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Banco Internacional de Cabo Verde, S.A., Sede na Avenida Cidade de Lisboa, Caixa Postal 35, Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde, NIF 261973240, registada e matriculada na conservatória do Registo Comercial da Praia com nº 3076, com o Capital Social de 1.433.000.000$00 RELATÓRIO E CONTAS 2016

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Banco Internacional de Cabo Verde, S.A., Sede na Avenida Cidade de Lisb oa, Caixa Postal 35, Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde, NIF 261973240, registada e matriculada na conservatória do Regist o Comercial da Praia com nº 3076, com o Capital Social de 1.433.000.000 $00

RELATÓRIO E CONTAS 2016

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1 RELATÓRIO E CONTAS 2016

ÍNDICE

A. PRINCIPAIS INDICADORES ............................................................................................... 3

B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE .................................................................................... 4

C. GRÁFICOS-RESUMO DOS PRINCIPAIS INDICADORES .................................................. 5

I. RELATÓRIO DE GESTÃO ................................................................................................... 6

1. MENSAGEM DO PRESIDENTE ....................................................................................... 6

2. O BANCO .......................................................................................................................... 7

2.1. Capital Social e Estrutura Acionista ....................................................................... 8

2.2. Órgãos Sociais .......................................................................................................... 8

2.3. Presença Geográfica, Rede de Distribuição e Instalações................................... 10

2.4. Recursos Humanos ................................................................................................ 11

3. Enquadramento Económico 2016 ............................................................................ 13

3.1. Enquadramento internacional .............................................................................. 13

3.2. Enquadramento Nacional ..................................................................................... 17

4. Atividade Comercial .................................................................................................... 20

4.1. Estratégia e Modelo de Negócio ........................................................................... 20

5. Análise do Risco do Crédito ....................................................................................... 22

5.1. Carteira de Crédito e Provisões/Imparidade ...................................................... 22

5.2. Análise do Risco de Crédito .................................................................................. 26

6. Análise da Evolução da Atividade ............................................................................ 29

6.1. Síntese da Atividade .............................................................................................. 29

6.2. Balanço ................................................................................................................... 30

7. Resultados, Rácios Financeiros e Prudenciais ...................................................... 35

7.1. Resultados .............................................................................................................. 35

7.2. Rácios Financeiros ................................................................................................. 37

7.3. Rácios Prudenciais ................................................................................................. 39

8. Notas Finais .................................................................................................................. 41

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2 RELATÓRIO E CONTAS 2016

8.1. Declaração de conformidade sobre a Informação Financeira apresentada ...... 41

8.2. Proposta de Aplicação dos Resultados................................................................. 41

8.3. Agradecimentos ..................................................................................................... 42

II. Demonstrações Financeiras e Notas às Contas .......................................................... 43

1. Demonstrações Financeiras ...................................................................................... 43

2. Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31 de

Dezembro de 2016 .............................................................................................................. 48

3. Relatório e Parecer do Conselho Fiscal ................................................................... 92

4. Relatório da Auditoria Externa ................................................................................ 94

III. Informação sobre o Governo da Sociedade .......................................................... 100

1. Estrutura Organizacional e Governativa .............................................................. 100

2. Descrição das funções e responsabilidades de cada membro do órgão de

administração da instituição .......................................................................................... 101

3. Sistema de Controlo Interno e de Gestão de Riscos ............................................ 102

3.1. Área de Risco Global ............................................................................................ 102

3.2. Área de Compliance ............................................................................................. 103

3.3. Auditoria Interna ................................................................................................. 104

4. Área Administrativa e Financeira .......................................................................... 106

5. Área de Marketing, Organização e Qualidade ...................................................... 106

6. Operativa..................................................................................................................... 107

7. Comercial .................................................................................................................... 108

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3 RELATÓRIO E CONTAS 2016

A. PRINCIPAIS INDICADORES

31.12.2016 31.12.2015

ACTIVIDADE (milhares de CVE)

Activo Líquido 10 751 244 11 914 227

Crédito a Clientes (bruto) 2 086 192 2 460 489

Recursos (1)

9 158 568 10 225 841

Margem Financeira 164 227 144 632

Produto Bancário (PB) 99 716 209 970

Cash-Flow ( 74 159) 46 524

Resultado do Exercício ( 146 158) 2 558

FUNCIONAMENTO

Número de Balcões 02 02

Número de Empregados (2)

26 29

Número de Empregados/Número de Balcões 13 15

LIQUIDEZ

Recursos no Banco Central (mCVE) 932 483 109

Rácio de Transformação de Depósitos em Crédito (%) (3)

23 24

QUALIDADE DOS ACTIVOS (%)

Sinistralidade = Crédito Vencido > 90 dias/Crédito a Clientes (bruto) 19,74 15,13

Imparidade/Crédito Vencido > 90 dias 19,41 16,80

Imparidade do Crédito/Crédito a Clientes 3,83 2,54

PRODUTIVIDADE / EFICIÊNCIA

Activo Médio/Número Médio de Empregados (mCVE) 412 099 436 494

Cash Flow/Número Médio de Empregados (mCVE) ( 2 697) 1 723

Custos de Estrutura/Activo Médio (%) 1,53 1,39

Cost-to-Income (%) 224,42 100,17

(1) Os Recursos incluem os recursos de clientes mais os recursos institucionais

(2) Inclui todos os colaboradores (efectivos e contratados a prazo)

(3) Rácio de transformação é dada pela relação entre o crédito a clientes e os recursos de clientes

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4 RELATÓRIO E CONTAS 2016

B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE

31.12.2016 31.12.2015

BALANÇO (milhares de CVE)

Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227

Activos Financeiros (AF) 7 234 971 7 258 326

Capital Próprio (KP) 1 511 272 1 657 430

CONTA DE EXPLORAÇÃO (milhares de CVE)

Resultado Financeiro (RF) 164 227 144 632

+ Serviços Bancários a Clientes (SB) 38 218 46 935

= Produto Bancário Comercial (PBC) 202 445 191 567

+ Resultado de Operações Financeiras e Diversos (ROF) ( 102 729) 18 403

= Produto Bancário (PB) 99 716 209 970

- Custos Operativos (CO) 223 784 210 326

= Resultado Bruto (RB) ( 124 067) ( 356)

- Provisões líquidas de Reposições (PV) 21 949 ( 8 094)

= Resultado antes de Impostos (RAI) ( 146 016) 7 738

- Impostos (I) 141 5 180

= Resultado Líquido do Exercício (RL) ( 146 158) 2 558

RENDIBILIDADE (%)

Margem Financeira (RF/AF) 2,27 1,99

+ Rendibilidade Serviços a Clientes (SB/AF) 0,53 0,65

+ Rendibilidade Operações Financeiras e Diversos (ROF/AF) -1,42 0,25

= Margem de Negócio (PB/AF) 1,38 2,89

- Relevância Custos Operativos (CO/AF) 3,09 2,90

- Relevância Provisões (PV/AF) 0,30 -0,11

- Relevância Interesses Minoritários [(IM+I)/AF] 0,00 0,07

= Rendibilidade dos Activos Financeiros (RL/AF) -2,02 0,04

x Relevância Activos Financeiros (AF/AL) 67% 61%

= Rendibilidade do Activo "ROA" (RL/AL) -1,36 0,02

x Multiplicador das Aplicações (AL/KP) 711% 719%

= Rendibilidade dos Capitais Próprios "ROE" (RL/KP) -9,67 0,15

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5 RELATÓRIO E CONTAS 2015

C. GRÁFICOS-RESUMO DOS PRINCIPAIS INDICADORES

11 656

11 914

10 751

2014 2015 2016

Activo Líquido (MCVE)

2 199 2 4602 086

9 903 10 226

9 159

22%

24%

23%

2014 2015 2016

Actividade com Clientes (MCVE)

Crédito a Clientes (bruto) Recursos Rácio Crédito/Depósitos

1 548 047 1 548 380

1 426 271

38%

33%

39%

2014 2015 2016

Fundos Próprios (MCVE) e Rácio de Solvabilidade (%)

Fundos Próprios Solvabilidade

28

3

( 146)

2014 2015 2016

Resultado do Exercício (MCVE)

3,56

2,54

3,83

2014 2015 2016

Qualidade dos Activos (%)

Imparidade/Crédito

1,65

0,15

-9,67

78,35

100,17

224,42

2014 2015 2016

Rendibilidade e Eficiência (%)

ROE Cost-to-Income (%)

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6 RELATÓRIO E CONTAS 2015

I. RELATÓRIO DE GESTÃO

1. MENSAGEM DO PRESIDENTE

O ano de 2016 foi um ano muito difícil em que, para além das dificuldades económicas do

país, alguns eventos, associados à não venda do Banco no início do ano, impactaram o

mesmo de forma expressiva e inesperada.

O Banco confrontou-se com um processo de contraordenação no final do ano, formulado

pelo Banco Central de Cabo Verde, onde se imputava o incumprimento de certas

obrigações de Compliance e Controlo Interno, que ocorreu, fundamentalmente, quando o

BICV era detido pelo Banco Espírito Santo, S.A., muito antes deste Conselho de

Administração entrar em funções.

Não fora a estratégia estabelecida no início do 2º semestre de 2015, data de entrada em

funções deste Conselho de Administração, de recentrar a atividade comercial unicamente

no mercado doméstico e, sobretudo, na atitude inequívoca de reforçar as funções de

controlo, com especial ênfase na melhoria da função de Compliance e Gestão Global de

Risco, em alinhamento com os princípios e melhores práticas da “casa-mãe” (controlo

matricial a partir da Sede), seguramente os impactos junto dos clientes e das Autoridades

poderiam ter sido expectavelmente superiores.

Por força da ação do Conselho de Administração, da atuação da equipa do BICV em

colaboração com determinados departamentos do Novo Banco, S.A. que exercem atividade

matricial de certas funções de controlo, podemos afirmar que a situação do BICV é, hoje,

francamente cumpridora, estando ao nível das melhores práticas.

Merece destaque, na senda do acontecido em anos anteriores, o forte profissionalismo e

resiliência dos quadros do Banco, que permitiu manter os desígnios de qualidade de

serviço aos clientes, mesmo perante um ano tão adverso.

Por último, o Banco mantém níveis de solvabilidade muito elevados e de liquidez

adequados, que permitem continuar a financiar a economia de Cabo Verde de forma

seletiva que, estamos certos, levará a que os clientes mantenham a confiança no BICV ao

longo de 2017.

O Presidente do Conselho de Administração,

Rui Manuel Fernandes Pires Guerra

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7 RELATÓRIO E CONTAS 2016

2. O BANCO

O Banco Internacional de Cabo Verde, S.A. (BICV), Banco Espírito Santo Cabo Verde até

Novembro de 2014, foi inaugurado em Julho de 2010, tendo as suas atividades comerciais

iniciado em Agosto do mesmo ano.

Relembrando que, por deliberação do Conselho de Administração do Banco de Portugal,

tomada em reunião extraordinária de 3 de agosto de 2014, foi aplicada uma medida de

resolução ao Banco Espírito Santo, S.A. (BES) e constituído o Novo Banco, S.A., totalmente

detido pelo Fundo de Resolução. Com a medida de resolução, foram transferidos do BES

para o Novo Banco determinados elementos, patrimoniais e extrapatrimoniais,

identificados na deliberação do Conselho de Administração do Banco de Portugal e

refletidos no balanço preliminar do BES, com referência a 30 de Junho de 2014, em base

individual ajustado ao momento da transferência ora referida. De entre os ativos

transferidos para o Novo Banco constava o Banco Espírito Santo Cabo Verde, S.A.

A mudança de nome da estrutura local se impôs naturalmente, por forma a romper com

qualquer vínculo à marca BES. Pelo fato de já existir, em Cabo Verde, uma instituição

denominada Novo Banco, adotou-se, em Novembro de 2014, a denominação Banco

Internacional de Cabo Verde, S.A. (Banco Internacional ou BICV), tendo como propósito

restabelecer a dinâmica de desenvolvimento e crescimento, que sempre caracterizou a

instituição. A alteração do nome em pouco tempo fez sentir seus impactos, através da

recuperação da confiança dos clientes.

O Banco Internacional herdou do BESCV, além de uma forte experiência em gestão de

crises, a implementação dos valores do Grupo Novo Banco e uma equipa jovem, dinâmica e

altamente qualificada que permite que o Banco consiga ter uma carteira de crédito

saudável, comparativamente ao setor bancário de Cabo Verde. Adotou um rigoroso

sistema de compliance assente nas melhores e mais recentes práticas internacionais

permitindo responder, em tempo útil, às necessidades que o setor hoje exige.

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8 RELATÓRIO E CONTAS 2016

2.1. Capital Social e Estrutura Acionista

O Banco Internacional possui um capital social de 1.433.000.000$00 (mil quatrocentos e

trinta e três milhões de escudos), dividido em 1.433.000 ações, com valor nominal de

1.000$00 (mil escudos) cada. Desde 2014, após a resolução do BES, em que a estrutura

acionista sofreu alterações, deixando de ter acionistas particulares, que a instituição

apresenta a seguinte composição:

Estrutura Acionista (valor em escudos)

2.2. Órgãos Sociais

Os estatutos do Banco Internacional preveem uma orgânica composta por uma

Assembleia-Geral, um Conselho de Administração e um Conselho Fiscal.

Assembleia-Geral

Presidente

Pedro Moreira de Almeida Queiroz de Barros

Secretário

Eugénio Fernando de Jesus Quintais Lopes

Conselho de Administração

O Conselho de Administração é composto por seis elementos, cinco efetivos e um suplente,

indicados pela Assembleia-Geral de 31 de Março de 2015.

Presidente

Rui Manuel Fernandes Pires Guerra

Vogais

António Manuel Cerveira Duarte

Marta Carolina Mota Leite Machado Mariz

Bruno Pedro Colaço Catarino

Nº Acções Valor %

NOVO BANCO África, SGPS - S.A. 1 432 850 1 432 850 000 99,9895%

NOVO BANCO, S.A. 150 150 000 0,0105%

TOTAL 1 433 000 1 433 000 000 100%

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9 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Paulo Jorge Carrageta Ferreira

Suplente

José Alberto Monteiro Soares

Conselho Fiscal

Ildo Adalberto Lima – Presidente

Eunérlia Sousa Freitas – Vogal Efetivo

Nair Cecília Pereira da Silva – Vogal Efetivo

José Jorge Borges de Oliveira – Vogal Suplente

José Armindo Fernandes Duarte – Vogal Suplente

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10 RELATÓRIO E CONTAS 2016

2.3. Presença Geográfica, Rede de Distribuição e Instalações

O Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) tem sede própria na Av. Cidade de Lisboa, na

cidade da Praia, onde funcionam os serviços centrais e a agência Sede. Possui, ainda, uma

segunda agência, na ilha do Sal.

Presença Geográfica do Banco Internacional

SEDE/AGÊNCIA DA PRAIA – ILHA DE SANTIAGO

Av. Cidade de Lisboa, CP nº 35 – Cidade da Praia Telefone: +238 2602626

Fax: +238 260263

AGÊNCIA DE SANTA MARIA – ILHA DO SAL

Vila Verde Resort, Condolote 01 Bloco D, Loja R CP nº 142

Telefone: +238 2428210 Fax: +238 2428219

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11 RELATÓRIO E CONTAS 2016

2.4. Recursos Humanos

A política de gestão de pessoal, em 2016, assentou, essencialmente, na continuidade da

política global de valorização e capacitação do capital humano, enquanto fator decisivo

para a materialização dos objetivos corporativos e, em especial, para o êxito do plano

estratégico em vigor no Banco.

Durante o ano, registaram-se três desvinculações, todos eles com contrato a termo certo,

passando o Banco a contar com um quadro global de 26 colaboradores, 12 dos quais afetos

à Área Comercial e os demais aos Serviços Centrais. Do total, 21 (81%) são colaboradores

efetivos e 5 são contratados a termo certo.

Estrutura dos Recursos Humanos

O quadro de pessoal do Banco é altamente qualificado, sendo que 92% dos colaboradores

possui grau superior de ensino e 30% destes possuem uma pós-graduação ou mestrado,

alguns cursando o doutoramento.

Vinte e um colaboradores, o correspondente a 81% do quadro de pessoal, têm idade

abaixo dos 40 anos, retrato de um quadro jovem, mas experiente, multidisciplinar e

comprometido com a missão do Banco. A idade média dos colaboradores é 37 anos (2015:

36) e o escalão etário que regista maior número de colaboradores é o compreendido no

intervalo entre os 35 e os 40 anos.

O Banco segue proporcionando formações pontuais aos seus colaboradores, sendo que as

áreas que estão diretamente envolvidas no core business são alvo de atualizações

contínuas, em alinhamento com as prioridades e estratégias do Banco, que lhes propiciem

Sem Estudo Superior 1 1 2

Ensino Superior 11 13 24

dos quais Pós-Licenciatura (MBA, Mestrado…) 4 3 7

TOTAL POR HABILITAÇÕES ACADÉMICAS 12 14 26

Admnistração/Direção 3 0 3

Técnica 7 7 14

Administrativa 2 7 9

TOTAL POR TIPO DE FUNÇÃO 12 14 26

Área Comercial 4 8 12

Serviços Centrais 8 6 14

TOTAL POR ÁREA 12 14 26

Total por género 12 14 26

Quota 46% 54% 100%

Idade Média MULHERES 37 anos

Idade Média HOMENS 38 anos

IDADE MÉDIA DOS COLABORADORES 37 anos

VARIÁVEL HOMEM MULHER TOTAL

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12 RELATÓRIO E CONTAS 2016

o suporte necessário na montagem e estruturação das atividades dos clientes, sobretudo

os ligados ao comércio internacional. O branqueamento de capitais, pela sua pertinência, é

tema de formações constantes para todos os colaboradores do Banco, através de ações

internas e externas.

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13 RELATÓRIO E CONTAS 2016

3. Enquadramento Económico 2016

3.1. Enquadramento internacional

O início de 2016 foi marcado por um período de instabilidade e aversão ao risco nos

mercados financeiros, sobretudo associado à queda do preço do petróleo e aos sinais de

desaceleração da economia da China, neste caso alimentando saídas de capitais desta

economia e uma desvalorização do renminbi. As quedas observadas no preço do petróleo

e na divisa chinesa geraram pressões deflacionistas globais e movimentos de risk-off nos

mercados financeiros. Estas preocupações atenuaram-se durante o 1º semestre, com uma

recuperação do preço do crude e com sinais de estabilização do crescimento da China.

Depois do mínimo de USD 26/barril observado em Janeiro, o preço do Brent subiu para

USD 55.4/barril até Dezembro, registando um crescimento de 55%, no conjunto do ano.

Este movimento foi suportado por expectativas de um reequilíbrio gradual entre a oferta e

a procura, reforçadas, em Novembro, com um acordo entre a OPEP e a Rússia para um

corte de 1.8 mb/d na produção. A subida dos preços das commodities foi também visível

noutros setores, com o índice de preços de metais do Commodity Research Bureau a

crescer 45%, em 2016. Depois de uma valorização de 27%, até Setembro, o ouro foi

penalizado, no final do ano, por uma apreciação rápida do dólar. Ainda assim, no conjunto

de 2016, o ouro valorizou 10%.

A instabilidade financeira e a aversão ao risco aumentaram de novo no final do 1º

semestre, com a decisão do Reino Unido de abandonar a UE. Após uma reação inicial

fortemente negativa, os mercados financeiros voltaram a estabilizar, mas a expectativa de

manutenção de taxas de juro baixas por um período de tempo prolongado saiu reforçada,

com os principais bancos centrais a acentuarem ou manterem posturas fortemente

expansionistas na política monetária. Os juros de mercado acentuaram a tendência

descendente observada desde o início do ano e observou-se um achatamento das curvas

de rendimentos. Entre Janeiro e Junho, as yields dos Treasuries e dos Bunds a 10 anos

recuaram de 2.27% para 1.47% e de 0.629% para -0.13%, respetivamente. No mesmo

período, a Euribor a 3 meses recuou de -0.131% para -0.286%.

A segunda metade do ano trouxe uma alteração na conjuntura económica e nos mercados

financeiros. A adoção de políticas monetárias e orçamentais expansionistas traduziu-se

gradualmente numa recuperação ou estabilização da procura nas principais áreas

económicas, incluindo os EUA, a Europa e a China. Por sua vez, a subida do preço do

petróleo permitiu uma recuperação da atividade industrial, sobretudo nos setores

extrativos nos EUA, bem como a melhoria dos termos de troca e das perspetivas de

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14 RELATÓRIO E CONTAS 2016

crescimento das economias emergentes exportadoras de matérias-primas. Com a subida

do preço do petróleo e com a recuperação do mercado de trabalho nas principais

economias desenvolvidas, em particular nos EUA, as pressões deflacionistas atenuaram-se

e, em seguida, deram lugar a uma conjuntura de moderada “reflação”. Este quadro foi

reforçado pelas eleições presidenciais nos EUA, em Novembro, com a perspetiva do

anúncio, pela nova Administração, de fortes estímulos orçamentais, de medidas

protecionistas e de uma forte desregulamentação, numa economia já em cima do seu

potencial produtivo.

O cenário de maior crescimento e inflação (mais pronunciado nos EUA) traduziu-se num

steepening das yield curves, num aumento do spread entre a dívida americana e europeia e,

também, numa apreciação do dólar. Na segunda metade do ano, as yields dos Treasuries e

dos Bunds a 10 anos subiram de 1.47% para 2.45% e de -0.13% para 0.21%,

respetivamente. Depois de um movimento de queda até Setembro, o dólar apreciou 6.5%

no 4º trimestre face ao euro, fechando o ano em EUR/USD 1.054. No conjunto de 2016, o

dólar apreciou perto de 3% face ao euro. Os principais índices acionistas registaram

ganhos em 2016, beneficiando da combinação de políticas monetárias expansionistas com

a recuperação da atividade económica e dos earnings das empresas. Nos EUA, os índices

Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 valorizaram 13.4%, 7.5% e 9.5%, respetivamente. Na

Europa, depois de recuarem 9.9% e 8.6%, no 1º semestre, os índices DAX e CAC40

recuperaram na segunda metade do ano, atingindo ganhos anuais de 6.9% e 4.9%,

respetivamente. A depreciação da libra resultante da decisão do Brexit (13% face ao dólar

e ao euro) e a resiliência da economia britânica perante os potenciais efeitos negativos

dessa decisão contribuíram para um ganho de 14.4% no FTSE 100. Na China, as saídas de

capitais contribuíram para o recuo de 12.3% no índice Shanghai Composite.

Embora com períodos de incerteza política e de instabilidade financeira, o ano de 2016

ficou marcado por uma relativa estabilidade ao nível do crescimento económico global,

que desacelerou apenas marginalmente, de 3.2% para 3.1%. No seu conjunto, as

economias desenvolvidas registaram um abrandamento mais visível, de 2.1% para 1.6%,

parcialmente compensado pelo desempenho mais estável dos mercados emergentes, que

cresceram 4.1%. Apesar da ligeira desaceleração da China, de 6.9% para 6.7%, o conjunto

das economias emergentes beneficiou da melhoria da atividade nas economias

exportadoras de commodities e da atenuação das recessões em economias como o Brasil e

a Rússia. Nos EUA, o PIB cresceu 1.6%, em 2016, depois de um registo de 2.6%, em 2015.

Após um início de ano com um crescimento débil, a atividade económica fortaleceu-se

gradualmente, sobretudo suportada pelo consumo privado mas, também, com uma

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15 RELATÓRIO E CONTAS 2016

recuperação do investimento no final do ano. Esta melhoria refletiu-se nas condições do

mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a recuar de um máximo de 5%, em Abril,

para 4.7%, em Dezembro, e com a remuneração média horária a registar uma variação

homóloga de 2.9%, no final do ano (a subida mais pronunciada desde 2009). Neste

contexto, a inflação homóloga subiu de um mínimo de 0.8%, em Julho, para 2.1%, em

Dezembro, e a Reserva Federal elevou a principal taxa de juro de referência em 25 bps,

para 0.5%-0.75%, no último mês do ano.

A economia da Zona Euro cresceu 1.7%, em 2016, em desaceleração face ao registo de 2%,

em 2015, mas acima das expectativas e com a atividade a mostrar-se resiliente perante o

contexto de incerteza política. A procura interna foi suportada pelos efeitos desfasados da

descida dos preços da energia no poder de compra dos consumidores, bem como pela

natureza expansionista das políticas monetária e orçamental. A melhoria das condições de

financiamento proporcionada pelos estímulos monetários do BCE traduziu-se numa

recuperação do crescimento do crédito, não obstante as preocupações com o sistema

financeiro em algumas economias da região. A expansão da atividade económica revelou-

se, no entanto, insuficiente para gerar pressões inflacionistas relevantes. Efeitos de base

favoráveis, relacionados com os preços da energia, levaram a taxa de inflação homóloga a

subir de um mínimo de -0.2%, em Abril, para 1.1%, em Dezembro, ainda longe do nível de

referência para a estabilidade de preços (inflação próxima de 2%). A nível core, a inflação

subiu apenas de 0.7% para 0.9% naquele período. Neste contexto, o BCE reforçou, por

duas vezes em 2016, a natureza expansionista da política monetária. Em Março, entre

outras medidas, o BCE reduziu a taxa de juro das operações principais de refinanciamento

em 5 bps, para 0%, e a taxa de juro da facilidade de depósito em 10 bps, para -0.4%;

expandiu o programa de aquisição de ativos e aumentou o montante mensal de aquisições

de EUR 60 para 80 mil milhões; e anunciou quatro novas Targeted Longer-Term

Refinancing Operations. Já em Dezembro, anunciou o prolongamento do programa de

aquisição de ativos, de Março de 2017 até, pelo menos, Dezembro de 2017, embora com

uma redução do montante de aquisições mensais, para EUR 60 mil milhões. A Euribor a 3

meses prolongou a tendência descendente, atingindo -0.319%, em Dezembro.

Apesar do impasse político que impediu a tomada de posse de um novo Governo até

Outubro (após eleições em Dezembro de 2015 e Junho de 2016), a economia de Espanha

manteve um desempenho positivo em 2016, com o PIB a expandir-se 3.2%, repetindo o

registo do ano anterior. A procura externa líquida aumentou o seu contributo para o

crescimento, com as importações a desacelerarem mais do que as exportações. A procura

interna desacelerou também, mas manteve um crescimento forte, com registos anuais de

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16 RELATÓRIO E CONTAS 2016

3.1% no consumo privado (2.9%, em 2015) e 3.6% no investimento (6%, em 2015). No

conjunto do ano, a procura interna beneficiou da melhoria das condições de

financiamento, de uma política orçamental expansionista, dos progressos na

desalavancagem dos agentes económicos e da melhoria do mercado de trabalho, neste

caso com a taxa de desemprego a recuar de 20.9% para 18.6% da população ativa. De

referir, também, o desempenho favorável do mercado da habitação, com os preços a

subirem 4%, em termos homólogos, no 3º trimestre. A taxa de inflação subiu em 2016,

mantendo, no entanto, um registo negativo (-0.2% versus -0.5%, em 2015). Com o spread

dos títulos de dívida pública a 10 anos, face à dívida alemã, relativamente estabilizado, a

respetiva yield recuou de 1.77% para 1.38%, no conjunto do ano, embora com uma

tendência de subida a partir do mínimo de 0.92%, observado em Agosto.

Em Portugal, a atividade económica cresceu 1.4%, em 2016, abaixo do registo de 1.6%,

observado em 2015, mas ligeiramente acima das expetativas. A procura interna reduziu o

seu contributo para o crescimento, com uma desaceleração no consumo privado, de 2.6%

para 2.3%, e com uma queda do investimento de 0.9%. A segunda metade do ano foi, no

entanto, marcada por uma recuperação da confiança e da despesa das famílias, suportada

por um aumento do rendimento disponível que, por sua vez, beneficiou da subida das

remunerações do trabalho, da redução da carga fiscal e de um ligeiro aumento da criação

de emprego. A taxa de desemprego recuou de 12.4% para 11.1% da população ativa,

enquanto a inflação se manteve relativamente estabilizada, subindo de 0.5% para 0.6%. A

procura externa líquida aumentou o seu contributo para o crescimento do PIB, com as

importações a desacelerarem mais do que as exportações. O setor do turismo manteve um

elevado dinamismo, refletido nas exportações de serviços. Mas, no seu conjunto, as vendas

ao exterior desaceleraram de 6.1% para 4.4%, em 2016.

Os preços da habitação mantiveram uma tendência ascendente, registando um

crescimento homólogo de 7.6%, no 4º trimestre. Esta evolução beneficiou, sobretudo, do

maior dinamismo dos segmentos de valor mais elevado, nas principais cidades. A

atividade económica foi também suportada por uma melhoria das condições de

financiamento, sobretudo em resultado da política monetária expansionista levada a cabo

pelo BCE. Contudo, restrições associadas aos níveis ainda elevados de endividamento e aos

ajustamentos em curso no setor bancário limitaram a expansão do crédito e da procura

interna. O défice público desceu de 4.4% do PIB, em 2015 (ou 3.1%, excluindo one-offs),

para 2.1% do PIB, em 2016. A dívida pública manteve-se relativamente estabilizada,

aumentando, ligeiramente, de 129% para 130.4% do PIB. Num contexto global de

incerteza política, de aumento da inflação e de alguma especulação em torno de uma

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17 RELATÓRIO E CONTAS 2016

futura atenuação dos estímulos monetários do BCE, a yield dos títulos de dívida pública

portuguesa a 10 anos subiu, no conjunto de 2016, de 2.5% para 3.8%, prolongando esta

subida no início de 2017, para valores em torno de 4%. O respetivo spread face à dívida

alemã na mesma maturidade alargou-se de 190 para 356 bps, em 2016.

3.2. Enquadramento Nacional

A economia de Cabo Verde registou um crescimento de cerca de 3.9%, em 2016, em clara

aceleração face à expansão de 1.1%, observada em 2015. Para este desempenho

contribuiu, sobretudo, a evolução robusta da procura interna, com destaque para o

consumo e para o investimento em equipamento e construção. A economia cabo-verdiana

beneficiou, ainda, de um contexto externo mais favorável, o que permitiu uma redução da

restritividade nas condições de financiamento, sobretudo no final do ano, favorecendo o

crédito ao setor privado (+4.7% no ano).

Evolução do PIB e PIB per capita, 2006-2016 (%)

Fonte: FMI

Apesar da melhoria da atividade, o que permitiu a criação de 15 240 postos de trabalho

(elevando a taxa de emprego para 54%, versus 51%, em 2015), assistiu-se a uma subida da

taxa de desemprego, de 12.4% para 15% da população. Este resultado é sobretudo

explicado por um aumento mais forte do número de pessoas que pretenderam entrar no

mercado de trabalho, o que, em si, é um sinal positivo, ao sugerir uma melhoria das

perspetivas económicas e financeiras por parte das famílias. Este facto é visível na redução

da taxa de inatividade, de 42% para 36% da população total em idade ativa.

9,1 9,2

6,7

-1,3

1,5

4,0

1,1 1,0

1,8

3,4

3,9

2 566

3 692

3 413 3 463

3 584

3 080

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

-2

0

2

4

6

8

10

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

% USD

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18 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Relativamente ao setor externo, as exportações caíram 10.2%, em termos nominais, em

2016, as reexportações recuaram 18.4%, enquanto as importações cresceram 10.5%.

Analisando as exportações por destino, registaram-se quedas das vendas em quase todos

os principais parceiros comerciais, à exceção de Portugal (2º maior destino, com um peso

de 19.2% sobre o total), para onde as exportações cresceram 22%. As vendas para a

Espanha, principal parceiro comercial de Cabo Verde (com 72.4%), caíram 5.7%. Destaca-

se, ainda, o continuado bom desempenho do setor do turismo, cujas receitas brutas

atingiram, em 2016, 21.6% do PIB, acima do registo do ano anterior (21.2%). Ao nível das

importações, Portugal manteve-se como o principal fornecedor de bens e serviços de Cabo

Verde (com 46.5% do total), seguido da Espanha (11.3%), Países Baixos (6.4%) e China

(+4.8%), entre outros. As importações de Portugal cresceram 18.1%, de Espanha 71%, dos

Países Baixos decresceram 39% e da China 5%. Merece também referência, o bom

comportamento das remessas de emigrantes, atingindo 11.6% do PIB (versus 12%, em

2015). Esta evolução permitiu que se observasse uma redução do défice da Balança

Corrente, de -4.7% do PIB, em 2015, para -3.8% do PIB, em 2016, apesar da evolução

desfavorável da balança comercial. O excedente da balança de capital e de operações

financeiras, onde se destaca o bom desempenho do investimento direto estrangeiro (7.4%

do PIB, em 2016), possibilitou uma nova acumulação de reservas cambiais. Esta boa

evolução continua, assim, a garantir uma margem de conforto para uma adequada

intervenção no mercado cambial, no sentido de permitir a estabilidade do regime que

indexa o escudo cabo-verdiano ao euro (EUR/CVE 110.265).

No plano dos preços, a inflação média situou-se em -1.4%, após um ligeiro acréscimo de

0.1% no ano anterior, condicionada, sobretudo, pela queda dos preços nas componentes

“produtos alimentares e bebidas não alcoólicas” (-0.6%) e “rendas de habitação, água,

eletricidade, gás e outros combustíveis” (-8.3%), bem como pela extinção do aumento

temporário da taxa do imposto sobre o valor acrescentado de 15% para 15.5% (adotado

em 2015). Neste contexto de ausência de pressões inflacionistas relevantes, o Banco de

Cabo Verde manteve a postura acomodatícia que adotou nos últimos anos.

No que respeita às contas públicas, o incremento das receitas fiscais (+6.8%) e a queda da

despesa com a aquisição de ativos não financeiros (-29.3%) propiciaram um decréscimo

do défice orçamental, de 3.9% do PIB, em 2015 para 3.6%. Do lado da receita, destaca-se a

subida de 21.5% das receitas com o imposto sobre os rendimentos singulares, suportada

pelo efeito das reformas fiscais implementadas desde 2013 (e.g. cobrança eletrónica dos

impostos retidos na fonte) e pela maior dinâmica da atividade económica. De notar, ainda,

o efeito da criação do Tributo Especial Unificado, que recai sobre as micro e pequenas

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19 RELATÓRIO E CONTAS 2016

empresas e que substituiu outros impostos, bem como o aumento do rendimento das

empresas. Ao nível das empresas, assistiu-se a uma descida de 14% das receitas com o

imposto sobre os rendimentos coletivos, para a qual contribuiu, em parte, o efeito-base da

dupla cobrança em 2015, com a transição para o novo código de imposto, bem como dos

problemas técnicos com a implementação da declaração eletrónica, que impediram a

cobrança de todos os montantes devidos pelas empresas em 2016. Do lado da despesa,

destaca-se o aumento de 7.3% das despesas com pessoal, refletindo o aumento das

remunerações.

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20 RELATÓRIO E CONTAS 2016

4. Atividade Comercial

4.1. Estratégia e Modelo de Negócio

O exercício de 2016 ficou marcado pelo prolongamento do processo de venda do Grupo

Novo Banco, operação entretanto suspensa e com grande impacto no desempenho das

atividades comerciais.

Nesse contexto, no decorrer do ano, o Grupo recentrou a sua estratégia, focando as

atividades do banco no mercado nacional, tendo em vista a sua preparação para um novo

processo de venda, pautando-se pelos seguintes eixos: (i) reorganização e redefinição de

procedimentos, cumprindo sempre as melhores práticas e normas do setor; (ii) maior

enfoque na recuperação do crédito malparado e otimização da carteira; (iii) manutenção

da estabilidade e robustez financeiras que constituem um dos principais pilares do Banco

Internacional.

O Grupo, visando manter a qualidade dos ativos do Banco, optou por um ritmo mais

conservador das atividades comerciais, sobretudo na captação de clientes e na concessão

de novos créditos, implementando um sistema mais conservador e restritivo de tomada de

decisões, o que condiciona os prazos de resposta às solicitações dos clientes.

Embora de forma moderada, o Banco manteve o foco na captação de clientes dos seus

habituais segmentos-alvo. Em contraciclo, devido à dinâmica da ilha, consequência da

abertura de novos hotéis, a Agência do Sal demonstrou uma tendência de crescimento na

captação de novos clientes, assegurando o crescimento da carteira geral de clientes do

Banco.

Com as restrições impostas pela conjuntura económica e financeira do país, a estrutura de

créditos registou alterações na sua composição, com as empresas a perder espaço para os

particulares, pelo fato de a natureza de crédito solicitada pelos primeiros exigir mais

esforços, em termos de garantias, por partes dos clientes e, em termos de risco, por parte

dos bancos. A distribuição da carteira de créditos entre os segmentos Empresa e Particular

tornou-se mais equilibrada, passando a ser de 49% e 51%, respetivamente, quando em

anos anteriores as proporções eram inversas, com o segmento empresa a representar,

estrategicamente, a maior parcela do negócio do Banco.

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21 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Evolução da Carteira de Clientes Ativos (Número de clientes ativos)

A instituição dispõe de uma carteira de 2.136 clientes, dos quais 1.753 são particulares (o

correspondente a 82% da carteira), residentes e não residentes (emigrantes inclusive), e

383 empresas nacionais e estrangeiras, estas últimas, na sua maioria, estabelecidas em

Cabo Verde. A carteira de clientes cresceu 5%, em 2016, com destaque para os clientes

Particulares Residentes.

O crescimento registado na carteira de Particulares é indicativo da confiança que o Banco

granjeou no mercado, denotando, igualmente, elevado grau de fidelização dos seus

clientes. A ligeira recessão na carteira de Empresas prende-se, sobretudo, com o

encerramento de contas inativas, resultado do novo processo implementado, na gestão de

contas de clientes não ativas e da focalização no mercado local, em detrimento do mercado

internacional.

404

1710

383

1 753

Empresas Particulares

2015

2016+ 3%

-5%

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22 RELATÓRIO E CONTAS 2016

5. Análise do Risco do Crédito

5.1. Carteira de Crédito e Provisões/Imparidade

O modelo de crescimento do crédito do Banco Internacional esteve sempre assente,

sobretudo, na concessão de crédito a grandes empresas e que melhor se enquadrem nos

princípios da instituição, no que concerne à notação de risco. Entretanto, devido à política

conservadora de crédito adotada ao longo desse período de pré-venda do Grupo, de

acordo com a qual a concessão de novos créditos foi bastante restringida, o modelo foi

readaptado, de modo a dar vazão às solicitações mais prementes, com especial destaque

para a concessão de créditos de curto prazo.

A carteira de crédito registou assim, em 2016, um decréscimo de 15%, fechando o ano com

um saldo de 2,08 mil milhões de escudos, distribuídos conforme o quadro abaixo

demonstra.

Carteira de Crédito a 31-12-2016 e a 31-12-2015

(Valores expressos em milhares de escudos)

A carteira de crédito do Banco está fortemente assegurada por garantias reais, sendo que

apenas uma parcela residual (0,01%) não tem nenhum tipo de garantia associado, ao que,

somando o reforço constante das provisões e das imparidades, atesta o conservadorismo

da instituição, no que concerne à qualidade dos seus ativos.

Mais de dois terços das operações em carteira se encontram asseguradas por garantias

reais e reais hipotecárias, atualizadas com frequência e sempre que a situação assim exija,

Vincendo Vencido Vincendo Vencido

Por Segmento 1 667 124 419 068 2 081 180 379 310

Particular 928 740 137 618 1 005 492 135 758

Sector Público e Administrativo 20 000 - 33 333 -

Empresa 718 384 281 450 1 042 354 243 552

Por Sector de Actividade 1 667 124 419 068 2 081 180 379 310

Habitação 881 584 130 801 953 009 124 465

Particular Outros 47 156 6 817 52 483 11 293

Sector Público e Administrativo 20 000 - 33 333 -

Comércio e Serviços 607 948 197 417 783 966 155 674

Construção e Obras Públicas 4 984 82 340 129 620 86 790

Indústria 90 526 1 693 120 601 771

Hotelaria e Restauração 14 925 - 8 167 317

Por Maturidade 1 667 124 419 068 2 081 180 379 310

Curto prazo 62 549 132 989 4 742 237 256

Médio e longo prazo 1 604 575 286 079 2 076 437 142 053

Imparidade (peso na carteira) 79 944 3,83% 62 532 2,54%

31.12.2016 31.12.2015Distribuição da Carteira de Crédito

Page 24: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

23 RELATÓRIO E CONTAS 2016

mitigando a exposição do Banco e tornando os reforços da imparidade da carteira uma

medida prudencial.

A predominância de garantias reais de primeiro grau assegura a cobertura do risco

assumido, por um lado, e reduz o esforço na constituição de imparidade da carteira, por

outro lado.

Do total do valor da carteira, 91% corresponde a créditos de médio e longo prazo (2015:

90%) e 48% a créditos a empresas do setor privado (2015: 52%), mantendo a tendência

dos exercícios anteriores, nos quais os créditos a particulares já indiciavam o crescimento

na estrutura da carteira.

Evolução mensal do crédito a clientes

Registando decréscimo de 22% no seu volume, a carteira de crédito às empresas fechou o

exercício com um saldo de 999 milhões de escudos, face ao saldo de 1,28 mil milhões do

ano transato, resultado da amortização de financiamentos por parte dos principais

clientes, da liquidação de grandes dívidas e de uma maior prudência na concessão de

novos créditos.

O setor do Comércio e Serviços destaca-se na carteira de crédito, ocupando perto de 39%

da mesma, seguido do setor da Indústria que ocupa mais de 4% da carteira. O setor da

Construção e Obras Públicas, com destaque para a Construção Imobiliária, desde que

entrou em recessão em 2008, vem apresentando decréscimos anuais consideráveis no

stock de crédito, com as suas operações cada vez mais reguladas pela autoridade

supervisora. Em 2016, o crédito ao setor da construção registou decréscimo de 60%, por

conta das elevadas amortizações de capital, face à inexistência de novos créditos. Perante

as dificuldades experimentadas, o setor da construção é o que registou mais eventos de

-2,2% 0,0% -0,9%-1,5%

-0,4% -3,2% -7,1% 1,1% -1,1% -0,6%

35,9%

-3,2%

-1,0% 1,0% -3,1%-0,8% -0,9%

-0,5%

-0,5%-4,9%

-1,6% -0,4% -0,6% -3,0%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2015

2016

Page 25: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

24 RELATÓRIO E CONTAS 2016

incumprimento e maior proporção agregou à carteira vencida (94% do crédito a esse setor

está malparado).

Carteira de Crédito a 31-12-2016

O financiamento ao setor público e administrativo continua um negócio residual para o

Banco, sobretudo pelo fato de não existirem na carteira do Banco produtos específicos

para as necessidades próprias desse setor. O volume de crédito ao setor público resume-se

a 1% do total da carteira, num total de 20 milhões de escudos, inferior ao ano anterior em

40%.

O crédito às famílias vem, entretanto, ocupando um lugar cada vez mais de destaque na

carteira, tendo sido o segmento que menos decresceu durante o ano, devendo 87% da sua

diminuição à amortização de operações de crédito à habitação. Na vertente Consumo, a

variação foi, proporcionalmente, mais substancial, tendo registado um decréscimo de

15%, em parte devido ao desreconhecimento do balanço de operações que cumpriam os

requisitos do Aviso nº 6/2007 do Banco de Cabo Verde.

O crédito à habitação ocupa 49% da carteira, fazendo com que a maior concentração de

risco de crédito (27%), por maturidade residual, destacando as fortes garantias associadas

a esses créditos, se situe na faixa superior a 15 anos. Por outro lado, o Banco conta com a

amortização de 59% da sua atual carteira no prazo máximo de 10 anos.

Habitação48,53%

Particular Outros 2,59%

Sector Público e Administrativo

0,96%

Comércio e Serviços38,60%

Construção e Obras Públicas

4,19%

Indústria 4,42%

Hotelaria e Restauração

0,72%

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25 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Maturidade residual da carteira de crédito a 31-12-2016

No cumprimento das normas prudenciais aplicadas ao setor bancário e dos normativos

internos de mitigação dos riscos inerentes às operações de crédito, o Banco procede,

mensalmente, ao cálculo de Provisões regulamentares e de Imparidade, ao abrigo dos

Avisos nº 4/2006 e nº 6/2007 do Banco de Cabo Verde, reconhecendo o maior valor de

entre os dois.

A imparidade, em 2016, aumentou 17,41 milhões de escudos, em grande parte como

resultado do reforço, além do regulamentar e por razões meramente prudenciais, da

imparidade de algumas operações que apresentaram degradação dentro do seu nível de

risco, e pelo impacto do aumento, registado em 2015, do volume de operações vencidas. O

montante de Imparidade apurado para o exercício em análise resulta numa taxa esperada

de perda de 3,83% do volume total da carteira de crédito (2015: 2,54%) e em um índice de

cobertura de 19% da carteira vencida (2015: 16,5%).

O índice de sinistralidade, um dos principais indicadores da qualidade da carteira de

crédito e determinado pela razão entre o crédito vencido há mais de 90 dias e o total da

carteira de crédito, deteriorou 4,61 pontos percentuais, exclusivamente pelo aumento de

11% no volume dessa carteira. Em 31 de Dezembro de 2016, o crédito vencido há mais de

90 dias apresentava um saldo de 411 milhões de escudos (2015: 372 milhões), o que

elevou o índice de sinistralidade de 15,13% para 19,74%.

O total da carteira vencida ascendeu a 419 milhões de escudos, 10% acima do ano

anterior, variação atenuada pela baixa rotatividade dos clientes em incumprimento,

levando à conservação e reforço do paradigma de gestão e tratamento dos créditos em

risco, convergindo num agravamento da imparidade dos créditos em incumprimento.

0

50

100

150

200

250

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350M

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26 RELATÓRIO E CONTAS 2016

A carteira ficou provisionada à taxa média de 3,83% (2015: 2,54%), com um total de

imparidade de 80 milhões de escudos (2015: 63 milhões), acréscimo causado,

particularmente, pela evolução desfavorável dos casos de incumprimento.

5.2. Análise do Risco de Crédito

O risco de crédito, ao qual os bancos são mais sensíveis, dado o seu core business, resulta

da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do incumprimento, total

ou parcial, do cliente ou contraparte, relativamente às obrigações contratuais

estabelecidas com o banco, no âmbito da sua atividade creditícia.

É controlado pela área de risco Global, à qual compete monitorizar, de forma constante,

todas as operações contratadas, em interação com unidades do Grupo. Esse sistema tem

possibilitado identificar, de forma tempestiva, os principais triggers de default, permitindo

um adequado acompanhamento do risco da carteira de crédito.

O Banco utiliza métodos e políticas de gestão de risco, que ultrapassam as orientações das

autoridades, assentes nas boas práticas internacionais de governança das instituições

financeiras, caraterizando um ambiente de negócio conservador e assegurando a

subsistência do perfil de risco de crédito do Banco no nível médio baixo.

Nos processos de crédito, a área ligada ao risco atua, tanto a montante como a jusante, na

elaboração das propostas de operações de crédito, interagindo, continuamente, com a área

Comercial, na definição de estratégias de cobrança ou de negociação de créditos vencidos

ou em risco, bem como no seu devido provisionamento.

No final do exercício, a carteira de crédito havia decrescido 15%, devido à política

creditícia conservadora e restritiva aplicada em 2016, visando a redução de exposição a

determinados clientes ou grupos económicos, e comportava 20% de crédito em

incumprimento, sendo 98% desse montante correspondente a créditos vencidos há mais

de 90 dias, que se apresentaram 11% acima do ano anterior. Consequentemente, a

qualidade da carteira de crédito registou deterioração.

O Banco determina a qualidade da carteira em função da distribuição, por classes de risco,

dos contratos de crédito, das operações de crédito em risco (contratos vencidos e

reestruturados), dos processos instruídos para cobrança judicial, do coeficiente de

provisões e de imparidade do crédito e de outros indicadores de mensuração do risco da

carteira de crédito.

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27 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Distribuição da carteira de crédito por classe de risco a 31-12-2016

Na gestão e recuperação dos créditos vencidos, o Banco tem optado pela negociação com

os clientes, decidindo-se, em alguns casos, pela reestruturação dos contratos. Em situações

mais críticas e menos frequentes, são instruídos processos judiciais para a cobrança de

dívida, com aplicação da medida de dação em cumprimento.

A reestruturação de um crédito resulta da modificação e/ou formalização de um novo

contrato, por conta de dificuldade do cliente em cumprir os termos contratuais iniciais,

devido a dificuldade financeiras. O total da carteira contém 96,52 milhões de escudos em

contratos reestruturados, o correspondente a 5% da carteira.

Devido ao aumento do volume da carteira em incumprimento, a carteira de crédito em

risco, que engloba os créditos em incumprimento e os reestruturados, registou

crescimento de 5,4%, em relação ao ano anterior. O segmento empresa é o segmento que

apresenta maior grau crédito em risco, em grande parte proveniente das operações de

financiamentos e conta correntes caucionadas em incumprimento.

Nessa sequência, foi desreconhecido do ativo cerca de 4,53 milhões de escudos,

relacionado com créditos a particulares, em cumprimento do Aviso nº 6/2007. Esse

montante foi contabilizado na rubrica crédito abatido ao ativo e reconhecido como perda,

no resultado do período.

No que toca à classificação das operações de crédito pelo risco que acarreta à carteira, a

34,4% foi atribuída a classificação “baixo risco” (36,4%, em 2015), “risco moderado” a

54,9% (59%, em 2015) e ao residual da carteira foi atribuído a classificação “risco

elevado”, este último demonstrando aumento de números de clientes com notação de risco

elevado e consequente aumento do risco da carteira de crédito.

Classe A

84%

Classe B

10%

Classe C

4%

Classe D+E

2%

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28 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Visando mitigar o risco da carteira, garantindo a cobertura mínima legalmente exigida das

perdas esperadas relacionadas a exposição de crédito e operações off-balance

(extrapatrimoniais), o Banco calcula, mensalmente, provisões e imparidade,

contabilizando sempre o maior valor, em cumprimento ao normativo do regulador, tendo

reforçado a cobertura em 28%.

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29 RELATÓRIO E CONTAS 2016

6. Análise da Evolução da Atividade

6.1. Síntese da Atividade

O ano 2016, o segundo sob a nova marca Banco Internacional de Cabo Verde (BICV),

unidade internacional do Grupo Novo Banco, criado após a aplicação da Medida de

Resolução que impôs o fim do Banco Espírito Santo, em Agosto de 2014.

Tendo sido abortado o processo internacional de alienação do BICV, em Fevereiro de

2016, e com a abertura de um novo processo, tornou-se imprescindível a manutenção de

algumas medidas restritivas, principalmente na concessão de créditos e na abertura de

contas, visando a proteção do ativo do Banco e a manutenção da qualidade do balanço.

Procedeu-se a uma atualização dos manuais de Controlo Interno, inserido na lógica do

Grupo Novo Banco, tendo sido emitidos e atualizados vários normativos, na premissa

básica de manter a qualidade habitual dos serviços do Banco.

No que concerne à captação de clientes, foram introduzidas alterações na abordagem e

exploração dos dois mercados que constituíam o espaço de atuação do Banco, o nacional e

o internacional. Face à estratégia imposta pelo processo de venda, a atividade

internacional foi reduzida, tendo sido cessadas relações com alguns clientes, procurando a

focalização no crescimento da atividade no mercado nacional.

Enquanto a Agência da Praia acompanhava o novo ritmo que se impunha, a Agência do Sal,

numa conjuntura de abertura de novos empreendimentos turísticos, foi responsável por

mais de 75% das captações, angariando 96 dos 124 novos clientes e passando a deter 44%

da carteira de clientes.

A 31 de Dezembro de 2016, o Banco possuía 2.136 clientes, sendo 383 empresas,

nacionais e estrangeiras, equivalendo a 18% da carteira, e 1.753 particulares, entre

residentes e não residentes, nos quais se incluem os emigrantes.

A atividade dos clientes, no que se refere aos meios de pagamento, mostrou-se bastante

dinâmica, usufruindo das facilidades que os produtos do Banco lhes oferecem. Durante o

ano, entre novos pedidos e renovações, foram emitidos 825 cartões, sendo 556 cartões de

débito (Vint4), 24 cartões de crédito e 245 cartões pré-pago, cuja adesão tem dominado a

preferência dos clientes e o crescimento tem sido exponencial.

O serviço de Internet Banking tem, igualmente, assinalado crescimento substancial,

registando 168 novas adesões em 2016, mais do dobro do ano. Esse serviço, apesar da sua

introdução tardia, encontra-se já consolidado, por oferecer, gratuitamente, um leque

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30 RELATÓRIO E CONTAS 2016

diversificado de funcionalidades, pela sua transparência e linguagem simples,

contribuindo para uma maior aproximação com os clientes.

Quanto à atividade comercial em si, a carteira total de crédito, somatório dos créditos por

desembolso e extrapatrimoniais, atingiu os 3,11 mil milhões de escudos (3,61 mil milhões

em 2015). Cerca de dois terços desse montante, 2,08 mil milhões, são créditos por

desembolso (2015: 2,46 mil milhões) e os restantes 33%, 1,03 mil milhões, são garantias

bancárias emitidas, isto é, financiamentos extrapatrimoniais.

Os recursos de clientes apresentaram, igualmente, decréscimo em relação ao ano anterior,

fixando-se em 9,14 mil milhões de escudos, em contraposição aos 10,21 mil milhões de

2015.

Com isso, o banco atingiu um Rácio de Transformação de Depósitos em Crédito (Loan-to-

Deposit ratio, LtD) de 23%, um ponto percentual inferior ao rácio de 2015, demonstrando

um elevado nível de liquidez.

Extrapatrimoniais

No contexto de abrandamento das atividades comerciais, também o desempenho no

mercado de emissão de Responsabilidades Extrapatrimoniais se mostrou, praticamente,

estagnado. O saldo final da carteira do extrapatrimonial situou-se em 1,03 mil milhões de

escudos, 11% abaixo do volume de 2015 (1,15 mil milhões de escudos). Enquanto no ano

anterior, a carteira extrapatrimonial era constituída por garantias bancárias e créditos

documentários, apesar de em montante residual, em 2016 era constituída, na sua

totalidade, por garantias bancárias.

A dinâmica do mercado de operações Extrapatrimoniais evidencia, assim, que o setor da

construção civil continua a ser fortemente afetado pela crise, uma vez que é o principal

consumidor deste produto. A essa crise, se alia o elevado grau de endividamento das

principais empresas do ramo e a consequente degradação dos seus ratings, dificultando a

emissão de garantias bancárias e de créditos documentários a esses clientes.

6.2. Balanço

O Banco fechou o ano com um balanço de 10,75 mil milhões de escudos, volume 10%

inferior aos 12 mil milhões de 2015, resultado da diminuição dos recursos alheios, com

impacto direto nas disponibilidades financeiras.

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31 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Os ativos e passivos financeiros possuem relevância similar no balanço do Banco, com um

peso significativo na sua composição, 86% e 85% respetivamente, sendo que no ano

transato o peso dos ativos financeiros rondava os 81% e dos passivos 86%.

ATIVO

Composição do Ativo

Em termos de investimento, durante o ano não foi realizado nenhum substancial, pelo que,

a 31 de Dezembro de 2016, o Banco apresentava investimento bruto em imobilizado na

ordem dos 506 milhões de escudos (504 milhões em 2015), sobre o qual incidiram

amortizações de 215 milhões de escudos. O imobilizado líquido do Banco correspondia,

nessa data, a 3% do seu ativo.

A diversificação da carteira de ativos e, consequentemente, da diversificação do risco, com

vista à sua máxima mitigação, mantém-se um dos propósitos máximos do Banco, embora

os produtos disponíveis no mercado nacional não conjuguem, simultaneamente, essa

vertente mitigadora de risco e a vertente da máxima rentabilização dos valores. Por isso, a

aplicação dos seus recursos em produtos de baixo risco e de curta maturidade continua a

ser a preferência do Banco. Essas aplicações são feitas junto à casa-mãe, tendo ascendido a

65% do ativo líquido de 2016. Outras, mas não menos importantes, aplicações financeiras

fazem parte do portefólio do Banco, destacando-se o crédito a clientes (19% do ativo),

ativos de maior risco, e as aplicações disponíveis para venda, também de risco zero,

correspondente a 2% do ativo.

O Banco manteve o nível de aplicações em instituições de crédito, enquanto o crédito

líquido decresceu 16%. Paralelamente, o ativo do Banco registou evidente decréscimo,

fazendo com que o volume de ativos remuneráveis passasse a representar 87% do ativo

líquido do Banco (em 2015 esse volume era de 81%).

Aplicações Monetárias

10,8%

Aplicações Financeiras

67,2%

Aplicações de Crédito18,6%

Activo Imobilizado

(líq.)2,7%

Outros Activos0,7%

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32 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Ativos Remuneráveis (Valores expressos em milhares de escudos)

Incluem-se nos ativos remuneráveis todos os que geram receitas para o Banco, mediante

uma taxa de rentabilidade previamente contratada.

O crédito bruto a clientes, o mais importante ativo remunerável do Banco e principal

indicador da atividade, registou decréscimo de 15% no seu volume, passando de um saldo

bruto de 2,46 para 2,08 mil milhões de escudos. Essa variação deveu-se à política

creditícia em vigor e à normal amortização das operações.

PASSIVO

O passivo do Banco constitui-se, basicamente, de recursos alheios, sendo a sua estrutura

dominada em 99% por recursos de clientes, ligeiramente abaixo de 2015. Registou,

durante o ano, decréscimo de 10%, em relação ao exercício anterior, devido à diminuição

dos depósitos dos clientes não residentes, conforme objetivado para o exercício.

Os recursos de mercado mantêm peso ínfimo no balanço do Banco (0,1% do Passivo),

sendo 98% referente a depósitos de bancos centrais. Fechou o ano com um saldo de 5,73

milhões de escudos, 3% inferior ao ano transato (2015: 5,89 mil milhões de escudos).

Os recursos de clientes registaram declínio substancial, derivado da política de diminuição

do negócio internacional e a focalização no mercado local, visando a dispersão da carteira

de clientes. Mais de 75% da redução dos recursos de clientes é referente a clientes

internacionais, sendo que os não residentes emigrantes registaram ligeiro crescimento,

fazendo com que o volume total dos recursos de clientes registasse um decréscimo,

passando de um saldo de 10,21 mil milhões de escudos, em 2015, para 9,14 mil milhões,

uma descida de 10%.

31.12.2016 31.12.2015

Aplicações a muito curto prazo no Novo Banco 7 005 847 7 030 919

Aplicações em outras instituições financeiras - -

Crédito bruto a clientes 2 086 192 2 460 489

Títulos detidos até à maturidade - -

Activos financeiros disponíveis para venda 215 000 215 000

Total Activos Remuneráveis, excluindo juros 9 307 039 9 706 409

ACTIVO Total 10 751 244 11 914 227

Activos Remuneráveis/Activo Total 87% 81%

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33 RELATÓRIO E CONTAS 2016

A composição dos recursos de clientes se alterou ligeiramente em relação ao ano anterior,

tendo registado flutuações durante o decorrer do ano. Os depósitos a prazo viram seu

saldo crescer 29%, num total de mais 183 milhões de escudos, e o seu peso na carteira

cresceu de 6% para 9%, por conta de uma queda de 13% nos depósitos à ordem e que

conduziu a uma diminuição no total dos depósitos de mais de mil milhões de escudos.

O setor privado empresarial, antes detentora de quase 90% dos recursos de clientes, num

total de 8 mil milhões de escudos, registou decréscimo de 12% (menos mil milhões de

escudos), passando a representar 88% do total.

Inversamente, os recursos dos clientes particulares assinalaram ligeiro acréscimo (1%),

num total de mais 4,35 milhões de escudos, fechando o ano com um saldo de 838 milhões

de escudos.

Os depósitos dos emigrantes, apesar de terem registado acréscimo de 15%, continuam

com representatividade residual no total de recursos do Banco.

Os recursos dos não residentes (7,99 mil milhões de escudos) registaram decréscimo de

9%, menos 808 milhões de escudos.

Paralelamente, os recursos dos residentes decresceram consideravelmente, vendo seu

saldo decair 19%, e fechando o ano com um saldo de 1,11 mil milhões de escudos,

enquanto em 2015 esse saldo ascendia a 1,37 mil milhões.

Quanto aos recursos próprios, o Banco apresentava, a 31 de Dezembro de 2016, uma

situação líquida de 1,51 mil milhões de escudos, para uma estrutura de financiamento

total de 10,75 mil milhões de escudos (14%), mantendo a mesma relação que em 2015,

quando era de 1,65 para uma estrutura de 11,91 mil milhões (14%).

Estrutura de Financiamento

Recursos de Clientes

85,240%

Recursos de Mercado0,001%

Capitais Próprios14,057%

Outros Passivos0,702%

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34 RELATÓRIO E CONTAS 2016

O Banco Internacional de Cabo Verde vem mantendo, ao longo dos anos, uma gestão

saudável dos seus ativos, adotando, desde o início, como objetivo supremo, a conservação

dos rácios prudenciais acima dos limites mínimos determinados pela lei e,

consequentemente, acima da média do mercado, pautando-se por uma gestão comercial

mais conservadora e rigorosa.

O envolvimento financeiro dos clientes decresceu 11%, como consequência simultânea da

diminuição da carteira de crédito e dos recursos. O total de recursos de clientes é quatro

vezes superior à carteira de crédito, fato que permite ao Banco gozar de um nível de

liquidez acima da média do mercado e possui um rácio de transformação de depósitos em

créditos de 23%.

CLIENTES: Crédito e Depósitos na Estrutura do Balanço

21% 19%

86% 85%

11 914 10 751

2015 2016

Milhões de CVE Balanço

Recursos

Crédito

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35 RELATÓRIO E CONTAS 2016

7. Resultados, Rácios Financeiros e Prudenciais

7.1. Resultados

O crédito a clientes ficou marcado, durante este exercício, pela política de restrição de

novas operações e pela suspensão de investimentos e de expansão para novos negócios e

mercados, com o objetivo primordial de manter uma estrutura patrimonial equilibrada e

de manter a qualidade dos ativos, não obstante o impacto sobre as receitas financeiras.

Para os clientes particulares, embora as taxas de juro tenham continuado favoráveis, a

atual conjuntura interna e a conjuntura do mercado em si, mais rigorosa e mais exigente,

se revelaram adversas, pois o acesso ao crédito se tornou mais difícil. Para as empresas,

em especial para os de setores em crise, a qualidade das garantias exigidas acabou por

restringir a realização de grandes negócios, limitando os ganhos do Banco.

O não crescimento de operações extrapatrimoniais, principais geradores de comissões,

com destaque para as garantias bancárias, e a reduzida contratação de novos créditos,

conduziu a uma diminuição da margem de receitas, que, entretanto, foi compensada pela

queda da margem de recursos, permitindo a recuperação da margem financeira que, no

exercício anterior, aquando das alterações nas políticas internas, tinha atingido o valor

mais baixo desde a abertura do Banco.

Evolução da margem financeira

Diante das restrições impostas pela conjuntura interna do Grupo, associada às condições

adversas do próprio mercado, o Banco viu os seus resultados financeiros distanciarem-se

dos alcançados nos anos anteriores, pese embora tenha melhorado, em relação a 2015. O

resultado líquido foi agravado por encargos extraordinários registados.

2,94%

2,49%

3,07%

1,88%

3,65%

2,72%

2,25%

2,23%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2015 2016

máx. 2015 = 3,07% (Set)

máx. 2016 = 3,65% (Mar)

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36 RELATÓRIO E CONTAS 2016

O volume de receitas registou oscilações durante todo o ano, tendo atingido o seu máximo

no fim do primeiro trimestre, descaindo a partir daí e só se recuperando em Dezembro.

Tais flutuações deveram-se à reduzida contratação de novos créditos, aliada ao

vencimento de alguns créditos em carteira.

Demonstração de Resultados

O resultado financeiro registou melhoria, fechando o exercício 14% acima do ano anterior,

efeito conjugado do crescimento dos rendimentos de juros e do decréscimo dos encargos

com juros.

Não obstante a pouca concessão de créditos e a fraca contratação de garantias bancárias, o

que originou decréscimo de 18% nos proveitos com comissões, o Produto Bancário

Comercial (PBC) fixou-se em 202 milhões de escudos, 6% acima do PBC do ano anterior.

Como consequência da estratégia de diminuição de negócios internacionais, o resultado

das operações financeiras ficou abaixo do valor do ano anterior, atingindo valor negativo e

revertendo a tendência de crescimento dos resultados. O efeito pode ser observado na

diminuição de 53% do Produto Bancário (PB), fechando o exercício com um PB de 100

milhões de escudos, enquanto em 2015 havia atingido 210 milhões de escudos.

O Cash-Flow de Exploração, medida pela diferença entre o Produto Bancário e os Custos

de Estrutura, situou-se em 74,15 milhões de escudos negativos, valor explicado pela queda

registada no PB, agravada pelo aumento dos custos de estrutura, não obstante o esforço de

contenção gastos administrativos que se levou a cabo neste exercício (2015: 46,52 milhões

de escudos).

A política de contenção de custos contribuiu para a diminuição dos gastos administrativos,

embora os custos com pessoal tenham registado crescimento, por conta da plena assunção

145

47

18

210 210

( 8)

5 3

164

38

( 103)

100

224

22

0

( 146)

Mar

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Milhões de CVE 2015

2016

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37 RELATÓRIO E CONTAS 2016

dos custos com os colaboradores da antiga sucursal, integrados no Banco. Os custos

operativos totalizaram, assim, no final do ano, 224 milhões de escudos, 6% acima do

montante do exercício anterior.

Do total dos custos operativos do Banco, 44% foram custos com pessoal (2015: 37%),

34% foram gastos administrativos (2015: 41%) e o restante equivalia a depreciações e

amortizações legais do exercício.

Com o agravamento da carteira vencida, efetuou-se uma revisão à carteira de crédito,

procedendo-se a um ajuste da imparidade, por forma a melhor se adequar o nível de

cobertura para a carteira vencida. Nesse sentido, foi reforçada a imparidade da carteira

(+28%), ficando a mesma coberta por uma taxa de imparidade de 3,83%, em detrimento

dos 2,54% do ano anterior.

Consequentemente, o resultado líquido caiu para o mais baixo nível, desde a abertura do

Banco, atingindo os 146 milhões de escudos negativos.

Resultados

7.2. Rácios Financeiros

A política comercial restritiva obrigou o Banco a operar fora dos pressupostos do seu

business plan, promovendo perdas consideráveis nos resultados e limitando o crescimento

previsto no plano. Além dessa política, outros fatores, externos principalmente,

contribuíram para a depreciação dos indicadores, como o adiamento do processo de venda

do Novo Banco a consequente redução comercial imposta e as condições do mercado local,

relativamente ao setor bancário cabo-verdiano.

O rácio de transformação de depósitos em crédito (LtD), importante indicador de liquidez

e que aponta a capacidade de se financiar créditos sem consumir recursos próprios,

145

210

47 3

164

100

( 74)

( 146)

Margem Financeira Produto Bancário (PB) Cash-Flow Resultado do Exercício

Milhões de CVE 2015

2016

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38 RELATÓRIO E CONTAS 2016

decresceu ligeiramente, fixando-se em 23% (2015: 24%), produto da combinação de

decréscimos, tanto nos recursos de clientes como na carteira de crédito. Por outras

palavras, o Banco possui elevado nível de liquidez, dado que aplica menos de 25% dos

recursos para o financiamento do crédito, permitindo-lhe uma considerável margem para

outros tipos de aplicações que apresentem menor risco e, assim, reduzir o seu risco global.

Fechou-se o ano com um indicador de liquidez de um ano, período que vai de 31 de

Dezembro de 2016 até os próximos doze meses, de 270%, indiciando solidez e elevada

capacidade de financiamento das suas atividades operacionais, sem necessitar recorrer ao

mercado interbancário ou às disponibilidades head-office.

O Banco tem procurado manter um nível elevado de liquidez, para que possa se valer do

excedente para a rentabilização a baixo risco. O gap de liquidez cresceu, em relação ao ano

anterior, uma vez que o ativo financeiro caiu menos que o passivo financeiro,

apresentando um gap anual médio 1,31 mil milhões de escudos.

Da análise dos ativos e passivos sensíveis a taxas de juros, percebe-se que o Banco, à

semelhança dos anos anteriores, possui repricing gap global positivo, significando que, em

caso de um aumento nas taxas de juro, a margem financeira também aumentará.

Apresenta maior exposição à taxa de juros no intervalo de 6 a 12 meses, devido a uma

maior concentração de depósitos a prazo com maturidade nesse intervalo, e está mais

confortável nos intervalos de 0-3 meses e no maior que 3 anos, devido às aplicações em

instituições de crédito (de muito curto prazo, por regra) e aos créditos de longo prazo

(com destaque para o crédito à habitação), respetivamente.

O impacto acumulado dos ativos e passivos sensíveis à taxa de juro, em relação à margem

financeira, é de -1,20% (-1,90% em 2015), resultado que indica que, no balanço do

período, os ativos sensíveis à variação de taxa de juros possuíam taxa de rendibilidade

inferior aos passivos sensíveis a essa mesma variação, significando que, num cenário de

redução de taxas de juro, a margem financeira tenderá a aumentar.

O decréscimo simultâneo do balanço e do resultado causou forte impacto nos rácios

financeiros do Banco, em que os valores em nada se comparam aos anos anteriores. A

rendibilidade da instituição foi medida através de dois rácios essenciais, chegando-se à

conclusão de que a deterioração da performance da mesma ficou-se a dever, única e

exclusivamente, ao resultado negativo atingido.

A rendibilidade dos ativos - Return on Assets (ROA) – do Banco, ou, simplificando, o peso

do resultado no ativo líquido ficou em -1,36% (2015: 0,02%) e a rendibilidade dos capitais

próprios - Return on Equity (ROE) –, determinando o peso do resultado na constituição do

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39 RELATÓRIO E CONTAS 2016

capital próprio, ficou em -9,67% (2015: 0,15%), denotando quebra substancial,

consequência da conjugação do expressivo decréscimo dos capitais próprios com a quebra

do resultado líquido.

Resultados de exploração adversos e imprevisíveis fizeram com que o Produto Bancário

decrescesse consideravelmente, fazendo o principal indicador da performance financeira

do Banco, o rácio Cost-to-Income, medido através da relação entre os custos operativos e o

produto bancário (CO/PB), registar variação negativa, porquanto os custos cresceram e o

produto bancário diminuiu. O cost-to-income aumentou de 100,17% para 224,42%, sendo,

entretanto, a real perda de eficiência de 12 pontos percentuais.

Rácios Financeiros

7.3. Rácios Prudenciais

O Banco de Cabo Verde (BCV), entidade supervisora do sistema financeiro, tem como uma

das suas missões controlar os riscos de cada instituição, através da emissão de avisos e

instruções técnicas para o sistema financeiro, de caráter prudencial e de adoção

obrigatória.

Tendo como objetivo o seu equilíbrio e crescimento sustentável e a contribuição para a

estabilidade do sistema financeiro, o Banco, além de cumprir com todas as imposições dos

normativos, criou e adotou requisitos complementares mais exigentes, baseados no

sistema financeiro europeu e em linha com as melhores e mais recentes práticas

internacionais.

A 31 de Dezembro de 2016, o banco apresentava Fundos Próprios de 1,42 mil milhões de

escudos, em cumprimento ao Aviso nº 03/2007, de 19 de Novembro, que fixa os

elementos que servem de base ao cálculo dos Fundos Próprios, continuando acima do

0,02 0,15

-1,36

-9,67

ROA ROE

%

2015

2016

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40 RELATÓRIO E CONTAS 2016

mínimo exigido pelo normativo do Banco de Cabo Verde, servindo de amortecedor para

eventuais riscos bancários.

Nessa sequência, o risco de Solvabilidade fica acautelado pelos Fundos Próprios, estando o

Banco coberto por um rácio de 39% (2015: 33%), acima do mínimo exigido para os

bancos comerciais, que é de 10%, regulado pelo Aviso nº 04/2007, de 25 de Fevereiro de

2008.

Com esse valor confortável de Fundos Próprios e uma carteira líquido de investimento em

imobilizado tangível de 206 milhões de escudos (2015: 230 milhões) o rácio de cobertura

de imobilizado acendeu a 691% (2015: 672%). O Aviso nº 11/98, de 28 de Dezembro, que

regula os fundos próprios, estabelece que o ativo imobilizado de um banco não deve

ultrapassar os seus fundos próprios, ou seja, que o rácio não deverá ser inferior a 100%.

Rácio de Cobertura do Imobilizado (Valores expressos em milhares de escudos)

31.12.2016 31.12.2015

Activos fixos tangíveis 300 986 300 363

IMOBILIZAÇÕES BRUTAS 300 986 300 363

Amortizações ( 94 615) ( 69 954)

IMOBILIZAÇÕES LÍQUIDAS (A) 206 371 230 409

FUNDOS PRÓPRIOS (B) 1 426 272 1 548 380

Diferença 1 219 901 1 317 971

Grau de cobertura (%) 691% 672%

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41 RELATÓRIO E CONTAS 2016

8. Notas Finais

8.1. Declaração de conformidade sobre a Informação Financeira apresentada

Os membros do Conselho de Administração do Banco Internacional de Cabo Verde, S.A.,

declaram:

− As demonstrações financeiras do Banco Internacional de Cabo Verde, S.A., relativas aos

exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e em 31 de Dezembro de 2015 foram

preparadas de acordo com as Normas internacionais de Relato Financeiro (NIRF ou

IFRS), tal como foi definido pelo Banco de Cabo Verde (BCV) no Aviso nº 2/2007, de 25

de Fevereiro de 2008);

− Tanto quanto é do seu conhecimento, as demonstrações financeiras referidas na

alínea anterior proporcionam uma imagem verdadeira e apropriada do ativo e do

passivo, da situação financeira e dos resultados do Banco Internacional, de acordo

com as referidas Normas, e foram objeto de aprovação na reunião do Conselho de

Administração, realizada no dia 04 de Maio de 2017;

− O relatório de gestão expõe a evolução dos negócios, o desempenho e a posição

financeira do Banco Internacional de Cabo Verde, no exercício de 2016, e contém uma

descrição sobre a evolução prevista da sociedade.

8.2. Proposta de Aplicação dos Resultados

Nos termos da sua competência estatutária, o Conselho de Administração do Banco

Internacional propõe, à Assembleia Geral, que os Resultados do Exercício, prejuízo no

montante de 146 157 701 $00 (cento e quarenta e seis milhões, cento e cinquenta e sete

mil e setecentos e um escudos) sejam transferidos para os Resultados Transitados.

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42 RELATÓRIO E CONTAS 2016

8.3. Agradecimentos

O Conselho de Administração do Banco Internacional de Cabo Verde, S.A. manifesta o seu

agradecimento aos seus Clientes, pela confiança e fidelidade demonstrada ao longo desses

seis anos de atividade. Aos Colaboradores, um especial reconhecimento pela resiliência,

pelo total comprometimento, pela lealdade e dedicação ao crescimento e bom

funcionamento da nossa instituição.

Cidade da Praia, 04 de Maio de 2017

O Conselho de Administração do Banco Internacional de Cabo Verde

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43 RELATÓRIO E CONTAS 2016

II. Demonstrações Financeiras e Notas às Contas

1. Demonstrações Financeiras

Demonstração dos Resultados do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2016 e de

2015

(Valores expressos em milhares de escudos)

As notas explicativas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

O Diretor Financeiro O Conselho de Administração

_______ _______________________

Notas 31.12.2016 31.12.2015

Juros e proveitos similares 5 184 818 173 759

Juros e custos similares 6 20 591 29 127

Margem financeira 164 227 144 632

Proveitos de serviços e comissões 7 40 225 48 906

Custos com serviços e comissões 7 ( 2 007) ( 1 970)

Resultados de reavaliação cambial 8 1 953 16 389

Outros resultados de exploração 9 ( 104 682) 2 014

Produto da actividade 99 716 209 970

Custos com pessoal 10 98 669 76 885

Gastos gerais administrativos 11 75 207 86 561

Depreciações e amortizações 17 e 18 49 908 46 880

Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações 16 21 949 ( 8 094)

Resultado antes de impostos ( 146 017) 7 738

Impostos 141 5 180

Correntes 19 141 5 180

Resultado após impostos ( 146 158) 2 558

Resultado consolidado do exercício ( 146 158) 2 558

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44 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Demonstração do Rendimento Integral do Exercício findo em 31 de Dezembro 2016

e de 2015

(Valores expressos em milhares de escudos)

As notas explicativas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

O Diretor Financeiro O Conselho de Administração

_______ _______________________

31.12.2016 31.12.2015

Resultado líquido do exercício ( 146 158) 2 558

Outro rendimento integral do exercício depois de impostos - -

Alterações de justo valor, líquidas de imposto - -

Total do rendimento integral do exercício ( 146 158) 2 558

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45 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Balanço em 31 de Dezembro de 2016 e de 2015

(Valores expressos em milhares de escudos)

As notas explicativas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

O Diretor Financeiro O Conselho de Administração

_______ _______________________

Notas 31.12.2016 31.12.2015

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 12 1 011 715 846 584

Disponibilidades em outras instituições de crédito 13 145 908 881 173

Activos Financeiros detidos para negociação 2 -

Activos Financeiros disponíveis para venda 14 218 822 218 822

Aplicações em instituições de crédito 15 7 010 213 7 032 492

Crédito a clientes (líq.) 16 2 000 081 2 389 127

Outros activos tangíveis 17 206 371 230 409

Activos intangíveis 18 85 000 109 050

Activos por impostos correntes 19 13 401 10 106

Outros activos 20 59 731 196 465

Total de Activo 10 751 244 11 914 227 -

Passivo

Recursos de bancos centrais 21 5 638 5 394

Passivos Financeiros detidos para negociação 178 -

Recursos de outras instituições de crédito 21 92 499

Recursos de clientes e outros empréstimos 22 9 158 568 10 225 841

Outros passivos 23 75 496 25 063

Total de Passivo 9 239 972 10 256 797 -

Capital 24 1 433 000 1 433 000

Outras reservas e resultados transitados 25 224 430 221 872

Resultado líquido ( 146 158) 2 558

Total de Capital próprio 1 511 272 1 657 430 -

Total do Capital próprio e Passivo 10 751 244 11 914 227

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46 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Demonstração das Alterações no Capital Próprio dos Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e de 2015

(Valores expressos em milhares de escudos)

As notas explicativas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

O Diretor Financeiro O Conselho de Administração

_______ _______________________

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 1 433 000 198 101 23 771 1 654 872

Transferência do Resultado para Reservas: - 23 771 (23 771) -

Reserva legal - 2 753 (2 753) -

Outras Reservas - 21 018 (21 018) -

Resultado Líquido do Exercício - - 2 558 -

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 1 433 000 221 872 2 558 1 657 430

Transferência do Resultado para Reservas: - 2 558 (2 558) -

Reserva legal - 256 (256) -

Outras Reservas - 2 302 (2 302) -

Resultado Líquido do Exercício - - (146 158) (146 158)

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 1 433 000 224 430 (146 158) 1 511 272

Capital Outras Reservas

e Resultados Transitados

Resultado líquido do Exercício

Total do Capital Próprio

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47 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Demonstração de Fluxos de Caixa dos Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e de 2015

(Valores expressos em milhares de escudos)

As notas explicativas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras.

O Diretor Financeiro O Conselho de Administração

_______ _______________________

31.12.2016 31.12.2015

Actividades Operacionais

Juros, comissões e outros proveitos recebidos 220 126 212 737

Juros, comissões e outros custos pagos (22 319) (39 240)

Outros pagamentos e recebimentos operacionais (43 172) (2 939)

Pagamentos a empregados e fornecedores (179 655) (154 451)

Pagamentos de impostos sobre o rendimento ( 3 436) (27 367)

Fluxo de caixa líquido proveniente do resultado operacional antes da variação nos fundos operacionais (28 456) (11 260)

(Aumentos ) Diminuições dos activos operacionais

Activos financeiros disponíveis para a venda ( 2) -

Activos financeiros detidos até a maturidade - -

Aplicações em instituições de crédito - -

Créditos sobre clientes 314 822 (464 320)

Outros activos 194 127 (2 235)

Aumentos (Diminuições) dos passivos operacionais - -

Recursos de Bancos Centrais e outras instituições de crédito (163) (691)

Recursos de clientes (1 067 552) 330 963

Outros passivos ( 5 278) (48 718)

Fluxo de caixa líquido proveniente de actividades operacionais (564 046) (185 001)

Actividades de Investimento

Aquisição de activos intangíveis (1 240) (18 482)

Aquisição de activos tangíveis (623) (128 889)

Fluxo de caixa proveniente de actividades de investimento (1 863) (147 371)

Actividades de Financiamento

Realização de Capital - -

Fluxo de caixa líquido proveniente de actividades de financiamento - -

Variação líquida de Caixa e equivalentes de caixa (594 365) (343 632)

Caixa e equivalentes de caixa no início do periodo 8 760 249 9 087 492

Efeitos de diferenças de câmbio em Caixa e seus equivalentes 1 953 16 389

Caixa e Equivalentes de caixa no final do periodo 8 167 837 8 760 249

Caixa e equivalentes de caixa engloba:

Caixa 79 269 363 475

Disponibilidades em Bancos Centrais 932 446 483 109

(Das quais, Disponibilidades de natureza obrigatória) 303 089 358 760

Aplicações e Disponibilidades em outras instituições de crédito(1) 7 156 122 7 913 665

Total 8 167 837 8 760 249

(1) Inclui disponibilidades e aplicações com maturidade até três meses

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48 RELATÓRIO E CONTAS 2016

2. Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31 de

Dezembro de 2016

NOTA 1 - Atividade

O Banco Internacional de Cabo Verde, S.A. (BICV) é um banco comercial, com sede na

Cidade da Praia, inaugurado em Julho de 2010, tendo iniciado a sua atividade em meados

de Agosto do mesmo ano.

A atividade do Banco abrange a generalidade das áreas do setor bancário, com especial

incidência nos mercados das médias e grandes empresas.

O Banco faz parte do Grupo Novo Banco, que detém 100% do seu capital, sendo 99,9%

detido através do Novo Banco África SGPS, S.A. (detido a 100% pelo Grupo Novo Banco).

Atualmente, o Banco Internacional opera através da Sede na Cidade da Praia e da Agência

da Ilha do Sal.

NOTA 2 - Bases de Apresentação e Políticas Contabilísticas

2.1. Bases de Apresentação

As demonstrações financeiras do Banco, agora apresentadas, reportam-se a 31 de

Dezembro de 2016 e foram preparadas em conformidade com os princípios consagrados

nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF/IFRS), em vigor até 31 de

Dezembro de 2016.

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting

Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting

Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respetivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras estão expressas em milhares de Escudos de Cabo Verde,

arredondado ao milhar mais próximo. Estas foram preparadas de acordo com o princípio

do custo histórico, com exceção dos ativos e passivos registados ao seu justo valor,

nomeadamente ativos financeiros disponíveis para venda.

A preparação de demonstrações financeiras, de acordo com as IFRS, requer que o Banco

efetue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afetam a aplicação das

políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, ativos e passivos. Alterações

em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as

atuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou

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49 RELATÓRIO E CONTAS 2016

de complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na

preparação das demonstrações financeiras, encontram-se analisadas na Nota 3.

Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de

Administração em 04 de Maio de 2017 e estão pendentes de aprovação da Assembleia

Geral de Acionistas. No entanto, o Conselho de Administração admite que venham a ser

aprovadas sem alterações significativas.

2.2. Principais Políticas Contabilísticas

a) Especialização de exercícios

O Banco segue o princípio da especialização de exercícios, em relação à generalidade das

rubricas das demonstrações financeiras, nomeadamente no que se refere aos juros das

operações ativas e passivas que são registados à medida que são gerados,

independentemente do momento do seu pagamento ou cobrança.

b) Operações em moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do

sistema multi-currency, sendo cada operação registada, exclusivamente, em função das

respetivas moedas.

Os ativos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para

escudos, à taxa de câmbio em vigor na data do balanço. As diferenças cambiais resultantes

desta conversão são reconhecidas em resultados.

Os ativos e passivos não monetários registados ao custo histórico e expressos em moeda

estrangeira são convertidos à taxa de câmbio à data da transação. Ativos e passivos não

monetários expressos em moeda estrangeira e registados ao justo valor são convertidos à

taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. As conversões ou

os valores em moeda estrangeira são convertidos para Escudos Cabo-verdianos e as

diferenças cambiais são reconhecidas em resultados.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo

são imediatamente registadas na posição cambial.

Sempre que estas operações conduzam a variações dos saldos líquidos das diferentes

moedas, há lugar à movimentação das contas de posição cambial, à vista ou a prazo, cujo

conteúdo e critério de reavaliação são como segue:

i) Posição cambial à vista

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50 RELATÓRIO E CONTAS 2016

A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos ativos e passivos

dessa moeda, excluindo a posição cambial à vista coberta por operações a prazo de

permuta de divisas e adicionando os montantes das operações à vista a aguardar

liquidação e das operações a prazo que se vençam nos dois dias úteis subsequentes. A

posição cambial à vista é reavaliada diariamente, com base nos câmbios indicativos do dia

divulgados pelo Banco de Cabo Verde, dando origem à movimentação da conta de posição

cambial (moeda nacional), por contrapartida de custos ou proveitos.

ii) Posição cambial a prazo

A posição cambial a prazo em cada moeda é dada pelo saldo líquido das operações a prazo

a aguardar liquidação e que não estejam a cobrir a posição cambial à vista, com exclusão

das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes.

Todos os contratos relativos a estas operações são reavaliados às taxas de câmbio a prazo

do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de juro das

respetivas moedas para o prazo residual de cada operação. As diferenças entre os

contravalores em escudos às taxas de reavaliação a prazo aplicadas e os contravalores em

escudos às taxas contratadas representam o custo ou o proveito da reavaliação da posição

cambial a prazo, sendo registadas numa conta de reavaliação da posição cambial por

contrapartida de contas de custos ou proveitos.

c) Crédito a clientes

O crédito a clientes inclui os empréstimos originados pelo Banco, cuja intenção não é a de

venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante de crédito é

adiantado ao cliente.

O crédito a clientes só é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do

Banco relativos aos respetivos fluxos de caixa expiraram, (ii) o Banco transferiu

substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou, (iii) não

obstante o Banco ter retido parte, mas não substancialmente todos, dos riscos e benefícios

associados à sua detenção, o controlo sobre os ativos foi transferido.

O crédito a clientes é reconhecido, inicialmente, ao seu justo valor, acrescido dos custos de

transação e é, subsequentemente, valorizado ao custo amortizado, com base no método de

taxa efetiva, sendo deduzido de eventuais perdas de imparidade.

Imparidade

O Banco avalia, regularmente, se existe evidência objetiva de imparidade na sua carteira

de crédito. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de

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51 RELATÓRIO E CONTAS 2016

resultados, sendo, subsequentemente, revertidas por resultados caso, num período

posterior, o montante da perda estimada diminua.

Um crédito concedido a clientes ou uma carteira de crédito concedido, definida como um

conjunto de créditos com características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade

quando: (i) exista evidência objetiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que

ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou eventos) tenha

um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito ou carteira de

créditos, que possa ser estimado com razoabilidade.

Inicialmente, o Banco avalia se existe, individualmente, para cada crédito, evidência

objetiva de imparidade. Para esta avaliação e na identificação dos créditos com

imparidade numa base individual, o Banco utiliza a informação que alimenta os modelos

de risco de crédito implementados e considera, de entre outros, os seguintes fatores:

• A exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;

• A viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar

meios capazes de responder aos serviços da dívida no futuro;

• A existência de credores privilegiados;

• A existência, natureza e o valor estimado dos colaterais;

• O endividamento do cliente com o setor financeiro;

• O montante e os prazos de recuperação estimados.

Se, para determinado crédito, não existe evidência objetiva de imparidade, numa ótica

individual, esse crédito é incluído num grupo de créditos com características de risco de

crédito semelhantes (carteira de crédito), o qual é avaliado coletivamente – análise da

imparidade numa base coletiva. Os créditos que são avaliados individualmente e para os

quais é identificada uma perda por imparidade não são incluídos na avaliação coletiva.

Caso seja identificada uma perda por imparidade numa base individual, o montante da

perda a reconhecer corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o

valor atual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de

recuperação), descontados à taxa de juro efetiva original do contrato. O crédito concedido

é apresentado no balanço líquido da imparidade. Para um crédito com uma taxa de juro

variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respetiva perda de

imparidade é a taxa de juro efetiva atual, determinada com base nas regras de cada

contrato.

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52 RELATÓRIO E CONTAS 2016

O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido

reflete os fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral,

deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda.

No âmbito da análise da imparidade numa base coletiva, os créditos são agrupados com

base em características semelhantes de risco de crédito, em função da avaliação de risco

definida pelo Banco. Os fluxos de caixa futuros para uma carteira de créditos, cuja

imparidade é avaliada coletivamente, são estimados com base nos fluxos de caixa

contratuais e na experiência histórica de perdas. A metodologia e os pressupostos

utilizados para estimar os fluxos de caixa futuros são revistos regularmente pelo Banco de

forma a monitorizar as diferenças entre as estimativas de perdas e as perdas reais.

Quando o Banco considera que determinado crédito é incobrável e tenha sido reconhecida

uma perda por imparidade de 100%, este é abatido ao ativo.

d) Outros ativos financeiros

O Banco classifica os seus outros ativos financeiros no momento da sua aquisição,

considerando a intenção que lhes está subjacente.

• Investimentos detidos até à maturidade

Estes investimentos são ativos financeiros não derivados, com pagamentos fixados ou

determináveis e maturidades definidas, que o Banco tem intenção e capacidade de deter

até à maturidade e que não são designados, no momento do seu reconhecimento inicial,

como ao justo valor através de resultados ou como disponíveis para venda.

• Ativos financeiros disponíveis para venda

Os ativos financeiros disponíveis para venda são ativos financeiros não derivados que: (i)

o Banco tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como

disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se

enquadram nas categorias anteriormente referidas.

Reconhecimento e mensuração inicial e desreconhecimento

Aquisições e alienações: (i) investimentos detidos até à maturidade e (ii) ativos financeiros

disponíveis para venda, são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou seja, na

data em que o Banco se compromete a adquirir ou alienar o ativo.

Esses ativos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor, adicionado dos

custos de transação e são desreconhecidos quando: (i) expiram os direitos contratuais do

Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa; (ii) o Banco tenha transferido,

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53 RELATÓRIO E CONTAS 2016

substancialmente, todos os riscos e benefícios associados à sua detenção; ou, (iii) não

obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados

à sua detenção, o Banco tenha transferido o controlo sobre os ativos.

Mensuração subsequente

Os ativos financeiros detidos para venda são registados ao justo valor sendo as respetivas

variações reconhecidas em reservas, até que os ativos sejam desreconhecidos ou seja

identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e

perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. As variações

cambiais associadas a estes ativos são reconhecidas também em reservas, no caso de ações

e outros títulos de capital, e em resultados, no caso de instrumentos de dívida. Os juros,

calculados à taxa de juro efetiva, e os dividendos são reconhecidos na demonstração dos

resultados.

Os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base

no método da taxa efetiva e são deduzidos de perdas de imparidade.

O justo valor dos ativos financeiros cotados é o seu preço de compra corrente (bid-price).

Na ausência de cotação, o Banco estima o justo valor utilizando (i) metodologias de

avaliação, tais como a utilização de preços de transações recentes, semelhantes e

realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de

avaliação de opções customizados, de modo a refletir as particularidades e circunstâncias

do instrumento, e (ii) pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado.

Transferências entre categorias

O Banco apenas procede à transferência de ativos financeiros não derivados com

pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria de ativos

financeiros disponíveis para venda para a categoria de ativos financeiros detidos até à

maturidade, desde que tenha a intenção e a capacidade de manter estes ativos financeiros

até à sua maturidade.

Estas transferências são efetuadas com base no justo valor dos ativos transferidos,

determinado na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o respetivo

valor nominal é reconhecida em resultados até à maturidade do ativo, com base no

método da taxa efetiva. A reserva de justo valor existente na data da transferência é

também reconhecida em resultados com base no método da taxa efetiva.

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54 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Imparidade

O Banco avalia regularmente se existe evidência objetiva de que um ativo financeiro, ou

grupo de ativos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os ativos financeiros que

apresentam sinais de imparidade, é determinado o respetivo valor recuperável, sendo as

perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados.

Um ativo financeiro, ou grupo de ativos financeiros, encontra-se em imparidade sempre

que exista evidência objetiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que

ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para as ações e outros

instrumentos de capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu

valor de mercado abaixo do custo de aquisição, e (ii) para títulos de dívida, quando esse

evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do

ativo financeiro, ou grupo de ativos financeiros, que possa ser estimado com

razoabilidade.

No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade

correspondem à diferença entre o valor contabilístico do ativo e o valor atual dos fluxos de

caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de

juro efetiva original do ativo financeiro.

Estes ativos são apresentados no balanço, líquidos de imparidade. Caso estejamos perante

um ativo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação

da respetiva perda de imparidade é a taxa de juro efetiva atual, determinada com base nas

regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num

período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode

ser objetivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da

imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

Quando existe evidência de imparidade nos ativos financeiros disponíveis para venda, a

perda potencial acumulada em reservas correspondente à diferença entre o custo de

aquisição e o justo valor atual, deduzida de qualquer perda por imparidade no ativo

anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados.

Se num período subsequente o montante da perda por imparidade diminui, a perda por

imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do

exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objetivamente

relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda por imparidade,

exceto no que se refere a ações ou outros instrumentos de capital em que as mais-valias

subsequentes são reconhecidas em reservas.

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55 RELATÓRIO E CONTAS 2016

e) Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação

contratual da sua liquidação ser efetuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro ativo

financeiro, independentemente da sua forma legal. Os passivos financeiros são

desreconhecidos quando a obrigação subjacente expira ou é cancelada.

Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de

clientes, empréstimos e responsabilidades representadas por títulos, bem como passivos

incorridos para pagamento de prestação de serviços ou compra de ativos, registados em

“outros passivos”.

Estes passivos financeiros são registados inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos

custos de transação incorridos e subsequentemente ao custo amortizado, com base no

método da taxa efetiva.

f) Outros ativos tangíveis

Os outros ativos tangíveis encontram-se valorizados ao custo de aquisição deduzido das

respetivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade. As despesas com a

manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da

especialização dos exercícios.

As amortizações são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes

taxas de amortização que refletem a vida útil esperada dos bens:

Quando existir indicação de que um ativo possa estar em imparidade, o IAS 36 exige que o

seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade

sempre que o valor líquido de um ativo exceda o seu valor recuperável. As perdas por

imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados.

Imóveis de serviço próprio 25

Mobiliário e material 4-8

Equipamento informático 4

Máquinas e ferramentas 5

Material de transporte 4

Instalações interiores 8-10

Equipamento de segurança 4-5

Número de Anos

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56 RELATÓRIO E CONTAS 2016

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda

líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor atual dos fluxos de

caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do ativo e da sua

alienação no fim da sua vida útil.

g) Ativos intangíveis

Os custos incorridos com a aquisição, produção e desenvolvimento de software são

capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pelo Banco necessárias à sua

implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil

esperada destes ativos, a qual se situa normalmente entre 3 a 10 anos.

Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos, que não sejam

expectáveis de virem a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício,

são registados como custos quando incorridos.

h) Benefícios aos empregados

O direito às férias e ao subsídio de férias é registado e pago no ano em que são usufruídas.

Assim, não é registado qualquer acréscimo para os encargos associados a estes benefícios.

i) Imposto sobre lucros

O Banco está sujeito ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre Rendimento

das Pessoas Coletivas (Lei n.º 82/VIII/2015, de 07 de Janeiro), à taxa de 25%, e a uma taxa

incêndio de 2% sobre o imposto apurado, perfazendo uma taxa global de 25,5% (2015:

25,5%). Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos

diferidos.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base na matéria

coletável apurada de acordo com as regras fiscais em vigor.

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias

tributáveis. Contudo, os impostos diferidos ativos são reconhecidos apenas na medida em

que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro, capazes de absorver as

diferenças e os prejuízos fiscais a utilizar futuramente.

Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, exceto quando estão

relacionados com itens que são reconhecidos diretamente nos capitais próprios, caso em

que são também registados por contrapartida dos capitais próprios.

Os prejuízos fiscais apurados num exercício são deduzidos aos lucros tributáveis, de um

ou mais dos três exercícios seguintes.

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57 RELATÓRIO E CONTAS 2016

j) Reconhecimento de juros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo

amortizado e de ativos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas

de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa

efetiva. Os juros dos ativos e passivos financeiros ao justo valor através dos resultados são

também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares ou juros e custos similares,

respetivamente.

A taxa de juro efetiva é a taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos

futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando

apropriado, um período mais curto para o valor líquido atual de balanço do ativo ou

passivo financeiro. A taxa de juro efetiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos

ativos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efetiva são estimados os fluxos de caixa futuros

considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções

de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito

futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efetiva,

custos de transação e todos os prémios e descontos diretamente relacionados com a

transação. No caso de ativos financeiros ou grupos de ativos financeiros semelhantes para

os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em juros e

proveitos equiparados são determinados com base na taxa de juro utilizada na

mensuração da perda por imparidade.

k) Reconhecimento de serviços e comissões

Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma:

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um ato significativo,

como por exemplo comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em

resultados quando o ato significativo tiver sido concluído;

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são

prestados são reconhecidos em resultados no exercício a que se referem;

• Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro

efetiva de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da

taxa de juro efetiva.

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58 RELATÓRIO E CONTAS 2016

l) Caixa e seus equivalentes

Para efeitos da demonstração de fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os

valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de

aquisição/contratação, onde se incluem a caixa e disponibilidades em bancos centrais e

em outras instituições de crédito.

m) Capital

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma

obrigação contratual da sua liquidação ser efetuada mediante a entrega de dinheiro ou de

outro ativo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse

residual nos ativos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.

Todos os custos diretamente atribuíveis à emissão de capital são registados por

contrapartida da rubrica de capital como uma dedução ao valor da emissão.

As distribuições efetuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital

próprio, como dividendos, quando declaradas.

n) Provisões

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva)

resultante de eventos passados, relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de

recursos e este possa ser mensurado com fiabilidade. O montante da provisão

corresponde à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade

na data do balanço.

As provisões são mensuradas ao valor presente dos custos estimados para pagar a

obrigação, utilizando uma taxa de juro antes de impostos, que reflete a avaliação de

mercado para o período do desconto e para o risco da provisão em causa.

Sempre que um dos critérios não seja cumprido, ou a existência da obrigação esteja

condicionada à ocorrência (ou não ocorrência) de determinado evento futuro, o Banco

divulga tal fato como passivo contingente, salvo se a avaliação da exigibilidade da saída de

recursos para o pagamento da mesma seja considerada remota. Caso não seja provável o

futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos

contingentes são apenas objeto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua

concretização seja remota.

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59 RELATÓRIO E CONTAS 2016

o) Imóveis recebidos em dação

No decurso da sua atividade corrente de concessão de crédito, o Banco incorre no risco de

não conseguir que todo o seu crédito seja reembolsado. No caso de créditos com colateral

de hipoteca, o Banco procede à execução das mesmas, recebendo imóveis e outros bens

em dação para liquidação do crédito concedido.

Embora tenha como objetivo a venda imediata de todos os imóveis recebidos em dação, o

Banco regista estes imóveis na rubrica do balanço “Outros Ativos”, devido ao tempo de

permanência dos mesmos em carteira ser superior a um ano e ao consequente

incumprimento das condições previstas no IFRS 5 para reconhecimento na categoria de

“ativos não correntes detidos para venda”. Estes imóveis são registados, no seu

reconhecimento inicial, pelo menor de entre o seu justo valor, deduzido dos custos

esperados de venda, e o valor de balanço do crédito concedido, objeto de recuperação.

Subsequentemente, estes ativos são mensurados ao menor de entre o valor de

reconhecimento inicial e o justo valor, deduzido dos custos de venda, e não são

amortizados. As perdas não realizadas com estes ativos, assim que determinadas, são

registadas em resultados.

As avaliações destes imóveis são efetuadas de acordo com uma das seguintes

metodologias, aplicadas de acordo com a situação específica do bem:

i) Método de Mercado

O Critério da Comparação de Mercado tem, por referência, valores de transação de imóveis

semelhantes e comparáveis ao imóvel objeto de estudo, obtido através de prospeção de

mercado realizada na zona.

ii) Método do Rendimento

Este método tem por finalidade estimar o valor do imóvel, a partir da capitalização da sua

renda líquida, atualizado para o momento presente, através do método dos fluxos de caixa

descontados.

iii) Método do Custo

O Método de Custo é um critério que decompõe o valor da propriedade nas suas

componentes fundamentais: valor do solo urbano e o valor da urbanidade; valor da

construção; e valor de custos indiretos.

As avaliações realizadas são conduzidas por entidades independentes especializadas neste

tipo de serviços. Os relatórios de avaliação são analisados internamente, com aferição da

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60 RELATÓRIO E CONTAS 2016

adequação dos processos, comparando os valores de venda com os valores reavaliados dos

imóveis.

Para esta categoria de ativos, adicionalmente, são observados os preceitos definidos pelo

Banco de Cabo Verde através do Aviso nº 7/2015, de 24 de Dezembro.

NOTA 3 - Principais Estimativas e Julgamentos utilizados na elaboração das

Demonstrações Financeiras

Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho

de Administração efetue julgamentos e faça as estimativas necessárias para decidir qual o

tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e

julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são

discutidos nesta Nota com o objetivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação

afeta os resultados reportados do Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das

principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na Nota 2 às

demonstrações financeiras.

Considerando que em muitas situações existem alternativas ao tratamento contabilístico

adotado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Banco poderiam

ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração

considera que as escolhas efetuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras

apresentam de forma adequada a posição financeira do Banco e o resultado das suas

operações em todos os aspetos materialmente relevantes.

3.1. Perdas por imparidade no crédito sobre clientes

O Banco efetua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a

existência de imparidade, conforme referido na alínea c) da Nota 2.3.

O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por

imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este

processo inclui fatores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de

recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do

momento do seu recebimento.

A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderia

resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas e apresentadas na

Nota 16, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

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61 RELATÓRIO E CONTAS 2016

3.2. Impostos sobre os lucros

O Banco está sujeito a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Coletivas (IRPC). A determinação do montante global de impostos sobre os lucros (ver

Nota 19) requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transações e

cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante

o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos

sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no exercício.

As Autoridades Fiscais têm a atribuição de rever o cálculo da matéria coletável efetuado

pelo Banco, durante um período de 3 anos, no caso de haver prejuízos fiscais reportáveis.

Desta forma, é possível que haja correções à matéria coletável, resultantes principalmente

de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de

Administração do Banco, de que não haverá correções significativas aos impostos sobre

lucros registados nas demonstrações financeiras.

NOTA 4 - Reporte por Segmentos

Considerando que o Banco não detém títulos de capital próprio ou de dívida que sejam

negociados publicamente, no âmbito do parágrafo 2 do IFRS 8 – Segmentos Operacionais,

o Banco não apresenta informação relativa aos segmentos.

NOTA 5: Juros e Proveitos Similares

Essa rubrica apresenta a seguinte desagregação:

(Valores expressos em milhares de CVE)

NOTA 6: Juros e Custos Similares

Essa rubrica decompõe-se no seguinte:

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.2016 31.12.2015

Juros de aplicações em instituições financeiras 47 311 41 449

Juros de crédito a clientes 126 235 121 122

Juros de títulos 11 250 11 188

Outros 22 -

TOTAL 184 818 173 759

31.12.2016 31.12.2015

Juros de recursos de outras instituições financeiras 42 -

Juros de recursos de clientes 20 518 29 127

Outros 31 -

TOTAL 20 591 29 127

Page 63: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

62 RELATÓRIO E CONTAS 2016

NOTA 7: Proveitos e Custos de Serviços e Comissões

Essa rubrica apresenta a seguinte decomposição:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Em outras comissões realçam-se as relacionadas com operações de crédito que, em 2016, ascendem a 5 972 milhares de escudos (2015: 8 859 milhares de escudos).

NOTA 8: Resultados de Reavaliação Cambial

(Valores expressos em milhares de CVE)

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de ativos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.2 b).

NOTA 9: Outros Resultados de Exploração

Esta rubrica analisa-se como se segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.2016 31.12.2015

Rendimentos de serviços e comissões

Garantias e avales prestados 19 590 15 201

Créditos documentários 22 329

Transferência de valores 8 490 9 968

Outras comissões 12 123 23 408

40 225 48 906

Encargos com serviços e comissões

Por serviços bancários prestados por terceiros (2 007) (1 970)

TOTAL 38 218 46 935

31.12.2016 31.12.2015

Ganhos em operações cambiais

Divisas 381 598 649 756

Perdas em operações cambiais

Divisas (379 645) (633 367)

TOTAL 1 953 16 389

31.12.2016 31.12.2015

Outros custos ( 104 777) ( 2 943)

Multas e coimas ( 100 000) -

Impostos diretos e indiretos ( 4 247) ( 1 992)

Outros ( 530) ( 951)

Outros ganhos 95 4 957

TOTAL (104 682) 2 014

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63 RELATÓRIO E CONTAS 2016

No decurso do mês de Novembro de 2016, o Banco foi notificado, nos termos dos artigos

243º e 244, n.º2, da Lei das Atividades e das Instituições Financeiras (aprovada pela Lei

n.º62/VIII/2014, de 23 de Abril) e do artigo 42.º do Regime Jurídico Geral das

Contraordenações (aprovado pelo Decreto-Legislativo n.º9/95, de 27 de Outubro) que, por

Despacho do Governador do Banco de Cabo Verde, lhe foi instaurado um processo de

Contraordenação, na sequência da apreciação do Relatório de Inspeção aos procedimentos

em matéria de lavagem de capitais. Deste processo, resultou a aplicação de uma coima, no

valor de 100 000 milhares de, que já se encontra totalmente liquidada. Deste montante, 61

510 milhares de escudos foram pagos no decurso do exercício de 2017.

NOTA 10: Custos com Pessoal

Essa rubrica apresenta a seguinte composição:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Os custos com as remunerações e outros benefícios atribuídos ao Conselho de

Administração e ao Conselho Fiscal do Banco decompõem-se como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Conforme referido na nota 2 h), o Banco não regista, nas suas demonstrações financeiras,

qualquer acréscimo para férias e subsídio de férias, uma vez que adotou como

procedimento pagar férias e subsídio de férias no próprio exercício em que os

trabalhadores são admitidos. Assim, sempre que um trabalhador cessa o seu contrato de

trabalho com o Banco, apenas lhe é pago os proporcionais de férias e subsídio de férias aos

meses trabalhados no ano em que sair.

31.12.2016 31.12.2015

Remunerações 85 771 67 941

Encargos Sociais 11 464 7 794

Outros custos com pessoal 1 434 1 151

TOTAL 98 669 76 885

31.12.2016 31.12.2015

Remunerações

Conselho de Administração 29 772 8 506

Conselho Fiscal 1 680 1 378

TOTAL 31 452 9 884

Page 65: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

64 RELATÓRIO E CONTAS 2016

No final do exercício de 2015, transitaram para o quadro do Banco Internacional, os

colaboradores que pertenciam à Sucursal Financeira Exterior de Cabo Verde (SFE-CV), na

sequência da dissolução dessa estrutura. Por categoria profissional, o número de

colaboradores do Banco analisa-se como segue:

(Valores expressos em unidades)

NOTA 11: Gastos Gerais Administrativos

Essa rubrica decompõe-se no seguinte: (Valores expressos em milhares de CVE)

Em serviços especializados diversos incluem-se, fundamentalmente, os encargos associados a serviços de consultoria informática, mCVE 31 908, e aos serviços do sistema de pagamentos, mCVE 2 918 (2015: mCVE 36 138 e mCVE 2 619, respetivamente).

NOTA 12 – Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais

Esta rubrica decompõe-se no seguinte: (Valores expressos em milhares de CVE)

As disponibilidades à ordem no Banco de Cabo Verde incluem os depósitos de carácter obrigatório (reservas mínimas de caixa), no valor de 303 milhões de escudos (em 31 de Dezembro de 2015, eram de 359 milhões de escudos), constituídas de acordo com a Circular nº 157, de 08/11/2010, do Banco de Cabo Verde.

31.12.2016 31.12.2015

Administração/Direção 3 3

Ténicos 18 21

Administrativos 5 5

TOTAL 26 29

31.12.2016 31.12.2015

Diversos Fornecimentos de Terceiros 7 319 10 316

Rendas de casa 3 009 3 322

Comunicações e despesas de expedição 5 163 8 486

Deslocações, estadas e representação 2 418 2 396

Publicidade 485 1 937

Honorarios 8 181 9 397

Serviços especializados diversos 36 497 40 470

Outros serviços 12 135 10 238

TOTAL 75 207 86 561

31.12.2016 31.12.2015

Caixa 79 269 363 475

Disponibilidades à Ordem no Banco de Cabo Verde 932 446 483 109

TOTAL 1 011 715 846 584

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65 RELATÓRIO E CONTAS 2016

NOTA 13: Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito

Esta rubrica tem a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

Os cheques a cobrar correspondem a cheques sacados a clientes de outros bancos, enviados para compensação. Os depósitos à ordem sobre outras instituições de crédito não são remunerados.

NOTA 14: Ativos Financeiros Disponíveis para Venda

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

As Obrigações em carteira têm maturidade residual de dois (2) anos (2015: 3 anos) e vencem juros à taxa anual de 5,625%. A participação na CV Garante corresponde a 15% do seu capital, equivalente a 15.000 ações registadas ao custo de aquisição.

NOTA 15: Aplicações em instituições de Crédito

Esta rubrica compõe-se no seguinte: (Valores expressos em milhares de CVE)

O escalonamento das aplicações em instituições de crédito, por prazos de vencimento, a 31

de Dezembro de 2016 e 2015, é como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

As aplicações em instituições de crédito, em 31 de Dezembro de 2016, venciam juros à taxa média anual de 1,35%. A 31 de Dezembro de 2015, as aplicações existentes venciam juros à taxa média anual de 0,66%.

31.12.2016 31.12.2015

Disponibilidades sobre instituições de crédito no país

Cheques a cobrar 3 706 1 328

Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro

Depósitos à ordem 142 202 879 845

TOTAL 145 908 881 173

31.12.2016 31.12.2015

Participação na CV Garante 15 000 15 000

Obrigações do Tesouro de Cabo Verde 200 000 200 000

Juros 3 822 3 822

TOTAL 218 822 218 822

31.12.2016 31.12.2015

Aplicações em instituições financeiras no estrangeiro

Aplicações a muito curto prazo no Novo Banco 7 005 847 7 030 919

Juros 4 366 1 572

TOTAL 7 010 213 7 032 492

31.12.2016 31.12.2015

Até 3 meses 7 010 213 7 032 492

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66 RELATÓRIO E CONTAS 2016

NOTA 16: Crédito a Clientes

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

O crédito vencido integrado na carteira de créditos ascendia a 31 de Dezembro de 2016 e

2015 ao seguinte:

(Valores expressos em milhares de CVE)

O escalonamento do crédito a clientes bruto e juros a receber por prazos de vencimento,

excluindo efeito do custo amortizado, a 31 de Dezembro de 2016 e 2015, é como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

A carteira de crédito a clientes, a 31 de Dezembro de 2016, foi contratada à taxa anual média de 7,99% (31 de Dezembro de 2015: 8,24%).

31.12.2016 31.12.2015

Crédito a clientes

Por maturidade

Curto Prazo 195 538 241 999

Médio e longo prazo 1 890 654 2 218 491

2 086 192 2 460 489

Por Produto

Créditos em conta corrente 131 995 137 326

Descobertos em depósitos à ordem 75 973 70 956

Crédito à habitação 1 012 385 1 077 474

Crédito individual 41 513 51 337

Empréstimos 818 390 1 116 384

Particular Outros 5 936 7 013

2 086 192 2 460 489

Juros a receber 4 204 4 992

Efeito Custo Amortizado (10 372) ( 13 823)

Imparidade (79 944) (62 532)

Crédito Líquido de Imparidade 2 000 081 2 389 127

31.12.2016 31.12.2015

Crédito Vencido 419 068 379 310

Até 90 dias 7 282 7 108

Há mais de 90 dias 411 785 372 202

31.12.2016 31.12.2015

Até 3 meses 35 521 29 683

De 3 meses a 1 ano 106 610 75 254

De 1 a 5 anos 334 276 408 305

Mais de 5 anos 1 556 378 1 572 929

Duração indeterminada 57 612 379 310

TOTAL 2 090 396 2 465 481

Page 68: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

67 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade do crédito são apresentadas como

segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

NOTA 17: Outros Ativos Tangíveis

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.16 31.12.15

Saldo inicial 62 532 78 218

Dotações 21 949 51 400

Reversões - (67 086)

Utilizações (4 537) -

Saldo Final 79 944 62 532

31.12.2016 31.12.2015

Imóveis

Edifícios 191 395 191 395

Obras em imóveis arrendados 23 260 23 260

214 655 214 655

Equipamentos

Mobiliário e material 23 106 20 418

Máquinas e ferramentas 5 380 4 757

Material de transporte 26 097 26 097

Instalações interiores 11 796 11 796

Equipamento informático 14 561 14 443

Equipamento segurança 5 391 5 391

86 331 82 903

Activos tangíveis em curso

Imóveis - 1

Mobiliário e material - 2 688

Equipamento - 117

- 2 806

Amortizações ( 94 615) ( 69 954)

TOTAL 206 371 230 409

Page 69: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

68 RELATÓRIO E CONTAS 2015

O movimento nesta rubrica foi o seguinte: (Valores expressos em milhares de CVE)

Valor Amortizações Valor Amortizações Valor Amortizações Valor

Bruto acumuladas líquido Valor Imob. Amortiz. Valor Imob. Amortiz. do exercício Bruto acumuladas líquido

Imóveis

Edifícios 191 395 12 319 179 076 - - - - - 3 093 191 395 15 411 175 984

Obras em imóveis arrendados 23 260 11 762 11 498 - - - - - - 8 126 23 260 19 888 3 372

214 655 24 081 190 574 - - - - - - 11 219 214 655 35 299 179 356

Equipamentos

Mobiliário e material 20 418 15 256 5 162 2 688 - - - - 3 968 23 106 19 224 3 882

Máquinas e ferramentas 4 757 1 502 3 255 623 - - - - - 1 030 5 380 2 532 2 848

Material de transporte 26 097 8 854 17 244 - - - - - 6 095 26 097 14 949 11 148

Instalações interiores 11 796 3 239 8 556 - - - - - 1 229 11 796 4 469 7 327

Equipamento informático 14 443 13 211 1 233 118 - - - - 664 14 561 13 874 687

Equipamento segurança 5 391 3 812 1 579 - - - - - 456 5 391 4 268 1 123

82 903 45 874 37 029 623 2 806 - - - - 13 442 86 331 59 316 27 015

Activos tangíveis em curso

Imóveis de serviço próprio 1 - 1 - (1) - - - - - - - -

Mobiliário e material 2 688 - 2 688 - (2 688) - - - - - - - -

Equipamento 117 - 117 - (117) - - - - - - - -

2 806 - 2 806 - (2 806) - - - - - - - -

300 363 69 954 230 409 623 - - - - - 24 661 300 986 94 615 206 371

Saldos em 31.12.16Saldos em 31.12.15

Transfe-rências

Movimentos em 2016

AquisiçõesRegularizações Abates

Page 70: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

69

NOTA 18: Ativos Intangíveis

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

O movimento nesta rubrica foi o seguinte: (Valores expressos em milhares de CVE)

NOTA 19: Ativos e Passivos por Impostos Correntes

O Banco está sujeito a tributação em sede de Imposto sobre Rendimento das Pessoas

Coletivas (IRPC).

O imposto sobre o rendimento corrente é refletido nos resultados do exercício, exceto nos

casos em que as transações que os originaram tenham sido refletidas noutras rubricas de

capital próprio. Nestas situações, o correspondente imposto é, igualmente, refletido por

contrapartida de capital próprio, não afetando o resultado do exercício.

O cálculo do imposto corrente dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e de

2015 foi efetuado com base numa taxa de 25,5%, englobando uma taxa nominal de IRPC e

Taxa de Incêndio, de acordo com a Lei n.º 82/VIII/2014, de 08 de Janeiro de 2015.

As declarações de autoliquidação do IRPC do Banco ficam sujeitas a inspeção e eventual

ajustamento pelas Autoridades Fiscais, durante um período de três anos. Assim, poderão

vir a ter lugar eventuais liquidações adicionais de impostos devidos, essencialmente, a

diferentes interpretações da legislação fiscal. No entanto, é convicção da Administração do

Banco que, no contexto das demonstrações financeiras, não ocorrerão encargos adicionais

de valor significativo.

31.12.2016 31.12.2015

Outros activos intangíveis

Sistemas de tratamento automático de informação (software) 205 673 204 476

Amortizações (120 673) (95 426)

TOTAL 85 000 109 050

Valor Amortizações Valor Amortizações Valor Amortizações Valor

Bruto acumuladas líquido Valor Imob. Amortiz. Valor Imob. Amortiz. do exercício Bruto acumuladas líquido

Software 194 685 95 426 99 259 - 9 791 (43) - - - 25 247 204 433 120 673 83 760

Software (em curso) 9 791 - 9 791 1 240 (9 791) - - - - - 1 240 - 1 240

204 476 95 426 109 050 1 240 - (43) - 25 247 205 672 120 673 85 000

Saldos em 31.12.16Saldos em 31.12.15

Transfe-rências

AquisiçõesRegularizações

Movimentos em 2016

Abates

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70 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

A reconciliação da taxa de imposto pode ser analisada como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Os prejuízos fiscais disponíveis podem ser utilizados para cobrir lucros fiscais futuros.

Assim, os prejuízos fiscais disponíveis em 31 de dezembro de 2016, sujeitos à confirmação

pela Autoridade Tributária, ascendem a 41 706 milhares de escudos e podem ser

deduzidos aos lucros tributáveis futuros dos próximos três anos. O Banco optou por não

proceder ao reconhecimento contabilístico de ativos por impostos diferidos sobre as

perdas fiscais reportáveis, atendendo à difícil previsão quanto à sua materialização como

benefício.

31.12.2016 31.12.2015

Ativos por impostos correntes 13 401 10 106

Imposto sobre o Rendimento (IRPC) - estimativa ( 141) ( 5 180)

Pagamento por conta 13 542 15 286

31.12.2016 31.12.2015

Resultado antes de impostos ( 146 017) 7 738

Taxa de Imposto 25,5% 25,5%

Encargo teórico com IRPC ( 37 234) 1 973

Efeito dos custos não dedutíveis

Multas e coimas 25 500 -

Imparidade em créditos de clientes cobertos por garantia real - 1 858

Amortização não aceites fiscalmente 734 697

Outros custos 365 501

Prejuízos fiscais sem reconhecimento de ativo por imposto diferido 10 635 -

Tributação autónoma 141 150

Imposto s/ rendimento corrente do exercício 141 5 180

Imposto s/ rendimento corrente do exercício 141 5 180

Imposto s/ rendimento diferido - -

Imposto s/ rendimento 141 5 180

Taxa efetiva de imposto -0,1% 66,9%

Page 72: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

71 RELATÓRIO E CONTAS 2016

NOTA 20: Outros Ativos

Esta rubrica tem a seguinte decomposição: (Valores expressos em milhares de CVE)

O valor dos Ativos adquiridos em recuperação de crédito próprio corresponde ao saldo respeitante a imóveis recebidos em dação em cumprimento de dívidas, durante o ano de 2016. Estes encontram-se valorizados de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.2 o). O valor a receber do Grupo em 31 de Dezembro de 2015 correspondia ao saldo a liquidar pelo Novo Banco, respeitante à cessão, em finais de 2015, da posição contratual do crédito de um dos clientes da carteira do Banco.

NOTA 21: Recursos de Bancos Centrais e Outras Instituições Financeiras

(Valores expressos em milhares de CVE)

NOTA 22: Recursos de Clientes e Outros Empréstimos

Em 31 de dezembro de 2016, o Banco possuía uma concentração de 77% (2015: 73%) de

depósitos de empresas relacionadas, de um mesmo grupo. Contudo, por decisão da

Procuradoria da República da Comarca da Praia, estas contas encontram-se congeladas.

Não obstante, importa salientar que o Banco faz uma adequada gestão do risco de liquidez,

possuindo ativos líquidos que lhe permitem mitigar, de forma ajustada, o gap de liquidez

numa base diária (ver Nota 29) e em linha com as políticas de gestão de liquidez do Grupo

Novo Banco.

31.12.2016 31.12.2015

Devedores diversos

Valores a receber do Grupo - 193 013

Cobrança Anuidade Cartão VISA 153 -

Ativos adquiridos em recuperação de crédito próprio 57 393 -

Outros 67 83

Despesas com encargo diferido

Outros gastos administrativos 2 021 3 085

Outras contas de regularização 97 234

TOTAL 59 731 196 415

31.12.2016 31.12.2015

Recursos de bancos centrais

Banco Central da República da Guiné 5 638 5 394

Recursos de outras instituições de crédito

BES-SFE, Cabo Verde - 407

Ecobank Cabo Verde 92 92

TOTAL 5 730 5 893

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72 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

O escalonamento dos Recursos de clientes por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro

de 2016 e a 31 de Dezembro de 2015, é como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Os recursos de clientes exigíveis a prazo foram contratados à taxa anual média de 4,15% (31 de Dezembro de 2015: 4,22%).

NOTA 23: Outros Passivos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: (Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.2016 31.12.2015

Depósitos 9 142 234 10 205 586

À ordem 8 333 897 9 584 482

A prazo 808 337 621 104

Outros recursos de clientes 7 000 11 200

Juros 9 334 9 055

TOTAL 9 158 568 10 225 841

31.12.2016 31.12.2015

Exigível à vista 8 333 897 9 584 482

Exigível a prazo 824 671 641 359

Até 3 meses 40 680 49 855

De 3 meses a 1 ano 547 144 229 086

De 1 a 5 anos 236 847 362 418

TOTAL 9 158 568 10 225 841

31.12.2016 31.12.2015

Credores diversos

Sector Público Administrativo 6 443 9 110

Transferências emitidas a compensar 351 2 940

Encargos a pagar

Custos administrativos 7 182 13 002

Outros Encargos a Pagar (ver Nota 9) 61 510 -

Outras contas de regularização 10 10

TOTAL 75 496 25 063

Page 74: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

73 RELATÓRIO E CONTAS 2016

NOTA 24: Capital

O capital social do Banco ascende a 1 433 milhões de escudos (equivalente a 1 433 000

ações) e encontra-se integralmente realizado, sendo detido em 99,99% pelo Novo Banco

África SGPS, SA.

(Valores expressos em milhares de CVE)

NOTA 25: Outras Reservas e Resultados Transitados

Essa rubrica comporta as reservas legais (10%) e outras reservas (90%), originados da

transferência dos resultados apurados nos exercícios anteriores, decompondo-se como se

segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o

capital. A legislação aplicável ao setor bancário exige que a reserva legal seja anualmente

creditada com pelo menos 10% do lucro líquido anual, até à concorrência do capital social.

NOTA 26: Passivos Contingentes e Compromissos

Os passivos contingentes e compromissos relacionados com a atividade do Banco são

registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam a seguinte decomposição:

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.2016 31.12.2015

Capital subscrito

Acções ordinárias 1 433 000 1 433 000

Reserva Legal

Outras Reservas

Regularizações

Total

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 23 231 209 075 ( 27 905) 204 401

Tranferência para Reservas 2 753 24 776 ( 10 058) 17 471

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 25 983 233 851 ( 37 963) 221 872

Tranferência para Reservas 256 2 302 - 2 558

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 26 239 236 153 ( 37 963) 224 430

Outras Reservas e Resultados Transitados

31.12.2016 31.12.2015

Garantias prestadas 1 030 329 1 153 992

Créditos Documentários - 4 340

TOTAL 1 030 329 1 158 332

Page 75: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

74 RELATÓRIO E CONTAS 2016

NOTA 27 – Transações com Partes Relacionadas

O valor das transações do Banco com partes relacionadas nos exercícios findos em 31 de

Dezembro de 2016 e 2015, assim como os respetivos custos e proveitos reconhecidos no

exercício, resume-se como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Os ativos em balanço, relativos às partes relacionadas, incluídas no quadro acima referem-

se, fundamentalmente, a depósitos e aplicações mantidos junto dessas entidades, os quais

são remunerados a taxas correntes de mercado.

NOTA 28 – Justo Valor dos Ativos e Passivos Financeiros

O justo valor dos ativos e passivos financeiros mensurados ao justo valor do Banco, a 31

de dezembro de 2016 e a 31 de dezembro de 2015, é como segue:

(Valores expressos em milhares de CVE)

(Valores expressos em milhares de CVE)

Activos Passivos Proveitos Custos Activos Passivos Proveitos Custos

Accionista

NOVO BANCO, S.A. 7 148 049 - 47 218 - 7 310 764 - 40 252 -

TOTAL 7 148 049 - 47 218 - 7 310 764 - 40 252 -

31.12.16 31.12.15

Activos financeiros disponíveis para venda

Obrigações do tesouro de Cabo Verde - 203 822 - 203 822

- 203 822 - 203 822

31.12.2016

Valorizados ao Justo Valor

Cotações de Mercado

(Nível 1)

Modelos de valorização com

parâmetros/ preços observáveis no

mercado (Nível 2)

Modelos de valorização com parâmetros não observáveis no

mercado(Nível 3)

Total Justo Valor

Activos financeiros disponíveis para venda

Obrigações do tesouro de Cabo Verde - 203 822 - 203 822

- 203 822 - 203 822

31.12.2015

Valorizados ao Justo Valor

Cotações de Mercado

(Nível 1)

Modelos de valorização com

parâmetros/ preços observáveis no

mercado (Nível 2)

Modelos de valorização com parâmetros não observáveis no

mercado(Nível 3)

Total Justo Valor

Page 76: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

75 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Os ativos e passivos ao justo valor da Banco são valorizados de acordo com a seguinte

hierarquia, de acordo com o IFRS 13 – Mensuração pelo Justo Valor:

Valores de cotação de mercado (nível 1)

Nesta categoria são incluídos os instrumentos financeiros com cotações disponíveis em

mercados oficiais e aqueles em que existem entidades que divulgam habitualmente preços

de transações para estes instrumentos negociados em mercados líquidos.

Métodos de valorização com parâmetros/ preços observáveis no mercado (nível 2)

Nesta categoria são considerados os instrumentos financeiros valorizados com recurso a

modelos internos, designadamente modelos de fluxos de caixa descontados e de avaliação

de opções, que implicam a utilização de estimativas e requerem julgamentos que variam

conforme a complexidade dos produtos objeto de valorização. Não obstante, o Banco

utiliza como inputs, nos seus modelos, variáveis disponibilizadas pelo mercado, tais como

as curvas de taxas de juro, spreads de crédito, volatilidade e índices sobre cotações. Inclui

ainda instrumentos cuja valorização é obtida através de cotações divulgadas por entidades

independentes, mas cujos mercados têm liquidez mais reduzida. Adicionalmente, o Banco

utiliza ainda como variáveis observáveis em mercado, aquelas que resultam de transações

sobre instrumentos semelhantes e que se observam com determinada recorrência no

mercado.

Métodos de valorização com parâmetros não observáveis no mercado (nível 3)

Neste nível incluem-se as valorizações determinadas com recurso à utilização de modelos

internos de valorização ou cotações fornecidas por terceiras entidades, mas cujos

parâmetros utilizados não são observáveis no mercado. As bases e pressupostos de cálculo

do justo valor estão em conformidade com os princípios do IFRS 13.

Instrumentos financeiros ao custo amortizado

No quadro seguinte apresenta-se uma análise das categorias de instrumentos financeiros

reconhecidos ao custo amortizado nas demonstrações financeiras com referência a 31 de

Dezembro de 2016:

Page 77: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

76 RELATÓRIO E CONTAS 2016

(Valores expressos em milhares de CVE)

(1) - Ativos ao custo de aquisição, líquidos de imparidade. Estes ativos referem-se a instrumentos de capital próprio, relativamente aos quais não foram identificadas transações recentes no mercado e nem é possível estimar com fiabilidade e seu justo valor.

(Valores expressos em milhares de CVE)

(1) - Ativos ao custo de aquisição, líquidos de imparidade. Estes ativos referem-se a instrumentos de capital próprio, relativamente aos quais não foram identificadas transações recentes no mercado e nem é possível estimar com fiabilidade e seu justo valor.

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 1 011 715 - 1 011 715 - 1 011 715

Disponibilidades em outras instituições de crédito 145 908 - 145 908 - 145 908

Activos financeiros disponíveis para venda 15 000 - - 15 000 (1) 15 000

Aplicações em instituições de crédito 7 010 213 - 7 010 213 - 7 010 213

Crédito a clientes 2 000 081 - - 2 000 081 2 000 081

10 182 917 - 8 167 837 2 015 081 10 182 917

Passivo

Recursos de bancos centrais 5 638 - 5 638 5 638

Recursos de outras instituições de crédito 92 - 92 92

Recursos de clientes e outros empréstimos 9 158 568 - 9 158 568 9 158 568

9 164 298 - - 9 164 298 9 164 298

31.12.2016

Activos/Passivos registados ao

custo amortizado

Modelos de valorização com parâmetros/ preços observáveis no mercado

(Nível 2)

Modelos de valorização com parâmetros não observáveis no

mercado(Nível 3)

Justo valor total

Justo Valor

Cotações de Mercado

(Nível 1)

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 846 584 - 846 584 - 846 584

Disponibilidades em outras instituições de crédito 881 173 - 881 173 - 881 173

Activos financeiros disponíveis para venda 15 000 - - 15 000 (1) 15 000

Aplicações em instituições de crédito 7 032 492 - 7 032 492 - 7 032 492

Crédito a clientes 2 389 127 - - 2 389 127 2 389 127

11 164 376 - 8 760 249 2 404 127 11 164 376

Passivo

Recursos de bancos centrais 5 394 - - 5 638 5 638

Recursos de outras instituições de crédito 499 - - 92 92

Recursos de clientes e outros empréstimos 10 225 841 - - 9 158 568 9 158 568

10 231 734 - - 9 164 298 9 164 298

31.12.2015

Justo Valor

Activos/Passivos registados ao

custo amortizado

Cotações de Mercado

(Nível 1)

Modelos de valorização com parâmetros/ preços observáveis no mercado

(Nível 2)

Modelos de valorização com parâmetros não observáveis no

mercado(Nível 3)

Justo valor total

Page 78: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

77 RELATÓRIO E CONTAS 2016

As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos

ativos e passivos financeiros registados no balanço ao custo amortizado são analisados

como segue:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais, Disponibilidades em outras

instituições de crédito e Aplicações em instituições de crédito

Estes ativos são de muito curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa

razoável do respetivo justo valor.

Crédito a clientes

O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na atualização dos fluxos de caixa

esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas

contratualmente definidas. Os fluxos de caixa futuros esperados das carteiras de crédito

homogéneas, como por exemplo o crédito à habitação, são estimados numa base de

portfolio. As taxas de desconto utilizadas são as taxas atuais praticadas para empréstimos

com características similares, as quais não variaram significativamente desde o momento

da contratação dos atuais contratos.

Recursos de bancos centrais e Recursos de outras instituições de crédito

Estes passivos são de curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa razoável

do respetivo justo valor.

Recursos de clientes e outros empréstimos

O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na atualização dos

fluxos de caixa esperados de capital e de juros. A taxa de desconto utilizada é a que reflete

as taxas praticadas para os depósitos com características similares à data do balanço.

Considerando que as taxas de juro aplicáveis são renovadas por períodos inferiores a um

ano, não existem diferenças materialmente relevantes no seu justo valor.

NOTA 29 – Gestão de Riscos de Atividade

O Banco está exposto a diversos riscos decorrentes do uso de instrumentos financeiros, os

quais se analisam de seguida:

Risco de Crédito

O Risco de Crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras

decorrentes do incumprimento do cliente ou contraparte, relativamente às obrigações

contratuais estabelecidas com o Banco, no âmbito da sua atividade creditícia.

Page 79: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

78 RELATÓRIO E CONTAS 2016

O processo de gestão do Risco de Crédito intervém em todas as fases do crédito, desde a

análise de pedidos de crédito à validação da contabilização das operações nas respetivas

rubricas, passando pela monitorização dos contratos e acompanhamento dos créditos

vencidos identificação até ao cálculo de provisões/imparidade e consolidação e reporte da

carteira.

O acompanhamento da carteira de crédito é permanente e privilegia a interação entre as

equipas envolvidas na gestão do risco, ao longo das sucessivas fases da vida do processo

de crédito. Esta abordagem é complementada pela introdução de melhorias contínuas,

tanto no plano das metodologias e ferramentas de avaliação e controlo dos riscos, como ao

nível dos procedimentos e circuitos de decisão, sempre em parceria com a casa-mãe.

O acompanhamento do perfil de risco de crédito do Banco, nomeadamente no que se

refere à evolução das exposições de crédito e monitorização das eventuais perdas

creditícias, é efetuado regularmente pelo Comité de Crédito.

Relativamente à exposição máxima do Banco ao risco de crédito, o quadro abaixo

apresenta a posição no final do exercício:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Para os ativos financeiros reconhecidos no balanço, a exposição máxima ao risco de

crédito é representada pelo valor contabilístico líquido da imparidade. Para os elementos

fora de balanço, a exposição máxima das garantias é o montante máximo que o Banco teria

de pagar se as garantias fossem executadas. Para compromissos de empréstimos e outros

compromissos relacionados com crédito de natureza irrevogável, a exposição máxima é o

montante total de compromissos assumidos.

31.12.2016 31.12.2015

Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito 8 167 836 8 760 249

Ativos financeiros detidos para negociação 2 -

Ativos financeiros disponíveis para venda 218 822 218 822

Crédito a clientes 2 000 081 2 389 127

Outros ativos 317 193 380

Garantias e avales prestados 1 030 329 1 153 992

Créditos documentários - 4 340

TOTAL 11 417 386 12 719 910

Page 80: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

79 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Em 2016, a imparidade por classe de ativo registou os seguintes movimentos:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Em 2015, a imparidade por classe de ativo registou os seguintes movimentos:

(Valores expressos em milhares de CVE)

A 31 de Dezembro de 2016 a qualidade da carteira de crédito apresentava a seguinte

composição:

(Valores expressos em milhares de CVE)

A 31 de Dezembro de 2015 a qualidade da carteira de crédito apresentava a seguinte

composição:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Empresas (Financiamentos)

Crédito à Habitação

Particular (Outros)

Sector Público Total

Imparidade de crédito inicial 17 795 30 251 8 060 634 56 740

Acréscimo/reversão no período 18 106 3 891 707 ( 115) 22 589

Utilização no período - - ( 4 537) - ( 4 537)

Imparidade de crédito final 35 902 34 142 4 229 519 74 792

31.12.2016

Empresas (Financiamentos)

Crédito à Habitação

Particular (Outros)

Sector Público Total

Imparidade de crédito inicial 59 763 10 492 3 590 703 74 549

Acréscimo/reversão no período ( 13 955) 19 759 4 573 ( 69) 10 308

Utilização no período ( 28 013) - ( 103) - ( 28 117)

Imparidade de crédito final 17 795 30 251 8 060 634 56 740

EmpresasParticulares-

HabitaçãoParticulares-

outrosSetor público Total

Sem Vencido com imparidade individual 612 820 881 341 46 939 103 873 1 644 972

Crédito Vencido com Imparidade Individual 302 898 131 045 7 277 - 441 220

Inferior a 30 dias 21 448 244 460 - 22 152

30 a 90 dias 7 212 101 37 - 7 351

91 a 180 dias 2 999 10 673 850 - 14 522

181 dias 360 dias 91 413 27 137 1 372 - 119 922

Superior a 360 dias - - - - -

Total 915 718 1 012 385 54 216 103 873 2 086 192

EmpresasParticulares-

HabitaçãoParticulares-

outrosSector público Total

Sem Vencido com imparidade individual 945 811 952 881 52 105 126 882 2 077 678

Crédito Vencido com Imparidade Individual 246 419 124 593 11 799 - 382 811

Inferior a 30 dias 2 867 128 506 - 3 501

30 a 90 dias 5 134 40 1 934 - 7 108

91 a 180 dias 25 816 7 726 252 - 33 794

181 dias 360 dias 121 113 30 325 13 - 151 452

Superior a 360 dias 91 488 86 374 9 094 - 186 956

Total 1 192 230 1 077 474 63 904 126 882 2 460 489

Page 81: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

80 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Risco de Mercado

O Risco de Mercado representa, genericamente, a eventual perda resultante de uma

alteração adversa do valor de um instrumento financeiro, como a variação de taxas de

juro, taxas de câmbio, preços de ações, preços de mercadorias, volatilidade e spread do

crédito.

A gestão de risco de mercado é integrada com a gestão do balanço, através do método

ALCO (Asset and Liability Committee), elaborada em duas vertentes complementares pelo

Banco e pela casa-mãe. Este sistema é responsável por fornecer elementos para a definição

de políticas de afetação e estruturação do balanço, bem como pelo controlo da exposição

aos riscos de taxa de juro, de taxa de câmbio e de liquidez.

Face à reduzida dimensão do mercado financeiro e de capitais do país e uma vez que a

carteira de negociação do Banco é composta por ativos financeiros de risco reduzido, o

risco de mercado é pouco expressivo e orienta-se numa ótica de mitigação do risco

cambial e controlo da liquidez.

Risco cambial

O risco cambial está associado a moedas com volatilidade de câmbio face ao escudo cabo-

verdiano (CVE), com destaque para o dólar americano (USD), moeda em relação ao qual o

Banco apresenta um matching positivo, em termos de posição cambial, o que significa que

possui um maior volume de ativos sensíveis à taxa de câmbio do que passivo, o que lhe

confere maior capacidade de cobertura do risco.

Cerca de 33% dos depósitos do Banco estão constituídos em dólar, sendo que o risco

cambial que acarreta é mitigado por meio da realização de operações de muito curto prazo

e de risco zero com o Head-Office.

Risco de Liquidez

O Risco de Liquidez, por definição, resulta da potencial incapacidade de financiar o ativo,

quando cumpridas as responsabilidades exigidas nas datas devidas, e da existência de

potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira, sem incorrer em perdas

significativas.

O controlo dos níveis de liquidez tem como objetivo manter um nível aceitável de

disponibilidades para fazer face às necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo,

procurando, de forma sistemática, avaliar a exposição global ao risco de liquidez, através

da preparação de informações de Cash-Flow diárias, que permitem não só identificar os

Page 82: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

81 RELATÓRIO E CONTAS 2016

mismatch negativos, como também elementos para efetuar a cobertura atempada dos

mesmos.

O Banco faz o acompanhamento diário da posição de liquidez e, sempre que necessário,

realiza operações com a sala de mercados da casa-mãe, visando a mitigação tanto das

perdas derivadas de variações cambiais, como a conservação de um nível regular de

disponibilidades que possam satisfazer eventuais necessidades.

Relativamente ao grau de concentração referido (ver Nota 21), importa salientar que o

mesmo diz respeito a posições em moeda estrangeira, contudo existindo um equilíbrio em

termos de correspondência de posições de ativos e passivos em Escudos Cabo-verdianos,

traduzindo-se em rácios de transformação: i) global, de 23%; ii) excluindo os depósitos de

empresas relacionados com o referido grupo, de 97%; iii) e de 115%, considerando apenas

as posições em moeda local.

O Banco mantém, atualmente, uma carteira significativa de ativos líquidos ou liquidáveis a

muito curto prazo, essencialmente concentrados na rubrica de Aplicações em instituições

de crédito (ver Nota 15), para fazer face à natureza e duração dos passivos, o que facilita a

gestão da liquidez para o período crítico de 1 a 30 dias. A política de gestão de risco de

liquidez do Banco determina limites de posição de tesouraria, em função do volume de

recursos totais do Banco para vários prazos temporais.

Não obstante a concentração referida na Nota 22, o Conselho de Administração do Novo

Banco, S.A. reitera o seu total apoio a esta subsidiária, no sentido de assegurar a liquidez

necessária ao normal funcionamento da sua atividade, dentro dos mecanismos

implementados para o Grupo Novo Banco.

Até então, o Banco não necessitou de recursos interbancários nem de emissão de produtos

financeiros para a capitalização de recursos, pelo que o financiamento da sua atividade

tem-se limitado somente aos depósitos de clientes e capitais próprios.

Page 83: RELATÓRIO E CONTAS 2016...4 RELATÓRIO E CONTAS 201 6 B. RESULTADOS E RENDIBILIDADE 31.12.2016 31.12.2015 BALANÇO (milhares de CVE) Activo Líquido (AL) 10 751 244 11 914 227 …

82 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Em 31 de Dezembro de 2016, os prazos residuais contratuais dos instrumentos

financeiros eram os seguintes:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Apesar do Gap negativo, existe a expetativa, tendo por base o comportamento histórico, de

renovação de uma parte significativa dos passivos, nomeadamente os depósitos de

clientes à ordem.

Em 31 de Dezembro de 2015, os prazos residuais contratuais dos instrumentos

financeiros eram os seguintes:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Até 3 meses De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos ou indeterminado

Total

Activo 8 364 261 150 565 392 660 1 843 758 10 751 244

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 1 011 715 - - - 1 011 715

Disponibilidades em outras instituições de crédito 145 908 - - - 145 908

Activos financeiros disponíveis para venda 3 822 - 200 000 15 000 218 822

Aplicações em instituições de crédito 7 010 213 - - - 7 010 213

Crédito a clientes 132 870 137 164 192 660 1 537 387 2 000 081

Outros ativos 59 733 13 401 291 371 364 504

Passivo 8 559 019 680 954 - - 9 239 973

Recursos de bancos centrais 5 638 - - - 5 638

Recursos de outras instituições de crédito 92 - - - 92

Recursos de clientes e outros empréstimos 8 477 614 680 954 - - 9 158 568

Outros passivos 75 675 - - - 75 675

Garantias Off-balance 8 622 874 248 147 459 1 030 329

Diferencial / Gap ( 203 380) ( 1 404 637) 245 201 1 843 758 480 942

Diferencial / Gap Acumulado ( 203 380) ( 1 608 017) ( 1 362 816) 480 942 -

Até 3 meses

De 3 meses a 1 ano

De 1 a 5 anosMais de 5 anos ou

indeterminadoTotal

Activo 9 015 618 160 713 703 277 2 034 619 11 914 227

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 846 588 - - - 846 588

Disponibilidades em outras instituições de crédito 881 173 - - - 881 173

Activos financeiros disponíveis para venda 3 822 - 200 000 15 000 218 822

Aplicações em instituições de crédito 7 032 488 - - - 7 032 488

Crédito a clientes 55 082 150 608 503 277 1 680 160 2 389 127

Outros ativos 196 465 10 106 - 339 459 546 030

Passivo 9 842 196 404 744 9 857 - 10 256 797

Recursos de bancos centrais 5 394 - - - 5 394

Recursos de outras instituições de crédito 499 - - - 499

Recursos de clientes e outros empréstimos 9 811 240 404 744 9 857 - 10 225 841

Outros passivos 25 063 - - - 25 063

Diferencial / Gap ( 826 579) ( 244 031) 693 420 2 034 619 1 657 430

Diferencial / Gap Acumulado ( 826 579) ( 1 070 609) ( 377 189) 1 657 430 -

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83 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Risco Operacional

A gestão do Risco Operacional baseia-se nos princípios e estratégias definidos pelo Banco,

no código de conduta em vigor e nas políticas e normas de risco operacional, através da

análise do catálogo dos processos, da comunicação dos eventos de risco e consequente

definição de ações de melhoria das deficiências detetadas.

Nesta vertente, cumpre identificar e avaliar os riscos operacionais inerentes a todos os

produtos, atividades, processos e sistemas, em todas as áreas, de negócios e de suporte,

quer tenham caráter financeiro ou não.

O Banco estima o seu risco operacional pela avaliação da perda, nos resultados ou no

capital, associada aos eventos com impactos negativos nas suas atividades operacionais,

através de um questionário que avalia as várias prováveis fontes de risco operacional, de

modo a identificar os principais riscos a que se encontra exposto. Esses eventos podem

resultar da inadequação ou deficiência de procedimentos, dos sistemas de informação, do

comportamento das pessoas ou podem ainda ser motivados por acontecimentos externos.

Em 2016, o resultado dos exercícios de avaliação, classificou o Banco como sendo de nível

Reduzido de risco operacional, uma vez a maioria dos eventos passíveis de acarretar

perdas financeiras foram corrigidos sem custos para a instituição.

Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade

O principal objetivo da gestão de capital no Banco consiste em assegurar o cumprimento

dos objetivos estratégicos do Banco e do Grupo Novo Banco em matéria de adequação de

capital, respeitando e fazendo cumprir os requisitos mínimos de fundos próprios definidos

pelas entidades de supervisão.

A definição da estratégia a adotar em termos de gestão de capital é da competência do

Conselho de Administração, encontrando-se integrada na definição global de objetivos do

Banco.

Em termos prudenciais, o Banco está sujeito à supervisão do Banco de Cabo Verde que

estabelece as regras que a este nível deverão ser observadas pelas diversas instituições

sob a sua supervisão. Estas regras determinam um rácio mínimo de fundos próprios totais,

em relação aos requisitos exigidos pelos riscos assumidos, que as instituições deverão

cumprir, materializado através do Aviso nº 03/2007.

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84 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Os elementos de capital do Banco dividem-se em Fundos Próprios de Base, Fundos

Próprios Complementares e Deduções, com a seguinte composição:

• Fundos Próprios considerados como Core Tier I: Esta categoria inclui,

essencialmente, o capital estatutário realizado, as reservas elegíveis os resultados

positivos retidos do período, quando certificados, e os interesses que não

controlam. São deduzidas as reservas de justo valor negativas associadas a ações

ou outros instrumentos de capital, o valor de balanço dos montantes relativos a

Goodwill apurado, ativos intangíveis, desvios atuariais negativos decorrentes de

responsabilidades com benefícios pós emprego a empregados, acima do limite do

corredor prudencial, e, quando aplicável, os resultados negativos do período.

• Fundos Próprios de Base (FPB): Para além dos valores considerados como Core

Tier I, esta categoria inclui os montantes aceites pelo Regime transitório previsto

no ponto 4 do n.º 5 do Aviso n.º 3/2007 - impacto na transição em fundos próprios

de base ainda por reconhecer.

• Fundos Próprios Complementares (FPC): Incorpora, essencialmente, a dívida

subordinada emitida elegível a reservas de justo valor positivas associadas a ações

ou outros instrumentos de capital. São deduzidas as participações em instituições

financeiras e entidades seguradoras bem como o montante das perdas esperadas

para as posições em risco, deduzidas das somas de correções de valor e provisões

existentes, decorrentes da aplicação do método IRB para risco de crédito.

• Deduções (D): Compreendem essencialmente a amortização prudencial dos

imóveis recebidos em dação para liquidação de créditos.

Adicionalmente, a composição da base de capital está sujeita a um conjunto de limites.

Desta forma, as regras prudenciais estabelecem que os FPC não podem exceder os FPB.

Adicionalmente, determinadas componentes dos FPC (o designado Lower Tier II) não

podem superar os 50% dos FPB.

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85 RELATÓRIO E CONTAS 2016

(Valores expressos em milhares de CVE)

O Banco calcula o Rácio de Solvabilidade de acordo com o Aviso nº 4/2007, do Banco de

Cabo Verde, o qual define o Rácio de Solvabilidade em função da relação entre os fundos

próprios e os riscos de mercado (RTC - Risco taxa de câmbio), risco operacional (RO), risco

de crédito (RC), com a finalidade de acompanhar a adequação entre o montante dos

fundos próprios e os respetivos riscos inerentes ao Banco. Através desse Aviso, o Banco de

Cabo Verde estabelece patamares mínimos de solvabilidade a serem seguidos pelas

instituições sujeitas à sua supervisão. Assim, as Instituições Financeiras deverão atingir

um Rácio Core Tier I não inferior a 10%, calculada da seguinte forma:

�á� �������� � � =��� ����ó����

(���� + ����" + �#���$)%100

Onde:

VAPRC – Valor dos ativos ponderados pelo risco de crédito, incluindo os elementos

extrapatrimoniais, determinados conforme Anexo 1 do Aviso;

31.12.2016 31.12.2015

Capital realizado 1 433 000 1 433 000

Reservas legais, estatutárias e outras formadas por resultados não distribuídos 224 430 221 872

Resultados positivos do último exercício - 2 558

SOMA 1 657 430 1 657 430

Activos intangíveis ( 85 000) ( 109 050)

Resultados negativos transitados de exercícios anteriores - -

Resultados negativos do último exercício ( 146 158) -

Resultados negativos provisórios do exercício em curso - -

Insuficiência de provisões - -

SOMA ( 231 158) ( 109 050)

FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE ANTES DA APLICAÇÃO DO REGIME TRANSITÓRIO 1 426 272 1 548 380

FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE ELEGÍVEIS 1 426 272 1 548 380

Reservas de reavaliação legais de activos fixos tangíveis - -

Outros elementos - -

FUNDOS PRÓPRIOS COMPLEMENTARES - -

FUNDOS PRÓPRIOS ANTES DAS DEDUÇÕES 1 426 272 1 548 380

Participações a deduzir: - -

Superiores a 10 % do capital - -

Inferiores ou iguais a 10 % do capital - -

Imobilizado recebido em reembolso de crédito próprio - -

Fundos próprios destinados a coberturas especificas (alínea 12 do n.º 11º do Aviso nº 9/99) - -

Insuficiência de liquidez (ponto 2 n.º 15º do Aviso nº 8/2007) - -

FUNDOS PRÓPRIOS PARA CÁLCULO DE CONCENTRAÇÃO DE RISCO 1 426 272 1 548 380

Parte que excede os limites de concentração de riscos (alínea d) n.º 12 do Aviso nº 3/2007) - -

FUNDOS PRÓPRIOS 1 426 272 1 548 380

Activos Ponderados pelo Risco (incluindo extrapatrimoniais) 3 687 988 4 634 881

Rácio de Solvabilidade 39% 33%

- Regime transitório previsto no ponto 4 do n.º 5 do Aviso n.º 3/2007 - impacto na transição em fundos próprios de base ainda por reconhecer

-

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86 RELATÓRIO E CONTAS 2016

VAPRTC – Valor dos ativos ponderados pelo risco de taxa de câmbio, apurados conforme o

Anexo 2 do Aviso;

VEAPRO – Valor equivalente em ativos ponderados pelo risco operacional, apurado

conforme o Anexo 3 do Aviso.

NOTA 30 – IFRS Divulgações - Novas normas a 31 de dezembro de 2016:

1. Impacto de adoção de normas e interpretações que se tornaram efetivas a 1 de

Janeiro de 2016:

1.1. Normas

Melhorias às normas 2010 - 2012. Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos:

IFRS 2, IFRS 3, IFRS 8, IFRS 13, IAS 16 e 38 e IAS 24

a) IFRS 2 - ‘Pagamento com base em ações’. A melhoria à IFRS 2 altera a definição de

“condições de aquisição” (vesting conditions), passando a prever apenas dois tipos de

condições de aquisição: “condições de serviço” e “condições de performance”. A nova

definição de “condições de performance” prevê que apenas condições relacionadas

com a entidade são consideradas.

b) IFRS 3 - ‘Concentrações de atividades empresariais’. Esta melhoria clarifica que uma

obrigação de pagar um valor de compra contingente, é classificada de acordo com a

IAS 32, como um passivo, ou como um instrumento de capital próprio, caso cumpra

com a definição de instrumento financeiro. Os pagamentos contingentes classificados

como passivos serão mensurados ao justo valor através de resultados do exercício.

c) IFRS 8 - ‘Segmentos operacionais’. Esta melhoria altera a IFRS 8 que passa a exigir a

divulgação dos julgamentos efetuados pela Gestão para a agregação de segmentos

operacionais, passando ainda a ser exigida a reconciliação entre os ativos por

segmento e os ativos globais da Entidade, quando esta informação é reportada.

d) IAS 13 - ‘Justo valor: mensuração e divulgação’. A melhoria à IFRS 13 clarifica que a

norma não remove a possibilidade de mensuração de contas a receber e a pagar

correntes com base nos valores faturados, quando o efeito de desconto não é material.

e) IAS 16 - ‘Ativos fixos tangíveis’ e IAS 38 ‘Ativos intangíveis’. A melhoria à IAS 16 e à

IAS 38 clarifica o tratamento a dar aos valores brutos contabilísticos e às

depreciações/ amortizações acumuladas, quando uma Entidade adote o modelo da

revalorização na mensuração subsequente dos ativos fixos tangíveis e/ ou intangíveis,

prevendo 2 métodos. Esta clarificação é significativa quando, quer as vidas úteis, quer

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87 RELATÓRIO E CONTAS 2016

os métodos de depreciação/amortização, são revistos durante o período de

revalorização.

f) IAS 24 - ‘Divulgações de partes relacionadas’. Esta melhoria à IAS 24 altera a definição

de parte relacionada, passando a incluir as Entidades que prestam serviços de gestão

à Entidade que reporta, ou à Entidade-mãe da Entidade que reporta.

g) IAS 19 (alteração) - ‘Planos de benefícios definidos – Contribuições dos empregados’.

A alteração à IAS 19 aplica-se a contribuições de empregados ou entidades terceiras

para planos de benefícios definidos, e pretende simplificar a sua contabilização,

quando as contribuições não estão associadas ao número de anos de serviço.

h) IAS 1 (alteração) - ‘Revisão às divulgações’. A alteração dá indicações relativamente à

materialidade e agregação, à apresentação de subtotais, à estrutura das

demonstrações financeiras, à divulgação das políticas contabilísticas, e à apresentação

dos itens de Outros rendimentos integrais gerados por investimentos mensurado pelo

método de equivalência patrimonial.

i) IAS 16 e IAS 38 (alteração) - ‘Métodos de cálculo de amortização e depreciação

permitidos’. Esta alteração clarifica que a utilização de métodos de cálculo das

depreciações/ amortizações de ativos com base no rédito obtido, não são por regra

consideradas adequadas para a mensuração do padrão de consumo dos benefícios

económicos associados ao ativo. É de aplicação prospetiva.

j) IAS 27 (alteração) - ‘Método da equivalência patrimonial nas demonstrações

financeiras separadas’. Esta alteração permite que uma entidade aplique o método da

equivalência patrimonial na mensuração dos investimentos em subsidiárias,

empreendimentos conjuntos e associadas, nas demonstrações financeiras separadas.

Esta alteração é de aplicação retrospetiva.

k) IFRS 11 (alteração) - ‘Contabilização da aquisição de interesse numa operação

conjunta’. Esta alteração introduz orientação acerca da contabilização da aquisição do

interesse numa operação conjunta que qualifica como um negócio, sendo aplicáveis os

princípios da IFRS 3 – concentrações de atividades empresariais.

Melhorias às normas 2012 - 2014. Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos:

IFRS 5, IFRS 7, IAS 19 e IAS 34

l) IFRS 5 - ‘Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais

descontinuadas’. A melhoria clarifica que quando um ativo (ou grupo para alienação)

é reclassificado de “detido para venda” para “detido para distribuição” ou vice-versa,

tal não constitui uma alteração ao plano de vender ou distribuir.

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88 RELATÓRIO E CONTAS 2016

m) IFRS 7 - ‘Instrumentos financeiros: divulgações’. Esta melhoria inclui informação

adicional sobre o significado de envolvimento continuado na transferência

(desreconhecimento) de ativos financeiros, para efeitos de cumprimento das

obrigações de divulgação.

n) IAS 19 - ‘Benefícios aos empregados’. Esta melhoria clarifica que na determinação da

taxa de desconto das responsabilidades com planos de benefícios definidos pós

emprego, esta tem de corresponder a obrigações de elevada qualidade da mesma

moeda em que as responsabilidades são calculadas.

o) IAS 34 - ‘Relato intercalar’. Esta melhoria clarifica o significado de “informação

divulgada em outra área das demonstrações financeiras intercalares”, e exige a

inclusão de referências cruzadas para essa informação.

2. Alterações a normas existentes publicadas, cuja aplicação é obrigatória para

períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016, mas que a

União Europeia ainda não adotou:

2.1. Normas

a) Alterações às IFRS 10, 12 e IAS 28 - ‘Entidades de investimento: aplicação da

isenção à obrigação de consolidar’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após

1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela

União Europeia. Esta alteração clarifica que a isenção à obrigação de consolidar de

uma “Entidade de Investimento” se aplica a uma empresa holding intermédia que

constitua uma subsidiária de uma entidade de investimento. Adicionalmente, a opção

de aplicar o método da equivalência patrimonial, de acordo com a IAS 28, é extensível

a uma entidade, que não é uma entidade de investimento, mas que detém um

interesse numa associada ou empreendimento conjunto que é uma “Entidade de

investimento”. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas

demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

3. Normas e alterações a normas existentes publicadas, cuja aplicação é

obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de janeiro de

2017, mas que a União Europeia ainda não endossou:

3.1. Normas

a) IAS 7 - ‘Demonstração de fluxos de caixa’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em

ou após 1 de janeiro de 2017). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de

endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz uma divulgação adicional sobre

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89 RELATÓRIO E CONTAS 2016

as variações dos passivos de financiamento, desagregados entre as transações que

deram origem a movimentos de caixa e as que não, e a forma como esta informação

concilia com os fluxos de caixa das atividades de financiamento da Demonstração do

Fluxo de Caixa. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas

demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

b) IAS 12 - ‘Imposto sobre o rendimento – Reconhecimento de impostos diferidos ativos

sobre perdas potenciais’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de

janeiro de 2017). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União

Europeia. Esta alteração clarifica a forma de contabilizar impostos diferidos ativos

relacionados com ativos mensurados ao justo valor, como estimar os lucros

tributáveis futuros quando existem diferenças temporárias dedutíveis e como avaliar

a recuperabilidade dos impostos diferidos ativos quando existem restrições na lei

fiscal. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas demonstrações

financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

c) IFRS 2 (alteração) - ‘Classificação e mensuração de transações de pagamentos

baseados em ações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de

2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia.

Esta alteração clarifica a base de mensuração para as transações de pagamentos

baseados em ações liquidadas financeiramente (“cash-settled”) e a contabilização de

modificações a um plano de pagamentos baseado em ações, que alteram a sua

classificação de liquidado financeiramente (“Cash-settled”) para liquidado com capital

próprio (“equity-settled”). Para além disso, introduz uma exceção aos princípios da

IFRS 2, que passa a exigir que um plano de pagamentos baseado em ações seja tratado

como se fosse totalmente liquidado com capital próprio (“equity-settled”), quando o

empregador seja obrigado a reter um montante de imposto ao funcionário e pagar

essa quantia à autoridade fiscal. Não se esperam impactos materialmente relevantes

nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

d) IFRS 9 (nova) - ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em

ou após 1 de janeiro de 2018). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso

pela União Europeia. A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à

classificação e mensuração dos ativos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento

de imparidade sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii)

aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura. O

Banco encontra-se a avaliar os impactos decorrentes da adoção desta alteração.

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90 RELATÓRIO E CONTAS 2016

e) IFRS 15 (nova) - ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se

iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Esta norma ainda está sujeita ao processo

de endosso pela União Europeia. Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a

entrega de produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o

rédito quando a obrigação contratual de entregar ativos ou prestar serviços é

satisfeita e pelo montante que reflete a contraprestação a que a entidade tem direito,

conforme previsto na “metodologia das 5 etapas”. Não se esperam impactos

materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção

desta alteração.

f) IFRS 15 (alteração) - ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que

se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Estas alterações ainda estão sujeitas ao

processo de endosso pela União Europeia. Estas alterações referem-se às indicações

adicionais a seguir para determinar as obrigações de desempenho de um contrato, ao

momento do reconhecimento do rédito de uma licença de propriedade intelectual, à

revisão dos indicadores para a classificação da relação principal versus agente, e aos

novos regimes previstos para simplificar a transição. Não se esperam impactos

materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção

desta alteração.

g) IFRS 16 (nova) - ‘Locações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de

janeiro de 2019). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União

Europeia. Esta nova norma substitui o IAS 17, com um impacto significativo na

contabilização pelos locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de

locação refletindo futuros pagamentos da locação e um ativo de “direito de uso" para

todos os contratos de locação, exceto certas locações de curto prazo e de ativos de

baixo valor. A definição de um contrato locação também foi alterada, sendo baseada

no "direito de controlar o uso de um ativo identificado". Não se esperam impactos

materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção

desta alteração.

NOTA 31 – Continuidade das operações

No dia 3 de agosto de 2014, na sequência da medida de resolução aplicada ao Banco

Espírito Santo, S.A. (BES), em que a generalidade da atividade e do património daquela

entidade foi transferida, de forma imediata e definitiva, para o Novo Banco, S.A. (Novo

Banco), o Banco passou a fazer parte do Grupo Novo Banco.

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91 RELATÓRIO E CONTAS 2016

O Novo Banco, enquanto banco de transição e único acionista do BICV (direta e

indiretamente), tem uma duração limitada de dois anos, prorrogável por períodos de um

ano, com base em fundadas razões de interesse público, até ao máximo de cinco anos,

conforme disposto no artigo 145º G, nº 12, do RGICSF. De acordo com os compromissos

assumidos pelo Estado Português perante a Comissão Europeia, a alienação do Novo

Banco deveria ocorrer num prazo máximo de dois anos, desde a data da sua constituição.

Este prazo foi alargado por decisão da Comissão Europeia, comunicada em 21 de

dezembro de 2015, até agosto de 2017, encontrando-se a decorrer o processo de venda

que se espera seja concluído até à nova data estabelecida.

Neste contexto, o Novo Banco tomou a decisão de alienar a totalidade do capital do BICV,

decisão que se mantém em vigor nesta data. Neste contexto, o Banco prepara as suas

demonstrações financeiras no pressuposto da continuidade, por ser plena convicção do

Conselho de Administração do BICV que, enquanto a alienação não se concretizar, o Novo

Banco manterá o apoio total ao BICV, no sentido de assegurar a liquidez necessária ao

normal funcionamento da sua atividade.

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92 RELATÓRIO E CONTAS 2016

3. Relatório e Parecer do Conselho Fiscal

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93 RELATÓRIO E CONTAS 2016

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94 RELATÓRIO E CONTAS 2016

4. Relatório da Auditoria Externa

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III. Informação sobre o Governo da Sociedade

1. Estrutura Organizacional e Governativa

A estrutura orgânica do Banco Internacional é comandada por um Conselho de

Administração, composto por cinco administradores efetivos e um suplente, com novas

nomeações em meados de 2016, e assessorado por três áreas-chave: Risco Global,

Compliance e Auditoria Interna.

O Banco desagrega-se em cinco áreas: Comercial, Administrativa e Financeira, Operativa,

Recursos Humanos e Marketing, Organização e Qualidade, as quais garantem a sua

operacionalidade e o cumprimento dos princípios que imperam no sistema financeiro.

As mais abrangentes, a área Comercial e a Financeira subdividem-se por duas outras

estruturas cada, visando um maior acompanhamento e controle das atividades.

Organigrama

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2. Descrição das funções e responsabilidades de cada membro do órgão de

administração da instituição

No Grupo Novo Banco prevalece o princípio da aplicação de um conjunto de normas que

consagram políticas, regras e procedimentos, de forma transversal a todas as entidades

que o integram, sem prejuízo das adaptações que, em cada caso, sejam necessárias, face às

especificidades legais ou regulamentares de cada geografia em causa.

Neste contexto, estão estabelecidas competências a um conjunto de departamentos do

Novo Banco para, no quadro das suas atribuições, promoverem a aplicação transversal no

Grupo das Normas Internas em vigor ou que venham a ser adotadas, numa lógica de

articulação funcional direta com áreas equivalentes em cada Unidade Internacional. Neste

âmbito, os normativos que se entendem aplicáveis e transponíveis para o sistema

normativo local têm sido ratificados em sede do Conselho de Administração do BICV.

O Conselho de Administração tem plenos poderes na gestão diária do Banco, cuja

atribuição decorre dos estatutos da Sociedade, competindo-lhe exercer os mais amplos

poderes de gestão e representação e praticar todos os atos necessários ou convenientes à

prossecução das atividades compreendidas no seu objeto social, sendo, neste fórum,

discutidas e aprovadas as decisões estratégicas de gestão.

O Conselho de Administração tem mandato para constituição de mandatários com os

poderes que julgue convenientes, incluindo os de substabelecimento.

De acordo com os estatutos, vigora a regra da vinculação mediante a assinatura individual

do Presidente e, em alternativa, do Administrador residente e do Diretor Administrativo e

Financeiro para os atos e nos limites constantes da deliberação do Conselho de

Administração.

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3. Sistema de Controlo Interno e de Gestão de Riscos

No sistema de controlo interno do Banco Internacional destacam-se duas áreas, a de

Compliance e a de Risco Global, uma agindo a montante e a outra a jusante, abrangendo

todos as fases, direta e indiretamente, ligados a um processo, operação ou atividade.

3.1. Área de Risco Global

Essa área tem como missão identificar, avaliar, acompanhar e controlar todos os riscos

materiais inerentes às atividades do Banco, visando a mitigação dos mesmos, a redução

das perda e a observância dos resultados pretendidos, ajustando-se, sempre que

necessário, ao modelo de negócio do Banco.

Suas principais competências prendem-se com a gestão dos riscos de crédito, de mercado,

de taxa de juros, de liquidez e operacional, definindo políticas e processos de identificação,

mensuração e mitigação de cada um deles, em articulação direta com o Conselho de

Administração. É atribuição dessa área a monitorização da evolução do perfil de risco do

Banco, o controlo dos requisitos de capital regulamentar, a preparação de mapas de

controlo de liquidez, além do apoio à estrutura comercial. Ocupa-se ainda do reporte das

situações sensíveis aos riscos e do seu acompanhamento junto às autoridades.

A área é, ainda, responsável pela produção de relatórios, no âmbito da monitorização do

risco inerente aos negócios, do controlo dos limites de exposição aos diversos riscos, do

apoio na tomada de decisões, da divulgação das atividades de Gestão de Risco e do

acompanhamento das operações e recursos do Banco, permitindo aos decisores ter

sempre uma visão global da situação atual.

Esse acompanhamento permanente das operações de crédito possibilita a identificação

atempada dos casos com triggers de default, que deverão estar sujeitos à aplicação de

imparidade, sendo que a área é responsável pela mensuração do provisionamento dos

créditos, dentro dos parâmetros definidos pela autoridade supervisora, garantindo uma

prudente gestão do risco de crédito.

As atividades do processo de gestão do risco operacional desempenhadas durante o ano

consistiram, essencialmente, na identificação de eventos e na elaboração de reportes ao

Grupo. Foram ainda implementados procedimentos de controlo e de monitorização dos

KRI (Key Risk Indicators – Indicadores-Chave de Risco), com a finalidade de identificar

tendências, de forma a antecipar, prevenir e quantificar os eventos.

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103 RELATÓRIO E CONTAS 2016

Por seu turno, as atividades relacionadas com o processo de gestão dos riscos de mercado

(de liquidez e de taxa de juro) assentaram-se na elaboração de mapas de liquidez de ativos

e passivos do Banco sensíveis à taxa de juros, por banda temporal, no acompanhamento da

variação dos recursos e do grau de liquidez, na identificação do gap entre as operações de

crédito e os depósitos e, finalmente, na mensuração do impacto da variação de taxa de

juros na margem financeira do Banco. Os procedimentos de cálculos são estabelecidos

pelo regulador.

3.2. Área de Compliance

A área de Compliance é responsável pelo controle e harmonização de atividades e

negócios realizados, tendo como missão o apoio ao crescimento das áreas de negócio,

fundamental para a sustentabilidade da instituição, a longo prazo, de forma a evitar

quaisquer prejuízos de ordem financeira, reputacional ou de imagem.

Tem função independente, permanente e consultiva e assume como missão promover o

cumprimento das exigências legais, regulamentares, estatutárias, operacionais, tutelares, e

de conduta que se aplicam ao Banco, no quadro do ambiente de controlo e supervisão

institucional definido pelas entidades reguladoras competentes. Compete-lhe, igualmente,

promover o cumprimento do normativo legal a que o Banco se encontra sujeito, bem

como, contribuir para o reforço e manutenção da imagem, credibilidade e confiança

públicas, atuando segundo os princípios da máxima integridade, honestidade, diligência,

competência, transparência e neutralidade.

No âmbito da prevenção e da abordagem baseadas no risco, o Banco tem implementado,

sob a coordenação e monitorização do Departamento de Compliance do Novo Banco, em

Portugal, mecanismos que permitem efetuar a prévia e adequada avaliação das

contrapartes, antes do estabelecimento da relação de negócio, caracterizando-os,

individualmente, quanto ao nível de risco associado, em termos da exposição à lavagem de

capitais e do financiamento ao terrorismo. Para uma maior eficácia e rigor, essa

ferramenta está sujeita a uma revisão periódica, de modo a responder as alterações e

tendências quanto aos riscos acima citados.

No mesmo contexto, advindo do cumprimento dos deveres regulamentares de diligência

continuada e reforçada, o Banco tem vindo a envidar esforços no sentido de preservar a

integridade e a robustez do funcionamento das suas atividades, reforçando o

acompanhamento adequado das operações que levantem suspeitas fundamentadas,

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mormente por meio de alertas gerados diariamente pelo sistema informático, reportando

e articulando, quando necessário, com as autoridades competentes.

Em relação à monitorização de comportamentos, atividades ou operações, cujos elementos

caraterizadores são suscetíveis de estarem relacionadas com lavagem de capitais ou

financiamento do terrorismo, o Banco tem implementado mecanismos que visam reduzir

o risco, através do acompanhamento permanente das movimentações, especialmente por

meio de alertas gerados diariamente pelo sistema, colaborando com as autoridades

sempre que se concretize suspeitas fundamentadas, numa ótica de estrito cumprimento

dos deveres legais.

O novo Código de Conduta, em vigor desde Julho de 2015, reflete um conjunto de boas

práticas que devem ser asseguradas pelos membros dos órgãos de administração e pelos

colaboradores no seu relacionamento com os clientes e com a própria instituição. Este

código tem como principais objetivos: (i) Divulgar princípios pelos quais as empresas do

Grupo Novo Banco devem pautar as suas atividades; (ii) Promover uma conduta ética e

alinhada com os valores do Grupo por parte dos colaboradores; (iii) Promover o respeito e

o cumprimento de toda a legislação e regulamentação aplicável; (iv) Criar um regime

transparente de relações dos colaboradores com o ambiente externo. De modo a promover

um conhecimento aprofundado do Código de Conduta, foi realizada uma ação de

sensibilização, através da divulgação do seu conteúdo, requerendo o devido

comprometimento individual.

Relativamente ao Sistema de Controlo Interno (SCI) em si, procedeu-se, durante o

exercício, à revisão parcial dos Manuais de Controlo Interno, em articulação com a

Unidade de Gestão do Sistema de Controlo Interno do Departamento de Compliance da

casa-mãe.

3.3. Auditoria Interna

A área de Auditoria Interna tem como objetivo principal analisar se os sistemas de gestão

de risco, de controlo interno e de governação em vigor são adequados e funcionam de

forma a garantirem que:

- Os riscos são devidamente identificados e geridos;

- A informação de gestão, financeira e operacional mais relevante é correta, confiável e

tempestiva;

- As mais significativas ações dos colaboradores estão em conformidade com as políticas,

normas, procedimentos e leis e regulamentos de Cabo Verde;

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- Os recursos são adquiridos de forma económica, têm uma utilização eficiente e são

adequadamente protegidos;

- Os programas, planos e objetivos são cumpridos;

- Os requisitos legais e regulamentares com maior impacto na organização são

identificados e devidamente tratados.

Estas funções são desenvolvidas pelo Departamento de Auditoria e Inspeção do Grupo, no

âmbito do seu perímetro de atuação, em ligação direta com a Administração do Banco.

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4. Área Administrativa e Financeira

Esta área tem por função a supervisão e a monitorização das atividades administrativas e

financeiras do Banco, assegurando o fornecimento dos bens e serviços necessários ao seu

funcionamento, bem como providenciando informação de gestão relevante para a

atividade, incluindo a preparação do relatório mensal de atividade, o acompanhamento da

performance financeira do Banco e a produção do relatório anual de gestão. Através da

coordenação de três grandes áreas, intervém diretamente na gestão do financiamento da

atividade, na gestão administrativa e na gestão do património.

A área Administrativa e Financeira, na sua vertente financeira, funciona como supervisora

do funcionamento do Banco, monitorizando as suas atividades de forma transversal e

facultando apoio a todas as áreas, visando os objetivos do Business Plan quantificados nos

orçamentos anuais.

Constitui ponto máximo da área, o acompanhamento permanente de todas as atividades e

operações do Banco, consubstanciado através da produção de reportes e relatórios

periódicos à Administração do Banco, ao Grupo e às Autoridades competentes.

5. Área de Marketing, Organização e Qualidade

Durante o ano de 2016, manteve-se a imagem de marca “Banco Internacional de Cabo

Verde” com associação ao Grupo Novo Banco, em Portugal, mantendo-a idêntica à

desenvolvida em 2015 e mantendo-se o mesmo merchandising e imagem exterior das

Agências.

A consolidação de produtos e serviços manteve-se em 2016, tendo o Banco desenvolvido

melhorias funcionais, com especial relevância para a área Comercial e Operativa,

continuando a beneficiar os clientes, no imediato, de uma elevada qualidade de serviço.

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6. Operativa

A área Operativa é a que se ocupa da parte operacional do Banco na sua plenitude e é a

responsável pelo processo efetivo de abertura de contas, pela gestão de cartões e de

transferências, bem como da produção de contratos de crédito, da constituição de

depósitos a prazo e da emissão de garantias e créditos documentários.

Dentro das atribuições definidas no modelo de gestão do Banco, a Operativa funciona

como backoffice dos balcões, libertando-os de tarefas operacionais, as quais consomem

tempo substancial, mantendo os mesmos exclusivos ao atendimento de clientes. Além

dessas funções, a área se ocupa da execução de ordens de compra e venda de títulos e

gestão da respetiva custódia.

Dentro das novas diretivas do ano, a relação com o exterior perdeu o seu status, tendo sido

diminuído em todos os aspetos. Tanto a quantidade como o volume das operações

decresceu, com exceção da quantidade de transferências internacionais que foram

recebidas.

Operações com o Exterior nos anos de 2016 e 2015

Quantidade Montante Quantidade Montante

Ordens de pagamentos internacionais 4 760 8 041 404 5 002 16 820 372

Emitidas 2 465 5 123 431 2 921 9 211 265

Recebidas 2 295 2 917 972 2 081 7 609 107

Crédito Documentário - - 1 4 340

Importação - - 1 4 340

Exportação - - - -

Garantias Bancárias 5 202 893 16 889 250

Emitidas 5 202 893 16 889 250

Recebidas - - - -

2016 2015

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7. Comercial

A Direcção Comercial é a área responsável pela gestão global da carteira de clientes e

prospeção do mercado. Está dividida em três segmentos, de acordo com o tipo de cliente

em carteira: Particulares (encarregue pela gestão dos clientes particulares private e

afluentes), Empresas (Corporate) e Internacional (responsável pela gestão dos clientes não

residentes, particulares e empresas).

As operações comerciais com clientes (depósitos, levantamentos, compra e venda de

divisas, pagamentos) são asseguradas pelos Caixas e coordenadas pelos Gerentes,

enquanto as operações que requerem uma análise prévia (abertura de conta,

transferências, créditos, constituição de depósito a prazo) estão a cargo das coordenações

comerciais, coadjuvados pelos serviços centrais, na área Operativa.

Esse sistema tem permitido que a área comercial se demarque das funções operacionais e

se ocupe das funções puramente comerciais, dispensando atenção exclusiva às

necessidades do mercado e dos clientes.