Textos Trupe Sonora Casa de Orates Léo Telles Motta

FotosSamara ZukonskiKarin RomanoGabriel AraujoFernanda GermanoFelipe Jr.

Projeto GráficoEuclydes da Cunha Neto

sENHORAs E sENHOREs, A cAsA DE ORATEs

A ORIGEMItajaí já é conhecida como um celeiro de arte, através de seu Festival de Música e do Festival de Teatro, além de inúmeros eventos culturais que ocorrem durante o ano.

Nomes se consagram nacionalmente

entre grandes artistas, porém uma nova geração traz diferentes rumos e inovadoras propostas artísticas, mes-clando o tradicionalismo regional com expressões artísticas globais. Reman-do com a esperança de fomentar um movimento da produção artístico-cul-

tural da cidade e da região.

Neste sentido, o projeto da Trupe So-nora Casa de Orates visa incentivar novas formas de expressões artísti-cas, mesclando diversas artes em suas apresentações.

Produzir arte visando integrar música, teatro e projeção de imagens. A Casa de Orates tem todos estes vieses, com uma proposta que permeia várias artes; porém a música, o “car-ro-chefe” do grupo, é o que move todo o projeto. As composições são feitas coletivamente pelo grupo, uma mistura do progressivo com elementos do jazz, rock, samba, baião, funk e música medieval.

A Trupe possui grande experiên-cia em festivais, incluindo rea- lizações do SESC, Festival de Música de Itajaí – de re-nome nacional, organizado pela Fundação Cultural da cidade; Festival Psicodália – festival de caráter itine- rante, com sete edições realizadas; além de apre-sentações em diversos teatros do estado, no Paraná e em São Paulo. Traz uma concepção diferenciada de apre-sentação, criando um ambiente lúdico, mu-sical e onírico.

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A Casa de Orates

nasceu em 2003, na ci-dade de Itajaí. As músicas par-

tem de uma visão sonhadora, lúdica e filosófica. A Casa iniciou sua jornada

artística ao passar musicalmente os sentimentos dos componentes do grupo, buscando nos sonhos inspiração para suas composições. O nome da banda surgiu como um conceito extraído do li-vro “O Alienista”, de Machado de Assis. Trata-se de uma crítica machadiana ao

cientificismo predominante no século XIX. Ele aborda a exposição de dramas psico-patológicos vividos por aqueles que es-tão no poder. O Alienista resolve então colocar todos da cidade num hospício

com o intuito de “curá-los”. Questiona o que é a loucura. Como dizem os integrantes da Trupe, “Somos loucos não no sentido pa-

tológico da palavra, mas simplesmente no ato de

permitirmo-nos son-har, viajar e criar

c o n s t a n t e -mente sem dar limi-tes para imagina-ção”.

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ORATEs à TRupE sONORA

A Associação Trupe Sonora Casa de Orates foi fundada no ano de 2007, com intuito de propiciar ao grupo uma maior abrangência no meio profissional. A profissionalização vem promover a arte até então desenvolvida; em um projeto consolidado, com meios de se propagar em instâncias mais sólidas, angariando projetos onde o grupo até então não tinha alcance.

a) Desenvolver trabalhos artísticos, culturais e filosóficos na região;b) Promover estudos e desenvolvimento das artes como ciência, como profissão e como meio de fomentar o bem-estar humano;c) Desenvolver projetos de pesquisa de caráter informativo, cultural e artístico no campo da música, literatura, artes plásticas, cinema, teatro e fotografia;d) Ser um instrumento aberto para discussão de arte, cultura e filoso-fia;e) Desenvolver parcerias com entidades públicas e privadas para re-alização de projetos artísticos, culturais e comunitários.

ENfIM AssOcIADOs

ObjETIvOs EsTATuTáRIOs

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HIsTóRIcO

Este primeiro CD – lançado em 2007, si-multâneo ao show temático “Sonhos, uma viagem ao onírico” no Teatro Municipal de Itajaí – apresenta o trabalho da Trupe So-nora Casa de Orates, com toda sua origi-nalidade e arranjos minuciosos, contando com músicas e sonoplastias do show “O Artesão dos Sonhos”.

Em meados de 2007 se iniciou a gravação no estúdio Giant Steps, com participações especiais de José Carlos P. Butcher e Juan M. Peres, com produção da Trupe Sonora Casa de Orates e Juan M. Peres.

No Show, os personagens são guiados através de suas músicas por um dono de circo, que apresenta cada peça musical de modo circense. Baseado no “circo dos hor-rores” do Sec. XIX e mesclado com a poesia do grupo, cria um show visual recheado de filosofia e músicas inovadoras.

O show abriu portas para a Trupe, levando o grupo além das fronteiras catarinenses, passeando pelo Paraná e São Paulo, além de abrir shows como Mutantes e Som Nos-so de Cada Dia.

cD “ O ARTEsÃO DOs sONHOs”

sHOW “ARTEsÃO DOs sONHOs”

DARLAN H. MARTINS JR. MARCIO DE NOVAES EUCLYDES C. NETO JULIO C. MENDONÇA MARCELO AZEREDO

JÔNOTA GONÇALVES E SIARA BONATTI

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sINOpsEPautada em percepções de tempo não-lineares e vivências diversas, a apresentação rompe com o pas-sado e presente, fazendo dos sen-tires do protagonista a história do próprio espectador. O grupo es-treou o show temático “Sonhos, uma viagem ao onírico” – com ro-teiro, produção e composições da própria Trupe – em novembro de 2007. Misturando música, teatro e projeções de vídeo, a banda pre-tende levar o espectador a um plano quimérico, onde os sonhos individuais tornam-se ao mesmo tempo coletivos.

No ano de 2008 o espetáculo participou do Festival Aldeias do SESC, na cidade de Blumenau – SC, foi abertura da Bienal de Arte de Rua e Animação do SESC de Lages – SC e encerrou a Semana de Artes Ousadas da UFSC, lotan-do os 700 lugares do Teatro Pedro Ivo Campos.

Um homem faz um acordo com o bobo da corte dos Sonhos; o de aprisionar suas sete personalidades em uma cartola. Porém, no alento da noite, ao adormecer, encontra suas verdadeiras faces e embarca numa viagem intro-spectiva, lúdica e musical ao mundo dos Sonhos.

EspETáculO “sONHOs, uMA vIAGEM AO ONíRIcO”

MAGOPERSONAGENS

FILÓSOFO LOUCO VIAJANTE COLECIONADOR DE LEMBRANÇAS

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DATAs MARcANTEs

2006 – PRÊMIO DE MELHOR ARRANJO COM A MÚSICA COLINAS – FESTIVAL FEMIC – BALN. CAMBORIÚ- SC;2007 – APROVAÇÃO DO PROJETO SONHOS PELA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA – ITAJAÍ-SC; 2007 – ESTRÉIA DO ESPETÁCULO “SONHOS, UMA VIAGEM AO ONÍRICO” – TEATRO MUNICIPAL DE ITAJAÍ-SC;2007 – LANÇAMENTO DO CD “O ARTESÃO DOS SONHOS” E DO ESPETÁCULO “SONHOS”;2007 – DIVIDE PALCO COM A BANDA CASA DAS MÁQUINAS – FESTIVAL PSICODÁLIA;2008 – ABERTURA DE SHOW DA BANDA ROUPA NOVA - FESTIVAL DE MÚSICA DE ITAJAÍ;2008 - ABERTURA DA BIENAL DE ANIMAÇÃO E TEATRO DE RUA DO SESC – LAGES-SC;2009 – CASA CHEIA NO ENCERRAMENTO DA SEMANA DE ARTES OUSADAS UFSC-UDESC – TEATRO PEDRO IVO CAMPOS, FLORIANÓPOLIS -SC;2009 - ABERTURA DE SHOW DA BANDA SOM NOSSO DE CADA DIA – FESTIVAL PSICODÁLIA;2009 - DESTAQUE NA VIRADA CULTURAL NOSSO INVERNO – TEATRO CARLOS GOMES, BLUMENAU-SC;2010 - APRESENTAÇÃO NO TEATRO DE ARENA DE SÃO CARLOS-SP, PELA PREFEITURA MUNICIPAL;2010 - ABERTURA DE SHOW DA BANDA MUTANTES – RIO NEGRINHO – FESTIVAL PSICODÁLIA;2010 - APROVAÇÃO DO PROJETO LUARIA PELA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA – ITAJAÍ-SC;

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pRODuçÃO - AlEGRE cORRêA

Atualmente a Trupe trabalha noutro foco, de ideal mais semântico; o novo álbum intitulado “Luaria” trata de bruxas, seus vários significados e classificações míticas. O tra-balho é pautado na litera-tura e imaginário medieval e, traz ainda, referências tipicamente brasileiras e re-gionais. Por exemplo, o uso de ensaios de Franklin Cas-caes, pesquisador da cultura do litoral catarinense e escri-tor de contos “bruxólicos” .

Gaúcho radicado em Viena – Áus- tria –, autodidata e multi-instrumen-tista, Alegre já tocou com monstros como Gerald Preinfalk, Joseph Zawi-nul (Miles Davis, Weather Report), Her-meto Pascoal, A Banda de Nêutrons, Vienna Art Orchestra, entre muitos outros. Ganhou, na Áustria, o prêmio Hans Koller Preiz de Melhor CD e Melhor Músico em, respectivamente, 2002 e 2003. Ganhou ainda, em nome do mestre J. Zawinul, o Grammy de melhor disco de Jazz Contemporâ-neo em 2010. Além de guitarrista de mão cheia, Alegre é exímio produtor, tendo trabalhado com Felixfônica, Guinha Ramires e Alessandro Kramer.Sobre a Trupe, Alegre diz: “Me sinto muito feliz em receber aqui dentro do meu estúdio, em minha casa, e prati-

camente no meu coração – somos amigos, agora – esse grupo maravi-lhoso, que tem uma ideologia musi-cal forte, que não pensa em nada que não fazer sua arte, a Casa de Orates. E gostaria, sim, de fazer parte desse grupo de alguma forma, que estivés-semos realizando juntos esse traba-lho. Acho que o caminho ideal, e já conversamos bastante sobre isso, é justamente fazer isso que está aconte-cendo com o grupo; levar a sério o que se tem a fazer, sem buscar o sucesso comercial por mero interesse finan-ceiro. O sucesso é consequência do trabalho. E o trabalho vem na frente, a arte vem na frente; é por isso que me tornei fã desse grupo e espero que esse seja apenas o começo de um grande projeto que levaremos juntos.”

Eis que o embrião de Luaria nasce em cir-cunstâncias atípicas; fim de semana costura-do em feriado na ilha da magia – Florianópolis

–,instrumentos afinados, idéias amadurecidas e percepções afia-das. O feriadão do dia sete de setembro serviu de descanso para muitos, mas para a Trupe Sonora Casa de Orates foi tem-po de encarar a árdua busca de timbres, arranjos e acertar nas gravações. Para isso, contaram com o foco e a tutela de ninguém menos que Alegre Corrêa.

NO cAMINHO DE Luaria

1 - O termo bruxólico foi citado inicialmente por Franklin Cascaes, em seus contos sobre as bruxas de Florianópolis

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O pro-jeto Luaria tem como in-tensão muito mais do que o ábum sonoro, compreende também o espetáculo “Memórias de Luaria” e ações musicais via internet.

O ouvinte terá possibi-lidade de acompanhar o projeto sonoro através de

s h ow s , em diversas cidades

do Brasil, e pelas ativi-dades via o blog Lua-ria, que disponibilizará um diário virtual, com vídeos, fotos e depoimen-tos, além de também se tornar parte do projeto, seguindo o blog e se ins-crevendo em promoções da Trupe.

Em Memórias de Luaria, show que apresenta o novo trabalho do grupo, mostra a trajetória de uma bruxa em busca da seu aval para o mundo da Lu-aria. Porém Celino, o bu-rocrata, responsável por este documento, mostra resistência no aval. Re-lata então sua grande

experiência em di-

versas histórias cata-logadas em pergaminhos de sua própria roupa.

No show, uma visão de diversas culturas relacio-nadas às bruxas são ex-ploradas em cada canção. Mesclando a música ao audio-visual e o teatro.

O álbum conceitual do projeto Lua-ria traz em sua exên-cia uma gama de visões sobre as bruxas, apresen-tadas em um livro, chama-do Luaria, acompanhado do CD com músicas do grupo.

No livro Celino, o burocrata de Luaria,

traz sua experiência como responsável por catalogar todos os seres que pre-tendem atingia o estado de lunáticos, bruxas e len-das.

Luaria

MEMóRIAs DELuaria

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NA MíDIA

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