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28 REVISTA REGIONAL RR 7 anos [ [ regional repórter texto Piero Vergílio fotos Divulgação e Microfoto Em seu sétimo aniversário, Regional analisa o impacto da tecnologia na vida das pessoas e antecipa os produtos e serviços que serão a bola da vez nos próximos anos

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Na edição comemorativa de seu sétimo aniversário, Revista Regional (www.revistaregional.com.br) analisa o impacto da tecnologia na vida das pessoas e antecipa os produtos e serviços que serão a bola da vez nos próximos anos

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28 Revista Regional

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Em seu sétimo aniversário, Regional analisa o impacto da tecnologia na vida das pessoas e antecipa os produtos e serviços que serão a bola da vez nos próximos anos

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Revista Regional 29

a ficção, o futuro dos seres humanos e a sua intera-ção com a tecnologia já foram retratados de diversas maneiras. Dos carros voadores que transportavam

os personagens do desenho “Os Jetsons”, ao teletransporte, utilizado pelos tripulantes das naves estelares de “Jornada nas Estrelas”; passando pelos robôs autômatos de “Eu, Robô”, sem esquecer-se de mencionar a realidade virtual e a inteli-gência artificial presentes na trilogia “Matrix”, até chegar aos humanóides de “Avatar”.

É verdade que parte das situações apresentadas ainda não é realidade, mas, por outro lado, a tecnologia está cada vez mais presente em nossas atividades do dia a dia, não raras vezes de forma quase imperceptível; embutida em inúmeros produtos e serviços utilizados por bilhões de pessoas ao redor do planeta e também nos objetos que carregamos em nossos próprios bolsos, tais como o celular, os cartões de crédito e até o nosso próprio dinheiro: apresentada em fevereiro pelo Banco Central, a segunda família de cédulas do Real entrará em circulação gradativamente até 2012.

As novas cédulas atenderão a uma demanda dos deficientes visuais (saiba mais sobre tecnologia assistiva adiante) – que, até então, enfrentavam dificuldade em reconhecer os valores das notas – e terão tamanhos diferenciados e marcas táteis em relevo aprimoradas em relação às atuais, para facilitar sua identificação. Dotadas de recursos gráficos mais sofis-ticados, as notas ganharão um novo design e ficarão mais protegidas. Ainda nesse semestre, serão lançadas as de maior valor, de R$ 50 e R$ 100, que demandam mais segurança contra falsificações.

Nota-se, portanto, que este é um caminho irreversível e, embora o acesso a algumas das várias inovações tenha um custo relativamente alto – o que dificulta a popularização – vem se intensificando as iniciativas em prol da chamada inclusão digital. Reflexo deste cenário, um levantamento di-vulgado pela Fundação Getúlio Vargas, aponta que, em maio de 2009, existiam 60 milhões de computadores em uso no Brasil, considerando-se tanto o ambiente doméstico, quanto o corporativo.

Deste total, 12,2 milhões de unidades foram vendidas somen-te no ano anterior. Em média, são mais de 30 mil por dia; o que representa um crescimento de 16% sobre 2007, quando, pela primeira vez, a comercialização deste equipamento superou as vendas de televisores. “Temos hoje no Brasil um computador para cada três habitantes; para 2012, a previsão é de 100 milhões: um para cada dois habitantes”, afirma coordenador da pesquisa, professor Fernando S. Meirelles.

esses dados reforçam o que todos nós já sabíamos: o com-putador – e seus derivados como, por exemplo, o notebook – tornou-se indispensável para a maioria das pessoas. “Já não imagino a vida sem ele, o computador, antes uma máquina de fazer textos, hoje um amigo – por que não? – e um auxiliar na tarefa de facilitar a aprendizagem de meus alunos e a minha”, revela a jornalista e professora universitária Mirna tonus, que usa o equipamento em torno de 12 horas por dia, somando o tempo dedicado ao entretenimento à sua utilização profissional. Para Mirna – que criou o blog “interações Digitais” (www.in-teracoesdigitais.blogspot.com) – a tecnologia é uma extensão sua em relação ao mundo. o interesse pelo tema é tanto que sua tese de doutorado, já defendida, tinha como proposta aliar o ensino da disciplina de Radiojornalismo às novas tecnologias de informação e comunicação. ela acredita que é preciso abrir os olhos para uma realidade que já está diante de nossos olhos há um bom tempo. “as escolas estão informatizadas desde a década de 90 e até hoje encontramos professores que evitam entrar nos labora-tórios. Com as redes sociais e os novos recursos, abrem-se novas possibilidades que permitem uma construção do conhe-cimento mais crítica, colaborativa, interacionista e construcio-nista. a geração Y já está preparada para isso”, constata. Mas as possibilidades oferecidas pelas chamadas redes sociais vão muito além do campo da educação. elas ensinaram às pessoas uma nova maneira de se relacionar, com a ausência quase total de contato pessoal. Muito popula-res no Brasil – oito em cada dez pessoas estão cadastradas; as mais acessadas por aqui são orkut, twitter, Facebook e Myspace – essas são páginas nas quais o usuário cria um perfil público, com fotos, dados e preferências pessoais, e pode encontrar ou conhecer amigos com interesses e afinidades em comum. a aceitação é tão grande que as redes já atraíram o interesse de grandes empresas, que tentam encontrar formas de usá-las para falar com o consumidor. Mirna atribui o sucesso ao que ela classifica como “uma característica comunicativa natural do brasileiro”, mais expansiva que outras culturas. Uma, dentre os milhões de usuários no país, a jornalista cadastrou-se em várias redes (entre cinco a dez) e mantém contato com aproxi-madamente 1 mil pessoas, algumas mais intensamente, outras nem tanto. Deste grupo, fazem parte ex-alunos, colegas de trabalho e pesquisadores, além é claro, dos amigos – mas amigos “mes-mo” – como Mirna faz questão de frisar. ela faz uma analogia interessante, que vale a pena ser compartilhada. “Falar sobre tecnologia sem experimentá-la é o mesmo que dizer que um prato é gostoso sem tê-lo saboreado. neste mundo de intera-ções digitais, as possibilidades são quase que inesgotáveis”.

O futuro jácomeçou!

Equipamento indispensável

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jornalista tem razão. Até algum tempo atrás, o acesso à rede implicava numa mera recepção de conteúdo, mas hoje a situação é diferente. A chamada segunda geração da

World Wide Web – ou simplesmente Web 2.0 – baseia-se num ambiente dinâmico, caracterizado pela troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais.

“A interação agora é muito mais valorizada. Você faz a diferença. As redes sociais estão aí para provar isso. Além de Orkut, Twitter e similares, as pessoas têm seu próprio blog e podem enviar vídeos no YouTube, postar suas fotos no Flickr, Picasa, etc. O poder está em suas mãos”, sentencia o webdesigner Murilo Gagliardi, que assina a coluna “Tecnologia em cena” – www.tecno-logiaemcena.com.br – publicada no portal Itu.com.br periodicamente.

Para Murilo, a rede é fantástica e proporciona ao usuário um show de entretenimento, como no caso da realidade aumentada, uma tecnologia que permite a mistura do mundo real com o virtual. O sistema reco-nhece imagens através de webcam e projeta sobre elas objetos em 3D ou até mesmo animações, que saltam para fora de sua tela num passe de mágica, assim como nos filmes de ficção científica. O site www.realida-deaumentada.com.br é um dentre muitos que fazem simulações de realidade aumentada, uma experiência que, segundo o webdesigner, vai mudar completamente seu modo de pensar.

Geração 2.0Ele também

chama a atenção para a “teia” que se desenha durante a navegação, ou seja, a trajetória percor-rida pelo internau-ta, que é constantemente redirecionado para páginas com informações e pontos de vista complementares ou distintos ao que ele deseja. “Isso acontece, por exemplo, quando entro no YouTube procurando uma música. Quando percebo, já ouvi várias canções sugeridas pelo site na tela de exibição do vídeo. O que seria uma visita rápida acaba se convertendo em um longo período na frente do computador”, confessa.

Numa outra ponta, o webdesigner comemora a regu-lamentação da internet via rede elétrica – por meio de um sistema conhecido como BPL (Broadband Powerline) – que, segundo ele, é um passo importante no processo de inclusão digital. Essa tecnologia dispensa a criação de uma estrutura externa, considerada cara, beneficiando as regiões que não possuem cabeamento.

“A vantagem dessa conexão é surpreendente. Depois de finalizada a instalação externa, que não cabe ao usuário final, basta que o modem esteja conectado na tomada para realizar a navegação. Não é necessária a implantação de novos cabos, nem a substituição da rede elétrica, exceto se ela estiver a ponto de se deteriorar”, explica. As pessoas que moram em prédios, além do dispositivo interno, precisam instalar um conversor na infraestrutura.

Leitura digital, reconhecimento do

rosto e leitura da íris já são métodos utilizados em diversos sistemas de segurança e serão

mais frequentes no futuro

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m meio a tantas novidades, nada mais natural que essas facilidades não fiquem restritas ao computador e sejam incorporadas também aos outros ambientes de uma casa, que está ficando

cada vez “mais inteligente”. O tecnólogo Luiz Caggiano, sócio-diretor da empresa Power Lan (www.powerlan.com.br) – que está no mercado de automação comercial desde 1996 e, há um ano, passou a atender também clientes residenciais – conta que este é um mercado em expansão.

Luiz explica que, se a casa ainda está em construção, não há limites para a flexibilidade. Tudo depende de quanto o morador quer e pode gastar, pois já é possí-vel controlar tudo, por meio de telas de toque no lugar de interruptores que acionam luzes, sons, câmeras de segurança, sistemas de irrigação, piscinas, temperatura e tudo o que a imaginação do cliente pedir. As limitações são maiores se a residência já está pronta, mas ainda sim o uso da tecnologia sem fio garante bons resultados.

Segundo ele, as construtoras encontraram na auto-mação uma forma de valorizar o imóvel. Na outra ponta, a clientela está mais receptiva. “No Brasil, os serviços mais procurados são aqueles que oferecem facilidades e conforto. Os europeus, por sua vez, investem mais na administração de recursos, visando economia e raciona-lização de energia. Por aqui, essa tendência já começa a ganhar força, mas ainda depende muito do arquiteto vender a ideia”, analisa.

A automação também oferece recursos para que os designers de interiores personalizem os espaços, traba-lhando a iluminação como parte dinâmica da decoração. Criam-se diferentes cenários – bate-papo, jantar, cine-ma, romântico, dança – que modificam totalmente os ambientes com apenas um toque de botão, seja em um interruptor pré-programado ou por um controle remoto.

A integração dos sistemas de áudio, vídeo e ilumi-nação também tem chamado bastante a atenção dos clientes, inclusive pelo fato de substituir vários controles remotos por apenas um. “É bastante comum as esposas não conseguirem utilizar o home theater sozinhas devido à complexidade de comandos e a quantidade de controles necessários para ajustar o som e imagem. A automação, neste caso, é um facilitador”, conclui.

Ele lembra que as grandes empresas – Microsoft, HP, Intel e muitas outras – estão investindo intensamente em pesquisa: produtos ativados por voz já são realidade e programas que aprendem o comportamento dos ocupan-tes da casa para antecipar algumas ações rotineiras estão em estudo acelerado. Numa perspectiva mais abrangen-te, geladeiras e armários podem ter controle da entrada e saída de mantimentos para gerar listas de compras automaticamente e, no futuro, enviá-las para centrais de vendas de supermercados; com isso, os produtos serão entregues na residência sem necessidade da interferência do proprietário.

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ee, para as pessoas sem deficiência, a tec-nologia torna as coisas mais fáceis; para as pessoas com deficiência a tecnologia torna as coisas possíveis. o conceito de tecnologia

assistiva, embora recente, é utilizado para designar todo o arsenal de recursos que contribuem para ame-nizar as limitações e melhorar a qualidade de vida do portador de deficiência – e também de idosos – am-pliando sua acessibilidade e capacidade de comunica-ção, mobilidade e aprendizagem. Com isso, busca-se um comportamento autônomo e independente.a universitária Fabiana dos anjos de souza é uma das beneficiadas por esses equipamentos: uma ca-deira de rodas motorizada proporciona mais liberdade à estudante, que também utiliza o serviço de transporte especial oferecido pela Prefeitura de sorocaba – que conta com uma frota de duas vans e 12 ônibus adaptados e, em 2009, possuía cerca de 600 usuários cadastrados – para se locomover. Para ela, mais difícil do que superar suas próprias dificuldades, é conviver com estereótipos. “Costumo fazer uma analogia. Digo que existem dois grupos de pessoas: aqueles que me enxergam e os que veem apenas a cadeira”.Cursando sistemas de informação, Fabiana encontra no notebook um grande aliado. a estu-dante – que está pesquisando sobre tecnologia assistiva para sua monografia – ressalta que, garantir que todas as pessoas consigam ter acesso ao conteúdo de um site não é uma tarefa fácil. segundo ela, este é um grande desafio para os profissionais de programação, que se veem obrigados a criar códigos cada vez mais complexos, para atender a parcela de consumi-dores cada vez mais exigente.Por outro lado, de nada adianta esse esforço se alguma outra limitação impedir o usuário de utili-zar o computador ou se conectar a rede. Pensando nos internautas que tem mobilidade reduzida, a empresa indra – em parceria com a associação de assistência à Criança Deficiente (aaCD) – lançou, no final do ano passado, dois aplicativos: o Headmouse identifica o rosto da pessoa por meio de uma webcam e permite que ela controle o cursor do mouse com movimentos de cabeça. as expressões faciais, por sua vez, substituem a tarefa de clicar em links e arquivos. Já o teclado virtual funciona com dispositivos que controlam o cursor na tela, como, por exemplo, joystick, touchpad e o próprio Headmouse. estão inclusos no programa dicionários em cinco idiomas: inglês, francês, espanhol, italiano e catalão. no site http://robotica.udl.cat/ os interessados podem fazer o download dos softwares, ambos gratuitos. lá estão especifica-dos todos os requisitos necessários.vale lembrar que a tecnologia assistiva também contempla outras áreas ou categorias. Fabiana cita outro segmento que ela considera importante: o de roupas especialmente desenvolvidas para facilitar o vestir e o despir. Peças com etiquetas em braile – que indicam a cor – e velcros, ao invés de zíper e botões, já estão disponíveis no mercado, para atender a um público de cerca de 28 milhões de pessoas, que representa 15% da população brasileira.também fazem parte desta gama de produtos órteses, próteses e veículos adaptados, como o que a universitária testou quando esteve na Reatech – Feira internacional de tecnologias em Reabilitação, inclusão e acessibilidade, cuja próxima edição acontece entre os dias 15 e 18 de abril, no Centro de exposições imigrantes (mais informações em www.reatech.tmp.br). “Parecia que eu estava num paraíso. toda aquela tecnologia me fez enxergar um mundo sem fronteiras. aos 33 anos, fui capaz de pilotar um carro: a cadeira de rodas já não me limita mais. eu posso tudo, ou quase tudo; a tecnologia me permite voar”, desabafa Fabiana, que criou um blog homô-nimo para compartilhar suas experiências (www.atecnologiamepermitevoar.blogspot.com). se a tecnologia lhe permite voar, os equipamentos, certamente, são suas asas artificiais.

Asas artificiaissinteligente

Casa

Fabiana garante que os novos equipamentos

criados pela tecnologia assistiva são suas

“asas artificiais”

automação residencial permite conforto e praticidade aos

moradores; tecnologia investe cada vez mais em aparelhos,

como os que são ativados pela voz do proprietário

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té aqui, esta reportagem preocupou-se em evidenciar os inúmeros benefícios ad-vindos de tantas inovações.

agora, vejamos a questão por outro ângulo. tantas são as facilidades oferecidas pelos modernos aparelhos tecnológicos, que eles acabaram se transformando em verdadeiros “itens de sobrevivência”, provocando mudanças radicais no comportamento das pessoas. embora não se possa generalizar, pode-se dizer que algumas se tornaram “reféns” da tecnologia. Durante pesquisa para o seu doutora-do em Psicologia da educação, a pro-fessora sonia Chébel Mercado sparti entrevistou um aluno que afirmou: ‘a gente não é nada sem um carro’. no entanto, ela lembra que outras invenções já existiam antes do automóvel: a primeira foi o sapato, que permitiu às pessoas andarem mais depressa, em relação àquelas que não o possuíam.Dessa forma, é comum que, quando os equi-pamentos falhem, a vida do usuário também sofra uma “pane”. Quedas de sistema do serviço provedor de internet, celular sem conexão, carro quebrado, computador infectado por vírus não são situações tão raras, muito pelo contrário. nessa hora, sonia defende a adoção de soluções alternativas e relembra uma situação que ela própria vivenciou.“Certa vez, uma de minhas filhas, digitava um trabalho, quando acabou a energia elétrica. ela e suas amigas entraram em pânico, pois era o último dia para entregar essa tarefa. Peguei minha velha máquina de escrever alemã, portátil e me-cânica, e, à luz de velas, datilografei o que faltava, com velocidade – decorrente dos anos de prática e dos 13 anos de estudo de piano – e eficiência, pois não fiz uso de corretivo”, orgulha-se.a respeito da popularidade das redes sociais – já discutida aqui – ela acredita os sites de relacio-namento podem mascarar problemas pessoais de timidez excessiva e dificuldade de relacionamento interpessoal. Às vezes, servem de entretenimen-to; outras desinibem as pessoas de modo que elas revelam tantos detalhes a desconhecidos, expondo-se sem necessidade, sem temer pela segurança.sonia faz outro alerta importante. a partir do mo-mento em que a prioridade passa a ser o mundo on line em detrimento ao real, os compromissos deixam de ser cumpridos porque não se tem controle do tempo na frente do computador e as amizades virtuais proporcionam mais satisfação do que as pessoas com as quais se convive no dia a dia, alguma coisa está errada. nestes casos, é necessário procurar ajuda especializada para reencontrar o equilíbrio perdido. Para ela, a tecnologia é “meio” e não “fim”, isto é, deve ser um instrumento que consiga aumentar a qualidade de vida das pessoas, nas áreas da saúde, educação, comunicação, transporte, meio ambiente, artes e muitas outras. “o ideal é que não haja nem apologia, nem desvalorização. não quero, com isso, incentivar o abandono das novas tecnologias, mas colocá-las a serviço das pessoas e, não, acima delas”, finaliza.

Reféns da tecnologia

Sonia Chébel Mercado Sparti alerta para o

perigo da sociedade tornar-se refém da

tecnologia

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alvez o principal diferencial da web seja a conver-gência. Trocando em miúdos, na internet é possível

escrever um texto, postar uma foto, assistir um vídeo, ler um jornal, ouvir e baixar músicas. A

popularização dos downloads acarretou uma queda drástica na venda de CDs e representa uma amea-ça para as gravadoras e também para os estúdios

de cinema. Agora, o modelo começa a perder espaço para o streaming, que permite ouvir música,

por exemplo, sem guardar os arquivos no compu-tador. Sites como YouTube, Spotify e Vevo estão

investindo na propagação do serviço.

Outro segmento que promete crescer em 2010 é o de livros eletrônicos, que já vem recebendo mais atenção por parte do mercado editorial brasileiro. O e-book ainda não é um produto fartamente comer-

cializado por aqui, todavia, a ferramenta já é utilizada para divulgar o trabalho de autores nacionais. Numa

outra frente, empresas como a Zahar e a Compa-nhia das Letras, começaram a disponibilizar parte

de seu acervo, beneficiando-se da inauguração da primeira eBookStore brasileira, a Gato Sabido (www.

gatosabido.com.br).

Concomitantemente, surgiram os dispositivos de leitura eletrônica, chamados e-readers. O mais

conhecido é o Kindle, lançado pela Amazon. Trata-se de um pequeno aparelho que, ligado a uma rede Wi-Fi ou a uma conexão USB, tem a capacidade de armazenar uma pequena biblioteca. Além de possi-bilitar a leitura das obras, o Kindle também converte

textos escritos em textos falados.

Mirna e Murilo têm opiniões distintas sobre as consequências dessas

inovações para as mídias tradicio-nais. Para ela, essa transformação

não irá eliminá-las. A professora lembra que as novas também são

físicas à medida que necessitamos do dispositivo; o conteúdo é que é

digital e/ou virtual. As perspectivas são de crescimento cada vez mais acelerado.

Os entraves estão nos custos e no acesso e acessibilidade, bem como na resistência de

parte da população para aceitar.

Já Murilo, por sua vez, acredita que, no futuro, a tendência é a migração de todo conteúdo para

a internet. Ele acredita que o jornal na forma física, por exemplo, está com os dias contados. Segundo

o webdesigner, o mundo mudou e as empresas perceberam que hoje o mais importante quando se quer abrir um estabelecimento é registrar seu

“domínio.com.br” primeiro, para depois legalizar sua situação. A única certeza

nessa história é a de que a base da internet está cada vez mais flexível

e promete integrar um número cada vez maior

de plataformas.

além de possibilitar a leitura das obras, o Kindle também converte textos escritos em textos falados

tudo num só lugar

Cada vez mais a tecnologia avança nos notebooks: incrivel-

mente fino, o novo Vaio X111KB de 11,1”, é um exemplo disso;

ele possui espessura de 1,39 cm e pesa apenas 760g

Fino, leve e compacto o suficiente para caber em seu bolso, o novo notebook Vaio série p730 possui tela de 8” e pesa apenas 620g; vem com tV digital integrada

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iante de tantas as inovações, fica a pergunta. até aonde iremos chegar? De acordo com especialistas, a palavra-chave que define os anos que virão

é conectividade, mas não do modo como entendemos esse conceito hoje. na próxima década, chips deverão estar presentes em sapatos, carteiras, gravatas, canetas, batons, em seu corpo e sob sua pele.

o fato é que, poucos de nossos entrevista-dos se arriscaram a responder essa pergunta e fazer previsões, mas, em contrapartida, eles aceitaram nos ajudar a elaborar uma lista com os sete produtos e serviços – a quantidade de itens é em homenagem ao nosso aniversário – que, segundo eles, serão a bola da vez.

1. iPad – Computador em forma de pranche-ta que tem o design de um iPhone gigante. o dispositivo é um meio termo entre um notebook e um smartphone. ele é ideal para navegar na internet, mandar e-mails, compar-tilhar fotos, ver vídeos, ler e-books, etc.

2. G1 – Primeiro celular a utilizar o software android, desenvolvido pelo google. É o mais novo concorrente do iPhone. os analistas concordam que ele não supera o iPhone em design.

oje em dia, é impossível falar de tecnologia sem mencionar o Google, que, para muitas pessoas, transformou-se em sinôni-mo de internet. A empresa começou como um simples meca-nismo de busca, e, em pouco mais de dez anos de existência, transformou-se num gigante do mundo virtual graças ao de-senvolvimento e aperfeiçoamento constante de novos serviços e

plataformas, como o Google Wave, disponibilizado em caráter de teste em outubro do ano passado, que promete – mais uma vez – revolucionar o jeito de se comunicar pela rede.A plataforma – apontada por alguns especialistas como o principal produto desenvolvido pela empresa – explora todas as possibilidades da Web 2.0 e agrega, em um mesmo aplicativo, elementos do e-mail, programas de mensagens instantâneas (como o MSN), redes sociais e softwares de workplace collaboration – que possibilitam, por exemplo, o desenvolvimento simultâneo de um texto ou uma apresentação por um grupo de pessoas – onde, em qualquer etapa do processo, um novo usuário pode ser incluído. Além de todas as funções já citadas, a tradução simultânea permite ao internauta conversar em diferentes idiomas em tempo real. O programa

Os 7 itens que serão a bola de vez

Google: um gigante da Internetoferece, ainda, suporte ao recurso arraste-e-solte (o famoso drag-and-drop) e a instalação de extensões. Cabe a ressalva de que, num primeiro momento, a adesão ao Wave pode ser feita por apenas duas maneiras: a primeira é mediante convite enviado por usuários já cadastrados. Quem quiser, também pode acessar o site www.wave.google.com e preencher um formulário de solicitação.Mas, quando se trata de tecnologia, seis meses é um intervalo muito longo. De lá para cá, muita coisa aconteceu. Avancemos na linha do tempo. Somente no período em que essa reportagem foi escrita (segunda semana de fevereiro), a empresa anunciou outras duas novidades: uma delas é o telefone que poderá traduzir chamadas ao vivo e automaticamente. A previsão é que o serviço – que deverá fazer a tradução de frases, e não de palavras individuais – esteja disponí-vel em dois anos.A outra inovação é o Google Buzz. Depois do boom das redes sociais, o serviço propõe uma nova maneira de compartilhar suas atualizações, fotos e vídeos. O aplicativo foi implementado gradativamente em todas as contas do Gmail – serviço de e-mail no qual está embutido – e se configura automaticamente para que o usuário siga as pessoas com as quais mais conversa e troca mensagens. Além disso, o Buzz se integra à caixa de entrada para garantir que internauta veja o que considerar mais interessante em tempo real.

3. TecnoloGia 3d – o filme “avatar” renovou o interesse pela tecnologia 3D, que deve se espa-lhar por outras áreas e impulsionar o lançamento de tvs e câmeras para filmagem em três dimen-sões. Pelo que se viu na maior feira de eletrônicos do mundo, essa tecnologia chegará de uma vez por todas as nossas casas.

4. TV a laser – oferece mais contraste, cor e brilho. Para se ter uma ideia, ela praticamente dobra a porcentagem de nitidez de uma HDtv de Plasma, que chega a 40% da gama de cores que nossos olhos conseguem decifrar.

5. Blu-ray – este novo disco é considerado o sucessor do DvD, pela sua capacidade de arma-zenar conteúdo em HD. o esperado aumento das vendas de televisores de alta definição, em função da Copa do Mundo, também irá contribuir para a sua popularização.

6. ProjeTo naTal – sistema de controle que utiliza apenas detecção de movimento e reconhecimento de voz. ele consegue perceber espacialmente o jogador, ou seja, acompanha o movimento do corpo do usuário tridimensionalmente, enquanto responde a comandos, instruções e até mesmo mudança de tom na voz.

7. WeB 3.0 – terceira geração da internet e pretende ser a maneira mais inteligente de organização e utilização de todo o conheci-mento já disponível na internet.

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34 Revista Regional

repórter regionaLfotos Divulgação

evelado no último mês no Salão do Automóvel de Chicago 2010, o conceito Kia Ray Híbrido Plug-in demonstra que a Kia Motors está avançando no programa global de pesquisa de combus-tíveis alternativos e conjuntos moto-propulsores, e na sua

sub-marca chamada ‘EcoDynamics’, com intuito de desenvolver tecnologias inovadoras de redução de consumo de combustíveis e de emissões. Recentemente, a marca ‘EcoDynamics’ deu um grande passo à frente com a introdução do Kia Mohave Fuel Cell Electric Vehicle (FCEV), seguido do Cerato LPI Híbrido, do Kia cee’d híbri-do a gasolina e do Kia Sorento Híbrido twin-turbo diesel.

O conceito Kia Ray é uma união ousada entre design e engenha-ria, uma vez que o mundo exige veículos mais eficientes, que combi-nem linhas sofisticadas e elegantes com funcionalidade e economia de combustível. O Ray apresenta um sedã compacto futurista de quatro lugares baseado na plataforma do Kia Cerato e demonstra uma perspectiva de veículo híbrido plug-in da Kia. Projetado com pouco peso e materiais reciclados, bem como com células solares hexagonais embutidas no painel de vidro do teto que lhe dá ilumi-nação extra ou sistema de controle climático, o Kia Ray é o quinto veículo do Centro de Design Kia da América (KDCA) em Irvine, Califórnia. Os mais recentes projetos da KDCA foram os premiados modelos Kia Soul, Cerato, Cerato Koup e novo Sorento.

“É importante imaginar no início do processo de design o que as pessoas vão querer no futuro a partir de uma perspectiva ecologicamente correta”, disse Peter Schreyer, diretor de Design da Kia Motors Corporation. “As pessoas querem reduzir o impacto ambiental. Ser ecológico não tem mais de ser uma afirmação óbvia e o Kia Ray exemplifica uma mistura viável do que há de moderno e ecológico para os consumidores ambientalmente conscientes de hoje”.

O elegante e aerodinâmico Ray combina design e engenharia para uma máxima eficiência, incorporando superfícies limpas e lisas e minimizando bordas desneces-sárias, possui um perfil fluido e traseira alongada sob uma tampa traseira ligeira-mente elevada para reduzir o arrasto aerodinâmico, controles touch-screen, direção drive-by-wire, teto solar revestido de vidro e uma bateria de lítio-polímero – itens indicadores da tecnologia do futuro da Kia Motors. Como um híbrido plug-in, o Ray é projetado para alcançar distâncias de mais de 80 quilômetros usando seu motor elétrico com uma única carga, e tem um índice de economia de combustível de mais de 85,9 quilômetros por litro, e uma autonomia total de 1.200 km.

A tecnologiaO conceito futurista Kia Ray possui design aerodinâmico, tecnologia inovadora e capacidade híbrida plug-in

inovadora da Kia MotorsUm mono-volume

de perfil mais baixo e uma silhueta forte

e arredondada dão ao conceito Kia ray propriedades aero-

dinâmicas melhores do que em veículos

híbridos de perfil mais alto

r

Como parte da marca ‘EcoDynamics’, da Kia Motors, o conceito Ray demonstra uma visão única para veículos que chamam a atenção para o objetivo de reduzir o impacto ambiental. Os modelos Kia que trarão a marca ‘EcoDynamics’ serão projetados para oferecer benefícios ambientais significati-vos. Estes veículos também terão um design esportivo, diverti-do de se dirigir e de forte apelo para os jovens de espírito.