relatorio plano diretorarborizacaogoiania

Upload: fernanda-gomes-ferreira

Post on 12-Oct-2015

59 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • A r b o r i z a oREALIZAO PATROCNIO

  • Plano Diretor de Arborizao

    Urbana de Goinia

  • Capital verde do

    Brasil

  • com grande satisfao que entregamos Goinia seu

    primeiro Plano Diretor de Arborizao Urbana (PDAU).

    Trata-se de um documento de fundamental importncia

    para a preservao da vegetao da capital e da qualidade

    de vida, na medida em que traa as diretrizes e normas para a

    escolha das espcies, plantio, poda e extirpao de rvores. A partir

    de agora, Goinia conta com um mecanismo concreto para balizar

    as aes de arborizao e para tornar-se, definitivamente, a

    capital ambiental do Brasil.

    O PDAU coroa com xito uma srie de projetos

    desenvolvidos pela Agncia Municipal do Meio Ambiente

    (AMMA) no que se refere preservao da biodiversidade

    urbana. Um exemplo o Programa Plante a Vida,

    desenvolvido desde 5 de junho de 2005, e que j distribuiu

    mais de 700 mil mudas de espcies nativas do cerrado para a

    populao. o maior programa de plantio voluntrio do mundo,

    cujo sucesso e carter inovador levaram a direo executiva do Programa das Naes

    Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) a recomend-llo como modelo de ao para

    outras cidades.

    No caso do Plante a Vida, ao receber a muda o cidado assina um termo de

    compromisso, onde garante que plantar o exemplar seguindo as normas tcnicas dadas

    pela AMMA, atravs de um folheto explicativo. Em pesquisa realizada com 3 mil pessoas

    que receberam mudas, constatou-se que em 81% dos casos os exemplares desenvolveram-

    se de forma satisfatria e as recomendaes foram obedecidas. Alm disso, a AMMA

    tambm vem recuperando uma srie de reas degradadas pelo desmatamento, atravs do

    plantio de mudas em fundos de vale, margens de rios e crregos e outros locais

    estratgicos para a manuteno do equilbrio ecolgico da capital.

    Por meio de aes de educao ambiental, da valorizao da diversidade de espcies

    do Cerrado e de muita responsabilidade e dinamismo, estamos transformando Goinia

    em referncia nacional. Conforme um estudo realizado pela AMMA em maio de 2007,

    Goinia possui cerca de 950 mil rvores plantadas em vias pblicas, superando Curitiba

    (cerca de 300 mil rvores) e Joo Pessoa (cerca de 40 mil), que eram, at ento,

    referncias nacionais em termos de arborizao. Somos, sem sombra de dvida, a capital

    verde do Brasil.

    Clarismino Luiz Pereira Junior Presidente da Agncia Municipal do Meio Ambiente de Goinia (AMMA)

  • Vivo eSustentabilidade

  • Vivo e a Agncia Municipal do Meio Ambiente de

    Goinia unem-se para apresentar sociedade o Plano

    Diretor de Arborizao de Goinia, um levantamento

    detalhado sobre as rvores da cidade, o histrico da

    arborizao e as normas para o plantio de rvores na capital

    de Gois. Trata-se de um importante documento, que contribui

    significativamente para o conhecimento, a compreenso e a

    preservao do Meio Ambiente da regio. Somente gerenciamos

    aquilo que conhecemos.

    Para a Vivo participar deste projeto um exerccio de

    cidadania. Acreditamos ser preciso somar

    rentabilidade dos negcios tica, comprometimento,

    compromisso com o cliente, humanizao,

    desenvolvimento integrado, inovao e Responsabilidade

    Socioambiental. Esses valores e princpios solidificam nossa

    misso.

    A Vivo constri com alicerces firmes o caminho da sustentabilidade. Para edific-lo, a

    empresa cumpre uma agenda extensa dividida em duas frentes: a Responsabilidade

    Socioambiental - voltada para tornar os produtos e servios da companhia inclusivos,

    ambientalmente conscientes e socialmente responsveis - e o Instituto Vivo -

    desencadeador de contribuies e fomento de projetos voltados para a incluso social e

    econmica do jovem, principalmente o deficiente visual.

    Nas atividades ambientais, o grande destaque o Programa Vivo Recicle seu Celular, que

    promove a coleta e reciclagem de aparelhos, baterias e acessrios usados. O projeto est

    presente em 3.200 lojas prprias e revendas exclusivas da Vivo de todo o pas, onde h

    urnas especiais para o recolhimento do material.

    A ao reduz a disposio de lixo eletrnico em aterros sanitrios e lixo comum, assim

    como promove a sensibilizaao socioambiental, ajudando na construo de uma sociedade

    mais consciente. E a receita gerada aplicada em projetos socioambientais apoiados pelo

    Instituto Vivo. Alis um deles este levantamento. Boa leitura.

    Joo Truran NetoDiretor Regional Vivo/ Centro-Oeste e Norte

  • IRIS REZENDEPrefeito de Goinia

    THIAGO PEIXOTOSecretrio do Governo Municipal

    CLARISMINO LUIZ PEREIRA JUNIORPresidente da Agncia Municipal de Meio Ambiente

    RONALDO VIEIRADiretor de reas Verdes e Unidades de Conservao

    ANTONIO ESTEVES DOS REISGerente de Arborizao Urbana

    Coordenao GeralANTONIO ESTEVES DOS REIS Eng Florestal

    Equipe Tcnica Executiva do PlanoANTONIO ESTEVES DOS REIS - Eng Florestal

    ELIZABETE FERNANDES GOMES OLIVEIRA Eng AmbientalKNIA GONALVES COSTA - Gegrafa

    MARIANA NASCIMENTO SIQUEIRA Biloga FERNANDO AUGUSTO LEMOS SALES Eng Agrnomo

    SANDRA MARIA DE OLIVEIRA Eng AgronomaPATRCIA BARBOSA RODRIGUES CARETA Estagiria de Biologia

    ISABELA SILVA LIMA Estagiria de Tecnlogo em Gesto Ambiental

    Assessoria JurdicaTATIANE OLIVEIRA SILVA - Advogada

    SIMONE CARVALHO DE MENDONA Advogada

    Assessoria de Comunicao FABRCIA HAMU Jornalista

    MAURO JNIO RODRIGUES SILVA - JornalistaNATLIA COUTO - Estagiria de Jornalismo

    THAS ALVES DA SILVA ROMO Estagiria de JornalismoFREDERICO AURLIO DE CARVALHO Estagirio de Publicidade e Propaganda

    Cia de Processamento de Dados do Municpio de Goinia - COMDATAFLVIO YUAA Especialista em Geoprocessamento

    FREDERICO DA SILVA SANTOS Analista de SistemasMARCILENE DA SILVA SANTOS Tcnica em Geoprocessamento

    SRGIO EDWARD WIEDEHECKER ArquitetoEMLIA DA SILVA Tcnica em Geoprocessamento

    ROSANE CHAVES DE OLIVEIRA ALBUQUERQUE Administratora de Empresas

    Redao e Reviso FABRCIA HAMU Jornalista

    Design Alessandro CarrijoLuciana Fernandes

    PREFEITURA MUNICIPAL DE GOINIA

  • 8sum

    rio

    APRESENTAO 10INTRODUO 11CAPTULO I - HISTRICO DA ARBORIZAO DE GOINIA 131. HISTRICO 131.1. O Incio da arborizao de Goinia 131.2. Depoimentos de pioneiros em Goinia 16CAPTULO II - GOINIA, CAPITAL VERDE DO BRASIL 291. A ARBORIZAO DE GOINIA NA ATUALIDADE 291.1. Mais Parques e reas de conservao ambiental. 291.2. Programa Plante a Vida, o sucesso da arborizao voluntria. 301.3. Imagens fotogrficas da arborizao atual de Goinia 31CAPTULO III - CADASTRAMENTO E DIAGNSTICO DA ARBORIZAO DE GOINIA 441. CONCEITUAO 442. OBJETIVOS 442.1- Objetivo geral 442.2- Objetivos especficos 453. JUSTIFICATIVA 464. METODOLOGIA 464.1. Convnio 047/97 474.2. Atividades do Convnio 047/97 474.3. Podas 534.4. Remoes de rvores 544.5. Remoes de tocos 544.6. Novos plantios 544.7. Inventrio Florestal 54Inventrio Florestal Urbano - IFU 54Inventrio Florestal Urbano Total IFUT 54Inventrio Florestal Urbano por Amostragem IFUA 545. RESULTADOS 565.1. Pontos Cadastrados 565.2. Espcies encontradas 575.3. Espcies mais ocorrentes 645.4. Remoes imediatas de rvores 685.5. Idade 695.6. Porte 705.7. Condies Fitossanitrias 705.8. Copa 715.8.1. Interferncias 715.8.2. Dimetro da copa 715.9. DAP Dimetro altura de 1,30 metro 71CAPTULO IV PLANEJAMENTO - Programa de ampliao e re-qqualificao

    da cobertura vegetal do municpio de Goinia 721. APRESENTAO 722. INTRODUO 723. IMPACTOS AMBIENTAIS DA ARBORIZAO URBANA 733.1. Impactos Positivos 733.2. Impactos Negativos 743.3. Medidas Mitigadoras 804. ESCOLHA DAS ESPCIES ARBREAS A SEREM PLANTADAS 804.1. Quanto ao desenvolvimento da espcie 804.2. Quanto ao comportamento da copa x clima 804.3. Quanto ao comportamento da copa x espao fsico 804.4. Formas de copas 814.5. Caractersticas a serem observadas 814.6. Onde plantar 815. ESPCIES NO RECOMENDADAS PARA A ARBORIZAO URBANA 816. CONDIES ESTRESSANTES PARA AS RVORES EM VIAS PBLICAS 84

  • 97. AES PARA MELHORARIA DAS CONDIES E QUALIDADE DE VIDA DAS RVORES URBANAS, 848. PLANEJAMENTO DA ARBORIZAO REFERENTE A 16 SETORES DE GOINIA 85CAPTULO V PLANEJAMENTO - Diretrizes gerais para implantao da arborizao nas vias pblicas do municpio de Goinia 941. PLANEJAMENTO DA ARBORIZAO ARMETROS PARA A IMPLANTAO ARBREA 941.1- Da implantao da arborizao 951.1.1- Programa de Educao Ambiental 97a) Sub-Programa de Informao Coletiva 97b) Sub-Programa de Educao Formal 97c) Sub-Programa de Educao Informal e Participao Comunitria 971.1.2- Programa de substituio gradativa das mongubas 971.1.3- Programa Anual de Plantios 981.1.3.1- Caracterstica da(s) muda(s) a ser(em) plantada(s): 1011.1.3.2- Preparo do Solo: 1011.1.3.3- Tamanho da Cova: 1021.1.3.4- Plantio propriamente dito: 1021.1.3.5- Proteo da(s) muda(s): 1021.1.3.6- Manuteno das mudas plantadas: 1041.1.4- Metas 1041.1.5- Sub-programa de produo de mudas nativas e exticas 1042. AES PARA A CONSERVAO DA ARBORIZAO URBANA 1062.1- Programa de Manuteno 1072.2- Podas 1072.3- Replantio 1102.4- Controle fitossanitrio 1102.5- Tutoramento 1102.6- Adequao da rea permevel 1102.7- Remoo de rvores 1112.8- Destinao dos resduos de poda e extirpao de rvores 1132.9- Dendrocirurgia 1132.10- Transplante 1132.11- Programa de Monitoramento 1142.12- Programa de Cadastramento da Arborizao 114CAPTULO VI - REGIMENTO LEGAL DA ARBORIZAO DO MUNICPIO DE GOINIA 1151. FUNDAMENTAO 115rvores Bens Pblicos 115Bem difuso 1152. LEGISLAO FEDEREAL 1152.1. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 1152.2. Decreto n 3.179, de 21 de setembro de 1999. 1153. LEGISLAO MUNICIPAL 1163.1. Lei n 8.537, de 20 de junho de 2007. 1163.2. Lei n 7009, de 23 de outubro de 1991. 1163.3. Lei Complementar n 014, de 29 de dezembro de 1992. 1173.4. Decreto n 767, de 14 de maro de 1996. 1183.5. Lei n 7004, de 03 de outubro de 1991. 1193.6. Lei n 8451 de 07 de agosto de 2006. 1193.7. Instruo normativa n 005 de 03 de outubro de 2006 de 1991. 1193.8. Instruo normativa n 017 de 15 de agosto de 2006 1223.9. Instruo normativa que regulamenta os procedimentos de substituio de rvores localizadas nas vias pblicas de Goinia. 1243.10. Instruo normativa que institui os procecimentos necessrio para a retirada de rvores em reas particulares e as devidas compensaes ambientais. 1273.11. Portaria que autoriza a Companhia Energtica de Gois S/A CELG a realizar podas de rvores localizadas sob as redes de distribuio de energia eltrica de baixa tenso e derivaes. 128REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 130

  • 1 0

    aapprreesseennttaaooMunicipal de Meio Ambiente AMMA, eexecutora a Companhia de Urbanizao deGoinia COMURG; Centrais Energticas de GoisS.A. CELG; Saneamento de Gois S.A. SANEAGO; Universidade Federal de Gois UFG;Universidade Catlica de Gois UCG e MinistrioPblico do Estado de Gois.

    O Convnio 047/97 prev, como atividadeinicial e de fundamental importncia, oCadastramento e Mapeamento da ArborizaoUrbana, que tem como objetivo cadastrar ediagnosticar todas as rvores de Goinia,verificando a situao atual de cada rvorelocalizada nos logradouros pblicos de nossacidade. Aps a assinatura deste convnio, teveincio o Cadastramento e Mapeamento daArborizao Urbana, pelos setores centrais deGoinia, onde se tem a arborizao mais antiga emais problemtica de nossa cidade.

    Inicialmente, realizou-se esse diagnsticopelos setores Central, Aeroporto,Universitrio e Oeste, e posteriormente emoutros bairros da capital, totalizando 70setores de Goinia. Estima-se que Goiniapossua, hoje, um total de 950.000 (seiscentase cinqenta mil) rvores em vias pblicas,conforme estudo realizado pela AgnciaMunicipal do Meio Ambiente AMMA noano de 2007. No Inventrio Florestalcadastrou-se 133.061 mil espcimes arbreos,perfazendo um percentual de rvoresinventariadas de 14%.

    Pretendemos, com as diretrizes eprocedimentos apontados neste Plano, assegurarque cada rvore existente e aquelas que seroplantadas tenham condies adequadas paradesenvolver plenamente o seu ciclo de vida.

    O ponto de partida para orientar a ao detodos deve ser o entendimento de que aarborizao um servio pblico to essencialquanto o abastecimento de gua, o sistema deesgotos, a distribuio de energia eltrica, e outros,com a diferena de que se trata de um ser vivo.

    Pretendemos, com este trabalho expandir aarborizao de Goinia de forma planejada paraqualificar o manejo da mesma.

    Entende-se por Plano Diretor deArborizao Urbana o conjunto demtodos e medidas adotados para apreservao, manejo e expanso dasrvores nas cidades, de acordo comas demandas tcnicas pertinentes eas manifestaes de interesse dascomunidades locais.

    A arborizao urbana consiste em todacobertura vegetal de porte arbreo existente nascidades, permitindo que o espao construdo seintegre com o jardim e o parque, principalmentenas regies de climas tropicais e subtropicaismidos. Para constituir a paisagem da cidade, avegetao urbana ocupa, fundamentalmente, trsespaos distintos: as reas livres de uso pblico epotencialmente coletivas, as reas livresparticulares, e aquelas que acompanham osistema virio.

    Este Plano Diretor de Arborizao Urbana trataespecificamente da arborizao urbana queacompanha as ruas e avenidas da cidade deGoinia. So as rvores encontradas ao longo dascaladas de ruas e avenidas, canteiros centrais,rotatrias e nas praas.

    Goinia considerada uma cidade muitoarborizada. Para conhecermos a arborizao quecompe a cidade, foi necessrio promover umdiagnstico das rvores, realizado por meio docadastramento de vrios bairros. Esse diagnstico,alm de verificar a situao atual de nossaarborizao, possibilitar quantificar as atividadessubseqentes, como: remoes de rvores,remoes de tocos, podas e novos plantios.

    Visando compatibilizar e maximizar os efeitosda arborizao com os equipamentos pblicos,mantendo a qualidade de seus servios esegurana da populao, no ano de 1997 foifirmado o Convnio 097/97 Projeto deSubstituio Parcial, Manejo/Manuteno daArborizao Urbana de Goinia. O convnio foifirmado entre Prefeitura Municipal de Goinia,tendo como interveniente a Secretaria Municipaldo Meio Ambiente SEMMA, hoje Agncia

  • 1 1

    iinnttrroodduuooSegundo dados de 2006 do MUBDG Mapa Urbano Bsico Digital de Goiniada COMDATA Companhia deProcessamento de Dados do Municpiode Goinia, a cidade conta hoje, comuma rea total edificada de444.158,851 km, comaproximadamente 627 bairros e 12.247logradouros pblicos.

    Neste cenrio est inserida a arborizaoviria da cidade, com mais de 950.000 rvores de328 diferentes espcies arbreas, fato este quefaz Goinia destacar-se como a cidade maisarborizada do Brasil, com um ndice de 0,79rvore por habitante. As reas Verdes deGoinia so compostas por 187 unidades deconservao, perfazendo um total de16.567.685,17 m. H 16 (dezesseis) parquesimplantados: Parque Sulivan Sivestre (VacaBrava), Parque Areio, Parque Botafogo, Bosquedos Buritis, Lago das Rosas, Gentil Meireles,Parque Municipal Taquaral, Bosque DeputadoJos Eduardo Nascimento, Bosque do Caf,Bosque Boa Vista, Parque Municipal Liberdade,Parque Municipal Beija-Flor, Parque MunicipalSabi, Parque Flamboyant, Parque Fonte Nova eBosque Bougainville; 06 (seis) parcialmenteimplantados: Parque Municipal Macambira,Parque Municipal Curitiba, Parque MunicipalCarmo Bernardes, Jardim Botnico, BosqueBougainville A, Parque Municipal Otvio Lcio ecerca de 401 praas, totalizando um ndice dereas Verdes - IAV de 94,0 m de reas verdespor habitante, conforme estudo realizado pelaAgncia Municipal do Meio Ambiente AMMAem 2007.

    O Plano Diretor de Arborizao Urbana oconjunto de mtodos e medidas adotados paraa preservao, o manejo e a expanso dasrvores nas cidades, de acordo com asdemandas tcnicas e as manifestaes deinteresse das comunidades locais.

    Para se fazer um Plano Diretor deArborizao Urbana necessrio conhecer a

    arborizao existente nas vias pblicas, a partirde um inventrio das rvores da cidade, para,posteriormente, traar diretrizes deplanejamento, produo, implantao,conservao e administrao das rvorespblicas, constituindo-se no Plano Diretor deArborizao Urbana.

    Estima-se que Goinia possua 950.000rvores em vias pblicas, cuja distribuiobeneficia um nmero de pessoas ainda maiorque o atingido pelos parques e praas. Por essarazo, deve-se ter um planejamento adequadocom as rvores de caladas e canteiros centraisde Goinia.

    Foi realizado o inventrio florestal amostralde 15,15% da rea total de Goinia, 25,61% dototal de logradouros pblicos, 11,16% do total debairros cadastrados e 14% do total de rvoresexistentes nas vias pblicas da cidade.

    O Plano Diretor de Arborizao Urbanacontemplar todos os mtodos, diretrizes epolticas a serem desenvolvidas pelaPrefeitura Municipal de Goinia, atravsda AMMA e da Companhia de Urbanizaode Goinia COMURG, visando umaarborizao planejada e adequada para asvias pblicas, de forma essa arborizaotraga benefcios diretos no meio urbano. OPlano Diretor de Arborizao Urbana deGoinia conter as espcies arbreas maisfreqentes em nossa cidade, alm deorientaes tcnicas sobre plantios, podase extirpaes seguido das diretrizes enormas para os novos plantios a seremrealizados na cidade.

    Esses novos plantios sero realizados dentrode uma nova concepo, de se fazer umaarborizao planejada, colocando espciesadequadas a cada local, verificando a largura derua e calada, existncia de fiao area dedistribuio de energia eltrica, de telefonia emulti-servios, rede subterrnea de gua eesgoto e existncia de outros equipamentospblicos, como: semforos, iluminao pblica,postes, pontos de nibus, totem, entrada degaragem, dentre outros.

  • 1 2

    Da mesma forma que a arborizaoencontrada nas reas livres pblicas e privadas,as rvores que acompanham o sistema virioexercem funo ecolgica, no sentido demelhoria do ambiente urbano e da esttica,embelezando as vias pblicas,conseqentemente, da cidade.

    Trata-se de contribuies significativas namelhoria da qualidade do ambiente urbano,promovendo a purificao do ar pela fixao depoeiras e gases txicos e pela reciclagem degases atravs dos mecanismos fotossintticos; amelhoria do microclima da cidade, pelareteno de umidade do solo e do ar e pelagerao de sombra, evitando que os raiossolares incidam diretamente sobre as pessoas; areduo na velocidade do vento; a influncia nobalano hdrico, favorecendo infiltrao da guano solo e provocando evapo-transpirao maislenta; o abrigo fauna, propiciando umavariedade maior de espcies,conseqentemente influenciando positivamentepara um maior equilbrio das cadeiasalimentares e diminuio de pragas e agentesvetores de doenas; o amortecimento de ventose rudos; dentre outros.

    Outra funo importante daarborizao que acompanha o sistemavirio seu prstimo como corredorecolgico, interligando as reas livresvegetadas da cidade, a exemplos daspraas e parques. Alm disso, em muitasocasies, a rvore em frente residnciaconfere a ela uma identidade particular epropicia o contato direto dos moradorescom um elemento natural significativo,considerando todos os seus benefcios.

    No entanto, muitos so os problemascausados pelo confronto de rvoresinadequadas com equipamentos urbanos, comofiaes eltricas, encanamentos, calhas,calamentos, muros, postes de iluminao, etc.Estes problemas so muito comuns de seremvisualizados e provocam, na grande maioria dasvezes, um manejo inadequado e prejudicial srvores. comum vermos rvores podadas

    drasticamente e com muitos problemasfitossanitrios, como presena de cupins,brocas, outros tipos de patgenos, injriasfsicas como anelamentos, envenenamento,caules ocos e podres, galhos lascados, etc.

    Frente a esta situao comum nas cidadesbrasileiras, soma-se o fato da escassez dervores ao longo das ruas e avenidas. Nestesentido, fundamental considerarmos anecessidade de um manejo constante eadequado voltado especificamente para aarborizao de ruas. Este manejo envolveetapas concomitantes de plantio, conduo dasmudas, podas e remoes necessrias. Para queseja implementado um sistema municipal queatenda toda essa demanda de servios, necessrio considerar a necessidade de umalegislao municipal especfica, medidasadministrativas voltadas a estruturar o setorcompetente para executar os trabalhos,considerando, fundamentalmente, mo-de-obraqualificada e equipamentos apropriados, bemcomo o envolvimento com empresas queajudem a sustentar os projetos e aesidealizadas, e com a populao em geral. Esteltimo poder acontecer, preferencialmente,atravs de programas de educao ambientalvoltados para o tema, procurando envolver defato os moradores no processo de arborizaoou rearborizao da cidade.

    A escolha da espcie a plantada na frente daresidncia o aspecto mais importante a serconsiderado. Para isso, extremamenteimportante que seja levado em conta o espaodisponvel que se dispe defronte residncia,considerando a presena ou ausncia de fiaoarea e de outros equipamentos urbanos citadosanteriormente, assim como a largura da caladae reco predial. Dependendo desse espao, aescolha ficar vinculada ao conhecimento doporte da espcie a ser utilizada.

    Para facilitar o levantamento, as rvoresusadas na arborizao de ruas e avenidas foramclassificadas em pequeno, mdio e grandeporte. Neste trabalho seguem as definies decada um dos portes, com indicao de nomesde algumas espcies mais comuns encontradasno cadastramento.

  • 1 3

    HISTRICO DA ARBORIZAO DE GOINIA

    HISTRICO

    1.1. O Incio da arborizao de GoiniaNas dcadas de 30 e 40, praticamente no

    havia arborizao em Goinia. Nessa poca, atmesmo o arruamento era precrio. O que haviaeram as matas s margens dos crregos.Quando se iniciou o arruamento de Goinia e acriao dos primeiros setores, pensou-se naarborizao das ruas. Mas nesse perdo ocerrado era desvalorizado, portanto, utilizou-seespcies exticas, como os flamboyants (Delonixregia) nas Avenidas Tocantins e Araguaia, e ofcus (Ficus microcarpa) na Av. Gois.

    Figura 01. Av. Gois na dcada de40. Fonte: Secretaria Municipal dePlanejamento - SEPLAM - 2007

    Figura 02. Av. Tocantins com arborizaocomposta por flamboyant - Delonix regia nadcada de 40. Fonte: SEPLAM - 2007

    A Prefeitura de Goinia, nessa poca, no eraa responsvel pela arborizao da cidade. Essetrabalho ficava a cargo do Governo do Estado,atravs da Secretaria de Ao e Obras. Elapossua um viveiro pequeno e um depsito deplantas tecnicamente bem preparado, masque limitava-se a reproduzir as espcies jintroduzidas na cidade (fcus Ficus microcarpa,flamboyant Delonix regia, espatdea Sphathodea campanulata, alfeneiro Ligustrumjaponicum, e dilnia Dilenia indica). No haviaprofissionais especializados em arborizao,motivao para a preservao nem nenhumapreocupao ambiental. Quase tudo eraimportado, inclusive os hbitos, costumes e asespcies para a arborizao. Como no Brasilexistiam poucos viveiros, pouco tambm sesabia sobre as espcies com potencial para seutilizar na arborizao de caladas e praas.

    O projeto original de Goinia, elaborado peloArquiteto Atlio Correia Lima, no mencionavanada sobre a arborizao, fornecendo apenas asdiretrizes macro da cidade. A proposta do Atliopara as reas verdes seria um nico e grandeparque, desde a cabeceira at a sada da cidade,contornando os setores centrais, fazendo umanel ao redor desses setores residenciais.

    c a p t u l o I

  • a1 4

    Este projeto foi todo modificado, poisGoinia foi projetada para 50.000 habitantes ehoje tem mais de 1.200.000. Essas reas verdesforam destrudas, loteadas para abrigar apopulao que chegava a Goinia.

    Na dcada de 30, na construo de Goinia,houve desmatamento do cerrado para aberturade ruas, quadra e lotes. Segundo relato depessoas que viram todo esse processo detransformao de nossa capital, a arborizaourbana teve incio entre as dcadas de 40 e 50,quando comeou o arruamento da cidade e acriao dos primeiros setores. Mas, nesta poca,o cerrado era desvalorizado, e, portanto,utilizou-se espcies exticas, os flamboyants -Delonix regia, com florao vermelha e amarela nas Avenidas Araguaia e Tocantins, e,posteriormente, nas Ruas 3, 16, 18, 20 eParanaba. Na dcada de 50 comea a serutilizada a sibipiruna Caesalpinia pluviosavar. peltophoroides e cssias (Cassia javanica)nas ruas da cidade.

    O plantio de rvores nos SetoresCentrais teve grande avano a partir doPrefeito Venerando de Freitas Borges, quenum esforo de arborizao nossa capital,trouxe mudas de outras localidades, como,por exemplo, do Tringulo mineiro, deBelo Horizonte e So Paulo. Nas Ruas 20,16 e outras plantou-se o ligustro -Ligustrum japonicum, na Rua 24 plantou-seo saboneteiro - Sapindus saponaria e naPraa Cvica (Av. Gois) plantou-se o ficus- Ficus microcarpa.

    Figura 03. Praa cvica - Centro Administrativo. Rua 84 . Incio da dcada de 60. Fonte: SEPLAM - 2007

    Figura 04. Av. universitria, antiga Rua 10.Construo da catedral na dcada de 50 e incioda arborizao. Fonte: SEPLAM-2007

  • a1 5

    Figura 05. Av. Gois esquina com Rua 03. Incioda dcada de 40. Fonte: SEPLAM - 2007.

    Figura 06. Av. Gois com Rua 04. Ao fundoestao Ferroviria. Ano de 1960. Fonte: SEPLAM- 2007.

    Foto: Jos Henrique da Veiga Jardim

    Figura 07. Av. Gois. Ano de 1980Fonte: SEPLAM - 2007

    Foto: Hlio de Oliveira

    Devido carncia de estudos e informaes sobre espcies a utilizar na arborizao urbana, atmeados da dcada de 90 plantaram-se praticamente espcies exticas que eram utilizadas em outrascidades brasileiras, como, por exemplo: flamboyant, ficus, saboneteiro, sibipiruna, espatdea, dilneae, numa escala muito grande, a monguba Pachira aquatica, que atualmente representa em tornode 19% de todas as rvores plantadas em Goinia.

  • 1 6

    Waldomiro Bariani Ortncio

    Nascido nas UsinasJunqueira (FazendaSo Geraldo), emIgarapava, So Paulo,em 24 de julho de1923. filho deAntnio Ortncio eJosefina Bariani. Em1938 transferiu-se paraGoinia. Estudou noLyceu de Goinia e naFaculdade de Farmciae Odontologia de Gois. Em 1945 fundou o BazarPaulistinha. Foi alfaiate, goleiro do AtlticoClube Goianiense, professor de matemtica,comerciante, fazendeiro, industrial e minerador.

    Pesquisador e folclorista, Bariani Ortncio um dos grandes escritores do Brasil. Publicou 31livros, dentre os quais Serto sem fim, Vo dosAngicos, Trilogia da Cozinha Goiana, Dicionriodo Brasil Central e Medicina Popular do Centro-Oeste. Uma das figuras mais queridas de Gois,Bariani Ortncio nome de rua e de bibliotecas,e recebeu centenas de prmios, medalhas,placas, diplomas, ttulos e comendas.

    Eu me chamo Waldomiro Bariani Ortncio,nasci no ano de 1923, em Igarapava, Estado deSo Paulo. Viemos para Goinia em 1938, commeu av, Fioravante Bariani, chefe do cl dafamlia. Nosso ramo de trabalho no Estado deSo Paulo era serraria, de desdobramento demadeira. Viemos para colaborar na construoda nova capital, sendo a Serraria Bariani aprimeira indstria urbana no bairro deCampinas. Aqui era apenas um imenso canteirode obras, com muito vento fazendo muitapoeira, que afugentava os falsos pioneiros.

    O que pretendo falar aqui no daarborizao, e sim da desarborizao, dadestruio das rvores. Todos os bosques dopermetro urbano foram semi-destrudos. Emfrente Rodoviria antiga, que hoje o Corpode Bombeiros, o bosque era de rvoresfrondosas. O Dr. Eurico Viana, administrador dasobras do Estado, negociou com o meu av amadeira de todas as rvores do bosque meia,

    1.2. Depoimentos de pioneiros em Goinia

    Apresentamos, a seguir, uma coletnea dedepoimentos sobre os primeiros anos deimplantao da nova capital do Estado deGois. Esses depoimentos, dados por pessoasque participaram ativamente do momentopoltico e social, afloram a memria do pontode vista da arborizao da nova capital e dascircunstncias em que esta foi executada.

    Hoje, mais de 60 anos, estes expoentesanalisam e ilustram com riqueza de detalhesa situao, o momento e as soluesencontradas pelas primeiras administraesda capital, que mais tarde se transformaramem Goinia em um marco ecolgico entre ascidades de todo a mundo.

    Mais que um relato histrico, estacoletnea de depoimentos um documentovivo do desenvolvimento de uma cidade emperfeita harmonia com a natureza resultandoem uma vida melhor para todos os cidados.

  • 1 7

    que o Bosque fosse sendo destrudo. poca, as pessoas pioneiras recebiam

    terrenos urbanos para colocar uma casacomercial, um colgio, no nosso caso, a serraria.O encarregado da distribuio gratuita dos lotesera o Dr. Slon A. de Almeida, que tem seu bustofixado frente Estao Rodoviria. Pela FeiraHippie iriam construir um sanitrio ao lado dobusto. Fiz protesto pblico e o lugar foi mudado.

    Depois, fizeram o Hospital do Municpio, doSindicato dos Empregados da Prefeitura, ondeest o MAG-Museu. Depois construiu-se umaagncia da CAIXEGO, ao lado da Assemblia,dentro do Bosque, a menos de 50 metros dasminas dgua.

    Quando o Dr. Leoldio Caiado foi eleitogovernador, teve incio a construo da Casa daCultura, destruindo parte do Bosque. Fez apenasa fundao, ficando a estrutura de ao. Nogoverno municipal do Senhor ndio Artiaga,seguindo sugesto nossa, da AAPBB, arrancaramo que pde daquelas estruturas de ferro,colocaram gua e ficou o lago onde est a fontede jato de 60 metros. Como o povo no perdoa,antes do lago o local se chamava Buraco daCultura. H anos atrs o prefeito planejouconstruir, novamente, a Casa da Cultura nomesmo lugar. No projeto, o estacionamentoficaria dentro do Bosque. Ns, da Associao,batemos o p e no deixamos fazer. Quando oFrum, tambm estava sendo construdo, estavaprevista uma passarela area na Avenida AssisChateaubriand, porque o estacionamento seriadentro do Bosque. Ns, junto com a Imprensa,fomos em cima e no deixamos fazer.

    As autoridades de antes destruram asreservas, as essncias ambientais, porque, comodisse, desconheciam o que fosse ecologia. Notinham uma viso do futuro, no sabiam que asrvores so necessrias, so o pulmo verde dacidade, principalmente dos bosques, pois existediferena entre praa e bosque. A praa construda e as rvores plantadas pelo homem.Bosque so uma ilha de mata natural, espciede capo-dde-mmato. Vamos remediar, construirpraas, arboriz-llas e reflorestar os bosques,enquanto tempo. Vamos torcer para queparem de agredir a natureza.

    quer dizer, metade para o Estado e metade paraa Serraria. Como o meu pai, genro, era odesdobrador das toras na grande serra verticalda serraria, foi ele quem serrou todas as torasdaquelas rvores que medissem mais de 30centmetros de dimetro.

    Naquele tempo, no se tinha noo do quefosse ecologia. O que restou foi um ip amarelo emfrente ao Corpo de Bombeiros, e um jatobazeiroem frente agncia da Celg, ainda produzindofrutos. Estas duas rvores so o atestado, acertido, de que ali houve uma floresta.

    Posteriormente, o prefeito Manoel dos Reisabriu uma estrada de 50,00 m de largura, dentrodo bosque, que hoje o Jardim Botnico, para asada sul da cidade, para ficar mais perto doCountry Clube. Do lado direito, acabaram comtudo, est cheio de casas. E do lado esquerdo amata vai at a rodovia BR-153. Ningumacreditava na expanso da cidade, achando queela ficaria limitada dentro dos 50 alqueiresdoados pela famlia Morais, de Campinas(Campininha das Flores de Nossa Senhora daConceio). O Dr. Manoel dos Reis, mdico efazendeiro, era (e ), um homem prtico einteligente. Quando foi construir as passarelasdo Centro Administrativo, explicou: O povo igual gado quando vai pra aguada faz umtrilheiro, passando sempre naquele mesmolugar. Eu vou deixar o povo fazer os trilheiros,marcar os lugares, e depois eu fao ocalamento. Se eu fizer o calamento antes, vouperder porque o povo vai fazer atalhos. E deu certo. Vamos falar dos Bosques dos Buritis.Eu fundei, com o Leonardo Rizzo, a Associaode Protetores do Bosque dos Buritis, e fui seupresidente por 6 anos. Depois o presidente foi oLeonardo, e eu o vice-presidente, por mais 4anos. O Bosque dos Buritis est a 300m doPalcio do Governo. Toda festa junina que haviana Praa Cvica, iam buscar as folhas dos buritisde l, descabelando-os. O povo levava pra casaat a gua das minas de dentro do Bosque, que,depois ficou provado, eram poludas.Anteriormente, construram o Ateneu e a IgrejaDom Bosco dentro do Bosque. Depois veio opresidente da Assemblia Legislativa econstruiu a Assemblia l dentro. Isso fez com

  • 1 8

    Elder Rocha Lima

    Nascido na Cidadede Gois, graduou-seem arquitetura pelaFaculdade Nacional deArquitetura daUniversidade do Brasil(atual UFRJ). Exerceatividades profissionaisde arquiteto e artistaplstico em Goinia eBraslia.

    A mudana dacapital do Estado para Goinia obedeceu, semsombras de dvidas, a um mpeto modernizadornecessrio. Esse sentimento levou a algunsexcessos, no af de fazer algo diferente dopassado.

    Com relao ao novo paisagismo urbano,alguns erros foram cometidos, os quais estamospagando at hoje. De maneira geral, a cidade bem arborizada, tanto no que se refere arborizao das ruas, como das residncias.Infelizmente, a substituio de residnciasisoladas por edifcios de apartamentos temeliminado os quintais e seus jardins e rvores.

    No comeo da construo da cidade, osresponsveis pela sua arborizao tiveramalgumas preferncias que se mostraraminconvenientes - uma delas adveio do uso deespcies exticas, como Flamboyant e Ficus -,,pois suas razes superficiais so danosas scaladas e tubulaes de esgoto. Mesmo algumasespcies nativas no foram bem escolhidas por semostrarem possuidoras de frutos ou botes detamanhos avultados, danificando os carros. Almdas espcies exticas apontadas, tivemos oemprego da espatdia, o alfeneiro, a dillnia etc.

    Com essa poltica, perdemos a oportunidadede utilizar na arborizao de ruas espciescomuns do bioma do cerrado, como o ip e acaraba, cuja florao um regozijo para os olhos.Alm dessas, tambm o pau-ferro, a sibipiruna,belssima, o pau-mulato com seu fuste de belatextura e colorao, o baba, a aroeira, o pau-brasil, o jacarand com sua inigualvel floraoroxa, a quaresmeira, alm de rvores frutferas

    que poderiam ajudar a fixao dos pssaros noambiente urbano.

    Com essa poltica de utilizao de espciesprprias do nosso ecossistema, estaramosassumindo nossa identidade geogrfica, alm decolaborarmos para preservao de nossasespcies ameaadas pelas lavouras predatrias eseu absurdo sistema de irrigao de piv centralque obriga a eliminao de toda rvore.

    O exemplo de Braslia, onde se preferiuespcies regionais e fez-se o possvel parapreservar a natureza do sitio, est presente eoferece oportunidade de estudos.

    Quando lembrarmos das palmeiras,verificaremos que temos um enorme estoquenatural nossa disposio, comeando pelo buriti,cujos cuidados especiais de manuteno sojustificados pela sua beleza, o babau, aguariroba, o bacuri, a juara, o macaba e tantosoutros.

    Infelizmente, h um problema grave epraticamente insolvel em Goinia, que dificultaa especificao e o trato das rvores que adornamas ruas: a fiao area. Os dois esto em guerrapermanente e a vegetao est sempre perdendocom sua poda inadequada para satisfazer ofestival de fios que passa sobre nossas cabeas. Jera tempo, pelo menos nos bairros centrais, demodernizar essa fiao tornando-a subterrnea,em nome da praticidade e da esttica urbana.

    Como encarar, pesquisar e encontrar soluespara essa problemtica toda que s pode serresolvida a longo prazo? Em primeiro lugar, preciso deixar de encarar o verde na Cidade comosimples ajardinamento e adorno. O assunto depaisagismo, com a amplitude e seriedade quemerece. Equipes de arquitetos, engenheirosflorestais, botnicos e outros profissionaisnecessitam congregar-se para um estudoprofundo e amplo do problema e,conseqentemente, propor um Plano Diretor deArborizao e ajardinamento da cidade, com oconseqente viveiro e laboratrio de pesquisasque, alis, seria um dos locais aprazveis paranossa populao. A se preservaria e seconstruiria, ao invs de destruir para atender aosinteresses econmicos mesquinhos dos pasesmaterialmente desenvolvidos.

  • 1 9

    Nize de Freitas

    Pioneira da cidadede Goinia. Filha doprimeiro prefeito deGoinia, professorVenerando de FreitasBorges.

    O meu pai,Venerando de FreitasBorges, era muitoentusiasmado comGoinia e, em especial,com a arborizao dacidade. Ele trouxe um jardineiro de BeloHorizonte, que era muito dedicado. Ele podava osFcus na Praa Cvica em frente ao Palcio emforma de animais. Vinha gente de fora queachava isso uma maravilha, mas depois, com otempo, isso foi se desgastando e mudando.Posteriormente, houve a Accia, que elesplantaram na antiga Rua 10, hoje AvenidaUniversitria. No sei se foi benfico para acidade de Goinia, porque chamou a ateno dospardais. Ao mesmo tempo, quando eles foramembora, fizeram certa falta.

    Os pardais no foram benficos porquesujavam demais a cidade e havia problematambm de doenas que eles transmitiam. A Rua10 passou a ser quase intransitvel devido sujeira. Eram muitos pardais e eles se aninhavamnas rvores. Isso no era prtico nem bom para acidade, no que se refere esttica das caladas.

    Depois houve um problema com osFlamboyants. A beleza contrastava: em cima,muita flor e muito colorido e embaixo, as razesarrebentavam as caladas. O Flamboyant tornou-se a flor smbolo de Goinia, e at hoje. Mas,infelizmente, por prejudicar os calamentos dacidade, ela no pde permanecer.

    Eu acredito que se possa fazer umacomparao entre a Goinia de hoje e a deontem. A de ontem era a cidade corao. A dehoje, a cidade do crebro. Antes, havia maispoesia, colorido, mas ningum estava preocupadose isso era bom ou no para a cidade. Nstnhamos flores no final do ano. A partir desetembro, de outubro, os flamboyants

    comeavam a florir. Era uma paisagem belssima,que d ate saudade... d aquela sensaonostlgica de pensar na Goinia daquela poca.Mas Goinia cresceu e essa beleza toda no prtica mesmo. Acho que a cidade poderia serarborizada com rvores do cerrado, porque onosso clima, no precisa de adaptao. Se jogarisso pra frente, acho que ser muito bom, at naparte esttica: estaremos usando a roupa prpriae adequada.

    Papai era muito entusiasmado. Ele entrava nocarro e saa pelas ruas de Goinia para ver asnecessidades, principalmente na arborizao. Eu melembro bem de que havia a sugesto de se plantarrvores frutferas, mangueiras, etc.. Havia essa idiade transformar Goinia numa cidade pomar, masno tinha condies. Houve at algum que disseque havia um bairro no Rio de Janeiro, o Graja,que tinha ruas que eram arborizadas com rvoresfrutferas. Mas papai disse: Isso no Rio de Janeiroe ns no podemos trazer isso pra c. Os frutoscaem no cho e isso no uma coisa prtica. Noincio havia tambm o problema de verbas. Papaiqueria trazer muitas coisas interessantes praGoinia, mas no tinha dinheiro. Era uma cidadetoda em formao, lutava-sse com o pouco dinheiroque havia, com a pouca disponibilidade. Haviadificuldade at no transporte pra c no haviameios de transporte disponveis.

    Ns no tnhamos uma arborizaomaravilhosa. E o Flamboyant, na poca, era umarvore que dava muita sombra. Ento, era maisprtico plantar uma rvore que produzissesombra do que beleza esttica. Papai uniu o tilao agradvel. A situao era muito precria, nohavia muitas condies, mas ele lutou com muitadificuldade no comeo de sua administrao.Disso eu me lembro bem: Goinia no tinhadinheiro mesmo. Papai lutava com todas asgarras, idealismo, porque no havia estasfacilidades de verbas que existem hoje pra todomundo. Ele tirava dinheiro do prprio bolso prajogar na cidade. Quando a fonte luminosa daPraa Cvica estragou, disse: Eu fico sem receberuns trs meses do meu ordenado, mas tenho euque arrumar. Isso era idealismo, pois ele erajovem e no queria nem saber se a famlia iapassar necessidades com a falta do ordenado dele.

  • 2 0

    No existia uma equipe tcnica responsvelpela arborizao, na poca. Como se dizia, era aLegio da Boa Vontade. No havia equipe formada,mas voluntrios. Ele mandava vir pessoas delugares como Belo Horizonte e So Paulo. Ourbanista que projetou as ruas e praas de BeloHorizonte projetou as praas de Goinia e, emreunies com papai, chegaram concluso de quea arborizao de Goinia tinha que ser deFlamboyant e Accias. A Sibipiruna veio bemdepois, nos anos 50.

    Eu me lembro do Pedro Ludovico falando para opapai: Venerando, ns precisamos arborizarGoinia, porque Goinia descampada. Essa foi aexpresso do Pedro Ludovico: temos que botarsombra nessa cidade.

    Houve um Congresso de Intelectuais, aqui emGoinia, em julho de 1942. O pessoal que veiosentiu uma diferena enorme, o seco de Goinia, agarganta seca. E verificaram que Goinia no tinharvores. Isso foi reclamado.

    A idia dos Flamboyants foi para fazer sombra,por causa da copa grande. Essa foi a unio do tilao agradvel: o Flamboyant uma rvore muitobonita e d uma boa sombra.

    Amaury Menezes

    Jos Amaury deMenezes nasceu em 25de julho de 1930, nacidade de Luzinia, emudou-se para Goiniaem 1936. Artistaplstico, foi professor naEscola de Belas Artes ena Escola deArquitetura daUniversidade Catlicade Gois entre 1962 e1986. Como diretor doDepartamento de Cultura da Prefeitura, em 1970,fundou o Museu de Arte de Goinia. membroefetivo do Instituto Histrico e Geogrfico de Goise da Academia de Letras e Artes do Planalto.

    Quando chegamos a Goinia, eu com menosde seis anos de idade, residimos inicialmente em

    Campinas enquanto nossa casa, uma das primeirasresidncias da cidade, era construda na AvenidaAraguaia, entre as ruas 1 e 2.

    A cidade praticamente no existia e asconstrues sob a responsabilidade do Estado eramedificadas, em obedincia ao plano urbanstico,separadas por grandes distncias. Habituados scidades que cresciam espontaneamente e semplanejamento, no entendamos o porqu dasdistncias entre os prdios de reparties pblicasda Praa Cvica e outros como o MercadoMunicipal, o Lyceu de Goinia, o Grande Hotel, oCine Teatro Goinia, o Automvel Clube (hojeJquei) e o Lago das Rosas.

    As primeiras ruas foram abertas e revestidasde cascalho, mas, como praticamente no existiatrfego de veculos, os pedestres criavam dentrodo cerrado rasteiro os seus atalhos, que na pocadenominvamos trilheiros. Goinia era umacidade que se caracterizava pelos trilheiros. Asfrutas tpicas do cerrado, como gabiroba, fruta deema e guapeva podiam ser colhias e saboreadaspelos pedestres que transitavam pelas trilhas, e sencontrvamos pequenas manchas de matas nasnascentes e nas margens dos crregos. O Bosquedos Buritis, que na poca chamvamos deburitizal, tinha uma nascente no atual Clube dosOficiais e se estendia no sentido norte, passandopelo Ateneu Dom Bosco e Jquei Clube, at aSanta Casa, onde hoje fica o Centro de Cultura eConvenes. Naquela nascente, a formaonatural de um pequeno lago proporcionava, paraos jovens e adolescentes da poca, os momentosde lazer e exerccios de natao. Isso antes daconcluso do Lago das Rosas.

    O plano urbanstico da cidade no permitia aconstruo de muros para separar as residncias.Apenas na parte frontal dos lotes podiam serconstrudas muretas baixas, mas como havia, napopulao oriunda de pequenas cidades o hbito jarraigado de demarcar suas propriedades, etambm para evitar o trnsito de pedestres nosseus quintais, os moradores passaram a levantarcercas de arame farpado, criando uma soluoesteticamente pior. Por esse motivo, mais tarde, ocdigo de edificaes passou a autorizar aconstruo dos muros divisrios.

    Como o cerrado rasteiro no oferecia espcies

  • 2 1

    vegetais apropriadas para a arborizao da cidade,o prefeito Venerando de Freitas Borges criou umviveiro municipal com vrias espcies de mudasimportadas e distribudas de forma a diferenciar asavenidas e ruas de Goinia. Essa iniciativa davacaractersticas distintas para as principais artriasda cidade. A Avenida Gois, com seus largoscanteiros centrais, era toda arborizada com Fcusque, podados cuidadosamente, apresentavamdiferentes formas geomtricas. As avenidasresidenciais Araguaia e Tocantins eramcaracterizadas como as avenidas dos Flamboyants,que na primavera formavam um grande tapetecolorido nas caladas, para deleite e orgulho dosseus moradores. Nas estreitas ilhas centrais daAvenida Anhanguera foram plantadas PalmeirasImperiais.

    Como aqui no so bem definidas as quatroestaes do ano, Goinia uma cidade privilegiadacom relao s flores. Desde o incio da Capital, asmuretas frontais baixas e os jardins das residnciascontribuam para o embelezamento urbano. Hoje asfloridas e bem cuidadas praas e jardins mostramser verdadeiras a frase que criei quando era diretordo Departamento de Cultura da Prefeitura: EmGoinia a primavera tem doze meses.

    Nos primeiros anos, a vida da cidadedependia comercialmente de Campinas e eraintenso o movimento do transporte coletivocom aquela cidade, hoje bairro da Capital.Lembro-me de, durante vrios anos, buscarmosali o leite para o consumo dirio da nossafamlia. Antes de ficar concludo o MercadoCentral os pioneiros pontos comerciais earmazns localizavam-se no Botafogo, hojePraa do Botafogo, no Setor Leste Universitrio.Tambm as datas festivas eram inicialmenterealizadas em Campinas e a Avenida 24 deOutubro era palco das competies esportivasdo aniversrio de Goinia e do carnaval de rua,com desfile dos seus poucos automveis.Mesmo os mais otimistas pioneiros noacreditavam na utpica previso que as duascidades seriam ligadas e que Campinas seriatransformada num bairro de Goinia. Assimcomo tambm jamais esperavam quechegssemos populao de cinqenta milhabitantes prevista pelos urbanistas.

    Esse um pequeno retrato da infncia deGoinia, quando todos ansiavam pelo seurpido crescimento para se equiparar sgrandes cidades do Pas. Hoje, ao contrrio,torcemos para ela parar de crescer paracontinuar jovem, bonita, acolhedora e sem osproblemas insolveis dos grandes centrosurbanos.

    Belkiss Spencieri (in memorian)

    Foi pianista,musicista,pesquisadora,professora titularaposentada daUniversidade Federalde Gois e ex-Diretorado Conservatrio deMsica da UFG (depoisInstituto de Artes). Ex-presidente daFundao Cultural deGois e ex-presidenteda Sociedade Brasileira de Msica Contempornea.

    O que me lembro, quando ns viemos paraGoinia, de uma cidade de terra vermelha, solta,onde o vento brincava vontade... aquela poeiraerguendo e fazendo redemoinhos. Esta imagemque eu tenho da poca em que ns chegamos, porvolta de 1940. Depois, foi sendo cuidada e, naPraa Cvica, havia um circuito, acompanhando oformato curvo da praa, de Fcus, que seemendavam uns nos outros, numa forma bonita,acho que baseada nos jardins da Praa Sete deBelo Horizonte. Os canteiros centrais da AvenidaGois esto marcados em minha memria, combuxinhos entremeados de flores. Uma coisa queme marcou muito foi a arborizao das avenidasTocantins e Araguaia. Na Tocantins, osFlamboyants eram muito grandes e floriamvermelhos; na Araguaia eram amarelos. Quandoaqui esteve a declamadora Margarida Lopes deAlmeida, que foi recepcionada no ConservatrioGoiano de Musica, as copas do Flamboyantsvermelhos atingiam as janelas do sobrado, queeram redondas.

  • 2 2

    Ela ficou deslumbrada com a beleza das flores,que pareciam verdadeiras labaredas.

    Lembro-me do Bosque dos Buritis, bem cerrado,dos grupos de casas isoladas, 14 casas na Rua 4, noquarteiro entre a Praa Cvica e o ParthenonCenter. Sete sobradinhos iguais na Rua 7 e outrosagrupamentos pequenos e habitados, assim mesmocom poucas casas. E, ali em frente, descia para oCrrego do Botafogo sem ter nenhuma construo.

    Quando eu cheguei do Rio de Janeiro, em 1945,havia rompido a represa do Ja. Nesta poca, eumorava na Rua 24. Ficava sentada no alpendre,vendo o entardecer, porque ns no tnhamosiluminao, e, desta hora em diante, a gente tinhade se valer dos aladins e das velas. O trabalhonoturno nesta poca ficava muito prejudicado.

    Jacira Brando Veiga Jardim

    Nascida em 15 demaro de 1918, nacidade de So Joo DelRei, em Minas Gerais.Filha de ManoelAugusto da SilvaBrando e FranciscaMonclar. Casou-se nodia 26 de setembro de1936, com JoaquimVeiga Jardim e, um anoaps, mudou-se paraGoinia. Foi diplomada no dia 8 de dezembro de1935. Pioneira de Goinia, professora e poetisa.

    Eu vou mencionar as coisas que passei noincio de Goinia, h 68 anos atrs. Quandochegamos em Gois, por motivo da transferncia dacapital para a Goiana, mudamos para c. Meumarido era funcionrio pblico e tivemos que vircom o governo. No existia nada aqui. Estavamabrindo as ruas e comeando a construo doPalcio, Correio e Telgrafo, Secretarias e aquelasreparties pblicas, na Praa Cvica. Estavamsendo abertas as avenidas como se fossem estradas.As avenidas Araguaia, Tocantins e Anhanguera eumas ruas mais prximas, que eram a Rua 20 e aRua 4, foram as mais focalizadas e onde fizeramtambm as residncias de uns funcionrios deposio mais elevada, que eram umas casas

    melhores. Na Rua 4, fizeram 13 casas populares,mas eram todas entacadas, com estuque demadeira, tinham gua, e eram todas arrumadas.

    Naquela poca, a moeda era contos de ris.Cada casa de dois dormitrios custava 13 mil ris ealguns quebrados que eu no lembro. As maiores,que tinham 3 dormitrios, custavam 15 mil ris.Cada funcionrio, depois de 15 anos, se tivessepago todas as prestaes, recebia o ttulo definitivoda casa, e mais 4 mil contos de ris das mos dogoverno, que foi uma ajuda fantstica. Nessetempo, o governo foi maravilhoso para osfuncionrios. E aqui, em Goinia, no existia casa eera muito difcil de arrumar, ento ns fomosmorar em Campinas, com muito favor, em umacasa com uma porta e uma janela, igual casa decaboclo, de cho batido.

    Depois, quando eu estava grvida, mudamospara um quartinho de uma casa antiga, de umaviva, mas era uma casinha melhor. Era de umasenhora, muito amiga da minha me, que tinhamuito carinho com a gente. Ns ficamos nestamoradia at a nossa casa, na Rua 4, ficar pronta. NaRua 4 no tinha asfalto, faltava luz e havia poeiraem quantidade, porque ainda estavam abrindocanaletas de esgoto. Uma vez ficamos 3 anos semenergia. Lembro que romperam uma barragem,acho que para o lago do Ja.

    gua tambm no tinha. Quando faltava, nsamos ao Bosque do Mutirama pegar gua com obalde. Quando faltava luz era aquela luta... ferro abrasa, fogo caipira, no tinha conforto. Mas depoistudo foi logo se ajeitando, a cidade melhorou e athoje est maravilhosa. Sou apaixonada por Goinia.E agora, a parte de reas verdes est fantstica,porque no tinha nada. Eles fizeram essasarborizaes nas principais avenidas, Praa Cvica epedao da Rua 20 e da Rua 4.

    Depois a cidade foi se abrindo, as ruas seformando e eles arborizando. Acabou a cidadeficando muito grande, toda linda e arborizada comuma variedade grande de plantas, muitas que eunem conheo. Mas Goinia est muito bonita e osvisitantes e todo mundo encantado com asvariedades de flores. Eu me orgulho muito de seruma pioneira. Passei pedaos horrveis, mas hoje,graas a Deus, a cidade est lindssima, muitobonita e muito boa.

  • 2 3

    Horieste Gomes

    Nasceu na cidadede Igarapava SoPaulo, cursou ginsio ecientfico no tradicionalLyceu de Goinia.Atualmente professore pesquisador doInstituto do TrpicoSubmido (ITS) daUniversidade Catlicade Gois, gegrafo,historiador,ambientalista, membro da Associao dosGegrafos Brasileiros (AGB), do Instituto HistricoBrasil Central da UCG, do Instituto Histrico eGeogrfico de Gois e de outras entidadesculturais.

    Cheguei a Goinia em dezembro de 1939,junto com meus pais, seguindo as pegadas dosmeus avs do lado materno, imigrantes delinhagem italiana.

    Em Campinas, bairro onde fui educado e metornei cidado comunitrio, terminei a escolaprimria no Grupo Escolar Pedro LudovicoTeixeira, em 1946, por sinal, de excelentequalidade. O secundrio, ginasial e cientficoconclu em 1954, no tradicional Lyceu de Goinia,instituio de ensino onde exerci o magistrio por10 anos consecutivos. Na Faculdade de Filosofiada Universidade Catlica de Gois fiz o cursosuperior de Histria e de Geografia (1955-663).

    Tornei-me professor no ano de 1957 e continuo,at os dias atuais, dedicando-me ao ensino e apesquisa no mbito das cincias humanas eambientais. Aposentei-me, em 1992, aps 32 anosde servios prestados a universidade Federal deGois.

    Na Universidade Catlica de Gois trabalhodesde o ano de 1968, atividade laboralinterrompida em 1972, devido ao excludenteDecreto-Lei 477 do regime militar.

    O perodo da represso advindo do golpepoltico/militar de 31 de maro de 1964, foi muitodifcil para mim e para a sociedade brasileira. Ogoverno de Garrastazu Mdici correspondeu fasemais penosa que me obrigou, inclusive, a optar

    pelo exlio poltico em terra distante. Depois depassar por prises militares, de cumprir pena e serliberto, mas sob liberdade vigiada, deixei o Brasilem 1975 e passei a residir na Sucia, EstadoNacional que me concedeu aslo poltico. Nele,permaneci durante 5 anos, retornando ao Brasil e ctedra universitria na UFG em 1980,amparado pela Lei da Anistia de 28 de Agosto de1979.

    Fui agraciado com muitos ttulos e honrarias,entre eles, o de Professor Emrito pela UFG, em1995; o de Cidado Goianiense pela CmaraMunicipal, em 2000; a comenda dos Ips, pelaAssemblia Legislativa de Gois, em 2003.

    Atualmente, trabalho no Instituto do TrpicoSubmido, unidade de pesquisa e ensino da UCGque investiga o bioma cerrado como sistemabiogeogrfico.

    A vegetao como arborizao natural,existente nos primrdios de Goinia, na suaessncia, revelava uma natureza viva na plenitudedo seu valor fitogeogrfico. Ela era de uma belezacnica em todos os seus ambientes,preferencialmente seguia disposio da redehidrogrfica da cidade, representada pelo Rio MeiaPonte e seus tributrios (afluentes e sub-afluentes),a exemplo do ribeiro Anicuns, do Joo Leite e doCascavel, alm dos demais cursos d`gua, citandoo crrego Botafogo, o ribeiro Dourados, oscrregos dos Buritis, o Capim Puba, o Caveirinhas,o Vaca Brava, o Palmito, entre outros, e suasrespectivas drenagens.

    Como cobertura artificial, a vegetaoarborizava o traado das principais avenidas eruas de Goinia, alm das praas e jardins, emplena concordncia com a proposta de AtlioCorra Lima, de malha verde, para Goinia. Asavenidas, tendo como plo de irradiao a PraaCvica Gois (antiga, Pedro Ludovico Teixeira),Araguaia e Tocantins -, assim como as avenidas,24 de Outubro e Amazonas (hoje, Anhanguera) nobairro de Campinas, so exemplos de arborizaoplanejada.

    O outro momento de minha lembrana, quando a gente verifica que a partir do final dadcada de 1940 e incio de 1950 se assiste a umviolento processo de degradao ambientalmotivado pela retirada abusiva da cobertura vegetal

  • 2 4

    em grande parte devido s aes deadministradores inconseqentes, acrescida daacelerada especulao imobiliria, ocorrendopatente reduo dos caudais hdricos pelodesmatamento e assoreamento de cabeceiras,vales e fundos de vales. Havia, nos diversosambientes naturais de Goinia, uma ricavegetao que cobria o relevo plano-ondulado doplanalto goianiense, mencionando a coberturade mata tropical das encostas e dos vales, quepossuam valiosas espcies de madeiras de lei,exemplificando com o cedro, o tamboril, o jatob,o angico, a garapa, a sucupira e outras mais, eque foram dizimadas com a expanso da cidadee uso inadequado do solo.

    No presente, h que se fazer um trabalhocontnuo e crescente de recomposio dessarica flora que foi devastada. Eu dou comoexemplo as cabeceiras do Vaca Brava, local queconheo de perto e de longa data, por ser umdos lugares onde a gente tomava banhoquando criana e adolescente. Da pujana davegetao nativa que havia no Vaca Brava, oque se conseguiu preservar e recompor da matado crrego so apenas resqucios, algunstestemunhos da antiga cobertura vegetal. Oque deveria fazer se fazer no foi feito, apenasconstruram um mini-parque.

    Pelas suas prprias condies topogrficas,a regio oferecia todas as condies naturaisfavorveis, apropriadas para se implantar umacobertura hdrica, tipo Pampulha, que deveriachegar no mnimo ao limite do Clube Osis.Assim teramos uma recomposio vegetalmuito maior e a administrao municipalganharia muito mais com o setor de prestaode servios. Teria que se fazer investimentos,mas haveria compensaes e a comunidadeseria a grande beneficiada, no s como amplolugar de lazer, mas, tambm, pelo aumento doteor de umidade que Goinia tanto necessita,principal mente na poca da estao seca, dacancula, quando a perda da gua muitoelevada.

    No me lembro quem plantou as Mongubase Flamboyants aqui em Goinia. O que eutenho em mente um grande quadro do queexistia em Goinia como cobertura vegetal

    natural. Lembro-me, tambm, da primeirafloricultura no bairro de Campinas, que era deum armnio chamado Carlos Sarkis Kichichian.A floricultura era belssima e dava um coloridosingular na paisagem. Mas, Goinia estava comoutra busca, que era de construo e progresso,no era a busca de viver e sentir o belo. Porisso, ela foi falncia.

    Eu no sei responder quem foram osprimeiros que iniciaram a arborizao urbanacom Flamboyants e Mongubas, mas elas sefaziam presentes. um fato que eu tenhopresente em minha memria.

    Pedro Ludovico Teixeira Jnior

    Nasceu em 27 dedezembro de 1922.Pioneiro da cidade deGoinia. Filho dofundador de Goinia,Dr. Pedro LudovicoTeixeira.

    Sobre aarborizao deGoinia, da parteecolgica do projeto dacidade, ns devemosprincipalmente a duas pessoas: o fundador dacidade, Pedro Ludovico Teixeira, meu pai, e aourbanista e arquiteto que projetou a cidade, Dr.Atlio Correia Lima, que era professor deArquitetura e de Belas Artes no Rio de Janeiro,um homem de projeo nacional e internacional.Nesse ponto, Pedro Ludovico foi muito feliz naescolha, tinha muito entusiasmo com Goinia.Vou contar essa passagem porque o enaltecemuito e realmente ele foi muito importante.Quando pegou o projeto da cidade, todos aquelesprdios da Praa Cvica, hoje, Praa PedroLudovico, e as primeiras casas para asautoridades que deveriam mudar-se da antigacapital para Goinia, foram localizadas na Rua20 e logo no incio da construo destas casas,tratou de arborizar aquela parte. Ao verificar oprojeto de Goinia na parte residencial dacidade, percebe-se que havia um dispositivolegal que obrigava todas as

  • 2 5

    residncias a terem pelo menos 5 metros derecuo em relao ao passeio da rua, justamentepara serem feitos os jardins. Verifica-se, portanto,que sempre houve essa preocupao de dotarGoinia de reas verdes. Atlio Correia Lima e oPedro Ludovico fizeram muita questo deaproveitar os bosques naturais que tinham emGoinia, eles aproveitaram aquele bosque quehoje o Mutirama, no fim da Avenida Araguaia,o da Alameda dos Buritis, aproveitaram tambmo maior dos bosques naturais de Goinia, lperto do Setor Pedro Ludovico, hoje, JardimBotnico de Goinia. O que teve de bosquenatural aqui foi aproveitado e conservado,Goinia foi muito feliz por ter conseguido trazerAtlio Correia Lima para projetar a cidade,porque ele era muito citado isso quem me disseum arquiteto uruguaio, que se formou em NovaYork. Ele era muito citado na universidadedaquela cidade, pelo seu trabalho arquitetnico,realmente era o Niemeyer da poca.

    A parte de plantas, de escolha de espciespara a arborizao foi contratada por uma pessoaque conhecia do assunto, mas no me recordo oseu nome completo. Lembro que seria Waldemar,um homem muito entusiasmado, que comeou aorganizar o horto para fornecimento de mudas, lno Lago da Rosas, principalmente as primeirasrvores. As primeiras plantadas foram o Ficus, osFlamboyants, que floriam intensamente na pocacerta, e a Monguba. Pode ser que estas espciesno deram muito certo, mas, para oembelezamento, foram ideais. Infelizmente osFlamboyants contriburam para a Prefeitura, queera dirigida pelo primeiro prefeito de Goinia, oDr. Venerando de Freitas Borges, um dos maiorespioneiros desta cidade. Ele como primeiroprefeito tambm estimulou muito a arborizao,e realmente Goinia uma cidade comarborizao intensa. Ela foi considerada, achoque no ano passado, a cidade Ecolgica do Brasil,graas boa arborizao. Mas evidentementeque a arborizao, hoje, precisa ser aperfeioada.Goinia precisa de uma boa arborizao, prtica,no de s beleza, pois h espcies que sujammuito as ruas e arrebentam os passeios. Mas issocom o tempo vai se aperfeioando.

    As mudas de Goinia vieram de So Paulo.

    Vieram mudas pequenas, trazidas de caminho.Era difcil, porque as estradas daquela pocaeram muito ruins, nem dentro do Estado de SoPaulo era asfaltado, nem a estrada maisimportante do pas, que era a Rio So Paulo, eraasfaltada. O progresso do Brasil naquele perodo,era quase s no litoral. Desse modo, teve-sedificuldade de trazer essas mudas para c.

    Primeiro foram plantadas mudas no Hortopara a aclimatao. Eram mudas pequenasainda. Depois passaram para as ruas e a primeiraavenida a ser arborizada foi a Avenida Gois. Elatinha nas laterais os Flamboyants que erammuito bonitos, no sei se por problema de climaou natural da planta, no duravam muito.Durariam uns 30 anos.

    Goinia ficava com muita tonalidade de cor,cada rvore dava uma tonalidade diferente. Naparte central da Avenida Gois se plantou oFcus, ficaram ali por muitos anos, mas depoisenvelheceram e ento foram substitudos. Alis,no gostei da substituio por guarirobas,porque elas no do sombra. Acho que elesplantaram algumas rvores de mogno, que muito bonita. Na Rua 20 tem um p de mognomuito grande. Tem uma histria sobre o mogno.Houve uma firma de So Paulo ou estrangeiraque comeou a explorar o mogno no norte deGois, que hoje, o Tocantins. O mogno umamadeira muito cara e muito interessante para aarborizao, pois muito bonita, as razes, noarrebentam o passeio, d uma copa muitobonita, e no cai muita folha. Nesta poca osestudantes aqui de Goinia se rebelaram contraa derrubada do mogno e fizeram o movimento Omogno nosso. Ento eles plantaram umarvore na Rua 20, em frente onde hoje, aJustia Federal. Aquela casa tem um valorhistrico muito importante, pois foi a primeiracasa onde residiu Pedro Ludovico aqui emGoinia. Ela e a casa do lado, aps a suamudana para o Palcio, foram aproveitadaspara a primeira Faculdade de Direito de Goinia.Acho que foi o primeiro curso superior deGoinia, esta a razo porque os alunos daFaculdade de Direito plantaram esta muda demogno, que hoje, est muito bonita, pois umarvore que cresce muito e da uma boa sombra.

  • 2 6

    Ao se comparar a arborizao e as reasverdes da Goinia de ontem com a Goinia dehoje, preciso lembrar que a Goinia deantigamente era uma cidade feita apenas com ainiciativa do governo. Existiam somente ossetores principais, o Setor Central e Norte, onde secomeou primeiro a construir, depois vieram ossetores Oeste e Aeroporto. Chama-se Aeroportoporque no incio de Goinia o aeroporto era l.Todos estes setores foram loteados pelo governo.Depois veio o Setor Universitrio, o Setor Sul e oSetor Pedro Ludovico. Esses setores foram todosplanejados e arborizados. Logicamente que osprimeiros a serem arborizados foram os SetoresCentral e Norte, pois foram os primeiros a seremconstrudos. Os primeiros lugares arborizadosforam as Avenidas Gois, Tocantins, Araguaia eParanaba. Depois foi ampliando. Isto foi feito poretapas, porque o Estado de Gois era muitopobre. Naquela poca no tinha arrecadaonenhuma, tudo era feito com muito sacrifcio.Comear tudo de uma vez no dava conta, tinhaque colocar gua e esgoto. medida em queestes setores foram sendo abertos, foram sendoarborizados.

    Pedro Ludovico, enquanto foi governador, nopermitia loteamento, porque havia um PlanoDiretor da cidade. A ampliao seria gradativa,segundo as normas do seu projeto original, feitopelo Atlio Correia Lima e tambm pelo Armandode Godi, que foi um grande urbanista, professor deuma faculdade em So Paulo. Com a sada do PedroLudovico, comearam a lotear desordenadamente.Goinia virou uma verdadeira colcha de retalhos,teve mais de 400 loteamentos. Foi uma perda, poisestragou o Plano Diretor da cidade. Quem loteiaquer dinheiro, no esta preocupado em investir emcoisas que no dem lucro. Depois que estesloteamentos foram crescendo, a prpria prefeiturapassou a arborizar e o Professor Venerando deFreitas, que era um entusiasta da arborizao, fezisso da melhor maneira possvel. No incio, no seplantou rvores muito apropriadas, mas Goinia uma cidade em que tudo era difcil. Foi construda amais de 1.000 km dos centros civilizados da poca.Tudo era difcil, tudo serviu de escola. De agora emdiante, se cometer menos erros, pois se aprendecom os erros do passado.

    Jos ngelo Rizzo

    Professor Emrito edoutor em Botnica daUniversidade Federal deGois, com 37 livrospublicados em mbitonacional einternacional,destacando-se A Florados Estados de Gois eTocantins e Sobre aArborizao. Membrodo Conselho Estadualdo Meio Ambiente, presidente do ConselhoMunicipal de Preservao do Patrimnio Histrico,Cultural e Ambiental da cidade de Goinia.

    de extrema importncia para toda asociedade o planejamento, para se ter uma boaarborizao e conservao das reas verdes de umacidade.

    Goinia considerada bem arborizada,notadamente nos Setores Central, Oeste, Sul eUniversitrio. Entretanto, para a periferia, podemosdizer que se torna necessrio um estudo maisdetalhado. A Prefeitura, atravs da SecretariaMunicipal do Meio Ambiente, est desenvolvendoestudos em parceria com outros rgos visando auma melhor adequao da arborizao da capital.

    Voltando ao incio da instalao de nossa capital,as Ruas do Setor Central, tais como as Ruas 3, 18, 20e as Avenidas Gois, Tocantins e Paranaba, foramas que receberam as primeiras rvores. O primeiroprefeito, Venerando de Freitas Borges, e os demais,num grande esforo para dotar a nossa capital deuma arborizao, trouxeram mudas de rvores deoutras localidades, como, por exemplo, do TrianguloMineiro, que, com muito sacrifcio, foramtransportadas para Goinia. Nas Avenidas Gois,Tocantins e Araguaia foram plantados Flamboyants,rvores conhecidas cientificamente como Deelonixreegia Rafin, originrias de Madagascar e de beloefeito ornamental. Nas Ruas 20, 16 e outras plantou-se Ligustro, conhecido como Ligustrum japoniccumThunb e na Rua 24 o Saboneteiro, Sapindussaponaria L.. Essas so algumas das espcieshistricas de nossa capital. Mais recentemente,plantou-sse a conhecida Monguba ou Manguba,

  • 2 7

    denominada cientificamente como Pachiraaquatica Aubl. Ela existe na Avenida Paranaba eem outros locais.

    A importncia da arborizao em uma cidadepode ser avaliada sobre os diversos aspectos:despertar o interesse dos habitantes para a belezadas rvores e sua florao; contribuir para adiminuio dos efeitos estressantes do concreto, doasfalto e outros fatores; e favorecer o sombreamentoamenizando a temperatura. Sabemos que h umadiferena de 3 a 4 C entre a sombra e a incidnciasolar direta, gerando um desconforto muito grandes pessoas.

    Em um sentido social, a arborizao e as reasverdes, os parques e as praas concorrem muitopara evitar a delinqncia juvenil, permitindo que ajuventude extravase as suas energias, alm demanter um convvio harmonioso entre as pessoas eo meio ambiente, justificando-se assim todos osesforos para uma boa arborizao.

    A arborizao de Goinia requer cuidados eaes, porque inmeras espcies plantadas jatingiram o seu ciclo biolgico, e, em muitos casos,houve o plantio de espcies no adequadas comrelao ao porte e ao sistema radicular. Issoprovocou conflitos com os sistemas da rede eltrica,telefnica e de esgoto e os luminosos do comrcio,gerando, ento, podas drsticas.

    Os rgos pblicos e a sociedade tm aobrigao de participar ativamente de quaisquermedidas, visando uma boa arborizao compatvelcom os interesses de nossa capital e de seushabitantes.

    Washington Novaes

    Jornalista e ex-secretrio do Meio Ambiente doDistrito Federal.

    As rvores soimportantes para acidade por vriosmotivos. Elasrespondem pelo nvelde umidade do ar.Ento, quando nseliminamos a

    vegetao de um lugar que tem a estao secato pronunciada, como a nossa, contribumospara a reduo do nvel de umidade do ar, queaqui j pequeno. por isso que os projetos eplanos de substituio da arborizao porespcies menores precisam ser muitocuidadosos, porque se vo colocar rvoresmenores, menos densas, com menos folhas, voreduzir a biomassa que produz a umidade do ar.Ento, se as rvores menores vo ser plantadas,tem-se que plantar mais ainda, para no haveruma perda da biomassa.

    Alem disso, preciso notar que a rvore tida sempre como problema, porque interferena fiao, atrapalha a viso comercial, quebraos canteiros, quebra a rua... Ora, por que oproblema a rvore e no a fiao? Por que oproblema a rvore e no a propaganda? Porque no se considera que o asfaltamento responsvel pelo problema da diminuio doespao para a rvore? Uma rvore cai sobre umcarro e o danifica. Quem disse que o carro temo direito de ficar parado num espao pblicoembaixo dela? Qual a legislao que lhe atribuiesse direito? No entanto, a responsvel arvore. Parte-sse de um pressuposto, que no necessariamente vlido. Estamos vivendoformatos muito antigos e muito atrasados. Nomundo inteiro j no se usa mais fiao area,exatamente por isso: para que no hajainterferncia em decorrncia da arborizao.Ser que o problema a arvore, quando suasrazes vo se infiltrando e prejudicando as redessubterrneas de gua e esgoto? Ou ns noestamos fechando os canteiros e obrigando assuas razes a mergulharem mais fundo embusca de gua?

    preciso mudar de mentalidade. A rvoreno um problema, uma soluo. Elacontribui para a nossa qualidade de vida e nos por esta questo da biomassa. A rvoreproporciona sombra, paisagem, relaes queso muito importantes com as pessoas. Vamospensar, por exemplo, na criana que aprende aser uma pessoa brincando, ali, debaixo darvore, com seus amigos. uma perda muitogrande quando esta criana fica sem estarvore. A pessoa que se senta na porta da sua

  • 2 8

    casa, debaixo de uma rvore, vai perder a sombra. no plano da personalidade que vai haver tambmessa perda. Portanto, a rvore um fatordeterminante para a nossa qualidade devida.

    Mudei para Goinia em 1982,exatamente porque eu havia meencantado com a cidade. Eu sou paulista,do interior de So Paulo, mas morei 13anos na cidade de So Paulo. Sa de ljustamente porque no queria viver numacidade to grande, cheia de problemas. Mudei-me para o Rio de Janeiro e morei l durante 17anos, e aconteceu a mesma coisa. Ento, em 1982,me decidi mudar para Goinia, porque era umalinda cidade, de 600 mil habitantes e no tinhanenhum dos problemas de segurana. Era umacidade toda arborizada, florida e pacata. Ao longodestes 25 anos, eu tenho visto Goiniacaminhar exatamente em direo aosmesmos problemas de So Paulo, Rio deJaneiro e outras metrpoles. Penso queest havendo uma perda muito grandede qualidade de vida. O desmatamentodo entorno da cidade foi brutal nestes25 anos. Hoje s devem restar uns 5%da vegetao nativa e nas prprias ruase praas, a vegetao tem diminudo. Hum processo de perda que deveria ser maisrefletido e estancado.

  • 2 9

    c a p t u l o I I

    GGooiinniiaa,,ccaappiittaall vveerrddee ddoo BBrraassiill

    A ARBORIZAO DE GOINIA NA ATUALIDADE

    Goinia a capital de Estado com a maiorextenso de reas verdes por habitantes e omaior nmero de rvores em vias pblicas doPas, em proporo ao nmero de habitantes.Essa condio foi comprovada por estudosrealizados pelos tcnicos da Agncia Municipaldo Meio Ambiente AMMA, com base emmetodologia amplamente utilizada e o apoio demodernas tcnicas de georreferenciamento.

    1.1. Mais Parques e reas de conservaoambiental

    Goinia possui hoje 94 metros quadrados dereas verdes por habitante, ndice quase 8 vezessuperior ao recomendado pela Organizao dasNaes Unidas, que de 12m/habitante. Essendice superior tambm aos 51 m/habitantede Curitiba, a capital estadual consideradaanteriormente lder nesse ranking.

    De 2005 a 2007, a ao da Prefeitura deGoinia na identificao e proteo de unidadesde conservao nas regies de parcelamentourbano resultou no aumento de 80 para 187reas destinadas a parques e bosques.

    Em fevereiro de 2008 praticamente triplicouna capital o nmero de parques implantados,com vegetao recomposta e dotados de infra-estrutura de lazer e contemplao, saltando de 6para 16. Outros 5 parques j existentespassaram ou esto passando por obras derevitalizao.

    Figura 08. Vista Panormica do Parque FlamboyantLourival Louza, local onde houve recomposioflorstica das reas degradadas.

    Figura 09. Vista Panormica do Parque Botafogorevitalizado em 2005.

  • 3 0

    1.2. Programa Plante a Vida, o sucesso daarborizao voluntria

    O Programa Plante a Vida consiste nadistribuio gratuita de mudas para apopulao, dentro de um amplo programainstitucional de rearborizao de Goinia.Estimula plantios voluntrios nas caladas dasvias pblicas, ilhas e rotatrias, fundos de vale,parques, bosques e praas de Goinia, alm deplantios em quintais, chcaras e outras reasparticulares. Inicia-se desde a coleta desementes e produo e distribuio das mudas,indo at o monitoramento. Esse programaprev a distribuio de 1.200.000 mudas deespcies nativas do cerrado populao numprazo de quatro anos, para, com isso, resgatar avalorizao do cerrado atravs da produo edistribuio de espcies deste ecossistema,alm de atuar na melhoria da qualidade devida de nossa populao atravs dadistribuio de mudas.

    Um estudo realizado pela AMMA mostrouque Goinia possui hoje um ndice de 0,79rvore plantada em vias pblicas porhabitante. Curitiba e Joo Pessoa, as capitaisestaduais antes citadas como refernciasnacionais, tm ndices estimados em 0,17 e 0,06rvore por habitante, respectivamente. Umadas aes da Prefeitura que contriburam paraGoinia assumir essa posio de liderana foi oPrograma Plante a Vida. Esse programa,executado pela AMMA, distribui mudas deespcies nativas do Cerrado aos moradores, queassumem o compromisso de plantar e cuidardas rvores. Mais de 700 mil mudas j foramplantadas nas caladas das vias pblicas, almde parques, bosques, praas, fundos de vale,chcaras e outras reas. O Plante a Vidacontribui decisivamente para que Goinia sejahoje a capital estadual com maior volume dereas verdes e de arborizao em vias pblicaspor habitante.

    Figura 10. Distribuio de mudas no evento emcomemorao ao aniversrio de Goinia.

    Figura 11. Vista Panormica da Regio Norte dacidade de Goinia demonstrando a arborizao dacidade.

  • 3 1

    1.3. Imagens fotogrficas da arborizaoatual de Goinia

    Figura 12. Imagem do canteiro central duplo daAv. Pedro Ludovico arborizado com Ip-rosa Tabebuia rosea no Setor Parque Oeste Industrial Regio Oeste.

    Figura 13. Imagem de parte do canteiro centralda Av. Pedro Ludovico arborizado com Ip-rosa Tabebuia rosea, em perodo de florao no SetorParque Oeste Industrial Regio Oeste.

    Figura 14. Arborizao de canteiro central comrvores jovens da espcie de jamelo e/oujambolo - Syzygium cumini, na Avenida Alexandrede Morais, no Parque Amaznia. O jameloeiro uma frutfera originria da ndia e Siri Lanka,amplamente cultivada no Brasil como rvoreornamental e de sombra. Os frutos oblongos, compolpa suculenta, de sabor adocicado eadstringente, contendo uma nica semente comfrutificao em janeiro a fevereiro. Os frutos soconsumidos in natura e apreciados em algumasregies do Brasil, principalmente por crianas.

    Figura 15. Canteiro central com espcies adultasde palmeiras-imperiais - Roystonea borinqueana,na Alameda Xavier de Almeida no Setor PedroLudovico Regio Sul.

  • 3 2

    Figura 17. Logradouro pblico arborizado comrvores adultas da espcie sete-copas Terminalia catappa, no Setor Pedro Ludovico Regio Sul. rvore caduciflia, de 12-15m dealtura, originria da sia e Madagascar.Florescncia branca pequenas, formada naprimavera. rvore de copa densa e magnficosombreamento. Adapta-se muito bem em solosarenosos e com taxas regulares de salinidade,sendo muito comum em restingas (FormaesPioneiras de Influncia Marinha).

    Figura 18. A Imagem apresenta canteiro centralarborizado com espcies de palmeira-imperial -Roystonea borinqueana, e do lado esquerdo, opasseio pblico com rvores da espcie monguba Pachira aquatica no Setor Vila Nova - RegioCentral. Palmeira bastante rstica, com estipenica, que pode chegar at 30 m de altura.Desenvolve-se em climas tropical e sub tropicalsendo bastante utilizada para fins ornamentaisem praas, parques e avenidas.

    Figura 19. Logradouro pblico com rvores emexcelentes condies biolgicas da espcie oiti Licania tomentosa na 1 Avenida no Setor LesteUniversitrio Regio Central. rvore de copafrondosa com altura de 8-15 m, muito utilizadapara sombra de ruas, avenidas, praas, parques ejardins, sendo bastante plantadas em cidades donorte do Brasil e regies litorneas. Produz grandequantidade de frutos muito procurados pela faunaem geral. tima para plantios mistos em reasdegradadas de preservao permanente. Florescenos meses de junho-agosto e seus frutosamadurecem em janeiro-maro.

    Figura 16. Imagem do canteiro central no JardimNovo Mundo arborizado com rvores adultas daespcie flamboyant Delonix regia RegioLeste. rvore decdua de 10-12m de altura,originria de Madagascar, de tronco volumoso,com razes grandes tabulares. Sua florescncia exuberante e ornamental, varivel quanto aocolorido das flores, desde vermelho-sanguneo aalaranjado-claro e alaranjado-escuro. Ocorretambm variedade de flores amarelas.

  • 3 3

    Figura 21. Ilha nas proximidades da MarginalBotafogo ao fundo do Parque Mutirama. Aimagem apresenta o exemplo de preservao deespcies do cerrado como o ip-amarelo -Tabebuia serratifolia, e ao lado nota-se arecomposio florstica com espcies nativas docerrado. O Tabebuia serratifolia com altura de 8-20 metros, uma rvore brasileira, muitofreqente na regio Amaznica, excelente parao paisagismo devido a sua beleza, vem sendolargamente utilizado nas cidades do norte dopas. A rvore extramente bela quando em flor, excelente para o paisagismo em geral, o quefelizmente j vem sendo largamente feito nascidades do norte do pas. Floresce durante osmeses de agosto a novembro, com a plantadespida de folhagem, os frutos amadurecem emoutubro a dezembro.

    Figura 22. Arborizao de canteiro central comCssia-de-java Cassia javanica na 11 avenidano Setor Leste Universitrio. rvore frondosa de10-12m de altura, originria da Malaia formandocopa densa e arrendondada. Muito florfera debeleza notvel, possui atributos que arecomendam para o uso paisagstico. adequadapara a composio de parques e grandes jardins,em cultivo isolado ou formando macios em reasamplas. Planta tipicamente tropical, apresentaflorescimento mais exuberante nas regiesnordeste, norte e centro-oeste do Brasil, contudotolera as condies de inverno ameno doSudoeste e do Sul.

    Figura 23. Calada com uma extensa faixapermevel com plantio de espcies de Pata-de-vaca- Bauhinia variegata na Rua Elvaldo Lodi no setorNegro de Lima. rvore de mdio porte de 5-9m dealtura, suas flores lils contrastando com o verdeintenso das folhas tornam essa planta bastanteornamental e recomendada para o paisagismo,principalmente de ruas estreitas e sob rede eltrica.Possui crescimento rpido sendo recomendada paraplantios mistos em reas degradadas destinadas arecomposio da vegetao arbrea.

    Figura 20. Canteiro central com rvores adultas daespcie flamboyant Delonix regia, plantadas emfila dupla na Avenida Gois Norte no Setor Central Regio Central. rvore extica, muito freqente naarborizao de parques e jardins de todo o Brasil,sendo, contudo inadequada para ruas e avenidasestreitas. Extremamente florfera e ornamental, adequada para uso paisagstico em geral onde hajaespao suficiente para o seu desenvolvimento.

  • 3 4

    Figura 24. Neste canteiro central da Av. Prof.Venerando de Freitas Borges no setor Japredomina a diversidade de espcies arbreascomo a Monguba Pachira aquatica, a Cssia-de-java Cassia javanica, o ficus Ficus benjamina eo arbusto da espcie Alamanda-roxa Allamandablachetti. A Alamanda adequada como plantaisolada ou em grupos onde se obtem melhorresultado paisagstico.

    Figura 25. Canteiro central da Av. Universitria nosetor Leste Universitrio com arborizaopredominantemente feita por mongubas Pachiraaquatica, local onde est sendo realizado omanejo destas espcies substituindo-a porespcies como a saboneteira Sapindussaponaria e a Sibipiruna Caesalpinia pluviosavar. peltophoroides. A sibipiruna uma espcieamplamente utilizada na arborizao de ruas nocentro-sul. A saboneteira bastante ornamentalpodendo ser empregada no paisagismo em geral,sendo muito cultivada para a arborizao de ruasdas cidades brasileiras.

    Figura 26. Calada ecolgica com uma extensafaixa de rea permevel na Rua J-57 no Setor Jaarborizada com chuva-de-ouro Cassia fistula.rvore de 10-15m de altura originria da ndia,suas flores de cor amarelo-ouro so formadas emsetembro e outubro. Sua multiplicao se dexclusivamente por sementes, as quais soproduzidas em grande quantidade. rvore muitoutilizada em praas e parques e tambm utilizadana arborizao.

    Figura 27. Arborizao de calada com a espcieCssia-grande - Cassia grandis. rvoreextremamente ornamental, com alutra de 15-20m. Adaptada regio centro-sul do Brasil, sendomuito empregada na arborizao urbana degrandes avenidas praas e parques. Seu nicoinconveniente para cultivo em lugares pblicos o tamanho de suas vagens lenhosas, que chegama pesar quase 1 kg. Floresce a partir do final deagosto com a planta quase totalmente despida desua folhagem, prolongando-se at novembro. Osfrutos amardurecem em agosto-setembro,entretanto permanecem na rvore por maisalguns meses.

  • 3 5

    Figura 28. Arborizao de calada comEscumilha-africana Lagerstroemia speciosa eBlsamo - Myroxylon peruiferum na Av. C-18 noSetor Sudoeste. rvore muito florfera de 7-10mde altura com florao lils formadas denovembro a janeiro. Muito florfera de belezanotvel, apropriada para uso paisagstico,sendo adequada para parques e jardins eutilizada com freqncia na arborizao de ruas.Planta de origem tropical, muito rstica e derpido crescimento, mais adequada para cultivoem regies de clima com inverno brando.

    Figura 29. Canteiro central duplo estreito, onde utilizado espcies nativas como a guariroba Syagrus oleracea ao longo a Via 90 no setor Sul. Aespcie varia de 10-20m com ocorrncia na regionordeste at a Bahia, Minas Gerais, Gois MatoGrosso do Sul e So Paulo. A madeira empregada para estacas e moires, a polpa dofruto comestvel, a amndoa alm fornecer leo tambm comestvel, sendo comercializada emmuitas feiras nos Estados nordestinos. A Palmeira bastante ornamental, sendo uma das maiscultivadas para arborizao urbana nas cidadesdo Brasil. Floresce durante um longo perodo doano, iniciando-se na primavera e prolongando-seat o fim do outono.

    Figura 30. Arborizao de canteiro central comespcies de Guariroba Syagrus oleracea e aCaliandra Calliandra brevipes na Av.Independncia no Setor Norte Ferrovirio. O plantioda Caliandra tem sido bastante utilizadojuntamente com as guarirobas que melhora o efeitopaisagstico e ambiental no meio onde estplantada. A Caliandra uma espcie brasileira de1-2 m de altura, suas flores so pequenas eexuberantes de cor rosa. O florescimento ocorredurante a primavea-vero. cultivada como plantaisolada ou formando conjuntos, mas o efeitoornamental mais notvel quanda plantada emgrandes quantidades. Multiplica-se por estacas,mas com maior facilidade atravs de sementes.

    Figura 31. Canteiro central na Av. 85 no SetorBueno arborizado com espcies de Ip-rosa -Tabebuia rosea e outras espcies ornamentais.

  • 3 6

    Figura 32. Arborizao de calada com espciesde mdio porte, Aroeira-salsa Schinus molle rvore bastante utlizada para locais com fiaoarea, a espcie se adequa com facilidade apodas. Possui altura de 4-8 metros. rvore muito ornamental, sendo amplamente empregadana arborizao de ruas e no paisagismo em geral.Pode tambm ser empregada em reflorestamentosheterogneos com fins ecolgicos. altamentetolerante a seca, sendo encontrada em reasurbanas, beira de crregos e matas, reas decampo e outras.

    Figura 33. Arborizao de calada realizada comIp-de-jardim Tecoma stans na Rua 75 no SetorCentral. Esta espcie atinge de 5 a 7 m de altura,nativa nas Amricas e Antilhas com floraoamarela formadas de abril a setembro. Produzanualmente grande quantidade de sementes, oque facilita sua multiplicao. rvore florfera eornamental adequada para o plantio emparques e jardins e bastante utilizada naarborizao urbana.

    Figura 34. Canteiro central com arborizao nativa dePaineira-rosa Chorisia speciosa na Av. circular nosetor Pedro Ludovico. rvore de 15-30 m de alturacom copa globosa e ampla. Sua ocorrncia maiorem Minas Gerais, Gois, Mato Grosso do Sul, Nortedo Paran e So Paulo. A madeira pode serempregada na confeco de canoas, cochos,gamelas, cepas de tamanco, caixotaria. A paina que liberada aps a florescncia foi muito utilizada paraenchimento de colches e travesseiros. A rvore extremamente ornamental quando em plena florao,prestando-se admiravelmente bem para opaisagismo de grandes canteiros, jardins e praas.

    Figura 35. Arborizao de calada realizada com nativada espcie n-de-porco Physocalymma scaberrimum.rvore extremamente ornamental quando em flor, comaltura de 5-10 m. Recomendada para uso paisagstico earborizao urbana. Ocorre no nordeste Brasileiro e nosestados de Gois e Mato Grosso. Floresce de maneiraexuberante durante os meses de agosto e setembro.Os frutos amadurecem logo em seguida em setembro eoutubro. A rvore extramente ornamental quando emflor, igualando a beleza dos ips, caractersticas estaque a recomenda para uso paisagstico, principalmentepara arborizao urbana. Tambm recomendada parareflorestamentos.

  • 3 7

    Figura 36. Canteiro central arborizado comespcies de pau-brasil Caesalpinia echinata naAvenida A no setor Jardim Gois. Espcieornamental usada em paisagismo de parques,praas, jardins e em arborizao urbana, muitoutilizada em Braslia - DF. A Lei Federal 6.607, de7 de dezembro de 1978, delcara o pau-brasil comorvore nacional do Brasil. Possui floraoamarelo-dourada e perfumada, ocorrendo desetembro a dezembro e atualmente se encontrana lista oficial de espcies da flora brasileiraameaadas de extino.

    Figura 37. Arborizao inadequada de caladacom espcie Ficus Ficus benjamina na AlamedaRicardo Paranhos no setor Marista. rvore exticade 10-15m de altura. Possui caractersticasornamentais notveis, amplamente cultivadaem parques, jardins e na arborizao urbana.Muito tolerante a podas, porm possui umexcessivo vigor do sistema radicular. Em Goiniaesta espcie no indicada para caladas devida oseu sistema radicular trazer srios problemas emequipamentos pblicos e/ou particulares, hoje aretirada desta espcie autorizada legalmentepela Instruo Normativa 005 de 03 de outubro de2006 que dispes sobre a substituio de rvoresda espcie Fcus benjamina nas vias pblicas domunicpio de Goinia.

    Figura 38. Exemplar arbreo nativo da espcie Ip-roxo Tabebuia impetiginosa. rvore com 8-12 m.Ocorre em Piau e Cear at Minas Gerais, Gois eSo Paulo. A rvore extremamente ornamentalquando em florao, prestando-se admiravelmentebem para o paisagismo em geral. uma dasespcies de ip-roxo mais cultivada para arboziaourbana nas cidades do centro oeste do pas. tambm tima para compor reflorestamentosdetinados recomponsio vegetal de reasdegradas de preservao permanente. Florescedurante os meses de maio-agosto com a rvoretotamente despida de folhagem.

    Figura 39. Arborizao do canteiro central comespcie Pinheiro Pinus sp. na Alameda RicardoParanhos no Setor Marista. Espcie de grandeporte no muito comum em Goinia plantada emlocal adequado com boas condies decrescimento. Atualmente no indicado o plantiodestas espcies nas vias pblicas da cidade,devido o planejamento arbreo direcionar osnovos plantios com espcies nativas do cerrado.

  • 3 8

    Figura 40. Arborizao de calada com o Jambo-do-Par Syzygium malaccense na Rua 1129 nosetor Marista. rvore extica com 7-12m dealtura, uma frutfera amplamente uti