relatório sobre acidentes de transportes na bahia. julho 2009

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SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP Vigilância Epidemiológica das Doenças e Agravos Não-transmissíveis DANT Observatório Estadual das Violências e Acidentes RELATÓRIO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE MORBIMORTALIDADE DE RESIDENTES POR ACIDENTES DE TRANSPORTES NA BAHIA: 1998 a 2008* Julho-2009 1

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Page 1: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP Vigilância Epidemiológica das Doenças e Agravos Não-transmissíveis DANT Observatório Estadual das Violências e Acidentes RELATÓRIO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE MORBIMORTALIDADE DE RESIDENTES POR ACIDENTES DE TRANSPORTES NA BAHIA: 1998 a 2008*

Julho-2009

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Page 2: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP Vigilância Epidemiológica das Doenças e Agravos Não-transmissíveis DANT

FSS.Rev.4 - 13/7/2009

A Epidemiologia dos Acidentes de Transportes na Bahia: o impacto sobre a saúde dos mais pobres. Segundo SOUZA e cols. (2007), acidente de transporte ou de transito é todo evento que provoca dano e envolve veículo, a via, a pessoa humana e/ou animais e que, para se caracterizar, tem necessidade da presença de pelo menos dois desses fatores. A Organização Mundial da Saúde (WHO/OMS, 2004) estima que no mundo, os acidentes de transportes provoquem anualmente a morte 1,2 milhões de pessoas e deixem outras 50 milhões feridas. As projeções desse órgão indicam que nos próximos 20 anos esses números devem aumentar mais 65% se medidas de prevenção não forem tomadas. No Brasil, em 2005 foram registrados 35.674 óbitos por acidentes de transportes, dos quais 28,5% corresponderam a atropelos, 28,3% a outros acidentes com transportes terrestres, 23,6% a colisões e 14,1% acidentes com motociclistas (SIM/DATASUS, 2007). A taxa de mortalidade por acidentes de transportes foi de 19,9 por 100.000 habitantes. Cinco Estados brasileiros se destacam com as taxas de mortalidade mais elevadas: Mato Grosso (33,2), Santa Catarina (32,7), Paraná (31,4), Tocantins (31,2), Mato Grosso do Sul (31,1) e Goiás (30,7). Historicamente, os “acidentes” de transportes tem sido visto como eventos aleatórios que acontecem como um resultado inevitável do trafego rodoviário. O termo “acidente” pode dar a impressão de inevitabilidade e imprevisibilidade, um evento que não pode ser controlado, mas este não é o caso. Acidentes de transportes são eventos que são redutíveis por ações de saúde pública e análise racional (WHO/OMS, 2004). Dados sobre a incidência e tipos de acidentes de transportes assim como o conhecimento detalhado das circunstâncias que conduzem a tais acidentes é requerido para orientar políticas de segurança. Conhecer como os agravos são causados e de que tipos eles são é um valioso instrumento para identificar intervenções e monitorar a efetividade de intervenções. O setor de saúde tem um importante papel a jogar no estabelecimento de sistemas de dados sobre agravos e fatores de risco/proteção a efetividade das intervenções, e a ampla comunicação desses dados para a população e a sociedade em geral. A abordagem da saúde pública é baseada na ciência e extrai o seu conhecimento da medicina, biomecânica, epidemiologia, sociologia, ciências do comportamento, criminologia, educação, economia, engenharia e outras disciplinas. O setor saúde pode se beneficiar grandemente da melhoria na prevenção dos agravos provocados por acidentes de transportes em termos de redução das admissões hospitalares e na redução no nível de gravidade dos acidentes. Outros ganhos para saúde podem acontecer se a adoção de condições seguras nas ruas for garantida para pedestres e ciclistas mais pessoas poderão adotar estilo de vida mais saudável como caminhar e andar de bicicleta sem temer por sua segurança. Em nosso estado, tradicionalmente a segurança nas ruas e rodovias tem sido tratada como sendo responsabilidade do DETRAN/Secretaria da Administração, da Secretaria de Transportes e da Segurança Pública. A Secretaria de Saúde do Estado – SESAB não tem se envolvido embora suas unidades seja a porta de entrada da maioria das vítimas. Além disso,

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as ações de prevenção do Estado têm se limitado à capital. A fiscalização é realizada apenas pela policia rodoviária federal nas rodovias sob sua jurisdição. A Policia Rodoviária Estadual não têm pessoal, infraestrutura e nem treinamento necessário para realizar a fiscalização nos mais de 20 mil quilômetros de rodovias estaduais. Embora entre nós os acidentes de transportes seja a segunda maior causa de mortes no grupo dos acidentes e violências (causas externas) e não apenas uma conseqüência inevitável da mobilidade veicular. Os acidentes de transportes são apresentados pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima revisão (CID 10, 1997), sob os códigos V01 a V99, subdivididos nas seguintes categorias: Atropelos (Pedestres traumatizados V01-V09); Ciclista traumatizado V10-V19; Motociclista traumatizado, V20-V29; Ocupante de triciclos, automóvel, ônibus e ocupante de outros meios transportes terrestres, V30-V89; Acidentes de transporte por água, aéreo e espacial, V95-V97 e Outros acidentes de transportes e os não-especificados, V98-V99. Nesse estudo ecológico foi analisada a magnitude, a evolução e a distribuição espaço-temporal, ou seja, a concentração geográfica e a evolução recente (1996 a 2007) da morbi-mortalidade por acidentes de transportes em geral e pelos principais tipos acidentes de transportes. A Mortalidade por Acidentes de Transportes na Bahia Na Bahia grande parte dos acidentes de transportes (principalmente atropelos e colisões) ocorre no centro urbano dos maiores municípios, (geralmente os que possuem também as maiores frotas de veículos), e nas rodovias federais e estaduais que cortam esses municípios. Segundo o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes-DNIT a malha rodoviária do Estado da Bahia possui uma extensão de 124.545 km, sendo que 5,1 mil km e são constituídos por rodovias federais, dos quais 19,8 mil km são rodovias estaduais e 99,6 mil km são rodovias municipais. As principais rodovias federais e estaduais em extensão, importância econômica, turística, e em movimentação que cortam o Estado são a BR-101, BR-116, BR-242, BR-324, BR-020, BA-001, BA-093, BA-099, BA-172, BA-262, BA-502 e BA-505 (DERBA, 2007).

Figura 1 – Evolução da frota de veículos. Bahia, 1998 a 2008

599.029

702.738

801.005

882.063

977.912

1.075.709

1.173.603

1.292.025

1.424.983

1.592.620

1.800.536

402.467459.068

495.039536.158

574.781611.182

649.432698.944

755.736822.411

890.723

52.382 73.584 103.235 125.669160.616

200.369237.785

279.426326.889

393.146

489.790

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

1400000

1600000

1800000

2000000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

TOTAL VEICULOS Automóvel Motocicleta FONTE: DENATRAN

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A Bahia tinha no final de 2008 uma frota constituída por mais de 1,8 milhões de veículos, composta em sua maioria por 891 mil automóveis (49,5%), 490 mil motocicletas (27,2%) e 146 mil camionetas (8%). Apenas onze municípios: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Santo Antonio de Jesus, Itabuna, Alagoinhas, Juazeiro, Jequié, Guanambi, Barreiras e Camaçarí concentram 73,8% de toda a frota de veículos no Estado (DENATRAN, 2007). Figura 2 – Evolução da Taxa de crescimento da frota de veículos, automóveis e motocicletas. (Base=1998) Bahia,

1998 a 2008

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

900,0

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Taxa

de

cres

cim

ento

(%)

taxa crec veic taxa cresc autom taxa cresc moto

FONTE: DENATRAN

A frota de motocicletas foi a que mais cresceu no período. Enquanto a frota de automóveis aumentou 100%, a frota de motocicletas cresceu quase 9 vezes passando de 52 mil em 1998 para 490 mil unidades em 2008 (Figuras 1 e 2). O risco de morrer por acidentes de transportes está diretamente relacionado à taxa de motorização. Embora outros fatores como beber e dirigir, não utilização do cinto de segurança e do capacete, vias sem sinalização e condições adequadas para o tráfego contribuam para o crescimento da mortalidade por esses agravos os resultados de regressão linear aplicada aos dados de 2007 mostraram que o risco de morrer aumenta 0,5/100.000 hab cada vez que a taxa de motorização aumenta de 1 veículo/100 habitantes (R2=0,2%, p=0,02). Resultado similar foi encontrado para a relação entre a taxa de motorização de motocicletas e coeficiente de mortalidade por acidentes motocicletas. A morbimortalidade por acidentes de trânsito na Bahia segundo o Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN Segundo dados do DENATRAN (2007), em 2006, ocorreram 320 mil acidentes de transportes com vítimas no Brasil, provocando a morte de 19.752 (4,6%) pessoas e gerando 404.385 vítimas não-fatais (95,3%). Em 2007, na Bahia o número de acidentes com vítimas alcançou 6.068, envolvendo 7.533 pessoas, sendo que 7.145 (%) foram vítimas não-fatais e 388 (5,1%) as vitimas fatais. As principais vítimas fatais foram os pedestres (28,9%), os passageiros (27,6%), os condutores (19,6%) e os motociclistas (15,5%). Em números absolutos, o Estado ocupa o terceiro lugar em óbitos por acidentes de transportes (388) entre os Estados do Nordeste, o quinto entre os Estados do Brasil, enquanto Salvador, com 146 óbitos, detém a primeira posição entre as

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capitais do Nordeste e a terceira colocação entre as capitais do país (DENATRAN, 2007), principalmente devido aos atropelos de pedestres (56,2%). Os acidentes com vitimas não fatais atingiram preferencialmente condutores/passageiros (1.889), motociclistas (1.734) e pedestres (1.660). Entre os estados do país a Bahia ocupava o sétimo posto nesse tipo de acidente e a primeira posição entre os estados no Nordeste. Enquanto Salvador detinha a sexta posição entre as capitais em acidentes com vítimas não fatais (3.669) e o primeiro posto entre as capitais nordestinas. A Bahia também detém o primeiro lugar em número de acidentes de transportes com vítimas (6.068) entre os Estados do Nordeste e o sétimo lugar entre as unidades da federação. Salvador é a capital do Nordeste com maior número de acidentes de transportes com vitimas (3.003) e ocupa a quinta posição entre as capitais do país (DENATRAN, 2007). Segundo o DENATRAN, em 2005 dentre os 9.242 veículos envolvidos em acidentes no Estado 2.912 eram motocicletas, correspondendo, portanto a 31,5%. Do total de 7.533 acidentes fatais e não fatais 1.794 envolveram motocicleta (25,1%). Dentre os 7.145 acidentes não fatais 1.734 (24,3%) foram acidentes de transito sem vitimas fatais envolvendo motocicletas. Dos 388 acidentes com vitimas fatais 60 (15,5%) envolveu motocicleta. DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES E A MORBI-MORTALIDADE NAS RODOVIAS FEDERAIS LOCALIZADAS NA BAHIA. BAHIA, 2005. De acordo com a Policia Rodoviária Federal (10ª.SRPRVF/BA), em 2005, o número de acidentes nas rodovias federais chegou a 6.251, com 4.304 pessoas feridas e 493 mortas. No tocante à rodovia federal e o trecho em que mais se registra o acidente de trânsito no estado, foi detectado através de estudo dos dados fornecidos pelo sistema BR-BRASIL, que no trecho da rodovia BR 324, compreendido entre o Km 517 aos 627, (Salvador e Feira de Santana), são registrados cerca de 20,6% do total de acidentes, 13,6% dos feridos e 10,6% dos mortos registrados em toda a circunscrição da Policia Rodoviária Federal na Bahia. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, sobre Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras (10ª.SRPRVF/BA, 2007), indicou que os custos monetários dos acidentes apresenta os seguintes valores médios: Acidente sem vítima é de R$ 16.084,00, de Acidente com ferido : R$ 86.032,00, de Acidente com vítima fatal : R$ 418.341,00. Ainda segundo o IPEA, o Brasil perde anualmente R$ 22 bilhões com os acidentes de trânsito em rodovias/estradas, sendo R$ 6,5 bilhões apenas em rodovias/estradas federais. No período de 2005 ocorreram 582 acidentes envolvendo motocicletas nas rodovias federais na Bahia, correspondendo a 5,7% do total de acidentes. Apenas três das rodovias federais que cortam o solo baiano concentram mais de 79% do total de acidentes de transito e mais de 73% do total de óbitos registrados pela Policia Rodoviária Federal em 2005 (Tabela 1 e Figura 3).

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Tabela 1 – Distribuição dos acidentes de transito registrados pela Policia Rodoviária Federal. Bahia. 2005

COM FERIDOS COM ÓBITOS SEM VÍTIMA TOTAL

BR No. %

Feridos No. % Mortos No. % Sem

Vítimas No. %

116 398 21,4 117 29,7 1040 26,0 1555 24,9 101 639 34,3 109 27,7 1156 28,9 1904 30,5 324 368 19,8 63 16,0 1086 27,2 1517 24,3 242 138 7,4 35 8,9 250 6,3 423 6,8 407 83 4,5 21 5,3 118 3,0 222 3,6 110 83 4,5 14 3,6 137 3,4 234 3,7 20 19 1,0 12 3,0 29 0,7 60 1,0

367 47 2,5 12 3,0 81 2,0 140 2,2 418 15 0,8 3 0,8 15 0,4 33 0,5 605 29 1,6 3 0,8 37 0,9 69 1,1 135 20 1,1 2 0,5 21 0,5 43 0,7 349 3 0,2 2 0,5 1 0,0 6 0,1 330 8 0,4 1 0,3 14 0,4 23 0,4 10 2 0,1 0 0,0 0 0,0 2 0,0

118 0 0,0 0 0,0 1 0,0 1 0,0 410 9 0,5 0 0,0 9 0,2 18 0,3 446 1 0,1 0 0,0 0 0,0 1 0,0

TOTAL 1862 100,0 394 100,0 3995 100,0 6251 100,0

FONTE: Departamento de Policia Federal 10a.DPRF/BA/BR-BRASIL Figura 3 – Distribuição dos acidentes de transito registrados pela Policia Rodoviária Federal. Bahia. 2005

Rodovias Federais com maior número de acidentes de transportes, Bahia 2005.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

101

116

324

242

110

407

367

605

20

135

418

330

410

349

10

118

446

Rod

ovia

Fed

eral

(BR)

No.de AcidentesFonte: BR_BRASIL/10a.PRVF

FONTE: Departamento de Policia Federal 10a.DPRF/BA/BR-BRASIL

6

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Figura 4 - localização dos trechos de maior incidência de acidentes nas quatro principais Rodovias Federais que cortam o território baiano BR 324.

Distribuição do número de vítimas fatais e não-fatais de acidentes de transportes na Rodovia Federal BR 324 segundo o trecho (em Km). Bahia,

2008 (N=1.516)

0

10

20

30

40

50

60

0 17 35,4

54,5

78,7 104 137

168 199217

,7 240 273314

,4351

,537

3,6 400

43545

3,4472

,849

5,4 51553

0,154

8,156

5,158

1,3 597

612,5 62

5663

,268

1,6705

,5718

,573

2,375

1,2774

,2 79581

2,283

5,585

9,487

8,4909

,3936

,296

6,2

Trecho (Km)

Núm

ero

de v

ítim

as

FONTE: Departamento de Policia Federal 10a.DPRF/BA/BR-BRASIL Figura 5 - localização dos trechos de maior incidência de acidentes nas quatro principais Rodovias Federais que cortam o território baiano BR 242.

Distribuição do número de vítimas fatais e não-fatais de acidentes de transportes na Rodovia federal BR 242 segundo o trecho (Km). Bahia,

2008 (N=414)

0

1

2

3

4

5

6

0 1838,8 60,9 85,5

119,6 155 187

213,1

234,5 266

313,6

351,9 376 407

442,3 458

483,2 507 524

543,5

562,2 580

596,5

613,2

627,9

668,4

689,2

711,8

725,7 742 768

790,5 810

830,9

859,4 882 913

943,2

Trecho (Km)

Núm

ero

de V

ítim

as

FONTE: Departamento de Policia Federal 10a.DPRF/BA/BR-BRASIL

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Figura 6 - localização dos trechos de maior incidência de acidentes nas quatro principais Rodovias Federais que cortam o território baiano BR 101.

Ditsribuição do Número de Vítimas Fatais e Não-fatais de Acidentes de Transportes na Rodovia Federal BR 101 segundo o Trecho (Km). Bahia, 2005. (N=1.870)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

016

,7 35 53 77,5

102,5 13

316

5,119

6,1 21623

6,526

5,231

2,2 34837

0,139

4,8 42645

1,1 467

49051

1,6 525

54356

0,357

5,459

0,660

7,461

9,465

0,367

4,869

7,871

4,672

6,574

1,476

6,3 78580

5,182

1,485

0,386

5,989

0,891

9,894

6,5

Trecho (Km)

Núm

ero

de A

cide

ntes

FONTE: Departamento de Policia Federal 10a.DPRF/BA/BR-BRASIL Figura 7 - localização dos trechos de maior incidência de acidentes nas quatro principais Rodovias Federais que cortam o território baiano, BR 116.

Distribuição do número de vítimas fatais e não-fatais de acidentes na BR 116 segundo o trecho (Km). Bahia, 2008. (N=1.553)

0

5

10

15

20

25

30

0

20,5 42

64,6

95,5

130

166

202

222

256

298

346

372

401

441

458

485

511

527

548

568

585

605

619

655

680

707

723

740

767

790

811

836

862

889

923

952

Trecho (Km)

Núm

ero

de V

itim

as

FONTE: Departamento de Policia Federal 10a.DPRF/BA/BR-BRASIL

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BATALHÃO DA POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL (BPRV): A DISTRIBUIÇÃO DA MORBI-MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSPORTES NAS PRINCIPAIS RODOVIAS ESTADUAIS. BAHIA. 2007. Segundo dados apresentados pelo Batalhão da Policia Rodoviária Estadual (BPRv), órgão da Policia Militar da Bahia, em 2006, foram registrados 860 acidentes envolvendo 1.806 pessoas nas rodovias estaduais, das quais 157 (8,7%) foram a óbito e 1.569 (91,2%) ficaram feridas, sendo que as a colisões e os choques foram responsáveis pela maior parte do total das ocorrências (56,9%), os capotamentos, tombamentos por 24,5%, os atropelos por 12,3% e os outros tipos de acidentes por 6,3% do total. As colisões, os capotamentos e os atropelos foram os acidentes que provocaram a maior parte das vítimas fatais, respectivamente: 49,0%%, 22,3% e 13,4% do total. As rodovias estaduais BA-099 (Linha Verde/Estrada do Côco), a BA-001, BA-535, a BA-052, BA-522 e a BA-526 são as cinco vias onde ocorrem 52,8% dos acidentes de trânsito, sendo que entre essas somente a BA-099, é responsável por mais de 20,6%. Quanto ao dia da semana, a maior proporção dos acidentes ocorre aos domingos (23,7%), mas é nos fins-de-semana compreendido entre as sextas e as segundas-feiras que se acumulam a maior parte dos acidentes (68,3%). Quanto ao horário, 32,3% das ocorrências se dão entre 12 horas da manhã e 18 horas da noite. Entre as causas principais apontadas pelo BPRv estão: à falta de atenção (50,2%), o excesso de velocidade (16,3%) e a contra mão de direção (8,5%). De acordo com o DERBA, órgão que consolida os dados registrados pelo BPRv, em 2007, ocorreram nas rodovias sob a administração do Estado, 4.770 acidentes, vitimando envolvendo 2.777 vitimas, das quais 307 (11,0%) foram a óbito. A maior concentração da proporção de acidentes ocorre em rodovias situadas na RMS, no Sul, no Extremo Sul e Sudoeste do Estado. Em apenas quinze rodovias se acumulam 57,7% dos acidentes de transito no Estado e uma, a BA 99, é responsável por mais de ¼ do total de acidentes, por 16,3% das vítimas e quase 10% das vítimas fatais (Tabela 2). Tabela 2 - Distribuição proporcional de acidentes de transito, vitimas e óbitos nas quinze principais rodovias sob a administração do Estado. Bahia. 2007*

ACIDENTES DE TRÂNSITO VÍTIMAS ÓBITOS

RODOVIA (BA/BR) MACRO REGIAO No. % No. % No. %

BA 99 (Estr do Côco) LESTE 1212 25,4 452 16,3 30 9,8

BA 522 LESTE 295 6,2 106 3,8 4 1,3

BA 093 LESTE 287 6,0 122 4,4 17 5,5

BA 526 LESTE 271 5,7 75 2,7 4 1,3

BA 415 SUL-SUDOESTE 239 5,0 140 5,0 15 4,9

BA 535 LESTE 190 4,0 76 2,7 11 3,6

BA 01 SUL-EXTREMO SUL 186 3,9 190 6,8 9 2,9

BA 262 SUL-SUDOESTE 148 3,1 119 4,3 18 5,9

BA 290 SUL 148 3,1 114 4,1 11 3,6

BA 263 SUL-SUDOESTE 144 3,0 67 2,4 11 3,6

BA 528 LESTE 129 2,7 83 3,0 7 2,3

BA 523 LESTE 127 2,7 44 1,6 4 1,3

BA 052 CENTRO-NORTE 106 2,2 85 3,1 13 4,2

9

Page 10: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

BA 502 CENTRO-LESTE E LESTE 101 2,1 75 2,7 5 1,6

BR 520 LESTE-SUL 70 1,5 71 2,6 18 5,9

SUB-TOTAL 3653 76,6 1819 65,5 177 57,7

OUTRAS 1117 23,4 958 34,5 130 42,3

TOTAL 4770 100,0 2777 100,0 307 100,0 FONTE: DERBA *Dados preliminares sujeitos a alteração Pode-se observar na Figura 8 que a rodovia BA 99 concentra a maior proporção dos acidentes, das vítimas e dos óbitos. Nas demais rodovias há distintos padrões. Algumas rodovias apresentam alta proporção de acidentes, mas a proporção de acidentes com vítimas fatais é relativamente baixa (BA 522, BA 93 e BA 526); há outras rodovias em que a proporção de acidentes é baixa, mas a proporção de óbitos é relativamente alta (BA 093, BA 262, BA 263, BA 52, BR 520) e há rodovias em que ou não existe diferença entre proporção de acidentes, vítimas e óbitos (BA 415, BA 523, BA 502) ou a proporção de acidentes é alta, mas a proporção de vítimas e de óbitos também é baixa. Figura 8 – Distribuição proporcional de acidentes de transito, vitimas e óbitos nas quinze principais rodovias sob a administração do Estado. Bahia. 2007*

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

BA 99(Estr

doCôco)

BA522

BA093

BA526

BA415

BA535

BA 01 BA262

BA290

BA263

BA528

BA523

BA052

BA502

BR520

Proporção (% )

Rod

ovia

% ACIDS TRANSITO % VITIMAS % OBITOS

FONTE: DERBA

Fonte: DERBA *Dados preliminares sujeitos a alteração. A MORBI-MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO EM SALVADOR, SEGUNDO A SUPERINTENDÊNCIA DE ENGENHARIA DO TRÁFEGO DE SALVADOR TRANSALVADOR No âmbito urbano de Salvador, a Superintendência de Engenharia do Trafego da Prefeitura Municipal de Salvador (Transalvador/PMS) registrou no período de 2002 a 2006 o total 126.501 acidentes de trânsito envolvendo 31.767 pessoas, das quais 30.343 não-fatais e 1.424 fatais. Em 2005 ocorreram 26.595 acidentes envolvendo 6.255 pessoas das quais 6.010 foram vítimas não fatais e 245 foram a óbito. Entre as vítimas fatais a maioria (57%) era pedestre, em segundo lugar condutor (16%), em terceiro lugar passageiro de veículos (14%) e em quarto motociclista e ciclista (13%). As vias de tráfego de Salvador com maior freqüência de vítimas são, em ordem: Av Luis Viana (Av Paralela), Av Afrânio Peixoto (Av Suburbana), Av Antonio Carlos Magalhães (Av ACM) e Av Octávio Mangabeira (Orla) e a BR 324. Essas cinco vias

10

Page 11: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

concentraram 49,2% das vítimas, 13,4% das vítimas não fatais e 34,3% das vítimas fatais. No ano de 2006, em Salvador ocorreram 2.695 acidentes envolvendo motocicletas, dentre os quais 45 foram fatais (Tabela 3). Tabela 3 - DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES DE TRANSPORTES EM SALVADOR. 2006

Ferido Morto Sem lesão TOTAL Logradouro

No. % Coef.* No. % Coef.* No. % Coef.* No. % Coef.* Av Antônio Carlos Magalhães (Iguatemi) 227 3,9 7,8 4 1,5 0,1 3293 7,6 113,8 3524 7,1 121,8 Av Luís Viana (Paralela) 420 7,3 14,5 19 7,1 0,7 2979 6,8 103,0 3418 6,9 118,2 Av Octávio Mangabeira (Orla) 192 3,3 6,6 10 3,7 0,3 2494 5,7 86,2 2696 5,4 93,2 Av Tancredo Neves (Iguatemi) 82 1,4 2,8 2 0,7 0,1 1362 3,1 47,1 1446 2,9 50,0 Av Mário Leal Ferreira (Bonocô) 73 1,3 2,5 1 0,4 0,0 1352 3,1 46,7 1426 2,9 49,3 Não Identificado 796 13,8 27,5 28 10,5 1,0 582 1,3 20,1 1406 2,8 48,6 Av Afrânio Peixoto (Suburbana) 260 4,5 9,0 26 9,7 0,9 949 2,2 32,8 1235 2,5 42,7 Av Vasco da Gama 125 2,2 4,3 5 1,9 0,2 949 2,2 32,8 1079 2,2 37,3 Av Barros Reis 77 1,3 2,7 2 0,7 0,1 830 1,9 28,7 909 1,8 31,4 Av Juracy Magalhães Júnior 55 1,0 1,9 4 1,5 0,1 848 1,9 29,3 907 1,8 31,4 R Silveira Martins 101 1,8 3,5 2 0,7 0,1 633 1,5 21,9 736 1,5 25,4 Av Anita Garibaldi 47 0,8 1,6 4 1,5 0,1 683 1,6 23,6 734 1,5 25,4 Av Manoel Dias da Silva 54 0,9 1,9 5 1,9 0,2 639 1,5 22,1 698 1,4 24,1 Av Oceânica 70 1,2 2,4 2 0,7 0,1 546 1,3 18,9 618 1,2 21,4 Av Dorival Caymmi 85 1,5 2,9 1 0,4 0,0 438 1,0 15,1 524 1,1 18,1 Av Paulo VI 16 0,3 0,6 0 0,0 0,0 495 1,1 17,1 511 1,0 17,7 Av Centenário 46 0,8 1,6 1 0,4 0,0 421 1,0 14,6 468 0,9 16,2 Av General San Martin 43 0,7 1,5 4 1,5 0,1 363 0,8 12,5 410 0,8 14,2 Av Dom João VI 37 0,6 1,3 2 0,7 0,1 367 0,8 12,7 406 0,8 14,0 Av São Rafael 46 0,8 1,6 1 0,4 0,0 358 0,8 12,4 405 0,8 14,0 Av Aliomar Baleeiro 50 0,9 1,7 2 0,7 0,1 347 0,8 12,0 399 0,8 13,8 Av Jequitaia 37 0,6 1,3 1 0,4 0,0 361 0,8 12,5 399 0,8 13,8 Av Sete de Setembro 36 0,6 1,2 1 0,4 0,0 345 0,8 11,9 382 0,8 13,2 Av Heitor Dias 19 0,3 0,7 1 0,4 0,0 346 0,8 12,0 366 0,7 12,7 R São Cristóvão 33 0,6 1,1 1 0,4 0,0 327 0,8 11,3 361 0,7 12,5 Av Presidente Castelo Branco 26 0,5 0,9 2 0,7 0,1 326 0,7 11,3 354 0,7 12,2 Av da França 17 0,3 0,6 1 0,4 0,0 294 0,7 10,2 312 0,6 10,8 Largo do Tanque 40 0,7 1,4 3 1,1 0,1 266 0,6 9,2 309 0,6 10,7 Rodovia BR-324 151 2,6 5,2 36 13,5 1,2 112 0,3 3,9 299 0,6 10,3 Av Joana Angélica 50 0,9 1,7 0 0,0 0,0 242 0,6 8,4 292 0,6 10,1 Av Reitor Miguel Calmon 21 0,4 0,7 0 0,0 0,0 268 0,6 9,3 289 0,6 10,0 Estrada Campinas Pirajá 47 0,8 1,6 1 0,4 0,0 241 0,6 8,3 289 0,6 10,0 Av Luís Eduardo Magalhães 66 1,1 2,3 1 0,4 0,0 220 0,5 7,6 287 0,6 9,9 Av São Cristóvão 36 0,6 1,2 4 1,5 0,1 237 0,5 8,2 277 0,6 9,6 Demais Logradouros Salvador 2722 47,3 94,1 138 51,7 4,8 21240 48,8 734,3 24100 48,6 833,2 TOTAL Salvador 5749 100,0 198,7 267 100 9,2 43547 100,0 1505,4 49563 100,0 1713,4

FONTE: Transalvador/PMS * Coeficiente por 100.000 habitantes)

11

Page 12: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 9 – Distribuição dos acidentes de transportes nas principais vias. Salvador. 2006

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

Av Antô

nio C

arlos

Mag

alhãe

s (Igu

atemi)

Av Luís

Vian

a (Par

alela)

Av Octá

vio M

anga

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)

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Rodov

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24

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Estrad

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pinas

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Av Luís

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ardo

Mag

alhãe

s

Av São

Cris

tóvão

% Feridos % Óbitos % Sem Lesão % Total

Distribuição Proporcional dos Acidente de Transportes nas Principais Vias Urbanas (N=49.563). Salvador 2006

FONTE: SET/SETIN/PMS

FONTE: Transalvador/PMS A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA MORBIMORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSPORTE NA BAHIA No SUS, os órgãos responsáveis pelo monitoramento da morbidade e mortalidade por violências e acidentes é a rede de vigilância epidemiológica (VIVA), constituída pela Secretaria de Vigilância Epidemiológica SVS (MS), no âmbito federal, pela DIVEP, as Diretoria de Vigilância Epidemiológica DIVEP e pelas 31 Diretorias Regionais de Saúde DIRES (SES-BA) no âmbito Estadual e em cada um dos 417 municípios do estado pela Vigilância Epidemiológica das respectivas Secretarias Municipais de Saúde SMS. As principais fontes para o monitoramento desses agravos são os sistemas de informação do SUS: o Sistema de Informação de Mortalidade SIM que se baseia nas declarações de óbito D.O, o Sistema de Internação Hospitalar SIH que usa a Autorização de Internação Hospitalar AIH e o Sistema Nacional de Agravos Notificáveis SINAN, através do preenchimento das fichas de notificação e investigação de agravos. De acordo com o SIM (DATASUS, 2009 e DIS/SESAB, 2009), em treze anos (1996 a 2008), morreram 18.582 pessoas devido aos acidentes de transportes, significando quase 3,0% do total de óbitos ocorridos no Estado no período e, constituindo-se na segunda causa de morte dentro do grupo das causas externas (Figura 10). No mesmo período houve uma elevação de

12

Page 13: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

77,4% no número de óbitos por essa causa, passando de 1.179 em 1996 para 2.0921 em 2007. Em nosso Estado acontecem anualmente 1.429 óbitos por acidentes de transportes significando, em média, 120 óbitos por mês e 4 óbitos por dia. Portanto, a cada oito horas uma pessoa é vitima fatal de algum tipo de acidente de transporte no Estado. Figura 10 – Evolução do número e coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes – Bahia 1996-2008* (por 100.000 hab.)

1179 13

25

1032

1061 12

06

1254

1365

1320

1334

1771

1861 20

92

1782

9,410,4 10,2 9,8

14,913,3

12,8

9,89,59,28,28,0

12,3

0

500

1000

1500

2000

2500

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007* 2008*0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

No. Coef.

Fonte: SIM/DATASUS/ e DIS/SESAB * Os dados referente a 2006 ainda é preliminar 20/03/2007. Desde 1996, apesar da publicação e implementação do novo Código de Trânsito Brasileiro-CTB, (Lei 9.503 de 22/01/1998) e da Lei “Seca” (Lei 11.705) de 19/06/2008, o coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes tem se elevado cerca 50 vitimas fatais a cada ano, motociclistas: 19 óbito/ano e ocupantes de veículos: 21 óbitos/ano, em média. Além disso, o risco tem variado amplamente quando se considera a classe social, o gênero, a cor da pele, as faixas etárias e o local de residência. O monitoramento da evolução dos coeficientes de mortalidade por esse tipo de morte entre os anos de 1996 a 2008 (Figura 10), permite observar que houve um período de estabilização com altas taxas entre 1996 e 2004 (média=9,3/100.000 hab.), a partir dai eleva-se para um novo patamar de altas taxas até 2007 (média de 13,1/100.000 hab.), quando o número de óbitos anuais salta abruptamente de 1.334 (2004) para 2.092 óbitos (2007), ou seja, um crescimento recorde de mais 56 óbitos por ano (Coeficiente de mortalidade de 14,9/100 mil hab.).

Os tipos de acidentes de transportes que mais matam Proporcionalmente, os quatro principais subtipos de acidentes de transportes que tem causado maior número de vítimas fatais em nosso Estado são, por ordem, os que envolvem ocupantes/condutores de veículos de quatro rodas (colisões, abalroamentos, tombamentos e quedas de carros, caminhões, ônibus) 40,4%; em segundo lugar os acidentes envolvendo pedestres (principalmente atropelos) com 23,5%; em terceiro os outros acidentes de transportes envolvendo animais, barcos, trens aviões etc. e em quarto lugar os acidentes envolvendo motocicletas, bicicletas e triciclos 14,8% O acidente de transportes terrestres cujo

1 Dados preliminares sujeitos a alteração pela DIS/SESAB (16-05-2009).

13

Page 14: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

tipo não foi possível identificar o tipo ocupa a terceira posição, 396 (18,9%), comprometendo assim a analise (Figura 8).

Figura 15 - Distribuição dos óbitos por tipo de acidentes de transportes. Bahia, 2007*

772

492

396

310

40

31

15

11

10

8

5

2

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

Ocupante automovel

Pedestre

Transportes terrestres não identif

Motocicleta

Bicicleta

Veiculo de Transporte Pesado

Transportes não identificados

Transportes maritimos

Transportes aereos

Onibus

Ocupante Caminhonete

Triciclo

No.Obitos

36,9%

23,5%

18,9%

14,8%

0,2%

0,4%

0,5%

0,5%

0,7%

1,5%

1,9%

0,1%

FONTE: DIS/SESAB *Dados de 2007 são preliminares sujeitos a alteração.

Principais grupos de risco A probabilidade ou o risco de morrer por acidentes de transportes (medido pelo coeficiente ou proporção) é maior para as crianças, adolescente e jovem do sexo masculino, negros com menor escolaridade e qualificação profissional, residentes nos bairros mais pobres dos centros urbanos dos maiores municípios. O coeficiente médio de mortalidade por essa causa no período de 1998 a 2008 foi de 10,7 por 100 mil habitantes, variando por faixa etária de 2,2 a 16,5/100.000 hab. (Figura 10), sendo que as pessoas com idade acima de 20 anos são as que estão submetidas aos maiores riscos de morte por acidentes de transportes em nosso Estado (Tabelas 4 a 6), O coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes para os homens (24,7/100.000 hab) é cinco vezes maior que a taxa encontrada para as mulheres (5,2/100.000 hab.). Enquanto que o risco de morrer por acidentes de transportes para os homens aumenta dramaticamente a partir dos 15 anos de idade, para as mulheres o risco se eleva nas faixas etárias de 40 a 79 anos (Tabela 4). É preocupante o elevado número de óbitos de crianças e adolescentes (272 óbitos e Coeficiente de 5 óbitos para cada 100 mil hab.), por atropelos, quedas e devido às colisões. Em quatro municípios não foram registrados óbitos por acidentes de transportes (Tabelas 5 e 6).

14

Page 15: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Tabela 4 – Distribuição dos óbitos por acidentes de transportes segundo a faixa etária e o sexo. Bahia, 2007* (por 100.000 hab.)

MASCULINO FEMININO TOTAL FAIXA ETARIA POP No. % Coef. POP No. % Coef. No. % Coef.

0 a 4 anos 701.860 25 1,5 3,6 678.022 12 3,2 1,8 37 1,8 2,7 5 a 9 anos 667.793 31 1,8 4,6 648.929 19 5,1 2,9 50 2,4 3,8 10 a 14 anos 662.205 28 1,6 4,2 639.726 15 4,1 2,3 43 2,1 3,3 15 a 19 anos 701.043 113 6,6 16,1 674.028 29 7,8 4,3 142 6,8 10,3 20 a 29 anos 1.425.063 473 27,5 33,2 1.401.117 70 18,9 5,0 543 26,0 19,2 30 a 39 anos 974.548 366 21,3 37,6 1.017.187 70 18,9 6,9 436 20,8 21,9 40 a 49 anos 749.173 284 16,5 37,9 801.056 47 12,7 5,9 331 15,8 21,4 50 a 59 anos 505.077 198 11,5 39,2 547.847 25 6,8 4,6 223 10,7 21,2 60 a 69 anos 316.029 105 6,1 33,2 366.736 39 10,5 10,6 144 6,9 21,1 70 a 79 anos 177.615 52 3,0 29,3 220.250 22 5,9 10,0 74 3,5 18,6 80 anos e mais 91.448 18 1,0 19,7 117.019 17 4,6 14,5 35 1,7 16,8 Ignorado 26 1,5 0,0 5 1,4 0,0 34 1,6 2,0 Total 6.971.854 1.719 100,0 24,7 7.111.917 370 100,0 5,2 2.092 100,0 14,9

FONTE: DIS/SESAB * Os dados de 2007 são preliminares sujeitos a alteração.

O risco para cada faixa etária também varia de acordo com o tipo do acidente de transporte. Para as crianças há um risco maior de óbitos por atropelo e devido aos acidentes dentro do veículo como passageiro. Para os adolescentes (15 a 19 anos de idade) o risco de morte é maior nos acidente de transportes como ocupantes ou como passageiros (colisão, tombamentos), é alto também o risco de morrer por atropelos como pedestres e como condutores ou passageiros de motocicletas. Entre adultos jovens (20 a 39 anos de idade) o tipo de acidentes de transporte que representa o maior risco de óbito é o que envolve-os como ocupante de automóveis, provavelmente mais como condutores que como passageiros. Para os adultos e para os idosos (acima de 60 anos de idade) o maior risco de morte é constituído pelos atropelos e como ocupantes de automóveis, provavelmente mais como passageiros que como condutores (Figuras 11 e 12). Tabela 5 – Distribuição dos óbitos por acidentes de transportes segundo a faixa etária e os principais tipos veículos. Bahia, 2007* (por 100.000 hab.).

No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef.0 a 14 anos 50 1,3 2 0,1 7 0,2 0 0,0 47 1,2 0 0,0 1 0,0 0 0,0 19 0,5 3 0,1 0 0,0 1 0,0 130 3,315 a 19 anos 27 2,0 3 0,2 29 2,1 0 0,0 49 3,6 0 0,0 2 0,1 0 0,0 31 2,3 0 0,0 0 0,0 1 0,1 142 10,320 a 39 anos 156 3,2 18 0,4 217 4,5 0 0,0 370 7,7 4 0,1 11 0,2 8 0,2 181 3,8 5 0,1 4 0,1 5 0,1 979 20,340 a 59 anos 132 5,1 11 0,4 51 2,0 0 0,0 220 8,5 1 0,0 12 0,5 0 0,0 116 4,5 2 0,1 3 0,1 6 0,2 554 21,3Mais 60 anos 103 8,0 6 0,5 5 0,4 2 0,2 82 6,4 0 0,0 5 0,4 0 0,0 44 3,4 1 0,1 3 0,2 2 0,2 253 19,6Ign 24 0,0 0 0,0 1 0,0 0 0,0 4 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 34 0,0Total 492 3,5 40 0,3 310 2,2 2 0,0 772 5,5 5 0,0 31 0,2 8 0,1 396 2,8 11 0,1 10 0,1 15 0,1 2092 14,9

TOTAL ACID TRANSPORTE

S

Faixa etária

Outros transp terrestres

Transportes maritimos

Transportes aereos

Outros acid transportes não especif

Ocupante automovel

Ocupante Caminhonete

Veiculo transporte

pesadoOnibusPedestre Bicicleta Motociclista Triciclo

FONTE: DIS/SESAB * Os dados de 2007 são preliminares sujeitos a alteração. Tabela 6 – Distribuição dos óbitos por acidentes de transportes segundo a faixa etária e os principais tipos veículos. Bahia, 2008* (por 100.000 hab.).

No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef.0 a 14 ANOS 32 0,8 2 0,0 3 0,1 0 0,0 37 0,9 0 0,0 0 0,0 2 0,0 20 0,5 96 2,415 a 19 anos 15 1,1 1 0,1 37 2,7 0 0,0 49 3,6 0 0,0 1 0,1 1 0,1 33 2,4 137 10,020 a 39 anos 89 1,8 16 0,3 156 3,1 1 0,0 354 7,1 1 0,0 12 0,2 3 0,1 189 3,8 821 16,540 a 59 anos 100 3,7 15 0,6 41 1,5 1 0,0 214 7,8 3 0,1 5 0,2 0 0,0 101 3,7 480 17,6>60 anos 75 5,5 5 0,4 11 0,8 1 0,1 82 6,0 0 0,0 3 0,2 0 0,0 50 3,7 227 16,7Ign 9 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 6 0 21 0Total 320 2,2 39 0,3 248 1,7 3 0,0 742 5,1 4 0,0 21 0,1 6 0,0 399 2,8 1782 12,3

OUTROS TRANSPORTES ESPECIF E NE

ACIDENTES TOTAL

ACIDENTES ENVOLVENDO

OCUPANTES DE AUTOMOVEL

ACIDENTES ENVOLVENDO OCUPANTE DE CAMINHONETE

ACIDENTES ENVOLVENDO

VEICULOS TRANSPORTE

PESADO

ACIDENTES ENVOLVENDO

ONIBUS

ATROPELOS DE PEDESTRES

ACIDENTES ENVOLVENDO CICICLISTAS

ACIDENTES ENVOLVENDO

MOTOCICLISTAS

ACIDENTES ENVOLVENDO

TRICICLOS

FONTE: DIS/SESAB * Os dados de 2008 são preliminares sujeitos a alteração.

Os negros (pretos e pardos) estão submetidos a maior risco de morrer por acidentes de transportes que os não negros (Figura13). O coeficiente de mortalidade por acidentes de

15

Page 16: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

transportes para a população negra é 10 vezes maior que o coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes da população branca. Os negros apresentam um risco 14 vezes maior que os brancos de morrerem de atropelos; 10 vezes maior de morrerem de acidentes envolvendo motocicletas e 7 vezes maior de morrerem de acidentes de transportes com ocupantes de automóveis (como condutor ou passageiro). Figura 11 – Distribuição de Coeficientes de Mortalidade por Acidentes de Transportes de Pedestres, Ocupantes de Automóveis e Motociclistas segundo a Faixa Etária – Bahia 2007* (por 100.000 hab.)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

0 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 39 anos 40 a 59 anos Mais 60 anos

Pedestre Motociclista Ocupante automovel

FONTE: DIS/SESAB *Dados de 2007 são preliminares sujeitos a alteração

Figura 12 – Distribuição de Coeficientes de Mortalidade por Acidentes de Transportes de Pedestres, Ocupantes de Automóveis e Motociclistas segundo a Faixa Etária – Bahia 2008* (por 100.000 hab.)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

0 a 14 ANOS 15 a 19 anos 20 a 39 anos 40 a 59 anos >60 anos

Coe

f.de

Mor

talid

ade

(por

100

.000

hab

.)

PEDESTRES MOTOCICLISTAS OCUPANTE AUTOMOVEL

FONTE: DIS/SESAB *Dados de 2008 são preliminares sujeitos a alteração

16

Page 17: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 13 – Distribuição do coeficiente de mortalidade por principais acidentes de transportes segundo a cor – Bahia 2006 (100.000 hab.)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Branca Negra Indigena/Amarelo

Coe

f.de

Mor

talid

ade(

100.

000

hab.

)

Pedestre Motociclista Ocup automóvel FONTE: Datasus/SESAB Quando se considera os óbitos por acidentes de transportes em geral a maior proporção é encontrada para as pessoas com anos de estudo equivalentes a segunda etapa do ensino fundamental e ao nível médio (entre 4 a 11 anos de estudo). Entretanto a análise por tipo de acidente de transportes mostra probabilidade de risco diferenciado (Figura 14). Os atropelos vitimizam proporcionalmente mais as pessoas com nenhum ou com menos de 4 anos de estudos. Os acidentes com ocupantes de automóveis (condutor/passageiro) vitimizam proporcionalmente mais as pessoas com mais de 12 anos de estudo, embora o risco de morte para as pessoas com mais de 4 anos e menos de 11 anos de estudo também seja bastante alto.

50,0

Figura 14 – Distribuição proporcional dos óbitos por principais* acidentes de transportes segundo os anos de estudo – Ba ia 2006

h

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Nenhuma 1 a 3 anosde estudo

4 a 7 anosde estudo

8 a 11 anosde estudo

12 anos emais deestudo

Ignorado

Prop

orçã

o (%

)

Pedestre Motociclista Ocup automóvel

FONTE: DIS/SESAB * maior freqüência de óbitos.

17

Page 18: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

A evolução e tendência de crescimento dos óbitos por acidentes de transportes O risco de morrer por acidentes de transportes como motocicletas foi os que mais cresceu na Bahia no período de 2000 a 2008*. Enquanto o coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes cresceu 1,8 vezes, passando de 8,0 para 14,7/100.000 hab. O coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes envolvendo ocupantes de automóveis cresceu 2,4 vezes, passando de 2,3 a 5,5/100.000 hab. e o coeficiente de mortalidade por atropelos de pedestres cresceu 1,6 vezes e passou de 2,2 a 3,5/100.000 hab, no mesmo período o coeficiente de mortalidade por acidente de motocicletas passou de 0,2 para 2,2 por 100.000 hab em 2007*, crescendo assim 11 vezes (Figuras 16 a 18). Figura 16 - Evolução dos coeficientes de mortalidade por acidentes de transportes envolvendo motocicletas. Bahia, 1996 a 2008*

.. V20-V29 Motociclista traumatizado acid transp

0,1 0,10,2

0,4

0,7 0,7

1,3 1,31,2

2,0

1,7

2,2

1,7

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

CM1996

CM1997

CM1998

CM1999

CM2000

CM2001

CM2002

CM2003

CM2004

CM2005

CM2006

CM2007

CM2008

Fonte: DIS/SESAB, DATASUS Figura 17 – Evolução de Coeficientes de Mortalidade por Atropelo de Pedestres – Bahia 1996 a 2008* (por 100.000 hab.)

.. V01-V09 Pedestre traumatizado acid transporte

2,5 2,3 2,2 2,12,3

2,62,9

2,5 2,4

3,6 3,4 3,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

Coe

f.de

Mor

talid

ade

por A

trope

lo (p

or 1

00.0

00 h

ab.)

Fonte: DIS/SESAB, DATASUS

18

Page 19: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 18 – Evolução de Coeficientes de Mortalidade por Atropelo de Pedestres – Bahia 1996 a 2008* (por 100.000 hab.)

.. V40-V49 Ocup automóvel traumatiz acid transp

3,9

2,5 2,3

3,0

4,14,7

4,44,0

4,4 4,2 4,2

5,5

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

Coe

f.de

Mor

talid

ade

(por

100

.000

hab

.)

Fonte: DIS/SESAB, DATASUS A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E A CONCENTRAÇÃO GEOGRÁFICA DO RISCO DE ACIDENTES DE TRANSPORTES Em 2007 (dados ainda preliminares), ocorreram 2.092 óbitos por acidentes de transportes e o coeficiente geral de mortalidade por acidentes de transportes, que mede o risco por esse tipo de evento, foi de 14,9 por 100 mil habitantes (o maior coeficiente do período estudado). Os três grupos que mais provocaram vítimas fatais foram os que envolveram ocupantes de automóveis 772 (36,9%), os acidentes envolvendo pedestres 492 (23,5%) e os acidentes envolvendo motociclistas 310 (14,8%). O coeficiente de mortalidade entre os municípios variou muito, mas deve-se considerar o efeito da flutuação aleatória sobre as taxas em pequenas áreas (“small areas”). Nesse ano o menor coeficiente bruto de mortalidade por acidente de transportes encontrado foi 2,8 (Sento Sé) e o maior foi 87,0 por 100 mil habitantes (Maiquinique). Em setenta e nove municípios não foram registrados óbitos por acidentes de transportes. O mapeamento dos coeficientes de mortalidade por acidentes de transportes permite verificar a distribuição, o espalhamento e a tendência do risco para esse tipo de causa enquanto a análise de aglomeração fornece a concentração de risco em determinada áreas permitindo planejar a investigação epidemiológica e direcionar as ações de promoção, prevenção e intervenção. Quando agrupamos os municípios segundo a população (menor de 50 mil habitantes, maior 50 e menor 80 mil habitantes e maior que 80 mil habitantes) observamos que a freqüência das mortes devido aos acidentes com motocicletas e com ocupantes de veículos (condutores e passageiros) é maior nos municípios menos populosos e mais pobres que nos municípios mais populosos e mais ricos. Nos municípios maiores, ou seja, com população acima de 80 mil habitantes, o óbito por atropelo de pedestre supera o óbito devido aos acidentes com ocupantes de automóveis (Tabela 7).

19

Page 20: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

20

População 2007

Frota Veiculos

2007

Frota de Automóveis

Frota de Motocicletas

No. No. No. No. No.

Tabela 7 – Distribuição dos óbitos e coeficientes por acidentes de transportes segundo os principais tipos e municípios por faixa de população – Bahia 2007*

Coef.Hab. Coef./Veic No. Coef.Hab. Coef./Vei

c No. Coef.Hab. Coef./Veic

MUN <50 MIL HAB 376 6.859.060 397.563 133.775 155.090 165 2,4 4,2 150 2,2 3,8 365 5,3 9,2MUN >50 MIL E <80 MIL 22 1.359.521 164.975 59.780 63.271 27 0,4 0,7 39 0,6 1,0 74 1,1 1,9MUN >80 MIL HAB 19 5.865.129 1.030.082 628.856 174.785 260 3,8 6,5 95 1,4 2,4 222 3,2 5,6BAHIA 417 14.083.710 1.592.620 822.411 393.146 452 6,6 11,4 284 4,1 7,1 661 9,6 16,6

ATROPELO PEDESTRE

ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOCICLETA

ACIDENTES OCUP AUTOMOVELMUNICIPIOS

POPULAÇÃO N

Fonte: DIS/SESAB, DATASUS, DENATRAN * Dados de mortalidade preliminares sujeitos a alteração. Na Tabela 12, é apresentado o número, proporção e coeficientes de mortalidade de vítimas de acidentes de transportes total e envolvendo ocupantes de automóveis (condutor/passageiro), pedestres (atropelos), motociclistas ocorridos em 2007 e acumulado no período de 1996 a 2008* segundo os vinte municípios do Estado da Bahia que apresentaram o maior número de óbito por acidentes de transportes. É apresentado também a frota total de veículos, de automóveis e de motocicletas e o índice de motorização que mede a quantidade de veículos por habitantes, baseados em dados do DENATRAN (2007).

Page 21: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

21

Tabela 8 – Distribuição dos óbitos por acidentes de transportes e da frota de veículos nos 25 municípios com maior freqüência de acidentes no período de 1996 a 2007*. Bahia. (por 100.000 hab.)

Fonte: SIM/DIS/SESAB, DATASUS * Dados preliminares sujeito a alteração (30/06/2009). Taxa de motorização = Frota automóveis*100/população.

ACIDENTES DE

TRANSPORTES 2007

COEF.DE

MORTALIDADE 2007

ACIDENTES DE

TRANSPORTES 1996-

2007

COEF.DE MORTALIDADE 1996-

2007

FROTA DE VEICULOS

2007

FROTA DE AUTOMOVEIS 2007

FROTA DE MOTOCICLE

TAS 2007

No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. Coef. No. No. No.SALVADOR 1 LESTE 2754950 126 4,6 55 2,0 41 1,5 78 2,8 301 10,9 1917 6,4 508793 378240 47419 18,5VITÓRIA DA CONQUISTA 20 SUDOESTE 294203 10 3,4 38 12,9 3 1,0 7 2,4 58 19,7 660 20,5 49085 24553 10102 16,7FEIRA DE SANTANA 2 CENTRO-LESTE 544113 21 3,9 25 4,6 8 1,5 9 1,7 63 11,6 541 9,1 112728 57182 25973 20,7ITABUNA 7 SUL 206339 15 7,3 24 11,6 2 1,0 7 3,4 48 23,3 458 19,6 35089 18939 7541 17,0JUAZEIRO 15 NORTE 213394 2 0,9 13 6,1 5 2,3 8 3,7 28 13,1 404 17,6 36389 15289 10204 17,1ILHÉUS 6 SUL 220750 13 5,9 9 4,1 1 0,5 4 1,8 27 12,2 343 12,4 16584 9833 3020 7,5TEIXEIRA DE FREITAS 9 EXTREMO-SUL 125984 8 6,4 20 15,9 0 0,0 7 5,6 34 27,0 318 23,7 20486 8278 6063 16,3JEQUIÉ 13 SUL 149262 6 4,0 4 2,7 4 2,7 11 7,4 25 16,7 277 14,8 24942 9928 9143 16,7EUNÁPOLIS 8 EXTREMO-SUL 95627 3 3,1 11 11,5 1 1,0 5 5,2 20 20,9 283 26,1 16945 6326 5539 17,7PORTO SEGURO 8 EXTREMO-SUL 147485 7 4,7 5 3,4 2 1,4 4 2,7 18 12,2 236 19,0 16109 6366 5078 10,9CAMAÇARI 1 LESTE 202498 15 7,4 6 3,0 15 7,4 13 6,4 49 24,2 217 10,7 31484 15911 6889 15,5ITAMARAJU 9 EXTREMO-SUL 64005 2 3,1 6 9,4 0 0,0 8 12,5 16 25,0 204 26,8 7344 2578 2727 11,5BARREIRAS 25 OESTE 141781 0 0,0 5 3,5 0 0,0 3 2,1 8 5,6 180 11,9 29690 11030 8810 20,9GUANAMBI 30 SUDOESTE 76928 1 1,3 10 13,0 2 2,6 6 7,8 19 24,7 171 19,6 17973 5196 8104 23,4ALAGOINHAS 3 NORDESTE 141288 7 5,0 11 7,8 2 1,4 1 0,7 21 14,9 162 10,2 21565 11553 4966 15,3JACOBINA 16 CENTRO-NORTE 76472 2 2,6 9 11,8 3 3,9 1 1,3 15 19,6 151 15,5 11862 4835 4076 15,5PAULO AFONSO 10 NORTE 104877 3 2,9 1 1,0 6 5,7 1 1,0 11 10,5 144 12,1 25314 12197 8177 24,1SANTO ANTÔNIO DE JESUS 4 LESTE 88423 1 1,1 1 1,1 7 7,9 5 5,7 14 15,8 141 14,6 21492 8916 7247 24,3VALENÇA 5 SUL 86476 8 9,3 4 4,6 0 0,0 3 3,5 15 17,3 136 14,0 8530 3561 2235 9,9SENHOR DO BONFIM 28 NORTE 54414 0 0,0 9 16,5 1 1,8 0 0,0 10 18,4 136 16,4 9650 4553 2875 17,7LAURO DE FREITAS 1 LESTE 151075 10 6,6 1 0,7 1 0,7 3 2,0 15 9,9 131 8,9 30466 19375 3289 20,2ITABERABA 18 CENTRO-LESTE 63353 1 1,6 2 3,2 1 1,6 12 18,9 16 25,3 109 15,2 8545 2488 3691 13,5BRUMADO 19 SUDOESTE 65481 0 0,0 3 4,6 4 6,1 2 3,1 9 13,7 116 15,2 14483 4865 5803 22,1SIMÕES FILHO 1 LESTE 112328 4 3,6 6 5,3 1 0,9 3 2,7 14 12,5 108 9,5 14375 6429 1611 12,8POÇÕES 20 SUDOESTE 49619 1 2,0 7 14,1 0 0,0 1 2,0 10 20,2 104 19,4 3747 1427 1085 7,6PRINCIPAIS MUNICPIOS 6231125 266 4,3 285 4,6 110 1,8 202 3,2 864 13,9 7647 4,8 1093670 649848 201667 17,6DEMAIS MUNICIPIOS 7852585 205 2,6 418 5,3 198 2,5 278 3,5 1103 14,0 8639 5,4 498950 172563 191479 6,4BAHIA 14083710 471 3,3 703 5,0 308 2,2 480 3,4 1967 14,0 16286 10,2 1592620 822411 393146 11,3

TAXA DEMOTORIZ

AÇÃO 2007

ATROPELOS

PEDESTRES

OCUPANTES DE

AUTOMOVEIS

ACIDENTES COM

MOTOCICLISTAS

ACIDENTES DEMAIS TIPOS DE

TRANSPORTES

DIRESMunicipio Macro região população 2007

Page 22: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

A Mortalidade por Acidentes de Transportes nas áreas de abrangência das DIRES e municípios baianos Figura 19 – Distribuição do coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes (atropelo de pedestres, ocupantes de automóveis e Motociclistas), segundo a Diretoria Regional de Saúde DIRES – Bahia 2007*

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

DIRES 09

Teixeir

a de F

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DIRES 28

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DIRES 19

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DIRES 17

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DIRES 20

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DIRES 08

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DIRES 24

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DIRES 07

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na

DIRES 29

Amarg

osa

DIRES 31

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lmas

DIRES 30

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DIRES 14

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DIRES 16

Jaco

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DIRES 03

Alagoin

has

DIRES 05

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du

DIRES 02

Feira d

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tana

DIRES 06

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DIRES 23

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DIRES 26

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a Vitó

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DIRES 13

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DIRES 18

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DIRES 15

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DIRES 12

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a

DIRES 04

Santo

Antônio

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sus

DIRES 21

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DIRES 25

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DIRES 11

Cíce

ro Dan

tas

DIRES 10

Paulo

Afonso

DIRES 27

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DIRES 01

Salvad

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DIRES 22

Iboti

rama

Coe

f.de

Mor

talid

ade(

por 1

00.0

00 h

ab.)

PEDESTRE MOTOCICLETA OCUPANTE AUTOMOVEL

Deve-se ressaltar que alguns dos altos coeficientes brutos encontrados não representam risco real, mas apenas variação aleatória decorrente do efeito da população pequena (“small áreas”) desses municípios (exemplo: Ibiquera, Apuarema). Para corrigir parcialmente esse problema suavizou-se a taxa bruta correspondente a 1996-2008 utilizando o método Bayesiano Empírico (BE) proposto por Marshall (1997), obtendo-se os coeficientes. 2,6 a 29 por 100 mil habitantes. As Figuras 14 a 17 mostram a distribuição espacial dos coeficientes de mortalidade por acidentes de transportes brutos no período 1996-2008*. Apesar do aspecto de mosaico é possível observar-se em certas macrorregiões padrões de concentração de óbitos de residentes maior que em outras. Na Figura 14, na região litorânea do Estado percebe-se áreas de maior concentração ou de excesso de risco em quase todos os municípios da macrorregião do sul e extremo sul principalmente ao longo da BR-101 (Todos municípios: de Mucuri até Belmonte), Sul (Itabuna, Ilhéus, Buerarema, São José da Vitória, Jussari, Canavieiras, Mascote). Na região Oeste e Sudoeste (microregiões de Brumado, Guanambi e Vitória da Conquista), parte do Centro-leste, na Bacia do Rio Paraguaçu (Itaberaba, Santo Estevão, Ruy Barbosa, Andaraí, Lençóis, Abaira, Piatã, Nova Itarana, Brejões, Planaltino), Região Oeste (microregião de Barreiras), Na Região Norte, especialmente na fronteira com Pernambuco e Piauí (Maior parte da Região de Juazeiro) e na Região Nordeste (inclui todos os municípios da microregião de Alagoinhas).

22

Page 23: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

A distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por acidentes envolvendo motocicletas parece seguir um padrão espacial diferente dos demais tipos de acidentes de transportes, como mostra o mapa (Figura 17), o risco tem se concentrado mais no interior do Estado, região semi-árida e em geral nos municípios menores, com população pequena. A análise espacial também confirma o já demonstrado anteriormente, ou seja, nos grandes municípios predomina maior risco de óbitos para os ocupantes de automóveis e para pedestres principalmente devidos aos atropelos enquanto o risco de óbito devido aos acidentes com motos são relativamente baixo (Figura 13). Figura 20 – Distribuição do coeficiente de mortalidade por acidente de transportes envolvendo pedestres, ocupantes de automóveis e motociclistas nos vinte e cinco municípios que apresentaram maior prevalência de óbitos por acidentes de transportes (Tabela 12). Bahia, 2007.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

SALVA

DOR

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f.de

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(por

100

.000

hab

.)

ATROPELOS PEDESTRES OCUPANTES DE AUTOMOVEIS ACIDENTES COM MOTOCICLISTAS

Os óbitos devido a atropelo de pedestres Em 2007 mais de 121 (29,0%) municípios baianos apresentaram coeficientes de mortalidade por atropelo de pedestre acima da média encontrada para o Estado como um todo (3,3 por 100 mil habitantes), concentrando 92,6% de todos os óbitos por esse tipo de acidente ocorrido no Estado no período (Vide Relação desses municípios no Anexo ....). Nesses municípios o coeficiente variou de 3,4 (Pojuca, São Gonçalo dos Campos e Vitória da Conquista) até 49,5 por 100.000 hab. (em São José da Vitória). Conforme mostrado na Tabela 7, nos grandes municípios com população acima de 80 mil o risco de morrer por atropelos (3,8/100.000 hab.) é 58,3% maior que no conjunto dos pequenos municípios com população abaixo de 50 mil habitantes (2,4/100.000 hab.). Comparando-se os vinte e cinco municípios com maior freqüência de morte por acidentes de transporte no período de 1996 a 2007 pode-se observar (Tabela 12) que o risco de morrer, medido pelo coeficiente de mortalidade para esse tipo de agravo é maior em Salvador, Ilhéus,

23

Page 24: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Jequié, Porto Seguro, e Valença e é bastante elevado em Itabuna, Teixeira de Freitas, Camaçarí e Alagoinhas. Os óbitos devido ao acidente com o condutor e/ou passageiro de automóveis O risco de morrer por colisão, abalroamentos, tombamentos é maior nos municípios com população abaixo de 50 mil habitantes que nos municípios maiores. O coeficiente de mortalidade por acidentes de trânsito envolvendo ocupantes de automóveis nos pequenos municípios (5,3/100.000 hab.) foi 65,6% maior que nos municípios mais populosos (3,2/100.000 hab.). Selecionando-se os vinte e cinco municípios com maior freqüência de óbitos no período 1996 a 2007 (Tabela 12), pode-se observar que o maior risco de óbito devido aos acidentes de transportes envolvendo ocupantes de automóveis (condutor/passageiro) foi encontrado em Vitória da Conquista, Feira de Santana, Itabuna, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Eunápolis, Itamaraju, Barreiras, Guanambi, Alagoinhas, Jacobina, Senhor do Bomfim, Itaberaba, Simões Filho e Poções (Figura 13). Nesse mesmo ano, mais de 157 (37,6%) municípios baianos apresentaram coeficientes de mortalidade por acidentes de transportes envolvendo condutores e/ou passageiros acima da média encontrada (>5,0 por 100 mil habitantes) para o Estado como um todo, concentrando 74,8% de todos os óbitos por esse tipo de acidentes ocorridos no Estado no período. Nesses municípios o coeficiente variou de 5,1 (Baixa Grande e Bom Jesus da Lapa) até 71,6 por 100.000 hab (em Itapebi). No Anexo... são mostrados os municípios com os maiores coeficientes de mortalidade por esses agravos. Os óbitos devido ao acidente envolvendo motocicletas O risco de morrer por acidentes de trânsito envolvendo motocicletas é maior nos municípios como população abaixo de 50 mil habitantes que nos municípios grandes com população acima de 80 mil habitantes. Na Tabela 6 pode-se observar que o conjunto desses municípios pequenos possui menor frota de motos, uma população igual aos municípios com mais de 80 mil habitantes, mas tanto o número de óbitos por acidentes de motos (150) como o coeficiente de mortalidade são quase duas vezes maior (2,2/100.000 hab.) que a encontrada para os municípios maiores (1,4/100.000 hab. e 95 óbitos). O risco de morrer por acidentes de transportes envolvendo motocicletas é maior para os residentes dos municípios Camaçarí, Paulo Afonso, Santo Antonio de Jesus e Brumado. E bastante alto em Juazeiro, Jequié, Guanambi e Jacobina (Figura 20). Em 2007 mais de 130 (30,2%) municípios baianos apresentaram coeficientes de mortalidade por acidentes de transportes envolvendo motocicletas acima da média encontrada (>2,2 por 100 mil habitantes) para o Estado como um todo, concentrando 76% de todos os óbitos por acidentes com motocicletas ocorridos no Estado no período. Nesses municípios o coeficiente variou de 2,3 (em Encruzilhada) a 45,8 por 100.000 hab em Nova Itarana. Acidentes de transportes em geral Em 2007 mais de 170 (40,8%) municípios baianos apresentaram coeficientes de mortalidade por acidentes de transportes acima da média encontrada para o Estado como um todo(>14,0

24

Page 25: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

por 100 mil habitantes), concentrando 59% de todos os óbitos por acidentes de transportes ocorridos no Estado no período, embora a população desses municípios corresponda a 35% da população do Estado. Figura 21 – Distribuição espacial do coeficiente bruto de mortalidade de residentes por acidentes de transportes em geral- Bahia 1998-2008* (por 100.000 hab.)

Figura 22 – Distribuição espacial do coeficiente bruto de mortalidade de residentes por acidentes de transportes envolvendo ocupantes de automóveis (condutor/passageiros). Bahia 1998-2008* (por 100.000 hab.)

25

Page 26: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 23 – Distribuição espacial do coeficiente bruto de mortalidadede residentes por acidentes transportes envolvendo pedestres (principalmente atropelos). Bahia 1998-2008* (por 100.000 hab.)

Figura 24 – Distribuição espacial do coeficiente bruto de mortalidade de residentes por acidentes de transportes envolvendo motocicletas Bahia 1998-2008* (por 100.000 hab.)

26

Page 27: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 25 – Distribuição espacial da taxa de motorização de veículos e da taxa de motorização de motocicletas - Bahia 2007

Ftfac Fa1

atores de risco ou de exposição presentes faransportes concentre-se de forma diferenciadormando padrões de aglomerações de sobre nálise espacial adequadas permite identifoncentração de risco do agravo.

igura 26 – Distribuição do coeficiente de mortalidade putomóveis, pedestres e motocicletas nos vinte e cinco mu996 a 2007 – Bahia 2007 (por 100.000 hab.).

0,0 5,0 10

SALVADOR

VITÓRIA DA CONQUISTA

FEIRA DE SANTANA

ITABUNA

JUAZEIRO

ILHÉUS

TEIXEIRA DE FREITAS

JEQUIÉ

EUNÁPOLIS

PORTO SEGURO

CAMAÇARI

ITAMARAJU

BARREIRAS

GUANAMBI

ALAGOINHAS

JACOBINA

PAULO AFONSO

SANTO ANTÔNIO DE JESUS

VALENÇA

SENHOR DO BONFIM

LAURO DE FREITAS

ITABERABA

BRUMADO

SIMÕES FILHO

POÇÕES

Coef.de M

PEDESTRES OCU

Fonte: SIM/DIS/SESAB

z com que o risco de morte por acidentes de a em algumas regiões mais que em outras risco. A utilização de técnicas estatísticas de icar a magnitude, diferentes padrões de

or acidentes de transportes envolvendo ocupantes de nicípios que apresentou maior freqüência no período de

,0 15,0 20,0 25,0ortalidade (por 100.000 hab.)

PANTE AUTOMÓVEL MOTOCICLETA

27

Page 28: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Para localizar as áreas de concentração de excesso de risco para o óbito por acidentes de transportes no Estado e indicar a magnitude dessa diferença, utilizou-se o programa SATSCAN para realizar o teste estatístico de varredura espacial proposto por Kulldorff et cols. (1995) e Kuldorff (1999), aplicados aos dados de óbitos por acidentes de transportes acumulados no período de 1998 a 2007. Desse modo, a análise espacial realizada permitiu detectar pelo menos cinco áreas de aglomeração de sobre-risco estatisticamente significativo (clusters) para os óbitos por acidentes de transportes envolvendo ocupantes de automóveis (Figura 27a), para os óbitos por acidentes de transportes envolvendo pedestres (Figura 17b) e óbitos por acidentes de transportes envolvendo motociclistas (Figura 27c). A descrição dos principais resultados das análises apresentadas a seguir. Figuras 27 – (a) Clusters dos Óbitos por Acidentes de Transportes envolvendo ocupantes de automóveis, (b) Clusters dos Óbitos por Acidentes de Transportes de Pedestres, e (c) Clusters de Óbitos por Acidentes de Transportes Envolvendo Motociclistas. Bahia, 1998 a 2007*. (a) (b)

(c)

Nas figuras 27(a) e (b) mostradas acima se destaca as maioria dos municípios localizados na região do sul e extremo-sul como áreas de sobre risco elevado tanto para os óbitos por acidentes com ocupantes de automóveis como para os atropelos de pedestres. Como pode ser observada na Figura 27 (c) a concentração dos óbitos por acidentes com motocicletas segue

28

Page 29: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

um padrão diferente dos anteriores, se localizando mais nos municípios da região Oeste, Central, e no Nordeste do Estado. Morbidade: Internamentos Hospitalares por Acidentes de Transportes O número de internações por acidentes de transportes é quase 4 vezes maior que o número de óbitos pela mesma causa. Na Bahia desde 1998, ano da publicação do novo código de trânsito, tem havido uma gradual redução no número de internações por acidentes de transportes, infelizmente o mesmo não tem ocorrido com mortalidade por esse grupo de agravos, que depois de sofrer uma redução em 1998 e 2000 inicia uma tendência de crescimento a partir de 2001. De 1998 a 2007, a redução no número de internações por esses agravos chegou a quase (951) 18,7%, passando de 6.036 admissões em 1998 para 5.085 em 2007. Nesse mesmo período, o número acumulado total internações devido aos acidentes de transportes alcançou 55.992. Em 2007, o número de internações devido aos acidentes de transportes foi de 5.165 ou 9,4% do total de internamentos por Causas Externas 54.045 (5,9%) dos internamentos por todas as causas (926.386 AIHs), ocupando assim a sétima posição, entre todas as causas de internamentos ocorridos no Estado nesse ano. Tabela 9 – Distribuição do número, proporção e coeficiente de internamento por tipo de acidentes de transportes – Bahia 2007-2008 (por 10.000 hab.)

No. % Coef. No. % Coef.Motociclista 2.055 39,8 1,5 1.842 43,9 1,3Pedestres 1.452 28,1 1,0 963 23,0 0,7Ocupantes de automóvel 790 15,3 0,6 627 14,9 0,4Outros acid. transp. terrestres 450 8,7 0,3 297 7,1 0,2Ciclistas 187 3,6 0,1 210 5,0 0,1Outros acidentes de transporte NE 186 3,6 0,1 239 5,7 0,2Ocupantes de Transporte pesado 14 0,3 0,0 5 0,1 0,0Ocupantes de Triciclos 9 0,2 0,0 5 0,1 0,0Ocupantes de caminhonete 7 0,1 0,0 2 0,0 0,0Acidentes transportes aéreo/espacial 7 0,1 0,0 0 0,0 0,0Ocupantes de Ônibus 5 0,1 0,0 2 0,0 0,0Acidentes transportes por água 3 0,1 0,0 3 0,1 0,0Total 5.165 100,0 3,7 4.195 100,0 2,9

2007 2008Tipo Acid Transportes

FONTE: SIH/DATASUS

Os tipos dos acidentes de transportes responsáveis pelo maior coeficiente de internações hospitalares em 2007 foram, por ordem, os acidentes envolvendo motociclistas 2.055 (39,8%), os atropelos 1.452 (28,1%) e os acidentes envolvendo ocupantes de automóveis 790 (15,3%) (Tabela 9 e Figura 27). Verifica-se que embora os acidentes de transportes atinjam todas as faixas etárias (Tabela 10) o risco tem sido mais acentuado para os jovens (20 a 29 anos de idade), adulto (30 a 59 anos de idade) e idoso (maior de 60 anos de idade), cujo perfil comum, em geral, é serem do sexo masculino, pedestres, pobres, com baixa escolaridade, pretos, e residentes nas áreas de maior privação do Estado. Enquanto para os homens as maiores taxas de internamento por acidentes de transportes concentram-se nas faixas etárias 15 a 49 anos, nas mulheres a taxa de internação para o agravo aumenta a partir dos 15 anos atingindo principalmente as mulheres adultas e idosas acima de 70 anos.

29

Page 30: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 27 – Distribuição proporcional de internamentos hospitalares devido aos acidentes de transportes. Bahia, 2008

963

1.842

627

297

210

239

5

5

2

2

0

3

0 500 1.000 1.500 2.000

Pedestres

Motociclista

Ocup de automóvel

Outros acid. transp.terrestres

Ciclistas

Outros acidentes detransporte NE

Ocup de Triciclos

Ocup de Transporte pesado

Ocup de caminhonete

Ocup de Ônibus

Acid transportesaéreo/espacial

Acid transportes por água

(23,0%)

(5,7%)

(5,0%)

(7,1%)

(14,9%)

(43,9%)

(0,1%)

(0,0%)

(0,0%)

(0,0%)

(0,1%)

(0,1%)

Fonte: SIH/DATASUS Tabela 10 – Distribuição do número, proporção e taxa de internação por acidentes de transportes segundo a faixa etária e o sexo – Bahia 2008 (por 100.000 hab.)

No. % Coef No. % Coef No. % Coef< 1 Ano 277.292 11 0,3 4,0 5 0,7 1,8 16 0,4 5,81-4 Anos 1.118.403 36 1,0 3,2 29 4,0 2,6 65 1,5 5,85-9 Anos 1.358.822 148 4,3 10,9 67 9,2 4,9 215 5,1 15,810-14 Anos 1.313.015 161 4,6 12,3 55 7,5 4,2 216 5,1 16,515-19 Anos 1.368.307 354 10,2 25,9 72 9,9 5,3 426 10,2 31,120-29 Anos 2.887.319 1.153 33,3 39,9 162 22,2 5,6 1.315 31,3 45,530-39 Anos 2.093.930 694 20,0 33,1 116 15,9 5,5 810 19,3 38,740-49 Anos 1.615.436 453 13,1 28,0 95 13,0 5,9 548 13,1 33,950-59 Anos 1.111.621 244 7,0 21,9 58 8,0 5,2 302 7,2 27,260-69 Anos 717.213 142 4,1 19,8 29 4,0 4,0 171 4,1 23,870-79 Anos 419.510 54 1,6 12,9 26 3,6 6,2 80 1,9 19,180 e mais 221.707 16 0,5 7,2 15 2,1 6,8 31 0,7 14,0Total 14.502.575 3.466 100,0 23,9 729 100,0 5,0 4.195 100,0 28,9

pop2008faixa etária Masculino Feminino Total

Fonte: SIH/DATASUS

30

Page 31: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 28 – Evolução da proporção de internação por acidentes de transportes envolvendo motocicletas– Bahia 2000-2008.

15,7 15,6

21,5 20,9

25,8

31,935,2

39,8

43,9

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

2000

(%)

2001

(%)

2002

(%)

2003

(%)

2004

(%)

2005

(%)

2006

(%)

2007

(%)

2008

(%)

Pro

porç

ão (%

)

Fonte: SIH/DATASUS Figura 29 – Evolução da proporção de internação por atropelo de pedestres– Bahia 2000-2008.

39,2

47,5

39,2 38,341,4

29,2 29,3 28,1

23,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

2000(%) 2001(%) 2002(%) 2003(%) 2004(%) 2005(%) 2006(%) 2007(%) 2008(%)

Pro

porç

ão(%

)

Fonte: SIH/DATASUS

31

Page 32: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Figura 30 – Evolução da proporção de internação por acidentes envolvendo ocupantes de veículo (condutor e/ou passageiro) – Bahia 2000-2008.

16,9

12,9

15,5

13,2

15,314,7

14,2

15,3 14,9

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

2000(%) 2001(%) 2002(%) 2003(%) 2004(%) 2005(%) 2006(%) 2007(%) 2008(%)

Pro

porç

ão(%

)

FONTE: SIH/DATASUS O custos de internamentos hospitalar por acidentes de transportes no SUS Os acidentes com motociclistas, os acidentes envolvendo pedestres e ocupantes de automóveis são os três tipos de acidentes de transportes que mais gastam recursos de internação hospitalar do SUS na Bahia. Em 2007, esses três tipos de acidentes representaram 2,4 milhões de Reais ou 13,2% do gasto total com CE e 91,2% do gasto total com AIH por acidentes de transportes. Entre esses, os internamentos devido aos acidentes com motocicletas se destacam consumindo 45,8% desse montante (Figura 31). Figura 31 – Distribuição do valor do gasto da internação hospitalar segundo o tipo acidentes de transportes – Bahia 2008 (valor em R$)

2.32

1.80

5,06

1.25

0.94

3,64

229.

564,

27

120.

822,

15

116.

863,

35

3.75

8,43

2.32

3,49

1.80

9,74

1.12

0,16

529,

04

1.01

9.21

8,26

0,1 0,0 0,0 0,0 0,02,3%2,4%

4,5%

20,1%

24,7%

45,8%

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

Motoc

iclist

a

Pede

stres

Ocupa

ntes

de au

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e

Outros a

cid. tr

ansp

. terrestr

es

Cicli

stas

Outros a

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nspo

rte N

Ocupa

ntes

de Triciclo

s

Ocupa

ntes

de Tran

sporte pes

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ntes t

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a

Ocupa

ntes

de ca

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Ocupa

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de Ônib

us

Valo

r (R$)

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

Prop

orçã

o(%

)

Valor(R$) %

FONTE: SIH/DATASUS

32

Page 33: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

Os traumatismos na cabeça (30,1%) e os traumatismos no joelho e na perna (20,1%) são as principais lesões físicas sofridas pelas vítimas internadas por acidentes de transportes. As internações devidas aos acidentes como motocicletas, aos acidentes envolvendo pedestres e aos ocupantes de ocupantes de automóveis juntos respondem pela maioria das lesões por traumatismos em todas as partes do corpo e em especial na cabeça e nos membros superiores e inferiores (Tabela 11). Tabela 11 – Tipo da lesão e partes do corpo mais atingida nos internados segundo o tipo de acidentes de transportes – Bahia 2008.

Outros acid. Acidentes Outros Ocup de Ocupantes de Ocupantes de Ocupantes de Ocup de

To

F Ctnm1 Cvzmqp

FONTE: SIH/DATASUS

No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. %Traumatismos da cabeça 308 32,7 39 18,6 521 28,5 2 40,0 213 34,4 0 0,0 4 80,0 2 100,0 78 26,3 2 66,7 97 40,8 1.266 30,5Traumatismos do joelho e da perna 207 22,0 24 11,4 459 25,1 1 20,0 74 12,0 0 0,0 1 20,0 0 0,0 60 20,2 0 0,0 20 8,4 846 20,4Traumatismos do quadril e da coxa 71 7,5 10 4,8 177 9,7 0 0,0 59 9,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 21 7,1 0 0,0 20 8,4 358 8,6Traumatismos do cotovelo e do antebraço 65 6,9 51 24,3 133 7,3 0 0,0 24 3,9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 39 13,1 0 0,0 14 5,9 326 7,9Traumatismos do ombro e do braço 43 4,6 42 20,0 80 4,4 0 0,0 19 3,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 25 8,4 0 0,0 7 2,9 216 5,2

Traumatismos envolvendo múltiplas regiões corpo 39 4,1 9 4,3 71 3,9 0 0,0 52 8,4 1 50,0 0 0,0 0 0,0 22 7,4 0 0,0 19 8,0 213 5,1

Traumatismos do punho e da mão 40 4,3 12 5,7 110 6,0 1 20,0 22 3,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 12 4,0 0 0,0 10 4,2 207 5,0Traumatismos do tornozelo e do pé 31 3,3 12 5,7 105 5,7 0 0,0 15 2,4 1 50,0 0 0,0 0 0,0 11 3,7 1 33,3 16 6,7 192 4,6

Traumatismos abdome dorso coluna lombar pelve 42 4,5 5 2,4 44 2,4 0 0,0 50 8,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 9 3,0 0 0,0 11 4,6 161 3,9

Traumatismos do tórax 13 1,4 4 1,9 38 2,1 0 0,0 35 5,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7 2,4 0 0,0 2 0,8 99 2,4

Complicações cuidados médicos e cirúrgicos NCOP 38 4,0 0 0,0 37 2,0 0 0,0 17 2,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,3 0 0,0 1 0,4 94 2,3

Traumatismos do pescoço 13 1,4 0 0,0 18 1,0 0 0,0 29 4,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 1,0 0 0,0 1 0,4 64 1,5

Traum loc ñ espec tronco membro outr reg corpo 11 1,2 1 0,5 16 0,9 1 20,0 5 0,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 1,3 0 0,0 5 2,1 43 1,0

Queimaduras e corrosões 5 0,5 1 0,5 10 0,5 0 0,0 3 0,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 1,7 23 0,6

Efeitos tóxicos subst origem predom não-medicin 5 0,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 1,0 0 0,0 11 4,6 19 0,5

Seqüelas traum intox e outr conseq causas ext 6 0,6 0 0,0 6 0,3 0 0,0 1 0,2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,7 0 0,0 0 0,0 15 0,4Outros efeitos causas externas e não especif 0 0,0 0 0,0 5 0,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 0,1

Intoxicação drogas medicamentos e subst biológ 3 0,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 0,1

Algumas complicações precoces de traumatismos 1 0,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,0

Total 941 100,0 210 100,0 1.830 100,0 5 100,0 619 100,0 2 100,0 5 100,0 2 100,0 297 100,0 3 100,0 238 100,0 4.152 100,

Agravostransp.

terrestrestransportes por água

acidentes de transporte NE

Totalautomóvel caminhonete Transporte pesado ÔnibusPedestres Ciclistas Motociclista Triciclos

abela 12 – Distribuição dos internamentos hospitalares segundo a população dos municípios, frota de veículos e s principais tipos de acidentes de transportes – Bahia 2007.(por 10.000 hab.)

Pedestres 2000-2008

Motociclista 2000-2008

Ocupantes de

automóvel 2000-2008

frota de veículos

2007

Frota de automoveis

2007

Frota de Motocicletas

2007

Taxa Motorização

Veículos 2007

Taxa de Motorização Automóveis

2007

Taxa de Motorização

de Motocicletas

2007No. % Coef. No. % Coef. No. % Coef. No. No. No.

MUN <50 MIL HAB 376 6859060 583 41,9 0,8 971 50,1 1,4 344 45,5 0,5 5.370 5.590 2.466 397.563 133.775 155.090 5,8 2,0 2,3MUN >=50MIL HAB E <80MIL 22 1359521 94 6,8 0,7 244 12,6 1,8 68 9,0 0,5 990 1.784 829 164.975 59.780 63.271 12,1 4,4 4,7MUN >=80MIL HAB 19 5865129 713 51,3 1,2 725 37,4 1,2 344 45,5 0,6 8.737 4.300 3.112 1.030.082 628.856 174.785 17,6 10,7 3,0BAHIA 417 14083710 1390 100,0 1,0 1940 100,0 1,4 756 100,0 0,5 15.097 11.674 6.407 1.592.620 822.411 393.146 11,3 5,8 2,8

Pedestres Motociclista Ocupantes de automóvelMunicípio N população

2007

ONTE: SIH/DATASUS

omo pode ser observado na Tabela 12, as internações hospitalares devido aos acidentes de ransportes com pedestres, com motociclistas e com ocupantes de automóveis de residentes os municípios menores (com população menor que 50 mil habitantes) é tão alta quanto nos unicípios maiores (população acima de 80 mil habitantes), embora estes possuam cerca de /3 da frota de veículos e da taxa de motorizarão daqueles municípios.

omo foi constatado na mortalidade e contrariando o esperado, também na morbidade a itimização por acidentes envolvendo motocicletas é maior nos municípios do interior que nas onas urbanas dos grandes municípios. A internação devido aos acidentes de motocicletas nos unicípiso com população abaixo de 40 mil habitantes, medida tanto como número absoluto uanto como coeficiente de internação apresentam-se maiores que nos municípios com opulação acima de 80 mil habitantes.

33

Page 34: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

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município

No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. %HOSPITAL GERAL DO ESTADO SALVADOR 498 51,7 0 0,0 753 40,9 365 58,2 1 0,3 1 33,3 0 0,0 1.618 38,6

HOSPITAL GERAL CLERISTON ANDRADE FEIRA DE SANTANA 0 0,0 34 16,2 251 13,6 136 21,7 124 39,9 1 33,3 90 37,7 636 15,2

SOTE JUAZEIRO 196 20,4 38 18,1 300 16,3 0 0,0 11 3,5 0 0,0 0 0,0 545 13,0HOSPITAL GERAL ROBERTO SANTOS SALVADOR 96 10,0 2 1,0 191 10,4 0 0,0 1 0,3 0 0,0 11 4,6 301 7,2HOSPITAL REGIONAL DE RUY BARBOSA RUY BARBOSA 2 0,2 57 27,1 54 2,9 22 3,5 62 19,9 0 0,0 0 0,0 197 4,7HOSPITAL SAO VICENTE DE PAULA 16 1,7 13 6,2 63 3,4 16 2,6 12 3,9 0 0,0 0 0,0 120 2,9HOSPITAL MATERNIDADE LUIZ ARGOLO 10 1,0 9 4,3 45 2,4 4 0,6 8 2,6 0 0,0 0 0,0 76 1,8HOSPITAL REGIONAL REGIS PACHECO 65 6,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 65 1,5HOSPITAL UNIVERSITARIO PROFESSOR EDGARD SANTOS 4 0,4 5 2,4 22 1,2 6 1,0 17 5,5 1 33,3 1 0,4 56 1,3

HOSPITAL GERAL ERNESTO SIMOES FILHO 11 1,1 0 0,0 17 0,9 9 1,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 37 0,9SOMEPE 0 0,0 14 6,7 12 0,7 1 0,2 6 1,9 0 0,0 0 0,0 33 0,8HOSPITAL MUNICIPAL LUIZ EDUARDO 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 33 13,8 33 0,8HOSPITAL REGIONAL VICENTINA GOULART 2 0,2 1 0,5 17 0,9 2 0,3 5 1,6 0 0,0 0 0,0 27 0,6SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO FELIX SÃO FELIX 1 0,1 2 1,0 16 0,9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7 2,9 26 0,6HOSPITAL SAO LUCAS 3 0,3 5 2,4 7 0,4 5 0,8 4 1,3 0 0,0 0 0,0 24 0,6HOSPITAL FREI JUSTO VENTURE 0 0,0 0 0,0 6 0,3 16 2,6 1 0,3 0 0,0 0 0,0 23 0,5HOSPITAL REGIONAL DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHAES 0 0,0 5 2,4 8 0,4 8 1,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0 21 0,5

HOSPITAL SAO FRANCISCO 3 0,3 2 1,0 9 0,5 4 0,6 1 0,3 0 0,0 0 0,0 19 0,5DEMAIS UNIDADES HOSPITALARES 56 8 23 8 71 8 33 8 58 8 0 8 97 8 338 8Total 963 100,0 210 100,0 1.842 100,0 627 100,0 311 100,0 3 100,0 239 100,0 4.195 100,0

UNIDADE HOSPITALARPedestres Ciclistas Motociclista

Ocupantes de

automóvel

DEMAIS ACID OCUP

TRANSP TERR

Acidentes transportes

por água

Outros acidentes de

transporte NE

Total

Tabela 13 – Distribuição dos internamentos pelas principais unidades de hospitalares segundo tipos de acidentes de transportes – Bahia 2007.

FONTE: SIH/DATASUS

O acesso, a proximidade, a disponibilidade e a qualidade dos serviços de atendimento pré-hospitalar, de urgência e emergência assim como do internamento hospitalar podem ser decisivos para evitar a letalidade e reduzir a gravidade das lesões decorrentes dos acidentes de transportes. A Tabela 13 mostra as principais unidades de internamentos hospitalar do SUS para internamentos devido aos acidentes de transportes no Estado. Os hospitais públicos estaduais localizados na capital ainda concentram a maior parte do atendimento, inclusive de pacientes vitimados e residentes no interior. O Hospital Geral do Estado e o Hospital Central Roberto Santos são responsáveis por 45,8% das AIH por esse tipo de agravo. O Hospital Geral Cleriston Andrade, unidade pública estadual de Feira de Santana e a unidade privada SOTE, de Juazeiro, ocupam respectivamente a segunda e a terceira posição de maiores provedoras de AIH para vitimas de acidentes de transportes.

Page 35: Relatório sobre Acidentes de Transportes na Bahia. Julho 2009

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Tabela 14 – Distribuição dos Internamentos hospitalar (AIH) por principais tipos acidentes de transportes e frota de veículos nos 25 municípios com maior freqüência de acidentes no período de 2000 a 2008. Bahia. (por 10.000 hab.)

População 2007

Pedestres

Motociclista

Ocupantes de

automóvel

Demais tipos de acidente

s

Total Pedestres

Motociclista

Ocupantes de

automóvel

Demais tipos de acidente

s

Total Veículos Automóveis

Motocicletas Veículos Automóv

eisMotocicl

etas

Pedestres 2000-

2008

Motociclista 2000-

2008

Ocupantes de

automóvel 2000-

2008

DEMAIS ACID

TRANSP 2000-2008

Total AT 2000-2008

SALVADOR 1 LESTE 2.754.950 470 345 204 23 1042 1,7 1,3 0,7 0,1 3,8 508793 378240 47419 0,1 0,1 0,6 5252 1934 1646 1197 10029 4,2FEIRA DE SANTANA 2 CENTRO-LESTE 544.113 14 109 54 119 296 0,3 2,0 1,0 2,2 5,4 112728 57182 25973 0,1 0,1 0,2 231 611 455 763 2060 4,4CANAVIEIRAS 6 SUL 37.273 126 0 0 0 126 33,8 0,0 0,0 0,0 33,8 1558 437 733 0,3 0,9 0,5 1259 1 1 10 1271 38,9JUAZEIRO 15 NORTE 213.394 39 43 0 2 84 1,8 2,0 0,0 0,1 3,9 36389 15289 10204 0,1 0,2 0,3 643 315 15 113 1086 6,1VITÓRIA DA CONQUISTA 20 SUDOESTE 294.203 5 21 12 5 43 0,2 0,7 0,4 0,2 1,5 49085 24553 10102 0,1 0,2 0,6 168 217 269 255 909 4,0EUNÁPOLIS 8 EXTREMO-SUL 95.627 3 2 2 45 52 0,3 0,2 0,2 4,7 5,4 16945 6326 5539 0,1 0,3 0,4 783 9 7 91 890 10,9CAMAÇARI 1 LESTE 202.498 31 41 14 1 87 1,5 2,0 0,7 0,0 4,3 31484 15911 6889 0,2 0,3 0,7 326 229 100 152 807 4,8SANTO ANTÔNIO DE JESUS 4 LESTE 88.423 23 40 3 10 76 2,6 4,5 0,3 1,1 8,6 21492 8916 7247 0,1 0,2 0,2 170 271 113 153 707 9,8LAURO DE FREITAS 1 LESTE 151.075 33 22 9 1 65 2,2 1,5 0,6 0,1 4,3 30466 19375 3289 0,0 0,1 0,5 283 113 74 54 524 4,3JEQUIÉ 13 SUL 149.262 23 9 1 6 39 1,5 0,6 0,1 0,4 2,6 24942 9928 9143 0,1 0,3 0,3 167 116 38 199 520 3,9JACOBINA 16 CENTRO-NORTE 76.472 9 30 5 7 51 1,2 3,9 0,7 0,9 6,7 11862 4835 4076 0,1 0,3 0,4 98 253 89 69 509 7,4CONCEIÇÃO DO COITÉ 12 CENTRO-LESTE 59.688 12 12 5 9 38 2,0 2,0 0,8 1,5 6,4 6641 2808 2191 0,1 0,2 0,2 107 171 65 156 499 9,5BRUMADO 19 SUDOESTE 65.481 1 25 2 12 40 0,2 3,8 0,3 1,8 6,1 14483 4865 5803 0,1 0,2 0,2 33 189 43 187 452 7,9RIACHÃO DO JACUÍPE 2 CENTRO-LESTE 26.566 0 12 8 24 44 0,0 4,5 3,0 9,0 16,6 3216 986 1424 0,2 0,5 0,4 48 67 43 255 413 15,5SIMÕES FILHO 1 LESTE 112.328 24 18 6 1 49 2,1 1,6 0,5 0,1 4,4 14375 6429 1611 0,1 0,2 0,9 203 92 71 37 403 4,8PORTO SEGURO 8 EXTREMO-SUL 147.485 1 44 9 17 71 0,1 3,0 0,6 1,2 4,8 16109 6366 5078 0,1 0,3 0,4 35 182 67 85 369 3,4SERRINHA 12 CENTRO-LESTE 76.226 3 12 8 10 33 0,4 1,6 1,0 1,3 4,3 10766 4504 4141 0,1 0,3 0,3 49 117 60 125 351 5,7POÇÕES 20 SUDOESTE 49.619 1 17 13 9 40 0,2 3,4 2,6 1,8 8,1 3747 1427 1085 0,3 0,7 0,9 20 120 79 120 339 8,1CAETITÉ 24 SUDOESTE 49.081 4 16 0 6 26 0,8 3,3 0,0 1,2 5,3 6175 2372 1903 0,1 0,3 0,3 40 126 10 158 334 7,9CANDEIAS 1 LESTE 84.276 27 9 6 0 42 3,2 1,1 0,7 0,0 5,0 10016 4950 1479 0,1 0,2 0,6 149 57 53 24 283 3,9ITAPETINGA 14 SUDOESTE 61.705 1 8 5 7 21 0,2 1,3 0,8 1,1 3,4 8049 3226 3024 0,1 0,3 0,4 6 100 81 95 282 5,2ILHÉUS 6 SUL 220.750 2 0 3 2 7 0,1 0,0 0,1 0,1 0,3 16584 9833 3020 0,2 0,3 0,9 83 24 88 72 267 1,3CAMPO FORMOSO 28 NORTE 61.805 6 15 4 7 32 1,0 2,4 0,6 1,1 5,2 3927 1645 1291 0,2 0,5 0,7 48 63 95 58 264 4,7ALAGOINHAS 3 NORDESTE 141.288 2 10 6 0 18 0,1 0,7 0,4 0,0 1,3 21565 11553 4966 0,1 0,2 0,4 104 75 54 27 260 2,1ITABERABA 18 CENTRO-LESTE 63.353 3 18 6 8 35 0,5 2,8 0,9 1,3 5,5 8545 2488 3691 0,2 0,6 0,4 47 106 51 50 254 4,625 MUN MAIOR IH AT ACUM 2000-2008 23 8 5826941 863 878 385 331 2457 1,5 1,5 0,7 0,6 4,2 989942 604444 171321 17,0 10,4 2,9 10352 5558 3667 4505 24082 4,9

Demais municípios 8 1 8.256.769 527 1062 371 498 2458 0,6 1,3 0,4 0,6 3,0 602678 217967 221825 7,3 2,6 2,7 4745 6116 2740 5266 18867 2,6BAHIA 31 9 14.083.710 1390 1940 756 829 4915 1,0 1,4 0,5 0,6 3,5 1592620 822411 393146 11,3 5,8 2,8 15097 11674 6407 9771 42949 3,9

Coef.Internação 2000-2008

Número AIH 2000 a 2008

MUNICÍPIO DIRES MACRO-REGIÃO

Número de AIH 2007 Coeficiente de Internação 2007 Frota de Veículos 2007 Taxa de Motorização 2007

Fonte: SIH/DATASUS , DENATRAN, IBGE Taxa de motorização = Frota automóveis*100/população (Número de veículos por habitantes).

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Discussão e recomendações Os resultados das análises apontados acima indicam que as vítimas preferenciais são os pedestres, motociclistas e ocupantes de veículos (passageiros de ônibus, “caronas”, motoristas, familiares, trabalhadores, estudantes), sexo masculino, pobres, adolescentes (15 a 29 anos de idade), jovens (18 a 29 anos de idade) ou idosos (>60 anos de idade), em geral negros, de baixa e média escolaridade (analfabetos, ensino fundamental e médio), e residentes nas áreas mais pobres dos municípios mais urbanizados que sofrem maior risco de morte ou internações devido principalmente aos atropelos, as quedas, as colisões, tombamentos e os abalroamentos principalmente de motocicletas. São vítimas preferenciais porque os fatores socioeconômicos desfavoráveis os expõem mais a andar a pé em vias de grande fluxo de veículos, em condições de manutenção precárias, com pouca ou nenhuma fiscalização, pouco sinalizadas e com pouco equipamentos de proteção coletivo, como por exemplo passarelas, sinaleira, quebras-molas etc. Quando vitimadas essas pessoas tem maior dificuldade de terem acesso aos serviços pré-hospitalar, as unidades de urgência e emergência e serem atendidas a tempo e com a resolutividade necessária. Em geral, espera-se que a maioria dos óbitos e internamentos ocorram nas zonas urbanas dos maiores municípios do Estado (com mais de 80 mil hab.). Mas esse estudo mostrou que os óbitos por acidentes de motocicletas estão se concentrando nos municípios com população menor que 50 mil habitantes enquantos os atropelos fazem mais vítimas fatais nos centros urbanos dos grandes municípios. As vítimas têm que ser transportadas por quilômetros para serem atendidas nos hospitais públicos de Salvador ou em alguns poucos municípios-sedes de microrregiões (Feira de Santana e Juazeiro, Vitória da Conquista) . Somam-se a esses fatores coletivos e estruturais a ingestão de bebidas alcoólicas e outras drogas por pedestres e motoristas, a falta de habilitação, as más condições dos veículos (entre outras a falta de manutenção preventiva, o longo tempo de uso da frota, o estado precário da mecânica, elétrica, freios, pneus, falta de dispositivos de segurança e proteção como capacetes, cintos de segurança, ausência de dispositivos de retenção para crianças pequenas e de “air-bags”); e péssimas condições de trabalho quando estão a serviço (alto nível de estresse, trabalho excessivo, jornada irregular, baixos salários, inexistência de equipamentos de proteção individual). Somam- se a esse fatores, o baixo efetivo das Policiais Rodoviárias Federais e estaduais (1.200) insuficientes para cobrir e fiscalizar os mais de 30 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais sob suas jurisdição. As areas pobres, inclusive proximidades de escolas públicas, entroncamentos rodoviários, tendem a não dispor de policiamento, fiscalização, treinamento de condutores e habilitação de veículos e outros recursos que podem controlar inibir e coibir a imperícia, a negligência, a imprudência, o consumo de álcool e outras drogas e a velocidade excessiva de motoristas, ciclistas e motociclistas. No grupo de pedestres é provável que as causas ao nível individual para as quedas e atropelos de crianças se devam a menor percepção de perigo enquanto os idosos em geral apresentam menor mobilidade e agilidade, deficiências auditivas e visuais e redução dos reflexos. Áreas ricas tendem a atrair mais recursos e atenção das autoridades e os residentes dessas áreas pelo melhor poder aquisitivo e maior nível de escolaridade e de informação tendem a ter maior influência política, poder de decisão e de reivindicação para assegurar equipamentos públicos e ações governamentais de proteção. Nos últimos 16 anos a questão dos acidentes de transportes em nosso estado tem sido tratada pelo Governo Estadual como um assunto administrativo e de segurança pública, portanto alheio à saúde. Apesar de matar mais que a Dengue, o HIV/AIDS, a Tuberculose, a gripe suína (H1N1), as mortes por acidentes de transportes não mobilizam a mídia, não comovem opinião pública e nem provoca a responsabilização dos transgressores, como acontece por exemplo nos homicídios por assalto ou por motivos passionais. Na Bahia, apesar do alto

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número de morte e internamentos por acidentes de transportes relacionados às motocicletas, aos atropelos e as quedas até 2006 não existia programa do setor da saúde estadual voltado a prevenção nas regiões de maior freqüência e direcionados para os as populações e grupos sob maior risco. O governo federal, no bojo da Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, a partir de 2004 tem realizado ações (SAMU, CTB, VIVA, “lei seca”, prevenção ao uso do alcool etc.) e ao mesmo tempo buscado induzir os Estados e municípios a implantarem e implementarem Políticas Públicas, Programas e projetos específicos do setor saúde e multisetoriais para a redução da morbi-mortalidade por acidentes de transportes. Assim, no âmbito do Ministério da Saúde, na Secretaria de Assistência a Saúde e na Secretaria de Vigilância a Saúde/SVS foi criada a Coordenação de Vigilância dos Agravos e Doenças Não Transmissíveis/CGDANT. Contando com recursos do MS, aqui no Estado, a iniciativa de implantação da Vigilância Epidemiológica das DANT começou por proposta da CGDANT em 2005. E se consolida em 2007, com a estruturação de espaço físico e equipamentos e alocação pessoal para a Diretoria de Vigilância Epidemiológica – DIVEP da SESAB. Por um Programa Estadual de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência O desafio do novo governo é melhorar a identificação, a assistência aos acidentados e a atuação necessária para redução de mortes e traumas no Estado da Bahia. A saúde pública e a epidemiologia tem importante papel na condução de vigilâncias dos acidentes e violências compreendendo a coleta e avaliação sistemática de dados sobre a magnitude, escopo, características e conseqüências dos acidentes de transporte e a avaliação da efetividade das intervenções recomendadas, buscando assim determinar as causas e os fatores associados aos acidentes que sejam passíveis de modificação por meio de modificações (WHO/OMS, 2004). A Bahia com sua dimensão continental e uma enorme dívida social que se reflete nas condições precárias de vida e saúde da maioria da população, requer que para o enfrentamento de qualquer assunto de saúde se estabeleçam prioridades. No setor saúde as ações de promoção, planejamento, vigilância, assistência à saúde e prevenção dos acidentes e violências deverão ser articuladas com as demais políticas de Estado. Considerando que o acidente de transporte é multideterminado, causador de lesões físicas e emocionais graves e um evento não intencional e evitável, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica com base no diagnóstico acima definiu um Plano de Intervenção são estabelecidas prioridades e recomendadas as principais atividades para o enfrentamento e redução da morbimortalidade por Acidentes e Violências no Estado a serem implementadas em 2007:

• Apoio à articulação e Criação do Comitê Estadual de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências de caráter interinstitucional, multidisciplinar e multisetorial sob a coordenação da SESAB.

• Recomendar à SESAB e à conferencia estadual de saúde a discussão e elaboração do Plano Estadual de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violências.

• Promover a implantação de Programas de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências nos seis municípios selecionados.

• Realizar a 1ª. Oficina Estadual Sobre Saúde e Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências para elaborar propostas de promoção da saúde, medidas de prevenção e encaminhamentos.

• Inserir a indicadores relacionados morbimortalidade por acidentes e violências no próximo processo de pactuação unificada com Municípios para 2008, na discussão na

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CIB, CIT e Conselho Estadual de Saúde. • Realizar diagnóstico, monitoramento e disseminação de dados e indicadores da situação

da morbimortalidade por acidentes e violências e de seus fatores de risco e de proteção nos 417 municípios do Estado da Bahia.

• Aumentar a capacidade de coletar e melhorar a qualidade dos dados sobre a violência e acidentes no estado levantando, complementando e avaliando dados do RENAEST/DENATRAN/DETRAN, Secretaria de Engenharia do Trânsito SET/Prefeitura Municipal do Salvador e órgãos equivalentes nos cinco Municípios selecionados, Unidades de Urgência e Emergência municipais, Serviço de Atendimento Móvel às Urgências - SAMU, Corpo de Bombeiros (SALVAR), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, Instituto Médico Legal Nina Rodrigues e IMLs. das Regionais da Polícia Técnica no interior do Estado.

• Contribuir para melhoria dos sistemas de informações em saúde de interesse da Vigilância Epidemiológica dos Acidentes e Violências (SIM, SIH e RENAEST/DENATRAN/DETRAN, SAMU, Policia Militar).

• Investigar, promover a investigação de óbitos de intenção mal definida suspeitos de terem sido intencionais (violentos) ou não-intencionais (acidentais).

• Promover parcerias, a cooperação, a mobilização e a articulação no campo da saúde, intersetorial entre os órgãos governamentais, as universidades (UFBA, UESC, UEFS e UNEB), comunidade e sociedade civil organizada interessada na redução da morbimortalidade por acidentes e violências em todas as regiões do Estado.

• Capacitar técnicos da vigilância epidemiológica das DIRES/SESAB, e municípios na vigilância epidemiológica dos acidentes e violências.

• Apoiar, Implantar e implementar sistemas de informação (SIM, SIH e VIVA) e sistemas de Vigilância Epidemiológica de Acidentes e Violências na 1ª. 2ª. 3ª. 15ª. 20ª. e 25ª. DIRES e em 6 dos 19 municípios baianos com mais de oitenta mil habitantes (Salvador, Feira de Santana, Camaçarí, Simões Filho, Candeias e Lauro de Freitas).

• Estabelecer estratégias comuns e articular as atividades da vigilância epidemiológica com os programas e às ações da assistência ambulatorial, diagnóstico-terapêutica e médico-hospitalar e de promoção à saúde da SESAB relacionados ao controle e à redução da morbimortalidade por causas externas.

Dadas as questões históricas e a magnitude do problema, a DIVEP/DANT sabe que efetivação das ações acima planejadas certamente não deverão a curto prazo provocar impacto na redução do número de mortes e das seqüelas e sofrimentos nos que sobrevivem vitimados pelos acidentes de trânsito na Bahia, pois isso requer não só ações de vigilância epidemiológica mas esforços coordenados dos demais serviços de saúde e sobretudo multisetoriais. Entretanto, é possível criar condições básicas para mobilizar e chamar a atenção da sociedade organizada e induzir o novo Governo do Estado, prefeitos e gestores na realização de medidas intersetoriais estruturais efetivas de redução do agravo. Além disso, é responsabilidade da DIVEP promover e realizar mais estudos e pesquisas no sentido de se identificar mais precisamente as circunstâncias e perfil das pessoas e grupos envolvidos nos acidentes de transportes com o objetivo de melhor definir os determinantes, fatores de risco e de proteção subsidiando assim as políticas, programas e projetos de redução efetiva desse agravo no Estado da Bahia.

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Referencias Bibliográficas

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2. WHO/OMS, 2004. Relatório Mundial da Violência 3. WHO/OMS 2004. Prevenção da Violência 4. Brasil. Ministério da Saúde. 2004. Portaria GM no. 936, de 19 de maio de 2004. Dispõe

sobre a estruturação da rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde e a implantação e Implementação de núcleos de prevenção à violência em Estados e Municípios. DOU no. 96, Brasília. 2004.

5. Política Nacional de Redução da Morbi-mortalidade por Acidentes e Violência, 1999. Portaria MS/GM 737 de 16/05/2001- Min da Saúde. Publ DOU em18-05-2001.

6. Departamento Nacional de Trânsito. 2005. Código Nacional de Trânsito Brasileiro (CTB) e Legislação complementar. Brasília-DF.

7. 4. Parmcex. Plano de ação para a redução da morbi-mortalidade por causas externas na Bahia.1998. Paim, Jairnilson.. SESAB Secretaria da saúde departamento de vigilância da saúde-DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

8. Kuldorff, 1997. Teste de Varredura Espacial. SATSCAN. www.satscan.com 9. Rastro da Violência em Salvador II .2002. FCCV/UFBA/Unicef 10. Ministério da Saúde. 2001. Redução da morbimortalidade por acidentes de trãnsito:

mobilizando a sociedade e promovendo à saúde. Brasília. MS. 11. Kulldorff M., Nagarwalla N. (1995) Spatial disease clusters: detection and inference.

Statistics in Medicine, 14:779-810. 12. Kulldorff M. (1999) Spatial scan statistics: Models, calculations and applications. In Scan

Statistics and Applications, Glaz and Balakrishnan (eds.). Boston: Birkhauser, 303-322. 13. WHO/OMS. 2004. World report on traffic injury prevention: SUMMARY.

· Custos de Acidentes Rodoviários. Pesquisa referente ao custo econômico dos acidentes (IPR, 2004), no portal do DNIT.

· Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras, IPEA, 2003. Portal IPEA / Estudos e pesquisas / Finanças publicas e estudos espaciais.

· Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras, IPEA – DENATRAN, Dezembro 2006. Portal DENATRAN.

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ANEXO I – EPIDEMIOLOGIA DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS – BAHIA 2007 Tabela 5 – Distribuição dos óbitos por acidentes de transportes segundo os municípios – Bahia 1996-2005 (por 100.000 hab.) FONTE: SIM/DATASUS/DIS/SESAB, IBGE, PNUD/IPEA

Observações: (1) Diretoria Regional de Saúde, (2)Número de óbitos Acidentes de Transportes, (3) Proporção de óbitos Acidentes de Transportes, (4) Número acumulado de obitos por acidentes de transportes de 1996 a 2005, (5) Coeficiente de Mortalidade por acidentes de transportes 2005, (6) Coeficiente de mortalidade Bayesiano Empírico por acidentes de transportes; (7) Risco Relativo (SMR) ou Razão de Mortalidade Padronizada; (8) Razão de renda entre 20% da população mais rica e os 40% da população mais pobre (PNUD/IPEA/IBGE 2000); (9) Indice de Gini (mede a desigualdade de renda e quanto maior menor a desigualdade).

ANEXO II - Principais fatores de risco para a ocorrência de acidentes de transportes Para observar se existe relação do crescimento das mortes com o crescimento da frota de veículos comparamos o coeficiente de mortalidade por acidentes de transportes com o número de veículos segundo o município. Fatores que influenciam à maior exposição ao risco

- Fatores econômicos tais como nível de desenvolvimento econômico e privação social; - fatores demográficos tais como idade e sexo; - Práticas de planejamento do uso da terra que influenciam a duração de deslocamentos e o modo de viagens; - interação entre trafego motorizado em alta velocidade e usuários vulneráveis de rodovias; - Atenção insuficiente à integração da função das vias com as decisões sobre os limites de velocidade. projetos e lay out; - Crescimento do número de veículos, motocicletas e bicicletas; - Volume de tráfego de não motorizados.

Fatores de risco que influenciam o envolvimento em acidentes de transportes:

- Velocidade inadequada e excessiva; - Presença de álcool, drogas medicinais e recreacionais; - Fadiga; - Ter vários jovens dirigindo o mesmo carro; - Ser um usuário de rodovias e ruas muito vulnerável em áreas urbanas e residenciais; - Viajar no escuro; - Fatores do veículo: tais como sistema de freios, manuseio e manutenção; - Defeitos e falhas no projeto, no lay out e na manutenção das ruas e rodovias; que pode tambem conduzir a um comportamento inseguro pelo usuários de rodovias; - Visibilidade inadequada por causa dos fatores ambientais - Pobreza visual de usuários de rodovias; - Dirigir falando no telefone móvel (celular) - Transporte comercial Fatores de risco que influenciam a gravidade do acidente de transporte - Tolerância humana aos fatores; - Velocidade inapropriada ou excessiva; - Não utilização de cinto de segurança e dispositivos de segurança para crianças; - Não utilização de capacete por usuários de motocicletas e bicicletas;

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- Proteção anti-colisão insuficiente nos veículos para ocupantes e para aqueles atingidos pelos veículos; - Presença de alcool e outras drogas. Fatores de risco que o resultado pós-acidente das lesões - O intervalo entre a detecção do acidente e o transporte daqueles lesionados para as unidade de atendimento da saúde - Presença de fogo/chama resultante da colisão; - Presença de produtos químicos perigosos; - Presença de álcool e outras drogas; - Dificuldade no resgate e na extração das pessoas dos veículos; - Falta de apropriada assistência de cuidado pré-hospitalar; - Falta de apropriada assistência em unidades de urgência e de emergência hospitalares.

Efeitos da velocidade sobre as colisões e a gravidade das colisões A alta velocidade de um veículo, o curto intervalo de tempo que o motorista tem para parar e evitar uma colisão. Um carro viajando a 50 Km/h deverá tipecmnete requerer 13 metros até parar, enquanto um carro viaja a 40 Km/h deverá parar em menos de 8,5 metros. Uma elevação da velocidade média em 1 km/h está associada a aumento de 3% no risco de uma colisão com lesão; Em colisões graves, a elevação do risco é sempre maior. Em tais casos, um aumento médio da velocidade em 1 Km/h implica em aumento do risco de lesões graves ou fatais em 5%. Viajar a 5 Km/h acima do limite de velocidade de 65 Km/h resulta em um aumento no risco relativo de ser envolvido em uma colisão casual que é comparável com ter um concentração de alcool no sangue de 0,05 g/dl. Para o ocupante em um colisão com um impacto à velocidade de 80 Km/h a probabilidade de morrer é 20 vezes maior a que pode ter sido sob o impacto à velocidade de 30 km/h. Pedestres têm a chance de 90% de sobreviver a um colisão com carro na velocidade de 30 km/h ou menor, mas menos que 50% de chance de sobreviver ao impacto se a velocidade for 45 km/h ou maior. A probabilidade de um pedestre ser morto aumenta por um fator 8 sob o impacto se velocidade de um carro aumenta de 30 km/h para 50 km/h.

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ANEXO II – RECOMENDAÇÕES PARA REDUZIR A MORBIMORTALIADE POR ACIDENTES DE TRANSPORTES NA BAHIA O sistema de trafego rodoviário na Bahia é altamente complexo e perigoso para a saúde humana. Os elementos do sistema incluem veículos a motor, ruas, estradas e rodovias e seus usuários além do ambiente físico e socioeconômico. O desafio para o novo Governo deve ser o de elaborar um programa estadual de redução da morbimortalidade por acidentes de transportes que possibilite construir um sistema de trafego menos perigoso e isso irá exigir uma abordagem sistêmica, que compreenda o sistema como um todo e a interação entre seus elementos, identificando onde existe potencial para intervenção. Em particular isso tem como pressuposto o abandono da concepção ainda predominante nas instituições envolvidas de “culpar a vítima” reconhecendo em contrapartida que o corpo humano é altamente vulnerável as agressões, portanto, tanto o planejamento, projeto como a construção dos sistemas de tráfego com vias seguras deve acomodar e compensar a vulnerabilidade e a falibilidade humana. O papel importante que a saúde pública pode jogar na prevenção de acidentes de transportes incluem: a coleta e a análise de dados para demonstrar o impacto na saúde e na economia de colisões e atropelos; pesquisas sobre os fatores de riscos; a implementação, monitoramento e avaliação das intervenções; o desenvolvimento de prevenção primária, assistência e reabilitação para as pessoas atingidas; e articulação para aumentar a atenção sobre o problema. Tomando como base o diagnóstico apresentado acima, o PARMCEX, as recomendações da WHO, a Política Nacional de redução das Morbimortalidade por Acidentes e Violência (MS, 2001) para enfrentar o problema propomos as seguintes Linhas de Ação:

• Promoção da adoção de comportamentos e de ambientes seguros saudáveis; • Monitorização da ocorrência de acidentes e de violências; • Sistematização, ampliação e consolidação do atendimento pré-hospitalar; • Garantia de acesso às unidades de urgência e emergência • Estruturação, melhoria da qualidade e consolidação do atendimento voltado à

recuperação e à reabilitação; • Capacitação de recursos humanos; Apoio ao desenvolvimento de pesquisas; • Implantação Sistema Estadual Unificado de Vigilância da Violências e Acidentes

(SVVA), em unidades sentinelas; • A constituição da rede Assistência às Vítimas da Violência e Acidentes e • O fortalecimento da Mobilização, do controle social, educação e cidadania e da

articulação inter e intra setorial.

Essas linhas de ação e os princípios e diretrizes do SUS embasam as recomendações a seguir: 1. MOBILIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL, EDUCAÇÃO E CIDADANIA Recomendação 1 – Definir a SESAB como o setor do governo em melhor condição para conduzir as iniciativas estaduais de articulação intersetorias de políticas públicas para redução da morbimortalidade por acidentes de transportes. Recomendação 2 – Mobilizar e articular organizações comunitárias, agencias internacionais, governamentais federal, estadual e municipal para discutir o problema, traçar estratégias, diretrizes e acompanhar as intervenções intersetoriais através da criação de uma Câmara

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Técnica vinculada ao CES, com a participação das Universidades (UFBA, UEFS, UESC, UESB, UNEB), Policias Técnica, Civil e Militar/SSP, DETRAN, Ministério Público, Policia Rodoviária Federal, DNIT, DERBA, SAMU, Secretaria de Cidadania, Justiça e Direitos Humanos, Secretaria de Educação, DIS/Assistência Médica e Hospitalar/DIVEP/SESAB, Emissoras de Comunicação (TV, Rádio e Jornais), Conselhos de Saúde, ONG Comunitárias e da Sociedade Civil Organizada com abrangência estadual/regional. Recomendação 33 – Divulgar campanha contra os acidentes de transportes enfatizando a questão da auto-proteção, além da divulgação massiva das estatísticas dos acidentes de transportes na localidade e suas conseqüências danosas para a economia, sociais e para a saúde individual e coletiva. Recomendação 34 – Introduzir no currículo escolar do município e do Estado nos níveis Pré-escolar, Fundamental e Médio o Programa de Educação no trânsito. Recomendação 35 – Instalar junto à Secretaria de Cidadania, Justiça e Direitos Humanos, Ministério Público Estadual e Secretaria de Segurança Pública do Estado um sistema de acompanhamento e cobranças de resultados nas delegacias de policia e de justiça sobre a conclusão de inquéritos, andamentos de processos referentes aos acidentes do trânsito etc. visando reduzir a impunidade. Recomendação 37 – Promover campanha para elevar o grau de conscientização sobre as causas e conseqüências dos acidentes de trânsito entre os profissionais de saúde, considerando a epidemiologia da mortalidade e morbidade por Acidentes de transportes. Recomendação 38 – Desenvolver ações de educação em saúde a fim de reduzir o consumo de álcool na população, em especial, entre os jovens. Recomendação 39 – Promover campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, normas de trânsito, e sistema de controle de álcool para motoristas. Recomendação 40 - Promover a fiscalização de motoristas imprudentes no trânsito. Recomendação 41 - Instituir mecanismos de controle da velocidade no trânsito multando os infratores. Recomendação 42- Implantar trabalho educativo específico para proteção de escolares e idosos no trânsito. 1. SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA DA VIOLÊNCIA Recomendação 40 - Monitorar e análise áreas, Fatores de Risco e de proteção Gerais para Acidentes de Transportes (especialmente os atropelos, colisões e choque de motocicletas e bicicletas e automóveis), através do levantamento, acompanhamento da 1) Exposição ao Risco: Fatores econômicos e demográficos, nível de motorização, modos de transportes, o volume de desnecessário trips e práticas de planejamento e uso da terra.. 2) da Ocorrência: velocidade excessiva, beber e dirigir, veículos inseguros, projetos de rodovias e estradas inseguras, falta de rigor no cumprimento das leis do trânsito e normas de segurança. 3) Das causas da Gravidade do acidentes: não utilização do cinto de segurança, dispositivos de

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proteção para crianças, e capacetes de proteção contra a colisões e quedas, falta de “forgiving” frontais nos veículos para proteger e reduzir o dano para os pedestres, motociclistas e ciclistas em uma colisão, Infraestruturas nas laterais e acostamentos da rodovias e estradas que são desprotegida em colisões; e fatores relacionadas à tolerância humana. Recomendação 3 – Avaliar o problema, as políticas e contexto institucional relacionados aos acidentes de transporte e a capacidade de prevenção dos acidentes de transportes em cada município do Estado. Base estadual da Rede Básica, Assistencial de Média e alta Complexidade. Recomendação 4 – Monitorar a morbimortalidade por acidentes de transportes nos 417 municípios da Bahia (os acidentes, os fatores de risco e de proteção). Recomendação 5 – Articular e intergrar através de um programa informatizado os sistemas de informação de base municipal (SET/PMS, Secretaria Municipais de Transito, CIRETRANS), Estadual (DETRAN, POLICIA RODOVIÁRIA ESTADUAL, IML, SAMU Estadual) e Federal (POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL, DENATRAN, DNIT) exisentes para o monitoramento dos agravos, dos fatores de risco e de proteção. Recomendação 11 – Integrar sistemas de informação de ocorrências de morbidade e de mortalidade existentes: SAMU, Policia Rodoviária Estadual, Policia Rodoviária Federal, DENATRAN, DNIT, DETRAN/CIRETRAN, Secretarias Municipais de Engenharia do Trânsito, IMLNR/IMLs REGIONAIS e universidades (UFBA, UNEB, UEFS etc.). Implantação com recursos de informática, de uma rede de informação estatística que inclua a captação, o transpotre e o armazenamento de dados. A rede deverá ser integrada e acessível a todos os fóruns em nível municipal, estadual e federal . Recomendação 6 – Preparar uma estratégia estadual um plano de ação de segurança para redução da morbimortalidade por acidentes de transporte, articulando vigilância e assistência. .Recomendação 8 – Implementar ações específicas para prevenção de colisões e atropelos, minimizar acidentes e suas conseqüências e avaliar o impacto dessas ações. Recomendação 9 – Dar suporte ao desenvolvimento de capacidades e cooperação entre as DIRES e Municípios. Recomendação 13 – Gerenciar a exposição com políticas de uso da terra e de transportes. - Avaliar impacto da segurança antes que as decisões de planejamento sejam tomadas. - Promover uso eficiente da terra.] - Projetar e construir rodovias e estradas com rotas curtas e seguras para usuários de estradas e rodovias. - Desencorajar trajetos de motoristas, motociclistas e pedestres desnecessários e menos seguros. - Estimular o uso de modos de transportes mais seguros tais como trens,metrô, navios e ônibus. - Minimizar a exposição às rodovias de alto risco, restringindo o acesso aos trechos da rede de rodovias mais inseguros. - Priorizar a transportes coletivos tais como trens, metrô, ônibus e carros com dois ou mais ocupantes.

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- Restringir a razão potência x peso em veículos motorizados de duas rodas. - Controlar o uso de veículos a motor por jovem pilotos e motoristas. Recomendação 7 – Alocar recursos financeiros de fontes federais e estaduais e municipais para tratar do problema, realizar pesquisas junto com universidades (UFBA, UEFS, UNEB, UESC etc.) sobre fatores de risco e de proteção Recomendação 14 – Planejar e desenhar estradas, ruas e rodovias seguras (CONDER, DNITT, DERBA, SETIN, DNER etc.) - Reduzir o risco de acidentes devido a insuficiente planejamento e projeto precário - Utilzar o conceito Consciência de Segurança em projetos de construção ou reforma de rodovias, ruas e estradas. -Elaborar Projeto para definir ruas e rodovias segundo a função - Elaborar Projetos voltados para pedestres e ciclistas (ciclovias, estacionamentos, etc.). - Projetos direcionados para motoristas de veículos, pilotos de motos e bicicletas e passageiros. - Realizar Auditorias de segurança de rodovias - Ações emergênciasi de correção de fatores de risco relacionados á engenharia, condições de pista, iluminação, sinalização, pavimento etc. em locais de alta risco de colisões Recomendação 15 – Providenciar dispositivos anti-colisões fluorescentes nos veículos. - Levantar e identificar veículos em risco de acidentes devido a design que aumentam a probabilidade e/ou a gravidade da lesão, veículos em condições precárias de manutenção. - Melhorar a visibiliade de veículos e usuários nas ruas (ver e ser visto). -Melhorar a capacidade de suportar as colisões do veículo a motor - Proteger pedestres e ciclistas através de melhorias nos pontos que em colisões afetam mais gravemente as vítimas tais como parachoques, painéis frontais dos veículos etc. - Proteger os ocupantes dos veículos a motor. - Melhorar a compatibilidade de veículos. - Melhorar o projeto de bicicletas (DETRAN). - Projetar veículos smart Recomendação 16 – Contextualizar regras e compilance rodovias, ruas e estradas seguras. - O risco de acidentes de transportes tem se elevado nos últimos 10 anos devido a falta de fiscalização e cumprimento do CTB e outras normas. - Contextualizar e reforçar os limites de velocidade em trechos onde o principal fator de risco tem sido a velocidade. - Contextualizar e reforçar as limitações legais ao uso do álcool onde o principal fator de risco tem sido o uso da bebida álcoolica. - Reforçar as medidas visando reduzir limites aceitáveis de concentração sanguínea do álcool. - Reforçar os limites de concentração de álcool no sangue e publicizar as punições para o descumprimento. Recomendação 17 - Controlar uso, comercialização de Drogas medicinais e recreacional - Identificar o problema da fadiga do motorista - Reduzir o risco de colisões de junction Recomendação 19 – Implantar e implementar o acompanhamento e uma ação contínua sobre os Acidentes de Trânsito que vitimizam a população mais vulnerável de idosos, crianças,

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deficientes físicos: atropelos de pessoas com limitações de locomoção, idosas e escolares (crianças e adolescentes), na faixa etária xx a xx anos de idade residentes nas áreas/regiões de baixas condições de vida, as vitimizações de pessoas devido às colisões de motocicletas e bicicletas e à vitimização de ocupantes de veículos devido a colisões, choques, abalroamentos, enfatizando a disponibilidade, o acesso e a oferta organizada de serviços de saúde (APH, SAMU, Urgência e Emergência, Bombeiros) e a prevenção de riscos e danos, sob a forma de operações Recomendação 20 – Implantar e Implementar o monitoramento da morbi-mortalidade por acidentes de transportes, através investigação, inquérito epidemiológicos e análise estatísticas dos dados de rotina oriundo da fontes: a) SIM, SIH/APAC, DETRAN, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Policia Rodoviária Estadual e Federal; b) de atendimento à demanda espontânea nas unidades de saúde da rede SUS de Assistência Médica Ambulatorial/SAI/SIAB, PSF/ACS, SAMU, APH e das ações de vigilância epidemiológica (DIVEP), de vigilância sanitária (DIVISA), de saúde ocupacional (CESAT) e anti-veneno convencionais (CIAVE). Recomendação 21 – Implantar o Sistema de informação de mortalidade e morbidade por Acidentes de Transportes integrado nos 15 municípios com mais de 100 mil habitantes. A VE do municípios processariam e analisariam as DO referentes aos Acidentes de Transportes, procedendo os contatos e esclarecimentos junto ao IML ou equivalente. Os registros da morbidade seriam obtidos junto as unidades sentinelas (SVVA) responsáveis pelo atendimento de urgência e emergência. Recomendação 22 – Implantar e implementar o Sistema Estadual Unificado de Notificação e Vigilância Epidemiológica de Acidentes de Transportes (SVVA) nos 19 municípios com mais de 80 mil habitantes . A Vigilância Epidemiológica dos municípios realiza as investigações epidemiológicas contatando com as vítimas não fatais ou os parentes/responsáveis das vítimas fatais e de acidentes de transportes e com as vítimas de acidentes de transportes atendidas nas unidades sentinelas (Hospitais e/ou unidades de saúde responsáveis pelo atendimento de urgência/emergência). Recomendação 30 – Recrutar policiais e fiscais para a verificação dos níveis de álcool dos motoristas suspeitos que trafegam nos locais, horários de maior risco de acidentes. Recomendação 31 – Alocar policiais suficientes e adequadamente equipados para fiscalizar e orientar nos pontos das principais vias nas sedes dos municípios com mais de 80 mil habitantes. Na BA 099, no trecho Lauro de Freitas até divisa com o Estado de Sergipe. Em Salvador, na Av Luis Viana (Av Paralela), Av Afrânio Peixoto (Av Suburbana), Av Antonio Carlos Magalhães (Av ACM) e Av Octávio Mangabeira (Orla) e a BR 324 para aplicação de multas aos infratores. Nos trechos de maior risco das Rodovias Federais BR 324, 101, 116 e 242. Recomendação 32 – Capacitar comandos, policiais e fiscais para adequado cumprimento da legislação de trânsito e a humanização das ações, além da orientação de motoristas e pedestres nas áreas consideradas de maior risco. Recomendação 36 – Fiscalização e controle (DIVISA) sobre os meios de publicidade e as propagandas que aludem positivamente para o consumo de bebidas alcoólicas e a velocidade nas ruas e estradas.

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3. ASSISTÊNCIA ÀS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA E ACIDENTES Monitoramento e avaliação das conseqüências dos acidentados após as colisões: Intervalo entre a detecção da colisão, providencias de primeiro socorro, medidas salva-vidas e assistência psicológica; falta ou intervalo excessivamente longo entre o atendimento de emergência sobre o spot, o acesso, a disponibilidade de transporte para as unidades hospitalares; e a disponibilidade e qualidade da assistência ao trauma e reabilitação. Ações: Acidentes de Transportes são previsíveis e podem ser prevenidos. As principais medidas incluem melhorar o projetos de rodovias e estradas, melhorar as normas de construção dos veículos, controlar a velocidade, reforçar o uso do cinto de segurança, do capacete e limitar o uso do álcool. As Rodovias e estradas e ruas devem de responsabilidade compartilhada entre governos federal, estadual e municípios, empresas, comunidade e agencias internacionais e devem envolver profissionais de múltiplas disciplinas. Recomendação 10 – Fomento à organização, implantação e ampliação do SAMU para os municípios da RMS e municípios com mais de 100 mil habitantes ainda não cobertos, priorizando as áreas de maior vitimização e risco. Recomendação 23 – Implantar serviço de atendimento integral às vítimas de violência nas unidades sentinelas onde foram implantadas Sistema de Informação e Sistemas de Vigilância Epidemiológica do Acidentes de Transportes em cada um dos 15 municípios com mais de 100 mil habitantes e que sejam sede das DIRES. Ampliação do APH para as rodovias por intermédio da Policia Rodoviária Estadual e Federal. Recomendação 24 – Organizar uma rede de atendimento integral às vítimas de acidentes de transportes em cada um dos 15 municípios com mais de 100 mil habitantes e que sejam sede das DIRES. Recomendação 18 – Redefinição do modelo assistencial para articular ações inter e intrasetoriais e inter e intrainstitucionais fortalecendo as atividades que tem interface com outras instituições, extrapolando o âmbito setorial da saúde e incentivando o trabalho de equipes multiprofissionais, bem como criando sistemas de informações confiáveis, seguras para fundamentar decisões e medidas ágeis e adequadas sobre o problema (PARMCEX, 1998). Assistência médico-hospitalar, Vigilância Sanitária, Informações, Educação e Comunicação. Recomendação 25 – Ampliar a capacidade instalada das urgências e emergências próximas às rodovias/estradas federais, estaduais e municipais (analise espacial com localização dos hospitais com maior proporção de internações, malha rodoviária com rodovias com maior freqüência de acidentes). Recomendação 26 – Aumentar a resolutividade das unidades de urgência e emergência para atendimento às vítimas de atropelos (pedestres), colisões, abalroamentos, choques etc. Recomendação 27- Reorganizar e integrar o serviço móvel da SAMU e SALVAR do Corpo de Bombeiros PM/BA e unidades de referencia para primeiros socorro, urgência/emergência para politraumatizados nas Rodovias Federais, Estaduais e Municipais onde segundo informações

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do DETRAN, SET, Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual e Polícia Rodoviária Federal que ocorrem com maior freqüência os acidentes de transportes tais como: BA 099-Estrada do Côco, a BA 001, BA 535, a BA 052, BA 522 e a BA 526 (são as cinco rodovias estaduais onde ocorrem 52,8% dos acidentes de trânsito, sendo que entre essas somente a BA 099, foi responsável por mais de 20,6%). Entre as Rodovias Federais, o trecho da rodovia BR 324, compreendido entre o Km 517 aos 627, (Salvador e Feira de Santana), onde são registrados cerca de 20,6% do total de acidentes no estado, 13,6% de feridos e 10,6% dos mortos. Em Salvador, as vias com maior freqüência de vítimas são: Av Luis Viana (Av Paralela), Av Afrânio Peixoto (Av Suburbana), Av Antonio Carlos Magalhães (Av ACM) e Av Octávio Mangabeira (Orla) e a BR 324. Esses avenidas concentram 49,2% do total de vítimas, 13,4% dos vítimas não fatais e 34,3% das vítimas fatais (SET/PMS). Recomendação 28 – Organizar o sistema de atendimento integrado para casos de emergências. Recomendação 29 – Implantar serviços alternativos de emergências envolvendo PSF/ACS e outros serviços de saúde de média e alta complexidade próximo ou na regiões de maior freqüência de acidentes. Recomendação 30 - Elaborar normas de procedimentos (protocolos) sobre tratamento das vítimas de acidentes e violências relacionadas ao transito com o objetivo de padronizar conduta, racionalizar o atendimento e reduzir os custos.. Recomendação 31 - Definição de unidades de urgência e emergência para os acidentes de transportes conforme o grau de complexidade e a proximidade dos locais ou regiões de maior incidência de acidentes de transportes Recomendação 32 -Formação e capacitação de profissionais em emergências, clínicas traumáticas, cirúrgicas e atendimento pré-hospitalar, especialmente ao atendimento pediátrico.

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