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Informativo da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Nº 30 jul ago set 2016 MaiSBEM Repórter Médico XII COPEM aposta na inovação A brimos espaço nesta 30ª edição do MaiSBEM para anunciar a realização do XII Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia (XII COPEM). O evento, que por tradição reúne o melhor do pensamento científico paulista nas respectivas especialidades e visa incentivar a formação de jovens pesquisadores, já tem data e local: 25 a 27 de maio de 2017, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. “Nós, da Comissão Organizadora, assumimos essa missão com grande senso de responsabilidade, cientes do dever de preservar os princípios pétreos do COPEM aliados aos interesses dos endocrinologistas clínicos. Sabíamos de cada desafio, do cenário econômico atual e da necessidade de propostas criativas, articuladas e inovadoras para construir um evento atraente e enriquecedor ao seu público-alvo e comunidade científica”, declara Dr. José Augusto Sgarbi, presidente da Comissão, que inclui também os Drs. Cleber Camacho (Unifesp, Uninove), Elaine Frade Costa (USP - São Paulo), Gláucia Mazeto (Unesp - Botucatu), Margareth Castro (USP - Ribeirão Preto), Nina Musolino (USP - São Paulo) e Osmar Monte (Santa Casa - São Paulo). Com estimativa de reunir 1.600 pessoas, o XII COPEM é voltado para endocrinologistas clínicos, médicos residentes em Endocrinologia e jovens investigadores, além de outros profissionais de áreas correlatas da Saúde. O formato do evento prevê a realização de sessões interativas, debates, discussão de casos clínicos e, pela primeira vez no COPEM, o espaço Meet Professor, onde os participantes poderão interagir mais informalmente com um especialista renomado sobre determinado assunto, geralmente de muito interesse clínico. “Nosso tema central será a ‘Inovação’, em diferentes sentidos. Procuraremos trazer um olhar futurista para o XII COPEM, com modificações nas apresentações, que serão muito mais interativas, e enfoque que privilegie a clínica. Mesmo que a aula seja de pesquisa, todos os palestrantes serão brifados para sempre reforçar o link com a clínica. Porque eu acredito que o fim de toda pesquisa seja o benefício de nossos pacientes”, conta a Dra. Marise Lazaretti Castro, presidente da Comissão Científica, também composta por Dr. Adriano Namo Cury (Santa Casa - São Paulo), Dra. Ana Claudia Latronico (USP - São Paulo), Dra. Célia Regina Nogueira (Unesp - Botucatu), Dr. Francisco José Albuquerque de Paula (USP - Ribeirão Preto), Dr. João Roberto Maciel Martins (Unifesp), Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti (SBD), Desafio é reunir o melhor do pensamento científico paulista em evento atraente para jovens investigadores e endocrinologistas clínicos Dra. Maria Teresa Zanella (Unifesp), Dra. Sandra Vivolo (USP - São Paulo) e Dr. Sonir Roberto Antonini (USP - Ribeirão Preto). Entre os muitos temas de alta relevância a serem abordados na 12ª edição do COPEM, figuram: “Novas tecnologias para o diagnóstico do carcinoma diferenciado de tireoide”, “Hipotireoidismo: uso ou não do T3 na reposição hormonal”, “Impacto do exercício físico na resistência à leptina e insulina na obesidade”, “Qual a importância do tecido adiposo marrom na homeostase energética em humanos?”, “Novos mecanismos de ação da metformina”, “Avanços no tratamento das doenças ósseas monogênicas, como hipofosfatasia, osteogênese imperfeita etc.”, “Pan-hipopituitarismo: o que há de novo?” e “Condução dos distúrbios puberais”. Uma grande novidade planejada pelos organizadores é o aplicativo com múltiplas funções que trará ainda mais interação aos participantes do XII COPEM. Além de todas as informações pertinentes ao evento, o app permitirá o envio de perguntas e sugestões em tempo real e avaliação das apresentações, que estarão disponíveis a todos os congressistas. Para a presidente da SBEM-SP, Dra. Laura Ward, “mais uma vez, mostraremos o que São Paulo produz em termos científicos e, nessa edição do COPEM, focaremos os problemas clínicos do dia a dia do médico”. Você é nosso convidado! Vamos juntos inovar o COPEM! Foto: Divulgação

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Page 1: Repórter Médico - Sbem São Paulo...e local: 25 a 27 de maio de 2017, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. “Nós, da Comissão Organizadora, assumimos essa missão

Informativo da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Nº 30julagoset

2016 MaiSBEMRepórter Médico

XII COPEM aposta na inovação

Abrimos espaço nesta 30ª edição do MaiSBEM para anunciar a realização do XII Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia

(XII COPEM). O evento, que por tradição reúne o melhor do pensamento científico paulista nas respectivas especialidades e visa incentivar a formação de jovens pesquisadores, já tem data e local: 25 a 27 de maio de 2017, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

“Nós, da Comissão Organizadora, assumimos essa missão com grande senso de responsabilidade, cientes do dever de preservar os princípios pétreos do COPEM aliados aos interesses dos endocrinologistas clínicos. Sabíamos de cada desafio, do cenário econômico atual e da necessidade de propostas criativas, articuladas e inovadoras para construir um evento atraente e enriquecedor ao seu público-alvo e comunidade científica”, declara Dr. José Augusto Sgarbi, presidente da Comissão, que inclui também os Drs. Cleber Camacho (Unifesp, Uninove), Elaine Frade Costa (USP -São Paulo), Gláucia Mazeto (Unesp - Botucatu), Margareth Castro (USP - Ribeirão Preto), Nina Musolino (USP - São Paulo) e Osmar Monte (Santa Casa - São Paulo). Com estimativa de reunir 1.600 pessoas, o XII COPEM é voltado para endocrinologistas clínicos, médicos residentes em Endocrinologia e jovens investigadores, além de outros profissionais de áreas correlatas da Saúde.

O formato do evento prevê a realização de sessões interativas, debates, discussão de casos clínicos e, pela primeira vez no COPEM, o espaço Meet Professor, onde os participantes poderão interagir mais informalmente com um especialista renomado sobre determinado assunto, geralmente de muito interesse clínico.

“Nosso tema central será a ‘Inovação’, em diferentes sentidos. Procuraremos trazer um olhar futurista para o XII COPEM, com modificações nas apresentações, que serão muito mais interativas, e enfoque que privilegie a clínica. Mesmo que a aula seja de pesquisa, todos os palestrantes serão brifados para sempre reforçar o link com a clínica. Porque eu acredito que o fim de toda pesquisa seja o benefício de nossos pacientes”, conta a Dra. Marise Lazaretti Castro, presidente da Comissão Científica, também composta por Dr. Adriano Namo Cury (Santa Casa - São Paulo), Dra. Ana Claudia Latronico (USP - São Paulo), Dra. Célia Regina Nogueira (Unesp - Botucatu), Dr. Francisco José Albuquerque de Paula (USP - Ribeirão Preto), Dr. João Roberto Maciel Martins (Unifesp), Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti (SBD),

Desafio é reunir o melhor do pensamento científico paulista em evento atraente para jovens investigadorese endocrinologistas clínicos

Dra. Maria Teresa Zanella (Unifesp), Dra. Sandra Vivolo (USP - São Paulo) e Dr. Sonir Roberto Antonini (USP - Ribeirão Preto).

Entre os muitos temas de alta relevância a serem abordados na 12ª edição do COPEM, figuram: “Novas tecnologias para o diagnóstico do carcinoma diferenciado de tireoide”, “Hipotireoidismo: uso ou não do T3 na reposição hormonal”, “Impacto do exercício físico na resistência à leptina e insulina na obesidade”, “Qual a importância do tecido adiposo marrom na homeostase energética em humanos?”, “Novos mecanismos de ação da metformina”, “Avanços no tratamento das doenças ósseas monogênicas, como hipofosfatasia, osteogênese imperfeita etc.”, “Pan-hipopituitarismo: o que há de novo?” e “Condução dos distúrbios puberais”.

Uma grande novidade planejada pelos organizadores é o aplicativo com múltiplas funções que trará ainda mais interação aos participantes do XII COPEM. Além de todas as informações pertinentes ao evento, o app permitirá o envio de perguntas e sugestões em tempo real e avaliação das apresentações, que estarão disponíveis a todos os congressistas.

Para a presidente da SBEM-SP, Dra. Laura Ward, “mais uma vez, mostraremos o que São Paulo produz em termos científicos e, nessa edição do COPEM, focaremos os problemas clínicos do dia a dia do médico”.

Você é nosso convidado! Vamos juntos inovar o COPEM!

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Page 2: Repórter Médico - Sbem São Paulo...e local: 25 a 27 de maio de 2017, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. “Nós, da Comissão Organizadora, assumimos essa missão

"Recomenda-se a densitometria (DXA) para avaliar o conteúdo mineral ósseo e a densidade mineral óssea (DMO areal em g/cm2) na coluna lombar e corpo inteiro, sem a cabeça, em crianças e adolescentes, sendo expressos em desvios-padrão (DP) idade e sexo específicos (Z-score). Segundo as posições oficiais da ISCD 2013, o diagnóstico de osteoporose em crianças pode ser feito na presença de uma combinação de baixa DMO (≤ - 2,0 DP abaixo da média esperada) e uma história significativa de fraturas de baixo trauma, definida como a presença de duas ou mais fraturas de ossos longos até 10 anos,três ou mais fraturas de ossos longos em qualquer idade até os 19 anos ou uma ou mais fraturas vertebrais (FV) na ausência de trauma de alta energia ou doença local, independentemente da DMO.

Clinicamente, há história de fraturas recorrentes de baixo impacto ou FV (muitas vezes assintomáticas). O raio-X da coluna lateral é a técnica mais usada para avaliar FV, mas a exposição à radiação é elevada - a DXA permite varredura lateral com menor radiação (VFA). É importante avaliar fosfatase alcalina, cálcio, fósforo, 25 hidroxivitamina D e calciúria, além de histórico de crescimento e nutrição. Os marcadores de remodelação óssea são reservados para casos específicos.

A osteoporose primária decorre de defeitos de origem genética ou idiopática como osteogenesis imperfecta, síndrome de envolvimento ocular e osteoporose idiopática juvenil. Entre as causas secundárias, destacam-se: imobilidade, leucemia, doenças inflamatórias, terapia com glicocorticoides e anticonvulsivantes, hipogonadismo e má nutrição.

O pamidronato é a terapêutica mais usada, apesar da falta de ensaios clínicos randomizados e consensos a respeito de dosagem e duração do tratamento, que objetiva a prevenção de fraturas e escoliose, além de melhorias na função motora , mobilidade e dor. É fundamental também avaliar a evolução da puberdade e aspectos nutricionais."

O que você acha dessa conduta? Deixe seu comentário sobre o artigo em facebook.com/groups/forumsbemsp.

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Editorial

C ompartilhamento de saberes e planejamento fazem parte do alicerce de uma associação como a SBEM-SP. Com base nessa premissa, já estamos a todo vapor trabalhando para que médicos, residentes

e ligantes possam, mais uma vez, ampliar seus conhecimentos num congresso que traz as mais recentes novidades sobre a Endocrinologia: o COPEM. A Comissão Organizadora da 12ª edição do evento está a cargo do Dr. José Sgarbi, e a Comissão Científica é liderada pela Dra. Marise Lazaretti Castro. E a coluna Repórter Médico, dessa vez, deu lugar para as notícias sobre o congresso.

Antecipando uma data especial, o Dia das Crianças, esta 30ª edição traz alguns temas relacionados à fase mais encantadora das nossas vidas: a infância. Em Fórum, Dr. Sergio Maeda fala sobre osteoporose primária e secundária em crianças. Em Impressão Digital, Dra. Ângela Maria Spinola e Castro conta sobre seu trabalho no IOP, dedicado às sequelas deixadas pelo tratamento contra o câncer infantojuvenil.

Em Palavra do Especialista, que também tem ênfase nas crianças, Dr. Mauro Scharf é o convidado que aborda as novas tecnologias contra o diabetes infantil. Se o seu escopo de trabalho e/ou estudo envolver a PPC, você deve pesquisar o artigo sugerido em Informe-se. E para fechar este número quase 100% dedicado à saúde da criança, o Encarte traz informações sobre obesidade infantil obtidas com a Dra. Cristiane Kochi.

Um lembrete importante: a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para a revisão estatutária ocorrerá durante o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, na Costa do Sauípe (BA), entre 20 e 24 de setembro de 2016. As propostas sugeridas são muito importantes e, por isso, a sua presença, caro associado, é fundamental. Caso não possa estar presente, é possível nomear algum associado como procurador, sem necessidade de reconhecimento de firma. Participe, pois estamos todos juntos em nome da Endo crinologia.

Boa leitura!

Dra. Laura WardPresidente

Está dada a largada para o XII COPEM!

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SBEM - Regional SPPresidente:Laura Sterian Ward

Vice-Presidente:Evandro de Souza Portes

Secretária-Executiva:Regina Célia M. Santiago Moisés

Secretário-Executivo Adjunto:Antonio Mendes Fontanelli

Tesoureiro-Geral:José Augusto Sgarbi

Tesoureiro-Geral Adjunto:Antonio Carlos Pires

CONSELHO FISCALMembros Efetivos:Adriano Namo CuryÂngela Maria Spinola e CastroFelipe Henning Gaia Duarte

Membros Suplentes:Larissa Garcia Gomes Luciani Renata Silveira de CarvalhoMarcio Faleiros Vendramini

Contato: Damaris Villela – Assistente AdministrativaTel: 11 3822-1965Fax: 11 3826-4677E-mail: [email protected]ço: Av. Angélica, 1.757, conj. 103, Santa Cecília - CEP: 01227-200 – São Paulo – SP

Informativo da SBEMRegional São Paulo

Conteúdo EditorialGengibre ComunicaçãoTel: 11 5096-0838www.gengibrecomunicacao.com.br

Jornalista ResponsávelRegiane ChiereghimMTB: 036768

Edição e RedaçãoLuciana TiernoPatrícia de AndradeRegiane Chiereghim

RevisãoLuciana TiernoPatrícia de AndradePaulo FurstenauRegiane Chiereghim

ColaboraçãoDébora Torrente

Diagramaçãowww.trovare.com.br

ImpressãoJocean Indústria Gráfi ca Ltda.

PeriodicidadeTrimestral

Tiragem 3.200 exemplares

MaiSBEMDiretrizes e novas condutas em osteoporose infantilFórum

Dr. Sergio Setsuo Maeda fala sobre DXA e DMO

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O acompanhamento das sequelas deixadas pelo câncer infantil

Impressão Digital

Fundado há 18 anos, o Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC/Unifesp) tem a endocrinologista pediátrica Dra. Ângela Maria Spinola e Castro como uma das

coordenadoras da Endocrinologia. Depois de atuar 14 anos no A.C. Camargo com atendimento especial às crianças portadoras de câncer, a médica sentiu que era preciso fazer algo por elas, já que o tratamento deixa sequelas profundas. “Percebi que o sobrevivente tem direito a recuperar tudo o que perdeu”, diz Dra. Ângela, que tem em seu currículo vários títulos e passagem pelo conceituado Johns Hopkins Hospital. De acordo com estatísticas norte-americanas, um paciente diagnosticado antes da segunda década de vida tem 80% de chance de sobreviver à doença após cinco anos de tratamento. As causas mais comuns de morte entre os sobreviventes, em ordem de prevalência, são: doença cardíaca, segundo tumor, doença pulmonar e recorrência ou progressão do câncer.

MaiSBEM - Qual o principal trabalho desenvolvido no IOP?

Dra. Ângela - Nosso foco são as sequelas deixadas pelos tratamentos contra o câncer. Tanto a radio quanto a quimioterapia e as cirurgias podem causar efeitos endócrinos. Fazemos o possível para suprir qualquer queixa que o sobrevivente do câncer possa ter, envolvendo a família e priorizando sua vida na fase adulta. Lidamos diariamente com perguntas como “se o GH pode fazer meu filho crescer, também fará crescer novamente o tumor?”. Caso a queixa do paciente seja a baixa estatura, avaliamos o uso do GH para trazer respostas às perguntas de cada criança/adolescente/família. No Brasil, há poucos serviços como esse, e eu destacaria o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e o Instituto da Criançado Hospital das Clínicas de São Paulo, com coordenadoria doDr. Hilton Kuperman. Aqui no IOP, trabalhamos semanalmente em dois ambulatórios, sempre bem lotados. O GRAACC é o mantenedor, com fundamento na parceria universidade/empresa/comunidade, e o atendimento é feito por um grupo que, além de mim, hoje é coordenado pela Dra. Adriana Siviero-Miachon, com a colaboração da Dra. Patricia Tosta Hernandez, ambas da Unifesp.

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MaiSBEM - Os efeitos tardios são tão angustiantes quanto o câncer em si?

Dra. Ângela - O sobrevivente do câncer sofre efeitos agudos durante o tratamento e experimenta várias sequelas após seu término, com grande prevalência das endocrinopatias. Não podemos julgar o grau de importância que cada sobrevivente dá a essas consequências. Durante o tratamento da leucemia, principalmente no início, é frequente os pacientes apresentarem hiperglicemia, embora uma minoria evolua com um quadro de diabetes. Quem teve tumor cerebral desenvolve posteriormente o diabetes insipidus . Há uma série de efeitos que culminam em baixa estatura (mais prevalente), obesidade (a principal consequência pós-câncer do sistema nervoso são os distúrbios metabólicos), retardo puberal, puberdade precoce, pan-hipopituitarismo, hipotireoidismo e osteoporose, entre outros.

O objetivo central dos meus estudos e pesquisas é descobrir o porquê desses efeitos tardios e tratar os pacientes levando em conta suas queixas e avaliando riscos e benefícios de tratamento. Se um adolescente sobrevivente reclama porque está ganhando peso, tenho de tratá-lo de modo que ele possa seguir sua vida sem sofrer por essa sequela.

Infelizmente, não temos no Brasil locais que recebam o adulto que teve câncer na infância para dar seguimento nos tratamentos que envolvam outros profissionais como psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e voluntários, e esse paciente acaba se apegando muito à nossa equipe. Em todos esses anos, temos números expressivos de pacientes com dificuldade de transição para a vida adulta. Trabalhar os efeitos tardios do tratamento contra o câncer é um grande acolhimento e, para nós, é extremamente gratificante.

MaiSBEM - Há algo específico que venha sendo trabalhado no seguimento dessas sequelas?

Dra. Ângela - Estamos trabalhando com risco cardiovascular, obesidade hipotalâmica, fatores de crescimento tumoral, marcadores de segundo tumor e infertilidade nos meninos. E existe uma possibilidade futura de desenvolvermos o mesmo trabalho nas meninas. Cerca de 80% das crianças têm problemas de fertilidade após tratamento do câncer. Hoje, a terapêutica evoluiu, a própria radioterapia é mais inovadora e esperamos o desenvolvimento de drogas com menor efeito gonadal, o que irá contribuir muito com nosso trabalho. Mas temos muito o que avançar ainda.

MaiSBEM - Qual o grande desafio dessa jornada?

Dra. Ângela - Eu diria que é tudo que ainda não sabemos, pois não temos como prever como esse paciente que teve câncer na infância estará daqui a 30 anos. Faltam dados de prevalência. Temos muita informação sobre tumor de tireoide, mas falta sobre outros. Ainda é preciso entender por que a evolução de alguns pacientes é pior que a de outros em relação aos efeitos endócrinos, qual evolução do risco cardiovascular, como será o distúrbio metabólico etc. - e tudo está ligado aos tratamentos contra o câncer e ao ambiente a que estamos expostos. Sempre reforço a necessidade do trabalho de prevenção e da interface que promova a união de todos que trabalham com a criança. Eu caminho sempre na busca de respostas paralelas aos tratamentos, para saber no que poderemos interferir.

Page 4: Repórter Médico - Sbem São Paulo...e local: 25 a 27 de maio de 2017, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. “Nós, da Comissão Organizadora, assumimos essa missão

A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para a revisão estatutária ocorrerá durante o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, na Costa do Sauíp e (BA), entre 20 e 24 de setembro de 2016. Para ver as propostas de alteração/reforma do Estatuto da SBEM e o modelo de procuração AGE, acesse: www.endocrino.org.br/revisao-dos-estatutos. Participe da votação!

@SBEMSP Sbem-São-Paulo sbemsp.org.br

Redes Sociais

Dra. Danielle Bessa indica o artigo acima, do qual é a primeira autora com orientação da Dra. Ana Claudia Latronico.

“Em 2013, mutações inativadoras no gene MKRN3 foram descritas como causa de puberdade precoce central (PPC) familial em ambos os sexos, evidenciando um novo fator regulador da puberdade humana. Recentemente, revisamos os

Novas tecnologias em diabetes chegam ao Brasil

Palavra de Especialista

D epois das novas bombas de insulina com sensores de glicose - continuous glucose monitoring (CGM) - e capacidade de oferecer alarmes de hiper e hipoglicemia, além de suspender a infusão de açúcar no sangue em caso de hipoglicemias, chega ao Brasil

uma nova forma de monitoramento. Conhecido também como flash glucose monitoring system (FGM), o sensor chamado libre, que já era um sucesso de uso na Europa, é comercializado pela Abbott e já está sendo utilizado por milhares de pacientes. O sistema, já aprovado pela European Medicines Agency (EMA) e agora pela Anvisa, tem liberação para uso acima dos 18 anos - e está em andamento um estudo pediátrico que, em breve, irá liberá-lo para os pequenos pacientes.

A metodologia CGM - mais antiga e até então a única utilizada no Brasil - e a FGM apresentam diferenças não somente de preço e tempo de uso. A primeira tem o sensor trocado, em média, a cada seis dias, enquanto o flash tem duração de duas semanas. O CGM necessita de calibração por exame de glicemia capilar e, portanto, não dispensa a realização do exame em ponta de dedo. Já a tecnologia FGM dispensa essa necessidade de calibração, resultando no principal apelo por parte do paciente para utilizá-lo.

A monitorização contínua da glicose (CGM) tornou-se mais frequentemente utilizada na prática clínica por pacientes com diabetes. Entretanto permanece a dúvida se essa técnica também é uma ferramenta adequada para a avaliação de desfechos em estudos clínicos.

O FGM oferece apresentações gráficas com as médias glicêmicas, os desvios-padrão e a variabilidade glicêmica, constituindo ferramenta útil para o acompanhamento e ajustes da terapia insulínica.

Ambas as metodologias apresentam delay no valor da glicemia quando comparadas ao exame de ponta de dedo ou glicemia capilar e não dispensam a necessidade eventual do uso da glicemia capilar em momentos de tomadas de decisões, hipoglicemias e situações de dúvidas.

Compreender e difundir o conhecimento sobre essas novas metodologias deve ajudar milhares de médicos e pacientes a atingirem um melhor controle glicêmico, evitando dessa forma as temidas e devastadoras complicações crônicas do diabetes.

Referência bibliográfica: Heinemann L and Freckmann G. CGM Versus FGM; or, Continuous Glucose Monitoring Is Not Flash Glucose Monitoring Lutz. J Diabetes Sci Technol 2015; 9(5)947-950.

Liberado para maiores de 18 anos, o FGM já está em estudo para atender crianças

*Por Dr. Mauro Scharf Pinto

PPC idiopáticaInforme-se

* Dr. Mauro Scharf Pinto é endocrinologista pediatra, chefe do Serviço de Endocrinologia Pediátrica e pesquisador clínico do Hospital Nossa Senhora das Graças e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

High Frequency of MKRN3 Mutations in Male Central PrecociousPuberty Previously Classified as Idiopathic.

Bessa DS, Macedo DB, Brito VN, França MM, Montenegro LR, Silva MC, Silveira LG, Hummel T, Bergadá I, Braslavsky D, Abreu AP, Dauber A, Mendonça BB, Kaiser UB, Latronico AC.

www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27225315

dados clínicos, hormonais e genéticos de 20 meninos com PPC idiopática. Encontramos quatro mutações em heterozigose no MKRN3, preditas como deletérias para função proteica, em oito meninos pertencentes a cinco famílias. Eles tinham características clínicas e hormonais típicas de PPC, porém, iniciaram a puberdade mais tarde do que os meninos sem mutação nesse gene (idade mediana de 8,2 anos versus sete anos, respectivamente, p = 0.033).

Um outro achado interessante do trabalho foi que a frequência de mutações no MKRN3 nesse grupo de 20 meninos foi significativamente maior do que o dado encontrado em nossa casuíst ica de 234 meninas com PPC idiopática (40% versus 6,4%, respectivamente, p < 0.001). Nosso estudo sugere a importância da anál ise do gene MKRN3 nos meninos com PPC idiopática.”

AGENDAConfira os principais eventos do setorSetembroCBEM 2016Data: 20 a 24 de setembroLocal: Costa do Sauípe (BA)Informações: www.cbem2016.com.br(11) 4007-2249 ou (51) 3086-9100

Outubro7o BRADOO - Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e OsteometabolismoData: 29 de outubro a 1º de novembroLocal: Expoville, Joinville (SC)Informações: www.bradoo.com.br

NovembroXVI Congreso Latinoamericano de DiabetesData: 4 a 8 de novembroLocal: Bogotá, ColômbiaInformações: www.congresoalad2016.com

SBEM NO SÁBADO: Atualização no Diagnóstico e Manejo do DiabetesData: 26 de novembroLocal: AMB (Associação Médica Brasileira)Rua São Carlos do Pinhal, 324 – Bela Vista – São Paulo/SPInformações: www.sbemsp.org.br