reportagem: como abordar a complexidade do câncer na aps?

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Gastão Wagner debate sobre a manutenção do SUS público e universal Ministério da Saúde comenta as novidades do 2º ciclo do PMAQ Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS? páginas 4 e 5 páginas 8 e 9 página 2

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Page 1: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

Gastão Wagner debate sobre a manutenção do SUS público e universal

Ministério da Saúde comenta as novidades do

2º ciclo do PMAQ

Reportagem: como abordar a complexidade

do câncer na APS?

páginas 4 e 5 páginas 8 e 9 página 2

Page 2: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

As equipes que se destacaram na participação das atividades de Webconfe-rência e de Segunda Opi-nião Formativa do Telessaú-de SC no último mês foram:

- Balneário Camboriú- Benedito Novo- Joinville- Luiz Alves- Vargem BonitaParabéns! Vocês inves-

tem em educação perma-nente e colaboram com a Atenção Básica!

Destaquesdo mês!

edição 21 maio 2013telessaúde informa2

Revista Radis, nº 127 — Autora: Marina Cotrim / Disponível pelo link: www.ensp.fiocruz.br/radis/revista-radis/127/cartum/cartum-127

Portarias divulgam valores repassados pelo PMAQ

OMinistério da Saúde divul-gou em abril a portaria re-ferente à inserção do Núcleo

de Apoio à Saúde da Família (NASF) e do Centro de Especialidades Odon-tológicas (CEO) no PMAQ. Também saíram os valores mensais que serão repassados às equipes básicas e aos NASF. Os valores para o CEO serão di-vulgados ainda em maio.

De acordo com a Portaria nº 562, de 4 de abril de 2013, o valor men-sal integral do incentivo financeiro do PMAQ-AB é de R$ 8.500,00 por Equipe de Atenção Básica contratu-alizada; R$ 2.500,00 por Equipe de Saúde Bucal; R$ 5.000,00 por Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) Tipo 1; R$ 3.000,00 por NASF Tipo 2 e R$ 2.000,00 por NASF Tipo 3.

As equipes vão receber, no mo-mento da adesão, 20% deste valor integral. A partir da classificação al-cançada no processo de certificação, vão então receber os percentuais re-lativos ao seu desempenho: insatis-fatório (suspensão dos 20%), media-no ou abaixo da média (mantém-se os 20%), acima da média (ampliação para 60%), muito acima da média (ampliação para 100%).

Em Santa Catarina, 100% dos mu-nicípios já aderiram ao PMAQ-AB

em março. Até o dia 31 de maio, as equipes passam pelo processo de contratualização, em que os gesto-res indicam quais as equipes efeti-vamente participarão do programa. Na fase seguinte, é fundamental que aconteçam ações de apoio, educa-ção permanente, monitoramento e avaliação, autoavaliação e outros processos, já que em setembro tem início a avaliação externa.

O Ministério da Saúde (MS) lem-bra que mantém a oferta do ins-trumento de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ), com aprimoramentos, como a criação de capítulos sobre o NASF e a Saúde Bucal, e reforça que “os municípios com equipes que participaram do primeiro ciclo do PMAQ devem ter um olhar atento para os resultados, debatendo-os, pois é possível usar essa avaliação para favorecer os pro-cessos de gestão e de cuidado na Atenção Básica”, pontua o Coordena-dor Geral de Gestão da Atenção Bá-sica do Ministério da Saúde, Eduardo Alves Melo. Os resultados estão dis-poníveis no site do DAB, www.dab.saude.gov.br.

Sobre a inserção dos NASF, Edu-ardo afirma que “haverá reconheci-

mento e valorização tanto do que deve ser comum a todo NASF — atuação em todos os ciclos de vida, apoio matricial como modo de or-ganização, dentre outros —, quanto dos elementos que são mais singula-res, como a dedicação ou vocação de um NASF para as práticas corporais, as práticas integrativas e comple-mentares ou o apoio à organização e gestão do processo de trabalho das UBS”. O AMAQ-NASF SC foi utilizado pelas equipes em 2012 e ainda é re-ferência para este ano.

O MS faz um balanço muito posi-tivo do resultado do PMAQ do ano passado, pelo estímulo e valorização de movimentos que buscam ana-lisar e qualificar a Atenção Básica, também pela possibilidade de am-pliar o repasse federal de recursos financeiros para os municípios, ou por aquele que considera talvez ter sido o principal efeito do PMAQ: re-colocar a Atenção Básica na pauta e na agenda nacional de prioridades do SUS.

destaques

Maio

Fonte Timeless

Page 3: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

A experiência do Programa Saúde na Escola em Santa CatarinaO sucesso e as dificuldades nas ações com estudantes: o exemplo de Monte Carlo

Prevenção e promoção da saúde, avaliações clínicas e de acuidade visual e auditiva, e ati-vidades de capacitação dos pro-fissionais da educação. Esses são apenas alguns exemplos do tra-balho desenvolvido pelas quatro unidades de saúde da família de Monte Carlo nas 18 escolas do município, através do Programa Saúde na Escola (PSE).

Desde o ano passado, os pro-fissionais aderiram ao PSE, uma ação intersetorial entre os Minis-térios da Saúde (MS) e da Educa-ção que visa a atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público. As equipes de saúde de Monte Car-lo desenvolviam atividades nas escolas desde 2007, e com a ade-são ao PSE, esse trabalho se for-taleceu e se consolidou, garante Luciana Becker, enfermeira coor-denadora da UBS São José.

Por outro lado, o sucesso das ações nas escolas de Monte Car-lo dependeram da contrapartida das Secretarias de Saúde e de Educação do município. “Os re-cursos do governo federal não foram suficientes e houve a ne-cessidade do município investir também”, explica Luciana. Ela destacou que a falta de incenti-vos em recursos humanos para a demanda de ações gera uma sobrecarga aos profissionais das unidades e pode prejudicar a qualidade dos serviços. Segundo Denise Ribeiro Bueno, consul-tora técnica do MS, as ações do programa já deviam acontecer no próprio cotidiano das equi-pes e o PSE é algo que vem para

incentivar e contribuir para a realização dessas práticas. O Ministério apresenta a proposta e é responsável pelas diretrizes e pelo apoio, porém a gestão do pro-grama é feita através de Grupos de Trabalhos In-tersetorias (GTI) nas es-feras federal, estaduais e municipais.

Até 2012, o valor re-passado pelo PSE era equivalente a uma parcela anual de uma equipe de saúde da famí-lia, multiplicada pela quantidade de equipes pactuadas. Em 2013, a maneira de repasse será outra: o valor será relativo ao percentu-al de alunos compactuados no momento da adesão ao progra-

ma. Em 2012, 87 municípios ca-tarinenses aderiram ao PSE, pac-tuando ações em 1.348 escolas com 456 equipes de saúde e se comprometendo a realizar ações com 340.866 educandos. Porém, do total de municípios, apenas 47, o que corresponde a 54%, cumpriram no mínimo 70% das metas acordadas.

Algumas outras dificuldades encontradas pelas equipes de Monte Carlo no desenvolvimento do Programa estão relacionadas à organização e ao planejamen-to das atividades, ao preparo dos profissionais para trabalhar com

educação em saúde para crian-ças e à interferência das ações no calendário escolar. Por isso, Deni-se ressalta que é fundamental a troca de experiências entre pro-fissionais da saúde e educação dos municípios e a participação do GTI Municipal, levantando lo-calmente essas dificuldades.

No final de 2012, as equipes de saúde de Monte Carlo avaliaram a superação e o êxito do traba-lho executado e também fizeram o planejamento para adesão ao PSE em 2013, que começou com a participação na Semana Saúde na Escola, realizada de 11 a 15 de março. No estado, 164 cidades aderiram à Semana, com 1.641 escolas e 803 equipes de saúde.

Neste ano não há critérios ele-gíveis e todos os municípios estão aptos a participar do PSE. Outra novidade é a inclusão do aten-dimento a creches e pré-escolas. A adesão deve começar no início de maio e haverá um prazo de 60 dias para a inscrição. Mesmo os municípios que participaram das edições anteriores do programa ou da Semana Saúde na Escola devem se cadastrar novamente.

“Nosso trabalho se fortaleceu e se consolidou com a adesão ao PSE”

Font

e: D

ivul

gaçã

o

cotidiano

edição 21maio 2013 telessaúde informa 3

Page 4: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

Como e por que privatizar não é a solução para os problemas do SUS

TI - Como você avalia a forma de gerenciamento e de finan-ciamento atual do SUS?Gastão Wagner - O gerencia-mento do SUS tem vários pro-blemas. Alguns são decorrentes do federalismo brasileiro, da di-ficuldade de integração entre os municípios, os estados e a União, entre o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais. A autono-mia faz com o Ministério tenha algumas prioridades, e os esta-dos e municípios, outras. A tradi-ção clientelista do Estado brasi-leiro é outro problema sério. Os governantes dos vários níveis da federação fazem alianças com partidos, com grupos políticos, e a moeda de troca costuma ser cargos e diferentes interesses. Isso vem acontecendo no SUS, o que faz com que ele seja formado não por pessoas com capacidade para trabalhar com saúde, mas por aqueles que têm representa-tividade nos partidos. O terceiro problema é que não houve uma reforma administrativa importan-te, então as normas da adminis-tração direta do Estado brasileiro foram transportadas para o SUS sem nenhuma adaptação, sem considerar as especificidades da saúde. Isso tem emperrado e di-ficultado licitações, reposições, compra de produtos, contratação de pessoas. Quanto ao financia-mento, há um problema grave: nós não temos recursos necessá-rios para o conjunto de responsa-bilidades sanitárias do SUS. O que temos é um subfinanciamento

crônico e não há disposição polí-tica dos vários governos de fazer um investimento maior no SUS. Assim se faz a gestão da miséria, se é obrigado a priorizar alguns programas, algumas integrações, em detrimento de outros. A sus-tentabilidade do SUS até agora tem se dado devido a um grau muito grande de exploração dos profissionais do SUS: são mal re-munerados, não têm carreira, não têm estabilidade, não têm uma política de aposentadoria adequada. Então o subfinancia-mento tem consequências muito negativas.

Uma dessas consequências se-ria a não manutenção e cons-trução de um SUS público e de qualidade, como se espera?Gastão Wagner - Esses proble-mas crônicos reforçam o discur-so da inviabilidade do SUS como um sistema público. O município que começa a expandir o SUS no caminho da integralidade passa a ter problemas de prestação de contas por gastar muito com re-

cursos humanos. Aí vem a justifi-cativa das terceirizações, da con-tratação de prestação direta de serviços por entidades privadas, o que aumenta a fragmentação e dificulta a gestão do SUS. Além disso, está na gênese do SUS uma dependência muito grande do setor privado. Uma área da atenção à saúde é privada, que é a saúde suplementar, as coo-perativas médicas. Perto de 70% da capacidade hospitalar do SUS é comprada através de contratos e convênios de hospitais privados e filantrópicos. Então o SUS, ao contrário do sistema português, espanhol, inglês e canadense, grandes referências para o Brasil, se apoiou no sistema privado. Por isso, apesar de o Brasil ter, legal-mente, um sistema público de saúde, o gasto público é menor que o gasto privado. Nos países que têm sistemas nacionais de saúde, o gasto público de saúde é de 70% a 90%. No Brasil, o mer-cado privado tem 54% do recurso financeiro para gastar em saúde e atende apenas 25% da popula-ção, com um padrão de atendi-mento igual ou pior ao do SUS. Já o SUS tem 46% e atende no mí-nimo 70, 75% da população, além de fazer muitas coisas para quem tem saúde suplementar. Então, é uma aberração! Essas soluções de mercado custam mais caro e têm uma eficácia menor. A Inglater-ra gasta metade do que os EUA, com resultados muito melhores, se tomarmos a expectativa de vida, o acesso e a inclusão.

Gastão Wagner, professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Unicamp, apresenta evidências sanitárias, indicadores econômicos e contextos políticos que contribuem para a discussão sobre a privatização dos sistemas nacionais de saúde

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entrevista

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Page 5: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

Mas estão acontecendo mu-danças significativas no siste-ma de saúde da Inglaterra, por exemplo, a caminho da priva-tização. Por que acontecem se economicamente não valem a pena? Gastão Wagner - A questão é política. A política não se faz com base em evidências econômicas e técnicas apenas, mas sim com base em interesses de luta, e os interesses não são homogêneos. Na Europa nós temos evidências sanitárias a favor dos sistemas nacionais de saúde. Só que em 2008, com a crise financeira, o estado europeu pegou recurso próprio para salvar os bancos, pra pagar juros, etc. Mas na hora de corrigir o déficit dos estados, eles não cortam o pagamento de juros, não repassam ao setor financeiro, e estão cortando em setores como os sistemas nacio-nais de saúde, os sistemas educa-cionais, com cortes horizontais de salários, de investimentos, o que tira, da maior parte da popula-ção, direitos e benefícios que são históricos. Isso é possível porque os partidos que apoiaram as po-líticas públicas historicamente ao longo do século XX traíram a his-tória deles mesmos. Então é uma postura conservadora e que tem que ser enfrentada com discur-sos, com ação política, técnica e legislativa, mas boa parte dos in-telectuais da saúde coletiva brasi-leira estão caindo nesse “canto de sereia”, e aceitando esse discurso de que o SUS não é viável.

E quais são as ameaças reais que o SUS sofre? Gastão Wagner - Há uma comis-são do Senado agora propondo a reforma do SUS, a criação de um

sistema misto no Brasil, uma inte-gração entre a saúde suplemen-tar, o setor privado, o mercado e o SUS. Quer tornar a liquidação do SUS oficial. Essa comissão tem a maioria de partidos que no pas-sado apoiaram o SUS. É como na Inglaterra, nós vamos ter que lu-tar contra isso. A presidenta Dil-ma fez uma reunião com algumas empresas da área de saúde suple-mentar, e saíram rumores de que haveria um subsídio, que o Esta-do brasileiro passaria a comprar

serviços, que daria isenção fiscal, mais estímulos ainda a esse setor de mercado, enquanto no SUS falta dinheiro, falta recurso e te-mos um subfinanciamento. Hou-ve uma reação muito forte.

De quem partiu essa reação?Gastão Wagner - São profissio-nais de saúde, suas famílias, e milhões de brasileiros que têm uma dependência muito grande do SUS e que passaram a apostar no sistema. A intelectualidade e algumas entidades profissionais também estão fazendo a defesa do financiamento da Atenção Bá-sica, do crescimento do SUS, da diminuição do clientelismo, do partidarismo, do desvio de recur-sos, da mudança da formação dos professores, dos estudantes. Essa agressão aos sistemas nacionais de saúde está obrigando o res-surgimento do movimento sani-tário, com a mesma composição.

Nos falta agora uma plataforma unificada, como a 8ª Conferência [Nacional de Saúde] deu naquele tempo. O custo do setor privado é muito alto, é o dobro. Como eles vão estender isso para toda a população brasileira? A exclusão do SUS significa deixar metade, 60% da população brasileira sem acesso.

E qual é a contraproposta à pri-vatização?Gastão Wagner - É fazer o que já está definido. Nós já temos uma proposta com relação ao mode-lo de atenção: o papel da Aten-ção Básica, a ideia de funcionar em rede, com atendimento de equipe multiprofissional, uso ra-cional de medicamentos, e com um conjunto de diretrizes. No financiamento também temos uma proposta: dobrar os recur-sos do SUS, tirar recurso de outro tipo de investimento e investir na saúde. Agora, onde há mais polêmica e não há um projeto único, é no modelo de gestão. A gente têm a gestão participativa, mas até onde vão os usuários no controle? Há consenso de que os cargos de gestão do SUS, exceto ministro, secretário e assessores, não deveriam ser de confiança. A gente deveria fazer concursos internos, com mandato, como as universidades fazem. E como é que se integra o sistema fede-rativo brasileiro, se a gente mu-nicipalizou demais, fragmentou demais? Que reforma vamos fazer na administração direta? Os sistemas nacionais nasceram para tirar a atenção à saúde do mercado, senão ela se degrada, encarece e medicaliza. Isso é uma conclusão que tem 100 anos, nós temos evidências disso.

“A exclusão do SUS significa deixar

metade, 60% dapopulação brasileira

sem acesso”

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entrevista

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Do doador ao receptor: um gesto que muda vidas

Antonio começou a doar sangue por vontade própria, há mais de 20 anos. Costuma doar de duas a três

vezes por ano, a maioria vinculadas a alguém. Para ele, doar sangue

significa satisfação de poder ajudar outras pessoas. “Se pudesse, doava

sangue todos os dias”, completa.

Saiba como a doação de sangue faz parte da história de muitas pessoas e transforma destinos

Mateus nunca tinha doado sangue. Ele acredita que o principal objetivo do gesto é ajudar quem precisa. “Conheço poucas pessoas da minha idade que doam sangue”, acrescenta. Ele se inte-ressou pela doação através da internet e também por influência do pai, que passou a ser doador após um acidente em que precisou de sangue.

Antonio Siementcoski56 anosTipo Sanguíneo: O-

Mateus Costa de Souza19 anos

Tipo Sanguíneo: O+

No Brasil, 1,8% da população é doadora de sangue

SC supre 98,3% da

demanda por sangue do

estado

click

Agradecemos a disponibilidade da equipe do Hemosc Florianópolis que nos recebeu e

auxiliou nesta reportagem

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Page 7: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

Onde doar em SC:Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Ca-tarina (Hemosc): Blumenau, Canoinhas, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Lages e Tuba-rão. Nos municípios onde não há hemocentro, o Hemosc atua de duas maneiras:1. Coletas externas, através de uma unidade móvel.2. Encaminhamento de grupos de doadores para o Hemosc da região. Um trabalho em parce-ria com as prefeituras.Hospital Universitário: Floria-nópolisBanco de Sangue Concórdia (particular)

Gilson Tadeu da Rosa49 anos

Tipo Sanguíneo: O-

Neuzi Prado44 anos

Tipo Sanguíneo: A+

Gilson e Neuzi sofreram um acidente de moto no Rio Grande do Sul, em março de 2011. Ambos sofreram esmagamento do membro inferior esquerdo, que resultou na amputação da perna esquerda de cada um. Como houve muitas fraturas, receberam sangue por no mínimo três dias. “Foi muito importante para nós porque era a vida da gente que estava em jogo. Eu só pensava que precisava muito do sangue e que a minha sobrevivência dependia dele”, explica Neuzi. Após o acidente, perceberam a necessidade de doar sangue. “Não sei como funciona depois da amputação, quanto tempo depois posso doar, mas quero contri-buir porque vi a importância”, finaliza Gilson.

1º Passo: Recepção e Cadastro

2º Passo:

Pré-triagem

3º Passo: Entrevista Clínica

4º Passo: Coleta de sangue

5º Passo:

Lanche

Etapas da doação:

Tipos de doação:Espontânea: por von-tade própriaVinculada: direcionada para algum pacienteAutóloga: direcionada para si mesmo

Intervalo entre doações:Mulheres: 3 meses (máximo de 3 doações ao ano)Homens: 2 meses (máximo de 4 doações ao ano)

Mesmo após o acidente, o casal continua a andar

de moto

click

Outras situações impeditivas:• Fez ou faz uso de algumas drogas ilícitas nos últimos 12 meses;• Mantém relações sexuais de risco;• Gestantes ou mulheres que amamen-tam bebês com menos de 12 meses;• Estiver usando certos medicamentos.

Deve aguardar para doar sangue:• Quem fez algum tipo de procedimen-to dentário - de 1 a 30 dias (de acordo com o procedimento);• Tatuagem e piercing – de 6 meses a 1 ano (passará por avaliação);• Tiver algum desses sintomas (gripe, tosse, dor de garganta, rinite, febre, resfriado) – 7 dias após a cura.Há mais situações em que a pessoa deve aguardar. Para saber essas e outras infor-mações entre no site do Hemosc: www.hemosc.org.br/doacao-de-sangue

Pode doar aquele que:• Tiver idade entre 18 e 67 anos;

• O limite de idade para primeira doação é de 60 anos;

• O candidato à doação deve estar em boas condições de saúde, sem feridas

ou machucados no corpo;• Pesar acima de 50 kg.

Não pode doar quem tem ou teve as seguintes doenças:

• Hepatite após os 11 anos de idade;• Lepra (Hanseníase);

• Hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto;• Doença autoimune;• Doença de Chagas;

• AIDS;• Problemas cardíacos (necessita avaliação e

declaração do seu cardiologista);• Diabetes;

• Câncer.

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Page 8: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

As faces e contradições do câncer vistas pela Saúde da Família

Como abordar a doença na Atenção Básica? Mais da metade dos pacientes com câncer se tratam e voltam para este nível de atenção, que é também onde a prevenção pode acontecer

Um jovem casal america-no se conheceu e logo se apaixonou. Seis me-ses depois, noivaram e,

em menos de um ano, casaram-se. Após cinco meses vivendo juntos, Jen descobriu que tinha câncer de mama. O marido decidiu, então, fotografar os cinco anos de luta da mulher contra a doença e criar um blog com os registros (http://migre.me/egych). “Minhas fotos mostram sua vida diária. Elas hu-manizam a face do câncer na face da minha esposa”, postou Ângelo no blog. Ele conta que queria mos-trar que o apoio e a vontade de vi-ver do paciente são essenciais.

A Atenção Básica é o nível de atenção que consegue propor-cionar às pessoas um cuidado in-tegral. A equipe de saúde da famí-lia, próxima da comunidade, cria ações que vão desde a promoção da saúde, a prevenção e o rastre-

amento. A demanda para a Aten-ção Básica é crescente porque há um registro de 12 mil novos casos de câncer por ano só em Santa Ca-tarina (dados podem ser consulta-dos em http://migre.me/ehllo), e cada vez mais pessoas com diag-nóstico de câncer estão receben-do alta do serviço especializado de

cuidado e voltando para o atendi-mento da sua equipe de saúde. “Antes, o paciente tinha alta e não voltava para os cuidados integrais da ESF, por isso temos pessoas há 15 anos usando os serviços do CEPON [Centro de Pesquisas On-cológicas]. Hoje, de 50 a 60% dos pacientes com câncer sobrevivem e, destes, 70 a 80% não apresenta sequelas quando volta para a APS”, relata Senen Hauff, coordenadora do setor de epidemiologia do cân-cer do CEPON, em Florianópolis.

Para a médica, a chave para a re-cuperação é a comunicação entre o oncologista, na alta complexida-de, e o médico, na Atenção Básica. Isso se evidencia quando identifi-camos que a maior sobrevida de pacientes com câncer acontece em países com sistema de saúde organizado, como o Canadá e a Austrália, de acordo com informa-ções do Concord Study, pesquisa realizada em Londres. Então, o que a Atenção Básica precisa de-senvolver no que se refere à abor-

dagem do câncer?Abordagem práticaMurilo Vieira Coutinho, médico

de família e comunidade, traba-lha há um ano no Centro de Saú-de Canasvieiras, em Florianópolis. Neste tempo, ele teve cerca de dez pacientes com diagnóstico de câncer, três deles em fase ter-minal, em cuidados paliativos. Ele sentiu na prática a importância da comunicação em diversos níveis. “A comunicação clínica é essencial principalmente com o câncer, pois promove saúde quando o pacien-te elabora com o médico e a família a abordagem do seu tratamento”.

Quando Murilo chegou à co-munidade, o marido de uma das moradoras de Canasvieiras já esta-va em cuidado especializado pelo câncer e logo veio a falecer no CEPON. A mulher ficou revoltada, acreditando ter havido negligên-cia no tratamento do marido. Mu-rilo acredita que nesse caso houve falta de comunicação, pois se ele soubesse antes da evolução do caso, poderia ter preparado a usu-ária com uma abordagem sobre a despedida, sobre pensar na perda de um ente querido. “Agora que ele faleceu, ela continua fazendo parte dessa comunidade, ela volta para a Atenção Básica, e aí?”, ques-tiona o médico.

Murilo relatou também que muitas pessoas vêm até seu con-sultório querendo um check-up geral e confessam que a razão é o medo de terem câncer um dia. O médico procura orientar que a melhor forma de prevenção são os hábitos de vida saudáveis e pla-Jen recebe apoio no estágio final do câncer

“A Atenção Básica tem papel fundamental no

controle do câncer”

reportagem

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Page 9: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

neja com a pessoa ações para al-cançar isso. Uma opção é o Grupo de Vida Saudável, realizado na uni-dade por um nutricionista e um profissional de educação física.

Para Senen, a Atenção Básica e sua gestão têm papel funda-mental no controle do câncer, “desde as ações de promoção da saúde, como a melhora do acesso e redução das iniquidades, em-poderamento da população em questões de alimentação saudá-vel e controle do tabagismo, até o rastreamento do Câncer de Colo de Útero, organizado, captando a mulher que nunca realizou o exa-me ou não realiza com periodici-dade, como mulheres com HIV, prostitutas e as de menor escolari-dade”. A médica ainda afirma que o rastreamento de Câncer de Colo de Útero é o único que comprova-damente reduz a mortalidade.

RastreamentoJuan Gérvas, médico e referência

em Atenção Primária, reforça a afir-mação de Senen e completa que, para outros cânceres, “o rastreio não diminui o sofrimento, a dor e a morte”. Em palestra em Floria-nópolis, ele apresentou dados de que nos Estados Unidos o aumen-to de rastreamentos fez crescer a incidência de cânceres (de prós-tata, melanoma, mama, etc), mas diminuiu pouco a mortalidade. “Estamos produzindo câncer?”, lançou Gérvas a pergunta, repon-dendo-a em seguida: ”a questão é que nem todos os cânceres ma-tam. Muitos, observados geneti-camente, não progridem, nunca matam e, em alguns casos, desa-parecem”. Por exemplo, 60% dos cânceres de próstata e 50% dos de mama em mulheres mais jo-vens nunca matariam e poderiam

regredir espontaneamente.Murilo conta que quando uma

mulher chega para consulta e so-licita exame mamográfico, por exemplo, ele observa primeiro os fatores de risco e busca expli-car que, para além desses fatores, existe um contexto biopsicosso-cial, que também influencia na chance de adoecimento. “A pré--ocupação gera sofrimento, por isso, todos profissionais de saú-de devem estar preparados para questionamentos sobre o câncer, e quanto maior o tempo na mes-ma comunidade, com as mesmas pessoas, mais fácil será promover saúde para elas, fazê-las refletir”, pontua o médico, que lembra ter aprendido sobre a abordagem prática do câncer apenas na re-sidência. Para Senen, não é só na residência que se deve falar sobre o câncer, mas também nos currí-culos universitários.

“O câncer é um desafio na nossa cultura, gera a ideia de que temos que fazer algo. É verdade, mas às vezes, fazer algo sem planejamen-to e tranquilidade pode gerar ia-trogenia e sofrimento psíquico maior”, completa Murilo.

A empresária Flávia Flores criou um perfil no facebook com dicas para incentivar o resgate da autoestima de mulheres com câncer (http://migre.me/egGpk)

Outras iniciativas em SCA decisão sobre qual a face do

câncer vai ser encarada é uma via de mão dupla: depende do pa-ciente e também da equipe de saúde da família. Em Florianópo-lis, a administradora Flávia Flores (foto acima), diagnosticada com câncer de mama há seis meses, decidiu mudar o foco da doença e criou uma página no facebook (http://migre.me/egGpk) para com-partilhar informações de beleza e bem-estar com outros pacientes. Visite e conheça!

Em Seara, na região oeste do estado, a equipe de enfermagem da unidade organiza, há um ano, o grupo Recomeçar, para pacien-tes com câncer. O grupo aconte-ce a cada dois meses e trabalha com café e prosa. “O Recomeçar é aberto e às vezes recebe até a fa-mília dos pacientes”, conta Juliana Foralosso, coord. de Atenção Bási-ca do município. Para ela, o maior desafio atual é chamar as pesso-as para participarem do grupo, e, por isso, o apoio dos agentes co-munitários é essencial.

reportagem

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Page 10: Reportagem: como abordar a complexidade do câncer na APS?

Vó Sela: toma chás desde criança

edição 21 maio 2013telessaúde informa10

A ESF1 e o NASF de Ipira so-licitaram uma teleconsul-toria frente à diversidade

de espécies vegetais e à dificul-dade de estabelecer estratégias de interação entre o saber po-pular e o técnico-científico, para conseguir estruturar rodas de conversa, cartilhas educativas e um horto de plantas medicinais.

Inicialmente, foi orientado que as ACS e os profissionais de saúde fizessem um levantamen-to das plantas utilizadas ou que as famílias tinham nos quintais como medicinais.

Nessa busca, a equipe conver-sou com a Dona Selanira Antu-nes de Mattos, conhecida como Vó Sela, de 95 anos. Ela relatou durante a visita domiciliar da ACS Helenamar, que “quando era criança e morava em uma chácara muito distante, onde não havia posto de saúde, nem médicos e nem farmácia, quan-do eu e meus irmãos ficávamos doentes, minha mãe fazia uso de chás caseiros, como o cidró (para dor de cabeça, gripe e calmante), o alecrim (calmante e para pro-blemas de estô-mago) e a maçani-lha (para baixar a febre). Minha mãe tomava chá de fo-lha de lima e chá de alcachofra para pressão alta”.

Essa aproxima-ção da equipe com a comuni-dade motivou o grupo a continuar a resgatar o saber popular e a apro-fundar e buscar o

conhecimento científico. Dessa forma, foi realizada uma segun-da consultoria de sensibilização sobre a importância e a valori-zação das plantas medicinais na APS, buscando desmistificar a “ideia de que toda planta é tóxi-ca”. Em um segundo momento foi

proposto que a equipe realizasse uma oficina de reconhecimento das plantas medicinais, com a participação do Dr. Cesar Paulo Simionato, médico responsável pelo Horto Didático do Hospi-tal Universitário/HU, articulado pela teleconsultora Gisele Da-mian. Nesse encontro on-line,

cada trabalhador levou uma muda de planta medici-nal para ser iden-tificada, como poejo, malva, hor-telã, capim cidrei-ra, melissa, arnica, cavalinha, insulina, entre outras. Foi discutido com o grupo a nomen-clatura científica, o nome popular, a forma de utiliza-ção, as indicações

e as contraindicações.Paralelamente ao trabalho

com o Telessaúde SC e com o Horto Didático do HU, a equipe está realizando discussões com a Pastoral da Saúde de Concórdia/SC para aprofundar o conheci-mento das ACS (área urbana e

rural). Também fazem discussões com as senhoras do Clube de Mães Novo Milênio, para o uso adequado de plantas medicinais.

Daniella Tofolo, apoiadora da equipe 1, relata que é muito gra-tificante verificar a forma como o processo de trabalho com as plantas medicinais está aconte-cendo. “Foi possível identificar a riqueza de se organizar um espa-ço de troca de saberes para cons-trução conjunta do conhecimen-to, com o entusiasmo, a união e o compromisso do grupo com o projeto”, completa Daniella.

Integrantes da Equipe 1 de Ipira: Isabel (secretária de saúde), Ana Claudia (médica), Daniela de Paris (enfermei-ra), Jociméri (dentista), Karine (ASB), Marcelo (farmacêutico do NASF), Helenamar, Maria, Terezinha, Adelise, Eliane e An-dréia (ACS).

Ações educativas com plantas medicinais

A equipe de Ipira conseguiu estruturar rodas de conversa após ajuda da teleconsultoria

teleconsultoria

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edição 21maio 2013 telessaúde informa 11

Pergunta destaque do mês: saúde mental

T enho muita dificuldade em retirar medicamentos em pacientes que fazem

uso crônico de antidepressivos. Alguns utilizam o mesmo medi-camento há 30 anos, sem ade-são adequada. Basta falar em cessar o tratamento que eles voltam a ter os supostos sinto-mas de 30 anos atrás. Pretendo iniciar um grupo com pacientes com depressão, a fim de con-versar sobre diferenças entre transtornos de humor e triste-zas inerentes à vida, mas não sei qual é a forma mais adequa-da de retirar o medicamento daqueles que eu acho que nem têm o diagnóstico de depres-são.

Temos visto muito o uso ina-dequado de benzodiazepínicos e antidepressivos. Há estratégias distintas para cada um deles, mas em comum temos a necessidade de estabelecer vínculo de con-fiança e continuidade no cuida-do. Poucos pacientes aceitarão mudança de tratamento em uma primeira consulta, mas a sensibi-lização pode começar já no pri-meiro contato.

A OMS (2) sugere que o uso de benzodiazepínicos não ultrapas-se 2 a 4 semanas. Seu uso gera dependência, levando ao uso de maiores doses ao longo do tempo e síndrome de abstinência. Para a retirada de benzodiazepínicos, a melhor técnica, e mais ampla-mente reconhecida como efetiva, é a retirada gradual da medica-ção, sendo recomendada mesmo para pacientes que usam doses terapêuticas (1). Esta técnica é de baixo custo e facilmente exequí-vel e tem menor índice de sinto-

mas, com isto, maior sucesso na retirada. Al-guns médicos preferem redu-zir um quarto da dose por semana; outros negociam com o paciente um prazo, que gira em torno de 6 a 8 semanas, mas pode durar até mais de 10 semanas. É de grande valia oferecer esquemas de redu-ção das doses por escrito, com desenhos dos comprimidos e datas subsequentes de redução. Pacientes que não conseguem concluir o plano de redução gra-dual podem se beneficiar da tro-ca para um agente de meia-vida mais longa, como o diazepam. A carbamazepina pode ser uma medicação adjuvante na retirada gradual de benzodiazepínicos, particularmente em pacientes recebendo benzodiazepínicos de meia-vida curta, mas estudos controlados maiores são neces-sários para confirmar seu poten-cial benefício, determinar melhor os efeitos adversos e identificar quando seu uso clínico é indica-do. Pode ser usada na dose de 200 a 800mg/dia/oral.

No uso de longo prazo de anti-depressivos, devemos perguntar quais são as preocupações do paciente ao se abordar a retirada do medicamento. Uma preocu-pação comum é o retorno dos sintomas iniciais. Estar aberto ao suporte rápido caso isto ocorra e ser flexível à diminuição e retira-da conforme a possibilidade indi-

vidual de cada paciente pode dar mais segurança ao mesmo (3).

Grupos de apoio e psicotera-pia podem ajudar. Sendo a cria-ção de um grupo na sua unidade uma excelente iniciativa.

Categoria da Evidência: Grau DProfissional solicitante: Mé-dicoTeleconsultor: Equipe Teles-saúde SCEvidências e Referências: 1. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Associação Brasileira de Psiquiatria. Tratamento da Fase Aguda do Acidente Vascular Cere-bral. 2008. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/proje-to_diretrizes/004.pdf ou http://www.projetodiretrizes.org.br/novas_dire-trizes.php.2. OMS/WONCA. Integração da saúde mental nos cuidados de saúde primários: uma perspectiva global, 2009. Disponível em: http://www.who.int/eportuguese/publications/Integracao_saude_mental_cuida-dos_primarios.pdf.3. Protocolo Saúde Mental de Floria-nópolis. Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/05_08_2011_9.41.44.1bf62fa463bec5

495279a63c16ed417f.pdf

segunda opinião

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edição 20 abril 2013telessaúde informa1212

A publicação Adolescer é uma parceria entre a Associação Brasileira de En-fermagem (ABEn) e o Ministério da Saúde. A revista apresenta de que forma os profissionais podem tratar de assuntos difíceis de serem trabalhados com os adolescentes, como drogas, depressão, suicídio, violência e sexualidade. Aborda também a complexidade dos agravos à saúde dos jovens e as multidi-mensionalidades do processo de adolescer. Além da parte teórica, a publicação oferece metodologias práticas, com dinâ-micas de aprendizagem para o trabalho educativo com esse público alvo.

“Adolescer” é uma boa dica para quem participa do programa Saúde na Escola ou para quem trabalha com a intersetorialidade com as escolas.Você pode descobrir mais sobre a revista no link: http://www.abennacional.org.br/revista/sumario.html

O Seminário Internacional “Inovações na Atenção Primária à Saúde: lições aprendidas Brasil e Portugal” ocorre neste mês no Instituto de Medicina So-cial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Serão discutidos temas como a governança clínica, a contratualização e avaliação de desempenho e a melhoria

do acesso e qualidade. As inscrições são gratuitas e limitadas.Quando? De 06/05 a 07/05 de 2013Onde: IMS/UERJMais informações: http://www.obsnetims.org.br

A excêntrica família de Antonia (1995)Ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996, o longa metragem conta a saga familiar de três gerações de mulheres, comandada pela matriarca Antonia, de 90 anos. O filme fala ainda de força, beleza e escolhas que desafiam o tempo. “A excêntrica família de Antonia” foi definido como uma celebração da vida, da morte e da liberdade e põe em prova os valores e convicções de cada um.

O documentário conta a trajetória das políticas de saúde no país e sua articulação com a história política brasileira. Mostra também os mecanismos criados para a implementação dessas políticas, como a criação do SUS. O documentário aborda como a saúde era considerada, no início do séc. XX, um dever da população e como essa relação se inverteu, passando a ser avaliada como um direito do cidadão e um dever do Estado.

Políticas de Saúde no Brasil: Um século de luta por direito à Saúde (2007)

maio/2013

Filmes

Livros

Eventos

edição 21 maio 2013telessaúde informa12

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edição 21maio 2013 telessaúde informa

agenda

Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, redação, diagramação e edição: Marina Veshagem, Thaine Teixeira e Camila Peixer Design e iIustração: Vanessa de Luca Orientação: Luise Lüdke, Luana Gabriele Nilson e Thaís Titon de Souza Reportagem fotográfica e revisão: Camila Peixer

Programação de webs de Maio

15/05

22/05

02/05 - médicos

08/05

29/05Primeiros cuidados com a mãe e o recém-nascido - 15hPalestrante: Luana Nilson / EnfermeiraResumo: A web vai abordar o papel da equipe de Atenção Básica/Saúde da Família junto à mãe, ao recém-nascido e à família após o nascimento, e quais os primeiros passos para o estabelecimento de vínculo e seguimento do cuidado.

PMAQ -15hPalestrantes: Mari Ângela Freitas e Maria Catarina Rosa / GEABSResumo: Orientações sobre a 2ª Etapa de Adesão, Contratualização e Recontratualização das Equipes de Atenção Básica ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), 2º Ciclo/2013.

Saúde da Criança na Atenção Básica - 15hPalestrante: Halei Cruz / PediatraResumo: O cuidado à saúde da criança na Atenção Básica se apóia em ações como: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento; promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável; atenção às doenças prevalentes; imunizações; prevenção e atenção adequada aos acidentes e maus tratos e vigilância dos óbitos infantis e fetais.

Experiência de cuidado ao recém-nascido de alto risco na AB - Município de Joinville - 15hPalestrante: Fátima Mucha (pediatra) / Viviane Korovsky (enfermeira)Resumo: Falará do Programa Bebê Precioso, que tem como ações acompanhar as crianças que após o nascimento necessitam de internação na UTI e realizar visitas da equipe de Saúde no hospital e no domicílio.

WORKSHOP

Cuidado à saúde bucal do idoso na Atenção Básica - 16hPalestrante: Ana Lúcia S. Ferreira de Mello / Cirurgiã-dentistaResumo: Os serviços de saúde bucal para idosos têm algumas singularidades que influenciam nas ações e serviços e na organização do processo de trabalho dos profissionais da AB. Deve-se considerar aspectos estomatognáticos relevantes e suas modificações durante o processo de envelhecimento e, assim, adotar abordagens a partir de estratégias.

Cuidados com a gestante e seu companheiro - 16hPalestrante: Fernanda Lazzari / Médica de Família e ComunidadeResumo: A proposta deste workshop é abordar diferentes pontos que fazem parte do cuidado pré-natal pelo médico de família, já que este é um momento importante para formação de vínculo com a gestante e seu companheiro e para seguimento longitudinal à gestação.

16/05 - odontólogos 23/05 - médicosTracoma - 16hPalestrante: Astor Grumann Júnior/ Médico oftalmologistaResumo: O tracoma é uma afecção inflamatória crônica da conjuntiva e das córneas, que em decorrência das infecções repetidas, pode levar a cicatrizes na conjuntiva palpebral. Em casos mais graves evoluem para sequelas, provocando lesões corneanas importantes, podendo produzir cegueira.