relatÓrio | 2018/2019
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RELATÓRIO | 2018/2019
Unidades policiais vinculadas às atribuições do Grupo
de Atuação Especializada em Segurança Pública
(Res. 550/2018 PGJ/MPPR)
Curitiba
2019
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO........................................................................................................................3
1.1 Relação das unidades policiais visitadas....................................................................................6
2. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES NAS UNIDADES POLICIAIS VISITADAS.................................6
1º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA............................................................................................6
2º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA............................................................................................8
3º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA............................................................................................9
4º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA..........................................................................................10
5º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA..........................................................................................12
6º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA..........................................................................................13
7º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA..........................................................................................14
8º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA..........................................................................................16
10º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA........................................................................................18
11º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA........................................................................................19
12º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA........................................................................................21
13º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA........................................................................................22
DELEGACIA DE EXPLOSIVOS, ARMAS E MUNIÇÕES (DEAM)..................................................23
DELEGACIA DE FURTOS E ROUBOS (DFR)...............................................................................24
DELEGACIA DE FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS (DFRV)....................................................25
DELEGACIA DE FURTOS E ROUBOS DE CARGAS (DFRC).......................................................26
DELEGACIA DE ESTELIONATOS (DE).........................................................................................27
DIVISÃO ESTADUAL DE NARCÓTICOS (DENARC)....................................................................28
CENTRO DE OPERAÇÕES POLICIAIS ESPECIAIS (COPE).......................................................29
NÚCLEO DE COMBATE AOS CIBERCIMES (NUCIBER).............................................................30
CENTRAL DE FLAGRANTES........................................................................................................31
3. ALGUMAS CONSTATAÇÕES GLOBAIS..................................................................................33
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1. APRESENTAÇÃO
Desde sua criação em 20181, o Grupo de Atuação Especializada em
Segurança Pública (GAESP) traçou como um de seus Projetos Estratégicos a proposta de
reformulação da atividade de visitas por membros do Ministério Público a unidades
policiais previstas pela Resolução n. 20/2007 do Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP)2.
Nos termos normativamente previstos, coube ao GAESP concentrar
esta atribuição, inicialmente, em 22 (vinte e duas) unidades da Polícia Civil localizadas na
cidade de Curitiba, dentre Distritos Policiais e Delegacias Especializadas. Foi a partir
desta condição, de órgão de coordenação de política pública institucional estadual e de
executor destas visitas, que nossa Equipe passou a idealizar uma proposta distinta de
trabalho, assumindo-as como uma atividade-meio, deixando-as de trata-las como
atividade-fim.
A partir daí, identificou-se que, além de problemas pontuais de uma
unidade em particular, várias das questões refletiam-se em mais de uma unidade,
evidenciando que se estaria diante de deficiências afetas à própria política pública em
curso, não raro relacionadas a históricas limitações orçamentárias. Com efeito, com a
concentração desta atividade, pôde o GAESP analisar os dados empiricamente
levantados, tornando possível uma atuação ministerial planejada e organizada, em prol do
desenvolvimento de atividades desenhadas conforme a realidade constatada, evitando
intervenções díspares e descompassadas.
Em síntese, a partir deste diagnóstico, passa a ser possível adotar
como premissa duas frentes distintas de atuação: i) uma relacionada aos problemas de
natureza individual de uma dada unidade policial; e ii) outra afeta às questões inseridas
num contexto de dificuldade regional ou estadual.
1 Através da Resolução n. 550/2018 da Procuradoria-Geral de Justiça.2 Referimo-nos, aqui, ao Projeto Persecutório 02 de 2018 do GAESP, então intitulado “Efetividade do
Controle Externo da Atividade Policial”, que pode ser consultado na sua íntegra emhttp://www.criminal.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=2091.
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Para que estes dados pudessem ser compilados de forma ordenada,
a partir de 2018, o próprio GAESP traçou um método para as visitas que são realizadas
semestralmente3, compreendendo-as dentro de três momentos distintos: i) pré-visita, ii)
visita e iii) pós-visita.
Cada uma dessas etapas passou a receber uma sequência
coordenada de tarefas, de modo a permitir um controle do fluxo de informações apto a
subsidiar não apenas o momento da visita, mas também os encaminhamentos que
viessem a ser adotados no pós-visita. De fato, em apertada síntese, pode-se dizer que
essas etapas apresentam o seguinte fluxo de atividades:
i) Pré-visita
• Identificação da(s) unidade(s) de segurança pública a ser(em) visitada(s);
elaboração de um prévio calendário de visitas para o semestre;
• Envio de ofício comunicando a data da visita à unidade, acompanhado do
formulário de visitas previsto pela Res. 20/2007 do CNMP para preenchimento;
• Uma semana antes da data agendada para cada visita, verifica-se se houve
resposta e preenchimento do formulário;
• Recebida a resposta, elabora-se uma pré-análise do formulário, organizando um
relatório com os principais itens a serem aferidos com o responsável pela unidade
na data da visita.
ii) Visita
• Na data da visita, identifica-se a autoridade responsável pela unidade,
oportunizando-se o início da visita na sua presença;
• Na hipótese de a autoridade responsável não estar presente, solicita-se o contato a
fim de informar da presença do membro do Ministério Público para a visita;
• Cada visita é dividida em dois momentos: (a) de início, realiza-se uma entrevista
com a autoridade responsável, com o propósito de aferir o histórico da unidade;
problemas estruturais que afetam à unidade; atividades procedimentais da
3 As visitas técnicas de controle externo da atividade policial devem ser realizadas entre os meses de abrile maio e outubro e novembro, conforme previsto na Resolução n. 20/2007 do CNMP.
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unidade, relacionadas à sua atividade-fim; (b) na sequência, efetua-se uma visita
às instalações da unidade, com especial ênfase para a (in)existência de presos e
os bens apreendidos;
• Imediatamente após a visita, elabora-se uma ementa conclusiva, destacando
resumidamente os principais aspectos da unidade visitada, pontos negativos e
positivos e boas práticas identificadas;
• Realiza-se uma posterior conferência dos dados fornecidos pela unidade: (i)
eventualmente, efetua-se um novo contato com a unidade no caso de dúvida ou
inconsistência das informações colhidas; (b) ato contínuo, efetua-se o
preenchimento do formulário eletrônico do CNMP.
iii) Pós-visita
• Sendo identificadas questões emergenciais que demandam pronta intervenção do
Ministério Público (ex.: presos; bens apreendidos, etc.), respeitada a distribuição de
atribuições ministeriais para o caso, adota-se pronta atuação junto à unidade no
âmbito do controle externo da atividade policial ou providencia-se envio de
expediente à instância devida (ex.: outra unidade ministerial, instâncias
administrativas da própria polícia civil, etc.);
• Em relação aos demais dados, passam eles por zelosa análise para fins de
diferenciar as distintas frentes de atuação já referidas, ou seja, aquelas que
reclamam atuação em face de problemas pontuais e aquelas que demandam
atuação regional ou estadual.
Compreendido o fluxo de atuação que vem envolvendo esta unidade
no tocante ao exercício do chamado controle externo da atividade policial, o presente
Relatório, de forma individualizada, apresenta uma compilação dos aspectos identificados
em cada uma das 22 (vinte e duas) unidades da Polícia Civil ao longo dos anos de 2018 e
2019.
Para tal fim, estabeleceu-se que o relato individual de cada unidade
será efetuado centrando-se em três perspectivas: i) estrutural, ii) procedimental e iii)
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apreensões. Em caráter conclusivo, ademais, serão apresentadas algumas constatações
globais verificadas por esta Equipe.
Espera-se que, no seu conjunto, o aqui relatado possa servir de
subsídio para pautar intervenções que, na sua essência, voltem-se ao contínuo
aprimoramento desta vertente da segurança pública estatal.
1.1 Relação das unidades policiais visitadas
2. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES NAS UNIDADES POLICIAIS VISITADAS
1º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
02/04/18 Dr. Gil Rocha Tesseroli
01/10/18 Dr. Cassiano Lourenço Aufiero
09/04/19Dr. Danilo Zarlenga Crispin
02/10/19
Distritos Policiais da Capital Delegacias Especializadas
1º Distrito Policial Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (DEAM)
2º Distrito Policial Delegacia de Furtos e Roubos (DFR)
3º Distrito Policial Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV)
4º Distrito Policial Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas (DFRC)
5º Distrito Policial Delegacia de Estelionatos (DE)
6º Distrito Policial Divisão Estadual de Narcóticos (DENARC)
7º Distrito Policial Centro de Operações Policiais Especiais (COPE)
8º Distrito Policial Núcleo de Combate aos Cibercrimes (NUCIBER)
9º Distrito Policial Central de Flagrantes
10º Distrito Policial
11º Distrito Policial
12º Distrito Policial
13º Distrito Policial
Unidades Policiais visitadas pelo GAESPResolução n. 550/2018-PGJ
2018 e 2019
Estrutural
I. Ao longo de 2018, foram constatados problemas estruturais no prédio, tais como
abandono e ociosidade dos espaços. Em abril de 2019, percebeu-se a
preocupação do Delegado de Polícia Dr. Danilo Zarlenga Crispim em relação a
estrutura física do prédio, e em outubro de 2019, na continuidade de sua gestão, já
haviam sido empreendidas reformas emergenciais;
II. A mudança da Central de Flagrantes do local demostrou claro aspecto positivo
para o funcionamento da unidade;
III. Em que pese a reforma realizada e a retirada da Central de Flagrantes do local, o
espaço ocupado permanece com diversas salas ociosas e com uma estrutura de
carceragem em péssimo estado de conservação, ainda sem uma utilidade clara de
seu destino.
Procedimental
IV. Percebeu-se uma melhora na gestão procedimental da Delegacia a partir de 2019
com a alteração da autoridade policial;
V. Em que pese a aparente melhora procedimental, a unidade permanece sem utilizar
o sistema audiovisual para as oitivas, sob o argumento da necessidade da
presença física do Delegado, o que tem feito como que a maioria das oitivas esteja
sendo realizada mediante termo escrito;
Apreensões
VI. Até onde se pôde perceber, em decorrência da anterior permanência da Central de
Flagrantes no local, a unidade permanece com diversas apreensões antigas,
desorganizadas e desvinculadas de procedimentos policiais, embora tenham sido
efetuadas orientações e estratégias para a regularização.
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2º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. A unidade está localizada em uma propriedade alugada, com estrutura física
residencial, não aparentando se adequar às necessidades funcionais;
II. Desde o início de 2019, com a assunção do Delegado de Polícia Dr. Osmar Antônio
Dechiche notou-se um problema de gestão, aparentando uma sobrecarga da
escrivã de polícia Camila Teruel Santos, agravada pela paralela ociosidade de
alguns servidores, tais como o Superintendente Nelson Bastos, com aparente
anuência por parte da autoridade policial;
Procedimental
III. Durante o período de dois anos, as autoridades policiais apresentaram resistência
à utilização do sistema audiovisual para as oitivas, tendo sido informado durante
todas as visitas a sua não utilização;
IV. Sob o ponto de vista procedimental, a unidade policial aparenta estar subutilizada,
em que pese sua atribuição abranger bairros como Parolin e Prado Velho, com alta
incidência do tráfico de drogas conforme levantamentos efetuados. Neste sentido,
não se verificou atividade de investigação na unidade no decorrer de dois anos de
visitas técnicas;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
10/04/18 Dr. Joaquim A. Figueira
04/10/18 Dr. Gil Rocha Tesseroli
03/04/19Dr. Osmar Antônio Dechiche
10/10/19
Apreensões
V. Em 2018 e em abril de 2019, percebeu-se que a unidade possuía um grande
passivo de bens e drogas apreendidas; em outubro de 2019, notou-se uma
melhora relativa à quantidade e organização das apreensões.
3º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. O prédio ocupado pela unidade policial se encontra em bom estado de
conservação; há, porém, uma aparente subutilização de seu espaço, com diversas
salas desocupadas;
II. A não permanência de presos no local reflete-se como aspecto positivo na rotina
da unidade, haja vista a péssima situação da carceragem instalada;
III. A unidade policial aparenta um bom funcionamento sob a gestão da Delegada de
Polícia Dra. Daniela Corrêa Antunes Andrade;
Procedimental
IV. O sistema audiovisual não é utilizado em todas as oitivas, devido à necessidade da
presença física da autoridade policial, a qual nem sempre é possível;
Apreensões
V. A unidade possui elevada quantidade de apreensões, especialmente em uma
estrutura situada em anexo à unidade, não se percebendo melhora em relação a
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
03/04/18 Dr. Leonardo Bueno Carneiro
02/10/18 Dr. Marcelo Magalhães Pereira
23/04/19Dra. Daniela Corrêa Antunes Andrade
07/10/19
tal ambiente de apreensões. Segundo informado, tratam-se de apreensões antigas,
desorganizadas e aparetemente desprovidas de vinculação procedimental, que
sequer teriam sido “recebidas” pelas gestões passadas quando da transmissão da
titularidade da delegacia de polícia.
4º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. O Delegado de Polícia, Dr. Gutemberg Luz Neves Ribeiro, permanece no 4º Distrito
Policial desde o início das visitas de controle externo pelo GAESP, sendo
perceptíveis as dificuldades decorrentes da ausência de gestão e reflexos na
produtividade e organização da unidade;
II. Reclamação generalizada e recorrente em todas as visitas quanto à falta de
pessoal, buscando justificar a improdutividade da equipe;
III. Utiliza a permanência da realização de escolta de presos como a razão para as
atividades da Delegacia restarem prejudicadas;
Procedimental
IV. Em todas as visitas realizadas, o Delegado demonstrou resistência à
implementação de avanços, sendo o mais recente deles o Inquérito Policial
Eletrônico;
V. Percepção de que os estagiários da Delegacia seriam os responsáveis pelo
andamento das atividades;
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Data da Visita Autoridade Policial
04/04/18
Dr. Gutemberg Luz Neves Ribeiro03/10/18
25/04/19
08/10/19
VI. A articulação com a 2ª Promotoria de Prevenção e Persecução Criminal possibilitou
a realização de reunião do Promotor de Justiça com a equipe, principalmente com
os estagiários da Delegacia, para orientação a respeito da instrução de inquéritos
policiais;
VII. Sob o ponto de vista procedimental, a unidade policial aparenta estar subutilizada,
em que pese sua atribuição abranger bairros populosos. Neste sentido, não se
pôde verificar com clareza a realização de atividades de investigação pela unidade
no decorrer de dois anos de visitas técnicas;
Apreensões
VIII. Durante todas as visitas realizadas ao longo de dois anos, foi constatada a
permanência de apreensões antigas e desorganizadas, principalmente na área
externa da Delegacia, sem qualquer precaução quanto à preservação dos bens.
5º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. Por se tratar de uma das poucas unidades da Polícia Civil com carceragem ativa,
as atividades da Delegacia, por vezes, restam prejudicadas devido à parte da
equipe ser onerada com as atividades da carceragem;
II. A ausência de agente de cadeia ocasiona um revezamento entre as investigadoras
do sexo feminino para atender as necessidades da carceragem, tendo em vista
tratar-se de carceragem destinada às presas do sexo feminino;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
04/04/18
Dr. Geraldo João Celezinski03/10/18
25/04/19
08/10/19
Procedimental
III. Durante todas as visitas realizadas ao longo dos dois anos, a equipe informou a
impossibilidade de realização de investigações devido à falta de pessoal e a
permanência da carceragem no local;
IV. Foi informada a utilização do sistema audiovisual para todas as oitivas realizadas
na Delegacia de Polícia;
Apreensões
V. Ao longo de 2018 e 2019, a partir de estratégia traçada conjuntamente com o
GAESP, foi possível verificar uma melhora relativa às apreensões, em que pese
restar considerável quantidade de drogas pendentes de incineração;
VI. No que tange aos objetos apreendidos, a unidade possui uma quantidade inferior
se comparada aos demais Distritos Policiais.
6º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. O prédio em que está localizada a unidade aparenta a necessidade de reformas,
tendo em vista possuir uma estrutura residencial;
II. Há carceragem desativada na unidade policial;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
11/04/18 Dr. Adriano Admir da Cruz Ribeiro
09/10/18 Dr. Hormínio de Paula Lima Neto
12/04/19Dr. Wallace de Oliveira Brito
14/10/19
Procedimental
III. Foi constatada a aparente subutilização da unidade policial, haja vista a baixa
quantidade de registros de boletins de ocorrência e instauração de inquéritos
policiais, em que pese sua atribuição abranger bairros populosos, tais como
Tarumã e Cajuru;
Apreensões
IV. A unidade possui elevada quantidade de apreensões, tanto em salas no interior da
Delegacia, quanto em uma construção de madeira no exterior da unidade. Em
outubro de 2019, foi constatada uma melhora relativa à quantidade das apreensões
que, porém, ainda carecem de devida organização e vinculação procedimental.
7º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. Nas visitas de abril e outubro de 2018, a unidade, sob a gestão do Delegado de
Polícia Dr. Osmar Antônio Dechiche, aparentava problemas de gestão e
organização, tais como a não utilização do sistema de atividades cartorárias e do
audiovisual, além de problemas relativos às apreensões, em quantidade elevada e
sem vinculação procedimental;
II. Nas visitas de abril e outubro de 2019, além da ausência do Delegado (Dr.
Cassiano Lourenço Aufiero) sem motivo esclarecido, em ambas as ocasiões
identificou-se a persistência de problemas relativos à gestão anterior: i) não
utilização de sistemas; ii) a existência de muitas apreensões desorganizadas; iii)
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Data da Visita Autoridade Policial
12/04/18Dr. Osmar Antônio Dechiche
10/10/18
08/04/19Dr. Cassiano Lourenço Aufiero
15/10/19
impossibilidade de acesso de determinadas salas de apreensões da unidade sob a
alegação da “ausência das chaves” e da pessoa responsável que as possuiria;
III. Na visita de outubro de 2019, graves problemas de gestão restaram evidenciados,
com a ausência de esclarecimentos a respeito de dados básicos da rotina da
unidade, com um manifesto descaso com a própria visita em si;
Procedimental
IV. Não utilização do sistema audiovisual, sob a justificativa da necessidade da
presença física do Delegado de Polícia;
V. Aparente prejuízo das atividades procedimentais devido a postura ausente do
Delegado de Polícia;
Apreensões
VI. Durante a visita de outubro de 2019, diante da ausência do Delegado e de um dos
escrivães, diversas salas de apreensões não foram abertas sob a justificativa da
falta de chaves para o ingresso.
VII.Mesmo nos espaços em que o acesso foi franqueado, entretanto, foi possível
constatar a total falta de organização das apreensões, que permanecem, no
decorrer de dois anos de visitas técnicas pelo GAESP, praticamente em igual e
elevada quantidade, muitas sem vinculação procedimental;
VIII. Numa das salas, foram verificadas drogas apreendidas sem qualquer vinculação
procedimental, tendo sido apresentada como justificativa de que seriam “drogas da
do plantão da Central de Flagrantes”. Em outra sala, armas de fogo foram
localizadas que, segundo informado, assim estariam porque não teria havido tempo
hábil para regularização desde o início da gestão (no início de 2019).
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Algumas fotografias da visita realizada em 15 de outubro de 2019 pelo GAESP no 7º
Distrito Policial de Curitiba:
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8º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. Em outubro de 2018, percebeu-se uma melhora devido à reestruturação física da
unidade policial, desvinculando-a das atividades da Central de Flagrantes,
localizada no mesmo endereço;
II. O espaço utilizado aparenta bom aproveitamento para as necessidades da unidade
policial;
Apreensões
III. Durante a primeira visita realizada, em abril de 2018, havia apreensões sem
vinculação procedimental, tais como armas de fogo e veículos;
IV. Observou-se um aspecto positivo na unidade com a conversão da antiga
carceragem interditada em um depósito de bens; resta pendente a realização de
pedidos de destruição e incineração, tendo sido traçada conjuntamente com esta
Equipe uma estratégia para referida regularização.
9º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
09/04/18Dr. José Vitor Silva Pinhão
05/10/18
02/04/19Dr. Silas Roque dos Santos
11/10/19
Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
16/04/18 Dr. José Sudário da Silva
16/10/18
Dr. José Vitor Silva Pinhão10/04/19
18/10/19
Procedimental
I. Ao longo dos dois anos de visitas realizadas pelo GAESP, observou-se que em
ambas as gestões, do Dr. José Sudário da Silva e do Dr. José Vitor Silva Pinhão,
os despachos da autoridade policial são realizados fisicamente e de forma
manuscrita nos boletins de ocorrência, não restando clara a razão da não utilização
do sistema “BO em análise”;
II. Durante a visita de outubro de 2019, restou identificada a realização de diligências
em investigações preliminares sem registro em sistema;
Apreensões
III. Durante os dois anos de visitas técnicas realizadas, não se observou melhora em
relação às apreensões;
IV. Na visita de abril de 2019, havia uma sala fechada, cuja chave não foi encontrada.
Tem-se ciência de que na sala há diversas máquinas caça-níqueis que, segundo o
Delegado de Polícia Dr. José Vitor Silva Pinhão, teriam sido apreendidas ainda
pela gestão anterior;
V. Na visita de outubro de 2019, houve uma melhora em relação aos entorpecentes
apreendidos, haja vista a inferior quantidade; entretanto, perdura a situação de
apreensões antigas e desvinculadas de procedimentos.
10º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
17/04/18 Dr. Moisés Américo de Souza Neto
17/10/18 Dr. Wallace de Oliveira Brito
11/04/19Dr. Rinaldo Ivanike
24/10/19
Estrutural
I. A unidade policial é localizada em área altamente urbanizada do Sítio Cercado, o
que aparenta demandar uma melhor estruturação da Delegacia de Polícia;
II. Durante a visita de abril de 2019, percebeu-se uma reclamação generalizada
quanto à falta de pessoal, utilizada como justificativa para a improdutividade da
unidade policial;
III. O Delegado de Polícia, Dr. Rinaldo Ivanike, não estava presente em ambas as
visitas realizadas no ano de 2019 pelo GAESP, sem aparente justificativa.
Procedimental
IV. Observou-se a não utilização do sistema audiovisual, ao que parece devido à
necessidade da presença física da autoridade policial;
V. Na visita realizada em abril de 2019, foi informado, pelo escrivão de polícia Ricardo
dos Santos Kienteka, a existência de uma média de 10 inquéritos policiais
instaurados mensalmente;
Apreensões
VI.Durante todas as visitas realizadas pelo GAESP, ao longo dos anos de 2018 e
2019, não foram constatadas melhorias no que tange às apreensões;
VII. Há muitas apreensões antigas no subsolo da Delegacia, local inadequado, além
de referidos objetos restarem sem aparente vinculação procedimental;
VIII. Ainda no subsolo da Delegacia, em uma antiga carceragem desativada, restam
diversos entorpecentes pendentes de incineração;
IX. Durante a visita realizada em outubro de 2019, constatou-se a existência de
veículos apreendidos depositados nas ruas no entorno da unidade policial.
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11º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. Percebeu-se uma melhora na unidade policial com a separação da carceragem
pertencente ao Departamento Penitenciário do Estado do Paraná, gerando a
completa desvinculação das atividades da Polícia Civil;
II. Na visita realizada em abril de 2018, a autoridade policial, Dr. Rinaldo Ivanike,
estava ausente, mesmo comportamento identificado nas visitas realizadas em 2019
no 10º Distrito Policial, unidade que o Delegado se encontrava no período.
Procedimental
III. A partir da nova gestão, assumida em 2019 pelo Delegado de Polícia Dr. Rodrigo
Rederde, foi informada a organização da equipe de investigadores em “duplas de
investigação”, de forma a possibilitar a realização da atividade investigativa, o que
estaria resultando na realização de ao menos uma operação policial por mês.
Trata-se de dado que claramente diferencia a atual gestão da unidade da maior
parte dos demais Distritos Policiais que, até onde se percebe, persiste sem realizar
investigações após a criação da Central de Flagrantes;
Apreensões
IV. Apesar da melhora na unidade policial constatada com as visitas realizadas em
2019, restam diversos bens apreendidos e desvinculados de procedimentos;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
17/04/18Dr. Rinaldo Ivanike
17/10/18
11/04/19Dr. Rodrigo Rederde
24/10/19
V. Em que pese a permanência de apreensões antigas, a recente assunção da equipe
na unidade, somada às atividades investigativas em curso, mostram-se como
aparente justificativa para os déficits identificados.
12º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. Durante as gestões das Delegadas de Polícia, Dra. Patrícia Conceição Nobre Paz
e Dra. Aline Manzatto, percebeu-se a priorização do atendimento à população,
aspecto positivo haja vista a localização do referido Distrito Policial;
II. Há a permanência de carceragem em péssimo estado de conservação;
III. Na visita realizada em outubro de 2018, sob a gestão da Dra. Patrícia Conceição
Nobre Paz, constatou-se a realização de reformas e reestruturação física da
unidade como um aspecto positivo;
IV. Na visita realizada em outubro de 2019, verificou-se que o Delegado de Polícia
Vilson Alves havia recém assumido a gestão da unidade (há 10 dias);
Procedimental
V. Durante as gestões das Delegadas de Polícia, Dra. Patrícia Conceição Nobre Paz
e Dra. Aline Manzatto, foi constatada a utilização do sistema audiovisual para as
oitivas;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
03/04/18Dra. Patrícia Conceição Nobre Paz
08/10/18
23/04/19 Dr. Aline Manzatto
07/10/19 Dr. Vilson Alves
Apreensões
VI. A unidade policial não apresenta problemas com as apreensões, tendo em vista a
constatação de um baixo número de apreensões nas visitas realizadas em 2018 e
em abril de 2019, em que pese restarem alguns bens e entorpecentes antigos sem
vinculação procedimental;
13º DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA
Estrutural
I. Em 2018, foi constatada desorganização na gestão da unidade policial pelo
Delegado de Polícia Dr. Gerson Alves Machado;
II. Em 2019, sob a gestão do Delegado de Polícia Dr. Rodrigo Silva de Souza, a
unidade policial aparentou melhora organizacional substancial;
Procedimental
III. A partir de 2019, com a mudança da autoridade policial responsável pela unidade,
percebeu-se melhora procedimental, inclusive, com a realização de investigações,
o que igualmente figura como dado distinto daquele verificado na maioria dos
Distritos Policiais visitados;
IV. Em 2019, foi informada a realização de todas as oitivas via sistema audiovisual;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
20/04/18Dr. Gerson Alves Machado
15/10/18
24/04/19Dr. Rodrigo Silva de Souza
17/10/19
Apreensões
V. Restam algumas salas com apreensões antigas da gestão anterior, as quais, de
acordo com o Delegado de Polícia atual, serão verificadas em conjunto com a
Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que já teria sido acionada pelo atual gestor da
unidade;
VI. A partir de 2019, as novas apreensões se encontram devidamente organizadas e
vinculadas aos respectivos procedimentos.
DELEGACIA DE EXPLOSIVOS, ARMAS E MUNIÇÕES (DEAM)
Estrutural
I. A unidade policial apresenta boa estrutura física, adaptada para os seus fins,
inclusive, com estrutura de estande de tiros;
Procedimental
I. A atividade da Delegacia é predominantemente administrativa, não restando
aplicáveis os quesitos formulados às demais unidades policiais;
II. O atual gestor relatou estar desenvolvendo projeto para reformular a cobrança de
taxas de polícia administrativa exercidas pela unidade, especialmente em postos
de combustíveis e transportadoras de produtos controlados;
22
Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
19/04/18Dra. Daniela Corrêa Antunes Andrade
23/10/18
16/04/19Dr. Adriano Chohfi
25/10/19
Apreensões
III. Durante as visitas realizadas, constatou-se a permanência de produtos inflamáveis
em local impróprio, acarretando riscos para a unidade e para o local em que se
encontra, na região central de Curitiba, embora tenha havido aparente diminuição
da quantidade.
DELEGACIA DE FURTOS E ROUBOS (DFR)
Estrutural
I. A partir de outubro de 2018, constatou-se melhora da unidade policial com a
interdição da carceragem;
Procedimental
II. Desde o início das visitas técnicas realizadas pelo GAESP, percebeu-se a
realização de investigações pela unidade, inclusive com operações, em que pese o
alto número de boletins de ocorrência registrados;
III. Há a priorização da utilização do sistema audiovisual; entretanto, permanece
realizando oitivas reduzidas a termo tendo em vista a necessidade da presença
física da autoridade policial para a utilização do audiovisual;
23
Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
13/04/18Dr. Matheus Araújo Laiola
08/10/18
09/04/19Dr. Marcelo Magalhães Pereira
02/10/19
Apreensões
IV. Ao longo dos dois anos de visitas técnicas realizadas pelo GAESP, a unidade
policial permanece com grande quantidade de apreensões antigas, inclusive sem
vinculação procedimental;
V. Há veículos no pátio da Delegacia, os quais são deteriorados devido à falta de
manutenção e exposição ao tempo.
DELEGACIA DE FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS (DFRV)
Estrutural
I. Em que pese a unidade policial estar localizada em um imóvel amplo, devido à
permanência de presos na carceragem e veículos no pátio, há falta de espaço;
Procedimental
II. Ao longo dos dois anos de visitas técnicas realizadas pelo GAESP, percebeu-se a
priorização da atividade de investigação na unidade policial, com a realização de
operações policiais;
III. Permanece realizando flagrantes envolvendo veículos, mesmo com a criação da
Central de Flagrantes;
IV. Há a utilização do sistema audiovisual para as oitivas realizadas durantes os
flagrantes;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
18/04/18Dr. Herculano Augusto de Abreu
11/10/18
15/04/19Dr. Eric Tutia Guedes
16/10/19
V. Na visita realizada em outubro de 2019, constou-se um fluxo diferenciado adotado
na unidade policial que chamou atenção da equipe. Segundo informado, através do
sistema “BO em análise” não são realizados os “arquivamentos” via sistema nos
casos em que não há instauração de inquérito, o que estaria mantendo referidos
“BO’s” abertos por prazo indeterminado;
Apreensões
VI. No pátio da unidade policial, há veículos apreendidos sem vinculação
procedimental;
VII.Existência de grande quantidade de veículos e motocicletas apreendidas no pátio
da Delegacia de Polícia.
DELEGACIA DE FURTOS E ROUBOS DE CARGAS (DFRC)
Estrutural
I. Devido à atribuição estadual, há dificuldade no deslocamento da equipe haja vista
a falta de servidores;
Procedimental
II. A unidade trabalha com investigações, inclusive com a realização de operações
policiais decorrentes de tais atividades investigativas;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
16/04/19Dr. Ademair da Cruz Braga Júnior
16/10/18
10/04/19Dr. Cássio André Dias Conceição
18/10/19
Apreensões
III. Durante a visita realizada em outubro de 2019, foi informado que todas as
apreensões que envolvem cargas ou distribuição de bens de consumo, com ou
sem autoria conhecida, são encaminhadas à unidade, acarretando uma grande
quantidade de bens a serem depositados;
IV. Ao longo dos dois anos de visitas técnicas realizadas pelo GAESP, foi constatada
elevada quantidade de bens apreendidos, oriundos de cargas e que poderiam ser
diligenciadas para correta destinação;
V. Durante as visitas realizadas em 2018 e 2019, observou-se a permanência de
caminhões nas ruas no entorno da unidade policial, criando conflitos na localidade,
embora na última visita realizada tal número tenha diminuído.
DELEGACIA DE ESTELIONATOS (DE)
Estrutural
I. Há a permanência da carceragem na unidade policial, tendo sido informado na
visita realizada em outubro de 2019, que a carceragem estaria sendo utilizada
apenas para a passagem de presos decorrentes de operações policiais;
Procedimental
II. Através da 3ª Promotoria de Prevenção e Persecução Criminal de Curitiba
(vinculada aos inquéritos policiais da Delegacia de Estelionatos), foi constatado
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
11/04/18 Dr. Edwald Figueira Ferraz
09/10/18 Dr. Leonardo Bueno Carneiro
12/04/19Dr. Emmanoel Aschidamini David
14/10/19
que estaria existindo a instauração de inquéritos cuja autoria seria conhecida, em
aparente desacordo com a normativa que estabelece as atribuições da unidade;
III. Igualmente por meio da 3ª Promotoria de Prevenção, teria sido constatado o
grande potencial da unidade policial, com investigações envolvendo elevados
valores a título de prejuízos causados;
Apreensões
IV. Durante a visita realizada em outubro de 2019, constatou-se a permanência de
elevada quantidade de bens apreendidos, inclusive, da época em que a Delegacia
de Furtos e Roubos de Cargas funcionava no local, os quais ainda permanecem
sem vinculação procedimental.
DIVISÃO ESTADUAL DE NARCÓTICOS (DENARC)
Estrutural
I. A partir de 2019, constatou-se significativa redução no quadro de investigadores de
polícia, de 47 para 22 investigadores;
II. Há a permanência, por até 15 dias, de presos em uma carceragem adaptada na
sala de imprensa da unidade policial;
Procedimental
III. Durante as visitas realizadas, constou-se a ausência de definição objetiva quanto à
atribuição da unidade policial;
27
Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
19/04/18Dr. Riad Braga Farhat
04/10/18
03/04/19 Dr. Ricardo Teixeira Casanova
10/10/19 Dr. Ítalo Biancardi Neto
IV. Realizam investigações, inclusive com a realização de operações policiais;
Apreensões
V. Durante todas as visitas técnicas realizadas pelo GAESP ao longo de dois anos,
constatou-se a permanência de elevada quantidade de entorpecentes na unidade
policial, indicando a necessidade de aprimoramento do fluxo de incineração, haja
vista as apreensões realizadas pelo DENARC envolverem elevada quantidade de
drogas;
VI. A unidade policial possui muitos veículos em local impróprio, ocasionando sua
deterioração, com a consequente diminuição de seu valor econômico.
CENTRO DE OPERAÇÕES POLICIAIS ESPECIAIS (COPE)
Estrutural
I. O COPE possui diferenciada e adequada estruturação física, haja vista a sua
atividade operacional;
II. Sob o aspecto estrutural, constatou-se prejudicialidade na permanência de
carceragem na unidade policial e, mais precisamente, a inexistência de um célere
fluxo de remoção dos referidos presos;
III. Observa-se aparente aspecto positivo na continuidade da gestão pelo Dr. Rodrigo
Brown de Oliveira;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
12/04/18
Dr. Rodrigo Brown de Oliveira10/10/18
08/04/19
15/10/19
Procedimental
IV. Ao longo dos dois anos de visitas técnicas realizadas pelo GAESP, constatou-se
que a unidade policial presta apoio às operações realizadas pelas demais
Delegacias de Polícia;
V. Durante as visitas realizadas, restou identificado que as atribuições da unidade
policial não restam claras ante a sua diferenciada atuação operacional;
Apreensões
VI. Elevada quantidade de veículos apreendidos no pátio da unidade policial,
acarretando na deterioração dos automóveis, figurando como um dos principais
problemas da unidade;
VII.Foram constatadas algumas drogas e armas de fogo apreendidas na sala da
escrivã de polícia Joana Novak Madureira, que ainda estariam sem o devido
armazenamento.
NÚCLEO DE COMBATE AOS CIBERCIMES (NUCIBER)
Estrutural
I. O local em que era realizado o atendimento à população apresentava precariedade
diante da elevada quantidade de pessoas que procuram a unidade policial, o que
parece ter experimentado sensível melhora com a mudança de endereço da
unidade;
29
Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
19/04/18
Dr. Demetrius Gonzaga de Oliveira23/10/18
16/04/19
25/10/19 Dr. Eduardo Kruger Costa
Procedimental
II. Dados extraídos pelo Núcleo de Análise de Inquéritos Policiais de Curitiba (NAIP)4
informados ao GAESP confirmam um cenário problemático que a própria Equipe já
tinha verificado ao longo das visitas: um fluxo de atribuições desatualizado e
descompassado com a realidade dos meios informáticos existentes nos dias
atuais, o que tem levado a um número elevadíssimo de feitos encaminhados ao
NUCIBER com a consequente impossibilidade investigatória.
III. Os dados enviados referem-se a dificuldades e problemas na atuação do
NUCIBER que podem ser sumariados da seguinte forma5:
a) Elevado número de inquéritos policiais com reiterados pedidos de dilação de prazo
sem apresentação de andamento investigativo por parte do NUCIBER;
b) Elevado número de distribuição de medidas cautelares pelo NUCIBER sem a
devida instauração de inquérito policial;
c) Requerimentos de medidas cautelares pelos NUCIBER ao Poder Judiciário e ao
Ministério Público, cujos crimes investigados já se encontram prescritos;
d) Ausência de realização de diligências tempestivamente, acarretando no
arquivamento após o transcurso do prazo, inviabilizando o prosseguimento das
investigações.
IV. Somadas, as constatações acima acarretaram uma taxa de 69% de arquivamentos
dos inquéritos policiais6.
4 O Núcleo de Análise de Inquéritos Policiais de Curitiba (NAIP) possui atribuição para atuação perante osinquéritos policiais da Comarca de Curitiba instaurados até 31 de dezembro de 2016.
5 Foram analisados pelo NAIP 981 (novecentos e oitenta e um) inquéritos policiais oriundos do NUCIBER.6 Dos 981 (novecentos e oitenta e um) inquéritos policiais analisados pelo NAIP, 682 (seiscentos e oitenta
e dois) foram arquivados.
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CENTRAL DE FLAGRANTES
Estrutural
I. Diante da alta rotatividade de pessoas no local, a unidade aparenta carecer de um
espaço físico mais amplo;
II. Tendo-se conhecimento de estar em curso o projeto de reforma administrativa e
normativa da Instituição, mostra-se necessária a regularização normativa da
unidade;
Procedimental
III. Dentre os vários aspectos positivos que vêm sendo notado desde a criação do
espaço, destacam-se:
a) A realização de todas as oitivas via sistema audiovisual;
b) O fluxo de pronta transferência de presos, identificado a partir da visita do segundo
semestre de 2019, permitindo que o espaço sirva exclusivamente às finalidades
para as quais foi previsto;
c) Designação de autoridade policial responsável pela gestão da unidade, igualmente
verificada a partir da visita do segundo semestre de 2019;
IV. Como aspecto negativo que foi identificado, destacam-se as contínuas
comunicações de que certos expedientes estão sendo encerrados ainda que
pendentes diligências imprescindíveis, o que serve de indicador da necessidade de
uma adaptação no fluxo estabelecido para relatar os inquéritos na Central de
Flagrante;
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Aspectos Gerais
Data da Visita Autoridade Policial
30/04/19 Dr. Silas Roque dos Santos
11/10/19 Dr. Jairo Amodio Estorilio
Apreensões
V. Devido à elevada quantidade de apreensões diárias, em que pese a frequente
realização de incinerações, verificou-se que as drogas restam armazenadas em um
antigo espaço de carceragens que vem sendo utilizado como depósito.
3. ALGUMAS CONSTATAÇÕES GLOBAIS
Sem embargo do quanto individualmente referido, há determinados
aspectos e problemas que, ao que parece, atingem todas as unidades visitadas pelo
GAESP no período mencionado, a saber:
Ausência ou indefinições normativas:
I. Ausência de instrução normativa atualizada e clara com a definição das atribuições
das Delegacias especializadas e da Central de Flagrantes;
II. Ausência de definição normativa quanto à obrigatoriedade, ou não, da utilização do
sistema audiovisual para as oitivas, acarretando no descompasso procedimental
entre as unidades policiais;
III. Ausência de definição normativa quanto à obrigatoriedade, ou não, da utilização do
Sistema “BO em análise”, ocasionando a adoção de procedimentos diversos pelas
unidades policiais;
IV. Ausência de definição normativa quanto às “averiguações preliminares” e sua
forma de registro;
Utilização dos sistemas:
V. Falta de contabilização pelo Sistema “BO em análise” da quantidade de boletins de
ocorrência em que houve o arquivamento preliminar pela autoridade policial;
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VI. Dificuldade na aferição, pela unidade policial, da quantidade real de inquéritos
policiais em tramitação, haja vista o sistema indicar apenas os inquéritos policiais
que se encontram fisicamente na Delegacia de Polícia;
Ausência ou indefinições de fluxos de armazenamento:
VII. Problemas da ausência de um fluxo relacionado ao armazenamento e retirada de
veículos apreendidos dos espaços destas unidades;
VIII. Problemas da ausência de um fluxo relacionado ao armazenamento e retirada de
armas apreendidas dos espaços destas unidades;
IX. Problemas da ausência de um fluxo relacionado ao armazenamento e incineração
de drogas apreendidos dos espaços destas unidades;
Subutilização de determinadas unidades pós instalação da Central de Flagrantes:
X. Em geral, restou evidenciado como a instalação de um novo fluxo relacionado às
prisões em flagrantes e sua centralização, fez com que vários distritos policiais
passassem a atuar quase que exclusivamente na condição de espaços para o
registro de boletins de ocorrência e de termos circunstanciados.
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