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Relatório e Contas

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  • Relatório e Contas

  • CHRISTOPHER WILLIAMSKiev 88, 4.6 lbs. (2.1 Kg)Produção: Zavod Arsenal Factory, Kiev, Ucrânia.Data de produção: 1983-87 Douglas M. Parker Studio,Glendale, Califórnia.28 de Março, 2003 (NR. 1,2,3), 2003Tríptico, três provas por transferência de corantesCada fotografia: 16 x 20 inches,40.6 x 50.8 cm

    Courtesy David Zwirner, New York

    As peças que ilustram este Relatório e Contas integram a colecção de fotografia BES art que o Banco está a constituir desde 2004 através de trabalhos recentes de conceituados artistas plásticos contemporâneos internacionais e portugueses.

  • ANDREAS GURSKYSchnorchler, Rias Bajas, 1988Prova por revelação Cromogénea 59 x 75 cm Edição 9/12

    Cortesia Galeria Fúcares SL, Espanha

    Relatório e Contas

    BES-SEGUROS, COMPANHIA DE SEGUROS, S.AAv. Columbano Bordalo Pinheiro, n.º 75 - 11.º • 1070-061 Lisboa - Portugal

    Capital Social: 15 000 000 euros Registada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e NIPC 503 718 092

  • Senhores Accionistas,

    Nos termos da lei e do contrato de Sociedade, o Conselho de Administração tem a honra de submeter à apreciação de V. Exas. o Relatório de Gestão, o Balanço e as Contas, com os respectivos anexos, da BES, Companhia de Seguros, SA (adiante designada também por BES Seguros ou Companhia) relativos ao Exercício de 2008.

  • 01 RELATÓRIO DE GESTÃO 06

    1.1 Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da Comissão Executiva 07

    1.2 Principais indicadores 08

    1.3 Órgãos Sociais 09

    1.4 Enquadramento Macroeconómico 10

    1.4.1 Situação Económica Internacional 10

    1.4.2 Situação Económica Nacional 11

    1.4.3 O Sector Segurador 11

    1.5 A Actividade da BES Seguros 12

    1.6 Proposta de Aplicação de Resultados 14

    1.7 Nota Final 14

    02 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS ÀS CONTAS 15

    2.1 Conta de Ganhos e Perdas 16

    2.2 Balanço 18

    2.3 Demonstração de Variações do Capital Próprio 20

    2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa 21

    2.5 Anexo ao Balanço e à Conta de Ganhos e Perdas 22

    03 RELATÓRIO DE GOVERNO DA SOCIEDADE 51

    3.1 Certificação Legal de Contas 52

    3.2 Relatório e Parecer do Conselho Fiscal 54

    ÍNDICE GERAL

  • 6 _ BES SEGUROS

    01RELATÓRIO DE GESTÃOBES SEGUROS

    ELGER ESSERBaie de la Somme, France, 2005Prova por revelação cromogénea,colada sobre Diasec • 181 x 242 cmEdição 3/7

    Courtesy Sonnabend Gallery

  • Relatório de Gestão _ 7

    Para se dotar dos instrumentos necessários a enfrentar com sucesso os desafios do futuro, em 2009 a BES Seguros irá, no plano tecnológico, desenvolver e adequar os seus sistemas operacionais e de informação. Paralelamente, a consolidação das estruturas de funcionamento, a optimiza-ção dos recursos e o desenvolvimento da gestão de risco são linhas orienta-doras indispensáveis para responder, de uma forma cada vez mais eficiente e eficaz, às exigências actuais e futuras.

    Tendo como referência o Banco Espirito Santo pela sua actuação nestas matérias, 2009 será também o ano onde a Companhia procurará desenvol-ver e enquadrar os valores associados à responsabilidade social, aprofun-dando o seu compromisso de contribuir para uma sociedade baseada no desenvolvimento sustentável.

    As últimas palavras são de reconhecido agradecimento pelo apoio e confiança dos accionistas e clientes, pelo profissionalismo e dedicação dos colaborado-res e pela cooperação e confiança que o Conselho Fiscal e as Autoridades de Supervisão dispensaram ao longo deste exercício.

    Srs. Accionistas,

    Num contexto de decréscimo da produção do mercado dos produtos de seguros não vida em 2008 (-2,1% comparativamente a 2007), a BES Seguros procurou dar continuidade à sua actividade de servir os clientes particulares do BES, BES dos Açores e BEST com os produtos de base deste tipo de seguros.

    Neste sentido, em 2008 a BES Seguros reformulou a sua gama de produtos nos Seguros Auto e Casa, alargando ainda a sua oferta, com soluções complementares na área da Saúde e iniciando a comercialização do Seguro de Acidentes Pessoais.

    Também a plataforma telefónica operacional para “servicing” e venda de seguros não vida (BESdirecto Seguros) manteve a boa performance eviden-ciada no ano anterior.

    Em termos de produção, o número de contratos vendidos para estes produtos foi de 83 028, o que representa um crescimento superior a 50% em relação ao verificado em 2007. Se considerarmos ainda os contratos do Seguro de Protecção ao Crédito, o volume de contratos vendidos no ano ultrapassou pela primeira vez os 100.000 contratos.

    Apesar dos impactos decorrentes do comportamento negativo verificado na generalidade dos mercados financeiros, em particular com o registo de imparidades de 2,8 milhões de euros, a manutenção do comportamento técnico global num bom nível e o controlo dos custos operacionais permi-tiram à BES Seguros atingir um resultado líquido em 2008 de 3,9 milhões de euros, mantendo o rácio combinado após resseguro num excelente nível (91,9%).

    O capital próprio, de 22,4 milhões de euros (diminuição de 6,5% relativamente ao verificado em 2007) está influenciado negativamente pela Reserva de Reavaliação (cerca de -3,0 milhões de euros) devido à depreciação ocorrida na valorização da carteira de títulos como consequência da evolução veri-ficada nos mercados financeiros. Esta situação não prejudicou a margem de solvência, apresentando um excedente de 9,6 milhões de euros e um rácio de cobertura de 178,3% (estimativa antes de eventual distribuição de resultados).

    Em 2009, a BES Seguros pretende continuar a afirmar-se como uma empresa vocacionada para servir os clientes dos bancos do Grupo BES com os produtos de base de seguros não-vida, desenvolvendo a sua actividade com o objectivo de contribuir para a liderança do BES em soluções de protecção das famílias. Para cumprir este objectivo irá dinamizar e adequar a sua oferta, respon-dendo assim às necessidades mais prementes dos seus clientes e parceiros.

    1.1 Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da Comissão Executiva

    Michel Joseph Paul Goutorbe

    Presidente da Comissão Executiva

    Pedro Guilherme Beauvillan de Brito e Cunha

    Presidente do Conselho de Administração

    01

  • 8 _ BES SEGUROS

    1.2 Principais indicadores

    Principais Variáveis e Indicadores de Actividade 2008 2007 Variação

    Balanço

    Investimentos 94 818 68 428 38,6%

    Activo Líquido 115 709 108 821 6,3%

    Capital Próprio 22 443 24 015 (6,5%)

    Provisão prémios não adquiridos 29 054 25 992 11,8%

    Provisão para sinistros (bruto) 49 120 46 434 5,8%

    Provisões técnicas 81 744 75 035 8,9%

    Conta de Ganhos e Perdas

    Prémios brutos emitidos de seguro directo 70 953 73 171 (3,0%)

    Prémios emitidos líquidos de resseguro 59 092 57 211 3,3%

    Prémios adquiridos líquidos de resseguro 59 923 57 801 3,7%

    Rendimentos 4 592 3 561 29,0%

    Custos com sinistros (bruto)* 43 611 42 301 3,1%

    Custos com sinistros líquidos de resseguro* 42 116 41 016 2,7%

    Custos e gastos de exploração líquidos 12 241 12 476 (1,9%)

    Resultado Líquido 3 908 4 632 (15,6%)

    Resultado líquido / prémios brutos emitidos 5,5% 6,3% (0,8) pp

    Resultado líquido / prémios adquiridos liquidos de resseguro 6,5% 8,0% (1,5) pp

    Resultado líquido / capital próprio 17,4% 19,3% (1,9) pp

    Nº de apólices em vigor / nº empregados (efectivos) 7 678 7 168 7,1%

    Prémios brutos emitidos / nº empregados (efectivos) 1 510 1 557 (3,0%)

    Resultado líquido / nº de empregados (efectivos) 83 99 (15,6%)

    Outros Dados

    Taxa de sinistralidade (bruta)* 65,1% 67,0% (1,9) pp

    Taxa de sinistralidade líquida de resseguro* 70,3% 71,0% (0,7) pp

    Rácio combinado líquido de resseguro 91,9% 92,3% (0,4) pp

    nº de empregados (efectivos) 47 47 0

    milhares de euros

  • Relatório de Gestão _ 9

    1.3 Órgãos Sociais

    A composição actual dos Órgãos Sociais da BES Seguros para o quadriénio 2008-2011, é a seguinte:

    Conselho de Administração

    Pedro Guilherme Beauvillan de Brito e Cunha (Presidente) Bernard Delas (Vice-Presidente)

    Michel Joseph Paul Goutorbe Augusto Tomé Pires Fernandes Pedroso Patrick André Duplan Joaquim Aníbal de Brito Freixial de Goes Dominique Yves Albert Lauré Olivier Ronan Melennec Nuno Manuel da Silva Ribeiro David O Conselho de Administração delega a gestão corrente da Companhia numa Comissão Executiva composta pelos seguintes Administradores:

    Conselho Fiscal

    José Manuel Ruivo da Pena (Presidente) Hervé Marcel André Hassan José Maria Ribeiro da Cunha Paulo Ribeiro da Silva (vogal suplente) Revisores Oficiais de Contas

    ROC Efectivo - Ernst & Young Audit e Associados, representada por Ana Rosa Salcedas Montes Pinto ROC Suplente - João Carlos Miguel Alves Mesa de Assembleia Geral

    Rui Manuel Duarte Sousa da Silveira (Presidente) Michel Victor François Villatte (Vice- Presidente) Nuno Miguel Matos Silva Pires Pombo (Secretário) Secretário da Sociedade

    Francisco Maria Pimentel Vilhena de Carvalho Paulo Alexandre Nunes Nogueira (Secretário suplente)

    Michel Joseph Paul Goutorbe

    Presidente

    Nuno Manuel da Silva Ribeiro David

    Olivier Ronan Melennec

  • 10 _ BES SEGUROS

    1.4.1 Situação económica internacional

    A crise financeira que eclodiu no Verão de 2007, decorrente do fenómeno do subprime, adquiriu novos contornos durante 2008, transformando-se gra-dualmente numa crise de confiança generalizada, com os problemas de liqui-dez e solvência no sistema financeiro a aumentar, e com reflexos na actividade económica a nível global.

    A maior percepção dos riscos de liquidez e de solvabilidade (com a falência ou perda de independência de algumas instituições financeiras nos Estados Unidos e na Europa) resultou numa relutância quase total das instituições em se exporem entre si nos mercados monetário e de crédito, sendo par-ticularmente visível entre o final do 3º trimestre e o início do 4º trimestre a indisponibilidade de cedência de liquidez por parte do sector privado, não obstante as intervenções das autoridades no sentido de assegurar o regular funcionamento dos mercados.

    Na Zona Euro, a taxa de juro Euribor a 3 meses atingiu um máximo de 5.393% (observado no início de Outubro), terminando o ano em 2.892%, após as des-cidas das taxas de referência e as fortes injecções de liquidez no mercado monetário levadas a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE). O clima de aver-são ao risco foi igualmente visível no comportamento do spread da Euribor face às taxas dos Bilhetes do Tesouro a 3 meses, o qual atingiu um máximo de 350 pontos base (também em Outubro), antes de corrigir no final do ano, embora para valores ainda elevados (124, que compara com valores próxi-mos de 20 pontos base no Verão de 2007). Neste contexto de maior procura por activos de refúgio, a yield dos títulos da dívida pública a 10 anos observou uma tendência de descida na segunda metade de 2008, atingindo 2.951% no final do ano (4.621% no final do 2º trimestre).

    O aumento da incerteza (sobretudo associada ao sector financeiro) e as expectativas de desaceleração da actividade económica penalizaram for-temente os principais índices accionistas. Nos EUA, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500 caíram 33.8%, 40.5% e 38.5%, respectivamente. Na Zona Euro, os índices DAX, CAC40, IBEX e PSI-20 caíram, respectivamente, 40.4%, 42.7%, 39.4% e 51.3%. A elevada volatilidade foi também visível nos mercados de commodities. Na primeira metade do ano, o preço do petróleo exibiu uma forte tendência de subida, atingindo um valor próximo de USD 150/barril em Julho. Esta evolu-ção ficou a dever-se à forte procura oriunda dos mercados emergentes, às dificuldades de expansão da oferta global e, em particular, a um aumento da procura de natureza especulativa.

    A expectativa de abrandamento da procura e, mais tarde, a probabilidade crescente associada a um cenário de recessão global retiraram o suporte à procura especulativa e contribuíram para uma forte correcção em baixa do preço do barril, que fechou o ano em valores ligeiramente acima de USD 40. A mesma tendência de correcção foi observada ao nível das matérias-pri-mas não energéticas, contribuindo, assim, para uma descida significativa da inflação (e das expectativas de inflação) no final do ano.

    O ambiente monetário e financeiro mais restritivo, a falta de liquidez nos mercados de capitais, a forte subida dos preços das commodities e da infla-ção na primeira metade do ano e uma deterioração significativa dos índices de confiança dos agentes económicos, alimentaram uma desaceleração, ou mesmo contracção, da actividade nas principais economias desenvolvidas. Embora mantendo perspectivas de crescimento mais favoráveis que a Europa e os Estados Unidos, os mercados emergentes foram também afectados pela deterioração global dos níveis de confiança, quer ao nível da actividade, quer, sobretudo, ao nível dos mercados financeiros.

    Embora no conjunto de 2008 a economia dos Estados Unidos tenha alcan-çado um crescimento positivo (1.4%), o ano ficou marcado pela entrada da economia norte-americana em recessão, com uma contracção da actividade nos últimos dois trimestres. A deterioração do crescimento foi generalizada aos diferentes sectores de actividade e patente de forma muito significativa no mercado de trabalho. Esta deterioração no mercado de trabalho teve re-percussões no comportamento das famílias, tendo o consumo privado regis-tado uma contracção no 3º trimestre, pela primeira vez desde 1991. Também os riscos inflacionistas que se colocaram à economia norte-americana até meados do ano (a variação homóloga de preços chegou a elevar-se a 5.6% em Julho) se dissiparam nos meses seguintes, com a elevada degradação da conjuntura e a correcção do preço das matérias primas, tendo em Dezembro a variação homóloga de preços registado um valor próximo de zero (0.1%).

    A Zona Euro sofreu, em 2008, um expressivo abrandamento, tendo o cres-cimento do PIB sido de 1%, após o registo de 2.6% observado em 2007. O desempenho da actividade foi sendo crescentemente influenciado por uma conjugação de factores, dos quais se destacam as maiores restrições das condições de financiamento, o efeito negativo da desvalorização ocor-rida nos mercados accionista e de habitação e o agravamento acentuado da incerteza generalizada dos agentes. A deterioração do sentimento de empresários e consumidores foi evidente, com os respectivos índices a atin-girem níveis historicamente baixos nos últimos meses do ano. Assim, foi es-sencialmente a procura interna que liderou a trajectória de abrandamento, crescendo apenas 0.8%, após 2.3% no ano de 2007. Também as exportações e as importações exibiram uma trajectória de desaceleração ao longo do ano, as primeiras penalizadas pela desaceleração do comércio a nível global e pela apreciação do euro verificada na primeira metade do ano e as segundas acompanhando a desaceleração da procura interna.

    Apesar desta evolução da actividade, a taxa de desemprego manteve-se idêntica à registada em 2007, em 7.5% da população activa. A taxa de infla-ção média agravou-se de 2.1% para 3.4%, em consequência da subida acen-tuada do preço do petróleo nos mercados internacionais e dos alimentos não processados, sobretudo na primeira metade do ano. No entanto, a taxa de variação homóloga desceu significativamente no último trimestre, atingindo os 1.6% em Dezembro.

    As perturbações nos mercados, monetário e de crédito, contribuíram para uma acentuada degradação da confiança, para um forte incremento da aversão ao risco e, consequentemente, para uma reduzida disponibilidade de cedência de liquidez, sobretudo no último trimestre do ano. Tal situação implicou que o financiamento das instituições financeiras e não financeiras tenha sido feito com spreads mais elevados, penalizando as empresas com maiores necessidades de financiamento. Da mesma forma, também o finan-ciamento do consumo e do investimento das famílias se tornou mais escas-so, contribuindo para o enfraquecimento da procura privada.

    Neste ambiente monetário e financeiro mais restritivo, o BCE reduziu, entre Outubro e Dezembro, a taxa de juro de referência para 2.5%, depois de em Julho se ter situado nos 4.25%. Depois de na primeira metade do ano ter registado uma apreciação, no segundo semestre a cotação do euro efectuou uma correcção em baixa, tendo registado no conjunto do ano de 2008, uma depreciação de 4.3% relativamente ao dólar, encerrando o ano a EUR/USD 1.3953.

    1.4 Enquadramento Macroeconómico

  • Relatório de Gestão _ 11

    1.4.2 Situação económica nacional

    Embora sem exposição directa ao fenómeno do crédito subprime, a economia portuguesa sofreu, em 2008, os impactos da crise de confiança no sistema financeiro internacional, da subida dos preços das matérias-primas (na pri-meira metade do ano) e da desaceleração da procura externa. Neste con-texto, o crescimento anual do PIB desceu de 1.9% para 0.4%, registando-se duas quedas trimestrais consecutivas da actividade económica na segunda metade do ano.

    Para esta evolução contribuíram, sobretudo, a forte desaceleração das ex-portações, com o respectivo crescimento anual a descer de 7.5% para 0.8% e a estagnação do investimento, que registou uma variação de 0.1%, após um crescimento de 3.1% no ano anterior. O comportamento das exportações es-teve associado, sobretudo, à evolução desfavorável da actividade económica nas economias de Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e Fran-ça, com quem Portugal mantém relações comerciais privilegiadas.

    As três primeiras foram afectadas pelas crises financeira e imobiliária de uma forma particularmente rápida e intensa, o que se reflectiu num ajus-tamento mais pronunciado da respectiva procura interna. No caso da Ale-manha, onde o consumo privado revelou uma maior resistência, sofreu um impacto negativo através do seu importante sector exportador. De referir, no entanto, que as exportações portuguesas para alguns destinos menos tra-dicionais mantiveram um dinamismo elevado, destacando-se as economias de Angola e do Magrebe e, em menor grau, algumas economias na Ásia e na América Latina.

    A formação bruta de capital fixo foi, sobretudo, condicionada pelo ambiente monetário e financeiro mais restritivo (que se concretizou numa subida ge-neralizada dos spreads de crédito para empresas e famílias) e pela deteriora-ção das expectativas de evolução da procura, visível na tendência de queda, ao longo do ano, dos principais indicadores de confiança das empresas.

    No conjunto de 2008, o consumo privado desacelerou ligeiramente, com o respectivo crescimento anual a descer de 1.6% para 1.4%, sugerindo uma re-dução da taxa de poupança das famílias, para um valor em torno de 5.5% do PIB. Não obstante a tendência negativa registada pelo índice de confiança dos consumidores, as despesas das famílias terão sido suportadas, na se-gunda metade do ano, pela desaceleração dos preços e pela descida das taxas de juro. A taxa de inflação média anual subiu de 2.5% para 2.6% em 2008, mas a variação homóloga dos preços terminou o ano com um registo de apenas 0.8%. A taxa média anual de desemprego desceu de 8% para 7.6% da população activa. De registar, no entanto, que o desemprego observou já uma subida pronunciada no último trimestre de 2008, em linha com a estag-nação da actividade registada na segunda metade do ano.

    A maior restrição dos critérios de financiamento contribuiu para uma mode-ração do crescimento anual dos empréstimos ao sector privado não finan-ceiro, que desceu de 9.9% para um valor próximo de 7.5%. Na base desta evo-lução esteve a forte desaceleração dos empréstimos aos particulares, cujo crescimento baixou de 9% para cerca de 5%. Os empréstimos para aquisição de habitação desaceleraram de 8.5% para cerca de 4.5% e o crescimento dos empréstimos ao consumo e outros fins caiu de 11.3% para cerca de 7%. Os empréstimos às sociedades não financeiras mantiveram um crescimento relativamente estável, em torno de 11%, mas em desaceleração face aos re-gistos mais fortes observados na primeira metade do ano.

    O défice das Administrações Públicas voltou a reduzir-se em 2008, de 2.6% para 2.2% do PIB. Ao mesmo tempo, a desaceleração das exportações e a manutenção de um crescimento sustentado das importações contribuíram para um aumento do défice conjunto das balanças corrente e de capital de 8.2% para cerca de 8.9% do PIB.

    1.4.3 Breve enquadramento do sector segurador

    O volume de negócios do sector segurador registou em 2008 um acréscimo de 11.2% (4.8% em 2007), ultrapassando os 15 mil milhões de euros e repre-sentando cerca de 9% do PIB português.

    Uma vez mais, este crescimento do mercado segurador foi impulsionado pela produção dos seguros do Ramo Vida, com um crescimento de 17,3% (17.5% em 2007), quase atingindo os 11 mil milhões de euros.

    A evolução dos PPR, com um aumento de 44%,(12% em 2007), pesaram sig-nificativamente no crescimento do Ramo Vida. Este crescimento indicia uma preocupação crescente dos portugueses com as reformas da segurança so-cial e em garantir um complemento de rendimento ao assegurado pelo Es-tado, apresentando-se os PPR como um instrumento ideal para a aplicação de poupanças.

    De destacar ainda que, em 2008, os cinco maiores grupos seguradores a ope-rarem no Ramo vida, detiveram cerca de 82.1 % do mercado (79.8% em 2007), confirmando a importância da Banca-Seguros neste ramo.

    Em sentido inverso ao ramo Vida, o segmento Não Vida viu o volume de prémios decrescer na mesma percentagem que registou em 2007 (-2.1%), influenciado por dois dos seus maiores ramos: o Automóvel e o Acidentes de Trabalho, reflexo da conjuntura económica desfavorável.

    A descida verificada no Ramo Automóvel (-7%) está ainda influenciada por uma alteração legislativa que afectou o modo de contabilização da contri-buição que os tomadores de seguro fazem para o Fundo de Garantia Auto-móvel.

    No segmento Não Vida continua a destacar-se, pela positiva, o ramo Doença, com um crescimento de cerca de 9%, influenciado pela crescente preocupa-ção da população com o acesso aos cuidados de saúde, apresentando-se este tipo de seguros como um complemento ou alternativa versátil e abran-gente aos sistemas de saúde públicos.

  • 12 _ BES SEGUROS

    Num ano marcado por uma forte perturbação dos mercados financeiros e da conjuntura económica, a BES Seguros continuou a exercer a sua activi-dade no negócio de seguros não vida no contexto Banca Seguros, dirigida ao segmento de clientes particulares.

    1.5.1 Produção

    A produção total obtida em 2008, através das redes do Banco Espírito Santo, do Banco Espírito Santo dos Açores e do Banco BEST, foi de 83 028 contratos, o que representa um considerável crescimento em relação a 2007 (mais de 50%). A carteira em vigor cresceu 7,1%, atingindo os 360 853 contratos no final de 2008.

    Para este crescimento significativo contribuiu a reformulação efectuada nos produtos Seguros Auto e Casa, bem como o alargar da oferta, com soluções complementares na área da Saúde e iniciando a comercialização do Seguro de Acidentes Pessoais. Com um volume de 70 953 milhares de euros, os prémios brutos emitidos apresentaram um decréscimo de 3,0% face ao registado em 2007. Esta evolu-ção negativa fez-se sentir em particular no Seguro Auto (-11,0%) e, sobretudo, no Seguro Protecção ao Crédito (-37,4%) este último influenciado pela redu-ção verificada em 2008 na concessão de crédito aos particulares. Noutro sentido, a evolução dos prémios do Seguro Saúde, com um crescimento de 12,6% em relação ao período homólogo, reflecte a boa aceitação das solu-ções complementares na área da Saúde. A companhia manteve a sua quota de mercado nos seguros não-vida, 1,7%.

    1.5.2 Custos com Sinistros

    Os custos com sinistros (montante bruto, incluindo custos de gestão) atingi-ram os 43 611 milhares de euros, apresentando um acréscimo de 3,1% face a 2007. Os custos com sinistros líquidos de resseguro aumentam 2,7%, atingin-do os 42 116 milhares de euros.

    2008 2007 Variação %

    Nº de apólices vendidas 83 028 55 205 50,4%

    Nº de apólices - carteira em vigor 360 853 336 907 7,1%

    2008 2007 Variação %

    Prémios Brutos Emitidos 70 953 73 171 (3,0%)

    Acidentes Pessoais 6 977 11 152 (37,4%)

    Doença 26 732 23 730 12,6%

    Incêndio e Outros Danos 21 310 20 383 4,5%

    Automóvel 15 934 17 906 (11,0%)

    Quota de mercado - não vida 1,7% 1,7% 0,0 pp

    milhares de euros

    Não obstante os aumentos verificados em termos de custos com sinistros, as taxas de sinistralidade do exercício verificam um decréscimo em relação a 2007: -1,9 p.p. no que respeita à taxa de sinistralidade bruta e de -0,7p.p. na taxa de sinistralidade líquida de resseguro.

    1.5.3 Custos de Distribuição e Operacionais

    Os Custos directos com a distribuição de produtos de seguros atingiram os 9.230 milhares de euros, apresentando um crescimento de 11,6% relativa-mente ao ano anterior.

    Este crescimento está influenciado pelas comissões extraordinárias decor-rentes de campanhas e outros custos de aquisição, tanto em 2008 como em anos anteriores. Retirando este efeito, as comissões decorrentes da interme-diação de produtos de seguros atingiram os 8 343 milhares de euros, o que representa um crescimento de 10,3% relativamente ao ano anterior. A Companhia continuou a sua politica de utilização racional dos recursos e controlo dos custos operacionais permitindo assim manter num nível reduzi-do a relação destes custos face aos prémios brutos emitidos.

    A conjugação dos factores anteriormente referidos permitiu manter o rácio combinado líquido de resseguro num bom nível, apresentando mesmo uma redução em relação ao verificado no ano anterior: 91,9% face aos 92,3% de 2007.

    2008 2007 Variação %

    Comissões (intermediação de produtos de seguros) 8 343 7 567 10,3%

    Comissões e outros custos de aquisição 9 230 8 268 11,6%

    milhares de euros

    2008 2007 Variação %

    Gastos com Pessoal 2 695 2 646 1,8%

    Fornec.Serv.Externos 4 509 3 827 17,8%

    Impostos e Taxas 269 604 (55,4%)

    Amortizações 223 229 (2,7%)

    Outros Gastos (21) 321 (106,4%)

    Gastos Gerais 7 676 7 627 0,6%

    milhares de euros

    1.5 A actividade da BES Seguros

    2008 2007 Variação %

    Custos com sinistros (bruto) 43 611 42 301 3,1%

    Custos com sinistros líquidos de resseguro 42 116 41 016 2,7%

    Taxa de sinistralidade (bruta) 65,1% 67,0% (1,9 pp)

    Taxa de sinistralidade líquida de resseguro 70,3% 71,0% (0,7 pp)

    milhares de euros

  • Relatório de Gestão _ 13

    1.5.6 Resultado do Exercício e Capital Próprio

    A BES Seguros atingiu um resultado líquido em 2008 de 3 908 milhares de euros, representando 5,5% dos prémios brutos emitidos e um decréscimo de 15,6% em relação ao ano anterior.

    O capital próprio ascendeu a 22 443 milhares de euros, diminuindo 6,5% relativamente ao verificado em 31 de Dezembro de 2007. Esta diminuição no Capital Próprio é devida, fundamentalmente, à redução da Reserva de Reavaliação (208%), em resultado da queda registada nos mercados finan-ceiros, com impactos nas carteiras de obrigações e acções, sendo também influenciada pela distribuição de 4 000 mil euros de dividendos referente ao exercício de 2007.

    1.5.7 Margem de Solvência

    O rácio de cobertura da margem de solvência para 2008 é de 178%, mais 21 pontos percentuais que em 2007 (158%).

    1.5.4 Actividade Financeira

    O valor total dos activos financeiros (incluindo depósitos bancários) totalizou 97 945 milhares de euros no final de 2008, sendo constituído na sua maioria por obrigações, outros títulos de rendimento fixo e aplicações de curto prazo. Este valor representa um aumento de 3,4% em relação a 2007.

    Continuando a privilegiar uma carteira de activos diversificada, mantendo presentes na gestão da sua carteira níveis de liquidez, segurança e rendibili-dade, a Companhia não deixou de sentir os impactos negativos provocados pela forte perturbação dos mercados financeiros e da conjuntura económica. Estes efeitos fizeram-se sentir quer na Reserva de Reavaliação quer em Resultados, neste caso em particular com perdas de imparidades de activos disponíveis para venda no valor de 2 836 milhares de euros.

    1.5.5 Recursos Humanos

    Em 31 de Dezembro de 2008, o quadro de pessoal efectivo da BES Seguros era de 47 colaboradores, com uma média de idades que se situa nos 36 anos. No que diz respeito às habilitações, 83% destes colaboradores apresentam formação e frequência académica de nível universitário.

    2008 2007 Variação %

    Caixa e seus equivalentes e depósitos à ordem 3 128 26 294 -88,1%

    Activos financeiros detidos para negociação 2 -

    Activos disponíveis para venda 52 013 42 123 23,5%

    Obrigações e outros títulos de rendimento fixo 51 954 37 451 38,7%

    Acções 58 4 671 -98,7%

    Empréstimos e contas a receber 29 294 8 380 249,6%

    Outros depósitos 19 235 8 380 129,5%

    Empréstimos concedidos 10 059 -

    Investimentos a deter até à maturidade 13 509 17 926 -24,6%

    Total 97 945 94 722 3,4%

    milhares de euros

    12,5%

    22,9%

    4,2%

    35,4%

    25,0%

    20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 > 55

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    2008 2007 Variação %

    Capital Social 15 000 15 000 0,0%

    Reserva de Reavaliação (2 981) (968) 208,1%

    Reserva por Impostos Diferidos 790 256 208,1%

    Outras Reservas 2 258 1 789 26,2%

    Resultados Transitados 3 468 3 305 4,9%

    Resultado Liquido 3 908 4 632 (15,6%)

    Capital Próprio 22 443 24 015 (6,5%)

    milhares de euros

    2008* 2007** Variação %

    Elementos constitutivos 21 871 19 352 13,0%

    Margem de solvência a constituir 12 264 12 264 0,0%

    Excesso / (insuficiência) 9 607 7 089 35,5%

    % de cobertura 178% 158% 20 pp

    milhares de euros

    * Estimativa, antes de eventual distribuição de dividendos

    ** Para efeitos de comparabilidade, o exercício de 2007 foi recalculado de acordo com as regras aplicáveis a 2008

  • 14 _ BES SEGUROS

    1.6 Proposta de aplicação de resultados

    O resultado líquido do exercício foi de 3 907 776 euros.

    Adicionando a este resultado líquido o valor de 3 468 058 euros correspon-dente a resultados transitados, são susceptíveis de serem distribuídos 7 375 834 euros.

    Assim, nos termos da alínea b) do artigo 376º do Código das Sociedades Co-merciais, propõe-se a seguinte aplicação de resultados:

    1. 10% do resultado liquido do exercício, no valor de 390 778 euros, para Reserva Legal;

    2. o restante, no valor de 6 985 056 euros, à disposição da Assembleia Geral para efeitos e nos termos previstos no Contrato de Sociedade.

    1.7 Nota final

    O conteúdo do presente relatório obedece às exigências normativas aplicáveis, sendo a sua elaboração da responsabilidade do Conselho de Administração da BES, Companhia de Seguros, SA.

    O Conselho de Administração deseja expressar o seu reconhecimento pelo apoio e confiança dos accionistas e clientes, bem como pelo esforço, dedicação e profissionalismo demonstrados pelos colaboradores da Companhia.

    Desejamos expressar também o nosso reconhecimento à imprescindível colaboração prestada pelo Crédit Agrícole, Banco Espírito Santo, Banco Espírito Santo dos Açores e Banco BEST.

    Registamos igualmente, com elevado apreço, a acção do Conselho Fiscal e agradecemos a colaboração prestada pelo Instituto de Seguros de Portugal e pela Associação Portuguesa de Seguradores nos vários domínios das suas áreas de competência.

    Lisboa, 20 de Fevereiro de 2009

    O Conselho de Administração

  • 15

    BES SEGUROS

    AXEL HÜTTEDjupavatnet, Diptychoc, Norway, 2000Prova por revelação cromogénea,colada sobre Diasec • 187 x 147 cm (DípticoEdição 3/4 Cortesia Galeria Mário Sequeira

    02DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS ÀS CONTAS

  • 16 _ BES SEGUROS

    5 Prémios adquiridos líquidos de resseguro 59 923 442,37 59 923 442,37 57 800 955,18

    Prémios brutos emitidos 70 953 319,66 70 953 319,66 73 171 127,40

    Prémios de resseguro cedido (11 861 000,56) (11 861 000,56) (15 960 496,85)

    Provisão para prémios não adquiridos (variação) (3 943 140,27) (3 943 140,27) (10 006 259,58)

    Provisão para prémios não adquiridos, parte resseguradores (variação) 4 774 263,54 4 774 263,54 10 596 584,21

    Comissões de contratos de seguro e operações considerados para efeitos

    contabilísticos como contratos de investimento ou como contratos

    de prestação de serviços

    6 Custos com sinistros, líquidos de resseguro 42 115 660,01 42 115 660,01 41 016 447,66

    Montantes pagos 40 352 909,03 40 352 909,03 35 193 794,11

    Montantes brutos 40 924 341,24 40 924 341,24 36 063 923,78

    Parte dos resseguradores (571 432,21) (571 432,21) (870 129,67)

    Provisão para sinistros (variação) 1 762 750,98 1 762 750,98 5 822 653,55

    Montante bruto 2 686 460,38 2 686 460,38 6 237 314,47

    Parte dos resseguradores (923 709,40) (923 709,40) (414 660,92)

    7 Outras provisões técnicas, líquidas de resseguro 961 394,18 961 394,18 1 225 587,16

    Participação nos resultados, líquida de resseguro

    8 Custos e gastos de exploração líquidos 12 241 242,96 12 241 242,96 12 475 796,82

    Custos de aquisição 12 688 653,50 12 688 653,50 11 662 137,35

    Custos de aquisição diferidos (variação) (881 556,09) (881 556,09) (1 287 628,64)

    Gastos administrativos 2 451 732,65 2 451 732,65 2 631 429,69

    Comissões e participação nos resultados de resseguro (2 017 587,10) (2 017 587,10) (530 141,58)

    9 Rendimentos 4 592 427,39 4 592 427,39 3 560 618,68

    De juros de activos financeiros não valorizados ao justo valor por via de ganhos e perdas 4 592 427,39 4 592 427,39 3 560 618,68

    De juros de passivos financeiros não valorizados ao justo valor por via de ganhos e perdas

    Outros

    10 Gastos financeiros 307 175,72 307 175,72 310 214,75

    De juros de activos financeiros não valorizados ao justo valor por via de ganhos e perdas 75 618,52 75 618,52 83 308,44

    De juros de passivos financeiros não valorizados ao justo valor por via de ganhos e perdas

    Outros 231 557,20 231 557,20 226 906,31

    valores em euros

    Conta de Ganhos e Perdas em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

    Notas do Anexo Conta de Ganhos e Perdas Técnica Não-Vida Não Técnica Total Exercício Anterior

    Exercício

    O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O DIRECTOR DE CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    2.1 Conta de Ganhos e Perdas

  • Demonstrações Financeiras e Notas às Contas _ 17

    13 Ganhos líquidos de activos e passivos financeiros não valorizados

    ao justo valor através ganhos e perdas (451 410,73) (451 410,73) 149 003,77

    De activos disponíveis para venda (520 897,25) (520 897,25) 84 891,04

    De empréstimos e contas a receber

    De investimentos a deter até à maturidade 69 486,52 69 486,52 64 112,73

    De passivos financeiros valorizados a custo amortizado

    De outros

    Ganhos líquidos de activos e passivos financeiros valorizados

    ao justo valor através de ganhos e perdas

    Ganhos líquidos de activos e passivos financeiros detidos para negociação

    Ganhos líquidos de activos e passivos financeiros classificados

    no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

    Diferenças de câmbio

    Ganhos líquidos pela venda de activos não financeiros que não estejam classificados

    como activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas

    14 Perdas de imparidade (líquidas reversão) 2 835 814,79 2 835 814,79 224 043,50

    De activos disponíveis para venda 2 835 814,79 2 835 814,79 224 043,50

    De empréstimos e contas a receber valorizados a custo amortizado

    De investimentos a deter até à maturidade

    De outros

    15 Outros rendimentos/gastos técnicos, líquidos de resseguro 33 411,55 33 411,55

    16 Outras provisões (variação) 5 197,39 5 197,39 (2 348,95)

    15 Outros rendimentos/gastos (18 245,31) (18 245,31) 93 241,53

    Goodwill negativo reconhecido imediatamente em ganhos e perdas

    Ganhos e perdas de associadas e empreendimentos conjuntos contabilizados

    pelo método da equivalência patrimonial

    Ganhos e perdas de activos não correntes (ou grupos para alienação)

    classificados como detidos para venda

    RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE IMPOSTOS 5 636 582,92 (23 442,70) 5 613 140,22 6 354 078,22

    27 Imposto sobre o rendimento do exercício - Impostos correntes 2 089 231,83 2 089 231,83 1 837 093,91

    27 Imposto sobre o rendimento do exercício - Impostos diferidos (383 867,68) (383 867,68) (115 186,30)

    RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 3 907 776,07 4 632 170,61

    Resultado por acção básicos 0,26 0,31

    valores em euros

    Conta de Ganhos e Perdas em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

    Notas do Anexo Conta de Ganhos e Perdas Técnica Não-Vida Não Técnica Total

    Exercício

    O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O DIRECTOR DE CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    Exercício Anterior

  • 18 _ BES SEGUROS

    17 Caixa e seus equivalentes e depósitos à ordem 3 127 561,01 3 127 561,01 26 294 095,81

    Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

    19 Activos financeiros detidos para negociação 1 704,76 1 704,76

    Activos financeiros classificados no reconhecimento inicial

    ao justo valor através de ganhos e perdas

    Derivados de cobertura

    20 Activos disponíveis para venda 53 440 238,08 1 427 099,70 52 013 138,38 42 122 561,90

    21 Empréstimos e contas a receber 29 293 877,92 29 293 877,92 8 379 790,28

    Depósitos junto de empresas cedentes

    Outros depósitos 19 235 202,09 19 235 202,09 8 379 790,28

    Empréstimos concedidos 10 058 675,83 10 058 675,83

    Contas a receber

    Outros

    22 Investimentos a deter até à maturidade 13 508 832,19 13 508 832,19 17 925 927,69

    Terrenos e edíficios

    Terrenos e edíficios de uso próprio

    Terrenos e edifícios de rendimento

    23 Outros activos tangíveis 1 600 742,53 1 256 228,49 344 514,04 396 328,23

    Inventários

    Goodwill

    24 Outros activos intangíveis 8 844 114,43 8 272 050,47 572 063,96 651 051,69

    25 Provisões técnicas de resseguro cedido 12 039 732,04 12 039 732,04 9 105 570,03

    Provisão para prémios não adquiridos 6 270 442,53 6 270 442,53 4 259 989,80

    Provisão para sinistros 5 769 289,51 5 769 289,51 4 845 580,23

    Provisão para participação nos resultados

    Outras provisões técnicas

    Activos por benefícios pós-emprego e outros benefícios de longo prazo

    26 Outros devedores por operações de seguros e outras operações 3 435 673,44 95 948,02 3 339 725,42 3 388 044,31

    Contas a receber por operações de seguro directo 495 207,56 95 948,02 399 259,54 109 228,76

    Contas a receber por outras operações de resseguro 406 731,55 406 731,55 751 879,39

    Contas a receber por outras operações 2 533 734,33 2 533 734,33 2 526 936,16

    27 Activos por impostos 1 389 691,22 1 389 691,22 472 160,78

    Activos por impostos correntes

    Activos por impostos diferidos 1 389 691,22 1 389 691,22 472 160,78

    28 Acréscimos e diferimentos 78 646,66 78 646,66 85 031,38

    Outros elementos do activo

    Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas

    TOTAL DO ACTIVO 126 760 814,28 11 051 326,68 115 709 487,60 108 820 562,10

    valores em euros

    Balanço em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

    Notas do Anexo Activo Valor BrutoImparidade, Deprec./

    Amortizações ou Ajustamento

    Valor Líquido

    ´Exercício Anterior

    Activo Líquido

    Exercício

    O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O DIRECTOR DE CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    2.2 Balanço

  • Demonstrações Financeiras e Notas às Contas _ 19

    PASSIVO

    25 Provisões técnicas 81 744 011,74 75 034 573,00

    Provisão para prémios não adquiridos 29 053 647,24 25 992 063,06

    Provisão para sinistros 49 120 217,53 46 433 757,15

    De acidentes de trabalho

    De outros ramos 49 120 217,53 46 433 757,15

    Provisão para participação nos resultados

    Provisão para desvios de sinistralidade 735 649,30 599 215,91

    Provisão para riscos em curso 1 292 996,39 468 035,60

    Outras provisões técnicas 1 541 501,28 1 541 501,28

    Passivos financeiros da componente de depósito de contratos de seguros e de contratos

    de seguro e operações considerados para efeitos contabilísticos como contratos de investimento

    Outros passivos financeiros

    Derivados de cobertura

    Passivos subordinados

    Depósitos recebidos de resseguradores

    Outros

    Passivos por benefícios pós-emprego e outros benefícios de longo prazo

    29 Outros credores por operações de seguros e outras operações 4 880 604,88 3 653 784,22

    Contas a pagar por operações de seguro directo 42 032,69 21 573,33

    Contas a pagar por outras operações de resseguro 731 831,32 1 939 705,38

    Contas a pagar por outras operações 4 106 740,87 1 692 505,51

    27 Passivos por impostos 1 490 761,99 1 750 317,94

    Passivos por impostos correntes 1 490 761,99 1 750 317,94

    Passivos por impostos diferidos

    31 Acréscimos e diferimentos 4 723 885,67 3 799 509,21

    32 Outras Provisões 427 629,15 567 500,62

    Outros Passivos

    Passivos de um grupo para alienação classificado como detido para venda

    TOTAL PASSIVO 93 266 893,43 84 805 684,99

    33 CAPITAL PRÓPRIO

    Capital 15 000 000,00 15 000 000,00

    (Acções Próprias)

    Outros instrumentos de capital

    Reservas de reavaliação (2 981 329,65) (967 507,88)

    Por ajustamentos no justo valor de activos financeiros (2 981 329,65) (967 507,88)

    Por revalorização de terrenos e edifícios de uso próprio

    Por revalorização de activos intangíveis

    Por revalorização de outros activos tangíveis

    Por ajustamentos no justo valor de instrumentos de cobertura em coberturas de fluxos de caixa

    Por ajustamentos no justo valor de cobertura de investimentos líquidos em moeda estrangeira

    De diferenças de câmbio

    Reserva por impostos diferidos 790 052,37 256 389,61

    Outras reservas 2 258 036,59 1 789 130,59

    Resultados transitados 3 468 058,79 3 304 694,18

    Resultado do exercício 3 907 776,07 4 632 170,61

    TOTAL CAPITAL PRÓPRIO 22 442 594,17 24 014 877,11

    TOTAL PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO 115 709 487,60 108 820 562,10

    valores em euros

    Balanço em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

    Notas do Anexo Passivo e Capital Próprio Exercício AnteriorExercício

    O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O DIRECTOR DE CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

  • 20 _ BES SEGUROS

    Balanço a 31 de Dezembro 2007 (balanço de abertura) 15 000 000,00 1 789 130,59 3 250 839,27 4 689 058,51 24 729 028,37

    Alterações políticas contabilísticas (IAS 8) (967 507 88) 256 389,61 53 854,91 (56 887,90) (714 151,26)

    Balanço de abertura alterado 15 000 000,00 (967 507 88) 256 389,61 1 789 130,59 3 304 694,18 4 632 170,61 24 014 877,11

    Ganhos líquidos por ajustamentos no justo valor de activos

    financeiros disponíveis para venda (2 013 821,77) (2 013 821,77)

    Ajustamentos por reconhecimento de impostos diferidos 533 662,76 533 662,76

    Aumentos de reservas por aplicação de resultados 468 906,00 (468 906,00)

    Distribuição de lucros/prejuízos (3 999 900,00) (3 999 900,00)

    Transferências entre rubricas de capital próprio não incluídas

    noutras linhas 4 163 264,61 (4 163 264,61)

    Total das variações do capital próprio (2 013 821,77) 533 662,76 468 906,00 163 364,61 (4 632 170,61) (5 480 059,01)

    Resultado líquido do período 3 907 776,07 3 907 776,07

    Balanço a 31 de Dezembro 2008 15 000 000,00 (2 981 329,65) 790 052,37 2 258 036,59 3 468 058,79 3 907 776,07 22 442 594,17

    valores em euros

    Demonstração de variações do capital próprio em 31 de Dezembro de 2008

    Demonstração deVariações do Capital Próprio

    O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O DIRECTOR DE CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    Capital Social

    Por Ajustamentos no Justo Valor de Activos Financeiros

    Disponíveis para Venda

    Reserva por ImpostosDideridos

    Reserva Legal

    Resultados Transitados

    Resultado do Exercício

    Total

    Reservasde Reavaliação

    OutrasReservas

    2.3 Demonstração de variações do capital próprio

  • Demonstrações Financeiras e Notas às Contas _ 21

    Fluxos de caixa de actividades operacionais

    Resultado líquido do exercício 3 907 776,07 4 632 170,61

    Depreciações e amortizações do exercício 223 220,00 229 441,78

    Variação da provisão para sinistros

    de seguro directo 2 686 460,38 6 237 314,47

    de resseguro cedido (923 709,28) (414 660,92)

    Variação de outras provisões técnicas:

    de seguro directo 4 022 978,36 9 944 218,10

    de resseguro cedido (2 010 452,73) (4 259 989,80)

    Variação do ajustamento de recibos por cobrar 5 197,39 (2 348,95)

    Ganhos em investimentos (220 478,30) (425 448,92)

    Perdas em investimentos 671 889,03 295 624,71

    Perdas por imparidade 2 835 814,79 224 043,50

    (Aumento)/Diminuição de devedores:

    por operações de seguro directo (295 228,17) 18 798,19

    por operações de resseguro 345 147,84 (96 347,86)

    Activos por impostos (917 530,44) (382 554,89)

    por outras operações (6 798,17) 66 689,80

    Variações em outras contas do activo 6 384,72 (42 980,59)

    Aumento / (diminuição) em credores:

    por operações de seguro directo 20 459,36 8 842,07

    por operações de resseguro (1 207 874,06) 1.589.256,84

    Passivos por impostos (259 555,95) (24.100,93)

    por outras operações 2 414 235,36 1 267 933,11

    Variação de outras provisões (139 871,47) 291 134,62

    Variações em outras contas do passivo 924 376,46 267 716,28

    Reserva por impostos diferidos 533 662,76 267 368,57

    12 616 103,95 19 692 119,79

    Fluxos de caixa de actividades de investimento

    Ganhos e perdas potenciais registados em reservas (2 013 821,77) (1 008 937,95)

    Aquisições de investimentos (327 788 150,55) (215 112 014,30)

    Alienações de investimentos 298 111 651,65 213 408 193,93

    Aquisições de outros activos tangíveis (92 418,08) (166 672,24)

    Alienações de outros activos tangíveis 0,00 1 850,93

    (31 782 738,75) (2 877 579,63)

    Fluxos de caixa de actividades de financiamento

    Distribuição de dividendos (3 999 900,00) (3 660 821,01)

    (3 999 900,00) (3 660 821,01)

    Variação líquida em caixa e equivalentes (23 166 534,80) 13 153 719,15

    Caixa e equivalentes no início do período 26 294 095,81 13 140 376,66

    Caixa e equivalentes no fim do período 3 127 561,01 26 294 095,81

    valores em euros

    Demonstração dos Fluxos de Caixa para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

    Exercício AnteriorExercício

    O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O DIRECTOR DE CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa

  • 22 _ BES SEGUROS

    1. Informações Gerais

    Introdução

    A Companhia (então designada por Espírito Santo, Companhia de Seguros, S.A) foi constituída por escritura celebrada em 12 de Setembro de 1996 com um Capital Social de €7 481 968,46, posteriormente actualizado para €15 000 000,00. Em 27 de Junho de 2006 verificou-se a alteração do nome da Sociedade, passando a designar-se por BES, Companhia de Seguros, SA, (“Bes Seguros” ou “Companhia”) Nº 503 718 092, de pessoa colectiva e de matrícula na C.R.C. de Lisboa, com sede na Av. Columbano Bordalo Pinheiro, 75-11º - 1070-061 Lisboa, Portugal Na mesma data, 50% do capital social da Companhia passou a ser detido pelo Crédit Agrícole, SA, ficando este com o controlo de gestão da empresa; os restantes 50% são detidos pelo Grupo Banco Espírito Santo e pela Com-panhia de Seguros Tranquilidade, S.A. Em 2008, ocorreram alterações ao nível da estrutura accionista da BES Seguros, transmissão da participação detida pelo Crédit Agricole, S.A para a Crédit Agricole Assurances de 1 500 000 acções, com valor nominal de 5€ cada, representativas de 50% do capital social e dos direitos de voto. A Companhia é consolidada nas demonstrações financeiras do Crédit Agricole Assurances S.A. As demonstrações financeiras estão expressas em euros. Estas foram prepa-radas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor, Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 20 de Fevereiro de 2009.

    Descrição da natureza do negócio

    A BES Seguros deu continuidade à sua actividade na área de Banca Seguros, ao servir os clientes particulares do Banco Espírito Santo, Banco Espírito Santo dos Açores e Banco BEST, com os produtos de base de seguros não-vida.

    2. Base de preparação das demonstrações financeiras e das políticas contabilísticas

    2.1 Descrição da(s) base(s) de mensuração usada(s) na preparação das demonstrações financeiras e das políticas contabilísticas.

    As demonstrações financeiras foram elaboradas com base nos registos contabilísticos da BES Seguros, de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal para a actividade seguradora em confor-midade com o Plano de Contas para as Empresas de Seguros (“PCES”) - Norma Regulamentar nº 4/2007-R, com as alterações introduzidas pela Norma n.º 20/2007-R, emitidas pelo Instituto de Seguros de Portugal, onde

    são de aplicação obrigatória as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) adoptadas no âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de 2002, com excepção do IFRS 4 em que apenas são adoptados os princípios de classificação do tipo de contratos celebrados pelas empresas de seguros. No âmbito da transposição do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de 2002, para a legislação Portuguesa através do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro, a BES Seguros já adopta os princípios de reconhecimento e mensuração estabelecidos pelos IFRS des-de 1 de Janeiro de 2004, para efeitos de reporte aos accionistas. Foram também utilizadas as normas emitidas pelo ISP que definem a conta-bilização das operações efectuadas pelas empresas de seguros. As políticas contabilísticas utilizadas pela Companhia na preparação das suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2008, são consistentes com as utilizadas na preparação das demonstrações financei-ras comparativas, com referência a 31 de Dezembro de 2007. As demonstrações financeiras estão expressas em euros. Estas foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor.

    Os principais princípios contabilísticos e critérios valorimétricos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras anexas foram os seguintes:

    2.2 Alterações relevantes relativamente ao exercício anterior - transição para o novo regime contabilístico, definido pela Norma Regulamentar nº 4/2007-R do ISP

    Na preparação das demonstrações financeiras reportadas a 31 de Dezembro de 2008 e na determinação dos ajustamentos de transição, a Companhia decidiu adoptar certas regras de transição estabelecidas no IFRS 1 - Adopção pela Primeira Vez das Normas de Relato Financeiro, nomeadamente no que se refere à preparação de informação comparativa e à aplicação retrospec-tiva dos IFRS, tendo adoptado a data de transição, 1 de Janeiro de 2004, data de transição para efeitos de reporte aos seus accionistas de acordo com os IFRS.

    Uma análise dos impactos da transição para o PCES estabelecido pela Norma Regulamentar n.º 4/2007-R, referente a 31 de Dezembro é apresentada na Nota 37.

    2.3 Especialização de Exercícios

    Os proveitos e os custos são considerados quando obtidos ou incorridos, in-dependentemente do momento do recebimento ou pagamento, estando as-sim relevados nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.

    2.5 Anexo ao Balanço e à Conta de Ganhos e Perdas

  • Demonstrações Financeiras e Notas às Contas _ 23

    2.4 Responsabilidade por Férias e Subsídio de Férias

    Esta responsabilidade está reflectida na rubrica de acréscimos e diferimen-tos do passivo, representando dois meses de remuneração a auferir pelos empregados em 2009 e respectivos encargos, ficando assim representadas as responsabilidades legais existentes, uma vez que o direito a estas remu-nerações foi adquirido no exercício de 2008.

    2.5 Operações em Moeda Estrangeira

    As operações efectuadas em moeda estrangeira foram convertidas para euros ao câmbio da data em que ocorreram. As diferenças de câmbio resul-tantes das operações efectuadas em moeda estrangeira são registadas na conta de ganhos e perdas do exercício em que ocorrem, bem como a actua-lização cambial, à taxa em vigor no final do exercício, dos saldos devedores e credores apresentados em balanço.

    2.6 Activos Financeiros

    A Companhia classifica os seus activos financeiros no momento da sua aqui-sição considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as seguintes categorias: Investimentos detidos até à maturidade Estes investimentos são activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, que a Companhia tem intenção e capacidade de deter até à maturidade e que não são designados, no momento do seu reconhecimento inicial, como ao justo valor através dos resultados ou como disponíveis para venda. Investimentos disponíveis para venda Os investimentos disponíveis para venda são activos financeiros não deri-vados que: (i) a Companhia tem intenção de manter por tempo indetermi-nado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não se enquadrem na categoria acima referida. Reconhecimento, mensuração inicial e desreconhecimento Aquisições e alienações de: activos financeiros disponíveis para venda, são reconhecidos na data da negociação (“trade date”), ou seja, na data em que a Companhia se compromete a adquirir ou alienar o activo. Os activos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adi-cionado dos custos de transacção. Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais da Companhia ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) a Companhia tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancial-mente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, a Companhia tenha transferido o controlo sobre os activos.

    Mensuração subsequente

    Após o seu reconhecimento inicial, os investimentos detidos para venda são valorizados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em reser-

    vas, até que os investimentos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. Os juros, calculados à taxa de juro efectiva, e os dividendos são também reconhecidos na demonstração dos resultados. Os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amor-tizado, com base no método da taxa efectiva e são deduzidos de perdas de imparidade. O justo valor dos activos financeiros cotados é o seu preço de compra cor-rente (“bid-price”). Na ausência de cotação, a Companhia estima o justo valor utilizando (i) metodologias de avaliação, tais como a utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de avaliação de opções customizados de modo a reflectir as particularidades e circunstâncias do instrumento, e (ii) pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado. Os instrumentos financeiros para os quais não é possível mensurar com fia-bilidade o justo valor são registados ao custo de aquisição. Transferências entre categorias de activos financeiros Em Outubro de 2008 o IASB emitiu a revisão da norma IAS 39 - Reclassifi-cação de instrumentos financeiros (Amendements to IAS 39 Financial Instru-ments: Recognition and Measurement and IFRS 7: Financial Instruments Disclo-sures). Esta alteração veio permitir que uma entidade transfira de activos financeiros ao justo valor através de resultados - negociação para as cartei-ras de activos financeiros disponíveis para venda, “Loans and Receivables” ou para activos financeiros detidos até à maturidade (“Held-to-maturity”), desde que esses activos financeiros obedeçam às características de cada catego-ria. A Companhia não adoptou esta possibilidade. As transferências de activos financeiros disponíveis para venda para as categorias de “Loans and receivables” e “Held-to-maturity” são também permitidas. Imparidade A Companhia avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de impa-ridade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados. Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em im-paridade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para os instrumentos de capital cotados, uma desvalorização con-tinuada ou de valor significativo na sua cotação, e (ii) para títulos de dívida, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade. A Companhia elegeu como critérios de imparidade os seguintes: • Instrumentos de capital, o declínio de 60% do valor de mercado face ao valor de aquisição, ou uma desvalorização de 30% por um período superior a 6 meses; • Instrumentos de dívida, incumprimentos do emissor. No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o perí-odo de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo

  • 24 _ BES SEGUROS

    financeiro. Estes activos são apresentados no activo, líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com taxa de juro variável, a taxa de juro a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subse-quente o montante de perda por imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhe-cimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício. Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qual-quer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resulta-dos, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reco-nhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposi-ção do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, caso em que a reversão da imparidade é reconhecida em reservas.

    2.7 Passivos financeiros

    Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal.

    2.8 Activos tangíveis

    Os activos tangíveis da Companhia são contabilizados ao respectivo custo histórico de aquisição, englobando as despesas necessárias à sua entrada em funcionamento. Os custos subsequentes com os activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a Com-panhia. Todas as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, por duodécimos, utilizando-se as seguintes taxas anuais, que reflectem de forma razoável o período de vida útil estimada dos bens:

    Equipamento administrativo 12,5% Máquinas e ferramentas 20 a 25% Equipamento informático 10 a 33,33% Instalações interiores 10% Material de transporte 25% Outro Equipamento 12,5% Património artístico 12,5%

    2.9 Activos intangíveis

    Os activos intangíveis da Companhia são contabilizados ao respectivo custo histórico de aquisição, englobando as despesas necessárias à sua entrada em funcionamento. Os custos subsequentes com os activos intangíveis são reconhecidos apenas

    se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a Companhia. Os custos directamente relacionados com a produção de produtos informáti-cos desenvolvidos pela Companhia, sobre os quais seja expectável que estes venham a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são reconhecidos e registados como activos intangíveis. Os custos com desenvolvimento de software, reconhecidos como activos são amortizados de forma linear ao longo da respectiva vida útil esperada, não excedendo na sua maioria 3 anos. Os custos com a manutenção de programas informáticos são reconhecidos como custos quando incorridos. As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, por duodécimos, utilizando-se as seguintes taxas anuais, que reflectem de forma razoável o período de vida útil estimada dos bens:

    Despesas de constituição e instalação 33,33% Despesas de investigação e desenvolvimento 33,33% Despesas em edifícios arrendados 10% Equipamento informático (software) 10 a 33,33%

    2.10 Locações

    A Companhia classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 - Locações.

    São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são transferidos para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais. Locações operacionais: Os pagamentos efectuados pela Companhia à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem respeito. Locações financeiras: Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período.

    2.11 Benefícios aos empregados

    Responsabilidades por Pensões Complementares de Reforma

    Nos termos estabelecidos no Contrato Colectivo dos Trabalhadores de Seguros, a Companhia assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados prestações pecuniárias para o complemento de reforma. A Companhia tem ainda responsabilidades com os administradores, segundo o Regulamento do Direito à Pensão ou Complemento de Pensões de Reforma.

  • Demonstrações Financeiras e Notas às Contas _ 25

    As responsabilidades dos empregados da Companhia abrangidos pelo plano de pensões do contrato colectivo de trabalho e dos seus administradores estão representadas nos “Fundo de Pensões Tranquilidade” e “Fundo de Pen-sões Administradores Tranquilidade”, dos quais a Companhia é associada. O fundo de pensões é gerido pela ESAF – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. Os planos de pensões existentes na Companhia correspondem a planos de be-nefícios definidos, uma vez que definem os critérios de determinação do valor da pensão que um empregado receberá durante a reforma, usualmente dependen-te de um ou mais factores como sejam a idade, anos de serviço e retribuição. As responsabilidades da Companhia com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho de contas, por peritos, individualmente para cada plano, com base no Método da Unidade de Crédito Projectada. A taxa de desconto utilizada neste calculo é determinada com base nas taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de rating elevado, denomina-das na moeda em que os benefícios serão pagos e com maturidade seme-lhante à data do termo das obrigações do plano. Os ganhos e perdas actuariais determinados anualmente, resultantes (i) das diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados e (ii) das alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos como um activo ou um passivo e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor. Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais diferidos acumu-lados no início do ano que excedam 10% do maior de entre o total das respon-sabilidades e do valor do fundo, também reportados ao início do ano, sejam imputados a resultados durante um período que não pode exceder a vida de serviços remanescente dos trabalhadores abrangidos pelo plano. A Compa-nhia determinou que os desvios actuariais são amortizados por um período de 15 anos. Os ganhos e perdas actuariais acumulados que se situem dentro do referido limite, não são reconhecidos em resultados. O aumento de custos com serviços passados decorrente de reformas antes do empregado atingir os 65 anos de idade (reformas antecipadas) é reconhe-cido em resultados quando incorrido. A Companhia efectua pagamentos ao fundo de forma a assegurar a solvên-cia do mesmo, sendo os níveis mínimos fixados como segue: (i) financiamen-to integral no final de cada exercício das responsabilidades actuariais por pensões em pagamento e (ii) financiamento a um nível mínimo de 95% do valor actuarial das responsabilidades por serviços passados do pessoal no activo. As responsabilidades foram calculadas através do estudo actuarial efectuado em 2008, conforme explicitado na nota 12.

    Distribuição de resultados aos empregados

    De acordo com as disposições estatutárias da Companhia, os accionistas aprovam anualmente em Assembleia-Geral uma percentagem dos lucros a ser distribuída aos trabalhadores (bónus), de acordo com proposta do Conselho de Administração. Os resultados atribuídos pela Companhia aos seus trabalhadores são conta-bilizados em resultados no exercício a que respeitam.

    Plano de pagamento de remuneração variável (PPRV)

    No primeiro semestre de 2008, na sequência da decisão do Conselho de Ad-ministração, a BES Seguros estabeleceu um sistema de incentivos denomi-nado Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV - 2008/2010).

    Este novo programa de incentivos consiste na atribuição do direito a receber uma remuneração variável que se encontra indexada à eventual valorização das acções BES entre a “data inicial de referência” e a “data final de referên-cia”. Tal retribuição, em dinheiro, será apenas devida em caso de valorização das acções do BES. O PPRV não é um plano de atribuição de acções ou de opções sobre a aqui-sição de acções, não sendo atribuídos aos beneficiários quaisquer direitos inerentes a uma participação no capital social do BES. O valor inicial do Plano foi calculado com base num modelo de valorização das opções, tendo por referência os seguintes pressupostos:

    Data inicial de referência 02-06-2008 Data final de referência 02-06-2011 Direitos atribuídos 10.500 Preço de referência 11 Taxa de juro 5,22% Volatilidade 33,50% Valor inicial do plano 30.930

    O justo valor inicial do PPRV, no valor de 31 milhares de euros, está a ser reconhecido em custos com pessoal durante o período que medeia entre a data inicial de referência e a data final de referência (3 anos). Nesta base a BES Seguros reconheceu em custos com pessoal no exercício o valor de 6 milhares de euros. A variação do justo valor do benefício ao longo do prazo do programa é reconhecida em resultados.

    O valor do passivo reconhecido no âmbito do programa é avaliado ao justo valor com referência ao final de cada mês.

    2.12 Impostos sobre lucros

    Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por contrapar-tida dos capitais próprios. Os impostos diferidos reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de investimentos disponíveis para venda são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem. Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada. O Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC) é determinado com base em declaração de autoli-quidação, elaborada de acordo com as normas fiscais vigentes, que fica su-jeita a inspecção e eventual ajustamento pelas autoridades fiscais durante um período de quatro anos, contados a partir do exercício a que respeitam. Não se esperam ajustamentos às declarações já entregues. Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores con-tabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas à data de balanço e que se espera virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

  • 26 _ BES SEGUROS

    2.13 Ajustamento de Recibos por Cobrar

    O Ajustamento de Recibos por Cobrar é calculado com base no valor dos re-cibos de prémio que se encontram por cobrar no final do processo regular de cobrança. Sobre estes, é utilizada a taxa obtida através da análise efectuada aos recibos efectivamente cobrados.

    2.14 Provisões

    São reconhecidas provisões quando (i) a Companhia tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. São reconhecidas provisões quando (i) a Companhia tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estima-tiva fiável do valor dessa obrigação. São reconhecidas provisões quando (i) a Companhia tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

    2.15 Reconhecimento de juros

    Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado e dos activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares utilizando o método da taxa efectiva. A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na men-suração da perda por imparidade.

    2.16 Dividendos

    Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando recebidos.

    2.17 Contratos de seguro

    A Companhia emite contratos que incluem risco seguro. Contrato em que a Companhia aceita um risco de seguro significativo de outra parte, aceitando compensar o segurado no caso de um acontecimento futuro incerto especí-fico que possa afectar adversamente o segurado. O Plano de Contas para as Empresas de Seguros define que os prémios de seguro directo sejam considerados, na sua totalidade, como proveitos no momento da emissão ou renovação da respectiva apólice. Define também que os sinistros sejam considerados no momento da sua participação. As-sim, no final de cada exercício são realizadas determinadas especializações contabilísticas de custos e proveitos, como se segue:

    Custos de aquisição

    Os custos de aquisição que estão directa ou indirectamente relacionados com a venda de contratos de seguro, são capitalizados e diferidos pelo perí-odo de vida dos contratos. Os custos de aquisição diferidos estão sujeitos a testes de recuperabilidade no momento da emissão dos contratos e sujeitos a testes de imparidade à data do balanço.

    Provisão para Prémios Não Adquiridos

    A provisão para prémios não adquiridos é baseada na avaliação dos prémios emitidos antes do final do exercício, mas com vigência após essa data. A sua determinação é efectuada mediante a aplicação do método “Pro-rata tem-poris”, por cada contrato em vigor, de acordo com a norma do ISP 19/1994-R de 6 de Dezembro com as alterações introduzidas pelas normas 3/1996-R de 18 de Janeiro e 4/1998-R de 16 de Março.

    Provisão para Sinistros

    A provisão para sinistros corresponde ao valor dos custos com sinistros ocor-ridos e ainda por liquidar, bem como a responsabilidade estimada para os sinistros ocorridos antes de 31 de Dezembro de 2008 e ainda não participa-dos (IBNR) e os custos directos e indirectos associados com a regularização futura destes sinistros.

    Esta provisão é calculada do seguinte modo: a) Com base na análise efectuada aos sinistros pendentes no final do exercício e da consequente estimativa da responsabilidade existente nessa data. b) Pela aplicação de uma taxa, determinada individualmente para cada ramo através de estudos actuariais efectuados ao longo do exercício ten- do por base as características especificas de cada um, ao valor dos custos do exercício relativos a sinistros declarados de cada ramo, de forma a fazer face à responsabilidade com sinistros participados após o fecho do exercício, conforme Norma 4/1998-R de 16 de Março emitida pelo ISP. c) Pela projecção, dos custos associados à regularização dos sinistros já encerrados, aplicada aos sinistros em curso e à estimativa de sinistros ocorridos e ainda não participados,

    Provisão para Riscos em Curso

    A provisão para riscos em curso corresponde ao montante necessário para fazer face a prováveis indemnizações e encargos a suportar após o termo do exercício e que excedam o valor dos prémios não adquiridos e dos prémios exigíveis relativos aos contratos em vigor e dos prémios que se renovam em Janeiro do ano seguinte, sendo calculada em conformidade com os critérios estabelecidos pelo ISP.

    Provisão para Desvios de Sinistralidade

    A provisão para desvios de sinistralidade destina-se a fazer face à sinistra-lidade excepcionalmente elevada nos ramos de seguros em que, pela sua natureza, se preveja que aquela tenha maiores oscilações.

    Esta provisão foi constituída para o risco de fenómenos sísmicos, calculada através da aplicação de um factor de risco, definido pelo ISP para cada zona sísmica, ao capital retido pela Companhia.

    Provisão para Envelhecimento

    A provisão para envelhecimento destina-se a fazer face ao valor actuarial dos compromissos da Companhia no ramo Doença após dedução do valor actuarial dos prémios futuros.

  • Demonstrações Financeiras e Notas às Contas _ 27

    Esta provisão, é calculada tendo por base as previsões de permanência dos segurados em carteira (tabelas de mortalidade e estudo de anulações) e os níveis de sinistralidade.

    Provisões para o Resseguro Cedido

    Nas provisões calculadas para o resseguro cedido foram utilizados os cri-térios acima mencionados para o seguro directo, tendo em atenção as percentagens de cessão, assim como outras cláusulas existentes nos trata-dos em vigor.

    2.18 Reporte por segmentos

    Um segmento de negócio é um conjunto de activos e operações que estão sujeitos a riscos e proveitos específicos diferentes de outros segmentos de negócio.

    Um segmento geográfico é um conjunto de activos e operações localizados num ambiente económico específico que está sujeito a riscos e proveitos que são diferentes de outros segmentos que operam em outros ambientes económicos.

    2.19 Resultados por acção

    Os resultados por acção básicos são calculados dividindo o lucro atribuível aos detentores de capital próprio ordinário da casa-mãe pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação, excluindo o número médio de acções próprias detidas pela Companhia.

    Durante os exercícios de 2008 e 2007, a Companhia não detinha acções pró-prias ou outros instrumentos de capital ou dívida susceptíveis de originar o efeito de diluição.

    2.20 Caixa e equivalentes de caixa

    Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a caixa e as disponibili-dades em instituições de crédito.

    NOTA 3 - Principais estimativas e julgamentos utiliza-dos na elaboração das demonstrações financeiras

    A preparação de demonstrações financeiras de acordo com o PCES requer que a Companhia efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais estimativas e julgamentos.

    Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração utilize o julgamento e faça as estimati-vas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pela Companhia são analisados

    como segue, no sentido de melhorar o entendimento de como a sua aplica-ção afecta os resultados reportados da Companhia e a sua divulgação.

    Considerando que em muitas situações existem alternativas ao tratamen-to contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pela Companhia poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira da Companhia e das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes.

    Os resultados das alternativas analisadas de seguida são apresentados ape-nas para assistir o leitor no entendimento das demonstrações financeiras e não têm intenção de sugerir que outras alternativas ou estimativas são mais apropriadas

    3.1 Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda

    A Companhia determina que existe imparidade nos seus activos disponíveis para venda quando existe uma desvalorização continuada ou de valor signi-ficativo no seu justo valor. A determinação de uma desvalorização continu-ada ou de valor significativo requer julgamento. No julgamento efectuado, a Companhia avalia entre outros factores, a volatilidade normal dos preços das acções.

    Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado ou de modelos de avaliação os quais requerem a utilização de determinados pressupostos ou julgamento no estabelecimento de estimativas de justo valor.

    Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e esti-mativas, poderá resultar num nível diferente de perdas por imparidade reco-nhecidas, com o consequente impacto nos resultados da Companhia.

    3.2 Justo valor dos instrumentos financeiros derivados

    O justo valor é baseado em preços de cotação em mercado, quando disponí-veis, e quando na ausência de cotação é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em téc-nicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o efeito do tempo, a curva de rentabilidade e factores de volatili-dade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.

    Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

    3.3 Impostos sobre os lucros

    A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

    Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período.

  • 28 _ BES SEGUROS

    As Autoridades Fiscais têm a atribuição de rever o cálculo da matéria colec-tável efectuado pela Seguradora, durante um período de quatro ou seis anos, no caso de haver prejuízos reportáveis. Desta forma, é possível que haja cor-recções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção dos Conselhos de Administração da BES Seguros, de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

    3.4 Pensões e outros benefícios a empregados

    A determinação das responsabilidades por pensões de reforma requer a uti-lização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões.

    Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.

    3.5 Provisões técnicas

    As responsabilidades futuras decorrentes de contratos de seguro são regista-das na rubrica contabilística provisões técnicas. As provisões técnicas foram

    determinadas tendo por base vários pressupostos, aplicáveis a cada uma das coberturas. Os pressupostos utilizados foram baseados na experiência passada da Companhia. Estes pressupostos poderão ser revistos se for de-terminado que a experiência futura venha a confirmar a sua desadequação.

    Na determinação das provisões técnicas decorrentes de contratos de segu-ro, a Companhia avalia periodicamente as suas responsabilidades utilizando metodologias actuariais e tomando em consideração as coberturas de res-seguro respectivas. As provisões são revistas periodicamente por actuários qualificados.

    NOTA 4 - Informação por Segmentos

    Segmento de negócio

    A BES Seguros opera nos ramos “Não-Vida”. Para além de continuar a explo-rar os ramos “Riscos múltiplos habitação”, “Automóvel”, “Doença” e “Aciden-tes” no âmbito das autorizações concedidas pelo Instituto de Seguros de Por-tugal (adiante designado por ISP) para explorar os grupos