relatório de atividades da comissão de representação externa · relatÓrio o exmo. sr. ministro...

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Relatório de Atividades da Comissão de Representação Externa Membros: Dep. Adroaldo Loureiro – PDT (Coordenador) Dep. Adão Villaverde – PT Dep. Alberto Oliveira – PMDB Dep. Iradir Pietroski – PTB Dep. Marco Peixoto – PP Assessoria Técnica Gerson Carrion de Oliveira Assessor da Comissão Equipe de Apoio: Assessoria de Imprensa: João Silvestre. Departamento de Comissões Parlamentares da Assembléia Legislativa. Porto Alegre, 5 de Abril de 2007 1

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Relatório de Atividades da Comissão de Representação Externa

Membros:

Dep. Adroaldo Loureiro – PDT (Coordenador)Dep. Adão Villaverde – PTDep. Alberto Oliveira – PMDBDep. Iradir Pietroski – PTBDep. Marco Peixoto – PP

Assessoria Técnica

Gerson Carrion de OliveiraAssessor da Comissão

Equipe de Apoio:

Assessoria de Imprensa: João Silvestre.Departamento de Comissões Parlamentares da Assembléia Legislativa.

Porto Alegre, 5 de Abril de 2007

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Page 2: Relatório de Atividades da Comissão de Representação Externa · RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator): Cuida-se de ação visando ao reconhecimento do

SUMÁRIO

I – Introdução, 3

II – Instalação da Comissão, 4

III – Início das Atividades, 4

IV – Cronograma de Trabalho, 5

V – Histórico da Origem da Ação Judicial, 5

VI – Fase Processual – Fatos Relevantes, 7

VII – Transcrição de Atas de Reuniões, 17

VIII – Conclusões, 41

IX – Recomendações, 42

Anexos:

Anexo I – Requerimento de Criação da Comissão

Anexo II – Diário da Assembléia de 06.03.2007

Anexo III – Ofício do Coordenador da Comissão à Governadora

Anexo IV – Notícias da Imprensa

Anexo V – Lei Federal nº 8.631/93 e Lei Federal nº 8.724/93

Anexo VI – Lei Estadual nº 12.593/06

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I – Introdução:

Em 21 de fevereiro de 2007, por iniciativa do Deputado Adroaldo Loureiro, foi requerido e subscrito por 32 parlamentares, representando todos os partidos desta Casa, na forma, dos artigos 75 e seguintes, especialmente nos fundamentos dos artigos 89 e 90 do Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado, a constituição de uma Comissão de Representação Externa com o fim de acompanhar o andamento da ação judicial, interposta pela Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE, em fevereiro de 1993, contra à União, visando “incluir nos custos do serviço (...) as parcela pagas pela CEEE aos seus empregados, ex-autárquicos, aposentados, denominadas complementação e suplementação de proventos, eis que de natureza salarial e não de beneficio, computando-se as retroativas composições na Conta de Resultados a Compensar (CRC) e compensações via Reserva Nacional de Compensação de Remuneração (RENCOR) desde o exercício de 1981 a março de 1993”, em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), como também, concretizar ações que busquem acelerar a conclusão definitiva deste processo, de repercussão significativa para CEEE e o Estado, tendo em vista que o montante atualizado da ação ultrapassa a expressiva quantia de R$ 4 bilhões (Anexo I - Requerimento).

O requerimento foi devidamente protocolado em 22/02/2007, originando o processo nº 20192 – 01.00 ALRS 07 5, que cumpridos os tramites regimentais foi pautado na ordem do dia 06 de março de 2007, da 13ª Sessão Ordinária do Plenário o requerimento de nº 1/2007, quando foi aprovado por 43 votos favoráveis e nenhum contrário, demonstrando a unanimidade de apoio do parlamento gaúcho à nossa CEEE e ao Governo do Estado.( Anexo II – Diário da Assembléia )

II – Instalação da Comissão:

O Senhor Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Frederico Antunes, em 08 de março de 2007, reunido no Gabinete da Presidência, com os Deputados Adroaldo Loureiro (PDT), Adão Villaverde (PT), Alberto Oliveira (PMDB), Iradir Pietroski (PTB) e Marco Peixoto (PP) declarou instalada a Comissão de Representação Externa dando posse aos deputados membros indicados pelas suas respectivas bancadas, acima citados,

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na forma do art. 89-A §1º e designando o Deputado Adroaldo Loureiro – Coordenador da Comissão – fundamentado no § 2º do art. 89-A do regimento interno.

Destacou na oportunidade que a Comissão é uma das mais importantes que tivemos nesta casa nos últimos anos, pelo seu objetivo de auxiliar a CEEE a obter os R$ 4 bilhões que lhes são devidos pela União.

III – Início das Atividades:

A partir da instalação e designação dos membros integrantes da Comissão, o deputado Adroaldo Loureiro, na condição de Coordenador intensificou ações no sentido de realizar a primeira reunião da Comissão com a Diretoria da CEEE e Governo do Estado, representados pela sua Secretaria de Infra - Estrutura e Logística, e pelo advogado Dr. Luís Renato Ferreira da Silva contratado pela CEEE para defender seus interesses na ação judicial, com o objetivo da comissão nivelar o conhecimento do atual estágio dessa relevante demanda judicial.

Após inúmeras tentativas de conciliação de agenda e data possível de reunirmos diretoria da CEEE, Secretaria de Infra Estrutura e Logística e o advogado patrono da ação, foi confirmada a data de 20 de março de 2007 para a primeira reunião da Comissão.

O Coordenador previu preliminarmente um cronograma de

trabalho das atividades da Comissão com a finalidade de projetar a realização de audiências públicas e reuniões interativas, ouvindo os diversos agentes envolvidos no assunto, num prazo exíguo de 30 dias por força do regimento interno da Casa.

IV – Cronograma de Trabalho:

♦ Reunião Diretoria da CEEE e o Advogado Contrato para defesa da ação judicial;

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♦ Reunião - Secretário de Infraestrutura e Logística Daniel Andrade;

♦ Reunião - Secretário da Fazenda Aod Cunha;

♦ Audiência - Senhora Governadora do Estado Yeda Crusius;

♦ Reunião - Bancada Federal Gaúcha no Congresso Nacional (Deputados e Senadores);

♦ Audiência - Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Rousseff;

♦ Audiência - Ministro Tarso Genro;

♦ Audiência - Ministro Silas Rondeau;

♦ Audiência - Ministro-Relator, Sepúlveda Pertence, acompanhado por lideranças políticas (Senadores, Deputados, Secretários e Direção da CEEE).

V – Histórico da Origem da Ação Judicial:

Essa ação judicial dada sua magnitude, complexidade e relevância para a CEEE e o Estado do Rio Grande do Sul que atravessa no momento uma grave crise financeira, merece destaque e um esclarecimento à sociedade gaúcha da sua origem e fundamentação.

A CEEE teve a sua criação autorizada pela lei nº 4.136, do ano de 1961, de autoria do saudoso governador Leonel de Moura Brizola.

O art. 12 dessa Lei dispôs que os servidores autárquicos da extinta Comissão de Energia Elétrica passariam a empregados da CEEE, respeitados integralmente os seus direitos, vantagens e prerrogativas já adquiridos ou em formação.

Em virtude de normas legais editadas à época, os servidores da autarquia Comissão Estadual de Energia Elétrica, ao passarem a empregados

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da CEEE, tiveram, portanto, assegurados o direito de perceber na inatividade o mesmo que era pago aos que se encontravam em atividade.

Desse modo, cumpria à CEEE o encargo de complementar o valor da aposentadoria recebida por esses empregados.

A partir do final do ano de 1974, nacionalmente foi instituída a chamada equalização tarifária para o serviço de energia elétrica, com sistema de tarifa única para todos os consumidores do território brasileiro. O objetivo era diminuir as desigualdades regionais e estimular investimentos em regiões economicamente menos desenvolvidas.

Por decorrência do novo sistema tarifário implementado, criou-se, por legislação do setor elétrico nacional, um regime de remuneração garantida, de maneira que, embora os custos variassem e as tarifas fossem iguais, as concessionárias não tivessem remuneração mínima inferior a 10% ou superior a 12% dos seus ativos em serviço.

Instituiu-se a CRC, Contas de Resultados a Compensar, com o objetivo de atender à diferença da remuneração das concessionárias em razão das peculiaridades regionais do mercado consumidor.

Por força de lei estadual acima citada a CEEE sempre inseriu nos seus custos e serviços, encargo decorrente do pagamento da complementação dos aposentados ex-autárquicos para a formação de suas tarifas. Até 1981 não se levantaram questionamentos pelo poder concedente.

No entanto, a partir de 1981, o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica, Dnaee – hoje Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel - passou a não aceitar a inclusão dos custos dos proventos dos aposentados ex-autárquicos na tarifa, pois, interpretando equivocadamente a sua própria portaria, entendia que os custos dos aposentados ex-autárquicos não estariam caracterizados como de natureza salarial e sim benefício.

Não atendidos os pleitos administrativos de reinclusão desses custos, e na linha determinante do Governador Collares de questionar judicialmente todo e qualquer direito do Estado perante à União, o Secretário de Energia Minas e Comunicação Airton Langaro Dipp e a direção da CEEE, na época, presidida pelo Deputado Vieira da Cunha, decidiram interpor ação contra o Poder Concedente.

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Em fevereiro de 1993, ocorreu o ingresso da ação em juízo para que a União fosse condenada a incluir no custo de serviço as parcelas pagas como complementação e suplementação de proventos de aposentados ex-autárquicos.

VI – Fase Processual – Fatos Relevantes:

Passados 12 anos da iniciativa do governo Collares e das tratativas nos governos Olívio Dutra e Germano Rigotto, ocorreu em 26.09.2005 a publicação do acórdão da decisão da Egrégia 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que, finalmente, deu ganho de causa à CEEE.

Julgando recurso especial, o ministro-relator Teori Albino Zavascki, se pronunciou em relatório, e, no voto vencedor dando ganho de causa à CEEE, os quais tem o seguinte teor:

Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 435.948 - RS (2002/0062786-8)RECORRENTE : COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA - CEEE

ADVOGADO : LUÍS RENATO FERREIRA DA SILVA E OUTROSRECORRIDO : UNIÃO

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator):

Cuida-se de ação visando ao reconhecimento do direito da autora, sociedade de economia mista concessionária do serviço de energia elétrica, a "incluir no custo do serviço (...) as parcelas pagas pela mesma aos seus empregados, ex-autárquicos, aposentados, denominadas complementação e suplementação de proventos, eis que de natureza salarial e não de benefício, computando-se as retroativas composições na CRC e compensações via RENCOR, desde o exercício de 1981" (fl. 29). O TRF da 4ª Região negou provimento à apelação da autora, confirmando a sentença que julgara improcedente o pedido, alinhando os seguintes fundamentos:

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(a) "o Estado do Rio Grande do Sul, ao criar a CEEE como sociedade de economia mista, entidade de direito privado concessionária do serviço público federal de energia elétrica (CF, art. 21, XII, b), transferiu-lhe servidores públicos com os respectivos encargos, inclusive benefícios concernentes à aposentadoria que não são conferidos aos trabalhadores celetistas em geral";

(b) com a presente ação, pretende a concessionária "debitar à conta dos usuários dos serviços de energia elétrica, via reajuste de tarifas, as vantagens conferidas aos ex-servidores autárquicos do Estado do Rio Grande do Sul a ela incorporados, consistentes em complementação e suplementação de aposentadorias, bem como ressarcir-se dos respectivos valores pretéritos mediante débito contra a União";

(c) "evidentemente que as despesas com complementação e suplementação de aposentadoria dos servidores públicos estaduais são encargos da CEEE, ou doEstado do Rio Grande do Sul, não podendo ser repassadas para as tarifas, já que estas são calculadas e ajustadas segundo normas do Poder Concedente, e são regradas debaixo de um interesse público maior que é o do usuário do serviço" (fl. 271), sendo que "nem o consumidor, nem a União, podem ser responsabilizados pelas vantagens excepcionais que resolveu conferir a seus empregados além dos salários e encargos previdenciários legais" (fl. 272). Foram parcialmente acolhidos os embargos de declaração opostos pela ora recorrente, tendo o Tribunal a quo registrado que "não tem a apelante direito adquirido de repassar seus custos à União Federal, ainda que, no passado, tenha o feito por mais de 20 anos" (fl. 295).

No recurso especial, fundado na alínea a do permissivo constitucional, a recorrente apontaviolação aos arts. 6º da LICC e 178, c, e 180, I, a, III e IV, do Decreto 24.643/34, aduzindo, em síntese, que

(a) a lei instituidora da CEEE (Lei Estadual 4.136/61)

transferiu à nova sociedade todas as obrigações tituladas pela Comissão Estadual de Energia elétrica, autarquia que antes detinha a concessão desse serviço público, inclusive as relativas a seus servidores, que passaram a ser empregados celetistas da CEEE;

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(b) entre esses encargos estava a manutenção da paridade da remuneração de ativos e inativos, que, desde a efetiva constituição da empresa, em 1964, integravam, como custo, o cálculo para compensação de valores tarifários (Conta de Resultados a Compensar);

(d) a partir de 1981, sem que houvesse qualquer inovação

legislativa, o DNAEE passou a glosar tais valores, alegando terem os mesmos natureza previdenciária, e não salarial, estando sujeitos, por essa razão, aos limites percentuais em relação ao valor total dos salários previstos nas Portarias 295/74 e 321/91 daquele órgão;

(e) tal fato ocasionou "quebra do equilíbrio econômico-

financeiro da concessão, bem como malferimento ao direito adquirido na formação dos custos" (fl. 306);

(f) as tarifas de energia elétrica eram fixadas uniformemente para todo o país, de acordo com os parâmetros do art. 180 do Código de Águas, tendo sido instituído um fundo formado por recursos vertidos pelas concessionárias cujos custos fossem inferiores à tarifa e destinados àquelas cujos custos não fossem cobertos por aquele valor;

(g) "nenhuma regra estabelecia, em termos categóricos, como

se compunham os custos tarifários" (fl. 309), conforme reconhecido na esfera administrativa pelo DNAEE, tendo havido alteração desse critério por "ato discricionário do poder concedente" (fl. 310), com ofensa ao direito adquirido e à norma do art. 178, c, do Código de Águas;

(h) a discricionariedade administrativa é limitada pela obrigação de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da concessão;

(i) é incorreta a afirmação de que as outras concessionárias

seriam oneradas por benessesconcedidas pela CEEE, uma vez que o sistema de compensação visava justamente a contemplar a assimetria de custos e que a receita correspondente à contribuição de 2% paga pelos ex-autárquicos era apropriada no cálculo da tarifa;

(j) julgados proferidos pela Justiça do Trabalho evidenciam a

natureza salarial, e não previdenciária, das verbas de suplementação e complementação dos ex-autárquicos;

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(l) a Portaria 295/74 do DNAEE estabelece limite percentual para benefícios assistenciais e para complementação de pensões por aposentadoria pagas por órgãos oficiais, não se aplicando, portanto, às complementações de aposentadoria.

A recorrida, em contra-razões (fls. 342-347), pede a confirmação do julgado do TRF.

É o relatório.

RECURSO ESPECIAL Nº 435.948 - RS (2002/0062786-8)

EMENTA

ADMINISTRATIVO. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIAELÉTRICA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA DE

EMPREGADOS, EX-SERVIDORES AUTÁRQUICOS.OBRIGAÇÃO DE NATUREZA TRABALHISTA, DE

RESPONSABILIDADE DA EMPREGADORA. INCLUSÃO COMORUBRICA DE CUSTO DA CONCESSIONÁRIA (ART. 180, I, DO

CÓDIGO DE ÁGUAS). RECURSO PROVIDO.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator):

1. Não pode ser conhecido o recurso especial na parte em que aponta violação ao art. 178, c, do Código de Águas ("No desempenho das atribuições que lhe são conferidas, a Divisão de Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral fiscalizará a produção, a transmissão, a transformação e a distribuição de energia hidro-elétrica, com o tríplice objetivo de: (...) c) garantir a estabilidade financeira das empresas "), porque sobre a norma aí contida (e, da mesma forma, sobre o tema que se pretende, no especial, associar ao dispositivo, atinente à necessidade de preservação do equilíbrio econômico-financeiro da concessão) não emitiu qualquer juízo o acórdão recorrido, mesmo após a interposição dos embargos de declaração.

2. O art. 180, I, do Código de Águas (Decreto 24.643/34), dispositivo que a recorrente indica como violado pelo acórdão a quo, tem a seguinte redação:

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Art. 180. Quanto às tarifas razoáveis, alínea "b" do artigo 178, o Serviço de Águas fixará, trienalmente, as mesmas:

I - sob a forma do serviço pelo custo, levando-se em conta:

a) todas as despesas e operações, impostos e taxas de qualquer natureza, lançados sobre a empresa, excluídas as taxas de benefício;

b) as reservas para depreciação;

c) a remuneração do capital da empresa.

A controvérsia estabelecida diz respeito à adequada aplicação desse dispositivo, no períodode janeiro de 1981 a março de 1993, quando em vigor o regime de equalização das tarifas de energia elétrica. Interessa, para a devida compreensão, ter presente, além daquela norma, também as da Lei 5.655, 20.05.1971, que dispôs sobre a "remuneração legal do investimento dos concessionários de serviços públicos de energia elétrica", especialmente as seguintes:

Art 1º. A remuneração legal do investimento, a ser computada no custo do serviço dos concessionários de serviços públicos de energia elétrica, será de 10% (dez por cento) a 12% (doze por cento), a critério do poder concedente..§ 1º A diferença entre a remuneração resultante da aplicação do valor percentual aprovado pelo Poder concedente e a efetivamente verificada no resultado do exercício será registrada na Conta de Resultados a Compensar, do concessionário, para fins de compensação dos excessos e insuficiências de remuneração.

§ 2º As importâncias correspondente aos saldos credores da Conta de Resultados a Compensar serão depositados pelo concessionário, a débito do Fundo de Compensação de Resultados, até 30 de abril de cada exercício, em conta vinculada no Banco do Brasil S.A., na sede da empresa, que só poderá ser movimentada, para a sua finalidade, a juízo do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica.

Associado ao tema, igualmente, o Decreto-lei 2.432, de 17.05.1988, que instituiu a Reserva Nacional de Compensação de Remuneração - RENCOR, além de estabelecer "normas relativas ao equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias do serviço público de energia elétrica", mediante, entre outras, as seguintes disposições:

Art. 1º. É instituída a Reserva Nacional de Compensação de Remuneração - RENCOR, com a finalidade de compensar as

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insuficiências de remuneração do investimento das concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, comrecursos provenientes de:

I - produto do recolhimento das quotas anuais de compensação, constituídas pelas parcelas de receita excedente das concessionárias, atendida a taxa de remuneração legal máxima do investimento;

II - saldos credores registrados na Conta de Resultados a Compensar das concessionárias referidos no art. 1º, § 2º, da Lei nº 5.655, de 20 de maio de 1971;e,

III - receitas de outras origens, inclusive de eventuais dotações consignadas no Orçamento Geral da União.

§ 1º. As quotas anuais de compensação previstas no inciso I do caput deste artigo serão computadas como componentes do custo do serviço das concessionárias.

§ 2º. O Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE fixará, de acordo com os critérios estabelecidos na legislação em vigor, nos períodos de competência, os valores da quota anual de compensação relativa a cada concessionária, dos respectivos recolhimentos das parcelas mensais de distribuição, em Obrigações do Tesouro Nacional - OTN.

O chamado "regime de remuneração garantida" manteve-se até o advento da Lei 8.631, de 04.03.1993, que trouxe nova sistemática de fixação das tarifas, cujos níveis "serão propostos pelo concessionário ao Poder Concedente, que os homologará,observado o disposto nesta Lei" (art. 1º).

3. O que aqui se discute é se os encargos da recorrente, com seus empregados ex-servidores autárquicos (mormente os que decorrem de complementação proventos de inatividade), deviam ou não ser computados como custo do serviço, para os fins da legislação acima citada. Segundo se depreende dos autos, até 1981, nenhuma dúvida havia a respeito. Desde então, todavia, a União, por seu Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, passou a glosar tais rubricas, por considerá-las, não de natureza salarial, e sim como "benefício", o que importava uma limitação (de, no máximo, 5% do valor dos salários) para efeito de inclusão na rubrica de custos. Invocou-se, para tanto, a Portaria 295/74 (que depois foi alterada pela 321/91), do próprio DNAEE. Provocada por pedido da ora recorrente, a matéria gerou dissenso entre órgãos jurídicos da recorrida, vingando, a final, a decisão no sentido de manter as referidas glosas, situação que perdurou até 1993, quando voltou a ser adotado regime de tarifas diferenciadas.

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4. Para que se possa fazer juízo a respeito da controvérsia, é indispensável considerar aorigem histórica da recorrente, a Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE. Referida Companhia é uma sociedade de economia mista do Estado do Rio Grande do Sul, criada em 1961pela Lei Estadual 4.136/61, para suceder a "Comissão Estadual de Energia Elétrica", órgão autárquico daquele Estado. Seguindo determinações da sua lei de criação, a CEEE formou seu quadro de pessoal inicial com aproveitamento dos servidores da antiga Autarquia, os quais, todavia, passaram a ser regidos pela CLT, ficando-lhes assegurados os direitos, vantagens e prerrogativas que então detinham, que passaram a ser de responsabilidade do novo ente. Dispôs, com efeito, a lei de criação da CEEE o seguinte:

Art. 12. Os atuais servidores autárquicos da Comissão Estadual de Energia Elétrica, compreendendo os do quadro e os contratados, inclusive os não enquadrados, dos serviços encampados de Porto Alegre e de Canoas, passarão a ser empregados da Companhia, respeitados integralmente os seus direitos,vantagens e prerrogativas, já adquiridos ou em formação, previstas na legislação em vigor e nas resoluções do Conselho Estadual de Energia Elétrica aprovados pela autoridade superior.

Entre esses direitos estavam a complementação e a suplementação de proventos, previstas no art. 186 da Lei Estadual 1.751/52 (Estatuto do Funcionário Público do Estado do RS) e no art. 1º da Lei Estadual 3.096/56, arts. 186 e 1º, respectivamente, abaixo transcritos: Lei Estadual 1.751/52:

Art. 186. Fica assegurada aos funcionários inativos a revisão de seus proventos sempre que forem aumentados os ativos.

Parágrafo único. Essa revisão operar-se-á automaticamente mediante o acréscimo de 70% do aumento dos servidores ativos.

Lei Estadual 3.096/56:

Art. 1º. Os servidores civis e militares do Estado, quando em inatividade por aposentadoria, reserva ou reforma, perceberão, sempre, proventos iguais aos vencimentos que, em qualquer época, venham a perceber os servidores em atividade, da mesma categoria, padrão, posto ou graduação, respeitada aproporcionalidade do tempo de serviço.

§ 1º. Para a efetivação do disposto neste artigo, sempre que forem aumentados os vencimentos dos servidores em atividade, serão revistos, independentemente de requerimento dos interessados, os proventos dos inativos.

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5. Não pode haver dúvida quanto à natureza trabalhista dessa obrigação de complementar proventos. A submissão dos ex-autárquicos ao regime da CLT, com a garantia da manutenção dos direitos existentes, operou a automática inclusão, nos seus contratos de trabalho, dos encargos antes suportados pelo Estado. Quanto ao ponto, há jurisprudência assentada da Justiça do Trabalho conforme demonstram os autos, valendo citar o precedente do plenário do TST no Recurso de Revista 6.763/82 (fls. 112 e ss.), em que o relator, Min. Vieira de Mello, asseverou, explicitamente, que as normas estaduais referidas assumiram "(...) caráter nitidamente de normas que se incrustam nos contratos de trabalho", fazendo com que a controvérsia então julgada demandasse verdadeira "(...) interpretação de cláusulas contratuais. Na verdade, impõe-se verificar o sentido e alcance de tais normas que se inscreveram nos contratos individuais." (DJ de 19.02.1988).

No mesmo precedente, o Min. Marco Aurélio, então membro do TST, observou: "Vigentes eram contratos de trabalho, regidos pela CLT, e com a incrustração do direito tal como outorgado inicialmente, isto por força do art. 12 da Lei nº 4.136, de 13 desetembro de 1961 - fls. 35 - assim redigido:

(...)

Destarte, na oportunidade da transformação da então autarquia Comissão Estadual de Energia Elétrica na CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica, somente efetivada em 1964, os recorrentes passaram a ter relação jurídica com a recorrida – sociedade anônima - submetida à regência da Consolidação das Leis do Trabalho, deixando, assim, de ter submissão ao Estatuto do Funcionário Público do Estado do Rio Grande do Sul e aos diplomas legais editados por este último."

Aliás, não é novidade, em nosso sistema, o reconhecimento da natureza trabalhista daobrigação de complementar aposentadoria, quando tal obrigação é assumida pelo empregador, como no caso. A obrigação, na verdade, passa a ser cláusula aderente ao contrato de trabalho, insuscetível de revogação ou alteração por ato unilateral, como prevê o art. da CLT 468. São inúmeros os precedentes do STF (v.g.: RE 78.212/RJ, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 08.07.1976; RE 106.910/RS, 1ª Turma, Min. Ilmar Galvão, DJ de 16.04.1993; RE 91.257/SP, Pleno, Min. Soarez Muñoz, DJ de 14.12.1979; AI 132.206 AgR/RJ, 2ª Turma, Min. Carlos Madeira, DJ de 09.02.1990) bem como do STJ (CC 20.685/BA, 3ª Seção, Min. Gilson Dipp, DJ de 17.02.1999; CC 29.215/SP, 3ª Seção, Min. Vicente Leal, DJ de 21.10.2002; CC 22.942/RJ, 2ª Seção, Min. Barros Monteiro, DJ de 19.04.1999; CC 22.087/SP, 2ª Seção, Min. Costa Leite, DJ de 19.10.1998; CC 24.239/RJ, 2ª Seção, Relator p/ o acórdão Min. Ari Pargendler, DJ de 01.02.2005), afirmando a competência da Justiça do Trabalho para o julgamento de causas dessa natureza, em que se discute complementação de proventos, justamente em razão da natureza contratual trabalhista dessa cláusula.

5. Pois bem, tratando-se de encargo econômico do concessionário, não há como dissociá-lo do custo da prestação do serviço, para os devidos fins de direito. Seria ilógico imputar à concessionária a responsabilidade pelo pagamento de tal encargo aos ex-servidores e, ao mesmo tempo, impedir que lance os respectivos pagamentos na sua rubrica de custos, para os fins da legislação ao início referida. É certo que se trata de um custo peculiar da Companhia recorrente, mas isso de forma alguma altera a situação jurídica.

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Cada uma das outras concessionárias também têm seus custos peculiares, que a CEEE e as demais não têm. Nesse campo, é evidente que não há como conceber modelos uniformes. Aliás, foi justamente o reconhecimento dessa variada forma de composição dos custos de cada concessionária que determinou a instituição da Conta de Resultados a Compensar (Lei 5.655/71, art. 1º), na qual deveriam ser depositados os valores correspondentes à diferença entre a remuneração estipulada pela lei e aquela efetivamente obtida por cada empresa, "para fins de compensação dos excessos e insuficiências de remuneração ". Mais tarde, a partir do Decreto-lei 2.432/88, o saldo dessa conta, bem assim as parcelas futuramente apuradas, foram direcionados à Reserva Nacional de Compensação de Remuneração - RENCOR, cujo objetivo era igualmente o de compensar as insuficiências de remuneração do investimento das concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, juntando-se a recursos provenientes de outras fontes, "inclusive de eventuais dotações consignadas no Orçamento Geral da União" (art. 1º III).

Não há dúvida, portanto, que a glosa dessa rubrica, para excluí-la ou limitá-la, quando da apuração dos custos, operada a partir do exercício de 1981, com base em interpretação de antiga Portaria (de 1974), importou ofensa aos dispositivos legais citados, nomeadamente o art. 180, I, do Código de Águas (Decreto 24.643/34).

6. De outra parte, não ocorreu a prescrição invocada pela recorrida (fls. 176-178). A própria contestação deixa evidenciada a ocorrência de causa interruptiva do prazo prescricional, já em 1981, quando houve formalmente a instauração de procedimento administrativo para recomposição das glosas efetuadas, procedimento esse que ainda não obtivera solução definitiva na data da propositura da ação judicial. Segundo a contestação, "(..) a autora ingressou com pedido administrativo, no ano de 1981, com objeto idêntico ao da presente ação", sendo que, após inúmeras manifestações, pareceres, decisões, recursos e reconsiderações, noticiadas nos autos, "a apreciação do último recurso administrativo interposto [foi] sustada, face a propositura da presente ação, e da medida cautelar de nº 93.000969, em tramitação perante essa MM. Vara" (fl. 176). Como se sabe, não corre prescrição na pendência de processo administrativo, já que, na sua pendência, não se pode considerar que o interessado tenha ficado inerte. É o que se infere do art. 4º do Decreto 20.910/32.

7. Impõe-se, assim, o acolhimento do pedido, reconhecendo-se à autora o direito de lançar como custo do serviço, nos exercícios de 1981 a 1993, para fins de ajustes na Conta de Resultados a Compensar - CRC e na Reserva Nacional de Compensação de Remuneração - RENCOR, os valores relativos relativos a complementação e suplementação de aposentadoria de seus empregados ex-autárquicos, valores que serão corrigidos monetariamente, a partir das respectivas competências, pelos índices aplicáveis à correção dos débitos judiciais e acrescidos de juros moratórios de 6% ao ano, a partir da citação.

8. Pelas razões expostas, dou provimento ao recurso especial, para julgar procedente o pedido nos termos acima explicitados, invertidos os ônus sucumbenciais.

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É o voto.

ACÓRDÃO

Prosseguindo no julgamento, vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, após o voto-vista do Sr. Ministro Luiz Fux a Egrégia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça decide, por maioria, vencido o Sr. Ministro José Delgado (voto-vista), dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Denise Arruda, Francisco Falcão e Luiz Fux (voto-vista) votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 04 de agosto de 2005.

MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKIRelator.

Como fato também relevante da fase processual, apontamos o recurso extraordinário interposto pela União, contra o acordão da Egrégia 1ª Turma do Supremo Tribunal de Justiça, tendo obtido por decisão do Ministro Vice-Presidente do STJ, Dr. Francisco Peçanha Martins em 30 de junho de 2006 a admissibilidade de reexame do assunto junto ao Supremo Tribunal Federal, a qual transcrevemos o seu teor:

RE no RECURSO ESPECIAL Nº 435.948 - RS (2002/0062786-8)

RECORRENTE : UNIÃORECORRIDO : COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA - CEEE

ADVOGADO : LUÍS RENATO FERREIRA DA SILVA E OUTROS

DECISÃO

Trata-se de recurso extraordinário manifestado pela UNIÃO, com fundamento no artigo102, inciso III, alínea a da Constituição Federal, contra acórdão da Primeira Turma deste tribunal que deu provimento ao recurso especial da COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA - CEEE declarando a possibilidade de incluir, no custo do serviço as parcelas pagas pela empresa aos seus empregados, ex-autárquicos, aposentados, denominadas complementação e suplementação de proventos, eis que de natureza salarial e não de benefício, computando-se as retroativas composições na CRC.

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Opostos embargos declaratórios por ambas as partes, restaram acolhidos com efeitos infringentes os da CEEE e rejeitados os da União.

Alega a recorrente violação aos arts. 5º, caput, incisos LIV, LV, 22, I, 24, I, II e XII, 100 e 202, § 3º, da Constituição Federal. Aduz ofensa aos princípios da isonomia, da razoabilidade e do devido processo legal, afirmando que, caso seja mantido o acórdão recorrido, se permitir-se-á que uma única empresa desconte integralmente de seu custo de serviço, diferentemente de todas as outras, benefícios pessoais setorizados, concedidos por Leis do Estado do Rio Grande do Sul, para os quais nem a União nem o consumidor concorreram. Por fim, sustenta a necessidade de aplicação do regime constitucional dos precatórios no caso concreto.

Contra-razões apresentadas às fls. 484/503.

Presentes os pressupostos genéricos e específicos de admissibilidade, admito o recursoextraordinário.

Publique-se. Intimem-se.Brasília (DF), 07 de junho de 2006.

MINISTRO FRANCISCO PEÇANHA MARTINSVice-Presidente

Cabe destacar que o recurso extraordinário da União deu entrada no Supremo Tribunal Federal em 02 de fevereiro de 2007, sendo distribuído ao Ministro-Relator Sepúlveda Pertence em 07/02/2007.

VII – Transcrição de Atas de Reuniões:

Em 20 de março de 2007 a Comissão realizou a sua primeira

reunião com a participação do deputado Frederico Antunes, os membros da

Comissão deputados Adroaldo Loureiro – Coordenador - , Adão Villaverde,

Alberto Oliveira, Iradir Pietroski e Marcos Peixoto, o Secretário Substituto da

Infra-Estrutura e Logística Adalberto Caino Silveira Neto, o Diretor-

Presidente do grupo CEEE Delson Luiz Martini e seus diretores Paulo

Roberto de Castro González, Sérgio Camps de Moraes, José Francisco Pereira

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Braga, Ricieri Dalla Valentina Júnior e o advogado Dr. Luís Renato Ferreira

da Silva contratado pela CEEE para defender os seus interesses na ação

judicial.

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA

COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA PARA ACOMPANHAR A AÇÃO JUDICIAL INTERPOSTA PELA CEEE CONTRA A UNIÃODATA: 20-03-2007

SEM REVISÃO

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – Sr. Coordenador da Comissão de Representação Externa para Acompanhar a Ação Judicial Interposta pela CEEE contra a União, deputado Adroaldo Loureiro, peço licença para que, inicialmente, o deputado Alberto Oliveira faça uso da palavra.

Posteriormente, o deputado Adroaldo Loureiro assumirá a direção desta reunião.

Enfatizo que a presidência da Casa está com as portas abertas para os membros desta comissão, para quem tem interesse direto nesta ação no sentido de podermos respaldar, auxiliar, quando formos convocados a ajudar ou a encaminhar soluções para esta ação.

O SR. ALBERTO OLIVEIRA (PMDB) – Presidente Frederico Antunes, deputado Adroaldo Loureiro, coordenador desta comissão de representação externa, deputados Adão Villaverde e Iradir Pietroski, Srs. Membros da Diretoria da CEEE.

Na primeira vez em que o deputado Adroaldo Loureiro mencionou esse assunto para mim, respondi a S. Exa. que era muito importante continuar

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a debatê-lo, uma vez que se arrastava desde 1993 e já havia transitado em várias instâncias. Acompanhei esse tema, por orientação do governador Germano Rigotto, quando eu estava à testa da Casa Civil, primeiramente, com o presidente da CEEE Antônio Carlos Brittes Jacques e, posteriormente, com o seu sucessor presidente Edison Zart, juntamente com o secretário de Energia, Minas e Comunicação Valdir Andres, que à época eram as pessoas com quem mais falávamos sobre o tema. Realmente, esse processo é muito importante.

Solicitei a palavra antecipadamente, Sr. Presidente, porque, embora tivesse interesse de participar de todo este encontro, terei de me ausentar em decorrência de um compromisso de ordem pessoal, cujo horário já está marcado e é difícil de mudá-lo. Desejo manifestar a toda a diretoria da CEEE, uma vez que internamente já tratamos desse assunto, que tenho interesse em acompanhar o processo.

Ao nosso coordenador gostaria de lembrar que esse é um tema importante, que merece uma grande cautela, uma vez que envolve suscetibilidades, e é preciso sabermos como conduzi-lo.

É importante registrar que o Presidente Frederico Antunes, como tem agido com relação a todas as causas que dizem respeito ao nosso Parlamento, prontamente colocou-se à disposição para os encaminhamentos, como está fazendo hoje com a realização desta reunião.

Tenham em mim alguém que conhece bastante esse assunto, que trabalhou nele em muitos momentos e que sabe que não é algo que se resolve com facilidade, porque existem muitos desejos por trás disso, Dr. Adalberto Silveira Netto, que evidentemente poderão pelo processo natural e jurídico encontrar caminhos de protelação.

O Rio Grande do Sul tem esse direito junto ao governo federal, e entendo que temos que unir esforços e quero aqui manifestar – como outros já têm manifestado – a certeza de que é preciso montar uma estratégia que não seja exclusiva do Parlamento, nem da Comissão de Representação Externa para Acompanhar a Ação Judicial Interposta pela CEEE, nem da direção da CEEE, mas que seja algo muito consistente e de caráter reservado no encaminhamento do assunto, para que se possa ter o êxito esperado. Essa é a grande aspiração da CEEE – e seria uma grande conquista –, pois o próprio Estado, por extensão, se beneficiaria deste importante recurso financeiro, que

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seria bem-vindo já que o Rio Grande do Sul se encontra com uma considerável deficiência financeira.

Desculpem-se por ter de sair antecipadamente, mas continuo a colocar-me inteiramente à disposição para o trabalho desta comissão no que for preciso, deputado Adroaldo Loureiro.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – Solicito à assessoria que nos apresente a ata da audiência pública do mês de dezembro, a fim de que façamos a revisão dos passos realizados desde o momento em que realizamos a audiência pública – e o deputado Adroaldo Loureiro esteve presente o tempo todo, e fiquei feliz pelo fato de S. Exa. ter-se comprometido a dar seqüência a este trabalho. Penso que a Assembléia Legislativa tem o dever de acompanhar esse processo.

Realmente é um assunto que vem-se desenvolvendo há muito tempo, que passou por muitas mãos, que é de interesse coletivo do Parlamento, tanto é que esta comissão é pluripartidária, como o é o comando desta Casa, visando a ajudar e estrategicamente, como disse o Deputado Alberto Oliveira, a dar os passos conforme a orientação de um comando maior, representado por aqueles que estão frente à ação, isto é, que nos representam nesta ação.

Passo a palavra ao coordenador, Deputado Adroaldo Loureiro.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Meu caro Presidente Frederico Antunes, deputados Adão Villaverde, Iradir Pietroski e Alberto Oliveira, membros da nossa Comissão de Representação Externa para Acompanhar a Ação Judicial Interposta pela CEEE contra a União, manifesto a satisfação pelo fato de, na nossa primeira reunião, realizada na Sala da Presidência da Assembléia Legislativa, estarmos recebendo toda a direção da Companhia Estadual de Energia Elétrica, o presidente Delson Luiz Martini acompanhado de sua diretoria, a representação da Secretaria de Infra-Estrutura e Logística, na pessoa do sub-secretário Adalberto Caino Silveira Netto, e o Sr. Gerson Carrion de Oliveira, que foi um dos pioneiros nessa ação. Em 1993, era um dos diretores da CEEE, e juntamente com o Deputado Vieira da Cunha e com a Sra. Dilma Rousseff, à época Secretária de Minas e Energia, deram início a esse processo que hoje se encontra neste avançado estágio ao qual queremos dar a contribuição do Poder Legislativo, por meio da atuação

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desta comissão de representação externa, para que obtenhamos êxito e para que alcancemos o nosso objetivo, que é o do ressarcimento da companhia, da Conta de Resultados a Compensar – CRC –, e que hoje atinge valores vultosos.

Tais valores são importantes para a companhia e para o Estado do Rio Grande do Sul, mormente nesse momento de grande dificuldade financeira pelo qual passa nosso Estado.

O objetivo dessa primeira reunião já foi mencionado pelo Deputado Frederico Antunes. O fato de esta reunião realizar-se aqui, no gabinete da Presidência já denota a importância que a Casa dá a esse processo, o qual, como já foi salientado, queremos conduzir de forma discreta, com muita cautela, sem ferir suscetibilidades, fazendo um trabalho de bastidores, utilizando toda força política de que possamos dispor: nossos deputados, nossas lideranças, nossos senadores, nossos ministros, o atual governo, pois embora a ação seja contra o governo, existem figuras que têm representação e apreço pelo nosso Estado e podem nos ajudar. Nesse sentido, o deputado Adão Villaverde pode depois fazer o relato de alguns contatos que já manteve.

Nesta primeira reunião, queremos combinar com todos os presentes algumas ações, estratégias, no sentido de agilizarmos o processo e chegarmos a bom termo.

Já havia conversado com o presidente Delson Luiz Martini em visita que fiz à CEEE. Ontem conversei com a governadora e lhe expus o assunto em uma rápida reunião que realizamos. Ela considerou muito interessante o trabalho que desejávamos fazer em conjunto. Penso que estão bem pavimentadas essas nossas tratativas iniciais, todavia, é preciso unir esforços, de maneira conjunta, não somente para os interesses da companhia, mas também para o Estado e para o povo gaúcho.

Penso que, imediatamente, poderíamos ouvir a manifestação do presidente Delson Luiz Martini. Posteriormente o advogado nos relatará em que situação se encontra a ação; já soubemos que existem alguns contatos com o próprio relator.

Passo a palavra ao Sr. Delson Luiz Martini, presidente da CEEE.

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O SR. DELSON LUIZ MARTINI – Boa-tarde a todos. Obrigado, Sr. Presidente, por nos receber neste encontro. Cumprimento o deputado Adroaldo Loureiro, com quem tivemos o primeiro contato lá na empresa; o deputado Adão Villaverde, o deputado Iradir Pietroski e o sub-secretário de Infra-Estrutura e Logística Adalberto Caino Silveira Netto.

Posteriormente, o nosso advogado fará um relato dos dois encaminhamentos técnicos dados pela empresa e por meus colegas de direção.

Uma das primeira iniciativas que tivemos quando assumimos, foi nos inteirar desta situação. Sob o ponto de vista estratégico, essa é uma das questão de maior relevância que a CEEE tem que tratar hoje, não apenas no sentido de recuperar estes créditos, que atualmente representam algo em torno de 4 bilhões, mas, principalmente, pelo importante significado que isso passa a ter, inclusive diante da possibilidade de a Aneel vir a reconsiderar a sua fórmula de tarifa.

Temos um gasto anual de 140 milhões com os chamados ex-autárquicos – que é aquela parcela dos nossos funcionários para os quais a CEEE paga a aposentadoria –, o qual não é considerado como custo da empresa pela Aneel e que, portanto, não é embutido na tarifa.

Portanto, a CEEE desembolsa, anualmente, um aporte de recursos, que reduz a sua capacidade de investimento. Este assunto nos interessa seja pelo estoque ou pelo montante de recursos que isso significa para o Estado do Rio Grande do Sul – em torno de 2 bilhões e 500 milhões – e para a CEEE – em torno de 500 a 600 milhões – que poderia vir a compensar os financiamentos que temos, liquidando o nosso endividamento.

A situação da CEEE, hoje, é muito semelhante a do Estado. Enquanto o Estado gasta 13% no pagamento dos juros da sua dívida, a CEEE gasta 11%. Então, a possibilidade de receber estes recursos significa reduzir extraordinariamente o endividamento da empresa; o que significaria recuperar a sua capacidade de investimento.

Certamente, entre todos os setores da economia, o setor energético é o que mais tem capacidade de atrair investimentos, sejam eles nacionais ou internacionais. Então, no momento mais propício de investimento do setor enérgico no País, a CEEE encontra-se limitada na sua capacidade de investir.

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Uma mudança como esta daria, certamente, um novo perfil à CEEE no segmento de energia como um todo.

É um grande prazer estar aqui. A CEEE só tem a ganhar com esta comissão e com o apoio da Assembléia Legislativa e dos deputados, porque além da união dos esforço teremos com quem dividir responsabilidades. É necessário uma ação de Estado, incluindo aí o governo do Estado, a Assembléia Legislativa e a CEEE, no sentido de unir esforços para obtermos sucesso.

A integração das empresas estatais, que dão o suporte de investimento na infra-estrutura do Estado, com a Assembléia Legislativa é muito importante. A recuperação da capacidade de investimento destas empresas daria um novo suporte de atração de investimentos no Estado. Um dos grandes gargalos que temos hoje é, evidentemente, a falta de infra-estrutura. O acompanhamento da Assembléia Legislativa, neste caso, pode vir a provocar novas ações políticas.

Uma das preocupações que temos hoje é com o fato de que as empresas estatais têm extrema dificuldade em procurar financiamento nos órgãos públicos. Na modelagem do setor elétrico, por exemplo, existem restrições a que empresas do setor público, como a CEEE, possam buscar recursos para fazer investimentos. Por isso, a importância do acompanhamento dos nossos deputados no sentido de sensibilizar o governo federal para que facilite a que as empresas do setor público estatal possam ter maior acesso de financiamento e que possam, assim, bancar a sua capacidade de investimento.

Neste sentido, a CEEE está à disposição. Ficamos satisfeitos com este apoio, queremos nos integrar, e passaremos a compor, conjuntamente com esta Casa, a estratégia que, daqui para a frente venha a ser adotada.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Concedo a palavra ao consultor jurídico, Dr. Luis Renato Ferreira da Silva.

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – Sr. Presidente, deputado Frederico Antunes; deputado Adroaldo Loureiro, coordenador desta comissão; deputados Adão Villaverde e Iradir Pietroski; presidente Delson

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Luiz Martini e demais diretores da CEEE; caro Gerson Carrion de Oliveira.

Acompanho o processo desde 1998, quando tínhamos em mãos uma decisão negativa da pretensão da Companhia Estadual de Energia Elétrica no Tribunal Regional Federal, momento em que necessitávamos fazer com que o processo fosse a Brasília para tentarmos reverter essa decisão.

Esse trabalho iniciou em 1998, quando foi interposto o recurso especial e extraordinário, porque a CEEE, na época, tendo perdido, recorreu não só ao Superior Tribunal de Justiça, mas também ao Supremo Tribunal Federal. De 1998 a 2006 trabalhamos junto aos tribunais superiores na tentativa de reverter essa decisão contrária aos interesses da companhia.

Esse trabalho em Brasília passou por algumas peripécias, o que pode ser importante para conhecermos um pouco os trâmites que talvez venhamos a enfrentar no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. Quando foi distribuído ao primeiro-ministro Jacy Garcia Vieira, na época responsável pelo processo, ele estava às portas da aposentadoria, como casualmente agora o ministro Sepúlveda Pertence também está.

Entregamos ao ministro Jacy Garcia Vieira um parecer contratado pelo ministro Eduardo Ribeiro, aposentado, dando provimento ao nosso recurso. O ministro Jacy Garcia Vieira, sensibilizado com as nossas posições, disse que estava para se aposentar e que era contrário à ação da CEEE. Disse também considerar que não tínhamos razão e, portanto, não iria julgar, tendo em vista que logo se aposentaria e oportunizaria a outros olhos examinarem essa ação.

Isso de fato aconteceu. O processo foi redistribuído ao ministro Teori Albino Zavascki, ex-integrante e ex-presidente do Tribunal Regional Federal do Rio Grande do Sul. Nesse momento, começamos uma verdadeira peregrinação visitando os gabinetes dos vários ministros. Contamos com o apoio do governo do Estado que manteve a discrição, sensível a isso, porque não se podia naquele momento alertar a União sobre a importância do que estávamos fazendo. Realizamos várias visitas e, ao final, obtivemos a decisão de quatro a um, favorável à CEEE e, consequentemente, ao Estado.

Quando houve o ingresso do recurso extraordinário havia motivos suficientes – como ainda há – para que ele não prosperasse.

Parece-me que a questão técnica neste momento ficou mais favorável à

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companhia, porque é uma questão puramente jurídica de saber. Os processos que chegam ao exame do Supremo Tribunal Federal são aqueles que envolvem questões de natureza constitucional. E nessa questão, sustentamos ao longo do tempo que toda a matéria é infraconstitucional no plano da legislação federal. Há uma passagem que citamos na petição de resposta ao recurso da União que transcreve um trecho das próprias razões da União. Quando, lá atrás, buscamos o Supremo Tribunal Federal, eles disseram que não existia acesso a este tribunal por se tratar de questão infraconstitucional.

Começamos a nossa petição citando: Diz a própria União: a questão é infraconstitucional. Parece-nos que efetivamente, em termos técnicos, hoje conseguimos inverter a posição de estarmos mais favorecidos, porque há um argumento jurídico a ser superado para só então se examinar o mérito.

A questão é: O Supremo Tribunal Federal pode ou não examinar essa matéria? É isso o que neste momento pode ser a preliminar que nos favoreça substancialmente. Essa é extremamente técnica.

Apesar disso, e apesar disso ter sido relatado no próprio Superior Tribunal de Justiça, em cuja presidência estivemos, o processo foi admitido, ou seja, o Superior Tribunal de Justiça remeteu à apreciação do Supremo Tribunal Federal.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – Por gentileza, quando foi essa decisão do Superior Tribunal de Justiça?

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – A decisão do Superior Tribunal de Justiça foi em outubro ou novembro de 2006. Nesse momento houve a admissão do recurso para o Supremo Tribunal de Justiça.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Em 2006, liminar favorável à admissibilidade de recurso no Supremo.

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA –Dando admissibilidade no Superior Tribunal de ]Justiça.

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A decisão de admissibilidade é sempre provisória, porque o ministro-relator pode reapreciar isso e dizer que apesar de ter sido admitido, entende que não é caso. E ele pode monocraticamente estancar o processo. Se ele não estancar monocraticamente, o plenário ou a turma – dependendo para onde ele conduzir, porque ele pode optar entre a turma, que é composta por cinco ministros, ou o plenário, onde estão os onze – também reapreciam essa preliminar.

Ou seja, a preliminar de admissibilidade é examinada por três juízos: o primeiro, no tribunal de origem; o segundo, pelo relator; e, o terceiro, pelo plenário.

Quando isso foi admitido, percebemos que a questão é de tão grande relevância econômica e política que o Superior Tribunal de Justiça resolveu submetê-la à apreciação do Supremo. A admissão correu muito por conta da questão subjacente, da questão política e econômica que está no meio. Trata-se de um pleito de tamanho realmente significativo.

Na semana passada, o diretor Sérgio esteve comigo e estivemos visitando o ministro Sepúlveda Pertence, que abriu uma oportunidade em sua agenda para que o visitássemos. Qual foi o objetivo dessa visita? Foi, primeiro, sensibilizá-lo para a causa, e, segundo, juntar uma petição que se chama Memorial, na qual resumimos as nossas razões e sustentamos a possibilidade de S. Exa. extinguir o processo monocraticamente, ou seja, dizer que realmente não há por que a questão ser admitida, uma vez que não há questão constitucional.

Os ministros fazem isso cotidianamente, mas não o fazem em todos os processos. Então, essa petição argumentou, trazendo votos do próprio ministro Sepúlveda Pertence, dizendo, em outros casos, que entendia que não era caso de questão constitucional.

A nossa conversa – o diretor Sérgio pode corrigir-me, se estiver errado – foi muito boa, porque S. Exa. realmente se sensibilizou, compreendeu. A questão dos ex-autárquicos não era uma novidade para o ministro, que a conhecia não só em relação à Companhia Estadual de Energia Elétrica, mas também em relação a outras empresas que vivem problemas dessa natureza. S. Exa. conhecia essa matéria.

Mas, ao final de nossa conversa, O ministro disse uma frase que a

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mim, pelo menos, impactou um pouco: Olha, eu só não sei se vou ter tempo. S. Exa. está com a aposentadoria compulsória prevista para novembro, quando atingirá os 70 anos, e está pretendendo antecipá-la para maio, o que faria com que tivesse um mês e meio para examinar a questão.

A conversa com o ministro foi boa, porque o sensibilizou. No final, no entanto, ela foi um pouco desanimadora, porque S. Exa. deu a entender que talvez considere melhor não examinar.

S. Exa. pode achar que é melhor não examinar porque não se quer envolver em uma discussão desse tamanho às vésperas da aposentadoria, ou pode não querer examiná-la porque: Bom, já que tenho um posicionamento contrário, é melhor não examiná-la – como aconteceu no STJ. Isso, portanto, também pode ter uma leitura boa; não precisa ser uma leitura pessimista.

Nesta semana, dei o passo seguinte, que era alcançar ao assessor do ministro cópia desses memoriais e pedir aquilo que se costuma pedir nessas ocasiões, que é uma preferência para o julgamento. O ministro certamente está lá, mas não vai pedir para o assessor trazer o processo; então, é preciso falar com o assessor.

Falei com o assessor do ministro, remeti-lhe os memoriais, e ele me disse que achava que o ministro deixaria isso em stand by. Disse que S. Exa. estava diminuindo o ritmo porque realmente ia antecipar a aposentadoria..

No momento, o que temos é isto: a possibilidade de o ministro não vir a apreciar a matéria. Certamente, se S. Exa. não antecipar a aposentadoria, julgará a matéria. O ministro Sepúlveda Pertence não vai deixar nenhum processo pendente, se tiver tempo examiná-los. Não é de seu feitio fazer isso, por tudo o que conhecemos de outras posições que adotou.

Agora, se a aposentadoria vier a ocorrer em maio, realmente não dará tempo, porque, se o ministro decidir isso monocraticamente, a União pode recorrer e pedir que o plenário examine; e aí S. Exa. já não estará presente. Não haverá tempo. Se S. Exa. realmente antecipar a aposentadoria, creio que não julgará, não examinará.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – O senhor falou que o primeiro relator, no caso do Superior Tribunal de Justiça, também

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estava por se aposentar. Em função disso, ele foi trocado, e o novo relator julgou.

Estamos agora em uma situação semelhante, e logicamente não podemos imaginar que a escolha do ministro favoreça um ganho de tempo, para que o assunto seja julgado. A escolha é por rodízio?

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – Por sorteio.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – Sorteio.

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – É sorteio. No Supremo, pode acontecer uma de duas coisas – só para esclarecer: pode a carga de processo ser redistribuída aos demais, ou ficar aguardando quem venha no lugar do ministro Sepúlveda Pertence. Como necessariamente haverá, em breve, um ministro no lugar de Sepúlveda Pertence, pode a carga de processo dele ficar destinada a um novo ministro que venha a ser nomeado.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – Os senhores já tiveram algum contato com a ministra Dilma Rousseff?

O SR. LUIZ RENATO FERREIRA DA SILVA – Não.

O SR. DELSON MARTINS – Já está pautada agenda da governadora Yeda Crusius com a ministra Dilma Rousseff, e um dos itens é o CRC.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – O ministro Tarso Genro já foi contatado?

O SR. DELSON MARTINS – Não, porque recém tomou posse. Como a ministra conhece o tema, porque ocorreu na sua gestão, achamos por bem mantermos um primeiro contato com S. Exa.

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O SR. ADROALDO LOUREIRO (PDT) – Quem fará a defesa contra o nosso processo estará subordinado ao ministro da Justiça, Tarso Genro. S. Exa. não se negará a receber, mas o contato tem que ser muito reservado. Tratar desse tema oficialmente pode não ser uma boa política. Depois o deputado Adão Villaverde poderá acrescentar alguma coisa.

O SR. ADÃO VILLAVERDE (PT) – Farei uma consideração preliminar. Talvez a tarefa e a responsabilidade desta comissão seja de, dentro dos nossos limites, dar suporte a uma situação que foi contornada. Depende muito pouco de nós, mas acho que poderemos ajudar. Nossos passos têm de ser muito monitorados e sintonizados com os movimentos que estão sendo feitos.

A conversa formal da governadora com a ministra Dilma Rousseff é muito importante. S. Exa. entenderá que a disposição da governadora e os movimentos que faremos não poderiam ser outros, até porque a ministra conhece muito bem o tema.

Devemos ter dois níveis de preocupação – refiro-me aos deputados –, até porque mantive uma conversa muito preliminar com o ministro Tarso Genro. Primeiro, talvez de não politizar o tema, o que pode ser ruim. Segundo, não constrangê-los, na medida em que são dois ministros daqui. Temos de deixá-los à vontade. Talvez devamos marcar uma eventual conversa para colhermos informações sobre como podemo-nos movimentar, mas, obviamente, com as restrições de que são dois quadros que estão na estrutura do governo.

Suponho que a Advocacia-Geral da União continuará se defendendo, o recurso é dela, e nem poderíamos esperar outra conduta.

Parece-me que a decisão está muito no campo jurídico, no Supremo. Temos muita informação para avaliar se interessa acelerarmos com o ministro Sepúlveda Pertence, ou não. Essa é a primeira grande questão. Precisamos saber qual a posição de S. Exa.. Se é favorável, interessa-nos acelerar. De qualquer maneira, os encaminhamentos que estão sendo feitos são positivos. Há jurisprudência e já houve situação anterior. É um tema infraconstitucional. Não sendo constitucional, não caberia na esfera de ação do Supremo. De

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qualquer maneira, nos interessa este detalhe, que é prático e importantíssimo neste momento.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Está com a palavra o Sr. Luiz Renato Ferreira da Silva.

O SR. LUIZ RENATO FERREIRA DA SILVA – Comentei isto com o deputado Adroaldo Loureiro e o repito aqui: estamos caminhando em cima do fio da navalha, porque, tanto para um lado como para o outro, podemos cair dessa linha tênue.

O ministro Sepúlveda Pertence pode se sentir extremamente pressionado e não gostar disso; afinal de contas, está acostumado a lidar com casos desta magnitude e não ser submetido a tantas pressões. Entretanto, é importante também haver um meio-termo no sentido de se mostrar a relevância disso.

Penso que o comparecimento, como foi feito pela diretoria da CEEE, em todos os momentos em que tivemos contato com o ministro, foi fundamental. O próximo passo é visitar os demais ministros. Se S. Exa. tomar uma decisão isoladamente ou não, os demais ministros poderão ser chamados a se manifestarem.

É importante que autoridades do Estado estejam presentes fazendo essas visitas, porque, embora o discurso seja técnico, a representatividade se dá neste momento. E do advogado não se espera algo diferente, que ele vá lá dizer que o seu cliente tem razão. O que ele tem que fazer é conseguir provocar uma sensibilidade para a relevância política do caso. É quase uma argüição de relevância junto aos ministros do Supremo, para que se manifestem dessa forma.

Parece-me ser bom eventualmente termos uma conversa, como a governadora a terá com a ministra Dilma Rousseff, para verificar qual é a sua posição, se confirma que se curvará diante daquilo que for decidido em juízo. Isso já será um passo significativo para darmos continuidade a outras visitas, para os demais ministros.

Aí, sim, contaremos com o apoio não só da diretoria da CEEE, como

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foi feito no STJ, como também com o da Assembléia Legislativa e até mesmo de deputados federais que na época trabalharam juntos nesse sentido, para abrirmos as portas aos demais ministros.

O SR. PRESIDENTE FREDERICO ANTUNES (PP) – Transfiro a presidência dos trabalhos ao nosso vice-presidente, deputado Adão Villaverde, pedindo licença a todos em função de ter um compromisso relativo a uma nova reunião.

Estamos conduzindo muito bem o processo. Como a governadora agendou encontro com a ministra Dilma Rousseff na 5ª feira, e o objetivo é justamente demonstrarmos disposição para uma parceria e interesse pela relevância do tema de que o Executivo vem tratando há algum tempo, conforme estava conversando com o deputado Adroaldo Loureiro, iremos tentar entrar em contato com a governadora amanhã, para que o deputado e todos nós possamos esclarecer junto a S. Exa. que fizemos este encontro, que nos colocamos a par dos últimos passos e que estamos prontos para atender ao seu chamado quando for necessário.

Irei providenciar que o deputado Adroaldo Loureiro, depois que for finalizada esta reunião, nos oriente no sentido de como poderemos obter um espaço amanhã na agenda da governadora. Desejo um bom trabalho a todos.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Convido a fazerem parte da mesa o Sr. Sérgio Dualde, que assumiu, a partir da semana passada, a coordenação jurídica da CEEE; e o Sr. Paulo de Tarso Dutra Lima, assistente do coordenador. É uma satisfação tê-los conosco.

A palavra está à disposição do Sr. Adalberto Silveira Netto, representante da Secretaria da Infra-Estrutura e Logística.

O SR. ADALBERTO SILVEIRA NETTO – Sr. Coordenador, em nome do secretário Daniel Andrade, desejo cumprimentar V. Exa., a todos os deputados e os demais presentes.

Deixo registrada a importância deste processo, que vem sendo conduzido desde 1960, a partir da transformação da nossa Comissão Estadual

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de Energia Elétrica em Companhia Estadual de Energia Elétrica.

Esta é uma questão justa e mais do que merecida, e temos a certeza de que pertence ao povo do Rio Grande, porque os sócios da CEEE somos nós, os gaúchos. É uma questão de reparação de lucros que deixamos de ter no passado para cumprir com compromissos que nós, rio-grandenses, tomamos, em 1960, quando decidimos que os nossos colegas que estavam passando da comissão para a companhia tivessem os mesmos direitos que tinham anteriormente. Foi nesta Casa que isso foi decidido. Era justo que isso fosse considerado como um custo do serviço –como realmente o é –, mas infelizmente, ao longo desse período, tivemos uma época em que isso foi reconhecido, outra época em que isso foi retirado e agora temos a oportunidade de fazer esse reparo. Essa reparação é do povo do Rio Grande. Todo cidadão gaúcho é sócio da CEEE. Portanto, essa é uma questão suprapartidária.

Em nome do secretário, cumprimentando mais uma vez – em novembro estive numa reunião na Casa representando a equipe de transição –, registro o nosso apoio a essa causa, colocando agora oficialmente a CEEE, toda a sua equipe e nós da secretaria à disposição da comissão, porque achamos que em breve teremos uma resposta positiva.

Precisa haver muito cuidado quanto a essa questão. O deputado Adão Villaverde tem toda a razão ao afirmar que não podemos constranger os nossos deputados gaúchos que hoje participam do governo e os que têm o poder de decisão, no caso o ministro Tarso Genro e a ministra Dilma Rousseff, ambos gaúchos e conhecedores desse assunto. Foi a ministra que teve a coragem de tomar a decisão em 1993, quando o deputado Vieira da Cunha – hoje deputado federal – entrou definitivamente na Justiça, porque todos os argumentos administrativos tentados até então não tinham surtido efeito.

Em nome do povo do Rio Grande e do governo, agradeço o apoio desta Assembléia Legislativa. Vamos trabalhar juntos. Tenho certeza de que a decisão será favorável, mas realmente não sei qual a melhor estratégia. Se o ministro Sepúlveda Pertence ficar até novembro, acredito termos grande chance de, ainda neste ano, sermos vencedores nesta questão, mas, se ele sair em maio, não sei o que fazer: se pressioná-lo ou jogarmos com a nossa sorte. Tenho certeza de que seja quem for para o cargo, o Estado do Rio Grande do Sul irá ganhar mais essa. Estamos contentes com as decisões dos senhores e

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não temos outra palavra a não ser de reconhecimento e de apoio a essa decisão.

O secretário lamenta não poder estar presente hoje, mas, em outra oportunidade, com certeza, aqui estará. Temos a missão de unir duas grandes secretarias, que todos conhecem, com o encargo de criar uma nova mentalidade de infra-estrutura e logística – para isso contamos com o apoio de todos os senhores –, e, por isso, a nossa agenda tem sido bastante complicada. Enfim, estamos lá para ajudar no sentido de que este Rio Grande volte a ser o Estado de destaque que sempre foi.

Muito obrigado pela oportunidade. Estou à disposição não só aqui, mas também na secretaria, momentaneamente como subsecretário. Costumo dizer que estou e não sou. Estou hoje subsecretário num cargo que me honra muito. Tenho algo de vinculação a tudo isso, porque, durante 25 anos, estive dentro da CEEE como engenheiro. Nós, gaúchos, temos muito orgulho do que é nosso, especialmente da Companhia Estadual de Energia Elétrica, que é uma empresa que só nos prestou grandes serviços.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Ainda mais sendo uma empresa criada pelo saudoso Dr. Leonel Brizola, um engenheiro, seu colega.

O SR. ADALBERTO CAINO SILVEIRA NETTO –A idéia dessa lei foi dele. Foi ele quem propôs à Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Hélio Carlomagno, e fizesse justiça com os funcionários que estavam saindo da comissão para a companhia. Além de ele criar a companhia, teve a lucidez de –acho muito justo isso (ininteligível).

O SR. COORDENADOR ADROALDO LOUREIRO (PDT) – O deputado Brizola sempre teve essa sensibilidade para as questões sociais (ininteligível).

Alguém mais deseja se manifestar?

Está com a palavra o Sr. Gerson Carrion.

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O SR. GERSON CARRION – O registro está em ata com data precisa da decisão do vice-presidente do STJ. (manifestação longe do microfone.)

O SR. LUIZ RENATO FERREIRA DA SILVA – Em junho de 2006. É que em junho foi a admissão.

O SR. PARTICIPANTE (manifestação longe do microfone.)

O SR. COORDENADOR ADROALDO LOUREIRO (PDT) – É, em setembro, exatamente. É, em outubro é que ele saiu do STJ.

Penso que já fizemos todas exposições mínimas necessárias para situar o assunto, o objetivo e o trabalho que precisamos desenvolver corretamente.

Que fique bem claro que o nosso objetivo é de somar, realizar um trabalho com discrição, sem alarde, para que o objetivo seja alcançado.

Comemoraremos após ganharmos a ação, aí sim faremos uma grande comemoração.

Temos de definir, partirmos já para a objetivação da nossa reunião, algumas ações para desenvolvermos.

Até tinha aqui elencado alguns passos na reunião de hoje com o núcleo presente, uma audiência com a governadora, e vamos lhe expor o que tratarmos do nosso objetivo e buscar uma orientação sua do que ela sugere que desenvolvamos daqui para frente.

Tentaremos marcar para amanhã com ela, se for possível, antes de ela viajar para o encontro com a Ministra Dilma Rousseff. Se ela se encontrar com a Ministra, ficamos desobrigados a fazê-lo, o nosso trabalho com a Ministra será feito com a governadora.

O contato com o Ministro Tarso Genro, o deputado Vieira já fez. Penso que teria de ser alguma coisa informal, na medida em que o Ministro

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Tarso estiver por aí, podemos conversar com ele, num grupo pequeno, coordenado pelo deputado Adão Villaverde.

O SR. ADÃO VILLAVERDE (PT) – (manifestação longe do microfone.)

O SR. ADROALDO LOUREIRO (PDT) – Nem é natural, nem podemos levá-lo a esse constrangimento.

O SR. PARTICIPANTE – (manifestação longe do microfone.) O advogado-geral da União é como se fosse (ininteligível)

O SR. ADÃO VILLAVERDE (PT) – (manifestação longe do microfone.) Não é, mas é quase.

O SR. PARTICIPANTE – (manifestação longe do microfone.) Não sei qual é a quantidade de informações que ele tem. A Ministra Dilma tem porque ela é parte integrante desse processo, agora, o Ministro Tarso, (ininteligível).

O SR. COORDENADOR ADROALDO LOUREIRO (PDT) – Talvez não seja a velocidade. Com o Ministro Tarso muito mais considerações políticas da importância e as questões técnicas que o governo deveria saber, a Ministra Dilma já sabe, portanto, um contato da governadora com ela já é a metade do caminho.

O SR. COORDENADOR ADROALDO LOUREIRO (PDT) – O deputado Adão Villaverde verá qual a forma mais conveniente.

O SR. ADÃO VILLAVERDE (PT) – Faço um contato com ele e o trazemos para a reunião. Perfeito, está combinado.

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O SR. COORDENADOR ADROALDO LOUREIRO (PDT) – Tinha anotado, aqui, também, contato com o Marco Aurélio Garcia, porque dizem que ele tem um contato muito bom com esse pessoal lá (ininteligível).

O SR. ADÃO VILLAVERDE (PT) – Temos de ver se falaríamos com o Ministro Sepúlveda ou não. Sugestão.

O SR. PARTICIPANTE – (manifestação longe do microfone.)

O SR. COORDENADOR ADROALDO LOUREIRO (PDT) – Deixa o registro.

O SR. SÉRGIO DE MORAES – Até por ações políticas passadas, acho que devemos manter uma pressão muito suave sobre o ministro, no sentido de que é bom que ele decida. Evidentemente, se houver esse problema de adiantar para maio, como uma possibilidade ainda não-certa que ele havia referido, isso realmente depõe contra nós.

É bom informá-lo de que foi criada esta comissão na Assembléia. É tão importante para o Rio Grande do Sul ele ter essa consciência de que até a Assembléia está a par disso, mas não devemos, de maneira nenhuma, constrangê-lo, apenas devemos manter essa pressão suave, civilizada, educada e republicana, legítima, portanto, na tentativa de que, o mais breve possível, decida sobre essa situação.

Se for a nosso favor, que o ministro decida democraticamente, o que seria o melhor dos mundos; do contrário, que leve essa questão ao plenário. Neste último caso, teremos todas as condições de obter êxito, pois acho que o direito, como afirmou o secretário Adalberto Silveira Netto, está ao nosso lado. O encaminhamento deve ser este: pressão suave, controlada, sem constrangimento.

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – Talvez possamos encontrar um meio-termo como sugere a parte técnica, a consultoria jurídica

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da CEEE. Eventualmente, poderíamos, como já fizemos num momento anterior, pedir que algum ministro aposentado nos desse um parecer sobre a admissibilidade dessa ação em juízo. Dessa forma, criaríamos um outro mote para a visita.

A partir da decisão monocrática de um ministro aposentado, haveria a possibilidade de apresentarmos um parecer que respaldasse a admissibilidade de uma eventual ação em juízo. Foi o que fizemos, certa vez, no STJ. Tratamos com um ministro aposentado do STJ, que gozava um bom respeito naquele órgão. Portanto, temos que procurar esse novo nome e formular um parecer, que, na verdade, reitera nossas razões e cria um mote da visita.

Temos que deixar claro a ele que não o estaríamos visitando para repetir o que já falamos, mas para apresentar uma coisa nova, até podemos fazer com que isso chegue a ele de uma forma mais sutil, porém com alguma pressão. Talvez seja o caso de enveredarmos por esse caminho.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) – Na entrega desse parecer, poderíamos levar junto conosco senadores do porte de um Pedro Simon ou de um Sérgio Zambiasi?

O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – Para este caso, poderíamos proceder como fizemos com o diretor da CEEE, a fim de que encontremos o melhor caminho. Essa análise depende de qual ministro viermos a contratar, pois pode ser que aceite em nos acompanhar na audiência. Tendo esse nome, poderemos montar a estratégia mais conveniente.

No STJ, é bem verdade que contamos com o apoio do senador Pedro Simon, que fez a ligação para que fôssemos recebidos. Ele fez essa ligação, mas, na ocasião, não se fez presente. Vai depender daí da relação dele com o ministro. Talvez seja o ministro Marco Aurélio o encarregado. Teremos que descobrir qual a pessoa que poderia fazer esse contato.

O SR. COORDENADOR (Adroaldo Loureiro – PDT) –E o ministro Rebelo poderia ser utilizado?

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O SR. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA – Honestamente, devemos fazer a identificação das relações internas no Supremo, porque também existem suscetibilidades internas naquele órgão. A partir daí, analisarmos o grau de relacionamento entre os ministros Sepúlveda Pertence e Nelson Jobim.

O caminho que talvez pudéssemos enveredar para criar essa oportunidade de pressão seja este: pensarmos em um nome, em alguém que possa nos dar um parecer sobre a admissibilidade em juízo e, posteriormente, realizarmos uma visita para entregar o parecer a essa pessoa. A sugestão é essa, e talvez seja esse o caminho.

O SR. GERSON CARRION DE OLIVEIRA – A aposentadoria do ministro está próxima, será que o trâmite, para um parecer desse, até o colegiado se reunir para discutir, será concluído até maio?

O SR. ADROALDO LOUREIRO (PDT) – Nós também devemos concluir isso com muita cautela, não adianta fazermos às pressas, acreditando que com isso vamos ganhar, porque pode ser pior.

Penso que o ministro Sepúlveda – e até por sua sensibilidade –, se decidir emitir um julgamento contrário ao nosso projeto, provavelmente não vai sair, aposentar-se e apresentar um julgamento dessa forma numa ação grande como esta, deixará para o próximo.

Acredito que, se julgar, será a nosso favor. Tenho a impressão de que o comportamento dele será esse.

O SR. LUIZ RENATO FERREIRA DA SILVA – Assim como a decisão dele não é definitiva a nosso favor, também não é definitiva contra.

O SR ADROALDO LOUREIRO – A idéia da contratação de um parecer é importante, porque reabre a possibilidade de conversar com o ministro, traz mais algum elemento, mais algum subsídio e a própria audiência serve para reforçar os argumentos e, talvez, mostrar a força política.

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Isso tudo no fundo tem um pouco de importância.

Vamos tentar um encontro com a governadora, se possível antes de sua ida a Brasília.

O deputado Adão Villaverde faz o contato com o ministro Tarso Genro.

Acredito que o deputado Iradir Pietroski poderia fazer contato com o senador Sérgio Zambiasi, para, em uma conversa informal, essas lideranças tenham conhecimento da importância de nosso projeto.

É interessante também um contato com o senador Paulo Paim.

Vou consultar o deputado Miro Teixeira, ele é muito bem articulado lá, para saber da proximidade que tem com o pessoal do ministro Sepúlveda.

Chegamos ao fim de nossa primeira reunião, oportunamente entraremos em contato.

Agradeço a presença de todos e a recepção de nosso presidente na sala da presidência desta Casa.

Encerro a presente reunião. Muito obrigado.

Em 4 de abril de 2007 às 10h30 min, a Comissão, reuniu-se no Gabinete da Presidência da Casa, em sua última reunião, com a participação do Senhor Presidente da Assembléia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP) e os deputados Adroaldo Loureiro (PDT) (Coordenador), Alberto Oliveira (PMDB) e Marco Peixoto (PP).

Registre-se a justificativa de ausência do Dep. Adão Villaverde comunicada ao coordenador, motivada por doença familiar.

O Coordenador deputado Adroaldo Loureiro fez um breve relato das tratativas efetivadas, após a reunião do dia 20/03/2007, registrando que conversou com o Secretário de Infra Estrutura e Logística Daniel Andrade ficando convicto de que a Comissão tem um papel preponderante de

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esclarecer aos representantes do Poder Executivo diretamente envolvidos com o assunto de que há uma leitura difusa do atual estágio da ação judicial.

Salientou, que em audiência com a Senhora Governadora, tratando de assunto diverso desta comissão, aproveitou a oportunidade para rapidamente discorrer sobre o trabalho da comissão e disponibilizar o nosso apoio ao Governo no encaminhamento de ações que acelerem uma decisão favorável à CEEE.

O deputado Alberto Oliveira ressaltou a importância de tratar o assunto de maneira conjunta e sintonizada, buscando politicamente dar celeri-dade ao processo em razão de sua fase atual no STF. Há necessidade de cons-tante diálogo dos agentes envolvidos, Parlamento, Executivo e CEEE.

O Coordenador deputado Adroaldo Loureiro demonstrou-se bastante preocupado com as notícias veiculadas na imprensa onde opiniões e artigos sobre o assunto dão como certo uma decisão final favorável à CEEE sem conhecimento jurídico da atual fase processual da ação judicial, citou como exemplo o artigo do Senador Zambiasi publicado na Zero Hora do dia 03/04/2007 sob o título “O dever de Lula para com o Rio Grande”, em anexo.

O deputado Marco Peixoto, sugeriu a Comissão o agendamento de uma reunião de todos os seus membros com a Governadora para expor a atual fase dos nossos trabalhos e a nossa proposta de auxilio e apoio ao Governo nas ações necessárias à vitória final nesse processo.

Na continuidade da reunião, todos os membros da Comissão acolheram por unanimidade a proposta do deputado Marco Peixoto sugerindo na oportunidade que a reunião com a Senhora Governadora fosse agendada pelo Senhor Presidente da Casa deputado Frederico Antunes, o qual imediatamente prontificou-se em marcar a reunião o mais breve possível.

Ao final da reunião o Coordenador deputado Adroaldo Loureiro

deu conhecimento do ofício enviado à Governadora Yeda Crusius em 02/04/2007 (Anexo III) relatando as atividades da comissão e reiterando o seu total apoio ao Governo do Estado nessa luta justa dos direitos da CEEE junto à União.

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Por tratar-se da última reunião da Comissão, em razão do prazo regimental de 30 dias esgotar-se em 06/04/2007, o relatório final das atividades deverá estar concluído nesta da limite.

Dada a magnitude, complexidade e relevância da matéria, os integrantes da Comissão deliberaram recomendar que seja requerido à Mesa Diretora da Casa a criação de uma nova Comissão de Representação Externa da CEEE, para dar continuidade aos trabalhos até a presente data realizados por essa Comissão.

VIII - Conclusões:

Por tudo até aqui exposto, entendemos que a Comissão de Representação Externa atingiu os seus objetivos de acompanhar o andamento da ação judicial interposta pela Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE - contra a União, cumprindo o seu papel de representação institucional do Poder Legislativo, auxiliando o Poder Executivo e a CEEE na resolução deste significativo assunto para a sociedade riograndense.

Ressaltamos que o prazo regimental de 30 dias para funcionamento de uma Comissão dessa magnitude e complexidade é extremamente exíguo e incompatível para o atingimento pleno dos objetivos e finalidades da Comissão.

Mesmo diante de tais restrições regimentais, podemos afirmar que a Comissão superou as dificuldades do prazo, focando, a sua atuação na realização de audiências e reuniões qualificadas, ouvindo os especialistas na matéria, nas pesquisas da legislação correspondente e no acompanhamento sistemático da atual fase processual da ação no Supremo Tribunal Federal.

O resultado deste trabalho está expresso no conteúdo do presente relatório de atividades da Comissão, onde identifica-se a importância da participação do legislativo como apoiador e auxiliar nas ações de articulação política na missão de convencimento do Supremo Tribunal Federal na defesa dos legítimos e justos direitos da CEEE, bem como, de colaborador institucional nas medidas necessárias e possíveis de agilização da decisão final do Poder Judiciário favorável à nossa CEEE.

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Ocorreu a participação efetiva da direção da CEEE, da Secretaria de Infra Estrutura e Logística e do procurador patrono da ação Dr. Luis Renato Ferreira da Silva, corpo jurídico da CEEE e também cobertura da imprensa a qual deu grande ênfase aos assuntos abordados pela Comissão. (Anexo IV – Notícias)

Assim sendo, os membros da Comissão de Representação Externa concluem pela continuidade dos trabalhos de apoio permanente do Parlamento ao Governo do Estado nesta significativa ação judicial da CEEE contra à União, aglutinando todas as forças políticas representativas do Estado em prol de uma decisão favorável definitiva aos interesses do Rio Grande do Sul, o que certamente possibilitará a recuperação do equilíbrio econômico-financeiro da Grupo CEEE, reduzindo a sua dívida atual em aproximadamente 70%, tendo em vista as disposições da Lei Federal nº 8.631/93, modificada pela Lei Federal nº 8.724/93, que permitem as compensações dos créditos da Conta de Resultados a Compensar ( CRC ) com dívidas junto à Eletrobrás e a União. ( Anexo V – Leis )

Além do que, pelas citadas normas legais conjugadas com a Lei Estadual nº 12.593/06 ( Anexo VI ), o artigo 7º, prevê que o Estado, como acionista majoritário, poderá adquirir da CEEE os saldos remanescentes da CRC após as compensações legais, da ordem de R$ 2,5 bilhões e utilizá-los na compensação das suas dívidas junto à União, significando um extraordinário auxílio ao governo estadual na solução e superação da grave crise atual das finanças públicas.

Finalizando, registramos que a liquidação deste processo judicial favoravelmente à CEEE, significará a valores atualizados pela companhia, o montante expressivo, superior a R$ 4 bilhões de créditos da Conta de Resultados a Compensar – CRC - .

IX – Recomendações:

Da análise dos assuntos discutidos nas reuniões, do exame da legislação pertinente e da fase processual do processo, bem como, de todos os documentos anexados ao presente relatório, a Comissão recomenda as seguintes medidas:

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- definir uma estratégia conjunta de ações e atuação do Parlamento, Governo do Estado e CEEE, tendo em vista a fase atual de tramitação da ação no Supremo Tribunal Federal – STF - ;

- acolher a proposta do Dr. Luís Renato Ferreira da Silva para direção do Grupo CEEE analisar a viabilidade de contratar um parecer de juristas de notório saber, tais como ex-Ministros do STJ e STF, específicamente sobre a decisão de admissibilidade do envio da ação ao STF;

- conduzir as ações com extrema cautela junto ao STF, em especial com o Ministro-Relator do processo Sepúlveda Pertence;

- sincronizar as ações da Comissão com o Governo do Estado e Direção do grupo CEEE são fundamentais para o sucesso de uma decisão favorável aos interesses do Rio Grande;

- agendar urgentemente uma reunião da Comissão com a governadora Yeda Crusius, para o estabelecimento de estratégias conjuntas de ações futuras compatíveis com a realidade da fase atual do processo em tramitação no STF;

- requerer à Mesa Diretora a criação de uma nova Comissão de Representação Externa da CEEE, em razão de exigências regimentais, objetivando dar continuidade aos trabalhos realizados por essa Comissão e a importância do Poder Legislativo de acompanhar, participar e auxiliar o Governo do Estado na sua competência institucional até o final de todo esse processo, que visa a obtenção dos R$ 4 bilhões de créditos da CRC pela CEEE.

É o nosso relatório.

Porto Alegre, 05 de abril de 2007.

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Page 44: Relatório de Atividades da Comissão de Representação Externa · RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator): Cuida-se de ação visando ao reconhecimento do

Deputado Adroaldo Loureiro - Coordenador

(PDT)

1) Deputado Adão Villaverde

(PT)

2) Deputado Alberto Oliveira

(PMDB)

3) Deputado Iradir Pietroski

(PTB)

4) Deputado Marco Peixoto

(PP)

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