relatório da ouvidoria sus do município de são paulo ano 2018 · 2019. 6. 26. · sistema...

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Secretaria Municipal da Saúde – SMS-G 1 Relatório da Ouvidoria SUS do Município de São Paulo Ano 2018 Introdução A Ouvidoria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) atua em consonância com o previsto pelo Sistema Nacional de Ouvidorias do SUS 1 , que a define como espaço de exercício de cidadania, controle social e instrumento de gestão participativa, pela atuação ativa para apuração permanente das demandas e satisfação do cidadão usuário do SUS. A ouvidoria SUS tem por missão, levar à administração as manifestações dos usuários e devolver a este retorno, na forma de resposta a sua demanda individual e como meio de garantia de sua participação nas políticas públicas, produzindo impacto nos processos de gestão. Instituída em 1º de julho de 2005, foi regulamentada em 30 de abril de 2008, pela Portaria n° 867/2008, iniciando suas atividades com a recepção de sugestões, reclamações, pedidos de informação, denúncias, elogios e solicitações dos cidadãos. O trabalho da Ouvidoria pauta-se em legislações federais 23 e municipais 4 , sendo, o Sistema de Ouvidoria SUS do Município de São 1 BRASIL (Ministério da Saúde) PORTARIA Nº 2.416, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2014 2 BRASIL Decreto 7.508, 28/06/2011 Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Inter federativa, e dá outras providências 3 BRASIL Lei 13.460, 26/06/2017 Dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública. 4 SÃO PAULO DECRETO Nº 56.832, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2016 Dispõe sobre a apresentação e o processamento de solicitações envolvendo a prestação dos serviços públicos pela administração municipal direta e indireta, bem como por entidades parceiras ou contratadas; aprova a consolidação das normas de proteção e defesa do usuário do serviço público do município de São Paulo, que passa a constituir o código de defesa do usuário do serviço público paulistano.

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Secretaria Municipal da Saúde – SMS-G

1

Relatório da Ouvidoria SUS do Município de São Paulo

Ano 2018

Introdução

A Ouvidoria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) atua em

consonância com o previsto pelo Sistema Nacional de Ouvidorias do

SUS1, que a define como espaço de exercício de cidadania, controle

social e instrumento de gestão participativa, pela atuação ativa para

apuração permanente das demandas e satisfação do cidadão usuário do

SUS.

A ouvidoria SUS tem por missão, levar à administração as

manifestações dos usuários e devolver a este retorno, na forma de

resposta a sua demanda individual e como meio de garantia de sua

participação nas políticas públicas, produzindo impacto nos processos de

gestão.

Instituída em 1º de julho de 2005, foi regulamentada em 30 de abril

de 2008, pela Portaria n° 867/2008, iniciando suas atividades com a

recepção de sugestões, reclamações, pedidos de informação, denúncias,

elogios e solicitações dos cidadãos.

O trabalho da Ouvidoria pauta-se em legislações federais23 e

municipais4, sendo, o Sistema de Ouvidoria SUS do Município de São

1 BRASIL (Ministério da Saúde) PORTARIA Nº 2.416, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2014

2 BRASIL Decreto 7.508, 28/06/2011 Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor

sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Inter federativa, e dá outras providências 3 BRASIL Lei 13.460, 26/06/2017 Dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos

serviços públicos da administração pública. 4SÃO PAULO DECRETO Nº 56.832, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2016 Dispõe sobre a apresentação e o

processamento de solicitações envolvendo a prestação dos serviços públicos pela administração municipal direta e indireta, bem como por entidades parceiras ou contratadas; aprova a consolidação das normas de proteção e defesa do usuário do serviço público do município de São Paulo, que passa a constituir o código de defesa do usuário do serviço público paulistano.

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Paulo atualmente regulamentado, pela Portaria SMS n°522/2018, que

estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos

direitos do usuário dos serviços públicos de saúde prestados direta ou

indiretamente pela administração pública.

Constituiu-se, a partir de 2005, uma base de registro de

informações, estruturando-se em um banco de dados que viabiliza o

acompanhamento do atendimento das manifestações dos cidadãos e a

confecção de indicadores referentes aos serviços prestados.

As atividades são desenvolvidas visando os seguintes resultados:

1. Qualificar o acesso dos usuários as Ouvidorias;

2. Promover controle e participação social por meio da escuta

qualificada;

3. Assegurar que o fluxo das demandas, até a resposta ao

cidadão, seja o mais rápido e eficaz possível;

4. Produzir informações que subsidiem o gestor na tomada de

decisões;

5. Fortalecer a Ouvidoria como elemento integrante do processo

de decisão da SMS-SP para aperfeiçoar as práticas de trabalho e

potencializar seus resultados;

6. Incrementar o trabalho das ouvidorias descentralizadas e sua

participação na realidade local;

7. Elaborar relatórios tornando-os públicos, prestando contas das

atividades desenvolvidas.

Em 2014, foi estruturado o Sistema Municipal de Ouvidoria,

atualmente composto por ouvidores das seis Coordenadorias Regionais

de Saúde (CRS), vinte e sete Supervisões Técnicas de Saúde (STS),

Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), o Hospital do Servidor Público

Municipal (HSPM), COVISA – Coordenação de Vigilância em Saúde,

além de ouvidorias em toda rede hospitalar e prontos socorros, dispondo

ainda de pontos de resposta em todas as unidades e serviços de nossa

rede.

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Foi organizado um fluxo de registro e atendimento das manifestações

dos usuários. As manifestações são recebidas por meio de diferentes

canais, em pontos distintos. As demandas podem ser registradas

pessoalmente nas ouvidorias locais e central, pelo telefone 156 / opção 2,

ou em outras instâncias federais, estaduais e de outros municípios, no

site do ouvidor SUS ou por carta. A demanda é recebida e encaminhada

para a área responsável pela questão levantada, os denominados pontos

de resposta.

Estrutura da Rede de Ouvidoria da Secretaria Municipal da Saúde de

São Paulo

Cenário 2018

A seguir apresentaremos o desempenho da Ouvidoria SUS durante o

ano de 2018, organizado em relatório nos moldes do proposto pela Lei Federal

n° 13.460/2017, que dispõe sobre a participação, proteção e defesa do usuário

dos serviços públicos da administração pública, regulamentado nesta Secretaria

pela Portaria 522/2018:

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“Art. 15. O relatório de gestão de que trata o inciso II do caput do art. 14 deverá

indicar, ao menos:

I - o número de manifestações recebidas no ano anterior;

II - os motivos das manifestações;

III - a análise dos pontos recorrentes; e

IV - as providências adotadas pela administração pública nas soluções

apresentadas.

Parágrafo único. O relatório de gestão será:

I - encaminhado à autoridade máxima do órgão a que pertence a unidade de

ouvidoria; e

II - disponibilizado integralmente na internet.”

I – Manifestações recebidas e/ou registradas pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo no ano de 2018

Para a análise das demandas foram considerados, nesse primeiro

momento, todos os acessos encaminhados ou registrados pelos canais da rede

SUS.

Para permitir a análise minuciosa das manifestações, foram

considerados os dados referentes às unidades municipais, excluindo as

entradas relativas a competência de unidades e serviços estaduais.

Tabela 1 - Total de manifestações recebidas por meio de atendimento em 2018

Fonte: Banco de Dados Ouvidor SUS

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Gráfico 1 - Total de manifestações recebidas por meio de atendimento em 2018

Fonte: Banco de Dados Ouvidor SUS

Observa-se que o meio de atendimento mais utilizado pelos usuários foi

o telefone, sobretudo a Central de Atendimento Telefônico 156, que somam

57.458 do total de 80.492 registradas em 2018.

Em segundo lugar, com 8.752 demandas registradas por meio

presencial sendo a maioria delas registradas no HSPM (41%), no Gabinete da

SMS (10%), Hospital Municipal do Tatuapé (6%) e STS Vila Maria/Vila

Guilherme (5%).

Destaca-se que 10,7% das manifestações, os cidadãos optaram pelo

registro via formulário web (8.617).

Os demais meios de atendimento, carta (3.610), nos quais estão

inclusas manifestações coletadas em caixas de sugestões, e-mail (1.509),

correspondência oficial (532) e o aplicativo e-saúde (14), foram usados por

menos de 8% da população.

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Tabela 2 – Classificação por meio de atendimentos das manifestações recebidas,

referentes a serviços prestados pelo município de São Paulo em 2018

Fonte: Banco de Dados Ouvidor SUS

Gráfico 2 - Classificação por meio de atendimentos das manifestações recebidas,

referentes a serviços prestados pelo município de São Paulo em 2018

Fonte: Banco de Dados Ouvidor SUS

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Quando uma manifestação é registrada pela Ouvidoria SUS do

município de São Paulo, um dos campos do formulário é preenchido com o

nome da unidade a qual o cidadão se refere. Isso nos permite afirmar se é um

serviço do município de São Paulo, do Estado, Federal, de outro município, etc.

O mesmo não ocorre quando o registro é feito pelos demais usuários do

Sistema Ouvidor SUS, que na maioria dos registros não preenche esse campo

impossibilitando a classificação.

As demandas são classificadas em:

a) Denúncia: Manifestação que indica irregularidade ou indício de

irregularidade (descumprimento de norma legal) na administração ou no

atendimento, por entidade pública ou privada de saúde;

b) Informação: Comunicação, instrução ou esclarecimento relacionado

à saúde;

c) Elogio: Demonstração de satisfação ou agradecimento por serviço

prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS);

d) Reclamação: Insatisfação em relação às ações e/ou serviços de

saúde, sem conteúdo de requerimento;

e) Solicitação: Demanda que, embora também possa indicar

insatisfação, necessariamente, contém um requerimento de atendimento ou

acesso às ações e aos serviços de saúde; e.

f) Sugestão: Proposta de ação considerada útil à melhoria do Sistema

Único de Saúde (SUS).

Tabela 3 – Classificação das manifestações recebidas, referentes a serviços

prestados pelo município de São Paulo, ano 2018.

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

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No Gráfico 3 verifica-se que do total de manifestações recebidas no ano

de 2018, mais de 52% são de solicitações. As reclamações correspondem a

28% do total destas. As demais formas de manifestações correspondem a

menos de 20%.

Gráfico 3 – Classificação das manifestações referentes a serviços prestados pelo

município de São Paulo, recebidas em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

A seguir apresentamos a análise das demandas registradas em cada

modalidade de classificação.

II – Análise das manifestações por tipo de classificação

Tabela 4 – Assunto de destaque dentre as informações, em 2018

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Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 5 – Distribuição dos pedidos de informação sobre estabelecimento de

saúde, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

A grande maioria dos usuários (92,85%) que solicitou informações, o fez

em relação à localização, telefone e horário de funcionamento das unidades e

serviços, ficando os demais pedidos pulverizados. (Anexo I)

Tabela 6 – Assuntos de destaque dentre as sugestões, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 7 – Distribuição das sugestões sobre estabelecimentos de saúde, em 2018

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Fonte: Banco do Ouvidor SUS

As sugestões também se concentraram em temas relacionados aos

estabelecimentos de saúde, porém, versam sobre rotinas e protocolos das

unidades de saúde, seguidas pelo espaço físico das mesmas.

Tabela 8 – Elogios discriminados por assunto, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Os elogios são dirigidos quase que totalmente para os trabalhadores das

unidades. O reconhecimento é ora destinado a equipes, como a de saúde e

administrativa, ora voltado a profissionais específicos como médicos,

enfermeiros, recepcionistas/atendentes.

Tabela 9 – Solicitações discriminadas por assunto, em 2018

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Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Como apontado anteriormente, as solicitações correspondem ao maior

volume de manifestações feitas.

Quanto à tipificação utilizada pelo sistema informatizado empregado,

tem-se o seguinte:

Os pedidos de consulta/atendimento/tratamento: correspondem a

procedimentos ambulatoriais;

Produtos para a saúde (correlatos) são: aparelhos, materiais ou

acessórios cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e

proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de

ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, ópticos, de

acústica médica, odontológicos, dentre outros.

Tabela 10 – Solicitações de consultas discriminadas por assunto, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

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Das solicitações de consultas, as três maiores concentrações são de

clínica médica (14,94%), ortopedia (10,05%), e ginecologia (7,18%).

Em relação aos medicamentos, não foi identificada nenhuma

predominância significativa de produto específico.

Os exames diagnósticos foram subdivididos entre diagnóstico por imagens,

que corresponde a mais da metade deles, diagnósticos em cardiologia, com quase

11%, e demais diagnósticos.

Tabela 11 – Solicitações por tipo de exame, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 12 – Solicitações de exames por imagem, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Dentro de diagnósticos por imagem, a ressonância magnética foi o

exame com o maior destaque, seguido pela endoscopia e ultrassonografia.

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Tabela 13 – Solicitações de produtos para saúde, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Os insumos utilizados por pacientes portadores de doenças crônicas, por

conta do perfil de consumo, são sempre os mais demandados.

Tabela 14 – Reclamações discriminadas por assunto, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 15 – Reclamações relativas a recursos humanos, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 16 – Reclamações sobre insatisfação com recursos humanos, em 2018

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Fonte: Banco do Ouvidor SUS

As reclamações de recursos humanos e as relativas aos

estabelecimentos de saúde foram quase totalidade das registradas. A maior

insatisfação diz respeito à conduta médica.

Tabela 17 – Reclamações sobre estabelecimentos de saúde, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Quanto aos estabelecimentos de saúde, a falta de

aceitação/compreensão das rotinas e protocolos seguido de demora no

atendimento e problemas no espaço físico foram os assuntos mais demandados

pelos usuários.

Tabela 18 – Denúncias discriminadas por assunto, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 19 – Denúncias de vigilância em saúde, em 2018

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Fonte: Banco do Ouvidor SUS

Tabela 20 – Estabelecimentos de alimentos mais denunciados, em 2018

Fonte: Banco do Ouvidor SUS

As denúncias recebidas, em grande medida, são relativas à vigilância

em saúde, campo responsável pelas práticas de atenção e promoção da saúde

dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Este

campo compreende a política e planejamento, territorialização, epidemiologia,

processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das

populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. A partir daí a vigilância

se distribui entre: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador.

A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de

notificação compulsória e investiga epidemias que ocorrem em territórios

específicos. Além disso, age no controle dessas doenças específicas.

A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico,

psicológico e social na saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por

exemplo, o controle da água de consumo humano, o controle de resíduos e o

controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente insetos e

roedores.

As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de

bens, produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da população, como

alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos. Realizam também

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a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais,

clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os

processos produtivos que podem por em riscos e causar danos ao trabalhador e

ao meio ambiente, sendo os estabelecimentos ligados ao setor de alimentos os

mais denunciados.

Na ouvidoria, os usuários na maioria se referem em relação a

estabelecimentos que prestam serviços ligados a bares, restaurantes e outros

além aos que comercializam os alimentos em si, atacadistas e varejistas.

III - Pontos recorrentes

Para efeito deste relatório, consideram-se como recorrentes as

manifestações que equivalem a mais de 1% das manifestações totais.

Na tabela abaixo estão quase 46% dos acessos a ouvidoria recebidos

pela Secretaria Municipal da Saúde do Município de São Paulo durante o ano de

2018.

Um aspecto importante que merece destaque é o fato de não existir um

único assunto que some a maioria das demandas de ouvidorias do ano de 2018.

São necessários sete itens para somar quase 25% do total de ouvidorias, 22

itens para somar aproximadamente 46%.

Assim, podemos afirmar que a ouvidoria reflete a complexidade e a

amplitude dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo

necessária uma análise criteriosa, respaldada pela realidade enfrentada durante

a vigência dos dados.

O assunto de maior destaque figura entre as reclamações sobre

rotinas/protocolos de unidade de saúde com o total de 3.972 ouvidorias ao longo

de 2018, porém houve uma diminuição em relação a 2017 apontando 4.147

registros no período sobre o mesmo assunto.

A segunda categoria mais reclamada foi em relação à insatisfação com

médico, atingindo o ponto alto com 319 reclamações no mês de agosto.

Importante observar que este assunto passou de quarto lugar em 2017 para

segundo lugar em 2018 totalizando 3.227 ouvidorias registradas.

Outro tema que foi apontado como relevante, aqui se repete, são as

solicitações de medicamentos, no entanto houve uma redução significativa entre

2017 e 2018, de 9.257 solicitações para 3.223 respectivamente.

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A análise das principais solicitações de consultas ao longo do ano

permite ver que as categorias com maior dificuldade de acesso são clinica

médica (2.871), ortopedia e traumatologia (1.931), ginecologia e obstetrícia

(1.380), oftalmologia (1.101), neurologia (888), oncologia (857) e cardiologia

(810) totalizando 9.838 demandas. Em 2017 as consultas em oncologia e

cardiologia não entraram no ranking das manifestações mais recorrentes.

Outro ponto a ser analisado são os pedidos de informações sobre

endereço, telefone e horário de funcionamento de estabelecimentos de saúde,

que apesar de reduzir de 2.594 demandas em 2017 para 2.116 demandas em

2018, pode ser minimizado com a elaboração de material educativo a ser

disponibilizado nos pontos de atendimento da rede.

As reclamações sobre demora no atendimento passaram do 3º lugar em

2017 para 6º lugar em 2018, mostrando uma melhora significativa, porém não

satisfatória.

Os pedidos de cirurgia ortopédica aumentaram em relação ao ano

anterior, de 925 solicitações para 1.052 em 2018. O mesmo ocorreu com

fraldas descartáveis que passaram de 1.299 ouvidorias para 1.812 em 2018,

ocupando o 8º lugar entre as elencadas no quadro abaixo.

Os exames de imagem mais solicitados em 2018 foram ressonância

magnética e endoscopia diferindo do ano anterior onde foi elencado entre os

mais solicitados à ultrassonografia.

Entre os elogios estão os médicos com 1.147 manifestações e as

equipes de saúde com 1.405 em 2018, porém houve uma redução em relação a

2017 onde constam 1.395 elogios para os médicos e 1.439 para as equipes de

saúde.

Por fim, apontamos as denúncias que se encontram entre as

manifestações recorrentes, onde 1.328 versam sobre alimentos/bebidas em

bares/restaurantes e lanchonetes seguidas de 1.050 denúncias sobre comércio

de alimentos.

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IV - MEDIDAS TOMADAS PELA ADMINISTRAÇÃO

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ao analisar os dados das Ouvidorias de 2018

identificou as principais demandas e elaborou estratégias visando diminuir os problemas

apontados e aprimorar os serviços de saúde do munícipio.

Todas as solicitações contribuem para melhorar a qualidade do serviço prestado, e

neste sentido também melhorar na identificação da demanda do usuário de nossa rede

municipal. Assim a Ouvidoria consiste em um dispositivo inovador para avaliação da

qualidade da atenção à saúde, propicia a incorporação de estratégias sob a perspectiva

dos usuários e sua avaliação da aceitabilidade e qualidade, o que pode contribuir nos

processos decisórios para a melhoria dos serviços de saúde.

As ouvidorias classificadas como “rotinas e protocolos de unidade”, de um modo geral,

referem-se à formulação de agendas, aos processos de trabalho, aos

encaminhamentos no tempo oportuno, às consultas para especialidades e aos exames

diagnósticos e/ou terapêuticos. Essas demandas trazem um “olhar” especial, como uma

lupa para determinado território, nos coloca em contato com as demais instâncias de

SMS, provocando uma avaliação e consequente alinhamento com as diretrizes do SUS.

Neste sentido, a Coordenação de Atenção à Saúde (CAS), têm atuado na promoção de

espaços ativos de aproximação com o usuário de forma a colher suas demandas e

buscar suas opiniões acerca dos serviços. A boa assistência passa pela aceitabilidade

que é a capacidade do sistema de saúde de satisfazer as necessidades em saúde da

população e como esta saúde é percebida pela mesma.

No quesito insatisfações com os profissionais, SMS tem se atentado a construção do

saber, através da Educação Permanente, com temas a serem trabalhados no Plano

Municipal de Educação Permanente (PLAMEP), como padronização do atendimento,

com competências humanizadas, capacitações, objetivando a melhoria contínua da

assistência e do atendimento ao usuário.

Dentre as ações gerais realizadas pela Área Técnica da Assistência Farmacêutica, para

minimizar os impactos na assistência, destacamos:

- Atualização contínua da Relação Municipal de Medicamentos - REMUME

- Monitoramento de medicamentos críticos e zerados na rede municipal de saúde de

São Paulo, através da Gestão em Sistemas de Saúde (GSS).

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- Monitoramento do abastecimento dos medicamentos do Componente Especializado

da Assistência Farmacêutica / Secretaria de Estado da Saúde (SES).

- Avaliação das solicitações extra-REMUME encaminhadas via Coordenadorias

Regionais de Saúde para atendimento de pacientes acompanhados na rede municipal.

Ressaltamos que no caso de item não incorporado na lista padronizada de

medicamentos do SUS, para que ocorra a dispensa aos munícipes do solicitado é

necessária avaliação clínica médica quanto à pertinência de alternativas terapêuticas.

Em relação aos 3,71% das solicitações em consultas para Clínica Médica, temos a

esclarecer que DAB orientou seus profissionais à otimização da agenda, a diminuição

da perda primária, atendimento com classificação de risco e demanda espontânea, e o

trabalho em seus territórios com a participação social através de seus Conselhos

Gestores Locais contra o absenteísmo.

Em 2017, a SMS realizou 15.316.713 consultas médicas na Atenção Básica,

informamos ainda, que os dados de 2018 estão em fechamento, podendo ser acessado

por meio do endereço eletrônico

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/epidemiologia_e_informacao/

As informações sobre endereço, telefone, horário de funcionamento de estabelecimento

de saúde, podem ser acessados através do endereço eletrônico:

http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/. Este link é constantemente atualizado pela

assessoria de comunicação de SMS, para minimizar os 2,73% de reclamações que

compõem as ouvidorias.

No quesito demora no atendimento, 2,53% das ouvidorias em 2018, a CAS tem

realizado orientações e discussões, através de reuniões com os Coordenadores

Regionais de Saúde e seus assessores, para que cada serviço tenha conhecimento de

seu território, suas necessidades, vulnerabilidades e dados epidemiológicos para que

cada qual busque a melhor forma de organizar o serviço, com a Classificação de Risco,

Escuta Qualificada com Acolhimento à Demanda Espontânea e o atendimento das

urgências para a população de seu território adscrito.

Claro se faz que, através destas informações, a gestão possa ordenar as demandas, de

acordo com os princípios do SUS, entre eles a equidade, tanto na Atenção Básica como

nas Especialidades.

Pensando nas ouvidorias relacionadas às especialidades: ortopedia, traumatologia,

oftalmologia, neurologia, oncologia e cardiologia, bem como nos diagnósticos de

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exames, 11,01% das ouvidorias, podemos dizer que esta Coordenação de Atenção à

Saúde, sensível a melhoria do atendimento, vêm trabalhando na correção dos fluxos de

Referência e Contra referência para minimizar estas situações.

Este trabalho culminou com o lançamento em 13/03/2019, do Plano de Operação

Regulação/Atenção Básica, visando a constante qualificação da Fila de Espera, e a

elaboração e disseminação de protocolos clínicos e de acesso, que cumprem

importante papel no apoio às equipes que atuam em diferentes pontos da rede de

atenção à saúde, buscando o aumento da resolutividade na Atenção Básica.

Com a integração da atenção básica aos serviços especializados, assim como a

corresponsabilidade no cuidado dos pacientes, obtêm-se a racionalização de recursos

com consequente contribuição para a redução do tempo médio de espera para exames

prioritários e consultas na Atenção Especializada.

Vale salientar que se definiu no Programa de Metas 2017-2020 da Gestão Municipal a

redução do tempo médio de espera para realização de exames e encaminhamentos

para especialidades, Meta esta, que a CAS vêm trabalhando nos vários níveis da

Assistência, através do monitoramento pelas Áreas Técnicas, das dificuldades de

acesso às consultas e exames.

Em referência à solicitação do insumo fraldas, há um protocolo específico para

pacientes portadores de deficiência, incontinências, demências, sequelas de traumas

cranianos e fraturas de colunas. No ano de 2018, por motivos alheios à SMS houve um

período do ano em que ficamos com déficit em nossos estoques para o abastecimento

em nossas unidades.

Em relação ao 1,78% de solicitação à consulta em ginecologia e obstetrícia, em 2018

houve expansão das equipes de ESF, onde o médico generalista é responsável pelo

atendimento em ginecologia da sua área de abrangência. A orientação para garantir o

atendimento qualificado em ginecologia é que estes médicos estejam capacitados e que

tenham à disposição, o matriciamento do ginecologista através dos Núcleos de Apoio à

Saúde da Família (NASF), do Telesaúde e de uma unidade de referência em

ginecologia.

Quanto ao atendimento de Pré-Natal de Alto Risco, todas as regiões têm referencia e

houve a ampliação do serviço na CRS- Centro e CRS-SUL.

Algumas condições especiais em ginecologia e planejamento reprodutivo foram

ampliadas como:

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- serviços para inserção do DIU de Cobre;

- serviços para inserção do DIU medicado (Mirena);

- inserção dos implantes subdérmicos de etonogestrel, trazendo segurança e benefícios

para a população feminina com maior vulnerabilidade.

A Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) através do Departamento de

Vigilância Sanitária tem a incumbência de realizar vistorias nos estabelecimentos em

geral e também ao atendimento dos 3,08% de denuncias realizadas sobre alimentos,

bebidas, bares, restaurantes, lanchonetes e comércio de alimentos.

Outra atividade é a realização do Curso de Boas Práticas em Fabricação e Manipulação

de Alimentos para o proprietário ou pessoa por ele designada, de microempresas – ME,

empresas de pequeno porte – EPP e Microempreendedor Individual – MEI, sendo este

inteiramente gratuito. O curso é baseado nas normas estabelecidas pela Portaria SMS-

G 2.619/11 e capacitam os participantes nas boas práticas de manipulação, ou seja,

nos requisitos de organização e higiene, necessários para garantir a qualidade e

segurança dos alimentos, além de preparar os participantes para elaborar o manual de

boas práticas e os procedimentos operacionais padronizados;

- Disponibilização de Guias e Manuais atualizados periodicamente à população em

geral por meio do sítio eletrônico da COVISA.

- Realização de fiscalização dos estabelecimentos denunciados, através de inspeções e

notificação dos mesmos que, no caso de irregularidades, estão sujeitos às medidas

administrativas cabíveis, tais como advertência, multa e interdição.

Destaca-se 3,3% de elogios aos profissionais de SMS que se dedicam ao SUS.

A Secretaria Municipal de Saúde vem trabalhando para o aprimoramento da assistência

através de capacitações de seus profissionais, da melhoria das instalações físicas dos

serviços de saúde, fornecimento de equipamentos técnicos e tecnológicos, para a

conquista da qualidade dos serviços públicos de saúde.

São Paulo, 24 de junho de 2019.