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INFRAERO Página 1 RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS DE: Comissão de Licitação PARA: Diretor de Administração da Infraero ASSUNTO: Instrução de Recursos Administrativos - Fase de Julgamento Propostas técnicas REFERENTE: Concorrência nº 006/DALC/SEDE/2012 OBJETO: Contratação de empresa especializada para prestar serviços de consultoria, planejamento e execução de estratégias em Assessoria de Imprensa. RECORRENTES: 1. SABOY COMUNICAÇÃO LTDA; 2. IN PRESS ASSESSORIA LTDA; 3. ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA; 4. AP VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA; 5. FSB COMUNICAÇÃO LTDA; 6. SANTA FÉ IDEIAS LTDA; 7. MÁQUINA DA NOTICIA COMUNICAÇÃO LTDA. RECORRIDAS: (a) SANTAFÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA; (b) SABOY COMUNICAÇÃO LTDA; (c) FSB COMUNICAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO LTDA; (d) AP VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA; (e) CDN COMUNICAÇÃO LTDA; (e) MÁQUINA DA NOTICIA COMUMUNICAÇÃO LTDA. Senhor Diretor, Trata-se de instrução de recurso administrativo interposto pelas licitantes acima relacionadas contra o resultado de julgamento das PROPOSTAS TÉCNICAS, o qual foi publicado no Diário Oficial da União do dia 17/01/2013, Seção 3, pág. 5/6. Delineamos, ao longo deste relatório, o histórico, as argumentações apresentadas pelas RECORRENTES e RECORRIDAS, o posicionamento dos membros técnicos constituídos Joice Ribeiro e Sidrônio Henrique Araújo, bem como, posterior divulgação dos ajustes efetuados nas Notas Técnicas - NT, após interposição dos memoriais recursais preâmbulados, observado as condições esculpidas no instrumento convocatório.

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INFRAERO Página 1

RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS

DE: Comissão de Licitação

PARA: Diretor de Administração da Infraero ASSUNTO: Instrução de Recursos Administrativos - Fase de Julgamento

Propostas técnicas

REFERENTE: Concorrência nº 006/DALC/SEDE/2012 OBJETO: Contratação de empresa especializada para prestar serviços de

consultoria, planejamento e execução de estratégias em

Assessoria de Imprensa.

RECORRENTES:

1. SABOY COMUNICAÇÃO LTDA; 2. IN PRESS ASSESSORIA LTDA; 3. ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA;

4. AP VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA; 5. FSB COMUNICAÇÃO LTDA;

6. SANTA FÉ IDEIAS LTDA; 7. MÁQUINA DA NOTICIA COMUNICAÇÃO LTDA.

RECORRIDAS:

(a) SANTAFÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA; (b) SABOY COMUNICAÇÃO LTDA;

(c) FSB COMUNICAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO LTDA;

(d) AP VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA;

(e) CDN COMUNICAÇÃO LTDA; (e) MÁQUINA DA NOTICIA COMUMUNICAÇÃO LTDA.

Senhor Diretor,

Trata-se de instrução de recurso administrativo

interposto pelas licitantes acima relacionadas contra o resultado de julgamento das PROPOSTAS TÉCNICAS, o qual foi publicado no Diário Oficial da União do

dia 17/01/2013, Seção 3, pág. 5/6. Delineamos, ao longo deste relatório, o histórico, as

argumentações apresentadas pelas RECORRENTES e RECORRIDAS, o posicionamento dos membros técnicos constituídos – Joice Ribeiro e Sidrônio Henrique Araújo, bem como, posterior divulgação dos ajustes efetuados nas Notas Técnicas - NT, após interposição dos memoriais recursais preâmbulados, observado as condições esculpidas no instrumento convocatório.

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1. HISTÓRICO

O Edital da Concorrência em destaque estabeleceu a

necessidade de atendimento dos seguintes requisitos para, na SEGUNDA FASE – PROPOSTA TÉCNICA -, auferir pontuação, entre outros:

[...]

6.4 O INVÓLUCRO II deverá conter todos os elementos a seguir relacionados:

[...] b) apresentar o Quesito nº 01 - PLANO DE COMUNICAÇÃO com diagnóstico e soluções

específicos para a INFRAERO, contendo os seguintes subquesitos;

b.1) SUBQUESITO 1: DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO - caberá à licitante, no atendimento desse subquesito:

b.1.1) Demonstrar a compreensão do papel institucional da INFRAERO,

sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade.

b.1.2) Demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a

INFRAERO na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas.

b.1.3) Demonstrar capacidade de avaliação de experiências similares e de

aproveitamento desses exemplos para o plano de comunicação em discussão.

b.1.4) Demonstrar a compreensão da relação da INFRAERO com seus

diversos públicos-alvo.

b.2 SUBQUESITO 2: ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO - caberá à licitante, no atendimento desse subquesito:

b.2.1 Frente ao diagnóstico realizado, apresentar soluções de

comunicação e arquitetura de mobilização dos diferentes atores envolvidos para a maximização da exposição da INFRAERO no alcance de seus objetivos nessa fase. O trabalho deverá explicitar e fazer uso do rol de ferramentas da moderna comunicação e de relações públicas.

b.2.2 Serão avaliadas a acuidade na compreensão e a pertinência das

soluções propostas a partir dos critérios: b.2.3 Entendimento do problema apresentado no briefing e da

característica da INFRAERO e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo.

b.2.4 Riqueza e alcance do plano estratégico no âmbito nacional, bem

como a efetividade do planejamento de assessoria de imprensa e de relações públicas face aos objetivos fixados;

b.2.5 Estratégias para mobilização dos atores envolvidos no processo e

sua relação com a INFRAERO.

c) apresentar o Quesito nº 02 - CAPACIDADE DE ATENDIMENTO detalhando a estrutura de atendimento que será colocada à disposição da INFRAERO para atendimento do objeto em disputa por meio de sua sede, filiais e sucursais;

c.1) serão avaliados o processo, a prontidão e a estrutura de atendimento para a

demanda formulada; c.2) as licitantes deverão apresentar declaração na qual demonstrem a estrutura

de atendimento que será colocada à disposição da INFRAERO.

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d) apresentar o Quesito nº 03 - RELATOS DE TRABALHO de campanha de relações públicas e/ou de assessoria de imprensa;

d.1) serão avaliados dois relatos de campanhas de relações públicas e/ou

assessoria de imprensa realizados para clientes, pessoa física ou jurídica, devidamente referendados com a assinatura do cliente em questão ou responsável à época da realização da ação.

d.1.1) será avaliada a validade do referendo dado pelo cliente ou

responsável à época. A Comissão de Licitação nos termos deste Edital.

d.1.2 será avaliada a lógica da exposição do trabalho apresentado. d.1.3 será avaliada a consistência entre a causa e o efeito das ações

apresentadas. d.1.4 será avaliada a relevância dos resultados apresentados.

e) apresentar o Quesito nº 04 - ANÁLISE DE MÍDIA sobre a exposição de mídia da

INFRAERO, no período de 01/07/2011 a 31/12/2011;

e.1) será avaliada a relevância dos temas selecionados e sua análise, bem como a identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado.

6.5 As licitantes deverão observar as orientações contidas no Projeto Básico para atendimento dos

quesitos descritos nas alíneas “b”, “c”, “d” e “e” do subitem 6.4 deste Edital; 6.6 A avaliação e a pontuação serão realizadas através da análise da proposta técnica de modo a

permitir que seja verificado o atendimento às condições, especificações e quesitos de pontuação contidos no Projeto Básico;

6.7 A pontuação técnica será julgada com base nos critérios estabelecidos no item 9 deste Edital; 6.8 A licitante deverá demonstrar na Proposta Técnica informações de serviços de natureza e

escopo similares ao objeto do Projeto Básico, relacionados à sua capacitação e experiência; 6.9 A Proposta Técnica apresentada será formada de 4 (quatro) quesitos e deverá atender às

exigências do projeto básico, sob pena de desclassificação;

6.9.1 Os textos deverão ser apresentados nos seguintes formatos:

Papel A4; Título corpo 14 e texto corpo 12; Fonte times new roman; Margem 2,5 cm; Entrelinha simples; Máximo de Páginas por parâmetro: Quesito 1 – Plano de Comunicação: até 40 (quarenta) páginas; Quesito 2 – Capacidade de Atendimento: não há limite de páginas; Quesito 3 – RELATOS DE TRABALHO: até 10 (dez) páginas para cada relato; Quesito 4 – Análise de Mídia: até 40 (quarenta) páginas.

6.9.2 A análise editorial deverá selecionar publicações nacionais, entre jornais, revistas e

material publicado por agencias de notícia que sejam consideradas relevantes para a INFRAERO.

6.9.3 A INFRAERO não fornecerá o clipping para as análises.”

[...]

9. DA ABERTURA E DO JULGAMENTO DA PROPOSTA TÉCNICA

[...] 9.5 A pontuação da Proposta Técnica será efetuada conforme disposições a seguir, limitada a 100

(cem) pontos:

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Quesito 1 - Plano de Comunicação Nota Atribuída

Subquesito 1: Diagnóstico da Situação Não Atende Atende

Parcialmente Atende

a) Demonstrar a compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade

0 ponto 4 pontos 8 pontos

b) Demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas

0 ponto 3 pontos 6 pontos

c) Demonstrar capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação em discussão

0 ponto 3 pontos 6 pontos

d) Demonstrar a compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo

0 ponto 5 pontos 10 pontos

Subquesito 2: Estratégia de Comunicação Não Atende Atende

Parcialmente Atende

a) Entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo

0 ponto 5 pontos 10 pontos

b) Riqueza e alcance do plano estratégico no âmbito nacional, bem como a efetividade do planejamento de assessoria de imprensa face aos objetivos fixados

0 ponto 5 pontos 10 pontos

c) Estratégias para mobilização dos atores envolvidos no processo e sua relação com a Infraero

0 ponto 5 pontos 10 pontos

PONTUAÇÃO MÁXIMA NO QUESITO 1 = 60 pontos

Quesito 2 – Capacidade de Atendimento Nota Atribuída

Itens A Serem Avaliados Não Atende Atende

Parcialmente Atende

a) Metodologia e estrutura de atendimento que serão colocados à disposição da INFRAERO.

0 ponto 5 pontos 10 pontos

PONTUAÇÃO MÁXIMA NO QUESITO 2. 10 pontos

Quesito 3 – Relatos de Trabalho Nota Atribuída

Subquesito 1: Diagnóstico da Situação Não Atende Atende

Parcialmente Atende

Relato 1

a) Lógica da exposição 0 ponto 1 pontos 3 pontos

b) Consistência das relações de causa e efeito entre problema e solução

0 ponto 1 pontos 3 pontos

c) Relevância dos resultados apresentados 0 ponto 2 pontos 4 pontos

Pontuação Máxima No Relato 1 = 10 Pontos

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Relato 2

a) Lógica da exposição 0 ponto 1 pontos 3 pontos

b) Consistência das relações de causa e efeito entre problema e solução

0 ponto 1 pontos 3 pontos

c) Relevância dos resultados apresentados 0 ponto 2 pontos 4 pontos

Pontuação Máxima No Relato 2 = 10 Pontos

Pontuação Máxima Do Relato 1 + Relato 2 = 20 Pontos

Pontuação Máxima No Quesito 3 = 20 Pontos

Quesito 4 – Análise de Mídia Nota Atribuída

Itens a Serem Avaliados Não Atende Atende

Parcialmente Atende

Relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição

0 ponto 5 pontos 10 pontos

Pontuação Máxima No Quesito 4

10 on1tos

[...]

Assim, a Comissão de Licitação de acordo com essas

premissas, e consubstanciada em parecer exarado pelos profissionais indicados pela área técnica requisitante, cujo míster é a responsabilidade pela análise da

documentação apresentada pelas participantes - PROPOSTA TÉCNICA, divulgou [Diário Oficial da União - DOU do dia 17/01/2013, Seção 3, pág. 5/6] as Notas Técnicas – NT das licitantes, bem como, disponibilizou, no site de licitações

da INFRAERO, no endereço, http://www.infraero.gov.br/portal_licitacao/, o PARECER TÉCNICO, insertos às fls. 468/503 dos autos do procedimento

licitatório.

2. DOS RECURSOS INTERPOSTOS PELAS PARTICIPANTES

2.1 SABOY COMUNICAÇÃO LTDA (resumidamente)

A recorrente inicia seus argumentos, conforme

transcritos abaixo, contestando os quesitos nos quais aos quais, em seu entendimento, foram atribuídos nota intermediária.

“(...) Quesito 1 – Subquesito 1 – item b

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Demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas O Parecer Técnico aponta que a proposta ateve-se “basicamente ao crescimento econômico brasileiro e a realização da Copa de 2014 como oportunidades da Infraero na mídia” (folha 7/11 do Parecer Técnico). Esse juízo surpreende e revela uma grande omissão em relação à proposta apresentada. A abordagem adotada pela S/A Comunicação traça um amplo panorama das mudanças registradas no país e que impactaram diretamente a atuação da Infraero, quais sejam: (a) uma forte inclusão social, tendo como resultado a formação de um novo contingente de consumidores de transporte aéreo, especialmente na classe C; (b) as diferenças de perfil entre os passageiros habituais e os novos usuários analisando as suas consequências para o processo de comunicação e para as oportunidades de mídia que se abrem para a empresa; (c) mudança na distribuição geográfica da produção, ampliando a necessidade/demanda por transporte; (d) a ampliação do turismo interno e estrangeiro, fortalecendo a regionalização da atividade da empresa. Assim, as oportunidades para a Infraero na mídia, em nossa avaliação, vão muito além da resposta igualmente necessária às oportunidades decorrentes do crescimento econômico (aumento do número de passageiros e da carga transportada) e da realização da Copa do Mundo, espaços importantes e promissores de inserção positiva da empresa na mídia. Desse modo nossa análise indica as seguintes recomendações: melhor aproveitar a agenda positiva do desenvolvimento brasileiro, incluindo a Infraero em uma cobertura amplamente divulgada pelos meios de comunicação; fortalecer o diálogo regionalizado com a mídia, consolidando o nome da empresa e dando visibilidade à sua atuação em todos os estados brasileiros onde ela já está presente; estabelecer relacionamento com a imprensa internacional, atendendo à forte expectativa/demanda por informações sobre o Brasil no exterior; entre outras orientações estratégicas claramente expressas nos trechos destacados a seguir: 1. “(...) Os fluxos de passageiros transportados pelos aeroportos da Infraero refletem o novo mapa da produção econômica do País. O interior aumentou a sua participação relativa na economia brasileira e essa expansão é inexorável. A empresa precisa incorporar essa tendência a seu planejamento, por que a demanda por infraestrutura aeroportuária e seus serviços nas cidades do interior será cada vez maior” (pg. 12);

2. “(...) Iniciativas que são desenvolvidas pelo Ministério do Turismo, no âmbito do Plano Nacional de Turismo, como os programas para a regionalização do setor, que define as regiões turísticas como estratégicas para fins de planejamento e gestão, precisam ser consideradas na estratégia da Infraero. Além de seu impacto potencial sobre o volume de passageiros transportados e sobre os destinos que serão mais demandados, essas iniciativas reforçam a necessidade de que seja adotado um foco regional no plano de comunicação da empresa” (pg.12);

3. “(...) A realização da Copa do Mundo em 12 cidades-sede é outro destaque. A comunicação da Infraero deve levar em conta esse desenho das metrópoles, estabelecendo um novo relacionamento com as mídias regionais, muitas ainda imunes ao viés crítico e, algumas vezes, desinformado das publicações de âmbito nacional.” (pg.13);

4. “(...) Esses novos grupos de usuários são ávidos por informação. O relacionamento da empresa com as mídias especializadas/regionalizadas e focadas deve ser intenso para suprir essa nova demanda e prover orientação adequada” (pg.13);

5. “(...) O momento pede também a abertura de diálogo maior com a imprensa estrangeira, estreitando o relacionamento não apenas com os correspondentes no Brasil, mas também com o corpo diretivo das publicações no exterior” (pgs. 13 e 14); Os aspectos táticos de tais recomendações foram detalhados no tópico que trata do plano de comunicação, onde são expostas as premissas, iniciativas, ferramentas necessárias e meios a serem trabalhados para a execução da nova política de comunicação, com vistas ao atendimento do objetivo de reposicionar a imagem da Infraero. Abrangente, o plano inclui até mesmo a proposta de um novo organograma para o assessoramento em comunicação à Infraero, contemplando aspectos operacionais de grande importância para a implantação da política de comunicação preparada pela S/A Comunicação, como claramente expresso nos exemplos relacionados a seguir, que a despeito da importância formam apenas parte do conjunto de iniciativas propostas no projeto: 1. “Imprensa nacional e regional – Ampliar a interlocução da Infraero com os órgãos de imprensa e difusão de informação em todos os meios e formatos (jornais, revistas, revistas especializadas em aviação e infraestrutura, emissoras de televisão e rádio, agências de notícia, blogs e portais na internet). Ênfase especial aos veículos regionais das 12 cidades-sede da Copa, adotando postura proativa, independente do recebimento de demandas/pautas por jornalistas. Dar ênfase aos comunicadores de rádio e programas de televisão, não apenas os noticiosos, mas também os de debate. o Criar, produzir e expedir, com periodicidade semanal, o “Diário da Infraero”: boletim com formato jornalístico para a prestação de contas sobre as iniciativas e resultados da empresa na preparação do setor aéreo para a Copa do Mundo de 2014;

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o Produzir e expedir informativos – press releases, boletins, apresentações etc – não apenas para prestar contas, mas também destacar ações e resultados específicos que possam interessar à mídia;

o Identificar casos/personagens interessantes que humanizem a percepção em torno das iniciativas da Infraero para a preparação do setor aéreo para a Copa do Mundo de 2014;

o Organizar encontros mensais com jornalistas, inclusive os setorizados, para atualizar a informação sobre a empresa e colher retorno acerca da percepção de tais profissionais sobre o desempenho da Infraero. Recomenda-se que tal iniciativa seja permanente, com cronograma previsível, como acontece com a divulgação de dados de outros órgãos do governo federal;

o Organizar encontros com dirigentes das redações e/ou visitas aos veículos de comunicação de maior importância/audiência (chefes de sucursal, coordenadores, editores, editorialistas e primeiros escalões nas “sedes”), para atualizar a informação sobre a empresa e colher retorno acerca da percepção de tais profissionais sobre o desempenho da Infraero.

o Organizar encontros mensais de dirigentes da Infraero com a imprensa regional, com ênfase para os veículos de comunicação das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Tais eventos devem ser feitos in loco, de modo a favorecer o trabalho das assessorias de imprensa regionais da empresa, prestigiar os profissionais da imprensa e estreitar os laços da Infraero com essas comunidades. 2. Imprensa internacional – na aproximação e manejo da imprensa internacional, a S/A Comunicação colocará à disposição da Infraero o apoio e a experiência da Kreab & Gavin Anderson, uma das mais importantes empresas europeias no segmento de comunicação, que representa o Brasil. A ideia é ampliar a interlocução da Infraero com correspondentes dos jornais e revistas, assim como dos profissionais vinculados às agências internacionais de notícias estrangeiras lotados no Brasil, bem como aproveitar e organizar viagens e outros formatos de interação (chats, videoconferências etc) internacionais de dirigentes/porta-vozes da empresa para ampliar sua presença e interlocução com a imprensa internacional. Esse segmento exige, ainda, o uso de ferramentas apropriadas para garantir o acesso à informação qualificada, nos idiomas adequados, de modo a oferecer as condições para o acompanhamento do setor aéreo no Brasil a despeito das distâncias: o Verter para os idiomas inglês, francês e espanhol, e transformar o “Diário da Infraero” em “Infraero News” e similares para ser encaminhado à imprensa internacional;

o Produzir e expedir informativos com outra formatação – press releases, boletins, apresentações, etc.; nos idiomas recomendados, não apenas para prestar contas, mas também destacar ações e resultados específicos que possam interessar à mídia internacional;

o Verter para os idiomas recomendados conteúdos divulgados no portal da Infraero, de modo a facilitar o acesso de profissionais da imprensa internacional á informação sobre a empresa e suas atividades na preparação do setor aéreo para a Copa do Mundo de 2014. Esse conteúdo pode ser apropriado em um site específico com essa finalidade;

o Organizar encontros quinzenais de dirigentes/porta-vozes da Infraero com correspondentes e profissionais da imprensa internacional lotados no Brasil. 3. Gerência de Relações Públicas Fomentar e facilitar o relacionamento da Infraero com formadores de opinião, na busca de credibilização do trabalho do órgão. Esse é um público sensível que exige tratamento focado. Exemplo: consultorias da área de economia cujo foco do trabalho é a preparação de análises setoriais. Material especializado fornecido pela Infraero e um relacionamento próximo tendem a diminuir potenciais ruídos e esvaziar percepções negativas. Estabelecer uma agenda parlamentar proativa, que independa de convites, convocações e resposta a requerimentos para a prestação de contas e articulação de temas de interesse da Infraero em tramitação no Congresso Nacional. Cabe visitar os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, as comissões temáticas permanentes e sazonais de interesse para o setor aéreo, líderes de bancadas e integrantes das bancadas dos estados que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014. A abordagem ao parlamento deve aproveitar, ainda, a extensa rede de meios de comunicação do Legislativo, no âmbito da Câmara e Senado. Estabelecer interlocução institucional com o Tribunal de Contas da União e seus congêneres nos Estados; idem com o Ministério Público Federal; os tribunais superiores, assim como outras instâncias de fiscalização e acompanhamento da administração pública (sites como Contas Abertas etc), de modo a oferecer informação rotineira acerca das iniciativas, desempenho e resultados da Infraero na preparação do setor aéreo para a Copa do Mundo de 2014. o Organizar encontros pessoais dos porta-vozes com o público dos segmentos de interesse;

o Organizar seminários e workshops;

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o Organizar encontros pessoais dos porta-vozes com formadores de opinião com espaço na imprensa e trânsito nos meios mais qualificados – parlamentares, economistas-chefe/controladores de empresas de consultoria, pesquisadores/membros da Academia;

o Facilitar o relacionamento da Infraero nos segmentos/pautas de interesse: transporte aéreo e infraestrutura;

o Identificar temas e trabalhar agenda positiva para dar visibilidade às ações e desempenho da Infraero, especialmente na execução das obras integrantes dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.”. O exame atento da proposta também não permite depreender “confusão” ou “compreensão parcial” na percepção dos papéis da Infraero e da Secretaria de Aviação Civil (SAC) (folha 7/11 do Parecer Técnico), na medida em que o que se destaca é o acréscimo de atribuições à Infraero, que passa a ter papel importante no processo de execução de obras e serviços associados à modernização do setor aéreo nacional. Essa atribuição é inegável e tem sido foco de parte da abordagem da imprensa no acompanhamento das atividades e desempenho da empresa. A correta percepção das atribuições de cada ente também está claramente exposta no ponto da proposta que trata dos desafios da Infraero e a articulação com seus pares (pg. 28) – “(...) A despeito da magnitude de suas responsabilidades, da intensa visibilidade de sua atuação, e dos questionamentos a que se vê constantemente exposta, a Infraero não opera sozinha, ou de modo isolado, na gestão do transporte aéreo nacional. Ao contrário: mais antigo dos órgãos governamentais atuando no setor, a estatal está hoje incluída em um arcabouço institucional que mereceu reforço e é comandado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), órgão vinculado à Presidência da República responsável pela articulação e gestão governamental do transporte aéreo – junto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), braço regulador, a Infraero é o braço operacional da Secretaria. Na prática, a SAC formula a política e emana as diretrizes para o transporte aéreo nacional; a Anac normatiza e oferece amparo legal/segurança jurídica para o setor e a Infraero, além de administrar diretamente os terminais e aeroportos, executa obras e serviços para que a política do governo para o setor saia do papel. Nesse escalão, são suas as responsabilidades mais diretas, e executivas, para o bom funcionamento dos aeroportos e a garantia da boa prestação de serviços aos diversos segmentos usuários.”. Assim, ao contrário do afirmado no Parecer Técnico, a proposta apresentada pela S/A Comunicação aborda de modo amplo e aprofundado o relacionamento da Infraero com os demais órgãos do setor aéreo, especialmente a SAC e a Anac, e mesmo do governo federal como um todo, especialmente o grupo interministerial e multidisciplinar que recebeu a delegação de conduzir os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 nos mais diferentes setores. Quesito 1- Subquesito 1 – item d Demonstrar a compreensão da relação da Infraero com seus diverso públicos-alvo O Parecer Técnico reconhece que a proposta relacionou vários atores do setor aéreo brasileiro, mas “não citou as interfaces da Infraero com outros órgãos do setor aéreo brasileiro, como a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além de não citar “um dos principais públicos-alvo da Infraero, as empresas aéreas” (folha 13/11). Ora, como foi devidamente demonstrado na análise do item anterior desse documento, a nossa proposta revela pleno conhecimento das interfaces da Infraero com os outros órgãos do setor e da importância dessa relação para a atuação da empresa, deixando claro que o processo de comunicação com essas instâncias é vital para a Infraero. Essa dimensão é claramente explicitada no trecho a seguir destacado da proposta, no enunciado que trata do item em discussão, abordando os públicos de interface que integram o poder executivo federal: 1. “(...) Os órgãos públicos dedicados à Copa do Mundo de 2014 – especialmente a Presidência da República e os Ministérios e demais órgãos integrantes do GECOPA 2014 – assim como outros órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público formam segmento importante na escala de públicos de interface com a Infraero e devem ser abastecidos de modo regular, com informação atualizada e detalhada, por intermédio de canais de comunicação apropriados” (pg. 25). Esse público-alvo, não por acaso, é aquele que aparece como o primeiro destacado em nossa análise. Pareceu-nos, redundante e desnecessário, explicitar os órgãos governamentais que integram o GECOPA 2014, ademais tendo em vista a restrição existente sobre o número total de páginas que deveria compor a proposta técnica. Igualmente, entendemos ter tratado devidamente das empresas aéreas na nossa proposta, identificando a sua decisiva participação na configuração do negócio da Infraero, por exemplo quando mencionamos o impacto de suas políticas de preços para a expansão do volume de passageiros transportados através da infraestrutura da empresa. No item específico, que trata dos públicos-alvo, destacamos o seguinte trecho: “(...)o ramo empresarial é um importante segmento entre os públicos-alvo da empresa”. (pg. 26). Quesito 1- Subquesito 2 – item 1

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Entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo O Parecer Técnico indica que a proposta não teria percebido a atuação da empresa em todo o território nacional. (folha 16 do Parecer Técnico). Inicialmente, um ponto acompanhado de alguma perplexidade: como tivemos compreensão parcial do briefing e fomos capazes de produzir um plano estratégico e um planejamento de comunicação para os quais foram atribuídas as notas máximas? Surpreende ademais que os membros técnicos da comissão não tenham considerado a importância dada pela S/A Comunicação à regionalização da comunicação da Infraero. Esse aspecto está presente em diversos pontos da proposta técnica, sustentado pela percepção claramente exposta no projeto de que a empresa precisa aproxima-se do usuários dos serviços de transporte “na ponta”, criando e aproveitando oportunidades na mídia regional, como destacado nos trechos a seguir: 1. “Alcance e dimensão: Espaço regional, nacional e internacional – todas as dimensões são importantes e devem ser acionadas. Explorar melhor o atendimento aos veículos regionais (mercado prioritários/cidades-sede da Copa), criando canais efetivos de diálogos nesse universo. Comunicadores de rádio são profissionais de grande atuação nos mercados mais distantes, funcionando no geral melhor – para a massificação das mensagens – do que as redações das mídias impressas. É igualmente necessário estreitar o contato com correspondentes de publicações estrangeiras no Brasil – e com suas sedes no exterior – considerando os megaeventos esportivos. Uma boa prática é sistematizar esses encontros e criar produtos específicos para o atendimento a esses profissionais. A mídia de âmbito nacional mantém-se como carro-chefe desse processo pelo alcance das publicações e importância de seus jornalistas, formadores de opinião; (pg.32)

2. (...)Redimensionar o atendimento à mídia, explorando melhor o alcance de veículos regionais (mercado prioritários/cidades-sede da Copa), além do nacional. Criar rede de parceiros: identificação de jornalistas mais afinados com os temas da Infraero; (pg.35)

3. (...) A orientação emanada e executada pela equipe da sede deve ser difundida às representações da Infraero nos Estados, de modo a esvaziar ruídos de comunicação e o desalinhamento de conceitos e estratégias, assim como favorecer e fomentar maior coesão na comunicação e percepção das ações e resultados da empresa. O novo desenho considera que definir identidade, posicionamento e bandeiras da Infraero, para priorizar mensagens institucionais, exigirá maior interação entre a área de Comunicação Social e a de Publicidade. (pg. 37)

4. (...) Imprensa nacional e regional – Ampliar a interlocução da Infraero com os órgãos de imprensa e difusão de informação em todos os meios e formatos (jornais, revistas, revistas especializadas em aviação e infraestrutura, emissoras de televisão e rádio, agências de notícia, blogs e portais na internet). Ênfase especial aos veículos regionais das 12 cidades-sede da Copa, adotando postura proativa, independente do recebimento de demandas/pautas por jornalistas. Dar ênfase aos comunicadores de rádio e programas de televisão, não apenas os noticiosos, mas também os de debate.

a. (...)Organizar encontros mensais de dirigentes da Infraero com a imprensa regional, com ênfase para os veículos de comunicação das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Tais eventos devem ser feitos in loco, de modo a favorecer o trabalho das assessorias de imprensa regionais da empresa, prestigiar os profissionais da imprensa e estreitar os laços da Infraero com essas comunidades.”. (pg. 37)

Conclui seu recurso, demandando o provimento de

suas argumentações com a consequente revisão das notas atribuídas a sua proposta técnica.

2.2 FSB COMUNICAÇÃO E PLANELAMENTO ESTRATÉGICO LTDA (em

síntese)

A recursante questiona em sua peça a pontuação

atribuída as licitantes SANTA FÉ COMUNICAÇÃO LTDA e AP VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA, conforme os tópicos 1 e 2 a seguir transcritos:

1. SANTAFÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA.

(...)

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a. QUESITO 04 – ANÁLISE DE MÍDIA No que concerne ao Quesito nº 04 – Análise de Mídia, a recorrida extrapolou os limites impostos pelo edital e não foi adequadamente punida por isso. A análise de mídia apresentada pela empresa Santafé Ideias e Comunicação LTDA contraria o escopo definido pela comissão de licitação da Infraero, que solicitou uma analise de mídia com base na leitura dos principais veículos impressos de abrangência nacional. Essa orientação foi reforçada no documento de ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS Nº 003/LCIC/2012, emitido pela comissão na data de 23/11/2012. Em resposta à 31ª pergunta (Quais são os veículos impressos de abrangência nacional a serem considerados?), a comissão emitiu a seguinte resposta: “Revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital. Jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo”. Dessa forma, ao incluir no escopo de sua análise de mídia os veículos de mídia online e jornais impressos que não faziam parte da relação definida pela Infraero, tais como Correio Braziliense, Valor Econômico, Brasil Econômico, Revista Exame, Revista Istoé Dinheiro, a Santafé descumpriu claramente a orientação e os limites impostos pela INFRAERO. Por oportuno, vale ressaltar que o esclarecimento quanto aos veículos que deveriam integrar a análise mídia foi ratificado no mesmo documento (perguntas nº 36 e nº 38). Da mesma forma, no documento de ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS Nº 004/LCIC/2012, em resposta às perguntas de nº 41 e 43, a comissão novamente estabelece que a análise de mídia deveria tomar por base os veículos impressos de abrangência nacional. Ou seja, não havia dúvidas para qualquer participante sobre a abrangência e os limites estabelecidos para o trabalho a ser desenvolvido em relação ao quesito nº 04. Apesar disso, a empresa SANTAFÉ foi além e buscou auferir vantagens ao incluir em sua análise veículos que não integravam o rol estabelecido pelo órgão licitante. E conseguiu, posto que obteve pontuação máxima no quesito. Ao delimitar o campo de atuação das empresas em relação ao quesito, buscou a I. Comissão de Licitação assegurar condições isonômicas para a disputa. Ao extrapolar esse limite e auferir vantagens, a proposta da recorrida deve ser desclassificada, conforme comando do item 9.6, “a” do edital, verbis:

“9.6 A COMISSÃO DESCLASSIFICARÁ A PROPOSTA TÉCNICA que: a) Deixar de apresentar qualquer um dos documentos exigidos, ou apresenta-los em desacordo com qualquer exigência do Edital e seus Anexos;” (...) a. QUESITO 01 - SUBQUESITO 02 – ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO: O item 6.4, b.2.5 estabeleceu os parâmetros para formatação da proposta técnica no que diz respeito à estratégia para mobilização dos atores envolvidos no processo e sua relação com a INFRAERO. Pois bem, ao elaborar sua proposta a empresa SANTAFÉ IDÉIAS ignorou públicos de grande importância para a Infraero, tais como o público interno e os influenciadores do ambiente digital. Erro que compromete a eficácia da estratégia de comunicação, mormente em razão da relevância destes dois públicos os objetivos estratégicos almejados. O desconhecimento ou o esquecimento, por si só, implica na obrigação de a Comissão Técnica reduzir a nota atribuída à proponente para, no mínimo, atende parcialmente. O que se espera. Posto isto, aguarda a recorrente a redução da nota atribuída à proposta da recorrente no quesito 01, subquesito 02, “c”, estratégia de comunicação. b. QUESITO 02 – CAPACIDADE DE ATENDIMENTO Extrai-se do julgamento prolatado contradição que precisa ser esclarecida pela comissão ou revisão do julgado, conforme o caso. Vejamos. No anexo I divulgado a empresa SANTAFÉ aparece com pontuação 0 (zero) no quesito 02 enquanto recebe nota 05 no Parecer Técnico. Vejamos o anexo I divulgado:

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Entretanto, simples leitura dos fundamentos esposados pela comissão técnica e apresentados em seu parecer é suficiente para se concluir pela necessidade de DESCLASSIFICAÇÃO da proposta da empresa SANTAFÉ por não atender o exigido para o quesito 2, o que se aguarda.

Persistindo a pontuação 0 (zero) no quesito 2, por força do disposto no item 9.6, “d” do edital deverá a proposta ser DESCLASSIFICADA.”

2. AP VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA.

a. QUESITO 01 – SUBQUESITO 02 – ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

“Ao parametrizar os critérios para julgamento das propostas, o item 9.5 estabeleceu, para o Quesito 1, subquesito 2, “b”, o seguinte: “b) Riqueza e alcance do plano estratégico no âmbito nacional, bem como a efetividade do planejamento de assessoria de imprensa face aos objetivos fixados.” (g.n) Note-se que o edital é de clareza meridiana ao estabelecer o planejamento de assessoria de imprensa como foco a ser observado pelas proponentes. A empresa AP Vídeo Comunicação embaralhou conceitos e segmentos diversos da comunicação como se fossem um só universo, ferindo o princípio da isonomia na medida em que obteve pontuação por propostas de ações, estranhas ao contrato a ser firmado com a vencedora do certame. A proposta apresentada pela AP Vídeo Comunicação contém elementos de caráter publicitário, o que contraria as recomendações expressas no edital. Dentre os erros da proposta que acabaram relevados pela comissão técnica, destacamos a proposta de criação e adoção de logomarca para “identificar a gestão da Infraero na Gestão das Obras das Cidades-Sede”. Outro erro é a proposta de produção de filme como mote para uma “ampla campanha institucional, usando tanto verbas oficiais quanto espaços gratuitos disponíveis e não utilizados”. Além disso, também fogem do escopo do plano de comunicação solicitado as propostas de criação de agendas de relacionamento institucional com parlamentares e com o Tribunal de Contas da União, tarefas que não são características da comunicação. Apesar de sugerir a criação de uma Central de Monitoramento de Riscos, a licitante não apresenta nenhuma ação de gerenciamento de crises. Fala apenas em “propor ações em casos de situações potencialmente críticas”, sem deixar claro como pretende agir a partir da identificação de situações que possam colocar em risco a imagem da Infraero. A ausência de ações de gerenciamento de crise contraria claramente a orientação do briefing apresentado pela Infraero. No item OBJETO DA DEMANDA, a Infraero informa que as licitantes devem, entre outras obrigações, “traçar análise de riscos e propor ações de prevenção e gestão de possíveis crises”. (...)”

Finaliza requerendo a desclassificação das licitantes

SANTA FÉ IDEIAS E COMUNICAÇÃO LTDA e AP VÍDEO COMUNICAÇÃO LTDA, pelas razões acima expostas.

2.2.1 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA SANTA FÉ IDEIAS E

COMUNICAÇÃO LTDA – em breve resumo

Afirma que mesmo a licitante FSB ter recebido nota

máxima em todos a mesma apresentou recurso contestando o parecer da Comissão por não ter punido a recorrida Santafé, pela mesma ter extrapolado os

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limites impostos pelo edital, buscando auferir vantagens, ao incluir em sua analise, veículos que não integravam o rol estabelecido no edital.

Quanto ao pedido de desclassificação de sua proposta, feito pela licitante RECORRENTE, FSB, a mesma apresenta os

argumentos a seguir transcritos:

“Como a FSB, da mesma forma que a Máquina da Notícia o fez, aponta a vantagem indevida da qual a Santafé teria usufruído na avaliação do Quesito 4, sentimo-nos forçados a utilizar um argumento a que, por óbvio, não quisemos recorrer até agora: caso a Santafé tivesse auferido vantagem indevida e, consequentemente, tivesse deixado os demais licitantes em posição desvantajosa, teria sido a única a receber nota máxima no quesito. No entanto, dos nove concorrentes habilitados, seis receberam nota máxima na Análise de Mídia. Entre eles, a CDN Comunicação Corporativa e a In Press Assessoria de Comunicação, que também não se restringiram aos veículos listados no Esclarecimento de Dúvidas nº 3 de 23/11/2012. A “exigência editalícia” a que se refere a FSB é expressa nos seguintes termos: “A análise editorial deverá selecionar publicações nacionais, entre jornais, revistas e material publicado por agências de notícia que sejam consideradas relevantes para a Infraero.” (Edital, item 6.9.2 e Projeto Básico, pag. 221)”

No entendimento da licitante recorrida, o

Esclarecimento de Dúvidas nº 3 de 23/11/2012, não modificou as regras do edital, pois se houvesse a Comissão de Licitação estaria obrigada a reabria o

prazo para entrega das propostas, ou que houve, foi apenas a elucidação de cláusula já constante no Edital, assim entende a recorrida.

“No Esclarecimento de Dúvidas nº 4, de 29/11/2012, a Comissão de Licitação deixa claro que o adiamento do prazo de entrega para 11/12/2012, constante da Retificação incluída na 2ª parte do Esclarecimento nº 3, não tem ligação com a “mudança dos veículos” a serem incluídos na Análise de Mídia – o que reafirma a posição já assumida de que não houve alteração do Edital, mas uma elucidação de cláusula já prevista.”

Quanto a outra alegação da recorrente FSB de que a

Santafé (recorrida), cometeu “erro que compromete a eficácia da Estratégia de

Comunicação” apresentada pela recorrida, esta, declara que:

“Quanto à essência do “erro que compromete a eficácia da Estratégia de Comunicação”, constatamos não só uma leitura superficial da proposta da Santafé Ideias como um desconhecimento das exigências do Edital para a Estratégia de Comunicação.”

Cita os quesitos 1 do “Plano de Comunicação -

Diagnostico da Situação” e o quesito 2, para afirmar o tipo de Estratégia de Comunicação que se pede do trabalho de uma Assessoria de Imprensa.

A recorrida combate também a acusação da licitante

FSB, de que a Santafé, na Estratégia de Comunicação teria ignorado o publico “influenciadores do ambiente digital”, ao afirmar que a FSB, ateve-se somente a palavras e não aos conceitos.

Ainda em sua defesa, a recorrida Santa fé

argumenta o que se segue:

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“4. Na ânsia de alijar a Santafé Ideias do presente certame, a FSB aponta o que seria uma “contradição” do julgamento, “a ser esclarecida pela Comissão ou revisão do julgado” (sic). O Parecer Técnico traz, na pag 29/11, item 4.1, a “Nota das propostas técnicas das licitantes”. Nessa tabela, Santafé Ideias recebe 5 no Quesito 2, “Capacidade de Atendimento”. Nas planilhas anexas ao documento, que detalham as notas por subquesitos e itens, houve um evidente erro de digitação, e lançou-se nota zero para a Santafé nesse Quesito, o que desclassificaria sua Proposta Técnica como um todo.

A Santafé Ideias é uma empresa que atua há 20 anos no mercado. Escapa de qualquer razoabilidade imaginar que uma empresa que atende a clientes de grande porte possa receber nota zero em sua Capacidade de Atendimento. Se a FSB tivesse tido o cuidado de ler o Parecer Técnico da Comissão sobre esse quesito, constataria, facilmente, que a Recorrida recebeu nota 5: “A licitante relacionada apresentou, de forma parcial, metodologia e estrutura de atendimento que será colocado à disposição da Infraero, incluindo resumo das ações estratégicas a serem adotadas, obtendo pontuação 05 (cinco) neste quesito”. (Parecer Técnico, folha 25/11)”

Afirma que em seu recurso, requereu a Comissão de

Licitação a revisão nota na qual obteve pontuação zero.

2.2.2 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA AP VÍDEO COMUNICAÇÃO LTDA – em breve síntese

A recorrida apresenta contrarrazoes combatendo os

argumentos de recursos apresentados pela recorrente, conforme transcritos a

seguir:

“(...) 4. Uma empresa especializada tem a obrigação, por exemplo, de apontar que uma ação de imprensa será insuficiente enquanto não existir, paralelamente, uma campanha interna para reduzir a insatisfação dos funcionários, ou de relacionamento institucional com autoridades do Estado, ou ainda uma ação de comunicação institucional de prestação de contas. Segue o princípio de que a Administração Pública deve sempre buscar a melhor proposta, com qualidade e economicidade. 5. Portanto, não há nenhum desrespeito ao edital, até mesmo porque as recomendações expressas não se constituem no cerne da proposta e demonstram conhecimento e experiência em comunicação, visto que o paradigma moderno é atuar de forma integrada, mobilizando todas as ferramentas e técnicas de comunicação, para a defesa e manutenção da reputação das empresas, sejam públicas ou privadas. 6. Se do ponto de vista conceitual, o recurso apresentado constitui-se em equívoco, ao analisá-lo, em detalhe, cabe dizer que a empresa "FSB" tem uma visão restrita e reducionista sobre a imprensa, o grande canal de ressonância da sociedade. 7. Por ter uma visão imediatista, não consegue validar que as sugestões questionadas (logomarca da Infraero nas obras e agenda de relacionamento com o TCU) têm efeito de prestar contas (uma das cobranças permanentes da imprensa) e neutralizar fatores de riscos. 8. A marca da Infraero na gestão de obras e a informação do estágio das obras é o princípio básico da prestação de contas – para a sociedade e para a imprensa. O princípio aqui é o tão desejado princípio da publicidade das ações das empresa públicas e privadas. 9. Por outro lado, agenda de relacionamento institucional com órgãos reguladores tem o potencial de reduzir ruídos e eliminar incompreensões. Em outras palavras, um trabalho silencioso de evitar que determinados conteúdos veiculem, de forma negativa e perniciosa, atritos e conflitos com autoridades fiscalizadoras.” 10. Portanto, não resta dúvida, nos exemplos citados, de que atuar proativa e preventivamente podem evitar publicações de notícias desfavoráveis, no futuro. 11. Por outro lado, quando se fala em Central de Monitoramento de Crise entende-se de um núcleo com recursos humanos e materiais especializados, planos de contingência e demais instrumentos de gestão de riscos, gestão durante e pós-crise. 12. Quanto a alegação de insuficiência na gestão de riscos, o recurso é também claramente improcedente. Ao longo do trabalho os riscos foram evidenciados exaustivamente e nas páginas 12 e 13 foram condensados 13 aspectos críticos.

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[...]

2.3 MÁQUINA DA NOTÍCIA COMUNICAÇÃO LTDA – em súmula

Inicialmente, a recorrente questiona as notas aplicadas no julgamento das propostas técnicas das licitantes AP VÍDEO, SANTA FÉ e CDN.

Na sequencia, afirma que se mantido o julgamento

no que tange as propostas das licitantes citadas, estará o mesmo “eivado de

ilegalidades”, configurando-se em grave violação aos princípios da isonomia, da razoabilidade e da vinculação ao instrumento convocatório.

A seguir, transcrevemos as razões expostas pela

recorrente Máquina da Noticia:

A) DAS PROPOSTAS DE PREÇOS DAS LICITANTES SANTA FÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO

LTDA e CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA:

19 O quesito 3.4.1 do Parecer Técnico em análise dispõe: “3.4.1 – Relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”. 20 Neste item, solicitou-se dos licitantes a apresentação de uma análise de mídia para que fosse demonstrada, avaliada e pontuada a capacidade técnica dos licitantes na prestação deste serviço. 21 Para que as propostas fossem equalizadas, condição precípua para que fossem comparadas e pontuadas, como não poderia deixar de ser, a Administração indicou qual seria o objeto da análise de mídia. Isso permitiria que, com base em um objeto pré-definido, os licitantes apresentassem propostas que efetivamente pudessem ser comparadas. Afinal, os trabalhos teriam sido desenvolvidos com base no mesmo objeto analisado. 22 A importância de tal definição está refletida nos diversos questionamentos apresentados pelos licitantes sobre tal questão. 23 Com efeito, ao longo do processo que antecedeu a entrega das Propostas Técnicas, a Douta Comissão de Licitação divulgou 05 (cinco) notas de esclarecimentos a partir de pedidos apresentados pelas Licitantes, num total de 48 (quarenta e oito) perguntas. Parte significativa dos questionamentos apresentados estava vinculada ao objeto que deveria ser analisado para a demonstração de qualificação técnica no que tange à análise de mídia. 24 Após questionamento sobre a) quais veículos a Comissão entendia como “agências de notícias” e; b) se os sites de notícias deveriam ser incluídos na “Análise de Mídia”, a Comissão, no esclarecimento divulgado em 9/11/2012, respondeu que poderiam ser considerados “agências de notícia” os seguintes veículos: G1, R7, Agência Estado, Agência Brasil, UOL, IG etc. e que os sites deveriam também ser incluídos na “Análise de Mídia” a ser realizada pelos licitantes. 25 Contudo, ainda no sentido de esclarecer dúvidas quanto a esse ponto, novos esclarecimentos sobre o escopo da Análise de Mídia - quesito 04 da Proposta Técnica - foram divulgados nos dias 20/11/2012, respondendo às perguntas 17, 19, 20, 21, 24 e 25, e, posteriormente, no dia 23/11/2012, respondendo então às perguntas 31, 35, 36, 37 e 38. Tais esclarecimentos definiram os seguintes veículos para o trabalho de Análise de Mídia (resposta às perguntas 31 e 38): “Revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital Jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo.” 26 Ainda, complementando essa informação, e em respostas às perguntas 35 e 36, a Comissão esclareceu que: “as agências de notícias foram excluídas da análise de mídia” e que “não estão incluídos os blogs de colunistas” (resposta à pergunta 37).

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27 A partir dessas informações, fruto de 12 (doze) pedidos de esclarecimentos ao longo do certame, cada Licitante então preparou sua Proposta Técnica sobre Análise de Mídia. Consoante os esclarecimentos prestados, os licitantes deveriam demonstrar sua capacidade técnica considerando, exclusivamente, as revistas Veja, Istoé, Época e Carta Capital e os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, veículos impressos e de abrangência nacional (Consoante a resposta à 41ª pergunta do Esclarecimento de dúvidas nº 004/LCIC/2012 – 29/11/2012.) 28 Ocorre, contudo, que à fl. 85 da Proposta Técnica da Empresa licitante SANTAFÉ, esta informou, conforme reproduzido a seguir, que procedeu sua Análise de Mídia considerando objeto diverso do estabelecido pela Administração e, consequentemente, diverso do analisado pelos demais licitantes: “Em atendimento ao Quesito no. 4 do Edital, a Santafé analisou as notícias publicadas sobre a Infraero e seus aeroportos no período de julho a dezembro de 2011. A análise a seguir apresenta os tópicos mais relevantes e os itens solicitados no referido Edital. O presente estudo é baseado na leitura, avaliação e classificação de 5.114 matérias publicadas nos seguintes veículos:

O Globo,

O Estado de S. Paulo,

Folha de S.Paulo

Correio Braziliense

Valor Econômico

Brasil Econômico

Revista Época

Revista Exame

Revista IstoÉ

Revista IstoÉ Dinheiro

Revista Veja

Revista Carta Capital

Os principais sites de notícias do país também estão contemplados

Os veículos regionais correspondem a 12% do total de notícias contidas no relatório. O Jornal do Comercio (RJ) é o impresso regional mais engajado em temas de interesse da Infraero. (...)” 29 Ora, o que se percebe da proposta apresentada é que, apesar de os esclarecimentos prestados pela INFRAERO deixarem bastante claro quais veículos deveriam ser objeto da análise de mídia (os veículos impressos e de abrangência nacional indicados nos esclarecimentos), a empresa SANTAFÉ não se ateve a tais esclarecimentos e baseou sua análise em outros veículos – tais como Revista Exame, Correio Braziliense, Brasil Econômico, sites de notícias e veículos regionais. 30 Aliás, tal situação não passou despercebida pela d. Comissão, que, ao avaliar a análise de mídia desta licitante, consignou expressamente em seu relatório técnico: “Para cumprimento das exigências deste quesito, a licitante analisou 5.114 matérias, incluindo material veiculado nos principais sites de notícia do país e alguns veículos regionais”. (fl. 27) Grifos adicionados 31 A SANTAFÉ, desta forma, apresentou uma análise de mídia considerando um objeto absolutamente diferente daqueles utilizados pela maior parte dos demais licitantes, que se ativeram ao objeto indicado pela Administração. Obviamente, como resultado dessa situação, tem-se que a análise de mídia apresentada pela SANTAFÉ não pode ser comparada com as demais análises apresentadas pelos outros licitantes, já que estariam sendo comparados serviços prestados com base em objetos distintos, o que resulta, obviamente, em análise de mídia diferentes e incomparáveis. Na verdade, exatamente por essa situação, o material apresentado pela SANTAFÉ, além de absolutamente diferente e incomparável com as demais, mostra-se flagrantemente incompatível com o Edital – por meio de seus esclarecimentos. 32 Isso, pois, as demais empresas que, em consonância com as previsões editalícias, e que a estas se ativeram, apresentaram suas análises de mídia baseadas exclusivamente nos veículos indicados pela própria Infraero em seus esclarecimentos – conforme mencionado Revistas Veja, Istoé, Época, Carta Capital e Jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. 33 Não há, dessa forma, como comparar e pontuar de maneira isonômica o trabalho desenvolvido considerando um objeto limitado, nos termos do edital, com uma análise de mídia apresentada de maneira livre, considerando um objeto mais abrangente e em desconformidade com o edital, já que o produto final de tais análise será absolutamente diverso e incomparável. 34 Em síntese, não há como comparar e pontuar a proposta de uma empresa que apresenta a sua análise de mídia baseada nas Revistas Veja, Istoé, Época, Carta Capital e Jornais Folha de

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S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, com outra proposta que apresenta sua análise realizada com base em veículos que vão além dos indicados pelo Edital. 35 Como, neste caso, o descumprimento aos termos do edital está expresso na própria proposta apresentada pela empresa SANTAFÉ, nos termos do art. 48, I, da Lei 8.666/93, há que se desclassificar a proposta da SANTAFÉ, 36 E, apenas para argumentar, ainda que se entenda que a licitante possa ser mantida na concorrência, há que se reavaliar a sua pontuação para esse item. Afinal, a pontuação da SANTAFÉ deveria considerar exclusivamente a análise que ela desenvolveu considerando os meios de comunicação listados nos esclarecimentos prestados. Do contrário, ela estaria objeto uma vantagem indevida e não prevista no edital, pois teria sua pontuação elevada, como teve, em razão de análise de mídia feita considerando um objeto diversos do exigido no certame, o que é vedado pela legislação. 37 Com efeito, dispõe o art. 44 da Lei 8.666/93: “No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. § 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente ilidir o princípio da igualdade entre os licitantes.” 38 Desta forma, ainda que pretendesse considerar a proposta apresentada pela SANTAFÉ, a pontuação da empresa deveria estar atrelada à análise de mídia considerando os veículos impressos e de circulação nacional indicados. Contudo, data máxima vênia, não foi assim que procedeu a d. Comissão, que acabou atribuindo a este licitante a pontuação máxima considerando a análise de mídia apresentada de maneira integral, inclusive sites e veículos regionais de comunicação. Como resultado, em clara violação ao art 44 e seu parágrafo primeiro da Lei de Licitações, esse licitante obteve uma vantagem indevida e não prevista no edital. 39 Com efeito, fácil é perceber que o edital e os esclarecimentos prestados definiram – por meio da 2ª Parte – Retificação do Esclarecimento de Dúvidas Nº 002/LCIC/2012 – 20/11/2012 - que: “5ª PERGUNTA. Conforme item 6.4 letra “e” – quesito nº 04. “Quesito nº 04 - ANÁLISE DE MÍDIA sobre a exposição de mídia da INFRAERO, no período de 01/07/2011 a 31/12/2011;” Para atender o item acima, quais os veículos de comunicação a análise de mídia deve contemplar? RESPOSTA - Na análise, devem constar os principais veículos impressos. Por principais leia-se aqueles de abrangência nacional.”

[Grifou-se] 40 E, no entanto, essa d. Comissão conferiu pontuação máxima à empresa SANTAFÉ claramente levando em consideração, para a concessão da pontuação máxima, os seguinte fatores não previstos no edital “Para cumprimento das exigências deste quesito, a licitante analisou 5.114 matérias, incluindo material veiculado nos principais sites de notícia do país e alguns veículos regionais” (fl. 27 do relatório) 41 Essa pontuação, com a devida vênia, não poderá ser mantida, sob pena de grave violação ao princípio da isonomia. 42 Portanto, diante do exposto, verifica-se que ocorreu, in casu, uma fuga pela empresa licitante SANTAFÉ ao Edital, o que acabou por tornar a sua análise de mídia incomparável às demais e assim, sendo impossível pontuá-la sob o crivo do princípio da isonomia. Exatamente por tal razão, a proposta deverá ser desclassificada, nos termos do art. 48 da Lei 8.666/93. 43 Subsidiariamente, ainda que se pretenda manter a licitante no certame, o que se admite para argumentar, essa d. Comissão deve reconsideração a pontuação atribuída. Com efeito, a nota da licitante deverá ser dada considerando a análise de mídia exclusiva dos meios de comunicação indicados nos esclarecimentos, tal qual foi feito com os demais licitantes. 44 Já no que concerne à Licitante CDN esta por sua vez, informa, à fl. 61 da sua análise de mídia que “essa menção mais direta também ocorre com frequência nos portais da internet” e que, “enquanto os jornais estão supostamente focados na qualidade da notícia, com uma abordagem que permite a análise e a contextualização, os sites precisam de volume e agilidade” . 45 Diz ainda que “a exposição nos jornais, por sua vez, aparece quantitativamente bem distribuída nos principais veículos brasileiros, como Folha de S.Paulo, Estadão, O Globo e Correio Braziliense, e em menor escala no Valor Econômico e no Brasil Econômico” [Grifo nosso]. Ainda na página 64 desta Proposta Técnica, no gráfico que traz a participação por veículos, foram listados os portais G1, IG, R7, Terra e UOL.

[...]

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B) DA PROPOSTA DE PREÇO DA LICITANTE - AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA

“3.1.1.4 - Demonstrar a compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo” 49 Em se tratando deste quesito, embora a Comissão tenha entendido que a AP fora capaz de demonstrar compreensão do tema e avaliado que, “entre os diversos públicos-alvo citados pela licitante, há destaque, inclusive, para atores menos conhecidos, como agentes de trânsito, controle de trânsito, policiamento etc” (página 13 do Parecer Técnico), entendemos que esse licitante não deveria ter tido a pontuação máxima nesse quesito pelas razões que se seguem. 51 Entre as páginas 03 e 13 da Proposta Técnica da Licitante (“Diagnóstico da Situação”), fala-se em diversos “atores”, não utilizando, porém, o termo “público-alvo” para mostrar o papel institucional da empresa, justamente um dos itens exigidos pelo Edital, no quesito 01 (“Plano de Comunicação”). 52 Vejamos a transcrição inicial de trecho do texto da própria AP na página 08 de sua Proposta Técnica: “Apenas para visualizar e ilustrar melhor a dimensão do problema, vale enumerar o número de órgãos e entidades oficiais atuantes no setor aeroportuário: 1. Ministério da Defesa; 2. Ministério da Saúde; 3. Ministério da Agricultura (Vigiagro – Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional); 4. Ministério da Justiça; 5. Comando da Aeronáutica; 6. Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); 7. Infraero; 8. Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea); 9. Receita Federal; 10. Polícia Federal Além disso, há ainda as questões que envolvem outros agentes cuja atuação interfere diretamente no funcionamento de um aeroporto, tais como: trânsito (acessibilidade); controle de táxis; transporte coletivo; policiamento, etc. Se incluirmos agentes e entidades privadas (companhias aéreas, etc.) atuantes no setor aeroportuário, a complexidade da articulação diante da multiplicidade de atores implica desafio ainda maior”. 53. Como pode ser observado na página 03 da Proposta Técnica da Licitante, o intertítulo ao qual se refere esse trecho trata do “1.1 Cenário econômico-político-social”, que prossegue até a página 11, quando muda para “1.2 O cenário e a Infraero”. 54. Somente à fl. 17, após apresentar as “Premissas Básicas da Comunicação” (item 2.1, na página 13) e “Os Objetivos da Comunicação” (item 2.2, na página 16), é que a licitante apresenta a “Definição de Público-Alvo” (grifo nosso para o item 2.3, na página 17), conforme reproduzido a seguir: “Será considerada nesse Plano a multiplicidade de atores que gravitam em torno da Infraero. Cabe destacar, primeiramente, o Público Interno (funcionários, aposentados e ex-dirigentes da empresa, empregados e servidores que atuam nos aeroportos, mas pertencem aos quadros de outros órgãos, bem como sindicatos e representantes de empregados e aposentados). No amplo espectro do chamado Público Externo, pode-se enumerar: a) Imprensa (nacional, regional e também internacional); b) Congresso Nacional (parlamentares formadores de opinião e envolvidos no tema); c) Usuários dos serviços aeroportuários (passageiros e acompanhantes); d) Autoridades governamentais; e) Autoridades reguladoras, de controle e fiscalização (TCU, Ministério Público, Procuradoria-

Geral da República); f) Empresas aéreas do Brasil e do exterior, fornecedores da Infraero e toda a rede de organizações presentes na estrutura dos aeroportos (repartições públicas, concessionários dos aeroportos, como lojas e restaurantes, etc.); g) Investidores e agentes econômicos que atuam nesse segmento.” 55. Ocorre que tal definição de público-alvo, exigida pelo Edital, deveria ser apresentada no item “d” do subquesito 01 do Plano de Comunicação e não na Estratégia de Comunicação (subquesito 02).

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56. Como consta no texto da própria Licitante, o trecho destacado acima compõe o item “2. Estratégia de Comunicação” (página 13 - Proposta Técnica), cujos subitens 2.1 e 2.2 foram destacados anteriormente.

Finaliza o tópico requerendo a revisão da pontuação atribuída a licitante AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA, pelas razões expostas.

[...]

Conclui seus argumentos, requerendo a desclassificação ou a revisão das propostas técnicas das licitantes SANTA FÉ

IDEIAS E COMUNICAÇÃO LTDA e CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA; e, também, a revisão das notas técnicas da licitante AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA, todas pelo descumprimento das normas do edital.

2.3.1 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA SANTA FÉ IDEIAS E

COMUNICAÇÃO LTDA – sem breve sinopse

A recorrida inicia seus argumentos afirmando serem ofensivas e inaceitáveis as afirmações da recorrente MÁQUINA DA NOTICIA, quando a mesma desqualifica a Comissão de Licitação, usando os termos: “afigura-se como um ato eivado de irregularidades, desrespeito as regras do certame e grave violação ao principio da isonomia”.

Assevera que a licitante recorrente MÁQUINA DA NOTICIA ao supor que “a inclusão de outros veículos impressos que são os maiores, alteraria o cenário encontrado na Análise de Mídia” a mesma demonstra desconhecer o exercício do jornalismo.

Afirma que ser um engano da recorrente a afirmação

de que a Santafé Ideias deveria ser desclassificada com base no Art. 48 da Lei

8.666/93, ao julgar que a retificação feita no Esclarecimento de Dúvidas nº 003 de 23/11/2012, alterou os requisitos do edital.

Ainda quanto ao recurso da licitante MÁQUINA DA

NOTICIA a licitante SANTAFÉ, apresenta os seguintes argumentos:

A Comissão de Licitação confirma, no Esclarecimento de Dúvidas nº 4, de 29/11/2012, não ter havido modificação de “exigência contida no ato convocatório”. Em resposta à 42ª pergunta, na qual a licitante insiste na concessão do novo prazo legal de 45 dias por ter havido “alteração da proposta por meio de questionamento”, a Comissão assim se pronuncia: “Não se vislumbram razões para adiamento, uma vez que não houve alteração de resposta, mas sim, uma elucidação de cláusula já prevista no Edital. Para a análise de mídia devem ser considerados os principais veículos impressos. Por principais leia-se aqueles de abrangência nacional (revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital; jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo), conforme já mencionado no Esclarecimento de Dúvidas nº 003/LCIC/2012, de 23/11/12.” (grifos nossos) O caráter de elucidação (e não de alteração) do objeto fica claro pelo fato de que, em momento algum, a Comissão deu caráter restritivo à seleção de veículos apresentada em 23/11, o que teria modificado a exigência contida no Edital. A Recorrente insiste, por diversas vezes, que a Santafé Ideias usufruiu de vantagem indevida, ao analisar uma quantidade de veículos não prevista no Esclarecimento já citado. Vale assinalar que também teriam usufruído de “vantagem indevida” duas outras agências que receberam nota máxima no quesito:

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- a CDN Comunicação Corporativa, que incluiu em sua análise os jornais Brasil Econômico e Valor Econômico, os portais G1, IG, R7, Terra e UOL, mas não incluiu as revistas Veja, Istoé, Época e Carta Capital. - a IN Press Assessoria de Comunicação Ltda, que incluiu em sua análise estações de rádio, emissoras de TV e portais: “Conforme estabelece o edital, a análise de mídia realizada pela In Press Porter Novelli compreende o período entre 10 de julho e 31 dezembro de 2011. Foram selecionadas para a análise publicações nacionais de veículos impressos, rádios, TVs e online, totalizando 2.133 matérias. Dos impressos nacionais foram analisados os jornais Valor Econômico, Brasil Econômico, Correio Braziliense, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e O Globo. Com relação às rádios, foram monitoradas a Nacional, a Jovem Pan, a Band News e a CBN. Já das TVs, a análise contemplou Globo, Record, Band, SBT, GloboNews, Rede TV, Record News, Gazeta, NBR e Brasília. E, por fim, dos online foram avaliados IG, Valor Online, GI e R7.” (Proposta Técnica In Press, Quesito 4).

Finaliza requerendo que a Comissão de Licitação

mantenha a nota conferida a mesma, desconsiderando as alegações da licitante Máquina da Notícia.

2.3.2 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA CDN COMUNICAÇÃO

CORPORATIVA LTDA – em súmula

Quanto a alegação da recorrente de que a mesma

não limitou sua análise de mídia aos veículos de comunicação indicados, excedendo em relação aos veículos Correio Brasiliense, Valor Econômico, Brasil

Econômico e ainda os portais de internet G1, IG, R7, Terra e UOL, contesta os argumentos nos termos a seguir transcritos:

“(...)

06 Diversamente do que alegou a licitante Máquina, a indicação desses veículos de comunicação não traz qualquer prejuízo à análise de mídia exigida pelo Edital e, por conseguinte, não viola os princípios da isonomia e da vinculação ao instrumento convocatório.

07 Mas ainda que não se considere esse aspecto, verifica-se que nos trechos em que são mencionados esses veículos de comunicação, bem como os portais, não há a inclusão de informação que torne o resultado da análise de mídia da CDN “absolutamente diverso” da análise de mídia realizada pelas demais licitantes.

08 Em uma leitura clara e atenta da proposta apresentada pela CDN é fácil constatar que o enfoque maciço da análise de mídia foi feito com base nas informações de mídia impressa de âmbito nacional, conforme estabelecia o Edital, com menção apenas supletiva dos veículos de comunicação impugnados.

09 Assim, é de se notar que, nas mais de 10 (dez) páginas de análise de mídia, os trechos nos quais há referência a esses veículos de comunicação apenas complementam a vasta avaliação da exposição de mídia da Infraero feita pela CDN, sem adicionar elementos capazes de alterar, direcionar ou mesmo de influenciar o resultado da análise de mídia apresentada, razão pela qual insustentável a alegação da licitante Máquina de que a proposta técnica da CDN é incomparável com as demais propostas.

10 A exemplo, constata-se que a menção ao Valor Econômico e ao Brasil Econômico limita-se a um pequeno parágrafo e a um gráfico, abaixo transcritos:

“A exposição nos jornais, por sua vez, aparece quantitativamente bem distribuída nos principais veículos brasileiros, como Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo e Correio Braziliense, e em menor escala no Valor Econômico e no Brasil Econômico.” (fls. 61) (g.n.) (...)”

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A licitante recorrida entende que a referencia aos

veículos citados não prejudica nem traz qualquer influência para a análise e

classifica a alegação da licitante recorrente como genérica e sem fundamento visto que sua proposta fundamenta-se integralmente em material advindo de

mídia impressa nacional. Conclui, afirmando ser correta a decisão da

Comissão de Licitação em ter atribuído nota máxima ao quesito nº 04.

2.3.3 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA - resumidamente

A recorrida apresenta contrarrazoes combatendo os

argumentos de recursos da licitante MÁQUINA DA NOTÍCIA COMUNICAÇÃO

LTDA, conforme transcritos a seguir:

“(...) 3. Do ponto de vista da comunicação social, o relacionamento das organizações, sejam públicas ou privadas, requer necessariamente a identificação e relações institucionais com os atores que integram o chamado “público-alvo”, em total harmonia com o edital. 4. Na mesma linha, busca questionar que o público-alvo teria sido listado numa parte indevida do documento. 5. Em primeiro lugar, trata-se de esclarecer que a compreensão da relação da Infraero com seus públicos está amplamente presente em diversos trechos do documento, entre os quais: a) com a imprensa, nas páginas 3 a 13, seja ao apontar, até de forma mais detalhada, os impactos, problemas e desafios da Infraero com a imprensa (“Cenário no Âmbito da Imprensa, páginas 11, 12),

b) com o Congresso Nacional, na página 7 onde se lê que a questão da infraestrutura conquistou “espaço relevante nos debates e na agenda do Congresso Nacional”, além de resgatar o histórico da CPI de 2007 (Apagão Aéreo) e suas implicações sobre a imagem da empresa.

c) com usuários, na página 13, onde a proposta ressalta que “igualmente importante é incluir nos esforços de comunicação ênfase especial aos usuários dos serviços aeroportuários” (...) “a comunicação deverá se dirigir ao cidadão, ao consumidor, ao viajante (...)”.

d) com autoridades governamentais, ao longo das página 8 e 9, quando cita as entidades, revela a complexidade da gestão aeroportuária , face a existência de vários protagonistas e onde fica implícito a necessidade de relacionamento com os diversos níveis de autoridade;

e) autoridades reguladoras, TCU, por exemplo, cuja ação está destacada na página 12, (“fiscalização e atuação do Tribunal de Contas da União, proporcionando abordagens desfavoráveis.... “) , órgão que é, inclusive, objeto de ação específica de relacionamento, como apontado nas ações.

f) com empresas aéreas e fornecedores, como assinalado na página 8, “se incluirmos agentes e empresas privadas (companhias aéreas, etc.)” mais uma vez reforçando, no diagnóstico, o problema de coordenação do trabalho dos diferentes órgãos atuantes no setor aeroportuário (inclusive empresas aéreas);

g) com investidores, ao longo do cenário econômico-político-social, iniciado na página 3, onde são citadas entidades como Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Bank of America Merril Lynch, LCA Consultores e o BNDES, entre outras instituições de interesse e fonte primária para investidores.

6. A licitante, portanto, não observou que a compreensão dos públicos está presente nas diversas dimensões do trabalho (Plano de Comunicação e Estratégia). 7. Aliás, quando são desenhadas cada ação de comunicação, a proposta aponta, até para dar mais consistência e subsidio para análise, qual público-alvo corresponde efetivamente àquela respectiva ação.

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8. Ademais, ainda que a compreensão do público-alvo não estivesse exata e formalmente na parte do Plano de Comunicação, a coerência do trabalho, bem como a referência e reiteração de cada público-alvo nas ações propostas, como orienta a boa técnica em comunicação, seriam motivos que dariam legitimidade e fundamentação ao julgamento da Comissão Julgadora. 9. A redução de pontuação, ao contrário, contraria com o interesse público de contar – no caso a Infraero – com as propostas técnicas mais qualificadas, eliminando-se a competitividade e não levando em conta a essência e o conteúdo apresentados.

Conclui suas contrarrazões requerendo o não

conhecimento das razões expostas no Recurso administrativo interposto pela licitante MÁQUINA DA NOTÍCIA COMUNICAÇÃO LTDA, pelas ponderações

apresentadas acima.

2.4 AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA – em breve sumário

A recorrente questiona as notas técnicas atribuídas a sua proposta, para tanto em defesa apresenta os argumentos a seguir transcritos:

“(...) I - NOTA PARCIAL, ATRIBUÍDA AO QUESITO 1, PLANO DE COMUNICAÇÃO, SUBQUESITO 1: DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO. A LICITANTE ATENDEU INTEGRALMENTE ÀS EXIGÊNCIAS DO EDITAL. 1. Em relação à nota parcial, atribuída ao Quesito 1, Plano de Comunicação, subquesito 1: Diagnóstico da Situação (item a - demonstrar a compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade), a Comissão fez duas ressalvas. 2. Inicialmente, ponderou que “... não foi destacado que um dos principais desafios enfrentados pela Infraero é explicar à sociedade e à imprensa em geral o papel da empresa dentro do sistema aéreo brasileiro como provedora de infraestrutura e serviços aeroportuários e de navegação aérea, contribuindo para a integração nacional e o desenvolvimento sustentável do país”. 3. Em seguida, a Comissão acentuou que “... apesar de mencionar a responsabilidade da Infraero em realizar obras de infraestrutura nos aeroportos sob sua administração, a licitante não dá ênfase à necessidade do papel da Infraero ser melhor compreendido pela imprensa e sociedade em geral, que muitas vezes imputa à empresa responsabilidade por questões que não estão no escopo da estatal, como atrasos e cancelamentos de voos, filas no check-in e na imigração etc.”. 4. Com a ressalva do devido respeito, a recorrente ousa afirmar que a proposta atendeu integralmente ao que fora exigido pelo edital uma vez que constam, no texto apresentado, conteúdos que explicitam, a partir do papel, missão e visão da Empresa, os desafios centrais da Infraero, bem como a necessidade da empresa ser compreendida pela sociedade. 5. Senão, vejamos: a) na página 8: foi assinalado que “... a complexidade da articulação diante da multiplicidade de atores implica desafio ainda maior”. Desafio maior porque, a Infraero, no escopo da criação da Autoridade Aeroportuária, ficará com o papel de coordenação. Está claro, portanto, que a comunicação da Infraero se dá num ambiente onde existem outros atores e que o papel da empresa, como “coordenadora”, em meio a múltiplos agentes, precisa ser bem compreendido pela sociedade; b) ainda na página 8: a proposta aborda a questão de coordenação, a necessidade de um comando único nos aeroportos e reconhece que frequentemente são imputadas responsabilidades que não cabem à Infraero. Como exemplo, cita: “o superintendente da Infraero nos grandes aeroportos, tem ascendência apenas sobre os empregados da Infraero”. c) na página 10: o trabalho aponta, referindo-se à Infraero: “cabe, portanto, gerir adequadamente as obras dos aeroportos, com a pressão da Copa do Mundo de 2014, e paralelamente cuidar eficazmente da gestão cotidiana dos terminais”. A ênfase aqui está vinculada à competência específica da Empresa, qual seja: “A Infraero tem por finalidade implantar, administrar, operar e explorar industrial e comercialmente a infraestrutura aeroportuária e de apoio à navegação aérea”.

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d) na página 11: a necessidade da Infraero ser melhor compreendida pela imprensa está novamente evidenciada quando há o alerta de que “o desgaste dos brasileiros e o nível de insatisfação com os serviços aeroportuários, mesmo que a responsabilidade seja indireta, afetam e recaem sobre a reputação da Infraero”. Estamos falando, portanto, de “reputação arranhada”, ainda que os problemas não possam ser direcionados diretamente à Infraero e ainda que as questões não estejam no escopo da estatal. E se a reputação foi afetada é natural considerar que a comunicação com a sociedade precisa instituir uma nova percepção da empresa. e) na página 13: o trabalho salienta que “a Infraero, dentro de suas atribuições, pode contribuir para um excelente nível de conforto, de serviço, pontualidade e fluxo livre de pessoas (parâmetros presentes na classificação da Iata, Associação Internacional de Transporte Aéreo para avaliar os serviços aeroportuários em todo o mundo). Ao salientar, “dentro de suas atribuições”, fica claro que não se pode imputar à empresa ações nas quais não tem autonomia (como evidenciado no cenário de múltiplos atores presentes na gestão aeroportuária). Ao mesmo tempo, a observação segue em linha com duas preocupações da Empresa. A primeira, explicitada na “visão 2015”, na qual a Infraero estabeleceu como referência “ser reconhecida pela excelência da infraestrutura e dos serviços aeroportuários e de navegação aérea”. A segunda preocupação está definida na Política de Gestão da Qualidade, na qual a Infraero reitera a busca em “promover a melhoria contínua da gestão e dos serviços, como forma de posicionar os aeroportos e grupamentos de navegação aérea da Rede Infraero entre os melhores do mundo”.

f) na página 14 (observação: página não citada pela Comissão no parecer técnico): a proposta recomenda que o conjunto de ações a serem desenvolvidas terá como premissa comunicativa “reforçar os vínculos da Infraero com a sociedade brasileira”. Salvo outro juízo, “reforçar os vínculos com a sociedade brasileira” é justamente unir, se ligar, estabelecer laços, relações, o que abrange reduzir as incompreensões, como deixar claro o real papel da empresa dentro do sistema aéreo e suas atribuições. A premissa de “reforçar os vínculos da Infraero com a sociedade” está plenamente aderente à missão da Infraero que é “prover infraestrutura e serviços aeroportuários e de navegação aérea, contribuindo para a integração nacional e o desenvolvimento sustentável do país”. g) ainda na página 14: o trabalho explicita o desafio de comunicação da Infraero em duas direções: ressaltar os atributos de gestão eficaz de obras, de um lado, e de outro, realçar os atributos “na oferta de ambiente agradável, organizado, confortável e no padrão de excelência de atendimento aos passageiros que transitam pelos aeroportos brasileiros”. Tal recomendação está em total harmonia com documentos estratégicos da Infraero, nos quais o negócio da Empresa é definido como “segurança, conforto, eficiência e agilidade em serviços e infraestrutura aeroportuária e de navegação aérea”. h) na página 16 (observação: página não citada pela Comissão no parecer técnico): o trabalho aponta que as ações de comunicação da Infraero devem se pautar, entre outros objetivos: atenuar o passivo de imagem, de modo a “combater a tese de ineficiência e de falta de agilidade da Infraero”, “assegurar uma percepção da sociedade na qual a Infraero possa ser reconhecida e legitimada como empresa com gestão eficiente e útil para o País” e “dar visibilidade aos atos que conferem à Infraero o papel de guardiã da qualidade dos terminais, reforçando o vínculo da empresa com os usuários do transporte aéreo”. Embora em outras palavras e outros termos, está expresso aqui o entendimento de que como a Infraero precisa comunicar melhor a sua atuação. i) ainda na página 16: entre os pontos a serem enfatizados pela comunicação, está a capacidade de gestão da Infraero, sua experiência e conhecimento no setor. De forma clara, o texto diz: “ressaltar a qualificação, a expertise acumulada pela empresa na gestão aeroportuária, mesmo que colocada em dúvida pelo noticiário, é outra linha a ser percorrida em todos os momentos”. 6. Assim, d.v., dúvida não pode haver de que está a se impor a revisão da pontuação, uma vez que a proposta atende integralmente o critério estabelecido pelo edital que é o de “demonstrar a compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade”. II - NOTA PARCIAL, ATRIBUÍDA AO QUESITO 1, PLANO DE COMUNICAÇÃO, SUBQUESITO 1: DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO. VERIFICA-SE, MAIS UMA VEZ, PLENO ATENDIMENTO À EXIGÊNCIA DO EDITAL 7. Em relação à nota parcial, atribuída ao Quesito 1, Plano de Comunicação, subquesito 1: Diagnóstico da Situação (item c - demonstrar a capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação em discussão), a Comissão fez a ressalva de que, nos exemplos citados, a licitante “não explicou como esses exemplos podem ser ajustados à realidade da Infraero”, bem como de que teria faltado na proposta “outras referências importantes relacionadas a temas afins, como obras em aeroportos e crises no setor aéreo”. 8. Sobre a primeira ressalva, ao citar obras nos aeroportos de São Francisco e no Kuwait, o trabalho insere tais exemplos no cenário de tendências “socioambientais” constatadas nos empreendimentos (obras, reformas, etc.) em instalações aeroportuárias, com utilização de plataformas tecnológicas modernas e sustentáveis (páginas 9 e 10). 9. Quanto a não explicar “como esses exemplos podem ser ajustados à realidade da Infraero”, vale lembrar, como se depreende da proposta apresentada pela ora recorrente, que a Política de

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Responsabilidade Social Empresarial da Infraero estabelece como premissa “assegurar a aplicação continuada dos princípios de responsabilidade social empresarial na gestão dos negócios, com respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, visando a sustentabilidade”. 10.Nesta exata medida, a proposta atendeu ao edital, estando claro que o pilar da sustentabilidade já está incorporado às práticas da Empresa e, certamente, as obras em curso nos aeroportos têm tal preocupação. 11. Ao ilustrar iniciativas de modernização da infraestrutura aeroportuária alicerçadas em boas práticas ambientais e sustentáveis, a proposta leva em conta, ainda, o problema proposto no briefing que trata, justamente, das obras e reformas nos aeroportos brasileiros, no horizonte Copa do Mundo de Futebol 2014. 12.A visibilidade midiática dos aeroportos citados é consequência direta do fato de que incorporaram e introduziram “tecnologias verdes”. Visto que o tema da sustentabilidade tem sido um dos mais frequentes na agenda pública, é natural que reformas e construções baseadas em plataformas sustentáveis e inovadoras adquiram dimensão como valor notícia. 13.Em relação à segunda ressalva, o trabalho incorpora e cita as seguintes referências, todas pertinentes ao tema proposto pelo briefing (gestão de obras nos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014): a) página 15: na abordagem sobre a necessidade de porta-vozes qualificados, a proposta cita o Banco do Brasil, Petrobras e Caixa Econômica Federal como empresas nas quais o fluxo de comunicação com a imprensa é estabelecido em dois níveis: nacional e regional. É uma prática na qual os porta-vozes autorizados e treinados (media training) representam tais empresas na interlocução com os jornalistas (entrevistas, coletivas, contatos, etc.). Para uma Empresa de dimensão nacional e atribuições como a Infraero, com dezenas de obras em diversas cidades do País, o modelo citado na proposta, praticado por empresas públicas de grande porte como as citadas, configura-se, em experiência que não pode ser desqualificada. b) página 18: para o problema proposto pelo briefing, foi recomendada a prestação de contas sobre o andamento das obras, de forma sistemática e organizada. Com obras em distintos estágios, informar a sociedade sobre os investimentos, cronogramas e status das obras é um imperativo. O exemplo utilizado pela proposta enfatiza as entrevistas coletivas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nas páginas 18 e 19, a proposta lembra que “os balanços do PAC – iniciados na Casa Civil, com a então ministra Dilma Rousseff e atualmente sob a condução do Ministério do Planejamento – já se tornaram “acontecimentos programados” (...) "Somente em relação ao PAC 2, por exemplo, foi realizada, até agora, uma série de cinco entrevistas coletivas destinadas à divulgação do balanço”. Como rotina de prestação de contas para a sociedade, com suas lições, erros e acertos, a comunicação das obras do PAC não pode deixar de ser uma referência para ações de grande porte, como a problemática descrita no briefing da presente licitação. c) página 22: neste trecho a proposta cita, como exemplo, as ações do Comitê Organizador Local (COL), da Copa do Mundo 2014, que mereceram ampla atenção da mídia. O COL acompanha e monitora em tempo real o andamento das reformas nos estádios. É uma espécie de termômetro do ritmo das obras e a proposta mostrou que este instrumento de gestão também pode ser – como foi o exemplo citado – pauta para a mídia. d) página 24: ao mencionar ação comunicativa de um Canal da Infraero no YouTube, com foco nos aeroportos da Copa 2014, a proposta enumera Natura, Ambev, Brastemp, Santander, Greenpeace e a própria Campanha das Olimpíadas Rio 2016 como referências inovadoras no uso das redes sociais. Com base em ranking da Agência de Marketing Indexsocial, cita ainda, pela audiência conquistada nas redes sociais, empresas como Claro, Guaraná Antártica, L’Oreal Paris Brasil, Smirnoff Brasil e Peixe Urbano. Mesmo pontualmente, a citação das empresas com reconhecidos “casos de sucesso” nas redes sociais, não pode ser ignorada. e) página 28: ao sugerir, como ação, Programa Atendimento de Excelência nos Aeroportos das Cidades-Sede 2014, a proposta cita, como exemplo, as ações desencadeadas pelos grandes bancos brasileiros quando as agências bancárias se transformaram em salas automatizadas para atendimento dos clientes. O Programa proposto tem como prioridade estabelecer um canal direto de comunicação com o numeroso público que circulará nos aeroportos das cidades-sede. A ideia é reforçar a equipe de atendimento nos aeroportos de cidades-sede colocando a Infraero ainda mais próxima e acessível aos usuários e passageiros. A proposta menciona, em particular, a experiência do Banco do Brasil que criou Assistentes de Atendimento Eletrônico para exercerem funções de apoio aos usuários. Trata-se, portanto, de uma experiência útil de comunicação proativa com os clientes e usuários, público estratégico para a reputação da Infraero. 14.Logo, está a se impor, d.v., a revisão da pontuação, uma vez que a proposta atende integralmente o critério estabelecido pelo edital que é demonstrar a capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação em discussão. III - QUESITO 4 - ANÁLISE DE MÍDIA, DO EDITAL, A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS E OPORTUNIDADES. MAIS UMA VEZ, AS EXIGÊNCIAS DO EDITAL FORAM CABALMENTE ATENDIDAS

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15. Com a ressalva do devido respeito, a ora recorrente atendeu integralmente ao especificado no "Quesito 4 - Análise de Mídia" do edital. Com efeito, a identificação de riscos e oportunidades foram realizados às páginas 73, 74, 77, 79, 80 e 83 do material entregue, conforme demonstrado a seguir: 16. Na página 73 a identificação de Riscos e Oportunidades está demonstrada no seguinte trecho: “...das 14 matérias publicadas nas revistas com citações sobre a estatal, seis trataram do tema de forma negativa, e apenas três com abordagem positiva, demonstrando que, além de estar pouco presente no meio revista, a Infraero precisa melhorar o seu relacionamento com esses veículos de modo a mudar a tendência desfavorável à sua imagem.” 17. À página 74 a questão é identificada no parágrafo a seguir: “Os assuntos que tiveram 100% de abordagem positiva foram ações de marketing e patrocínio, concursos, condições climáticas e responsabilidade social. As reportagens sobre obras e serviços tiveram abordagem negativa em 54% e 48%, respectivamente, no material publicado. Esses dados devem ser vistos como alerta para a empresa, uma vez que os dois assuntos estão entre os que mais geraram matérias no período analisado...” 18. Ao abordar o tema Responsabilidade Social, na página 77, mais uma vez os Riscos e Oportunidades são identificados no trecho: “Os temas ações de marketing e patrocínio, condições climáticas, concursos e responsabilidade social geraram 100% de matérias positivas, o que pode indicar boas oportunidades a serem exploradas pela comunicação da estatal para assegurar o aumento da inserção positiva da Infraero na mídia. Ações simples, como a troca de corrimãos, divulgadas em dezembro pela colunista Sonia Racy, podem garantir pontos positivos na imagem da empresa.” 19. Nas páginas 79 e 80 a identificação de Riscos e Oportunidades está presente no texto: “Com a maior parte das reportagens (167) publicadas no período analisado, as questões institucionais apresentaram o número mais elevado de matérias negativas (65), o que representa 39% do que foi publicado sobre o tema. O dado pode servir de balizador para que a empresa formule estratégias de relacionamento com a mídia, uma vez que o tema é de grande interesse dos veículos, mas não está sendo abordado de forma amigável pela estatal.” 20. Ainda na página 80, o quesito Riscos e Oportunidades é abordado no seguinte trecho: “Apesar de várias matérias questionarem a capacidade da Infraero de aplicar os recursos destinados às reformas, ampliações e manutenções dos aeroportos, o tema investimentos é tratado de forma positiva em 61% das matérias publicadas sobre o assunto, principalmente no que se refere à privatização dos aeroportos. O dado pode ser visto como mais uma boa oportunidade de divulgação para garantir a boa imagem da empresa na mídia.” 21. Na página 83 a análise quanto aos Riscos e Oportunidades é feita no trecho: “O tema política merece atenção especial por parte do setor de comunicação da empresa, uma vez que sete das nove matérias publicadas sobre o assunto, ou seja, 78% foram classificadas como neutras e duas (22%) como negativas. Também nessa temática, mais uma vez a questão da privatização dos aeroportos aparece como merecedora de atenção, mesmo quanto a Infraero não é o assunto principal das matérias.”

A recorrente, AP VIDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA

conclui sua defesa, requerendo a revisão para maior as notas atribuídas a sua proposta de preços no que tange aos quesitos acima expostos.

2.5 SANTA FÉ IDEIAS E COMUNICAÇÃO LTDA:

A recorrente, inicia seus argumentos afirmando ter

obtido pontuação máxima em todos os quesitos, exceção do item c do

subquesito a do quesito 1 (Diagnóstico da Situação), onde perdeu 4 pontos, e no quesito 2 (Capacidade de Atendimento), perdendo 5 pontos. Apresenta os

argumentos a seguir transcritos, no sentido de que a Comissão de Licitação reavalie os itens nos quais obteve notas inferiores.

“(...) II - Do julgamento do Diagnóstico da Situação Descrito em um total de 18 laudas, o Diagnóstico apresentado pela Santafé Ideias recebeu nota máxima nos três dos quatro itens avaliados, bem como considerações elogiosas da Comissão de Licitação:

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Item 3.1.1.2 – Demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia. “A cada potencial e oportunidades apontados pela licitante, há também uma avaliação de riscos implícitos a cada um dos eventos. Esse tipo de estrutura demonstra uma análise crítica do assunto” (folha 8/11 do Parecer Técnico, grifos nossos). Item 3.1.3- Demonstrar capacidade de avaliação de experiências similares e aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação. “A licitante citou o exemplo do INSS, que reformulou sua estratégia de atendimento ao usuário como uma forma de melhorar seu passivo de imagem”. O Parecer cita um texto da proposta da Santafé que mostra como esse exemplo pode ser aproveitado: “No plano de comunicação que estamos apresentando à Infraero, ressaltamos, inúmeras vezes, a importância de uma boa relação com passageiros/usuários para a construção e manutenção de uma imagem positiva da empresa” (folha 11/11 do Parecer Técnico, grifos nossos). Item 3.1.1.4 – Demonstrar a compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo. “Para cada público-alvo da Infraero, a licitante teceu comentários sobre a interface da empresa com esses atores” (folhas 13 e 14/11 do Parecer Técnico). Ao julgar o item 3.1.1.1 do Diagnóstico, em que a licitante deve demonstrar compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade, a Comissão de Licitação concluiu que a Santafé Ideias “apesar da boa contextualização do papel da Infraero, por meio de citações extraídas do próprio site da empresa e de outras fontes, ao afirmar que “atrasos e cancelamento de voos causam prejuízos de toda a sorte aos passageiros”, atribuindo essa responsabilidade à Infraero, a licitante demonstra não conhecer completamente o papel da empresa, uma vez que é justamente por perceber equivocadamente, por boa parte da mídia e da sociedade, essa competência que a Infraero (também) possui um vasto passivo de imagem”. Para reduzir à metade a pontuação dada à Santafé nesse item do Diagnóstico, a Comissão de Licitação apresentou suas considerações num texto de 7 linhas. As outras licitantes que tiveram redução de nota, no mesmo item, receberam, sem dúvida, maior atenção da Comissão:

A Entrelinhas Comunicação, que recebeu nota 4 no item, mereceu 25 linhas de considerações;

A AP Vídeo Comunicação, que também recebeu nota 4 no item, um texto de 34 linhas;

A Informe Comunicação, também, nota 4, um texto de 20 linhas. Uma análise detalhada do Parecer Técnico e das propostas dos concorrentes mostra que equívocos cometidos no Diagnóstico não redundaram em perda de pontos, como abaixo exposto: A In Press Assessoria de Comunicação recebeu nota máxima no item, mesmo com o reconhecimento da Comissão de Licitação de diversas falhas: “Apesar de superficial em alguns itens (a exemplo da interação da Infraero com o Tribunal de Contas da União ou do papel da Secretaria da Aviação Civil na concessão de aeroportos) e de privar o texto de uma análise crítica pertinente, a licitante demonstrou compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade”. (grifos nossos) A CDN Comunicação Corporativa, que obteve pontuação máxima não só nesse item, mas na Proposta Técnica como um todo, cometeu equívocos que certamente foram percebidos pela Comissão de Licitação, mas não perdeu nenhum ponto: “Também pesa sobre a companhia a necessidade de se afastar do estigma da falta de recursos suficientes para lidar com a sua demanda. Apesar de ter superado a marca recorde de R$1 bilhão em receitas comerciais no ano passado, com as transações de carga contribuindo com R$ 659, milhões em contratos, permanece no Governo a incerteza quanto à capacidade da (sic) Infraero alcançar o equilíbrio financeiro necessário a seus planos de investimento” (Proposta Técnica CDN, pag. 4).

O texto é extremamente confuso. Ao mesmo tempo em que fala da “necessidade de se afastar do estigma da falta de recursos”, cita a incerteza do Governo quanto ao equilíbrio financeiro da Infraero;

Não é verdade que a insuficiência de recursos da Infraero para lidar com a sua demanda seja um estigma, como consta do Diagnóstico da CDN. Nos dias 17 e 18 de novembro último, a imprensa repercutiu entrevista dada pelo presidente da empresa, Gustavo do Vale, ao Brasil Econômico em que afirma: para compensar perdas de receita com a privatização dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, há necessidade de obter R$ 7,4 bilhões, advindos do Tesouro Nacional e do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), entre 2012 e 2014, para cumprir com as metas de investimentos da companhia. Cabe lembrar que o principal argumento utilizado para a concessão de aeroportos foi a falta de recursos da Infraero para atender, ao mesmo tempo, as demandas dos aeroportos de grande, de médio e de pequeno portes. “É preciso que os investimentos necessários nos grandes aeroportos sejam feitos pela iniciativa privada; os recursos daí advindos permitirão que a Infraero invista em aeroportos menores, onde a presença do Estado é da maior importância” – explicou o presidente da Infraero em entrevista concedida à TV Tarobá-Londrina, postada no Youtube em outubro de 2011.

Tendo como fonte o site da Infraero, Relatório Anual 2010 e Relatório Anual 2011, apontamos outros equívocos contidos no citado trecho do Diagnóstico da CDN:

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- o fato de ter “superado a marca recorde de “R$ 1 bilhão em receitas comerciais no ano passado” refere-se somente aos negócios comerciais (concessões de lojas etc.), no fechamento de 2011. E não incluem a da carga aérea. - considerando a da carga aérea somada às receitas com negócios comerciais, a Infraero registrou receitas comerciais de R$ 1,55 bilhão ainda em 2010. Portanto, o marco da superação de R$ 1 bilhão nas “receitas comerciais” (constituída pela soma das receitas de negócios comerciais e carga) não poderia ter sido em 2011, como consta do Diagnóstico da CDN; - a afirmação “R$ 659 milhões em contratos” também não é clara, pois infere que todas as receitas da Logística de Carga estão atreladas a contratos, desconsiderando as receitas oriundas do pagamento de boletos pelo cliente individual. A Máquina da Notícia, que também obteve pontuação máxima não só nesse item, mas na Proposta Técnica como um todo, cometeu equívocos que demonstram, inclusive, falta de conhecimento sobre a situação pela qual a Infraero está passando. “Hoje, a Infraero é a terceira maior empresa de infraestrutura aeroportuária do mundo (...) e passa por um momento acelerado de crescimento, sem precedentes em sua história, em razão do momento econômico do país” (Proposta Técnica Máquina da Notícia, pag. 4 – grifos nossos). Na verdade, o momento pelo qual a Infraero está passando é de reestruturação. Está perdendo receitas em função dos aeroportos concedidos. Por isso, não se pode dizer que a empresa "passa por um momento acelerado de crescimento". Naturalmente, a empresa precisa acompanhar o crescimento do país. Mas o Diagnóstico apresentado pela Máquina da Notícia insiste no crescimento acelerado da Infraero: “ Um dos símbolos do momento econômico positivo do país, a Infraero cresceu de forma acelerada e agora passa por um momento vital de reestruturação para fazer frente aos desafios futuros.... (pag. 5 – grifos nossos). Trata-se de um Diagnóstico absolutamente equivocado. O reflexo, na Infraero, do “momento econômico positivo do país” foi o aumento da demanda sobre os serviços aeroportuários e uma verdadeira corrida contra o tempo para fazer face a esse novo cenário – o que nem sempre é obtido, gerando um aumento da queixas dos usuários que a imprensa repercute. A FSB Comunicação e Planejamento Estratégico, que recebeu nota máxima no Diagnóstico e na Proposta Técnica como um todo, erra em dados facilmente verificáveis. “O volume de cargas transportadas também cresceu 25% em 2011 na comparação com 20 IO. No ano passado, foram transportadas mais de 1,5 milhão de toneladas” (Proposta Técnica FSB, pag.5) A FSB não cita a fonte desses dados, como de uma série de outros que utiliza em sua proposta. Os dados de logística referentes à Rede de Terminais de Carga que constam do Relatório Anual de 2011 não conferem com os apresentados pela FSB, nem no que se refere às toneladas (671.149), nem no percentual de crescimento. “O volume das operações logísticas na Rede Teca, em 2011, cresceu 13,6%, em relação a 2010. Foram movimentadas, em 2011, 338.209 toneladas de cargas para exportação, 9% acima do registrado no ano anterior. O volume de carga nacional cresceu 6%, chegando a 332.940 toneladas em 2011.” (Relatório Anual, pag.32) No item b do Diagnóstico, onde deveria demonstrar compreensão do potencial e oportunidades na mídia, a FSB trata de temas relacionados à estratégia de comunicação a ser adotada pela Infraero. Citações extraídas da primeira página em que esse item é abordado (pag. 7 da Proposta Técnica) já demonstram esse equívoco: - “Posicionar a companhia de forma ágil e eficiente é o desafio.” - “Reforçar a estratégia de divulgação desses aportes (investimentos), que superam R$6 bilhões, é mais do que recomendável.” - “A estratégia de comunicação precisa avançar para além da pauta relacionada a investimentos...” Mantendo a linha de fazer recomendações sobre estratégia dentro do Diagnóstico, na página 11 a FB propõe a realização de oficinas (workshops) para estreitar o relacionamento com os diferentes perfis de mídia. A pauta dessas oficinas incluiria “reverter a situação de descrédito em relação à conclusão das obras para a Copa do Mundo (pesquisa da FSB mostra que, para 65% deles, a maioria dos aeroportos não estará pronta a tempo).” A empresa não especifica como foi determinada a amostra da pesquisa, a que pergunta os jornalistas responderam quando demonstraram esse descrédito, nem se nos “65% deles” estão contidos os correspondentes internacionais que a FSB, em outros trechos de sua Proposta Técnica, disse ter ouvido. Quanto ao conteúdo do texto em que a Santafé demonstra, segundo o Parecer Técnico, “não conhecer completamente o papel da empresa” ao afirmar que “atrasos e cancelamento de voos causam prejuízos de toda a sorte aos passageiros”, atribuindo essa responsabilidade à Infraero, temos a considerar:

1) A expressão “atrasos e cancelamentos de voos” aparece, pela primeira vez, no Diagnóstico na descrição do relacionamento da Infraero com os Juizados Especiais que funcionam nos aeroportos, cujo

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“objetivo é resolver, por meio de conciliações rápidas entre passageiros e companhias aéreas problemas de overbooking, atrasos e cancelamentos de voos e extravio de bagagens. O passageiro não precisa de advogado e as unidades vão atuar com juiz virtual” (Proposta Técnica da Santafé, pag.9). Nesse caso, fica nítido o entendimento da responsabilidade das companhias aéreas sobre atrasos e cancelamento de voos. 2) Logo em seguida, ao descrever a relação da Infraero com a sociedade, a Santafé começa mostrando a importância dos aeroportos na vida das pessoas, cidades e regiões.

“O relacionamento da Infraero com a sociedade em seu conjunto, seus múltiplos aspectos e desdobramentos, é o tema central da cobertura da mídia. Sendo uma empresa pública voltada para a integração nacional entre regiões, cidades e pessoas por meio do transporte aéreo, em um país de dimensões continentais, a Infraero se relaciona continuamente com a sociedade, com interferência direta no desenvolvimento regional e na vida da população, usuária ou não dos serviços aeroportuários. Atrasos e cancelamento de voos causam prejuízos de toda a sorte aos passageiros: o não cumprimento de compromissos de trabalho, a não realização de negócios, a frustração de amigos e familiares que ficam à espera, a perda de oportunidades nem sempre recuperáveis. Ao mesmo tempo, a regularidade do transporte aéreo possibilita encontros e separações entre pessoas que marcam profundamente a história de vida de cada um. Algumas dessas “chegadas e partidas” têm uma carga emocional tão forte que o canal por assinatura GNT dedica um programa semanal ao tema. O fechamento de aeroportos pode deixar uma região inteiramente isolada, dada a falta de opções de transporte ferroviário e as dificuldades do transporte rodoviário de longas distâncias” (Proposta técnica Santafé, pags 9 e 10) Em nenhum momento a Santafé Ideias atribui a responsabilidade por atrasos e cancelamento de voos à Infraero. O parágrafo apontado no Parecer Técnico contrapõe as desvantagens geradas pelo “atraso e cancelamento de voos” às vantagens da “regularidade do transporte aéreo”. Sem apontar responsabilidade sobre um e outro, Santafé esclarece que as duas situações afetam o ambiente em que se dá a cobertura de imprensa: “Em ambiente hostil, a imprensa tende a coberturas negativas; em ambiente favorável, fica mais aberta ao reconhecimento de virtudes e aspectos positivos” (Proposta Técnica Santafé, pag 10). Se invertermos o parágrafo a que o Parecer Técnico se refere, colocando a situação favorável na frente, fica claro que a Santafé não está falando sobre responsabilidades da Infraero: A regularidade do transporte aéreo possibilita encontros e separações entre pessoas que marcam profundamente a história de vida de cada um. Algumas dessas “chegadas e partidas” têm uma carga emocional tão forte que o canal por assinatura GNT dedica um programa semanal ao tema. Ao mesmo tempo, atrasos e cancelamento de voos causam prejuízos de toda a sorte aos passageiros: o não cumprimento de compromissos de trabalho, a não realização de negócios, a frustração de amigos e familiares que ficam à espera, a perda de oportunidades nem sempre recuperáveis. Certamente, a Comissão de Licitação concorda com as afirmativas feitas, até porque não trazem qualquer novidade. São apenas constatações óbvias, utilizadas como abertura do tema “relações com a sociedade”. O ato de abordar o tema “atrasos e cancelamentos de vôos”, no nosso entendimento, é a demonstração de que a Santafé Ideias compreende a gravidade da questão e seu potencial de repercussão negativa. E mesmo não sendo responsável por “atrasos e cancelamentos”, a Infraero enfrenta esse problema e está ciente da necessidade de combatê-lo. Vale lembrar que a Infraero tem tanta consciência sobre a importância da regularidade de voos na vida dos passageiros que disponibiliza o aplicativo INFRAEROVOOS ONLINE, “feito para quem quer fazer uma viagem de avião sem surpresas e sem problemas”, segundo o texto de apresentação. O aplicativo permite consultar os horários de partidas e chegadas de voos de 50 aeroportos brasileiros. Mesmo com a ressalva de que atualização dos status dos voos é de responsabilidade das companhias aéreas, a Infraero oferece essa facilidade aos passageiros. Embora grande parte de atrasos e cancelamento de voos seja de responsabilidade das companhias aéreas, em alguns casos, mesmo não sendo de sua responsabilidade, a Infraero, na ânsia de resolver o problema, envolve-se na sua solução, o que pode provocar uma percepção distorcida sobre suas atribuições. Em 13 de outubro de 2012, por exemplo, um avião de carga - MD-11 da Centurion - que aterrissava em Campinas (SP) teve problemas no trem de pouso ao aterrissar e danificou a pista, que ficou fechada por 45 horas e provocou o cancelamento de centenas de voos. Não há a menor dúvida de que a responsabilidade pelo acidente foi da Centurion Cargo. No dia 22 seguinte, o Valor Econômico traz matéria que cita o anúncio da Infraero de que cobrará R$ 3 milhões na Justiça da Centurion, por prejuízos materiais e que, além disso, avalia valores referentes a

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danos morais. Tendo como fonte o próprio presidente da Infraero, Gustavo do Vale, a matéria também informa que, após o acidente, a Infraero estuda a possibilidade de comprar kits próprios de remoção de aviões com problemas: “Depois desse incidente, estamos estudando, até por orientação da Presidência [da República], afirmou o executivo. Esse kits têm custo médio de US$ 3 milhões a US$ 4 milhões, segundo ele. A TAM estima em cerca de US$ 2 milhões. A necessidade de aquisição será avaliada em uma reunião para "lavar a roupa suja". (Valor Econômico, “Infraero quer antecipar obra em Viracopos”, 22.10.2012 – grifos nossos). De fato, a reunião a que o presidente se referiu, ocorreu no dia 24. Segundo nota do site, foi criado um grupo técnico para estabelecer os novos procedimentos que vão aprimorar a forma de lidar com incidentes nos aeroportos. Outro exemplo bastante explorado pela mídia é o fechamento dos aeroportos em função de neblinas, que ocorrem com bastante frequência no Sul e no Sudeste. A imprensa sempre lembra a responsabilidade da Infraero em dotar os aeroportos de Sistemas de Instrumentos de Pouso (Instrument Landing System – ILS) condizentes com as condições climáticas que costumam enfrentar. Reconhecendo o problema, a Infraero anunciou, em novembro último, um investimento de R$ 35 milhões nos aeroportos de Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Curitiba (PR) para permitir o pouso de aeronaves mesmo em condições de visibilidade zero. (Folha de São Paulo, Aeroportos do país terão sistema para pouso com visibilidade zero, 16.11.2012) Desejosa de sair vencedora da presente concorrência, a Santafé Ideias manteve uma postura crítica ao fazer o Diagnóstico da Infraero, pois considera que encobrir a realidade não é uma forma eficaz de “agregar transparência e eficiência à comunicação da Infraero no atendimento à imprensa, na produção de conteúdo, auditoria de imagem, relação com os públicos de interesse e a população em geral, e nas demais atividades inerentes à área de assessoria de imprensa” (Edital pag.213, Projeto Básico). Em contraste, licitantes que obtiveram nota máxima não só no Diagnóstico como no conjunto da Proposta Técnica, optaram por apresentar um cenário irreal – o que prejudicaria o apoio que a Assessoria de Imprensa espera obter com a contratação decorrente deste certame. A Máquina da Notícia, por exemplo, ao descrever o “potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, inicia sua explanação declarando: “O cenário é promissor: há demanda de clientes, o mercado está em expansão apesar da crise mundial, existem linhas de investimentos regulares e em volume recorde para o negócio da empresa e o “choque de competitividade” iniciado no ano poderá levá-la pelo mesmo caminho de sucesso percorrido por outras estatais” (Proposta Técnica Máquina da Notícia, pag. 7) A CDN Comunicação Corporativa tenta, por exemplo, justificar o não envolvimento da Infraero na fiscalização de obras, quando elege o “Zelo pelo uso de recursos públicos” como um dos pilares da estratégia de comunicação proposta: “Embora a empresa não tenha a incumbência de fiscalizar as obras, o levantamento de percepções executado pela CDN em três aeroportos mostrou que os usuários suspeitam que este papel cabe à Infraero, até mesmo pelo seu protagonismo de quatro décadas no cenário aéreo do país”. (Proposta Técnica CDN, pag.28) Se a CDN tivesse realizado uma leitura atenda do Relatório Anual da Infraero (2011), encontraria diversas citações de iniciativas de fiscalização por parte de agentes da Infraero (em obras, contratos, etc.). Há inclusive, na p. 54, um quadro que indica a previsão de 5,92 milhões de reais para “fiscalização”, informação atribuída ao Sistema de Orçamentos de Engenharia (SOE). Por todo o exposto, a Santafé Ideias pede à Comissão de Licitação que reconsidere a perda de pontos que mereceu por “demonstra não conhecer completamente o papel da empresa”. III. Do julgamento da Capacidade de Atendimento Ao formular a sua proposta técnica, a Santafé Ideias leva em consideração o edital como um todo, para que a estratégia e as ações propostas ao contratante estejam de acordo com os produtos e serviços que serão contratados. Assim sendo, embora as propostas técnica e de preço sejam apresentadas separadamente, é preciso que guardem coerência, sob pena de a empresa que vier a ser contratada não poder cumprir o prometido. A proposta de preços deixa bem claro que, para os serviços permanentes, a Infraero prevê o pagamento de sete profissionais: dois de Comunicação Sênior, três de Comunicação Plena, dois de Comunicação Júnior. Além disso, para serviços variáveis, mais 36 horas de profissional de Comunicação Sênior e outras 36 horas de profissional de Comunicação Plena. Todos os outros profissionais que forem mobilizados para a prestação de serviços serão remunerados indiretamente, por meio do pagamento do serviço ou produto que tiverem executado. Nesse sentido, também o edital (projeto básico) é bem claro:

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“A empresa deverá disponibilizar, se necessário, outros profissionais para desenvolver as atividades especificadas” (item 5.3);

“Além da equipe técnica mínima prevista, a contratada deverá manter suporte administrativo inerente às atividades a serem executadas, garantindo um serviço qualificado, sem nenhum custo adicional para a Infraero” (5.5).

O edital também não faz exigência alguma para que as licitantes tenham estruturas fora de Brasília, como se vefica no Projeto Básico:

“A contratada crentralizará a prestação dos serviços permanentes/atendimento em Brasília, onde, para esse fim, manterá escritório, sucursal ou filial” (item 7.1).

“A seu juízo, a contratada poderá utiizar-se de sua matriz ou de seus representantes em outros Estados para serviços complementares ou acessórios que venham a ser necessários (...), de acordo com a necessidade, o interesse e a conveniência da Infraero, com vitas a assegurar as condições específicas da execução dos serviços” (item 7.2). (grifos nossos)

“A Infraero poderá solicitar, de acordo com a necessidade, interesse e conveniência, a prestação dos serviços em sua estrutura física” (item 7.4)

“A critério da Infraero e mediante autorização prévia e por escrito, mediante a emissão de ordem de serviço, poderá eventualmente ocorrer deslocamento de profissionais da equipe responsável para executarem serviços em outros estados da federação. Nessa hipótese, a contratada proverá o pagamento de diárias aos técnicos designados” (item 9.1) Das nove licitantes cujas propostas técnicas foram julgadas, somente a Santafé Ideias obteve nota 5 na Capacidade de Atendimento. Todas as outras receberam a nota máxima, mesmo com estrutura de atendimento precária e demonstrando pouca (ou nenhuma) experiência com clientes do porte da Infraero. Vale lembrar que a Santafé Ideias recebeu nota máxima no subquesito 1.c do Plano de Comunicação, demonstrando, portanto, capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o plano em discussão. O “Parecer técnico para julgamento das propostas técnicas” assim explica os motivos que levaram a Comissão a não conceder a nota máxima à Capacidade de Atendimento da Santafé, ainda que tenha colocado à disposição da Infraero 14 profissionais, cuja experiência comprovada foi ressaltada no próprio Parecer, e ainda que a empresa atenda a clientes de grande porte como o Ministério da Previdência Social e a Norte Energia/ Hidrelétrica de Belo Monte, entre outros: Segundo a licitante, ela “pode agregar forças-tarefa para reforçar o atendimento durante planos de contingência, gerenciamento de crises ou para atender a necessidades pontuais (grifo do Parecer) em qualquer lugar do país.” Apesar da experiência comprovada em proposta dos profissionais que atuam em Brasília, único escritório da licitante, a Infraero possui mais de 60 aeroportos espalhados pelo país, sendo que há “crises e necessidades pontuais” em vários deles ao mesmo tempo. Questiona-se, dessa forma, a estrutura de atendimento da licitante, uma vez que ela possui escritório apenas em Brasília e experiência em ativar núcleos de apoio em localidades específicas, como Altamira e Porto Velho. As ações desenvolvidas pela licitante para o Ministério da Previdência Social, por exemplo, órgão que reúne características semelhantes à Infraero, conforme declarado pela licitante, restringem-se à mídia nacional e às ações nacionais do Ministério, sendo que a necessidade da Infraero também contempla atividades regionais simultâneas. A Santafé Ideias considera que, para o atendimento às necessidades de divulgação, nacional e regional, em localidades onde estão instalados os 63 aeroportos da rede Infraero e as demais unidades, a capacidade de atendimento não poderia depender de instalações físicas disponíveis em várias cidades do país. Se assim fosse, empresas que atuam com estruturas enxutas, compensando a quantidade de escritórios com o investimento em recursos tecnológicos, estariam sempre prejudicadas na concorrência com grandes organizações. Para que haja equidade no julgamento de grandes, médias e pequenas empresas, a capacidade de atendimento precisa ser medida pela velocidade de resposta (que depende sobremaneira de recursos digitais) e pelo capital intelectual da equipe que estará à disposição do contratante, além da agilidade no deslocamento. Essa última não é problema para nenhuma empresa sediada em Brasília, cidade localizada no centro do país, cujo aeroporto é um dos principais hubs nacionais. A Santafé Ideias é uma empresa que se enquadra no perfil da sociedade da informação, atuando com agilidade e proatividade graças aos recursos digitais disponíveis e a parcerias possíveis em qualquer região do país. Com toda a certeza, a Comissão de Licitação entende que a era digital permite vencer facilmente as barreiras de tempo e espaço, pois a internet possibilita a busca de informações, a troca de conhecimento, bem como o acionamento de parceiros e equipes de trabalho em qualquer ponto do país ou do mundo. Profissionais de comunicação, cada vez mais, utilizam-se de reuniões virtuais e teleconferências. Trocas de opiniões, arquivos, vídeos e dos mais diversos conteúdos são possíveis até a partir de dispositivos

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móveis facilmente encontráveis. As redações também seguem a mesma linha, demonstrando que, no mundo atual, vale muito mais uma estrutura respaldada pela tecnologia da informação do que escritórios convencionais. Grandes empresas internacionais, inclusive, adotam cada vez mais o uso do home office por seus funcionários. Atualmente, no país, os jornalistas são incentivados pelas empresas para as quais trabalham a apurar, produzir e publicar seus textos por meio de um notebook ou tablet, a partir de qualquer localização. Além disso, para efeito de assessoria de imprensa e ações de comunicação, é grande o percentual de matérias que são repercutidas na imprensa regional pelos grandes conglomerados de mídia. A internet também possibilita o acompanhamento e o atendimento à mídia regional sem que haja necessidade de deslocamento físico, que só se justifica em questões pontuais ou ações estratégicas assim consideradas pelo contratante. A mesma premissa vale para o contato com as equipes de comunicação da Infraero, que atuam nos aeroportos, em atividades fortemente operacionais e que exigem movimentação contínua entre pátios, terminais e áreas adjacentes. É por isso que a Santafé Ideias propõe que a integração permanente entre as diversas unidades de comunicação da Infraero seja feita por meio de software específico; de outra forma, sempre se mostraria precária. O atendimento da Santafé Ideias a clientes fora de Brasília – como detalhadamente exposto nos dois Relatos apresentados – mostram a capacidade da empresa de promover ações in loco, bem como sua ampla experiência no planejamento e na execução de uma comunicação integrada. Ao obter resultados substanciais por seu trabalho nas usinas de Belo Monte e Jirau, ambas situadas em localidade extremas e de difícil acesso, a Santafé Ideias mostra-se preparada para atuar em qualquer região do país. A Santafé Ideias não desconhece a necessidade de mobilização de equipes para ações de relacionamento que exigem a presença física, o contato direto. Mas, para essas ocasiões, que certamente não fazem parte da rotina diária da Infraero, como fica claro no edital, a Santafé se utiliza de forças-tarefa. Da mesma forma, o Governo monta forças-tarefa, evolvendo a Infraero e outros órgãos, para preparar os aeroportos para períodos de grande movimento. Com todo o respeito, solicitamos à Comissão de Licitação que, por uma questão de justiça, reveja a pontuação dada à Santafé na Capacidade de Atendimento, considerando as razões abaixo elencadas: 1. O Parecer questiona o fato de a Santafé possuir somente um escritório em Brasília, o que julga insuficiente para o atendimento à necessidade da Infraero de realizar atividades regionais simultâneas. O atendimento completo às exigências do edital não inclui a necessidade de escritórios fora de Brasília. O Objeto do Demanda (item 6 do Projeto Básico) também não contém qualquer menção à elaboração de plano de ações regionais simultâneas. E o caráter eventual da prestação de serviços é extremamente claro:

“A critério da Infraero e mediante autorização prévia e por escrito, mediante a emissão de ordem de serviço, poderá eventualmente ocorrer deslocamento de profissionais da equipe responsável para executarem serviços em outros estados da federação” (item 9.1). 2. O Parecer contrapõe o fato de a Santafé Ideias só ter um escritório em Brasília aos mais de 60 aerportos da Infraero espalhados pelo país, onde “crises e necessidades pontuais ocorrem ao mesmo tempo”. Mesmo apresentando um único escritório em Brasília, cuja estrutura é compartilhada com a área da produção de vídeos, a AP Vídeo Comunicação ganhou pontuação máxima na Capacidade de Atendimento. Para atender a “crises e necessidades” pontuais e simultâneas em vários aeroportos, dois escritórios (e não só um) são suficientes? Consideremos que haja necessidade de atender a crises simultâneas no aeroporto Tom Jobim (RJ) e no de Manaus (AM) ou no de Viracopos (Campinas/SP). A empresa que possui escritórios em Brasília e em São Paulo, capital, oferece mais vantagens ao atendimento da Infraero? Tomemos o caso da Máquina da Notícia Comunicação Ltda, licitante que obteve pontuação 100 na Proposta Técnica. A Máquina de Notícia é uma das 14 unidades que compõem o Grupo Máquina PR: 11 unidades de negócios e três agências independentes. A Capacidade de Atendimento apresentada à Infraero é a do Grupo Máquina PR (rede nacional e internacional), e não à da Máquina da Notícia, que é a empresa que concorre a este certame e com quem a Infraero assinará contrato, caso venha a ser declarada vencedora. “O Grupo Máquina PR possui escritórios próprios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O atendimento em outros estados é feito por meio de contrato com as agências parceiras, o que permite a cobertura nas principais cidades do país com o mesmo padrão de atendimento”. (Proposta Técnica pag. 48) Entendemos que, para cobrir “as principais cidades do país”, O Grupo Máquina fará contratações, como toda e qualquer outra licitante o faria, inclusive a Santafé, conforme previsto em sua proposta.

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Resta a dúvida: qual a capacidade de atendimento da empresa Máquina da Notícia, que é a licitante que está sendo julgada? A mesma dúvida persiste em relação à licitante Saboy Comunicação Ltda, também nota máxima em Capacidade de Atendimento. A estrutura de atendimento da S/A Comunicação, uma holding formada por de seis empresas segmentadas, distribuídas por São Paulo, Brasília e Assunção (Paraguai). Entre elas não consta a Saboy Comunicação. Segundo o site da S/A, a Saboy, criada no início dos anos 90, ganhou novo formato e nome em outubro de 2006, transformando-se na S/A Comunicação. O escritório de Brasília, que pertence à S/A Brasília, está “apto a atender a todas as necessidades de comunicação de clientes locais ou nacionais, em qualquer uma das áreas de atuação da holding” conta com uma “equipe formada por advogados, ex-parlamentares, sociólogos, publicitários e ex-diplomatas”. (site da S/A) Como foi julgada a capacidade de atendimento da licitante Saboy Comunicação? 3. O grande diferencial da Santafé Ideias é justamente ter uma estrutura flexível, que permite atender a clientes em qualquer canto do país, pois, com agilidade, implanta núcleos específicos de atendimento que podem funcionar nas instalações do cliente, na própria Santafé ou em outras cidades. Esses núcleos podem ser reforçados, a qualquer momento, em função do gerenciamento de crises e/ou para organizar e coordenar a presença do cliente em grandes eventos (como no Relato apresentado sobre a Belo Monte na Rio + 20). Esse atendimento à Belo Monte incluiu coletivas com correspondentes internacionais em São Paulo e em Belém (correspondentes que cobrem a Amazônia). O corpo central da Santafé, estável e formado por profissionais maduros, com grande experiência no mercado – alguns inclusive ocuparam cargos de chefia em órgãos/empresas públicas – é responsável pelo planejamento estratégico e pela coordenação do atendimento, o que garante a qualidade do trabalho em cada um desses núcleos. Por todo o exposto, a Santafé Ideias pede à Comissão de Licitação que reconsidere a perda de pontos em sua Capacidade de Atendimento. IV. Do julgamento da Máquina da Notícia Como demonstrado acima, o Diagnóstico apresentado pela Máquina de Notícias não condiz com a situação hoje enfrentada pela Infraero, com perda de receitas em decorrência da concessão de aeroportos lucrativos e o simultâneo aumento da pressão de autoridades e da opinião pública para o que o calendário de investimentos e obras seja cumprido. “Hoje, a Infraero é a terceira maior empresa de infraestrutura aeroportuária do mundo (...) e passa por um momento acelerado de crescimento, sem precedentes em sua história, em razão do momento econômico do país” (Proposta Técnica Máquina da Notícia, pag. 4 – grifos nossos). Ao discorrer sobre o potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, a Máquina da Notícia parte de um pressuposto irreal, conforme citado anteriormente: “O cenário é promissor: há demanda de clientes, o mercado está em expansão apesar da crise mundial, existem linhas de investimentos regulares e em volume recorde para o negócio da empresa e o “choque de competitividade” iniciado no ano poderá levá-la pelo mesmo caminho de sucesso percorrido por outras estatais” (Proposta Técnica Máquina da Notícia, pag. 7) Com a mesma lente rósea, a Máquina da Notícia descreve o que chama de “Oportunidades operacionais”: “A ausência de problemas ou mitigação de possíveis transtornos para os passageiros, na área de atuação da Infraero, são exemplos de situações positivas que podem sinalizar para os passageiros, para a imprensa...” (Proposta Técnica Máquina da Notícia, pag. 10) Nenhuma assessoria de imprensa trabalha com a ideia de que a "ausência de problemas" se enquadra dentro dos critérios que definem o que é "notícia", pois a ausência de problemas é exatamente o que se espera da prestação de serviços públicos. Divulgar, portanto, a "ausência de problemas" é comemorar uma exceção. Se “a ausência de problemas” é tratada como algo extraordinário, portanto "notícia", a imprensa naturalmente entenderá o feito de forma negativa. Reafirmando sua dificuldade em entender como se dá o relacionamento com a imprensa, a Máquina de Notícias continua o raciocínio sobre a divulgação da “ausência de problemas” sem distinguir o que é rotina da cobertura jornalística das reais oportunidades de posicionar a Infraero positivamente na mídia: “Assim, os resultados positivos obtidos em finais de semana prolongados, em períodos de férias, além das temporadas previstas para os eventos internacionais, podem melhorar o relacionamento da Infraero com seus públicos de interesse, particularmente com a veiculação de notícias pela mídia. A operação dos aeroportos foi um tema preponderante do noticiário nacional no segundo semestre de 20 I I” (idem) . Pelo exposto, a Santafé Ideias pede à Comissão de Licitação que reconsidere a nota dada à Máquina da Notícia no subquesito Diagnóstico. V. Do julgamento da CDN Comunicação Corporativa

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A CDN Comunicação Corporativa também se mostra em dificuldade para diagnosticar a situação da Infraero. Reproduzimos os textos já apontados que deixam claro equívocos que seriam danosos caso a CDN, no apoio à assessoria de imprensa da Infraero, repassasse essas informações aos jornalistas. “Também pesa sobre a companhia a necessidade de se afastar do estigma da falta de recursos suficientes para lidar com a sua demanda. (Proposta Técnica CDN, pag. 4). A falta de recursos não é um estigma, conforme acima demonstrado. “Apesar de ter superado a marca recorde de R$1 bilhão em receitas comerciais no ano passado, com as transações de carga contribuindo com R$ 659, milhões em contratos, permanece no Governo a incerteza quanto à capacidade da (sic) Infraero alcançar o equilíbrio financeiro necessário a seus planos de investimento” (idem). Os dados não conferem com os divulgados pela Infraero, conforme acima demonstrado. “Embora a empresa não tenha a incumbência de fiscalizar as obras, o levantamento de percepções executado pela CDN em três aeroportos mostrou que os usuários suspeitam que este papel cabe à Infraero, até mesmo pelo seu protagonismo de quatro décadas no cenário aéreo do país”. (Proposta Técnica CDN, pag.28)

2.5.1 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA MÁQUINA DA NOTICIA

COMUNICAÇÃO LTDA - resumidamente

Afirma que o plano de comunicação apresentado está é absolutamente pertinente e atrelado à realidade da INFRAERO, sendo merecedor das notas concedidas em todos os quesitos.

Ainda quanto ao Plano de Comunicação

apresentado, defende-se com os argumentos a seguir transcritos, os quais

considerados mais relevantes:

“8. Afinal, como mencionado na proposta apresentada pela Máquina, a Infraero passa, sim, por um momento acelerado de crescimento, tanto que recebeu volume recorde de investimentos por parte do governo federal 9. Além disso, prova de que a Infraero tornou-se símbolo do bom momento econômico do país é que a nova classe média é apontada como responsável pelo aumento da demanda de passageiros.”

A recorrida, afirma que sua proposta deve ser

avaliada no conjunto, e não numa análise isolada de trechos conforme feito pela

licitante recorrente Santafé, os quais foram colocados fora do contexto. Ainda quanto ao recurso da Santafé, comenta:

“(...) engana-se a Santafé ao imputar à maquina o desconhecimento quanto a realidade enfrentada atualmente pela Infraero diante da concessão de aeroportos lucrativos.” “16.Com efeito, as concessões de aeroportos antes operados pela Infraero, embora sejam capaz de gerar perda de receitas, não mudam o cenário de crescimento da empresa (...).”

Sobre as concessões, assevera que as mesmas

ajudarão a INFRAERO a manter seu ritmo de crescimento, quanto às

possibilidades, declara que o mercado mundial demanda por clientes. Em relação às oportunidades operacionais afirma ser um trabalho rotineiro da área de

comunicação a divulgação de informações sobre as medidas adotadas pela INFRAERO.

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Com base no exposto, requer seja o recurso da licitante Santafé seja indeferido no que tange ao ponto atacado.

2.5.2 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA CDN COMUNICAÇÃO

CORPORATIVA LTDA – em síntese

O argumento da licitante Santafé quanto ao não

atendimento do “Quesito 01 – Plano de Comunicação, Subquesito 01 – Diagnóstico da Situação”, é combatido pela licitante recorrida CDN nos termos a seguir transcritos:

“(...) 17. Referido trecho é claro no sentido de que pesa sobre a Infraero um estigma de ausência de recursos financeiros para lidar com sua demanda, visto que, muito embora tenha a Infraero superado marca recorde de R$ 1 bilhão em receitas comerciais, permanece dúvida no próprio Governo quanto à capacidade da estatal de alcançar o equilíbrio financeiro.

18. Ora, a mencionada incerteza do Governo quanto à capacidade financeira da Infraero a despeito da arrecadação recorde é justamente um exemplo de como a estatal é prejudicada por um estigma de falta de recursos.

19. Como se vê, não há qualquer contradição ou confusão que possa ser atribuída ao texto, como sustenta a Recorrente.

20. Nesse sentido, é de se observar que a falta de compreensão foi justamente o motivo alegado pela Comissão para não atribuir à licitante Santafé a pontuação máxima nesse Quesito.

21. A falta de entendimento da Santafé se estende também às alegações de origem das receitas, que, além de inoportunas, porquanto não se está a fazer uma auditoria nas contas da Infraero, desconsideram que na proposta técnica da CDN consta expressamente que o recorde de R$ 1 bilhão é em receitas comerciais. Vejamos, novamente, o trecho impugnado: “(...) Apesar de ter superado a marca recorde de R$ 1 bilhão em receitas comerciais no ano passado, (...).” (fls. 04) (g.n.) 22. Também sem sentido a alegação de que a receita mencionada referente aos contratos infere que todas as receitas de logística de carga estão atreladas aos contratos, em desprezo aos pagamentos por cliente individual.

23. Referida alegação não altera em nada a afirmação feita pela CDN, cujo enfoque, frise-se, não era de auditar os relatórios financeiros da estatal, mas de demonstrar que a Infraero possui um passivo na mídia decorrente, dentre outros motivos, de um estigma referente à sua capacidade financeira.

24. Tanto a Infraero sofre com referido estigma, que, contrariamente à alegação da Recorrente, de que a defasagem financeira seria manifestamente concreta, o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento não inclui a Infraero dentre as estatais dependentes do Tesouro Nacional, mas, sim, dentre as estatais com orçamento de investimento, diga-se, ao lado de grandes grupos econômicos nacionais, a exemplo do Grupo Petrobrás e do Grupo Eletrobrás.

25. Por fim, também sem razão a licitante Santafé com relação à fiscalização das obras. Isto porque a licitante fez uma leitura simplória e superficial da abordagem ao zelo pelo uso de recurso público pela CDN.

No que tange a afirmação da recorrente de que a

atribuída a Comissão de licitação agiu de má fé na condução do certame, é irresponsável e sem qualquer elemento comprobatório.

Finaliza, afirmando que as alegações da licitante Santafé Ideias e Comunicação Ltda., são descabidas inoportunas e

improcedentes.

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2.5.3 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA SABOY COMUNICAÇÃO LTDA –

em breve súmula

A recorrida declara que não vai contestar

individualmente as razões exportas pelas demais licitantes visto que o parecer da Comissão de licitação possui argumentos necessários que por si justifica a manutenção da pontuação concedida e que foi acertado o julgamento feito no que

tange a “Capacidade de Atendimento” e à “Estratégia de Comunicação”, em relação a sua proposta.

Com relação a dúvida levantada pela licitante Santafé, com relação a nota atribuída a sua capacidade de atendimento, a mesma

esclarece que possui escritórios em São Paulo, Brasilia e Assunção, no Paraguai, possuindo estrutura e profissionais para darem suporte técnico ao atendimento dos serviços objeto deste certame, principalmente os alocados em Brasília.

Assevera serem descabidos os questionamentos

levantados pela licitante Santafé, visto que restou comprovado nos documentos de habilitação e atestados apresentados, sendo tais argumentos infundados e subjetivos.

[...]

Finaliza, afirmando não haver qualquer fundamentação para o argumento trazido pela licitante Entrelinhas, devendo o

mesmo ser rechaçado pela Comissão de Licitação.

Conclui seus argumentos, requerendo o afastamento

dos questionamentos feitos pela recorrente, mantendo-se a pontuação atribuída a sua proposta.

2.6 IN PRESS ASSESSORIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA

LTDA.

A recorrente declara ter apresentado sua proposta

de preços em conformidade com os critérios estabelecidos no instrumento convocatório, no entanto, a Comissão de licitação atribuiu pontuação que no

entendimento da recorrente não corresponde aos conceitos apresentados, para tanto contesta os critérios atribuídos, para tanto apresenta os argumentos que se seguem:

“(...) III. DO PLANO TÉCNICO “(...) A) Na resposta ao item 3.1.1.2, a comissão não concedeu a nota máxima à Recorrente alegando que a agência apresentou “compreensão parcial do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia”; a

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comissão argumentou ainda que “as oportunidades apontadas na proposta – eventos esportivos e internacionais, investimentos em infraestrutura, concessões etc – foram citadas apenas superficialmente, sem uma análise crítica adequada. A ausência dessa análise não permite à licitante sugerir oportunidades de acordo com a real situação vivenciada pela Infraero”. Entretanto, no trabalho apresentado a Recorrente analisou e criticou o cenário de uma forma muito mais ampla do que a comissão entendeu. Não nos prendemos a avaliar apenas as oportunidades óbvias, como, em geral, os demais participantes fizeram em seus trabalhos. Daí a opção –a acertada, a nosso ver – em entender os desafios de comunicação olhando o todo, não apenas as partes. Conceituar os grandes eventos esportivos internacionais como fatos com impacto comunicacional é óbvio! Mas é uma irresponsabilidade afirmar que serão oportunidades. Poderão ser, evidentemente, riscos de desgaste da imagem da Infraero caso a infraestrutura aeroportuária não atenda a demanda esperada com conforto e qualidade. A ameaça do crescimento da demanda está explicitada na análise inicial apresentada no quesito – que, por sinal, aponta para uma incapacidade, até o momento, da empresa atender suas obrigações no nível exigido pela clientela, o que explica a imagem negativa refletida na mídia e caracterizada na Análise das publicações (Quesito 4). Por outro lado, a obrigação de comunicar-se com o público interno, muito bem apresentado e explorado na resposta ao item 3.1.1.2, é essencial para a Infraero enfrentar tanto um cenário positivo durante os eventos, quanto negativo. Não é apenas a área de comunicação da Infraero que irá superar os obstáculos de relacionamento com os diversos públicos, mas uma nova postura da empresa como um todo, como apontado na nossa resposta. Hoje, com o acesso crescente da população aos serviços aeroviários, os formadores de opinião não são poucos e concentrados, como equivocadamente alguns concorrentes apontaram. Toda a sociedade é formadora de opinião e precisa ser influenciada pela Infraero. Portanto, discordamos da pontuação e solicitamos a adequação da nota para máxima no item citado. B) Em relação ao item 3.1.1.4, novamente a comissão concedeu nota parcial à Recorrente argumentando que “a licitante atribui à Infraero responsabilidades que não são da empresa, demonstrando conhecimento parcial da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo”. A avaliação demonstra que a comissão está focada no formalismo quando lê a proposta Recorrente, mas distante da realidade que domina as atividades na linha de frente dos aeroportos. Mesmo não formal, o atendimento aos parlamentares é uma prática corriqueira. De quê adianta prender-se à regra formal quando as relações com os públicos e, consequentemente, a construção da imagem na prática a transcende? Para a discussão desse quesito a Recorrente tomou o cuidado de buscar como fonte de informação primária: um ex-superintendente da Infraero que administrou grandes aeroportos nacionais. Portanto, discordamos da abordagem feita pela comissão ao criticar a resposta da Recorrente por não ser realista e parecer distante da prática enfrentada no dia-a-dia dos aeroportos que administra. E solicitamos a revisão da nota. C) Sobre a nota concedida à Recorrente no item 3.1.2.1, também parcialmente, a comissão alegou que “um dos diferenciais da Infraero em relação a outros órgãos de governo é sua atuação e presença em grande parte do território nacional. Como toda empresa que possui ações nacionais e regionais, um dos grandes desafios da Infraero é unificar e alinhar seu discurso, além de acompanhar todas as atividades e demandas das localidades. Essa característica da empresa passou despercebida da Infraero.” A crítica feita pela comissão parece refletir uma situação típica dos processos de licitação na área de comunicação, quando o material das concorrentes é avaliado de forma segmentada por diferentes pessoas da comissão. A argumentação de falta de compreensão sobre a atuação da Infraero distribuída pelo Brasil é incongruente com outros pontos do material. Destaque-se que a comissão pontuou com nota máxima o estudo de caso similar apresentado pela Recorrente que, em suas conclusões, afirmou:

A estrutura operacional e de comunicação da Vale, como da Infraero, é capilarizada, distribuída em uma grande área geográfica, e sujeita a enfrentar eventos negativos em todos os lugares. A opção da empresa para enfrentar este quadro foi de centralização do comando do processo de comunicação na sede, padronização da qualidade do material, agilidade na captação de informação na ponta e forte articulação interna com os gestores e porta-vozes; Portanto, um dos problemas de comunicação da Infraero foi, sim, perfeitamente identificado pela Recorrente. Mas, apesar de ser um desafio, não é o principal problema de comunicação. O mais relevante é o protagonismo no fornecimento de informação aos meios de comunicação. Para isso a Recorrente apresentou uma solução inteligente de fatiar os assuntos de que a empresa trata e dividi-los entre equipes dedicadas de jornalistas que tornariam especialistas capazes de enfrentar a pressão da mídia – ao invés do generalismo pouco efetivo com o qual a Infraero trabalha hoje. Para isso foram, realmente, destacados qualidades necessárias para a atuação, como: “As mensagens-chave que devem ancorar o discurso institucional da Infraero, sendo alinhadas e reproduzidas por todos os seus porta-vozes são:

Protagonismo

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Eficiência

Transparência

Agilidade

Inovação” Curiosamente esta abordagem recebeu a crítica da comissão, que se manifestou assim: “Além disso, a maior parte do texto apresentado neste item reproduz linhas gerais de práticas de jornalismo, aplicáveis a qualquer proposta técnica, sem relacionar-se diretamente coma problemática da Infraero”. Causa estranheza essa crítica quando, em relação a concorrentes, a comissão elogiou esta mesma abordagem, como feito à FSB, cujos relatos “colocam em evidência atributos imprescindíveis para uma política de comunicação eficiente: agilidade, transparência, articulação”. Alguma semelhança? Total! E igual tratamento pela comissão? Não! Além disso, a estratégia apresentada pela Recorrente traz uma solução de comunicação, não de outra natureza. Algumas concorrentes chegaram a sugerir uma mudança na legislação para melhorar o cenário na qual a Infraero está envolvida. Seria uma ótima solução, caso esta licitação trata-se de assessoria política ou institucional (o que chegou a ser destacado pela comissão como positivo!). Mas, como é uma licitação para comunicação, as estratégias deveriam tratar de soluções de comunicação, para o bem da própria Infraero... Diante da série de incongruências e manifestações conflituosas desta comissão em suas avaliações, para um tratamento justo e equilibrado para todos os licitantes, solicitamos a revisão para cima da nota concedia à Recorrente neste quesito. D) O mesmo questionamento deve-se fazer em relação aos ítens 3.1.2.2 e 3.1.2.3, em que a estratégia apresentada pela Recorrente foi avaliada e penalizada pela comissão. O que a proposta traz é uma abordagem em que, considerando todas as características de comunicação da Infraero (estrutura, abrangência geográfica, desalinhamento de mensagens, concorrência pelo protagonismo) recebem uma solução prática, viável e operacional. Dividir as equipes por áreas de atuação e formalizar com os concorrentes e parceiros processos de fluxo de informações – para aumentar o controle sobre sua difusão – são técnicas eficientes e acessíveis à Infraero hoje, se contar com um competente parceiro externo. Esta abordagem deveria ser mais bem avaliada pela comissão caso a análise siga apenas o critério técnico.”

Finaliza requerendo seja conhecido o presente recurso, dando efeito suspensivo ao certame licitatório até o julgamento dos argumentos apresentado.

Conclui seus argumentos, requerendo a reavaliação

dos fundamentos e razões utilizados para pontuação da proposta técnica apresentada pela Recorrente, uma vez que as notas atribuídas não correspondem ao plano apresentado.

2.7 ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA.

A recorrente inicia seus argumentos afirmando ter o

presente recurso a finalidade de invalidar a decisão da Comissão de licitação tendo em vista a mesma ter atribuído nota que não corresponde, inferior, aos trabalhos elaborados e atribuindo notas superiores a outros licitantes, deixando-

a em classificação desvantajosa. Assim contesta o parecer da Comissão de Licitação pelos argumentos a seguir transcritos:

(...) A – DO ITEM “B” DO SUBQUESITO 1 (“DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO”) DO QUESITO 1 (“PLANO DE COMUNICAÇÃO”). Inicialmente, convém tratar do item “b” do subquesito 1 (“diagnóstico de situação”), que tinha por objetivo “demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas”.

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Às fls. 7 do mencionado Parecer Técnico Para Julgamento das Propostas Técnicas, a respeitável Comissão Licitante considerou que esta licitante: “demonstrou, por meio do material atestado nas folhas 180 e 183, compreensão parcial do papel institucional da Infraero, uma vez que sugeriu, entre os “quatros grandes temas de oportunidades” (f.182) para a empresa na mídia, que a Infraero forneça “informações aos usuários das companhias aéreas sobre voos {de responsabilidade das próprias empresas aéreas}” (f.182) e “condições meteorológicas [de responsabilidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo]” (f.182)” (grifos dessa licitante). Ocorre que, em tal avaliação, deixou-se de considerar que a Infraero exerce o papel de divulgação de informações aos usuários das companhias aéreas que, por sua vez, são também usuários da infraestrutura dos aeroportos, tanto de maneira presencial, nas próprias unidades aeroportuárias, quanto por meio do site estatal (WWW.infraero.gov.br). Como efeito, nesse site, o usuário dos aeroportos e, claro, das companhias aéreas, tem à disposição links com orientações importantes para quem viaja pelos aeroportos brasileiros administrados pela Infraero. Um deles é “Situação dos Voos”, pelo qual se pode, por aeroporto ou por companhia aérea, saber a quantidade de voos “atrasados”, “atrasados no momento” e “cancelados”. Outro link, também de prestação de serviço, é “Voos Online”, por meio do qual o cidadão pode conhecer os voos oferecidos pelas companhias aéreas. Até as condições meteorológicas, cujo tema a Comissão Licitante atribuiu ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo, podem ser checadas por qualquer cidadão que queira viajar. Basta acessar os links “Tempo nos aeroportos” ou Radar Meteorológico”, que constam do site estatal. O que se procurou mostrar é que esta licitante tem a compreensão de que, apesar de o papel da Infraero não ser o de cuidar dos horários de voos das companhias aéreas nem tampouco das condições climáticas, o sítio eletrônico da empresa torna-se porta-voz desse serviço, o qual, certamente, demandou verbas para criação, implantação e divulgação. Além disso, no entendimento desta licitante, a divulgação dessas informações torna-se uma forma de o usuário tomar o conhecimento da Infraero, com relação à responsabilidade que a estatal tem nos aeroportos que administra, de modo a que possa diferenciar quais problemas podem lhe ser atribuídos, e, por outro lado, quais são aqueles de competência de outras entidades. Ainda referindo-se ao mesmo item, também às fls. 07, do Parecer Técnico, a Comissão Licitante registrou que: “outro assunto proposto entre os “quatros grandes temas de oportunidades” (f.182), concessão dos aeroportos, não pode ser considerado um tema que a Infraero possa trabalhar junto à imprensa, pois é um assunto conduzido pelo Governo Federal por meio da Secretaria de Aviação Civil (SAC). De acordo com diretrizes de governo, a Infraero não se manifesta sobre o assunto” (grifos desta licitante). No que tange a este ponto, Ilmo. Presidente, não se observou equidade de avaliação, uma vez que outras duas licitantes, que obtiveram pontuação máxima nesse quesito, também citaram a questão de concessão de aeroportos como oportunidade para a Infraero na mídia. Apenas para ilustrar a ausência de equidade, tome-se, por exemplo, a proposta técnica da CDN Comunicação Corporativa Ltda., da qual pede-se vênia para transcrever pequeno em que é apontada a questão das concessões dos aeroportos como uma das oportunidades para a Infraero na mídia. Após o uso do intertítulo “Os desafios das Concessões”, a proposta técnica da CDN exibe o seguinte texto: “Divulgar de forma eficaz o processo das concessões aeroportuárias representará um grande desafio para Infraero. A comunicação deverá ter sensibilidade para fazer com que a sociedade entenda que a melhoria se deve ao protagonismo da Infraero, e que deve capitalizar os bônus pelas mudanças.” É importante registrar, corroborando a alegação de disparidade indevida das notas, que, no próprio Parecer técnico, às fls. 08, referente ainda ao ilustre concorrente citado, a Comissão Licitante destacou que: “Entre as oportunidade apontadas pela licitante, e detalhadas na proposta, estão: Eventos esportivos, Concessões, Investimentos, Interesse da Imprensa, Projetos estruturantes e Bem estar do bem público” (grifamos) Na mesma esteira, traz-se a lume a proposta da concorrente Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda., para reforçar a tese de que há necessidade de estabelecimento de equidade no que tange ao ponto discutido. Essa concorrente recorre também à concessão dos aeroportos ao citar que “o tema (...) é sempre uma oportunidade para reposicionar a Infraero perante a sociedade”. Dessa maneira, se o tratamento acerca da matéria da concessão dos aeroportos foi considerado como um demérito na proposta da Recorrente, é necessário que se mantenha essa orientação também com relação às concorrentes que mencionaram o mesmo tema, isto é, as empresas CDN Comunicação Corporativa Ltda. E Santa Fé Ideais e Comunicação Ltda., procedendo-se à uniformização das notas, majorando-se a nota atribuída à ora Recorrente.

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Nãos bastassem os equívocos supramencionados, observa-se mais um no mesmo item. Com efeito, no Parecer Técnico Para Julgamento das Propostas Técnicas, às fls. 06, a Comissão de Licitação atribuiu nota 4 (quatro) a esta licitante. Porém, na tabela que integra esse Parecer Técnico, foi apontada a nota 3 (três) no mesmo item, em evidente contrariedade que não poderia prevalecer. B – DO ITEM “C” DO SUBQUESITO 1 (“DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO”) DO QUESITO 1 (“PLANO DE COMUNICAÇÃO”). As incoerências não se registram ao item analisado no tópico anterior. No item “c” do Subquesito 1 que se refere a “demonstrar capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o Plano de comunicação em discussão”, das 9 (nove) concorrentes, 7 (sete), entre elas esta licitante, obtiveram nota máxima: 6 (seis). No entanto, convém atentar que a nota máxima nem sempre foi conferida devidamente, pois nesta questão, alvo de esclarecimentos dos números 9 e 40 ao 42 da Comissão de Licitação, algumas das concorrentes que obtiveram a nota máxima não atenderam à especificidade exigida, ou a atenderam apenas parcialmente e deveriam ter recebido nota menor. A Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda., por exemplo, relacionou como experiência similar para o Plano de comunicação o INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social, que não se trata de uma empresa na acepção escrita do termo. Em 20/11;12, no Esclarecimento de Dúvidas número 002/LCIC/2012, com base no questionamento de número 09 feito por uma das concorrentes, a ilustre Comissão de Licitação respondeu que “experiências similares diz respeito a serviços semelhantes para empresas nacionais, preferencialmente do porte da Infraero ( com, presença em todas as capitais brasileiras)”. Outra concorrente, a Máquina da Notícia Comunicação Ltda. Relacionou caso desvinculado das exigências constantes do edital. A licitante citou a compra do avião presidencial pelo governo federal. O governo federal é uma pessoa jurídica de direito e não direito privado, ao passo que a Boeing não pode ser considerada como uma empresa nacional, pois a matriz não é brasileira, conforme consta de resposta da comissão Licitante em comunicado divulgado em 29/11/12, também para esclarecimento de dúvidas. Nesse dia, a Comissão em análise4 registrou “sim” ao seguinte questionamento, de número 42: “É correto o entendimento de que a expressão “empresas nacionais” refere-se a empresar cuja matriz esteja no Brasil?”. Dessa forma, era evidente que as experiências narradas deveriam dizer respeito a pessoa jurídicas de direito privado com escopo de lucro (“empresas” na acepção vulgar do termo), bem como apenas aquelas cuja matriz se encontre situada em território nacional. Em situação identifica, deve-se mencionar a concorrente FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., que elencou como experiências similares o Aeroporto de Incheon, na Coreia do Sul, a ação dos EUA durante a tempestade Sandy, concessões de aeroportos na Argentina e Chile e o acidente de Air France, em 2009, em águas internacionais. Nenhum desses exemplos teve a participação de empresas nacionais, com matriz no Brasil. Sendo assim, está claro que as empresas FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda., e, Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda. Não atender5am o instrumento convocatório com relação a este item, devendo suas respectivas notas serem 0 (zero) “Não atende”. C – DO ITEM “A” DO SUBQUESITO 2 (“ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO”). Tratando-se do subquesito 2 (Estratégia de Comunicação”), deve-se trazer à discussão o item “a” que diz respeito ao “Entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos do governo”. No que tange a este ponto, a respeitável Comissão Licitante, às fls. 16, do Parecer Técnico para Julgamento das Propostas Técnicas, apontou que esta licitante demonstrou “entendimento parcial do problema apresentado no briefing”, atribuindo-lhe nota 5 (cinco). A Comissão registrou-se que “como toda empresa que possui ações nacionais e regionais, um dos grandes desafios da Infraero é unificar e alinhar seu discurso, além de acompanhar todas as atividades e demandas das localidades”. Para a Comissão, “essa característica da empresa passou despercebida pela licitante”. Com o devido respeito, há que se discordar dessa assertativa, pois não de coaduna com a realidade dos fatos. A licitante, sem sombra de dúvida, compreendeu tal desafio de unificação e alinhamento de discurso, tendo, inclusive, registrado na proposta técnica a seguinte frase: “definir um plano de ação em que a Infraero busque, centralize e dissemine, de maneira estratégica, a informação”. Esta licitante também levou em consideração a necessidade de acompanhar todas as atividades e demandas das localidades, ao discorrer na proposta técnica sobre a dimensão da Infraero. Nessa toada, constou da proposta técnica que:

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“A Infraero Administra 66 aeroportos no país, por meio dos quais foram transportados 179,9 milhões de passageiros em 2011, segundo dados da própria empresa. Essa atividade, por sua vez, envolve e atinge diversos atores da sociedade brasileira, diferenciando a Infraero de outras estatais e de outros órgãos públicos”. “Ao cuidas desses aeródromos, a Infraero interfere no dia a dia de passageiros, de empregados das companhias aéreas, de permissionários que exploram atividades comerciais em seus espaços e até de taxitas que transportam quem entra e sai dos aeroportos brasileiros” Não bastasse isso, no Subquesito 1 (Diagnóstico da Situação), da proposta técnica, esta licitante já havia discorrido sobre as ações nacionais e regionais da companhia, conforme destacado a seguir: “A Infraero, que completa 40 anos de atuação em dezembro, é atualmente a maior empresa de gestão de aeroportos do mundo. Tem sede na capital federal e está organizada em nove superintendências regionais: Noroeste (Manaus), Norte (Belém), Nordeste (Recife), Centro-Leste (Salvador), Cetro-oeste (Brasília), Sudeste (Belo Horizonte), Rio de Janeiro, São Paulo e Sul (Porto Alegre)”. “A essas superintendências regionais estão subordinados os aeroportos e as unidades de apoio à navegação aérea. A estatal está presente em todos os Estados brasileiros e emprega hoje 41.400 profissionais, sendo 14.2010 concursados e 27.200 empregados terceirizados.” Dessa forma, a nota conferida à empresa ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA. Deve ser revista e aumentada para 10 (dez), tendo em vista que houve plena compreensão do problema proposto, conforme demonstrado acima. D - DO ITEM “B” DO SUBQUESITO 2 (ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO”). Como sabido, a proposta técnica deve ser estritamente relacionada com o objeto do certame público, ou seja, esta deve ser exequível técnica e financeiramente pelo contrato, somente assim é possível ferira alguma vantagem à Administração advinda das concorrentes. Nesse sentido, é o entendimento de Wilton Luis da Silva Gomes, em sua obra Licitações sob o ponto de vista dos tribunais de Contas (2011, p. 240), ao rechaçar a utilização de qualquer critério não relacionado com o tema do certame: “Assim, na elaboração dos critérios de julgamento técnico, o Poder Público deverá identificar a maior vantagem relacionada com o objeto a ser contratado, e nas palavras do Ministro Carreiro do Tribunal de Contas da União, os critérios técnicos deverão ser apropriados, úteis e relevantes para a obtenção do resultado desejado pela Administração”. Pois bem. No presente item, o instrumento Convocatório solicita às licitantes a apresentação de “soluções de comunicação e arquitetura de mobilização dos diferentes atores envolvidos para a maximização da exposição da Infraero no alcance de seus objetivos”. Evidente, então, que as licitantes deveriam apresentar soluções de comunicação relacionadas com a atividade de assessoria de imprensa e que estivessem enquadradas dentro do orçamento da contratação. Isto posto, proposições relacionadas com a atividade de marketing, publicidade e mesmo design gráfico não estariam atendendo o edital neste item específico. Da mesma forma, não estariam atendendo o instrumento convocatório proposições não enquadradas financeiramente no futuro instrumento contratual. Assim, devem receber nota correspondente ao julgamento “não atende” as licitantes: AP Vídeo Comunicação S/S Ltda. CDN Comunicação Corporativa Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda., conforme esclarecido a seguir. A AP Vídeo Comunicação S/S Ltda, sugere uma ação de integração e recompensa para funcionários, com doação de ingressos para os jogos da Copa de 2014, bem como distribuição de camisas de seleções. Pretende, ainda, uma organização de Minicopa – torneio de futebol – entre aeroportos internacionais, convidando Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina, além do Brasil. Indica, igualmente, a criação e adoção de uma logomarca para identificar a ação da Infraero na gestão das obras dos aeroportos da cidade sede. A CDN Comunicação Corporativa Ltda., sugere a criação de uma mídia própria com exibição de filmetes nos aeroportos, além de maquetes interativas nos terminais. Propõe também, mesmo sabendo o número pré-fixado em edital da equipe a ser contratada, a manutenção de uma equipe de repórteres-fotográficos para cobertura do andamento das obras nos aeroportos das cidades-sede. Da mesma forma, muito embora haja a limitação financeira contratual, indica a formação de assessores especialistas pata atender às grandes demandas. A FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., ignorando a limitação do orçamento, sugere a produção do Infraero book (livretos com mensagens-chave atualizados a cada três meses com distribuição

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para o publico interno). Ademais, indica a implantação de estandes interativos em 5 (cinco) aeroportos do país, com acesso por meio de tecnologia touch screnn, piso interativo e até simuladores de voo! A Máquina da Notícia Comunicação Ltda. Objetiva a criação de pontos de televisão nos terminais de embarque dos aeroportos com escopo de divulgar boletins. Pretende, ainda, a instalação de totens nos aeroportos para que jornalistas e passageiros capturam o QR-CODE de endereço de novas plataformas de obras da Infraero. E, por fim, sugere também a produção quinzenal de vídeos para a Infraero TV. A Saboy Comunicação Ltda. Propões a criação de uma área de produção multimídia e sugere a criação de um diário da Infraero semanalmente. Finalmente, a Santa-Fé Ideias e Comunicação Ltda. propõe a criação de um fórum de análise de satisfação do passageiro/usuário que se reunirá uma vez por mês para verificar pesquisas de opinião realizadas por empresa contratada, assim como propõe a realização de workshops. Ora, com o devido respeito, estas licitantes deixam de atender o instrumento convocatório ao realizar proposições completamente desvinculadas da atividade da assessoria de imprensa. Muitas delas pretendem a realização de atividades de marketing, publicidade, de serviços de atendimento ao consumidor, e outras propõem atividades inexequíveis por meio do futuro instrumento contratual, ao gerarem custos não previstos, como por exemplo, a realização de treinamento, de pessoal, distribuição de livretos, e a realização de pesquisas de satisfação. Isto posto, resta claramente configurado que as empresas em questão (AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., CDN Comunicação Corporativa Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação.) deixaram de atender ao subquesito 2 item “b” do instrumento convocatório, devendo suas respectivas propostas serem julgadas com a nota mínima zero (“não atende”). E – DO ITEM “C” DO SUBQUESITO 2 (“ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO”). O item ora tradado refere-se às “Estratégias para mobilização dos atores envolvidos no processo e sua relação com a Infraero”, com relação ao qual a Comissão de Licitação entendeu ter havido apenas o atendimento parcial por parte da empresa ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA. Segundo a Comissão, faltou ao escopo das ações propostas a necessidade de esclarecer a população as reais atribuições da empresa. Ainda de acordo com a Comissão de Licitação, essa compreensão parcial prejudica a proposta da licitante quanto às ações em relação a grupos específicos, como investidores e empresários. Novamente, vê-se um posicionamento desvinculado da proposta efetivamente apresentada por esta licitante. De fato, em várias ações propostas, houve preocupação em criar artifício para esclarecer à população quais são as reais atribuições da empresa. Isso ocorreu, por exemplo, quando citou-se a importância de a Infraero ter uma atenção redobrada com a web. Ademais, na proposta técnica, registrou-se que “a sociedade brasileira está conectada. Logo, é preciso fazer parte dessa conexão, aproveitando-se dela para dialogar com seus usuários”. Já sobre investidores e empresários, na proposta técnica desta licitante constou que: “Os aeroportos brasileiros tomaram-se atraentes como investimento, principalmente para grupos internacionais de olho nas possibilidades que o Brasil oferece. Cabe à Informação criar canais de comunicação com esse público especial, fornecendo informações técnicas sobre o modelo de concessões a ser definido pelo governo brasileiro. Dessa forma, não se pode afirmar que a licitante não se preocupou em fornecerem estratégias para informação do público sobre as reais atribuições da Infraero o que demonstra que a nota em comento deve ser reavaliada e aumentada para 10 (dez) em razão do atendimento das exigências do edital em sua plenitude, não sendo justificável a nota técnica tão baixa recebida pela licitante.”

Finaliza seus argumentos, requerendo a alteração das notas concedidas, considerando ter a mesma atendido todas as exigências

editalicias. Requer também a reavaliação e alteração das notas das licitantes (a) AP Vídeo Comunicação S/S Ltda, (b) CDN Comunicação Corporativa Ltda, (c) FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda, (d) Máquina da Noticia

Comunicação Ltda, (e) Saboy Comunicação Ltda e (f) Santafé Ideias e Comunicação Ltda, tendo em vista que as referidas propostas não estão em conformidade com o instrumento convocatório.

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2.7.1 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA - resumidamente

A recorrida apresenta contrarrazoes combatendo os argumentos de recursos da licitante ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA

conforme transcritos a seguir:

“(...) 3. Em primeiro lugar, vale destacar que consultoria, planejamento e execução em atividades de assessoria de imprensa, requer um amplo conhecimento da comunicação, em suas diversas modalidades. 4. Isto, até mesmo para orientar e aconselhar, sobre outras ações e necessidades no campo das práticas comunicativas. 5. A empresa especializada tem a obrigação, por exemplo, de apontar que uma ação de imprensa será insuficiente enquanto não existir, paralelamente, uma campanha interna para reduzir a insatisfação dos funcionários. 6. O clima interno de conflito e má vontade, pode facilmente ecoar para a imprensa e numa situação na qual, o principal formador de opinião de uma empresa (o seu próprio empregado), é fonte de críticas e denúncias contra a própria empresa. 7. A proposta, portanto, segue o princípio de que a Administração Pública deve sempre buscar a melhor proposta, com qualidade e economicidade. 8. Assim, não há nenhum desrespeito ao edital, até mesmo porque as recomendações expressas não se constituem no cerne da proposta e demonstram conhecimento e experiência em comunicação, visto que o paradigma contemporâneo é atuar de forma integrada, mobilizando todas as ferramentas e técnicas de comunicação, para a defesa e manutenção da reputação das empresas, sejam públicas ou privadas. 9. Portanto, do ponto de vista conceitual, o recurso apresentado constitui-se em equívoco. 11. Cabe dizer que a "ENTRELINHAS" tem uma visão restrita e reducionista sobre a imprensa, o grande canal de ressonância da sociedade. 12. Entretanto, quando se analisa comunicação – como bem demonstrou a visão da Comissão julgadora – é necessário olhar abrangente, análise sobre o pano de fundo e perspicácia para captar as nuances do processo de comunicação, que pode abranger fatores que não estão visíveis na matéria jornalisticamente publicada.”

Conclui suas contrarrazões requerendo o não

conhecimento das razões expostas nos Recursos administrativos interposto pelas licitante ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA, pelas ponderações apresentadas acima.

2.7.2 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA CDN COMUNICAÇÃO

CORPORATIVA LTDA – em síntese

A licitante recorrida apresenta suas contrarrazões

em defesa aos argumentos apresentados pela licitantes ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA., os quais combate com veemência nos termos a seguir:

Os argumentos da licitante Entrelinhas, quanto ao item “b” do Quesito 01 – Plano de Comunicação, Subquesito 2 – Estratégia de Comunicação, é combatido pela licitante recorrida CDN nos termos a seguir transcritos:

“(...) III.1 - Da errônea comparação feita pela Entrelinhas entre a sua proposta e a proposta da CND quanto ao item “b” do Quesito 01, Subquesito 01 (“Diagnóstico de Situação”)

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35. Conquanto a Recorrente não tenha pedido a diminuição da nota da CDN, mas, sim, a majoração da sua, é importante que se destaque que a forma como o tema concessões foi abordado pela CDN é completamente diferente das afirmações feitas pela Recorrente em sua proposta técnica. 36. A CDN apresenta um diagnóstico consistente das concessões dos aeroportos, discorrendo acerca dos novos desafios a serem enfrentados pela Infraero frente à recente concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, sem deixar de mencionar, também, as concessões do Galeão e de Confins. 37. Em sua proposta técnica, a CDN contextualiza o novo cenário pautado pela concorrência e apresenta os desafios a serem enfrentados pela empresa pública, trazendo, inclusive, dados que ilustram com precisão as informações apresentadas, o que demonstra seu amplo domínio do assunto. 38. Já a licitante Entrelinhas, sob o prisma equivocado do investidor, afirma que devido a concessão de aeroportos será “importante preparar executivos e fontes da empresa para falar com jornalistas sobre o novo modelo de concessão”, concluindo que com as concessões a Infraero passou a ser vista “como uma oportunidade de negócios para grupos de investidores e empresas internacionais de gestão aeroportuária” (subtítulo 3 da proposta da Entrelinhas). 39. Ora, bem se vê que, além de superficial, a Recorrente sequer conhece a própria natureza jurídica da Infraero, a qual se trata de uma empresa pública com capital formado 100% por dinheiro público, razão pela qual somente recebe investimentos públicos. 40. Ainda sobre as concessões dos aeroportos, a licitante afirma que foi feita pela Infraero, quando, como bem expôs a Comissão, “é um assunto conduzido pelo Governo Federal por meio da Secretaria de Aviação Civil (SAC)”. 41. Dessa forma, a nota atribuída corretamente à CDN deve ser mantida, sendo que sua abordagem não pode ser comparada à feita pela Recorrente, a qual comete vários equívocos e, por isso, sua nota não deve ter ser majorada. III.2 - Da incorreta avaliação da Entrelinhas quanto ao apresentado pela CDN para o item “b” do Quesito 01, Subquesito 02 (“Estratégias de comunicação”) 42. Com relação a esse item, a licitante Entrelinhas alega que a CDN, dentre outras empresas, descumpriu os termos do Edital ao apresentar “proposições relacionadas com a atividade de marketing, publicidade e mesmo design gráfico” para tal item. 43. Especificamente acerca da CDN, a Recorrente afirma que “A CDN Comunicação Corporativa Ltda. sugere a criação de uma mídia própria com exibição de filmetes nos aeroportos, além de maquetes interativas nos terminais. Propõe também, mesmo sabendo o número pré-fixado em edital da equipe a ser contratada, a manutenção de uma equipe de repórteres-fotográficos para cobertura do andamento das obras nos aeroportos das cidades-sede. Da mesma forma, muito embora haja a limitação financeira contratual, indica a formação de assessores especialistas para atender às grandes demandas.” (fls. 12 da proposta da Entrelinhas) 44. Contudo, não merece ser acolhida a alegação feita pela Recorrente de que a CDN e as demais licitantes teriam apresentado proposições “completamente desvinculadas da atividade de assessoria de imprensa” e que as atividades propostas seriam inexequíveis, por gerarem custos não previstos. 45. Com efeito, conforme acertadamente avaliado pela Comissão de Licitação, a CDN apresentou consistente plano estratégico propondo 14 ações sendo que “todas as ações sugeridas estão aplicadas ao trabalho realizado pela assessoria de imprensa”, o que inclui a mídia própria com exibição de filmetes e maquetes iterativas para esclarecimento do público sobre o andamento das obras. 46. A CDN não só propôs ações estratégicas de comunicação integrada para que a Infraero assuma o protagonismo da comunicação, como embasou tais ações nos pilares da transparência, gestão eficiente, zelo pelo uso do recurso público, tendo, ainda, apresentado um conceito central do qual derivarão todas as mensagens a serem transmitidas, bem como os objetivos do plano de comunicação e o planejamento para o processo de sua elaboração. 47. Tais elementos demonstram a consistência, aplicabilidade e pertinência com a função de assessoria de imprensa do plano e das ações propostas pela CDN, e em nada se limitam a atividade de marketing, publicidade e design gráfico. Ao contrário, os elementos questionados pela Recorrente visam justamente complementar as ações estratégicas de comunicação integrada. 48. Diversamente, a Recorrente, conquanto tenha obtido nota máxima neste quesito, foi criticada pela Comissão, em razão da “necessidade de se delimitar melhor como essas ações afetam efetivamente o planejamento da assessoria de imprensa (...)”. 49. A exemplo, cite-se a questionável ação “Lugar de Estudante é no Aeroporto”, por meio do qual a licitante propõe simulações de check-in, embarque e desembarque como meio de “formar novos passageiros”. Além de questionável, visto que check-in, embarque e desembarque não são de

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responsabilidade direta da Infraero, a licitante Entrelinhas não expõe de forma clara como a assessoria de imprensa da Infraero estaria envolvida. 50. Verifica-se, portanto, que as dúvidas quanto à pertinência das ações propostas em relação a assessoria de imprensa pairam sobre a proposta da Recorrente e não da CDN. 51. Por fim, também descabida a alegação de inexequibilidade das atividades propostas, a afirmação não possui qualquer fundamento. A mera indicação, em uma proposta séria e bem elaborada, de uma equipe de acompanhamento de grandes eventos não implica, de forma alguma, inexequibilidade unicamente em razão de o contrato prever um número fixo de profissionais.”

Finaliza a recorrida, requerendo que seja mantida a nota atribuída ao quesito ora atacado.

2.7.3 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA FSB COMUNICAÇÃO E

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO LTDA – em breve sinopse

A recorrida FSB COMUNICAÇÃO combate ponto a

ponto às alegações da licitante ENTRELINHAS afirmando ter atendido todas as exigência editalicias.

Com relação a alegação do não atendimento “item C

do subquesito 1 (Diagnóstico da situação) do quesito 1 (Plano de Comunicação)” e

que ao final requer a revisão dos pontos atribuídos à proposta da FSB para 0 (zero), a Recorrida defende-se com os seguintes argumentos:

“As experiências similares apresentadas pela FSB trazem lições importantes de posicionamento para a Infraero, destacando que a transparência, articulação entre os diferentes atores envolvidos no processo, agilidade nas respostas e o respeito à vida humana são atributos determinantes para o fortalecimento da imagem de uma instituição, bem como o êxito de sua estratégia de comunicação. Vale ressaltar que a licitante teve o cuidado de pesquisar experiências nacionais e internacionais que guardam relação direta com o perfil de atuação da Infraero e o tipo de situação que a empresa pode enfrentar. Dessa forma, a licitante está certa de que apresentou relatos que enriquecem o debate sobre um bom planejamento de comunicação integrada. Por outro lado, a licitante esgotou suas obrigações e cumpriu integralmente as exigências do edital por dois exemplos citados: a experiência de comunicação interna da Caixa Seguros e o acidente envolvendo a Air France. Vale ressaltar que, neste último exemplo, o relato tinha como ênfase a avaliação da conduta e ações de comunicação praticadas pela Aeronáutica e as autoridades brasileiras, ou seja, uma experiência essencialmente nacional.”

Quanto a acusação do não atendimento do item B,

subquesito 2 (Estratégia de Comunicação), a FSB, contrapõe os argumentos da recorrente com as alegações que se seguem:

“Convém esclarecer que a proposta da FSB de produzir livretos com mensagens-chave e outras informações importantes para a Infraero visa unificar o discurso e subsidiar os posicionamentos públicos de porta-vozes da instituição, ou seja, uma ferramenta imprescindível para o bom desenvolvimento das atividades de assessoria de imprensa para uma empresa do porte da Infraero. Não se trata de material promocional, publicitário ou de divulgação em massa, mas sim de uma ferramenta de trabalho para um público específico. Além disso, o edital não estabelece limites de verbas para a proposição de ações.” No que diz respeito à implantação de estandes interativos nos cinco principais aeroportos do país, na estratégia proposta para a Infraero, a licitante não só esclarece que a ação será realizada em parceria com a empresa de eventos da Infraero e demais parceiras, como destaca que a ação proposta visa atrair a atenção da mídia para a produção de matérias sobre o serviço. Ou seja, tal estratégia está totalmente alinhada à atividade de assessoria de imprensa. O que a FSB fez foi justamente agregar componentes de criatividades à atividade tradicional de assessoria de imprensa, o que não pode, de forma alguma, ser considerado um equívoco.”

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Finaliza sua defesa, alegando serem improcedentes as acusações feitas e requer seja negado provimento ao Recurso administrativo interposto pela licitante Entrelinhas Comunicação Ltda.

2.7.4 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA MÁQUINA DA NOTICIA COMUNICAÇÃO LTDA – em súmula

A recorrida apresenta suas contrarrazões combatendo as razões dos recursos apresentados pela licitante ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA.

Combate as alegações da licitante ENTRELINHAS,

esclarecendo o conteúdo do item “c” do subquesito 1 – Diagnostico da Situação, para tanto afirma que:

“29. Foi exatamente o que fez a empresa Máquina ao trazer para sua proposta, como um dos “cases” apresentados, a compra do avião presidencial, operação que, frise-se, fora realizada por meio do Ministério da Defesa, órgão ao qual estava vinculada a própria INFRAERO antes da criação da Secretaria Nacional de Aviação Civil.” “(...) 33. Importante analisar que o briefing elaborado pela Infraero tão somente confirma as informações acima, visto que deixa claro a sua preocupação com as polemicas diante dos investimentos em obras e na gestão da sua imagem diante dos projetos na área de infraestrutura que vem realizando.”

Afirma também que no que tange ao item atacado pela licitante ENTRELINHAS, a mesma pretende fazer crer em uma suposta

imposição do edital às licitantes de que os cases analisados deveriam dizer respeito a empresas nacionais. No entanto a recorrida apresenta entendimento

contrario, transcrevendo a resposta nº 40 do esclarecimento de dúvidas datado do dia 29/11/2012, no qual a INFRAERO esclarece a questão, sendo, portanto vinculado ao edital.

No que diz respeito a critica da licitante Entrelinhas

a concessão da nota máxima atribuida a apresentação de soluções de comunicação, a licitante Máquina da Noticia defende-se afirmando que o entendimento é retrogrado e antigo.

No entendimento da licitante Máquina da Noticia, as

empresas de Assessória de comunicação, atualmente, devem contar com uma

estrutura voltada para a área de estratégia de marketing e publicidade.

Argumenta ainda que: “44. Além disso, pertinente esclarecer que o uso de pontos de televisão nos terminais de embarque nos

aeroportos para divulgar boletins, assim como a instalação de totens nos aeroportos para que jornalistas e passageiros capturem o QR-Code do endereço de novas plataformas de obras da Infraero e a produção quinzenas de vídeos para a “Infraero TV” integram as estratégias para mobilização dos atores envolvidos no processo, como pede o item “c” do subquesito de Estratégias de Comunicação” “45. Assim, como explicado na proposta da Máquina, é certo que o marco para a nova INFRAERO será o anuncio do “Programa de Aeroportos do Futuro”, quando a empresa apresentará os principais gargalos da infraestrutura aeroportuária e as soluções de curto, médio e longo prazo.”

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Assevera que sua ideia é divulgar aos usuários dos

aeroportos a relação entre as obras em curso e os benefícios que estes trarão para

os aeropostos.

Assim, finaliza não haver entendimento diferente para a cocessão da nota máxima, neste quesito assim como nos demais.

Conclui suas contrarrazões, afirmado que os recursos apresentados contra a pontuação obtida em sua proposta técnica são improcedentes visto que a mesma cumpriu rigorosamente o edital.

2.7.5 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA SABOY COMUNICAÇÃO LTDA -

resumidamente

A recorrida declara que não vai contestar

individualmente as razões exportas pelas demais licitantes visto que o parecer da Comissão de licitação possui argumentos necessários que por si justifica a

manutenção da pontuação concedida e que foi acertado o julgamento feito no que tange a “Capacidade de Atendimento” e à “Estratégia de Comunicação”, em relação a sua proposta.

[...]

A recorrida combate também os argumentos da licitante Entrelinhas quanto as soluções apresentadas para atendimento do

quesito “Estratégia de Comunicação”, afirmando que: “Em face desse apontamento, esclarece-se que as propostas apresentadas pela Requerida, relativas à criação de uma área de produção multimídia e de um diário semanal da Infraero, alinham-se integralmente ao exercício proposto no Edital e, evidentemente, são pertinentes ao escopo da comunicação social”.

Finaliza, afirmando não haver qualquer

fundamentação para o argumento trazido pela licitante Entrelinhas, devendo o mesmo ser rechaçado pela Comissão de Licitação.

Conclui seus argumentos, requerendo o afastamento dos questionamentos feitos pelas recorrentes, mantendo-se a pontuação

atribuída a sua proposta.

2.7.6 CONTRAMINUTA APRESENTADA PELA SANTAFÉ IDEIAS E COMUNICAÇÃO LTDA – em breve resumo

A recorrida apresenta sua contrarrazões, combatendo os recursos das licitantes MÁQUINA DA NOTÍCIA LTDA, FSB

COMUNICAÇÃO LTDA e ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA.

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Quanto a alegação da licitante ENTRELINHAS, de que a Santafé, não teria respeitado a exigência do edital de limitar os exemplos a empresas nacionais, a mesma defende-se citando a 40ª pergunta do

Esclarecimento do Dúvidas nº 4 de 29/11/2012, para justificar que não descumpriu a exigência editalicia.

No que tange a alegação de não atendimento do item

“b” da Estratégia de Comunicação, a Santa fé defende-se reproduzindo o texto da

proposta referente ao fórum. Conclui seus argumentos requerendo o não

provimento dos Recursos administrativos apresentados pelas licitantes MÁQUINA

DA NOTÍCIA LTDA, FSB COMUNICAÇÃO LTDA e ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA.

mantendo-se inalteradas as notas da licitante ora recorrida em todos os quesitos atacados.

3. TEMPESTIVIDADE DOS RECURSOS E CONTRARRAZÕES:

Ciente do resultado de julgamento proferido pela

Comissão de Licitação, o qual foi publicado no Diário Oficial da União do dia 17/01/2013, seção 3, pág. 5/6, os recursos administrativos e as contrarrazões

foram interpostos nos termos previstos no edital. Portanto, TEMPESTIVAS as peças recursais e contrarrazões.

4. ANÁLISE TÉCNICA DOS MEMORIAIS RECURSAIS APRESENTADOS

PELAS LICITANTES: IN PRESS ASSESSORIA LTDA; MÁQUINA DA

NOTICIA COMUNICAÇÃO LTDA; FSB COMUNICAÇÃO LTDA; ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA; SANTA FÉ IDEIAS LTDA; AP

VIDEO COMUNICAÇÃO LTDA; SABOY COMUNICAÇÃO LTDA.

SOB A PERSPECTIVA DA ANÁLISE MERITÓRIA DAS

INCONSISTÊNCIAS apontadas pelas recorrentes em suas peças recursais

interpostas, foram as mesmas submetidas à análise e manifestação da unidade

organizacional requisitante do objeto – ASSESSORIA DE IMPRENSA/PRIP - que

por meio de sua área técnica se manifestou consoante expediente administrativo

– DESPACHO Nº 03/PRIP/SEDE, de 07 de fevereiro de 2013, a SABER:

“[...]

INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO I RECORRENTE: In Press Assessoria de Imprensa e Comunicação Estratégica Ltda. FUNDAMENTAÇÃO:

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A recorrente interpôs recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em não conceder à empresa nota máxima nos itens “b” e “d” do subquesito 1 (quesito 1) e nos itens “a”, “b” e “c” do subquesito 2 (quesito 1) da Proposta Técnica da recorrente. RECURSOS: DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “B” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, às licitantes foi solicitado que demonstrassem “compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas”, sendo à recorrente atribuída nota 3 (três) – Atende Parcialmente, pontuação esta que a empresa discorda: “(...) a Recorrente analisou e criticou o cenário de uma forma muito mais ampla do que a comissão entendeu. Não nos prendemos a avaliar apenas as oportunidades óbvias, como, em geral, os demais participantes fizeram em seus trabalhos. Daí a opção – a acertada, a nosso ver – em entender os desafios de comunicação olhando o todo, não apenas as partes. (...) Portanto, discordamos da pontuação e solicitamos adequação da nota para máxima no item citado”. CONCLUSÃO: Ao contrário do afirmado pela recorrente, esta não “analisou e criticou de uma forma muito mais ampla” as oportunidades para a Infraero na mídia, conforme solicitação do item “b” do subquesito 1 (quesito 1) da Proposta Técnica – “Demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas”. Conforme citado no Parecer Técnico, a recorrente apontou, em sua proposta, diversas oportunidades para a Infraero na mídia, tais quais: - Competições esportivas e eventos internacionais; - Contexto político da Infraero; - Gestão da Comunicação nos Aeroportos; - Qualificação em busca da excelência; - Comunicação eficiente para o público interno; - Comunicação com sindicatos dos empregados; - Parceiros das PPP; - Parceiros nas obras para as competições esportivas internacionais; - Companhias aéreas e órgãos internacionais de representação das empresas; - Poder Legislativo. Todavia, a argumentação desta comissão de licitação foi que a recorrente não apresentou uma análise crítica adequada dessas oportunidades. Exemplo: A recorrente aponta, em sua proposta, que a maior oportunidade da Infraero está no desenvolvimento da infraestrutura. Contudo, a apresentação dessa que seria a “maior oportunidade da Infraero” é realizada de forma superficial, utilizando-se de um relatório da McKinsey & Company: “Como aponta o relatório da McKinsey & Company, de 25/01/2010 (1ª edição), produzido para o BNDES, é importante concentrar a ação de comunicação no que pode ser considerado o maior potencial e a maior oportunidade da Infraero nos próximos anos: ‘A infraestrutura aeroportuária, em sua grande parte à cargo da Infraero, empresa que administra os aeroportos responsáveis por mais de 95% do tráfego aéreo civil, não cresceu no mesmo ritmo da demanda. O sistema de pista e pátio também encontra limitações. A Infraero expandiu a capacidade do parque aeroportuário em ritmo abaixo do planejado – o desafio se amplia com dos dois eventos internacionais previstos para 2014 e 2016. Os maiores desafios e as maiores oportunidades estão no desenvolvimento da infraestrutura. Adequar comunicação institucional à visão do setor aéreo até 2030, mostrando que a Infraero avança nesse sentido’ (Grifo nossos)”.

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Além dessa menção, apenas outra é realizada àquela que é considerada a “maior oportunidade da Infraero”: “i. Oportunidades (...) Parceiros nas obras para as competições esportivas internacionais – A realização das obras para as competições internacionais tem alto teor de desafio institucional, principalmente em função das condições adversas de tempo e de dificuldades no fluxo dos investimentos públicos nas obras. Seguramente, é também a maior oportunidade de suprir com informações claras, precisas e abrangentes os esforços da empresa para dar consecução ao que foi colocado sob sua responsabilidade. Uma matriz de informações, com uma plataforma virtual de dados disponíveis pode ser uma excelente oportunidade para, se não reproduzir repercussões altamente positivas, assegurar minimamente que esvaziem análise críticas que não mostram a real dimensão dos desafios superados”. Conforme destacado em linhas acima, o tema “obras” é, dessa forma, citado sem uma análise crítica aprofundada, sem uma avaliação do que realmente existe – sequer cita as ações e números da Infraero nessa área – de como esse tema deve ser abordado (citar uma “matriz de informações” é insuficiente) etc. O mesmo raciocínio vale para o tema “Competições esportivas e eventos internacionais”, que recebe apenas esta menção por parte da recorrente: “A partir de 2013, novos desafios serão enfrentados, tendo em vista as demandas provenientes de importantes eventos internacionais, como: a Copa das Confederações de 2013; o Encontro Mundial da Juventude Católica em 2013; a Copa do Mundo de 2014; e, as Olimpíadas de 2016. Oportunidades de demonstrar na mídia a competência e afirmação da Infraero como a grande prestadora de serviços aeroportuários no Brasil”. Aliás, sobre o tema acima, é interessante notar uma contradição por parte da recorrente. Em sua Proposta Técnica, “Competições esportivas e eventos internacionais” aparece como uma das “Oportunidades” da Infraero na mídia. Todavia, no recurso administrativo apresentado, a recorrente afirma que: “Conceituar os grandes eventos esportivos como fatos com impacto comunicacional é óbvio! Mas é uma irresponsabilidade afirmar que serão oportunidades [grifo nosso]. Poderão ser, evidentemente, riscos de desgaste da imagem da Infraero caso a infraestrutura aeroportuária não atenda a demanda esperada com conforto e qualidade”. Diante do apresentado acima, sobre o recurso administrativo apresentado pela recorrente, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 3 (três) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “D” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo”, sendo à recorrente atribuída nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente, pontuação esta que a empresa discorda: “A avaliação demonstra que a comissão está focada no formalismo quando lê a proposta Recorrente, mas distante da realidade que domina as atividades na linha de frente dos aeroportos. Mesmo não formal, o atendimento aos parlamentares é uma prática corriqueira. De quê adianta prender-se à regra formal quando as relações com os públicos e, consequentemente, a construção da imagem na prática a transcende? Para a discussão desse quesito, a Recorrente tomou o cuidado de buscar como fonte de informação primária: um ex-superintendente da Infraero que administrou grandes aeroportos nacionais. Portanto, discordamos da abordagem feita pela comissão ao criticar a resposta da Recorrente por não ser realista e parecer distante da prática enfrentada no dia-a-dia dos aeroportos que administra. E solicitamos a revisão da nota”. CONCLUSÃO: A missão da Infraero é “prover infraestrutura e serviços aeroportuários e de navegação aérea, contribuindo para a integração nacional e o desenvolvimento sustentável do país”. Não há, nos

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manuais de procedimentos e normas internas da Infraero, qualquer menção a “atendimento privilegiado a parlamentares” nos terminais da Rede. Essa é mais uma visão equivocada da missão da Infraero, assim como outras apresentadas pela recorrente e que não receberam justificativa no recurso administrativo: - “Zelar pela qualidade do atendimento que cada cidadão recebe em cada etapa de prestação de serviços aeroportuários” – o órgão regulador da aviação civil, que interage sobre Infraero, companhias aéreas, entre outros entes, é a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Infraero não possui gestão sobre as empresas aéreas, então não pode zelar pela qualidade do atendimento que cada cidadão recebe em cada etapa de prestação de serviços aeroportuários. É por causa dessa visão equivocada que são atribuídos à Infraero assuntos como atrasos de voo, filas em check-in, demora na restituição das bagagens etc.; - “Determinar as normas de conduta quanto à presença e circulação [de veículos] no entorno dos locais” – o órgão de trânsito do município ou do Distrito Federal é o responsável pela legislação e fiscalização de veículos no entorno do aeroporto, inclusive em suas vias de acesso. Esse é outro assunto corriqueiramente atribuído equivocadamente à Infraero e que contribui para o passivo de imagem da empresa. A Infraero possui interações, sim, com o Legislativo, especialmente por meio de seus executivos. O objetivo dessas interações é prestar as informações solicitadas pelos parlamentares com relação às ações da Infraero (obras, fluxo de passageiros etc.) e, dessa forma, contribuir para a discussão do assunto junto à imprensa e à sociedade em geral. A aviação civil, em seus diversos aspectos, possui regras que têm como objetivo principal a segurança das operações e passageiros. “Prender-se à regra formal”, portanto, não é uma variável. Diante do apresentado acima, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 2 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo”, sendo à recorrente atribuída nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente, pontuação esta que a empresa discorda: “A argumentação de falta de compreensão sobre a atuação da Infraero distribuída pelo Brasil é incongruente com outros pontos do material. Destaque-se que a comissão pontuou com nota máxima o estudo de caso similar apresentado pela Recorrente que, em suas conclusões, afirmou:

A estrutura operacional e de comunicação da Vale, como da Infraero, é capilarizada, distribuída em uma grande área geográfica, e sujeita a enfrentar eventos negativos em todos os lugares. A opção da empresa para enfrentar este quadro foi de centralização do comando do processo de comunicação na sede, padronização da qualidade do material, agilidade na captação de informação na ponta e forte articulação interna com os gestores e porta-vozes; Portanto, um dos problemas de comunicação da Infraero foi, sim, perfeitamente identificado pela Recorrente. Mas, apesar de ser um desafio, não é o principal problema de comunicação. O mais relevante é o protagonismo no fornecimento de informações aos meios de comunicação. Para isso, a Recorrente apresentou uma solução inteligente de fatiar os assuntos de que a empresa trata e dividi-los entre equipes dedicadas de jornalistas que tornariam especialistas capazes de enfrentar a pressão da mídia – ao invés do generalismo pouco efetivo com o qual a Infraero trabalha hoje. Para isso foram, realmente, destacados qualidades necessárias para a atuação, como: ‘As mensagens-chave que devem ancorar o discurso institucional da Infraero, sendo alinhados e reproduzidos por todos os seus porta-vozes são:

Protagonismo;

Eficiência;

Transparência;

Agilidade;

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Inovação’. Curiosamente esta abordagem recebeu a crítica da comissão, que se manifestou assim: ‘Além disso, a maior parte do texto apresentado neste item reproduz linhas gerais de práticas de jornalismo, aplicáveis a qualquer proposta técnica, sem relacionar-se diretamente com a problemática da Infraero’. Causa estranheza essa crítica quando, em relação a concorrentes, a comissão elogiou esta mesma abordagem, como feito à FSB, cujos relatos ‘colocam em evidência atributos imprescindíveis para uma política de comunicação eficiente: agilidade, transparência, articulação’. Alguma semelhança? Total! E igual tratamento pela comissão? Não! Além disso, a estratégia apresentada pela Recorrente traz uma solução de comunicação, não de outra natureza. Algumas concorrentes chegaram a sugerir uma mudança na legislação para melhorar o cenário na qual a Infraero está envolvida. Seria uma ótima solução, caso esta licitação trata-se de assessoria política ou institucional (o que chegou a ser destacado pela comissão como positivo!). Mas, como é uma licitação para comunicação, as estratégias deveriam tratar de soluções de comunicação, para o bem da própria Infraero... Diante da série e incongruências e manifestações conflituosas desta comissão em suas avaliações, para um tratamento justo e equilibrado para todos os licitantes, solicitamos a revisão para cima da nota concedida à Recorrente neste quesito”. CONCLUSÃO: Ao afirmar que “a argumentação de falta de compreensão sobre a atuação da Infraero distribuída pelo Brasil é incongruente com outros pontos do material”, a recorrente cita um exemplo que recebeu nota máxima no item “c”, subquesito 1, quesito 1 da Proposta Técnica. Todavia, o item avaliado em questão é o “a”, subquesito 2, quesito 1 da referida Proposta. Para não prejudicar as concorrentes, esta comissão de licitação optou, preferencialmente, por analisar cada item individualmente. Caso contrário, a mesma licitante que, em um item, equivocou-se ao atribuir à Infraero responsabilidades que não são da empresa – demonstrando, assim, compreensão parcial da Infraero – seria penalizada em todos os outros itens e quesitos, partindo-se do pressuposto que para contratação de empresa especializada para prestar os serviços solicitados nesta licitação é preferível aquela que realmente compreenda o papel da Infraero. Dessa forma, ao analisar o item “a” do subquesito 1 (quesito 1) da Proposta Técnica da recorrente, não foram detectados indícios de que esta tenha demonstrado total “entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo”, que são as exigências desse item. Mais: no recurso administrativo, a recorrente afirma que o “principal problema de comunicação” – o protagonismo no fornecimento de informação aos meios de comunicação – foi identificado na exposição desse item. É importante lembrar que o que foi exigido para esse tópico foi: “Entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo”. A necessidade da Infraero em ser protagonista da informação aos meios de comunicação foi registrada como parte do “entendimento do problema apresentado no briefing”, assim como as sugestões de mensagens-chave etc. Entretanto, não foram registrados, na exposição desse item, os “diferenciais da Infraero em relação aos demais órgãos de governo”. Essa exigência era outra forma desta comissão avaliar a real compreensão da licitante do papel da Infraero. Uma exposição fragmentada dos itens deste subquesito, e não um texto único para todos eles, certamente teria auxiliado a própria recorrente a identificar as exigências a serem abordadas. Diante do apresentado acima, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NOS ITENS “B” E “C” DO SUBQUESITO 2 (QUESITO 1): Para esses dois itens foi solicitado, respectivamente, que a recorrente apresentasse “riqueza e alcance do plano estratégico no âmbito nacional, bem como a efetividade do planejamento de assessoria de imprensa face aos objetivos fixados” e “estratégias para mobilização dos atores

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envolvidos no processo e sua relação com a Infraero”, sendo à recorrente atribuída, nos dois itens, nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente, pontuação esta que a empresa discorda: “O que a proposta traz é uma abordagem em que, considerando todas as características de comunicação da Infraero (estrutura, abrangência geográfica, desalinhamento de mensagens, concorrência pelo protagonismo) recebem uma solução prática, viável e operacional. Dividir as equipes por áreas de atuação e formalizar com os concorrentes e parceiros processos de fluxo de informações – para aumentar o controle sobre sua difusão – são técnicas eficientes e acessíveis à Infraero hoje, se contar com um competente parceiro externo. Esta abordagem deveria ser mais bem avaliada pela comissão caso a análise siga apenas o critério técnico. Portanto, consideramos que as notas concedidas não refletem a simplicidade e originalidade que sugerimos como estratégia de comunicação no material da Recorrente. Lembramos que é preciso sonhar alto para encontrar soluções de comunicação, mas em [sic] perder o pé na realidade. De que adianta prometer campanhas e soluções extraordinárias se os recursos – físicos, materiais, financeiros e humanos – são insuficientes? Promessas inatingíveis impressionam, mas frustram e não levam à solução que a Infraero precisa: de comunicação”. CONCLUSÃO: A recorrente, em sua Proposta Técnica, apresentou um plano estratégico com diversas ações, mas, como destacado no Parecer Técnico, confuso. Um item, por exemplo, que não foi esclarecido pela recorrente no recurso administrativo foi o motivo da ausência de “passageiros”, principal público-alvo da Infraero, nas quatro matrizes estratégicas apresentadas. Sem esse público, ou qualquer outro público-alvo, um plano estratégico não está completo. Diante do exposto acima, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida para os dois itens, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente.

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INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO II RECORRENTE: Máquina da Notícia Comunicação Ltda. FUNDAMENTAÇÃO: A recorrente interpôs o recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em habilitar as licitantes: Santafé Ideias e Comunicação Ltda. e CDN Comunicação Corporativa Ltda., apontando que as referidas licitantes deixaram de cumprir algumas exigências presentes no edital, bem como observar os preceitos da Lei nº 8.666/93. A recorrente também solicita a revisão da nota atribuída à licitante AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., apontando que a licitante citada não cumpriu algumas das exigências do edital e, dessa forma, não ter recebido nota conforme critérios isonômicos. O RECURSO: A recorrente afirma que o Parecer Técnico para Julgamento das Propostas Técnicas, divulgado em 16/1/13, “afigura-se como um ato eivado de ilegalidades, tendo em vista que algumas das pontuações aferidas não estão ajustadas às regras do edital” (fl.2). Para esclarecer o mérito da questão, a recorrente destaca dois princípios que norteiam a Administração Pública: o da Vinculação ao Instrumento Convocatório e o da Isonomia. Sobre o princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório, a recorrente lembra que tal princípio: “(...) ensina exatamente que o Edital é Lei entre as partes, e vincula o órgão promotor da licitação e os licitantes interessados desde o primeiro até os últimos atos do processo seletivo” (fl.3).

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A recorrente cita o art.41 da Lei 8.666/93, destacando que a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual está estritamente vinculada. Ela também menciona o art.45 dessa mesma Lei: “Art.45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle” (fl.3). Sobre o assunto, a recorrente também cita ementa do Supremo Tribunal Federal (fls. 3 e 4). A recorrente cita ainda um posicionamento do Superior Tribunal de Justiça acerca do caráter vinculante dos esclarecimentos prestados ao edital (fls. 4 e 5). “Frise-se que a própria INFRAERO ao prestar os esclarecimentos às perguntas formuladas pelas empresas licitantes assim define ‘Considerando, por fim, que não obstante os “esclarecimentos” componham a normatização do certame, eles não podem modificar ou alterar disposição normativa constante do instrumento convocatório’ Destarte, jamais poderia se cogitar do descumprimento, por qualquer das partes, a todo e qualquer mandamento estabelecido pelo Edital de Concorrência nº 006/DALC/SEDE/2012, assim como pelos esclarecimentos prestados pela INFRAERO quanto às dúvidas dos licitantes antes do julgamento das propostas apresentadas” (fl.5). Sobre o princípio da Isonomia, a recorrente destaca: “(...) ao pontuar cada um dos quesitos analisados e requeridos pelo Edital, a d. Comissão julgadora fica adstrita a pontuá-los conforme as normas previamente estabelecidas para o certame em questão, mas fica ademais sujeita a pontuá-los de maneira isonômica. Para tanto, é essencial que as propostas sejam equânimes, sem considerar eventuais vantagens indicadas pelos licitantes que não estejam previstas no edital” (fl.5). Sobre a necessidade de se cumprir o princípio da Isonomia, a recorrente também cita José Afonso da Silva1 (fl.6), além de destacar que a licitação “destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia” (fl.6). DA HABILITAÇÃO DA LICITANTE SANTAFÉ: A recorrente afirma que, ao cumprir o quesito 4 da Proposta Técnica – “Relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”, a licitante analisou mais veículos que aqueles definidos em esclarecimentos ao edital e, dessa forma, deve ser desclassificada do certame ou ter sua nota reavaliada. “Nesse item, solicitou-se dos licitantes a apresentação de uma análise de mídia para que fosse demonstrada, avaliada e pontuada a capacidade técnica dos licitantes na prestação deste serviço. Para que as propostas fossem equalizadas, condição precípua para que fossem comparadas e pontuadas, como não poderia deixar de ser, a Administração indicou qual seria o objeto da análise de mídia. Isso permitiria que, com base em um objeto pré-definido, os licitantes apresentassem propostas que efetivamente pudessem ser comparadas. Afinal, os trabalhos teriam sido desenvolvidos com base no mesmo objeto analisado. A importância de tal definição está refletida nos diversos questionamentos apresentados pelos licitantes sobre tal questão. Com efeito, ao longo do processo que antecedeu a entrega das Propostas Técnicas, a Douta Comissão de Licitação divulgou 05 (cinco) notas de esclarecimentos a partir de pedidos apresentados pelas Licitantes, num total de 48 (quarenta e oito) perguntas. Parte significativa dos questionamentos apresentados estava vinculada ao objeto que deveria ser analisado para a demonstração de qualificação técnica no que tange à análise de mídia. (...)

1 SILVA, José Afonso da, Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros; 1994.

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(...), ainda no sentido de esclarecer dúvidas quando a esse ponto, novos esclarecimentos sobre o escopo da Análise de Mídia – quesito 4 da Proposta Técnica – foram divulgados (...). Tais esclarecimentos definiram os seguintes veículos para o trabalho de Análise de Mídia (...): ‘Revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital Jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo’. Ainda, complementando essa informação, (...), a Comissão esclareceu que: ‘as agências de notícias foram excluídas da análise de mídia’ e que ‘não estão incluídos os blogs de colunistas’ (...). (...) Consoante os esclarecimentos prestados, os licitantes deveriam demonstrar sua capacidade técnica considerando, exclusivamente, as revistas Veja, Istoé, Época e Carta Capital e os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, veículos impressos e de abrangência nacional (...). Ocorre, contudo, que à fl. 85 da Proposta Técnica da Empresa licitante SANTAFÉ, esta informou, (...), que procedeu sua Análise de Mídia considerando objeto diverso do estabelecido pela Administração e, consequentemente, diverso do analisado pelos demais licitantes: (...) Ora, o que se percebe da proposta apresentada é que, apesar de os esclarecimentos prestados pela INFRAERO deixarem bastante claro quais veículos deveriam ser objeto da análise de mídia (os veículos impressos e de abrangência nacional indicados nos esclarecimentos), a empresa SANTAFÉ não se ateve a tais esclarecimentos e baseou sua análise em outros veículos – tais como Revista Exame, Correio Braziliense, Brasil Econômico, sites de notícias e veículos regionais. Aliás, tal situação não passou despercebida pela d. Comissão, que, ao avaliar a análise de mídia deste licitante, consignou expressamente em seu relatório técnico: ‘Para cumprimento das exigências deste quesito, a licitante analisou 5.114 matérias, incluindo material veiculado nos principais sites de notícia do país e alguns veículos regionais’ (fl.27) (...) A SANTAFÉ, dessa forma, apresentou uma análise de mídia considerando um objeto absolutamente diferente daqueles utilizados pela maior parte dos demais licitantes, que se ativeram ao objeto indicado pela Administração. (...) (...) Não há, dessa forma, como comparar e pontuar de maneira isonômica o trabalho desenvolvido considerando um objeto limitado, nos termos do edital, com uma análise de mídia apresentada de maneira livre, considerando um objeto mais abrangente e em desconformidade com o edital, já que o produto final de tais análise [sic] será absolutamente diverso e incomparável. (...) Como, neste caso, o descumprimento aos termos do edital está expresso na própria proposta apresentada pela empresa SANTAFÉ, nos termos do art.48, 1, da Lei 8.666/93, há que se desclassificar a proposta da SANTAFÉ. E, apenas para argumentar, ainda que se entenda que a licitante possa ser mantida na concorrência, há que se reavaliar a sua pontuação para esse item. Afinal, a pontuação da SANTAFÉ deveria considerar exclusivamente a análise que ela desenvolveu considerando os meios de comunicação listados nos esclarecimentos prestados. Do contrário, ela estaria objeto [sic] uma vantagem indevida e não prevista no edital, pois teria sua pontuação elevada, como teve, em razão da análise de mídia feita considerando um objeto diversos [sic] do exigido no certame, o que é vedado pela legislação. (...) Essa pontuação, com a devida vênia, não poderá ser mantida, sob pena de grave violação ao princípio da isonomia. Portanto, diante do exposto, verifica-se que ocorreu, in casu, uma fuga pela empresa licitante SANTAFÉ ao Edital, o que acabou por tornar a sua análise de mídia incomparável às demais e assim, sendo impossível pontuá-la sob o crivo do princípio da isonomia. Exatamente por tal razão, a proposta deverá ser desclassificada, nos termos do art. 48 da Lei 8.666/93.

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Subsidiariamente, ainda que se pretenda manter a licitante do certame, o que se admite para argumentar, essa d. Comissão deve reconsideração a [sic] pontuação atribuída. Com efeito, a nota da licitante deverá ser dada considerando a análise de mídia exclusiva dos meios de comunicação indicados nos esclarecimentos, tal qual foi o feito com os demais licitantes” (fls. 6-11). CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela licitante Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e a contrarrazão apresentada pela empresa Santafé, assim como a Proposta Técnica da licitante contestada. No Esclarecimento de Dúvidas nº 4, divulgado em 29/11/12, esta comissão elucidou que: “Para a análise de mídia devem ser considerados os principais veículos impressos. Por principais leia-se aqueles de abrangência nacional (revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital; jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo) (...)”. Não há, dessa forma, qualquer alusão à obrigatoriedade da exclusividade desses veículos nesse ou em qualquer outro Esclarecimento de Dúvidas, haja vista que, à época da publicação do terceiro Esclarecimento (23/11/12), várias empresas já haviam iniciado os trabalhos de análise de mídia com base no que exigia o edital: “6.9.2 – A análise editorial deverá selecionar publicações nacionais, entre jornais, revistas e material publicado por agências de notícia que sejam consideradas relevantes para a INFRAERO”. Todavia, visando ao princípio da Isonomia neste certame, a comissão de licitação optou por analisar esse quesito em concordância com o que havia sido solicitado no edital e nos esclarecimentos. Em sua proposta, a empresa Santafé analisou - entre veículos impressos nacionais e regionais, além de sites de notícias, conforme corretamente pontuado pela recorrente – todos os veículos solicitados no Esclarecimento de Dúvidas nº 4 (Veja, Istoé, Época, Carta Capital, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo), fato que foi, inclusive, mencionado pela recorrente na fl. 8 do recurso administrativo. O item 3.4.1, objeto de contestação por parte da recorrente, pede que a licitante apresente “relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”. Apesar de, teoricamente, a empresa Santafé ter à disposição um número de matérias maior que o da recorrente (5.114 contra 465), ela apresentou quatro assuntos (relevância dos temas selecionados) que nortearam a mídia no período da análise - Desconfiança da população quanto à credibilidade da Infraero; Dúvida acerca da conclusão das obras necessárias à Copa de 2014; Falta de atenção da Infraero às condições adequadas dos serviços disponibilizados à população e; Incógnita das concessões de aeroportos – enquanto a recorrente identificou 11 assuntos (além de seus subitens): Institucional; Financeiro; RH; Responsabilidade Social; Meio Ambiente; Taxas; Investimentos; Concessões; Operação; Reivindicação de Melhorias e; Política. Sobre os quatro temas identificados pela Santafé, aplicaram-se as outras exigências desse item (“sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”). Apesar de fazer, ocasionalmente, referências a veículos que não foram solicitados no já citado Esclarecimento de Dúvidas nº 4 (G1 e coluna Claudio Humberto), a maior parte da análise da Santafé foi construída sobre o jornal O Globo, além de citações à Folha de S. Paulo, Istoé e Veja nos retratos mensais: “O aumento da demanda nos aeroportos em virtude do crescimento turístico reforça a preocupação, cada vez maior, com a infraestrutura dos aeroportos e com a capacidade de atendimento. A Infraero reconhece esse crescimento e, por diversas ocasiões, salientou o assunto na imprensa. Porém, a falta de investimento é apontada pelos críticos como uma das razões do atraso nas obras e o maior motivo de inquietação. Este problema ficou evidente, por exemplo, na matéria ‘Uma modernização antiga’, publicada em 27 de dezembro no jornal O Globo [grifo nosso]. O conteúdo da reportagem chama a atenção para as condições ruins do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, indicando a lentidão dos investimentos, viés que foi encontrado ao longo desta análise.

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A concessão dos aeroportos administrados pela Infraero angariou comentários distintos. Ao mesmo tempo em que o assunto era defendido por uma parte da sociedade, também era o foco de desagrado de alguns especialistas. Entre os descontentes estavam os funcionários da Infraero, que fizeram paralisações nos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas. O fato posicionou a estatal desfavoravelmente nas manchetes dos jornais e sites de notícias, incluindo uma chamada de capa no jornal O Globo [grifo nosso], de 18 de outubro, intitulada ‘Greve na Infraero contra privatização vai parar aeroportos’. (...) (...) Outro fator de desgaste, as incertezas sobre o planejamento para a Copa de 2014, provocaram o descrédito da população com relação à conclusão das obras. Em matéria do dia 11 de julho, sob o título ‘Privatização de aeroportos não decola este ano’, o jornal O Globo [grifo nosso] mais uma vez pôs em evidência a ausência de ações concretas em favor da infraestrutura aeroportuária. (...) (...) Retrato Mensal: Julho 2011 (...) A revista Istoé [grifo nosso] publicou importante matéria que abordou a homologação da licitação do aeroporto de Confins, em Minas Gerais. (...) Agosto 2011 (...) A ação do Governo de criar uma comissão para melhorar a gestão dos aeroportos foi publicada em importantes veículos, como Veja e Folha de S. Paulo [grifo nosso]. (...) (...) Outubro 2011 (...) O jornal O Globo [grifo nosso], que deu a manchete de capa ‘Greve na Infraero contra privatização vai parar aeroportos’, no dia 18/10, publicou outra capa, agora no dia 21/10, amenizando o problema enfrentado pela empresa, sob o título ‘Greve da Infraero não modifica rotina dos passageiros’. O assunto impulsionou a mídia a questionamentos quanto às condições dos aeroportos brasileiros de oferecer serviços aos passageiros. A proximidade com o final do ano, época mais sensível devida à grande demanda, potencializou o assunto. (...) Em meados do mês, a matéria da Folha de S. Paulo [grifo nosso], no dia 14/10, sob o título ‘Infraero desperdiça milhões com projetos para ampliar aeroporto’ apontou gastos da estatal com projetos que não saem do papel. A pauta foi motivação para a mídia voltar a criticar a lentidão na execução dos investimentos no setor aeroportuário. Novembro 2011 (...) (...) No dia 22 de novembro, a Folha de S. Paulo [grifo nosso] publicou matéria de capa sobre a ampliação da área comercial nos aeroportos” (fls. 929 – 933 da Proposta Técnica da empresa Santafé). Dessa forma, para efeito de nota, foram consideradas preferencialmente as análises sobre os veículos solicitados no Esclarecimento de Dúvidas nº 4. Com base no o exposto acima, decide-se por MANTER A HABILITAÇÃO da empresa Santafé, assim como MANTER A PONTUAÇÃO atribuída à licitante. DA HABILITAÇÃO DA LICITANTE CDN: A recorrente afirma que, ao cumprir o quesito 4 da Proposta Técnica, a licitante analisou mais veículos que aqueles definidos em esclarecimentos ao edital e, dessa forma, deve ser desclassificada do certame ou ter sua nota reavaliada. “Já no que concerne à Licitante CDN esta por sua vez, informa, à fl. 61 da sua análise de mídia que ‘essa menção mais direta também ocorre com freqüência nos portais da internet’ e que, ‘enquanto os jornais estão supostamente focados na qualidade da notícia, com uma

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abordagem que permite a análise e a contextualização, os sites precisam de volume e agilidade’. Diz ainda que ‘a exposição nos jornais, por sua vez, aparece quantitativamente bem distribuída nos principais veículos brasileiros, como Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo e Correio Braziliense, e em menor escala no Valor Econômico e no Brasil Econômico’ [Grifo nosso]. Ainda na página 64 desta Proposta Técnica, no gráfico que traz a participação por veículos, foram listados os portais G1, IG, R7, Terra e Uol. Mais uma vez, trata-se então de não vinculação aos termos do Edital, mais especificamente, aos termos dos esclarecimentos prestados pela Infraero, tendo em vista que, a CDN pretendeu, da mesma forma, ultrapassar os veículos que pretendia a Infraero fossem analisados, facilitando a comparação com as propostas das concorrentes. Flagrante, portanto, o desrespeito às leis do certame in casu, ensejando, pelas razões acima expostas, a necessidade de também desclassificar a proposta da CDN. (...) Por tal razão, (...), pede-se a desclassificação da proposta da CDN ou, ao menos, que sua pontuação seja revista para que a d. Comissão considere exclusivamente os veículos de mídia indicados nos esclarecimentos” (fls. 11,12). CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela recorrente Máquina da Notícia Comunicação Ltda., e contrarrazão apresentada pela empresa CDN Comunicação Corporativa Ltda, assim como a Proposta Técnica da licitante contestada. Conforme elucidado anteriormente, o Esclarecimento de Dúvidas nº 4, divulgado em 29/11/12, afirma que: “Para a análise de mídia devem ser considerados os principais veículos impressos. Por principais leia-se aqueles de abrangência nacional (revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital; jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo) (...)”. Não há, dessa forma, qualquer alusão à obrigatoriedade da exclusividade desses veículos. Segundo destacado anteriormente, a comissão de licitação optou por analisar esse quesito - “Relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição” - em consonância com o que havia sido solicitado no edital e nos esclarecimentos. Ao considerar a Proposta da empresa CDN, que analisou 760 matérias para este certame, esta comissão avaliou se a licitante cumpriu com o pedido. E, mesmo sem a análise de sites de notícias, a construção do material apresentado atende ao solicitado no quesito 4 da Proposta Técnica. Dessa forma, com base no exposto acima, decide-se por MANTER A HABILITAÇÃO da empresa CDN, assim como MANTER A PONTUAÇÃO atribuída à licitante. DA NOTA ATRIBUÍDA À LICITANTE AP: A recorrente afirma que, ao cumprir o item “d” do subquesito 1 (quesito 1) – “Demonstrar a compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo” -, a licitante utilizou o termo “atores” para referir-se a público-alvo e, dessa forma, deve ter sua nota reavaliada. “Em se tratando deste quesito, embora a Comissão tenha entendido que a AP fora capaz de demonstrar compreensão do tema e avaliando que, ‘entre os diversos públicos-alvo citados pela licitante, há destaque, inclusive, para atores menos conhecidos, como agentes de trânsito, controle de trânsito, policiamento etc’ (página 13 do Parecer Técnico), entendemos que esse licitante não deveria ter tido a pontuação máxima nesse quesito pelas razões que se seguem. Entre as páginas 03 e 13 da Proposta Técnica da Licitante (‘Diagnóstico da Situação’), fala-se em diversos ‘atores’, não utilizando, porém, o termo ‘público-alvo’ para mostrar o papel institucional da empresa, justamente um dos itens exigidos pelo Edital, no quesito 01 (‘Plano de Comunicação’). (...) Como pode ser observado na página 03 da Proposta Técnica da Licitante, o intertítulo ao qual se refere esse trecho trata do ‘1.1 Cenário econômico-político-social’, que prossegue até a página 11, quando muda para ‘1.2 O cenário e a Infraero’

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Somente à fl.17, após apresentar as ‘Premissas Básicas da Comunicação’ (item 2.1, na página 13) e ‘Os Objetos da Comunicação’ (item 2.2, na página 16), é que a licitante apresenta a “Definição de Público-Alvo’ (...), conforme reproduzido a seguir: (...) Ocorre que tal definição de público-alvo, exigida pelo Edital, deveria ser apresentada no item ‘d’ do subquesito 01 do Plano de Comunicação e não na Estratégia de Comunicação (subquesito 02). (...) Diante do exposto, solicitamos que seja revista a pontuação atribuída à Licitante AP” (fls. 13,14). CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela recorrente Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e a contrarrazão apresentada pela empresa AP Vídeo Comunicação S/S Ltda, assim como a Proposta Técnica da licitante questionada. Acreditamos que houve um equívoco de interpretação por parte da recorrente em relação ao item “d” do subquesito 1 (quesito 1). Em nenhum momento o edital exige uma definição de “público-alvo”, mas, sim, que a licitante saiba “demonstrar a compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo”, fato que a AP soube realizar, conforme apontado no Parecer Técnico. Concordamos que o fato da licitante ter elaborado um mesmo texto para os quatro itens do subquesito 1 (fls. 3 a 13) não contribuiu para sua avaliação, podendo até ter influenciado para a nota parcial que recebeu nos itens “a” e “c” do referido subquesito. Todavia, para atendimento do item questão, a licitante apresentou o que foi solicitado. Dessa forma, com base no exposto acima, decide-se por MANTER A PONTUAÇÃO atribuída à licitante.

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INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO III RECORRENTE: FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda. FUNDAMENTAÇÃO: A recorrente interpôs recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em habilitar as licitantes: Santafé Ideias e Comunicação Ltda. e AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., apontando que as referidas licitantes deixaram de cumprir algumas exigências presentes no edital. DA HABILITAÇÃO DA LICITANTE SANTAFÉ: A recorrente afirma que, ao apresentar o conteúdo referente ao quesito 4 da Proposta Técnica, a licitante analisou mais veículos que aqueles definidos em esclarecimentos ao edital e, dessa forma, deve ser desclassificada do certame ou ter sua nota reavaliada. “A pontuação atribuída à proposta Técnica apresentada pela empresa SANTAFÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA precisa ser revista e reduzida para amoldar-se coerentemente às exigências do instrumento convocatório. (...) No que concerne ao Quesito nº 04 – Análise de Mídia, a recorrida extrapolou os limites impostos pelo edital e não foi adequadamente punida por isso. A análise de mídia apresentada pela empresa Santafé Ideias e Comunicação LTDA contraria o escopo definido pela comissão de licitação da Infraero, que solicitou uma análise de mídia com base na leitura dos principais veículos impressos de abrangência nacional. Essa orientação foi reforçada do documento de ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS Nº 003/LCIC/2012, emitido pela comissão na data de 23/11/2012. Em resposta à 31ª pergunta (Quais são os veículos impressos de abrangência nacional a serem considerados?), a comissão emitiu a seguinte resposta: ‘Revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital. Jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo’.

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Dessa forma, ao incluir no escopo de sua análise de mídia os veículos de mídia online e jornais impressos que não faziam parte da relação definida pela Infraero, tais como Correio Braziliense, Valor Econômico, Brasil Econômico, Revista Exame, Revista Istoé Dinheiro, a Santafé descumpriu claramente a orientação e os limites impostos pela INFRAERO. (...) (...), não havia dúvidas para qualquer participante sobre a abrangência e os limites estabelecidos para o trabalho a ser desenvolvido em relação ao quesito nº 04. Apesar disso, a empresa SANTAFÉ foi além e buscou auferir vantagens ao incluir em sua análise veículos que não integravam o rol estabelecido pelo órgão licitante. E conseguiu, posto que obteve pontuação máxima no quesito. Ao delimitar o campo de atuação das empresas em relação ao quesito, buscou a d. Comissão de Licitação assegurar condições isonômicas para a disputa. Ao extrapolar esse limite e auferir vantagens, a proposta da recorrida deve ser desclassificada, conforme comando do item 9.6, ‘a’ do edital, verbis: (...) Diante do exposto, aguarda a recorrente o decreto de DESCLASSIFICAÇÃO da proposta da empresa SANTAFÉ IDÉIAS por descumprir exigência editalícia ao apresentar sua proposta técnica em relação ao quesito 04 – Análise de mídia, ou, em sede de argumentação, seja reduzida drasticamente sua pontuação nesse quesito em função do erro sinalizado”. A recorrente afirma, também, que ao apresentar o conteúdo referente ao item “c” do subquesito 2 (quesito 1) a licitante não incluiu públicos de grande importância para a Infraero e, dessa forma, deve ter sua nota reavaliada. “O item 6.4, b.2.5 estabeleceu os parâmetros para formatação da proposta técnica no que diz respeito à estratégia para mobilização dos atores envolvidos no processo e sua relação com a INFRAERO. Pois bem, ao elaborar sua proposta a empresa SANTAFÉ IDÉIAS ignorou públicos de grande importância para a Infraero, tais como o público interno e os influenciadores do ambiente digital. Erro que compromete a eficácia da estratégia de comunicação, mormente em razão da relevância destes dois públicos os objetos estratégicos almejados. O desconhecimento ou o esquecimento, por si só, implica na obrigação de a Comissão Técnica reduzir a nota atribuída à proponente para, no mínimo, atende parcialmente. O que se espera. Posto isto, aguarda a recorrente a redução da nota atribuída à proposta da recorrente no quesito 01, subquesito 02, ‘c’, estratégia de comunicação”. Por fim, a recorrente pede desclassificação da licitante em função da pontuação zero obtida no quesito 2, conforme anexo I. “Extrai-se do julgamento prolatado contradição que precisar ser esclarecida pela comissão ou revisão do julgado, conforme o caso. (...) No anexo I divulgado a empresa SANTAFÉ aparece com pontuação 0 (zero) no quesito 02 enquanto recebe nota 05 no Parecer Técnico. (...) Entretanto, simples leitura dos fundamentos esposados pela comissão técnica e apresentados em seu parecer é suficiente para se concluir pela necessidade de DESCLASSIFICAÇÃO da proposta da empresa SANTAFÉ por não atender o exigido para o quesito 2, o que se aguarda. Persistindo a pontuação 0 (zero) no quesito 2, por força do disposto no item 9.6, ‘d’ do edital deverá a proposta ser DESCLASSIFICADA”. CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela licitante FSB Comunicação e Planejamento Estratégico LTDA. e a contrarrazão apresentada pela empresa Santafé, assim como a Proposta Técnica da licitante contestada. No Esclarecimento de Dúvidas nº 3, divulgado em 23/11/12, esta comissão destacou que, para fins de análise de mídia, deveriam ser considerados os seguintes veículos: revistas: Veja, Istoé, Época e Carta Capital; jornais: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo.

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Todavia, não há qualquer referência à necessidade da exclusividade desses veículos nesse ou em qualquer outro Esclarecimento de Dúvidas, haja vista que, à época da publicação do terceiro Esclarecimento, várias empresas já haviam iniciado os trabalhos de análise de mídia com base no que exigia o edital: “6.9.2 – A análise editorial deverá selecionar publicações nacionais, entre jornais, revistas e material publicado por agências de notícia que sejam consideradas relevantes para a INFRAERO”. Visando ao princípio da Isonomia neste processo licitatório, a comissão optou por analisar esse quesito em concordância com o que havia sido solicitado no edital e nos esclarecimentos. Em sua proposta, a empresa Santafé analisou - entre veículos impressos nacionais e regionais, além de sites de notícias – todos os veículos solicitados no Esclarecimento de Dúvidas nº 3 (Veja, Istoé, Época, Carta Capital, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo). O quesito 4, objeto de contestação por parte da recorrente, pede que a licitante apresente “relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”. Apesar de, teoricamente, a empresa Santafé ter à disposição um número de matérias maior que o da recorrente (5.114 contra 467), ela apresentou quatro assuntos (relevância dos temas selecionados) que nortearam a mídia no período da análise - Desconfiança da população quanto à credibilidade da Infraero; Dúvida acerca da conclusão das obras necessárias à Copa de 2014; Falta de atenção da Infraero às condições adequadas dos serviços disponibilizados à população e; Incógnita das concessões de aeroportos – enquanto a recorrente identificou cinco temas: Operação; Concessões; Infraestrutura; Institucional; Outros. Sobre os quatro temas identificados pela Santafé, aplicaram-se as outras exigências desse item (“sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”). Apesar de fazer, ocasionalmente, referências a veículos que não foram solicitados no já citado Esclarecimento de Dúvidas nº 3, a maior parte da análise da Santafé foi construída sobre o jornal O Globo, além de citações à Folha de S. Paulo, Istoé e Veja (nos retratos mensais): “O aumento da demanda nos aeroportos em virtude do crescimento turístico reforça a preocupação, cada vez maior, com a infraestrutura dos aeroportos e com a capacidade de atendimento. A Infraero reconhece esse crescimento e, por diversas ocasiões, salientou o assunto na imprensa. Porém, a falta de investimento é apontada pelos críticos como uma das razões do atraso nas obras e o maior motivo de inquietação. Este problema ficou evidente, por exemplo, na matéria ‘Uma modernização antiga’, publicada em 27 de dezembro no jornal O Globo [grifo nosso]. O conteúdo da reportagem chama a atenção para as condições ruins do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, indicando a lentidão dos investimentos, viés que foi encontrado ao longo desta análise. A concessão dos aeroportos administrados pela Infraero angariou comentários distintos. Ao mesmo tempo em que o assunto era defendido por uma parte da sociedade, também era o foco de desagrado de alguns especialistas. Entre os descontentes estavam os funcionários da Infraero, que fizeram paralisações nos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas. O fato posicionou a estatal desfavoravelmente nas manchetes dos jornais e sites de notícias, incluindo uma chamada de capa no jornal O Globo [grifo nosso], de 18 de outubro, intitulada ‘Greve na Infraero contra privatização vai parar aeroportos’. (...) (...) Outro fator de desgaste, as incertezas sobre o planejamento para a Copa de 2014, provocaram o descrédito da população com relação à conclusão das obras. Em matéria do dia 11 de julho, sob o título ‘Privatização de aeroportos não decola este ano’, o jornal O Globo [grifo nosso] mais uma vez pôs em evidência a ausência de ações concretas em favor da infraestrutura aeroportuária. (...) (...) Retrato Mensal: Julho 2011 (...)

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A revista Istoé [grifo nosso] publicou importante matéria que abordou a homologação da licitação do aeroporto de Confins, em Minas Gerais. (...) Agosto 2011 (...) A ação do Governo de criar uma comissão para melhorar a gestão dos aeroportos foi publicada em importantes veículos, como Veja e Folha de S. Paulo [grifo nosso]. (...) (...) Outubro 2011 (...) O jornal O Globo [grifo nosso], que deu a manchete de capa ‘Greve na Infraero contra privatização vai parar aeroportos’, no dia 18/10, publicou outra capa, agora no dia 21/10, amenizando o problema enfrentado pela empresa, sob o título ‘Greve da Infraero não modifica rotina dos passageiros’. O assunto impulsionou a mídia a questionamentos quanto às condições dos aeroportos brasileiros de oferecer serviços aos passageiros. A proximidade com o final do ano, época mais sensível devida à grande demanda, potencializou o assunto. (...) Em meados do mês, a matéria da Folha de S. Paulo [grifo nosso], no dia 14/10, sob o título ‘Infraero desperdiça milhões com projetos para ampliar aeroporto’ apontou gastos da estatal com projetos que não saem do papel. A pauta foi motivação para a mídia voltar a criticar a lentidão na execução dos investimentos no setor aeroportuário. Novembro 2011 (...) (...) No dia 22 de novembro, a Folha de S. Paulo [grifo nosso] publicou matéria de capa sobre a ampliação da área comercial nos aeroportos” (fls. 929 – 933 da Proposta Técnica da empresa Santafé). Dessa forma, para efeito de nota, foram consideradas preferencialmente as análises sobre os veículos solicitados no Esclarecimento de Dúvidas nº 3, não havendo, assim, malferimento ao princípio da Isonomia. Com base no exposto acima, decide-se por MANTER A HABILITAÇÃO da empresa Santafé, assim como MANTER A PONTUAÇÃO atribuída à licitante no quesito 4 da Proposta Técnica. Sobre o item “c” do subquesito 2 (quesito 1) – “Estratégias para mobilização dos atores envolvidos no processo e sua relação com a Infraero” – ao contrário do afirmado pela recorrente, a licitante apresentou, sim, entre os públicos, os “influenciadores do ambiente digital”: na fl. 879, ao tratar de “Jornalistas e demais profissionais que atuam na mídia em suas diversas plataformas”. Todavia, após nova análise desta comissão, ficou evidente que a Proposta da empresa Santafé, de fato, não apresentou estratégia para mobilização do público interno, sendo que ela própria havia destacado, no item “d”, subquesito 1, quesito 1, que este era um dos públicos prioritários da Infraero. Dessa forma, com base no exposto acima, decide-se por REDUZIR A PONTUAÇÃO atribuída à licitante no item “c” do subquesito 2 (quesito 1), da Proposta Técnica, passando a valer a pontuação 5 (cinco) – Atende Parcialmente. Sobre o quesito 2, houve um erro de digitação por parte desta comissão ao atribuir a nota à empresa Santafé. O correto, conforme Parecer Técnico, é pontuação 5 (cinco) – Atende Parcialmente, conforme, inclusive, consta da planilha “Resultado Geral” do citado anexo I. DA HABILITAÇÃO DA LICITANTE AP: A recorrente afirma que ao apresentar conteúdo referente ao item “b” do subquesito 2 (quesito 1) a licitante pontuou propostas de ações de caráter alheio ao universo da prestação de serviço, bem como não teria apresentado um plano de gerenciamento de crise. Dessa forma, segundo a recorrente, a licitante deve ser desclassificada do certame ou ter sua nota revista. “Ao parametrizar os critérios para julgamento das propostas, o item 9.5 estabeleceu, para o Quesito 1, subquesito 2, ‘b’, o seguinte:

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‘b) Riqueza e alcance do plano estratégico no âmbito nacional, bem como a efetividade do planejamento de assessoria de imprensa face aos objetos fixados’. Note-se que o edital é de clareza meridiana ao estabelecer o planejamento de assessoria de imprensa como foco a ser observado pelas proponentes. A empresa AP Vídeo Comunicação embaralhou conceitos e segmentos diversos da comunicação como se fossem um só universo, ferindo o princípio da isonomia na medida em que obteve pontuação por propostas de ações, estranhas ao contrato a ser firmado com a vencedora do certame. A proposta apresentada pela AP Vídeo Comunicação contém elementos de caráter publicitário, o que contraria as recomendações expressas no edital. Dentre os erros da proposta que acabaram relevados pela comissão técnica, destacamos a proposta de criação e adoção de logomarca para ‘identificar a gestão da Infraero na Gestão das Obras das Cidades-Sede’. Outro erro é a proposta de produção de filme como mote para uma ‘ampla campanha institucional, usando tanto verbas oficiais quanto espaços gratuitos disponíveis e não utilizados’. Além disso, também fogem do escopo do plano de comunicação solicitado as propostas de criação de agendas de relacionamento institucional com parlamentares e com o Tribunal de Contas da União, tarefas que não são características da comunicação. Apesar de sugerir a criação de uma Central de Monitoramento de Riscos, a licitante não apresenta nenhuma ação de gerenciamento de crises. Fala apenas em ‘propor ações em casos de situações potencialmente críticas’, sem deixar claro como pretende agir a partir da identificação de situações que possam colocar em risco a imagem da Infraero. A ausência de ações de gerenciamento de crise contraria claramente a orientação do briefing apresentado pela Infraero. No item OBJETO DA DEMANDA, a Infraero informa que as licitantes devem, entre outras obrigações, ‘traçar análise de riscos e propor ações de prevenção e gestão de possíveis crises’. Por tais razões, aguarda a recorrente o decreto de DESCLASSIFICAÇÃO da proposta da empresa AP VÍDEO, com fundamento no item 9.6, a do edital ou, se esse não for o entendimento da I. Comissão seja revisto o julgamento técnico realizado para reduzir significativamente a pontuação atribuída à proponente recorrida”. CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela licitante FSB Comunicação e Planejamento Estratégico LTDA. e a contrarrazão apresentada pela empresa AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., assim como a Proposta Técnica da licitante questionada. Sobre as ações sugeridas e que, em tese, não estão relacionadas ao escopo específico de assessoria de imprensa - Agenda de relacionamento institucional com parlamentares atuantes no tema; Relacionamento institucional com o Tribunal de Contas da União; Filme sobre as Conexões Emocionais Positivas das Pessoas com o Ato de Viajar; Criação e Adoção de uma Logomarca para Identificar a Ação da Infraero na Gestão das Obras dos Aeroportos das Cidades-Sede – é válido o argumento apresentado pela empresa AP Vídeo, em sua contrarrazão, da enorme variedade que a atividade encerra, não apenas aquelas diretamente relacionadas à imprensa. Se assim fosse, no escopo do edital não seria solicitado às licitantes que apresentassem suas propostas considerando, também, itens diversos além daqueles previstos para assessoria de imprensa. Contudo, é pertinente a afirmação da recorrente ao destacar que a licitante “não apresenta nenhuma ação de gerenciamento de crises. Fala apenas em ‘propor ações em casos de situações potencialmente críticas’”. De fato, a licitante esclarece como fará o levantamento de assuntos críticos – clipping, leitura do cenário etc. -, mas não tece qualquer comentário à forma de gestão desses assuntos críticos. “As rotinas internas do Grupo de Comunicação responsável pela Central de Monitoramento devem incluir reunião diária, de avaliação das estratégias, com a participação de representantes das demais áreas. A reunião diária serve como termômetro do processo e permite identificar os pontos críticos e os temas de maior concentração de questionamentos, dúvidas e críticas” (fl. 31 da Proposta Técnica da empresa AP). Dessa forma, com base no exposto acima, decide-se por REDUZIR A PONTUAÇÃO atribuída à licitante no item “b” do subquesito 2 (quesito 1), da Proposta Técnica, passando a valer a pontuação 5 (cinco) – Atende Parcialmente.

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............................................................................................ INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO IV RECORRENTE: Entrelinhas Comunicação Ltda. FUNDAMENTAÇÃO: A recorrente interpôs recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em não conceder-lhe nota máxima no item “b” do subquesito 1 (quesito 1), assim como nos itens “a” e “c” do subquesito 2 (quesito 1). A recorrente também pede revisão das notas atribuídas às licitantes FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e Santafé Ideias e Comunicação Ltda. no item“c” do subquesito 1 (quesito 1); e das notas atribuídas às licitantes AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., CDN Comunicação Corporativa Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda., Saboy Comunicação Ltda. e Santafé Ideias e Comunicação Ltda. no item “b” do subquesito 2 (quesito 1). DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “B” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): “Inicialmente, convém tratar do item ‘b’ do subquesito 1 (‘Diagnóstico de Situação’), que tinha por objetivo ‘demonstrar a compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas’. Às fls. 7 do mencionado Parecer Técnico Para Julgamento das Propostas Técnicas, a respeitável Comissão Licitante considerou que esta licitante: ‘demonstrou, por meio do material atestado nas folhas 180 e 183, compreensão parcial do papel institucional da Infraero, uma vez que sugeriu, entre os “quatro grandes temas de oportunidades” (f.182) para a empresa na mídia, que a Infraero forneça “informações aos usuários das companhias aéreas sobre vôos [de responsabilidade das próprias empresas aéreas]” (f.182) e “condições meteorológicas [de responsabilidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo]” (f.182)’(...) Ocorre que, em tal avaliação, deixou-se de considerar que a Infraero exerce o papel de divulgação de informações aos usuários das companhias aéreas que, por sua vez, são também usuários da infraestrutura dos aeroportos, tanto de maneira presencial, nas próprias unidades aeroportuárias, quanto por meio do site da estatal (www.infraero.gov.br). Com efeito, nesse site, o usuário dos aeroportos e, claro, das companhias aéreas, tem à disposição links com orientações importantes para quem viaja pelos aeroportos brasileiros administrados pela Infraero. Um deles é ‘Situação dos Voos’, pelo qual se pode, por aeroporto ou por companhia aérea, saber a quantidade de vôos ‘atrasados’, ‘atrasados no momento’ e ‘cancelados’. Outro link, também de prestação de serviço, é ‘Voos Online’, por meio do qual o cidadão pode conhecer os voos oferecidos pelas companhias aéreas. Até as condições meteorológicas, cujo tema a Comissão Licitante atribuiu ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo, podem ser checadas por qualquer cidadão que queira viajar. Basta acessar os links ‘Tempo nos Aeroportos’ ou ‘Radar Meteorológico’, que constam do site da estatal. O que se procurou mostrar é que esta licitante tem a compreensão de que, apesar de o papel da Infraero não ser o de cuidar dos horários de voos das companhias aéreas nem tampouco das condições climáticas, o sítio eletrônico da empresa torna-se também porta-voz desse serviço, o qual, certamente, demandou verbas para criação, implantação e divulgação. Além disso, no entendimento desta licitante, a divulgação dessas informações torna-se uma forma de o usuário tomar conhecimento da Infraero, com relação à responsabilidade que a estatal tem nos aeroportos que administra, de modo a que possa diferenciar quais problemas podem lhe ser atribuídos, e, por outro lado, quais são aqueles de competência de outras entidades.

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Ainda referindo-se ao mesmo item, também às fls. 07, do Parecer Técnico, a Comissão Licitante registrou que: ‘outro assunto proposto entre os “quatro grandes temas de oportunidades” (f.182), concessão dos aeroportos, não pode ser considerado um tema que a Infraero possa trabalhar junto à imprensa, pois é um assunto conduzido pelo Governo Federal por meio da Secretaria de Aviação Civil (SAC). De acordo com diretrizes de governo, a Infraero não se manifesta sobre o assunto’ (...) No que tange a este ponto, Ilmo. Presidente, não se observou equidade de avaliação, uma vez que outras duas licitantes, que obtiveram pontuação máxima nesse quesito, também citaram a questão de concessão de aeroportos como oportunidade para a Infraero na mídia. Apenas para ilustrar a ausência de equidade, tome-se, por exemplo, a proposta técnica da CDN Comunicação Corporativa Ltda., da qual pede-se vênia para transcrever pequeno em que é apontada a questão das concessões dos aeroportos como uma das oportunidades para a Infraero na mídia. Após uso do intertítulo ‘Os desafios das Concessões’, a proposta técnica da CDN exibe o seguinte texto: ‘Divulgar de forma eficaz o processo das concessões aeroportuárias representará um grande desafio para a Infraero. A comunicação deverá ter sensibilidade para fazer com que a sociedade entenda que a melhoria se deve ao protagonismo da Infraero, e que deve capitalizar os bônus pelas mudanças’. É importante registrar, corroborando a alegação de disparidade indevida das notas, que, no próprio Parecer Técnico, às fls. 08, referente ainda ao ilustre concorrente citado, a Comissão Licitante destacou que: ‘Entre as oportunidades apontadas pela licitante, e detalhadas na proposta, estão: Eventos esportivos, Concessões, Investimentos, Interesse da imprensa, Projetos estruturantes e Bem estar do público’ (...) Na mesma esteira, traz-se a lume a proposta da concorrente Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda., para reforçar a tese de que há necessidade de estabelecimento de equidade no que tange ao ponto discutido. Essa concorrente recorre também à concessão dos aeroportos ao citar que ‘o tema (...) é sempre uma oportunidade para reposicionar a Infraero perante a sociedade’. Dessa maneira, se o tratamento acerca da matéria da concessão dos aeroportos foi considerado como um demérito na proposta da Recorrente, é necessário que se mantenha essa orientação também com relação às concorrentes que mencionaram o mesmo tema, isto é, as empresas CDN Comunicação Corporativa Ltda. e Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda., procedendo-se à uniformização das notas, majorando-se a nota atribuída à ora Recorrente. Não bastassem os equívocos supramencionados, observa-se mais um no mesmo item. Com efeito, no Parecer Técnico Para Julgamento das Propostas Técnicas, às fls. 06, a Comissão de Licitação atribuiu nota 4 (quatro) a esta licitante. Porém, na tabela que integra esse Parecer Técnico, foi apontada a nota 3 (três) no mesmo item, em evidente contrariedade que não poderia prevalecer”. CONCLUSÃO: A comissão, após a análise do recurso apresentado pela recorrente, e de nova avaliação da Proposta Técnica, entende que: Não há demérito na Proposta da recorrente ao sugerir “concessão dos aeroportos” como um dos temas que a Infraero possa trabalhar junto à imprensa. Apesar de não ser o órgão responsável pela condução do tema, a Infraero, como parte integrante do processo, pode se utilizar desse assunto para trabalhar sua posição junto à mídia. Todavia, sobre os demais assuntos – fornecimento de informações a usuários das companhias aéreas e boletins meteorológicos – uma nova explicação se faz necessária. A Infraero possui, em seus aeroportos, monitores do Sistema Informativo de Voos (SIV), que compartilha com passageiros e demais usuários as informações sobre status de voos (atrasado, cancelado etc.). Contudo, quem fornece essas informações à Infraero são as

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companhias aéreas. Ou seja: quem é responsável pelas informações são as próprias empresas aéreas. Esses mesmos dados que são disponibilizados nos monitores de SIV também alimentam os já citados “Situação dos Voos” e “Voos Online”, que estão disponibilizadas no site da Infraero. Sem as informações fornecidas pelas companhias aéreas, essas facilidades não existiriam. Dessa forma, a Infraero não é responsável por “cuidar dos horários de voos das companhias aéreas”, como reconheceu a recorrente, tampouco pelo conteúdo dessas informações, o que muitas vezes é atribuído equivocadamente à empresa – tanto por passageiros como por representantes da imprensa - e contribuindo, assim, para o passivo de imagem da empresa. Portanto, ao sugerir que a divulgação desse tipo de informação, no site da empresa, “torna-se uma forma de o usuário tomar conhecimento da Infraero, com relação à responsabilidade que a estatal tem nos aeroportos que administra, de modo a que possa diferenciar quais problemas podem lhe ser atribuídos, e, por outro lado, quais são aqueles de competência de outras entidades”, a recorrente está equivocada. Além disso, a recorrente cita os serviços “Tempo nos Aeroportos” e “Radar Meteorológico” como parte do conteúdo do portal da Infraero e, dessa forma, de responsabilidade de divulgação por parte da empresa. Todavia, ao se acessar esses links, o usuário é direcionado ao site do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da Aeronáutica que se manifesta sobre o assunto, entre outros. Assim, a recorrente demonstra, conforme destacado no Parecer Técnico, conhecimento parcial das atribuições da Infraero. Por atender parcialmente ao solicitado nesse item, a empresa recebeu pontuação 3 (três), e não 4 (quatro), como foi equivocadamente atribuído no Parecer (mas corretamente informado no anexo I desse documento). Dessa forma, sobre o recurso apresentado pela recorrente, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 3 (três) pontos. DA NOTA ATRIBUÍDA ÀS LICITANTES SANTAFÉ, MÁQUINA E FSB NO ITEM “C” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): “No item ‘c’ do Subquesito 1 que se refere a ‘demonstrar capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação em discussão’, das 9 (nove) concorrentes, 7 (sete), entre elas esta licitante, obtiveram nota máxima: 6 (seis). No entanto, convém atentar que a nota máxima nem sempre foi conferida devidamente, pois nesta questão, alvo de esclarecimentos dos números 9 e 40 a 42 da Comissão de Licitação, algumas das concorrentes que obtiveram a nota máxima não atenderam à especificidade exigida, ou a atenderam apenas parcialmente e deveriam ter recebido nota menor. A Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda., por exemplo, relacionou como experiência similar para o Plano de Comunicação o INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social, que não se trata de uma empresa na acepção estrita do termo. Em 20/11/12, no Esclarecimento de Dúvidas número 002/LCIC/2012, com base no questionamento de número 09 feito por uma das concorrentes, a ilustre Comissão de Licitação respondeu que ‘experiências similares diz respeito a serviços semelhantes para empresas nacionais, preferencialmente do porte da Infraero (com presença em todas as capitais brasileiras)’. Outra concorrente, a Máquina da Notícia Comunicação Ltda., relacionou caso desvinculado das exigências constantes do edital. A licitante citou a compra do avião presidencial pelo governo federal. O governo federal é uma pessoa jurídica de direito público e não privado, ao passo que a Boeing não pode ser considerada como uma empresa nacional, pois a matriz não é brasileira, conforme consta de resposta da Comissão Licitante em comunicado divulgado em 29/11/12, também para esclarecimento de dúvidas. Nesse dia, a Comissão em análise registrou ‘sim’ ao seguinte questionamento, de número 42: ‘É correto o entendimento de que a expressão “empresas nacionais” refere-se a empresas cuja matriz esteja no Brasil?’. Dessa forma, era evidente que as experiências narradas deveriam dizer respeito a pessoas jurídicas de direito privado com escopo de lucro (‘empresas’ na acepção vulgar do termo), bem como apenas àquelas cuja matriz se encontre situada em território nacional.

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Em situação idêntica, deve-se mencionar a concorrente FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., que elencou como experiências similares o Aeroporto de Icheon, na Coreia do Sul, a ação dos EUA durante a tempestade Sandy, concessões de aeroportos na Argentina e Chile e o acidente da Air France, em 2009, em águas internacionais. Nenhum desses exemplos teve a participação de empresas nacionais, com matriz no Brasil. Sendo assim, está claro que as empresas FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e Santa Fé Ideias e Comunicação Ltda. não atenderam o instrumento convocatório com relação a este item, devendo suas respectivas notas serem 0 (zero) ‘Não Atende’”. CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela empresa Entrelinhas Comunicação Ltda, assim como as contrarrazões apresentadas pelas licitantes Máquina da Notícia Comunicação Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda. e Santafé Ideias e Comunicação Ltda., além das Propostas Técnicas das empresas contestadas. É importante destacar que no Esclarecimento de Dúvidas nº 4, de 29/11/12, em resposta à pergunta nº 40 – sobre a demonstração de capacidade de avaliação de experiências similares – esta comissão havia destacado que: “Veja que pedimos ‘PREFERENCIALMENTE’ uma empresa do porte da Infraero (presente em todo o país), OU SEJA, NÃO É OBRIGATÓRIO. Esta Comissão está ciente da dificuldade que os eventuais concorrentes teriam em obter um exemplo de uma empresa com atuação tão extensa quanto a da INFRAERO, daí o termo ‘preferencialmente’ e não obrigatoriedade”. Dessa forma, apesar de não apresentar “serviços semelhantes para empresas nacionais”, as licitantes utilizaram exemplos relevantes para o dia-a-dia da Infraero e que podem ser aproveitados para o Plano de Comunicação em discussão, conforme solicita o item ‘c’ do subquesito 1 (quesito 1). Com base no exposto acima, decide-se por MANTER A PONTUAÇÃO atribuída às licitantes Santafé Ideias e Comunicação Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda. no item “c” do subquesito 1 (quesito 1) da Proposta Técnica. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 2 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que apresentassem “Entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo”, sendo à recorrente atribuída a nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente, o que é contestado: “(...), há que se discordar dessa assertiva, pois não se coaduna com a realidade dos fatos. A licitante, sem sombra de dúvida, compreendeu tal desafio de unificação e alinhamento de discurso, tendo, inclusive, registrado na proposta técnica a seguinte frase: ‘Definir um plano de ação em que a Infraero busque, centralize e dissemine, de maneira estratégica, a informação’. Esta licitante também levou em consideração a necessidade de acompanhar todas as atividades e demandas das localidades, ao discorrer na proposta técnica sobre a dimensão da Infraero. (...) Não bastasse isso, no Subquesito 1 (Diagnóstico da Situação), da proposta técnica, esta licitante já havia discorrido sobre as ações nacionais e regionais da companhia (...). (...) Dessa forma, a nota conferida à empresa ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA. deve ser revista e aumentada para 10 (dez), tendo em vista que houve plena compreensão do problema proposto, conforme demonstrado acima”. CONCLUSÃO: A comissão, após a análise do recurso apresentado pela recorrente, e de nova avaliação da Proposta Técnica, decide AUMENTAR A PONTUAÇÃO concedida, agora de 10 (dez) pontos - Atende.

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DA NOTA ATRIBUÍDA ÀS LICITANTES AP, CDN, FSB, MÁQUINA, SABOY E SANTAFÉ NO ITEM “B” DO SUBQUESITO 2 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que apresentassem “Riqueza e alcance do plano estratégico no âmbito nacional, bem como a efetividade do planejamento de assessoria de imprensa face aos objetivos fixados”. Segundo a recorrente, as licitantes AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., CDN Comunicação Corporativa Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda., Saboy Comunicação Ltda. e Santafé Ideias e Comunicação Ltda. apresentaram propostas que estão relacionadas com outros objetos que não assessoria de imprensa, além de sugerir ações cujo orçamento extrapolaria os termos da contratação. Para embasar seu argumento, a recorrente cita Wilton Luis da Silva Gomes2 sobre a necessidade da proposta técnica ser estritamente relacionada com o objeto do certame público. Para cada licitante contestada, a recorrente aponta as atividades propostas que não estão relacionadas à assessoria de imprensa e também aquelas cujo orçamento, segundo a recorrente, excederia os termos do contrato a ser firmado. “(...), estas licitantes deixam de atender o instrumento convocatório ao realizar proposições completamente desvinculadas da atividade da assessoria de imprensa. Muitas delas pretendem a realização de atividades de marketing, publicidade, de serviços de atendimento ao consumidor, e outras propõem atividades inexeqüíveis por meio do futuro instrumento contratual, ao gerarem custos não previstos, como, por exemplo, a realização de treinamento, de pessoal, distribuição de livretos, e a realização de pesquisas de satisfação. Isto posto, resta claramente configurado que as empresas em questão (...) deixaram de atender ao subquesito 1, item ‘b’ do instrumento convocatório, devendo suas respectivas propostas serem julgadas com a nota mínima zero (‘não atende’)”. CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela empresa Entrelinhas Comunicação Ltda, assim como as contrarrazões apresentadas pelas licitantes AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., CDN Comunicação Corporativa Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda., Saboy Comunicação Ltda. e Santafé Ideias e Comunicação Ltda., além das Propostas Técnicas das empresas contestadas, e decide: MANTER A NOTA atribuída às licitantes Santafé Ideias e Comunicação Ltda., AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., CDN Comunicação Corporativa Ltda., FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda., Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e Saboy Comunicação Ltda. no item “b” do subquesito 2 (quesito 1) da Proposta Técnica. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “C” DO SUBQUESITO 2 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que apresentassem “Estratégias para mobilização dos atores envolvidos no processo e sua relação com a Infraero”, sendo à recorrente atribuída a nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente, o que é contestado: “(...), em várias ações propostas, houve preocupação em criar artifício para esclarecer à população quais são as reais atribuições da empresa. Isso ocorreu, por exemplo, quando citou-se a importância de a Infraero ter uma atenção redobrada com web. Ademais, na proposta técnica, registrou-se que ‘a sociedade brasileira está conectada. Logo, é preciso fazer parte dessa conexão, aproveitando-se dela para dialogar com seus usuário’. (...) Dessa forma, não se pode afirmar que a licitante não se preocupou em fornecer estratégias para informação do público sobre as reais atribuições da Infraero, o que demonstra que a nota em comento deve ser reavaliada e aumentada para 10 (dez) em razão do atendimento das exigências do edital em sua plenitude, não sendo justificável a nota técnica tão baixa recebida pela licitante”.

2 GOMES, Wilton Luis da Silva. Licitações sob o ponto de vista dos Tribunais de Contas.

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CONCLUSÃO: Quando esta comissão afirma que há “a necessidade de esclarecer a população quanto às reais atribuições da Infraero”, isso reflete uma das preocupações constantes da Assessoria de Imprensa da empresa. Por repetidas vezes, as atribuições da Infraero são confundidas, sendo parte do passivo de imagem da empresa resultado de desses equívocos. Ao fazer a análise de todos os itens deste quesito, a comissão teve o cuidado de observar quais empresas compreendiam as atribuições da Infraero e quais, assim como parte da sociedade e da imprensa, imputavam-lhe erroneamente responsabilidades, demonstrando conhecimento parcial da empresa, como provou a recorrente. Nesse cenário, estratégias de comunicação (“atenção redobrada na web” ou canais de comunicação para tratar das concessões) não possuem todo o efeito esperado quando o conteúdo – e quiçá o próprio entendimento da recorrente sobre a Infraero - não é inteiramente adequado às necessidades da empresa. Dessa forma, após análise do recurso apresentado pela recorrente, e de nova avaliação da Proposta Técnica, decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente.

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INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO V RECORRENTE: Santafé Ideias e Comunicação Ltda. FUNDAMENTAÇÃO: A recorrente interpôs recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em não conceder-lhe nota máxima no item “c” do subquesito 1 (quesito 1), assim como no quesito 2. A recorrente também pede revisão das notas atribuídas às licitantes Máquina da Notícia Comunicação Ltda. e CDN Comunicação Corporativa Ltda. no item “a” do subquesito 1 (quesito 1). DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade”, sendo à recorrente atribuída a nota 4 (quatro) – Atende Parcialmente, o que é contestado.: “Ao julgar o item 3.1.1.1 do Diagnóstico, em que a licitante deve demonstrar compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade, a Comissão de Licitação concluiu que a Santafé Ideias ‘apesar de boa contextualização do papel da Infraero, por meio de citações extraídas do próprio site da empresa e de outras fontes, ao afirmar que “atrasos e cancelamentos de voos causam prejuízos de toda a sorte aos passageiros”, atribuindo essa responsabilidade à Infraero, a licitante demonstra não conhecer completamente o papel da empresa, uma vez que é justamente por receber equivocadamente, por boa parte da mídia e da sociedade, essa competência que a Infraero (também) possui um vasto passivo de imagem’. (...) Em nenhum momento a Santafé Ideias atribuiu a responsabilidade por atrasos e cancelamentos de voos à Infraero. O parágrafo apontado no Parecer Técnico contrapõe as desvantagens geradas pelo ‘atraso e cancelamento de voos’ às vantagens da ‘regularidade do transporte aéreo’. Sem apontar responsabilidades sobre um e outro, Santafé esclarece que as duas situações afetam o ambiente em que se dá a cobertura de imprensa: (...) O ato de abordar o tem ‘atrasos e cancelamentos de voos’, no nosso entendimento, é a demonstração de que a Santafé Ideias compreende a gravidade da questão e seu potencial de repercussão negativa. E mesmo não sendo responsável por ‘atrasos e cancelamentos’, a Infraero enfrenta esse problema e está ciente da necessidade de combatê-lo”.

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Sobre essa “necessidade de combater” esse problema – atrasos e cancelamentos de voos – a recorrente cita o aplicativo Voos Online como uma iniciativa da Infraero para, à seu modo, fornecer mais informações aos usuários do transporte aéreo. Todavia, a recorrente é enfática ao reconhecer que a responsabilidade sobre status de voos é das próprias companhias aéreas: “Embora grande parte de atrasos e cancelamentos de voos seja de responsabilidade das companhias aéreas, em alguns casos, mesmo não sendo de sua responsabilidade, a Infraero, na ânsia de resolver o problema, envolve-se na sua solução, o que pode provocar uma percepção distorcida sobre suas atribuições”. E finaliza: “Por todo o exposto, a Santafé Ideias pede à Comissão de Licitação que reconsidere a perda de pontos que mereceu por ‘demonstra não conhecer completamente o papel da empresa’”. CONCLUSÃO: A comissão, após a análise do recurso apresentado pela recorrente, e de nova avaliação da Proposta Técnica, decide AUMENTAR A PONTUAÇÃO concedida, agora de 8 (oito) pontos - Atende. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO QUESITO 2: Nesse item, foi solicitado às licitantes que apresentassem a “metodologia e estrutura de atendimento que serão colocados à disposição da Infraero”, sendo à recorrente atribuída a nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente, o que é contestado. “Ao formular a sua proposta técnica, a Santafé Ideias leva em consideração o edital como um todo, para que a estratégia e as ações, propostas ao contratante estejam de acordo com os produtos e serviços que serão contratados”. A recorrente versa sobre sua capacidade de atendimento versus aquilo que foi solicitado no edital: “O edital (...) não faz exigência alguma para que as licitantes tenham estruturas fora de Brasília, como se verifica no Projeto Básico:

‘A contratada centralizará a prestação dos serviços permanentes/atendimento em Brasília, onde, para esse fim, manterá escritório, sucursal ou filial (item 7.1)’;

‘A seu juízo, a contratada poderá utilizar-se de sua matriz ou de seus representantes em outros Estados para serviços complementares ou acessórios que venham a ser necessários (...), de acordo com a necessidade, o interesse e a conveniência da Infraero, com vistas a assegurar as condições específicas da execução dos serviços’ (item 7.2) (...); (...)

‘A critério da Infraero e mediante autorização prévia e por escrito, mediante a emissão de ordem de serviço, poderá eventualmente ocorrer deslocamento de profissionais da equipe responsável para executarem serviços em outros estados da federação. Nessa hipótese, a contratada proverá o pagamento de diárias aos técnicos designados’ (item 9.1)”. (...) A Santafé Ideias considera que, para o atendimento às localidades onde estão instalados os 63 aeroportos da rede Infraero e as demais unidades, a capacidade de atendimento não poderia depender de instalações físicas disponíveis em várias cidades do país. Se assim fosse, empresas que atuam com estruturas enxutas, compensando a quantidade de escritórios com o investimento em recursos tecnológicos, estariam sempre prejudicadas na concorrência com grandes organizações. Para que haja equidade no julgamento de grandes, médias e pequenas empresas, a capacidade de atendimento precisa ser medida pela velocidade de resposta (que depende sobremaneira de recursos digitais) e pelo capital intelectual da equipe que estará à disposição do contratante, além da agilidade no deslocamento. Essa última não é problema para nenhuma empresa sediada em Brasília, cidade localizada no centro do país, cujo aeroporto é um dos principais hubs nacionais.

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A Santafé Ideias é uma empresa que se enquadra no perfil da sociedade da informação, atuando com agilidade e proatividade graças aos recursos digitais disponíveis e a parcerias possíveis em qualquer região do país. Com toda a certeza, a Comissão de Licitação entende que a era digital permite vencer facilmente as barreiras de tempo e espaço, pois a internet possibilita a busca de informações, a troca de conhecimento, bem como o acionamento de parceiros e equipes de trabalho em qualquer ponto do país ou do mundo. (...) O atendimento da Santafé Ideias a clientes fora de Brasília – como detalhadamente exposto nos dois Relatos apresentados – mostram a capacidade da empresa de promover ações in loco, bem como sua ampla experiência no planejamento e na execução de uma comunicação integrada. (...) A Santafé Ideias não desconhece a necessidade de mobilização de equipes para ações de relacionamento que exigem a presença física, o contato direto. Mas, para essas ocasiões, que certamente não fazem parte da rotina diária da Infraero, como fica claro no edital, a Santafé se utiliza de forças-tarefa. (...)”. E finaliza: “Por todo o exposto, a Santafé Ideias pede à Comissão de Licitação que reconsidere a perda de pontos em sua Capacidade de Atendimento”. CONCLUSÃO: A comissão, após a análise do recurso apresentado pela recorrente, e de nova avaliação da Proposta Técnica, decide AUMENTAR A PONTUAÇÃO concedida, agora de 10 (dez) pontos - Atende. DA NOTA ATRIBUÍDA À LICITANTE MÁQUINA NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Segundo a recorrente, a empresa Máquina da Notícia Comunicação Ltda. não cumpriu com o solicitado nesse item – “Demonstrar a compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade” – ao apresentar “pressupostos irreais” e ideias equivocadas: “(...), o Diagnóstico apresentado pela Máquina de Notícias não condiz com a situação hoje enfrentada pela Infraero, com perda de receitas em decorrência da concessão de aeroportos lucrativos e o simultâneo aumento da pressão de autoridades e da opinião pública para que o calendários de investimentos e obras seja cumprido”. E finaliza: “Pelo exposto, a Santafé Ideias pede à Comissão de Licitação que reconsidere a nota dada à Máquina de Notícias no subquesito Diagnóstico”. CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela empresa Santafé Ideias e Comunicação Ltda., assim como a contrarrazão apresentada pela licitante Máquina da Notícia Comunicação Ltda., além da Proposta Técnica da empresa contestada. Com base nisso, decide-se por MANTER A PONTUAÇÃO atribuída à licitante Máquina da Notícia Comunicação Ltda. no item “a” do subquesito 1 (quesito 1) da Proposta Técnica. DA NOTA ATRIBUÍDA À LICITANTE CDN NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Segundo a recorrente, a empresa CDN Comunicação Corporativa Ltda. não cumpriu com o solicitado nesse item – “Demonstrar a compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade” – ao apresentar informações equivocadas: “A CDN Comunicação Corporativa também se mostra em dificuldade para diagnosticar a situação da Infraero”.

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E finaliza pedindo que esta comissão reconsidere a nota atribuída à CDN no item “a”, subquesito 1 (quesito 1). CONCLUSÃO: A comissão analisou o recurso administrativo apresentado pela empresa Santafé Ideias e Comunicação Ltda., assim como a contrarrazão apresentada pela licitante Máquina da Notícia Comunicação Ltda., além da Proposta Técnica da empresa contestada. Com base nisso, decide-se por MANTER A PONTUAÇÃO atribuída à licitante CDN Comunicação Corporativa Ltda. no item “a” do subquesito 1 (quesito 1) da Proposta Técnica.

............................................................................................ INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO VI RECORRENTE: AP Vídeo Comunicação S/S Ltda. FUNDAMENTAÇÃO: A recorrente interpôs recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em não conceder à empresa nota máxima nos itens “a” e “c” do subquesito 1 (quesito 1) e no quesito 4 da Proposta Técnica da recorrente. RECURSOS: DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, às licitantes foi solicitado que demonstrassem “compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade”, sendo à recorrente atribuída nota 4 (quatro) – Atende Parcialmente. A opinião desta comissão foi que a empresa, “apesar de mencionar a responsabilidade da Infraero em realizar obras de infraestrutura nos aeroportos sob sua administração, a licitante não dá ênfase à necessidade do papel da Infraero ser melhor compreendido pela imprensa e sociedade em geral”. A pontuação foi contestada pela recorrente: “(...) a recorrente ousa afirmar que a proposta atendeu integralmente ao que fora exigido pelo edital uma vez que constam, no texto apresentado, conteúdos que explicitam, a partir do papel, missão e visão da Empresa, os desafios centrais da Infraero, bem como a necessidade da empresa ser compreendida pela sociedade”. A AP faz uso de citações constantes da Proposta Técnica da empresa nas fls. 8, 10, 11, 13, 14 e 16, que versam sobre “complexidade da articulação diante da multiplicidade de atores implica desafio ainda maior”; o papel do superintendente da Infraero nos grandes aeroportos como ascendente “apenas sobre os empregados da Infraero”; “o desgaste dos brasileiros e o nível de insatisfação com os serviços aeroportuários, mesmo que a responsabilidade seja indireta, afetam e recaem sobre a reputação da Infraero” etc. E finaliza pedindo que esta comissão reconsidere a nota atribuída à recorrente no item “a”, subquesito 1 (quesito 1). CONCLUSÃO: O argumento desta comissão para a nota atribuída à recorrente foi que esta não deu ênfase à necessidade do papel da Infraero ser melhor compreendido pela imprensa e sociedade em geral. Por dar ênfase leia-se uma crítica mais aprofundada e clara do assunto. Ao afirmar que uma “complexidade da articulação diante da multiplicidade de atores implica desafio ainda maior”, a recorrente não especifica quais são esses desafios. É importante para a Infraero deixar claro seu papel dentro da conjuntura da aviação civil brasileira? O que implica, para a empresa, ser “coordenadora” no contexto das Autoridades Aeroportuárias? Isso está claro para a população e para a imprensa em geral? O mesmo raciocínio é válido para a afirmação da recorrente ao dizer que “o superintendente da Infraero nos grandes aeroportos, tem ascendência apenas sobre os empregados da

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Infraero”. O que isso implica? Que a Infraero recebe, como de fato recebe, críticas por situações que fogem a responsabilidade da empresa? A recorrente também usa um conceito geral e sem maiores detalhes ao afirmar que “o desgaste dos brasileiros e o nível de insatisfação com os serviços aeroportuários, mesmo que a responsabilidade seja indireta, afetam e recaem sobre a reputação da Infraero”. Dessa forma, por repetidas vezes, a recorrente fez tentativas em tratar de um tema de fundamental importância para a Infraero, mas optou por uma abordagem geral, sem entrar em grandes discussões. Um fator que pode ter contribuído para isso foi o fato da recorrente ter apresentado um único texto para todos os quatro itens deste subquesito. Com isso, provavelmente é mais difícil verificar se todos os itens em debate foram corretamente discutidos. Sobre isso, é importante ressaltar que as fls. 14 e 16, sugeridas pela recorrente como integrantes do conteúdo do subquesito 1, são, na verdade, do subquesito 2. Pelo menos foi o que esta comissão desprendeu ao encontrar, na fl.3, o item 2 – Estratégia de Comunicação. Diante do apresentado acima, sobre o recurso administrativo apresentado pela recorrente AP Vídeo Comunicação S/S Ltda., esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 4 (quatro) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “C” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “capacidade de avaliação de experiências similares e de aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação em discussão”, sendo à recorrente atribuída nota 3 (três) – Atende Parcialmente. A opinião desta comissão foi que a empresa “apresentou bons exemplos de como outros aeroportos no mundo (Aeroporto Internacional de S. Francisco e Aeroporto Internacional do Kuwait) se utilizaram de ações relacionadas à ‘tecnologia verde’ para gerar boas notícias, mas não explicou como esses exemplos podem ser ajustados à realidade da Infraero. Além disso, faltaram à proposta em questão outras referências importantes relacionadas a temas afins, como obras em aeroportos e crises no setor aéreo”. A pontuação foi contestada pela recorrente: “Sobre a primeira ressalva, ao citar obras nos aeroportos de São Francisco e no Kuwait, o trabalho insere tais exemplos no cenário de tendências ‘socioambientais’ constatadas nos empreendimentos (0bras, reforma, etc.) em instalações aeroportuárias, com utilização de plataformas tecnológicas modernas e sustentáveis (páginas 9 e 10). Quanto a não explicar ‘como esses exemplos podem ser ajustados à realidade da Infraero’, vale lembrar, como se depreende da proposta apresentada pela ora recorrente, que a Política de Responsabilidade Social Empresarial da Infraero estabelece como premissa ‘assegurar a aplicação continuada dos princípios de responsabilidade social empresarial na gestão dos negócios, com respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, visando a sustentabilidade’. Nesta exata medida, a proposta atendeu ao edital, estando claro que o pilar da sustentabilidade já está incorporado às práticas da Empresa e, certamente, as obras em curso nos aeroportos têm tal preocupação”. Para a segunda ressalva - faltaram à proposta em questão outras referências importantes relacionadas a temas afins, como obras em aeroportos e crises no setor aéreo – a recorrente faz uso de citações constantes da Proposta Técnica da empresa nas fls. 15, 18, 22, 24 e 28. E finaliza pedindo que esta comissão reconsidere a nota atribuída à recorrente no item “c”, subquesito 1 (quesito 1). CONCLUSÃO: Ao citar os exemplos dos aeroportos internacionais de S. Francisco e do Kuwait, a recorrente destaca inovações relacionadas a tecnologias verdes, sem um real foco em obras de reforma e ampliação de infraestrutura, conforme segue: “O Aeroporto Internacional de São Francisco planeja ser neutro em emissões de carbono. Com uma reforma ainda em curso, as emissões de carbono devem cair 1,6 toneladas anualmente e inovações incluem redução do consumo de energia com equipamento de iluminação ecoeficiente, valorização da luz natural do sol para reduzir o uso de lâmpadas artificiais, sistema de reciclagem e compostagem dos restos de comida orgânica, redução do consumo de água (com reutilização da água), venda de comida orgânica, uso de materiais sustentáveis

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na construção, espaço para exposições artísticas, playgorund para as crianças, SPA e muitos terminais para laptops, além de conexão wireless gratuita. Já a reforma do Aeroporto Internacional do Kuwait irá oferecer conforto para os passageiros, além de definir um marco ambiental para os aeroportos internacionais. O projeto prevê um telhado único, com aberturas envidraçadas capazes de filtrar a luz do dia, enquanto desviam a radiação solar direta. O local de desembarque terá a área de bagagens cercada por cascatas de água para resfriamento. O paisagismo em torno do aeroporto terá um oásis ao redor do prédio com espécies nativas de deserto ao longo da estrada de acesso” (fl. 10 da Proposta Técnica da empresa AP). É válido destacar que uma das solicitações deste item é que a licitante demonstre o “aproveitamento desses exemplos para o Plano de Comunicação em discussão”, não apenas citar o exemplo. Ao afirmar que a Política de Responsabilidade Empresarial da Infraero estabelece uma “gestão dos negócios, com respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente” e, dessa forma, “as obras em curso nos aeroportos têm tal preocupação”, soa como uma tentativa da recorrente em explicar por que, em sua Proposta Técnica, não explicou como os exemplos citados podem ser aproveitados para o Plano de Comunicação em discussão, sendo que uma rápida busca no próprio site da Infraero demonstraria que a empresa possui iniciativas muito parecidas em diversos aeroportos da Rede, como Congonhas, Florianópolis e Campo de Marte. Se o que esta comissão tivesse solicitado fosse apenas uma enumeração de exemplos não haveria necessidade de que nenhuma das licitantes explicasse por que zelar pelo cumprimento de obras de infraestrutura, por exemplo, é importante para a Infraero, já que faz parte da missão da empresa prover os aeroportos por ela administrados de infraestrutura. Não, uma análise crítica, em todos os casos, foi o almejado. Sobre a segunda ressalva, a recorrente, novamente, cita páginas que não fazem parte do conteúdo do subquesito 1, mas do subquesito 2. Diante do apresentado acima, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 3 (três) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO QUESITO 4: Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “relevância dos temas selecionados e sua análise, identificação de riscos e oportunidades no cenário encontrado, clareza e lógica da exposição”, sendo à recorrente atribuída nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente. Na opinião desta comissão, a recorrente “não apresentou identificação de riscos e oportunidades solicitados neste quesito”. A pontuação foi contestada pela recorrente, que citou, como exemplo, o argumento abaixo: “Na página 73 a identificação de Riscos e Oportunidades está demonstrada no seguinte trecho: ‘... das 14 matérias publicadas nas revistas com citações sobre a estatal, seis trataram do tema de forma negativa, e apenas três com abordagem positiva, demonstrando que, além de estar pouco presente no meio revista, a Infraero precisa melhorar o seu relacionamento com esses veículos de modo a mudar a tendência desfavorável à sua imagem”. No mesmo raciocínio, a recorrente também cita exemplos colhidos nas fls. 74, 77, 79, 80 e 83. E finaliza pedindo que esta comissão reconsidere a nota atribuída à recorrente no quesito 4. CONCLUSÃO: Para todos os exemplos expostos pela recorrente, esta comissão identificou outra característica deste quesito: a análise dos temas relacionados, fato que foi considerado na atribuição da nota em questão. A recorrente não foi enfática ao destacar quais seriam os riscos e oportunidades para a Infraero, sempre recorrendo a argumentos tímidos como “o dado pode ser visto como mais uma boa oportunidade de divulgação para garantir a boa imagem da empresa” (fl.80) ou “mais uma vez a questão da privatização dos aeroportos aparecer como merecedora atenção” (fl.83). Ao enaltecer riscos e oportunidades, também era esperado da recorrente que esta analisasse cada tópico – ou pelo menos os mais importantes – com clareza e lógica.

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Diante do apresentado acima, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente.

............................................................................................

INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO VII RECORRENTE: Saboy Comunicação Ltda. FUNDAMENTAÇÃO: A recorrente interpôs recurso administrativo contra a decisão da comissão de licitação em não conceder à empresa nota máxima nos itens “b” e “d” do subquesito 1 (quesito 1) e no item “a” do subquesito 2 (quesito 1) da Proposta Técnica da recorrente. RECURSOS: DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “B” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, às licitantes foi solicitado que demonstrassem “compreensão do potencial e oportunidades para a Infraero na mídia, considerando sua atuação junto a estruturas econômicas e sociais vigentes, envolvendo e mobilizando, para sua execução, diferentes atores e ferramentas”, sendo à recorrente atribuída nota 3 (três) – Atende Parcialmente. Na opinião desta comissão, a recorrente foi “repetitiva em seus argumentos, atendo-se basicamente ao crescimento econômico brasileiro e à realização da Copa de 2014 como oportunidades da Infraero na mídia”. Além disso, a licitante pareceu confundir o papel da Infraero com o da Secretaria de Aviação Civil ao sugerir que a Infraero é interlocutora preferencial na condução de novos projetos no setor aéreo nacional. A pontuação foi contestada pela recorrente: “A abordagem adotada pela S/A Comunicação traça um amplo panorama das mudanças registradas no país e que impactaram diretamente a atuação da Infraero, quais sejam: (a) uma forte inclusão social, tendo como resultado a formação de um novo contingente de consumidores de transporte aéreo, especialmente na classe C; (b) as diferenças de perfil entre os passageiros habituais e os novos usuários analisando as suas consequências para o processo de comunicação e para as oportunidades de mídia que se abrem para a empresa; (c) mudança na distribuição geográfica da produção, ampliando a necessidade/demanda por transporte; (d) a ampliação do turismo interno e estrangeiro, fortalecendo a regionalização da atividade da empresa. Assim, as oportunidades para a Infraero na mídia, em nossa avaliação, vão muito além da resposta igualmente necessárias às oportunidades decorrentes do crescimento econômico (aumento do número de passageiros e da carga transportada) e da realização da Copa do Mundo, espaços importantes e promissores de inserção positiva da empresa na mídia.”. A recorrente também indica conteúdo presente no subquesito 2 deste mesmo quesito para explanar os aspectos táticos dessas recomendações. Sobre a alegação de que confundiu o papel institucional da Infraero com o da Secretaria de Aviação Civil, a empresa afirma: “O exame atento da proposta também não permite depreender ‘confusão’ ou ‘compreensão parcial’ na percepção dos papéis da Infraero e da Secretaria de Aviação Civil (SAC) (...), na medida em que o que se destaca é o acréscimo de atribuições à Infraero, que passa a ter papel importante no processo de execução de obras e serviços associados à modernização do setor aéreo nacional. Essa atribuição é inegável e tem sido foco de parte da abordagem da imprensa no acompanhamento das atividades e desempenho da empresa”. E finaliza pedindo que esta comissão reconsidere a nota atribuída à recorrente nesse item. CONCLUSÃO: Um dos argumentos desta comissão para a nota atribuída à recorrente foi que esta foi repetitiva em seus argumentos, atendo-se basicamente ao crescimento econômico brasileiro e à realização da Copa de 2014 como oportunidades da Infraero na mídia. Ora, isso pode ser

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novamente depreendido dos itens “a”, “b”, “c” e “d” acima expostos pela licitante, que nada mais são que tópicos relacionados ao crescimento econômico brasileiro. Isso também pode ser facilmente percebido pelos dois subtópicos presentes na Proposta Técnica: “A evolução do setor aéreo brasileiro” que, novamente, trata da expansão econômica e de suas consequências para o mercado brasileiro, e; “As ações da Infraero face à Copa do Mundo de 2014”. Um terceiro subtópico – “Responsabilidade Social” – é apresentado, todavia com apenas seis linhas do que seriam outras oportunidades para a Infraero na mídia. Dessa forma, como havia sido notado originalmente por esta comissão, a compreensão da recorrente do potencial e das oportunidades da Infraero na mídia é limitado. Diante do apresentado acima, sobre o recurso administrativo apresentado pela recorrente Saboy Comunicação Ltda., esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 3 (três) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “D” DO SUBQUESITO 1 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo”, sendo à recorrente atribuída nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente. A opinião desta comissão foi que, “apesar de ter relacionado vários dos atores do setor aéreo brasileiro (passageiros, funcionários da Infraero, Congresso Nacional, órgãos públicos, mídia, empresas e investidores e até o meio acadêmico), a licitante não citou um dos principais públicos-alvo da Infraero: as empresas aéreas, cujas atribuições, muitas vezes, são direcionadas à Infraero”. Além disso, a licitante não teria citado as interfaces da Infraero com outros órgãos do setor aéreo brasileiro, como a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A pontuação foi contestada pela recorrente: “(...), a nossa proposta revela pleno conhecimento das interfaces da Infraero com os outros órgãos do setor e da importância dessa relação para a atuação da empresa, deixando claro que a o processo de comunicação com essas instâncias é vital para a Infraero. Essa dimensão é claramente explicitada no trecho a seguir destacado da proposta, no enunciado que trata do item em discussão, abordando os públicos de interface que integram o poder executivo federal: 1. ‘(...) Os órgãos públicos dedicados à Copa do Mundo de 2014 – especialmente a Presidência da República e os Ministérios e demais órgãos integrantes do GECOPA 2014 – assim como outros órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público foram segmento importante na escala de públicos de interface com a Infraero e devem ser abastecidos de modo regular, com informação atualizada e detalhada, por intermédio de canais de comunicação apropriados’ (pg.25). Esse público-alvo, não por acaso, é aquele que aparece como o primeiro destacado em nossa análise. Pareceu-nos, redundante e desnecessário, explicitar os órgãos governamentais que integram o GECOPA 2014, ademais tendo em vista a restrição existente sobre o número total de páginas que deveria compor a proposta técnica. Igualmente, entendemos ter tratado devidamente das empresas aeras na nossa proposta, identificando a sua decisiva participação na configuração do negócio da Infraero, por exemplo quando mencionamos o impacto de suas políticas de preços para a expansão do volume de passageiros transportados através da infraestrutura da empresa. No item específico, que trata dos públicos-alvo, destacamos o seguinte trecho ‘(...) o ramo empresarial é um importante segmento entre os públicos-alvo da empresa’ (pág.26)”. CONCLUSÃO: O solicitado neste item foi que a licitante demonstrasse “compreensão da relação da Infraero com seus diversos públicos-alvo”. Ao referir-se à SAC e à Anac como “órgãos integrantes do GECOPA 2014”, e às empresas aéreas como “ramo empresarial”, a recorrente furtou-se de traçar um panorama mais detalhado da relação da Infraero com três entidades extremamente significativas dentro do seu rol de públicos-alvo. A justificativa da recorrente foi que já havia tratado desse assunto anteriormente e que, em virtude da “restrição existente sobre o número total de páginas”, não tratou do tema novamente.

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Ora, trata-se de uma exigência do item. Caso contrário, as outras licitantes poderiam se valer do mesmo argumento, uma vez que SAC, Anac e empresas aéreas, teoricamente, também deveriam constar de outros itens da Proposta Técnica, como o “Demonstrar a compreensão do papel institucional da Infraero, sua missão e visão, assim como sua relação com outras esferas do poder público e com a sociedade”. Diante do apresentado acima, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente. DA NOTA ATRIBUÍDA À RECORRENTE NO ITEM “A” DO SUBQUESITO 2 (QUESITO 1): Nesse item, foi solicitado às licitantes que demonstrassem “entendimento do problema apresentado no briefing e da característica da Infraero e seus diferenciais em relação aos demais órgãos de governo”, sendo à recorrente atribuída nota 5 (cinco) – Atende Parcialmente. Na opinião desta comissão, a recorrente não apresentou compreensão total dos diferenciais da Infraero em relação aos demais órgãos de governo. A pontuação foi contestada pela recorrente, que citou: “Surpreende ademais que os membros técnicos da comissão não tenham considerado a importância dada pela S/A Comunicação à regionalização da comunicação da Infraero. Esse aspecto está presente em diversos pontos da proposta técnica, sustentado pela percepção claramente exposta no projeto de que a empresa precisa aproximar-se do [sic] usuários dos serviços de transporte ‘na ponta’, criando e aproveitando oportunidades na mídia regional (...)”. CONCLUSÃO: Novamente, a recorrente cita conteúdo de outras partes da Proposta Técnica para justificar a ausência do conteúdo no item exigido. Dessa forma, esta comissão decide MANTER A PONTUAÇÃO concedida, de 5 (cinco) pontos – Atende Parcialmente.

[...]”

5. DELIBERAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS ARGUMENTOS RECURSAIS APRESENTADOS PELAS PARTICIPANTES

A licitação é procedimento administrativo pelo qual a

Administração Pública seleciona, na concepção finalística, a busca em gerenciar o

INTERESSE PÚBLICO. Como sintetiza Adilson Abreu Dallari “o estudo da história do direito administrativo é de equilíbrio entre prerrogativas e sujeições, entre os poderes e os meios e instrumentos de sua contenção, mas, sempre, tendo como norte a satisfação do interesse público”.3

Assim, o principal desafio da Lei Geral de Licitações, na atualidade, repousa na busca de se consagrar o binômio “INTERESSE

PÚBLICO” que significa obtenção da proposta mais vantajosa e do “PRINCÍPIO DA IGUALDADE” que preleciona resguardo dos direitos dos participantes em condição isonômicas, interesses que, na grande maioria dos certames licitatórios,

se afiguram opostos.

3 DALLARI. Os poderes administrativos e as relações jurídico-administrativas. Revista de informação Legislativa, p.

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Sob este enfoque, depreende-se da reanálise, avizinhada pelos membros técnicos, agora - compulsada pelos argumentos recursais das participantes e resumidamente transferidas no item 2 desta

instrução -, o restabelecimento de uma 2ª (segunda) concatenação dos quesitos e subquesitos materializados nas pontuações esperadas pelas licitantes,

observadas as diretrizes editalícias expressadas no item 9 do Ato convocatório - DA ABERTURA E DO JULGAMENTO DA PROPOSTA TÉCNICA.

É inevitável reconhecer a equidade técnica constatada no item 4, pois, evidencia preocupação administrativa de ser refazer a leitura técnica realizada anteriormente, ou seja, oportunizou-se confirmar ou não

a pontuação outorgada a cada PROPOSTA TÉCNICA das licitantes participantes.

Esclareça-se, também, que desde o início, do exame recursal -, houve preocupação com a imparcialidade de se recompor possíveis distanciamentos das Notas Técnicas creditadas às licitantes recursantes, caso

necessário. Os membros da Comissão Técnica consignaram esse entendimento, a saber:

DESPACHO Nº 03/PRIP/SEDE, 07/02/2013

[...]

A avaliação dos recursos pautou-se estritamente nas normas e condições estabelecidas no edital da presente concorrência e nos princípios da Administração Pública, limitando-se exclusivamente à avaliação técnica dos argumentos apresentados. Cabe ressaltar que a avaliação da capacitação técnica das empresas participantes recorrentes do certame tem por objetivo garantir a conclusão do objeto do contrato com a segurança e a qualidade especificadas e dentro dos prazos estabelecidos, com vistas a promover a satisfação do interesse público. A preocupação sempre presente nas análises realizadas foi de ponderar criteriosamente os aspectos trazidos pelas recorrentes, sem, contudo, aceitar indiscriminadamente a habilitação de participantes, sob pena de arriscar gravemente a segurança do contrato. Além disso, a análise sempre esteve pautada no princípio da isonomia, a fim de não acarretar afronta ao edital pela simples flexibilização de alguns critérios da habilitação para apenas algumas licitantes, até porque, frisem-se, os critérios adotados para comprovação da capacidade técnica devem ser atendidos. Cabe ressaltar que, a Administração Pública está vinculada ao edital, conforme preleciona o artigo 41 da Lei 8666/93, e dele não pode se afastar.

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Sendo assim, resta à Infraero a convicção de ter agido legitimamente e com acerto ao exigir a atestação nos moldes contidos no edital e, acima de tudo, de não haver agido em momento algum com a intenção de cercear a ampla concorrência – essência do processo licitatório.

[...]

Em outras palavras, pondera-se que as limitações

a que se sujeita a Comissão de Licitação na observância das regras do Edital, não

objetivam aprisioná-la a FORMALISMOS IMODERADOS, sustentando burocracias ineficientes e despropositada ao caso concreto em análise. Haja vista,

que a licitação erigiu-se sob o tipo TÉCNICA E PREÇO, e, consequentemente, a classificação final das licitantes deve ser realizada, em consonância com o inciso II do § 2º da Lei Geral de Licitações, “de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório”. Assim, devem ser atribuídas as

licitantes uma nota técnica e outra de preço. O resultado final será obtido pela ponderação das duas notas.

Assim, externada a apreciação técnica – Item 3 desta instrução -, no qual, motivadamente, reorganizou PARCIALMENTE a pontuação

técnica - divulgada Diário Oficial da União do dia 17/01/2013, Seção 3, pág. 5/6 -, após interposição dos memoriais recursais [destacados no Item 2 deste

relatório], consignou, para mais ou para menos, ou seja, atribui acréscimo e/ou decréscimo às Notas Técnicas Final das propostas das licitantes, assim entendidos:

1. A proposta técnica da licitante

ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA sofreu ajuste no quesito nº 1, atribuindo-

se a pontuação de 48 pontos, consoante argumentação técnica apostilada no Item 3 deste relatório;

2. A proposta técnica da participante AP VÍDEO

COMUNICAÇÃO S/S LTDA suportou um decréscimo no quesito nº 1, na ordem

de 5 (cinco) pontos; portanto, conferindo-lhe a pontuação de 48 (quarenta e oito) pontos, conforme motivação técnica explicada no Item 3 deste relatório;

3. A proposta técnica da proponente SANTAFÉ

IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA obteve elevação em sua pontuação para 95

(noventa e cinco) pontos, assim construído: (a) perda de 1 (um) ponto no quesito nº 1 e (b) computo de 5 (cinco) pontos no quesito nº 2, segundo relato técnico elucidado no Item 3 deste relatório;

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4. As propostas técnicas das demais licitantes

não sofreram alteração de pontuação, ou seja: (i) SABOY COMUNICAÇÃO LTDA – NT = 79; (ii) IN PRESS ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO LTDA – NT = 77; (iii)

CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA – NT = 100,00; MÁQUINA DA NOTÍCIA COMUNICAÇÃO LTDA – NT = 100,00 e (iv) FSB COMUNICAÇÃO E PLANEJ. ESTRATÉGICO LTDA – NT = 100,00.

Nesses termos, a Comissão de Licitação, organizada

de membros técnicos e administrativos, consubstanciada na reanálise dos

membros técnicos divulga, posteriormente aos textos recursais, a concepção atualizada das Notas Técnicas – NT.

6. CONCLUSÃO

6.1 Consubstanciada em todo o exposto, a

Comissão de Licitação acolhe PARCIALMENTE os argumentos recursais, em

particular para reformar a Nota Técnica das licitantes Entrelinhas Comunicação Ltda para 88 (oitenta e oito) pontos; AP Vídeo Comunicação S/S Ltda para 83

(oitenta e três) pontos; e, Santafé Ideias e Comunicação Ltda para 95 (noventa e cinco) pontos. Assim, após a interposição dos recursos administrativos, houve o reescalonamento da pontuação das licitantes, da seguinte forma:

EMPRESA LICITANTES Quesito 1 Quesito 2 Quesito 3 Quesito 4 Nota Técnica

ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA. * 48 10 20 10 88

SABOY COMUNICAÇÃO LTDA. 44 10 20 5 79

AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA. * 48 10 20 5 83

SANTAFÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA. * 55 10 20 10 95

IN PRESS ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO LTDA. 37 10 20 10 77

CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA. 60 10 20 10 100

MÁQUINA DA NOTÍCIA COMUNICAÇÃO LTDA. 60 10 20 10 100

FSB COMUNICAÇÃO E PLANEJ. LTDA. 60 10 20 10 100

* Notas Técnicas alteradas – Despacho nº 03/PRIP/2013, de 07 de fevereiro de 2013.

6.2 Submeter o assunto à elevada consideração

de V.Sa. com parecer pelo NÃO PROVIMENTO aos Recursos Administrativos interpostos pelas licitantes Saboy Comunicação Ltda; In Press Assessoria de

Comunicação Ltda; CDN Comunicação Corporativa Ltda; Máquina da Notícia Comunicação Ltda e FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda, no que diz respeito aos demais argumentos, de acordo com o exame exarado no TÓPICO

Item 3 deste compêndio - ANÁLISE TÉCNICA DOS MEMORIAIS RECURSAIS APRESENTADOS PELAS LICITANTES -, por carecer de motivação que justifique

alteração nas Notas Técnicas proferido por este Colegiado.

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6.3 Por fim, requer aquiescência para divulgação

da alteração do resultado de julgamento, publicado anteriormente, no Diário Oficial da União - DOU do dia 17/01/2013, Seção 3, pág. 5/6.

A consideração de Vossa Senhoria.

Brasília -DF, 22 de fevereiro de 2013.

HERCULES ALBERTO DE OLIVEIRA

Presidente da Comissão de Licitação

SIDNEY BRITO DA SILVA SIDRÔNIO HENRIQUE G. DE ARAÚJO

Membro Titular/ DACC Membro Técnico/PRIP

JOICE RIBEIRO MACIEL RENATO CORREIA DE ALBUQUERQUE

Membro Técnico/PRIP Membro Titular/ PRMC

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DECISÃO HIERÁRQUICA

DE: Diretor de Administração da Infraero

PARA: Comissão de Licitação ASSUNTO: Instrução de Recursos Administrativos - Fase de Julgamento

Propostas técnicas

REFERENTE: Concorrência nº 006/DALC/SEDE/2012 OBJETO: Contratação de empresa especializada para prestar serviços de

consultoria, planejamento e execução de estratégias em

Assessoria de Imprensa.

RECORRENTES: (1) Saboy Comunicação Ltda; (2) In Press Assessoria Ltda; (3) Entrelinhas Comunicação Ltda; (4) AP Video Comunicação Ltda; (5) FSB Comunicação Ltda; (6) Santa Fé Ideias Ltda; (7)

Máquina da Noticia Comunicação Ltda.

RECORRIDAS: (a) Santafé Ideias e Comunicação Ltda; (b) Saboy Comunicação Ltda; (c) FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda; (d)AP Video Comunicação Ltda; (e) CDN Comunicação Ltda; (e)

Máquina da Noticia Comumunicação Ltda.

Consubstanciados nas informações contidas no Relatório de Instrução de Recursos Administrativos – PROPOSTA TÉCNICA -

expedido pela Comissão de Licitação e nos termos do subitem 11.4.2 do Edital da licitação em referência, decido:

Acolher PARCIALMENTE os argumentos recursais, em particular para reformar a Nota Técnica das licitantes Entrelinhas

Comunicação Ltda para 88 (oitenta e oito) pontos; AP Vídeo Comunicação S/S Ltda para 83 (oitenta e três) pontos; e, Santafé Ideias e Comunicação Ltda para 95 (noventa e cinco) pontos. Assim, após a interposição dos recursos

administrativos, houve o reescalonamento da pontuação das licitantes, da seguinte forma:

EMPRESA LICITANTES Quesito 1 Quesito 2 Quesito 3 Quesito 4 Nota Técnica

ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO LTDA. * 48 10 20 10 88

SABOY COMUNICAÇÃO LTDA. 44 10 20 5 79

AP VÍDEO COMUNICAÇÃO S/S LTDA. * 48 10 20 5 83

SANTAFÉ IDÉIAS E COMUNICAÇÃO LTDA. * 55 10 20 10 95

IN PRESS ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO LTDA. 37 10 20 10 77

CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA. 60 10 20 10 100

MÁQUINA DA NOTÍCIA COMUNICAÇÃO LTDA. 60 10 20 10 100

FSB COMUNICAÇÃO E PLANEJ. LTDA. 60 10 20 10 100

* Notas Técnicas alteradas – Despacho nº 03/PRIP/2013, de 07 de fevereiro de 2013.

Page 81: RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSOS …licitacao.infraero.gov.br/arquivos_licitacao/2012/...RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS DE: Comissão de Licitação

INFRAERO Página 81

Negar provimento aos Recursos Administrativos

interpostos pelas licitantes Saboy Comunicação Ltda; In Press Assessoria de

Comunicação Ltda; CDN Comunicação Corporativa Ltda; Máquina da Notícia Comunicação Ltda e FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda, no que

diz respeito aos demais argumentos, de acordo com o exame exarado no TÓPICO Item 3 deste compêndio - ANÁLISE TÉCNICA DOS MEMORIAIS RECURSAIS APRESENTADOS PELAS LICITANTES -, por carecer de motivação que justifique

alteração nas Notas Técnicas proferido por este Colegiado.

Autorizar a divulgação da alteração do resultado de

julgamento, nos termos da classificação final mencionada no item 6.1 do relatório da Comissão de Licitação.

Brasília/DF, 01 de março de 2013

JOSÉ EIRADO Diretor de Administração