relatorio sustentabilidade vale 2009

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Relatório de Sustentabilidade 2009

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Page 1: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

www.vale.com

Relatório d

e Susten

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ade 2009

Relatório de Sustentabilidade 2009

Page 2: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

InformaçõesCorporativas SEDE MUNDIAL

BRASILAvenida Graça Aranha, 26 20030-900 – Rio de Janeiro RJ – Brasil Tel: 55 21 3814-4477

Para informações sobre os demais escritórios da Vale, acesse www.vale.com

CréditosCoordenação GeralDepartamento de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Apoio EditorialDepartamento de Comunicação Corporativa e Imprensa

Projeto Gráfico e EditorialReport Comunicação

RevisãoAssertiva Produções Editoriais

Apoio Operacional CSC Computer Sciences do Brasil Ltda.

Verificação ExternaErnst & Young

FotografiaAcervo Previ/Marcos Almeida pág. 5;

Arquivo do Consórcio Brasileiro para Produção de Óleo de Palma pág. 103.

Banco de Imagens Vale págs. 8, 13, 19 e 117;

Banco de Imagens Vale Australia págs. 48 e 81;

Banco de Imagens Vale/Cassio Vasconcellos págs. 97, 105 e 108;

Banco de Imagens Vale/Edu Simões págs. 20, 36 e 53;

Banco de Imagens Vale/Eugênio Sávio págs. 46, 69, 84 e 93;

Banco de Imagens Vale/Eny Miranda pág. 47;

Banco de Imagens Vale Inco pág. 94;

Banco de Imagens Vale (Moatize) págs. 70, 72 e 75;

Banco de Imagens Vale - Nitro/João Marcos Rosa pág. 14, 107 e112;

Banco de Imagens Vale/Rosane Bekierman pág. 77;

Banco de Imagens Vale/Vitor Schwama pág. 26;

Editora Globo/Stefano Martini pág. 7;

Eugênio Sávio págs. 24, 33, 39, 51, 56, 59 e 89;

José Armenio de Brito Cruz pág. 44;

Marcelo Shoubia págs. 17, 41, 80, 100 e 113;

Sam Santos pág. 8 (foto Tito Botelho Martins).

Pré-impressão e impressão Burti

Tiragem1.000 exemplares em português 600 exemplares em inglês

Este relatório possui um formulário de avaliação disponível em www.vale.com

Atuamos para construir um legado social, econômico e ambiental nas regiões onde operamos.

Produto impresso em papel certificado FSC.

Capa: Fernando Montarroyos de Araújo, aprendizoperacional, Porto de Tubarão, Vitória – Espírito Santo, Brasil (Fotógrafo: Marcelo Shoubia).

Page 3: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009

Sumário

Perfil 2mensagemdoConselhodeAdministração 4mensagemdoPresidente 6DiretoriaExecutivadaVale 8introduçãoeprocessoderelato 9Estratégiadesustentabilidade 11

operadorSustentável 14Desempenho dos negócios 16Governança corporativa 20Recursos humanos 32Saúde e segurança 46Meio ambiente 52

CatalisadordoDesenvolvimentoLocal 70Desenvolvimento local 72Cadeia de valor 88

AgenteGlobaldeSustentabilidade 94Mudanças climáticas 96Biodiversidade 104Direitos humanos 114

Escopodorelatório(limite) 119Verificaçãoexterna 121NíveldeaplicaçãoGri 124CorrelaçãodepráticasdaValecomPactoGlobaleiCmm 125

ÍndiceremissivoGriecorrelaçãocomPactoGlobaleiCmm 126

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Somos uma empresa global com atuação direcionada ao setor de mineração. Promovemos a pesquisa, a produção e a comercialização de um amplo portfólio de produtos que hoje inclui minério de ferro e pelotas, níquel, cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês, ferroligas, cobalto, metais do grupo da platina e metais preciosos. Nossos negócios incluem, ainda, os segmentos de logística, energia, siderurgia e fertilizantes, que consideramos estratégicos e integrados à mineração.

Nossos produtos e serviços estão presentes em todas as áreas da sociedade moderna, como componentes fundamentais para a garantia da qualidade de vida das pessoas. Três de nossos principais produtos – minério de ferro, carvão e manganês – são insumos essenciais para a fabricação do aço, presente na indústria de base, nos transportes, nas construções e em milhares de itens do nosso dia a dia. O níquel é utilizado na produção de aço inoxidável e também integra equipamentos eletrônicos e médico-hospitalares. O cobre está presente nas redes de telecomunicação e também nos aparelhos de TV e celulares. A bauxita é insumo para a produção de alumínio, material que compõe tanto embalagens como peças de aviões. Já o uso do potássio e da rocha fosfática aumenta a produtividade da agricultura, enquanto o caulim é utilizado nas indústrias de papel, cerâmica e farmacêutica.

PerfilPrezamos a ética nos negócios, o respeito ao meio ambiente e a qualidade de vida nos territórios onde atuamos. Buscamos contribuir para a construção de um legado positivo para as gerações futuras

AmériCAS

1. Brasil – Sede Mundial da Vale

2. Colômbia

3. Chile

4. Argentina

5. Peru

6. Paraguai

7. Canadá

8. Estados Unidos 9. Barbados

EuroPA

10. França

11. Noruega

12. Suíça

13. Reino Unido

áfriCA

14. Angola 15. Zâmbia16. Moçambique

17. Guiné

18. África do Sul 19. República Democrática

do Congo

20. Gabão

áSiA

21. Índia

22. China

23. Mongólia

24. Omã

25. Cazaquistão

26. Japão

27. Coreia do Sul

28. Taiwan

29. Filipinas30. Tailândia31. Cingapura32. Indonésia

oCEANiA

33. Austrália

34. Nova Caledônia

PErfiL mENSAGEmDoCoNSELho

2Relatório de Sustentabilidade Vale20092

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ProCESSoDErELAto EStrAtéGiADESuStENtAbiLiDADEDirEtoriAExECutiVA

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operações

Escritório

Jointventures

Exploraçãomineral

mENSAGEmDoPrESiDENtE

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Nossa missãoTransformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável

Nome Vale

Razão social ValeS.A.

Natureza jurídica Sociedadeporaçõesdecapitalaberto

Papéis negociados nas bolsas de valores

bm&fbovespa:VALE3,VALE5

NySE:VALE,VALE.P

EuronextParis:VALE3,VALE5

Latibex:xVALo,xVALP

Sede mundial riodeJaneiro,brasil

Investimentos socioambientais em 2009 uS$781milhões

Número de empregados (dez. 2009) 140,6mil(empregadospróprios:60,0mileterceiros:80,6mil)

Classificação de investment grade

ratingbaa2pelamoody’sinvestorsService

bbb+pelaStandard&Poor’sratingsServices

bbbpelafitchratings

bbb(high)pelaDominionbondratingService

Reconhecimentos e premiações

PrêmioGrireadersChoiceAwardnacategoriaSociedadeCivilpeloRelatóriodeSustentabilidade2008.AValefoiindicadatambémentreascincomelhoresempresasdomundonascategoriasinvestidoreseVencedorGeral

Empresalatino-americanamaisbemposicionadanoíndicequeavaliaograudetransparênciadasinformaçõessobremudançasclimáticas.mineradoradegrandeportecommenorintensidadedeemissõesdegasesdeefeitoestufaporreceita,deacordocomolevantamentofeitopeloCarbonDisclosureProject(CDP)

Prêmioépoca,comoumadasempresasquemaissedestacaramempolíticasclimáticasem2009

RelatóriodeSustentabilidade2008reconhecidocomoComunicaçãodeProgressoNotável(CoP)peloPactoGlobal

LídermundialentreasmineradorasnorankingdemudançasclimáticasdoGoldmanSachseumadascincoempresasmaissustentáveisdosetordemateriaisbásicospeloRelatórioGS-Sustain

Vencedoradecincoprêmiosnaedição2009doirmagazineAwards,entreelesoGranPrixdemelhorprogramaderelaçõescominvestidoresdobrasil

informaçõescorporativas

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Relatório de Sustentabilidade Vale20094

Page 8: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Mensagem do Conselho de Administração

Em 2009, a Vale deu continuidade à sua estratégia de crescimento, mesmo diante

dos diversos desafios gerados pela crise que atingiu a economia global

Aempresafezosajustesnecessários,mantendooritmodedesenvolvimentodenovosprojetos,cominvestimentototaldeuS$9bilhões.Aomesmotempo,realizouadistribuiçãodeuS$2,75bilhõesemdividendosejurossobreocapitalpróprio.Alémdisso,entre2000e2009,aValefoiaempresademineraçãodiversificadaquemaisgerouvalorparaoacionista.

É importante ressaltar que a crise global não implicou recuo na estratégia de desenvolvimento sustentável da Vale. Pelo contrário, foi uma oportunidade para a empresa reiterar seu compromisso com as diversas partes interessadas, buscando adotar ações que minimizassem o impacto da redução da demanda mineral não só nos aspectos econômico-financeiros, mas também no desempenho socioambiental. Os resultados colhidos ao final do ano, e explicitados ao longo deste relatório, nos permitem vislumbrar o fortalecimento dessa estratégia e a ampliação do nível de investimentos ainda em 2010.

Reafirmamos, ainda, nosso compromisso com o aprimoramento contínuo da governança corporativa, embasada em transparência, equidade e ética. A elaboração e publicação de documentos corporativos globais vem permitindo à Vale fortalecer e disseminar seus valores em todos os países nos quais atua, mantendo a estratégia de crescimento associado à promoção do desenvolvimento sustentável.

Em 2009, conforme planejado, a empresa publicou três novas políticas globais – Desenvolvimento Sustentável, Direitos Humanos e Segurança Empresarial –, que orientam as unidades da Vale a agir dentro do mesmo padrão de compromisso. Além disso, foi instituída a Norma de Responsabilidade em Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que estabelece os processos e os responsáveis pelo registro de ocorrências e fatos relevantes, bem como pelo cumprimento de metas de melhoria nessas áreas cruciais.

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Page 9: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Complementando os instrumentos que orientam o padrão de comportamento ético e transparente da Vale, a empresa lançou, em 2009, o Código de Conduta do Fornecedor, que atende também ao compromisso de incentivar as empresas fornecedoras de serviços e produtos a adotar os mesmos princípios de conduta ética seguidos pela empresa. Esse documento soma-se a outros instrumentos, como o Código de Conduta Ética e o Canal de Denúncias, direcionado ao Conselho de Administração.

A empresa manteve, pelo quarto ano consecutivo, a certificação de controles internos previstos pela Lei Sarbanes-Oxley, demonstrando a consolidação de suas práticas de transparência e governança de acordo com as exigências às empresas de capital aberto com ADRs (American Depositary Receipts) listadas na Bolsa de Nova York.

A publicação deste terceiro relatório de sustentabilidade, elaborado de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), padrão adotado internacionalmente, é outro fato que se soma ao processo de aprimoramento de nossa gestão de desenvolvimento sustentável, dando transparência à nossa forma de atuação, aos desafios e aos resultados obtidos pela gestão da Vale e evidenciando nosso alinhamento com os Princípios para o Investimento Responsável (PRI).

Em nome do Conselho de Administração da Vale e de todos os acionistas, reitero a satisfação com a evolução desse processo e agradeço à Diretoria Executiva, aos empregados e aos parceiros pelos resultados obtidos em 2009 com a certeza de que a Vale manterá o rumo de sua administração, orientada ao desenvolvimento sustentável.

Sérgiorosa Presidente do Conselho de Administração

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Mensagem do Presidente

Em 2009, um ano de grandes desafios, mantivemos o nosso compromisso com o

desenvolvimento sustentável, conforme explicitado em nossa Missão e na nossa

Política de Desenvolvimento Sustentável

reforçamosanossaestratégiadesustentabilidadepormeiodapublicaçãodeimportantesdiretrizesglobaisqueorientamasnossasações,emparticularnossaPolíticadeDesenvolvimentoSustentável,quevisaàconstruçãodeumlegadosocial,econômicoeambientalnasregiõesondeoperamos,compostapelospilaresoperadorSustentável,CatalisadordoDesenvolvimentoLocaleAgenteGlobaldeSustentabilidade.

Avançamos em 2009, norteados por nossa Política de Desenvolvimento Sustentável, em diferentes aspectos relacionados ao pilar Agente Global de Sustentabilidade. Publicamos nossa Política de Direitos Humanos, documento global que orienta as ações de toda a empresa. Criamos o Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, iniciativa voltada para apoiar ações de ONGs (organizações não governamentais) que conciliem a conservação do meio ambiente com a melhoria das condições socioeconômicas das comunidades, focando, inicialmente, no Bioma Amazônico.

Em paralelo, a Vale liderou, em conjunto com organizações da sociedade civil, a elaboração e o lançamento da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, que apresenta compromissos voluntários de 30 grandes empresas brasileiras em relação aos esforços mundiais para redução dos impactos das mudanças climáticas. Participamos, portanto, de forma propositiva no debate para a formação da posição do governo brasileiro na 15ª Conferência das Partes da Convenção--Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), realizada em dezembro de 2009. Assinamos também o The Copenhagen Communiqué, um posicionamento de líderes empresariais globais em prol de um acordo sobre a questão das mudanças climáticas.

No pilar Operador Sustentável, em especial na área econômica, colhemos um importante indicador de nossa sustentabilidade. Diante de um cenário de crise financeira expressiva, marcado pela forte recessão e pela contração da economia global, a Vale demonstrou, na prática, as vantagens competitivas que acumulou por meio de uma gestão consistente ao longo dos anos: carteira de ativos de classe mundial, custos de produção competitivos, saúde e solidez financeira e, mais importante, pessoas qualificadas e motivadas.

Frente à retração da demanda por minerais e metais, em função da redução sem precedente na produção da indústria siderúrgica, tivemos de realizar iniciativas voltadas à redução de custos e ao aumento da eficiência. No entanto, tomamos medidas para manter os talentos internos, entre as quais a recolocação e a requalificação dos nossos funcionários. Fizemos os ajustes necessários para enfrentar a situação imediata, mas realizamos, em 2009, investimentos de US$ 9 bilhões, fundamentais para o nosso crescimento orgânico e para a sustentabilidade econômica no médio e no longo prazos.

Já em 2009 começamos a colher os frutos das decisões tomadas ainda no início da crise global. No segundo semestre do ano, a produção de minério de ferro apresentou crescimento de 21% frente ao primeiro semestre, e registramos novos recordes de

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Page 11: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

produção anual em carvão, bauxita e alumina. Como consequência, a Vale contabilizou, em 2009, um lucro líquido de US$ 5,3 bilhões, realizando uma remuneração total ao acionista de US$ 2,75 bilhões. Em meio a toda a incerteza nos mercados globais, realizamos, em 2009, extensos investimentos socioambientais, totalizando US$ 781 milhões, destinando US$ 580 milhões para ações ambientais e US$ 201 milhões a projetos sociais.

Também continuamos nossos esforços para o incremento em nossa empresa da cultura de saúde e segurança. Apesar da redução nas taxas de acidentes em 2009, infelizmente ainda registramos a perda de nove vidas em ocorrências com empregados e contratados da empresa e três acidentes fatais com prestadores de serviço no setor de transporte nas estradas. Além de realizar uma acurada investigação de cada acidente, buscamos adotar ferramentas mais eficazes na prevenção de acidentes, além de promover essa cultura também em nossa cadeia de valor.

Para o pilar Catalisador do Desenvolvimento Local de nossa Política de Desenvolvimento Sustentável, demos continuidade a iniciativas que reforçam a estratégia de desenvolvimento e qualificação de fornecedores locais por meio do Programa Inove, já em seu segundo ano de atividades, e do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF).

A Fundação Vale deu continuidade à implantação das Estações Conhecimento, cujo objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento integrado e sustentável das comunidades e cujo público prioritário são crianças e adolescentes, devendo beneficiar cerca de 30 mil jovens em núcleos que serão construídos nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Sergipe e Rio de Janeiro, no Brasil.

Lançamos, também, por meio da Fundação Vale, o programa Brasil Vale Ouro, que funciona dentro das Estações Conhecimento. O programa visa selecionar e preparar atletas nas cidades onde atuamos no Brasil e representa o apoio da Vale ao segmento de esportes de alto rendimento.

Buscamos contribuir para reduzir o déficit em saneamento e habitação nas áreas em que atuamos. Em apoio às prefeituras, desenvolvemos projetos executivos de engenharia para apoiar a captação de recursos disponíveis para esses fins nas esferas federal e estadual dos governos. O investimento acumulado da Fundação Vale, em 2009, em projetos de infraestrutura e habitação foi de US$ 11 milhões, resultando na captação de US$ 395 milhões pelos municípios junto ao Governo Federal.

Com a publicação deste terceiro relatório de sustentabilidade da Vale, elaborado de acordo com as diretrizes da Global Reporting

Initiative (GRI), estamos consolidando nossa estratégia de atuação responsável e transparente. Além da melhoria contínua em processos internos, também avançamos na elaboração desta publicação, agregando informações e transparência em relação a nossa forma de atuar.

Essas e outras iniciativas que conjugam geração de valor com a construção de um legado positivo para as futuras gerações estão alinhadas com os princípios do ICMM (Conselho Internacional de Mineração e Metais) e do Pacto Global das Nações Unidas, que reconheceu nosso relatório de sustentabilidade anterior, pelo segundo ano consecutivo, como Publicação de Comunicação de Progresso Notável.

Agradeço a todos que contribuíram para a gestão dos processos e as melhorias de desempenho nos indicadores de sustentabilidade elencados neste relato, contribuindo para a busca da excelência na gestão de nossos negócios, dando transparência às nossas ações perante a sociedade e ajudando a difundir nossas práticas de sustentabilidade nos diversos países em que atuamos.

rogerAgnelli Diretor-presidente

ProCESSoDErELAto EStrAtéGiADESuStENtAbiLiDADEDirEtoriAExECutiVAmENSAGEmDoPrESiDENtE

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Page 12: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Diretoria Executiva da Vale

Roger AgnelliDiretor-presidente

Eduardo de Salles BartolomeoDiretor Executivo de Logística,

Gestão de Projetos e Sustentabilidade

José Carlos MartinsDiretor Executivo de Ferrosos

Carla GrassoDiretora Executiva de Recursos Humanos e

Serviços Corporativos

Fabio de Oliveira BarbosaDiretor Executivo de Finanças e

Relações com Investidores

Tito Botelho MartinsDiretor Executivo de Não Ferrosos

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Page 13: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

DiretrizesGri – Pelo terceiro ano consecutivo, publicamos nosso relatório de sustentabilidade de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), versão G3, incluindo o suplemento setorial de Mineração e Metais.

PactoGlobaleiCmm – Nossa atuação, reportada neste relatório, está alinhada aos princípios do Pacto Global e do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), iniciativas internacionais das quais somos signatários. Os índices apresentados nas páginas 126-128 orientam a localização das informações que respondem aos princípios desses compromissos. O Relatório de Sustentabilidade 2009 também serve como instrumento de comunicação de progresso (COP) do Pacto Global.

Período – Esta edição cobre o período de 2007 a 2009.

Estrutura – A forma de elaboração dos capítulos permite o acompanhamento dos resultados alcançados pela Vale nas nossas três principais linhas de atuação, explicitadas em nossa Política de Desenvolvimento Sustentável: Operador Sustentável, Catalisador de Desenvolvimento Local e Agente Global de Sustentabilidade. Essa estrutura reafirma nosso compromisso de atuar de maneira a conciliar aspectos econômicos, sociais e ambientais.

indicadores – Reportamos 86 indicadores, sendo 49 essenciais, 23 adicionais e 14 do Suplemento Setorial de Mineração e Metais.

formadegestão – Estamos globalizando processos e documentos corporativos, considerando a diversidade de culturas de cada local, assim como as dinâmicas de cada negócio. Entendemos que é um processo complexo de integração, que demanda tempo e capacitação das equipes envolvidas. Sua evolução já gerou documentos corporativos globais (leia mais no capítulo de Governança Corporativa).

NíveldeaplicaçãoGri – O presente relatório atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que estabelece o relato de todos os itens de perfil, de informações sobre a forma de gestão e de indicadores de desempenho essenciais e do Suplemento Setorial de Mineração e Metais, seguindo o princípio de materialidade conforme estabelecido pela Global Reporting Initiative. O acréscimo de indicadores em nosso relatório (51 reportados em 2007 e 73, em 2008) demonstra a nossa evolução no processo de melhoria contínua de gestão em sustentabilidade. Para mais detalhes, confira quadro na página 124.

Limite – Esta publicação apresenta informações de empresas já incluídas no relatório anterior. Os dados da Vale Inco, adquirida em 2006, foram considerados nos resultados a partir de 2007, e os da Vale Australia, adquirida em 2007, a partir de 2008. Para mais detalhes, veja o quadro de limite na página 119.

Verificaçãoexterna – As informações do Relatório de Sustentabilidade 2009 foram verificadas pela empresa de auditoria independente Ernst & Young, conforme declaração na página 121. O escopo da verificação incluiu a aderência à metodologia GRI, a asseguração das informações sobre forma de gestão e desempenho e a declaração do nível de aplicação. Além disso, houve verificação em relação às diretrizes do ICMM, conforme declaração na página 122.

formuláriodeavaliação – Como nos anos anteriores, disponibilizamos o formulário de avaliação do Relatório de Sustentabilidade 2009 em nosso endereço eletrônico: www.vale.com. O objetivo da iniciativa é coletar informações que nos permitam aprimorar a gestão da sustentabilidade e o processo de relato de nosso desempenho, por meio da análise das opiniões de nossas partes interessadas.

Contato – Para mais informações de sustentabilidade, acesse o endereço eletrônico www.vale.com e entre em contato por meio do canal Fale Conosco, na categoria sustentabilidade.

Para ler nosso

relatório

Introdução e processo de relato

Esta publicação tem como objetivo apresentar a evolução

da Vale nas questões de sustentabilidade de forma

objetiva, transparente e de fácil entendimento

ProCESSoDErELAto EStrAtéGiADESuStENtAbiLiDADEDirEtoriAExECutiVAmENSAGEmDoPrESiDENtE

9

Page 14: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

MaterialidadeO Relatório de Sustentabilidade 2009

procura abordar os temas materiais ao longo dos capítulos, de forma a

relacionar nosso desempenho às questões apontadas como relevantes

ostemasforamselecionadosseguindocritériosqueabrangemdesdeimpactoseoportunidadesrelacionadosàValeeaosetordemineraçãoatéarelaçãocomoscompromissosestratégicosdaempresa.osassuntosforamclassificadosnamatrizdeacordocomavisãodaspartesinteressadasearelevânciaparaagestão.

O Relatório de Sustentabilidade 2009 da Vale segue os princípios da Global Reporting Initiative (GRI), sendo que a materialidade orienta as empresas a direcionar sua comunicação pelos temas mais relevantes para o setor de atuação. Para guiar o relato de forma objetiva e transparente, a matriz de materialidade da Vale consolida análises sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais das atividades sobre os públicos com os quais a empresa se relaciona.

As percepções da sociedade foram trazidas pelas principais referências setoriais, como o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), análise de reportagens publicadas na imprensa sobre a Vale e de feedbacks recebidos, via online, do relatório de 2008. Um destaque do processo foi a contratação de uma pesquisa com partes interessadas selecionadas sobre as nossas práticas de sustentabilidade. Realizada de forma independente, os entrevistados foram convidados a opinar sobre a Vale e apontar os temas relevantes para a empresa. Também

foi realizada uma avaliação das informações e indicadores dos principais relatórios de sustentabilidade do setor, com o intuito de contextualizar a empresa no mercado e no cenário externo.

Para a segunda fase do processo, foram estabelecidos critérios de relevância dos temas de acordo com a estratégia de sustentabilidade. Para isso, foram analisados documentos como Política de Desenvolvimento Sustentável, Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono, Política de Direitos Humanos, Código de Conduta Ética, Código de Conduta dos Fornecedores, além de dados do documento Form 20-F.

As percepções de partes interessadas internas e externas receberam o mesmo peso na consolidação, sendo utilizados quatro critérios na classificação dos assuntos quanto à sua relevância: muito alto, alto, médio e baixo. A atribuição de pontuação a esses critérios levou em conta a representatividade das partes interessadas participantes e a estratégia da empresa.

PErfiL mENSAGEmDoCoNSELho

Relatório de Sustentabilidade Vale200910 Relatório de Sustentabilidade Vale200910

Page 15: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

soci

edad

e+

imp

orta

nte

>

+ importante >

Como se pode observar ao lado, o resultado dessa classificação está distribuído em quadrantes, conforme o grau de relevância obtido.

Dez mais

Ao longo do relatório, detalharemos três itens mais significativos associados a emprego e relações de trabalho, minimização de impactos ambientais e desempenho dos negócios, em seus respectivos capítulos.

ProCESSoDErELAto EStrAtéGiADESuStENtAbiLiDADEDirEtoriAExECutiVAmENSAGEmDoPrESiDENtE

emprego e relações de trabalho

Minimização de impactos ambientais

desempenho dos negócios

Ética nos negócios

conservação ambiental

segurança e acidentes de trabalho

legado regional

cadeia de valor

desenvolvimento e qualificação pessoal

comunicação e engajamento

11

Page 16: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

empresa11

Page 17: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Como uma das empresas líderes globais no setor de mineração, buscamos contribuir para a promoção de boas práticas de sustentabilidade

AestratégiadesustentabilidadedaValepreconizaagestãoresponsáveldasquestõeseconômicas,ambientaisesociais,demaneiraintegrada.oobjetivoépropiciarquenossosnegócios,emparticularasoperaçõesdemineração,produzamriquezaslocais,regionaiseglobais,mastambémsuportemaconstruçãodeumlegadopositivoaolongodociclodevidadosnossosempreendimentos.Paraapoiaressagestão,realizamosaçõesempresariaisvoluntáriaseemparceriacomosdiversosníveisdegoverno,instituiçõespúblicas,outrasempresaseasociedadecivil.

O texto integral da Política de Desenvolvimento Sustentável da Vale está disponível em nosso site:

www.vale.com, na seção Sustentabilidade

Em 2009, aprovamos a nossa Política de Desenvolvimento Sustentável, de caráter global, que nos orienta a agir a partir de três eixos.

oPErADorSuStENtáVELOperar com sustentabilidade é atuar com consciência e responsabilidade socioeconômica e ambiental em todo o ciclo de vida das nossas atividades – desde a concepção até a implantação de todos os projetos e em todos os atos posteriores de operação e comercialização, até o eventual encerramento das operações. É criar VAlOR.

CAtALiSADorDoDESENVoLVimENtoLoCALComo catalisador do desenvolvimento lOCAl, queremos ir além da gestão dos impactos de nossas operações e projetos, contribuindo voluntariamente e por meio de parcerias com governo e sociedade para a construção de um legado regional de sustentabilidade.

AGENtEGLobALDESuStENtAbiLiDADEA atuação GlOBAl parte do reconhecimento de que determinados temas globais de sustentabilidade podem afetar nossos negócios e de que a Vale – como uma das empresas líderes globais no setor de mineração – pode contribuir para a promoção internacional de boas práticas de sustentabilidade.

Política de Desenvolvimento

Sustentável

Valor para Stakeholders (partes interessadas)antecipação e Prevenção de Falhaslegislação como base: Melhoria Contínuaorganização e Disciplinarespeito e Ética nos Negócios

licença Socialordenação para o Desenvolvimentocomunicação e Engajamentoalianças Estratégicaslegado Regional

Garantia de Transparêncialiderançaobservação de TendênciasBoas Práticasatuação Local, Visão Globallegado para Gerações Futuras

ProCESSoDErELAtoDirEtoriAExECutiVAmENSAGEmDoPrESiDENtE EStrAtéGiADESuStENtAbiLiDADE

Relatório de Sustentabilidade Vale200912 11

Page 18: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Destaques em 2009

CASE

internamente,continuamosavançandonoaperfeiçoamentodagestãodasustentabilidadeenaimplementaçãodaPolítica.Elaboramosumtreinamentoespecíficoemsustentabilidadequeserádisponibilizadoonlineparaequipesdetodasasáreasdaempresaaolongode2010.Aomesmotempo,evoluímosnacriaçãodedocumentosnormativosglobaisrelacionadosatemascríticosparaanossasustentabilidade.Dentreessesdocumentos,podemosdestacaraPolíticadeDireitoshumanos(leiaotextonaíntegraemwww.vale.com,naseçãoSustentabilidade)eaNormaderesponsabilidadeSaúde,SegurançaemeioAmbiente,que,emtermospráticos,alocaaresponsabilidadepelagestãodessesaspectosacargosespecíficos.

AtuaçãoalémdenossasoperaçõesO Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, instituição sem fins lucrativos criada pela empresa em 2009, tem o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável conciliando a preservação e a conservação do meio ambiente com a melhoria das condições socioeconômicas em países em desenvolvimento.

Concentrando inicialmente recursos já aprovados de US$ 26 milhões para inves-timentos até 2012, o Fundo Vale atua de forma estratégica em questões centrais de sustentabilidade. Sua ação se dá pelo apoio a programas transformadores que busquem soluções para combater o desmatamento e a degradação florestal, além de garantir o desenvolvimento socioeconômico das populações proporcio-nando melhorias na infraestrutura física e institucional.

Por meio de parcerias estabelecidas com ONGs, o Fundo Vale vem trabalhando em projetos direcionados a três principais temas: Monitoramento Estratégico da Amazônia legal; Consolidação e Criação de Áreas Protegidas; e Promoção de Mu-nicípios Verdes.

No âmbito do primeiro tema, o Fundo estabeleceu uma parceria com o Imazon para aprimorar o sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia le-gal. O investimento realizado durante 2009 permitiu incorporar avanços no siste-ma de geoprocessamento das informações, dando maior precisão e agilidade na elaboração dos relatórios que servem de base para a ação fiscalizadora do poder público e de outros setores da sociedade.

A Vale tratou como prioridade, em 2009, as ações voltadas a enfrentar o desafio das mudanças climáticas. Com o lançamento da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas e a ativa participação na COP 15, promovemos a discussão pública sobre o assunto, em parceria com ONGs e outras empresas, para ampliar o engajamento de todos, buscando contribuir para as ações do poder público (mais informações sobre essas iniciativas nas páginas 96 e 97).

Paralelamente, criamos o Fundo Vale de Desenvolvimento Sustentável direcionado a captar recursos financeiros para o desenvolvimento de iniciativas ambientais que tenham reflexos em questões globais de sustentabilidade. Neste primeiro momento, o foco principal é disponibilizar recursos para organizações e projetos voltados a promover a conservação das áreas verdes na região da Amazônia (leia texto sobre o Fundo ao lado).

Por fim, cabe ressaltar que, em um período de grandes desafios, como foi o ano de 2009, a Vale reafirmou seu compromisso de atuar continuamente pela sustentabilidade de suas operações. Continuamos investindo em nossos projetos prioritários nas áreas de promoção social e conservação ambiental. Ao mesmo tempo, mantivemos nossa capacidade de gerar valor econômico para nossos acionistas e demais partes interessadas.

Bras

il

PErfiL mENSAGEmDoCoNSELho

Relatório de Sustentabilidade Vale200912

Page 19: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

No tema de Áreas Protegidas e Biodiversidade, foram iniciados três projetos, no estado do Pará: consolidação das unidades de conservação da Calha Nor-te, consolidação das Reservas Extrativistas da Terra do Meio e implementação e sustentabilidade da Reserva da Biosfera da Marajó (título a ser reconhecido pela Unesco).

Para Municípios Verdes, o foco é promover um modelo de gestão ambiental em cidades da Amazônia. A inspiração do tema veio a partir da lista divulgada anualmente, pelo Ministério do Meio Ambiente, com os municípios que mais desmatam. Dessa lista, foram selecionados alguns casos extremos, como Para-gominas, que estava no topo do ranking, assim como situações intermediárias, como São Félix do Xingu e Novo Progresso, que ainda tinham mais da metade de seu território preservado. Além dos municípios listados, o Fundo Vale selecionou Almeirim, localizado na Calha Norte, que apresentava um índice muito baixo de desmatamento e potencial para se transformar em um modelo de gestão antes que o desmatamento viesse a se tornar um tema crítico.

Inicialmente, as atividades das ONGs parceiras do Fundo Vale concentraram-se em estimular os donos das terras a se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma importante ferramenta para mobilizar os produtores rurais locais no engajamento de combate ao desmatamento.

Os gestores esperam atrair e mobilizar recursos de outras instituições nacionais e internacionais alinhadas com as questões de sustentabilidade. O Fundo Vale é uma ação pioneira da Vale, que permite estender as boas práticas e o desenvolvi-mento sustentável para muito além dos limites de suas operações.

Reafirmamos o nosso compromisso de desenvolver projetos de conservação ambiental.

ProCESSoDErELAto EStrAtéGiADESuStENtAbiLiDADEDirEtoriAExECutiVAmENSAGEmDoPrESiDENtE

Relatório de Sustentabilidade Vale200913 13

Page 20: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

caraJÁs, BrasIl

Operador sustentável

A Floresta Nacional de Carajás é uma das principais áreas de conservação ambiental no Brasil. Nossa operação no estado do Pará está inserida nessa unidade de conservação. Além das ações de proteção da floresta, apoiamos o Projeto de Conservação do Gavião-real, espécie quase ameaçada de extinção.

Criar valor em todo o ciclo de vida de nossas atividades é o nosso principal objetivo. Além de contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades, regiões e países onde operamos, buscamos manter um relacionamento e um diálogo permanente e aberto com os nossos stakeholders.

Relatório de Sustentabilidade Vale200914 Relatório de Sustentabilidade Vale200914

Page 21: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

1515

Page 22: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

deseMpenho dos neGócIos

Desafios superadosSólida gestão financeira

permitiu atravessar a retração da indústria

siderúrgica e preparar a Vale para um novo ciclo

de crescimento

Com agilidade e integração, implantamos iniciativas de resposta à crise com foco na redução de custos e aumento da eficiência. Não cancelamos nenhum investimento e ainda conseguimos identificar novas oportunidades de crescimento. Por isso, apesar da redução nos indicadores de desempenho em relação ao ano anterior, já começamos a colher resultados positivos que fortalecerão nossa capacidade de gerar valor para os acionistas e para a sociedade nos próximos anos. A produção de minério de ferro, no segundo semestre de 2009, totalizou 130,2 Mt1, contra 107,7 Mt nos primeiros seis meses. Esse aumento de 21% no nosso principal produto é um forte indicador do acerto de nossa estratégia. Além disso, alcançamos três novos recordes anuais de produção: carvão (5,4 Mt), bauxita (12,5 Mt) e alumina (5,9 Mt).

A recuperação dos mercados mundiais nos últimos meses do ano, no entanto, não foi

1milhõesdetoneladasmétricas.

suficiente para elevar os indicadores anuais de desempenho econômico-financeiro aos patamares de 2008. A receita operacional bruta, em 2009, foi de US$ 23,9 bilhões2, menor, portanto, que o recorde registrado no ano anterior, de US$ 38,5 bilhões. A geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização, adicionado aos dividendos recebidos de empresas coligadas não consolidadas), saiu do recorde de US$ 19 bilhões, registrado em 2008, para US$ 9,2 bilhões. O lucro líquido foi de US$ 5,3 bilhões, contra US$ 13,2 bilhões em 2008, o que permitiu totalizar uma remuneração aos acionistas de US$ 2,75 bilhões. Mantivemos nossa sólida posição financeira, apoiada em um expressivo caixa, que alcançou US$ 11 bilhões em 31 de dezembro de 2009, disponibilidade de linhas de crédito de médio e longo prazos e endividamento de baixo risco.

2 opadrãocontábilutilizadoéouSGAAP.

oPErADorSuStENtáVEL

Em2009,mesmodiantedeumperíododerecessãoecontraçãodaeconomiaglobal,aValeapresentouumsólidodesempenhooperacionalefinanceiro.Peranteumareduçãosemprecedentenaproduçãodaindústriasiderúrgica,quelevouàquedadademandapornossosprincipaisprodutos,demonstramosmaisumaveznossacapacidadedesuperardesafios,embasadosemnossasvantagenscompetitivas:amplacarteiradeativosdeclassemundial,baixocustodeprodução,saúdefinanceira,disciplinanaalocaçãodecapital,forçadetrabalhodealtaqualidadeeespíritoempreendedor.

Para mais detalhes sobre nosso desempenho e outras informações contábeis, leia o relatório Form 20-F, disponível em www.vale.com.

Produção(uSGAAP)    

Volume de produção em mil toneladas métricas (a menos que informado)

2008 2009

Minério de ferro 293.374 229.338Pelotas 34.252 15.253Minério de manganês 2.383 1.657Ferroligas 475 223Níquel 275 187Cobre 312 198Bauxita 4.403 6.203Alumina 5.028 5.910Alumínio 543 459Carvão metalúrgico 2.808 2.527Carvão térmico 1.286 2.892Potássio 607 717Caulim 1.129 781Cobalto (toneladas métricas) 2.828 1.575

Platina (milhares de onças troy) 166 103

Paládio (milhares de onças troy) 231 152

Ouro (milhares de onças troy) 85 49

Prata (milhares de onças troy) 2.308 1.245

Relatório de Sustentabilidade Vale200916

Page 23: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

                 

  brasilAméricadoSul,excetobrasil

Canadá

Américado

Norte,excetoCanadá

Australásia Europa áfrica total

Valoreconômicodiretogerado

a) Receitas* 19.726 0 2.997 38 1.415 184 0 24.360

Valoreconômicodistribuídob) Custos operacionais 10.186 15 2.699 46 1.317 219 15 14.497

c) Salários e benefícios de empregados

1.534 0 709 11 314 70 0 2.638

d) Pagamentos para provedores de capital 2.745 0 0 1.537 0 0 0 4.282

e) Pagamentos ao governo 1.664 0 74   69 152 0 1.959

f ) Investimentos na comunidade 154 0 37 0 9 0 1 201

total 16.283 15 3.519 1.594 1.709 441 16 23.577

ValoreconômicoacumuladoValor econômico gerado menos valor econômico distribuído

3.443 -15 -522 -1.556 -294 -257 -16 783

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

* O padrão contábil utilizado é o USGAAP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia GRI: além da receita operacional bruta, o item a) Receitas, apresentado acima, inclui os resultados financeiros e os provenientes de venda de ativos.

Valoreconômicogeradoedistribuído(emuS$milhões)–receitacombasenaorigemdoproduto

Apesar da crise econômica, demonstramos, mais uma vez, nossa capacidade de superar desafios.

receitaporproduto(US$ 24 bilhões)

miNérioDEfErroEPELotASNÍquELmANGANêSEfErroLiGASCobrEALumÍNioLoGÍStiCACArVãooutroS

59%2%

5%

5%

9%

14%

2% 4%

receitapordestino(US$ 24 bilhões)

brASiLrEStoDomuNDoAmériCASSEmbrASiLChiNAáSiASEmChiNAEuroPA

38%

19%

17% 2%15%9%

GOVERNANçA CORPORATIVA

17

Page 24: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

iNVEStimENtoS

Em 2009, nosso volume de investimento, excluindo aquisições, alcançou US$ 9 bilhões, o que significa que mantivemos todas as ações aprovadas em nosso orçamento. Desse total, US$ 5,8 bilhões foram alocados em desenvolvimento de projetos, US$ 1,01 bilhão, em pesquisa e desenvolvimento e US$ 2,15 bilhões, na manutenção das operações existentes.

Dentre as implementações voltadas ao crescimento orgânico da Vale (desenvolvimento de projetos; pesquisa e desenvolvimento), destacamos o projeto Corredor Sudeste, concluído em 2009, com a expansão da Ferrovia Vitória a Minas (EFVM) e do Porto de Tubarão. Cabe ressaltar, ainda, a continuidade de nossos compromissos corporativos, por meio de investimentos em responsabilidade social de US$ 781 milhões, sendo US$ 580 milhões destinados à proteção ambiental e US$ 201 milhões a projetos sociais (leia mais sobre nossos investimentos ambientais na página 54 e sobre investimentos sociais na página 79).

Nos últimos cinco anos, atuando com base numa visão de longo prazo, a Vale investiu US$ 59,5 bilhões, criando novas oportunidades de geração de valor e ampliação de nossa liderança nos mercados mundiais de minérios e metais. Em 2010, de acordo com o orçamento já aprovado pelo Conselho de Administração, planejamos investir US$ 12,9 bilhões, dando continuidade às melhorias nas operações existentes e ao crescimento por meio da execução de projetos e ações de pesquisa e desenvolvimento.

iNCENtiVofiSCAL

A Vale e algumas companhias relacionadas no Brasil possuem incentivo fiscal de redução parcial do imposto de renda devido, pelo valor equivalente à parcela atribuída pela legislação fiscal às operações nas regiões Norte e Nordeste com minério de ferro, ferrovia, manganês, cobre, bauxita, alumina, alumínio, caulim e potássio. O incentivo é calculado com base no lucro fiscal da atividade (chamado lucro da exploração), leva em conta a alocação do lucro operacional pelos níveis da produção incentivada durante os períodos definidos como beneficiados para cada produto e, no geral, expiram até 2018. Parte das operações com ferrovia e ferro na região Norte foi reconhecida como incentivada por 10 anos a partir de 2009. Um montante igual ao obtido com a economia fiscal deve ser apropriado em uma conta de reserva de lucros, no patrimônio líquido, e não pode ser distribuído como dividendos aos acionistas.

As empresas no Brasil desenvolvem programas incentivados em áreas como cultural, esportiva, amparo à infância, entre outras, que permitem abater parte do imposto de renda devido a título de incentivo, observados os limites fiscais de cada programa. O total de incentivos fiscais em 2009 foi de US$ 148 milhões.

investimentosportipo(US$ bilhões)

2008 2009 2010

10% 11%

10%26%24%

23%

64% 65%

67%

10,29

12,9

mANutENçãoDASoPErAçõESExiStENtESPESquiSAEDESENVoLVimENto(P&D)ExECuçãoDEProJEtoS

Relatório de Sustentabilidade Vale200918

Page 25: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

SoLiDEzfiNANCEirA

A Vale mantém uma posição financeira saudável, apoiada em nossa capacidade de geração de caixa, liquidez e disponibilidade de linhas de crédito de médio e longo prazos, além de um portfólio de dívida de baixo risco – com baixo custo, alta cobertura de juros e longo prazo de vencimento.

Em 31 de dezembro de 2009, nossa dívida total era de US$ 22,9 bilhões, com prazo médio de 9,17 anos e custo médio de 5,3% ao ano. A amortização da dívida prevista para 2010 é de US$ 2,7 bilhões. Nossa dívida líquida, ao final de 2009, era de US$ 11,8 bilhões. Nossa posição de caixa totalizou US$ 11 bilhões, incluindo US$ 3,7 bilhões em investimentos em ativos de renda fixa de baixo risco, com vencimento variando entre 91 e 360 dias.

A despeito da crise internacional, mantivemos nosso investment grade nas principais agências de risco em 2009, conforme explicitado no quadro Informações corporativas. Da mesma forma, o Brasil, onde a Vale possui grande parte da sua operação, manteve-se avaliado como nível de investment grade.

mErCADoDECAPitAiS

Nos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, a Vale foi a empresa de mineração diversificada que mais gerou valor para o acionista, com retorno total (TSR, na sigla em inglês de Total Shareholder Return) de 33,2%, em média, por ano, desempenho que se repetiu também nos últimos cinco anos, entre 2005 e 2009, com TSR médio de 35,3%.

Após a queda de preços generalizada das ações no segundo semestre de 2008, acompanhando o comportamento dos mercados internacionais devido à crise financeira, houve forte valorização em 2009. O preço de nossos ADRs representativos das ações ordinárias se elevou em 139,1% durante o ano. Como consequência, o valor de mercado da Vale passou de US$ 61,9 bilhões, em 31 de dezembro de 2008, para US$ 146,9 bilhões, ao final de 2009.

Com isso, retomamos uma tendência de longo prazo de alta de preços de nossas ações, que começou no início dos anos 90 e se acelerou significativamente nos últimos dez anos. Essa trajetória positiva é consequência da definição de um modelo de governança corporativa transparente, de uma estratégia de longo prazo, da realização de consideráveis investimentos lastreados na disciplina na alocação do capital e dos efeitos do ciclo de minérios e metais. A recessão global interrompeu temporariamente essa tendência, já retomada em 2009.

Nos últimos cinco anos, a Vale distribuiu aos seus acionistas, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio, o valor de US$ 10,075 bilhões, sendo US$ 2,75 bilhões apenas em 2009.

Pesquisamineral

Atualmente,estamosdesenvolvendoumextensoprogramadepesquisamineral,queincluiempreendimentosem21países.Nossasprospecçõesabrangemprincipalmentecobre,minériodemanganês,minériodeferro,níquel,bauxita,fosfato,potássio,carvão,urânio,diamanteemetaisdogrupodaplatina.Atuamoscomequipeprópriaetambémpormeiodeparticipaçõesemoutrasempresas.

Em 2010, daremos continuidade às ações de pesquisa e desenvolvimento.

GOVERNANçA CORPORATIVA

19

Page 26: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

GoVernança corporatIVa

Ética e responsabilidade

para crescerA partir de uma estrutura de governança

construída de acordo com as melhores práticas, avançamos na globalização de

normas e documentos, mantendo o respeito às diferenças jurídicas e culturais

Emcontinuidadeaoprocessodeglobalizaçãodenossosdocumentosnormativos,em2009aprovamosquatropolíticas,quatronormaseseteinstruções,totalizando15novosinstrumentosnormativosdeescopoglobal.Elaboradospelasáreasdiretamenterelacionadasaostemasnelestratados,essesdocumentosforamanalisadospeloComitêdeAvaliaçãoGlobal,criadonoanoanterioreformadoporrepresentantesdediversasáreasdaValeedediferentespaíses,incluindobrasil,Austrália,Canadá,ChinaeSuíça.AmissãodesseComitêéavaliarosinstrumentosnormativosnoquetangeàsuaconformidadecomoscostumesdospaísesondeaValeatua,considerandodesdeosaspectosjurídicosatéadiversidadecultural.

Após a análise do Comitê de Avaliação Global, os documentos passam pelo processo de aprovação pela diretoria da área relacionada ao documento. Dependendo do seu escopo de abrangência, a aprovação pode ainda ser feita pela Diretoria Executiva ou pelo Conselho de Administração, de acordo com as atribuições gerais desses dois organismos internos de governança.

Entre os documentos aprovados no início de 2009 estão itens que havíamos estabelecido entre as nossas metas de evolução da nossa estratégia de sustentabilidade, como:

�• Política de Desenvolvimento Sustentável, elaborada em 2008 e aprovada em 2009, com orientações para a nossa forma de atuação local, regional e global;

�• Política de Direitos Humanos, que reafirma os compromissos da Vale em relação a esse tema, de interesse mundial;

�• Política de Segurança Empresarial, importante instrumento de padronização do posicionamento da empresa em todos os países nos quais atuamos;

Criamos 15 novos instrumentos normativos de escopo global.

Relatório de Sustentabilidade Vale200920

Page 27: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

�• Norma de Responsabilidades Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que estabelece os processos para registro de ocorrências, os responsáveis pelo cumprimento de metas e a ocorrência de fatos relevantes nessas áreas.

EStruturA

A estrutura de governança corporativa da Vale atende às nossas demandas globais, promove nossos valores e nos mantém alinhados com as melhores práticas internacionais de gestão.

ConselhodeAdministração – Responsável pela definição das políticas e das diretrizes gerais da empresa, analisa planos e projetos propostos pela Diretoria Executiva e avalia os resultados. Conta com 11 membros e respectivos suplentes, eleitos em Assembleia Geral de Acionistas, com mandato de dois anos. Em 2009, o Conselho era composto por nove conselheiros indicados pelo acionista majoritário, um membro independente sem vínculo com o grupo de controle e um eleito pelos empregados. Por meio da Assembleia Geral Ordinária, realizada anualmente, os acionistas minoritários podem se manifestar sobre as matérias em pauta.

Estruturadegovernança

Os membros do Conselho de Administração possuem reconhecida competência nas áreas de finanças e mercado de capitais, governança corporativa, mineração, comercialização de minérios e sustentabilidade. O Presidente do Conselho de Administração em 2009, Sérgio Ricardo Silva Rosa, não exerce função de diretor executivo da empresa.

ConselhofiscalPermanente – constituído por três a cinco membros independentes (e igual número de suplentes), seguindo os termos da lei brasileira, fiscaliza as atividades da administração e revisa as demonstrações contábeis, reportando-se diretamente aos acionistas.

Também desempenha as funções de Comitê de Auditoria, conforme recomendação da Lei Sarbanes-Oxley, que integra a legislação aplicável do mercado de capitais norte-americano.

Um membro do Conselho Fiscal e seu respectivo suplente foram indicados pelos acionistas preferencialistas na Assembleia Geral Ordinária de 2009.

Os acionistas não controladores titulares de ações ordinárias que representem, pelo menos, 15% do total das ações com direito a voto e de ações preferenciais que representem, pelo menos, 10% do capital social têm direito de eleger um membro e seu suplente do Conselho de Administração. Caso se verifique que nem os titulares de ações ordinárias, nem os titulares de preferenciais perfizeram os limites indicados acima, os titulares de ações ordinárias e os titulares de ações preferenciais que representem pelo menos 10% do capital total poderão agregar suas ações para eleger um membro e seu suplente para o Conselho de Administração.

A remuneração dos membros do Conselho tem um valor fixo. A remuneração global e anual dos administradores é estabelecida pela Assembleia Geral Ordinária de acionistas, com base em responsabilidades, no tempo dedicado às funções, na competência, na reputação profissional e no mercado. O Conselho de Administração define a distribuição da remuneração fixada pela Assembleia entre os seus membros e os membros da Diretoria Executiva e dos Comitês de Assessoramento. O Conselho não é submetido a um processo formal de autoavaliação.

AssembleiaGeral

DiretoriaExecutivaderecursos

humanoseServiçosCorporativos

DiretoriaExecutivadeNãoferrosos

DiretoriaExecutivadefinançaserelaçõescominvestidores

DiretoriaExecutivadeferrosos

DiretoriaExecutivadeLogística,

GestãodeProjetoseSustentabilidade

ConselhodeAdministração

ComitêsdeAssessoramento

Conselhofiscal

Auditoriainterna

Diretor-presidente

• Controladoria• Desenvolvimento

E xecutivo• Estratégico• Governança e

Sustentabilidade• Financeiro

GOVERNANçA CORPORATIVA

21

Page 28: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

Nenhum dos membros do Conselho Fiscal integra o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, conforme critérios de independência previstos na lei brasileira.

DiretoriaExecutiva – é o órgão que coloca em prática a estratégia de negócios estabelecida pelo Conselho de Administração, elabora os planos e os projetos e é responsável pelo desempenho operacional e financeiro da empresa.

39,2% 95,6% 61,2%53,9%

1,0% 0%

0%

33,3%

6,9%

3,4%

5,5%

22,8%

37,6% 28,5%

4,2%

17,5% 9,5%

6,9%

22,6%

13,0%

5,3%

17,9%

10,2%

Capitalordinário(oN)

Capitalpreferencial(PN)

Capitaltotal

VALEPAr 53,9%

GoVErNofEDErAL 6,9%bNDESPar 6,9%

FREE-FLOAT* 39,2%

investidoresnãobrasileiros 27,0%

NySEADr 22,8%bm&fbovespa 4,2%

investidoresbrasileiros 12,2%institucionais 6,9%Varejo 5,3%

VALEPAr 1,0%

GoVErNofEDErAL 3,4%tesouroNacional 0,0%

bNDESPar 3,4%

FREE-FLOAT* 95,6%

investidoresnãobrasileiros 55,1%

NySEADr 37,6%bm&fbovespa 17,5%

investidoresbrasileiros 40,5%institucionais 22,6%Varejo 17,9%

VALEPAr 33,3%

GoVErNofEDErAL 5,5%tesouroNacional 0,0%

bNDESPar 5,5%

FREE-FLOAT* 61,2%

investidoresnãobrasileiros 38,0%

NySEADr 28,5%bm&fbovespa 9,5%

investidoresbrasileiros 23,2%institucionais 13,0%Varejo 10,2%

Seus integrantes são indicados pelo diretor--presidente e eleitos pelo Conselho de Administração. Além da remuneração fixa, os diretores executivos da Vale e os demais executivos da empresa recebem bônus e pagamento de incentivos, de acordo com o cumprimento de metas individuais e coletivas relacionadas ao desempenho econômico-financeiro, técnico-operacional e de sustentabilidade. Entre essas metas estão indicadores de saúde e segurança e de meio ambiente.

* Free-float: ações disponíveis para negociação nas bolsas Bovespa, NYSE, Euronext e Latibex, sobre o total de ações em circulação (total de ações menos as ações em tesouraria da Vale). Para mais informações sobre a composição acionária da Vale, consulte o relatório Form 20-F, em www.vale.com

ComPoSiçãoACioNáriA(mArçoDE2010)

Relatório de Sustentabilidade Vale200922

Page 29: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

miSSão,ViSãoEVALorES

Nossamissão

Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

Respeito à Diversidade – é perceber o outro como um igual, respeitando as diferenças e promovendo a inclusão competitiva; é ver nas diferenças oportunidades de integração e evolução.

Orgulho de Ser Vale – é o valor resultante. Assumimos e nos comportamos como donos do negócio, buscando incessantemente os objetivos definidos, compartilhando e celebrando os resultados e fortalecendo as relações. Nós nos orgulhamos quando sabemos que estamos construindo algo que fará a diferença. Essa é a razão do orgulho de “Ser Vale” de todos nós, dirigentes e empregados da Vale.

éticaetransparência

EspíritoDesenvolvimentista

responsabilidadeEconômica,

SocialeAmbiental

orgulhode‘SerVale’

NossosValores

respeitoàVida

respeitoàDiversidade

ExcelênciadeDesempenho

NossosValores

Ética e Transparência – representam o nosso comportamento como organização. Agimos com integridade, respeitamos as leis, os princípios morais e as regras do bem proceder referendadas e aceitas pela coletividade, e comunicamos nossas políticas e resultados de forma clara.

Excelência de Desempenho – significa a busca da melhoria contínua e o controle dos resultados por indicadores de desempenho reconhecidos como referência das melhores práticas, promovendo um ambiente de alta performance e assegurando a obtenção e a manutenção de vantagens competitivas duradouras.

Espírito Desenvolvimentista – representa nosso empreendedorismo como organização que busca, incessantemente e com agilidade, novas oportunidades de ação e soluções inovadoras diante dos problemas e das necessidades que se apresentam, assegurando a execução de estratégias que visam ao crescimento da Vale.

Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental – reconhecemos e agimos no sentido de que essas dimensões estejam sempre em equilíbrio, de modo a promover o desenvolvimento e garantir a sustentabilidade.

Respeito à Vida – significa que não abrimos mão, em nenhuma hipótese, da segurança e do respeito à vida. Pessoas são mais importantes do que resultados e bens materiais. Se necessário escolher, escolhemos a vida.

Para nossos acionistas, sob a forma de retorno total superior à média de mercado dos segmentos em que a Vale atua.

Para nossos clientes, pela contínua proposta superior de confiabilidade de suprimento e de valor de uso, sustentada por inovação e desenvolvimento constantes.

Para nossos empregados, proporcionando um ambiente de trabalho ético, transparente, desafiador, de oportunidades e que traga orgulho profissional para todos, com remuneração competitiva baseada na meritocracia.

Para nossos fornecedores, pela visão de longo prazo e disposição de promover parcerias que visem ganhos para ambas as partes, por meio de desenvolvimento e inovação contínuos e fornecimento de bens e serviços de qualidade com custo compatível.

Para as comunidades e os países onde atuamos, pela ética, pelo respeito ao meio ambiente e pela responsabilidade social com que agimos, integrando-nos e garantindo que nossa presença contribua positivamente para o desenvolvimento sustentável.

Para todos os países em que atuamos, pela contribuição à economia, à geração de empregos e renda, à melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento regional e nacional.

NossaVisão

Ser a maior empresa de mineração do mundo e superar os padrões consagrados de excelência em pesquisa, desenvolvimento, implantação de projetos e operação de seus negócios.

GOVERNANçA CORPORATIVA

23

Page 30: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

PoLÍtiCASPúbLiCAS

A Vale mantém um diálogo contínuo com as autoridades nos diversos níveis de governo nos países em que está presente. Considerando que a mineração é um setor fortemente regulado, nossa atuação é voltada a assegurar que nossos pontos de vista sejam compreendidos e considerados nos processos de formulação de políticas públicas. Participamos, ainda, de entidades e associações nacionais e internacionais, visando contribuir para o desenvolvimento de normas e padrões nos segmentos em que atuamos e, ainda, disseminar as melhores práticas industriais.

Integramos, desde 2006, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), que tem como prioridade promover o desenvolvimento sustentável do setor e o respeito aos direitos humanos. A Vale contribui para o Extractive Industry Transparency Initiative (Eiti) por meio do ICMM.

Em 2007, tornamo-nos signatários do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), aderindo dessa forma aos dez princípios básicos propostos pela iniciativa. Além disso, por meio do Pacto Global, firmamos nosso compromisso com a Declaração da

Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

A Vale também participa do Global Business Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria (Coalizão Global Empresarial contra HIV/Aids, Tuberculose e Malária), organização voltada a viabilizar recursos para o combate e a prevenção dessas doenças.

Nossas relações com autoridades governamentais, organizações e entidades representativas da sociedade civil são norteadas pelo Código de Conduta Ética e pela Visão, Missão e Valores da Vale. Nosso objetivo é desenvolver um diálogo construtivo que permita alcançar o consenso entre os envolvidos na formulação de políticas de desenvolvimento sustentável e os vários stakeholders do setor de mineração. Nosso relacionamento com todas as partes é pautado na transparência, na confiança e na clareza dos objetivos propostos.

Demos continuidade, em 2009, ao processo de difusão das diretrizes de nossa forma de atuação em relação às políticas públicas, por meio de treinamentos internos. Além disso, aperfeiçoamos nossa proposta de capacitação focada na forma de relacionamento com o governo, a ser posta em prática em 2010.

Em relação às atividades político-partidárias, a Vale procura manter a imparcialidade, atuando sempre com respeito integral às leis de cada país onde atua. Os empregados, como indivíduos e cidadãos, têm liberdade para participar de tais atividades, devendo manter em suas eventuais manifestações públicas a devida separação entre suas opiniões pessoais e o posicionamento da empresa.

Além das entidades listadas abaixo, a maior parte focada no desenvolvimento sustentável e das quais participamos voluntariamente, integramos mais de 200 associações setoriais, industriais e comerciais.

Transparência, confiança e clareza são

valores que pautam nossa relação com os

nossos stakeholders

Procuramos estabelecer diálogos construtivos com nossos vários stakeholders.

Relatório de Sustentabilidade Vale200924

Page 31: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RecuRsos humanos saúde e seguRança meio ambientedesempenho dos negócios

ParticiPação em entidades e associações

Norteamos nossas relações pelo nosso Código de Conduta Ética, Visão, Missão

e Valores

Público-alvo Ferramentas de comunicação

público em geral

Relatório de sustentabilidade Valecanal de denúncias (descrito em nosso site)Fale conoscoSite da Valepesquisa de reputação, imagem e opinião*

acionistas, debenturistas e investidores

Relatórios Form 20-F, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da assembleia geral de acionistas, Relatórios Financeiros trimestrais (itR), formulário de referência e encontros com investidores.

também disponibilizamos o correio eletrônico [email protected] e o telefone de contato do departamento de Relações com investidores: 55-21-3814-4540.

clientes campanhas, visitas e encontros na Vale, pesquisas de satisfação.

empregados publicações internas, portal Vale (intranet), pesquisa de clima organizacional e pesquisa de reputação, imagem e opinião*.

Fornecedores Visitas e encontros na Vale, programas de intercâmbio e reuniões estruturadas.

comunidades diagnósticos socioeconômicos, encontros para consulta prévia, entrevistas, grupos focais e visitas às unidades e programa encontro com Lideranças.

governos e sociedade civil participação em associações e entidades.

• Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS)

• Global Business Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria (GBC)

• Global Corporate Volunteer Council (Iave)

• Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

• Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

• International Aluminium Institute (IAI)

• International Emission Trading Association (Ieta)

• New South Wales Minerals Council

• Ontario Mining Association (OMA)

• Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU)

• Queensland Resources Council

• Reputation Institute

• The Mining Association of Canada (MAC)

• The Manganese Institute

• The Nickel Institute

• Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf )

• Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe)

• Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)

• Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF)

• Business for Social Responsibility (BSR)

• Centre National de Recherche Technologique Nickel et Son Environnement

• Chambre de Commerce et d’Industrie (CCI)

• Cobalt Development Institute

• Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)

• Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM)

• European Ferro-Alloys Association (Euroalliages)

• European Association of Metals (Eurometaux)

• Fórum Econômico Mundial

* A pesquisa de imagem Vox Populi é bianual, foi realizada em 2008 e será feita novamente em junho de 2010. A pesquisa de reputação foi realizada em 2008 e a referente a 2009 acontecerá em setembro de 2010.

goVeRnança coRpoRatiVa

25

Page 32: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

fErrAmENtASDErELACioNAmENtoiNStituCioNAL

Em 2009, consolidamos nossas diretrizes de relacionamento corporativo, embasadas no Guia de Relacionamento Institucional, lançado em 2007 e divulgado em 2008, por meio da realização de treinamentos no Brasil, no Chile, em Moçambique e no Peru. Ao longo do ano, também desenvolvemos ações focadas no aprimoramento do relacionamento institucional da Vale com entidades nacionais e internacionais, dentre as quais se destacam o Instituto Brasileiro de Mineração, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Essas ações incluem a participação de executivos da empresa em reuniões e encontros oficiais das entidades, grupos de trabalho e fóruns de discussão, propiciando um maior alinhamento e intercâmbio de informações relevantes para o setor mineral.

Demos continuidade ao processo de capacitação do público interno, com a realização de treinamentos sobre a metodologia de gestão de assuntos críticos. Também foi desenvolvida uma estrutura de

comitês para a discussão dessa temática, que propõe a realização de reuniões multidisciplinares para estimular uma postura coesa e proativa. O objetivo é proporcionar a antecipação de tendências, de modo a evitar crises e fortalecer o relacionamento institucional da Vale com os seus principais stakeholders.

Buscando promover estudos, em vários setores acadêmicos, sobre o tema de desenvolvimento sustentável e a aplicação desse tema a investimentos internacionais, foi estabelecida uma parceria entre a Vale e a Universidade de Columbia, em Nova York. O Vale Columbia Center (VCC) é uma “incubadora” de melhores políticas e práticas, podendo ser adotadas por governos, investidores privados e o setor civil, com a finalidade de inserir cada vez mais questões de desenvolvimento sustentável na pauta de investimentos.

Em relação à gestão de crises, em 2009, estruturamos o Comitê de Gerenciamento de Crises Corporativo e realizamos a revisão do Plano da Área. Para 2010, está previsto o início da capacitação dos membros do Comitê e a execução de simulações para testar os procedimentos do Plano. Em 2009, identificamos também operações com riscos de instabilidade política ou ambiente de segurança hostil, para os quais estabelecemos planos e equipes de evacuação. Ainda em 2010, será elaborada a Política de Gerenciamento de Continuidade de Negócios, que define a estrutura, funções, responsabilidades e linhas de comunicação na gestão de crises.

GEStãoDAétiCA

A gestão da ética é realizada por meio dos seguintes instrumentos de governança corporativa:

• Código de Conduta Ética – orienta o cumprimento de nosso compromisso com uma atuação ética, responsável e coerente com todos os públicos. Deve ser observado pelo Conselho de Administração, Comitês, Conselho Fiscal, Diretoria Executiva, empregados, estagiários e também por nossas controladas, conforme as legislações locais aplicáveis. É, ainda, a diretriz que

Além de treinamentos internos, participamos de entidades e

associações nacionais e internacionais.

Relatório de Sustentabilidade Vale200926

Page 33: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

norteia a elaboração de nossas normas e políticas. O conteúdo completo do Código está disponível no nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

• Código de Ética para profissionais de Diretoria Executiva de Finanças e Relações com Investidores – traz procedimentos específicos para profissionais dos departamentos Financeiro, de Relações com Investidores e de Controladoria, que lidam com informações e dados sigilosos. Disponível no nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

• Certificação SOX – obtida a cada ano, desde 2006, atesta a implementação das práticas de transparência e de boa governança estabelecidas pela lei norte-americana Sarbanes-Oxley.

• Canal de Denúncias – criado em 2005, associado à SOX, direciona ao presidente do Conselho de Administração, por carta anônima, eventuais denúncias sobre possíveis irregularidades nas áreas de Contabilidade e Auditoria, assim como em outras questões, que violem o nosso Código de Conduta Ética. São observados procedimentos que objetivem resguardar os direitos dos denunciantes e do denunciado, respeitando sempre a legislação local. O conteúdo de cada denúncia recebida por esse canal formal é averiguado pela equipe da Auditoria Interna da Vale e, caso seja considerado pertinente, o resultado é direcionado aos departamentos competentes para adoção das providências necessárias, podendo, inclusive, utilizar medidas disciplinares, conforme previsto em nosso Código de Conduta Ética. Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração, observado-se sempre as normas de recursos humanos da Vale e a legislação local aplicável.

• Código de Conduta dos Fornecedores – lançado em 2009, tem como objetivo divulgar os princípios de conduta ética seguidos pela Vale nas relações comerciais com as empresas fornecedoras de serviços e produtos. Está disponível no site www.vale.com.

GEStãoDEriSCoS

A estratégia de gestão de riscos da Vale foi desenvolvida a partir de uma visão integrada dos riscos aos quais estamos expostos, englobando a avaliação não apenas do impacto das variáveis negociadas no mercado financeiro sobre os resultados do negócio (risco de mercado), como também o risco proveniente de obrigações assumidas por terceiros (risco de crédito) e aqueles inerentes aos processos produtivos (risco operacional), principalmente aqueles associados a saúde e segurança e meio ambiente. Outras informações podem ser encontradas no relatório Form 20-F.

Por considerar o gerenciamento de risco fundamental para apoiar nossa estratégia de crescimento e flexibilidade financeira, o Conselho de Administração estabeleceu, desde 2005, uma Política de Gestão de Risco Corporativo e um Comitê Executivo de Gestão de Risco.

Esse Comitê apoia a Diretoria Executiva em suas responsabilidades no que se refere à gestão de riscos na Vale, tendo como principais funções:

• Acompanhar o processo de identificação, avaliação, monitoramento e gerenciamento de riscos;

• Avaliar e recomendar implementação de estratégias de mitigação de risco;

• Comunicar os principais riscos aos quais a empresa está exposta e o impacto dos mesmos no perfil de risco, de acordo com a classificação de riscos da Vale.

Aplicamos o princípio da precaução ao realizar estudos de viabilidade na nossa gestão de riscos, buscando atender às questões relevantes para as nossas partes interessadas, assim como aos aspectos empresariais, pela identificação prévia, análise e minimização dos riscos financeiros, à saúde, à segurança de todos os empregados, contratados e comunidades circunvizinhas e ao meio ambiente.

Consideramos fundamental que essa gestão seja realizada a partir de informações que

retratem, periódica e sistematicamente, os riscos e permita, por meio de ações efetivas, a minimização dos riscos. Para atingir esse objetivo, os processos são executados de forma integrada, com uma definição clara de papéis e de responsabilidades. Nossos procedimentos de gestão de risco são orientados pelos padrões da norma ISO 31000.

A abordagem de gestão de riscos é dividida em quatro dimensões:

• Mercado: busca avaliar o impacto da volatilidade dos fatores de risco – como taxas de juros, moedas e preços de commodities – no fluxo de caixa.

• Crédito: analisa a probabilidade do não cumprimento das obrigações de clientes e instituições financeiras que fazem negócios com a Vale.

• Operacional: engloba a avaliação do risco de perdas potenciais resultantes de falhas ou inadequação de processos internos, pessoas, sistemas e/ou eventos externos. Os eventos podem ocorrer nas operações, nos projetos e nos processos corporativos e resultar em danos à propriedade, ao meio ambiente, às pessoas, à sociedade e à reputação da empresa.

• Estratégico: considera o risco do não cumprimento dos objetivos estratégicos da empresa e inclui a avaliação do impacto de fusões, aquisições e tendências de sustentabilidade.

A partir dessas análises, implantamos medidas de prevenção ou mitigação do risco. Junto da elaboração do planejamento estratégico anual, identificamos os riscos e as oportunidades de cada unidade de negócios, o que fornece as bases para o desenvolvimento e a atualização das estratégias da empresa em relação aos riscos corporativos.

Gestãoderiscodemercado

O processo de gestão de risco de mercado, implantado de forma sistemática a partir de 2005, tem seu foco na avaliação do risco associado ao fluxo de caixa. Os principais objetivos desse processo são suportar o plano

GOVERNANçA CORPORATIVA

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Page 34: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

de crescimento da Vale e permitir adequado grau de flexibilidade financeira requerido para empresas classificadas como investment grade.

A Vale mede e monitora riscos de mercado regularmente, por meio do cálculo do fluxo de caixa em risco, que considera cada empresa relevante do grupo e também todo o portfólio. As estratégias de mitigação de risco de mercado, incluindo operações com derivativos com o objetivo de hedge, são avaliadas e implementadas de acordo com a necessidade de reduzir o risco de fluxo de caixa.

Atualmente, a exposição a risco de mercado da Vale, avaliada a partir de uma visão integrada de nossa atuação e considerando os hedges naturais existentes, é reduzida, como consequência dos benefícios da diversificação de produtos e moedas na empresa.

No último ano, podemos destacar como atividades relevantes nessa área:

• Redefinição do apetite a risco, a partir de determinado nível de probabilidade de quebra da principal obrigação contratual da Vale;

• Elaboração do novo modelo de fluxo de caixa em risco, tomando por base as informações de longo prazo provenientes do plano estratégico da empresa, combinadas com o modelo de fluxo de caixa elaborado pela área financeira;

• Estruturação e adequação da nova nota de derivativos requerida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

GestãoderiscodeCrédito

A Vale está exposta ao risco de crédito proveniente dos recebíveis gerados na comercialização de nossos produtos, em operações de derivativos com fins de hedge e aplicações financeiras, bem como quando é beneficiária em instrumentos de garantia. A gestão desses riscos é realizada por meio da estrutura de governança, formada pelo Comitê Executivo de Gestão de Risco e pela Diretoria Executiva, que estabelece diretrizes para a atribuição de limites de crédito e determina os procedimentos de controle e avaliação da exposição a crédito.

Dentre as ações de 2009, podemos destacar:

• Implantação do processo de gestão de risco de crédito na América do Norte e no negócio de níquel;

• Consolidação das exposições a risco de crédito com uma visão de portfólio para a Vale;

• Gestão ativa da exposição a risco de crédito nas operações com instituições financeiras durante a crise por meio da utilização da nova metodologia, que faz uso da probabilidade de default das contrapartes, bem como do controle da probabilidade de default máxima aceitável para o portfólio Vale.

Gestãoderiscooperacional

ProjetosA gestão de riscos dos projetos de capital é realizada por meio da metodologia Análise e Gestão Integrada de Riscos (Agir), que prevê a identificação e a análise dos riscos por meio de workshops multidisciplinares. Esse trabalho envolve profissionais das áreas de Engenharia, Planejamento, Suprimentos, Orçamento, Operação, Manutenção, Construção, Meio Ambiente, Comunidades, Recursos Humanos, Gestão Fundiária e Saúde e Segurança, além de facilitadores externos.

A análise tem foco nos investimentos de capital e no prazo dos projetos. A etapa de controle e monitoramento é conduzida por intermédio de workshops nos quais são acompanhados os indicadores de eficiência e eficácia. A reavaliação dos riscos é feita à medida que o projeto se torna mais maduro.

Os projetos desenvolvidos pela Vale seguem a metodologia Front-End-Loading (FEL), utilizada por várias empresas em todo o mundo. Essa metodologia permite realizar um processo estruturado de avaliação de risco em conjunto com o desenvolvimento estruturado das demais disciplinas de um projeto.

As questões de sustentabilidade também são analisadas, com o objetivo de permitir o aprimoramento contínuo dos projetos, ainda durante o processo de concepção e planejamento, impactando todas as etapas dos projetos de capital.

A sustentabilidade permeia todas as

etapas dos nossos projetos de capital

Relatório de Sustentabilidade Vale200928

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RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

operaçõesA gestão de risco nas operações busca avaliar e tratar as causas e os efeitos de possíveis cenários de acidentes em nossas atividades, permitindo que a Vale possa atingir suas metas e objetivos de maneira sustentável e efetiva.

Para a realização do levantamento de riscos nas operações, foi formada uma equipe multidisciplinar, com profissionais de diferentes departamentos corporativos, que tem a missão de implementar a cultura da gestão desses riscos como um processo integrado. O objetivo é agregar as práticas existentes em todos os níveis, respeitando as especificidades locais, de forma a criar uma identidade única.

Em 2009, aconteceram diversas iniciativas nesse sentido, tais como:

• Disseminação de cultura e avanço na estrutura normativa, ampliando os requisitos e os critérios de conformidade, fazendo com que os riscos à vida e ao meio ambiente sejam mantidos ou reduzidos, quando possível, a níveis inferiores;

• Desenvolvimento e implantação de sistemas integrados de monitoramento e controle online de processos críticos, como barragens e pilhas, segurança pessoal e patrimonial, gestão ambiental, entre outros;

• Desenvolvimento e implantação de métodos qualitativos e quantitativos de identificação e análise dos riscos em operações e em projetos das Américas do Sul e Central1, visando à priorização para tratamento e redução dos riscos e a sua eliminação, quando possível. Isso nos permitirá elaborar com maior objetividade as análises de custo/benefício em planos de mitigação, o plano de ação de emergência, o dimensionamento das apólices de seguros e a constituição de provisões financeiras de autosseguro;

• Estruturação de relatórios consolidados para os diversos níveis de gestão da empresa.

Essas e outras iniciativas contribuirão para que a empresa conheça melhor o seu

1Esseprocessoseráimplantadogradativamenteparaosriscosmaisrelevantesemtodasasregiõesdomundo.

perfil de risco e possa garantir a eficácia dos controles existentes. Além disso, será possível priorizar e monitorar as ações de mitigação de riscos, bem como atender às exigências das agências de classificação de riscos (rating) relacionadas à avaliação do processo de gestão de risco da empresa.

GestãoderiscoEstratégicoO processo de gestão de risco no âmbito estratégico busca identificar eventos que possam impedir a concretização dos objetivos estratégicos de longo prazo da empresa. Além da identificação dos eventos, com a descrição de possíveis causas e potenciais consequências, também são analisados os controles existentes e os planos de ação futuros que poderão ser implementados para reduzir a probabilidade de ocorrência desses eventos.

mAtrizDEmAtEriALiDADE

De acordo com a nossa matriz de materialidade (leia mais na página 10), definimos como prioridades três aspectos – emprego e relações de trabalho; minimização de impactos ambientais; e desempenho dos negócios. A gestão de risco dessas questões está detalhada ao longo deste relatório nos capítulos referentes a cada tema.

CombAtEàCorruPção

Atuamos de acordo com as melhores práticas de mercado, prevenindo perdas e apurando casos que indiquem o cometimento de fraudes, desvios e atos ilícitos.

Os casos identificados e devidamente fundamentados com fatos e dados são tratados com rigor e proporcionalidade aos danos incorridos ou evitados. As pessoas comprovadamente envolvidas nessas situações são responsabilizadas e punidas, por meio de desligamento e interpelação judicial. As empresas com envolvimento e participação comprovada em atos ilícitos têm seus contratos rescindidos, são excluídas do cadastro Vale e multadas na proporcionalidade do dano ou prejuízo causado.

Os casos registrados referem-se às medidas tomadas especificamente com relação a fraude contra a empresa. Outros casos de desvio de conduta ética não foram considerados. Nenhum dos casos se refere a possíveis irregularidades ou impropriedades nos registros contábeis da empresa ou de seus controles internos. Além disso, nenhuma situação de corrupção (ativa ou passiva) de funcionários públicos ou de representantes de governo pelos empregados foi registrada no período.

Vale Manganês, Urucum Mineração, CPBS, Onça Puma, Salobo, FCA, Hispanobras, Itabrasco, Nibrasco e Kobrasco, Vale Omã, Projeto Bayovar e Vale Moçambique já possuem rotinas e medidas anticorrupção padronizadas em relação às adotadas nas unidades próprias da Vale.

* Como outras medidas adotadas, foram realizadas apresentações dos casos aos administradores da empresa e aos responsáveis pelas áreas atingidas, desdobrando-se em 168 ações de mitigação dos riscos de fraude, notificações, glosas e multas aplicadas com o apoio do Departamento Jurídico.

** Número de empregados demitidos/punidos relacionados a casos de corrupção: em 2007 – 113; em 2008 – 70; e em 2009 – 83. Em 2009, as principais causas de demissão em casos de corrupção foram falsificação de documentos/estelionato – 65%, seguida de fraude em contratos – 13% e conflito de interesses/tráfico de influência – 13%.

Casosdecorrupção

2007 2008 2009

14

18249

86 58

21

36

23

44

140 105

CASoSrELACioNADoSAoutrASmEDiDAS*

CASoSDECoNtrAtoSNãorENoVADoSCASoSComDEmiSSãoouPuNição**

GOVERNANçA CORPORATIVA

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Page 36: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

Possuímos Canal de Denúncias (conforme pág. 27) e o Código de Conduta Ética, que se aplica também às nossas controladas, na medida permitida pela a legislação local aplicável, e estabelece medidas administrativas que podem ser aplicadas em caso do seu descumprimento (leia mais sobre o Código de Conduta Ética na pág. 26). Em julho de 2009, publicamos o Código de Conduta dos Fornecedores, definindo os princípios e as diretrizes que regem o bom relacionamento da Vale com seus parceiros. O Código foi distribuído a todos os fornecedores com atuação no Brasil. Foram realizados eventos com a presença de mais de mil fornecedores, com a participação das áreas de Saúde, Segurança Ocupacional e Empresarial, Meio Ambiente, Recursos Humanos, Suprimentos, Projetos e Centro de Serviços Compartilhados (CSC) a fim de divulgar o código e reafirmar os valores éticos que norteiam a relação da Vale com seus parceiros. Os eventos foram realizados nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Governador Valadares, Vitória, São Luis, Parauapebas e Ourilândia do Norte.

Em 2010, pretendemos realizar uma campanha internacional de reforço dos valores constantes do código, reafirmando

o seu conteúdo com foco na valorização da ética em nossas relações comerciais.

Em 2009, aproximadamente 18% dos gestores receberam treinamento anticorrupção.

No mundo, mais de 1.400 empregados receberam o treinamento anticorrupção, com destaque para o Brasil, onde o foco se deu na prevenção e combate à fraude, nos processos de segurança e nas análises de riscos, ressaltando que a Vale considera intolerável e não admite desvios e atos ilícitos. As principais áreas operacionais que foram instruídas se encontram nos negócios de Ferrosos, Logística (Porto e Ferrovia), além de Projetos de Capital e áreas corporativas (RH, CSC e Suprimentos estratégicos).

Em relação à avaliação de riscos de corrupção, empregamos uma metodologia baseada na análise de registros históricos de situações recorrentes, relacionadas a fraudes e atos ilícitos, com destaque para a cadeia de suprimentos e a execução de contratos. A partir dessa análise, planejamos trabalhos de prevenção a esse tipo de perda contemplando nossas operações e projetos em unidades próprias, no Brasil e no exterior,

com representação significativa no custeio e volume de investimentos da empresa.

Como previsto em nosso relatório de 2008, em 2009 avançamos no modelo de análises de riscos e implantação das rotinas de prevenção de perdas, com avaliação de contratos dos projetos Onça Puma, Salobo e Moatize e das obras na usina e ampliação da pera ferroviária de Carajás.

Ainda em 2009, as áreas de Segurança Empresarial e Projetos de Capital elaboraram um Guia de Prevenção de Perdas em Projetos, de modo a orientar os líderes de projetos na adoção de medidas preventivas, visando à identificação e à redução de possíveis perdas provenientes de fraudes na implantação dos projetos.

Esse guia define os processos e os procedimentos para implementar, monitorar e avaliar as práticas de prevenção, com abrangência inicial em: Contratação, Gestão de Contratos e Gestão de Materiais – sob as dimensões de Processos, Pessoas e Sistemas.

Nosso objetivo em 2010 é implantar esse guia nos projetos internacionais.

Almoxarifado/Gestãodemateriais

GestãodeContratos/mediçãodeServiços

Suprimentos/Contratações

Processos

Pessoas Sistemas

Relatório de Sustentabilidade Vale200930

Page 37: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

CoNformiDADELEGAL

Em 2009, a Vale registrou a existência de 262 processos, sendo 111 judiciais e 151 administrativos relevantes1. Nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa, nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário2.

Civil

Tramitam na justiça 69 processos envolvendo a Vale, sem valor econômico definido, que contestam a legalidade da sua privatização, ocorrida em 1997, todos ainda pendentes de decisão judicial final. Não acreditamos que essas ações afetem o resultado do processo de privatização ou produzam algum efeito negativo para a empresa.

regulatório

Em 2009, foi dada continuidade ao processo sem valor econômico definido que discute a anulação da autorização pela qual a Vale e outras empresas operam o terminal portuário de Praia Mole, no estado do Espírito Santo, Brasil. Obtivemos decisão judicial julgando o caso em favor da Vale. A decisão final ainda depende de confirmação pelas instâncias judiciais superiores.

tributário

A Vale discute, por meio de uma ação judicial e três processos administrativos, a incidência sobre lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A empresa também contesta exigências indevidas de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) em 144 processos administrativos e 38 ações judiciais.

1osprocessossãoconsideradosrelevantescombasenosseguintescritérios:a)emrazãodovalor,incluindopedidosdeindenizaçõeseaplicaçãodemultas;b)emrazãodetemadeinteressedaempresaouderepercussãonopúblicoemgeral,independentementedevalor;c)osdecorrentesdesançõesnãomonetárias.

2Nesterelatório,aValecontinuaexpressandooscasosexisten-tesequeseencaixamnocritérioderelevância.Entretanto,passamosadivulgarapenasosvaloresqueapresentamumaquantiacertareconhecidacomodevidapelaempresaoujápaga,paramelhoratenderaoescopodoindicadorSo8daGrieparaevitareventuaisdistorçõescomrelaçãoàrealidadedosprocessosadministrativosejudiciaisque,porestaremaindapendentesdedecisãofinal,normalmentenãoapresentamdefiniçãoouprecisãoquantoaosvaloresmonetáriosemdiscussão.Dequalquerforma,encontra-sedisponívelnorelatórioform20-fdaValeumaestimativadeprovisãodevalores,conformecritérioscontábeis.

trabalhista

Em 2009, foi dada continuidade à discussão sobre a cobrança do depósito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por meio de uma nota de débito. Essa cobrança motivou a imposição de duas autuações administrativas à Vale. A empresa também enfrenta um processo judicial, sem valor econômico definido, envolvendo a mina de subsolo de exploração de potássio em Sergipe.

Na Austrália, a unidade de negócio de carvão Broadlea está envolvida em uma ação judicial, impetrada pelo Departamento de Minas e Energia de Queensland (atualmente Departamento de Emprego, Desenvolvimento Econômico e Inovação), em relação a acidente de trabalho com empregado. Nesse caso, a decisão sobre possível sanção monetária ainda está pendente. A ação judicial do caso da unidade de negócio de carvão Integra Coal relatada no relatório de 2008, iniciada pelo Departamento de Indústrias Primárias de New South Wales, foi encerrada.

Concorrênciadesleal

Em dois processos administrativos, pendentes de decisão, alega-se a existência de conduta anticompetitiva em relação aos negócios de logística. Um desses processos envolve a Companhia Portuária da Baía de Sepetiba (CPBS), subsidiária da Vale, contra a qual se alega negativa de embarque de minério de ferro de terceiros. O outro processo envolve as concessões ferroviárias detidas diretamente pela Vale (Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada de Ferro Carajás) e pela sua controlada FCA, contra as quais se alega aumento abusivo de preços cobrados de usuários. Entendemos não haver procedência nas alegações em ambos os casos.

Publicamos, em julho de 2009, nosso Código de Conduta dos Fornecedores

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

recursos huManos

Mudar sem perder a essência

Preservar nossa força de trabalho em meio à crise financeira internacional

foi o maior desafio de 2009. Implementamos várias ações para

manter nosso maior capital: as pessoas

oiníciode2009apresentouumcenáriodesafiador.Paralidarcomacriseeconômicaglobal,demoscontinuidadeàestratégiadereverprojetoseprocessosdeprodução.Aolongodoano,adotamosumasériedeaçõesparaassegurarasaúdefinanceiradenossosnegóciosnocurtoenolongoprazos.Emdeterminadosperíodos,issoenvolveuareestruturaçãodanossaempresaedaforçadetrabalho.

Cientes do papel que o capital humano representa para a Vale, apostamos na valorização das pessoas. Investimos na qualificação dos nossos funcionários, que, em alguns casos, recebem treinamentos por mais de três anos para desempenhar suas funções em áreas operacionais. Palavras como recolocação e requalificação passaram a fazer parte do nosso cotidiano. Manter nosso quadro de profissionais, principalmente das áreas técnica e operacional, foi o maior desafio da empresa em 2009. Tínhamos a consciência de que, quando retomássemos a produção, esse capital humano seria fundamental.

Na virada de 2009 para 2010, voltamos a registrar um volume de produção no patamar pré-crise. Para 2010, portanto, já estamos nos preparando para aumentar nossos recursos humanos, mantendo a visão de longo prazo e buscando alcançar índices de produtividade almejados pela Vale.

EmPrEGAbiLiDADE

Após passarmos por uma forte redução de demanda, empreendemos esforços no sentido de manter nosso maior patrimônio de conhecimento e capacidade produtiva, que são os nossos empregados. A fim de nos posicionarmos com êxito no momento da crise econômica, implementamos maneiras criativas para reduzir os custos que permitiram reter a nossa mão de obra. Buscamos garantir o nosso sucesso de longo prazo, que depende de uma força de trabalho altamente qualificada. Reexaminamos e suspendemos alguns contratos com prestadores de serviços, reduzindo o número de contratados e designando as respectivas tarefas aos nossos empregados próprios, e provemos incentivos financeiros para incentivar a aposentadoria.

No Brasil, também conseguimos negociar algumas ações para responder à crise econômica com os sindicatos locais. Essas medidas incluíram a licença remunerada, a suspensão de contratos de trabalho para requalificação profissional e a complementação do seguro-desemprego.

Relatório de Sustentabilidade Vale200932

Page 39: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Essa experiência mostrou a importância de a Vale ter iniciado a revisão das atividades operacionais em 2008. Essa revisão nos permitiu identificar as oportunidades de otimização nas nossas operações, que nos possibilitaram responder à crise econômica sem perder o nosso ativo mais importante. 

Em 2009, o total de empregados próprios (com contrato de trabalho por prazo indeterminado) e de terceiros (prestadores de serviço em atividades permanentes e em projetos) foi de 140,6 mil, dos quais 78% com atuação no Brasil. Contamos, ainda, com aproximadamente 1.565 empregados próprios com contrato por prazo determinado (número estável em relação a 2008), dos quais 31% são aprendizes operacionais no Brasil.

Reduzimos 3,5% da nossa força de trabalho de 2008 para 2009, que correspondem, em números absolutos, a 5,1 mil empregados, como mostra o gráfico ao lado. A redução foi praticamente a mesma na distribuição entre os empregados próprios e os contratados (terceiros).

Temos funcionários que recebem treinamentos por mais de três anos para

atuar em áreas operacionais.

Nossos terceiros, em geral, trabalham nas obras de reforma, de expansão, de novos empreendimentos, nos contratos de manutenção, limpeza e segurança patrimonial, entre outros tipos de prestação de serviços.

Gráfico não considera coligadas. Vale Australia incluída a partir de 2008. Em 2007, se considerados os dados da Vale Australia, o número de empregados chega a 147,9 mil, e o de próprios, a 57 mil.

quadrodeprofissionais(em milhares)

2007 2008 2009

90,4 83,2 80,6

56,4 62,5 60,0

140,6145,7146,8

tErCEiroSEmPrEGADoSPróPrioS

GOVERNANçA CORPORATIVA

33

Page 40: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

Perfildosnossosempregadospróprios

Empregadospróprioseterceirosporpaís(2009)

Empregados por gênero Empregados por faixa etária Empregados por categoria funcional

Empregadospróprioseterceirosporestadobrasileiro(2009)

brASiLCANADáiNDoNéSiANoVACALEDôNiAmoçAmbiquEAuStráLiAoutroS

homENSmuLhErES

AbAixoDE30ANoSENtrE30E50ANoSACimADE50ANoS

ESPECiALiStASDirEtorESGErENtESDEárEAECoorDENADorESGErENtESGErAiSSuPErViSorEStéCNiCoSoPErACioNAiS

PArámiNASGErAiSESPÍritoSANtomArANhãorioDEJANEirooutroSEStADoS

78%

90% 60%

34%

3%4%1%

3%4%5%

30%

37%

4%

10% 10%

10%6%

11%

79,1%

2,1%

5,0%0,6%

13,1% 0,2%

Relatório de Sustentabilidade Vale200934

Page 41: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

DiVErSiDADE

Para a Vale, o respeito à diversidade é um valor fundamental, expresso em nosso Código de Conduta Ética. Consideramos intolerável a discriminação em função de etnia, origem, sexo, orientação sexual, crença religiosa, além de condição de sindicalização, convicção política e ideológica, classe social, pessoas com deficiência, estado civil ou idade.

Promovemos um ambiente de trabalho propício ao diálogo, em que todos os empregados são incentivados a compartilhar com seus colegas e superiores preocupações de quaisquer naturezas, inclusive sobre questões de discriminação e assédio. Além do nosso Código de Conduta Ética e da Política de Direitos Humanos, divulgada em 2009, a Vale possui também um canal formal de denúncia por meio do qual eventuais casos de discriminação podem ser relatados. Em 2009, tivemos três casos de assédio moral, cujas denúncias foram recebidas diretamente pela área de Recursos Humanos, sendo tomadas as providências cabíveis. Em um dos casos, após a confirmação, o executivo envolvido foi desligado da empresa. Temos, ainda, um caso sendo investigado na Vale Australia, reportado pelo empregado ao seu supervisor, e estamos acompanhando sua resolução.

Em 2009, as mulheres continuam representando 10% de nossa força de trabalho, característica comum de nosso setor de atuação. Desse contingente, a maior proporção delas (53%) ocupava cargos técnicos (operacionais e administrativos). Nessa categoria, o percentual de mulheres manteve-se estável de 2008 para 2009. No grupo de especialistas (analistas, engenheiras, geólogas etc.), que representam 39% da força de trabalho feminina, houve um aumento de 29% para 31%, conforme demonstrado no gráfico ao lado. Nos cargos de supervisão e gerenciais (gerentes e coordenadores, que representavam, respectivamente, 4% cada um), a participação das mulheres apresentou uma pequena queda. Para mais detalhes, confira a seção de rotatividade.

Os altos órgãos de governança da empresa – Diretoria Executiva, Conselho de Administração e Conselho Fiscal1 –

1 Posição em 2009.

são compostos por 33 pessoas, sendo 31 homens e duas mulheres. De seus membros, 13 estão na faixa entre 30 e 50 anos, e 20 têm idade acima de 50 anos.

De acordo com a nossa Política de Remuneração e com o nosso Código de Conduta Ética, não há diferenciação do salário-base entre mulheres e homens que ocupam as mesmas funções. O gráfico a seguir evidencia essa prática, verificada ao longo dos anos.

Cerca de 60% dos empregados da Vale têm idade entre 30 e 50 anos. Em cargos de liderança (supervisores, gerentes de área, coordenadores, gerentes gerais e diretores), esse número sobe para 76%.

Proporçãodemulheresporcategoriafuncional%

Empregados próprios deste indicador (LA14) correspondem a 75% (2007), 98% (2008) e 97% (2009) do total de empregados reportados (LA1).

Proporçãodesalário-basedemulheresemrelaçãoahomensporcategoriafuncional

faixaetáriaporcategoriafuncional(2009)

Abaixode30anos

Entre30e50anos

Acimade50anos

Diretores 0% 60% 40%

Gerentes gerais 0% 74% 26%Gerentes de área e coordenadores

3% 77% 20%

Supervisores 9% 77% 14%

Especialistas 21% 65% 13%Técnicos operacionais 34% 58% 8%

Inclui os dados da Vale Inco e da Vale Australia a partir de 2008. Empregados próprios deste indicador (LA13) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

Diretores

Diretores

Gerentesgerais

Gerentesgerais

Supervisores

Supervisores

Especialistas

Especialistas

técnicosoperacionais

técnicosoperacionais

Gerentesdeáreae

coordenadores

Gerentesdeáreae

coordenadores

200720082009

200720082009

5%

1,08

12%

1,01

10%

1,02

18%

0,95

18%

0,99

17%

0,99

33%

0,95

29%

0,96

31%

0,96

11%

1,01

15%

0,98

14%

0,94

4%

0,95

9%

0,99

8%

0,94

7%

0,98

7%

0,96

7%

0,96

GOVERNANçA CORPORATIVA

35

Page 42: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

O Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência reforça o compromisso da Vale com o respeito à diversidade. Coordenado pela Valer – Educação Vale e pelas áreas regionais de Recursos Humanos, o programa existe desde 2004. Enfrentando o desafio de incluir pessoas com deficiência em nossas áreas, a Vale contratou 282 pessoas com deficiência de diversos níveis de escolaridade, no período de 2008/2009, nos estados do Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão e Sergipe, no Brasil. Com esse número de contratações cumprimos o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Além da oportunidade de acesso ao mercado de trabalho, os profissionais tiveram como atrativo uma formação profissional teórica e prática inteiramente financiada pela Vale.

Nosso Programa de Inclusão também contempla a realização de várias medidas de acessibilidade para garantir o exercício pleno de direitos por parte dos nossos empregados com deficiência. Desse modo, fizemos várias alterações arquitetônicas nas nossas unidades operacionais, como

qualificados para os próximos cinco anos nas diferentes regiões em que atuamos. Esse plano engloba os cargos-chave, tais como engenheiros, geólogos, técnicos e operacionais, projetos de capital e localidade. Além de capacitarmos nossos empregados para as operações atuais, também os treinamos para os projetos futuros e para o encerramento das operações, preparando sua recolocação e transferência.

rEmuNErAçãoEDESEmPENho

Além de seguir a prática – já adotada nos últimos anos – de realizar pesquisas comparativas de remuneração, elaboramos e implementamos em 2009 um plano de carreira para as áreas dedicadas aos projetos de capital, com pacotes de remuneração diferenciados e alinhados à estratégia da empresa para esse segmento.

Oferecemos a todos os nossos empregados próprios salário igual ou superior ao mínimo legal praticado em cada localidade. Fortalecendo a cultura de busca constante por resultados, o pacote de remuneração de cada empregado, em 2009, contemplava o pagamento de remuneração variável2, calculada de acordo com os resultados atingidos pelo desempenho da empresa, do departamento, individual ou da equipe.

Nas unidades próprias da Vale, a avaliação de desempenho é baseada nas metas anuais alinhadas à estratégia da empresa. Essas avaliações são realizadas por meio de um processo interativo entre os empregados e seus gestores, além de contar com sistemas informatizados, nos quais os resultados são registrados. As metas também servem de base para o Programa de Remuneração Variável, que premia o empregado por seu cumprimento ou superação.

Para o ciclo de desempenho de curto prazo (anual), as metas são definidas com base nos principais objetivos estratégicos e no orçamento anual estabelecidos, medindo os desempenhos econômico-financeiro, técnico-operacional e de sustentabilidade (gestão, saúde e segurança e meio ambiente).

2Paraonegóciodeníquel,incluiapenasempregadosnãosindicalizadoseaquelesrepresentadosporumdossindicatosemSudbury.outrosempregadossindicalizadosrecebemoutrasformasderemuneraçãovariável.

banheiros adaptados, construção de rampas, alargamento de portas, entre outras medidas. Realizamos ainda treinamentos para os setores de recrutamento e seleção e fizemos a sensibilização dos gestores. A partir de 2010, a fim de cumprir a Lei nº 8.213 (25/07/1991), que prevê a reserva de vagas para pessoas com deficiência, temos a meta de contratar anualmente 140 profissionais com deficiência e dar continuidade ao plano de adaptação de nossas instalações.

PrátiCASGLobALizADAS

Com a globalização das práticas de remuneração, desempenho, carreira e sucessão em 2008, no ano seguinte priorizamos a melhoria dos processos, a informatização das operações existentes e a implementação desses avanços nas novas operações da empresa, incluindo novos projetos de capital.

No ano de 2009, demos continuidade ao planejamento estratégico para a área de Recursos Humanos, o que viabilizará a antecipação das demandas por profissionais

Refeição no trabalho e/ou auxílio- alimentação são alguns dos benefícios oferecidos aos nossos funcionários.

Relatório de Sustentabilidade Vale200936

Page 43: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Para 2010, visando à intensificação do processo de melhoria contínua de nossa gestão em sustentabilidade, aumentaremos o número de indicadores relacionados à avaliação do nosso desempenho de sustentabilidade com a inclusão de metas associadas ao Plano de Ação de Sustentabilidade (PAS) em unidades operacionais e corporativas selecionadas.

Ao longo de 2009, padronizamos o processo de gestão de desempenho e demos início à implementação do sistema global de registro e acompanhamento, que estará disponível em 2010. Nosso objetivo é aprofundar a aplicação de uma avaliação justa, focada em resultado e competência.

Em 2009, aproximadamente 84,5% dos empregados da Vale tiveram o desempenho avaliado. A redução em relação a 2008, que foi de 88%, foi decorrente de um menor percentual de avaliação em algumas controladas. Na Valesul, por exemplo, esse processo não foi realizado, porque a Vale entrou em acordo para a venda dos ativos da empresa no início de 2010, quando o processo de avaliação ocorre. Já na Albras e na Alunorte, o registro de avaliações de desempenho realizadas baseia-se no processo de carreira e sucessão, cujo público-alvo se concentra em cargos gerenciais.

Ampliamos a ação do Programa de Assistência ao Empregado entre nossas empresas

Empregados próprios deste indicador (LA12) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

Por causa de limitações do sistema de registro na Vale Australia, embora a avaliação de desempenho também seja uma prática adotada, foram consideradas apenas 26% das avaliações. O plano para 2010 é que, com a implantação de um sistema global, o percentual seja ampliado.

Em 2009, o percentual de empregados avaliados nas unidades da Vale Inco, no Canadá, onde a maior parte dos profissionais filiados a sindicatos não recebe avaliação de desempenho, foi de 37%, mesmo patamar de resultado apresentado em anos anteriores.

bENEfÍCioSCoNCEDiDoS

Com o crescimento da Vale, o mapeamento de benefícios tornou-se uma necessidade imediata para o alinhamento das práticas adotadas globalmente pela empresa. Realizamos algumas ações para avaliar os benefícios oferecidos em nossas operações no mundo, incluindo a aquisição de software de gestão para atualização online das práticas globais. A partir desse levantamento, desenvolveremos medidas para o aprimoramento das práticas adotadas pela Vale, levando em consideração as iniciativas atuais e a disponibilidade dos mercados locais.

Entre os benefícios oferecidos para a maioria dos nossos empregados, estão previdência privada, plano de saúde e seguro de vida e de acidentes.

Como resultado do processo de globalização dos benefícios oferecidos pela Vale, implementamos um fundo de pensão offshore. Esse fundo tem como público-alvo empregados estrangeiros admitidos em países onde não seja viável sua participação em plano de pensão local e seja possível sua inclusão no plano global. Para ser efetivo, um plano global de pensão precisa oferecer um número de benefícios suficiente que permita um bom acompanhamento do desempenho dos investimentos e uma ampla escolha de fundos, além de uma administração simples e eficiente.

Já os benefícios relacionados a auxílio- -transporte, formação educacional, Plano de Assistência ao Empregado (PAE), refeição no

trabalho e/ou auxílio-alimentação e seguro de acidentes pessoais são oferecidos para parte significativa dos nossos empregados (em média, 89% de nossos empregados próprios). Em 2009, consolidamos o PAE, ampliando sua ação entre nossas empresas. O Programa oferece apoio psicossocial aos empregados e a seus dependentes.

Na Vale, em geral, não há diferenças entre os benefícios concedidos aos empregados de período integral e de meio período ou temporários. As principais exceções encontram-se em algumas unidades da Vale Inco e se referem a cobertura de seguro de vida, cobertura para incapacidade, previdência privada e plano de saúde.

Para ajudar os empregados a lidar com seus recursos financeiros, bem como apoiá--los na vida pessoal, foi desenvolvido no Brasil o curso online Orçamento Familiar e Planejamento Financeiro. O objetivo é simular o comportamento financeiro do participante e estimular o autoconhecimento. A partir dessa análise, o empregado é orientado a refletir sobre seus sonhos e traçar metas específicas de curto, médio e longo prazos. Da leitura do contracheque ao pagamento do cartão de crédito ou financiamento de um automóvel, várias etapas do planejamento financeiro são abordadas, com exemplos práticos e linguagem didática.

Além dessa iniciativa, demos continuidade ao Programa de Suporte a Incidente Crítico, entendido como situação que leve a fortes reações emocionais e/ou psicológicas, para as unidades próprias da Vale no Brasil. Mantivemos também o Programa de Planejamento de Aposentarias (PPA), realizado pela Valer – Educação Vale em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae).

Percentualdeempregadoscomdesempenhoavaliado

2007 2008 2009

90% 88% 85%

GOVERNANçA CORPORATIVA

37

Page 44: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

(1) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas). (2) Os empregados contribuem, em média, com 4% do salário-base (31% do custeio dos planos), para o custeio da aposentadoria programada. Para os participantes que migraram do plano de benefício definido para o Plano Vale Mais, o benefício foi aumentado, em 2008, em 35%, não sendo necessário o aumento de contribuições por parte do participante. (3) O plano de benefício definido está fechado para novas adesões desde 30 de abril de 2000, quando foi implantado o Plano Vale Mais. (4) Participam desse plano aposentados do Plano de Benefício Definido que se desligaram da empresa em função de plano de incentivo à aposentadoria. Esse plano está fechado para novas adesões. Sobre o grau de cobertura, a patrocinadora (Vale) faz aportes mensais no fundo desde dezembro de 2001, com o objetivo de atingir a cobertura do passivo de 100% em novembro de 2014. O valor das parcelas mensais é reajustado quando necessário, e seu valor era de US$ 5,9 milhões, em janeiro de 2010. (5) Não estão incluídos os participantes do Abono Complementação porque já constam no Plano de Benefício Definido. (6) Esse grau de cobertura se refere à parcela de benefício definido dos planos mistos e do plano de benefício definido.

PrEViDêNCiAComPLEmENtAr

A Vale tem como uma de suas diretrizes globais de benefícios o acesso de seus empregados a um plano de previdência que garanta sua subsistência ao se aposentar. A Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia) é a responsável pela gestão dos planos de previdência complementar da Vale no Brasil. Entidade fechada sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira, a Valia atende as seguintes empresas, que fazem parte do escopo deste relatório: Vale, Urucum Mineração, Vale Manganês,

FCA, CPBS, PPSA, Cadam e Valesul3. Para mais informações, visite www.valia.com.br (disponíveis em português).

A maioria dos participantes da Valia está associada a planos mistos de contribuição definida4 com um componente de benefício definido específico para cobertura de pensão por morte e aposentadoria por invalidez. No caso de benefício definido, o valor é previamente estabelecido, com atualização atuarial, de forma a assegurar sua concessão. Já no caso de contribuição definida, o valor é permanentemente ajustado, de acordo com os recursos mantidos em favor do participante5.

O componente de contribuição definida dos planos mistos visa garantir que o plano tenha sustentabilidade financeira no longo prazo. Já o componente de benefício definido tem como objetivo evitar queda significativa na remuneração, em caso de aposentadoria por invalidez e pensão por morte.

As empresas Albras e Alunorte estão em processo de transição de planos de entidade aberta de contribuição definida para planos administrados pela Valia.

A Vale Manganèse France não oferece plano de aposentaria complementar nos moldes da Vale no Brasil. Na França, existe uma complementação de aposentadoria obrigatória, baseada num regime por repartição no qual os empregados ativos financiam a aposentadoria complementar dos aposentados.

No Canadá, a Vale deu início ao processo de migração do plano de pensão de benefício definido para contribuição definida6. A Vale Inco manterá o plano de benefício definido para os atuais assistidos e para os empregados ativos que optarem por permanecer nesse plano. Em janeiro de 2009,

3outrasempresasquenãofazempartedoescopodesterelatóriotambémsãocobertaspelaValia.

4Essanomenclaturaseguealegislaçãobrasileira.

5resultadolíquidodaaplicação,valoresaportadospeloparticipanteeosbenefíciospagospeloplano.

6AValeincoNewfoundland&LabradorLimited,subsidiáriadaValeinco,jáofereciaplanodecontribuiçãodefinida.

Plano tipodeplano Participantes(mil)(1) Graudecobertura

Plano Vale Mais, ValiaPrev e FCA(2) Misto 53,6 Superior a 100%(6)

Benefício Definido(3) Benefício definido 17,1

Abono Complementação(4) Benefício definido 2,0 62% com aportes mensais

Total 70,7(5)

fundosdetidosemantidosseparadamentedosrecursosdaempresaPlanosoferecidospelaValianobrasil(2009)

País operação tipodePlano Participantes(mil)(2)

Percentualdopassivocoberto

peloativo

Canadá Newfoundland & Labrador Contribuição definida 0,3 N/A

Canadá(3) Ontário e Manitoba Benefício definido 21,5 Entre 86% e 90%

Canadá(3) Ontário e Manitoba Contribuição definida 1,5 N/A

Indonésia PT Inco Benefício definido 2,7 Superior a 100%

Reino Unido Refinarias de Clydach e Acton Benefício definido 1,6 83%

EUA(4) Inmetco e Novamet Benefício definido 0,5 68%

Noruega Vale Manganese Norway Contribuição definida 0,08 N/A

Austrália Broadlea, Carborough Downs e Integra Coal Contribuição definida 0,7 N/A

Total     28,9  

fundosdetidosemantidosseparadamentedosrecursosdaempresaPlanosoferecidosforadobrasil(2009)(1)

(1) Para esses planos, de forma geral, os empregados não participam do custeio dos planos.(2) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).(3) O grau de cobertura refere-se aos dados da avaliação contábil de 31 de dezembro de 2009.(4) A operação da Inmetco foi vendida em dezembro de 2009. As informações de pensão para essa operação foram incluídas na tabela, uma vez que a Vale Inco Limited possui a responsabilidade pelos benefícios de pensão dos empregados e pensionistas da Inmetco em 31 de dezembro de 2009.

Relatório de Sustentabilidade Vale200938

Page 45: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

empregados próprios e de algumas empresas da Vale, independentemente de serem ou não filiados a entidades sindicais profissionais.

Nas operações internacionais, como Canadá, Austrália, Peru e Noruega, o sindicato representa apenas aqueles empregados que optam por se sindicalizar.

Na Vale Australia, 72% dos empregados estão cobertos por acordos coletivos. Por causa de mudanças na legislação local, os acordos individuais existentes estão sendo substituídos por coletivos.

Em 2009, na Vale Inco, 81% dos empregados foram abrangidos por negociações coletivas (em 2008, o percentual foi de 78% e, em 2007, de 73%).

Esses funcionários compõem dez unidades operacionais representadas por sindicatos. Em julho de 2009, três dessas unidades, Sudbury, Port Colborne e Newfoundland & Labrador, entraram em greve com base em três questões-chave propostas pela Vale Inco: conversão do plano de pensão da Vale Inco da modalidade de benefício definido para contribuição definida para os novos empregados; alinhamento da estrutura de

o plano de benefício definido dos empregados não sindicalizados do Canadá foi fechado para novos integrantes. No entanto, a opção de benefício definido extinguiu-se em julho de 2009 para os novos empregados, que passaram a adotar o plano de contribuição definida, visando à sustentabilidade do plano para as novas gerações.

A Vale Inco oferece diferentes planos de pensão aos empregados. A maioria dos benefícios de pensão é fornecida por meio de planos de pensão registrados conforme a legislação, e também há alguns benefícios de pensão adicionais fornecidos por planos não registrados. Para esta última modalidade, as obrigações são atendidas diretamente pelos recursos gerais da empresa7. Em 2009, o valor dessas obrigações foi de aproximadamente US$ 92 milhões. 

ACorDoSCoLEtiVoS

Em 2009, o percentual de empregados abrangidos por acordos coletivos de trabalho foi de 95% (mais detalhes no gráfico abaixo), o que respeita e, em alguns casos, supera as exigências legais.

No Brasil, adotamos, desde 2007, acordo coletivo de dois anos, que abrange os

7Nessescasos,oempregadonãoparticipadocusteiodosfundos.

bônus com o sistema usado na Vale no Brasil; e mudanças para melhorar a produtividade.

Esforços substanciais foram feitos para chegarmos a um consenso, mas até o momento da publicação deste relatório os impasses permaneciam. Estamos buscando uma solução alinhada às práticas de mercado, às necessidades dos empregados e à sustentabilidade do negócio.

Conforme previsto em nosso Código de Conduta Ética, a discriminação em função de sindicalização é considerada intolerável. O diálogo com representantes legítimos dos nossos empregados, sejam sindicatos ou outros tipos de associações, é a base norteadora das nossas negociações trabalhistas. Em função dessa postura, não temos registro de nenhuma autuação ou advertência lavrada pelos órgãos de fiscalização por alguma ocorrência relativa à liberdade de associação e de negociação coletiva. Embora tenhamos uma postura de diálogo, a notificação prévia de mudanças significativas8 não é uma prática padronizada e não está prevista em acordos coletivos.

8SegundoaGlobalreportinginitiative,mudançassignificativascorrespondemaalteraçõesnopadrãodeprodução,como,porexemplo,reestruturação,encerramentodeatividades,aquisiçõesoufusões.

Empregados próprios deste indicador (LA4) correspondem a 97% (2009) do total de empregados reportados (LA1).

Empregadosabrangidosporacordoscoletivos%

2007

94%

2008

94%

2009

95%

Investimos na qualificação contínua de nossos funcionários e também na mão de obra da cadeia produtiva de mineração.

GOVERNANçA CORPORATIVA

39

Page 46: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

rotAtiViDADE

Em 2009, a taxa de turnover1 global da Vale (incluindo aposentadorias e desligamentos) foi de 10,6%. Esse resultado está de acordo com as taxas encontradas em outras empresas do ramo de mineração. Realizamos o monitoramento trimestral, que considera indicadores como rotatividade, retenção e aproveitamento de recursos internos.

O maior índice de rotatividade foi observado na faixa etária acima de 50 anos, que atingiu 37%, em razão da implantação do Programa de Incentivo à Aposentadoria. A taxa entre as mulheres (13%) foi superior à dos homens (10%), e elas representaram 12% do total de empregados desligados e 10% do efetivo total.

Já na China, o índice de 16,7% reflete as características do mercado local e mudanças operacionais.

A taxa observada no Canadá (19,7%) foi atribuída a alguns fatores, incluindo o grande número de aposentadorias (representando aproximadamente 58% dos desligamentos), desligamentos voluntários (12% do total) e redução do número de empregados (25% dos desligamentos). Aos empregados impactados foram oferecidos benefícios e suporte para transição de carreira.

NoSSAmAiorriquEzA:ASPESSoAS

Desde 2003, a área de desenvolvimento de pessoas, a Valer – Educação Vale, em conjunto com as áreas regionais de Recursos Humanos, é responsável pela qualificação contínua dos nossos empregados e pelo fomento de mão de obra para a cadeia produtiva de mineração. São oferecidas ações de desenvolvimento pessoal e profissional dentro e fora da Vale, nos segmentos de educação básica, formação técnica, desenvolvimento gerencial, cidadania corporativa e cultura e arte.

Em 2009, lançamos internamente o documento Diretrizes Educacionais Valer, que consolida as atuais práticas de educação da área e explicita o posicionamento sobre educação para a sustentabilidade. Além disso, somente no Brasil investimos aproximadamente US$ 34,5 milhões em treinamento e desenvolvimento.

1taxadeturnovercorrespondeàsomadeempregadosquedeixa-ramaorganizaçãovoluntariamente,quesedesligaramequeseaposentaram,divididapelonúmerodeempregadospróprios.

Turnoverporgênero

homENSmuLhErES

88%

12%

Empregados próprios deste indicador (LA2) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

2008 2009Turnover geral 8,0% 10,6%Turnover homens 7,6% 10,3%Turnover mulheres 11,7% 13,0%

2008 2009Abaixo de 30 anos 7,0% 8,0%Entre 30 e 50 anos 6,7% 7,8%Acima de 50 anos 19,0% 37,0%

País 2008 2009

Brasil 8,0% 9,2%Canadá 5,0% 19,7%Indonésia 7,0% 9,1%Austrália 18,0% 13,4%China 32,0% 16,7%Outras 7,0% 16,5%

rotatividadeporgênero

rotatividadeporfaixaetária

rotatividadeporregião

Além de todas as unidades existentes no Brasil, a Valer atua internacionalmente visando apoiar a empresa em suas operações e na implantação de novos projetos. A expansão da Valer tem se dado por meio da criação de unidades físicas no exterior e da implementação de programas de fomento de mão de obra, como o Programa de Formação Profissional, já iniciado em Moçambique e Omã. Podemos destacar ainda a realização de programas de educação continuada para o público gerencial, como os Ritos de Passagem realizados na China, na Argentina, em Omã e em Moçambique.

Para o público externo, como terceiros, fornecedores e comunidades, demos continuidade à estratégia de fomentar o desenvolvimento de mão de obra qualificada para a cadeia produtiva de mineração, por meio da oferta de sete programas de atração e desenvolvimento, que alcançaram mais de 3.200 pessoas no Brasil e no exterior.

EDuCAçãoiNtErNA

O ambiente global de negócios, de elevada competição, exige que as empresas e seus profissionais aprendam mais rápido, acompanhando a velocidade da geração de conhecimentos. Diante disso, a educação corporativa ganha caráter estratégico, uma vez que se apresenta como uma alavanca para o aprendizado e o desenvolvimento dos recursos humanos qualificados.

Com esse objetivo, nossas ações de educação interna oferecem contínuas oportunidades de aprendizado aos empregados da Vale, segmentados em três públicos: técnicos operacionais, técnicos especialistas e líderes. Cada um possui um currículo de formação Vale, com ações educacionais estruturadas, denominadas Trilhas Técnicas, Mapas de Desenvolvimento e Trilha de Gestão e Liderança, respectivamente, de acordo com as demandas das áreas de negócio.

A melhoria contínua dos processos e evolução da empresa está estritamente relacionada à formação técnica dos nossos empregados, reconhecidos no mercado por seu alto grau de qualificação. Em parceria com as áreas de negócio, são mapeadas

Relatório de Sustentabilidade Vale200940

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Bras

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RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

as ações de capacitação técnica prioritárias para o alcance das metas empresariais. A Valer estrutura ações customizadas e firma parcerias com instituições de ensino de todo o mundo.

O Programa Global de Exploração Mineral e o Programa de Logística Integrada, ambos lançados em 2009, são exemplos de nossa atuação. O primeiro foi desenvolvido em parceria com a Diretoria de Exploração Mineral da Vale para reforçar o conhecimento de 107 empregados, dos cinco continentes, sobre processos mineralizantes e técnicas exploratórias. As aulas foram realizadas no Brasil e na África do Sul e complementadas com visitas técnicas a minas na Zâmbia, no Peru e nos Estados Unidos. Já o Programa de Logística Integrada, concebido em conjunto com a Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Logístico da Vale, capacitou 120 empregados nos principais conceitos e ferramentas de logística, gestão e finanças.

A média de horas de treinamento apresentou uma queda no final de 2008 e reduziu-se mais em 2009, em função da recessão econômica global, que paralisou diversas operações na Vale e impactou o investimento em treinamento das nossas equipes. Em função disso, priorizamos a oferta de treinamentos focados na aquisição de competências para o exercício das funções.

A Vale mantém como prática a oferta de cursos internos e, em casos mais específicos, o apoio financeiro para capacitação externa, com foco no desenvolvimento de competências técnicas críticas para os negócios da Vale.

Além da formação técnica, outra iniciativa é o Programa de Preparação para a Aposentadoria, que tem como objetivos preparar os empregados para a transição de carreira e despertar o interesse para novos desafios, sensibilizando-os para a importância do planejamento no êxito de um projeto de vida. Sua adesão é voluntária, e é conduzido regionalmente. No caso dos desligados, a Vale oferece o Programa de Transição Profissional, que procura minimizar os impactos do processo de demissão, enquanto proporciona ao profissional melhores condições para fazer com segurança e em curto prazo sua transição de carreira.

mãodeobraqualificadaUm dos grandes marcos em 2009 foi o lançamento do Centro de Excelência em logística Vale (CEl), na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil. O CEl reú-ne em um só local a estrutura necessária para aplicar treinamentos técnicos da ferrovia, do porto e da navegação, com uma abordagem teórico-prática, embasados pelos processos educacionais estruturados pela Valer.

Inaugurado em novembro, o prédio de cinco andares, no Terminal de Praia Mole, conta com simuladores de operação ferroviária, biblioteca técnica, salas para treinamentos, simulador de carregamento de vagões, maquete para aplicação do regulamento de operação e sinalização ferroviárias, sala para treinamento de centro de controle de pátios, linha sinalizada e ope-rações portuárias, além de sala de captação de conteúdo para construção de materiais didáticos.

CASE

Empregados próprios deste indicador (LA10) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.*A média de horas anuais é calculada pela divisão do total das horas de treinamento pelo número de empregados.

horasdetreinamento(média anual*)

200720082009

total

125

86

41

Especialista

43

83

39

Liderança

62

89

44

técnicooperacional

146

85

37

GOVERNANçA CORPORATIVA

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Gestãoeliderança

Em 2009, cerca de 300 líderes de todo o Brasil participaram dos Ritos de Passagem, o primeiro passo do currículo de formação gerencial Vale. Fora do país, mais de 90 profissionais, entre diretores, gerentes gerais e gerentes de área, que atuam em Omã, China, Canadá, Suíça, França, Peru, Chile, Paraguai e Argentina, também participaram da ação. A Curva de Aprendizagem – fase posterior na formação dos líderes Vale e conduzida em parceria com instituições de desenvolvimento executivo de renome, tais como o Institute for Management Development, escola de negócios de referência na Suíça – contou com a participação de cerca de 90 líderes de todos os níveis hierárquicos.

Numa empresa em que o primeiro nível da liderança é constituído em sua maioria por profissionais oriundos da carreira técnica, foi desenvolvido e implementado em 2009, como piloto, o Programa de Formação de Supervisores, com a oferta de 90 vagas. Essa iniciativa teve o objetivo de capacitar os supervisores em processos e ferramentas de gestão necessárias para o exercício da

oPErADorSuStENtáVEL

EducaçãoglobalComopartedaglobalizaçãodosnegóciosVale,asaçõesdeeducaçãoValerestãosendo,anoaano,expandidasparaasoperaçõesnoexterior.Alémdeatenderàsnecessidadesdecadaáreaenegócio,osprogramastambémcontemplamdemandasreferentesàdiversidadesocialeculturaldascomunidadesemqueatuamos.Dessaforma,osprogramasimplementadosglobalmentesãocustomizadosdeacordocomocontextolocal.umexemplodissoéoProgramadeformaçãoProfissional,implantadoem2009emomã,noorientemédio,paraformar120técnicosoperacionaisqueatuarãoemnossaplantadepelotizaçãonopaís.AformaçãovisacontribuirparaoalcancedocompromissofirmadopelaValedepreencher80%dasvagasgeradaspelonovonegóciocommãodeobralocal.ocurso,comduraçãode18meses,compostoportrêsfases(teórica,práticaeonthejob),foiimplementadoemparceriacomoinstitutorussayl,escoladereferênciadaregião,queinaugurounovocentrodetreinamentonacidadedeSoharparaatenderàdemandadaVale.

Paraimplantarafasedetreinamentoonthejobem2010,aValereceberáemsuasoperaçõesnobrasil

liderança. Em 2010, a ação terá a meta de alcançar 50% dos supervisores da Vale no Brasil, capacitando cerca de 800 líderes.

O segmento de gestão e liderança priorizou, também em 2009, a oferta de oportunidades de integração e alinhamento das lideranças Vale, num ano em que a empresa esteve dedicada a encontrar estratégias para transformar a crise em oportunidade. Foram realizados dois grandes encontros de lideranças, reunindo executivos Vale de todo o mundo. No workshop Breakthrough Process Innovation at Operations, conduzido em parceria com o MIT Sloan School of Management, diretores da empresa discutiram sobre ferramentas de gestão capazes de alavancar a inovação nos negócios. Além disso, foi lançado em 2009 o (i)nova Vale!, iniciativa que visou à promoção de uma cultura de inovação na Vale (leia mais na pág. 47).

Já na terceira edição do Fórum de Líderes da Vale, os 130 principais executivos da empresa no mundo refletiram sobre as lições aprendidas com a crise financeira mundial e debateram estratégia, gestão, liderança e as perspectivas para 2010.

participantesdoprograma,paraqueestejamplenamentecapacitadosparaoiníciodaoperaçãoemomã.Atendendoaoanseiodacomunidadepelainclusãofemininanomercadodetrabalho,aformaçãotementreseusparticipantes13jovensmulheres,queserãopreparadasparaatuarnumsetorondehápredominânciademãodeobramasculina.

EssainiciativadaValeapoiaapolíticadoGovernodeomãdevalorizarainserçãodamulhernomercadodetrabalho.EssaéumadasaçõesdaAgendadeSustentabilidadedogoverno,quepossuiquatroeixosestratégicos:omanização(contrataçãodamãodeobralocal),DesenvolvimentodaCadeiaLocalefornecedores,responsabilidadeAmbientalerespeitoàCulturaLocal.

PromovemostambémumencontroentreaDiretoriaExecutivaeasnossasempregadasomanisparadiscutirosdesafioseaspossibilidadesdemelhoriasinternas.Apesardoestímulogovernamentalparaainserçãodamulhernomercadoprofissional,essasaçõesaindarepresentamumaquebradeparadigmadaculturalocal.

Relatório de Sustentabilidade Vale200942

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Educaçãoparaavida

A missão Vale de transformar recursos minerais em desenvolvimento sustentável exige que os nossos empregados tenham competências transversais que vão muito além do conhecimento técnico. Por isso, por meio da Valer, oferecemos uma formação ampla, para o trabalho e para a vida, complementada por ações educativas de cidadania corporativa e de cultura e arte, que incluem capacitações em temas como sustentabilidade, meio ambiente, melhoria contínua, multiculturalidade e ética e transparência.

Um dos carros-chefe desse eixo educacional é o Programa de Formação Educacional, que oferta os ensinos fundamental e médio a empregados e terceiros da Vale, no intuito de reduzir a zero a taxa de analfabetismo na empresa. Em 2009, 205 empregados participaram da ação, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Brasil. Também demos continuidade ao Programa Atitude Ambiental, que promove diálogos sobre sustentabilidade, reunindo empregados, terceiros e as populações das comunidades em que estamos presentes. Em paralelo aos encontros do programa, em 2009 o currículo da ação foi reformulado com base no atual posicionamento da empresa e em nossa Política de Desenvolvimento Sustentável.

EDuCAçãoExtErNA

A necessidade de pessoal qualificado é um desafio para as empresas de mineração, por isso, a Vale investe de maneira consistente na capacitação de profissionais para atuar no setor. Esse é o principal objetivo do segmento de educação externa da Valer, composto por sete programas de atração e desenvolvimento de profissionais do mercado, conforme destacado no quadro desta página.

Em 2009, a despeito da conjuntura econômica global, tivemos como destaque 100% de efetivação dos participantes do Programa de Especialização Profissional, que ofertou pós-graduação em Engenheira Ferroviária a 60 profissionais do mercado em São Luís e Belo Horizonte, em parceria com a Universidade Dom Bosco (UNDB) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), respectivamente.

Já no Programa de Formação Profissional mais de 1.800 jovens estiveram em sala de aula para aprender uma profissão. Apenas no fim do ano, com o reaquecimento econômico, mais de mil vagas foram abertas em vários estados do Brasil. Em Minas Gerais, foi destaque a reconvocação dos 500 finalistas do processo seletivo 2008, interrompido no auge da crise econômica global. Em 2009, o programa também foi ofertado em Moçambique, na África, formando 25 aprendizes no curso de Operação de Mina. Com foco internacional, o Graduate Program ofereceu formação avançada em mineração a 20 jovens da Austrália, de Moçambique, do Canadá e do Brasil.

O Programa de Estágio novamente se confirmou como a principal porta de jovens talentos na Vale, oferecendo 1.068 vagas ao longo do ano de 2009, 900 apenas no processo seletivo do segundo semestre, que alcançou número de inscrições recorde: mais de 93 mil jovens se candidataram a uma oportunidade de ingressar na empresa.

CENárioSfuturoS

Como maximizar o uso dos minérios? Como utilizar outros recursos naturais, como, por exemplo, a água, de forma cada vez mais sustentável? Já vislumbrando cenários futuros, ampliamos o escopo de atuação do Departamento do Instituto Tecnológico Vale, criado para estimular e fortalecer os relacionamentos da Vale com instituições acadêmicas, governo e unidades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Em 2009, passamos a trabalhar com três eixos: gestão de tecnologia e propriedade intelectual, coordenação de cooperação e fomento e o Instituto Tecnológico Vale (ITV).

A Gestão de Tecnologia e Propriedade Intelectual é a área responsável pela observação das tendências tecnológicas. A partir das inovações que chegam ao mercado, monitoramos as melhores práticas e buscamos, por meio da inteligência competitiva, desenvolver pesquisas. Para 2010, está prevista uma nova ação, que avaliará o portfólio de pesquisa de interesse da Vale, considerando desde a gestão da escolha dos temas até os resultados obtidos com os estudos apoiados.

Programa objetivo Abrangência Participaçõesem2009

ProgramadeformaçãoProfissional

Formar jovens para o primeiro emprego em atividades operacionais e administrativas da Vale.

Brasil 1.857

ProgramadeEstágioDesenvolver estudantes de ensino técnico e superior por meio de experiência prática na Vale.

Brasil 1.068

ProgramadeEspecializaçãoProfissional

Formar especialistas em cursos de pós-graduação em Mineração, Ferrovia e Portos.

Brasil 60

ProgramadeinclusãodePessoascomDeficiência

Recrutar e capacitar pessoas com deficiência para as áreas corporativas e operacionais da empresa.

Brasil 282

GraduateProgramFormar jovens para posições técnicas da Vale, por meio de formação avançada em mineração.

Internacional 20

Globaltrainee Desenvolver recém-graduados para posições de liderança na Vale. Internacional ----

SummerJob

Oferece a alunos de MBA das mais renomadas universidades do mundo formação sobre os negócios Vale e interação com nossos executivos.

Internacional ----

total 3.287

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

A Coordenação de Cooperação e Fomento faz a interface da Vale com a comunidade de ciência e tecnologia. Mais do que buscar no meio acadêmico uma prestação de serviço pontual, queremos instituir parcerias duradouras que contribuam para o desenvolvimento científico do país. Em 2008, o convênio assinado entre a Vale, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará (Sedect) apoiou o edital que ofereceu 22 bolsas de doutorado e 63 de mestrado em macroáreas de interesse da Vale. Com essa iniciativa, permitiu-se que todos os proponentes conseguissem bolsas de estudos. Outra ação inédita no país foi a parceria da Vale com três reconhecidas agências de fomento à pesquisa do Brasil (saiba mais informações na página 45).

No final de 2009, realizamos outra importante parceria, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). Lançamos um edital voltado a selecionar e apoiar propostas de pesquisa dentro das linhas definidas pelo estudo intitulado Projeto Setor Mineral – Tendências Tecnológicas Brasil 2015. O documento elaborou uma agenda de prioridades para investimento no setor mineral. A iniciativa ofereceu um total de US$ 3,9 milhões, dos quais US$ 2,7 milhões foram aportados pela Vale, e o restante, financiado pelo Fundo Setorial Mineral (CT-Mineral). Foram apresentadas 113 propostas, de diferentes áreas de conhecimento. Os projetos escolhidos serão anunciados no primeiro semestre de 2010.

Por meio de parcerias duradouras, queremos contribuir para o desenvolvimento científico do país

Maquete do ITV Pará (Belém) que priorizará as pesquisas em desenvolvimento sustentável.

Relatório de Sustentabilidade Vale200944

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incentivoàpesquisaUma parceria inédita uniu a Vale, por meio do Instituto Tecnológico Vale (ITV), e três reconhecidas agências de fomento à pesquisa do Brasil com o objetivo de desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica. Serão investidos cerca de US$ 68,9 milhões no programa, que reúne as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de Minas Gerais (Fapemig), Pará (Fapespa) e São Paulo (Fapesp).

As pesquisas devem contribuir para o avanço do conhecimento científico e da tecnologia nas áreas de mineração, processos ferrosos para siderur-gia, energia, ecoeficiência e biodiversidade e, simultaneamente, colaborar para a aplicação do conhecimento gerado na promoção do desenvolvi-mento da tecnologia nacional. Cerca de US$ 41,4 milhões serão investidos pela Vale, e o valor restante, dividido entre os demais parceiros.

O convênio prevê o financiamento a itens de custeio, de capital e todas as modalidades de bolsas pagas pelas fundações envolvidas – iniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado. Terá mais chances de ser contemplado o projeto que proponha o desenvolvimento de pesquisas em redes interestaduais, ou seja, uma universidade do Pará em parceria com uma de Minas Gerais ou de São Paulo e vice-versa. Com essa articula-ção entre empresa privada, meio acadêmico e governo, a Vale abre portas para que outras empresas estabeleçam parcerias. Além disso, a iniciativa fomenta a formação de recursos humanos mais especializados e estimula a produção científica das instituições acadêmicas.

Entre as linhas propostas para pesquisa estão temas como métodos in-diretos de prospecção mineral, melhoria no sistema de monitoramento de barragens, reutilização de resíduos, novos processos de produção de biocombustíveis, melhorias de eficiência na geração hidrelétrica, conser-vação de ecossistemas e descoberta de novos produtos.

CASEiNStitutotECNoLóGiCoVALE

Para fomentar a produção de pesquisas científicas e o desenvolvimento econômico de base tecnológica no país, além de gerar e difundir novos conhecimentos para o progresso socioeconômico, ambiental e para a cadeia de mineração sustentável, iniciou-se em 2009 o planejamento do Instituto Tecnológico Vale (ITV). O objetivo é construir uma unidade do ITV em três estados brasileiros, cada uma com uma vocação específica. A de Minas Gerais será erguida em Ouro Preto e será especializada em mineração. A unidade do Pará ficará em Belém e priorizará as pesquisas em desenvolvimento sustentável. A de São Paulo será voltada para as inovações em energia, tendo como um dos principais parceiros o centro tecnológico da Vale Soluções em Energia (VSE), em São José dos Campos.

O ITV será constituído como uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com duração de tempo indeterminado. As unidades terão o mesmo modelo corporativo em sua gestão, com normas semelhantes de funcionamento, mas ao mesmo tempo possuirão autonomia. A criação jurídica dessas unidades deve ser concluída até o primeiro semestre de 2010. A ideia é reunir uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, que possam trocar experiências entre si e vislumbrar questões problemáticas que ainda não foram levantadas.

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

saúde e seGurança

Importantes conquistas,

novos desafiosA saúde e a segurança

estão cada vez mais globais na Vale. Nosso

compromisso com o respeito à vida se

reflete nos esforços de internacionalizar as ações

umimportantepassonessesentidofoiapublicaçãodaPolíticaGlobaldeSaúdeeSegurançaetambémdaNormaGlobalderesponsabilidadedeSaúde,SegurançaemeioAmbiente.Asdiretrizesforamelaboradasconsiderandoalegislaçãoeaculturadosdiversospaísesondeoperamos.

A estratégia adotada, desde 2006, de investir em gestão, educação, infraestrutura e inovação tecnológica vem apresentando resultados positivos. O principal deles é a constatação da transformação da cultura de nossa empresa em saúde e segurança.

O resultado do Prêmio (i)nova Vale! 2009 é uma mostra de quanto o tema está presente na empresa. Das 7.162 ideias apresentadas para melhoria de processos, 2.250 referiam-se à segurança (leia mais na página 47). Em 2009, investimos mais de US$ 110 milhões em projetos de capital para estabelecer melhorias em saúde e segurança. Sabemos que, apesar dos avanços, esse é um processo que exige um trabalho contínuo de aperfeiçoamento.

Além de nossos investimentos e da introdução do Programa (i)nova, lançamos um piloto do Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança em cinco áreas no Brasil: Itabira, Logística Norte, Serra Sul, Taquari Vassouras e Carajás. O sistema integra o Programa de Excelência, iniciado em dezembro de 2006, base da nossa estratégia de saúde e segurança. A Vale usou o aprendizado da experiência piloto para revisar o sistema de gestão, as instruções normativas, os requisitos de atividades críticas (RACs) e a sua matriz de treinamentos de saúde e segurança. Em 2010, nosso objetivo é iniciar a implantação do Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança nas demais unidades brasileiras.

A cultura da saúde e segurança está cada vez mais presente no dia a dia de nossas atividades.

Relatório de Sustentabilidade Vale200946

Page 53: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Bras

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RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

incentivoàinovaçãoPara estimular o desenvolvimento de ideias criativas e de fácil implementa-ção que contribuíssem para a melhoria dos processos, o Departamento de Inovação e Desenvolvimento da Vale lançou, em 2009, o Prêmio (i)nova Vale!. Em 30 dias foram apresentadas mais de sete mil propostas, nas áreas de segurança, economia de energia, reciclagem e velocidade de processos.

Foram escolhidas sete ideias vencedoras: a melhor em cada uma das qua-tro categorias apresentadas acima, a mais criativa, a com maior potencial de melhoria nos resultados e a que apresentou melhor possibilidade de replica-ção. Os vencedores ganharam cursos de extensão, pós-graduação, aperfei-çoamento e certificação, de acordo com a formação do empregado, com o apoio da Valer. Além disso, todas as propostas inscritas passaram a integrar o banco de inteligência de inovação da Vale e poderão ser implementadas posteriormente. A iniciativa contribuiu para a disseminação de uma cultura de inovação na empresa. Os objetivos, futuramente, são expandir a premia-ção e aumentar o envolvimento de fornecedores, institutos de pesquisas e universidades, entre outros parceiros.

A ideia premiada na categoria Saúde e Segurança foi a criação de um disposi-tivo que elimina o manuseio direto de uma peça existente no compressor de rolos. Com esse artefato simples e de fácil implantação, as mãos do operador ficam afastadas do ponto crítico, evitando assim o risco de acidentes. Outros benefícios da instalação desse dispositivo são o aumento da produtividade e a redução do esforço físico para a realização da atividade.

Entre as ideias mais votadas na área de saúde e segurança está a utilização de empilhadeira elétrica tracionada na execução dos trabalhos de movimentação de amostras de minério. O uso da empilhadeira contribui para o aumento de produtividade ao reduzir de seis para um o número de empregados que re-alizam essa atividade. Além disso, minimiza a exposição ao risco e diminui a probabilidade de ocorrências de lesões como lombalgia, distúrbios osteomus-culares relacionados ao trabalho (Dort) e prensamento de membros. Outra proposta bastante votada na categoria de Saúde e Segurança foi a exposição de vídeos de saúde e segurança informativos nos ônibus de transporte dos empregados. Os objetivos são aumentar a percepção de riscos, mostrar temas atuais e englobar aspectos de segurança fora do ambiente do trabalho.

CASE

NoVorACPArASErViçoSDEELEtriCiDADE

Conseguimos, em 2009, superar a meta de ter 70% dos requisitos de atividades críticas (RACs) implantados nas operações brasileiras, alcançando o percentual de 72,4%. Os RACs são ferramentas fundamentais para a redução de acidentes. Esses requisitos incluem adoção de normas, treinamentos e investimentos em infraestrutura, visando garantir a segurança na execução das dez atividades operacionais que, historicamente, representam 91,7% das fatalidades1.

A Vale revisou todos os seus requisitos, a fim de aprimorá-los e adequá-los às nossas operações internacionais, além do Brasil. Também foi criado um requisito específico para os serviços de eletricidade. Em 2010, nosso objetivo é implantar os requisitos de atividades críticas (RACs) em todas as unidades internacionais.

uNiNDoforçAS

Outra iniciativa que veio reforçar a preocupação da Vale de agir de forma preventiva foi a junção dos nossos departamentos de Saúde e Segurança Ocupacional e de Segurança Empresarial. Isso permitiu a ampliação de nossa rotina de inspeções nas nossas unidades operacionais e nos projetos nacionais e internacionais, assim como no compartilhamento das melhores práticas. Os resultados das inspeções são consolidados e distribuídos aos setores inspecionados para solução. Caso seja constatada alguma situação de risco grave e iminente, a atividade é interrompida imediatamente.

Em 2009, também foram criados os alertas de segurança corporativos. São mensagens enviadas para as operações e os projetos da Vale no mundo, chamando a atenção para alguma atividade crítica, seus riscos, consequências e como evitá-las. Além disso, instituímos uma agenda de reuniões

1Sãoconsideradasatividadescríticasasqueenvolvem:traba-lhoemaltura,eletricidade,veículosautomotores,equipamen-tosmóveis,bloqueioesinalização,movimentaçãodecarga,espaçoconfinado,proteçãodemáquinas,estabilizaçãodetaludes,explosivosedetonaçãoeprodutosquímicos.

GOVERNANçA CORPORATIVA

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Page 54: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

globais com todas as gerências de Saúde e Segurança. Os encontros via call acontecem semanalmente, com os países de língua portuguesa e espanhola, quinzenalmente, com o Canadá, e mensalmente, com a Austrália. A ideia é compartilhar boas práticas e alinhar os procedimentos de saúde e segurança em toda a empresa.

DESAfioSEPArCEriAS

Apesar dos nossos esforços no gerenciamento dos riscos e de uma forte redução nas nossas taxas de acidentes, tivemos em 2009 a ocorrência de nove acidentes fatais nas operações e nos projetos envolvendo empregados e contratados da Vale e de três fatalidades com prestadores de serviço do setor de transporte nas estradas.

A perda dessas vidas, que nos causa tanto pesar, reforça o nosso desafio de buscar ferramentas que sejam mais eficazes na prevenção dos acidentes. Paralelamente a isso, procuramos influenciar nossa cadeia de valor, incentivando a adoção de medidas de segurança, campanhas de conscientização, inspeções e auditorias.

Os dados do gráfico englobam empregados próprios e terceiros e não incluem atendimento de primeiros socorros. Dados da Vale Inco incorporados a partir de 2007, período para o qual não foram considerados terceiros. Se utilizado o mesmo critério de 2008 e 2009, o valor de 2007 seria 10,7.- HHT = homens-horas trabalhadas- 1 MM = 1 milhão- Inclui lesões com e sem afastamento. O cálculo das

taxas não inclui doenças ocupacionais.Para Vale Brasil, as taxas de saúde e segurança são calculadas com base na HHT mensal estimada pelo número de efetivos. Incluem dados das empresas de pesquisa mineral, inclusive as internacionais. Para Vale Inco, Vale Australia e Projeto Moatize, utiliza-se HHT real.

taxadelesões(Nº de lesões/HHT x 1 MM)

2007

11,6

2008

8,0

2009

5,7

Os dados do gráfico consideram empregados próprios e terceiros.

taxadeacidentescomafastamento(Nº de acidentes com afastamento/HHT x 1 MM)

2007

1,9

2008

1,5

2009

1,0

Cores,aliadasdasegurançaEm2009,parafacilitaraidentificaçãodosnovosempregados,anossaoperaçãoemthompson,noCanadá,adotouumsistemadecódigoparacapacetesbaseadonascores.todososempregadoscommenosdeumanoqueatuamnasminasutilizamcapacetesalaranjados.issopermiteafácilidentificaçãodostrabalhadoresmenosexperientes,alémdepossibilitarqueelessebeneficiemdosconhecimentosdosmaisantigosemrelaçãoàsmelhorespráticasdesegurança.Amedidaseaplicaaosempregadosquetrabalhamnosubterrâneo,incluindoasáreasdemanutenção,engenhariaegeologia.Depoisdeumanodeserviço,oempregadopassaausarocapaceteamarelocomum.Comessainiciativa,esperamosreforçarumaculturadesegurançanosempregadosqueestãoiniciandosuacarreiraeincentivá-losacompartilharoconhecimentoeaexperiência,àmedidaquesetornemmaisexperientes.

Estimulamos os nossos empregados a adotar uma atitude de prevenção nos locais onde atuamos.

Relatório de Sustentabilidade Vale200948

Page 55: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

DiáLoGoComoSLÍDErES

O Diálogo Comportamental vem ganhando cada vez mais adesão das unidades operacionais e dos projetos da Vale. Criado em 2007, tem como objetivo promover a troca de experiências e a reflexão conjunta das situações enfrentadas no dia a dia, em prol da saúde e segurança. Em 2009, realizamos treinamento específico para os líderes de projetos mostrando como o diálogo comportamental pode ser utilizado para falar de saúde e segurança nas obras. O resultado apontado por eles é que, de fato, essa é uma maneira simples e eficaz de promover a conscientização das pessoas.

mAiSiNCENtiVoPArASAúDEESEGurANçA

Em 2009, o percentual da remuneração variável vinculado à meta de desempenho em saúde e segurança do trabalho passou de 6% para 10%. Para 2010, o item saúde e segurança continuará representando 10% da remuneração variável, exceto para os projetos considerados estratégicos, para os quais aumentamos esse percentual para 25% da remuneração variável total. A ampliação do percentual é um reconhecimento dos esforços da liderança e de todos os empregados em direção a uma atitude preventiva e de respeito à vida.

AtENDimENtoASituAçõESDEEmErGêNCiA

Implementamos, em 2009, a Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-0037), com base no Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança. Com isso, iniciamos a revisão dos planos de emergência e auxílio mútuo das unidades, definindo melhor os cenários de emergência e, consequentemente, a alocação de recursos e o desenvolvimento de procedimentos específicos para cada localidade. Além disso, a instrução permitiu a padronização das análises de risco. O objetivo é que todas as unidades operacionais e projetos da Vale visualizem e tratem o risco da mesma forma.

Em 2009, realizamos também a análise preliminar de riscos, conduzida pelas áreas de Saúde e Segurança e Meio Ambiente, nas seguintes unidades operacionais no Brasil: Itabira, Taquari, Logística Norte (São Luís), Estrada de Ferro Carajás (EFC), Mina de Bauxita Paragominas, Departamento de Pesquisa Mineral (Sondagem), Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Projeto S11D (expansão de Carajás).

Por meio da parceria com as empresas Det Norske Veritas (DNV), Bureau Veritas (BV) e ABS Consulting, realizamos treinamentos para capacitar os empregados na análise de riscos. Para 2010, daremos continuidade ao processo de implantação da INS-0037 nas demais unidades operacionais e projetos, a fim de tornar essa ação global.

Adotamos em nossas unidades uma série de procedimentos para propiciar respostas rápidas e eficientes em situações de emergência, incluindo: Planos de Emergência; Planos de Ação Emergencial (PAE); Planos de Auxílio Mútuo (PAM), no caso de a

emergência envolver empresas vizinhas; Regulamento de Atendimento a Ocorrência Ferroviária (Raof ); e nosso Manual de Gestão de Crise e Diretrizes Básicas de Risco (DBR). A fim de garantir o atendimento adequado às situações de emergência, realizamos, regularmente, treinamento das equipes responsáveis, na maioria dos casos, com exercícios de simulação.

PrEVENçãoECoNtroLEDEriSCoSàSAúDE

Mantemos um sistema de identificação e mensuração dos riscos a saúde, segurança e meio ambiente em todas as nossas unidades e estabelecemos parcerias com esse mesmo objetivo. Procuramos, dessa forma, proteger a saúde de nossos empregados e favorecer a criação de programas que atendam as circunstâncias locais, mas que possam ser replicados na empresa. As diretrizes principais são promover a saúde e estimular a atitude preventiva por parte de empregados, familiares e pessoas das comunidades nas quais atuamos.

Principaisações

Público Educação/treinamento Aconselhamento Prevenção/

controlederiscotratamentomédico

Empregados

Campanhas de prevenção de gripe H1N1; oficinas sobre álcool e tabagismo; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares

PAE (Programa de Assistência ao Empregado), com orientação sobre diversos assuntos, como problemas emocionais, financeiros, dificuldade de relacionamento, alcoolismo, dependência química e estresse

Campanha de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis – DST/Aids; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; vacinação contra influenza; inspeções de prevenção e tratamento de dengue e febre amarela

Plano de saúde e

postos de atendimento

familiares

Campanhas de prevenção de gripe H1N1; oficinas sobre álcool e tabagismo; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares

PAE (Programa de Assistência ao Empregado), com orientação sobre diversos assuntos, como problemas emocionais, financeiros, dificuldade de relacionamento, alcoolismo, dependência química e estresse

Vacinação contra influenza; inspeções de prevenção e tratamento de dengue e febre amarela

Plano de saúde

Comunidades

Campanhas de prevenção de gripe H1N1; campanha de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis – DST/Aids

-

Programa de educação afetivo-sexual (Vale Juventude – desenvolvido pela Fundação Vale), com orientação sobre vida sexual e ações de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis

-

GOVERNANçA CORPORATIVA

49

Page 56: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

A diversidade das condições de saúde dos locais onde operamos faz com que busquemos ações diferenciadas, que respondam a essas peculiaridades. Por isso, possuímos diferentes programas de treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco e tratamento médico para nossos empregados e seus familiares. Continuamos empreendendo esforços para ampliar a inserção das comunidades nos nossos programas. A seguir, listamos ações realizadas em algumas de nossas unidades.

Em 2009, foi criado um programa de prevenção da pandemia de gripe H1N1, que incluiu a divulgação de informações sobre o assunto (por meio de campanhas educativas e criação de página específica na intranet) e o acompanhamento e monitoramento de casos suspeitos abrangendo empregados, contratados e seus familiares. Outra ação foi a suspensão temporária de projetos que estavam previstos para serem realizados nos países de alta incidência do H1N1 – sendo que as atividades já foram retomadas.

Firmamos também parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) para apoio ao Programa de Saúde do Trabalhador nas operações Vale do Brasil. Esse programa abrange não só os empregados, como os contratados.

A Vale está trabalhando no aprimoramento dos processos e programas de prevenção das doenças ocupacionais para possibilitar uma melhor identificação e monitoramento da ocorrência de novos casos de doenças ocupacionais. Para 2010, nosso planejamento contempla o aprofundamento da discussão desse tema com o Grupo de Trabalho do ICMM, considerando os indicadores de doenças e a uniformização de conceitos e de reporte.

ACorDoSComSiNDiCAtoS

O tema saúde e segurança está presente no diálogo entre a Vale e os seus empregados, inclusive nas negociações coletivas.

Nas nossas operações Vale (Brasil e internacionais), os aspectos de saúde e segurança são pautados na nossa Política Global. Além disso, respeitamos as regulamentações e as legislações locais e as demandas específicas dos representantes dos empregados, que definem os mecanismos e os requisitos para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, como manutenção de comitês conjuntos de saúde e segurança, fornecimento de equipamentos de proteção individual e treinamentos em instrumentos como o direito de recusa ao trabalho inseguro.

PArtiCiPAçãoEmComitêSDESAúDEESEGurANçA

Em 2009, mais de 99% dos empregados da Vale eram representados em comitês de saúde e segurança (no Brasil, denominados Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – Cipa). O objetivo dos comitês é contribuir para a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Nossas ações de saúde e segurança são orientadas pela nossa

Política Global

oPErADorSuStENtáVEL

Em algumas unidades, o número de representados não atingiu 100% por causa de fatores como: número de funcionários da unidade menor que a exigência legal para constituição de comissão, novos projetos que ainda não constituíram comitês de saúde e segurança e novas contratações realizadas ao longo de 2009.

representaçãoemcomitêsformaisdesaúdeesegurançaPercentual de empregados próprios representados em comitês de S&S por ano

2007 2008 2009

99,7

98,999,3

Relatório de Sustentabilidade Vale200950

Page 57: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

SiStEmADEiNformAçãoúNiCo

A Vale concluiu em 2009, por meio da revisão de todos os processos de Saúde e Segurança, a implantação do Sistema de Informação de Saúde e Segurança (Siss) em todas as operações no Brasil. Com essa ferramenta, os registros de saúde e segurança são feitos em um único sistema, facilitando o arquivamento das informações, o acompanhamento de ações e a análise dos processos de saúde e segurança. Em 2010, a meta é implementar um Sistema de Informação de Saúde e Segurança em nossas unidades internacionais.

Por meio da parceria com a empresa IUS Natura, iniciamos, no Brasil, a implantação de sistema para identificação, acompanhamento e monitoramento de requisitos legais de saúde e segurança nas operações e nos projetos. Realizamos treinamentos para capacitar os empregados no que tange aos requisitos. Com esse processo, conseguimos ações mais uniformes, atendimento mais amplo e compartilhamos experiências e soluções em nossas operações. Em 2010, finalizaremos o processo de implantação nas nossas unidades operacionais e iniciaremos auditoria do sistema.

AçõESNACADEiADEVALor

EmESrt

Desde 2008, a Vale participa de reuniões do The Earth Moving Equipment Safety Round Table (EMESRT, na sigla em inglês), grupo criado em 2006, por grandes mineradoras mundiais, e apoiado pelo ICMM.

A proposta do EMESRT é, por meio da parceria entre grandes fornecedores de equipamentos e as mineradoras, apoiar a adoção de medidas que influenciem o desenvolvimento de equipamentos pelos fabricantes e minimizem os riscos de saúde e segurança dos seus usuários. O grupo é formado não só por profissionais de saúde e segurança, mas também por pessoas das áreas de manutenção e produção.

mELhorESPrátiCAS

Para compartilhar as melhores práticas em segurança, saúde, meio ambiente e comunidade do setor de mineração, o ICMM gerencia um banco de dados que reúne mineradoras de todo o mundo. Trata-se do Safety, Health, Environment and Community Benchmarking (SHECBenchmarking), que promove essa troca de experiências por meio de um portal na internet. A Vale integra o grupo desde 2007 e procura ter uma participação ativa.

Incentivamos a fabricação de equipamentos que minimizem os

riscos dos seus usuários.

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Cumprimentodasaçõesprevistaspara2009

• Publicação da Política de Saúde e Segurança Global (janeiro de 2010)

• Implantação de 70% dos Requisitos para Atividades Críticas (RACs) nas operações brasileiras

• Expansão do Diálogo Comportamental para todas as unidades próprias da Vale no Brasil

• Implantação do Sistema de Informação de Saúde e Segurança nas unidades brasileiras

• Implantação do Sistema de Informação para Requisitos Legais Aplicáveis para Saúde e Segurança nas unidades brasileiras

• Início da implantação da Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-0037)

• Implantação da Norma de Responsabilidade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente

GOVERNANçA CORPORATIVA

51

Page 58: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

MeIo aMBIente

Desenvolver e conservar

Com investimentos contínuos na gestão dos aspectos e riscos ambientais, a

Vale cumpre o compromisso com a conservação do meio ambiente e fortalece a atuação em direção ao

desenvolvimento sustentável

Nossaestratégiadesustentabilidadetemcomoumdosfundamentoso

compromissocomaconservaçãodomeioambiente.Nossaatuaçãobuscaoequilíbrioentreodesenvolvimento

socioeconômicodosterritórioseamanutençãodaqualidadedosrecursos

naturais,dabiodiversidadeedavida.Paraalcançaressesobjetivos,

investimoscontinuamentenagestãodosaspectosedosriscosambientaisde

nossasatividades,produtoseserviçose,também,narecuperaçãodeáreasdegradadaseempesquisadenovas

tecnologiasquepermitamaprimorarossistemasdecontroleambiental.

A Política de Desenvolvimento Sustentável da Vale contém as diretrizes que orientam nossa atuação, desde a tomada de decisão para realizar um investimento até os procedimentos de encerramento de operações. Essa política, aprovada em 2009, substituiu a Política Ambiental, dando maior abrangência aos nossos compromissos e integrando os objetivos de nossa gestão ambiental a outros aspectos da sustentabilidade, como saúde e segurança e desenvolvimento social.

Com o objetivo de fortalecer princípios de sustentabilidade em todas as unidades, revisamos, em 2009, a Norma de Responsabilidade em Meio Ambiente, incluindo as atribuições de Saúde e Segurança, reforçando o papel dos gestores e dos empregados da empresa. Esse novo documento corporativo estabelece papéis e responsabilidades, em todos os níveis hierárquicos da empresa, em relação à sustentabilidade, com ênfase na conformidade e na prevenção dos riscos associados às nossas operações. Com isso, reforçamos a adoção de um modelo de gestão global, considerando uma centralização corporativa de diretrizes e monitoramento do desempenho e, ao mesmo tempo, uma descentralização das ações de melhoria contínua nas áreas operacionais.

Relatório de Sustentabilidade Vale200952

Page 59: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Em 2009, instituímos uma nova dinâmica na realização de auditorias ambientais nas unidades brasileiras, estabelecendo duas fases. No primeiro semestre, cada área operacional executa uma auditoria interna com foco em evidenciar a efetividade da sua própria gestão, detectando pontos de correção e oportunidades de melhoria. No segundo semestre, é realizada a auditoria externa corporativa que, além de validar as conclusões da primeira auditoria, busca identificar práticas de melhoria contínua na gestão ambiental. Com essa nova sistemática, promovemos a descentralização das atividades e ratificamos a responsabilidade das operações pela gestão ambiental.

Ainda em 2009, iniciamos a implantação de um sistema online para acompanhamento da conformidade legal de cada unidade. Essa ferramenta tecnológica permite a identificação, a avaliação e o monitoramento dos requisitos legais de Saúde, Segurança e Meio Ambiente aplicáveis às atividades, aos produtos e aos serviços realizados em cada unidade da empresa. Com atualização automática mensal da legislação e até de tendências, a iniciativa busca manter a conformidade e, também, a antecipação de novos requisitos. Em 2010, o sistema estará funcionando em todas as unidades brasileiras da Vale.

Buscamos reduzir o consumo de água, minimizar a geração de efluentes e

aumentar o percentual de reúso.

unidadescomcertificaçãoiSo14001

áreadenegócio unidades

mineraçãodeferroepelotização

Alegria, Timbopeba, Água Limpa, Fábrica Nova, Fazendão, Cauê, Conceição, Córrego do Feijão, Brucutu, Gongo Soco, Fábrica, Mutuca, Capitão do Mato, Pico, Capão Xavier, Abóboras, Mar Azul e Usinas de Pelotização e Terminais Portuários em Tubarão e Fábrica

usinasdeferroligasemineraçãodemanganês Minas do Azul e Morro da Mina; e Vale Manganèse France

Níquel Refinaria de Clydach, no Reino Unido, Vale Inco Japão – Matsuzaka Plant, Refinaria de Níquel em Taiwan e INMM (Dalian)

Cobre Mina do Sossego

metaispreciosos Refinaria Acton – Reino Unido

Alumínio Alunorte, Albras e Valesul

Caulim PPSA e Cadam

Obs.: As empresas Samarco e MRN são também certificadas pela ISO 14001.

Conforme previsto, concluímos o desenvolvimento e a implementação, no Brasil, do Sistema de Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP). Isso nos permitiu consolidar uma base de conhecimento para, a partir dela, gerenciar as estruturas geotécnicas da Vale. Com esse sistema, passamos a ter, em uma única plataforma tecnológica, informações, dados e indicadores de desempenho sobre as barragens de rejeito e as pilhas de estéril, possibilitando o controle dos riscos geotécnicos e ambientais e sua manutenção em níveis adequados.

GOVERNANçA CORPORATIVA

53

Page 60: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

iNVEStimENtoSAmbiENtAiS

O volume de recursos aplicados na área ambiental pela Vale, em 2009, foi de US$ 580 milhões, valor 14,5% menor em relação ao ano de 2008. Essa redução decorre da paralisação realizada em algumas unidades da Vale, de acordo com as medidas de enfrentamento da crise. Mesmo com o registro dessa queda, o volume de investimentos ambientais no ano superou o valor de 2007, conforme demonstra o gráfico.

Como no ano anterior, a maior parte dos recursos destinou-se a três linhas de dispêndio:

• Aquisição e implantação de equipamentos de controle ambiental, voltados a assegurar a conformidade e o aprimoramento do desempenho em operações já existentes;

• Manutenção geotécnica ambiental e de segurança das barragens e das pilhas de estéril;

• Reflorestamento e reabilitação de áreas degradadas que integram o Programa Vale Florestar e convênios com alguns estados do Brasil.

oPErADorSuStENtáVEL

GEStãoDErECurSoShÍDriCoS

O Plano de Gestão de Recursos Hídricos orienta as ações da Vale, dando suporte à elaboração de programas implantados nas unidades operacionais. Os objetivos principais desses programas são reduzir o consumo de água, minimizar a geração de efluentes e aumentar o percentual de reúso.

A água é um insumo de absoluta relevância para os processos da empresa, e a maioria das nossas atividades demanda intervenções nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. O uso mais intenso desse recurso ocorre nas atividades de rebaixamento de nível d’água para lavra em zonas saturadas; nas usinas, onde a água é utilizada para tratamento de minérios e resfriamento; na limpeza de vias de acessos e pátios de matérias-primas e produtos. Também consumimos água nos processos de pelotização, no transporte de minério e na lavagem de equipamentos e peças.

Em 2009, iniciamos o debate sobre novas tecnologias para tratamento de efluentes e oportunidades de reúso de água, durante o Workshop de Tecnologia Ambiental, que contou com a participação de todas as áreas operacionais da empresa. Esse evento representou uma oportunidade para

Aumentar o percentual de reúso da água é um

dos nossos objetivos

Dispêndiosambientais(US$ milhões)

2007 2008 2009

296

504

319

159 174

261

580

678

455

iNVEStimENtoCuStEio

Dispêndiosambientais–brasil(US$ milhões)

2007 2008 2009

168

309

218

100149 135

353

458

268

iNVEStimENtoCuStEio

Dispêndiosambientais–outraslocalidades(US$ milhões)

2007 2008 2009

128195 101

5925

126

277220187

iNVEStimENtoCuStEio

Relatório de Sustentabilidade Vale200954

Page 61: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Captação subterrânea: água proveniente de poços, incluindo rebaixamento do lençol freático para fins de mineração. Captação superficial: água proveniente de rios e lagos.Outros: captação pluvial, água fornecida por empresas de abastecimento e concessionárias. Inclui captação para terceiros.

homogeneização e difusão dos conhecimentos técnicos da equipe e, ainda, para a identificação de oportunidades na melhoria da gestão do recurso natural.

Em 2009, a Vale registrou um volume de 292 milhões de m3 de água captada.

A redução no volume total de água retirada em relação aos anos anteriores (2008 e 2007) foi de aproximadamente 13%. Essa queda está relacionada, principalmente, ao fato de 2009 ter sido um ano atípico, no qual a maioria das áreas de negócio teve redução da produção e, em outras, houve paralisação das atividades. Outro fato que contribuiu para essa queda foi a adequação de metodologia para a coleta de dados realizada em algumas unidades da área de ferrosos.

A Vale investiu na melhoria da gestão dos recursos hídricos. Na unidade de mineração de ferro, em Carajás, por exemplo, a implantação de uma nova tecnologia de processamento à base de umidade natural propiciou a eliminação da utilização de água em oito linhas de beneficiamento. Isso gerou redução de 63% no total de captação de água nova das barragens e aumentou a taxa de reutilização de água da planta.

Avançamos também nos projetos de substituição do uso de água nova por água reutilizada ou recirculada. Em 2009, a taxa de recirculação/reutilização de água foi de 76%. Isso significa que, de 1,2 bilhão de m³ necessários para as operações da Vale nesse ano, 288 milhões de m³ foram retirados da natureza, e o restante foi abastecido por água reaproveitada. Esse resultado se deve, principalmente, ao reaproveitamento para o uso industrial, e o nosso objetivo é otimizar essa prática, retirando cada vez menos água de fontes naturais.

A iniciativa de recirculação de água com maior representatividade, em termos de volume, acontece no processo produtivo. A maior parte da água utilizada na produção é de reúso proveniente do rebaixamento do nível do lençol freático para extração de minério. A água advinda desse processo, que não é reutilizada ou recirculada, é devolvida para cursos de água natural, porém, contabilizada como água captada.

A redução do volume de água captada e a manutenção do percentual de reaproveitamento de água são ações que indicam a melhoria do desempenho ambiental no uso do recurso hídrico pela Vale. Os números de 2009 confirmam a nossa expectativa de melhoria nesse indicador. Dois terços das

Para cálculo do percentual de água reaproveitada nesse indicador, a captação de água desconsidera captação para terceiros.

unidades de negócios apresentaram percentuais de reúso de água mais elevados do que no ano anterior, com destaque para alumínio, minério de ferro e carvão (Vale Australia), áreas que têm, atualmente, cerca de 90% da demanda abastecida com água de reúso.

totaldeáguacaptadaportipodecaptação(milhões de m3/ano)

2007 2008 2009

333,3 335,4292,4

CAPtAçãoSubtErrâNEACAPtAçãoSuPErfiCiALoutroS

139,2 124,4 115,2157,8 159,7

128,7

36,3 51,3 48,5

Consumototaldeágua:reaproveitada(recicladae/oureutilizada)+captada(em milhões de m3)

Percentualdeáguareaproveitada*

(recirculadae/oureutilizada)%

2007 20072008 20082009 2009

628

1.033913

333

65%

335 288

76%76%

1.2011.368

961

VoLumEDEáGuArECirCuLADAE/ourEutiLizADA

VoLumEDEáGuACAPtADA *Calculado dividindo-se o total de água reaproveitada (recirculada e/ou reutilizada) pelo consumo total de água. Caso utilizássemos na Vale Inco essa mesma metodologia de cálculo, o percentual estimado de reaproveitamento de água da Vale teria sido de 70% em 2007.

GOVERNANçA CORPORATIVA

55

Page 62: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

ConvivercomLagosA Vale Inco está investindo na implantação do Centro Conviver com lagos, na Universidade laurentian, em Sudbury, Ontário, no Canadá, que terá como prioridade desenvolver pesquisas científicas voltadas à proteção de fontes de água para as gerações futuras. A meta é que o centro se torne referência em tecnologia ambiental e funcione como um catalisador para a crescente ecoindústria do nordeste de Ontário.

O centro, financiado pela Vale Inco em parceria com outras organizações, será também a nova sede da Unidade Corporativa Ecológica de Água Doce (CFEU, na sigla em inglês de Cooperative Freshwater Ecology Unit), ins-tituição reconhecida internacionalmente pelo trabalho de pesquisa que desenvolve sobre tecnologias de restauração de mananciais de água doce. As informações e os dados disponibilizados pelo CFEU têm ajudado a Vale Inco a analisar os benefícios ambientais tangíveis de nossas ações de re-dução de impactos.

A construção, iniciada em junho de 2009, segue os preceitos da susten-tabilidade. Prova disso é que o projeto arquitetônico do Centro Conviver com lagos já recebeu prêmio concedido pela Fundação holcim pela Cons-trução Sustentável. A previsão é de que as atividades comecem no primei-ro semestre de 2011.

CASE

Investimos na melhoria da gestão dos recursos hídricos nas nossas operações.

DESCArtE

Dentro da gestão de recursos hídricos da Vale estão inseridas ações voltadas a reduzir a geração de efluentes e aprimorar o sistema de descarte. Cada unidade possui sistemas de tratamento de efluentes líquidos projetados de acordo com os processos produtivos que realiza e suas demandas específicas.

O objetivo principal dos sistemas de tratamento de efluentes é preservar o corpo hídrico receptor e, adicionalmente, propiciar a prática do reúso, gerando redução do uso de água nova.

As formas de tratamento variam em grau e tecnologia, dependendo das características qualitativas do efluente, da natureza do corpo receptor, da possibilidade de reúso e das especificações da legislação local. Porém, antes de qualquer definição quanto ao sistema de tratamento para um determinado efluente, é fundamental avaliar as fontes de geração e a caracterização qualitativa desses efluentes para verificar o potencial de redução das concentrações e dos volumes gerados, de acordo com os princípios da produção mais limpa.

Entre os sistemas de tratamento presentes em nossas unidades estão, principalmente, os sistemas de nível primário de decantação/sedimentação, usados no tratamento de efluentes provenientes do processo de beneficiamento, ricos em sólidos, e os sistemas físicos ou físico-químicos (coagulação/floculação), mais adequados ao tratamento de efluentes oleosos oriundos de oficinas de manutenção.

Cana

Relatório de Sustentabilidade Vale200956

Page 63: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Em 2009, foram gerados 114 milhões de m3 de efluentes1, volume inferior ao contabilizado em 2008. As unidades de Água Limpa e Gongo Soco implementaram medidas de reaproveitamento de efluentes oleosos, gerados em oficinas e tratados e utilizados nos próprios processos através da recirculação, como na lavagem de equipamentos e peças.

Ações como controle de desperdícios, adequações de procedimentos e equipamentos também vêm sendo praticadas pela empresa e são essenciais para a redução da demanda de água e para a redução do volume e da carga de efluentes gerados.

Sendo este apenas o segundo ano de reporte das informações relativas à geração e à destinação de efluentes líquidos, e o primeiro em relação à qualidade desses efluentes, alguns ajustes foram necessários na metodologia de coleta e reporte, o que justifica algumas diferenças em relação às informações relatadas no ano anterior. Soma-se a isso o fato de várias unidades terem implementado melhorias, como o aumento da densidade de pontos de monitoramento em sua rede hídrica e a implantação de equipamentos de medição.

1umadaspremissasutilizadaspelacompanhiaparaacoletadedadosparaesteindicadoréquenãosãoreportadoscomoefluentesosvolumesdeáguaquevertemdasbarragens,deformaaevitarainterferênciapelacontribuiçãodeáguaspluviais,dedrenagensnaturaisnoentornodasbarragensevazãofluvial.osvolumesdeefluentessãomedidosnospontosgeradores.Alémdisso,ascorrentesderejeitos,quecontêmágua,sãoreportadasnoindicadorespecíficomm6.Poressemotivo,nãoépossívelutilizarosindicadoresEN8,EN10eEN21comoobjetivodeanálisedebalançohídrico.

*Referem-se a águas utilizadas em processos de resfriamento e outros processos que possuem as características qualitativas de descarte conforme os padrões legais de lançamento.As unidades PT Inco e Thompson, da área de negócio do níquel, não tiveram os dados de efluente gerados reportados neste ano, em função da identificação da necessidade de uma adequação na metodologia de coleta de dados utilizada por essa área.

ConscientizaçãoeeconomiadeáguaDesdeagostode2009,aunidadedeproduçãodeferroligademanganêsdaVale,nabahia,reduziuemcercade86%oconsumodeáguausadanoresfriamentodoscompressores.Essefoioprincipalresultadodaimplantaçãodeumprojetodemelhoriaambientalcriadoporumgrupodeempregadosdaáreaoperacional,denominadomáquinadotempo.oprojetoparticipoudaConvençãodoCírculodeControledequalidadedoComplexobahia,efoipremiado.

Ametainicialerareduziroconsumodiáriode203m³para81m³,oquesignificariaumaeconomiade60%.masaeficiênciadosistemamontadosuperouaexpectativaeameta.Atualmente,aunidadeconsome,emmédia,30m³deágua,ouseja,aproximadamente86%amenos.Areduçãoanualestimadaéde62milm³.

osistemaébastantesimplesesebaseianosprincípiosbásicosdos3rs–reduzir,reciclarereutilizar.Aideiapodesermultiplicadaemoutrasunidadesquetenhamprocessossimilares.outracaracterísticapositivaéobaixocusto,poisutilizoumaterialqueestavanaCentraldeArmazenamentoderesíduos,comotubulações,válvulaseradiador.

Antes,aáguaeracaptadanumalagoalocal,tratadainternamente,passavapelosequipamentospararefrigeraroscompressoreseeradescartada.Agora,apósserutilizada,aáguasegueparaumsistemaderesfriamentointernoeretornaparaoscompressores.Alémdereduziroimpactoambiental,ainiciativavaiproporcionarumaeconomiaanualdemaisdeuS$32,7mil,referenteaoscustosdeprodutosquímicosqueanteseramadquiridospelaunidadeparatratamentodaáguaretiradadalagoa.

Volumetotaldeefluenteslíquidosgeradosportipo(milhões de m3)

2008 2009

115,2 114,0102,2 102,5

0,7 1,512,3 10,1

EfLuENtESLÍquiDoSiNDuStriAiSEfLuENtESLÍquiDoSoLEoSoSEfLuENtESLÍquiDoSSEmNECESSiDADE

DEtrAtAmENto*

GOVERNANçA CORPORATIVA

57

Page 64: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Um fator que tem influência direta nos valores reportados em 2009 é a precipitação pluviométrica em regiões em que algumas de nossas unidades possuem sistemas de controle que, por sua própria concepção, estão expostos às chuvas. A queda, em relação ao ano anterior, na geração de efluentes em menor escala do que na captação de água se deve ao aumento da precipitação que entra no sistema de tratamento, aumentando o volume total de efluente tratado.

Dos 114 milhões de m3 de efluentes gerados em 2009, aproximadamente 86% tiveram como destino final rios, barragens ou reservatórios; 10%, o oceano; e 4%, lagoas.

Os metais foram analisados em sua forma dissolvida, com exceção do Níquel, que é reportado, pelas unidades de produção desse mesmo produto, em sua forma total.OG - Óleos e graxasSST - Sólidos em suspensão total

Em relação à caracterização qualitativa desses efluentes, os dados foram consolidados considerando, para cada tipo de negócio, os parâmetros afins às características do processo. Objetivamos alinhar a metodologia de coleta desses parâmetros, para o próximo ano, em todas as operações da Vale. Dessa forma, poderemos ter um refinamento e uma rastreabilidade maior do dado. O perfil estimado de destinação das cargas é representado no gráfico desta página.

GEStãoEDiSPoSiçãoDErESÍDuoS

A gestão de resíduos das unidades operacionais da Vale tem como objetivo principal reduzir a geração interna e a disposição final em solo, com ações que vão desde a separação dos diferentes materiais até a implantação de novas tecnologias de reprocessamento que permitam a utilização dos resíduos em outras cadeias produtivas. A Vale tem investido, inclusive, no desenvolvimento de empreendimentos locais para incentivar a reutilização de resíduos em novas aplicações.

O Workshop de Tecnologia Ambiental também abriu espaço para a discussão de novas tecnologias para aproveitamento energético de resíduos e identificou outras oportunidades de melhoria na gestão dos resíduos.

Os principais fundamentos da gestão de resíduos da Vale são o correto armazenamento, a adequada disposição final dos materiais e sua rastreabilidade. Todos os destinatários de resíduos da empresa são homologados a partir de critérios rígidos de avaliação do desempenho de seus controles ambientais.

Nos casos de resíduos que não serão reprocessados, o material é disposto em aterros industriais ou sanitários que contam com controles ambientais adequados. Essa destinação final também leva em consideração a natureza do resíduo, com a separação de itens em perigosos e não perigosos.

oPErADorSuStENtáVEL

Descartetotaldeefluenteslíquidosgeradosportipodedestinação

Lagoaselagos oceanorios,reservatóriosebarragens

20082009

16%

74%

10%4%

85%

10%

Distribuiçãodecargasgeradasportipodedestinação–2009%

oG Ci- f-SSt Cu mnAL fe Ni

LAGoASELAGoSrioS,rESErVAtórioSEbArrAGENSoCEANo

13

87

0

37

63

1006

93

1

78

517

32

67

0

0100

0

46

49

4

292

7

Relatório de Sustentabilidade Vale200958

Page 65: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

GErAçãoDErESÍDuoS

No ano de 2009, a Vale gerou um total de 436 mil toneladas de resíduos, sendo 10% de resíduos perigosos.

Houve queda na geração de resíduos em praticamente todas as áreas de negócios, o que resultou em redução média da ordem de 10% em relação a 2008. Essa queda está relacionada, principalmente, ao menor ritmo das atividades nas operações, em função do cenário de contração da demanda mundial, em decorrência da crise econômica. Algumas unidades, no entanto, aproveitaram o período de menor produção para realizar manutenções de grande porte, o que pode ter contribuído para a geração de resíduos em áreas pontuais.

As áreas com maior geração de resíduos são: níquel (30%), minério de ferro (23%) e alumínio (20%). Nas áreas de níquel e alumínio, a justificativa é o próprio perfil industrial de produção. Já a área de minério de ferro se destaca nesse indicador por causa do grande porte de suas atividades.

Nosso principal objetivo na gestão de resíduos é reduzir a geração interna e a disposição final em solo.

GOVERNANçA CORPORATIVA RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

quantidadeconsolidadaderesíduosgerados(mil toneladas)

Geraçãototalde2009portipoderesíduo(total = 436 mil toneladas)

PEriGoSoSNãoPEriGoSoS

2007 20092008

76 9144

395 397 392

471 487436

metálicosAreia,brita,entulhodeobraresíduosdomésticosresíduosmistos(ex:resíduoseletroeletrônicos,fios,EPlsetc.)

madeiraborrachasepneusoutrosresíduosnãoperigosos1

Lodoseborrasóleosegraxaeresíduoscontaminadoscomóleosegraxas

outrosresíduosperigosos2

Nãoperigosos

Perigosos

¹ Plásticos, papel, papelão, vidros, tecidos, lonas e polímeros.² Resíduos de serviços de saúde, pilhas e baterias, resíduos de amianto, resíduos

contendo mercúrio (ex: lâmpadas fluorescentes), tintas e vernizes.

59

24%

13%

3%

3% 1%

4%

6%5%

26%16%

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Houve uma redução significativa na geração de resíduos perigosos na área de alumínio, que passou de mais de 42 mil t em 2008 para menos de 4,4 mil t em 2009, em decorrência da correção dos critérios de contabilização. Até 2008, eram incorporados, no volume total, os resíduos de subprocessos da produção de alumínio automaticamente reutilizados na própria planta. A partir de 2009, esses materiais não foram mais considerados como resíduos.

Em 2009, houve uma mudança no perfil de disposição final de resíduos, em relação a 2008. No ano anterior, a maior parte dos resíduos foi destinada à reciclagem, já em 2009 a maior parte dos resíduos foi disposta em solo. Essa mudança não reflete uma tendência, é apenas resultado de uma ação específica realizada no ano em função de a Vale Inco ter feito a manutenção de fornos de grande porte, o que gerou um volume extra de resíduos inertes, encaminhados para aterros internos.

As unidades operacionais mantiveram ações, ao longo de 2009, para maximizar o aproveitamento de resíduos em seus próprios processos ou em outras cadeias produtivas, quando viável técnica e economicamente.

Um dos focos da empresa vem sendo o desenvolvimento de mercados de destinação

de materiais com a atuação de uma área especializada. Um resultado importante foi verificado na comercialização de sucatas metálicas. Apesar da redução da geração, por conta da queda na produção, conseguimos manter em um patamar elevado nossa participação nesse mercado. As unidades brasileiras comercializaram um total de 76 mil t em 2009. No mercado de resíduos de borracha, obtivemos um expressivo crescimento no volume comercializado, que saltou de 3 mil t em 2007 para 8,5 mil t em 2009.

A Vale não realizou transporte transfronteiriço de resíduos perigosos, conforme Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, durante o ano de 2009.

rESÍDuoSDAmiNErAçãoEmEtALurGiA

Em 2009, para aprimorar o manejo de resíduos nas barragens (de rejeitos, água e sedimentos) e nas pilhas (de estéril e minério), implementamos o Sistema de Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP), nas unidades brasileiras. Com essa melhoria, a Vale passou a contar com uma ferramenta de gestão online para a tomada de decisão em relação a investimentos em novas estruturas, estratégias de aumento de

oPErADorSuStENtáVEL

outroSCoProCESSAmENtorErrEfiNoiNCiNErAçãoComPoStAGEmDiSPoSiçãoEmSoLorECiCLAGEm

Disposiçãototalderesíduos(mil toneladas)

Disposiçãofinalderesíduos2007467 mil toneladas

Disposiçãofinalderesíduos2008476 mil toneladas

Disposiçãofinalderesíduos2009422 mil toneladas

2007

206

213

467

2008

187

241

476

2009

244

137

422

2%

3% 2%

As diferenças entre a quantidade de resíduo gerado e a quantidade de destinação final devem-se à estocagem temporária.

Relatório de Sustentabilidade Vale200960

46% 50%33%

44% 39% 58%

1% 1% 1%4% 5% 4%

2%1% 2% 3%

Page 67: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

produção e acompanhamento de planos de ação decorrentes de auditorias locais e corporativas, condicionantes de licenças ou demandas operacionais para barragens e pilhas. Além disso, o SGBP permite consolidar e tornar disponíveis em tempo real as informações sobre as estruturas geotécnicas, criando indicadores e planilhas de risco ao negócio para as áreas operacionais e corporativas.

A gestão desses resíduos inclui a realização de uma auditoria técnica de segurança corporativa, a cada três anos, nas 270 barragens e nas 230 pilhas da Vale no Brasil. O resultado do último ciclo de auditorias, realizado em 2008, refletiu a situação atual de estabilidade das estruturas e gerou um conjunto de recomendações e instruções de melhorias que foram desdobradas em planos de ação, com prazos, responsabilidades e orçamento claramente definidos. A próxima auditoria ocorrerá em 2011.

Em decorrência da severidade dos riscos envolvidos nas estruturas de barragens e pilhas, toda a gestão dessa área está em conformidade com os requisitos de controle previstos na Lei Sarbanes-Oxley (Sarbox) e é submetida a auditorias periódicas.

Nas unidades de Sudbury da Vale Inco, os riscos são inicialmente avaliados por um conselho de especialistas externos (Geotechnical Review Boards), que fornece uma visão geral, com recomendações e instruções para melhorias. Esse conselho se reúne anualmente para revisar todos os aspectos referentes a estrutura, construção e operação das áreas de disposição de resíduos.

Já nas unidades de Newfoundland e Labrador, o potencial de lixiviação de metais presentes nos resíduos é avaliado durante o desenvolvimento dos projetos. Os resultados desses estudos são utilizados para a criação de estratégias efetivas de segregação e disposição de todo o estéril gerado pelas minas em operação. No Plano de Fechamento de Mina, também consideramos esse potencial de lixiviação para que possamos desenvolver uma gestão adequada no término da operação.

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

A Vale Inco integra a International Network for Acid Prevention (Inap), iniciativa global que desenvolve formas de evitar os riscos de contaminação do meio ambiente por materiais provenientes dos resíduos da mineração.

No ano de 2009, com o objetivo de adequar-se ao momento de queda da demanda no mercado mundial, a Vale reduziu a produção de minério de ferro, o que levou a uma queda de 33,3% na geração de rejeitos e de 8,5%, de estéreis, em relação a 2008. A redução na geração de rejeitos ocorreu em função do início da implantação de beneficiamento do minério a seco.

Já os resíduos minerometalúrgicos tiveram um aumento de 0,5% quando comparados com o volume registrado em 2008, basicamente pela elevação da geração na Vale Australia, que teve um aumento de 20 milhões de toneladas em 2009. Esses resíduos consistem em estéril e rejeito não perigosos provenientes da mineração de carvão a céu aberto.

A produção total dos rejeitos, estéreis e resíduos minerometalúrgicos teve uma redução geral de 9%, quando comparada com a geração dos mesmos materiais em 2008.

*Incluem estéril e rejeito da mineração de níquel, potássio, manganês, carvão e cobre, escória (liga de manganês), lama vermelha (alumina) e RGC (alumínio).

totalderesíduosminerometalúrgicos(milhões de toneladas)

miNérioDEfErro–rEJEitomiNérioDEfErro–EStériLoutrASárEASDENEGóCio*

2007 2008 2009

62 8053430 394360

655 657598

163 184 185

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

rECiCLAGEm

Nas atividades de mineração, logística e geração de energia, não há muitas oportunidades de reciclagem associadas aos nossos processos produtivos. No entanto, algumas áreas de negócio realizam reciclagem de produtos pós-consumo, como o alumínio e o níquel.

A Valesul, no Brasil, por meio da planta de transformação da alumina em alumínio, monitora o percentual de reciclagem de sucata interna e de refusão de produtos recuperados, a fim de aumentar o uso de sucata externa. A quantidade de sucata interna gerada é influenciada por distintos fatores, como mix de produção, eficiência dos processos e melhoria nas rotinas operacionais. O objetivo é sempre reduzir a geração para minimizar a necessidade de refusão e, com isso, possibilitar um incremento da sucata externa, ou seja, a

% Material reciclado pós-consumo/produto vendido: Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna, conforme metodologia GRI.Dados incluem operações de alumínio (Valesul) e de níquel (refinaria Clydach e Inmetco), sendo que esta última apenas em 2008).

% (Material reciclado pós-consumo + refugo industrial)/produto: Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna, conforme metodologia GRI.Dados incluem operações de alumínio (Albras e Valesul) e de níquel (Sudbury, Thompson, Refinaria Acton e Inmetco, sendo que esta última apenas em 2008).

utilização de produtos pós-consumo. Em abril de 2009, a redução da produção de alumínio líquido propiciou o aumento da utilização de sucata externa, elevando o percentual de produto recuperado, mesmo com a queda de produção.

As operações de níquel também desenvolvem atividades de reaproveitamento de produtos vendidos, mas que foram fortemente impactadas pela redução da produção nas operações do níquel, caso da Vale Inco Europe (Refinaria Acton), além da venda da unidade Inmetco, nos Estados Unidos.

A reutilização de produtos derivados de material secundário (pós-consumo e refugo industrial) tem destaque na Valesul e nas unidades de Sudbury e Vale Inco Europe (Refinaria de Acton). O decréscimo observado em 2009 deveu-se à paralisação das operações em Sudbury e à redução da produção do alumínio.

Percentualdeutilizaçãodematerialpós-consumocomrelaçãoàsvendas(mil toneladas)

Percentualdemateriaissecundárioscomrelaçãoàsvendas(mil toneladas)

quANtiDADEDEProDutoVENDiDoquANtiDADEDEmAtEriALrECiCLADoPóS-CoNSumoquANtiDADEDEProDutoSE

EmbALAGENSrECiCLADoSiNtErNAmENtE

quANtiDADEDEProDutoVENDiDoquANtiDADEDErEfuGoDEfoNtEiNDuStriAL

EmAtEriALrECiCLADoPóS-CoNSumo

2007 2008

575

813

214%11%

89

2007

106

161312%

2008

165

1313% 21

2009

74

924% 18

2009

695

5%36

Relatório de Sustentabilidade Vale200962

Page 69: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

mAtEriAiSuSADoS

A gestão dos materiais empregados pela Vale busca a otimização do uso, com metas de redução de custos e nível de estoque. Em 2009, realizamos workshops com as áreas operacionais visando criar e implementar melhorias no uso e no descarte de materiais.

Abaixo estão listados os seis itens mais significativos de insumos adquiridos, utilizados em nossos processos produtivos e que não compõem nossos produtos finais. Com exceção dos dormentes provenientes de madeira certificada, os demais materiais são classificados como não renováveis.

Para o levantamento da parcela reciclada (não virgem) dos insumos adquiridos pela Vale, foi realizada pesquisa com os principais fornecedores1 considerando as compras realizadas corporativamente no Brasil. A taxa de utilização dos produtos reciclados pesquisados varia entre 0% e 5%.

O consumo de combustíveis, outro insumo significativo da Vale, está especificado junto com itens relacionados à energia (págs. 66 e 67).

GEStãoDEriSCoSAmbiENtAiS

O uso de produtos classificados como perigosos é uma característica inerente aos negócios da mineração. Isso demanda da Vale e das empresas do setor, de modo geral, uma gestão

1Apesquisafoirealizadacomosprincipaisfornecedoresdenitratodeamônio,correiastransportadoras,explosivos,óleolubrificanteepneuforadeestrada,querepresentamaproximadamentede45%a85%dovolumetotaldecomprasdaValeparaessesinsumos.

eficiente que garanta a segurança das pessoas e do meio ambiente no armazenamento, no manuseio, na utilização, na transferência e no descarte dos diversos produtos químicos envolvidos nos processos operacionais.

A gestão desses materiais é realizada em busca da redução dos riscos de ocorrências ambientais em nossas operações, por meio de procedimentos técnicos, equipes capacitadas, consultorias especializadas e auditorias periódicas. Dessa forma, asseguramos a conformidade com os requisitos legais aplicáveis e com as boas práticas de gestão de risco.

Realizamos, em 2009, um trabalho de avaliação das situações de risco mais representativas nas nossas operações em termos de severidade por meio de auditoria externa, a fim de verificar o grau de implantação do gerenciamento de risco das unidades operacionais no Brasil. Essa ação considerou o reconhecimento dos riscos, as ações de bloqueio implantadas e os seus respectivos planos de mitigação

*“Derramamento significativo” da GRI corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança, dentro ou fora da unidade operacional, após a conclusão dos procedimentos de mitigação.**Esses volumes representam valores estimados.

e atendimento à emergência. A avaliação apontou um nível adequado de gestão, com a recomendação de que sejam aprimorados os procedimentos para a realização de simulados.

Além disso, foi dada continuidade à implantação do Processo de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que se baseia em uma visão integrada dos riscos, tanto os ambientais como os de saúde e segurança.

Foi publicada, em 2009, a Instrução Corporativa para Comunicação de Ocorrências Ambientais, que tem como objetivo estabelecer a metodologia para a classificação das ocorrências e assegurar a prontidão de sua comunicação aos gestores da área de Meio Ambiente. A implementação dessa instrução possibilitou homogeneizar, em todos os nossos negócios, o critério de classificação das ocorrências e o procedimento de comunicação, propiciando a otimização da nossa resposta a emergências.

No ano de 2009, foram registradas cinco ocorrências envolvendo vazamento de produtos perigosos, que foram classificadas como acidentes críticos*, de acordo com a nossa matriz de relevância.

Contando com seus planos de atendimento a emergência, todas as unidades atuaram para a remediação dos impactos ocorridos e na investigação das ocorrências, com o objetivo de evitar novos derramamentos.

material Volumecompradoem2008 Volumecompradoem2009

Nitrato de amônio 146,1 mil toneladas 122,9 mil toneladas

Correias transportadoras 330,8 mil metros 303,0 mil metros

Dormente 1,4 milhão de unidades 1,1 milhão de unidades

Explosivos 25,3 mil toneladas* 25,8 mil toneladas

óleo lubrificante 23,7 milhões de litros 23,1 milhões de litros

Pneu fora de estrada 6,9 mil unidades 4,3 mil unidades**

*Dado da Vale Inco revisado e estimado conforme volume de produção.**Não inclui dados da Vale Inco.

Derramamentos-produtos Volume** Localizaçãodaocorrência

Ácido sulfúrico 3 m³ Goro Nova Caledônia – Vale Inco

Ureia em escamas 200 t Bom Sucesso/MG – FCA

hidrocarbonetos 1,5 m³ Divinópolis/MG – FCA

hidrocarbonetos 0,3 m³ Barão de Camargos/MG – FCA

hidrocarbonetos 0,1 m³ Mangaratiba/RJ – Terminal Ilha Guaíba (TIG)

GOVERNANçA CORPORATIVA

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Page 70: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

CoNtroLEDEEmiSSõES

Em 2009, passamos a reportar as medições de emissões de óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP). Trata-se de substâncias que, se presentes acima de determinados níveis na atmosfera, podem causar danos à saúde humana, à fauna ou à flora. Diferentemente das emissões de GEEs, esses poluentes não têm efeito global e seus impactos na qualidade do ar ocorrem em função das concentrações locais. Estas, por sua vez, dependem da localização das fontes e de outros fatores, como topografia e condições meteorológicas da região.

Emissõesdematerialparticulado

Os volumes de emissões de material particulado foram obtidos a partir de dados do monitoramento realizado nas chaminés das unidades operacionais e, em alguns casos, por aplicação de fatores de emissão, não sendo computadas as fontes móveis e as fontes difusas ou fugitivas em decorrência da inexistência de metodologia específica para cálculo ou mensuração.

As atividades de mineração tipicamente não apresentam níveis significativos de emissão de material particulado por fontes fixas pontuais. Os níveis de emissão mais relevantes em nossas operações estão presentes nas plantas industriais de níquel, alumínio e pelotização. Juntas, essas áreas respondem por cerca de 96% do total de emissões da Vale.

Todas as fontes fixas pontuais de emissões de material particulado da Vale são controladas por equipamentos, tais como precipitadores eletrostáticos, filtros de mangas e lavadores de gases, capazes de atingir eficiências de remoção superiores a 98%. Por isso, o total de emissões representa apenas o que não foi retido por esses equipamentos.

A emissão total de material particulado apurada em 2009 foi de 5,1 mil toneladas.

oPErADorSuStENtáVEL

Emissõesdeóxidosdenitrogênio(Nox)

A emissão de NOx está diretamente relacionada à quantidade de combustíveis utilizados nos processos de combustão. O cálculo das emissões foi realizado por meio de fatores de emissão específicos, que permitem calcular a quantidade de NOx produzida a partir da quantidade de cada tipo de combustível utilizado e das diversas formas de combustão onde são consumidos. Para os processos industriais da Vale Inco, as emissões foram determinadas por monitoramento direto dos gases gerados por combustão lançados na atmosfera.

As operações de logística, mineração de ferro, alumínio e níquel são as áreas de negócio da Vale com níveis mais significativos de geração de NOx. No caso de logística e mineração de ferro e níquel, as emissões são intensificadas pela predominância de equipamentos de combustão interna (locomotivas e equipamentos de mineração a diesel), que são processos tipicamente de alta taxa de formação de NOx. As plantas industriais de pelotização e de níquel, embora representem processos intensivos de consumo de combustíveis, apresentaram uma menor contribuição relativa por utilizarem equipamentos de combustão externa (caldeiras, fornos e calcinadores), caracterizados por uma baixa taxa de formação de NOx e, ainda, por terem apresentado um reduzido nível de produção no ano de 2009. As operações de alumínio emitiram mais NOx em decorrência da forte demanda de energia primária no processo de refino.

A emissão total de NOx, em 2009, foi de 84 mil toneladas.

As emissões geradas em operações de locomotivas e equipamentos de mineração correspondem a cerca de 70% das emissões globais da Vale, estando presentes, predominantemente, em áreas não habitadas ou com baixo índice de ocupação, o que reduz significativamente os impactos na qualidade do ar.

Emissõesdeóxidosdeenxofre(Sox)

As emissões de SOx na Vale são geradas, principalmente, em duas atividades: queima de combustíveis e processos produtivos. Para as emissões provenientes da queima de combustíveis, o cálculo foi realizado com base nos consumos e seus respectivos teores de enxofre, considerando-se que todo o enxofre presente nos combustíveis é convertido a SO

2 ou a SO3. As emissões originárias de processo foram calculadas por balanço de massa, considerando-se que todo o enxofre adicionado ao processo e não presente nos produtos ou resíduos é emitido na forma de SOx. As emissões e o processo da Vale Inco foram obtidos por meio de monitoramento direto dos gases de exaustão.

A emissão total de SOx, em 2009, foi de 323 mil toneladas.

As emissões mais significativas estão presentes nos processos de produção de níquel, especialmente nas plantas de smelter (redução) e nas refinarias que processam minérios sulfetados. Nos demais processos, destacam-se as operações do setor do alumínio e, em menor proporção, a logística e a pelotização. As emissões da área de logística são dependentes dos teores de enxofre presentes no combustível utilizado. As plantas de alumínio têm 78% de suas emissões originadas pela queima de combustíveis e 22% por processo. Nas unidades de pelotização, as emissões originadas pela queima de combustível representam apenas 1% de suas emissões totais, já que atualmente utilizam gás natural em quase todos os seus fornos.

Relatório de Sustentabilidade Vale200964

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RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

CoNformiDADE

A Vale realiza a gestão da conformidade ambiental embasada no monitoramento e na avaliação permanentes. Procuramos atuar com agilidade na busca de soluções para as eventuais ocorrências.

No ano de 20092, ocorreram dois casos considerados significativos ou relevantes3. Nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário4. Com relação à multa administrativa imposta pelo município de Guapimirim, relativo ao acidente ferroviário da empresa Ferrovia Centro Atlântica (FCA), controlada pela Vale, ocorrido no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, obtivemos resultado favorável em primeira e segunda instâncias judiciárias para o cancelamento da multa. As duas multas ambientais impostas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão suspensas e aguardam o cumprimento do termo de ajustamento de conduta.

Entre as ações judiciais relevantes, permanecem as duas envolvendo as operações das minas de ferro da Vale em Itabira, Minas Gerais, Brasil, sob alegação de dano. Também permanecem as quatro associadas ao licenciamento da mina de Capão Xavier da MBR, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, e, no município de Vitória, Espírito Santo, Brasil, continua em processamento uma ação por suposta

2Norelatóriode2008foirelatadooencerramentodocasodopostodecombustíveldaperaferroviáriadeCarajás,noPará.Noentanto,retifica-seainformação,jáqueapresentamosrecursoadministrativoaoConama.

3osprocessossãoconsideradosrelevantescombasenosseguintescritérios:a)emrazãodovalor,incluindopedidosdeindenizaçõeseaplicaçãodemultas;b)emrazãodotemadeinteressedaempresaouderepercussãonopúblicoemgeral,independentementedevalor;c)osdecorrentesdesançõesnãomonetárias.

4osprocessosrelatadosabrangeramvaloresdemultaemon-tantesestimados(combasenovalorrequeridonosprocessosjudiciais),oque,todavia,nãorepresentaumaquantiarealecerta,atéporquenãoexisteumaliquidezexpressanumade-cisãofinalounumatodereconhecimentopelaVale,comonocasodepagamento.Emrazãodisso,paramelhoratenderaoescopodoindicadorEN28daGri,passamosaconsideraroscasosexistentesequeseencaixamnocritérioderelevância,sendoquedivulgamosapenasosvaloresqueapresentamumaquantiacertareconhecidacomodevidapelaValeoujápaga,paraevitareventuaisdistorçõescomrelaçãoàrealidadedosprocessosadministrativosejudiciaisque,porestaremaindapendentesdedecisãofinal,normalmentenãoapresen-tamdefiniçãoouprecisãoquantoaosvaloresemdiscussão.

tecnologiainovadoranocontroleatmosféricoCom a instalação da primeira Wind Fence no Complexo de Tubarão, em setem-bro de 2009, a Vale passou a utilizar uma tecnologia inédita na América latina, que evita a suspensão de particulados provocada pela ação do vento. Até 2011, a empresa investirá cerca de US$ 287,2 milhões em melhorias de controle am-biental, incluindo a instalação de outras quatro Wind Fences para reduzir ao máximo a emissão de particulados.

Wind Fence é uma barreira de vento constituída de uma estrutura metálica fe-chada por telas de polipropileno, com capacidade para conter ventos de até 120 km/h. A Vale está implantando essas estruturas ao redor de seus pátios de armazenamento para aprimorar o controle da emissão de particulados das pilhas de minério, pelotas e carvão. Ao todo, serão instalados nove quilômetros de tela, e cada barreira terá uma vez e meia a altura da pilha do produto prote-gido, o que resultará em uma altura média de 24 metros, correspondente a um prédio de oito andares.

A primeira barreira de vento já está funcionando, no entorno do pátio de pelotas que atende as Usinas I a IV. Até o fim de 2010 serão instaladas as estruturas nos pátios de pelotas das Usinas V a VII e nos pátios de estocagem de pelotas e mi-nério do Terminal Portuário. A última barreira, que ficará no pátio de carvão, será colocada até julho de 2011.

Eficiência comprovada Os estudos para implantação das Wind Fences no Complexo de Tubarão foram iniciados em 2005, com elaboração de ensaios em túnel de vento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esse trabalho demonstrou a viabilidade desse tipo de equipamento e determinou os primeiros parâmetros necessários para a eficiência, como altura, porosidade e geometria da tela. Em 2007, a Vale contratou o Midwest Research Institute (MRI), instituto norte- -americano especializado em controle ambiental, que determinou a dimensão e a configuração ideal das barreiras, de acordo com o tipo de pátio.

A partir daí, foram desenvolvidos os projetos e iniciadas as obras. Durante a im-plantação, foram realizadas diversas campanhas de monitoramento de emissão de poeira, antes e depois da conclusão da obra, com o objetivo de medir a eficiência desse sistema de controle no que se refere à redução da emissão de particulados. Para tal, foram construídas quatro torres de 23 metros de altura em volta do pátio, onde foram instalados monitores contínuos de material particulado e de direção e velocidade de vento. Após quatro meses de monitoramento, os resultados mostra-ram que a Wind Fence reduziu as emissões de poeira em 77,4%.

Além das barreiras de vento, a Vale investiu em outras melhorias para reduzir a emissão de particulados. Uma das mais significativas foi a implantação de enclausuramento em 57 pontos de transferência nas correias transportadoras de minério, pelotas e carvão, com o objetivo de impedir a dispersão da poeira nos pontos onde o material é transferido de uma correia para outra. A empresa está implantando, ainda, mais um precipitador eletrostático nas usinas de pelotiza-ção, totalizando 21 unidades. Esses equipamentos têm capacidade para filtrar 99% das emissões de poeira resultantes dos fornos de pelotização.

CASE

Bras

il

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

poluição atmosférica. Em todas, espera-se o julgamento pela improcedência dos pedidos.

No Canadá, permanece uma ação civil, na qual se alega o declínio no valor de residências como resultado de suposta contaminação histórica no solo relacionada à refinaria de Port Colborne, na qual a empresa vem se defendendo.

Os dois novos casos registrados em 2009 referem-se à Alunorte e à Vale. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou a Alunorte, empresa controlada pela Vale, por supostamente causar poluição no rio Murucupi por meio do lançamento de efluentes no curso d’água no processo de beneficiamento de bauxita. No outro caso, o órgão ambiental solicitou esclarecimento sobre dormentes da Estrada de Ferro de Carajás. Em ambos os casos, foram apresentadas as defesas administrativas, e acreditamos que deveremos obter resultado favorável.

Energia

Energia é um dos insumos fundamentais para a sustentabilidade das atividades da Vale. Por isso, mais do que garantir a disponibilidade desse insumo, na quantidade e no custo adequados para as diversas unidades, nossa gestão tem como prioridade aprimorar continuamente a matriz energética, com ações de curto, médio e longo prazos. O foco principal é contribuir para as questões globais relacionadas às mudanças climáticas e à conservação ambiental, de forma a garantir a disponibilidade desse recurso hoje e no futuro.

Atuamos em três frentes de ação principais: desenvolvimento de novas fontes renováveis de energia, criação de mecanismos de redução do consumo total e manutenção de uma matriz energética que assegure a competitividade de nossas operações.

O objetivo da gestão de energia é manter e aprimorar ações alinhadas às nossas Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono (leia mais em www.vale.com). A cada ano, realizamos

novas iniciativas focadas no uso de fontes renováveis de energia e na sistematização de informações que nos ajudarão a tomar decisões estratégicas e reduzir riscos.

Entre essas iniciativas integradas de eficiência energética estão os estudos de engenharia conceitual e básica voltados à identificação de projetos de eficiência energética (elétrica e de combustíveis). Além do estudo relatado no Relatório de Sustentabilidade 2008, realizado na Usina Pelotizadora de Fábrica, Minas Gerais, Brasil, e finalizado em junho de 2009, foram concluídos, no segundo semestre do mesmo ano, os estudos em outras unidades brasileiras – Pelotização em Vitória (ES), Vale Manganês e minas de Conceição, Alegria, Fábrica Nova, Fazendão e Timbopeba, em Ouro Preto (MG) – e em unidades da Vale Inco – Sudbury, Thompson, Clydach, Voisey’s Bay e PT Inco. Esses estudos serviram como subsídios para a meta de redução do consumo de energia em 5% em referência a 2008, adotada pelas unidades da Vale Inco. O Edifício Barão de Mauá, sede administrativa da empresa, também foi alvo de mapeamento de projetos. A implementação desses projetos será iniciada em 2010.

O portfólio de projetos de eficiência energética será renovado anualmente por meio da realização contínua de mapeamentos em outras unidades.

Em suporte à execução de projetos, foram constituídos Grupos Técnicos de Eficiência Energética (GTEE), acompanhados de atividades de comunicação e treinamentos técnicos específicos.

Leia mais sobre projetos de eficiência energética nas págs. 102 e 103.

CoNSumoDEENErGiADirEtA

Em 2009, o consumo de combustíveis da Vale foi de 127 terajoules (TJ), cerca de 12% inferior a 2008. Essa queda está relacionada à crise econômica, que demandou a paralisação de algumas unidades e a redução do ritmo de outras.

Relatório de Sustentabilidade Vale200966

Page 73: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RecuRsos humanos saúde e seguRança meio ambientedesempenho dos negócios

*PCH – Pequena Central Hidrelétrica. **Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.***Combustíveis utilizados pelos navios próprios da Vale – Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).

Como as paralisações ocorreram principalmente nas usinas de pelotização, houve ainda uma queda no consumo de gás natural, de aproximadamente 44%. A redução da produção nas minas impactou o consumo de óleo diesel, que foi 17% menor que o registrado em 2008. Como estamos substituindo gradativamente diesel puro por biodiesel, registramos um percentual maior de redução do primeiro. Enquanto o consumo de diesel puro caiu 42%, a redução do consumo de biodiesel (B3 e B4) foi de apenas 8%. O consumo de gasolina também foi reduzido, em 33%.

O propano, utilizado nas unidades internacionais, sofreu uma queda de 17%. No caso do GLP, usado unicamente nas áreas de preparo de alimento, houve alta de 556% no volume consumido, em decorrência da inserção de dados de vários desses setores em nossas unidades, que antes não reportavam esse indicador. Esse gás não é utilizado no processo de produção e tem uma participação na matriz energética de menos de 0,01%, considerada insignificante.

A redução no consumo de óleo combustível foi influenciada pela queda acentuada na pelotização, que registrou redução de mais de 95%, de 116 mil toneladas, em 2008, para apenas 964 toneladas, em 2009. Essa redução ocorreu em função de dois fatores principais: a paralisação da unidade de São Luís e a substituição de óleo por gás natural nas outras unidades. As unidades de caulim também reduziram o consumo de óleo combustível, ficando com 21 mil toneladas, ante 57 mil toneladas do ano anterior.

O consumo de carvão mineral foi 40% maior em 2009. Esse acréscimo se deve ao pleno funcionamento da cogeração da Alunorte, que utiliza o carvão mineral como combustível.

Consumo total de energia direta em unidades usuais

Consumo consolidado de insumos combustíveis(mil TJ/ano)

200920082007

151 145127

6251

43

4342

35

18 25

14

2113

19

Outros**

Carvão mineral

Combustíveis de navegação***

Gás natural

Óleo combustível

Diesel

Biodiesel (B100)

Etanol

Hidrelétrica (PCHs)*

Carvão vegetal REnOvávEis

nãO REnOvávEis

Combustíveis 2008 2009 Unidades

carvão vegetal 155 75 milhares de toneladas métricas

carvão 906 600 milhares de toneladas métricas

gás natural 703 381 milhões de m³

gLp 2.338 3.502 toneladas

óleo combustível 847 721 milhares de toneladas métricas

gasolina 4 2 milhões de litros

diesel 239 139 milhões de litros

diesel b2, b3 e b4 959 684 milhões de litros

Querosene 6 3 milhões de litros

propano 428 280 milhares de m³

coque 23 14 milhares de toneladas métricas

co rich gas 8 15 milhões de m³

pchs 2,2 2,1 tWh

Os dados divulgados no Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale para gás natural, GLP, óleo combustível, gasolina, diesel e propano foram atualizados.

goveRnança coRpoRativa

67

Page 74: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

oPErADorSuStENtáVEL

CoNSumoDEENErGiAiNDirEtA

Em 2009, um ano atípico por conta da crise internacional, o consumo de energia elétrica da Vale chegou a 14,9 TWh, o que representa uma redução de cerca de 23% em relação a 2008 (19,3 TWh). O consumo de energia elétrica foi impactado principalmente pela paralisação de algumas unidades, como Pelotização São Luís, Pelotização Fábrica, Mina de Água Limpa e Urucum Ligas, além da redução de ritmo de produção em outras.

No cenário internacional, podemos destacar a redução de 34% no consumo da Vale Inco, ocasionada tanto pela crise econômica global como pela paralisação de algumas operações no Canadá. A Vale Manganèse France registrou uma redução de 20% em relação ao ano anterior, enquanto a Vale Manganese Norway teve redução de apenas de 3%.

CoNSumototALDEENErGiAELétriCA

Ao investirmos na produção de energia para atender à demanda das nossas operações globais, nos protegemos contra a volatilidade dos preços, além de minimizar riscos regulatórios, climáticos e de suprimento.

A Vale produz 39% da sua necessidade de energia elétrica, seja por meio de hidrelétricas ou do potencial de geração de combustíveis. Desse total consumido, 6,1 TWh foram produzidos por nossas usinas hidrelétricas, seja no Brasil ou no exterior (sendo 63% produzidos pelas usinas das quais participamos por meio de consórcios e por nossas PCHs no Brasil e 37% pelas usinas hidrelétricas da Vale Inco no Canadá e na Indonésia).

A queda no consumo, no cenário brasileiro, permitiu que as hidrelétricas da Vale (consórcios e PCHs) aumentassem o percentual de participação na nossa matriz energética de 13%, em 2008, para 16%, em 2009. Ocorre que, pela legislação brasileira, apenas as unidades que são 100% controladas pela Vale podem receber energia gerada nessas hidrelétricas. Se levarmos em consideração o total de energia consumida por essas unidades, a participação das nossas hidrelétricas chega a 48%.

Também utilizamos 0,8 TWh de energia elétrica produzida pelas seguintes fontes térmicas:

•� a cogeração energética na Alunorte aproveita o vapor do processo para gerar 0,23 TWh (23% do consumo);

•� o processo da Cadam, por meio dos geradores a óleo combustível, supre toda a unidade com um total de 0,49 TWh;

•� a unidade da PTInco gerou 0,09 TWh de energia elétrica (apenas 4% de toda a demanda de energia elétrica da unidade) por meio da queima de combustíveis fósseis.

Em 2009, nossas hidrelétricas

aumentaram a participação em nossa

matriz energética

Consumoconsolidadodeenergiaindireta

2007 2008 2009

81,9miltJ

69,6miltJ

53,9miltJ

22,7 TWh

19,3 TWh

14,9 TWh

Relatório de Sustentabilidade Vale200968

Page 75: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

O restante da demanda de energia elétrica da Vale (61%) é proveniente de compra das redes nacionais, dos respectivos países.

mAtrizENErGétiCA

O consumo de todas as fontes diretas e indiretas na Vale está apresentado na matriz energética abaixo. Conforme demonstrado, 73% de nossa energia indireta (eletricidade comprada) é proveniente de fontes hidrelétricas, o que contribui para os baixos níveis de emissões indiretas de CO2. O percentual é menor do que o reportado em 2008, que foi de 76%. Essa queda ocorreu porque houve um aumento percentual da participação da energia fornecida por nossas hidrelétricas (PCHs), o que nos permitiu comprar menor quantidade de eletricidade de terceiros.

Investimos na produção de energia para atender à demanda das nossas operações globais.

*Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).**Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.***Hidrelétricas e biomassa.****Nuclear e térmica.

matrizenergéticaconsolidada2009(total = 181 mil TJ)

óleocombustívelDieselCarvãomineralGásnaturalhidrelétrica(PCh)Combustíveisdenavegação*

Carvãovegetaloutros**

biodiesel(b100)Etanol

Eletricidadecomprada–outros****

Eletricidadecomprada–renovável***

Energiadireta

Energiaindireta

Distribuiçãodoconsumototaldeenergiaelétrica

brASiLAmériCADoNortEáSiAEuroPAoCEANiA

73,6%

11,6%2,9% 0,6%

11,3%23%22%

8%

10%

8%5%

1%

0,005%

1%1%

2%

19%

GOVERNANçA CORPORATIVA

69

Page 76: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Catalisador do desenvolvimento local

Procuramos estabelecer alianças com atores estratégicos de diferentes setores – público, privado e sociedade civil – para a articulação e o planejamento de programas de desenvolvimento local integrado. Buscamos atuar de forma conjunta para gerar um legado positivo nas regiões onde atuamos.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200970 Relatório de Sustentabilidade Vale 200970

Page 77: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

TETE

moçambiquE

Nosso projeto de exploração de carvão em Moatize segue nosso princípio de fortalecer o relacionamento com as comunidades e realizar ações de sustentabilidade nas áreas onde a Vale atua. Aos pés do baobá, promovemos o diálogo com os moradores da região.

7171

Page 78: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

catalisador do desenVolVimento local

dEsEnvolvimEnTo local

Tecendo redesAtuamos em parceria com governos

e sociedade para promover o desenvolvimento sustentável dos

territórios onde operamos

Atuando de maneira integrada com os governos e a sociedade, procuramos internalizar as oportunidades geradas pela presença da Vale nas regiões, estimulando a aplicação de impostos em investimentos em infraestrutura, a qualificação de trabalhadores e de fornecedores e a diversificação econômica. Assim, contribuímos para o desenvolvimento local no médio e no longo prazo.

GestÃo do desenVolVimento local

Possuímos diversos programas e ferramentas, nas nossas diferentes áreas e regiões de atuação, para gerenciar os impactos socioambientais decorrentes de nossas atividades.

Na análise de viabilidade de implantação de projetos, adotamos a metodologia Front-End--Loading (FEL), que abrange aspectos sociais, de saúde, segurança e meio ambiente, além de riscos econômicos e operacionais.

Além disso, com base no estudo ambiental, social e econômico realizado no EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente) e em outros estudos ambientais e socioeconômicos, consideramos os potenciais impactos de nossa presença nas regiões desde as fases de licenciamento até a implantação dos nossos projetos.

Essas ferramentas são utilizadas em conjunto com os Diagnósticos Integrados de Socioeconomia realizados pela Fundação

os investimentos na mineração trazem oportunidades para os territórios – elevação da arrecadação de impostos, geração de empregos, aumento da massa salarial e, consequentemente, da renda familiar, entre outros benefícios. o grande desafio da Vale é captar essas oportunidades, a fim de construir um legado de sustentabilidade (social, econômico e ambiental) nas regiões onde operamos.

Por meio de diferentes programas, procuramos mitigar os riscos e potencializar as oportunidades nos territórios em que atuamos.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200972

Page 79: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Vale. Os diagnósticos estimam, por meio de projeções socioeconômicas, possíveis impactos da presença da Vale nesses territórios, nos âmbitos local e regional. Até o momento, já foram elaborados Diagnósticos Integrados de Socioeconomia nas seguintes regiões: Barcarena, Abaetetuba e Paragominas; Estrada de Ferro Carajás (EFC); Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM); Minas Gerais (minas do sistema Sul e Sudeste); Rio de Janeiro; sudeste do Pará e Vitória, todas no Brasil; e em Moçambique, na África. Em 2009, foi iniciado o diagnóstico em Sergipe, nos municípios da área de influência do Projeto de Potássio Carnalita. Para 2010, está previsto o início da atualização dos diagnósticos, começando pelo sudeste do Pará. Por meio dessas iniciativas, buscamos mecanismos para evitar ou minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos de nossa atuação. Os principais impactos gerados por nossas atividades estão descritos no quadro ao lado.

ProGramas e Práticas de GestÃo de imPactos

Cientes das potenciais consequências de nossas atividades, procuramos, por meio de diferentes programas, mitigar os riscos e potencializar as oportunidades nos territórios em que estamos presentes. O conhecimento da região onde atuaremos e a previsão dos impactos que o empreendimento poderá causar possibilitam a elaboração de planos de gestão socioambiental específicos e detalhados, aplicáveis à realidade local.

Esses planos são um importante instrumento para a tomada de decisões na gestão dos investimentos sociais da Vale.

As iniciativas que realizamos na gestão dos impactos também contribuem para o desenvolvimento local sustentável. Dentre elas, destacamos os seguintes programas: Qualificação profissional, Relacionamento com comunidades, Relacionamento com comunidades tradicionais, Valorização da cultura e outros Programas Sociais (leia mais sobre os programas em www.vale.com).

Cabe destacar também a participação nos Programas de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) nas regiões onde atuamos, por meio de rede de relacionamento que envolve entidades de classe, órgãos de governos e instituições de ensino. Essa iniciativa é voltada para a qualificação e o desenvolvimento dos fornecedores locais, com o objetivo de fomentar a geração de novas oportunidades de negócio.

Desde 2008, realizamos o Programa Inove, que integra as ações das diferentes áreas da empresa, focado no fortalecimento de pequenos e médios fornecedores. Especialmente nos locais mais remotos, procuramos desenvolver fornecedores da região com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento local e a melhoria das condições sociais e econômicas da população (leia mais no capítulo Cadeia de Valor).

diretos indiretos

impacto econômico positivo

• Geração de empregos

• Qualificação profissional

• Aumento da arrecadação pública

• Contratação de produtos e serviço s locais

• Investimentos em serviços e infraestrutura

• Desenvolvimento econômico

• Geração de empregos indiretos

• Aumento da massa salarial

• Dinamização de outros setores econômicos

• Atração de fornecedores

• Desenvolvimento de fornecedores locais

• Atração de investimentos de diversas esferas dos setores público e privado

• Melhoria da infraestrutura local

impacto econômico negativo

• Impactos ambientais

• Interferência com o uso da terra

• Riscos de acidentes

• Pressão sobre a infraestrutura e os serviços públicos em decorrência do aumento demográfico

• Especulação imobiliária em áreas remotas em função da baixa oferta de moradia e da alta demanda

• Geração do efeito de vazamento econômico por conta da contratação de fornecedores e de empregados de outras regiões pela falta de especialização local

Programas e práticas por fases do empreendimento

licenciamento/ implantação operação Fechamento

estudo de impacto ambiental, social e econômico

Gestão de impacto ambiental, social e econômico

Plano de fechamento de mina

desenvolvimento de fornecedores

Qualificação profissional (empregados e comunidades)

relacionamento com comunidades (inclusive comunidades tradicionais)

Valorização do patrimônio cultural

Programas sociais

ocorrência intensa ocorência moderada

73

Page 80: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

catalisador do desenVolVimento local

A Fundação Vale tem como missão contribuir para o desenvolvimento integrado – econômico, ambiental e social – dos territórios onde a Vale atua no Brasil, articulando e potencializando os investimentos sociais, fortalecendo o capital humano nas comunidades e respeitando as identidades culturais locais.

Nas unidades internacionais, a atuação social da Vale é realizada por equipes locais. Nossa estratégia considera a criação de Fundações Vale internacionais, alinhadas com as diretrizes da Fundação Vale no Brasil, respeitando sempre as particularidades de cada região. Já possuímos Fundações Vale na Colômbia e em Moçambique. Está em andamento a implementação da Fundação na Nova Caledônia1.

Nossa atuação considera as especificidades de cada território e têm como base a Política de Desenvolvimento Sustentável. Realizamos Diagnósticos Integrados em Socioeconomia, amplos estudos que reúnem informações de cada território e permitem identificar as necessidades e as potencialidades específicas de cada um. Esses estudos servem de base para a elaboração dos Planos de Gestão dos Investimentos Sociais (PGIS), com foco nas áreas de atuação da Fundação Vale: infraestrutura urbana e habitacional, gestão pública e desenvolvimento humano e econômico.

1 a Fundação na nova caledônia é um dos pilares do Pacto de desenvolvimento sustentável do Grande sul, assinado entre a Vale inco nouvelle-calédonie e as populações Kanak do sul da ilha em 2008. no relatório de 2008, foi feita referência à criação da referida Fundação. sua implementação aguarda o andamento dos trâmites legais para a sua operação. outros dois pilares que constituem o Pacto de desenvolvimento sustentável do Grande sul são o comitê consultivo indígena ambiental (criado em 2009) e a associação de reflorestamento (prevista para 2010).

Acreditamos no diálogo intersetorial e valorizamos a construção coletiva por meio da integração dos interesses comuns entre governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Dessa maneira, buscamos deixar um legado de sustentabilidade nas regiões onde a Vale atua, agindo de forma a melhorar as condições de vida das populações, fortalecendo o relacionamento com as comunidades e realizando ações estruturantes.

inFraestrutura

Nosso objetivo é contribuir para a redução do déficit de infraestrutura urbana (saneamento básico, tratamento de resíduos sólidos, drenagem e pavimentação) e habitacional. Atuamos em parceria com as prefeituras, desenvolvendo projetos executivos e apoiando a captação de recursos disponíveis nas esferas estadual e federal para a implantação das obras. Também acompanhamos a implantação dos projetos e apoiamos as prefeituras na gestão dos processos. Até dezembro de 2009, 72 projetos executivos foram concluídos ou estavam em elaboração para 40 municípios dos estados do Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais, importantes áreas de atuação da Vale no Brasil. Desses projetos, 30 já foram protocolados para repasse de recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – do Governo Federal Brasileiro.

Nosso objetivo é contribuir para redução do déficit da infraestrutura urbana

FundaçÃo Vale

Relatório de Sustentabilidade Vale 200974

Page 81: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

GestÃo Pública

Por meio de protocolos de intenção assinados com as prefeituras, trabalhamos perante o poder público para o fortalecimento da gestão pública. Desenvolvemos programas estruturantes em educação, saúde, ordenação e limpeza urbana e apoiamos as prefeituras na melhoria da gestão administrativo- -financeira, para redução de gastos e captação de financiamentos.

Também atuamos na melhoria da gestão pública por meio de programas como:

• ação educação: colabora para a melhoria da gestão pública da educação municipal, por meio do planejamento da Política de Educação em quatro dimensões: gestão educacional, formação continuada, práticas pedagógicas e infraestrutura. Possibilita que as secretarias identifiquem oportunidades de articulação e mobilização, somando esforços em favor dos compromissos assumidos nos âmbitos municipal e estadual.

Nossas ações nos territórios consideram as especificidades de cada local.

Programa Período de realização nº de beneficiados

escola que Vale 2000 a 2009 mais de 170 mil

Vale Alfabetizar 2003 a 2009 120 mil

Novas Alianças 2007 a 2009 mais de 1.050

• ação saúde: colabora para a melhoria da saúde coletiva e da família, priorizando a saúde materno-infantil. Promove a formação de células ativas, compostas por profissionais de saúde, educadores, lideranças comunitárias e, principalmente, mulheres e jovens, com vista à redução da morbidade e mortalidade infantil.

Na tabela abaixo, conheça outros programas que merecem destaque (leia mais em www.vale.com):

75

Page 82: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

catalisador do desenVolVimento local

desenVolVimento humano e econômico

As Estações Conhecimento são a principal iniciativa nessa frente e consistem em núcleos de desenvolvimento humano e econômico idealizados pela Fundação Vale que seguem o modelo rural ou urbano. O objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento integrado e sustentável das comunidades. Os núcleos são organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), viabilizadas por meio de parcerias locais com o poder público e entidades da sociedade civil organizada.

O público prioritário das Estações Conhecimento são crianças e adolescentes de 6 a 18 anos. A intenção é promover ações integradas, de longo prazo, que contribuam para o desenvolvimento integral da pessoa. Nos núcleos, os participantes são estimulados em práticas esportivas (natação, atletismo, judô e futebol), em atividades culturais, no convívio social e no empreendedorismo. Entre os programas sociais desenvolvidos estão: Rede que Vale – Empregabilidade, Vale Juventude – Participação Juvenil, Vale Música – Cultura e Brasil Vale Ouro – Esporte. Sobre esse programa, leia mais no case da pág. 77.

Respeitando as vocações produtivas locais, as Estações trabalham o conhecimento adequado para cada região, elegendo cadeias produtivas com maior valor agregado e que possam ganhar escala de produção. Essas cadeias são organizadas junto aos produtores, que recebem apoio técnico e encontram nas Estações a tecnologia e a articulação necessárias para o processamento e a comercialização de sua produção.

As Estações Conhecimento também procuram disseminar novas tecnologias e metodologias de aprendizagem entre seus profissionais. A maioria deles é constituída por funcionários públicos cedidos pela prefeitura parceira e/ou o governo estadual, que são capacitados para estimular práticas educativas relacionadas ao cotidiano

dos alunos e das comunidades. É um legado de conhecimento sistematizado e institucionalizado para as regiões e os municípios onde estamos presentes. Serão aproximadamente 30 mil jovens beneficiados por meio de 18 núcleos, que serão construídos até 2012 nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Sergipe e Rio de Janeiro. O mapa abaixo mostra o planejamento de implantação das Estações Conhecimento no Brasil.

Em Moçambique, duas Estações Conhecimento estão em fase de implantação na área do Projeto Moatize (Carvão), em Tete. Na Colômbia, também foi inaugurada uma Estação Conhecimento na região de La Loma, próximo à Mina de Carvão El Hatillo, e está prevista a implantação de mais uma na região de Ciénaga.

estação conhecimento

em oPeraçÃo (02) em imPlantaçÃo (11) em Planejamento (05)

total de 18 oPerações até 2012

1

2

3

5

7

8

9

16 6

10

11

18

12

13

14

15

1. apa do Gelado Parauapebas 2. tucumã 3. barcarena4. marabá 5. curionópolis6. arari 7. Vale do jequitinhonha 8. brumadinho9. deodoro10. mangaratiba11. Governador Valadares12. canaã dos carajás13. ourilândia do norte14. nova lima15. serra16. concórdia do Pará17. são luís18. capela

4

17

Relatório de Sustentabilidade Vale 200976

Page 83: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Bras

il

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Formando campeõesNa busca por talentos esportivos, a Fundação Vale lançou o programa Brasil Vale ouro, que visa sele-cionar e preparar atletas nas modalidades de judô, natação e atletismo, nas cidades brasileiras onde a empresa atua. esse é um dos maiores projetos de caça-talentos do país e representa o apoio da Vale no segmento de esportes de alto rendimento. o principal objetivo é ajudar o Brasil a se tornar uma potência olímpica e, além disso, deixar para as gerações futuras um legado de conhecimento sistematizado em treinamentos esportivos, em ciência esportiva e na formação de profissionais ligados ao esporte.

o programa funciona dentro das estações conhecimento, Núcleos de desenvolvimento Humano e econômico, cuja gestão é compartilhada entre a Vale, o poder público e a sociedade civil. os núcleos atuam como agentes articuladores de redes sociais, voltadas para o desenvolvimento local das regiões onde a empresa opera.

o programa Brasil Vale ouro conta, ainda, com o centro Nacional de excelência, que ficará sediado no círculo Militar de deodoro, no rio de Janeiro. em parceria com os ministérios da defesa e do esporte, a Vale irá construir no local uma pista profissional de atletismo e dois alojamentos com capacidade para 100 atletas. em dezembro de 2009, foi inaugurado o moderno ginásio de judô do centro, com seis áreas de treinamento simultâneo e arquibancada para 1.500 pessoas.

todos os jovens das estações conhecimento que alcançarem índice olímpico terão a oportunidade de ser transferidos para o centro de excelência, onde contarão com apoio financeiro e acompanhamento profissional de equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicó-logos, professores de educação física e assistentes sociais. com essa estrutura, procuramos contribuir com uma melhor preparação dos atletas do Brasil Vale ouro para os Jogos olímpicos de 2016, que serão sediados pela primeira vez na América do sul, na cidade do rio de Janeiro (rJ), Brasil.

case

77

Page 84: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

catalisador do desenVolVimento local

Parceria social Público-PriVada

O debate internacional vem pautando a importância da Parceria Público-Privada (PPP) na dimensão econômica do desenvolvimento territorial. E a Fundação Vale, a partir de sua experiência de articulação com governos e a sociedade, sugere uma nova proposição para as PPPs, inserindo a dimensão social e criando a Parceria Social Público-Privada (PSPP).

A PSPP demanda uma nova postura das empresas, dos governos e da sociedade em geral. O investimento social privado passa a ser planejado em ações de médio e longo prazos, baseadas em diagnósticos socioeconômicos e integradas a políticas sociais emancipatórias, com metas e indicadores de resultados. Desse modo, estimula o diálogo e a transparência para a construção de uma visão comum, capaz de integrar esforços em favor da geração de oportunidades locais e da melhor aplicação dos recursos, numa convergência de interesses entre as partes envolvidas.

Com essa nova perspectiva, a PSPP responde às diversidades das regiões e às suas potencialidades, permitindo a articulação entre o poder público e as empresas. Com isso, integramos as ações dos diferentes agentes em torno de uma visão comum, de modo a maximizar resultados e contribuir para o desenvolvimento sustentável dos territórios. Podemos citar como exemplo de PSPP as iniciativas que a Vale está desenvolvendo, como o acordo para fomentar o turismo solidário no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a parceria na elaboração de projetos de infraestrutura e a criação das Estações Conhecimento, para fortalecer o empreendedorismo e oferecer atividades de arte, cultura e esporte para jovens.

Queremos estimular o diálogo e a transparência entre os setores

Pesca na praia do boqueirão

A Vale, ciente da sua responsabilidade social perante os impactos causados com a implantação do Píer iV do terminal Portuário de Ponta da Madeira, em são luís, está realizando o Programa de de-senvolvimento socioeconômico da comunidade de Pescadores Artesanais da Praia do Boqueirão. o estudo de impacto Ambiental (eiA) definiu as áreas afetadas pelo empreendimento. Por isso, por meio da Fundação Vale, propusemos a construção participativa de um programa de apoio à pesca artesanal na praia do Boqueirão. Foram realizadas reuniões com pescadores e lideranças comuni-tárias e também articulações com o sindicato, o serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (sebrae), o serviço Nacio-nal de Aprendizagem comercial (senac) e o estaleiro escola, assim como visita às instalações da Vale no porto.

A equipe da Fundação participou das audiências públicas em que foram apresentados os eixos do programa: valorizar e conservar a cultura da pesca artesanal, colaborar para a geração de renda e contribuir para o exercício da cidadania. A primeira etapa do pro-grama, desenvolvida em 2009, incluiu a realização de uma pesqui-sa que classificou os pescadores em três grupos, de acordo com a atividade de pesca na praia para melhor definir o atendimento. Além disso, uma especialista em biologia marinha acompanhou a produção local e analisou as potencialidades de geração de renda dos grupos.

desde dezembro de 2009, os 51 pescadores inscritos no progra-ma, junto com suas famílias, participam da qualificação, por meio de um convênio com o serviço Nacional de Aprendizagem rural (senar), e recebem mensalmente uma bolsa-auxílio vinculada à participação nos cursos. o programa inclui ainda a distribuição de materiais de pesca artesanal, kit de segurança e apoio para ob-tenção de documentos pessoais. Até 2012, tempo previsto para a duração dessa ação, a comunidade da praia de Boqueirão terá oportunidade de conhecer outras experiências comunitárias de desenvolvimento local, por meio de visitas técnicas.

case

Bras

il

Relatório de Sustentabilidade Vale 200978

Page 85: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

investimentos em infraestrutura 2007 2008 2009

total Us$ milhões 99,2 37,7 31,4

Por tipoApoio a serviços públicos 6% 19% 60%realização de obras 94% 81% 40%total 100% 100% 100%

Por forma

Pro bono 14% 18% 1%engajamento comercial 13% 40% 26%Materiais/produtos 73% 42% 73%total 100% 100% 100%

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

inVestimentos sociais

A estratégia de desenvolvimento sustentável da Vale está ancorada em nossa capacidade de gerar e distribuir valor. Além dos mecanismos diretos e indiretos de distribuição de riquezas, como pagamento de impostos, salários e benefícios, compra de produtos e serviços, realizamos investimentos sociais em projetos que trazem benefícios para a comunidade local.

Esses investimentos incluem ações de educação, cultura, geração de renda e estímulo ao fortalecimento do capital social, por meio de programas da Fundação Vale, de patrocínios1 e doações, entre outros. O total investido pela Vale em 2009 foi de US$ 200,9 milhões. A redução de 13% em comparação a 2008 deve-se à estratégia de redução de custos adotada pela empresa para enfrentar o cenário econômico global recessivo, destacando-se que essa queda é inferior à queda de faturamento/produção.

Conforme observado no gráfico ao lado, cerca de 16% do total investido, US$ 31,4 milhões, é destinado a obras para melhoria de infraestrutura urbana. A queda dos investimentos nesse setor de 2007 para 2008 (de acordo com o quadro abaixo) deve-se à conclusão de projetos. O valor investido nos últimos três anos é de US$ 168 milhões.

1 a gestão de patrocínios da Vale considera, no processo de aprovação, a adequação e a relevância dos projetos para a realidade de cada local e seu alinhamento com a nossa estra-tégia de desenvolvimento sustentável. as áreas prioritárias são: cultural, ambiental, social e técnica.

Bras

il

Fortalecendo os municípios A Fundação Vale integra e apoia a união de esforços mútuos para a cria-ção de mecanismos capazes de aperfeiçoar a gestão pública, bem como promover ações que contribuam para o desenvolvimento humano e econômico das regiões em que atuamos. Uma iniciativa nesse sentido foi a parceria firmada entre a fundação e a Prefeitura de Abaetetuba, no Pará, área de influência da Vale.

em 2009, realizamos um seminário que deu início ao planejamento estra-tégico da prefeitura. em dois dias de trabalho, conduzidos por uma con-sultora especializada em gestão pública, foram levantados os marcos de governo e as metas a serem alcançadas até o fim do mandato. A ideia era traçar metas que fossem concretas, mensuráveis e alcançáveis. Além dis-so, foram levantados os programas existentes para a concretização desses objetivos. A partir daí, criou-se um grupo estratégico para acompanha-mento das ações a serem implantadas para cumprimento das metas.

case

investimento social por tipo (2009 – US$ 200,9 milhões)

investimento social total (US$ milhões)

2007

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231

2009

200,9

17%

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12%

12%

10%

16%14%

relacionamento cultura inFraestrutura treinamento saúde educaçÃo outros

Por tipo – apoio a serviços públicos: realizado por meio de pagamento de serviços, como arcar com oscustos da contratação de enfermeiros, professores etc. realização de obras: obras de pavimentação de estradas, construção de escola s e hospitais, entre outras.Por forma – Pro bono: atividade desenvolvida em prol de benefício público, como alocação de pessoas com funções definidas em atividades durante o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa.engajamento comercial: atividade que gera benefício público, mas que primariamente gera benefício econômico ou retorno de investimento para a empresa. materiais/produtos: investimento em infraestrutura em espécie, por provisão de serviços ou pela entrega de um produto.

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Page 86: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Bras

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catalisador do desenVolVimento local

desenvolvimento da Grande Vitóriaem 2009, a Vale finalizou a elaboração do diagnóstico socioeconômico dos municípios da Grande Vitó-ria, no espírito santo. Nessa região, a Vale opera plantas de pelotização de minério de ferro e o Porto de tubarão. o estudo, feito a partir da análise de dados oficiais e de entrevistas com lideranças, associações de moradores e autoridades, vai orientar as ações e os investimentos sociais da empresa para o desen-volvimento da região, que inclui, além da capital, as cidades de cariacica, serra e Vila Velha.

Ao entregar o diagnóstico para as autoridades do estado, a Vale anunciou a realização de cinco ações, já nos primeiros meses de 2010, que representam um investimento da ordem de Us$ 28,7 milhões. esses projetos foram criados levando em consideração as demandas prioritárias apontadas pelo estudo:

• com a Prefeitura de Vila Velha, será feito o projeto executivo de engenharia para as obras de dragagem do canal de Marilândia, que minimizará o alagamento da Av. carlos lindemberg, evitando a interdição de uma das principais ligações entre Vila Velha, cariacica e Vitória em dias de chuva intensa;

• parceria com as prefeituras da serra e de Vitória no projeto de Melhorias do sistema de esgotamento sanitário do bairro Hélio Ferraz, que além de contribuir para a despoluição está associado a outro pro-jeto de regularização fundiária de parte da comunidade, beneficiando cerca de 650 famílias;

• com a Prefeitura de cariacica será desenvolvido o projeto executivo de pavimentação e drenagem de 25 quilômetros de vias públicas, já que a falta de mobilidade urbana foi apontada pelo diagnóstico como uma das principais questões estruturais da cidade;

• para Vitória será feito o projeto executivo de restauração e implantação de duas construções históricas: a biblioteca municipal no Palácio domingos Martins e a residência cerqueira lima. A iniciativa está alinhada com o projeto de revitalização da região central da capital capixaba;

• doação ao governo do estado da área conhecida como Morro da companhia, onde já está instalado o instituto estadual do Meio Ambiente (iema). No terreno, localizado em cariacica, será instalado o centro de Pesquisas, inovação e desenvolvimento (cPid), que contará com estrutura para dar suporte científico e tecnológico às indústrias em projetos ambientais.

case

Relatório de Sustentabilidade Vale 200980

Page 87: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

case

ações de apoio às comunidadesNossas operações internacionais de níquel mantêm diversos investi-mentos em infraestrutura. Na Vale inco Newfoundland & labrador, por exemplo, está em construção uma central de bombeiros que atenderá às necessidades da comunidade, além de fornecer apoio à nossa ope-ração. A estação possuirá escritório, sala de treinamento e garagem adequada para o caminhão de bombeiros, além de equipamentos de comunicação que servirão como centro de controle de emergência. A conclusão da estação está prevista para o primeiro semestre de 2010.

Na nossa operação em Goro, na Nova caledônia, estamos apoiando alguns projetos, como a restauração de duas igrejas e de um supermer-cado. As ações são coordenadas pela Província do sul e beneficiarão a comunidade local. em 2009, foi acordado um financiamento para a construção de um centro de educação em Meio Ambiente, que, além de fornecer informações sobre esse tema, oferecerá atividades educa-tivas para crianças.

outra ação na área de infraestrutura urbana está sendo conduzida em thompson, Manitoba. A Vale inco opera a estação de tratamento de água, que fornece água potável e gratuita para todas as residên-cias e atividades de negócios da cidade. investimentos feitos pela empresa propiciaram melhorias na estação. representantes da Vale inco também participam como membros do comitê de infraestrutu-ra da cidade, auxiliando no planejamento de ações solicitadas pela comunidade.

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GeraçÃo de emPreGo e renda

Investimos, cada vez mais, na contratação de mão de obra local, gerando oportunidades de trabalho às populações das cidades no entorno de nossas operações no intuito de alavancar o desenvolvimento socioeconômico comunitário.

Como grande parte de nossos negócios encontra-se em áreas remotas e de difícil acesso, atuamos em parceria com as iniciativas pública e privada para fomentar a formação de serviços básicos, como habitação e saúde, e qualificar profissionais para a nossa cadeia produtiva.

No Brasil, além dos programas de educação externa da Valer – Educação Vale, os Centros de Educação Profissional Vale (CEPs), criados em parceria com instituições de ensino, exemplificam como se dá a nossa estratégia de contratação local. Os CEPs são escolas de ensino profissionalizante, construídas e equipadas pela Vale, onde são ministrados cursos de qualificação para as atividades da cadeia produtiva de mineração e com foco na sustentabilidade e no fomento das vocações regionais, como cursos de construção civil e hotelaria. Com atualmente quatro unidades, três no Pará e uma em São Luís, os CEPs formaram 13.623 pessoas em 2009, em diversas qualificações técnicas.

A Vale investiu em 2009 US$ 1,5 milhão em obras e equipamentos dos CEPs. Em Parauapebas (PA), a implantação do laboratório de soldagem, o mais moderno da região, foi fundamental para a oferta da formação de soldadores na região, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Senai PA.

Em São Luís, foi implementado o programa de formação de mão de obra local para a construção do Píer IV do Porto de Ponta da Madeira da Vale, que formou 300 jovens da área do Itaqui Bacanca, vizinha às instalações da nossa empresa. Ainda no CEP de São Luís, por meio do projeto Indústria do Procuramos gerar oportunidades de trabalho para as

populações das cidades no entorno de nossas operações.

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Page 88: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Conhecimento, de inclusão digital e incentivo à leitura, foram realizados mais de 8 mil atendimentos em 2009. O projeto é fruto de uma parceria com o Sesi e o Senai MA.

Idealizamos também iniciativas que estimulam o desenvolvimento de uma rede de serviços e fornecedores locais. Além disso, implementamos o Programa de Formação Profissional, que irá qualificar técnicos para as nossas operações (leia mais no capítulo Recursos humanos, pág. 43).

As estratégias de contratação são traçadas por meio do mapeamento prévio de demandas do mercado de trabalho local. Além de levantar a quantidade de profissionais necessários em cada etapa das nossas operações, identificamos outros pontos relevantes para a contratação local, tal qual exemplificado no quadro ao lado.

Em 2009, a Vale apresentou um percentual geral de 77%2 de contratação local3. Para posições de liderança, o índice é de 48%, uma vez que as competências requeridas para os cargos gerenciais são mais específicas.

A estratégia de promover a sustentabilidade e a autossuficiência das comunidades, por meio da geração de empregos e renda, também está sendo levada às nossas operações no exterior. Em Omã, no Oriente Médio, onde estamos implementando uma planta de pelotização e um complexo portuário, assumimos com o governo local o compromisso com o programa de “Omanização”. Trata-se de um plano para aumentar de 60% para 80% a utilização de mão de obra local em nossas operações no país, com o objetivo de maximizar a absorção de profissionais omanis no setor privado.

Em Moçambique, África, onde desenvolvemos o projeto Moatize, nos mobilizamos para gerar mão de obra qualificada e, assim, contribuir para o desenvolvimento regional. Com esse objetivo, oferecemos cursos e treinamentos

2 este indicador considera resultados globais, mas não inclui operações canadenses, nas quais esse monitoramento não é realizado. empregados próprios deste indicador (ec7) cor-respondem a 84% (2009) do total de empregados reportados (la1). Projetos não incluídos.

3 apesar de o cálculo do indicador ter considerado como local o estado de nascimento dos empregados, a prática de contrata-ção adotada, quando aplicável, prioriza residentes do estado, e não necessariamente os naturais dele.

catalisador do desenVolVimento local

capacitar para crescerem 2009, a Vale financiou, nas suas operações canadenses, duas iniciativas para fornecer capacitação às comunidades remotas e aborígenes. A pri-meira foi a renovação da parceria entre a Vale inco e a canadian executive service organization (ceso), organização sem fins lucrativos que atua na promoção da autossuficiência das comunidades aborígenes e na redução da pobreza. A partir de 2010 e até o fim de 2012, a ceso receberá recursos anuais para desenvolver projetos de treinamento e tutoria.

os projetos responderão às necessidades identificadas pelas comunidades aborígenes em todo o canadá. os voluntários do ceso serão responsá-veis pelo treinamento e pela tutoria – no local – tanto nas comunidades como nos centros urbanos. entre as ações a serem realizadas estão cria-ção de empresas, desenvolvimento econômico comunitário e capacitação relacionada a finanças, recursos humanos e comunicação. A finalidade é desenvolver um grupo governante aborígene mais eficiente e economica-mente saudável.

A outra iniciativa é uma parceria com o cambrian college, instituição edu-cativa em sudbury, para desenvolver uma sala de aula itinerante que permi-tirá a realização de estudos e trabalhos especializados, beneficiando as co-munidades remotas do norte de ontário. Por meio de em um trailer de alta tecnologia, equipado com ar, gás, aquecimento e uma antena parabólica, que gera sua própria eletricidade, a sala de aula itinerante oferecerá vários cursos, como eletrônica, soldagem, serralheiro, mecânico, entre outros.

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diagnósticos

• Mapeamento de profissionais por negócio, área e competências• Mapeamento da infraestrutura local• Mapeamento do contexto social• Mapeamento de fornecedores/parceiros

atração e desenvolvimento

• Identificação de fontes de recrutamento• Definição do pacote de remuneração• Formação e especialização de profissionais• Desenvolvimento de instituições de educação profissional• Parcerias e desenvolvimento da infraestrutura necessária para a

realização das formações

retenção de pessoas

• Desenho do Plano de Transição de Pessoas, para apoiar o processo de mudança de profissionais

• Apoio ao desenvolvimento da infraestrutura local: saúde, habitação, educação e lazer

• Educação Continuada• Gestão da Performance• Carreira & Sucessão

nas áreas de carpintaria, serralharia, alfaiataria, eletricidade geral, além de construção civil, moda e confecções. Por intermédio da Valer, foram iniciadas, em 2009, as ações do Programa de Formação Profissional para capacitar profissionais nos cursos de Operação de Mina e Soldagem. A formação

está sendo implementada em parceria com o Senai Brasil, em função da ausência de escolas técnicas na região. Para dar continuidade à qualificação de profissionais, investimos ainda no desenvolvimento da infraestrutura educacional local, construindo escolas, salas de aula e laboratórios.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200982

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com as mãos na massaos residentes da Província do sul de Nova caledônia comemoraram a inauguração do Prédio comunitário, realizada em dezembro de 2009. As obras, que duraram sete meses, foram parcialmente financiadas pela Vale inco Nouvelle-calédonie. o projeto empregou nove jovens, que aprende-ram várias atividades da área de construção, como pintura, serviços elé-tricos, alvenaria e carpintaria. Além do treinamento teórico, os aprendizes tiveram oportunidade de praticar, possibilitando o ganho de experiência, essencial nesse campo.

em 2006, a Vale inco Nouvelle-calédonie criou o programa Projetos comunitários, em parceria com a Província do sul e o conselho tradicional djubéa Kapone, que é um dos oito conselhos tradicionais na Nova caledônia. Um dos objetivos do programa é proporcionar treinamento para a juventude das tribos locais. o projeto já capacitou cerca de 60 jovens na área da construção civil.

case

mineraçÃo artesanal e de Pequena escala

A mineração artesanal ou de pequena escala é responsável pela geração de trabalho e renda para milhares de famílias ao redor do mundo, exercendo um importante papel no desenvolvimento social e econômico de muitos países.

Como empresa global, buscamos contribuir para a transferência de boas práticas tecnológicas e de saúde e segurança, principalmente em países em desenvolvimento. Em 2009, aprovamos a Política de Direitos Humanos da Vale, que aborda, entre outros temas, questões referentes a mineração artesanal e de pequena escala. Esse assunto também constará do Guia de Direitos Humanos, que será desenvolvido no decorrer do ano de 2010.

No estado brasileiro de Minas Gerais, em 2008, a Vale fez o pedido de cessão gratuita e voluntária dos direitos minerários sobre a Pedreira Santa Efigênia à Cooperativa dos Trabalhadores. Em dezembro de 2009, com o apoio da empresa e da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a cooperativa protocolou o Formulário de Caracterização do Empreendimento Integrado na Superintendência Regional de Minas Gerais e no Departamento Nacional de Produção Mineral. O processo para a obtenção do direto de lavra encontra-se em trâmite.

Em 2009, em Minas Gerais, a área de Segurança Empresarial da Vale realizou fiscalizações nas unidades operacionais da empresa onde há risco de ocorrência de prática de garimpagem clandestina. Há a intenção de inserir esse tema na pauta de reuniões realizadas com as comunidades desse estado localizadas próximas às operações. Ao longo do ano foram identificadas 42 ocorrências e, com a intervenção da Polícia Civil, foram detidas 22 pessoas.

Em 2008, a PT Inco havia registrado mineração artesanal e de pequena escala em algumas áreas de concessão na Indonésia, especialmente no período de alta nos preços de níquel. Com a crise econômica em 2009, houve uma redução

significativa da ocorrência dessas atividades em nossas áreas de concessão.

No Projeto Trés Valles, desenvolvido na comunidade de Salamanca (Chile), 70 mineradores artesanais que trabalhavam em áreas pertencentes à Vale foram realocados. Desde 2007, está em vigência um acordo firmado com a Asociación Minera de Salamanca (Asomi) por meio do qual, além da realocação para áreas autorizadas para exploração, a Vale se compromete a contribuir para a melhoria das condições de produtividade, segurança e saúde, mediante a instalação e a transferência dos acampamentos e a implementação de um sistema de assistência técnica ao terreno.

Estão previstas também outras ações, como: o apoio aos profissionais no cumprimento dos padrões produtivos e de segurança estabelecidos pela legislação vigente e pelo Acordo de Produção Limpa; a construção de dois acampamentos, que atendam às condições de saúde e segurança requeridas pela atividade; e a assistência técnica em temas relacionados a segurança, geologia e exploração mineral. A equipe da Vale também realiza mensalmente capacitação sobre temas de interesse do grupo.

83

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catalisador do desenVolVimento local

incidentes

Entre os aspectos relevantes da gestão do relacionamento da Vale com as comunidades estão a ação preventiva, o monitoramento permanente e a busca de soluções para incidentes com potencial para afetar as pessoas que vivem nas regiões onde atuamos. A partir do envolvimento da comunidade, agimos de forma a prevenir os riscos, minimizar as ocorrências e dar um atendimento rápido quando um incidente ocorre.

A Vale mantém um sistema de registro e acompanhamento das ocorrências, que contribui para a criação de mecanismos de prevenção e a redução das consequências.

Ferrovias da Vale no brasil

A Vale opera, no Brasil, aproximadamente 11 mil1 quilômetros de malha ferroviária. As linhas percorrem dez estados, passando por cerca de 400 municípios. Em muitos locais, houve o crescimento das comunidades nas proximidades das ferrovias, aumentando o risco de incidentes.

Apesar de apresentarmos melhoria constante no indicador Acidente por MTKm (milhão de trem km), que leva em conta os acidentes em função da quantidade de trens e da distância percorrida, sabemos que ainda precisamos avançar mais.

As principais iniciativas em andamento são:

• análise de vulnerabilidade de riscos;

• melhoria no sistema de gestão das ocorrências ferroviárias;

• expansão do centro de capacitação ferroviária;

• campanhas educativas e de sensibilização;

• avaliação de novas tecnologias, como os freios eletropneumáticos;

• melhoria de sinalização;

• programa de controle de treinamentos e reciclagem para as áreas operacionais.

análise de riscos

Nossas atividades, produtos e serviços envolvem aquisição, armazenamento, manuseio, uso, transferência e descarte de produtos químicos diversos, como solventes, óleos lubrificantes e combustíveis, sendo alguns potencialmente perigosos. A gestão desses produtos visa identificar e minimizar os riscos de nossas operações, por meio de procedimentos técnicos, equipes

1 incluindo a Ferrovia norte sul.

Identificamos e analisamos as situações de risco através de ferramentas específicas e

compatíveis com os processos produtivos.

ocorrência nas ferrovias operadas pela Vale no brasil por mtKm (milhão de trem km)

*Fonte: Unigofer – Sistema de gestão de ocorrências ferroviárias da Vale no Brasil, que possui equidade com os registros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Ferrovia Norte Sul passou a ser operada pela Vale em 2008. São 580 km construídos, dos quais 452 km estão em operação pela Vale, entre Açailândia e Colinas.

8378

67

43

24 25

9,013,0

5,2 7,4 4,4 6,6 5,56,0 6,0

1510 10,5

4,15,8 2,8 3,8

26,220,5

17,914,1

2,7

22,8

Fca EFcEFvm Fns

0

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30

20

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2001 2004 20072002 2005 20082003 2006 2009

18,1

Relatório de Sustentabilidade Vale 200984

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capacitadas, consultorias especializadas e auditorias periódicas, a fim de nos manter em conformidade com a legislação e com os demais requisitos aplicáveis.

As situações de risco associadas às nossas operações são identificadas e analisadas através de ferramentas específicas e compatíveis com os processos produtivos e, com isso, possibilitam a adoção de medidas preventivas apropriadas e alinhadas aos sistemas sob análise. Adicionalmente, cada unidade operacional conta, ainda, com um Plano de Atendimento a Emergência específico, além de pessoal capacitado, a fim de minimizar as perdas e os danos às pessoas e ao meio ambiente.

Realizamos, em 2009, um trabalho de avaliação das situações de riscos, por meio de auditoria externa, a fim de verificar o grau de implantação do gerenciamento de risco das unidades operacionais no Brasil, considerando a identificação dos perigos, as ações de bloqueio e os seus respectivos planos de atendimento à emergência para mitigar os impactos dos incidentes. A avaliação resultou num nível adequado de implantação, recomendando aprimorar os procedimentos para realização de simulados.

O processo de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, iniciado em 2008, continua em implantação e já possibilitou a homogeneização e a racionalização de recursos e materiais para prevenção e mitigação dos riscos, tanto ambientais como os de saúde e segurança, nas diferentes fases do ciclo de vida de nossos empreendimentos (mais detalhes na página 49).

O processo de comunicação de ocorrências ambientais foi aperfeiçoado com a publicação de uma instrução específica de comunicação. Foi publicada uma Instrução Corporativa para Comunicação de Ocorrências Ambientais, que tem como objetivo estabelecer a metodologia para classificação de eventos acidentais e assegurar/garantir a comunicação de ocorrências ambientais à área de meio ambiente para fins de apoio, gerenciamento e acompanhamento. Adicionalmente, esse procedimento possibilitou a homogeneização, em todos os nossos negócios, da classificação dos

eventos acidentais e os critérios de comunicação, otimizando a tomada de decisão por parte das áreas envolvidas.

A tabela a seguir apresenta os incidentes significativos2 com potencial impacto nas comunidades, com as causas já identificadas e as ações de bloqueio adotadas nas nossas operações3:

2 “incidente significativo” da Gri corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança dentro ou fora da unidade operacional.

3 os incidentes ferroviários são reportados separadamente, por meio do indicador internacionalmente adotado (acidentes por milhão de trem km). os dados de derramamento são reportados no capítulo meio ambiente, por meio do indicador en23, na página 63.

localidade empresa incidente causa(s) ações de bloqueio

Pará PPsACombustão de hidrossulfito de sódio

Vazamento e contato com água

• Armazenamento em contêineres

• Dique de contenção

• Inspeção rotineira na área do armazém

Pará Alunorte Transbordamento de lama vermelha Chuvas intensas

• Redimensionamento dos ponds de armazenamento

• Redimensionamento do sistema de bombeamento

Maranhão Vale

Transbordamento de efluente contendo minério de ferro

Chuvas intensas

• Redimensionamento das bacias de contenção

• Revisão do programa de manutenção periódica da rede de drenagem

Minas Gerais FcA Óleo no rio Itapecerica

Rede de drenagem oleosa subdimensionada

• Redimensionamento e segregação das redes de drenagem oleosa e pluvial

• Revisão do programa de manutenção e inspeção

Minas Gerais Vale

Queda de minério de ferro no córrego Vargem Grande

Ausência de estruturas de contenção

• Implantação de diques de contenção

• Revisão do programa de manutenção e inspeção

Manitoba Vale incoInterrupção do fornecimento de água

Falha no equipamento da planta de tratamento de água que fornece água potável para a cidade

• Comunicados imediatos à população pelas autoridades locais

• Monitoramento do fornecimento de água até sua normalização, de acordo com os parâmetros do governo

• Adequação dos equipamentos para aumento da vazão de tratamento de água e melhoria dos parâmetros de potabilidade, visando ao atendimento da demanda da comunidade e à identificação de novas medidas de prevenção de falhas de equipamentos de processo

Newfoundland and labrador

Vale inco Newfoundland & labrador (Planta de long Harbour, em construção)

Incêndio florestal atingindo 25 hectares

As causas não foram identificadas pelas autoridades locais

• Controle do incêndio com o apoio das autoridades locais para minimização da área impactada

• Reforço das medidas de comunicação perante as comunidades sobre os riscos de incêndio e a manutenção de aceiros1

1 Terreno desbastado de vegetação, que se abre em torno ou através das matas para evitar a propagação de incêndios.

85

Page 92: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

catalisador do desenVolVimento local

reassentamento inVoluntário

As atividades de mineração, logística e demais empreendimentos, algumas vezes, exigem o deslocamento de comunidades. Sempre que possível, procuramos evitar ou, pelo menos, minimizar o reassentamento, buscando projetos alternativos.

Ao elaborar planos de reassentamento, a Vale busca adotar práticas alinhadas com as diretrizes do Banco Mundial sobre o tema. As recomendações incluem ações para mitigar os impactos sociais e econômicos dos deslocamentos involuntários.

A Vale está elaborando o Termo de Referência para Processos de Reassentamento, com acompanhamento social. Nosso objetivo é assegurar um tratamento equitativo às famílias deslocadas, bem como oferecer acesso a oportunidades de desenvolvimento econômico e social.

Os objetivos do documento são:

• adotar um princípio único para a atuação dos empreendimentos, que considerem as boas práticas de responsabilidade social corporativa;

• reproduzir e adaptar para a realidade dos nossos negócios os padrões de desempenho ditados pelo Banco Mundial, pelo ICMM e pelo Pacto Global, entre outros;

• orientar os diferentes processos na Vale que envolvam o deslocamento de pessoas;

• contribuir para estudos e programas socioeconômicos;

• reduzir os impactos causados pela remoção;

• assegurar às famílias padrões adequados de qualidade de vida e mecanismos de inclusão social.

reassentamento em moçambique em Moçambique, o Plano de Ação do reassentamento visa ao atendimento total de mais de 980 famílias até o fim de 2010, sendo 300 oriundas de chipanga, Mi-thethe e Bagamoio. essas famílias serão reassentadas no bairro 25 de setembro, na Vila de Moatize, onde fixarão residência e utilizarão os equipamentos de edu-cação e saúde já existentes. tais equipamentos estão sendo expandidos e melho-rados para responder às demandas da população.

desse total, o maior contingente, mais de 650 famílias, será reassentado na região de cateme, que fica a 36 km da Vila de Moatize. A maior parte dessas famílias tem perfil rural. Para esse reassentamento foi projetado um conjunto de infra-estruturas básicas para moradia, atendimento de serviços de educação, cultura, saúde, esportes e espaço para o desenvolvimento das atividades de agricultura (machambas), voltadas para consumo e venda.

As duas regiões que estão recebendo as famílias deslocadas irão sediar uma esta-ção conhecimento, núcleo de desenvolvimento humano e econômico que pro-move atividades culturais, esportivas, de educação profissionalizante e de saúde. em cateme, as atividades da estação serão complementadas com a construção de uma fazenda-modelo e de módulos demonstrativos agropecuários. A fazen-da-modelo terá como finalidade a produção de alimentos para merenda escolar e de farinha multimistura para o programa nutricional, além de contar com área para pastagem.

dentre as principais ações realizadas em 2009, destacam-se:

• visitas em campo para acompanhamento do impacto das obras, planejamento e acompanhamento da execução de detonações e trabalhos com maquinário de grande porte;

• visitas domiciliares para entrega dos pacotes de subsídio alimentar;

• vistorias de imóveis identificados para atendimento das indenizações assistidas, acompanhamento da regularização fundiária dos imóveis e sua efetiva transfe-rência ao reassentado;

• acompanhamento de cerimônias tradicionais;

• identificação, negociação e pagamento de indenizações de machambas (áreas agrícolas) e imóveis comerciais e sazonais impactados pela obra;

• atendimento nos gabinetes de plantão social nas comunidades de origem e as-sentamento de cateme;

• visitas em campo para o planejamento das frentes de remoção e inventário de animais a trasladar;

• traslado de animais (bovinos e caprinos por pastoreio, outros por transporte rodoviário);

• acompanhamento do processo de transferência das famílias.

o Plano de Ação para reassentamento foi baseado em amplo censo socioeconô-mico aplicado às comunidades vizinhas ao empreendimento e a áreas anfitriãs do reassentamento. todo o processo seguiu as diretivas do Banco Mundial, que in-cluem ações como consulta às comunidades e às pessoas afetadas; disponibiliza-ção de canal de comunicação para reclamações e busca de soluções com relação à compensação e ao deslocamento; realização de censo socioeconômico para identificar as pessoas a serem desalojadas pelo projeto; e participação informada das comunidades em todas as etapas.

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Relatório de Sustentabilidade Vale 200986

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Nossa expectativa é de que esse termo de reassentamento apoie a implantação dos nossos projetos, apontando caminhos possíveis de desenvolvimento sustentável, economicamente viável e socialmente justo das comunidades afetadas.

Em Minas Gerais, em 2009, 17 domicílios foram deslocados em função da implantação de projetos (Mina do Baú e Apolo) ou do impacto em áreas próximas às atividades operacionais em Itabira. Os reassentamentos foram realizados por meio de processos de indenização e indenização assistida, conforme o acordo estabelecido entre as partes. Esse processo foi resultado das reuniões de Diálogo Social realizadas na comunidade.

Já no Peru, o Estudo de Impacto Ambiental do Projeto Bayóvar indicou a necessidade de remoção de três famílias, cuja atividade principal é a criação de gado. Foram construídas novas moradias para as famílias reassentadas.

O maior processo de reassentamento ocorreu em Moçambique, na área próxima ao projeto de carvão Moatize. Até o fim de 2009, 217 famílias haviam sido deslocadas, sendo 203 por reassentamento sem indenização (com o acompanhamento de todo o processo de transição) e 14 famílias optaram pela indenização, conforme acordo estabelecido entre as partes. Os compromissos assumidos pela Vale na implantação da infraestrutura de suporte às famílias reassentadas envolvem a concepção do projeto urbanístico e a construção de novas moradias, de equipamentos sociais e de serviços, como escolas, postos de saúde, posto policial, entre outros (leia mais no case da pág. 86).

aquisiçÃo de ProPriedade

Nas unidades próprias da Vale no Brasil, o processo de aquisição de propriedade respeita um procedimento formal e normativo, definido pela equipe de patrimônio. Também são envolvidas a Fundação Vale e as áreas de Comunicação Regional, Saúde e Segurança Ocupacional e Empresarial e Meio Ambiente. Os processos visam garantir que todas as informações necessárias para a identificação e os direitos usuais sejam respeitadas. Por meio de levantamento socioeconômico,

são identificadas famílias em situação de vulnerabilidade social. Nesses casos, o processo de aquisição de patrimônio passa a ser acompanhado pela Fundação Vale, que orienta equipes de campo e apoia na possível necessidade de flexibilização das condições de negociação. Em casos específicos poderão ser necessários assistência e acompanhamento social, além de disponibilização de infraestrutura.

O foco é evitar situações de conflito entre as partes envolvidas, respeitar a legislação local, os procedimentos propostos pela International Finance Corporation (IFC) e garantir que o processo negocial seja justo e viabilize as mesmas ou melhores condições de vida para as comunidades locais. Quanto às comunidades indígenas, no Brasil, a legislação não permite atividades de mineração em terras indígenas, o que impossibilita qualquer processo de aquisição de propriedade, bem como a atividade de mineração, mesmo que em parceria com essas comunidades.

Na Austrália e em operações da Vale Inco, o processo de identificação e aquisição de propriedades se assemelha ao brasileiro no que tange, por exemplo, a planos de comunicação, avaliação de propriedade, envolvimento do setor jurídico da Vale, análise da vulnerabilidade social, estudos socioeconômicos e registros de propriedade. Apesar da semelhança no processo, cada região segue suas diretrizes, alinhandas com as especificidades das legislações locais, inclusive nos casos em que envolvem povos indígenas.

No Canadá, há diferentes processos específicos para a identificação de comunidades aborígenes que possam ser afetadas pelas atividades da Vale Inco. A empresa trabalha diretamente com os representantes dessas comunidades para mitigar os possíveis impactos.

As operações da Vale Manganèse France e da Vale Manganese Norway estão localizadas dentro de áreas industriais e, por esse motivo, não possuem processo de aquisição de propriedades.

Fechamento de mina

A Vale estabelece diretrizes corporativas no seu Guia de Fechamento de Mina para orientar os profissionais das unidades operacionais no processo de encerramento das atividades. Em 2009, como resultado das discussões iniciadas em 2008 no grupo de trabalho que envolve as diferentes áreas da empresa, foi revisado o protocolo para a elaboração de planos de fechamento de mina. Dando continuidade ao processo de aprimoramento da gestão do tema, o novo protocolo garante que todos os planos de fechamento de mina considerem os aspectos sociais e econômicos, além dos aspectos ambientais, relacionados ao término das operações.

Em 2010, esse protocolo será avaliado por meio de sua aplicação em projetos piloto nas áreas de minério de ferro e de bauxita. O objetivo dessa iniciativa é realizar, nos próximos anos, a atualização dos planos de fechamento de todas as unidades mineradoras da Vale.

Adicionalmente, para atender aos requisitos definidos pela bolsa de valores dos EUA (SEC – Securities and Exchange Commission), a Vale realiza provisões para desmobilização de ativos dos empreendimentos mineiros da empresa. Os valores estimados para provisão são revisados anualmente e apresentados nas demonstrações contábeis. Em 2009, foi estimado US$ 1,12 bilhão para desmobilização de ativos na Vale.

87

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catalisador do desenVolVimento local

cadEia dE valor

Incentivo às compras locais

Para dinamizar a economia nas regiões onde atuamos, estimulamos a contratação de

fornecedores locais, além de promovermos o desenvolvimento da nossa cadeia produtiva

às normas e aos contratos; transparência; ética nas relações comerciais; saúde e segurança no trabalho; direitos humanos; meio ambiente, entre outros. Salientamos também a importância de nossos fornecedores denunciarem práticas questionáveis do ponto de vista ético, como situações de abuso de poder, fraude, apropriação indevida, suborno, entre outras que estejam em desacordo com os valores e as políticas da Vale. Para isso, disponibilizamos um Canal de Denúncia, descrito no nosso site (www.vale.com).

crescendo com a cadeia ProdutiVa

Lançado em 2008, o Programa Inove busca promover o desenvolvimento dos fornecedores regionais, principalmente pequenos e médios, por meio do fortalecimento das relações com as entidades de classe e os órgãos de governos. Além disso, visa à capacitação, ao aumento da competitividade e ao incentivo à realização de negócios, tornando os fornecedores mais preparados para atender às exigências do mercado. Até o fim de 2009, disponibilizamos cerca de US$ 48,8 milhões em crédito, beneficiando 169 empresas fornecedoras em sete estados do Brasil.

Fornecedores

Para atender ao nosso compromisso de construir um modelo de negócio sustentável e contribuir para uma sociedade mais justa, ambientalmente equilibrada e economicamente próspera, sabemos que é essencial influenciar positiva e proativamente cada parceiro e demais envolvidos em nossa cadeia produtiva. Por isso, lançamos em 2009 o Código de Conduta do Fornecedor (disponível em www.vale.com), que define a visão da Vale sobre conduta ética nas relações comerciais com as empresas que nos fornecem serviços e produtos. Da mesma forma, esperamos que nossos fornecedores estendam esses critérios internamente em suas empresas e para os fornecedores por eles contratados.

Estimulamos nossos fornecedores a conhecer e atuar com base em pactos, acordos, tratados e convenções internacionais, tais como: a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), a Agenda 21, o Pacto do Milênio, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), bem como documentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Dentre as questões abordadas no nosso Código de Conduta do Fornecedor, destacamos o atendimento à legislação,

Relatório de Sustentabilidade Vale 200988

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Bras

il

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

educaçÃo a distância

Em 2009, a plataforma de Educação a Distância do Inove teve mais de 1.300 inscritos e contou com a participação de cerca de 400 empresas nos 21 cursos desenvolvidos pela Valer – Educação Vale, chamados Trilha Inove. O objetivo dos cursos é aumentar a competitividade dos pequenos e médios fornecedores por meio da geração de conhecimento. Hoje, além da Trilha Inove para o desenvolvimento de fornecedores, com conteúdo voltado à gestão empresarial, contamos também com mais 37 cursos desenvolvidos em parceria inédita com a Consist, representante oficial da Harvard Business Publishing no Brasil, e já temos mais de 20 estados participantes (leia mais no case ao lado).

inoVe Pelo brasil e Pelo mundo

Entre as ações de promoção do Programa Inove, incluiu-se a divulgação em veículos de comunicação, internos e externos, além da realização de diferentes eventos. Destes, ressaltamos o Dia do Fornecedor, iniciativa que reuniu aproximadamente 800 pessoas, entre fornecedores e empregados, nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. No evento foram discutidos temas como Saúde e Segurança, Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF) – ferramenta que avalia serviços e produtos –, novas oportunidades de negócio, ética e sustentabilidade, entre outros. Foi nessa ocasião que lançamos o nosso Código de Conduta do Fornecedor.

Outro evento do Inove que merece destaque é o workshop de internacionalização realizado em dezembro de 2009, em Minas Gerais, com gerentes de projetos da Vale em Omã, Moçambique, Peru e Colômbia. Essa iniciativa apresentou novas oportunidades de negócios e contribuiu para a possível expansão internacional dos fornecedores locais.

Em 2009, o Inove também deu continuidade ao plano de diagnósticos regionais, para aprofundar o nosso conhecimento das condições de oferta e demanda de produtos e serviços nas nossas áreas de atuação. A partir desse levantamento, identificamos lacunas, gargalos e, principalmente, as vocações locais a fim de aproveitarmos as oportunidades e alavancarmos novos negócios com fornecedores locais. Além da atualização dos dados referentes ao Pará, estado onde foi realizado o diagnóstico piloto em 2008, a análise foi feita também nos estados de Minas Gerais e Maranhão.

Práticas premiadasPelo segundo ano consecutivo, a Vale promoveu o Prêmio Fornecedores, como forma de estimular a busca pela excelência na qualidade de materiais e na prestação de serviços. A seleção foi feita a partir do Índice de desempenho de Fornecedores (idF) e correspondeu ao período de setembro de 2008 a novembro de 2009. o idF é uma ferramenta que procura qualificar o nível de serviços e de materiais fornecidos, além de incentivar o desenvolvimento e a inovação dos parceiros em todo o Brasil.

A premiação, dividida em cinco edições (quatro regionais e uma nacional), con-tou com a participação de 5.874 empresas. dezesseis fornecedores foram pre-miados nas categorias Melhor Fornecedor Regional – Serviços, Melhor Fornecedor Nacional – Material e Melhor Fornecedor Nacional – Serviço, todos divididos pelo porte do contrato: pequeno, médio e grande. também foram premiados os for-necedores nas categorias Destaque Saúde e Segurança, Destaque PDF (Progra-ma de Desenvolvimento de Fornecedores), Destaque Meio Ambiente e Destaque Educação. este último é um reconhecimento às empresas que mais investiram na capacitação de seus empregados por meio das iniciativas de educação ofe-recidas pelo Programa inove de desenvolvimento de Fornecedores.

Na cerimônia de premiação, realizada em dezembro de 2009, no rio de Janeiro, a Vale anunciou duas novidades: um pacote de cursos em parceria com a consist, representante da Harvard Business Publishing no Brasil, e o Kit do Fornecedor.

A parceria com a consist permite a realização de cursos online voltados para liderança, gestão de negócios e desenvolvimento pessoal, todos desenvolvidos pela Harvard Business Publishing. com isso, a Vale pretende compartilhar ainda mais conhecimento com seus fornecedores regionais. Ao término da aprendizagem, os participantes receberão um certificado emitido pelo Programa inove e pela consist.

Já o Kit do Fornecedor é uma iniciativa que facilita a adequação de fornece-dores às exigências de segurança da Vale. Através de acordos fechados com seguradoras e empresas de equipamentos de proteção individual, o kit possi-bilita aos pequenos e médios fornecedores acesso a condições otimizadas de fornecimento, como escala, logística e preços, resultando na redução subs-tancial de custos para os fornecedores.

case

89

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catalisador do desenVolVimento local

comPras locais

Mesmo diante de um cenário de crise, mantivemos o nosso compromisso e as nossas ações voltadas à contratação de fornecedores locais por ser esta uma medida importante para dinamizar a economia nas regiões remotas onde atuamos, conforme podemos observar no gráfico ao lado.

A Vale reforça sua estratégia de desenvolvimento e qualificação das empresas locais por meio de programas como o Inove e da participação nos Programas de Desenvolvimento de Fornecedores Regionais (PDF), visando gerar impactos positivos no médio e no longo prazo. Atuamos também como empresa- -âncora do setor de mineração no Brasil no Programa Tear – Tecendo Redes Sustentáveis, que representa uma iniciativa bem-sucedida de articulação entre diversos atores sociais, resultado de um convênio entre o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e o Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

melhoria contínua

No Brasil, realizamos a gestão do relacionamento com os nossos fornecedores por meio de três etapas: qualificação com base nos nossos valores, avaliação de desempenho e desenvolvimento. Essas ações visam contribuir para a melhoria contínua da nossa cadeia produtiva.

Todos os nossos fornecedores passam por processos de seleção e cadastro pautados pelo atendimento de critérios de naturezas jurídica, fiscal, tributária, de saúde, segurança e meio ambiente. Nosso cadastro é frequentemente atualizado, com verificação regular do cumprimento dessas exigências. Além disso, todos os fornecedores são monitorados, no Brasil, pela checagem periódica da lista do Ministério do Trabalho e Emprego que relaciona empresas envolvidas com trabalho escravo, entre outras questões legais (leia mais no capítulo de Direitos Humanos, em Combatemos o trabalho infantil e forçado, págs. 115 e 116).

Percentual de compras locais em termos de valores monetários – resultados globais

Percentual médio de comPras no País

Percentual médio de comPras no estado/reGiÃo

2007 20092008

85%75% 71%

52%46% 43%

Percentual de compras locais em termos de valores monetários – outros países 2009

Percentual médio de comPras no País

Percentual médio de comPras realizadas nas PrinciPais ProVíncias/estados

austrália indonésiacanadá

78%

53%46%

78%

48%

16%

Percentual de compras locais em termos de valores monetários – brasil

*Em 2007, o percentual das compras realizadas no Brasil considerava apenas as unidades próprias. A partir de 2008, os dados das controladas foram incorporados.**O percentual médio de compras realizadas nos estados considera as compras realizadas por nossas principais operações localizadas no Espírito Santo, no Maranhão, em Minas Gerais e no Pará – Brasil.

Percentual médio de comPras realizadas no brasil*

Percentual médio de comPras realizadas nos PrinciPais estados**

2007 20092008

93%87% 84%

53%49% 44%

Relatório de Sustentabilidade Vale 200990

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deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

No processo de fechamento de contratos, também verificamos se as empresas com as quais mantemos negócios têm pendências no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras. Caso sejam constatas irregularidades e as empresas não se dispuserem a solucioná-las, estas poderão ser desligadas da nossa base.

nova categoria no idF

O Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF) é a ferramenta que utilizamos para avaliar todos os fornecedores de materiais, independentemente do valor do contrato, e de serviços com contratos acima de US$ 270 mil. Dentre outros objetivos, o IDF busca fornecer subsídios para a renovação do nosso cadastro, estabelecer um ranking de nossos parceiros e assegurar mais transparência com o mercado. Além disso, busca incentivar o desenvolvimento e a inovação dos nossos parceiros em todo o Brasil. Em 2009, criamos uma nova categoria no IDF: o Destaque Educação, destinado às empresas que mais investiram na capacitação de seus funcionários durante o ano por meio das iniciativas de Educação a Distância do Programa Inove.

Ao adotar esses mecanismos de monitoramento, contribuímos para elevar os padrões de gestão da nossa cadeia produtiva. Esse é um compromisso que já colocamos em prática e que pretendemos ampliar com a criação do nosso Código de Ética.

Pelo IDF Serviços, os gestores da Vale dos contratos avaliam, trimestralmente, as dimensões: Técnico-operacional (43,5%), Saúde e Segurança (20,5%), Meio Ambiente (18%), além de Obrigações Trabalhistas, Cíveis e Tributárias (18%). Os resultados são informados por meio de um portal para comunicação com os fornecedores. Já pelo IDF Materiais, geramos informações mensais sobre a base de fornecedores a partir de avaliações quanto aos seguintes critérios: Pontualidade (50%), Conformidade (40%) e Competitividade (10%). Pelo portal, informamos os resultados.

Após a avaliação e a classificação, elaboramos planos de ação para aqueles fornecedores com desempenho menor do que 50%, e as empresas mais bem avaliadas são reconhecidas por meio do Prêmio Fornecedores (leia mais na pág. 89).

clientes

comunicação de valores

Buscamos soluções que atendam às necessidades de nossos clientes e de seus negócios, investindo na qualidade dos nossos produtos e também no fortalecimento do relacionamento de longo prazo.

Os negócios da Vale são realizados, predominantemente, com outras empresas (business to business), e não com consumidores finais (business to consumer). Desse modo, a nossa estratégia de comunicação prioriza ações específicas voltadas às empresas clientes.

As ações voltadas aos diferentes elos da cadeia de valor, como fornecedores e demais parceiros, seguem a mesma linha e acontecem por meio de eventos como visitas técnicas, reuniões, feiras de negócios, exposições, pesquisas de satisfação periódicas e outros.

O contato permanente com nossos clientes nos permite monitorar e avaliar sua percepção sobre a qualidade de nossos produtos e serviços e a assistência técnica fornecida. As diferentes ferramentas também nos ajudam a identificar oportunidades de melhoria de nossos produtos e serviços e a monitorar o atendimento à norma internacional de qualidade ISO 9001 para as unidades certificadas. Para atender às especificidades e às características de cada segmento de mercado, a metodologia, a periodicidade e a abrangência dessas práticas variam entre as nossas áreas de negócios.

Para o segmento de logística de carga geral, realizamos avaliação com o objetivo de monitorar a qualidade e o desempenho dos nossos serviços. Desde 2006, essas ações orientam a nossa busca pela excelência operacional.

Para o segmento de transporte de passageiros no Brasil, realizamos pesquisas de satisfação de 2006 a 2009 nas Estradas de Ferro Vitória a Minas e Carajás. Além disso, disponibilizamos formulários de pesquisa de satisfação e centrais de relacionamento para que os nossos clientes possam expressar suas opiniões.

De forma proativa, procuramos antecipar e atender as tendências legislativas ou normativas de comunicação para dar transparência e segurança jurídica às operações e aos negócios, com a eficiência que um mercado competitivo exige.

Além de cumprir a legislação e as determinações dos órgãos reguladores onde quer que atuemos, nossa estratégia de comunicação está alinhada à nossa Missão, Visão e Valores e respeita nosso Código de Conduta Ética.

Em 2009, não registramos casos de não conformidade ou multas relacionados a patrocínio, publicidade e promoção, tampouco casos relativos a fornecimento e uso de produtos e serviços1.

As ações de comunicação institucional da Vale têm como objetivo central fortalecer nossa missão de transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

seGurança de Produtos e serViços

Gerenciamos os riscos em todas as etapas do processo de extração mineral, dando especial atenção às etapas de extração/beneficiamento e distribuição. Esses procedimentos estão claramente definidos na Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-0037).

1 os processos são considerados relevantes com base nos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema de interesse da empresa ou de repercussão no público em geral, independentemente de valor.

91

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Em 2009, avançamos no cumprimento da Regulamentação Europeia associada ao Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos (Reach, na sigla em inglês). Como resultado da nossa participação nos consórcios do Reach, obtivemos e atualizamos dados científicos relacionados aos produtos e aos subprodutos do níquel, bem como a pelota de ferro, alumínio, cobalto e metais preciosos. Essas novas informações nos possibilitaram aprimorar a gestão de risco dessas substâncias nas nossas unidades operacionais. Ao mesmo tempo, essa iniciativa propiciará uma comunicação mais efetiva dos riscos aos nossos clientes, possibilitando-lhes um gerenciamento mais eficaz.

Também passamos a exigir de nossos fornecedores de produtos químicos o envio das fichas de informações de segurança e emergência, bem como o atendimento ao Reach, quando aplicável. Dessa forma, conseguimos ter um melhor conhecimento e entendimento dos riscos envolvidos no manuseio, na transferência, no uso e na disposição das suas matérias-primas e dos insumos. Planejamos, em 2010, registrar a maior parte de suas substâncias químicas de acordo com as normas do Reach, sendo prevista a conclusão do processo em junho de 2018.

Nas unidades da Vale no Brasil, iniciamos o processo de implantação do Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança (Requisitos Sistêmicos RS 03 – Análise e Gerenciamento de Riscos e Mudança e RS

08 – Controle Operacional) e da Instrução de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, reforçando a gestão de risco em todas as etapas do ciclo de vida de nossos produtos e serviços. Além disso, procuramos identificar os riscos por meio de rotulagem com diagrama de Hommel (simbologia que identifica perigos e riscos) para todos os produtos perigosos que circulam na Vale.

Os serviços de logística associados ao transporte de produtos perigosos conduzem análise dos riscos à saúde e à segurança e ao meio ambiente durante todo o seu ciclo de operação, assegurando o gerenciamento da manutenção e do uso dos veículos, bem como da qualificação do pessoal envolvido.

Princípios da prevenção

As áreas de negócio da Vale adotam os princípios da prevenção da poluição nos processos operacionais por meio da implantação de uma estratégia integrada que considera as variáveis tecnológicas, produtivas e de qualidade ambiental, segurança e saúde ocupacional.

Por meio da elaboração de fluxogramas de processo, as operações conduzem balanços de massa e energia que possibilitam a identificação dos aspectos ambientais mais significativos envolvidos e a quantificação das perdas através da geração de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas.

Com essa abordagem, já realizamos mudanças nas matérias-primas e nos insumos utilizados, alteramos os processos tecnológicos e implementamos boas práticas de fabricação, além de propor ações de controle e de melhorias na ecoeficiência dos processos. O quadro ao lado resume alguns exemplos dessas práticas.

O aumento da recirculação de água, com a consequente minimização do consumo, nas usinas de pelotização e o uso de equipamentos de alta eficiência energética (motores e bombas) nas usinas de beneficiamento são exemplos de programas de ecoeficiência.

catalisador do desenVolVimento local

Implementamos práticas, como

de melhorias na ecoeficiência dos

precessos

Processo Prática implantada Ganhos ambientais

Alumínio Mudança no processo produtivo

• Redução das emissões de flúor e material particulado

• Redução do consumo de água

ManganêsOtimização da rota de transporte dos produtos acabados

• Redução das emissões de CO2

cobreUtilização de caminhões cobertos com lona

• Redução das emissões de material particulado

Ferrovia

Aplicação de polímero nos vagões e otimização do procedimento de carga

• Redução das emissões de material particulado

Relatório de Sustentabilidade Vale 200992

Page 99: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Em relação a controle e redução da toxicidade dos insumos produtivos, a Vale, em conformidade com a legislação, não utiliza substâncias classificadas como organo-persistentes ou que possuam benzeno em sua composição. Ao mesmo tempo, possuímos diretrizes vedando o uso de outras cujos testes de toxicidade aguda e crônica superem os valores por ela especificados.

A Vale trabalha no aprimoramento da gestão de produtos. Análises de ciclo de vida estão sendo realizadas para o níquel e o manganês, em cooperação com as associações minerais correspondentes, a saber, o Instituto do Níquel e o Instituto do Manganês. Adicionalmente, planejamos para 2010 a análise do ciclo de vida do minério de ferro (pelotas). Níquel, manganês, minério de ferro (pelotas), cobre e alumínio são produtos que precisam passar pelo processo regulatório europeu do Reach (Registro, Avaliação, Autorização e Restrição a Produtos Químicos). A Vale trabalha ainda na frente de inovação tecnológica buscando alternativas para a redução dos resíduos minerais e industriais, com estudos para utilização dos finos de minérios das barragens, uso de resíduos do processamento de alumina na construção civil, uso de energias mais limpas e eficientes em processos de pelotização e logística, entre outras iniciativas.

rotulaGem

A Convenção 170 da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabelece que os procedimentos de rotulagem sejam obrigatórios apenas para produtos químicos perigosos. Como a maioria dos produtos da Vale não é classificada como perigosa, procedimentos de rotulagem não são, em geral, necessários.

No entanto, a Vale possui a ficha de emergência dos seus produtos, nas quais estão definidas as propriedades físico-químicas, os cuidados durante o manuseio e uso, as medidas de controle dos riscos envolvidos, além dos procedimentos em caso de emergência.

O processo de registro do Reach subsidiará possíveis melhorias no processo descrito acima, especialmente

nos estudos científicos a serem conduzidos no âmbito do consórcio. Alinhado ao Reach, as fichas de emergência dos nossos produtos já consideram os requisitos do Globally Harmonized System (GHS).

Alguns dos compostos do níquel já estão sujeitos ao requerimento de classificação e rotulagem, os quais são atendidos pela Vale Inco. As informações sobre origem de componentes, conteúdo, uso seguro e disposição do produto são passadas aos clientes. A Vale Inco conduz estudos específicos direcionados à avaliação toxicológica e ecotoxicológica dos seus produtos à base de níquel, por meio dos quais identifica os principais perigos, as rotas de exposição, mede e monitora os níveis de exposição e propõe ações preventivas apropriadas, de forma a manter os riscos em níveis aceitáveis.

Trabalhamos no aprimoramento da gestão dos nossos produtos.

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Agente global de sustentabilidade

Cientes da importância de equilibrar os aspectos sociais, ambientais e econômicos dos nossos negócios, procuramos manter uma visão global de sustentabilidade alinhada com padrões de desempenho internacionais. Queremos gerar valor de longo prazo a todas as nossas partes interessadas e garantir a adaptação e o respeito às culturas e às realidades locais.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200994

Page 101: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

NEW FOUNDLAND E LAbrADOr

CANADÁ

Nossas ações são planejadas em conjunto com as comunidades das áreas em que atuamos, combinando, por exemplo, as passagens do nosso navio de acordo com a rotina dos aborígenes do Canadá. Com essa iniciativa, agimos de modo a respeitar as culturas locais.

95

Page 102: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

mUDANçAs CLimÁtiCAs

Com ações e investimentos, fortalecemos o compromisso de atuar ativamente diante dos desafios das mudanças climáticas, a

partir das prioridades definidas nos pilares do Programa Carbono Vale

em 2009, a Vale intensificou sua atuação em relação ao compromisso de contribuir globalmente para lidar com o desafio das mudanças climáticas e suas consequências. buscamos uma maior aproximação com os diversos públicos e nos posicionamos mais fortemente em relação ao tema, inclusive coordenando ações em conjunto com organizações setoriais, outras empresas e governos.

Liderança a favor do clima

No dia a dia de suas atividades, a Vale atua de acordo com as Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono, instituídas em 2008. Em 2009, continuamos a desenvolver ações pautadas nos cinco pilares do Programa Carbono Vale, parte integrante dessas diretrizes. A meta do programa é alcançar padrões de excelência em relação à gestão de emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2012.

Entre as diversas medidas que empreendemos para contribuir no contexto das mudanças climáticas e de suas consequências estão: investimentos na proteção de florestas e outros ecossistemas;

ações de eficiência energética, incluindo uso e desenvolvimento de tecnologias baseadas em energias renováveis; e iniciativas para redução do consumo de água e de outros recursos naturais estratégicos nos países onde estamos presentes. Os esforços de nossos empregados, aliados à busca de parcerias e aos investimentos contínuos em tecnologias inovadoras e em ações de conscientização, contribuem para as iniciativas existentes de redução de emissões de GEE.

Em 2009, a Vale liderou o lançamento da “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas”, em conjunto com o Instituto Ethos e o Fórum Amazônia Sustentável. A carta apresentou os compromissos voluntários de 30 grandes empresas brasileiras no que tange a contribuir para os esforços globais de redução dos impactos das mudanças climáticas. Leia mais sobre essa iniciativa, que está relacionada ao quarto pilar do Programa Carbono Vale, no case ao lado.

Em uma ação de cooperação para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas e energias renováveis, em 2007 Vale se associou ao BNDES1 e à Sygma Tecnologia para a criação da Vale Soluções em Energia (VSE).

1 banco nacional de desenvolvimento econômico e social.

Pilares do Programa Carbono Vale

1 – Avaliação estratégica do impacto da mudança do clima nos negócios e na capacitação da empresa para atuar no novo ambiente competitivo

2 – Suporte e indução de iniciativas de redução de emissões e sequestro de dióxido de carbono

3 – Cooperação e parcerias para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e para a implementação de ações de mitigação e adaptação nos territórios em que atuamos

4 – Engajamento com governos e setores produtivos para monitoramento e contribuição na elaboração de marcos regulatórios necessários para o enfrentamento das mudanças climáticas

5 – Transparência e aprimoramento contínuos

Relatório de Sustentabilidade Vale 200996

Page 103: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Bras

il

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

A VSE atua essencialmente na pesquisa e no desenvolvimento de sistemas integrados para geração distribuída de energia, nas áreas de gaseificação, turbinas a gás e a vapor e motores de combustão, incluindo multicombustíveis. Seu foco é promover a criação de tecnologias limpas e energias renováveis.

diagnóstiCos e iniCiatiVas

A Vale realiza o diagnóstico de seu desempenho em mudanças climáticas por meio do acompanhamento dos indicadores estabelecidos pela Global Reporting Initiative (GRI) e de indicadores de intensidade de emissões por receita e por produção.

Em 2009, de acordo com o Carbon Disclosure Project (CDP), a Vale continuou registrando a menor intensidade de emissão por receita entre as grandes mineradoras, com 522 toneladas de CO2 equivalente/US$ milhão de receita. Leia mais informações no quadro Posição consolidada entre os líderes.

Em alinhamento com o primeiro pilar do Programa Carbono Vale, realizamos anualmente a mensuração das nossas emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa. A cada ano introduzimos melhorias no inventário, destacando-se, em 2009, o início de uma abordagem progressiva para a implantação da quantificação das emissões indiretas de escopo 3, conforme informado na pág.100.

O inventário de emissões da Vale é submetido anualmente a uma verificação externa, de acordo com as diretrizes definidas no “Greenhouse Gas (GHG) Protocol: A Corporate Accounting and Reporting Standard – Revised Edition”, do World Resources

Compromisso conjuntoa vale, com o apoio do instituto ethos e do Fórum amazônia sustentável, li-derou o lançamento da “Carta aberta ao Brasil sobre mudanças Climáticas”. o documento é um marco na posição do setor produtivo rumo à economia de baixo carbono. Pela primeira vez, um grupo de empresas com grande relevân-cia na economia nacional se une em torno do assunto e assume compromissos concretos e conjuntos para a redução de emissões de gases de efeito estufa. até o fim de 2009, cerca de 30 empresas já haviam assinado o documento.

lançada durante o seminário “Brasil e as mudanças Climáticas”, que reuniu em-presas, governo e sociedade civil, em agosto de 2009, a carta especifica cinco compromissos voluntários assumidos pelas corporações signatárias, tais como elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa e engajamento perante o governo, a sociedade civil e nossos setores de atuação para a contri-buição na discussão sobre os marcos regulatórios no tema. além disso, propôs sugestões de debate para a participação do governo brasileiro na 15ª Confe-rência das Partes da Convenção das Nações unidas sobre mudança do Clima (CoP 15), realizada em dezembro, e ideias para contribuir para a formulação do marco regulatório brasileiro de gestão da mudança do clima.

a carta foi reconhecida como uma das importantes iniciativas em torno do tema, sendo nominalmente citada pelo Fórum das Nações unidas de mudan-ças Climáticas (united Nations leadership Forum on Climate Change), que aconteceu em 22 de setembro, em Nova York, nos eua.

Os cinco pilares do Programa Carbono Vale orientam nossas ações para contribuirmos no contexto das mudanças climáticas.

Case

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Page 104: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

questionário do Carbon Disclosure Project (CDP).

Ao longo de 2009, a Vale promoveu uma ampla discussão estratégica com base em cenários regulatórios e de mercado, visando identificar os potenciais desafios e oportunidades provenientes das mudanças climáticas para cada área de negócio da empresa. Esse projeto envolveu os departamentos de alumínio, carvão, cobre, energia, minério de ferro, participações em siderurgia e níquel, entre outros.

Ampliamos também o portfólio de projetos de redução de emissões e sequestro de carbono. Esse portfólio contém um conjunto de potenciais projetos já identificados nas unidades operacionais,

além de outras oportunidades relativas ao uso de energias renováveis apontadas pela equipe de desenvolvimento de novos negócios da VSE (descrição detalhada dos projetos implementados e em andamento na pág. 102).

Demos continuidade à nossa participação nas discussões, no Brasil, sobre marcos regulatórios e desenvolvimento dos mercados de carbono, com entidades como o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, bem como com instituições setoriais, a exemplo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Também integramos fóruns públicos, como o Fórum Amazônia Sustentável e o Fórum Econômico Mundial. No Canadá, a Vale Inco tem participado das consultas ao setor privado sobre o regime regulatório de mudanças climáticas desenvolvido pelas províncias e pelo Governo Federal.

emissões Consolidadas de gases de efeito estufa

Como nos anos anteriores, o inventário de Gases de Efeito Estufa da Vale de 2009 seguiu as diretrizes definidas no Greenhouse Gas Protocol2 e metodologias de cálculo e fatores de emissão do IPCC e dos guias de orientação dos governos nacionais dos locais onde operamos3.

Para a elaboração do inventário foram considerados os gases de efeito estufa significativos em termos de emissões absolutas (toneladas/ano) para o conjunto

2 a Corporate accounting and Reporting standard – Revised edition do World Resources institute (WRi) e World business Council for sustainable development (WbCsd).

3 iPCC 2006 guidelines for national greenhouse gas invento-ries (gnggi). Para algumas unidades de negócio internacio-nais, a Vale buscou utilizar as seguintes metodologias basea-das em legislação nacional: o “metal mining – greenhouse gas Quantification guidance”, do Canadá; o “national greenhouse accounts (nga) factors”, da austrália; o “u.s. inventory of greenhouse gas emissions and sinks 1990-2004 (ePa 2006)”, dos estados unidos; o “the norwegian emission inventory 2008 – documentation of methodologies for estimating emissions of greenhouse gases and long-range transboun-dary air pollutants”, da noruega; e o “national greenhouse gas inventory Report of Japan, ministry of the environment, Japan greenhouse gas inventory office of Japan (gio), CgeR, nies”, do Japão.

Institute (WRI) e do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

A partir das informações de nosso inventário de emissões, buscamos desenvolver ações, tanto de longo prazo como de aplicação imediata, que fortalecem nossa estratégia de aumento de eficiência energética e redução de consumo de energia e de emissões de GEE.

Em relação ao princípio da transparência, preconizado no quinto pilar do Programa Carbono Vale, divulgamos anualmente informações sobre as emissões de GEE, assim como sobre as políticas e as estratégias da Vale em relação ao tema. Essa divulgação é feita neste relatório de sustentabilidade, em relatórios regionais publicados no Canadá e na Austrália e através da nossa resposta ao

Posição consolidada entre os líderesem 2009, a Vale manteve sua posição como empresa latino-americana mais bem posicionada no índice que avalia o grau de transparência das informações sobre mudanças climáticas, de acordo com o relatório global do Carbon disclosure Project (CdP). a Vale obteve 74 pontos, em uma escala de 0 a 100, na avaliação de transparência do CdP (Cdli – Carbon disclosure leadership index), ficando bem acima da média de 59 pontos do setor de materiais, que considera empresas de mineração, siderurgia, química, manufatura e papel e celulose.

divulgado em setembro, o ranking mostra a Vale em segundo lugar entre as empresas dos países que não fazem parte do anexo 1 (aqueles que têm obrigações com metas de redução no Protocolo de Quioto), atrás apenas da sul-coreana samsung electronics.

o chamado relatório global 500 é produzido anualmente pelo CdP, que representa um grupo de 475 grandes investidores, cujos ativos somam us$ 55 trilhões. a ong envia questionários a mais de 3.700 grandes empresas solicitando informações sobre suas emissões de gases do efeito estufa (gee), potenciais riscos e oportunidades relacionadas a mudanças climáticas e suas estratégias para gestão associada. as respostas são totalmente voluntárias.

no relatório do goldman sachs focado em mudanças climáticas1, publicado em maio de 2009, a Vale foi líder no ranking que combina a avaliação da performance na gestão das mudanças climáticas e a previsão de retorno sobre investimento, dentro da categoria abatement leaders (líderes em redução). o banco de investimentos considerou no documento que a empresa gerencia suas emissões de forma mais efetiva que seus pares. foram analisados relatórios públicos de cerca de 800 companhias globais, divididas em 24 setores, com valor de mercado equivalente a cerca de 90% do índice msCi World, composto por ações de empresas de 48 países.

1 gs sustain – Change is coming: a framework for climate change – a defining issue of the 21st century.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200998

Page 105: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

de atividades conduzidas pela empresa4 em 100% das unidades incluídas no limite deste relatório. Não foram consideradas nesse inventário as emissões associadas a empresas nas quais a Vale detém participação acionária, mas não detém o controle operacional.

Incluímos no inventário, como Escopo 1, as emissões de fontes diretas de GEE, provenientes da queima de combustíveis não renováveis, dos processos de produção (uso de explosivo, pelotização, produção de ferroligas, níquel, alumínio, carvão vegetal e ferro-gusa) e das emissões fugitivas em minas de carvão, em equipamentos e instalações que pertencem à Vale ou são controlados operacionalmente por ela.

No Escopo 2 estão contabilizadas as emissões indiretas, geradas pelo consumo de energia elétrica proveniente da rede de distribuição5.

Além disso, adotando uma postura proativa, a Vale também inventaria e divulga separadamente as emissões diretas de CO2 associadas ao consumo de fontes renováveis, tais como o biodiesel, o etanol e o carvão vegetal.

No ano de 2009, a Vale manteve o esforço de aprofundar o detalhamento de fontes emissoras, buscando reduzir as incertezas associadas ao inventário. Como resultado desse trabalho, realizamos o levantamento das emissões diretas referentes aos processos de tratamento interno de resíduos da Vale no Brasil, em aterros sanitários, compostagem e incineração. No entanto, demonstrou-se que essas fontes de emissão não são relevantes para o resultado geral da Vale.

A redução do volume de emissões reflete, principalmente, os efeitos da contração da economia global, que levou a Vale a reduzir a produção em diversas unidades, gerando queda no consumo de combustíveis. Outro fator que influenciou esse resultado foi o encerramento das operações de fundição de

4 Co2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), n2o (óxido nitroso) e PfCs (perfluorcarbonos Cf4 e C2f6).

5 em 2009 não houve compra de vapor proveniente de empre-sas terceirizadas (escopo 2).

alumínio na Valesul, em abril de 2009, quando a unidade passou a produzir tarugos por extrusão a partir de lingotes de alumínio e sucata.

Cabe destacar que, em alinhamento com o protocolo de cálculo da Austrália, a Vale deduz de suas emissões a venda do gás natural (essencialmente metano) liberado na mina de carvão subterrânea de Integra, o qual é vendido para geração de energia elétrica. Essa dedução representou uma redução de cerca de 70% nas emissões da mina em relação ao ano anterior.

Ao mesmo tempo, houve aumento nas emissões de algumas unidades, em decorrência de fatores pontuais, como a ampliação da frota de navios da Seamar Shipping e a expansão na produção de bauxita na mina de Paragominas, de alumina na refinaria Alunorte, de carvão na mina de Carborough Downs e de potássio na mina de Taquari-Vassouras.

O total de emissões diretas em 2009 foi de 12,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente, número 22% inferior ao registrado em 2008. Já as emissões indiretas em 2009 totalizaram cerca de 770 mil toneladas de CO2 equivalente, representando uma redução de 40% nas emissões em relação ao ano anterior.

2009 (milhões de toneladas Co2

equivalente)

escopo 1 insumos combustíveis 8,7

escopo 1 insumos não combustíveis 3,4

escopo 2 0,8

escopo 1 + escopo 2 12,9

Fontes renováveis 0,3

emissões em 2009 - escopo 1 (emissões diretas), escopo 2 (emissões indiretas) e fontes Renováveis.

evolução das emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) de gee(milhões de toneladas de CO2 equivalente)

2007 2008 2009

1,41,3

0,813,815,5

12,1

12,9

16,815,2

emissões indiRetas emissões diRetas

99

Page 106: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

A redução das emissões indiretas está relacionada à diminuição de 23% no consumo de energia elétrica pelas unidades da Vale, em função da queda da produção. Além disso, a adoção de novo fator de emissão (tCO2e por MWh consumido) para Inventários no Brasil, o qual é modificado ano a ano6, resultou, em 2009, em uma diminuição das emissões indiretas para as unidades da Vale no Brasil de cerca de 60%. O fator de emissão da rede interligada de distribuição de energia elétrica brasileira foi reduzido em quase 50%. Isso se deve à queda na demanda de energia elétrica em 2009 no Brasil, o que acarretou uma redução na carga das centrais termoelétricas nacionais no período de pico de consumo, ampliando a participação das energias renováveis.

Buscando atender à crescente demanda dos investidores e de outras partes interessadas,

6 o operador nacional do sistema (ons) passou a divulgar separadamente fatores de emissão da rede interligada nacional brasileira utilizados para projetos mdl (mecanismo de desenvolvimento limpo) e fatores para a elaboração de inventários.

Realizamos anualmente a mensuração das nossas emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa.

Atuamos de acordo com nossas Diretrizes

Corporativas sobre Mudanças Climáticas

a empresa começou um diagnóstico preliminar dos riscos associados à sua cadeia de fornecimento, em uma abordagem progressiva. O objetivo é iniciar o processo de inclusão, no inventário da Vale, das emissões de fontes indiretas de outras origens (Escopo 3), tais como: tratamento externo de resíduos, viagens aéreas de funcionários, transporte de produtos, matérias-primas, insumos e resíduos realizados por terceiros, bem como transporte de funcionários.

Essas emissões foram geradas, principalmente, pelo transporte marítimo de produtos para Ásia e Europa e resultaram preliminarmente em 0,6 milhão de toneladas de CO2e. A Vale pretende implantar melhorias no processo de coleta desses dados e, ainda, ampliar a sua abrangência, incluindo a quantificação de emissões associadas à extração e à produção de materiais/combustíveis comprados, bem como a utilização de nossos produtos vendidos, considerando a materialidade das emissões e as atividades críticas para os nossos negócios.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009100

Page 107: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

Camada de ozônio

Em 2009, as emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDO) da Vale totalizaram 1,58 tonelada. O significativo aumento com relação às emissões reportadas em 2008, de 0,35 tonelada, é decorrência da ampliação do escopo da coleta de dados e de variações normais no uso desse tipo de gás.

As unidades no Brasil consumiram aproximadamente 5 toneladas de gases refrigerantes CFCs e HCFCs. Já as unidades na Austrália, nos EUA, no Canadá, na Europa e na Ásia consumiram apenas gases HCFCs. No Brasil, onde temos a maior parte de nossas operações, a Vale está substituindo os equipamentos de refrigeração que usam CFCs por outros com menor potencial de degradação da camada de ozônio.

RisCos e oPoRtunidades

As Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas da Vale estabelecem um amplo conjunto de ações para a gestão de riscos e oportunidades relativos a esse tema.

A Avaliação Estratégica realizada em 2009, com base em uma análise de cenários regulatórios e de mercado, identificou os potenciais desafios e oportunidades provenientes das mudanças climáticas sobre nossas áreas de negócio. Essa análise apontou que a Vale é a mineradora diversificada com

menor intensidade de emissão de CO2 por unidade de receita1, portanto, temos um menor risco de impacto nos nossos custos, em relação a outras empresas do setor.

Como resultado do protocolo de intenções firmado em 2008 com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Vale elaborou o segundo relatório sobre os impactos físicos das mudanças climáticas nos estados do Pará e Maranhão (Brasil), durante o ano de 2009. Esse estudo focalizou os potenciais impactos sobre disponibilidade de água no solo,

1 o relatório global do Carbon disclosure Project (disponível em www.cdproject.net) de 2009 divulgou que o indicador de intensidade de emissão por receita da Vale foi de 522 tCo2e/us$ milhão, demonstrando que a empresa continua com a menor intensidade entre as grandes mineradoras.

recursos hídricos superficiais e níveis dos aquíferos na Bacia do Rio Tocantins, biomas da região, os efeitos secundários, como potencial de ocorrência de queimadas, e ainda impactos sobre atividades econômicas, principalmente a agricultura.

A partir de 2010, planejamos retomar os trabalhos desenvolvidos sobre impactos físicos, com o objetivo de identificar as potenciais consequencias sobre as operações da Vale e, a partir dessas informações, planejar nossas ações futuras de mitigação e adaptação.

Riscos regulatórios Riscos físicos oportunidades

Receita

• Redução na atividade econômica geral;

• Impacto indireto de introdução de novas tecnologias que promovam a substituição de produtos no longo prazo;

• Impactos indiretos sobre as condições de mercado, em função da alteração nos custos da cadeia produtiva da indústria de siderurgia no médio prazo.

• Alterações (positivas ou negativas) no volume e na origem da produção, causadas pelos impactos físicos regionais das mudanças climáticas para empresas do setor;

• Potencial impacto (positivo ou negativo) nos serviços de logística, causado pelas alterações na produção em áreas de influência.

• Desenvolvimento de projetos de créditos de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, em processos industriais e projetos florestais;

• Desenvolvimento de projetos de créditos de carbono no âmbito dos mercados voluntários, em processos industriais e projetos florestais;

• Desenvolvimento de projetos no âmbito do REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação);

• Pesquisa e desenvolvimento para geração de energia mais limpa;

• Desenvolvimento de análise de riscos associados à mudança do clima no desenvolvimento de projetos de capital.

investimento

• Investimentos para adaptações em processos de produção por mudanças de regulamentação no médio prazo.

• Investimentos adicionais em adaptação (infraestrutura) no médio e no longo prazo;

• Revisão de prazos para a implementação de projetos por causa do aumento de ocorrência de eventos climáticos extremos.

Custo

• Introdução de metas de emissão obrigatórias e custos tributários para emissão de GEE;

• Elevação nos custos dos insumos na metalurgia e mineração (carvão, água, energia, por exemplo).

• Potencial imposição de taxas de ajuste alfandegárias de forma a evitar vantagens competitivas a países sem taxação.

• Potencial demanda por ações sociais e ambientais nas áreas de influência;

• Custos adicionais de seguros das instalações de produção.

• Projetos de eficiência energética e redução de emissões de GEE;

• Potenciais incentivos financeiros para a geração de energia mais limpa.

emissões totais de sdo (total: 1,58 toneladas)

bRasil Ásia CanadÁ austRÁlia euRoPa

0,1%0,2%

86,1%

8,7%4,9%

101

Page 108: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

iniCiatiVas de Redução de emissões

Como parte da estratégia de aumento de eficiência energética e de redução de emissões de gases de efeito estufa, de acordo com o segundo pilar do Programa Carbono Vale, realizamos o diagnóstico de oportunidades e avaliamos a viabilidade de implantação de algumas medidas específicas nas nossas unidades operacionais.

A energia, em suas diversas formas, é componente indispensável às atividades da Vale. Dessa forma, estabelecemos os seguintes princípios norteadores da gestão de energia:

• otimização dos custos de suprimento – busca pelo custo mínimo de produção ou de aquisição dos insumos energéticos;

• segurança do abastecimento – busca pela confiabilidade do suprimento de energia em atendimento às demandas das unidades da Vale, com os níveis de qualidade requeridos;

• sustentabilidade ambiental – busca pelo equilíbrio entre as atividades energéticas e a proteção ao meio ambiente; e

• eficiência energética – conservação e uso racional da energia.

Dentre as ações de eficiência energética e redução de emissão de gases de efeito estufa já implementadas, destacam-se:

1. usinas de Pelotização de tubarão – no brasil: continuamos promovendo a substituição de óleo combustível por gás natural (menos carbono intensivo) nas Usinas 5 e 6 (Nibrasco) e na Usina 7 (Kobrasco), no Complexo de Tubarão, situadas no estado do Espírito Santo. Essas iniciativas voluntárias, operacionalizadas ao final de 2007, resultaram em uma redução de emissão de GEE efetiva, em 2009, de 31,5 mil tCO2e nas Usinas 5 e 6 e de 16,5 mil tCO2e na Usina 7.

2. Carborough downs – austrália: os gases de jazidas de carvão (essencialmente metano) são pré-drenados das áreas a serem mineradas e posteriormente queimados

no flare1, reduzindo assim seu potencial de aquecimento global. Foram capturadas 23,4 mil toneladas do gás metano, ou seja, no total, as emissões reduzidas foram de 426,8 mil tCO2e

2, após a dedução de 65,4 mil tCO2e das emissões geradas pela queima do gás no flare.

3. integra underground mine – austrália: nesta unidade, os gases liberados pela mina de carvão são capturados e vendidos para a geração de eletricidade na Central Termoelétrica de Glennies Creek (10 MW de capacidade), que é implantada e operada por terceiros. Em 2009, o número de conexões da termoelétrica à rede de drenagem de gás aumentou, incrementando a quantidade de gás queimada para a geração de energia. Essa ação promoveu uma redução de emissão de 10,1 mil toneladas de metano, ou seja, 211,6 mil tCO2e, quando comparado ao cenário de linha de base no qual o gás seria ventilado diretamente para a atmosfera.

4. Clydach nickel Refinery – Reino unido: em setembro de 2009, a unidade de Clydach trocou o antigo sistema de acionamento por um inversor de frequência, tendo como benefício secundário a redução no consumo de energia elétrica de aproximadamente 700 MWh por ano. Isso acarretou uma diminuição das emissões de cerca de 380 tCO2e por ano3.

5. estrada de ferro Vitória a minas (efVm) e mina de Corumbá (urucum mineração) – brasil: nessas unidades estamos utilizando etanol, combustível renovável, na frota de veículos leves, preferencialmente ao uso da gasolina. Desde o primeiro semestre de 2009, essas iniciativas já estão sendo aplicadas na frota das empresas terceirizadas que realizam o transporte de funcionários da Vale, reduzindo as emissões das unidades em cerca de 80 toneladas de CO2e por ano.

1 dispositivo que realiza a queima de gases do processo.

2 o potencial de aquecimento global do metano é 21 vezes o do gás carbônico. Para o total de metano capturado nas jazidas de carvão, temos 492.127 toneladas de Co2e.

3 Calculado com base em fator de conversão padrão do Reino unido (defra).

Investimos na eficiência energética e na redução da emissão de gases de

efeito estufa

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009102

Page 109: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

6. Valesul – brasil: foram realizadas diversas ações de eficiência energética, como: adequação do software utilizado para controle dos queimadores do forno, reduzindo o consumo de gás pelo equipamento; implantação de um sistema de controle de pressão, com consequente redução da perda de calor para a atmosfera; e implementação de um sistema de controle de mistura ar/gás, permitindo o ajuste fino das chamas do forno e maior controle da combustão. Essas ações promoveram a redução de consumo de gás natural pela unidade em 73,8 mil m3, com consequente redução de 150 tCO2e.

Também identificamos algumas oportunidades de redução de emissão na fase de implementação, a exemplo de:

1. albras – brasil: em janeiro de 2009, a Albras obteve seu primeiro projeto aprovado e registrado na ONU no contexto do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), para a redução das emissões de gases perfluorcarbonos (PFCs). Sua implantação completa permitirá uma redução de emissão estimada em 80 mil tCO2e por ano. O monitoramento para emissão inicial dos créditos de carbono referentes ao projeto está previsto para o primeiro semestre de 2010.

2. Projeto biodiesel e Consórcio biopalma – brasil: por meio do Consórcio com a Biopalma da Amazônia S.A., a Vale vai produzir óleo de palma, matéria-prima para obtenção de biodiesel, a partir de 2014. Além de participar do consórcio, a Vale é responsável pela implantação e operação da planta de biodiesel que terá parte de sua produção destinada a alimentar a frota de locomotivas do Sistema Norte, bem como máquinas e equipamentos de grande porte das minas de Carajás, no Brasil. O combustível utilizado será o diesel B20, 80% diesel puro e 20% biodiesel B100.

3. Projeto Karebbe – indonésia: está em implantação uma terceira usina hidrelétrica, em Karebbe, no rio Larona, em Sorowako, Indonésia. O projeto irá incrementar a produção de energia hidrelétrica em 33%, ou seja, 90 MW, reduzindo custos através da substituição da energia térmica em nossas

operações. O projeto, atualmente em fase de construção, representa um investimento de US$ 410 milhões e é o principal item do programa de redução de custo de energia da PT Inco.

4. Voisey’s bay, newfoundland e labrador – Canadá: existem três iniciativas de eficiência energética em desenvolvimento:

a. Adequação de geradores de energia elétrica a diesel para melhoria do fator de carregamento, uma vez que a operação com a potência abaixo da máxima do equipamento se torna menos eficiente. Essa ação resultará em uma melhoria na eficiência térmica (aproveitamento da energia do diesel) de 27%, que trará redução do consumo específico de combustível de 1,8%.

b. Desativação dos aquecedores elétricos e utilização do sistema de aquecimento por glicol (aditivo anticongelante e transportador de calor) para manter a temperatura dos motores de geradores em 40°C e minimizar o desgaste causado por partidas a frio, reduzindo o consumo de óleo diesel pelos geradores.

c. Utilização da rede de distribuição de glicol existente para aquecimento de duas áreas da unidade que originalmente eram atendidos por caldeiras a óleo, com redução no consumo de óleo pelas mesmas.

Além dos vários projetos implantados ou em implementação, iniciamos também o estudo de viabilidade para alguns projetos. Por exemplo, a refinaria de níquel de Clydach está testando uma tecnologia de transferência de calor à base de fluido no processo de produção de pelotas de níquel, com o objetivo de substituir o sistema atual, que utiliza os gases quentes provenientes da combustão do gás natural, para aquecimento do níquel líquido.

Também estamos promovendo a avaliação técnica da utilização de gás natural e diferentes misturas de biodiesel na frota de locomotivas das ferrovias, visando verificar os impactos na potência, na eficiência energética, na manutenção e na emissão de poluentes.

A estratégia da Vale é prosseguir com a intensificação do uso de fontes renováveis e de uso racional da energia como forma de obter melhores resultados no que diz respeito ao seu desempenho na área de eficiência energética e redução de emissões atmosféricas.

Temos como estratégia intensificar o uso de fontes renováveis para reduzirmos as emissões atmosféricas.

103

Page 110: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

biODivErsiDADE

Com investimentos contínuos em pesquisa e novas

tecnologias, buscamos avançar em nosso compromisso de dar

prioridade à sustentabilidade de nossas operações,

desenvolvendo-as de forma integrada com a conservação

da biodiversidade e respeitando as diferentes formas de vida

investimos em ações direcionadas à manutenção dos ecossistemas, à conservação das espécies e ao uso sustentável dos recursos naturais, de forma a contribuir para o atendimento das demandas atuais e resguardar a qualidade de vida para as futuras gerações. Para isso, além de monitorar e avaliar continuamente os impactos de nossas operações sobre os ambientes naturais, desenvolvemos tecnologias voltadas à melhoria da qualidade da recuperação de áreas mineradas ou alteradas por outras atividades antrópicas.

Riqueza natural

protegida

Para gestão da biodiversidade em nossas áreas de negócio, cumprimos os regulamentos governamentais em vigência nos países onde atuamos, adotando a legislação brasileira como parâmetro mínimo de atuação. Internamente, desenvolvemos e definimos uma série de procedimentos que são aplicados obrigatoriamente em todas as unidades operacionais e que são determinados em documentos que trazem a definição das ações e das responsabilidades. Tomamos, ainda, como base para nossa atuação, as diretrizes de Boas Práticas e o Manual de Ferramentas propostos pelo Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), do qual somos signatários.

Estamos elaborando nosso Guia de Biodiversidade e nosso Guia de Recuperação de Áreas Degradadas. Esses dois documentos reúnem as diretrizes e as ferramentas que devem ser aplicadas em todas as unidades operacionais. Com previsão de publicação em 2010, os guias foram idealizados com o objetivo de promover a excelência em

Principais ações desenvolvidas em 2009

• Na Reserva Natural Vale (Linhares/ES), foram desenvolvidos 127 projetos, englobando pesquisas próprias e projetos e estudos desenvolvidos em parceria com outras instituições. Esses projetos incluíram estudos populacionais e ecológicos, investigações sobre dinâmica florestal e estrutura de vegetação e mudanças climáticas. Associadas às atividades de proteção ecossistêmica (também realizadas na Reserva Biológica de Sooretama – Sooretama/ES desde 1998), desenvolvimento de tecnologias e procedimentos para recuperação de áreas degradadas, produção de mudas e ações de educação ambiental, essas iniciativas justificam o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, concedido pela Unesco em 2008.

• No Parque Estadual de Ilha Grande (Angra dos Reis/RJ), renovamos o protocolo de intenções assinado com o governo do

práticas e o aperfeiçoamento de resultados, sob a diretriz de uma atuação responsável, comprometida com a conservação da biodiversidade e com o uso sustentável dos recursos naturais.

Paralelamente, estão sendo elaborados indicadores de avaliação de nosso desempenho em biodiversidade. Esses indicadores ponderam nossa atuação em território brasileiro e em outros países, considerando que nossas atividades são desenvolvidas em diferentes biomas e em áreas com condições ambientais distintas em relação ao histórico de ocupação e uso do solo. Alguns dos indicadores são complementares aos propostos pela Global Reporting Initiative (GRI) e estão relacionados às normas e aos princípios estabelecidos pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). A aplicação desses indicadores contribuirá para a gestão das unidades operacionais e para a transparência no desenvolvimento de nossas atividades.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009104

Page 111: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

estado, dando continuidade ao Plano de Desenvolvimento Sustentável dessa Unidade de Conservação.

• Para efetivar a proteção das áreas mantidas como Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, foram continuadas as ações de elaboração dos Planos de Manejo e implantação de atividades para construção e manutenção de aceiros e cercas. Além disso, foram implementadas as ações para Proteção Ecossistêmica das unidades, a exemplo das atividades desenvolvidas na Reserva Natural Vale (Linhares/ES).

• No Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais (CeBio – Sabará/MG), que integra o Plano de Fechamento da Mina de Córrego do Meio, foi realizado o mapeamento da vegetação local e elaborado o “Plano de Gestão de Áreas Verdes Existentes na Mina Córrego do Meio”. Demos continuidade aos programas técnicos, tais como: resgate de mudas; coleta e beneficiamento de sementes; e produção de mudas e insumos, além da formação de banco de germoplasma pertinente às espécies vegetais de maior expressividade do Quadrilátero Ferrífero e da formação de banco de dados para a gestão das informações provenientes dessas atividades.

• Assinatura e efetivação do convênio de colaboração para recuperação e manutenção do arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/RJ). A partir desse convênio, foi aberto um canteiro denominado Espaço Vale no Arboreto, destinado ao cultivo de plantas raras do Brasil, contemplando espécies

encontradas naturalmente em locais de baixa densidade populacional e/ou que são consideradas ameaçadas de extinção.

• Desenvolvimento, em parceira com o governo, a comunidade local e empresas do setor do níquel, de um plano de ação para conservação da biodiversidade na cidade de Sudbury, no Canadá. Essa iniciativa foi realizada em resposta aos resultados colhidos por uma abrangente Avaliação de Riscos Ecológicos, que identificou como prioritária para a recuperação uma área de 80 mil hectares, na bacia de Sudbury, impactada por práticas históricas de produção de níquel e outras atividades industriais.

união de esforços no espírito santo

Três diferentes iniciativas realizadas em parceria com o Governo do Espírito Santo são focadas em ações para recuperação de áreas degradadas e conservação da biodiversidade no estado.

O Programa Vale Proteger, que realiza a restauração ecológica de áreas prioritárias de Mata Atlântica localizadas em propriedades rurais e em Unidades de Conservação do Espírito Santo, alcançou, em 2009, a marca de 259 hectares trabalhados. A Vale contribui com a elaboração dos projetos técnicos, além

Estamos elaborando nossos Guias de Biodiversidade e de Recuperação de Áreas Degradadas.

de doação de mudas, aquisição de insumos e assistência técnica.

Em outra frente, foi instituído o Programa Extensão Ambiental, que promove a restauração ecológica de áreas de preservação permanente, incluindo mata ciliar e entorno de nascentes localizadas em propriedades rurais no estado. Para isso, o governo do estado conta com a contribuição da Vale no fornecimento de assistência técnica, mudas e insumos. Neste primeiro ano, fornecemos 330 mil mudas, destinadas à recuperação de aproximadamente 272 hectares de Mata Atlântica.

A terceira ação com o Governo do Espírito Santo foi a criação do Projeto Florestas Piloto, que vai implantar e manter florestas--modelo, compostas por florestas de produção e florestas de proteção (unidades demonstrativas desses dois tipos de uso), em áreas do estado que atualmente estão alteradas. Em 2009, foram realizadas visitas técnicas para diagnóstico e caracterização das áreas a serem contempladas pela iniciativa. Também foi elaborado o projeto técnico para implantação de duas unidades planejadas, segundo o qual uma delas permanecerá integralmente sob responsabilidade da Vale, devendo ser implantada ainda em 2010.

105

Page 112: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

gestão das ÁReas sensíVeis

localização e tamanho da área ocupada pela Vale

As áreas operacionais da Vale ocupam cerca de 3.517 km2, dos quais 3.508 km2 estão na superfície e 9 km2 são subterrâneas. Essas áreas estão relacionadas à extração de minérios e às atividades de processamento e produção industrial, além de transporte dos produtos, incluindo ferrovias e portos. O acréscimo de área em relação aos 2.713 km² reportados em 2008 se deve à expansão de unidades operacionais e à inserção de empreendimentos fora do Brasil que não haviam sido incluídos no ano anterior.

Do total de terras, 9% estão localizadas dentro de áreas legalmente protegidas (unidades de conservação) e 28% estão dentro de áreas de alto índice de biodiversidade (fora de áreas protegidas) definidas pelos governos de cada país (Tabela 1). Considerando o território situado no entorno das Unidades Operacionais, registramos um total de 516 km² associados a áreas legalmente protegidas.

De forma complementar, ressalta-se que 2.644 km2 de áreas operacionais da Vale estão inseridas em regiões mundiais de alta diversidade biológica, denominadas hotspots ou wilderness areas1 (Tabela 2). Houve um acréscimo de 337 km² nesse tipo de ocupação em relação ao reportado em 2008, principalmente em função da expansão de operações, bem como da contabilização de áreas fora do Brasil que não haviam sido inseridas no ano anterior.

Dentre as áreas consideradas como hotspots, destacam-se as operações nos biomas

1 Hotspots e wilderness areas são grandes áreas geográficas con-sideradas importantes para a conservação da fauna e da flora mundiais, que funcionam como categorias complementares de importância para a biodiversidade, sendo oficialmente re-conhecidas por diversas organizações internacionais. os hots-pots são áreas mais ameaçadas e de grande riqueza biológica no planeta, possuindo grande número de espécies de plantas vasculares endêmicas e apresentando-se reduzidas a 30% ou menos de sua cobertura vegetal original. as wilderness areas, por sua vez, constituem grandes extensões de área (mais de 1 milhão de hectares cada) com biodiversidade representativa e atualmente pouco ou não modificadas (áreas selvagens), possuindo mais de 70% da área original intacta e densidade humana menor ou igual a cinco pessoas por km².

Cerrado (Brasil), Floresta da Costa Leste Africana (Moçambique), Mata Atlântica (Brasil) e Wallacea (Indonésia), somadas àquelas situadas no Japão e na Nova Caledônia, que correspondem a 48% das áreas da Vale que estão localizadas em regiões mundiais de alta diversidade biológica. As operações presentes nos biomas Floresta Amazônica (Brasil), Floresta Boreal (Canadá) e Pantanal (Brasil), por sua vez, estão associadas a regiões classificadas como wilderness areas, que totalizam 52% da área considerada.

Embora algumas das unidades operacionais da Vale estejam situadas em regiões classificadas como hotspots e wilderness areas, em muitos casos as atividades da

tabela 1: Quantidade e posição das áreas operacionais da Vale em relação às áreas sensíveis – áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade definidas pelos governos locais – 2009

Áreas operacionais em relação às áreas sensíveis Posição relativa km2

área protegidaadjacente 516,1

dentro 309,8total 825,9

áreas de alto índice de biodiversidade dentro 974,2

total 974,2

Os procedimentos para análise da posição das áreas operacionais adotados pela Vale em relação às áreas protegidas e de alto índice de biodiversidade estão em processo de aperfeiçoamento visando atender de forma equitativa às definições estabelecidas pelos governos e às situações observadas em diferentes países. Em 2009, para cálculo da área adjacente a uma área sensível, foi utilizado um raio de interferência a partir dos limites externos das áreas protegidas, excluindo-se das análises as terras indígenas e as áreas de alto índice de biodiversidade. Quando uma unidade operacional está adjacente a mais de uma área sensível, optamos por considerar o valor dessa unidade cumulativamente.

tipo de operação Área (km2) Porcentagemtotal de áreas (hotspots + wilderness areas) 2.644,3extração 971,0 36,7%Processamento/Produção/transporte 1.673,3 63,3%

Hotspots – subtotal 1.274,0extração 405,6 31,8%Processamento/Produção/transporte 868,4 68,2%

Wilderness areas – subtotal 1.370,3extração 565,4 41,3%Processamento/Produção/transporte 804,9 58,7%

tabela 2: atividades operacionais da Vale e sua localização em relação às áreas mundiais de alto índice de biodiversidade – hotspots e wilderness areas – 2009

empresa foram implantadas em locais que se encontravam ambientalmente alterados e biologicamente descaracterizados pela existência de atividades antrópicas anteriores (exploração madeireira e pecuária, por exemplo) ou que se destinavam exclusivamente a atividades industriais (principalmente no caso de Distritos Industriais Municipais e áreas urbanizadas). Apesar disso, as operações da Vale são realizadas e planejadas de forma a causar a menor alteração possível aos ambientes naturais associados, independentemente do estado de conservação inicial da área, e as ações ambientais realizadas paralelamente às operações contribuem de forma positiva para a conservação da biodiversidade local.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009106

Page 113: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

imPaCtos na biodiVeRsidade

As operações realizadas pela Vale podem acarretar impactos diretos ou indiretos sobre a biodiversidade, sendo adotado um amplo conjunto de ações para prevenir, controlar e minimizar os impactos. Todos os nossos empreendimentos já são construídos com sistemas de controle de impactos, que são definidos de acordo com as especificidades de cada projeto, o tipo de atividade a ser realizada e sua localização, podendo ser aperfeiçoados ou alterados de acordo com as demandas observadas durante a fase operacional.

imPaCtos diRetos

Os impactos diretos significativos estão relacionados, especialmente, à supressão de vegetação, realizada em função da implantação ou expansão de empreendimentos. Esse tipo de atividade pode acarretar perda de indivíduos da flora e da fauna, assim como a fuga dos espécimes para áreas vizinhas, alterando a qualidade ambiental, ainda que temporariamente, também nesses locais. Assim, como consequência da perda e/ou redução do hábitat natural, podem ser desencadeadas alterações na estrutura das comunidades vegetais e animais. A intensidade dessas mudanças vai depender das condições ambientais locais e do grau de conservação dos remanescentes presentes na área diretamente afetada e na área de influência dos empreendimentos.

imPaCtos indiRetos

De forma geral, as atividades da Vale podem gerar impactos indiretos significativos decorrentes de alterações em componentes do meio físico, que funcionam como suporte para os elementos do meio biótico, ocasionando redução da qualidade ambiental local. Os principais impactos indiretos estão relacionados a:

• alterações diversas da paisagem decorrentes da movimentação de solo (superficial e subterrâneo) e da alteração de corpos d’água ou criação de represas, por exemplo;

• emissões de gases atmosféricos e de material particulado, que podem afetar a qualidade do ar;

• geração de efluentes líquidos com possíveis reflexos na qualidade da água e do solo;

• geração de resíduos sólidos com potencial para causar assoreamento de corpos d’água e alteração na qualidade da água e do solo;

• geração de ruídos e vibração, decorrentes de perfuração de rocha, detonação de explosivos, entre outras atividades, que podem afetar espécies da flora e, especialmente, da fauna.

Para prevenir, controlar e minimizar os possíveis impactos na biodiversidade,

desenvolvemos um conjunto de ações.

107

Page 114: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

estRatégias PaRa gestão de imPaCtos

As ações adotadas para a gestão dos impactos na biodiversidade atendem aos regulamentos nacionais e às melhores práticas recomendadas por organizações internacionais. Adicionalmente, desenvolvemos iniciativas próprias que superam as exigências legais. Com o objetivo de manter a qualidade em todos os locais em que operamos, a gestão dos impactos conta com um conjunto padronizado de procedimentos, periodicamente revisado e atualizado, e com o acompanhamento contínuo das medidas implantadas nas diferentes unidades. Isso nos possibilita detectar oportunidades de melhoria e aperfeiçoamento dos procedimentos, bem como desenvolver novas soluções técnicas.

Dentre as ações adotadas pela Vale para gestão de impactos de nossas operações na biodiversidade, estabelecidas nos Procedimentos Operacionais e, portanto, obrigatórios para todas as Unidades Operacionais, destacam-se:

• identificação de oportunidades de redução das emissões de gases do efeito estufa, por meio de investimento em equipamentos de

medição e sistemas de controle de emissões atmosféricas, e monitoramento do uso de combustíveis fósseis;

• controle de emissões de material particulado por meio de ações específicas, como umectação de vias e implantação de cinturões verdes, que reduzem a dispersão de partículas pelo vento, além de realizar continuamente estudos de novas medidas para minimizar esse tipo de emissão;

• gestão integrada de resíduos, abrangendo desde a segregação dos materiais na origem até o seu encaminhamento para reciclagem ou para destinação adequada, no caso de resíduos perigosos ou que necessitem de cuidado especial;

• adequação de drenagens superficiais e implantação de dispositivos que diminuam a velocidade de escoamento da água para evitar o carreamento de sólidos e a geração de focos de erosão;

• reconformação do solo e contenção adequada de taludes por meio da instalação de dispositivos que funcionam como uma barreira física contra o carreamento de sedimentos e insumos pela ação das chuvas e semeadura ou plantio de espécies

vegetais, que irão garantir a estabilização do solo e sustentabilidade da recuperação ao longo do tempo;

• elaboração de planos operacionais de supressão da vegetação e investigação de alternativas locacionais, considerando aspectos relativos às espécies de flora e de fauna, bem como a presença de ecossistemas raros, de forma a evitar a perda de espécies ameaçadas de extinção;

• realização de atividades para resgate de flora (coleta de sementes e de epífitas, por exemplo) e resgate ou salvamento de fauna, de acordo com as características ambientais de cada local e aspectos regionais (contexto de inserção das operações);

• desenvolvimento e implantação de projetos de restauração ecossistêmica para a recuperação de áreas degradadas.

Essas ações consistem em normas de operação de todos os empreendimentos da Vale. São, portanto, medidas implantadas ou em processo de implantação em nossas unidades, de acordo com a aplicabilidade em cada fase de desenvolvimento dos projetos e com o tipo de operação realizada.

Protegemos por iniciativa própria ou a partir de parcerias 10.321km2 de áreas naturais.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009108

Page 115: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

tabela 4: número de espécies ameaçadas de extinção* incluídas em listas nacionais oficiais de cada país e presentes na região de inserção das unidades operacionais da Vale

lista nacional extinta** Criticamente

em Perigoem Perigo/ameaçada Vulnerável Preocupação

especial total

Fungos - - 1 - 1 2Plantas - - 49 2 1 52moluscos - - 3 - 3artrópodes - - 8 1 2 11Peixes - - 6 - 3 9anfíbios - - 1 - 2 3répteis - - 2 1 1 4aves 1 2 32 16 6 57mamíferos - 1 4 14 5 24

total 1 3 106 34 21 165

*A mesma espécie pode constar em ambas as listagens (Nacional e IUCN).**Espécie com registro histórico para a área de inserção de uma das Unidades Operacionais da Vale.***Houve inserção de dados relativos a empreendimentos localizados fora do Brasil que não haviam sido incluídos no ano anterior.

tabela 3: número de espécies ameaçadas de extinção* incluídas na lista internacional (iuCn) e presentes na região de inserção das unidades operacionais da Vale

lista internacional extinta** Criticamente

em Perigoem Perigo/ameaçada Vulnerável Quase em

Perigobaixo Risco total

Fungos - 1 - - - - 1Plantas - 2 15 29 - 23 69moluscos - - - - - 2 2artrópodes - - - 1 - - 1Peixes - - - 1 - - 1répteis - - - 1 - - 1aves 1 1 3 8 6 - 19mamíferos - 1 5 6 8 - 20

total 1 5 23 46 14 25 114***

Planos de geRenCiamento da biodiVeRsidade

O conjunto de ações definidas como de aplicação obrigatória em todas as Unidades Operacionais constituem o nosso Plano Básico de Gerenciamento da Biodiversidade, que abrange desde a fase de planejamento e implantação dos projetos até o seu fechamento. Embora siga ações padronizadas, esse plano é desenvolvido de forma a respeitar o histórico, o contexto ambiental e as particularidades de cada empreendimento.

Para as unidades operacionais localizadas em áreas protegidas e/ou consideradas de alto índice de biodiversidade, são elaborados planos específicos de gerenciamento da biodiversidade. Exemplos dessa prática são as ações específicas desenvolvidas na região amazônica, norte do Brasil, tais como:

• Plano de Prevenção e Combate a Incêndios em Ecossistemas no Mosaico de Unidades de Conservação da Província Mineral de Carajás – abrange as Unidades de Conservação que abrigam operações da Vale e áreas protegidas vizinhas;

• Levantamento e Monitoramento de Fauna na Floresta Nacional de Carajás e na Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri – estudos de fauna de longo prazo para conservação das espécies, licenciamento ambiental, padronização das metodologias aplicadas a estudos de fauna, geração de dados científicos, suprimento de lacunas de conhecimento, capacitação técnica e desenvolvimento regional.

Na Região Sudeste do Brasil, encontra--se em processo de elaboração o Plano de Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, voltado a uma região de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado, que abriga diversas operações da Vale em áreas protegidas de propriedade da empresa.

Elaboramos planos específicos de gerenciamento da biodiversidade para cada unidade operacional

ConseRVação de esPéCies

De acordo com os estudos de viabilidade ambiental que desenvolvemos para cada uma das Unidades Operacionais, há o registro da ocorrência de aproximadamente 2.850 espécies vegetais e 3.400 espécies animais nas áreas influenciadas por nossas atividades, incluindo invertebrados e vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Desse total, 114 são classificadas como internacionalmente ameaçadas, de acordo com a Lista Vermelha da International Union for Conservation of Nature (IUCN) (Tabela 3), e 165 constam em listas nacionais oficiais de espécies ameaçadas de extinção (Tabela 4).

109

Page 116: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

ÁReas PRotegidas

Atualmente, protegemos 10.321 km2 de áreas naturais, incluindo sítios de propriedade da empresa (4%), áreas arrendadas (3%) e Unidades de Conservação oficiais protegidas em parceria com os governos locais (93%). Essas áreas abrangem territórios nos biomas Floresta Amazônica (82%), Florestas Boreais

*Fonte: ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Ministério do Meio Ambiente.**Tipo de vegetação natural presente no hotspot intitulado Nova Caledônia.***Medidas adicionais de biodiversidade, incluindo a proteção de áreas, estão sendo desenvolvidas visando ao início das operações da Vale Inco Nouvelle-Calédonie.

(1%), Mata Atlântica (6%), Nova Caledônia (<1%) e Wallacea (11%), além de propriedades localizadas na região de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado (1%) (Tabela 5).

Parte das unidades operacionais da empresa está dentro das áreas protegidas que ajudamos a preservar, a exemplo da Floresta Nacional de Carajás e da Floresta Nacional do

tabela 5: Áreas Protegidas pela Vale a partir de parcerias ou por iniciativa própria

Área Protegida localização bioma Propriedade Área (km2)

Parque Botânico de tubarão Brasil (espírito santo) mata atlântica Própria 0,3

Cinturão verde de tubarão Brasil (espírito santo) mata atlântica Própria 5,5

reserva Natural vale Brasil (espírito santo) mata atlântica Própria 217,9

reserva Biológica de sooretama Brasil (espírito santo) mata atlântica Parceria/iCmBio* 242,0

Convento da Penha Brasil (espírito santo) mata atlântica Parceria/Governo do estado 0,5

Parque Botânico de são luis Brasil (maranhão) Floresta amazônica Própria 1,1

Cinturão verde de Ponta da madeira Brasil (maranhão) Floresta amazônica Própria 1,2

12 reservas Particulares do Patrimônio Natural (rPPN) no Quadrilátero Ferrífero de minas Gerais

Brasil (minas Gerais) mata atlântica/Cerrado Própria 70,4

áreas de Proteção de quatro Pequenas Centrais hidrelétricas (PCh) Brasil (minas Gerais) mata atlântica Própria 3,3

Floresta Nacional de Carajás Brasil (Pará) Floresta amazônica Parceria/iCmBio* 4.119,5

Floresta Nacional do tapirapé-aquiri Brasil (Pará) Floresta amazônica Parceria/iCmBio* 1.925,5

Floresta Nacional do itacaiúnas Brasil (Pará) Floresta amazônica Parceria/iCmBio* 824,5

reserva Biológica do tapirapé Brasil (Pará) Floresta amazônica Parceria/iCmBio* 997,0

área de Proteção ambiental do igarapé do Gelado Brasil (Pará) Floresta amazônica Parceria/iCmBio* 206,4

Zona de Proteção albras/alunorte Brasil (Pará) Floresta amazônica Própria 25,3

áreas em Proteção pelo Projeto vale Florestar Brasil (Pará) Floresta amazônica arrendada (terceiros) 323,0

Cinturão verde valesul Brasil (rio de Janeiro) mata atlântica Própria 0,7

Parque estadual da ilha Grande Brasil (rio de Janeiro) mata atlântica Parceria/Governo do estado 120,5

Cinturão verde sergipe Brasil (sergipe) mata atlântica Própria 0,5

Florestas Boreais do Canadá Canadá Florestas Boreais Própria 56,1

Floresta tropical de sorowako indonésia Wallacea Parceria/Governo da indonésia 1.180,0

reserva Natural Forêt Nord Nova Caledônia maquis shrubland** Parceria/Governo da Nova Caledônia 0,01***

total       10.321,2

Tapirapé-Aquiri. Há também áreas protegidas no entorno de nossas operações, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, situadas em Minas Gerais, na região de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado. As ações de proteção realizadas em Carajás são extensivas a todas as reservas do Mosaico de Unidades de Conservação, abrangendo a Floresta Nacional do

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009110

Page 117: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

Itacaiúnas, a Reserva Biológica do Tapirapé e a Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado, que não abrigam nossas operações. Temos também outras áreas protegidas próprias e contempladas por parcerias que não estão relacionadas às nossas atividades, como a Reserva Natural Vale (Linhares/ES), a Reserva Biológica de Sooretama (Sooretama/ES) e o Parque Estadual da Ilha Grande (Angra dos Reis/RJ).

ÁReas imPaCtadas e em ReCuPeRação

A área total impactada pela Vale no período de 2007 a 2009, considerando todos os empreendimentos sob responsabilidade da empresa, foi de 90 km². Ainda nesse período, foram iniciadas atividades para recuperação de 68 km2, entre os quais estão inseridas áreas em recuperação permanente (72%) e áreas em recuperação provisória (28%) (Tabela 6).

O total de áreas destinadas à recuperação (considerando recuperação permanente e provisória) foi inferior ao tamanho da área total impactada em cada ano, como consequência da realização de ampliações, assim como da implantação de novas unidades no período. Em contrapartida, observa-se uma tendência de aumento do volume total de áreas disponibilizadas para as ações de recuperação ao longo dos anos, especialmente aquelas destinadas à recuperação permanente, o que pode ser atribuído à dinâmica natural de desenvolvimento das atividades de lavra e ao encerramento das operações em algumas localidades (Tabela 6).

A análise das áreas impactadas pelas atividades da Vale em 2009 por tipo de bioma permite observar que houve uma maior quantidade de áreas suprimidas na Floresta da Costa Leste Africana e na Floresta Amazônica (Tabela 7), como resultado da implantação e da expansão dos empreendimentos localizados em Moçambique (Projeto Moatize) e no Brasil (especialmente Complexo Sossego, Projeto Paragominas, Projeto Salobo e Complexo de Carajás). Já para as áreas em processo de recuperação permanente, destaca-se o maior volume na Floresta Amazônica, decorrente da implantação de áreas atribuídas ao Projeto Vale Florestar, que engloba ações

de restauração ecológica e proteção da vegetação nativa em áreas próprias e arrendadas e também plantação de florestas industriais; estas, porém, não consideradas na tabela. Nas áreas em recuperação provisória, o destaque é a zona de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado, onde ocorre uma combinação de empreendimentos antigos e áreas em desenvolvimento mais recente, com um volume significativo de áreas destinadas à recuperação e que podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais.

tabela 6: Área suprimida e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale no período de 2007 a 2009 (em km2)

ano Área impactada

Área em Recuperação

Área em Recuperação Permanente

Área em Recuperação Provisória

Área total em Recuperação

2007 17,7 7,5 6,2 13,7

2008 32,6 12,8 7,2 20,0

2009 39,4 29,7 5,4 35,1

total 89,7 50,0 18,8 68,8

A recuperação de áreas degradadas é um processo gradativo e que demanda ações de médio e longo prazos, sendo adotado o termo “Em Recuperação” para indicar as áreas nas quais as atividades foram implantadas e se encontram em andamento (recuperação inicial de algumas funções ecossistêmicas e gradativo incremento de espécies objetivando o retorno da vegetação a um estado mais próximo possível do original). O termo “Em Recuperação Permanente” corresponde a áreas que não serão mais afetadas pelas atividades da empresa, e “Em Recuperação Provisória” compreende aquelas que podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais.

tabela 7: Área impactada e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale em 2009 de acordo com o bioma (em km2)

bioma Área impactada

Área em RecuperaçãoÁrea em

Recuperação Permanente

Área em Recuperação

Provisória

Área total em

RecuperaçãoFloresta da Costa leste africana 16,7 0,2 0,0 0,2

Floresta amazônica 8,6 21,7 0,5 22,2

mata atlântica/Cerrado (transição) 5,9 0,6 4,7 5,3

Florestas tropicais australianas 4,5 4,1 0,02 4,1

Floresta Boreal Canadense 2,1 1,6 0,2 1,7

Wallacea 1,3 1,4 0,0 1,4

outros* 0,4 0,2 0,0 0,2

total 39,4 29,7 5,4 35,1

* No item Outros estão contabilizadas supressões e recuperações permanentes de pequena extensão realizadas em outros biomas localizados no Brasil (Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal) e na Nova Caledônia.

111

Page 118: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Bras

il

agente global de sustentabilidade

gavião-reala Floresta Nacional de Carajás, uma das principais áreas de conservação am-biental no Brasil, foi o cenário do estudo realizado por pesquisadores para conhecer e preservar a harpia (Harpia harpyja), uma das maiores e mais for-tes aves de rapina do mundo. a partir da descoberta de um ninho com uma família dessa ave, conhecida também como gavião-real, foi estabelecida uma parceria entre a vale, o instituto Chico mendes de Conservação da Bio-diversidade (iCmBio) e o instituto Nacional de Pesquisas da amazônia (inpa).

essa parceria gerou a criação do Projeto de Conservação do Gavião-real, que abrange atividades voltadas a preservar a espécie, atualmente listada como quase ameaçada de extinção no Brasil e em âmbito internacional. a vale garantiu os recursos, o iCmBio concedeu permissão para o uso da floresta e o inpa coordenou as atividades dos especialistas.

uma das ações do projeto foi o monitoramento de dois ninhos da espécie, dentro da Floresta Nacional de Carajás, durante oito meses. o resultado desse trabalho está descrito no livro Harpia, lançado pela vale em 2010, um documento que posiciona a relevância dessa ave na biodiversidade brasileira. as 144 páginas do livro, ilustradas com fotos inéditas de João marcos rosa e textos de Frederico drumond martins e tânia m. sanaiotti, trazem detalhes do dia a dia da harpia.

Case

balanço do imPaCto

O volume de áreas impactadas pela atividade de exploração mineral foi superior à quantidade de áreas nas quais foi iniciado o processo de recuperação permanente no período de 2007 a 2009. Isso ocorreu em decorrência da realização de ampliações em determinadas áreas e da implantação de novos projetos. Entretanto, é possível observar o crescimento, ano a ano, do volume de áreas em recuperação permanente.

No período de 2007 a 2009, as atividades de exploração mineral da Vale impactaram 86 km2 e foram iniciadas atividades para recuperação permanente em 49 km2. O resultado é um saldo de fechamento de 534 km2 em 2009 (Tabela 8).

As atividades de recuperação de áreas degradadas são desenvolvidas pela Vale com base no Plano de Fechamento de Mina de cada empreendimento, que é elaborado ainda na etapa de planejamento das operações, levando em consideração as especificidades de cada empreendimento e as condições ambientais da região. Aperfeiçoado ao longo de toda a fase de operação, o Plano de Fechamento de Mina tem como objetivo garantir que as características ambientais retornem à situação mais próxima possível à observada antes do início das operações. Em alguns casos, entretanto, pode-se destinar a área para outra finalidade, a exemplo do Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais (CeBio – Sabará/MG), decorrente do Plano de Fechamento da Mina de Córrego do Meio.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009112

Page 119: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

Em 2009, ao levarmos em consideração as atividades de recuperação e plantio realizadas voluntariamente em terras de terceiros e em terras arrendadas, não relacionadas às nossas operações extrativas, superamos a proporção de 1 hectare recuperado/plantado para cada hectare suprimido no mundo, conforme o compromisso assumido no relatório anterior.

Para isso, mantivemos as ações de recuperação e plantio de terras arrendadas, por meio do Projeto Vale Florestar, no estado do Pará, Brasil, que alcançou em 2009 um total de 570 km². Com os projetos Vale Proteger e Extensão Ambiental, ambos desenvolvidos no estado do Espírito Santo, Brasil, realizamos voluntariamente, até 2009, a recuperação de aproximadamente 5,3 km2. Em Sudbury, a partir de um plano de ação para a conservação de biodiversidade proposto para a cidade e executado em parceria com empresas do setor, governo e comunidade local, foi recuperado 1,5 km² de áreas localizadas fora de nossas propriedades, em 2009.

Desenvolvemos as atividades de recuperação de áreas degradadas com base no Plano de Fechamento de Mina de cada empreendimento.

tabela 8: saldo de abertura e saldo de fechamento das atividades de extração de minérios realizadas pela Vale no período de 2007 a 2009 (em km2)

anoÁreas impactadas

(saldo de abertura)

Áreas impactadas no ano de referência

Áreas em recuperação permanente no ano

de referência

Áreas impactadas (saldo de

fechamento)

2007 488,9 16,5 7,4 498,0

2008 506,3 30,1 11,9 524,6

2009 524,6 39,1 29,6 534,1

Saldo de Abertura anual representa a posição no início do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas.Saldo de Fechamento representa a posição ao término do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas.A diferença entre o Saldo de Fechamento de 2007 e o Saldo de Abertura de 2008 ocorreu em decorrência da aquisição de novos ativos operacionais pela Vale.Não inclui operações logísticas, sendo consideradas apenas as atividades de lavra, beneficiamento e transformação mineral.As áreas em recuperação provisória não são computadas, sendo consideradas apenas aquelas em processo de recuperação permanente.

113

Page 120: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

DirEitOs HUmANOs

Esferas de influência

Como empresa global, entendemos que devemos não só nos inserir no

debate internacional sobre os direitos humanos, mas também contribuir

para sua promoção a fim de melhorar as condições de vida da população

a proteção dos direitos humanos é abordada por diversos princípios, leis e convenções internacionais. o debate sobre o tema requer atenção de todos os setores da sociedade. acreditamos que as empresas tenham um importante papel sob esse aspecto, sobretudo na forma como gerenciam o assunto e na influência que podem exercer em sua cadeia de valor e nos outros stakeholders com os quais se relacionam.

Em 2009, aprovamos a nossa política de direitos humanos, que estabelece diretrizes e princípios para atuação da Vale no que se refere ao respeito aos direitos humanos em nossos projetos e operações, ao longo do ciclo de vida das nossas atividades e cadeia produtiva, nas regiões onde estamos presentes. A política reforça os conceitos e os princípios éticos abordados em nosso Código de Conduta Ética.

De acordo com a nossa Política, promovemos os direitos humanos em nossa esfera de influência por meio das seguintes ações:

• Para os empregados, proporcionamos condições dignas de trabalho e buscamos promover ações educacionais que viabilizem o crescimento profissional e pessoal, procurando sempre manter um ambiente de trabalho saudável. Não toleramos discriminação ou assédio de qualquer natureza, inclusive moral ou sexual. Respeitamos a liberdade de associação e a negociação coletiva e a diversidade.

• Na cadeia produtiva, promovemos ações de conscientização dos direitos humanos, com especial atenção à erradicação do

agente global de sustentabilidade

trabalho forçado e infantil e à promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Procuramos estabelecer relacionamento com fornecedores, parceiros e clientes que compartilhem dos nossos princípios e valores, realizando a conscientização e a prática dos direitos humanos e aprimorando, continuamente, a avaliação de riscos de violação.

• Com as comunidades locais, indígenas e quilombolas, nossa atuação é baseada no diálogo e no respeito mútuos. Assim, procuramos manter um relacionamento de engajamento contínuo, apoiando iniciativas que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental das regiões onde atuamos, do início ao término das nossas atividades.

• Perante os governos, observamos a legislação e a regulamentação das localidades onde atuamos e cooperamos com as autoridades na promoção dos direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Também cooperamos com a apuração de quaisquer incidentes envolvendo desrespeito a esses direitos ao longo da nossa cadeia produtiva.

Colaborando com a onuem 2009, participamos de uma consulta regional à américa latina e Caribe conduzida pelo representante especial do secretário-geral das nações unidas para os direitos Humanos e empresas, professor John Ruggie. o objetivo da nossa participação foi contribuir para a elaboração do documento Protect, Respect and Remedy: A Framework for Business and Human Rights.

além disso, os Relatórios de sustentabilidade da Vale 2007 e 2008 foram reconhecidos pelo Pacto global da onu pela sua qualidade e transparência como Comunicação de Progresso notável (CoP), segundo critério de avaliação adotado pela instituição.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009114

Page 121: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

• Na sociedade, expressamos nosso engajamento por meio de várias formas: somos signatários do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), como compromisso voluntário de garantia de direitos humanos fundamentais em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Também integramos o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) e estamos alinhados com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cujas diretrizes inspiram as nossas ações.

Estamos agora em fase de elaboração de um Guia de Direitos Humanos. Nosso objetivo é materializar as diretrizes e os princípios descritos em nossa Política em ações efetivas de nosso dia a dia na empresa. Dessa forma, acreditamos contribuir para uma gestão cada vez mais focada e integrada das questões de direitos humanos, onde quer que atuemos.

Esse guia vai orientar nossos empregados e apoiar o aprimoramento e a definição de processos que assegurem o exercício de nossas atividades pautadas no respeito e na promoção dos direitos humanos.

Ao mesmo tempo, estamos desenvolvendo uma ferramenta de gestão dos aspectos relacionados a direitos humanos a ser implantada em nossas operações, assim como nos processos de análise de aquisições significativas e de integração pós-aquisição.

Estamos também elaborando uma ferramenta interna para avaliação de aspectos sociais que contempla o tema direitos humanos, em especial trabalho infantil e trabalho forçado. O objetivo é melhorar continuamente nosso desempenho.

atuamos na nossa Cadeia de ValoR

Procuramos estabelecer relações com entidades que compartilhem dos mesmos princípios e valores que a Vale. Nosso modelo de contratos possui cláusulas de natureza trabalhista e previdenciária, tributária, de saúde e segurança e qualidade. Cientes da importância de incentivar práticas sustentáveis na nossa cadeia produtiva, agimos de forma proativa.

Para conhecer a nossa Política de Direitos Humanos na íntegra, acesse www.vale.com.

Em 2009, elaboramos uma cláusula contratual específica – que menciona a observância ao Código de Conduta do Fornecedor, à Política de Desenvolvimento Sustentável e à Política de Direitos Humanos da Vale. Essa cláusula foi aplicada, como piloto, no contrato de implantação da Wind Fence (barreira de vento) no Complexo de Tubarão, no estado do Espírito Santo. Nossa previsão é de que, no decorrer de 2010, essa cláusula seja adotada gradativamente nos demais contratos da Vale.

No Brasil, no que se refere aos fornecedores das nossas unidades próprias, possuímos um mecanismo de monitoramento baseado na lista publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que identifica casos de empresas denunciadas por possíveis ocorrências de trabalho forçado. Com base nessa listagem, cruzamos o nosso cadastro de fornecedores. Essa verificação é feita não só pelo CNPJ das empresas, como também por meio do CPF dos proprietários, garantindo que nenhum fornecedor da Vale, seja empresa ou seu proprietário, esteja envolvido com essas questões.

Também adotamos outras medidas preventivas, entre as quais a realização de auditorias em contratos e subcontratos, a aplicação de questionário de avaliação social para fornecedores, além de programas de treinamento e capacitação profissional (leia mais na pág. 88).

Em caso de desrespeito aos direitos humanos, devidamente comprovado por autoridades governamentais e por instrumentos previstos na legislação, notificamos o fornecedor/parceiro ou cliente para a adoção de medidas corretivas e, caso não sejam adotadas tais medidas, podemos rescindir a relação comercial.

Em 2009, não foram identificadas, em nossas operações ou cadeia de valor, a ocorrência de trabalho infantil. No entanto, nesse período, foi constatado um caso de empresa fornecedora de equipamentos de proteção individual (EPIs) que possuía condições de trabalho degradante em sua cadeia de valor. O contrato com essa empresa foi suspenso e seu cadastro, removido da relação de fornecedores da Vale.

empregados Fornecedores (contratados), Parceiros,Clientes

Comunidades (local, tradicional/indígenas)

Governo sociedade

esferas de influência da Vale para fins de respeito e promoção dos direitos humanos

115

Page 122: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

O objetivo é ajudar nossos fornecedores a incorporar a responsabilidade social nas suas estratégias de negócios. Em 2010 realizaremos a segunda rodada do programa, envolvendo fornecedores do estado de Minas Gerais.

• As empresas Alunorte1, Albras e Valesul, da cadeia de alumínio, são certificadas pela norma de responsabilidade social SA 8000, que segue padrão internacional e está alinhada ao cumprimento de leis e convenções de direitos humanos, tanto na cadeia de fornecedores quanto no ambiente de trabalho.

• Na operação da PT Inco, na Indonésia, além de os contratos possuírem cláusulas referentes a direitos humanos, monitoramos o desempenho dos itens definidos nos contratos, bem como realizamos auditorias de conformidade.

Mantemos um Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com), que, dependendo da legislação local, pode ser utilizado inclusive para recebimento de questões relacionadas a direitos humanos. Além disso, em nosso site oferecemos um canal de comunicação, o Fale Conosco, que contempla a categoria Sustentabilidade, para encaminhamento de dúvidas.

1 a empresa alunorte obteve a referida certificação em 2009.

Identificamos que os fornecedores críticos das nossas unidades próprias do Brasil em relação aos direitos humanos são aqueles que desempenham atividades de segurança empresarial, fornecimento de madeira, carvão vegetal e gusa. Realizamos análises relativas aos direitos humanos de todos esses fornecedores, seguindo lista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), conforme descrito anteriormente.

Além disso, em função da identificação de risco de utilização de carvão vegetal de madeira não certificada, eventualmente envolvendo trabalho forçado e/ou infantil, na cadeia de nossos clientes produtores de ferro-gusa, incluímos cláusulas contratuais que permitem a rescisão do contrato de fornecimento de minério caso seja evidenciada alguma irregularidade. As cláusulas referem-se à proteção ambiental, ao desenvolvimento socioeconômico, à não utilização de trabalho infantil e/ou escravo ou análogo ao escravo e a qualquer outro tipo de trabalho irregular.

A seguir listamos outras iniciativas em prol dos direitos humanos adotadas em nossa cadeia produtiva:

• Participamos do Programa Tear, desenvolvido pelo Instituto Ethos, no Brasil, desde 2006, desempenhando o papel de empresa-âncora do setor de mineração.

direitos humanos no ar

a série Que trabalho é esse? foi novamente exibida em 2009, no Canal futura, de veiculação no brasil. o vídeo é destinado à conscientização da sociedade sobre os riscos de trabalho análogo ao escravo. a iniciativa dá continuidade às ações da Vale de disseminação dos direitos humanos.

seguRança, Questão estRatégiCa

Concluímos, em 2009, o treinamento de reciclagem em direitos humanos para quase 2 mil profissionais de segurança terceirizados e mais de 70 empregados próprios. Também iniciamos o treinamento no Canadá, na Colômbia, em Moçambique, no Peru e no Reino Unido. Na Colômbia, além dos profissionais de segurança empresarial, foram treinados os militares do exército colombiano que atuam em áreas próximas às operações da Vale.

Em 2010, expandiremos os treinamentos para outras operações globais. Além disso, elaboraremos um guia de implementação que auxilie gestores e empregados na compreensão e na aplicação do tema em seu dia a dia.

A Vale apoia ainda a iniciativa de implementação do “disque-denúncia”2 no sudeste do Pará, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, firmando nosso compromisso voluntário de garantia dos direitos humanos. Nos estados brasileiros de Minas Gerais e do Espírito Santo, apoiamos o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) – de caráter social preventivo –, conduzido pela Polícia Militar e que envolve crianças e famílias.

2 o disque-denúncia é um canal de comunicação disponibiliza-do para o recebimento de denúncias que são encaminhadas para as autoridades governamentais.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009116

Page 123: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Biodiversidade direitos humaNosmudaNças ClimátiCas

Construindo alianças

Em 2009, promovemos atividades que beneficiaram mais de 5,5 mil índios em diversos estados brasileiros, como o povo Xikrin, no Pará.

DirEitOs iNDígENAs

Para fortalecer o diálogo e o respeito pelas comunidades indígenas e quilombolas estamos construindo diretrizes para o relacionamento com Povos Indígenas e programa de capacitação para orientar empregados e contratados que têm interface com essas comunidades.

Os documentos contam com a colaboração de especialistas e de equipes internas responsáveis pelo relacionamento com Povos Indígenas em suas operações. As referências para a construção dessas diretrizes são o histórico do nosso relacionamento com as comunidades próximas às nossas atividades, a legislação dos países nos quais atuamos, além de convenções internacionais e normas da Organização das Nações Unidas (ONU) e de boas práticas sobre direitos indígenas.

As discussões internas sobre essa diretriz tiveram início em 2008 e reforçaram a necessidade de alinhamento global e de ações de capacitação de nossas equipes para o diálogo contínuo. Entendemos que essas ações também devem envolver os contratados de empresas terceirizadas e prestadoras de serviços que tenham interface com Povos Indígenas.

Outra frente em permanente aprimoramento é a avaliação do componente indígena nas etapas preliminares dos processos de licenciamento, permitindo a identificação de possíveis impactos diretos e indiretos, assim como a determinação das ações de relacionamento, mitigação ou compensação necessárias.

Pautamos nosso relacionamento com as comunidades indígenas

e quilombolas no diálogo contínuo e no

respeito à cultural local

117

Page 124: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

agente global de sustentabilidade

ações inteRsetoRiais

Para dar continuidade às ações de etnodesenvolvimento1, em 2009 promovemos atividades que beneficiaram mais de 5,5 mil índios nos estados brasileiros do Pará, do Maranhão e de Minas Gerais. Para a realização dessas ações, contamos com o apoio de órgãos governamentais, universidades e ONGs.

Podemos destacar as seguintes iniciativas:

Povo Kayapó • apoio e parceria com a ONG Floresta

Protegida para a realização de expedições pelo rio Branco para desobstrução e melhoria da trafegabilidade e detecção de pontos vulneráveis, invasões e outras situações que ponham em risco a Terra Indígena;

• parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para apoio à coleta de castanha-do-pará por meio da entrega de materiais que possibilitaram a eficiência da coleta e a qualidade do produto. Essa iniciativa visa melhor valor de mercado e, consequentemente, à melhoria na qualidade de vida do Povo Kayapó;

Povo Xikrin • parceria com a Fundação Nacional de Saúde

(Funasa) para a melhoria da qualidade da água por meio de desinfecção dos poços artesianos usados pelo Povo Xikrin da Terra Indígena Cateté;

• visita de líderes indígenas às instalações dos empreendimentos Salobo e Sossego, permitindo o intercâmbio cultural;

• treinamento de funcionários e contratados Vale dos novos empreendimentos que têm interface com Povos Indígenas, como Salobo, que convive com a presença de indígenas durante o período de coleta de castanha-do-pará;

1 a noção de etnodesenvolvimento refere-se à construção de um modelo de desenvolvimento que respeite os direitos e incorpore as perspectivas e interesses dos Povos indígenas. entre suas principais diretrizes estão: garantia da satisfação das necessidades básicas, incorporação da “visão endógena” indígena sobre o desenvolvimento, valorização dos conheci-mentos, tecnologia e recursos indígenas, favorecimento da relação equilibrada com o meio ambiente e fortalecimento da participação indígena nos processos decisórios. essa noção de etnodesenvolvimento tem sido utilizada por diversas instituições no brasil, como fundação nacional do índio (funai), ministério do meio ambiente (mma), entre outras, e internacionais, como o banco mundial.

• participação de empregados nas comemorações do Dia do Índio e em cerimônias de casamentos tradicionais;

Povo Krenak • para apoiar o programa de pecuária leiteira,

em implantação, foi realizada ação de capacitação de representantes das quatro comunidades, que, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, tiveram aulas expositivas, simulações e visita a unidades- -modelo e fazendas de diversos portes;

Comunidades Quilombolas de Jambuaçu • visitas às instalações da Estação

Conhecimento da Área de Preservação Permanente do Gelado (APA), onde foi possível demonstrar alternativa de desenvolvimento humano e econômico para populações de áreas rurais;

ações dos Voluntários Vale • distribuição de brinquedos às crianças

dos Povos Kayapó e Krenak, no Pará e em Minas Gerais.

Em outros países onde há forte presença de Povos Indígenas, também desenvolvemos ações de resgate cultural. Em 2009, a Vale Nouvelle-Calédonie assinou um convênio com instituições de educação locais para o ensino da língua nativa do Povo Kanak nas escolas de ensino médio. Essa ação dá continuidade às iniciativas que desenvolvemos em 2008, Ano Internacional das Línguas pela Unesco, como a produção de cartilhas com o registro da língua nativa Kanak, marcada pela influência da colonização francesa.

Como resultado do Pacto de Desenvolvimento Sustentável do Grande Sul, assinado entre a Vale Inco Nouvelle-Calédonie e as populações Kanak, implementamos em outubro de 2009 o Comitê Consultivo Indígena Ambiental, que garante a participação de autoridades no monitoramento ambiental da operação na região sul, bem como a preservação da cultura do Povo Kanak. Outros dois pilares do Pacto são a criação de uma fundação e da associação de reflorestamento (prevista para 2010).

Em Ontário, nosso Grupo de Trabalho com Aborígenes, formado por membros de diferentes áreas, como meio ambiente, pesquisa mineral, projetos e recursos humanos, continua desenvolvendo atividades regulares nas comunidades aborígenes nas nossas áreas de operação no Canadá. Essa iniciativa visa manter os líderes aborígenes atualizados sobre as questões ligadas à sustentabilidade e aos negócios relevantes para Vale e para a comunidade. Atualmente, o grupo de trabalho e membros do Povo Sagamok Anishnawbek negociam o Acordo de Diminuição dos Impactos (Impact Benefit Agreement). O objetivo é o desenvolvimento da mina de Totten, localizada no limite do Território Tradicional de Sagamok. A negociação deve ser concluída em junho de 2010.

Na Austrália, a Vale envolve os representantes de Povos Indígenas nos processos decisórios. Antes de iniciar as operações, buscamos identificar suas necessidades e valores sociais e culturais. Procuramos também encorajar os membros de comunidades indígenas a trabalharem em nossas operações.

Buscamos estabelecer uma relação construtiva, de benefícios mútuos, respeito à diversidade cultural e aos direitos dessas populações; no entanto, permanecem em discussão ações judiciais. Quanto ao processo relativo ao Povo Xikrin do Cateté, o mesmo permanece em andamento, assim como a ação movida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) contra a Pará Pigmentos S.A., controlada pela Vale, que discute o repasse financeiro ao Povo Indígena Tembé.

Outra questão envolvendo Povos Indígenas trata da ação movida pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pela Associação de Desenvolvimento e Preservação dos Rios Araguaia e Tocantins contra o Ibama e o Consórcio Estreito Energia, alegando a inadequação do componente indígena avaliado no processo de licenciamento. Para tanto, foi proposto em 2009 um Termo de Cooperação entre Consórcio, Funai e Ibama para a realização de projetos.

Em Minas Gerais o Consórcio Hidrelétrico de Aimorés dá continuidade ao projeto acordado com o Povo Krenak, que prevê ações sociais, ambientais e culturais, enquanto, no Pará, a Vale aguarda a definição das Comunidades Quilombolas do Território de Jambuaçu para dar continuidade às ações previstas no acordo firmado.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009118

Page 125: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

EsCOPO DO rELAtÓriO (LimitE)

Abrangência do

relatórioA metodologia de definição de limites foi a mesma adotada nos relatórios de sustentabilidade 2007 e 2008. O escopo de empresas que compõem o relatório é atualizado anualmente. O destaque foi a inclusão da Vale Australia, empresa adquirida em 2007, desde o relatório 2008. As informações das empresas adquiridas em 2009 serão integradas nos indicadores de desempenho reportados nos próximos relatórios, consoante com a abordagem progressiva adotada.

O quadro abaixo apresenta a forma como as principais empresas da Vale, em termos de sustentabilidade, foram consideradas neste relatório.

negócio indicadores de desempenho forma de gestão Questões e dilemas

minério de ferro e pelotas

• vale (1)

• Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização – itabrasco (2)

• Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização – Kobrasco (2)

• Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização – Nibrasco (2)

• Companhia hispano-Brasileira de Pelotização – hispanobras (2)

• urucum mineração s.a. (3) (4)

• vale oma Pelletizing llC

• samarco mineração s.a.• Zhuhai YPm Pellet Co., ltd.

manganês e ferroligas

• vale manganês s.a.• vale manganèse France• vale manganese Norway a s• urucum mineração s.a. (3) (4)

logística

• vale (5)

• Ferrovia Centro-atlântica s.a. – FCa• Ferrovia Norte sul s.a.• Companhia Portuária Baía de sepetiba – CPBs (3)

• seamar shipping

• log-in logística intermodal s.a.• Consórcio de rebocadores da Barra dos Coqueiros• Consórcio de rebocadores da Baía de são marcos

• mrs logística s.a.

Potássio, caulim e fosfato

• vale• Cadam s.a.• Pará Pigmentos s.a. – PPsa• Compañía minera miski mayo s.a.C. (Projeto Bayovar)

Cobre • vale• salobo metais s.a. (3)

alumínio

• vale• alunorte – alumina do Norte do Brasil s.a.• albras – alumínio Brasileiro s.a.• valesul alumínio s.a. (3)

• Companhia de alumina do Pará - CaP

• mineração rio do Norte s.a. - mrN

siderurgia • vale • Califórnia steel industries – Csi

• thyssenKrupp-Csa – siderúrgica do atlântico ltda. – Csa

• usinas siderúrgicas de minas Gerais s.a. – usiminas (6)

Carvão• vale moçambique limitada (Projeto moatize)• vale australia (Carborough downs, Broadlea e integra Coal)

• shandong Yankuang int. Coking Co. ltd.• henan longyu energy resources Co. ltd.• vale australia (isaac Plains)

energia

• Consórcios de energia: igarapava, Porto estrela, Candonga, Capim Branco, Funil, aimorés, estreito e Gesai – Geração santa isabel (7)

• vale soluções em energia s.a. – vse

Níquel (8)

• vale• vale inco limited• vale inco Newfoundland & labrador limited• vale inco metals (shanghai) Co., ltd.• Novamet (Novamet specialty Products Corporation)• vale inco europe limited (Clydach refinery e acton refinery)• Pt international Nickel indonesia tbk (Pt inco)• vale inco Nouvelle-Calédonie s.a.s.• inco advanced technology materials (iatm shenyang) Co., ltd.• inco advanced technology materials (iatm dalian) Co., ltd.• vale inco New Nickel materials (dalian) Co. ltd.• vale inco Japan limited• taiwan Nickel refining Corporation• exide Group incorporated

• Korea Nickel Corporation

(1) Inclui operações das empresas Minerações Brasileiras Reunidas S.A. – MBR, Minas da Serra Geral S.A. – MSG e Baovale Mineração S.A. – Baovale. (2) Os ativos são operados pela Vale. (3) Desde novembro de 2007, essas empresas assumiram a marca Vale, ainda que a razão social das empresas não tenha sido alterada. As razões sociais das empresas têm como referência dezembro de 2009. (4) Inclui operações da CPFL (Companhia Paulista de Ferroligas – CPFL). (5) Inclui operações da Estrada de Ferro Carajás – EFC e da Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFVM. (6) A Vale vendeu sua participação na Usiminas em abril de 2009. (7) Continuamos nossos esforços para obter as licenças ambientais necessárias à construção da usina hidrelétrica Santa Isabel. (8) A participação da Vale na Inmetco (International Metals Reclamation Company, Inc.) e Jinco Nonferrous Metals Co., Ltd. foi vendida em dezembro de 2009.

119

Page 126: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

a ClassifiCação utilizada no QuadRo da PÁgina anteRioR seguiu o seguinte CRitéRio:

indicadores de desempenho

Inclui as unidades próprias da Vale, empresas controladas1 e empresas que operamos. Os indicadores de desempenho são apresentados ao longo do relatório.

forma de gestão

Consideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência significativa: inclui coligadas com participação da Vale, direta ou indireta, de 20% a 50% do capital votante ou empresas em que a Vale possui controle compartilhado. A Vale possui assento nos diferentes órgãos de administração dessas entidades, podendo integrar, ainda, comitês que tratam de questões relacionadas a meio ambiente, saúde e segurança, recursos humanos e finanças, entre outros temas. Por meio dessa atuação, a Vale participa de decisões estratégicas e influencia a elaboração de normas e políticas dessas empresas2, incluindo questões de sustentabilidade.

1 Por apresentarem baixo impacto em sustentabilidade, as informações sobre as empresas de pesquisa mineral não foram incluídas no cálculo da maior parte dos indicadores de desempenho.

2 observando a legislação vigente do local do estabelecimento da empresa.

Questões e dilemas

Consideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência. Inclui coligadas com participação, direta ou indireta, da Vale inferior a 20% do capital votante.

*A Vale vendeu sua participação na Usiminas em abril de 2009.**A Vale, em razão de questões concorrenciais, renunciou ao direito de voto inerente às ações ordinárias da MRS Logística S.A. detidas diretamente por ela e vinculadas ao acordo de acionistas da companhia.

empresa Produtos e/ou serviços Participação acionária da Vale Questões relevantes

usiminas* Produtos de aço 5,9% das ações ordinárias e 2,9% do capital total

Faz parte da estratégia de longo prazo da vale na siderurgia promover o desenvolvimento do setor no Brasil, agregando valor ao minério e gerando riqueza e desenvolvimento para o país

tKCsa Placas de aço 26,87% do capital social da joint venture após setembro de 2009

mRs transporte ferroviárioParticipação direta e indireta (37,9% do capital votante** e

41,5% do capital total)

tráfego em áreas com comunidades urbanas

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009120

Page 127: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

vEriFiCAçãO ExtErNA

relatório dos auditores independentes sobre asseguração limitada do relatório de sustentabilidade da vale s.a., com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative – Gri G3

aosadministradores e acionistas daVale s.a.

1. Aplicamos procedimentos de asseguração limitada sobre determinadas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, elaborado sob a responsabilidade da administração da Companhia. Nossa responsabilidade é a de emitir um relatório de asseguração limitada sobre as informações divulgadas neste Relatório de Sustentabilidade.

2. O trabalho de asseguração limitada foi realizado de acordo com a Norma e Procedimentos de Asseguração – NPO 01, emitida pelo IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, sobre trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de informações financeiras históricas, e compreendeu: (a) o planejamento dos trabalhos considerando a relevância e o volume das informações qualitativas e quantitativas, bem como os controles internos correspondentes; (b) a indagação e discussão junto a profissionais da Vale S.A. para entendimento dos principais critérios, premissas e metodologias utilizados na preparação do Relatório de Sustentabilidade, assim como os processos de gestão e consolidação de indicadores e itens de perfil; (c) a validação, por meio de testes em bases amostrais, das evidências que suportam os dados qualitativos e quantitativos do Relatório de Sustentabilidade; (d) o confronto das informações contidas no Relatório de Sustentabilidade com os requisitos da Global Reporting Initiative GRI-G3; (e) visitas às unidades brasileiras Minas Cauê e Fábrica, em Minas Gerais; Porto de Tubarão, Usinas Um e Dois e Ferrovia Vitória a Minas, no Complexo de Tubarão, Espírito Santo, e unidade Taquari Vassouras, em Sergipe, além das unidades Open Cut e Underground, da Integra Coal, na Austrália.

3. Nosso trabalho teve como objetivo verificar se os dados incluídos no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., no que tange à obtenção de informações qualitativas, medições e cálculos de informações quantitativas, se apresentam em conformidade com as diretrizes da GRI-G3. As informações históricas, informações de mercado, informações descritivas, metas, projeções e opiniões sujeitas a avaliações subjetivas não estão no escopo dos trabalhos desenvolvidos e, portanto, nosso relatório não proporciona asseguração limitada ou razoável sobre tais informações.

4. Conforme as diretrizes GRI-G3, a Vale declara um Nível de Aplicação A+ em seu Relatório de Sustentabilidade relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, o qual reporta 86 indicadores, entre essenciais, adicionais e do Suplemento Setorial de Mineração e Metais (Mining & Metals Sector Supplement). Os procedimentos por nós aplicados foram considerados suficientes para confirmar que o nível de aplicação declarado pela Vale está de acordo com as diretrizes GRI-G3.

5. Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva ser feita nas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, para que as mesmas estejam apresentadas de acordo com as diretrizes GRI-G3.

6. As informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativas aos exercícios de 2007 e 2008 e apresentadas para fins de comparação foram revisadas por outros auditores independentes, que emitiram relatórios de asseguração limitada em 12 de junho de 2008 e 24 de julho de 2009, respectivamente.

Rio de Janeiro, 07 de junho de 2010.

José Carlos Costa PintoSócio

CRC 1 RJ 066.960/O-9

erNst & YouNGAuditores Independentes S.S.CRC – 2SP 015.199/O-6-F-RJ

121

Page 128: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

relatório dos auditores independentes sobre asseguração limitada do relatório de sustentabilidade da vale s.a., com base nas diretrizes do iCmm’s Sustainable Development Framework Assurance Procedure

aosadministradores e acionistas daVale s.a.

Aplicamos procedimentos de asseguração limitada sobre informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A. 2009 ("Relatório"), especificamente relacionadas às diretrizes do Sustainable Development Framework Assurance Procedure, emitido pelo International Council on Mining and Metals - ICMM, conforme detalhado a seguir. Responsabilidades da Vale s.a.

O Relatório foi elaborado pela Vale S.A. ("Companhia"). A Companhia é responsável pela coleta e apresentação de informações reportadas e por manter controles internos definidos para suportar o processo de reporte do Relatório. No momento do fechamento do processo de verificação externa do Relatório, inexistiam requisitos obrigatórios de preparação, publicação e verificação externa de Relatórios de Sustentabilidade.

Responsabilidades da ernst & YoungRevisar determinadas informações divulgadas no Relatório referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009 e elaborado sob responsabilidade da administração da Companhia, com consequente emissão de relatório de asseguração limitada. Nossos trabalhos foram realizados de acordo com a Norma e Procedimentos de Asseguração – NPO 01, emitida pelo IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, sobre trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de informações financeiras históricas, e com as diretrizes do Sustainable Development Framework Assurance Procedure (‘Framework’), emitido pelo International Council on Mining and Metals- ICMM.

objeto de revisão (Subject Matter)Vale S.A. é membro do International Council on Mining and Metals- ICMM e, portanto, comprometida na obtenção de asseguração de seu Relatório em consonância com o Framework emitido pelo ICMM. Com base no Framework, verificamos os seguintes objetos de revisão (Subject Matters):

Subject Matter 1: o alinhamento da Companhia aos 10 princípios de Desenvolvimento Sustentável e aos Position Statements do ICMM.Subject Matter 2: os riscos materiais de desenvolvimento sustentável declarados pela Companhia e oportunidades baseadas em sua

própria revisão do negócio e na visão e expectativas de seus stakeholders.Subject Matter 3: a existência e status de implementação de sistemas e abordagens utilizados pela Companhia para gerenciar os riscos e

oportunidades por ela identificados como materiais.Subject Matter 4: o desempenho da Companhia durante o período do Relatório para os riscos e oportunidades por ela identificados

como materiais.Subject Matter 5: o nível de aplicação auto-declarado segundo as diretrizes da GRI G3.

Para todos os Subject Matters consideramos os limites do relatório definidos na página 119 do mesmo.

escopo da verificaçãoNossos trabalhos de asseguração limitada compreenderam questionamentos à administração da Companhia sobre os seguintes aspectos:

materialidade• Indicadores de desempenho, declarações e demais informações reportadas refletindo os impactos sociais, ambientais e econômicos

significantes da empresa.• Fatores internos e externos considerados na determinação dos indicadores de desempenho, declarações e demais informações

relevantes reportadas no Relatório. • Informações relacionadas ao desempenho da empresa no período do Relatório.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009122

Page 129: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

abrangência• Informações de desempenho de desenvolvimento sustentável relacionadas aos riscos materiais declarados pela Companhia, de acordo

com os limites e período do Relatório.

• Apresentação de dados das unidades operacionais relacionados aos riscos materiais declarados pela Companhia, se relevante.

exatidão• Confiabilidade e exatidão de dados coletados nos níveis operacionais para os riscos materiais declarados pela Companhia, quando

relevante.

Os riscos declarados pela Vale S.A. foram selecionados com base na avaliação de materialidade realizada pela Companhia e especificada no texto do Relatório de Sustentabilidade, em sua seção Estratégia de Sustentabilidade, que compreendeu a análise de cobertura da mídia no período do Relatório, entrevista com agentes considerados decisivos, posicionamentos públicos da empresa e temas considerados relevantes no relacionamento com os stakeholders em anos anteriores. Os três riscos considerados materiais pela Vale S.A. foram:

• Emprego e relações de trabalho• Minimização de impactos ambientais• Desempenho dos negócios

Procedimentos realizados Em aderência à verificação recomendada pelo ICMM, nosso trabalho de asseguração limitada incluiu os seguintes procedimentos:

• Entrevista com uma seleção de executivos da Companhia responsável por saúde, segurança, meio ambiente, relacionamento com comunidades e governança corporativa, a fim de confirmar os assuntos materiais para o negócio;

• Análise das políticas e diretrizes da empresa para verificação do seu alinhamento com os princípios do ICMM, seus requisitos mandatórios e position statements;

• Verificação, em base amostral, de documentações e informações públicas relacionadas à gestão de sustentabilidade e desempenho;• Verificação, em base amostral, da existência e estágio de implementação dos sistemas e abordagens usados para gerenciar os riscos materiais declarados;

• Visitas às unidades brasileiras Minas Cauê e Fábrica, em Minas Gerais, Porto de Tubarão, Usinas Um e Dois e Ferrovia Vitória a Minas, no Complexo de Tubarão, Espírito Santo, e unidade Taquari Vassouras, em Sergipe, além das unidades Open Cut e Underground, da Integra Coal, na Austrália; e

• Revisão do texto final do Relatório para verificação da adequação do relato em relação aos riscos materiais declarados e dados de desempenho identificados durante o processo de verificação.

limitações de escopo O escopo de nosso trabalho de verificação não incluiu:

• Verificação da exatidão, fidedignidade e materialidade de bancos de dados, declarações, informações, sistemas ou abordagens relacionados às áreas diversas daquelas relacionadas aos riscos materiais declarados;

• Declarações futuras da empresa, assim como metas, intenções e projetos a serem desenvolvidos futuramente;• Comparação com dados históricos; • Verificação de eficácia de quaisquer sistemas de gestão da empresa;• Avaliação dos riscos da Companhia e da eficiência de suas ferramentas de gestão.

Conclusão Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva ser feita nas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, em relação à aderência dos Subject Matters reportados com o Framework do ICMM e os princípios de materialidade, abrangência e exatidão enunciados pelo Global Reporting Initiative - GRI G3.

Rio de Janeiro, 07 de junho de 2010.

José Carlos Costa PintoSócio

CRC 1 RJ 066.960/O-9

erNst & YouNGAuditores Independentes S.S.CRC – 2SP 015.199/O-6-F-RJ

123

Page 130: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

NívEL DE APLiCAçãO gri

C C+ b b+ a a+

Cont

eúdo

do

rela

tório

Perfil da G3

responder aos itens:1.1;2.1 a 2.10;3.1 a 3.8, 3.10 a 3.12;4.1 a 4.4, 4.14 a 4.15

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exte

rna

responder a todos os critérios elencados para o Nível C, mais: 1.2;3.9, 3.13;4.5 a 4.13,4.16 a 4.17

Com

ver

ifica

ção

exte

rna

o mesmo exigido para o Nível B

Com

ver

ifica

ção

exte

rna

informações sobre a Forma de Gestão da G3

Não exigidoinformações sobre a Forma de Gestão para cada Categoria de indicador

Forma de Gestão divulgada para cada Categoria de indicador

indicadores dedesempenho da G3& indicadores dedesempenho dosuplemento setorial

responder a um mínimo de 10 indicadores de desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas de desempenho: social, econômico e ambiental.

responder a um mínimo de 20 indicadores de desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas de desempenho: econômico, ambiental, direitos humanos, práticas trabalhistas, sociedade, responsabilidade pelo produto.

responder a cada indicador essencial da G3 e do suplemento setorial com a devida consideração ao Princípio da materialidade de uma das seguintes formas: (a) respondendo ao indicador ou (b) explicando o motivo da omissão.

C C+ b b + a a+

obr

igat

ório

autodeclarado

opc

iona

l

examinado por terceiros

examinado pela Gri

Com

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ção

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Com

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ção

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Com

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ção

exte

rna

O presente relatório atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que estabelece o relato de todos os itens de perfil, de informações sobre a forma de gestão para cada categoria de indicador e de todos os indicadores de desempenho essenciais e do Suplemento Setorial de Mineração e Metais.

Aplicação das

diretrizes

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009124

Page 131: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

Princípios iCmm

1. implementar e manter práticas comerciais éticas e sistemas sólidos de governança corporativa.

2. integrar as considerações de desenvolvimento sustentável dentro do processo decisório corporativo.

3. defender direitos humanos fundamentais e respeitar culturas, costumes e valores nas negociações com funcionários e outros que sejam afetados por nossas atividades.

4. implementar estratégias de gestão de risco baseadas em dados válidos e ciência legítima.

5. Buscar a melhoria contínua de nossa saúde e o desempenho em segurança.

6. Buscar a melhoria contínua de nosso desempenho ambiental.

7. Contribuir com a preservação da biodiversidade e promover abordagens integradas de planejamento sobre o uso da terra.

8. Facilitar e estimular a criação responsável de produtos, o uso, a reutilização, a reciclagem e o descarte de nossos produtos.

9. Contribuir para o desenvolvimento social, econômico e institucional das comunidades onde operamos.

10. implementar o engajamento eficaz e transparente, a comunicação e as providências de contato independentemente das verificadas com nossos interessados.

Princípios Pacto global

direitos Humanos

1. respeitar e proteger os direitos humanos

2. impedir violações de direitos humanos

direitos do trabalho

3. apoiar a liberdade de associação no trabalho e a negociação coletiva

4. eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório

5. abolir o trabalho infantil

6. eliminar a discriminação no ambiente de trabalho

Proteção ao meio ambiente

7. apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais

8. desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental

9. desenvolver e difundir tecnologias que não agridam o meio ambiente

Contra a Corrupção

10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina

Cases Princípio Pacto global Princípio iCmm Págs.

atuação além de nossa operações 1, 7, 8 7, 9 12mão de obra qualificada - - 41incentivo à pesquisa 7, 8, 9 6, 7, 8 45incentivo à inovação 1, 7, 8 5, 6, 8 47Conviver com lagos 7, 8, 9 6, 7 56tecnologia inovadora no controle atmosférico 8, 9 6 65Formando campeões - 9 77Pesca na praia do Boqueirão 1, 8 3, 9, 10 78Fortalecendo os municípios 1 9 79desenvolvimento da Grande vitória 1, 8, 9 9, 10 80ações de apoio às comunidades 7, 8 3, 9 81Capacitar para crescer 1 3, 9 82

Com as mãos na massa 1, 8 3, 9 83

reassentamento em moçambique 1, 7, 8 3, 9, 10 86

Práticas premiadas - 9 89

Compromisso conjunto 7, 8 2, 6, 10 97

Gavião-real 7, 8 7 112

CoRRelação de PRÁtiCas da Vale Com PaCto global e iCmm

Como signatária do Pacto Global e do ICMM, a Vale comprometeu-se a adotar, em suas práticas de negócios, os princípios elencados acima. Ao longo do relatório, foram apresentados cases que retratam nossa atuação e cuja relação com esses princípios está indicada no quadro abaixo.

125

Page 132: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

índiCe RemissiVo gRi e CoRRelação Com PaCto global e iCmm

índice Princípio Pacto global

Princípio iCmm Págs.

estratégia e análise1.1. mensagem da Presidência e da Presidência do Conselho. 2,10 4-7

1.2. descrição dos impactos, riscos e oportunidades. 4 11-13

Perfil organizacional2.1. Nome da organização. 10 informações corporativas

2.2. marcas, produtos e/ou serviços. 10 2

2.3. estrutura operacional. 10 2

2.4. localização da sede da organização. 10 2

2.5. atuação geográfica. 10 2

2.6. Natureza jurídica. 10 informações corporativas

2.7. mercados atendidos. 10 2

2.8. Porte da organização. 10 2 , 17

2.9. mudanças durante o período coberto pelo relatório. 2, 10 9

2.10. Prêmios e certificações. 10 informações corporativas

Parâmetros para o relatórioPerfil do relatório

3.1. Período coberto pelo relatório. 9

3.2. data do relatório anterior. 9

3.3. Periodicidade. 9

3.4. dados para contato. 9

escopo e limite do relatório3.5. definição do conteúdo. 10 , 11

3.6. limite do relatório. 119, 120

3.7. escopo do relatório. 119, 120

3.8. Base para a elaboração do relatório. 119, 120

3.9. técnicas de medição e bases de cálculos.119, 120 e ao longo do relatório

3.10. Consequências de reformulações de informações.119, 120 e ao longo do relatório

3.11. mudanças significativas. 2119, 120 e ao longo do relatório

sumário de conteúdo da Gri3.12. sumário Gri. 126-128

verificação3.13. verificação externa. 121, 122

governança, compromissos e engajamentoGovernança

4.1. estrutura de governança. 1 21 4.2. indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança

também seja um diretor executivo. 1 21

4.3. Número de membros independentes ou não-executivos do mais alto órgão de governança. 1 21

4.4. mecanismos para recomendações a órgãos de governança. 1 21

4.5. relação entre remuneração e o desempenho econômico e socioambiental. 1 22

4.6. Processos para evitar conflitos de interesse. 1 21, 22

4.7. Qualificações de conselheiros. 1 21

4.8. valores, códigos de conduta e princípios internos. 1 23

4.9. atuação do Conselho de administração. 1, 4 21

4.10. autoavaliação do Conselho de administração. 1 21

Compromissos com iniciativas externas4.11. Princípio da precaução. 27

4.12. Cartas, princípios e iniciativas. 24, 25

4.13. Participação em associações. 25

engajamento dos stakeholders4.14. relação de stakeholders. 10, 11

4.15. identificação de stakeholders. 10, 11

4.16. engajamento dos stakeholders. 10, 24, 25

4.17. Principais temas e preocupações de stakeholders. 10

desempenho econômicoabordagem de gestão econômica (objetivos e desempenho, política e outras informações contextuais). 16-19

desempenho econômicoeC1. valor econômico gerado e distribuído. 9 17

eC2. riscos e oportunidades relacionados a mudanças climáticas. 7 9 101

eC3. Plano de pensão. 38, 39

eC4. ajuda financeira significativa recebida do governo. 18

Presença de mercadoeC5. relação salário mínimo interno/local. 1 9 36

eC6. Gastos com fornecedores locais. 9 90

eC7. Contratação local. 6 9 81,82

indicadores atendidos integralmente indicadores atendidos parcialmente

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009126

Page 133: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

índiCe RemissiVo gRi e CoRRelação Com PaCto global e iCmm

indicadores atendidos integralmente indicadores atendidos parcialmente

índice Princípio Pacto global

Princípio iCmm Págs.

impactos econômicos indiretoseC8. investimentos em infraestrutura. 9 79

eC9. impactos econômicos indiretos. 72, 73

desempenho ambiental abordagem de gestão ambiental (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

52-69, 96-113

materiaiseN1. materiais usados. 8 6 63

eN2. Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. 8, 9 6 63

eN3. Consumo de energia direta. 8, 9 6 66, 67

eN4. Consumo de energia indireta. 8 6 68, 69

eN5. energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência. 8, 9 6 66, 102, 103

eN6. Produtos e serviços ecoeficientes. 8, 9 6 66

eN7. iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas. 8, 9 6 66, 102, 103

águaeN8. água retirada por fonte. 8 6 54, 55

eN10. água reciclada e reutilizada. 8, 9 55

BiodiversidadeeN11. localização dentro de áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade. 8 7 106

eN12. impactos na biodiversidade. 8 7 107

eN13. hábitats protegidos ou restaurados. 8 110, 111

eN14. Gestão de impactos na biodiversidade. 8 108

eN15. lista vermelha da iuCN. 8 109

emissões, efluentes e resíduoseN16. emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa. 8 6 98, 99

eN17. outras emissões indiretas relevantes de gases causadores do efeito estufa, por peso. 8 6 100

eN18. iniciativas para reduzir emissões de gases de efeito estufa. 7, 8, 9 102, 103

eN19. emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio. 8 6 101

eN20. Nox, sox e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso. 8 6 64, 65

eN21. descarte de água. 8 6 56 - 58

eN22. Peso total de resíduos. 8 6 59, 60

eN23. derramamentos significativos. 8 6 63

eN24. resíduos perigosos transportados. 8 60

eN26. iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a extensão da redução desses impactos. 7, 8, 9 6 91-93

Produtos e serviçoseN27. Produtos e embalagens recuperados. 8, 9 62

ConformidadeeN28. valor monetário de multas significativas. 8 6, 8 65

GeraleN30. investimentos em proteção ambiental. 7, 8, 9 54

desempenho social – Práticas trabalhistas e trabalho decenteabordagem de gestão dos aspectos trabalhistas (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

32-51

empregola1. trabalhadores por tipo de emprego e região. 3 33, 34

la2. taxa de rotatividade. 6 9 40

la3. Benefícios a empregados. 37

relações entre trabalhadores e a administraçãola4. acordos de negociação coletiva. 1, 3 3 39 la5. Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais,

incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva. 3 3 39

segurança e saúde ocupacionalla6. representação em comitês de saúde e segurança. 1, 3 3, 5 50

la7. doenças ocupacionais, dias perdidos e óbitos. 1 5 48

la8. Programas de educação, aconselhamento e prevenção relacionados a doenças graves. 1 5 49

la9. saúde e segurança em acordos com sindicatos. 1 3 50

treinamento e educaçãola10. horas de treinamento. 6 2 41

la11. Gestão de competências e aprendizagem contínua. 3 41

la12. análise de desempenho e desenvolvimento de carreira. 37

diversidade e igualdade de oportunidadesla13. Composição dos grupos responsáveis pela governança. 1, 6 3 35, 36

la14. Proporção de salário homens/mulheres. 1, 6 35

desempenho social – direitos humanosabordagem de gestão dos aspectos de direitos humanos (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

114, 118

127

Page 134: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

indicadores atendidos integralmente indicadores atendidos parcialmente

índice Princípio Pacto global

Princípio iCmm Págs.

Práticas de gestão e investimentohr1. Percentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam

cláusulas referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos.

1, 2 2, 3 115

hr2. Percentual de fornecedores avaliados e medidas tomadas. 1, 2, 3, 4, 5, 6 3 115, 116

liberdade de associação e negociação coletivahr4. Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas. 1, 2, 6 3 35

hr5. operações com risco à liberdade de associação e negociação coletiva. 1, 2, 3 3 39

trabalho infantilhr6. operações com risco de trabalho infantil. 1, 2, 5 3 115, 116

trabalho forçado e escravohr7. operações com risco de trabalho forçado ou análogo. 1, 2, 4 3 115, 116

Práticas de segurançahr8. treinamento da segurança em direitos humanos. 1, 2 3 116

direitos indígenashr9. violações de direitos indígenas. 1, 2 118

desempenho social – sociedadeabordagem de gestão dos aspectos sociais (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

72-93

Comunidadeso1. Gestão de impactos das operações nas comunidades. 4 73

Corrupçãoso2. avaliações de riscos relacionados à corrupção. 10 1 30

so3. treinamento em políticas anticorrupção. 10 1 30

so4. medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. 10 1 29

Políticas públicasso5. Participação na elaboração de políticas públicas. 1-10 24

so6. Contribuições a partidos políticos. 10 24

Concorrência deslealso7. ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio. 31

Conformidadeso8. multas e sanções não-monetárias por não-conformidade

a leis e regulamentos. 31

desempenho social – Responsabilidade pelo produtoabordagem de gestão dos aspectos referentes à responsabilidade sobre o produto (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

88-93

saúde e segurança do clientePr1. avaliação de impactos. 1 8 91-93

rotulagem de produtos e serviçosPr3. Procedimentos de rotulagem de produtos e serviços. 8 8 93

Pr5. Práticas relacionadas à satisfação do cliente. 91

Comunicação e marketingPr6. adesão às normas. 91

Pr7. Não-conformidade. 91

ConformidadePr9. multas relacionadas ao fornecimento e uso dos

produtos e serviços. 91

indicadores setoriais de mineração e metais*mm1. identifica as operações nas quais a contribuição econômica local e o impacto do

desenvolvimento são de especial importância e interesse para as partes interessadas (por exemplo, operações em áreas remotas) e define políticas referentes à avaliação dessa contribuição.

9 78, 81, 90

mm2. valor agregado desagregado para nível nacional. 17 mm3. o número/percentual de operações identificadas que requerem planos de

gerenciamento da biodiversidade e o número/percentual de operações onde os planos estão implementados.

7, 9 109

mm4. Percentual de produto(s) derivado(s) de materiais secundários. 62 mm5. descreve as políticas para a avaliação dos atributos da ecoeficiência e da

sustentabilidade dos produtos (por exemplo, reciclabilidade, uso do material, uso de energia, toxicidade, etc.).

8, 9 8 91-93

mm6. descreve a abordagem ao gerenciamento do estéril, rochas, rejeitos e lama/resíduos. 6, 8 60, 61 mm7. descreve os incidentes significativos que afetam as comunidades durante o

período de relatório e os mecanismos usados para solucionar os incidentes e suas consequências.

9 84, 85

mm8. descreve os programas nos quais a organização relatora tenha estado envolvida que trataram da mineração artesanal e de pequena escala (asm) dentro de áreas de operação da empresa.

9 83

mm9. descreve as políticas e atividades de reassentamento. 3 86, 87 mm10. Número ou percentual de operações com planos de fechamento, abrangendo os

aspectos sociais – incluindo a transição da mão de obra –, ambientais e econômicos. 2 87

mm11. descreve o processo de identificação de propriedades e direitos usuais das comunidades locais, incluindo aqueles dos povos indígenas e os mecanismos usados para resolver os conflitos.

1, 2 3 87

mm12. descreve a abordagem à identificação, preparação e reação a situações de emergência que afetem os funcionários, comunidades ou o meio ambiente. 4 49

mm13. Número de novos casos de doença ocupacional por tipo. descreve os programas para prevenir doenças ocupacionais. 1 5 50

eN23 mm. Quantidade total de terra adquirida, arrendada e gerenciada para as atividades de produção ou uso extrativista. 7 112, 113

índiCe RemissiVo gRi e CoRRelação Com PaCto global e iCmm

*Versão draft.

Relatório de Sustentabilidade Vale 2009128

Page 135: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

InformaçõesCorporativas SEDE MUNDIAL

BRASILAvenida Graça Aranha, 26 20030-900 – Rio de Janeiro RJ – Brasil Tel: 55 21 3814-4477

Para informações sobre os demais escritórios da Vale, acesse www.vale.com

CréditosCoordenação GeralDepartamento de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Apoio EditorialDepartamento de Comunicação Corporativa e Imprensa

Projeto Gráfico e EditorialReport Comunicação

RevisãoAssertiva Produções Editoriais

Apoio Operacional CSC Computer Sciences Brasil S.A.

Verificação ExternaErnst & Young

FotografiaAcervo Previ/Marcos Almeida pág. 5;

Arquivo do Consórcio Brasileiro para Produção de Óleo de Palma pág. 103.

Banco de Imagens Vale págs. 8, 13, 19 e 117;

Banco de Imagens Vale Australia págs. 48 e 81;

Banco de Imagens Vale/Cassio Vasconcellos págs. 97, 105 e 108;

Banco de Imagens Vale/Edu Simões págs. 20, 36 e 53;

Banco de Imagens Vale/Eugênio Sávio págs. 46, 69, 84 e 93;

Banco de Imagens Vale/Eny Miranda pág. 47;

Banco de Imagens Vale Inco pág. 94;

Banco de Imagens Vale (Moatize) págs. 70, 72 e 75;

Banco de Imagens Vale - Nitro/João Marcos Rosa pág. 14, 107 e112;

Banco de Imagens Vale/Rosane Bekierman pág. 77;

Banco de Imagens Vale/Vitor Schwama pág. 26;

Editora Globo/Stefano Martini pág. 7;

Eugênio Sávio págs. 24, 33, 39, 51, 56, 59 e 89;

José Armenio de Brito Cruz pág. 44;

Marcelo Shoubia págs. 17, 41, 80, 100 e 113;

Sam Santos pág. 8 (foto Tito Botelho Martins).

Pré-impressão e impressão Burti

Tiragem1.000 exemplares em português 600 exemplares em inglês

Este relatório possui um formulário de avaliação disponível em www.vale.com

Atuamos para construir um legado social, econômico e ambiental nas regiões onde operamos.

Capa: Fernando Montarroyos de Araújo, aprendizoperacional, Porto de Tubarão, Vitória – Espírito Santo, Brasil (Fotógrafo: Marcelo Shoubia).

Page 136: Relatorio Sustentabilidade Vale 2009

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Relatório d

e Susten

tabilid

ade 2009

Relatório de Sustentabilidade 2009