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ISSN 0104-7124
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOSCENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
ESTUDO DA CURVA DE GANHO DE PESO COMO PARÂMETRO DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO DE FILHOTES EXPOSTOS PERINATALMENTE
AO FUNGICIDA FENARIMOL
Lia Hanna Martins MORITA Carlos Alberto Ribeiro DINIZ
Vera Lúcia S.S. CASTRO
N° 31
RELATORIO TÉCNICO
DO
DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA
Série B: APLICAÇÕES
ISSN 0104-7124
ESTUDO DA CURVA DE GANHO DE PESO COMO PARÂMETRO DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO DE FILHOTES EXPOSTOS PERINATALMENTE
AO FUNGICIDA FENARIMOL
Lia Hanna Martins MORITA Carlos Alberto Ribeiro DINIZ
Vera Lúcia S.S. CASTRO
N° 31
O Relatório Técnico do Departamento de Estatística é uma publicação sob a responsabilidade do Conselho do Departamento de Estatística - UFSCar.
MARÇO/2004
Estudo de Curva de Ganho de Peso como Parâmetro do
Desenvolvimento Físico de Filhotes Expostos Perinatalmente ao
Fungicida Fenarimol
Lia Hanna Martins MORITA
Carlos Alberto Ribeiro DINIZ
Laboratório de Estatística Aplicada-DEs-UFScar
Vera Lúcia S.S. CASTRO
CNPA-Embrapa-Jaguariúna
RESUMO: Foram realizados estudos sobre o efeito do fenarimol no ganho
médio de peso de filhotes de ratos Wistar expostos perinatalmente ao
fungicida. As técnicas utilizadas para avaliar os efeitos dos fatores (fase de
prenhez das ratas-mães e dose do fungicida) e de suas interações na resposta
foram Modelo de Medidas Repetidas, LSD (Least Squares Difference) e
técnicas de comparações múltiplas
Palavras-Chave: Fenarimol, Experimento com Medidas Repetidas, LSD
1 - Introdução
A contaminação ambiental por agroquímicos causa efeitos negativos aos
recursos naturais e a saude humana, alem de trazer problemas para a
exploração agrícola, fato que leva a preocupação quanto a seu impacto na
saude humana e na qualidade ambiental Esta avaliação é realizada quanto a
saude ambiental, identificando órgãos ou sistemas afetados que podem levar a
enfermidades e desequi li brios e estabelecendo as condições de exposição e
dose ao agroquímico que levam ao dano ou enfermidade. A exposição humana
aos agroquímicos, seja através de exposição ambiental ou ocupacional, pode
ocasionar patologias decorrentes de exposições freqüentes, inclusive em
pequenas doses
Muitos agroquímicos afetam o sistema reprodutivo e os testes
confirmam informações de seus efeitos sobre vários aspectos deste, incluindo
gestação, parto, lactação, desmame, crescimento e desenvolvimento da prole
(Cláudio et al., 1999). Existem também evidências de que a excreção pelo
leite pode alterar o desenvolvi mento pós-natal, de forma tal que algumas
destas alterações possam perdurar até a idade adulta (Vogei e Elagler, 1996).
As avaliações cuidadosas sobre o desenvolvimento animal freqüentemente
incluem, além das observações quanto ao aparecimento de sinais físicos, os
aspectos referentes ao desenvolvimento neurocomportamental (Alder, 1983).
Para ajudar a determinar os riscos através da exposição a substâncias
químicas em humanos a USEPA (U.S. Environmental Protection Agency) vem
requerendo freqüentemente tipos específicos de testes toxicológicos,
usualmente em ratos e camundongos. O conhecimento obtido a partir dos
resultados obtidos nesses testes poderá levar a melhores escolhas na
prevenção do risco à saúde humana e ambiental devido ao uso destes produtos.
Entre as classes de agroquímicos que mais produziriam efeitos a longo
prazo, incluindo o câncer, estão os fungicidas. Esses produtos apresentam
aproximadamente 60% de risco estimado de oncogenêse (NRC, 1987) Os
fungicidas fenarimol são muito utilizados em várias culturas apesar de pouco
se conhecer a respeito de seus efeitos no ambiente e na saude animal Os
agroquímicos podem ocasionar prejuízos ao desenvolvimento embriofetal,
provocando aborto ou deficiências na formação do feto (Nelson. 1991.
Nurminen, 1995); alterações fisiológicas como alterações na modulação do
sistema endocrino de animais silvestres e do ser humano alem de
comportamentais, uma vez que ao nascer os animais não possuem todos os
sistemas fisiologicos maduros (Pohl et al., 1998) Em alguns estudos foi
observado que o transporte placentário de fenarimol ocorre ao redor de 0,1%
da dose administrada, embora a partir do 18° dia da prenhez sua taxa de
concentração seja 1.0. A sua concentração no leite materno alcança
concentrações 3 a 5 vezes daquelas encontradas no plasma materno. Após a
administração de [14C] fenarimol a ratas no quinto dia de lactação aparecem
altas concentrações de radioatividade no hipotalamo dos neonatos que
aumentam rapidamente e decrescem mais Ientamente. Essas altas
concentrações do fungicida coincidem com a época do desenvolvimento do
comportamento sexual, o que inibiria o aumento de receptores estrogênicos
nucleares no cérebro, o que normalmente ocorre no início do período pós-
natal (Hirsch et al., 1987, Vinggaard et al., 2000). Tais observações em
relação ao desenvolvimento ou expressão do sistema reprodutor masculino
enfatizam a importância do estudo prospectivo dos efeitos desse fungicida.
A obtenção de dados de alvos biológicos significativos poderá
contribuir para o aprimoramento dos instrumentos através dos quais os riscos
ao ser humano, devido aos agroquímicos, possam ser minimizados. Os testes,
além de sua aplicação na identificação de efeitos prejudiciais à saúde,
poderão também ter aplicação no monitoramento de populações humanas
expostas a agroquímicos
Os animais envolvidos neste experimento foram ratas fêmeas prenhas,
expostas durante os primeiros 6 dias da prenhez, durante os últimos 6 dias da
prenhez ou os seis primeiros dias da lactação ao fungicida fenarimol por via
subcutânea nas doses de 150 mg/kg ou 300 mg/kg respectivamente.
Posteriormente, os filhotes de suas respectivas ninhadas foram avaliados
quanto ao seu ganho médio de peso, nos seus 23 primeiros dias de vida
Procuramos avaliar as consequências da exposição perinatal dos filhotes ao
fenarimol utilizando uma curva de ganho médio de peso O ganho de peso e
uma medida bastante utilizada, mesmo que grosseira, para avaliar a
toxicidade dos xenobioticos.
2 - Objetivos
2.1 - Objetivos Gerais
Estudar os possíveis efeitos do fungicida fenarimol no desenvolvimento
físico de organismos, mais especificamente no ganho médio de peso de
filhotes de ratos expostos perinatalmente a doses distintas do fungicida, em
períodos distintos de gestação e lactação das ratas-mães.
2.2 - Objetivos Específicos
Avaliar o efeito do fator fase, caracterizado pela administração de
doses do fungicida nas ratas-mães nos períodos: 1-início da prenhez, 2-final
da prenhez e 3-lactação das ratas-mães, no ganho médio de peso dos filhotes.
Avaliar o efeito do fator dose, caracterizado pelos níveis: 1- salina
(0,9% NaCl), 2- solução de fenarimol 150mg e 3-solução de fenarimol 300mg,
no ganho médio de peso dos filhotes.Avaliar o efeito da interação entre os fatores fase, dose e tempo no
ganho médio de peso dos filhotes.
3 - Descrição do experimento
Os animais utilizados foram ratos Wistar, mantidos em condições
padronizadas de luz, umidade e temperatura no biotério do CNPMA, sendo as
matrizes fornecidas pelo Biotério Central da UNICANÍP (Universidade de
Campinas). Os animais foram mantidos em gaiolas de polipropileno com cama
de maravalha autoclavada, com temperatura controlada (22 ± 2 C) e ciclo de
luz claro - escuro 12h/12 horas. Para o acasalamento, cada macho foi
colocado em gaiolas que continham duas fêmeas cada Essas fêmeas toram
previamente examinadas e selecionadas para que estivessem nas tases de
4
proestro/estro e tivessem ciclo estral regular A presença de espermatozóides
no lavado vagina! das ratas foi considerada como indicativa do 1° dia de
prenhez e no 15° dia de prenhez as fêmeas foram separadas em gaiolas
individuais.As fémeas foram expostas durante os primeiros 6 dias da prenhez,
durante os últimos 6 dias da prenhez ou os seis primeiros dias da lactação ao
Fenarimol por via subcutânea nas doses de 150 mg/kg ou 300 mg/kg
respectivamente
Os grupos testados foram:■ConPri: grupo controle de ratas Wistar prenhes tratadas com salina (0,9%
NaCl) durante os 6 primeiros dias de prenhez;
■ FenPri 150. grupo teste de ratas Wistar prenhes tratadas com solução de
fenarimol 150mg fracionadamente durante os 6 primeiros dias de prenhez;
■ FenPri 300: grupo teste de ratas Wistar prenhes tratadas com solução de
fenarimol 300mg fracionadamente durante os 6 primeiros dias de prenhez;
■ ConPrf: grupo controle de ratas Wistar prenhes tratadas com salina (0,9%
NaCl) durante os 6 dias finais de prenhez;■ FenPrf 150: grupo teste de ratas Wistar prenhes tratadas com solução de
fenarimol 150mg fracionadamente durante os 6 dias finais de prenhez;
■ FenPrf 300: grupo teste de ratas Wistar prenhes tratadas com solução de
fenarimol 300mg fracionadamente durante os 6 dias finais de prenhez;
■ ConLac: grupo controle de ratas Wistar prenhes tratadas com salina (0,9%
NaCl) durante os 6 primeiros dias de lactação;■ FenLac 150: grupo teste de ratas Wistar prenhes tratadas com solução de
fenarimol 150mg fracionadamente durante os 6 primeiros dias de lactação;
* FenLac 300: grupo teste de ratas Wistar prenhes tratadas com solução de
fenarimol 300mg fracionadamente durante os 6 primeiros dias de lactação.
Foram usadas 10 fêmeas para cada grupo experimental. Os filhotes
foram avaliados quanto ao seu ganho medio de peso A transmissão do
fungicida das ratas-mães para os filhotes ocorreu via placenta e leite Todos
os filhotes foram pesados do nascimento ao desmame Na medida do peso
corporal médio dos filhotes foram utilizados todos os filhotes de cada ninhada
5
4 - Metodologia Estatística
Foi utilizado o modelo de medidas repetidas no tempo, levando em
conta dois fatores, caracterizados por fase e doseO fator fase caracteriza-se pelos períodos: 1-início da prenhez, 2- final
da prenhez e 3- lactação das ratas mães. O fator dose caracteriza-se pelos
níveis: 1-tratamento com salina (0,9% NaCl), 2- tratamento com solução de
fenarimol 150 mg e 3- tratamento com solução de fenarimol 300 mg. Foram
levantadas 23 medidas em 23 dias consecutivos.
4.1 - Experimentos com medidas repetidas
Experimentos com medidas repetidas envolvem um tratamento ou vários
tratamentos, avaliado em diversos pontos no tempo, os efeitos dos fatores são
fixados e os indivíduos constituem uma amostra aleatória. A tabela 1
apresenta a descrição do experimento com medidas repetidas para este estudo.
6
Tabela 10
Experimento com Medidas Repetidas
F ase Dose Indivíduo Dia 1 ... Dia 231 1 1 Y,,,, Y,,i, Y,,,23
1 1 Y,,ii Y, 111 Y i l l 2 3
1 1 10 Y i o 111 Y i o 111 Y101 123
1 2 1 Y1 1 2 1 Y,,21 Yi 1223
1 2 Yi 121 Y, l 21 Yi 1223
1 2 10 Y 1 o 1 2 1 Y 101 21 Y101223
1 3 1 Y,,3. Y,,31 Yll323
1 3 Yil3i Yü3| Yii323
1 j 10 Y 1 0 1 3 1 Y 10 1 31 Y101323
2 1 1 Y.2.1 Y.211 Y12123
2 1 Yí21 1 Y,211 Yj2123
2 1 10 Yi021 1 Yi02 1 1 Y 1 02 1 23
2 2 1 Y.221 Y 1221 Y12223
2 2 Yj22 1 Y,22l Yi2223
2 2 10 Yi0221 Y102 21 Y102223
2 3 1 Yl231 Y 1231 Y12323
2 3 Y,231 Yi231 Yi2323
2 3 10 Y10231 Y 10231 Y102323
1 1 Y,3,l Y.311 Y.3123
J 1 Yj3i i Y,311 Y,3 i 23
3 1 10 Y10311 Y 10311 Y103123
3 2 1 Y.321 Y.32I Y13223
3 2 Yi 3 2 1 Yí32I Y i3 2 2 3
3 2 10 Y10321 Y10321 Y 1 03223
3 1 Y.331 Y 1331 Y 13323
3 Y ,33 i Y ,331 Y i 3 3 2 3->3 *>3 10 Y10331 Y 1 0331 V 103323
7
4.2 - O Modelo
O modelo de medidas repetidas no tempo, com dois fatores, é dado por:
Y,jki +Pi+aj+ßk+ti +(aß)jk +(a t)ji +(ß t)ki +(aßt)jki +£(ijki)onde
i = 1,. ,,n, j = 1---- p; k = l,...,q; 1=1,...,r;
n é o número de indivíduos em estudo;
q é o número de níveis da dose,
p é o número de períodos da fase;
r é o número de medidas repetidas no tempo;
p é a média global;
p, é o efeito do i-ésimo filhote e p; ~ N (0, a2);
<Xj é o efeito da j-ésima fase e y = 0;j
ßk é o efeito da k-ésima dose e y ßk = 0;
t| é o efeito do 1-ésimo dia e y Z; = 0;z
(aß)jk é o efeito da interação j-ésima Fase x k-ésima Dose,
X («/?),* = 0- Vk e ^(aß)jk = 0, V j;k 7
(a t)ji é o efeito da interação j-ésima Fase x 1-ésimo Dia,
Z^Ãz = 0, V 1 e '£/at)kl = 0, V k;t k
(ß t)ki é o efeito da interação k-ésima Dose x 1-ésimo Dia,
= 0, V I e = 0, V k;/ k
(aßt)jki é o efeito da interação k-ésima fase x j-ésima Dose x 1-ésimo Dia,
EWA; = 0,Vl;^W/( = 0,Vk e ^(aßt)jkl = y
e(ijki) São os erros e £pjki) ~ N (0, o2), Epjki) i.i.d.
Pi e £(,jki) são independentes.
8
Assumimos que as observações Yijki têm variância constante, quaisquer
pares de observações de um mesmo indivíduo têm variância constante,
quaisquer pares de observações de um mesmo indivíduo são independentes e
as observações têm distribuição normal.
4.3 - Análise de Variância
As tabelas 2 e 3 apresentam a análise de variância univariada (ANOVA)
no experimento com medidas repetidas, com dois fatores e medidas repetidas em ambos.
Tabela 2
Análise de Variância
Fonte de Graus de Soma de QuadradoVariação Liberdade Quadrados Médio
indivíduo n-1 SQI QMI
Fase p-1 SQF QMF
Dose q-i SQD QMD
Tempo r-1 SQT QMT
Fase x Dose (p-l).(q-l) SQFD QMFD
Fase x Tempo (p-1). (r-1) SQFT QMFT
Dose x tempo (q-l).(r-l) SQDT QMDT
Fase x Dose x Tempo (p-l).(q-l).(r-l) SQFDT QMFDT
Erro G1 SQE QME
onde
gl=(n-l)+(p-l)+(q-l)+(r-l)+(p-l)(q-l)+(p-l)(r-l)+(q-l)(r-l)+(p-l)(q-l)(r-l);
SQI= p.q.r. -Y )2 ;1
SQF= n.q. r -YJ2 ;J
SQD= n.p.r. £(Êt -Y )2 ;
9
SQT=n p.q. ;-K f ;/
SQFD= n.r V Y ~Y, ~Y, + Y... / ;j *■
SQFT= n.q. £ - K,.. - Ê+Ê;j i
SQDT=np £k 1
SQFDT=n X S “F-+F7 '
sqe=zzzz -y-"-?■*■-y>' +y...>2 >i j k l
QMI=-Q- ; qMF=^2I; QMD-SQ- ;QMT=^ ; QMFD= SQF°p-1
QMFT= SQFT ; QMDT= (p-l)(r-l)
q-i
SQDT(q-l)(r-l)
r-1
; QMFDT=SQFDT
(p -1 )(q -1 )(r -1); QME= SQE
gl
n -1 (P-I)(q-1)
As hipóteses para testar o efeito da fase são dadas por:
Ho todos os oq são iguais a zero versus Ha: nem todos os cq são iguais a zero.
Se Ho é verdadeira, a estatística F*= QML segue a distribuição F[l-a, p-1, gl], QME
Assim, Ho é rejeitada se F > F[l-ct, p-1, gl].
As hipóteses para testar o efeito da dose são dadas por:
Ho: todos os pk são iguais a zero versus Ha: nem todos os pj são iguais a zero.
* OMD T- r i iSe Ho é verdadeira, a estatística F = ------ segue a distribuição F[l-a, q-1,QME
gl]. Assim, Ho é rejeitada se F > F[l-a, q-1, gl].*
As hipóteses para testar o efeito do tempo são dadas por:
Ho: todos os ti são iguais a zero versus Ha: nem todos os ti são iguais a zero.
( lSe Ho é verdadeira, a estatística F*= —----- segue a distribuição F[l-a, r-1, gl],OME
Assim, Ho é rejeitada se F*> F[l-a, r-1, gl],10
As hipóteses para testar o efeito da interação Fase x Dose são dadas
por:Ho: todos os (aP)jk são iguais a zero versus Ha: nem todos os (aP)jk são
QMFDiguais a zero. Se Ho é verdadeira, a estatística F - ~ segue a& QME
distribuição F[l-a, (p-1).(q-1), gl], Assim, Ho é rejeitada se F*> F[l-a, (p-
1) (q-1), gl]
As hipóteses para testar o efeito da interação Fase x Tempo são dadas
por:Ho: todos os (a t)ji são iguais a zero versus Ha: nem todos os (a t)j i são
. . OMFT • -iguais a zero. Se Ho é verdadeira, a estatística F = — segue a distribuiçãoQME
F[l-a, (p-l).(r-l), gl]. Assim, Ho é rejeitada se F*> F[l-a, (p-l).(r-l), gl].
As hipóteses para testar o efeito da interação Dose x Tempo são dadas
por:Ho: todos os (P t)ki são iguais a zero versus Ha: nem todos os (P t)ki são
. QMDTiguais a zero. Se Ho é verdadeira, a estatística F - segue ab OME
distribuição F[l-a, (q-l).(r-l), gl]. Assim, Ho é rejeitada se F*> F[l-a, (q-
l) (r-l), gl].
As hipóteses para testar o efeito da interação Fase x Dose x Tempo são
dadas por:Ho: todos os (aP t)jk] são iguais a zero versus Ha: nem todos os (ap t)jki são
. QMFDTiguais a zero. Se Ho é verdadeira, a estatística F = ~ segue a- OME
distribuição F[l-a, (p-1 ).(q-1 ).(r-1), gl]. Assim, Ho é rejeitada se F*> F[l-a,
(p-1) (q-l).(r-l), gl].
11
5 - Resultados
Na obtenção de verificações gráficas e formais, foram retirados dois
“outliers”:
uma ninhada do grupo de ratas tratadas com salina (0.9 % NaCl) no início da prenhez;
uma ninhada do grupo de ratas tratadas com solução de fenarimol
150 mg no final da prenhez.
Houve um decaimento brusco dos pesos médios dos filhotes dessas
ninhadas, provavelmente causado por outro fator independente do tratamento.
5.1 - Verificações Gráficas
As figuras 1 a 9 apresentam as curvas dos pesos médios dos filhotes,
por ninhada e grupo experimental. A figura 10 apresenta as curvas dos pesos
médios dos filhotes, por grupo experimental.
Figura 1-Tratamento com Salina (0,9% NaCl) no Início da Prenhez
12
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23das
Figura 2-Tratamento com Solução de Fenarimol 150 mg no Inicio da Prenhez
Figura 3-Tratamento com Solução de Fenarimol 300 mg no Inicio da Prenhez
das
Figura 4-Tratamento com Salina (0,9% NaCI) no Final da Prenhez
dias
Figura 5-Tratamento com Solução de Fenarimol 150 mg no Final da Prenhez
Figura 6-Tratamento com Solução de Fenarimol 300 mg no Final da Prenhez
Figura 7-Tratamento com Salina (0,9% NaCI) na Lactação
14
Figura 8-Tratamento com Solução de Fenarimol 150 mg na Lactação
Figura 9-Tratamento com Solução de Fenarimol 300 mg na Lactação
50
45
40
35
o 30 *o25
cz>
20
15
10
5
01 3 5 7 9 11. 13 15 17 19 21 23
dias
» - Início da Prenhez/Salina (0,9% NaCI)
—s—Início da Prenhez/Fenanmol 150 mg
—a—Inicio da Prenhez/Fenanmol 300 mg
■ m— Final da Prenhez/Salina (0,9% NaCI)
——Final da Prenhez/Fenanmol 150 mg
—a—Final da Prenhez/Fenanmol 300 mg
—■—Lactação/Salina (0,9% NaCI)
—* *— Lactação/Fenarimol 150 mg
—♦— Lactação/Fenarimol 300 mg
Figura 10-Curvas dos Pesos Médios
Das curvas dos pesos médios dos filhotes, percebemos claramente que o
fator tempo influencia no ganho médio de peso dos filhotes durante os 23 dias
de observação
Observamos na figura 2 que a administração de solução de fenarimol
150 mg no inicio da prenhez das ratas-mães pode ter causado a variabilidade
entre as curvas dos pesos médios dos filhotes de diferentes ninhadas.
Observamos na figura 9 que, aparentemente, o decaimento do ganho
médio de peso dos filhotes ao longo dos 23 dias de observação ocorreu devido
à administração de solução de fenarimol 300 mg no período de lactação das
ratas-mães
Observamos na figura IO que os tratamentos diferem entre si. Os
maiores ganhos médios de peso dos filhotes ocorreram:
■ nas ninhadas de ratas-mães tratadas com solução fenarimol 300 mg no*
início da prenhez;
■ nas ninhadas de ratas-mães tratadas com salina (0,9 % NaCI) no final da
prenhez;
■ nas ninhadas de ratas-mães tratadas com solução de fenarimol 300 mg no
final da prenhez
16
O menor ganho medio de peso de filhotes ocorreu nas ninhadas das
ratas-màes tratadas com solução de fenarimol 300 mg no periodo de lactação.
5.2 - Verificações Formais
5.2.1 - Análise de Variância
A tabela 3 apresenta os resultados do teste de hipóteses univariado
obtido via software SAS para testar o efeito do tempo, da interação Tempo x
Fase, da interação Dose x Tempo e da interação Fase x Dose x Tempo dentro
dos grupos de tratamento.
Tabela 3
Teste ANOVA para testar efeitos dentro dos grupos de tratamento
Fonte de Variação
G rausde Liberdade
Soma de Quadrados
QuadradoÍVlédio F Valor-p
Tempo 20 13359.63 6667.482 1256.74 <0.0001
Fase x Tempo 40 484.915 12.123 2.29 <0.0001
Dose x Tempo 40 50.733 1.268 0.24 11 88 <0.0001
Fase x Dose x Tempo 80 795.892 9.949
erro 1580 8382.525 5.305
Pela tabela ANOVA acima observamos que o efeito da interação Fase x
Dose x Tempo é significante (p<0 0001), ou seja, a interação dos fatores fase,
dose e tempo influencia na mudança do peso médio dos filhotes. Verificado a
significância da interação Fase x Dose x Tempo, a avaliação dos efeitos das
interações Fase x Tempo e Dose x Tempo é irrelevante.
5.2.2 - Comparações múltiplas
Tendo verificado a significância na interação Fase x Dose x Tempo, o
próximo passo e tentar detectar quais combinações de níveis de tais fatores
determinaram a significância desta interação Para isto, usaremos o método
LSD (Least Squares Difference).
17
Sejam pjkl e gjkf (j#j’) as médias dos pesos de filhotes expostos nas
fases j e j’, respectivamente, mantendo dose fixado no nível k e tempo fixado
no dia 1
Sejam p.jkl e (ijk'1, (k^k’) as médias dos pesos de filhotes expostos a
doses k e k’, respectivamente, mantendo fase fixado no período j e tempo
fixado no dia 1
O método LSD é determinado por.
„ i2 e r^~Hjkl - M-jkl - J • t(a/2, gl) ou P-jkl - M-jk'1 - J ■ t(ex/2, gl)>V P <7 " V 7*7"
onde j,j’ = l,...,p, k,k’ = l,...,q; 1=1,...,r;
E é o erro quadrático médio dos efeitos nos indivíduos;
t(a/2,gl) é o quantil da distribuição t de Student com gl graus de liberdade;
gl é o número de graus de liberdade do Erro;
p é o número de períodos da fase;
q é o número de níveis da dose,
n é o número de ninhadas em cada grupo de tratamento;
r é o número de medidas repetidas.
I 2.EAs médias p.ki e p.; ’kl cuja diferença é menor do que a expressão —:—
V P <7 n
t(a/2, gl) são consideradas estatisticamente similares e cuja diferença é maior
do que a expressão 2.Et(a/2, gl) são consideradas estatisticamente
£<7"
diferentes. O mesmo ocorre para o par de médias pjkl e Pjk’l
A tabela 9 apresenta as diferenças de médias dos pesos médios dos
filhotes expostos perinatalmente a doses distintas de fenarimol. As expressões
dl- d2, d3 - d2, d3 - dl denotam, respectivamente, os valores absolutos das
diferenças de médias:
■ de filhotes expostos ao tratamento com salina (0.9 % NaCl) e filhotes
expostos ao tratamento com solução de fenarimol 150 mg;
■ de filhotes expostos ao tratamento com solução de fenarimol 150 mg e
filhotes expostos ao tratamento com solução de fenarimol 300 mg;18
■ de filhotes expostos ao tratamento com salina (0.9 % NaCl) e filhotes
expostos ao tratamento com solução de fenarimol 300 mg;
Os valores sublinhados são aqueles cujas médias envolvidas não são
estatisticamente similares, ou seja, o valor absoluto da diferença entre as
| 2.Emesmas é maior do que a expressão ——. t(a/2 gi) = 0.67.
V P V"
Tabela 9
Diferenças de Médias
Fase Início da PrenhezFinal daPrenhez Lactação
Dia/Dose dl-d2 d2-d3 dl-d3 dl-d2 d2-d3 dl-d3 dl-d2 d2-d3 dl-d31 0.915 0.435 0.480 0.552 0.487 1.039 0.557 0.292 0.2652 1.027 0.367 0.66 1.124 0.337 1.461 0.201 0.168 0.3693 1.069 0.213 0.856 1.368 0.2 1.568 0.173 0.379 0.5524 1.173 0.225 0.948 1.439 0.047 1.392 0.119 0.648 0.5295 1.426 0.275 1.151 1.513 0.126 1.387 0.151 0.938 0.7876 1.386 0.438 0.948 1.611 0.435 1.176 0.041 1.372 1.3317 1.487 0.076 1.411 2.276 0.89 1.386 0.389 1.796 1.4078 1.912 0.335 1.577 2.066 1.112 0.954 0.292 2.327 2.0359 2.13 1 0.191 1.940 2.125 1.361 0.764 0.285 2.319 2.034
10 2.859 0.017 2.842 2.405 2.031 0.374 0.652 2.843 2.1911 1 2.653 0.85 1.803 2.66 1.949 0.71 1 0.706 3.019 2.31312 3.278 1.004 2.274 2.612 2.16 0.452 0.668 2.902 2.23413 2.435 0.488 2.923 2.838 2.458 0.38 1.322 3.478 2.15614 2.914 0.759 3.673 3.119 2.606 0.513 1.028 3.462 2.43415 3.726 0.175 3.901 3.153 3.33 0.177 1.469 4.292 2.82316 3.479 0.702 4.181 4.449 3.816 0.633 0.861 3.995 3.13417 4.052 0.282 4.334 4.972 4.246 0.726 0.702 4.173 3.47118 4.034 0.554 4.588 4.522 3.957 0.565 0.636 3.655 3.01919 4.111 0.951 5.062 4.141 3.747 0.394 0.432 3.912 3.4820 3.856 1.916 5.772 4.078 3.588 0.49 1.082 4.692 3.6121 3.609 0.806 4.415 4.473 4.52 0.047 1.51 4.751 3.24122 3.5 3.815 7.315 4.721 5.523 0.802 2.177 4.897 2.7223 3.825 3.822 7.647 5.506 6.63 1.124 2.462 6.804 4.342
Observamos na tabela 9 que as médias dos pesos rpédios dos filhotes
tratados com doses distintas de fenarimol são estatisticamente diferentes duas
a duas. Em geral, as médias se distanciam ao longo dos 23 dias de observação,
embora haja diferenças de médias menores do que 0.67.
Dos valores absolutos das diferenças de médias sublinhadas,
observamos que, nas ninhadas das ratas-mães tratadas no início da prenhez,
há um grande distanciamento entre as médias dos pesos dos filhotes expostos 19
ao tratamento com solução de tenarimol 300 mg filhotes expostos ao
tratamento com solução de fenarimol 150 mg,
A tabela 10 apresenta as diferenças de medias dos pesos médios dos
filhotes expostos perinatalmente em fases distintas de gestação e lactação das ratas mães
As expressões Fl- F2, F3 - F2, F3 - F1 denotam, respectivamente, as diferenças de medias dos pesos médios:
■ de lilhotes expostos no início da prenhez e filhotes expostos no final da prenhez das ratas-mães,
■ de filhotes expostos no final da prenhez e filhotes expostos no período de lactação das ratas mães,
■ de filhotes expostos no início da prenhez e filhotes expostos no período de lactação das ratas-mães
Os valores sublinhados são aqueles cujas médias envolvidas não são
estatisticamente similares, ou seja, o valor absoluto da diferença entre as
20
Tabela 10
Diferenças de Medias
NívelSalina
(0.9%NaCl)
Solução deFenari mol
150 mg
Solução de Fenarimol
300 mgDia/Fase F1-F2 F2-F3 F1-F3 F1-F2 F2-F3 F1-F3 F1-F2 F2-F3 FI-F3
1 0.598 0.148 0 45 u 869 0.153 1.02 2 0.921 0.626 0.2952 1.299 0.836 0.463 0 852 0.087 0.765 0.822 0.256 0.5663 1.443 1.05 0.393 0.994 0.145 0.849 0.981 0.034 1.0154 1.598 12 5 1 0.347 1.014 0.307 0.707 0.742 0.3 88 1135 1 88 1 1.447 0.434 1.058 0.217 0.84 1 0.657 0.847 1.5046 1.8 79 1.563 0.3 16 1.118 0.089 1.029 0.246 1.718 1.9637 2.492 2.206 0.286 1.271 0.459 0.812 0.305 2.227 2.5328 2.843 2.107 0.736 1.135 0.25 1 0.884 0.3 12 3.188 2.8769 3 459 2.61 0.849 0.797 0.2 0.997 0.755 3.88 3.12510 3.796 2.722 1.074 1.468 0.335 1.133 0.58 4.539 3.9591 1 3.502 2.712 0.79 1.81 1 0.654 1.15 7 0.988 4.3 14 3.32612 3.106 2.772 0.334 2.784 0.508 2.276 0.38 4.554 4.17413 2.899 3.291 0.392 2.3 74 0.869 1.505 0.404 5.067 5.47114 3.171 3. 186 0.015 2.862 0.961 1.901 1.015 5.107 6.12215 3.473 3.113 0.36 3.406 1.509 1.897 0.251 6.113 6.36416 4 459 3.654 0.805 3.469 1.656 1.813 0.356 6. 155 6.5117 4 65 3.558 1.092 4.3 74 2 1 16 2.258 0 41 6.303 6.71318 4.727 3.79 0.937 3.829 1.368 2.461 0.426 6.244 6.67
19 5.108 3.724 1.3 84 3.144 0.849 2.295 0.3482 6.81 7.15820 5.325 4.145 1.18 2.609 1.015 1.594 0.93 7 7.265 8.20221 5.551 4.817 0.734 2.531 1.166 1.365 1.183 8.105 6.92222 6.303 5.097 1.206 1.918 1.8 0.1 17 0.21 8 619 8.8292 3 6.735 5.593 1.142 2.596 2.375 0.221 0.212 11.059 10.847
Observamos na tabela 10 que as médias dos pesos médios dos filhotes
expostos em fases distintas de gestação e lactação das ratas-mães são
estatisticamente diferentes duas a duas. Em geral, as médias se distanciam ao
longo dos 23 dias de observação, embora haja diferenças de medias menores que 0 67
Dos valores sublinhados, observamos que, nas ninhadas das ratas-
mães tratadas com solução de fenarimol 300 mg,
■ ha um grande distanciamento entre as médias dos pesos dos filhotes
expostos no final da prenhez e filhotes expostos no período de lactação,
■ ha um grande distanciamento entre as medias dos pesos dos filhotes
expostos no início da prenhez e filhotes expostos no período de lactação
O
6 - Conclusão
Na analise dos efeitos do fenarimol no desenvolvimento físico dos
filhotes, observamos que a exposição das ratas-mães ao fungicida interfere no
ganho medio de peso dos mesmos
As curvas dos pesos mostram que dose elevada (300 mg) no período de
lactação causou o decaimento do ganho medio de peso, provavelmente porque
nesta fase a transmissão do fungicida e maior
Verificamos que o efeito da interação entre os fatores fase, dose e
tempo é significante no desenvolvimento físico dos filhotes Entre as
combinações de níveis e períodos que causaram a significância desta
interação, destacam-se diferenças entre as doses no período de lactação.
Provavelmente porque nesta fase a transmissão do fungicida é mais intensa
em relação às outras.
O fato de ter havido diferenças nas fases do grupo controle indica que
ao menos nesse caso não é possível biologicamente comparar as diferenças
relativas a dose, ou seja, por exemplo não podemos comparar os resultados
obtidos com a administração de 150 mg/kg de fenarimol no início e final da
prenhez e lactação A comparação entre os dias (1-23) dentro de cada grupo é
obviamente diferente posto que os filhotes crescem nesse período.
Assim, o fator de comparação mais relevante no caso é a dose dentro de
cada período de observação (150 mg/kg entre controle, prenhez e lactação e
300 mg/kg entre controle, prenhez e lactação), como observamos na tabela 9.
7 - Recomendações
Na avaliação dos pesos médios dos filhotes, foram retirados alguns
outliers Poderiamos verificar também se a variabilidade entre as curvas dos
pesos médios foi causada exclusivamente pela administração de fenarimol. ou
se existem outros fatores externos ao tratamento em estudo que interferem
nesta variação
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