diviso com objetivo de atender apenas aos interesses da maior potncia capitalista na poca da descolonizao. II- As fronteiras polticas jogaram a frica em uma situao de constante tenso ao desprezar a diversidade tnica e cultural, acirrando conflitos entre tribos rivais. III- As fronteiras artificiais criadas no contexto do colonialismo, aps os processos de independncia, fizeram da frica um continente marcado por guerras civis, golpes de estado e conflitos tnicos e religiosos. verdadeiro apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 4. (ENEM 2002) Um jornalista publicou um texto do qual esto transcritos trechos do primeiro e do ltimo pargrafos:

Mamezinha, minhas mozinhas vo crescer de novo?. Jamais esquecerei a cena que

vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que

trocava os curativos de seus dois cotos de braos. (...).

......................................................................................................................................................................

Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade no tem acesso s

necessidade bsicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o campons

afego, a criana faminta do Sudo, o Severino da cesta bsica e o corretor de Wall

Street? Como explicar ao menino de Bagd que morre por falta de remdios, bloqueados

pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o

que aconteceu nos Estados Unidos um absurdo? Vejam Grozny, a capital da

Chechnia, arrasada pelos russos. Algum se incomodou com os sofrimentos e as

milhares de vtimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar menina da

Costa do Marfim o sentido da palavra .civilizao. quando ela descobrir que suas mos

no crescero jamais? ..

UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001.

Pgina 8

com Prof. Bussunda

Apresentam-se, abaixo, algumas afirmaes tambm retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado : a) tristeza e indignao so grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque.

b) ao longo da histria, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas.

c) a Europa nos explorou vergonhosamente.

d) o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve.

e) os negcios das indstrias de armas continuam de vento em popa. 5. (ENEM 2008) William James Herschel, coletor do governo ingls, iniciou na ndia seus estudos sobre as impresses digitais ao tomar as impresses digitais dos nativos nos contratos que firmavam com o governo. Essas impresses serviam de assinatura. Aplicou-as, ento, aos registros de falecimentos e usou esse processo nas prises inglesas, na ndia, para reconhecimento dos fugitivos. Henry Faulds, outro ingls, mdico de hospital em Tquio, contribuiu para o estudo da datiloscopia. Examinando impresses digitais em peas de cermica pr-histrica japonesa, previu a possibilidade de se descobrir um criminoso pela identificao das linhas papilares e preconizou uma tcnica para a tomada de impresses digitais, utilizando-se de uma placa de estanho e de tinta de imprensa.

Internet: (com adaptaes). Que tipo de relao orientava os esforos que levaram descoberta das impresses digitais pelos ingleses e, posteriormente, sua utilizao nos dois pases asiticos? a) De fraternidade, j que ambos visavam aos mesmos fins, ou seja, autenticar

contratos. b) De dominao, j que os nativos puderam identificar os ingleses falecidos com

mais facilidade. c) De controle cultural, j que Faulds usou a tcnica para libertar os detidos nas

prises japonesas. d) De colonizador-colonizado, j que, na ndia, a inveno foi usada em favor dos

interesses da coroa inglesa. e) De mdico-paciente, j que Faulds trabalhava em um hospital de Tquio.

Gabarito: 1.b / 2.b / 3.e / 4.b / 5.d