relatório vento ec1 e análise comparativa com rsa
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1.1 Aplicação do EC1 no cálculo da Acão do vento sobre estruturas de edifícios
correntes
1.1 Campo de Aplicação
Edifícios e outras obras de engenharia civil com alturas inferiores a 200 m;
Pontes em que nenhum tramo tenha um vão superior a 200m, desde que satisfaçam um
determinado conjunto de critérios relativos à resposta dinâmica.
A Norma não fornece orientações relativamente a diversos aspetos, como sejam:
Vibrações de torção (por exemplo, em edifícios altos com um núcleo central);
Vibrações de tabuleiros de pontes devidas à turbulência transversal do vento;
Ações do vento em pontes suspensas ou de tirantes;
Vibração em que seja necessário considerar outros modos de vibração para além do
fundamental.
1.2 Modelação das Ações do Vento
A ação do vento sobre as construções é representada por um conjunto simplificado de pressões
ou de forças cujos efeitos são equivalentes aos efeitos extremos do vento, tendo em conta a
turbulência atmosférica. Falta texto
1.2.1 Pressão exercida pelo vento em superfícies
A pressão exercida pelo vento nas superfícies exteriores (x) ou interiores (x), deverá ser obtida
pelas seguintes expressões:
w e=c pe xq p(ze)(x )
w i=c pi x qp (zi)(x)
onde:
ze, zi - alturas de referência para a pressão em causa;
cpe, cpi - coeficientes de pressão para as pressões respetivas;
qp- pressão dinâmica de pico.
É importante salientar que a pressão resultante exercida numa parede, numa cobertura ou num
elemento é a diferença entre as pressões que atuam sobre as faces opostas tendo em devida
conta os seus sinais. Uma pressão exercida contra a superfície é considerada positiva, ao passo
que uma sucção, atuando com um sentido que se afasta da superfície, é considerada negativa.
Figura x – Pressão exercida em superfícies [x]
1.2.2 Forças exercidas pelo vento
A força exercida pelo vento, Fw, sobre uma construção ou um seu componente poderá ser
determinada diretamente através da expressão (x):
F w=cs cd × c f × qp(ze)× A ref ( x)
onde:
cscd – coeficiente estrutural
cf - coeficiente de força relativo à construção ou ao elemento de construção;
qp(ze) - pressão dinâmica de pico à altura de referência ze;
Aref - área de referência da construção ou do elemento de construção.
ou por soma vetorial das forças Fw,e, Fw,i e Ffr, calculadas a partir das pressões exteriores e
interiores e as forças de atrito, resultantes do atrito do vento paralelamente às superfícies
exteriores, utilizando as expressões abaixo:
Forças exteriores
Fw ,e=cs cd x❑superfícies we x A ref (x )
Forças interiores
Fw ,i=cscd x❑superf í cies wi x Aref (x )
Forças de atrito
F fr=c fr x qp ( ze ) x A fr(x )
onde:
cscd – coeficiente estrutural
we - pressão exterior na superfície individual à altura ze;
wi - pressão interior na superfície individual à altura zi;
Aref - área de referência da superfície individual;
cfr - coeficiente de atrito;
Afr - área de superfície exterior paralela ao vento.
Nota: Os efeitos do atrito do vento sobre a superfície podem ser ignorados quando a área total
de todas as superfícies paralelas (ou pouco inclinadas) em relação ao vento é igual ou inferior a
4 vezes a área total de todas as superfícies exteriores perpendiculares ao vento (nos lados de
barlavento e de sotavento).
1.3 Velocidade do vento e pressão dinâmica
A velocidade média do vento, vm, deverá ser determinada a partir do valor de referência da
velocidade do vento, vb, o qual depende do regime local de ventos e da variação do vento em
função da altura, determinada a partir da rugosidade do terreno e da orografia. A pressão
dinâmica de pico deve também ser considerada.
A componente flutuante do vento é caracterizada pela intensidade de turbulência.
1.3.1 Valor de referência da velocidade do vento
O valor de referência da velocidade do vento vb deve ser calculado através da expressão (x):
vb=cb ×cseason × vb .0( x)
em que:
vb,0 - valor básico da velocidade de referência do vento;
cdir - coeficiente de direção (valor recomendado =1);
cseason - coeficiente de sazão (valor recomendado =1).
Para efeitos da quantificação do valor básico da velocidade de referência do vento, vb,0,
considera-se o País dividido nas duas zonas seguintes:
Zona A – a generalidade do território, exceto as regiões pertencentes à zona B;
Zona B – os arquipélagos dos Açores e da Madeira e as regiões do continente situadas
numa faixa costeira com 5 km de largura ou a altitudes superiores a 600 m.
O valor de vb,0 a ser considerado para cada uma das zonas do País é o constante do quadro
seguinte:
Quadro x – Valor básico da velocidade de referência do vento []
Zona vb,0 [m/s]
A 27
B 30
1.3.2 Vento médio
A velocidade média do vento a uma altura z acima do solo, vm(z), depende da rugosidade do
terreno, da orografia e do valor de referência da velocidade do vento, vb, e deverá ser
determinada através da seguinte expressão (x):
vm ( z )=cr ( z ) xco ( z ) x vb( x)
onde:
cr(z) - coeficiente de rugosidade;
co(z) - coeficiente de orografia, (considerar igual a 1,0 salvo especificação em contrário).
vb - valor de referência da velocidade do vento
1.3.2.1 Coeficiente de rugosidade
O coeficiente de rugosidade cr(z) tem em conta a variabilidade da velocidade média do vento no
local da construção em resultado:
da altura a nível do solo
da rugosidade do terreno a barlavento da construção, na direção considerada
A expressão (x) para a determinação do coeficiente de rugosidade à altura z é baseia-se num
perfil de velocidades logarítmico:
cr ( z )=k r x ln( zz0
) para zmin≤ z ≤ zmáx ( x )
cr ( z )=cr (zmin) para z≤ zmin( x)
z0 - comprimento de rugosidade
kr - coeficiente de terreno dependente do comprimento de rugosidade z0, calculado através da
seguinte expressão (x):
k r=0,19 x (z0
z0 ,II
)0.07
(x)
z0,II - comprimento de rugosidade para a categoria de terreno II (=0,05 m)
zmin - altura mínima, definida no Quadro x
zmáx - 200m
A determinação da altura mínima, zmin, e do comprimento de rugosidade, z0, deve ter em
consideração as quatro categorias de terreno caracterizadas no Quadro x
Quadro x – Categorias de terreno e respetivos parâmetros (com ilustração) [x]
Nota: Ter em atenção se a construção está situada na proximidade de uma alteração de
rugosidade do terreno, pois o EC1 define um método de cálculo diferente para este tipo de
casos.
1.3.2.2 Coeficiente de orografia
Nos casos em que, devido à orografia (por exemplo, colinas, falésias, etc.), as velocidades do
vento sejam aumentadas em mais de 5 %, os efeitos correspondentes deverão ser considerados
utilizando o coeficiente de orografia co.
Em colinas isoladas ou em cadeia, ou em falésias e escarpas, a velocidade do vento varia em
função da inclinação, na direção do vento, da vertente virada a barlavento, φ=H/Lu; a altura H e
o comprimento Lu.
Figura x – Ilustração do aumento de velocidade do vento devido à orografia [x]
O coeficiente de orografia, co(z)=vm/vmf, tem em conta o aumento da velocidade média do vento
sobre colinas isoladas e escarpas (mas não em regiões onduladas e montanhosas), estando
relacionado com a velocidade do vento na base da colina ou da escarpa. Os efeitos da orografia
deverão ser considerados nas seguintes situações:
para locais (de construção) situados em vertentes viradas a barlavento de colinas:
- quando 0,05<φ≤0,3 e x≤Lu/2 ;
para locais situados em vertentes viradas a sotavento de colinas:
- quando φ<0,3 e x < Ld/2 ;
- quando φ≥0,3 e x<1,6H ;
para locais situados em vertentes viradas a barlavento de falésias e escarpas:
- quando 0,05<φ≤0,3 e |x|≤Lu / 2 ;
para locais situados em vertentes viradas a sotavento de falésias e escarpas:
- quando φ¿0,3 e x < 1,5Le ;
- quando φ≥0,3 e x < 5H.
O coeficiente de orografia é definido por:
co = 1 para φ < 0,05
co = 1+ 2 × s × φ para 0,05 < φ < 0,3
co = 1+ 0,6 × s para φ > 0,3
onde:
s - coeficiente obtido, considerando a relação com o comprimento efetivo da vertente virada a
barlavento, Le;
φ - inclinação, na direção do vento, da vertente virada a barlavento, H/Lu
Le - comprimento efetivo da vertente virada a barlavento
Lu - comprimento real, na direção do vento, da vertente virada a barlavento;
Ld - comprimento real, na direção do vento, da vertente virada a sotavento;
H - altura efetiva do acidente orográfico;
x - distância horizontal entre o local de construção e o topo da vertente;
z - distância vertical medida a partir do nível do solo no local considerado.
Quadro x – Valores do comprimento efectivo Le
Tipo de declive (φ=H/L)
Declive moderado (0,05 < φ <0,3) Declive acentuado (φ > 0,3)
Le=Lu Le=H/0,3
Fig x - Exemplo de obtenção do coeficiente s para falésia e escarpas
1.3.3.3 Construções vizinhas de grande porte e de altura consideravelmente maior
Se uma construção for implantada na proximidade de outra cuja altura seja, pelo menos, o dobro
da altura média das construções vizinhas, poderá então ficar exposta (em função das suas
características) a velocidades do vento acrescidas, para certas direções do vento. Este tipo de
casos deverá ser tomado em consideração.
No caso de um edifício ter uma altura superior ao dobro da altura média have das construções
vizinhas, então, como primeira aproximação, o cálculo de qualquer uma dessas construções
vizinhas poderá basear-se na pressão dinâmica de pico à altura zn (ze = zn) acima do solo
expressões abaixo (x):
x≤ r : z n=0,5 r
r<x<2 r : zn=0,5 x (r−(1−2 hlow
r )( x−r ))(x )
x≥ 2 r : zn=hlow
onde o raio r é o seguinte:
r=hhigh se hhigh ≤ 2x d large
r=2dlarge sehhigh>2 x d large
O aumento das velocidades do vento pode ser ignorado quando hlow é superior a metade da
altura hhigh do edifício mais alto, isto é, zn = hlow.
Figura x – Influencia de um edifício de grande porte sobre duas construções vizinhas (1 e 2) [x]
1.3.3 Turbulência
A intensidade de turbulência à altura z, Iv(z), é definida como o quociente entre o desvio padrão
da turbulência e a velocidade média do vento.
O desvio padrão da turbulência, σv, poderá ser determinado através da seguinte expressão (x):
σ v=k r x vb x kI ( x)
(x)
A intensidade de turbulência à altura z, Iv(z), é então definida pela seguinte expressão (x):
I v (z )=σv
vm ( z )=
k I
c0 ( z ) x ln( zz0
)(x )
onde:
kI - coeficiente de turbulência (valor recomendado= 1,0);
co - coeficiente de orografia
z0 - comprimento de rugosidade
1.3.4 Pressão dinâmica de pico
Deverá ser determinada a pressão dinâmica de pico à altura z, qp(z), a qual resulta da velocidade
média e das flutuações de curta duração da velocidade do vento:
q p ( z )= [1+7x I v ( z ) ] x0,5 x ρ x vm2=ce ( z ) x qb(x)
onde:
ρ - massa volúmica do ar, a qual depende da altitude, da temperatura e da pressão atmosférica
previstas para a região durante a situações de vento intenso;
ce(z) - coeficiente de exposição, calculado pela seguinte expressão (x):
ce (z)=qp(z )/qb(x)
qb pressão dinâmica de referência, calculada pela seguinte expressão (x):
q b=0,5 xρxv b2(x)
2.1 Coeficiente estrutural cscd
3.1 Regras Gerais para a determinação de cscd
Para edifícios de altura inferior a 15 m, o valor de cscd poderá ser considerado igual a 1.
Para elementos de fachada e de cobertura cuja frequência própria seja superior a 5 Hz, o
valor de cscd poderá ser considerado igual a 1.
Para edifícios de estrutura porticada que contenham paredes resistentes e cuja altura
seja inferior a 100 m e a 4 vezes a dimensão do edifício na direção do vento, o valor de
cscd poderá ser considerado igual a 1.
Para chaminés de secções transversais circulares e com uma altura inferior a 60 m e a
6,5 vezes o seu diâmetro, o valor de cscd poderá ser considerado igual a 1.
4.1 Determinação de cscd
O procedimento pormenorizado para o cálculo do coeficiente estrutural cscd é descrito pela
seguinte expressão:
c s cd=1+2 xkpxIv ( zs ) x √R2+B2
1+7 xIv ( zs )
onde:
zs - altura de referência para a determinação do coeficiente estrutural, ver a Figura x..
kp - fator de pico, definido como o quociente entre o valor máximo da parte flutuante da resposta
e o desvio padrão desta;
Iv - intensidade de turbulência;
B2 - coeficiente de resposta quase-estática, que tem em conta a falta de total correlação das
pressões sobre a superfície da construção;
R2 - coeficiente de resposta em ressonância, que tem em conta o efeito da turbulência em
ressonância com o modo de vibração.
Figura x – Determinação da altura de referência para a determinação do coeficiente estrutural
No caso de construções não abrangidas pela Figura x, zs poderá ser considerado igual à altura da
construção, h.
5.1 Coeficientes de pressão para edifícios
6.1 Coeficientes de pressão exterior
Os coeficientes de pressão exterior cpe aplicáveis a edifícios e a partes de edifícios dependem
das dimensões da superfície carregada “A”, sendo esta a área da construção de que resulta a
ação do vento na secção a ser calculada. Os coeficientes de pressão exterior são fornecidos para
superfícies carregadas A de 1 m2 e de 10 m2 nos quadros relativos às configurações de edifícios
adequadas, sendo representados, respetivamente, por cpe,1 (coeficientes locais) e por cpe,10
(coeficientes globais).
Os valores de cpe,1 destinam-se ao cálculo de elementos de pequena dimensão e de ligações com
uma área igual ou inferior a 1 m2, tais como elementos de revestimento e elementos de
cobertura. Os valores de cpe,10 poderão ser utilizados para o cálculo da estrutura resistente global
de edifícios.
Figura x – Determinação do cpe a utilizar de acordo com a área carregada []
7.1 Paredes verticais de edifícios de planta retangular
As alturas de referência ze para as paredes de barlavento em edifícios de planta retangular (ver
na Figura x) dependem da relação h/b e correspondem sempre às alturas superiores das
diferentes partes das paredes. Estas alturas de referência são indicadas na Figura x para os três
casos seguintes:
Um edifício cuja altura h é inferior a b deverá ser considerado como tendo uma única
parte;
No caso de um edifício cuja altura h é superior a b mas inferior a 2b, poderá considerar-
se que o edifício é constituído por duas partes, compreendendo: uma parte inferior que
se prolonga na vertical, a partir do solo, até uma altura igual a b, e uma parte superior
constituída pelo restante;
No caso de um edifício cuja altura h é superior a 2b, poderá considerar-se que o edifício
é constituído por diversas partes, compreendendo: uma parte inferior que se prolonga na
vertical, a partir do solo, até uma altura igual a b; uma parte superior que se estende,
desde o topo, numa altura igual a b; e uma zona intermédia, entre as partes superior e
inferior, que poderá ser dividida em faixas horizontais com uma altura hstrip.
Figura x – Altura de referência ze em função de h e b [x]
Figura x – Zonas em paredes verticais
Os coeficientes de pressão para cada zona são indicados no Quadro x:
Quadro x – Valores recomendados dos coeficientes de pressão exterior para paredes verticais de
edifícios de planta retangular []
8.1 Coberturas em terraço
As coberturas em terraço são definidas como tendo uma inclinação (α) tal que – 5°<α< 5°. A
cobertura deverá ser dividida segundo zonas, conforme é representado na Figura x. A altura de
referência para coberturas em terraço e para coberturas com bordos arredondados ou
amansardados deverá ser considerada igual a h. A altura de referência para coberturas em
terraço com platibandas deverá ser considerada igual a h + hp; ver a Figura x.
Figura x – Zonas em coberturas em terraço []
Os coeficientes de pressão para cada zona são indicados no Quadro x:
Quadro x – Coeficientes de pressão exterior para coberturas em terraço []
9.1 Coberturas de duas vertentes
A cobertura, incluindo os beirados, deverá ser dividida em zonas conforme é
representado na Figura x. A altura de referência ze deverá ser considerada igual a h.
Figura x – Zonas em coberturas de duas vertentes []
Os coeficientes de pressão a utilizar para cada zona são fornecidos no Quadro x
Quadro x – Coeficientes de pressão exterior para coberturas de duas vertentes []
10.1 Coeficientes de pressão interior
O coeficiente de pressão interior, cpi, depende da dimensão e da distribuição das aberturas na
envolvente do edifício. Nos casos em que, em pelo menos duas faces do edifício (fachadas ou
cobertura), a área total das aberturas existentes em cada face é superior a 30 % da área dessa
face, as ações na estrutura não deverão ser calculadas com base nas regras indicadas nesta
secção.
Nota: As aberturas de um edifício incluem aberturas de pequena dimensão, tais como janelas
abertas, ventiladores, chaminés, etc., e também uma permeabilidade secundária devida, por
exemplo, a passagens de ar no contorno de portas, janelas e equipamentos e através da
envolvente do edifício. A permeabilidade secundária situa-se, geralmente, entre 0,01 % e 0,1 %
da área da face.
Segundo o EC1 uma face de um edifício deverá ser considerada como predominante quando a
área das aberturas nessa face é pelo menos o dobro da área das aberturas e de outras vias de
passagem de ar nas faces restantes do edifício considerado.
No caso de um edifício com uma face predominante, a pressão interior deverá ser considerada
igual a uma fração da pressão exterior ao nível das aberturas na face predominante. Para o
efeito, deverão utilizar-se os valores fornecidos pelas expressões abaixo.
Quando a área das aberturas na face predominante é igual ao dobro da área das aberturas nas
faces restantes, utiliza-se a expressão (x):
c pi=0,75 x c pe(x)
Quando a área das aberturas na face predominante é igual a, pelo menos, três vezes a área das
aberturas nas faces restantes,
c pi=0,90 x c pe(x)
em que cpe é o valor do coeficiente de pressão exterior ao nível das aberturas na face
predominante. Quando estas aberturas se localizam em zonas com valores diferentes das
pressões exteriores, deverá utilizar-se um valor médio, ponderado em área, para cpe.
Quando a área das aberturas na face predominante está compreendida entre 2 e 3 vezes a área
das aberturas nas faces restantes, poderá ser efetuada uma interpolação linear para o cálculo de
cpi.
No caso de edifícios sem uma face predominante, o coeficiente de pressão interior cpi deverá ser
determinado através da Figura x, sendo função do quociente entre a altura e a profundidade do
edifício, h/d, e do índice de aberturas μ para cada direção do vento, que deverá ser determinado
através da expressão x.
μ=∑ áreadas aberturasem quecpe é negativou ou−0,0
∑ áreade todas asaberturas(x )
Figura x – Coeficientes de pressão interior no caso de aberturas uniformemente distribuídas []
Nota: Para valores de h/d entre 0,25 e 1,0 poderá efetuar-se uma interpolação linear.
Os coeficientes de pressão interior para chaminés e para silos abertos, assim como para
reservatórios ventilados por aberturas de pequena dimensão são, respetivamente, -0,60 e -0,40.
A altura de referência zi para as pressões interiores deverá ser igual à altura de referência ze para
as pressões exteriores nas faces que, pelas suas aberturas, contribuem para a criação da pressão
interior. No caso de existirem várias aberturas, deverá ser considerado o maior valor de ze para
determinar zi.
11.1 Coeficientes de Atrito
Para paredes e coberturas, deverão ser utilizados os coeficientes de atrito cfr fornecidos no
Quadro x:
Quadro x - Coeficientes de atrito cfr para paredes, platibandas e coberturas []
A área de referência Afr é indicada na Figura x. Deverão ser aplicadas forças de atrito na parte
das superfícies exteriores paralelas ao vento localizada para além duma certa distância dos
bordos ou cantos de barlavento; esta distância é igual ao menor valor de entre 2·b e 4·
Figura x - Área de referência para as forças de atrito []
A altura de referência ze deverá ser considerada igual à altura da construção acima do solo ou
igual à altura do edifício, h.
12.1 Coeficientes de força
13.1 Elementos estruturais de secção retangular
O coeficiente de força cf para elementos estruturais de secção retangular, com o vento incidindo
perpendicularmente a uma face, deverá ser determinado através da expressão (x):
c f =c f , 0 x ψr xψ λ(x )
onde:
cf,0 - coeficiente de força para elementos de secção retangular com arestas vivas e sem livre
escoamento em torno das extremidades;
ψr - coeficiente de redução para secções quadradas com cantos arredondados; o valor de ψr
depende do número de Reynolds;
ψλ - coeficiente de efeitos de extremidade para elementos cujas extremidades sejam livremente
contornadas pelo vento;
Figura x - Coeficiente de força cf,0 para secções retangulares com arestas vivas e sem livre
escoamento em torno das extremidades do elemento
Figura x – Coeficiente de redução ψr para uma secção transversal quadrada com cantos
arredondados
A área de referência Aref para este tipo de elementos estruturais deverá ser determinada
através da expressão x:
A ref =l xb (x)
onde:
l - comprimento do elemento estrutural considerado.
A altura de referência ze é igual à altura máxima, acima do solo, da secção considerada.
Quando for aplicável, o coeficiente de efeitos de extremidade ψλ deverá ser determinado em
função da esbelteza λ, que por sua vez deverá ser definida em função das dimensões da
construção e posição. Para este efeito, os valores de l devem ser determinados de acordo com o
Quadro x.
Quadro x - Esbelteza efetiva []
Figura x - Valores indicativos do coeficiente de efeitos de extremidade ψλ, em função do índice
de cheios ϕ e da esbelteza λ
O índice de cheios ϕ é fornecido pela expressão x:
Fig x – Valores indicativos do coeficiente de efeitos de extremidade ψλ em função do índice de
cheios φ e da esbelteza λ []
O índice de cheios φ é fornecido pela expressão (x):
φ= AAc
(x )
onde:
A - soma das áreas projetadas dos elementos;
Ac - área limitada pelo contorno exterior, Ac = l × b.
Figura x – Definição do índice de cheios ϕ
14.1 Elementos estruturais de secção com arestas vivas
O coeficiente de força cf para elementos estruturais de secção com arestas vivas deverá ser
determinado através da expressão (x):
c f =c f ,0 xψ λ(x )
O valor recomendado para cf,0 é 2,0.
Figura x – Secções estruturais com arestas vivas
As áreas de referência deverão ser consideradas da seguinte forma:
na direção y : Aref,x=l x b
na direção x : Aref,y=l x d
onde:
l - comprimento do elemento estrutural considerado.
Em todos os casos, a altura de referência ze deverá ser considerada igual à altura máxima, acima
do solo, da secção considerada.
15.1 Cilindros de base circular de comprimento finito
O coeficiente de força cf para um cilindro de base circular de comprimento finito deverá ser
obtido através da expressão x:
c f =c f ,0 xψ λ(x )
cf,0 - coeficiente de força para elementos de secção retangular com arestas vivas e sem livre
escoamento em torno das extremidades;
ψλ - coeficiente de efeitos de extremidade para elementos cujas extremidades sejam livremente
contornadas pelo vento;
Figura x – Coeficiente de força cf,0 para cilindros de base circular sem livre escoamento em
torno das extremidades e pare diferentes valores da rugosidade equivalente k/b
Nota: A Figura x baseia-se no número de Reynolds calculado com ν=√ 2 x qp
ρ
No Quadro x são fornecidos valores da rugosidade superficial equivalente k.
Quadro x – Rugosidade superficial equivalente k
A área de referência Aref deverá ser obtida através da expressão x:
A ref =l xb (x)
onde:
l - comprimento do elemento estrutural considerado
16.1 Cilindros de base circular dispostos em linha
No caso de cilindros verticais de base circular dispostos em linha, o coeficiente de força cf,0
depende da relação entre a direção do vento e o eixo do alinhamento assim como da relação
entre o afastamento a e o diâmetro b, conforme é definido no Quadro x. O coeficiente de força
cf para cada cilindro poderá ser obtido através da expressão (x):
c f =c f ,0x ψ λ xκ (x )
onde:
cf,0 - coeficiente de força para elementos de secção retangular com arestas vivas e sem livre
escoamento em torno das extremidades;
ψλ - coeficiente de efeitos de extremidade para elementos cujas extremidades sejam livremente
contornadas pelo vento;
κ - coeficiente fornecido no Quadro x (para a direção mais desfavorável do vento).
Quadro x – Coeficiente κ para cilindros verticais dispostos em linha
17.1 Acão do Vento – Análise comparativa entre o RSA e o Eurocódigo 1
Nesta análise comparativa indicam-se as principais diferenças que se podem observar ao nível
da Acão do vento, entre o Regulamento de Segurança e Ações (RSA) e o Eurocódigo (EC1),
quando aplicáveis à análise e dimensionamento de estruturas de edifícios comuns. Para tal,
procede-se à análise comparativa de diversos parâmetros, colocando-se comentários gerais
sobre cada um deles, para um melhor entendimento sobre a sua abordagem e filosofia.
18.1 Análise Comparativa
19.1 Descrição do Vento
Em termos de zonamento do território nacional e para efeitos da quantificação da ação do vento,
a metodologia prescrita pela EN 1991-1-4 [1] é igual à adotada pelo RSA [2], ou seja,
considera-se o território nacional dividido em duas zonas distintas:
Zona A - a generalidade do território, exceto as regiões pertencentes à zona B;
Zona B - os arquipélagos dos Açores e da Madeira e as regiões do continente situadas
numa faixa costeira com 5 km de largura ou a altitudes superiores a 600 m.
No que diz respeito à velocidade de referência do vento, existem diversas diferenças entre as
premissas adotadas no EC1 e no RSA. A este respeito, refira-se, em primeiro lugar, que os
valores característicos da velocidade do vento na presente Norma correspondem ao quantilho
0,98 da distribuição de probabilidade dos valores máximos anuais (ou seja, trata-se de valores
com uma probabilidade anual de serem excedidos igual a 0,02), ao passo que os valores
característicos adotados no RSA correspondem ao quantilho 0,95 da distribuição de
probabilidade dos valores máximos em períodos de 50 anos.[1]
Para a zona B, o valor básico da velocidade de referência do vento indicado pelo EC (27m/s) é
superior em 11% ao indicado para a zona A (30m/s), procedimento bastante análogo ao definido
pelo RSA, que apresenta um valor superior em 9,5%. Por outro lado, o perfil de velocidades
médias, do tipo logarítmico, correspondente à categoria de terreno II, conforme é definida no
EC, e que assume o papel de categoria de referência, ajusta-se adequadamente a um perfil do
tipo potência – função linear de (z / 10) α – com expoente α = 0,16, a que corresponde uma
rugosidade de terreno inferior às rugosidades indicadas no RSA (α = 0,20 ou 0,28).[3]
O EC1 possibilita uma maior definição no que diz respeito à rugosidade do solo, apresentando
quatro categorias de terreno distintas, enquanto o RSA apenas contempla duas (ver tabelas 2 e
3). Observando as figuras x a) e x b) verifica-se que a rugosidade do tipo I, definida pelo RSA, é
bastante semelhante à categoria IV definida pelo EC, ambas respeitantes a locais situados em
zonas urbanas, onde predominem edifícios de médio e grande porte. Por outro lado, o EC
introduz a categoria I, para zonas costeiras expostas aos ventos de mar, tipologia que o RSA não
considera. Nas mesmas figuras, também poderá observar-se que o EC faz uma subdivisão da
rugosidade do tipo II, tal como preconizada no RSA, em duas categorias distintas,
designadamente, as categorias II e III. [3 guimaraes]
Quadro x – Rugosidade do solo (RSA) [guimaraes]
Quadro x – Categorias de terreno (EC1) [x]
Figura x – Pressão dinâmica (RSA) e pressão de pico (EC1) [3]
Na figura x é possível notar outro aspeto diferenciador entre o RSA e o EC, designadamente, o
EC considera a altura e a categoria de terreno na determinação da componente turbulenta da
velocidade do vento, ou seja, no fator de intensidade de turbulência do vento. Com efeito, as
perturbações provocadas pela existência de obstáculos influem no livre escoamento do ar,
provocando o carácter turbulento do vento, e que revela-se no tempo e no espaço. De acordo
com o RSA, a componente turbulenta apresenta um valor fixo e pré-determinado de 14 m/s.
Para o EC, esse valor, que não se encontra apresentado, depende da altura e da categoria de
terreno (rugosidade do solo). [3]
Figura x - Velocidade do vento com e sem a componente turbulenta (RSA e EC)
20.1 Orografia