resenha da obra de ingedore

3
Resenha Da Obra De Ingedore Goiânia, 16 de janeiro de 2012. Universidade Estadual de Goiás- Unidade Laranjeiras Curso : Letras 1º ano Disciplina: Leitura e Produção Textual Resenha KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça- A coesão textual / 19 ed. São Paulo A obra Coesão Textual, de Ingedore Grunfeld Villaça Koch, aborda a temática Coesão Textual, conforme aponta o próprio título. Ingedore Grunfeld Villaça Koch é professora com graduação em Letras - Português Literatura pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo, é mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, doutora em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e fez seu pós doutorado na Pós-Doutorado Universität Tübingen, Alemanha. Leciona na Unicamp desde 1985. Ingedore é uma referência nacional em línguística aplicada, atuando, principalmente, com linguística textual, leitura e interpretação e semântica e estilística. Seus livros são bibliografias básicas de qualquer curso de letras do Brasil. Na Obra em estudo a autora subdivide a temática em quatro capítulos, intitulados: “O que é a linguística textual”; “Coesão textual: conceitos e mecanismos”; “A coesão referencial” e “A Coesão seqüencial”; sendo que todos estão dentro do ramo da Linguística, a que é denominada Linguística do Texto. No primeiro capítulo , Koch discute o que seria Linguística Textual, que tem como os principais representantes estudiosos como: Beaugrande e Dressler, que se dedica ao estudo dos principais critérios ou padrões de textualidade e do processamento cognitivo do texto, eles apontam como critérios de textualidade a coesão e a coerência(centrados no texto) e a informatividade, a situcionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade e a aceitabilidade (centrados no usuário); Givón e outros estudiosos filiados á linha americana da Análise de Discurso- que apresentam um estudo preocupado com as formas de construção linguística dos textos enquanto sequência de frases; Weinrich acredita que toda linguística é linguística de texto, e assim temos também Van Dijk que foca seu trabalho no estudo das macroestruturas textuais. Petofi que se empenhou na construção de uma teoria semiótica dos textos verbais a que denominou TeSWeST, visando ao relacionamento entre estrutura de um texto e a interpretação extensional; E por último Schmidt, para quem texto é qualquer expressão de um conjunto linguístico num ato de comunicação. Foi de muita importância a autora introduzir o princípio básico de cada um desses linguistas mencionados, pois assim o leitor da obra terá um referencial para aprofundar seus conhecimentos no princípio que mais se identificar. Podendo a Linguística ser levada para o campo da pesquisa e discussão sobre o que configura um texto, ser classificado como um texto;

Upload: silvana-muraro

Post on 06-Sep-2015

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Pedagogia

TRANSCRIPT

Resenha Da Obra De IngedoreGoinia, 16 de janeiro de 2012.Universidade Estadual de Gois- Unidade LaranjeirasCurso : Letras 1 anoDisciplina: Leitura e Produo Textual

Resenha

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaa- A coeso textual/ 19 ed. So Paulo

A obra Coeso Textual, de Ingedore Grunfeld Villaa Koch, aborda a temtica Coeso Textual, conforme aponta o prprio ttulo. Ingedore Grunfeld Villaa Koch professora com graduao em Letras - Portugus Literatura pela Faculdade de Filosofia Cincias e Letras, graduao em Cincias Jurdicas e Sociais pela Universidade de So Paulo, mestre em Lngua Portuguesa pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, doutora em Lngua Portuguesa pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, e fez seu ps doutorado na Ps-Doutorado Universitt Tbingen, Alemanha. Leciona na Unicamp desde 1985. Ingedore uma referncia nacional em lngustica aplicada, atuando, principalmente, com lingustica textual, leitura e interpretao e semntica e estilstica. Seus livros so bibliografias bsicas de qualquer curso de letras do Brasil.Na Obra em estudo a autora subdivide a temtica em quatro captulos, intitulados: O que a lingustica textual; Coeso textual: conceitos e mecanismos; A coeso referencial e A Coeso seqencial; sendo que todos esto dentro do ramo da Lingustica, a que denominada Lingustica do Texto.No primeiro captulo, Koch discute o que seria Lingustica Textual, que tem como os principais representantes estudiosos como: Beaugrande e Dressler, que se dedica ao estudo dos principais critrios ou padres de textualidade e do processamento cognitivo do texto, eles apontam como critrios de textualidade a coeso e a coerncia(centrados no texto) e a informatividade, a situcionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade e a aceitabilidade (centrados no usurio); Givn e outros estudiosos filiados linha americana da Anlise de Discurso- que apresentam um estudo preocupado com as formas de construo lingustica dos textos enquanto sequncia de frases; Weinrich acredita que toda lingustica lingustica de texto, e assim temos tambm Van Dijk que foca seu trabalho no estudo das macroestruturas textuais. Petofi que se empenhou na construo de uma teoria semitica dos textos verbais a que denominou TeSWeST, visando ao relacionamento entre estrutura de um texto e a interpretao extensional; E por ltimo Schmidt, para quem texto qualquer expresso de um conjunto lingustico num ato de comunicao.Foi de muita importncia a autora introduzir o princpio bsico de cada um desses linguistas mencionados, pois assim o leitor da obra ter um referencial para aprofundar seus conhecimentos no princpio que mais se identificar. Podendo a Lingustica ser levada para o campo da pesquisa e discusso sobre o que configura um texto, ser classificado como um texto; ficando claro que a lingustica textual tem como objeto de estudo a investigao do texto, no a palavra ou frase isolada. No segundo captulo, a autora busca conceituar coeso textual e seus mecanismos. Ela busca introduzir o contedo partindo de textos recheados de mecanismos, tendo o leitor uma viso real dos mesmos, j que perceber com clareza a importncia dos elementos da lngua, que tem como principal funo estabelecer relaes textuais, outros mecanismos tem a funo de assimilar relaes de sentido entre enunciados, de oposio, finalidade, consequncia, localizao temporal, explicao, adio de argumentos ou ideias. Sendo atravs destes mecanismos que o ocorre a tessitura do texto. Neste captulo Koch apresenta conceitos de coeso textual na viso de alguns linguistas, como Halliday e Hasan que definem que a coeso ocorre quando a interpretao de algum elemento no discurso dependente de outro. Um pressupe o outro, no sentido de que no pode ser efetivamente decodificado a no ser por recurso ao outro. Os principais mecanismos de coeso apresentados so a referncia, a substituio, a elipse, a conjuno e a coeso lexical.Koch no estudo de coeso referencial, classifica como sendo referncia os elementos da lngua que no podem ser interpretados semanticamente. A referncia pode ser exofrica, quando a remisso feita a algum elemento da situao comunicativa, estando o referente fora do texto; e endofrica quando o referente se acha no texto. Sendo que quando o referente precede o item coesivo tem-se a anfora, se vem aps tem-se a catfora. A substituio conceituada como sendo a colocao de um item em lugar de outro elemento do texto, ou mesmo de uma orao inteira. A Elipse uma substituio por zero: omite-se um item lexical, um sintagma, uma orao ou todo um enunciado facilmente recuperveis pelo contexto. A conjuno o mecanismo que permite estabelecer relaes significativas especficas entre elementos ou oraes do texto . E a coeso lexical que obtida atravs de dois mecanismos: a reiterao e a colocao. No terceiro captulo, a coeso referencial conceituada como aquela em que um componente da superfcie do texto faz remisso a outro(s) elemento(s) nela presentes ou inferveis a partir do universo textual. Esse elemento de referncia tem uma ampla abrangncia, podendo ser um nome, um sintagma, um fragmento de orao, uma orao ou todo um enunciado.Koch, aparada em Kallmeyer, diz que a relao de referncia no estabelece apenas entre a forma remissiva e o elemento referncia, mas tambm entre os contextos que envolvem ambos. A remisso como vimos pode ser feita atravs de anfora ou catfora.Segundo a Autora, a maioria dos estudos sobre coeso referencial parte do pressuposto que existe identidade de referncia entre a forma remissiva e seu referente textual. As principais formas remissivas em portugus podem ser de ordem gramatical ou lexical. As gramaticais so duas, sendo: remissivas gramaticais presas, conceituadas com as que acompanham um nome, antecedendo-o e tambm ao modificador anteposto ao nome dentro do grupo nominal e as remissivas gramaticais livres, os pronomes pessoais da 3 pessoa e os pronomes substantivos em geral e os advrbios pronominais. As formas remissivas de ordem lexical seriam grupos nominais definidos, que fornecem em grande parte instrues de concordncia e sentido, ou seja fazem referncia ao mundo extralingustico. As formas remissivas lexicais conseguem trazer instrues de conexo, designando referentes extralingusticos. Estas remissivas se do atravs de: expresses ou grupos nominais definidos, nominalizaes, expresses sinnimas ou quase sinnimas, hipernimos ou indicadores de classe.As expresses adverbiais do tipo : acima, abaixo, a seguir, assim , etc, so formas remissivas diticas, que atuam anafrica ou cataforicamente, indicando normalmente para pores maiores do texto.Acredito que as formas remissivas tem funo muito importante, pois informam a sequncia lgica da argumentao de um autor dentro do texto.E no quarto e ltimo captulo, temos A Coeso Sequencial ou Sequenciao que uma modalidade de coeso textual, que diz respeito aos procedimentos lingusticos por meio dos quais se estabelece diversos tipos de relaes semnticas.Assim, o estudo da coeso sequencial focado na progresso textual, que poder ser feita com ou sem elementos recorrentes. Sendo a sequenciao parafrstica com procedimento de recorrncia e na sequenciao frstica aquela sem procedimento de recorrncia a escrita. Deste modo a sequenciao parafrstica existe a utilizao de procedimentos de recorrncia como: recorrncia de termos, em que se reitera um mesmo item lexical, recorrncia de estruturas paralelismo sinttico, a progresso se faz utilizando as mesmas estruturas sintticas, preenchidas como itens lexicais diferentes; recorrncia de contedos semnticos-parfrase, ocorre quando se tem um mesmo elemento semntico apresentado de forma estrutural diferente; recorrncia de recursos fonolgicos segmentais e/ou supra-segmentais ocorre quando existentes uma variante com igualdade de metro, ritmo, rima, assonncia, aliterao etc; recorrncia de tempo e aspecto verbal, em que se examina os tempos verbais de acordo com trs caractersticas constitutivas do sistema temporal: a atitude comunicativa, a perspectiva e o relevo. bom lembrar que praticamente todos os conceitos apresentados por Koch so seguidos de exemplos encontrados em textos apresentados no decorrer da obra, o que facilita ao leitor ter uma viso prtica de como usar os recursos apresentados.Finalizando, esta obra poder ser vista como uma referncia para qualquer tipo de pesquisa e/ou estudo. Todavia bom salientar que o leitor j dever ter uma viso um pouco mais aprofundada sobre coeso textual. Resumindo a viso que ficou sobre coeso textual, descrevo o pensamento de Halliday, escritora citada durante toda a obra : "a coeso no nos revela a significao do texto, revela-nos a construo do texto enquanto edifcio semntico."

Obra resenhada por Ceila Maria Dias Alves