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MINISTÉRIO DA SAÚDE ESCOLA DE FORMAÇÃO EM SAÚDE PROJETO CAMINHOS DO CUIDADO Coordenação Estadual Rosana Libano Alves Santos Ruzene RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA EQUIPE ESTADUAL DE SANTA CATARINA Elaboração Rosana Libano Alves Santos Ruzene Talita Padilha Porto complemento turmas de 2015: Alessandra da Silva SÃO JOSÉ 2015

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

ESCOLA DE FORMAÇÃO EM SAÚDE

PROJETO CAMINHOS DO CUIDADO

Coordenação Estadual

Rosana Libano Alves Santos Ruzene

RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA EQUIPE ESTADUAL DE

SANTA CATARINA

Elaboração

Rosana Libano Alves Santos Ruzene

Talita Padilha Porto

complemento turmas de 2015: Alessandra da Silva

SÃO JOSÉ

2015

1. INTRODUÇÃO

O Projeto Caminhos do Cuidado veio para o Estado de Santa Catarina como um

presente, considerando as realidades vivenciadas por profissionais e pacientes com

relação ao atendimento em saúde mental. Santa Catarina assim como os demais estados

brasileiros se depara com a necessidade de atendimento de um grande número de

pacientes que necessitam de cuidados de referência na área da saúde mental e atenção

psicossocial principalmente, os usuários de crack, álcool e outras drogas.

No entanto ainda são insuficientes os resultados esperados de melhora na

qualidade do atendimento e na vida destas pessoas sem o conhecimento necessário para

utilizar as ferramentas potencializadoras do sistema como aliadas no processo de

trabalho dos profissionais.

Sendo assim o projeto foi idealizado e colocado em prática com uma meta

bastante destemida de realizarmos uma Formação em Saúde Mental (crack, álcool e

outras drogas) para 100% dos agentes comunitários de Saúde, e 01 Auxiliar ou Técnicos

de Enfermagem de cada Equipe de Saúde da Família do estado de Santa Catarina,

visando melhorar a atenção ao usuário dos serviços de Atenção Básica e seus familiares.

O Estado de Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil,

localizada no centro da região Sul do país. De acordo com o IBGE (2013) é o vigésimo

estado brasileiro com maior extensão territorial e o décimo primeiro mais populoso. As

dimensões territoriais abrangem uma área de 95.736,165 km² que tem como Capital e

sede do governo a cidade de Florianópolis, localizada na Ilha de Santa Catarina. O estado

tem suas regiões divididas conforme o mapa a seguir:

REGIÕES DE SANTA CATARINA

Aceitaram a execução deste projeto duas escolas de formação em saúde do

estado: a Escola de Formação em Saúde – EFOS e a Escola Técnica do SUS - ETSUS

Blumenau. São escolas que buscam o apoio das instituições de saúde do estado, como

as Gerências Regionais de Saúde das Secretarias de Desenvolvimento Regional, e dos

municípios no processo de ensino-aprendizagem do trabalhador em saúde, para

conseguir desenvolvimento de seu plano político-pedagógico. Assim assumiram uma

parceria com o Ministério da Saúde para execução do Projeto Caminhos do Cuidado em

Santa Catarina, ficando a EFOS responsável por 70% da meta estabelecida e a ETSUS –

Blumenau por 30%.

Essas parcerias na execução deste projeto são imprescindíveis pois só fortalece

os laços educacionais e profissionais que já estão firmados com as instituições nacionais,

estaduais e municipais. Para organizar melhor a execução do projeto no estado a Equipe

Estadual de Santa Catarina considerou o método de divisão estadual já utilizada pelas

escolas para organização dos seus cursos distribuídos nos municípios que fazem parte

das 16 regiões de saúde. Esta forma de delimitação tem seu foco nos municípios

agrupados de acordo com as regionais de saúde conforme mostra o mapa abaixo.

REGIÕES DE SAÚDE DE SANTA CATARINA

Esta visibilidade que as escolas já possuem no estado, permitiu que

potencializássemos os fluxos de trabalho e articulássemos o curso no estado de maneira

muito promissora, resultando no cumprimento de 70% da meta pela EFOS em dezembro

de 2014 e dos 30% das ETSUS – Blumenau em março de 2015. Das regiões observadas

no mapa são de abrangência da ETSUS – Blumenau as regiões de Alto e Médio Vale do

Itajaí e Foz do Rio Itajaí. Todas as demais regiões foram formadas pela EFOS. Os

resultados por regiões podem ser observados nos itens a seguir.

Grande Florianópolis

A região da grande Florianópolis é composta por 22 cidades totalizando 1555

alunos, que para a formação considera-se o equivalente a 39 turmas. Todos os

municípios foram contemplados com a formação, todavia a capital Florianópolis teve um

número reduzido de turmas comparado ao esperado pela equipe devido a obstáculos

administrativos dentro do próprio município que resistiu muito a receber o projeto.

Nordeste

Região composta por 13 cidades, com a meta de formar 1.068 alunos ou seja, 27

turmas eram esperadas e tivemos a meta na região cumprida, todos os municípios foram

contemplados com a formação.

Planalto Norte

Região composta por 13 municípios possuindo 609 alunos a serem formados

formando 15 turmas que foram realizadas com sucesso. Esta foi a primeira região a

cumprir com a meta no estado.

Planalto Serrano/Serra Catarinense

Região composta por 18 cidades, com 632 alunos a serem formados, formando

16 turmas. Todos os municípios foram contemplados com a formação.

Carbonífera

Região composta por 12 cidades, 748 alunos a serem formados com a realização

de 10 turmas sendo todas realizadas, possibilitando que todos os municípios da região

fossem contemplados com o projeto. Nesta região foram formados também os alunos do

mais novo município de Balneário Rincão ultrapassando a meta que não considerava os

profissionais desta cidade.

Oeste

Região composta por 25 cidades, com 700 alunos e 17 turmas a serem

realizadas. Nesta região apenas uma cidade chamada Quilombo não foi contemplada, no

município os profissionais estavam realizando cursos já em andamento desde junho do

ano de 2014 até abril de 2015, 03 vezes por semana o que impediu a liberação deles

mais um dos dias de trabalho.

Nesta região outra surpresa foi a formação de uma equipe da estratégia de saúde

da família de uma comunidade indígena que não estava prevista na meta do Ministério.

Os profissionais souberam do curso e entraram em contato com a equipe estadual que

organizou tudo. De acordo com os profissionais formados, os problemas com uso de

crack e outras drogas estão muito preocupantes na comunidade indígena e esta formação

fez muita diferença para modificar a forma de atuação deles daqui para o futuro.

Meio Oeste

Região composta por 20 cidades, com 394 alunos e 10 turmas, todos os

municípios foram contemplados com a formação. Esta foi a segunda região a cumprir com

a meta no estado.

Extremo Oeste

Região composta por 30 cidades, 606 alunos previstos, 15 turmas esperadas.

Todos os municípios foram contemplados com o projeto.

Alto Uruguai Catarinense

Região composta por 15 cidades sendo que destas, 276 alunos ou 6,9 turmas

eram esperados e todas foram contempladas com o projeto.

Xanxerê

Região composta por 21 municípios, 448 alunos, realizou 11,2 turmas cumprindo

com a meta esperada para região e contemplando todas as cidades com a formação.

Alto Vale do Rio do Peixe

Região composta por 20 cidades, 469 alunos e 12 turmas a serem realizadas.

Todos os municípios foram contemplados com a formação.

Alto Vale do Itajaí, Médio Vale do Itajaí e Foz do Rio Itajaí

As regiões de abrangência da ETSUS-Blumenau são compostas por 53 cidades,

com 2.526 alunos e 63 turmas a serem realizadas. Já foram formados 1990 alunos em 49

turmas e 347 profissionais estarão em formação até março de 2015.

Nos próximos capítulos deste relatório, estão descritas as principais

potencialidades e fragilidades vivenciadas pela equipe durante a realização do projeto, e

como aconteceram todas as etapas de execução no estado, que parcerias foram firmadas

e como se estruturou a articulação de uma formação tão importante, de forma que ela

pudesse chegar a etapa final com resultados tão significativos.

2. ESTRUTURA OPERACIONAL DO PROJETO NO ESTADO – ETSUS/ESP/ EQUIPE

ESTADUAL

Para atender um projeto desta magnitude, foi estruturada uma equipe de

profissionais indicados pelas escolas com os requisitos exigidos para compor a equipe e

atender as demandas do projeto. A equipe estadual de Santa Catarina foi estruturada com

uma coordenadora e cinco apoios estaduais divididos entre as duas escolas, ficando

composta da seguinte forma:

Coordenadora estadual: Rosana Libano Alves Santos Ruzene, enfermeira, especialista

em Saúde da Família, Gerenciamento de UBS, Saúde do idoso e UTI e emergência,

experiência com a rede do SUS há 21 anos;

Talita Porto Padilha, enfermeira especialista em Saúde da Família, Mestranda em Saúde

Mental e Atenção Psicossocial, com 5 anos de experiência na rede do SUS;

Alessandra Dias da Silva, funcionária efetiva da EFOS em cargo de analista de gestão e

promoção de Saúde, formada em Administração, experiência com a rede do SUS há 11

anos;

Elisângela da Cunha Martins, funcionária efetiva da EFOS em cargo de analista de gestão

e promoção de Saúde, formada em Ciências Contábeis, experiência com a rede do SUS

há 11 anos;

Thiago Cesar Pereira, jornalista, com graduação também em história, especialista em

saúde pública e gestão pedagógica das escolas técnicas do SUS, funcionário efetivo da

ETSUS-Blumenau, experiência com a rede do SUS há 10 anos;

Isabel Cristina de Souza Cunha, pedagoga, funcionária efetiva da ETSUS-Blumenau,

experiência com a rede do SUS há 4 anos;.

A equipe composta por profissionais de diversas áreas, com conhecimento e

experiência na organização e realização de cursos pelas escolas, se dedicou para o

cumprimento da meta, trabalhando em equipe, compartilhando saberes, experiências e

formas de fazer.

A rotina de organização das turmas embora fosse parcialmente padronizada, se

modificava a cada articulação com um novo município, e os resultados só conseguiram

ser alcançados porque os profissionais da equipe se empenharam em estar sempre

refletindo sobre a prática e discutir sobre os obstáculos buscando soluções rápidas e

efetiva.

Todavia, podemos destacar que a execução do projeto por duas escolas que se

localizam em municípios muito distantes, se tornou um fator problematizador, uma vez

que, suas regiões de abrangências e formar de atuação se consolidam em estruturas

muito distintas, fazendo com que fosse um grande desafio, promover a comunicação

efetiva com municípios, gestores, tutores e demais atores não causando nenhum prejuízo

ao projeto.

Os esforços para disseminar as experiências entre a equipe das duas escolas, e

acompanhar o processo em todas as regiões tiveram que ser constantes considerando a

distância e o fluxo excessivo de ações realizadas diariamente. A centralização destes

atores chaves em um único espeço facilitará a execução de projetos futuro

3. PROCESSO DE ARTICULAÇÃO

O processo de articulação utilizado pela equipe sempre foi muito dinâmico, pois

procuramos seguir um organograma fornecido pela coordenação macro no início do

projeto, quando a equipe foi capacitada para realizar o curso no estado. O modelo

proposto, conforme podemos observar a seguir, dá todas as diretrizes para articulação

das turmas de forma muito clara e objetiva. Seguindo os caminhos descritos não tivemos

muitas dificuldades em executar as propostas.

PROCESSO DE CRIAÇÃO DE TURMAS

A Escola de Formação em Saúde possui uma listagem de contatos de todos os

secretários de saúde e coordenadores de atenção básica dos municípios do estado.

Ainda em Dezembro de 2013 iniciamos disparando e-mails informativos sobre o projeto

aos endereços que constavam nesta tabela e iniciamos com os contatos telefônicos e

agendamentos de encontros para apresentação do projeto.

A CIES estadual ajudou muito neste processo pois desde a sua chegada no

estado em dezembro de 2013 já vinha divulgando a formação nas suas reuniões

periódicas. E como muitos tutores selecionados eram gestores ou figuras importantes nas

suas regiões, também já estavam informalmente articulando os primeiros passos para a

organização das turmas.

Infelizmente devido as dificuldades em recebimentos de ajudas de custo e como a

Escola de Formação em Saúde - EFOS não possui um carro a disposição de sua equipe,

poucas foram as vezes que a equipe estadual pode se fazer presente nos encontros e

reuniões dentro do estado que possibilitassem maior divulgação do projeto. Já na ETSUS-

Blumenau, um acompanhamento presencial pode ser realizado pela equipe, pois tinham

um carro próprio da escola que permitiu as articulações in loco.

Entretanto, esta fragilidade vivenciada em maior amplitude pela EFOS, pouco

interferiu nas articulações do curso e no andamento do projeto no estado. O nosso maior

desafio foi enquanto equipe construir uma proposta de cronograma que organizasse a

quantidade de turmas nos meses que tínhamos para realizar o curso, possibilitando assim

negociações com datas já estabelecidas.

Para isso, dividimos as 13 regionais de saúde de responsabilidade da EFOS entre

os 03 apoios, ficando a Alessandra com as regiões da Carbonífera, Alto Uruguai

Catarinense, Extremo Sul Catarinense e Grande Florianópolis-Região Continental; a

Elisangela ficou com as regiões de Xanxerê, Alto Vale do Rio do Peixe, Laguna e

Nordeste pertencente a SDR de Jaraguá do Sul; e a Talita ficou com as regiões do

Extremo Oeste, Meio Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense, Oeste, Grande

Florianópolis Capital, e Nordeste pertencente a SDR de Joinville. Para ETSUS-Blumenau,

ficou a responsabilidade de articular as turmas nas 03 regiões de sua abrangência.

Cada apoio organizou um cronograma já pensando na união de municípios

próximos para formação de turmas, número de alunos por turma e número de turmas por

região. Neste cronograma já estavam as datas previstas para realização da turma e

sugestão de tutor considerando a sua disponibilidade. Foi com essa proposta de

cronograma que negociamos com os municípios.

Ainda no mês de dezembro a coordenação macro, estadual e um dos apoios fez

uma apresentação do projeto na reunião estadual dos secretários de saúde em Blumenau

e no mesmo dia apresentamos a proposta de cronograma para a coordenação de atenção

básica de Joinville. Assim já conseguimos organizar as primeiras turmas para iniciar em

janeiro.

Os primeiros desafios encontrados para articulação das turmas estavam nos

contatos registrados na tabela que encontravam-se desatualizados com a realidade local.

Uma vez atualizado o contato conseguimos imediatamente conversar com os gestores.

Quase que 80% dos municípios aceitaram de prontidão o projeto solicitando apenas

algumas alterações de datas.

Porém tivemos obstáculos pontuais em alguns municípios conforme destacamos

abaixo:

Capital de Florianópolis que após inúmeros contatos com a gestão não conseguimos

articular o número esperado de turmas. Embora tenhamos feitos inúmeros esforços, entre

e-mails, ligações, tentativas de agendar reuniões, o município não fechou com 100% da

meta alcançada e as turmas que aconteceram tiveram um alto índice de absenteísmo.

Solicitamos o apoio de todas as instancias possíveis na tentativa de sensibilizar o

município mas até o final do projeto em dezembro de 2014 não tivemos sucesso;

Município de Lages que necessitou de uma visita da coordenação estadual pois estava

com muitos entraves políticos que vinham impedindo o andamento do projeto no

município. Após a visita da coordenadora estadual tudo foi resolvido sem maiores

problemas. Todavia, o município acabou não querendo capacitar 100% dos seus

colaboradores, mas realizou o número de turmas previsto;

Município de Criciúma que demorou muito a abraçar o projeto, e não formou 100% dos

profissionais previstos.

Município de Urubici que também necessitou de uma visita da coordenação estadual para

realização das turmas, se resolvendo sem maiores dificuldades;

Joinville que apesar de ser um dos primeiros municípios a realizar turmas, teve vários

problemas operacionais com local, com liberação dos alunos por falta de vale transporte

entre outros, que dificultaram a realização das turmas na região fechando com apenas 13

das 14 turmas previstas, mas formando a meta de alunos prevista pelo Ministério.

Quilombo município da região Oeste que não pode realizar sua turma no ano de 2014

nem no primeiro semestre do ano de 2015 pois estava com muita demanda de

capacitações já ocorrendo o que impediu a liberação dos profissionais para mais uma

formação. O município justificou sua não participação no projeto enviando um ofício

assinado pelo secretário de saúde.

Considerando os desafios destacados acima, a parte operacional de articulação

de turmas foi muito tranquila sendo realizada por toda a equipe estadual em trabalho

coletivo de forma dinâmica e efetiva. Destacamos como fator importante para nossa

inserção no estado com a proposta do projeto, a organização das escolas que já tinham

grande visibilidade no estado, já vinham trabalhando com esta divisão em regionais de

saúde em outros cursos o que auxiliou muito no trabalho. E também a criação da proposta

de um cronograma anual, que facilitou e muito a organização da formação junto aos

tutores e municípios. A maior parte dos gestores se adequou as datas sugeridas.

4. PONDERAÇÕES SOBRE A ATUAÇÃO DA EQUIPE NACIONAL

As relações da equipe estadual com a equipe nacional foram se estabelecendo

efetivamente durante o andamento do curso frente as situações vivenciadas que exigiram

de ambas as partes de um exercício de comunicação, paciência, comprometimento e

trabalho em equipe.

Embora muitos obstáculos tenham sido vivenciados ao longo do caminho,

podemos salientar que finalizamos com compromissos firmados e cumprimos pelas

equipes que trabalharam juntas para o melhor andamento do projeto. A seguir

descrevemos de forma mais específicas como se estabeleceu as relações com cada

divisão de equipe do projeto.

A. ATUAÇÃO JUNTO A COORDENAÇÃO MACRORREGIONAL

i. Articulação territorial e nacional:

O estado de Santa Catarina foi acompanhado em momentos distintos por duas

coordenadoras macrorregionais. A primeira coordenadora acompanhou o início do

Projeto, participando de forma mais efetiva das atividades de articulação territorial,

estando presente nas apresentações do projeto em reuniões no estado, contribuindo nas

primeiras pactuações.

ii. Suporte a formação da equipe:

Foi a primeira macrorregional quem também esteve mais à frente na formação da

equipe estadual, participando da seleção junto com a Escola, a quem coube o papel de

indicação das profissionais. A equipe estadual manteve-se a mesma até o final do projeto,

havendo uma redução apenas nos meses finais.

iii. Apoio e desenvolvimento do projeto:

A chegada da segunda coordenadora macrorregional ocorreu quando todo o

processo de articulação regional já estava efetivamente acontecendo. Nesse contexto,

sua atuação esteve centrada no apoio e desenvolvimento do projeto, na resolução de

problemas e outras particularidades. Sendo um elo importante da equipe estadual com as

demais partes do projeto.

iv: Acompanhamento/ Monitoramento das ações desenvolvidas:

A equipe desde o início desenvolveu formas para o monitorando o andamento do

projeto. Coube a macrorregional nos direcionar e auxiliar nesse monitoramento, que

posteriormente passou a ser realizado pelo painel de acompanhamento. A coordenação

sempre buscou auxiliar nas ações que ainda deveriam ser realizadas e também nos

manteve atualizados sobre a situação do estado mesmo sendo demonstrada diariamente

no painel.

v. Avaliação longitudinal do desenvolvimento do projeto:

A atuação da coordenação macrorregional foi muito importante pois serviu de

ponte entre a equipe nacional e a equipe estadual frente aos obstáculos mais

desafiadores vivenciados. Quando a comunicação entre as equipes falhava, a

coordenação macro pode fortalecer esta ponte e representar as necessidades do projeto

no estado exercendo também o papel de contrapartida no fluxo de informações e novas

alterações sistemáticas que foram sendo implementadas ao longo do andamento na

tentativa de melhorar os fluxos de execução das propostas.

Uma fragilidade foi que a mudança de coordenação em pleno auge da realização

das turmas trouxe muita ansiedade a equipe que já havia estabelecido um importante

vínculo de segurança com a coordenação inicial. Mas destacamos que a nova parceira

procurou se apropriar imediatamente dos processos e logo pode atender a todas as

demandas estaduais de forma definitiva.

B. ACADÊMICO

O trabalho realizado com a equipe acadêmica foi o que apresentou melhor

resultados positivos contribuindo significativamente com a qualidade da formação no

estado. Poucos foram os obstáculos vivenciados pela equipe estadual no processo de

organização das turmas, mas as situações vivenciadas foram estressantes exigindo

resolução rápida e eficaz. A equipe nacional acadêmica sempre foi muito organizada,

fornecendo orientações claras e eficazes, informando com objetividade os prazos

necessários para resolução das situações solicitadas o que diminuía a ansiedade da

equipe estadual frente as pressões exercidas por tutores, alunos e municípios.

Em contrapartida a distância entre as equipes que exigia que a comunicação se

estabelecesse via telefone e e-mail se configurou numa fragilidade, pois muitas eram as

demandas envolvendo alterações de cadastros de alunos e de informações da turma, e

mesmo com a excelente atuação da equipe acadêmica, muitos problemas poderiam ter se

resolvido imediatamente sem a necessidade de transferir a demanda para outra equipe.

Para futuras formações uma sugestão é a presenta de um secretário acadêmico

como parte integrante da equipe estadual diminuindo assim a burocracia para resolução

dos fluxos, o caminho percorrido pelas informações transmitidas, e o extravio de dados

importantes.

i. Seleções de tutores/orientadores:

Em Santa Catarina foram necessárias três seleções de tutores para atender a

demanda das turmas. Muitos profissionais se inscreveram nas seleções, passaram nas

etapas até a realização da formação de tutores, mas ao serem efetivamente convidados a

iniciar as turmas, muitos não tiveram mais a disponibilidade informada no processo de

formação, essa foi sem dúvida uma dificuldade importante vivenciada.

A primeira seleção foi lançada em forma de Termo de Referência nº 16/2013, em

outubro de 2013 pela coordenação nacional do projeto por intermédio do Ministério da

Saúde lançando 54 vagas para profissionais formados na área da saúde, com experiência

mínima de 01 ano na Atenção Básica ou na Saúde Mental, ou docência na área da Saúde

na temática de Atenção Básica ou na Saúde Mental, da rede do Sistema Único de Saúde,

e comprovada residência na Região de Saúde do Estado para o qual se candidatou.

Todas as seleções exigiram os mesmos pré-requisitos, exceto a última, que além

dos requisitos acima, exigia disponibilidade para realização de turma em no mínimo duas

vezes por semana. Entretanto, muitas regiões de saúde não tiveram inscritos o que se

configurou em um grande obstáculo pois dificultava a possibilidade de realizar turmas.

Reconhecendo a necessidade de formar tutores para as regiões não contempladas com

candidatos, e pensando na realização de uma formação com todos os integrantes

necessários para realização do projeto, que em novembro de 2013 foi lançado o Termo

de Referência nº 32/2013 com 24 vagas para cobrir as lacunas do termo nº 16.

A formação aconteceu em Florianópolis num período de 05 dias de capacitação

com os gastos custeados pelo Projeto. Foi um excelente evento, mas muitos tutores que

são trabalhadores da rede tiveram muita dificuldade para serem liberados do trabalho

permitindo a execução desta capacitação. Foi unânime a sugestão relatada durante o

andamento do projeto de que para praticidade e maior participação os profissionais

deveriam ser capacitados em menor tempo.

Outra fragilidade na execução é que a ajuda de custo para deslocamento teria

que ser reembolsada o que para alguns demorou muito a acontecer. Tiveram tutores que

acabaram recebendo somente no final do primeiro semestre de 2014 o que desmotivou os

participantes a realizarem turmas e ainda contaminou os demais com depoimentos

negativos.

A formação aconteceu em dezembro de 2013 e as turmas começaram no final de

janeiro de 2014 em algumas regiões. Mesmo tendo assinado um termo de compromisso,

alguns candidatos tinham passado em outros processos seletivos, outros tinham se

mudado de suas residências e sua disponibilidade se alterou fazendo com que muitos

desistissem do projeto.

Estes primeiros obstáculos aliados as dificuldades de liberação para realização de

turmas já que quase 90% dos tutores eram profissionais efetivos da rede, fez com que no

primeiro semestre houvesse um grande aumento no número de desistências que

prejudicaram significativamente a realização de turmas.

Além disso, muitos vinham recebendo as ajuda de custo para realização das

turmas com muito atraso, o material informado na formação que seria utilizado em sala de

aula não estava sendo fornecido, e as reclamações dos alunos pelos atrasos na entrega

do material didático, que prejudicava o planejamento das aulas contribuiu para que muitos

não quisessem mais realizar turmas, até que a situação fosse regularizada.

Coma finalização da proposta de cronograma em março de 2014, a equipe

estadual fez um levantamento de quantos tutores seriam realmente necessários para

conclusão do projeto no tempo estipulado, considerando os tutores já desistentes. Então

em março de 2014 foi feita uma nova formação de tutores agora em Porto Alegre – RS

com profissionais indicados pelas escolas.

Salientamos aqui a importância da indicação dos profissionais pelas escolas, que

puderam selecionar dentro da sua rede de trabalhadores, profissionais comprometidos,

com a disponibilidade necessária para execução do curso e com os requisitos exigidos

pelo projeto. A vinda destes profissionais alavancou a meta mensal de realização de

turmas.

Todavia, em algumas regiões não houveram candidatos habilitados a serem

indicados e em setembro de 2014 uma nova formação relâmpago teve que ser realizada

para cumprimento da meta. A formação aconteceu em São José e todos os gastos foram

custeados pelo tutor que foi reembolsado posteriormente.

Nesta etapa as energias já estavam bem diminuídas, e mesmo os candidatos já

estavam cientes de todas as fragilidades vivenciadas ao longo do projeto com relação a

infraestrutura. O projeto iniciou com uma formação realizada em grande estilo e acabou

com redução de custo devido aos problemas não calculados durante o andamento das

turmas e isso se refletiu muito na qualidade da formação como um todo.

Mas em todas as capacitações pudemos contar com profissionais excelentes e

comprometidos, que tocaram as turmas nas suas regiões e ultrapassaram as expectativas

e os obstáculos. Uma sugestão é que para cursos futuros as escolas possam participar

mais efetivamente na seleção destes membros chave e possam indicar profissionais que

com certeza irão se comprometer definitivamente com as ações propostas, evitando

assim tantos gastos desnecessários para novas formações.

É importante salientar também a falta de participação da equipe estadual de

forma mais efetiva na formação. A equipe acompanhou este tutores o projeto todo,

sanando dúvidas, apoiando na organização e desenvolvimento das turmas, e conhecer o

processo de formação de forma mais efetiva seria imprescindível para fortalecer o

processo.

ii. Cadastramento das Turmas:

Após todo o processo de negociação com a gestão e a explanação de

apresentação do projeto com os coordenadores de atenção básica, foi decidido junto com

os gestores do município sede da aula, um representante local que atuou como nosso

contato principal na organização do curso no município. Destacamos que muitos destes

contatos foram os próprios tutores que realizaram, por também serem gestores das

regionais de saúde.

Foi com este representante que direcionamos todas as informações para

organização da formação uma vez que, neste momento já havíamos recebido a

aprovação do gestor municipal.

Para auxiliar no levantamento das informações a equipe construiu dois

formulários que registram cada passo das negociações, também participava ativamente

na obtenção das informações que deveriam ser disponibilizadas pelo representante local

facilitando assim o cadastramento da turma.

O primeiro formulário foi criado para que pudéssemos registrar as ações

realizadas no processo de negociação com os municípios. Destacamos que algumas

lacunas eram preenchidas conforme as negociações fossem avançando, mas ele se

mostrou um instrumento de grande importância no processo, pois com o número

significativo de turmas que realizamos por mês, ficava impossível memorizar cada ação

realizada, e com a utilização deste instrumento ficou muito fácil acompanhar cada passo.

Tabela com Dados de Acompanhamento da Turma:

Como podemos observar, a primeira linha do instrumento está destinada para o

registro do nome e contato do representante local que auxiliou na organização da turma.

Logo abaixo colocávamos os dados da turma e após cadastro desta no sistema, os

códigos do Workflow e SAGU. Criamos também um espaço para colocar nomes dos

tutores, deslocamento necessário para realização da turma, e mais abaixo espaços

específicos para registro dos endereços de local de aula e local de entrega do material e

também dos estabelecimentos de alimentação.

As linhas de encaminhamentos eram utilizadas para registrar cada ação

realizada. Colocávamos a data e hora da ação, nome dos envolvidos e processo

realizado. Por exemplo: Encaminhamento 1: “21/11/14 às 10:00 tentado contato telefônico

pelo nº 48-33245688 com o Secretário de Saúde de Maravilha senhor Adilson Santos sem

sucesso, pois encontra-se em viagem para Florianópolis e só retorna dia 29/11/14. O

assessor sugeriu falar com o coordenador da atenção básica senhor Fernando utilizando

o mesmo número de contato, e pedindo o ramal 46”.

Ressaltamos a importância da criação deste instrumento para a organização do

processo de cadastro das turmas, pois permitiu que todos os passos realizados tivessem

registro, e quando as informações eram solicitadas pelos demais setores de infraestrutura

do projeto ou até mesmo pelos municípios, conseguíamos as informações com rapidez e

segurança, principalmente nos dias de falta de energia ou sinal de internet na escola,

situações estas, que se repetiram algumas vezes durante o decorrer do projeto.

Já a segunda tabela descrita abaixo, foi criada para ser enviada ao município

sede da aula após a confirmação da aceitação do curso pelo gestor, facilitando assim a

melhor compreensão das informações necessárias para o cadastro da turma e sua efetiva

realização.

Tabela de Informações para Cadastro da Turma

MUNICÍPIOS CONPEMPLADO

S COM A FORMAÇÃO

DADOS SEDE

TURMA

DATAS DAS

AULAS

DIAS DA SEMANA

Nº ALUNOS A SEREM

INSCRITOS

ENDEREÇ O DO

LOCAL DE AULA

RESPONSÁVE L PELA SALA

DE AULA

ENDEREÇ O DO

LOCAL DE ENTREGA

DO MATERIAL

RESPONSÁVE L POR

RECEBER O MATERIAL

TUTORES

SUGESTÕE S DE

LOCAIS PARA

ALMOÇO

SUGESTÕE S DE

LOCAIS PARA O

CAFÉ

OUTRAS OBSERVAÇÕES (Utilizado pela

equipe estadual)

EXEMPL O

Terça- feira

Terça- feira

Terça- feira

Terça- feira

Terça- feira

Opção 1: Nome e

telefone e

Data de recebimento das informações:

Nome do

Nome do

proximidade do local de aula;

Opção 1:

Data de aceitação dos tutores:

Nº FLUXO XXXXX

EXEMPL

Local:

Nº ou Nome da Sala:

Nome:

Local:

Nº ou Nome da Sala:

Nome Completo:

Opção 2: Nome e telefone e proximidade

Nome e telefone;

Opção 2:

Cadastro da turma no sistema:

Nome dos municípios que participarão da

formação.

Nome do

Municípi o sede

das aulas

SAGU

O

02/09/14 09/09/14 16/09/14 23/09/14 30/09/14

Nº de ACS e T.E

separadament e por

município

Endereço:

Nº:

Bairro:

Telefone de contato com o responsável: (DDD) XXXX- XXXX

Endereço:

Nº:

Bairro:

Telefone fixo e celular: (DDD) XXXX-XXXX

E-mail:

Nº de CPF:

A ser preenchid o pela equipe.

do local de aula;

Opção 3: Nome e telefone e proximidade do local de aula;

Nome e telefone;

Opção 3: Nome e telefone;

Valor máximo a ser

Data de previsão de entrega do material:

Data de previsão de pagamento de ajuda de custo aos tutores:

Município:

Cep:

Município:

Cep:

Valor máximo de almoço com bebida

pago por 01 café R$ 7,00.

Data de recebimento da listagem de alunos:

inclusa ser pago R$15,00.

Data de matrícula dos alunos:

Na primeira coluna da tabela registrávamos todos os municípios que iriam ter

seus profissionais participando da formação. Na segunda coluna, registrávamos o nome

do município sede e após o cadastro da turma o número de fluxo do workflow e SAGU.

Nas colunas 3 e 4 colocávamos as datas e respectivamente os dias da semana, pois

algumas formações, aconteciam em dias alternados. Nas colunas 5 até a 9 se

concentravam as informações que eram preenchidas pelos representantes locais.

Enviávamos a tabela com os espaços a serem completados já com informações prévias

evitando assim a falta de dados imprescindíveis para o cadastro da turma.

A criação sistemática de todos estes protocolos, foi realizada pensando na

qualidade do processo de organização do curso garantindo assim um aporte objetivo e

completo de informações. Portanto organizamos modelos semiestruturados de textos

Prezado Tutor,

Informamos que as negociações no município de XXXXXXXX que contemplará alunos de

XXXXXXXX, XXXXXXX, e XXXXXXX foram realizadas com sucesso para a formação de 01 turma nos dias

listados abaixo, cinco XXXXXXX-feiras, com acompanhamento de 2 tutores. Gostaríamos de confirmar sua

disponibilidade para assumir a Tutoria nestas datas.

O valor da bolsa é de R$1000,00 para a turma concluída mais a ajuda de custo para deslocamento.

Sempre que necessário, revisite os materiais didáticos e orientações aos Tutores no nosso site:

http://www.caminhosdocuidado.org/formacao-de-tutor/material-didatico/ Pedimos que responda esse e-mail,

formalizando seu retorno, até o dia XX/XX/XXXX.

explicativos que eram enviados aos municípios junto com a tabela acima descrita,

tornando assim o processo prático e efetivo. Destacamos que as negociações foram

idealizadas já na montagem da proposta de um cronograma feita pela equipe no início do

projeto, antes de realizarmos qualquer negociação, assim já contabilizamos a união dos

municípios considerando as distâncias e facilidades, as datas possíveis e como esse

esquema se estenderia durante o ano. Daí para o cadastro da turma necessitamos de

apenas algumas ações.

Ao mesmo tempo que solicitávamos as informações aos municípios, um primeiro

contato via e-mail era realizado com os tutores disponíveis nas datas previstas, ficando

apenas no aguardo da aceitação da turma. Nós criamos também um modelo de texto,

conforme encontra-se no quadro abaixo, que era preenchido com as informações da

turma, assim que eram recebidas dos municípios e enviado de forma padrão aos tutores

que já haviam respondido o contato prévio, e neste e-mail estabelecíamos o prazo de 72

horas para a resposta oficial.

Quadro 1 – Modelo de E-mail para Tutoria de Turma

Nome do município sede e dos

municípios que participarão das

Datas das

aulas

Dias da semana

Endereço completo do local de aula.

turmas

No mesmo e-mail com a tabela para preenchimento de informações pelo

município, também requeríamos a listagem com os dados dos alunos enviando um

arquivo em anexo ao e-mail, modelo este a seguir. Todavia, embora solicitassem um

número X de vagas quase nenhum deles conseguia reunir os dados dos alunos a tempo

de enviar junto com as informações de cadastro da turma.

Como os prazos para cadastro das informações no Workflow eram pré-

estabelecidos devido ao tempo necessário para realização dos demais fluxos pela equipe

de infraestrutura nacional, acabávamos cadastrando as turmas sem o envio desta

listagem, e responsabilizávamos o representante local do município de enviar a listagem

preenchida logo em seguida.

TABELA DE REGISTRO DOS ALUNOS

Com todas estas informações em mãos, exceto a listagem dos alunos que nem

sempre era enviada a tempo, procedíamos com os orçamentos dos estabelecimentos de

alimentação. Procuramos sempre realizar os 3 orçamentos solicitados pela equipe

nacional, porém, alguns municípios eram tão pequenos que não possuíam um número de

estabelecimentos que pudessem atender à exigência, então nossos orçamentos eram

realizados com os estabelecimentos disponíveis.

Sempre ao entrar em contato com um estabelecimento informávamos sobre o

projeto, que tipo de serviço estávamos precisando, os dias que o serviço seria realizado, o

número de pessoas e o valor máximo que o projeto poderia pagar pelo serviço. Se o

estabelecimento se encaixasse nos requisitos ele era incluído no cadastro da turma.

Procurávamos já solicitar ao representante do município que ao enviar as

indicações já se preocupasse com a qualidade do serviço prestado pelo estabelecimento,

porque como a equipe estadual não podia fazer as negociações locais e não conhecia a

estrutura dos municípios, qualquer problema com a qualidade do alimento oferecido ou

com a qualidade do serviço ficaria difícil de ser resolvido se este fosse contratado.

Mesmo assim tivemos alguns obstáculos. Estabelecimentos que não foram

contratados nos ligaram cobrando que a indicação era de cunho político e tivemos que

explicar com muita clareza sobre o projeto. Outros estabelecimentos eram de péssima

qualidade, principalmente nos municípios pequenos onde havia somente 1 fornecedor. E

mesmo sendo o representante local que pré-selecionava os estabelecimentos para

indicação, tivemos problemas de intoxicação em alguns municípios.

Para garantia de que o estabelecimento participaria da concorrência para

fornecimento de alimentação para o projeto utilizávamos os seguintes critérios:

O estabelecimento de almoço deveria servir buffet livre + refrigerante ou suco pelo valor

de R$ 15,00 reais. E também deveria ser próximo ao local de aula permitindo que os

participantes se deslocassem a pé sem exigir muito tempo de caminhada pois teriam

apenas 1 hora de almoço.

Os estabelecimentos de café deveriam servir no mínimo 5 tipos de salgado por pessoa,

02 doces, café, leite, açúcar, descartáveis, tudo em quantidade para o número de

pessoas. Este café deveria ser entregue no local de aula no período matutino.

O projeto estabelecia a contratação de café sempre para o período vespertino

mas foi quase unânime a solicitação dos municípios para que o café fosse servido no

período matutino. Como muitos alunos vinham de outros municípios e tinham que acordar

cedo, acabavam saindo de casa em jejum e com isso preferiam tomar o café no período

matutino. Outros municípios optaram pelo fornecimento no período matutino porque como

sobrava muita comida, e o projeto só fornecia um café, o próprio município servia a

bebida do período vespertino para ser ingerida com os alimentos que sobraram do

período matutino.

Com todas as informações acima em mãos, tabelas de endereços, confirmação

dos tutores e orçamentos a turma era cadastrada no sistema. Podemos destacar que as

maiores fragilidades surgiram no início do projeto quando ainda não se podia fazer

alterações no sistema, e isso dificultava nossa comunicação com a equipe nacional.

Muitas vezes tivemos que trocar indicações de estabelecimentos de alimentação,

endereço do local de aula e a necessidade de e-mail que as vezes não chegava a tempo

para a equipe de infraestrutura prejudicou pois tivemos cafés entregues em local errado e

problemas com o número de alunos.

O município ao enviar a tabela de informações para cadastro da turma solicitava

um número X de vagas, mas ao levantar dados para a matrícula dos alunos descobria

que alguns estavam de licença ou até mesmo desligados do trabalho e quando nos

enviavam a listagem estava com outra quantidade de alunos.

Como não havia um espaço para informar a tempo a alteração do número de

alunos, muitas refeições já haviam sido contratadas, e material enviado. Logo após a

criação do fluxo de alteração muitos destes problemas foram eliminados pois nos permitiu

informar direto no sistema as informações. Todavia mesmo tendo o fluxo de alteração,

quando a alimentação já havia sido paga, ficava difícil o ressarcimento.

Outrora, podemos dizer que foi muito tranquilo o cadastro da turma utilizando os

formulários criados pela equipe estadual, e os sistemas digitais de cadastro e registro.

Após a evolução do projeto nos permitindo alterações no sistema esses fluxos

melhoraram mais ainda. Podemos salientar que as dificuldades para cadastro das turmas

foram mínimas.

iii. Registro dos Alunos:

O sistema acadêmico de matrícula dos alunos denominado SAGU também foi um

modelo prático utilizado pela equipe estadual. No início do projeto, nós incluíamos os

dados direto no workflow e cabia a equipe acadêmica do projeto a inclusão dos nomes no

SAGU. Mas com a mudança para a matrícula direto no sistema SAGU acreditamos que

facilitou muito para toda a equipe, ressaltamos apenas alguns obstáculos.

Para iniciar, conforme explicamos no item cadastro das turmas, junto com a

solicitação dos dados da turma enviada para o representante do município sede da aula,

enviávamos uma tabela em Excel para ser preenchida com os dados dos alunos

conforme modelo exposto no item anterior. O primeiro obstáculo surgia porque muitos

municípios nos solicitavam o número de vagas considerando todos os profissionais

contratados.

Todavia, ao fazer o levantamento das informações, acabavam detectando que

haviam profissionais em férias e que não iriam participar da formação, que haviam

profissionais em licença médica ou de maternidade, e até mesmo profissionais que já

haviam sido desligados. Assim, quando enviavam a listagem com os dados para

matrícula, muitas vinham ou com redução significativa do número de alunos ou com

aumento, pois havia esquecido as novas contratações de profissionais.

Para regularizar esta situação junto ao setor de infraestrutura nacional e o setor

acadêmico, utilizávamos do envio de um e-mail informando todos os dados da turma

justificando a alteração. Após a criação do fluxo de alteração pudemos registrar de forma

mais dinâmica as alterações que eram vistas com mais rapidez pelo setor de contratação,

entrega de material e até mesmo o acadêmico. Contornada esta situação, nós partíamos

para a conferencia da listagem enviada.

Recebemos muitos CPFs incorretos, nomes com grafia extremamente estranha e

a falta de preenchimento de informações imprescindíveis como a categoria profissional e

o sexo do participante. Mesmo com nossos esforços de conferir as listas utilizando o site

de pesquisa do CPF e até mesmo o cadastro do aluno disponível no Sistema de

Segurança Digital do Ministério da Educação utilizado pela escola, muitas correções

tiveram que ser realizadas.

Destacamos que o SAGU uma vez salvo não permitia correções pela equipe

estadual. Porém, quando a listagem de frequência passava pelas mãos dos alunos,

muitas correções na grafia dos nomes e na numeração de CPF eram solicitadas. Algumas

porque estavam cadastradas com o nome de casado do aluno que no momento da

formação estava solteiro, outros porque o CPF informado pelo município não era o

correto. E todas estas correções tinham que ser solicitadas a equipe acadêmica via e-mail

pela equipe estadual. Esta troca constante de informações, embora sempre atendida de

prontidão pela equipe acadêmica, foi considerada um obstáculo. Algumas vezes o aluno

passava todas as 4 primeiras aulas sem perceber o erro nos seus dados e informava

somente quando estava já na última aula, o que exigia alterações constantes. Outras

vezes o tutor recebia a alteração por escrito mas só nos informava após o fechamento do

sistema, quando então estava preparando a documentação da turma para envio. Se a

equipe estadual pudesse realizar estas correções direto no sistema, teria evitado o envio

de tantos e-mails a equipe acadêmica, teria reduzido a carga de trabalho, e também que

algumas correções fossem esquecidas no meio do percurso e vistas somente na

impressão do certificado com erro.

Entretanto, a utilização do sistema foi muito fácil e prática. Poucas foram as vezes

que ele encontrava-se indisponível ou com problemas. Para o futuro de outros projetos

que venham a utilizar o mesmo sistema a sugestão é de que correções possam ser

realizadas pela equipe, nada mais.

iv. Certificação dos Orientadores, Tutores e Alunos:

Para a equipe estadual de Santa Catarina nunca foi solicitado certificação dos

orientadores. Quanto aos tutores, muitos foram dispensados pelos seus gestores e tinham

que comprovar sua participação no projeto a cada turma. Enviávamos uma declaração

assinada pela coordenadora estadual de que o tutor estava realizando turmas, incluindo

nesta as datas e informações da turma conforme modelo abaixo.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE TUTOR

Quando o tutor exigia certificado de tutoria, orientávamos a buscar com seu

orientador. Muitos tiveram dificuldades nos preenchimentos de relatórios na comunidade

de práticas que impediram a sua certificação. Como a equipe estadual não participou de

nenhum treinamento que nos subsidiasse a orientar o tutor, pois não participamos da sua

formação, ficou difícil sanar as dúvidas que surgiram ao longo do projeto.

Procuramos encaminhar todas as situações aos orientadores que sempre

atenderam assim que possível. Mas teria facilitado muito o processo se a equipe tivesse

acompanhado a formação dos tutores de forma mais efetiva e estivesse a par do que eles

deveriam realizar para assim encaminharmos os fluxos mais corretamente o que só

influenciaria positivamente na resolução de problemas.

Quanto a certificação dos alunos, estes sempre eram orientados pelos seus

tutores de como fazer a retirada de seu certificado no sistema. Tivemos algumas

dificuldades pois ao imprimir seu certificado o aluno detectava que o CPF estava incorreto

ou o nome com a grafia errada. Foram poucas as solicitações de correção de certificados,

mas elas foram atendidas imediatamente pela equipe acadêmica.

Alguns municípios exigiram declaração de comparecimento nas aulas, que era

confeccionada pela equipe estadual e assinada pela coordenadora estadual nos mesmos

moldes da declaração enviada aos gestores dos tutores. Esta tática funcionou muito bem

nos municípios em que ela aconteceu, pois garantiu a presença dos alunos em sala de

aula. Aqueles que por ventura apresentavam falta sem justificativa, tinham seu dia de

trabalho descontado da folha de pagamento. Nestes locais o absenteísmo chegou a zero.

v. Utilização do Portal Acadêmico:

A utilização do portal acadêmico foi muito fácil e prática. Poucas foram as vezes

em que ele se encontrou indisponível por problemas no próprio sistema. Nele a equipe

estadual pode ter acesso a arquivos importantes que facilitaram a conferência dos

documentos enviados pelos tutores e até na disponibilização de listas de frequência

quando o tutor tinha dificuldades de acesso a tempo para iniciar a turma.

Com a possibilidade de consulta de frequência da turma, a equipe pode consultar

alunos reprovados por falta, nomes e dados incorretos o que ajudou na confecção de

declarações de presença do aluno solicitada pelos municípios e também na correção de

dados antes da impressão dos certificados. A única fragilidade a ser considerada é a não

possibilidades de correções direto no portal tendo que a estadual solicitar ao setor

acadêmico.

vi. Suporte da Equipe Acadêmica Nacional:

O trabalho com a equipe acadêmica nacional foi de muita parceria e agilidade na

resolução dos problemas. Sempre que solicitado um processo seja de alteração ou

correção de informações, ou até mesmo problemas com o preenchimento do sistema, a

equipe respondia imediatamente informando o prazo que eles levariam para realizar a

ação solicitada, o que diminuía e muito a nossa ansiedade em finalizar as ações.

Quando era necessário a resolução imediata, atendiam de forma muito simpática

e prestativa as nossas ligações e resolviam os problemas imediatamente por telefone

mesmo, o que facilitou muito a nossa relação com tutores, alunos, e até gestores, que se

sentiam atendidos rapidamente, e elogiavam a nossa eficácia.

Todas as necessidades encaminhadas via e-mail, em se tratando de tutores,

alunos, orientadores foram atendidas o mais rápido possível, e sempre foram muito claros

nas suas orientações. Só temos a parabenizar o trabalho da equipe acadêmica que foi de

extrema parceria e importância para que a equipe estadual pudesse realizar as turmas e

garantir os registros corretos de alunos e de informações.

c. PEDAGÓGICO

i. Material educativo:

Preocupados com a avaliação do processo pedagógico do projeto, disparamos

em dezembro de 2014 algumas perguntas norteadoras que direcionassem a criação de

um depoimento avaliativo por parte dos tutores e orientadores, buscando compactuar com

a opinião deles sobre o processo pedagógico utilizado durante todo o ano sobre o projeto.

As perguntas se basearam nos seguintes temas:

Opinião central sobre a ideia principal da formação, a metodologia utilizada por eles e

utilização prática do material didático;

Opinião dos tutores sobre a aceitação do projeto no município, e como foi o

desenvolvimento do curso e a avaliação dos envolvidos de uma forma geral;

Principais facilidade e dificuldades vivenciadas com as didáticas aplicadas;

Opinião sobre a relação de trabalho com a equipe estadual;

Opinião sobre a real repercussão do projeto para a saúde mental dos profissionais a partir

da reflexão sobre a formação nos municípios contemplados com o projeto.

A maioria dos tutores responderam com declarações muito positivas. De uma

forma geral podemos destacar uma preocupação quase que unânime nos relatos dos

tutores quando perceberam que muitos municípios dos quais trabalharam não possuem

profissionais comprometidos e engajados com o cuidado em saúde mental.

Com o projeto foi possível mudar paradigmas, transformar conceitos e promover

mudanças sutis porém com significativo impacto para população. Quase todos os tutores

que responderam aos questionamentos descreveram que as maiores dificuldades se

concentraram em estimular a participação dos alunos nas atividades e organizar-se

mantendo o tempo previsto.

O material didático utilizado para as aulas foi em sua totalidade elogiado, relatos

foram observados demonstrando que a qualidade do material facilitou a didática nas

aulas. Entende-se que uma vez recebido o material e utilizado ele se tonava tão difundido

entre os alunos, que os atrasos de entrega de material para as demais turmas já

atualizadas sobre a qualidade do material era um problema, pois os participantes

cobravam indignados.

Apesar da equipe estadual não ter participado muito efetivamente das formações,

acreditamos, pelos relatos e resultados, que elas foram de fundamental importância para

a motivação dos tutores. O fato de ter sido um evento presencial mais ainda, pois

observou-se mudanças de paradigmas, pré-conceitos e opiniões até mesmo pessoais

sobre o tema pelos tutores e orientadores. A produção realizada aliada a utilização do

excelente material didático só contribuiu para que todas as dinâmicas ativas sugeridas

para realização das aulas fossem executadas.

O trabalho realizado pela equipe pedagógica nacional sempre foi elogiado assim

como a forma de repassar as orientações, sempre demonstrando domínio de conteúdo e

dinamismo na forma de organização da formação. A única ressalva que a equipe ouviu e

poderíamos pontuar como uma fragilidade foi a necessidade de deslocamento dos tutores

o que acarretou em gastos excessivos, e o número de dias que estas pessoas tinham que

ficar em formação, tendo que se afastar de seus cargos locais. Isso foi um grande

complicador para conseguirmos candidatos qualificados para o cargo de tutoria.

Já a formação dos orientadores realizada em Brasília, onde em uma única vez foi

definido a equipe final de profissionais que atenderiam o estado, permitiu que 05

profissionais ficassem responsáveis de acompanhar os tutores. Inicialmente três

participaram dos trabalhos e no decorrer do processo as demais orientadoras foram

chamadas a participar.

iv. Comunidade de práticas:

Muitos tutores nos relataram que sentiram necessidade de encontros mensais,

discussão dos casos e troca de experiências, pois muitas dúvidas emergiram durante a

realização de turmas e a comunicação apenas via e-mail e comunidade de práticas era

deficiente.

Para isso, a comunidade de práticas foi um instrumento que nos pareceu facilitar

o trabalho e comunicação, os relatos foram bons mas como toda a forma de comunicação

precisou ser constantemente discutida. Podemos julgar na etapa final do projeto o acesso

a comunidade começou a engrenar, porém as turmas já estavam acabando.

Isso porque, a equipe pedagógica sempre retornou para esclarecimentos e

dúvidas quando solicitados. Destacamos como única fragilidade a falta de informação

sobre a divisão de tutores por orientadores, solicitada pela equipe desde o início das

atividades em fevereiro de 2014. Isso se configurou num agravante na hora de

solucionarmos problemas pontuais entre tutores, ou até mesmo na hora de divulgarmos

resultados por regiões promovendo discussões.

v. Avaliação do trabalho do tutor em sala de aula:

A avaliação do tutor em sala de aula pela equipe estadual foi realizada por meio

dos relatos e documentação final recebida as quais ao final estamos encaminhando para

e equipe pedagógica para que esta somente agora possa avaliar. Os demais

acompanhamentos foram realizados por meio da comunidade de práticas e conversas

com os orientadores.

vi. Avaliação do trabalho do orientador:

A avaliação do orientador pela equipe estadual se fez por meio de análise de

resolução dos problemas levantados no decorrer do processo. Já como foi feito o

acompanhamento dos tutores realizado pela equipe pedagógica, não foi informado a

equipe estadual, somente sabemos que foram acompanhados e avaliados, mas nenhum

feedback nos foi apresentado a respeito dos resultados.

Vii. Equipe matricial:

A equipe matricial em Santa Catarina era formada por:

Educador: Marco Aurélio Jorge

Apoio pedagógico: Débora Leal

Coordenação Macrorregional: Renata Castro Gusmão

DEGES: Daniel de Lima

1. Educação permanente no território:

Apontamos como uma fragilidade que não teve a participação das Escolas nas

formações de tutores. Entendemos que o caminho foi longo e o tempo muito curto para

dar conta de todas as propostas pensadas. Como parte da finalização do Projeto no

Estado foi proposto a realização de uma formação direcionada às Escolas, mas tanto a

EFOS quanto a ETSUS Blumenau referiram que naquele momento não tinham mais

interesse, ambas se colocaram à disposição para dar continuidade utilizando estas

ferramentas em cursos futuros.

2. Desenvolvimento das ações junto à ETSUS:

A equipe estadual sempre estava em contato constante com as duas escolas. O

contato das escolas com a equipe matricial ocorreu principalmente com o técnico do

DEGES e a coordenação macrorregional. Acreditamos que o maior desafio da equipe

estadual foi conseguir trabalhar dentro dos objetivos traçados pela equipe pedagógica,

pois a realidade dos municípios muitas vezes exigia adaptações, que no decorrer do

processo tiveram que ser feitas a exemplo da formação que inicialmente teria que ocorrer

em cinco encontros semanais com intervalos regulares e no decorrer do processo foram

realizadas contando com intervalos menores já que as realidades municipais

necessitavam sob o risco de não realizarmos algumas turmas.

Viii. Suporte da Equipe pedagógica nacional:

Ressaltamos que toda a equipe pedagógica nacional demonstrou muito empenho

em auxiliar as equipes estaduais, buscando na medida do possível sanar as dificuldades.

Porém poucas foram as vezes que necessitamos buscar este suporte, pois procurávamos

dividir as demandas com a coordenação macro que então fazia a ponte com a equipe

pedagógica.

d. COMUNICAÇÃO

i. Divulgação do projeto na região:

O contato inicial e apresentação do Caminhos do Cuidado nas regiões foi feito

utilizando o material de divulgação fornecido pelo próprio Projeto. Considerando a

necessidade de comunicação e divulgação do projeto, salientamos que a equipe estadual

procurou seguir as orientações que nos foram repassadas quanto as normas de

divulgação. A todos os municípios que se mostraram interessados em divulgar seus

resultados procuramos apoiar e orientar. No entanto não ficamos sabendo de nenhuma

divulgação significativa.

ii. Publicidade e propaganda:

Não foi produzido nenhum material pela equipe com exceção de um folder

produzido para divulgar que levamos para a apresentação em Fortaleza, mas não foi

utilizado para divulgação do projeto no estado de Santa Catarina. Quando necessário

utilizamos apenas os materiais disponibilizados pelo próprio projeto.

FOLDER UTILIZADO EM FORTALEZA

iii. Assessoria de imprensa:

Foram poucos os aspectos referentes a comunicação e divulgação do projeto pela

assessoria de imprensa, nossa participação se limitou a responder questionários que nos

foram enviados.

iv. Organização de eventos:

Sobre a organização de eventos, nossa contribuição se fez na realização das

formações de tutores no estado, buscando orçamentos de locais, de alimentação e

infraestrutura, a contribuição e participação da equipe estadual de SC limitou-se a estas

atividades, não participando da formação propriamente dita participação, apenas servindo

de apoio da equipe nacional.

v. Suporte da equipe de comunicação nacional:

A equipe de comunicação nacional escreveu algumas notícias sobre o processo

de execução do Projeto em Santa Catarina, que encontram-se no site do Caminhos do

Cuidado (http://www.caminhosdocuidado.org/category/noticias/santacatarina/). A equipe

de comunicação nacional sempre se colocou à disposição para auxiliar no que fosse

necessário, não havendo nenhuma fragilidade no trabalho realizado entre as equipes.

e. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA:

Um dos maiores desafios laborais vivenciados durante o projeto foram as

fragilidades experimentadas nas relações profissionais com a equipe de infraestrutura e

logística como um todo. Tivemos muitos obstáculos que incluíram problemas de

comunicação, responsabilização dos envolvidos nas ações, e foi necessário muita

paciência e trabalho em equipe para que pudéssemos fortalecer estas relações e

transformá-las em movimentos saudáveis.

Em contrapartida, entendemos que não deve ter sido fácil, considerando que

tínhamos apenas uma equipe nacional, oferecer suporte para todos os estados, se

pensarmos que as realidades são tão distintas. Acreditamos, que dada a importância das

ações desta equipe para a efetiva realização do curso, os esforços vieram de todas as

partes para executarmos as atividades necessárias da melhor forma possível.

Sendo um projeto em constante processo de transformação, podemos observar

que esta parceria realmente deu certo já que buscamos a cada dia aprender com os

colegas, driblar as dificuldades e valorizar as potencialidades de cada equipe realizando

seu papel. Para melhor descrever os processos, registraremos nossas reflexões a seguir,

divididas por tópicos permitindo melhor compreensão.

i. Pagamentos de ajudas de custos:

Para que o pagamento das ajudas de custo de deslocamento fosse realizado,

primeiramente a equipe estadual tinha que calcular o deslocamento e informar no ato do

cadastro da turma a distância percorrida pelo tutor. Como foi sempre salientado pela

primeira coordenadora macro do projeto em Santa Catarina, deveríamos nos basear no

deslocamento informado pelo site: https://maps.google.com.br/maps/ clicando no item

como chegar, informando o município de origem e de destino.

Além de pesquisar no site, deveríamos nos informar com os gestores e

representantes locais a distância aproximada, e a melhor forma de deslocamento

considerando os horários de transporte rodoviário, comparando com o site, garantindo

assim maior certeza na seleção do tipo de deslocamento, e auxiliando os tutores no

planejamento da sua viagem quando necessário. Como diretriz do projeto era

estabelecido os seguintes deslocamentos:

Região Metropolitana até aproximadamente 30km de distância, sendo pago o valor de R$

20,00 por dia de curso;

Até 100km de distância, pagamento de R$ 70,00 reais por dia de curso;

De 100 a 200km de distância, pagamento de R$ 140,00 reais por dia de curso;

Acima de 200km, somente com a liberação da coordenação macro, sendo o

deslocamento calculado multiplicando a quilometragem pelo valo de 0,7.

Assim era realizado o cadastro da ajuda de custo para deslocamento. Embora o

nome fosse muito claro em dizer que é uma ajuda de custo para deslocamento e não o

pagamento total do deslocamento, muitos tutores utilizaram desta característica para

justificar a sua aceitação ou não das turmas.

Em alguns municípios a distância para o tutor percorrer era pequena, mas os

horários de transporte não estavam em conformidade com o horário do curso, e como a

ajuda de custo não cobria os valores gastos com a utilização de transporte pessoal,

tivemos sérios problemas em conseguir tutores para algumas turmas.

Outras vezes as condições de deslocamento eram péssimas, tutores que não

possuíam carro tinham que se deslocar de taxi, já que o transporte rodoviário só chegava

no município 2 vezes por semana, e para poder garantir a realização da turma tinham que

informar um deslocamento maior do que o esperado garantindo assim a presença do tutor

na formação.

Entendemos que a fragilidade se inicia na interpretação do termo ajuda de custo,

mas muitos tutores quando orientados destas características colocavam que nunca

haviam sido informados e que nestas condições não realizariam mais turma, o que

contribuiu significativamente para desistências.

Mas também acreditamos que situações como estas podem ter prejudicado o

orçamento do projeto, uma vez que, a partir do segundo semestre tivemos que informar a

cidade de origem do tutor, garantindo que a equipe responsável pelas ajudas de custo

pudesse conferir os valores do deslocamento e impedir pagamentos fora dos padrões. A

partir daí as exceções e problemas tinham rigorosamente que passar pela coordenação

macro.

Isso não teria sido um problema se além do desentendimento sobre o fato de ser

uma ajuda de custo, muitos tutores tivessem com atrasos nos seus pagamentos,

acarretando no deslocamento pago de seus próprios orçamentos.

Na metade do ano de 2014 ainda tínhamos tutores com ajudas de custo da

formação de tutores pendentes, e cada vez que tentávamos uma solução junto a equipe

observávamos que havia um problema sério de comunicação e organização do trabalho.

Um exemplo disso é a quantidade de vezes que enviamos uma tabela atualizada com os

dados bancários dos tutores, e ainda no início do segundo semestre de 2014, havia

colegas da equipe de ajuda de custo informando que não tinha estes dados.

O mesmo acontecia quando enviávamos e-mail informando alteração de tutor e

consequentemente de deslocamento, e ao buscar saber o atraso no pagamento do tutor

que realizou a turma, descobríamos que o pagamento havia sido efetuado a pessoa

errada porque não tinham visto o e-mail enviado com bastante antecedência. Enfim foram

tantos obstáculos que desmotivaram e muito a equipe estadual que sempre buscou ser

muito organizada nos fluxos. Com as mudanças do sistema Workflow e a possibilidade de

registrarmos as alterações no próprio sistema, podemos dizer que todos estes problemas

foram resolvidos em quase que 100%. A equipe também se esforçou e muito para

organizar suas atividades e ao final do projeto, já estava informando no próprio workflow

as datas previstas de pagamentos. Os e-mails lançados pela equipe estadual já estavam

sendo respondidos com rapidez e os problemas com relação ao pagamento das ajudas

de custo foram diminuindo.

Destacamos que a equipe sempre atendeu com simpatia e prontidão nossas

ligações e solicitações, e o que pontuamos aqui como fragilidade são problemas muito

comuns em projetos desta magnitude, foram problemas de organização e comunicação.

O importante é que no final do projeto, todos os tutores já haviam recebido suas ajudas de

custo e estavam contentes com as equipes, mesmo tendo impressões negativas no início

do projeto.

Para futuras formações nossa sugestão se concentra em exercitar a comunicação

e ser mais objetivo nas orientações e promessas. O projeto foi idealizado e colocado para

tutores e orientadores de uma forma muito grandiosa, sem considerar os percalços

inerentes a execução de qualquer projeto. Quando as propostas são colocadas de forma

mais sutil e objetiva, não se desenvolve tantas expectativas. E no caso do Caminhos do

Cuidado estas expectativas já foram alimentadas na formação dos tutores, e coube as

equipes ter que responder a demanda e justificar os problemas vivenciados.

ii. Pagamentos de Bolsas:

Fragilidades semelhantes as vivenciadas com a equipe de ajuda de custos foram

experimentadas com a equipe de pagamentos das bolsas. Tivemos muita morosidade na

organização dos documentos necessários para efetivação do tutor no projeto. E em pleno

segundo semestre de 2014, a equipe estadual detectou que os tutores de Santa Catarina

não tinham assinados os contratos de bolsa, e muitos tutores estavam recebendo sem

estarem em dia.

Como aconteceu com a equipe de ajuda de custo, inúmeras foram as vezes que

enviamos aos colegas uma tabela contendo todos os dados dos tutores, mas mês ou

outro eles solicitavam o envio porque não estavam encontrando os arquivos. Isso ficou

evidente quando na metade do projeto constataram que não tinham os documentos

necessários para confecção dos contratos.

Embora a equipe tenha trabalhado de forma muito aberta e atendesse nossas

ligações prontamente, havia muita demora em informar um prazo de pagamento, e foi

unânime o depoimento dos tutores desmotivados com a desorganização, que

questionavam as datas de pagamento, a necessidade de receberem um e-mail quando o

pagamento da turma fosse liberado, podendo acompanhar o destino dos depósitos

recebidos. Até o final do projeto não ficou claro para os tutores sobre qual turma

correspondia o depósito, tornando muito difícil fazer uma avaliação se todas as bolsas

foram recebidas.

Era norma do projeto que o tutor só receberia a primeira bolsa no prazo de até 60

dias após a realização das 03 primeiras turmas. E esta espera causava muita ansiedade,

fazendo com que eles buscassem amparo nas equipes diariamente, muitas vezes

indignados com a falta de informação.

Com a evolução do sistema Workflow e a melhor organização da equipe nacional,

as datas previstas de pagamentos de bolsas estavam sendo informadas na própria página

da turma no Workflow o que nos ajudou muito a diminuir a ansiedade dos tutores. Porém

em muitos casos o pagamento só foi realmente realizado alguns dias após a data

informada.

Entendemos que as demandas para a equipe de pagamentos eram do país todo e

que organizá-las de acordo com os estados deve ter sido um enorme desafio. Para

futuros projetos, sugerimos que estas equipes sejam descentralizadas por regiões como

aconteceu com as coordenações macrorregionais, facilitando assim a organização das

equipes na realização das demandas e a resolução rápida e efetiva dos problemas.

Outra sugestão está na realização total da formação sob responsabilidade da

escola, que já está acostumada com demandas de pagamentos de tutores, contratação

de serviços e demais fluxos necessários.

Ainda assim, nada temos a reclamar dos colegas da equipe e sim parabenizá-los

pelo esforço constante em modificar sua forma de atuação em prol da qualidade do

projeto. Muitos foram os sentimentos de impotência frente a tantas instancias burocráticas

para efetuar um simples depósito bancários e se a equipe estadual já sofreu com isso,

imaginamos que bombardeios de todos os estados devem ter deixado a equipe

desnorteada. Mesmo com todas as fragilidades não teríamos conseguido sem eles.

iii. Contratação dos serviços de alimentação e estruturas de apoio:

Os fluxos realizados com a equipe de contratação tiveram poucas fragilidades

porque a equipe estadual teve mais autonomia para registrar as informações necessárias

e acompanhar as ações. Como já foi descrito no item de cadastro das turmas, todos os

orçamentos eram realizados pela equipe estadual e cabia a equipe de contratação

efetivar os acordos.

Para selecionar melhor os estabelecimentos, contamos com a ajuda do

representante local. Buscamos sempre colocá-lo a par das possibilidades para

contratação de serviços e dos principais problemas que gostaríamos de evitar, informando

inclusive os valores previstos a serem gastos com a alimentação. Assim, quando

recebíamos as indicações, os municípios já haviam refletido sobre as informações

repassadas e nos forneciam contatos mais fidedignos, reduzindo as chances de

acontecerem problemas.

As principais fragilidades encontradas neste processo, estavam nas datas de

efetivação da contratação. Devido a extensa demanda de trabalho, a equipe nacional

acabava contatando os estabelecimentos faltando um dia para início das aulas. Todos os

dias recebíamos ligações descontentes de gestores e donos de estabelecimentos

informando que tiveram dificuldades para prestar serviço porque foram comunicados na

última hora.

Nos municípios menores, a compra de matéria prima é feita sob encomenda e

considerando o número de pessoas atendidas. Tivemos reclamações de alunos sobre a

alimentação do primeiro dia, e ao questionar com o estabelecimento, éramos informados

que isso só aconteceu porque foram comunicados muito em cima da hora, não dando

tempo de fazer a encomenda. Em outros casos, um novo estabelecimento teve que ser

contratado porque a alternativa principal não pode atender devido à demora na

confirmação do orçamento.

Entretanto, nenhuma turma ficou sem receber a alimentação. Devido aos preços

muito acima do previsto alguns municípios tiveram somente o almoço custeado pelo

projeto, mas todos os alunos receberam a alimentação custeada pelo projeto. Aconteceu

algumas vezes que ao realizar o orçamento com o estabelecimento procurávamos

explicar com clareza o que queríamos e que valor seria pago pelo serviço. Como a equipe

de contratação entrava em contato posteriormente, os estabelecimentos informavam que

os valores haviam subido e tivemos que intervir muitas vezes.

Também experimentamos situações pontuais onde a FIOTEC ao entrar em

contato com os estabelecimentos, modificou as características do serviço e não informou

a equipe estadual, o que se caracterizou num problema constrangedor haja visto que,

informávamos os alunos e gestores do que seria fornecido. Um exemplo disso foi a

contratação de almoço mais refrigerante, negociado pela FIOTEC para uma redução no

valor pela retirada da bebida. Como não sabíamos não informamos os alunos e no dia da

formação pediram a bebida e tiveram que pagar depois gerando muito desconforto.

Com tantas turmas para contratação, e atendendo todos os estados brasileiros,

em alguns casos a contratação de alimentação foi esquecida e lembrada somente no dia

da aula, mas trabalhamos em equipe, uns ajudando os outros na tentativa de solucionar

as pendências e todas as fragilidades foram ultrapassadas com êxito.

A equipe de contratação foi muito prestativa, aberta a sugestão e trabalharam

sempre em parceria com a equipe estadual. Procuramos através do trabalho em equipe

auxiliá-los da melhor forma possível lembrando dos fluxos esquecidos e cobrando as

pendências para que fossem resolvidas, já que eles tinham muitas ações a serem

realizadas.

É importante salientar que enquanto equipe também tivemos fragilidades, uma

delas na digitação dos dados. As vezes com a pressa, enviamos algumas informações

incorretas, e a equipe de contratação, embora taxativa, sempre entendeu que todos no

projeto são passíveis de falhas e procuraram resolver todos os problemas independente

das responsabilidades. Nossas relações não poderiam ser melhores e só se fortaleceram

e aprimoraram ao longo do ano.

iv. Envio dos Materiais:

As primeiras turmas realizadas no estado tiveram o privilégio de receber o kit

completo de materiais didáticos (mochila, camiseta, caderno do aluno e caneta), enviado

na data prevista, a tempo do primeiro dia de aula. Alguns desconfortos aconteceram

apenas por parte dos tutores que não receberam o kit de material para utilização na aula,

ou seja, canetas, papel kraft, barbante e folhas A4 e tiveram que providenciar.

Para a regularização desta situação, o projeto autorizou o pagamento de R$25,00

reais para um dos tutores das turmas, valor destinado a compra destes materiais para uso

em sala de aula, o que contornou completamente a situação.

Mas no decorrer das turmas, um problema com o fornecedor acarretou no atraso

do envio dos materiais principais como caderno do aluno, e na falta de entrega das

camisetas e mochilas. Este problema começou a gerar descontentamento dos municípios

e principalmente de alguns gestores que chegavam até a recusar as turmas. Isso porque

foi feito todo um trabalho de promoção da proposta do projeto incentivando a adesão da

formação e uma das características destacadas era a qualidade do material didático.

Como algumas cidades já haviam recebido a formação e elogiavam os materiais

do curso em reuniões e seminários regionais, os demais municípios se sentiam

prejudicados com a falta do material para as aulas. A equipe estadual teve que utilizar da

criatividade para ajudar os tutores a se adaptarem a realidade. Para os municípios mais

próximos realizávamos cópia das atividades dos dias em que estava confirmada a falta de

material e enviávamos aos tutores. Em outros lugares isso não foi possível, então a

estratégia era projetar a atividade no equipamento multimídia ficando visível a todos.

Aconteceram turmas que só receberam o material no último dia de aula. Alguns

municípios só estão recebendo mochilas, camisetas e canetas agora em janeiro de 2015.

Quando o problema com o fornecedor finalmente foi resolvido, um guia de bolso

foi fornecido juntos com os novos kits, e agora os municípios que já haviam realizado

turmas, estavam descontentes por não receber o novo material fornecido.

Com o período eleitoral e a copa do mundo eventos que ocorreram no ano de

2014, o envio de materiais ficou cada vez mais prejudicado, pois foi decretado no projeto

que durante este período não seria fornecido mochila, camiseta e caneta. Esta informação

chegou apenas através de um e-mail, sem um comunicado oficial que pudesse ser

repassado aos municípios justificando os acontecimentos.

Na cidade de Barra Velha por exemplo, as cobranças dos alunos referentes ao

material eram tantas que o gestor exigia um comunicado oficial da determinação por

escrito, e essa fragilidade se configurou num problema. É importante ressaltar que para

formações futuras, comunicados desta magnitude sejam fornecidos utilizando maior

formalidade, documentada em ofício ou CI que possam ser utilizadas para repassar a

informação aos envolvidos. Tivemos alunos que ligaram questionando o orçamento do

projeto e a falta de legitimidade no envio de um e-mail.

Além disso, o caderno do aluno sofreu alterações de impressão e nem a equipe,

nem os tutores foram comunicados, o que gerou muitos conflitos, prejudicando o

planejamento das aulas que estava todo organizado considerando a configuração do livro

anterior.

Entretanto, a equipe responsável pelo envio dos materiais sempre foi muito

objetiva nas orientações e nos informava dos obstáculos que viriam com antecedência

permitindo que tomássemos providências, isso aconteceu em quase todas as situações,

exceto na alteração de impressão do caderno do aluno. Só por isso, conseguimos

contornar muitos descontentamentos de gestores, alunos, e tutores, ponto extremamente

positivo da atuação da equipe. Os questionamentos não eram pela falta de material

quando avisado, mas pela promessa de envio e o atraso da entrega sem ser comunicado,

e pelas alterações desconhecidas até então pela equipe estadual.

Logo após o período eleitoral, o fornecimento de material começou a se

regularizar, e graças aos esforços da equipe nacional em parceria com a equipe estadual,

o fornecimento de material está sendo regularizado. Ainda no final de 2014 fizemos um

levantamento de todas as turmas que não receberam o kit de material completo,

colocando as informações necessárias para envio, e recebemos notícias todos os dias de

municípios agradecendo a entrega.

Para as últimas turmas, o material do tutor começou a ser fornecido e o

pagamento suspenso. E mais uma vez detectamos a falha na comunicação, pois

acabamos sabendo que o material já estava sendo fornecido através de um tutor. No

cadastro do Workflow continuávamos solicitando o pagamento.

Observou-se que no final do Projeto a qualidade das mochilas enviadas decaíram

muito, praticamente todas estavam manchadas e não foi possível aproveitá-las. No início

do projeto o material era de ótima qualidade, percebemos que essa qualidade foi

diminuindo ao longo do processo, fato que muito lastimamos.

O exercício realizado para driblar os obstáculos foi diário e todos os profissionais

trabalhadores do projeto tiveram que realizar. O Paulo foi nosso contato mais próximo da

equipe de envio de materiais, e com a vinda da Daniela e do Flávio os processos só

melhoraram, o que comprova a necessidade de melhor distribuir as demandas para

garantir a qualidade. Todavia, entendemos que a fragilidade mais desafiadora encontrada

na execução do projeto, se configurou em problemas de comunicação entre todas as

equipes responsáveis pela execução das turmas.

v. Fornecimento de Estruturas de Apoio para a Equipe do Projeto

Preocupados com o orçamento do projeto, a equipe estadual procurou reforçar as

ações de contrapartida dos municípios auxiliando no fornecimento das estruturas de

apoio. Locais para realização das aulas, fornecimento de equipamento multimídia, e em

alguns casos até fornecimento de material para o tutor como canetas, barbante e papel

Kraft. Sempre que possível, buscávamos nos gestores parcerias para fornecimento

gratuito destas estruturas de apoio e estes atenderam de prontidão as solicitações.

A receptividade da formação pelos municípios foi tamanha, que os gestores

organizavam aulas inaugurais, forneciam um segundo café que não estava previsto pelo

projeto, e organizava visitas de reconhecimentos dos serviços de saúde mental

disponíveis.

Por esse comprometimento, não houve necessidade de aluguel de local de aula,

nem de equipamento multimídia. A única estrutura de apoio a ser provida pelo projeto foi

o pagamento de um auxiliar de limpeza para a manutenção do local de aula das turmas

de Concórdia, e foi prontamente resolvido pelo setor de pagamentos do projeto.

vi. Suporte da Equipe de Infraestrutura Nacional

De uma forma geral, considerando as fragilidades levantadas, recebemos o

suporte necessário da equipe de infraestrutura nacional garantindo a realização das

turmas. É importante dizer que as estratégias foram aprimoradas a cada nova experiência

e com certeza se o projeto continuasse com uma segunda etapa, muitas ações seriam

executadas com excelência.

Mas percebe-se o esforço constante de todos os membros do projeto na

resolução dos problemas e melhora das ações executadas. As relações de trabalho entre

a equipe estadual e as equipes de infraestrutura foram se superando a cada dia,

proporcionando a descoberta de afinidades com algumas equipes mais do que com

outras. Porém, entendemos que as relações profissionais estão divididas em diversas

maneiras de fazer, e buscamos conhecer estas formas diferentes de realizar ações e

transformá-las em ferramentas práticas.

O sucesso do projeto e a realização das turmas só foi possível porque a equipe

de infraestrutura forneceu o suporte necessário para que as equipes estaduais

realizassem seu trabalho. E mesmo vivenciado diversas fragilidades, contribuiu de forma

significativa para que as equipes estaduais alcançassem a excelência.

f. MINISTÉRIO DA SAÚDE/ DEGES/DAB/COORDENAÇÃO DE SAÚDE MENTAL

i. Apoio na articulação local:

Diretamente tivemos pouco contato com o Ministério da Saúde, DEGES, DAB e

com as coordenações de Saúde Mental. Quando necessário, as questões eram sempre

levadas a coordenação macrorregional, que fazia esta ligação com as demais instituições

e atendia prontamente nossas solicitações, não necessitando do nosso contato direto com

as entidades. Como conseguimos estabelecer um bom processo de articulação local, não

foi necessário apoio das entidades nestas ações.

ii. Acompanhamento/Monitoramento das ações desenvolvidas:

Nossa principal contato com o Ministério da Saúde foi com o técnico do DEGES

que participou de algumas reuniões do colegiado gestor do projeto no Estado. Algumas

vezes também realizamos reuniões por skype para discutirmos o processo de execução

do projeto. O monitoramento no estado foi realizado, inicialmente, por meio de relatório

semanal encaminhado pela coordenação estadual para a coordenação macrorregional e,

posteriormente, pelo painel de acompanhamento.

Para a equipe estadual foi um grande compromisso manter alimentado o

instrumento que utilizávamos, que nos auxiliou no acompanhamento do andamento do

projeto no estado, permitindo repensar nossas atitudes e norteando nossas ações. Para

equipe estadual de Santa Catarina, foi grandiosa a experiência de desenvolver um projeto

tão ambicioso, e considerando todos os obstáculos vivenciados durante o processo nos

consideramos vitoriosos.

iii. Avaliação longitudinal:

O Projeto Caminhos do Cuidado foi um “caminho” realmente longo a ser

percorrido em todos os aspectos, principalmente na elaboração das ações e efetividade

dos resultados, pois foi necessário um importante crescimento da equipe como um todo,

para atender as necessidades do Brasil e do Estado.

Apesar das diretrizes serem flexíveis, muitos foram os ajustes necessários para

chegarmos no patamar atual. E se “hoje” fossemos continuar com a formação, as equipes

estariam muito mais maduras, preparadas e experientes em todos os aspectos, reduzindo

assim os gastos desnecessários, o número de alunos não formados e as parcerias

estabelecidas.

5. PARTICIPAÇÃO DOS DEMAIS ATORES (ETSUS, COLEGIADO GESTOR

DO PROJETO, SECRETARIA ESTADUAIS E MUNICIPAIS, COSEMS E OUTROS)

Tivemos na execução do projeto, grandes parceiros que nos auxiliaram em vários

momentos. Entre eles, destacamos o trabalho das diretoras das escolas que em todos os

momentos nos apoiaram e deram respaldo para que o projeto pudesse ser coordenado

conforme suas diretrizes, garantindo um voto de confiança em nosso trabalho o que foi

fundamental.

Outra parceria que gostaríamos de destacar foi a da equipe do CIES estadual que

prontamente nos auxiliou na divulgação do projeto e nos mostrou meios de entrarmos de

forma efetiva nas regiões, salientamos o presidente do Cies Fernando de Toledo Barros

Wendhausen, ao qual deixamos neste relatório o nosso agradecimento pois, foi um dos

nossos maiores parceiros, cobrando, incentivando e mobilizando para que os resultados

chegassem onde chegaram.

Não menos importante salientamos a importância do colegiado gestor criado para

auxiliar nas ações de articulação do projeto. Como membro do Colegiado contamos com

a representante do COSEMS Sônia T. Franzoi Bodanese, a representante da Saúde

Mental de Santa Catarina Marly Denise Wuerges Aquino e as representantes da Escola

de Formação em Saúde Rosana Nunes e Maristela Castro.

Além disso tivemos as parcerias entre gerentes de saúde, secretários de saúde

que abraçaram a proposta da formação, foram poucos os gestores que descreveram

obstáculos para realização da formação, e mesmo com a distância entre os municípios

dificultando o deslocamento da equipe estadual, nossa meta pode ser cumprida com

sucesso.

Entendemos que uma fala presencial nas regiões divulgando as propostas e

apontando os ganhos com o projeto teria fortalecido os laços de parceria entre as

instituições e facilitado muito as articulações. Entretanto, as parcerias firmadas foram tão

significativas que conseguimos contemplar todos os municípios com o projeto.

6. METAS ALCANÇADAS

Refletindo sobre as metas qualitativas, conseguimos alcançar quase que a

totalidade do Estado de Santa Catarina, ficando apenas um município de abrangência da

EFOS e alguns municípios de abrangência da ETSUS-Blumenau para serem formados,

mas o compromisso continua firmado de que até final de março todos os municípios

receberão a formação.

Fechamos o relatório parcialmente no dia 31 de janeiro de 2015 com 92.7% ou

10.423 alunos formados no estado, considerando a meta inicial que era de 11.239 alunos

formados.

Para tanto, se fez necessário a prorrogação do término do projeto no Estado, de

dezembro de 2014 para 31 de março de 2015, ficando a equipe reduzida entre os apoios

da ETSUS-Blumenau que trabalharão com o acordo de que não serão remunerados para

cumprir com as pactuações, e 1 apoio na EFOS que receberá para responder pelo projeto

como um todo até seu fechamento previsto para o final do mês de março.

O Caminhos do Cuidado teve sua continuidade no ano de 2015, visando alcançar

100% da meta, as atividades acabaram se estendendo até junho de 2015. Aproveitamos

para destacar que houve o desejo de realização do Projeto em comunidades indígenas,

foram várias tentativas por parte dessas regiões, que acabaram lamentando muito que a

população indígena não estivesse prevista nessa formação.

Das regiões de Saúde de abrangência da ETSUS Blumenau, 52 município

realizaram a formação, apenas o município de Imbúia não enviou seus profissionais. De

qualquer forma, verificamos que por fim alcançamos e ultrapassamos em 172 vagas

ofertadas os 100% estabelecidos na meta, totalizando 11.239 vagas ofertadas no Estado.

7. O QUE FOI BOM E PODE SER UTILIZADO EM FUTUROA PROJETOS E O QUE

NÃO FOI BOM E PODE SER APRIMORADO

Poderíamos citar aqui experiências significativas de aprendizados vivenciados

durante a organização desta capacitação no estado. Gostaríamos de destacar pontos

chaves no desenvolvimento das equipes:

Conseguir realizar a articulação das turmas com excelência considerando a necessidade

de conhecimento das realidades nas regiões de abrangência das duas escolas, sendo

uma equipe que trabalharia em duas instituições, que abraçaram a causa, demonstrando

que foi um grande ganho repassar às escolas a função de execução do projeto.

A importância de uma boa indicação para componentes da equipe, o que facilitou na

realização das ações propostas pois todos os integrantes trabalharam com

comprometimento.

O exercício diário e constante de exercitar a boa comunicação, a paciência e o trabalho

em equipe como ferramentas fundamentais para o sucesso de qualquer projeto em

execução.

A importância do planejamento das atividades, experiência potencializadora das ações de

articulação, do fortalecimento da confiança no trabalho das instituições envolvidas e na

manutenção da qualidade da formação.

Ainda salientamos que nem todas as experiências foram positivas sendo de

extrema importância pontuar que:

O fato de a formação das escolas não ter acontecido no início do projeto para maior

envolvimento e conhecimento sobre a proposta irá dificultar o aproveitamento dos

materiais do curso posteriormente em formações futuras, já que poderia ser um tema

utilizado dentro da grade curricular da escola;

A pouca autonomia que as escolas tiveram para realizar mudanças no desenvolver do

projeto já que o mesmo veio pensado e fechado com suas regras pré-determinadas, e as

realidades locais são peculiares.

8. CONCLUSÃO

Concluímos que o conhecimento aprendido e disseminado no projeto é apenas

um novo caminho a ser trilhado pelos profissionais, que ainda terão muito trabalho ao

precisar transformar estas experiências em ferramentas práticas para serem utilizadas

nos seus ambientes de trabalho.

Todavia, é de muita relevância que a proposta se amplie para os demais

profissionais das equipes de estratégia de saúde da família. Foram ouvidos muitos

depoimentos de gestores, coordenadores, profissionais e até comunidade em geral dessa

necessidade, uma vez que, muitos participantes já sentiram uma barreira na utilização

destas ferramentas no trabalho por falta de conhecimento e como consequência

sensibilização dos demais membros das equipes.

Como foi relatado pelos tutores e alunos o projeto possibilitou que os paradigmas

fossem quebrados e novas perspectivas de atendimento fossem implementadas utilizando

recursos já existente há muito tempo disponíveis na rede, mas que não eram

reconhecidos pelos profissionais.

O projeto foi recebido pelos municípios de braços abertos e finaliza com inúmeros

relatos de excelência, principalmente porque já podemos identificar mudanças

significativas na forma de atuação dos profissionais capacitados o que tem refletido em

satisfação da população em geral.

As poucas fragilidades apontadas pelos municípios foram problemas de

infraestrutura durante a realização das turmas e morosidade na resolução de problemas

que na sua maioria das vezes não dependia da equipe estadual para sua efetiva

resolução.

O projeto em Santa Catarina só compactua com as ideias de que o trabalho em

equipe, a organização e o conhecimento são ferramentas poderosas para a

transformação e melhora da saúde mental no país. A equipe estadual buscou utilizar da

melhor forma estas ferramentas e fecha o projeto com os resultados aqui apresentados.

9. Considerações de Macrorregional:

O Caminhos do Cuidado em Santa Catarina foi muito bem acolhido no Estado

pelas duas escolas (EFOS e ETSUS Blumenau). Concordo com as palavras desse

relatório, sobre a trajetória do Projeto nesse Estado. A equipe estadual foi muito

responsável e criou uma forma própria de trabalho e monitoramento, a cooperação

permeou todos os seus integrantes. O colegiado gestor foi um ponto de destaque para a

execução do projeto, seus encontros foram mensais e, geralmente, havia participação de

todos os membros, que durante todo o processo estiveram abertos a colaborar para a

execução do Projeto no prazo estipulado inicialmente (dezembro/2014). Por melhor que

tenha sido a integração entre as duas Escolas, avalio essa situação como uma dificuldade

no processo de trabalho, pois a equipe encontrava-se dividida entre as duas escolas, o

que acabou refletindo em modos diferentes de operar, em alguns momentos isso causou

alguns tensionamentos no processo de trabalho, acarretando na necessidade de

ampliação do prazo para execução do Projeto no Estado.

Destaco que foi possível perceber, durante esse percurso, como um ponto a ser

refletido, o papel das Escolas na execução do Projeto. Percebe-se na leitura desse

relatório, que as Escolas carregaram alguns sentimentos que poderiam ter sido melhor

acolhidos, como por exemplo, o desejo de ter participado das formações de tutores, esse

desejo apareceu diversas vezes durante as reuniões de colegiado, assim como, o

descontentamento com o atraso dos materiais das turmas que ocorreram no período da

Copa do Mundo. Essas revindicações foram feitas à todas as estâncias do Projeto,

macorregional, técnico do DEGES, grupo condutor. No entanto, quando o Projeto

ofereceu a possibilidade de realizar uma oficina de formação para os profissionais da

Escola, não houve interesse por parte das mesmas. De qualquer forma, percebe-se que o

Caminhos do Cuidado trouxe ao Estado novas possibilidades de trabalho, um olhar mais

ampliado, uma prática visando a integralidade e um melhor acolhimento do usuário.